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FICHA PARA CATÁLOGO

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: A aplicabilidade da Teoria da Relevância na metodologia de ensino da produção de

artigo de opinião sobre discriminação com suporte de recursos das mídias.

Autor Clarice Fernandes

Escola de Atuação Colégio Estadual Barão do Rio Branco - EFM

Município da escola Palotina

Núcleo Regional de Educação Toledo

Orientador Márcia Sipavicius Seide

Instituição de Ensino Superior UNIOESTE

Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Público Alvo

Alunos de 8ª série

Localização

Colégio Estadual Barão do Rio Branco - EFM

Rua 5 de julho,1280 - Centro

Palotina - PR

Apresentação:

O trabalho visa buscar estratégias alternativas para sanar a dificuldade acentuada dos alunos do estabelecimento de ensino em produzir textos da tipologia argumentativa. O estudo será focado no ensino da escrita do gênero artigo de opinião. A implementação do projeto experimentará a aplicabilidade dos princípios da Teoria da Relevância na metodologia de ensino do gênero artigo de opinião. O trabalho será desenvolvido em três momentos: construção de inferências sobre a estrutura do gênero e estudo de artigos de opinião finalistas das olimpíadas de 2010; estudo da temática para a construção de argumentos – por meio de utilização de recursos das mídias – para a efetiva produção do gênero discursivo versando sobre a temática da discriminação e finalmente escrita de artigo de opinião para ser postado no blog.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Leitura, Escrita, Teoria da Relevância.

UNIDADE DIDÁTICA

A aplicabilidade da Teoria da Relevância na metodologia de ensino da produção de artigo de opinião sobre discriminação com suporte

de recursos das mídias.

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professora PDE: Clarice Fernandes

Área PDE: Métodos e Metodologias.

Disciplina: Língua Portuguesa

NRE: Toledo - PR

Professora Orientadora da IES: Márcia Sipavicius Seide

IES vinculada: UNIOESTE

Escola de Implementação: Colégio Estadual Barão do Rio Branco - EFM

Público objeto da intervenção: alunos da 8ª Série do Ensino Fundamental

Gênero Discursivo: artigo de opinião

2 TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE

A Teoria da Relevância e sua aplicabilidade na prática da produção de texto de

opinião sobre discriminação com suporte de recursos das mídias.

3 INTRODUÇAO

As atividades a serem trabalhas na Unidade Didática foram organizadas em

etapas. Esta organização se deu por dois motivos: para utilizar os princípios

cognitivos e comunicativos da Teoria da Relevância de Sperber e Wilson e propiciar

uma aprendizagem que sanasse a dificuldade acentuada na escrita do gênero

textual pelos alunos que estarão envolvidos no projeto de intervenção. A cada etapa,

gradativamente, o processo de aprendizagem de escrita do gênero vai sendo

construído. Numa primeira etapa eles conhecem o gênero textual e sua estrutura e

faz a identificação dos elementos do gênero em texto escritos por outros emissores.

Na segunda etapa o aluno inicia a construção de inferências sobre o tema:

discriminação racial e produção de enunciados orais e escritos com características

do gênero. E, por último, assume o papel de autor efetivamente para a produção do

gênero discursivo artigo de opinião.

4 ORIENTAÇÕES GERAIS

PRIMEIRA AULA

Nesta aula os alunos entram em contato com o gênero textual artigo de opinião. Eles conhecem algumas características de gênero. Momento em que o professor investiga o conhecimento enciclopédico do aluno sobre o gênero e sua estrutura. Questionar os alunos para averiguar o conhecimento deles sobre o gênero, sua função e sua estrutura: -O que é um artigo de opinião? -Onde os artigos de opinião são publicados? -Com que finalidade se produz um artigo de opinião? -Quem é o publico alvo (leitor) deste gênero textual? -Quem, geralmente, escreve artigo de opinião? -Em que situação pode ser gerada a necessidade de produzir este gênero? Após essa conversa, apresentação do gênero utilizando slides sobre a estrutura de um artigo de opinião. No anexo I há algumas importantes considerações de Bakthin, Alves Filho, Marcuchi e Uber sobre gênero e tipologia.

Conhecendo o gênero textual a ser estudado.

Artigo de opinião

- Quem é o autor?

- Qual o assunto do texto?

- O autor expressa alguma opinião?

Qual?

- Ele usa argumentos? Quais?

- O autor faz alguma proposta?

Qual o contexto que gerou o

enunciado?

Artigo de opinião

Características discursivo :

uso frequente do verbo ser; tempo – presente;

pessoa do discurso - 1ª ou 3ª pessoa;

tomada de posição em relação ao tema (contra ou a favor);

justificativa da posição assumida, com base em argumentos;

antecipação de possíveis argumentos contrários ao seu ponto de vista, contestando-os;

conclusão do texto, reforçando-se a posição assumida.

Artigo de opinião:

Estrutura

Título

Descrição da

questão sobre a

a qual se vai

opinar

Opinião sobre essa

questãoArgumentos para

defender a opinião

Conclusão:

ênfase ou

retomada da tese

ou posicionamento

defendido.

Artigo de opinião.

Argumentos

exemplos

Informações

concretas

Citações de

especialistas

Causas e

consequências

Artigo de opinião: articulação

Expressões que

indicam

posição;

“indubitavelmente”,

”realmente”, “com certeza”,

“parece-me que”,

“provavelmente”, “infelizmente

Expressões que

introduzem

argumentos,

estabelecendo

relações

lógicas;

“porque”, “pois”, “por isso”,

“embora”, “apesar de”, “para”,

“a fim de”, “logo”, “então”;”no

entanto”, “portanto”, “porém”

Articulação

Expressões que

apresentam o

fechamento, a

conclusão do texto;

“conseqüentemente”,

“por conseguinte”,

“assim”, “então”,

“desse modo”;

Expressões que

articulam o texto

todo (grupos de

períodos, parágrafos,

partes maiores do

texto)

“em primeiro lugar

(...)”, “em segundo

lugar (...)”,

“finalmente”,

“por um lado (...)”, “por

outro lado”...

Após a apresentação da estrutura e de alguns elementos que podem articular o gênero artigo de opinião é importante que o aluno reconheça tal estrutura em outros textos publicados.

SEGUNDA AULA

Identificando a estrutura do gênero num artigo de opinião.

O aluno já conhece a estrutura do gênero. Agora ele entra em contato com outros textos que se enquadram no gênero artigo de opinião. Faz-se a análise do texto para que aluno possa compreender a estrutura do gênero. Trabalha-se o material utilizando um quadro por vez, em forma de apresentação de slide. Ressalta-se a intencionalidade e a função do texto. É informado aos alunos que é um texto produzido a partir da realidade do autor (aluno) e que uma das finalidades é falar sobre a região em que o aluno vive, porém ele deve emitir sua opinião sobre uma problemática inserida no contexto histórico da região. Este é o contexto que gerou a necessidade de produção textual. Embora os textos tenham, também, como finalidade, a participação na olimpíada.

Apresentar o texto baixo aos alunos:

Artigo de opinião: Análise

Título A transposição do rio São Francisco: sonho

ou pesadelo?.

Autor Aluna: Hildegna Moura da CostaProfessor: Edísio Holanda Rêgo Júnior

Escola: E. E. E. F. M. Vicente de Fontes • Cidade: José da Penha – RN

Artigo de opinião: Análise

Descrição do tema

(...)Um fato que nos últimos dias vem dividindo opiniões é o

projeto de transposição do rio São Francisco, que ora se mostra

como um benefício, ora se apresenta como algo maléfico para a

população ribeirinha. É por meio dessa visão que se pode

questionar se estamos diante da realização de um sonho ou no

meio de um grande pesadelo.(incluindo parte do 2º parág.)

Artigo de opinião: Análise

Opinião sobre o assunto (argumentos de outros discursos)

(...), uma visão de inúmeros moradores dessa localidade o

projeto em foco modificará a vida de diversos agricultores, uma

vez que estes terão suas terras e casas inundadas e o

ecossistema à margem do rio será afetado. É por essa

perspectiva que o São Francisco em transposição irá transpor

também a vida de muitos habitantes desse local, pois terão que

mudar os costumes, a organização comunitária e,

principalmente, as práticas da agricultura. Além do mais, os

lucros e vantagens só surtirão efeito para os latifundiários que

possuem condições para investimentos, o que possibilitará

usufruir das águas de maneira eficaz e lucrativa.

Artigo de opinião: Análise

Argumentos

Na verdade, o Nordeste necessita de ações que possam trazer

benefícios, e não colocar em risco a vida do homem do sertão.

Por isso que, enquanto moradora da comunidade de Angicos,

considero desnecessária a transposição do rio São Francisco

para o lugar onde eu vivo, por parecer mais uma estratégia

política do que uma forma de garantir a vida daqueles que se

encontram em circunstâncias precárias. Não adianta ver tanta

água sem poder desfrutá-la. O que importa são projetos que

procurem amenizar a miséria do povo de Angicos, de José da

Penha, do Nordeste... enfim, de todo o Brasil.

