transposição do rio da cruz

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ESPECIALIZAÇÃO EM FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INTERDISCIPLINARES DESENVOLVIMENTO REGIONAL: Plano Gestor Da Captação Pluviométrica Da Cidade De Patos - PB PROJETO DE CONSTRUÇÃO DE UMA BARRAGEM ELEVATÓRIA PARA TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO DA CRUZ PARA O AÇUDE JATOBÁ, NA CIDADE DE PATOS, PARAIBA. DISCIPLINA: EDUCAÇÃO DO CAMPO PROFESSORA: MS. EUNICE FERREIRA Por Helder Lamark da Silva Nunes Vieira, Professor de Matemática Patos – PB. Outubro de 2013

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Page 1: Transposição do Rio da Cruz

ESPECIALIZAÇÃO EM FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO: PRÁTICAS

PEDAGÓGICAS INTERDISCIPLINARES

DESENVOLVIMENTO

REGIONAL: Plano Gestor Da

Captação Pluviométrica Da Cidade

De Patos - PB

PROJETO DE CONSTRUÇÃO DE UMA BARRAGEM ELEVATÓRIA

PARA TRANSPOSIÇÃO DAS ÁGUAS DO RIO DA CRUZ PARA O

AÇUDE JATOBÁ, NA CIDADE DE PATOS, PARAIBA.

DISCIPLINA: EDUCAÇÃO DO CAMPO

PROFESSORA: MS. EUNICE FERREIRA

Por Helder Lamark da Silva Nunes Vieira, Professor de Matemática

Patos – PB. Outubro de 2013

Page 2: Transposição do Rio da Cruz

RESUMO

Este trabalho enuncia os passos para a implementação do projeto que visa a

construção de um barramento de terra com a função de elevar as águas do Rio da Cruz

até a altitude do espelho d’água do Açude Jatobá, na cidade de Patos, Paraiba por meio

de um canal de transposição. Aqui estarão descritas as sugestões dos processos que

envolvem a concepção desta barragem, sua exata localização, dimensões, assim como

o canal que conduzirá as águas por ação da gravidade.

CONTEÚDO PARALELO COM MATEMÁTICA

Este trabalho se embasa sob os conceitos de geometria espacial, que podem ser

explorados tanto no ensino fundamental quanto no médio. Esta atividade faz parte do

currículo para execução do projeto de Intervenção Pedagógica para o ano de 2014,

intitulado Convívio Harmônico com o Semi – Árido: Contribuições Proporcionadas

Pelas Tecnologias Educacionais Aliadas ao Conhecimento Matemático, do qual, preza

por desenvolver o senso crítico do aluno da Escola Aldo Sátiro Xavier em Cacimba de

Areia, Paraiba; de forma que este aluno possa nutrir um olhar observador sobre as

potencialidades da região onde vive.

INTRODUÇÃO

Este projeto se lança como alternativa ao Açude Espinho Branco, anunciada em

março deste ano, pois a construção deste, orçada em 100 milhões de reais de acordo

com seu projeto, inundará uma grande área, sem ter uma capacidade de

armazenamento compatível com a área que ocuparia. Fato marcante a ser observado é

que o Açude Espinho Branco, segundo a localização em seu projeto, não é

contemplado pelo principal afluente tributário do Rio da Cruz, que é o Riacho das

Moças, que é um grande coletor de águas não captadas desde sua nascente, na cidade

de Matureia, Paraiba. O Açude Espinho Branco capta as águas provenientes da Sangria

do Açude da Capoeira, o que significa que, para que este novo reservatório passe a

Page 3: Transposição do Rio da Cruz

captar águas, faz – se necessário que haja o transbordamento das águas da Barragem

da Capoeira, que já possui armazenamento na ordem de cinquenta e três milhões de

metros cúbicos em sua capacidade segundo a AESA. Logo, seria necessário uma carga

pluviométrica muito significativa para que o Açude Espinho Branco pudesse captar

águas efetivamente aproveitáveis para os interesses da população da cidade de Patos,

Paraiba.

A transposição do Rio da Cruz vem em contraponto a esta obra por aproveitar o

recursos estruturais e naturais já existentes, utilizando entre 10% a 15% do orçamento

da construção do Açude Espinho Branco, sendo que o reflexo de sua implementação

seria de um prazo muito menor para render resultados.

