fichamento - introdução ao estudo do direito- paulo nader

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  • 8/17/2019 Fichamento - Introdução Ao Estudo Do Direito- Paulo Nader

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    INTRODUÇÃO AO ESTUDO DODIREITO

    PAULO NADER

    - Norma Jurídica

    Conceito de Norma Jurídica:

    A norma jurídica exerce o papel de ser o instrumento de definição daconduta exigida pelo Estado, vislumbrando a possibilidade da convivência doshomens em sociedade. São frmulas de agir, determinaç!es "ue fixam pautas do

    comportamento interindividual. Atrav#s de tais regras, o Estado disp!e tamb#m"uanto $ sua prpria organi%ação. Em síntese, a norma jurídica # a condutaexigida ou modelo imposto de organi%ação social.

    Características das normas jurídicas:

    Segundo &iguel 'eale( )o "ue efetivamente caracteri%a uma norma jurídica, de "ual"uer esp#cie, # o fato de ser uma estrutura proposicionalenunciativa de uma forma de organi%ação ou de conduta, "ue deve ser seguida demaneira obrigatria e objetiva*.

    As normas jurídicas apresentam os seguintes caracteres(

    +ilateralidade( Em toda relação jurídica h sempre um sujeito ativo portador do -ireito subjetivo e um sujeito passivo "ue possui o dever jurídico.

    eneralidade( A norma jurídica # preceito de ordem geral, "ue obriga atodos "ue se acham em igual situação jurídica.

    Abstratividade( /isando atingir o maior n0mero possível de situaç!es, a

    norma jurídica # abstrata.

    1mperatividade( As normas jurídicas possuem carter imperativo.

    2oercibilidade( 3ossibilidade de uso da coação.

    Sociabilidade Humana:

    A prpria constituição física do ser humano revela "ue ele foi programado para conviver e se completar com outro ser de sua esp#cie. A prole, decorrência

    natural da união, passa a atuar como fator de organi%ação e estabilidade don0cleo familiar. 4 pe"ueno grupo, formado não apenas pelo interesse material,

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    mas pelos sentimentos de afeto, tende a propagar5se em cadeia, com a formaçãode outros pe"uenos n0cleos, at# se chegar $ constituição de um grande gruposocial.

    Examinando o fen6meno da sociabilidade humana, Aristteles considerouo homem fora da sociedade )um bruto ou um deus*, significando algo inferior ousuperior $ condição humana.

    7 na sociedade e não fora dela "ue o homem encontra o complementoideal ao desenvolvimento de suas faculdades, de todas as potências "ue carregaem si. 3or não conseguir a auto5reali%ação, concentra os seus esforços naconstrução da sociedade, seu habitat natural e "ue representa o grande empenhodo homem para adaptar o mundo exterior $s suas necessidades de vida.

    Os Estados da Natureza:

    4 homem possui instinto de vida gregria. Segundo -el /ecchio, fora dasociedade não h condiç!es de vida para o homem.

    A Interação Social:

    4s processos de m0tua influência, de relaç!es interindividuais eintergrupais "ue se formam sob a força de variados interesses, denominando5seinteração social. 8a relação interindividual, o ego e o alter se colocam frente a

    frente. A interação social se apresenta sob as formas de cooperação, competição econflito e encontra no -ireito a sua garantia, o instrumento de apoio "ue protegea din9mica das aç!es. 4 -ireito s ir disciplinar as formas de cooperação ecompetição "uando houver relação potencialmente conflituosa. 4s conflitos sãofen6menos naturais $ sociedade, podendo5se at# di%er "ue lhe são inerentes.:uanto mais complexa a sociedade e "uanto mais se desenvolve, mais se sujeitaa novas formas de conflito.

    A Ação do ireito:

    4 -ireito est em função da vida social. A sua finalidade # a de favorecer o amplo relacionamento entre pessoas e grupos sociais. Ao separar o lícito doilícito, segundo valores de convivência "ue a prpria sociedade elege, oordenamento jurídico torna possíveis os nexos de cooperação, a disciplina e acompetição, estabelecendo as limitaç!es necessrias ao e"uilíbrio e $ justiça nasrelaç!es. 4 -ireito deve ter como "ualidades( clare%a, simplicidade e concisão desuas regras. 4 -ireito deve apresentar solução de acordo com a nature%a do caso.4 silogismo da sociedade expressa os elos "ue vinculam o homem, a sociedade e

    o -ireito( !bi "omo# ibi societas$ ubi societas# ibi jus$ er%o# ubi "omo# ibi jus & Ondem o "omem# aí a sociedade$ onde a socidade# aí o direito$ lo%o# onde o

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    "omem# aí o direito' A sociedade sem o -ireito não resistiria, seria anr"uica,teria o seu fim. 4 -ireito # a grande coluna "ue sustenta a sociedade. 2riado pelohomem para corrigir a sua imperfeição, o -ireito representa um grande esforço

     para adaptar o mundo exterior $s suas necessidades de vida. A m0tua

    dependência entre -ireito e Sociedade.