Artigo de opinião: Análise

Conclusão

Assim, o projeto de integração do São Francisco em pouco

beneficiará a população angiquense; pelo contrário, afetará em

muito a vida daqueles que tanto trabalharam para se estabelecer

em seu hábitat. Não importa cobrir o semiárido com tanta água,

o que interessa é o progresso e a garantia de vida em

abundância para todos os habitantes, sejam do campo ou da

cidade. Não estamos sonhando, estamos diante de um pesadelo.

É necessário, portanto, acordar e fazer valer os direitos, os

deveres e os valores de cada um de nós, procurando reduzir as

disparidades advindas do campo econômico, político e social.

Artigo de opinião: Análise

Referências:

BRASIL.Ministério da Educação.Olimpíada de Língua Portuguesa. Artigo de Opinião.Disponível em http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/images/stories/publico/noticias/20101201opiniao.pdf Acesso 08 mar 2011

FIM

TERCEIRA AULA

Leitura e interpretação de textos de opinião.

O aluno extrapola seus conhecimentos sobre a estrutura do gênero e o conteúdo que o compõe. Constroem-se, com os alunos, as inferências sobre a estrutura e intencionalidade do gênero. Inicia-se o trabalho de compreensão do discurso contido no gênero. O aluno é conduzido a entender a função de cada discurso construído pelos autores (alunos). Agora, além da estrutura do gênero é dada atenção a intenção do autor, a forma como se pode interpretar o discurso dele (autor) no texto, como ele se utiliza das palavras para seduzir e atrair o leitor e ao contexto de produção. Os textos estão disponíveis no anexo I. Obs. Organizar a sala com antecedência. Pedir que o responsável pelo laboratório deixe os computadores ligados para que se possa ganhar tempo. A atividade propicia a fixação dos conteúdos apreendidos. Neste momento inicia-se a utilização da web como recurso didático. Dar ao aluno a possibilidade de escolha do texto a ser lido atende ao princípio da TR, uma vez que possivelmente ele escolherá aquele que tiver maior relevância para ele ou ainda o texto cujo assunto ele já possua alguma referência.

a.No laboratório de informática, acesse o link (página que disponibiliza artigos de

opinião vencedores da Olimpíada de Língua Portuguesa):

http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/images/stories/publico/noticias/20101201opiniao.

pdf

Nesse link, escolha três, entre os textos citados abaixo, para efetuar leitura.

p. 208: Capital ecológica não é lixão! - Aluna: Ana Thaise Fogaça

p. 212:Construção de presídio gera polêmica - Aluna: Kesia Santana Cardoso

p. 218 :Lobos disfarçados de cordeiros -Aluna: Marcia Santiago dos Santos

p. 220 : Modernização à custa de desfavorecimento ou apenas organização visando

à modernização? - Aluno: Wellington Mota Gama

p. 224 :Sacolas descartáveis, vidas descartadas - Aluna: Débora Rodrigues

Mesquita

b.Após a leitura, escreva um parágrafo justificando as suas escolhas de leitura.

Selecione o texto que lhe é mais relevante e informe:

-Qual foi o seu critério para a escolha do texto?

-Quais os textos escolhidos para a sua leitura?

-Porque você os escolheu? Qual era sua expectativa em relação ao texto antes de

ler?

-Depois de ler, o que você constatou: correspondeu ou não a sua expectativa? Por

quê?

-No texto, é possível perceber qual a intenção do autor?

-Ele provoca o leitor para posicionar em relação a que assunto?

-Que informações o autor transmite ao leitor sobre a região em que vive?

-É possível perceber que o autor está situado no contexto que gerou o texto? Como

foi possível perceber?

c.Socialização do conteúdo com os colegas de sala de aula. Os alunos deverão se

organizar em grupo de 5. Cada aluno do grupo apresenta seu relato escrito. O

grupo deverá selecionar um dos parágrafos, entre aqueles que cada um escreveu

anteriormente, para apresentar à sala, por ser mais interessante ou relacionado com

a realidade atual ou local.

Observação:

Uma estratégia para fazer o agrupamento promovendo a integração entre todos é

prever quanto grupos de 5 alunos serão formados e contar os alunos até a

quantidade de grupos e depois pedir que se juntem os números iguais. Exemplo:

numa turma com 35 alunos: conta-se até sete, cinco vezes. Depois, ficam juntos

todos os alunos que receberam o número, todos os que receberam o número dois e

assim sucessivamente. É uma técnica para fazer com que não fiquem sempre os

mesmos alunos nos grupos.

QUARTA AULA - atividade extraclasse

Continuação do estudo sobre o gênero discursivo artigo de opinião, porém com um texto especificado pelo professor e que será lido por todos os alunos, mas em casa. É iniciado o trabalho com o blog. Esse trabalho proporciona ao aluno o desenvolvimento de suas habilidades em leitura de texto disponíveis na web ao mesmo tempo em que os faz perceber que os enunciados se concretizam por outros meios além do livro didático.

Atividade:

a.Acesse o blog: http://portuguesemdestaque.blogspot.com/ e faça o tema

postado pelo professor.

Aula disponível no blog:

Acesse

:http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/images/stories/publico/noticias/20101201opiniao

.pdf

Leia o texto da página 250: Festas: diversão versus indignação, de Mayara

Martins Pereira. Após a leitura, elabore um relato que forneça as seguintes

informações:

-Qual o assunto sobre o qual ela fala?

-Que palavras ou expressões são usadas por ela para estabelecer relação entre os

períodos e parágrafos?

-Qual a opinião dela sobre assunto?

-Quais argumentos são usados para defender sua opinião?

-O que ela sugere como solução para o tema abordado?

-Há uma conclusão sobre tema?

-Para quais características do lugar onde vive a autora chama a atenção do autor?

QUINTA AULA

A tarefa que o aluno fez em casa revisa a estrutura e a construção do discurso do gênero artigo de opinião. Por isso a proposta de atividade a seguir está relacionada à tarefa feita em casa. Eles reúnem-se para selecionar as melhores respostas em relação a estrutura do artigo de opinião (Festas: diversão versus indignação, de Mayara Martins Pereira.) conforme o estudado.O exercício é desenvolvido com um mesmo texto para todos os alunos para que a correção da atividade se realize num contexto em que o conhecimento acessado seja comum a todos.

Atividades

a.Dividir os alunos em cinco grupos. Cada grupo deverá selecionar a resposta de um

aluno para ser lida em sala de aula (sobre o texto da tarefa desenvolvida em casa).

O Professor pode sortear um assunto: opinião, descrição do tema, argumentos,

conclusão para cada grupo falar sobre ele( em que trecho do texto está contido) . A

turma, por sua vez, deve avaliar se o grupo identificou corretamente (descrição do

tema, argumentos, conclusão, apresentação do tema) em caso de discordar da

resposta do grupo, explicar o porquê o grupo errou.

O desenvolvimento da atividade permitirá detectar a necessidade de retomada do

conteúdo.

SEXTA AULA

Introdução da temática para a escrita do artigo de opinião: estudo de uma

tirinha da Mafalda.

O momento agora é de iniciar a reflexão sobre o tema para a produção do artigo de opinião: discriminação racial, a fim de suprir a necessidade de construção de conhecimentos enciclopédicos capazes de nutrir o ambiente cognitivo individual e coletivo da turma. A leitura da tirinha da Mafalda é o primeiro gênero textual a ser lido: ele inicia em contato com os diferentes discursos construídos socialmente sobre a temática. A continuidade do trabalho é feita por meio de vídeos e leitura de textos que versem sobre a questão da discriminação. No anexo II (item a) há alguns conceitos importantes que podem surgir durante o trabalho com a temática. Já no anexo II (item b) é disponibilizado algumas informações sobre a personagem Mafalda e o autor da tira Quino. Este conhecimento se faz necessário, pois conhecimento das relações que conduzem a produção dos diferentes gêneros textuais é muito importante. Conversar com os alunos sobre a personagem Mafalda e sobre o autor da tirinha. Pergunte-lhes: -Se conhecem outras tirinhas sobre a personagem? -O que sabem sobre ela? -Se conhecem o autor da tirinha? -O que sabem sobre ele? Criar expectativa para leitura da tirinha. Fazer a leitura de um quadro de cada vez com os alunos. A tirinha pode ser encontrada no livro: Quino - Toda Mafalda; [tradutores Andréa Stahel M. da Silva..et.al.]-São Paulo: Martins Fonte, 199,p.30.

Atividades

a. A partir da apresentação, questionar os alunos para que reflitam sobre a

construção do sentido.