OBJETIVOS

A obra relatada neste dossiê prima por cumprir a sequencia de objetivos abaixo:

I – Represar o curso dágua do Rio da Cruz na altura das coordenadas xxxx, no sopé

leste do Inselberg Espinho Branco na cidade de Patos, Paraiba.

II – Desviar por gravidade o curso do Rio da Cruz com a elevação das águas até

altitude superior ao nível do sangradouro do açude Jatobá através de canal aberto.

III – Aproveitar o grande volume das águas pluviais do Rio da Cruz, que até o presente

momento, não são captadas por nenhum reservatório.

OBJETIVO SECUNDÁRIO

I – Sob a mesma ótica desta proposta, desviar o leito do curso do Riacho Pilões para a

Barragem da Farinha.

II – No período que o Açude Jatobá e Farinha estiverem com níveis baixos, aprofundar

suas margens e retirar o excesso de areia acumulada ao longo dos anos, visando maior

efetividade no acúmulo de águas.

Page 4: Transposição do Rio da Cruz

PROBLEMATIZAÇÃO

A bacia hidrográfica do Rio da Cruz é formada pelos seguintes afluentes:

Riacho do Campestre, Rio São Gonçalo, Riacho da Capoeira e Riacho das Moças. No

ponto onde será instalado barramento, todas as águas dos afluentes do Rio da Cruz

serão captadas, exceto as do Riacho do Campestre. Com uma área de

aproximadamente 311 km², a bacia hidrográfica do Complexo Hidrográfico do

Espinho Branco tem capacidade de captar 4.750.000 metros cúbicos d’água em um

ano com uma precipitação pluviométrica média de 500 milímetros, sendo que a média

pluviométrica da região de Patos, Paraíba é na ordem de 700 milímetros anuais.

Descrição específica dos afluentes:

• Riacho São Gonçalo: Sendo o mais extenso dos afluentes do Rio da Cruz, com

cerca de 33 quilômetros de extensão e possuindo o segundo maior volume de águas, o

Rio São Gonçalo tem sua nascente em um desvio de águas no Sítio Jardim, em Santa

Teresinha, Paraiba. Deste ponto, o manancial serpenteia os baixios do município, tendo

alguns pequenos barramentos em seu percurso. O Riacho São Gonçalo possui como

afluente tributário o Riacho da Urtiga, formado a partir da Sangria do Açude Urtiga, no

município de Santa Teresinha.

• Riacho da Capoeira: Este afluente, com uma extensão de 32 quilômetros, tem sua

nascente na Serra de Teixeira, nas divisas dos municípios de Matureia, Teixeira e Mãe

D’água. Possui considerável volume de águas que descem a serra e são captados pela

Barragem da Capoeira, maior manancial da região de Patos. Ao transbordar, verte para

o rio da Cruz uma considerável carga pluvial. Sua pequena extensão após o

sangradouro da barragem da Capoeira sempre possui águas vertendo devido à revença

do manancial e pela abertura de comportas.

• Riacho das Moças: Mesmo não sendo o mais extenso afluente, este é o que coleta

maior carga hídrica para o Rio da Cruz, cerca de 70% do volume total. Este manancial

Page 5: Transposição do Rio da Cruz

tem sua nascente no planalto da Serra de Teixeira, no município de Matureia e escorre

pelos boqueirões da serra homônima onde ainda neste mesmo município é barrado

pelo Açude das Moças, com volume aproximado de 6 milhões de metros cúbicos

segundo a AESA. No entanto, o riacho das moças capta seu maior volume hidrico após

o barramento deste açude. Quando atinge as proximidades do município de São José

do Bonfim, o riacho das Moças se aproxima consideravelmente da sua divisa com a

bacia hidrográfica do Açude Jatobá, o que decorreu a ideia materializada no projeto

antigo de se construir de uma barragem elevatória com a finalidade de desviar por

gravidade as águas do Riacho das Moças para a bacia hidrográfica do Açude Jatobá.

Ocorre que a implantação desta barragem se localiza em um ponto onde é possível

apenas 25% da captação hídrica total deste manancial, pois a maior parte das águas

pluvias são captadas na sua extensão de planície, pois a maior parte de sua extensão se

localiza neste tipo de terreno, o qual é recortado com muitos córregos tributários.