    (ato Social e ireito:

    -ireito e sociedade são entidades congênitas "ue se pressup!em. 4 -ireitonão tem existência em si prprio. Ele existe na sociedade, a sua causa materialest nas relaç!es de vida. A sociedade, ao mesmo tempo, # fonte criadora e reade ação do -ireito. Existindo em função da sociedade, 4 -ireito deve ser estabelecido $ sua imagem, conforme as peculiaridades, refletindo os fatossociais. As normas jurídicas devem achar5se conforme as manifestaç!es do povo.4s fatos sociais, por#m, não são as matri%es do -ireito, exercendo importanteinfluência, mas o condicionamento não # absoluto. A sociedade, ao estabelecer fatos sociais contrrios $ nature%a social do homem não deve ser acompanhada

     pelo -ireito "ue deve superar os fatos existentes impondo5lhes modificaç!es. 4-ireito não representa somente instrumento de disciplinamento social, garantindoa segurança do homem, a sua vida, a sua liberdade e patrim6nio. A sua meta #mais ampla, # a de promover o bem comum, "ue implica justiça, segurança, bemestar e progresso. 4 -ireito, na atualidade, # um fator decisivo para o avanço

    social.Instrumentos do Controle Social:

    4 -ireito não # o 0nico instrumento responsvel pela harmonia da vidasocial. A moral, a religião e regras de trato social são outros processosnormativos "ue condicionam a vivência do homem na sociedade. -e todos,

     por#m, o -ireito # o "ue possui maior pretensão de efetividade, pois não se limitaa escrever modelos de conduta social, simplesmente sugerindo ou aconselhando.A coação5 força a serviço do -ireito5 # um dos seus elementos inexistente nos

    setores da &oral, regras de trato social e 'eligião.

    Normas )ticas e Normas *+cnicas:

    A atividade humana al#m de subordinar5se ;s leis da nature%a e condu%ir5se conforme as normas #ticas, ditadas pelos -ireito, &oral, 'eligião e 'egras detrato social, tem necessidade de orientar5se pelas chamadas normas t#cnicas, aodesenvolver o seu trabalho e constituir objetos culturais. En"uanto as normast#cnicas indicam frmulas do fa%er e são apenas meios "ue irão capacitar o

    homem a atingir resultados.

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    Essas normas tidas como t#cnicas não constituem deveres, mas possuemcarter de imposição $"ueles "ue desejam obter determinados fins.

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    -ireito e da &oral. A sanção "ue as 'egras de trato Social oferecem # difusa,incerta e consiste na reprovação, na censura, crítica, rompimento de relaç!essociais e at# expulsão do grupo.

    Conceito de Justiça:

    A definição clssica da justiça foi uma elaboração da cultura greco5romana, baseada nas concepç!es de 3latão e Aristteles( )?ustiça # a constante efirme vontade de dar a cada um o "ue # seu*, tal conceito # verdadeiro edefinitivo e vale para todas as #pocas e lugares, o "ue sofre variação de acordocom a evolução cultural e sistemas políticos, # o "ue deve ser atribuído a cadaum. Segundo @oce, a justiça existe apenas onde h propriedade. A palavra justo,vinculada $ justiça, revela a"uilo "ue est conforme, ade"uada. A parcela deaç!es "ue o -ireito considera # a "ue se refere $s ri"ue%as e ao mínimo #ticonecessrio ao bem5estar da coletividade. ?ustiça # a síntese dos valores #ticos.3raticar justiça # praticar o bem nas relaç!es sociais.

    A im.ort/ncia da Justiça .ara o ireito:

    A ideia de justiça fa% parte da essência do direito. 3ara "ue a ordem jurídica seja legítima, # indispensvel "ue seja a expressão da justiça. A justiça setorna viva no -ireito "uando deixa de ser apenas ideia e se incorpora $s leis,dando5lhes sentido, e passa a ser efetivamente exercitada na vida social e pratica

     pelos tribunais. -a mesma forma "ue o -ireito depende da justiça para cumprir oseu papel, a justiça necessita tamb#m de se corporificar nas leis, para se tornar 

     prtica. A justiça ganha significado "uando se refere ao fato social, por interm#dio de normas jurídicas. Segundo Bant( )Se a justiça pudesse perecer, nãoteria sentido nenhum valor "ue os homens vivessem sobre a terra*. Segundo3latão, a justiça era a mxima virtude do indivíduo e do Estado.

    Justiça e 0em Comum:

    A ideia de bem comum consiste em um acervo de bens, criado peloesforço e a participação ativa dos membros de uma coletividade e cuja missão # ade ajudar os indivíduos "ue dele necessitam, para a reali%ação de seus finsexistenciais. Segundo Alípio Silveira( )o primeiro dos bens comuns aos homens #a prpria existência na sociedade, a existência de uma ordem em suas relaç!essociais*. A justiça # um valor compreensivo "ue absorve a ideia de bem comum.