Quadro 1

Descrição: Mafalda chega ao encontro com Susanita e mostra o bonequinho negro

que ganhou de sua mãe. A amiga se surpreende ao perceber que é um bonequinho

negro e expressa isso através da expressão verbal emitida: “Ah, um negrinho?”

1.O que a fala de Susanita sugere ?

2 O que ela pensou sobre o presente que a amiga recebeu?

3.Susanita fica surpresa? Porquê?

4.Você acha que Mafalda se surpreende com a reação de Susanita? Por quê?

Quadro 2

Descrição: Mafalda faz uma pergunta indireta a Susanita: “Não vai me dizer que

você é preconceituosa!”cuja resposta é uma negativa de Susanita: “Claro que não”

Susanita responde à amiga com uma pergunta que nega seu preconceito e que

parece acreditar que é o que agradaria a amiga. No entanto, a expressão de

Suzsanita na ilustração da tirinha, sugere que ela fica incomodada por ter tocado o

boneco negro com o dedo(como se estivesse se sentindo suja).

5.Qual é a primeira resposta de Susanita?

6.Por que Susanita responde perguntando : “eu?” ?

7.Vocês acham que a Susanita respondeu apenas o que ela acredita que a Mafalda

gostaria de ouvir?

08.Por que Susanita passa só o dedo no boneco?

09.Se ela tivesse gostado do boneco, o que ela faria?

10.O que Susanita consideraria um bom presente?

Quadro 3

Descrição: Susanita responde à amiga afirmando que “Afinal, somos todos iguais!

Como é que eu vou ter preconceito racial?”, mas o texto visual sugere que ela se

sente como se tivesse sujado o dedo com o qual tocou no boneco.

11.Mafalda censura a atitude de Susanita?

12.O que a fala de Mafalda sugere ao leitor em relação à atitude de Susanita?

13.Em sua opinião, o que Susanita não teve coragem de dizer a Mafalda?

14.Vocês acham que, novamente, Susanita responde o que ela acha que Mafalda

gostaria de ouvir? Por quê?

Quadro 4:

Descrição: Susanita afirma que vai lavar o dedo (a imagem sugere que é o dedo

com o qual tocou no bonequinho negro) e sai.

15.O que o comportamento e a fala final de Susanita revelam sobre ela?

Provavelmente, surgirão, nas respostas a última questão, menções ao preconceito racial. Aprofundando o tema, pode-se encerrar a aula com uma breve parte expositiva sobre preconceito, estereótipo. Ao longo da explanação pode-se fazer questionamentos, tais como os exemplos abaixo colocados para estimular os alunos a atribuir relevância a temática. Lembrando que no anexo II (item a) há material disponível para consulta sobre algumas expressões sobre racismo.

16.Qual o significado da palavra preconceito?

17.Quais as conseqüências do preconceito?

18.Você conhece a palavra estereótipo?

b) Após o protocolo verbal sobre a tira propor a seguinte atividade:

Dividir a turma em dois grupos:

-um escreve sobre a tirinha, dando a sua opinião sobre a reação de Susanita em

relação ao presente que Mafalda recebeu da mãe.

- o outro escreve sobre a atitude de Mafalda frente à reação de Susanita.

Pedir aos alunos que leiam o que escreveram e confrontar as opiniões.

SÉTIMA AULA – atividade extraclasse.

Análise do Vídeo – O xadrez das cores

Nesta aula o aluno deverá confrontar o discurso sobre racismo da tirinha da Mafalda com o discurso apresentado no vídeo O xadrez das cores. Espera-se que ele perceba as relações de discriminação que entrelaçam os dois gêneros discursivos. No anexo II ( item c) há algumas informações sobre o curta.

a)Para casa

Disponível no blog: http://portuguesemdestaque.blogspot.com/

Assista o curta: O xadrez das cores, de apenas 20 minutos de duração, e escreva

uma sinopse (resumo da história do filme) sobre ele. Na próxima aula em sala, você

deverá apresentar sua sinopse para a turma.

O xadrez das cores. Disponível em:

http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?cod=2932&Exib=1

Obs.:Para assistir ao curta, faça os seguintes procedimentos ao acessar a página.

Plugin preferido: Clic em Windows media

Velocidade de conexão: Clic em banda larga

Depois clic em OK

OITAVA AULA

Este é o momento proporcionado para o confronto das leituras efetuadas pelos alunos em relação ao vídeo e a tirinha da Mafalda . Obs. A atividade pode ser utilizada para avaliação da escrita, se o professor desejar pode atribuir uma nota referente à execução da tarefa. A realização desta atividade promove a retomada do tema discriminação racial.

Atividades

a)Em sala de aula de aula, os alunos organizam-se em grupos de 5 para leitura das

sinopses produzidas. Cada grupo seleciona apenas um texto para ser lido em sala.

O professor sorteia 2 ou 3 sinopses para ser lida para a turma. Após leitura de 2 ou 3

sinopses, interagir com os alunos questionando:

-Qual cena chamou mais sua atenção? Por quê?

-O que o curta tem em comum com a tirinha da Mafalda produzida por Quino?

NONA AULA – atividade extraclasse

A atividade proporciona ao aluno o contato com depoimentos escritos (de pessoas que vivenciaram algum tipo de experiência com o racismo). Esse contato é importante para que ele construa argumentos sobre a temática que podem fundamentar sua produção de texto sobre o gênero estudado. Neste momento o aluno aprende a construir argumentos citando discursos de outros autores.

a)Para casa:

Atividade disponível no blog: http://portuguesemdestaque.blogspot.com/

LEITURA

Olá, 8ª série! Vamos conhecer o que dizem algumas pessoas que vivenciaram

algumas experiências em relação a sua etnia.

Para fazer seu tema, acesse o link para a reportagem publicada na revista Claudia.

Em: http://claudia.abril.com.br/materias/3820/?pagina4&sh=31&cnl=31&sc=, Nesta

reportagem, leia o bloco de frases pronunciadas por pessoas famosas como a

cantora Elza Soares, cantora: Dudu Nobre, Joaquim Barbosa, Ministro do Supremo

Tribunal Federal e Nelson Mandela, líder contra o apartheid na África do Sul etc.

- Escolha a frase que mais chamou sua atenção. Anote-a lembrando de copiar

também o nome da pessoa que a pronunciou.

- Em seguida, escreva um parágrafo expressando a sua opinião sobre a frase. Leve

seu parágrafo para a próxima aula, os melhores serão colocados no mural, após

correção do professor.

DÉCIMA AULA

Nesta aula é desenvolvida atividade de refacção de parágrafos. A reestruturação de texto é importante para que o aluno perceba como o discurso escrito é construído para que o leitor compreenda o enunciado do autor. O professor deverá pedir autorização para um ou dois alunos para reestruturar seus parágrafos com a turma em sala. Verificar pontuação, coesão, adequação ao gênero textual.

Atividade:

a.Reestruturação de texto

Após as explicações feitas pelo professor durante a reestruturação dos parágrafos

cedidos para refacção por alunos da sala, em dupla, os alunos deverão revisar os

seus parágrafos e fazer as correções necessárias para adequá-lo ao gênero textual

em estudo. Após a correção, expor os parágrafos em painel na sala.

DÉCIMA PRIMEIRA AULA – atividade extraclasse

Conhecendo os dados da discriminação.

Professor: A atividade seguinte proporciona ao aluno o conhecimento de informações que lhe serão uteis na construção de argumentos para produção do artigo de opinião. Os dados estudados permitirão a elaboração de argumentos fundamentados em dados estatísticos. No momento em que retorna à sala de aula, o aluno é questionado, oralmente sobre: quais as causas das diferenças de índices? Quais as conseqüências dos resultados apresentados nos índices para o futuro das pessoas que constam nos índices negativos?

a.Visite o blog: http://portuguesemdestaque.blogspot.com/ e desenvolva a

atividade proposta

Falando em discriminação...

Quer saber mais obre o assunto? Leia as páginas 227 e 228 da Síntese de

Indicadores Sociais:Uma Análise das Condições de Vida da População

Brasileira-2010.

O material está no item: COR E RAÇA, disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminim

os/sinteseindicsociais2010/SIS_2010.pdf

Obs. Você já sabe: aperte a tecla ctrl e clic com o mouse para abrir o link acima

Neste link, você verá alguns dados estatísticos importantes em relação a cor e raça

da população brasileira.

Anote em seu caderno dois ou três dados que mais chamar sua atenção. Lembre-se

de anotar a fonte (de onde você coletando a informação).

Faça um cartaz com a informação e traga para a sala de aula para debater as

conseqüências destes dados na sociedade com os colegas.

b.Em sala de aula conversar com os alunos sobre os cartazes confeccionados e os

dados registrados neles.

