fichamento - família, emoção e ideologia

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FICHAMENTO REIS, J. R. T. Família, emoção e ideologia. In: ______. LANE, S. T. M.; CODO, W. Psicologia social: o homem em movimento. São Paulo: Brasiliense, 1984. Família: primeira mediação indivíduo-sociedade - Primeira identidade social Perspectivas teóricas sobre a família (dentre outras): (1) T. Parsons: concepção funcionalista da família - Papéis necessários à “integração social” - Omite conflitos desta integração (gênero, geração etc.) (2) S. Freud: dominação e repressão sexual na família - Ocorre na família nuclear burguesa - Omite a historicidade das formas familiares (matrilineares etc.) Determinação histórica família burguesa - Divisão sexual do trab -> Divisão social do trab -> Propriedade privada -> Família monogâmica - Família grupal -> restrição das oportunidades de intercurso sexual -> Família monogâmica Mark Poster: Séculos XVI e XVII Século XVIII Século XIX Família aristocrática Família camponesa Família proletária Família burguesa - Castelo - Conservação do patrimônio - Linhagem (nome) - Casamento como ato político - Pouca privacidade - Valorização do lazer - Desvalorização do trabalho - Criança a - Aldeia - Regulação comunal dos rituais (namoro, casamento) - Crianças a cargo da aldeia (não dos pais) - Mulheres: criar filhos - Desvalorizaçã o da intimidade e 1 o momento (início séc. XIX) - Conservação dos laços comunitários - Dependência e apoio mútuo 2 o momento (2 a metade séc. XIX) - Objeto da filantropia burguesa (“aculturação”) - Homem: bar e - Fechamento da família - Redução das figuras de identificação - Oposição: casa (vida privada) e trabalho (vida pública) - Investimento no futuro (ascetismo) - Casamento como ato de amor - Rigorosa divisão sexual - Mulher: “menos

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Família, emoção e ideologia

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FICHAMENTO

REIS, J. R. T. Famlia, emoo e ideologia. In: ______. LANE, S. T. M.; CODO, W. Psicologia social: o homem em movimento. So Paulo: Brasiliense, 1984.

Famlia: primeira mediao indivduo-sociedade

- Primeira identidade social

Perspectivas tericas sobre a famlia (dentre outras):

(1) T. Parsons: concepo funcionalista da famlia

- Papis necessrios integrao social

- Omite conflitos desta integrao (gnero, gerao etc.)

(2) S. Freud: dominao e represso sexual na famlia

- Ocorre na famlia nuclear burguesa

- Omite a historicidade das formas familiares (matrilineares etc.)

Determinao histrica famlia burguesa

- Diviso sexual do trab -> Diviso social do trab -> Propriedade privada -> Famlia monogmica

- Famlia grupal -> restrio das oportunidades de intercurso sexual -> Famlia monogmica

Mark Poster:

Sculos XVI e XVIISculo XVIIISculo XIX

Famlia aristocrticaFamlia camponesa Famlia proletriaFamlia burguesa

- Castelo

- Conservao do patrimnio

- Linhagem (nome)

- Casamento como ato poltico

- Pouca privacidade

- Valorizao do lazer

- Desvalorizao do trabalho

- Criana a cargo dos criados (no dos pais)

- Homens: assuntos de guerra

- Mulheres: vida do castelo

- Uso de castigo fsico

- Transgresso gera vergonha (no culpa)

- Licenciosidade sexual

- Aldeia

- Regulao comunal dos rituais (namoro, casamento)

- Crianas a cargo da aldeia (no dos pais)

- Mulheres: criar filhos

- Desvalorizao da intimidade e privacidade1o momento

(incio sc. XIX)

- Conservao dos laos comunitrios

- Dependncia e apoio mtuo

2o momento

(2a metade sc. XIX)

- Objeto da filantropia burguesa (aculturao)

- Homem: bar e fbrica

- Mulher: casa e filhos

3o momento

(sc. XX)

- Ruptura com formas comunitrias

- Mudana para os subrbios

- Mulher: lar

- Homem: autoridade paterna

- Conservadorismo e aburguesamento- Fechamento da famlia

- Reduo das figuras de identificao

- Oposio: casa (vida privada) e trabalho (vida pblica)

- Investimento no futuro (ascetismo)

- Casamento como ato de amor

- Rigorosa diviso sexual

- Mulher: menos capaz, mais emotiva, educao dos filhos

- Homem: provedor, autoridade dominante

- Crianas autnomas, autodisciplinadas

- Responsabilidade pblica pelos filhos dos pais

- nfase na higiene

- Reduo da natalidade

- Ciso entre sexualidade (animal) e afetividade (famlia)

- Represso masturbao

- Amar se submeter (culpa): afeto condicionado obedincia

Famlia como local privilegiado de reproduo ideolgica

- A prpria famlia veiculada como dado natural e imutvel

- Posteriormente, as funes disciplinadoras so descentralizadas (ex. mdia)

Famlia: locus da estruturao da vida psquica

- Binmio amor-autoridade

- Ambivalncia: culpa edipiana

- Isolamento, privacidade e domesticidade: intensos conflitos

Hierarquias de gerao:

- Primeiro papel social (no sentido parsoniano): filho

- Submisso na famlia -> submisso na escola -> generalizao

- dipo: obediente, autodisciplinado, apto ao sucesso no capitalismo

Hierarquias de gnero

- Homem: autorrealizao e autonomia financeira x sentimentos de vazio existencial e solido

- Mulher: dedicao heternoma aos filhos e marido x seduo e chantagem

- Sexualidade: abstrata (natural, prazerosa) x vivida (angustiada, culpada)

Famlia vivida Famlia imaginada

- Transformaes econmicas + Permanncias culturais

- Tendncia dissimulao