DÉCIMA SEGUNDA AULA

Esse é o momento do aluno conhecer o discurso contido na linguagem não-verbal sobre a temática da discriminação. No anexo II, item d, há um breve comentário sobre o vídeo Conscientização sobre o racismo. O video está disponivel em: http://www.youtube.com/watch?v=BCRHxBJMjJw Para tanto é importante fazer Protocolo Verbal do vídeo observando as leituras possíveis em todos os aspectos. Em sala de aula, exibir o vídeo e estimular a leitura do mesmo conforme o sugerido abaixo. Promover o debate sobre as idéias que o texto visual apresenta.

a.Exibir o vídeo: Conscientização sobre racismo. Fazer o Protocolo Verbal sobre o

vídeo:

Quanto à história do ponto de vista da criança:

A criança vê quem se aproxima?

A criança pede ajuda a alguém?

A criança e o adulto têm algum tipo de comunicação? Qual?

Que tipo de comunicação houve entre a criança e o homem? (professor: com esta

pergunta se quer saber se ela é verbal ou não verbal)

Você acha que a criança confiou no adulto? Que atitude demonstra isso?

Que suposição a criança fez?

O adulto percebe a suposição da criança?

Quanto à trilha sonora:

Vocês prestaram atenção na música do filme ?

Como se chama este acompanhamento sonoro?

Qual é a função da trilha sonora num filme?

Que sentimentos a trilha sonora do filme a que assistimos aflora no expectador? (Se

necessário, passar o filme de novo.)

Leitura e interpretação das imagens:

Observe a postura do homem ao caminhar em direção a sua casa. Que impressão

causa a imagem do homem caminhando?

Como é o quarto onde o homem vive?

O que chama a atenção do expectador na imagem do lugar em que ele vive?

Quanto ao adulto (mãe) que carrega a criança:

O que a mãe pensa quando vê o homem com o balão na mão?

Do ponto de vista da mãe, o que o homem poderia fazer com sua filha?

O que demonstrou a reação da mãe?

Baseando-se na atitude da mãe, o que é ensinado à criança?

Como a mãe reagiria se o moço fosse branco?

Quanto ao homem:

O que o homem sentiu ao ver a mãe fugir com a filha?

O que ele fez depois que elas fugiram dele?

O que a expressão corporal do homem quando ele se dirige á sua casa pode

transmitir?

Como você descreve o quarto em que o homem vivia? O que havia lá?

O que significava os balões no teto do quarto?

DÉCIMA TERCEIRA AULA

Ao iniciar a aula, é necessário fazer uma retomada das aulas anteriores e revisar

os conceitos de preconceito, estereótipo e discriminação através de uma aula

expositiva. Relembrar as ações dos personagens, no vídeo sobre discriminação

racial, que deixavam transparecer o preconceito em relação a cor. Se necessário

exibir o vídeo novamente.

a.Com base no vídeo, escreva 1 ou 2 parágrafos falando sobre o que é preconceito

e discriminação.

b.Reúna-se com quatro colegas da sala e avaliem o que escreveram. Reconstruam

os parágrafos caso não estejam claros. Após a correção, entregar o texto definitivo

para o professor.

DÉCIMA QUARTA AULA

Produção de artigo de opinião pelo aluno

Após as leituras e estudos efetuados o aluno estará preparado para

escrever sobre a temática e com a estrutura do gênero proposto: artigo de

opinião. O desenvolvimento anterior do trabalho já lhe permite escolher o tipo de

argumento que deseja usar, pois as leituras efetuadas lhe propiciaram as

inferências necessárias para tal ação. Espera-se que os gêneros estudados (do

ponto de vista gênero textual especifico: textos finalistas das olimpíadas e do

ponto de vista de gênero discursivo: tirinha, depoimentos da revista Claudia,

dados estatísticos, vídeos) tenham conseguido acessar o ambiente cognitivos

dos alunos e somado novos conhecimentos para que possam argumentar, com

eficiência, em sua produção textual sobre o tema.

a.Exercite o que você aprendeu!

Escolha um entre os títulos das notícias sugeridas ( selecionar as noticias sobre

fatos recentes relacionados a discriminação) para ler. Escreva um artigo de opinião

relacionado a noticia.

b.Após escrever seu texto, releia e avalie se foi claro ao descrever o tema , ao emitir

sua opinião, ao traçar argumentos para fundamentar sua opinião, assim como fazer

uma conclusão coerente com sua opinião e argumentos. Reorganize as ideias, e se

for necessário reelabore seu texto.

DÉCIMA QUINTA AULA

Nesta aula é feito a reestruturação de um texto pelo professor junto com os alunos. O professor pede a autorização de um aluno para trabalhar com texto dele em sala de aula. Durante a refacção será observado se a composição atende a estrutura do gênero, se há coesão entre opinião e argumentos, quais os argumentos utilizados, etc. Este é o momento de verificação da aprendizagem do gênero discursivo. Os textos, depois de corrigidos, são publicados no site da escola e no blog do professor.

a.Reestruturar um texto em sala. Depois os alunos, em duplas fazem a

reestruturação de seus textos. Os textos, depois de reestruturados pelo aluno, são

revisados pelo professor e serão postados no site da escola.

5 RECURSOS DIDÁTICOS

A execução desta Unidade Didática utiliza-se de:

quanto a recursos:

-leitura e estudo de textos finalistas das Olimpíadas de Língua Portuguesa – 2010,

de depoimentos publicados na web, e da tirinha da Mafalda,

- análise dos vídeos : Conscientização sobre o racismo; O xadrez das cores;

quanto a meios: tv pendrive e data show

quanto a espaços: sala de aula, ambiente virtual e temas para casa.

6 AVALIAÇÃO

É importante ressaltar que a avaliação, nesta unidade tem a função diagnóstica:

durante o desenvolvimento da unidade didática, a cada etapa, sempre que se

perceber que o aluno encontra dificuldades, faz-se necessário retomar o conteúdo.

ANEXOS:

I CONSIDERAÇÕES DOS TEÓRICOS: BAKHTIN, MARCUSCHI, UBER e ALVES FILHO SOBRE GÊNERO. a.Os gêneros do discurso Todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem. Compreende-se perfeitamente que o caráter e as formas desse uso sejam tão multiformes quanto os campos da atividade humana, o que, é claro, não contradiz a unidade nacional de uma língua. O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados* (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo da atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo estilo da linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua mas, acima de tudo, por sua construção composicional. Todos esses três elementos - o conteúdo, o estilo, a construção composicional - estão indissoluvelmente ligados no todo do enunciado e são igualmente determinados pela especificidade de um determinado campo d comunicação. Evidentemente, cada enunciado particular é individual, mas dada campo de utilização d língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso. (BAKTHIN,2003,p. 261-262)

BAKHTIN. Mikhai. Estética da criação verbal. (trad. Paulo Bezerra). São Paulo. Martins Fontes. 2003.

b.Gêneros textuais: definição e funcionalidade Tipo textual Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção teórica definida pela natureza lingüística de sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas}. Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. (p.3) Características de cada tipo textual: - descritivo (enunciado de estrutura simples, verbo estático no presente), - narrativo (enunciado de ação, verbo de mudança no passado, referência temporal e espacial), - expositivo (exposição sintética pelo processo de composição; exposição analítica pelo processo de decomposição, relação parte-todo), - argumentativo (enunciado de atribuição de qualidade, juízo de valor, verbo ser no presente), - injuntivo (enunciado incitador de ação, verbo no imperativo, uso do modalizador deve). Gênero textual Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. (p.7) Discurso Discurso é aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instância discursiva. Assim, o discurso se realiza nos textos. (p.7)

MARCUSCHI,Luiz Antônio. Gêneros textuais definição e funcionalidade. Disponível em http://www.proead.unit.br/professor/linguaportuguesa/arquivos/textos/Generos_textuias_definicoes_funcionalidade.rtf Acesso 30 maio 2011

c.A autoria na esfera jornalística dos gêneros do agrupamento do argumentar.

GÊNEROS JORNALÍSTICOS DO

AGRUPAMENTO ARGUMENTAR

TIPO DE AUTORIA

INSTÂNCIA QUE

ASSUME AUTORIA

INSTÂNCIA INTERNA OU EXTERNA DO JORNAL

EDITORIAL

INTITUCIONAL

EMPRESA

JORNALISTICA

INTERNA

COLUNA DE OPINIÃO

ASSINADA

SÓCIO PROFISSIONAL

COLUNISTA

(JORNALISTA)

INTERNA

ARTIGO DE OPINIÃO

SÓCIO-PROFISSIONAL

ARTICULISTA (FIGURA

DA SOCIEDADE)

EXTERNA

CARTA DO LEITOR

INDIVIDUAL PRIVADA

LEITOR

EXTERNA

ALVES FILHO (2006, p.83). Como ilustrado pelo quadro serve para produzir a identidade genérica do editorial o fato de ele possuir uma autoria institucional assumida internamente peja própria empresa e pelo veículo de comunicação onde é publicado. Já a coluna de opinião assinada, embora, tanto quanto o editorial. possua uma autoria. internas à empresa jornalística (visto que os colunistas trabalham para esta e são a ela ideologicamente ligados) apresentam uma autoria do tipo sócio profissional o colunista fala em primeira pessoa e em próprio nome, mas enquanto um jornalista, portanto em nome de sua classe. Por sua vez, os artigos de opinião comungam com as colunas de opinião a autoria individual· profissional, mas destas diferem pelo caráter externo da autoria: articulistas são em geral. representantes de prestígio social dos diversos segmentos profissionais dos grupos sociais. E a carta do leitor possibilita a manifestação de uma autoria. individual privada, de modo que o leitor fale em seu próprio. o nome e em defesa de interesses privados. embora também. encontremos cartas de leitor teor sócio-profissional. O que podemos observar, no conjunto acima, é que, ao se comparar o funcionamento da autoria em gêneros pertencentes a um mesmo agrupamento tipológico e a uma mesma esfera de comunicação, os gêneros se aproximam em relação a alguns “traços” e se distanciam em relação a outros, sendo mais bem compreendidos se vistos em co-relação uns aos outros. (ALVES FILHO, 2006 p.83)

ALVES FILHO, Francisco. A AUTORIA INSTITUCIONAL NOS EDITORIAIS DE JORNAIS. Alfa, São Paulo, 50 (1): 77-89, 2006. Disponível em „http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/1396/1096 Acesso 01 jun 2001.

d.As várias vozes que circulam no artigo de opinião

Um texto escrito traz outras “vozes” que não as do autor, mas que “falam” pelo autor, pelo fato de que a comunicação humana é marcada pelo dialogismo. O autor de um texto “conversa” com outras pessoas que pensam de formas diferentes da sua, através de outras leituras que ele faz. Quem lê um texto deve estar atento a essas “conversas” que muitas vezes nos remetem a outros textos.

Geralmente, as leituras que fazemos são constituídas pelo resultado de muitas outras leituras, o que nos dá condições de fazer esse diálogo entre os textos lidos anteriormente e os que estamos lendo. Esse conhecimento anterior prepara o leitor para concordar ou discordar, totalmente ou em parte das idéias do autor, orienta-o para perceber aspectos que não estão sendo considerados pelo autor do texto e pensar numa possível razão pela qual ele faz isso. Essa leitura crítica faz com que não sejamos manipulados e não aceitemos de pronto qualquer informação ou idéia, podendo exercer nossa liberdade de opinião. (UBER, 2008, p.5)

UBER, Terezinha de Jesus Bauer. ARTIGO DE OPINIÃO: ESTUDOS SOBRE UM GÊNERO DISCURSIVO. PDE 2007/2008. SEED Paraná. Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/255-4.pdf Acesso em 02 fev 2001.

II TEXTOS PARA OS ALUNOS (TERCEIRA AULA) Capital ecológica não é lixão! O lugar onde vivo está entre as principais capitais do Brasil. A cidade de Curitiba é

conhecida atualmente como a cidade mais sustentável do mundo, segundo a Globe Award, sediada em Estocolmo, na Suécia.

Curitiba ostenta a fama de cidade boa de se viver, de capital que cuida da inovação e planejamento urbano no setor de meio ambiente. Estima-se que a área verde da cidade seja de 51 metros quadrados por habitante, cerca de três vezes maior que a área recomendada pela Unesco - não é à toa que recebeu o premio de capital ecológica do Brasil.

Mas algo vem nos tirando o sono: hoje Curitiba e outros catorze municípios produzem diariamente mais de 2.400 toneladas de lixo, que vinham sendo depositadas no “aterro do Caximba”, um bairro da periferia de Curitiba.

De 1989 a maio de 2004 o local armazenou 8 milhões de toneladas de lixo e encerrou sua vida útil.

Para viabilizar o recebimento e tratamento das 2.400 toneladas ao dia, a prefeitura ampliou emergencialmente o aterro em 51.000 metros quadrados, prolongando sua vida útil para mais quatro anos. Esse prazo terminou no final de 2008. No entanto, um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) passou a garantir o funcionamento do local até que ele atingisse a cota máxima de recebimento de lixo.

Para reduzir o envio de lixo para o bairro do Caximba, os municípios usavam técnicas “mirabolantes”: criavam lixões clandestinos que permitiam que catadores sem nenhuma proteção ali trabalhassem.

Alguns moradores do entorno desses lixões clandestinos são pequenos agricultores que estavam preocupados com as poluições das águas em suas propriedades e com o mau cheiro que eram obrigados a suportar, oriundo da queima e putrefação dos resíduos.

Entretanto, para alegria dos moradores de Caximba, no último dia 8 o aterro foi desativado. O novo Centro de Gerenciamento de Resíduos fica na Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba. O local foi preparado para receber 2.500 toneladas por dia. Mas, infelizmente, o problema não foi solucionado, mudou apenas de endereço. Enquanto os moradores do Caximba respiram aliviados a saída do aterro os moradores da Fazenda Rio Grande reclamam do novo vizinho, que ainda trará muita dor de cabeça!

Acredito que se o novo aterro estiver em perfeitas condições, não extrapolando limites, nem poluindo o meio ambiente e preservando o bem-estar da população, não há por que o aterro permanecer na Fazenda Rio Grande.

Uma das possíveis soluções para esse problema não só local, mas global, seria a implantação de usinas para separação do lixo orgânico do lixo reciclável, dando-lhes assim os devidos procedimentos de tratamento, como a reciclagem do lixo inorgânico e a incineração do lixo orgânico, para que este vire adubo, que irá beneficiar as plantações de pequenos agricultores da nossa cidade e região metropolitana.

Enfim, esperamos que a nossa capital não perca seu brilho, nem seus títulos, mas sim, receba com mérito o que é seu. Uma cidade sustentável precisa antes de tudo dar condições de sustentabilidade ao cidadão e é gerando oportunidades e multiplicando soluções que Curitiba fortalece seu posto de Cidade Sorriso, Capital Ecológica e Capital Social, seguindo seu caminho como a cidade que é orgulho de todos os curitibanos e daqueles que vivem em seu entorno. ( p. 208)

Aluna: Anny Thaise Fogaça Professora: Rosicléia Bonsenhor Grzelkovski Escola: Colégio Estadual Benedicto João Cordeiro • Cidade: Curitiba – PR

Construção de presídio gera polêmica Alvorada do Oeste é uma cidade que ainda está em fase de desenvolvimento e

apresenta baixo grau de criminalidade. Por isso os moradores desfrutam de muita tranquilidade.

A construção do presídio estadual na cidade tem levantado uma série de questionamentos.Os moradores fizeram um abaixo-assinado, que foi levado até a prefeitura do município, só que não tiveram um retorno satisfatório e suas exigências não foram atendidas. Acredito que a população tomou uma atitude correta, já que esse abaixo-assinado tinha como objetivo principal contestar a construção.

A justificativa para a construção do presídio é a superlotação da cadeia da cidade, que foi apresentada pelo meritíssimo juiz, dr. Flávio Henrique Melo. A prefeitura local exigiu que o presídio fosse construído com no mínimo 5 quilômetros de afastamento da zona urbana. O prefeito em exercício da cidade de Alvorada do Oeste declarou em entrevista aos alunos:“Como cidadão, sou contra a construção do presídio”. Como prefeito, disse: “O presídio é um mal necessário”. Não concordo com essa afirmação, pois, se é algo mal, não pode trazer nenhum bem.

Uma moradora da cidade, Edna Cristina Silva Santos, não concorda com a construção, tanto quanto eu, e faz as seguintes indagações: “Por que tanto incentivo para a construção de um presídio, se várias outras instituições poderiam ser trazidas para o município e não receberam a devida atenção? Como a extensão da UNIP que seria instalada aqui e foi construída em São Miguel do Guaporé? O INSS, que por não ter a documentação apresentada não foi concluído? A construção do restaurante popular que atenderia às famílias carentes, além de gerar empregos? Nenhuma medida foi tomada”.

O presídio, com base nos dados fornecidos pelo prefeito, gerará em torno de setenta empregos. Resta saber se as pessoas contratadas serão do município, pois, se vier de outras localidades, qual será o benefício para Alvorada? Precisa-se estimular a economia do município. O prefeito disse que o valor destinado à obra é de 20 milhões. Existem moradores na cidade que vivem em situações desumanas, passam fome, não têm moradias decentes. São faces da população que muitos desconhecem, outros fingem que não veem essa situação. E 20 milhões serão investidos em um presídio! Que absurdo!

Portanto, nós não temos garantia de que esse presídio não irá trazer situações desfavoráveis à população, como ocorreu no presídio São José, em Belém do Pará, que foi palco de rebeliões e mortes. Construir presídio em área urbana põe em risco a segurança da população de qualquer localidade do país. Famílias podem começar a viver como prisioneiras de seus medos. Medo de que uma pessoa seja feita refém em uma fuga.

O presídio será estadual, detentos de qualquer parte do Estado poderão ser transferidos para o presídio aqui, e alguns ainda dizem que não será um presídio de alta periculosidade. Realmente, o presídio não será perigoso; os detentos contidos nele é que serão.( p. 212)

Aluna: Kesia Santana Cardoso Professor: Álvaro Augusto Monteiro Chaves Escola: E. E. E. F. M. Santa Ana • Cidade: Alvorada do Oeste – RO

Lobos disfarçados de cordeiros Arapiraca, principal cidade do agreste alagoano, popularmente conhecida como

“Terra do Fumo”, apesar de ser a segunda maior cidade do Estado e atualmente passar por um processo de desenvolvimento socioeconômico muito rápido, mantém viva uma tradição religiosa muito fervorosa, preservada pela maioria de seus habitantes, que são católicos. No entanto, nos últimos meses, nossa cidade teve sua fé abalada devido a um fato que chocou não só a sociedade arapiraquense, mas o país inteiro.

Em março deste ano foi exibido nacionalmente, por uma emissora de grande porte, um vídeo que denunciava um caso de pedofilia envolvendo padres da Igreja Católica de nossa cidade, provando algo que vem acontecendo há muito tempo no mundo todo e que, até então, só se tinha como prova a palavra das vítimas contra a dos “santos padres”. Esse acontecimento fez reacender uma antiga polêmica, levando a sociedade a questionar-se acerca do fim do celibato como principal medida a se tomar para erradicar a pedofilia e o homossexualismo na Igreja Católica.

A sociedade, abalada com essas revelações, devido ao fato de um dos padres envolvidos – de mais de 80 anos – ser visto como uma santidade por muitos em nosso

Estado, mostra-se em sua maioria a favor do fim do celibato. Em um artigo para o jornal Le Monde o renomado teólogo católico Hans King, suíço-alemão, presidente da Fundação Ética Mundial, se pergunta: “Qual é a melhor formação para as gerações futuras de padres?”, e ele mesmo responde: “A abolição da regra do celibato, raiz de todos os males, e a abertura da ordenação às mulheres”. Para ele o celibato é a principal causa dos escândalos ocorridos na Igreja e pelo déficit do número de padres.

Entretanto, do meu ponto de vista, o celibato não deve ser abolido da cultura da Igreja Católica,e nem pode ser associado à pedofilia, pois um não leva consequentemente ao outro, ou seja, uma pessoa não se torna pedófila por ser celibatária e sim porque, segundo especialistas, essa pessoa possui um distúrbio psicológico que aguça esse desejo sexual por crianças. Sendo assim, mesmo que o celibato chegue ao fim e os padres possam assumir sua vocação sacerdotal contraindo também o matrimonio, não estarão livres desse distúrbio, podendo vir a ser um pedófilo mesmo sendo casado, tendo sua mulher e seus filhos.

Devemos nos lembrar também de todos os outros casos de pedofilia envolvendo homens casados e até pais que abusam sexualmente dos próprios filhos. Além disso, acredito que essa tentativa de associar a pedofilia ao celibato seja um ataque direto à Igreja Católica, pois sabemos bem a influência que ela exerce, mesmo nos dias atuais, sobre os conceitos de moralidade e valores da população católica, que ainda é maioria no mundo.

Enfim, penso que, ao analisar essa questão tão polemica, devemos, sem dúvida, levar em consideração a cultura e a fé católica, pois não se podem julgar os preceitos da Igreja pelos erros de padres que não souberam escolher seu caminho, que não honraram a confiança que os fiéis depositaram neles ou que sofrem distúrbios como esse. Todavia, não se pode isentar a Igreja de sua responsabilidade de identificar esses padres e excluí-los da instituição, visto que não são mais exemplos de pastores para o seu rebanho, cabendo à Justiça a condenação pelos seus erros.

Dessa forma, espero que a cultura e a fé católica se recuperem de mais esse escândalo e a instituição passe a analisar melhor as pessoas que são colocadas a serviço de Deus, para que não haja mais casos como esse, pois é muito provável que, diante de todo esse apelo midiático, esses casos se exterminem, porém há outros, em nossas casas, escolas... casos estes em que as pessoas parecem ser cordeiros, quando, na verdade, são lobos disfarçados, como os padres de Arapiraca envolvidos nesse escândalo.( p. 218)

Aluna: Marcia Santiago dos Santos Professora: Maria Lucely Soares de Melo Escola: E. E. Manoel Lúcio da Silva • Cidade: Arapiraca – AL

Modernização à custa de desfavorecimento ou apenas organização visando à

modernização? No Amazonas a economia vem atuando mais ativamente no cenário nacional no

decorrer dos anos em diversas áreas, tendo como grande contribuinte o comércio, com seus respectivos setores. Mas um tipo chama a atenção, por vir se expandindo generalizadamente pela cidade: o comércio informal ou, como é mais conhecido, o comércio ambulante. Segundo a prefeitura, mais de 4.000 pessoas se ocupam dessa atividade só em Manaus.

Recentemente, algo vem interferindo na prática dessa atividade: a revitalização do centro histórico de Manaus. O projeto prevê, segundo a Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento (Sempab), a recuperação do centro da cidade, e para que isso ocorra seria necessária a desocupação dos logradouros públicos com o auxílio da repartição supracitada, da guarda municipal e da policia militar. Os camelôs seriam removidos para um shopping, mais conhecido como camelódromo, que será construído na área privatizada do porto de Manaus. Enquanto o fato não se consuma, os ambulantes possuem um prazo e opções de procura para outro local onde possam trabalhar, obedecendo às exigências da secretaria, como afirma Marcelo Schoreder, diretor de comércio informal da Sempab.

Nesse sentido, os que se opõem à revitalização, os ambulantes, defendem a tese de que isso só reduzirá o movimento de clientes e consequentemente sua renda, afetando

brutalmente seu único meio de sustento, não tendo a oportunidade de aquisição de outro tipo de emprego por apresentarem, em sua maioria, baixo nível educacional, que não representa empecilho para o trabalho autônomo.

Por sua vez, os que argumentam a favor, como os lojistas legalizados e a população que deseja melhoria das condições estruturais do centro, defendem a possível organização do comércio, tornando-o mais justo, mas fica o questionamento: “Como mais justo?” É simples: grande parte, quiçá a totalidade dos ambulantes, não segue as exigências que o Estado impõe, incluído pagamento de taxas, impostos e tributos alfandegários, saindo em vantagem com relação aos lojistas regularizados, que seguem à risca as suas obrigações perante a burocracia comercial.

Analisando o benefício que se estende à população, esse projeto possibilitará, além da modernização e da organização, mais segurança às pessoas que trafegam nos locais destinados a esse tipo de comércio, sem mencionar o crescimento de espaços projetados para o entretenimento familiar.

Na minha opinião, isso não possui lado negativo; pelo contrário, todos vão poder continuar obtendo seu sustento, tendo que cumprir com suas obrigações, como todo e qualquer cidadão formado eticamente, com valores e moralidade, que é o pagamento de seus impostos, necessário à manutenção pública e econômica.

Receio que esse seja o motivo de tal conspiração contra a revitalização por parte dos ambulantes, pois a partir do momento que ocuparem a área disponibilizada ao exercício de sua profissão terão a obrigação de cumprir com todos os deveres impostos pelo Estado.

Portando, vejo que esse é um impasse de fácil solução: basta que ambos façam suas partes, obedecendo aos acordos estabelecidos. Assim, com a união de todos os envolvidos, possamos fazer dessas mudanças grandes contribuições futuras ao crescimento da cidade de Manaus, não só em termos econômicos, mas também urbanos, que de alguma forma auxiliarão na modernização de nosso município, sem conflitar a garantia de sustentabilidade desses trabalhadores que lutam de sol a chuva para conseguirem seu sustento com o progresso que está cada vez mais próximo da nossa cidade. (p. 220)

Aluno: Wellington Mota Gama Professora: Maristela de Fátima Marchante Escola: E. E. Márcio Nery • Cidade: Manaus – AM Aluno: Wellington Mota Gama

Sacolas descartáveis, vidas descartadas Trairi é uma cidade litorânea do Estado do Ceará, atrativa por suas belezas

naturais, fazendo-a bastante procurada, tanto por turistas brasileiros como estrangeiros, o que tem contribuído gradativamente para a degradação do meio ambiente, principalmente pelo uso indiscriminado das sacolas plásticas.

Diante desse problema, foi realizado um projeto ambiental em uma escola do município, propondo a sua substituição por sacolas ecologicamente corretas, como as sacolas retornáveis. Essa proposição dividiu opiniões. Devemos substituir as sacolas plásticas por retornáveis?

O fato de elas serem atóxicas, inertes, leves e de distribuição gratuita, as fazem cada vez mais populares. A quantidade de sacolas encontradas nas calçadas, açudes e até mesmo voando pelo espaço é enorme.

Na pesquisa realizada pelo projeto foi constatado que 34% do comércio varejista de Trairi distribui mensalmente cerca de 18.750 sacolas plásticas. Um número alarmante, que provoca enormes impactos ao meio ambiente. Sem dúvida, os problemas gerados pelo uso são enormes. Sua não biodegradabilidade e os gases produzidos durante sua incineração são algumas das dificuldades encontradas. Além disso, as sacolas podem ir para o mar e matar milhares de animais ou para os bueiros e causar inundações.

Os que são contrários à substituição dizem que elas são muito úteis, fáceis de manusear, e com isso muitos iriam ficar desempregados devido ao fechamento de algumas fábricas de sacolas.

A maioria das pessoas que discorda da substituição desconhece seus efeitos.

Os que são a favor afirmam que é necessário substituí-las, pois causam sérios riscos ao meio ambiente e, com certeza, a vida da nossa cidade fica comprometida.

Segundo o secretário do Turismo e Meio Ambiente, ainda não há políticas públicas enraizadas que tenham procurado soluções efetivas para os problemas ambientais como o uso abusivo das sacolas plásticas.

Penso que devem ser empreendidas ações que visem amenizar o seu uso, tomando medidas urgentes e necessárias para minimizar os impactos já provocados pelos anos de uso irresponsável dessas sacolas. Mesmo tendo um pequeno custo, é necessário que haja a substituição, assim como a aplicação de políticas públicas emergenciais que visem reduzir os problemas e garantir a preservação da vida, não só do nosso município, mas do planeta.

Portanto, a melhor alternativa seria a não utilização dessas sacolas, pois de um jeito ou de outro elas irão prejudicar o meio em que vivemos. ( p. 224)

Aluna: Débora Rodrigues Mesquita Professora: Elizeuda Vitoriano de Moura Escola: E. E. F. M. Raimundo Nonato Ribeiro • Cidade: Trairi – CE. (BRASIL,2010) Disponível em http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/images/stories/publico/noticias/20101201opiniao.pdf Acesso em 08 mar 2011.

III DISCRIMINAÇÃO RACIAL a.Conceitos relacionados a discriminação racial (SEXTA AULA): Alteridade: Os dicionários registram apenas "qualidade de ser outro': mas o termo é um conceito importante na antropologia, por fazer referência ao efeito de reconhecimento ou mesmo de produção cognitiva das diferenças. Uma relação de alteridade é uma relação com um outro no qual não nos vemos refletidos. É oposto de identidade. Apartheid: "Vida separada': ou segregação racial ou política, foi adotada legalmente em 1948, na África do Sul, para designar o regime político daquele país que pregava o separatismo entre brancos (que detinham o poder) e negros (não-cidadãos). Arte degenerada: Designação que os regimes fascistas e nazistas, surgidos na primeira metade do século XX, atribuíam à Arte Moderna,marcada pelo desejo de ruptura com a estética tradicional, academicista, por isso, desconstruidora do perspectivismo renascentista, do figurativismo e largamente inspirada em temas proibidos e nas artes não-ocidentais, como a africana. Declaração Universal dos Direitos Humanos: É um dos documentos básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela são enumerados os direitos que todos os seres humanos possuem. Desigualdade: Quando falamos em desigualdade, estamos tratando de um fenômeno social que produz uma hierarquização entre indivíduos e/ou grupos não permitindo um tratamento igualitário (em termos de oportunidades, acesso a bens e recursos etc.) a todos/as. Diferença: Ao falarmos de diferença, estamos marcando que indivíduos e/ou grupos possuem variadas formas de distinção ou de semelhança (sexo, cor, idade, nacionalidade etc.). A relação entre eles estabelece-se na medida em que a desigualdade se pauta por critérios que são de diferença e semelhança, como sexo, cor, orientação sexual. Por isso, o emblema: Viva a diferença com direitos iguais! Discriminação: Ação de discriminar, tratar diferente, anular, de tornar invisível, excluir, marginalizar. Estratificação: Indica a existência de desigualdades, de diferenças entre pessoas em uma sociedade; significa que grupos de pessoas ocupam lugares diferentes e desiguais. Etnia: Refere-se à classificação de um povo ou de uma população de acordo com sua organização social e cultural, caracterizadas por particulares modos de vida. Etnocentrismo: Termo forjado pela antropologia para descrever o sentimento genérico das pessoas que preferem o modo de vida do seu próprio grupo social ou cultural ao de outros. O termo, em princípio, não descreve necessariamente atitudes negativas em relação aos

outros, mas uma visão de mundo na qual o centro de todos os valores é o próprio grupo a que o individuo pertence. Porém, como a partir desta perspectiva todos os outros grupos ou as atitudes individuais são avaliados tendo em vista os valores do seu próprio grupo, isto pode gerar posições ou ações de intolerância. Etnologia: Ciência que se dedica ao estudo social e cultural dos povos não-ocidentais, ou povos tradicionais. Eurocentrismo: O eurocentrismo é uma forma de reduzir a diversidade cultural a apenas uma perspectiva paradigmática que vê a Europa como a origem única dos significados, o centro de gravidade do mundo, o paradigma a partir do qual o resto do planeta deve ser medido e comparado. Mestiço: São designados mestiços os animais cujos ancestrais são de raças diferentes. Esta designação foi expandida para o caso dos humanos por uma extensão da lógica racista, que postula ser possível identificar raças humanas e estabelecer diferenças entre os indivíduos de raças puras e os de raças misturadas. No caso do Brasil, mestiço índica basicamente duas combinações raciais, que resultam no "mulato" (derivado da palavra "mula"), formado pela combinação de pais brancos e negros, e no caboclo, formado pela combinação de brancos e indígenas. Existem ainda outras possibilidades de identificação de mestiços, como os cafusos, formados pela combinação de pais negros e indígenas, mas esta e ainda outras combinações possíveis não têm a mesma importância que as primeiras, justamente em função do papel que elas exercem na citada mitologia das três raças e em decorrência do lugar privilegiado do branco/a nesta mitologia. Mito da Democracia Racial: Este mito é atribuído ao sociólogo Gilberto Freyre que, entre as décadas de 1930 e 1950, escreveu Casa grande e senzala, grande obra sobre as relações raciais no Brasil. Nela, partindo do princípio positivo de romper com as abordagens racistas da sociedade e da história brasileira contra os negros, Gilberto trouxe à tona as relações que existiam entre senhores/sinhás e escravos/as, assim como os modos de vida da elite e do povo. Ao realizar tais análises, Freyre acabou por produzir a imagem de uma sociedade harmônica e integrada afetiva e sexualmente, mas de fato artificial. Seu pensamento exerceu, porém, grande influência sobre a literatura e os pensadores subseqüentes, a ponto de aprendermos, por meio deste mito, que o Brasil é um país onde não existe preconceito ou discriminação de raça ou de cor e no qual as diferenças são absorvidas de forma cordial e harmoniosa . Preconceito: Conceito preestabelecido, alimentado pelo estereótipo; é um pré-juízo. Preconceito: Qualquer atitude negativa em relação a uma pessoa ou a um grupo social que derive de uma idéia preconcebida sobre tal pessoa ou grupo. É possível então dizer que a atitude preconceituosa está baseada não em uma opinião adquirida com a experiência, mas em generalizações que advêm de estereótipos. Racismo: É uma doutrina que afirma não só a existência das raças, mas também a superioridade natural e, portanto, hereditária, de umas sobre as outras. A atitude racista, por sua vez, é aquela que atribui qualidades aos indivíduos ou aos grupos conforme o seu suposto pertencimento biológico a uma dessas diferentes raças, portanto, de acordo com as suas supostas qualidades ou defeitos inatos e hereditários. Sistemas de castas: são sistemas tradicionais de estratificação, hereditários ou construídos socialmente por lei ou pela prática comum, e que tomam como base as classificações por raça, cultura, ocupação profissional etc. (MEC, 2009, p.197.;204:226) b.MAFALDA (SEXTA AULA) Personagem Mafalda do escritor argentino Joaquín Salvador Lavado (Quino): Mafalda nasceu em um contexto perturbado (1963), em que vigorava o conturbado Bloco Bipolar, com a disputa do Capitalismo e do Socialismo, dando seqüência as duas Guerras Mundiais. Além disso, surgiu em meio à Revolução Cultural e as novas concepções do papel da mulher. Logo ainda, em 1966, a Argentina foi surpreendida pela Ditadura Militar, em que direitos sociais, civis e políticos são cortados, juntamente com a censura à imprensa, e em seguida esteve sobre o domínio do peronismo novamente (2ª fase – 1951-1955), que já não era mais consolidado e se dividia entre direita e esquerda, terminantemente em conflitos

políticos, já que deixara de refletir sob os ideais do assistencialismo, do nacionalismo e do antiimperialismo. Mafalda surgiu para contestar todos os acontecimentos mundiais e principalmente os argentinos. Mafalda era uma manifestação de Quino, uma ironia, que não poderia ser protestada em meio a uma Ditadura que fez sumir muitas pessoas. Mafalda era, assim, a própria Revolta. Uma metáfora da revolta popular, que já não mais tinha forças para protestar. Em suas tirinhas percebe-se sua revolta e seu incorfomismo com o mundo, com os adultos, que nada fazem; com as mulheres submissas e conhecidas como “amélias” como sua própria mãe; com as perguntas sem respostas; e com o capitalismo difusor e desgastante. Enfim, Mafalda é uma grande sonhadora, que ama o conhecimento, as boas causas e um mundo justo. (ROSSI, 2009,p.2,3)

ROSSI, Raphaela Costa. A ANÁLISE DISCURSIVA DE TIRINHAS EM QUADRINHO SOB A TEMÁTICA EDUCATIVA. Disponivel em http://www.cedae.iel.unicamp.br/revista/index.php/lle/article/viewFile/768/544 Acesso 29 maio 2011.

c.Mafalda e Susanita: construções de estereótipos Mafalda representa o estereótipo da mulher contemporânea, emancipada: ela é bem informada, contestadora, “revolucionária”. Está preocupada com os problemas mundiais e políticos e não com os afazeres domésticos, o que é o maior motivo de crítica em relação à sua mãe que é, freqüentemente, humilhada pela filha por não ser formada e assumir o papel de “mulher submissa”. Para Mafalda, a vida doméstica da mãe é totalmente relacionada ao seu fracasso pessoal. Já Susanita sonha em ser mãe de muitos filhos e se casar com um homem rico e bonito, estereótipo esse que corresponde ao de uma mulher antiquada, que não aderiu ao movimento de liberação feminana e, portanto, não se tornou independente. Para ela mulher não se torna inferior por assumir este papel. Susanita pensa em ser uma “senhora rica”. Essa sua postura em relação ao futuro vem acompanhada de suas características negativas, tal como ser fofoqueira e fútil. Susanita é também mostrada como egoísta e conseqüentemente alienada dos problemas mundiais, pois é egocêntrica e pensa apenas em seu futuro. (SANTOS,p. 546)

SANTOS, Ana Paula dos. MAFALDA E SUSANITA: A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES FEMININAS NAS TIRINHAS DE QUINO. In LÍNGUA, LITERATURA E ENSINO, Maio/2009 – Vol. IV. Disponível em http://www.cedae.iel.unicamp.br/revista/index.php/lle/article/view/734/516

d.O xadres das cores (SETIMA AULA) O vídeo conta a história de uma idosa que mora com seu sobrinho. Ela tem problemas de saúde, mas ele precisa ausentar-se por um tempo. Para solucionar o problema, eles contratam alguém para auxiliá-la nos afazeres da casa e dar-lhe os medicamentos de uso contínuo. No entanto, ela encontra problemas para conviver com sua ajudante devido à funcionária ser negra. Mesmo vivendo em conflito, a idosa ensina a funcionária a jogar xadrez. Metaforicamente o texto é teatralizado com as duas personagens jogando xadrez entremeado por questões sobre a discriminação racial. Gênero: Ficção. Diretor: Marco Schiavon. Elenco Anselmo Vasconcellos, Mirian Pyres, Zezeh Barbosa . Ano: 2004. Duração: 22 min.. Cor Colorido. País: Brasil. Local de Produção: RJ. Sinopse: Cida, uma mulher negra de quarenta anos, vai trabalhar para Maria, uma velha de oitenta anos, viúva e sem filhos, que é extremamente racista. A relação entre as duas mulheres começa tumultuada, com Maria tripudiando em cima de Cida por ela ser negra. Cida atura a tudo em silêncio, por precisar do dinheiro, até que decide se vingar através de um jogo de xadrez.

Melhor Filme - Júri Popular no Festival de Cinema de Goiás 2005. Finalista no Grande Prêmio TAM do Cinema Brasileiro 2005. Melhor Curta - Júri Popular no Festival de Cinema Brasileiro de Miami 2005.

Melhor Curta Metragem Nacional pelo Júri Popular no Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba 2005. Prêmio Especial no Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba 2005. Melhor Curta Metragem Nacional pelo Júri Popular no Festival de Goiânia 2005. Melhor Atriz no Jornada de Cinema da Bahia 2005 Melhor Curta Metragem Nacional pelo Júri Popular no Mostra Cine Rota 22 2005. Site onde o filme pode ser encontrado: http://www.portacurtas.com.br/Filme (BRASIL,p.36-37, 2007) e.Conscientização sobre o racismo (DÉCIMA SEGUNDA AULA) É um vídeo disponibilizado no youtube. Não há , na página da web, referência a informações sobre seu contexto de produção. Devido ao seu conteúdo é possível sua utilização para sensibilização para se prestar mais atenção no racismo contido nas ações humanas. As imagens demonstram claramente as atitudes de discriminação que o adulto, às vezes, pratica, porém que a criança não demonstra atitude de discriminação em relação ao adulto que tenta ajudá-la. Do ponto de vista da língua, ele exemplifica as diversas linguagens utilizadas pelo humano em sua comunicação com o outro. As imagens do vídeo permitem interpretação do conteúdo tanto do ponto de vista da reflexão quanto da comunicação. Por isso, é importante fazer a leitura do conteúdo implícito e explicito das imagens. Disponível

em http://www.youtube.com/watch?v=BCRHxBJMjJw Acesso em12 dez 2010.

REFERÊNCIAS

ALVES FILHO, Francisco. A AUTORIA INSTITUCIONAL NOS EDITORIAIS DE JORNAIS. Alfa, São Paulo, 50 (1): 77-89, 2006. Disponível em http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/1396/1096 Acesso 01 jun 2001. BAKHIN. Mikhai. Estética da criação verbal. (trad. Paulo Bezerra). São Paulo. Martins Fontes. 2003.

BRASIL. Ministério da Educação. Gênero e diversidade na escola: Formação de professores em Gênero, Sexualidade, Orientação Sexual e Relações Étnicos-Raciais.. Livro de Conteúdo, versão 2009. Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: SPM, 2009. BRASIL. Ministério da Educação. Olimpíada de Língua Portuguesa. Artigo de Opinião. 2010. Disponível em http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/images/stories/publico/noticias/20101201opiniao.pdf Acesso 08 mar 2011. BRASIL. Ministério da Educação. Programa Ética e Cidadania : construindo valores na escola e na sociedade : relações étnico-raciais e de gênero / organização FAFE – Fundação de Apoio à Faculdade de Educação (USP) , equipe de elaboração Ulisses F. Araújo... [et al.]. –Brasília :2007. GOMES, Maria Lúcia de Castro. Metodologia do ensino de língua portuguesa. São Paulo:Saraiva,2009. MARCUSCHI, Luiz Antonio. Produção Textual, análise de gêneros e Compreensão. São Paulo:Parábola Editorial, 2008. MARCUSCHI,Luiz Antônio. Gêneros textuais definição e funcionalidade. Disponível em http://www.proead.unit.br/professor/linguaportuguesa/arquivos/textos/Generos_textuias_definicoes_funcionalidade.rtf Acesso 30 maio 2011 QUINO, Joaquim Salvador Lavado. Toda Mafalda. Tradutores Andréa Stahel M. da Silva..et.al.São Paulo: Martins Fonte, 1993.(p.30) ROSSI,Raphaela Costa. A ANÁLISE DISCURSIVA DE TIRINHAS EM QUADRINHO SOB A TEMÁTICA EDUCATIVA. Disponivel em http://www.cedae.iel.unicamp.br/revista/index.php/lle/article/viewFile/768/544 Acesso 29 maio 2011. SANTOS, Ana Paula dos. MAFALDA E SUSANITA: A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES FEMININAS NAS TIRINHAS DE QUINO. In LÍNGUA, LITERATURA E ENSINO, Maio/2009 – Vol. IV. Disponível em http://www.cedae.iel.unicamp.br/revista/index.php/lle/article/view/734/516 SCHIAVON, Marco(diretor).O xadrez das cores(vídeo). Rio de Janeiro,2004. Disponível em: http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?cod=2932&Exib=1

UBER, Terezinha de Jesus Bauer. ARTIGO DE OPINIÃO: ESTUDOS SOBRE UM GÊNERO DISCURSIVO. PDE 2007/2008. SEED Paraná. Disponível em http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/255-4.pdf Acesso em 02 fev 2001. VÍDEO: Conscientização sobre o racismo. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=BCRHxBJMjJw Acesso em12 dez 2010.