ESQUEMA DE CAPTAÇÃO HIDROGRÁFICA DO RIO DA CRUZ

Comparação de Viabilidade em relação às Construções do Açude Espinho Branco

ou do Canal do Jatobá

Riacho dosMacacos

Manancial doRiacho da Urtiga

Manancial doRiacho daCapoeira

Riacho das Moças

Page 6: Transposição do Rio da Cruz

Na imagem da página anterior, ao final da demarcação azul, fica a localização do

barramento necessário para nivelamento das águas do açude Jatobá com o Riacho das Moças.

Neste ponto, todas as águas da Bacia Sudoeste da região de Patos, Paraiba são comprimidas

rumo ao referido canal. O açude Espinho Branco, por sua vez, é contemplado somente com

as águas do Riacho da Capoeira (traçado amarelo). Este, para atingir sua capacidade

volumétrica máxima, necessita que antes o Açude da Capoeira tenha transbordado.

ETAPAS DA CONSTRUÇÃO DO CANAL

Para que a transposição seja feita de forma proativa e em tempo hábil, após todo o

levantamento topográfico da obra, há de se respeitar as seguintes etapas:

I – Construção de uma ponte com extensão mínima de 50 metros e 10 de altura para a

passagem das águas pela rodovia PB – 110. Esta ponte deve ser uma das primeiras

construções da obra. Com isto, o trânsito na rodovia PB – 110 não terá maiores transtornos,

tendo apenas que fazer um desvio a seco enquanto a ponte é erguida.

II – Rebaixamento da superfície até 251m acima do nível do mar para a passagem do canal.

Isto evitará maiores correntezas no canal, pois quando o açude Jatobá estiver a 1 metro de

transbordar, as águas do açude e do canal já estarão niveladas, permitindo inclusive, o

controle da vazão.

III – Evacuação da área alagável do lago elevatório do Rio da Cruz

IV – Impermeabilização do solo na área alagável e de possíveis fendas no serrote espinho

branco

V – Erguimento do baldo do lago elevatório

VI – Construção do canal de transposição

VII – (Posteriormente) Desvio das águas do Riacho Pilões para a barragem da Farinha

VIII – (Posteriormente) Aprofundamento das margens do Açude Jatobá

Page 7: Transposição do Rio da Cruz

O LAGO ELEVATÓRIO

O lago elevatório não tem fins de recreação nem de abastacimento, serve apenas para

elevar as águas do Rio da Cruz ao nível do açude Jatobá; portanto, não terá grande área de

espelho d’água, o que consequentemente, produzirá pouco impacto ambiental na região, assim

como não acarretará necessidade de evacuações significativas no seu entorno.

REFERENCIAL DO PROJETO

Segue abaixo o gráfico mostrando o índice máximo de vazão do Rio da Cruz na altura

do ponto onde será construido o lago elevatório para a transposição:

Fonte: 2013 – AESA / SEMARH

No gráfico acima, As unidades de 1 a 16 indicam os últimos anos que foram coletados

os dados de vazão pluviométrica no referido afluente, onde o número 1 refere – se ao ano de

1998, o 2 refere – se a 1999 e assim por diante. As unidades verticais referem – se a

quantidade em milhares de metros cúbicos em vazão naquele afluente, multiplicados por 3

segundo a escala Burkli - Ziegler. Desta perspectiva, faz – necessária a construção de um

canal que suporte com folga o nível de vazão máxima deste afluente, ou seja, cerca de 170

metros cúbicos por segundo. Logo, um canal com vazão de 160 a 180 metros cúbicos por

segundo faz – se suficiente, haja visto que, por registros históricos do município de Patos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 190

10000

20000

30000

40000

50000

60000

Vazão (m³)

Ano

Page 8: Transposição do Rio da Cruz

(IHGP), esta vazão acima de 135 mil metros cúbicos deu – se somente nos anos de 1899,

1924, 1949, 1967, 1984 e 2009, nunca tendo superado a marca proposta de vazão do canal.

Para comportar o equilíbrio dos níveis de armazenamento, o alagamento precisa

ocupar uma área com cerca de 170 mil metros quadrados, não acarretando, portanto, maiores

necessidades de evacuação das habitações adjacentes.

A partir deste pequeno lago elevatório, se inicia a construção de canal

CONDIÇÃO DO SOLO NA CONSTRUÇÃO DO LAGO ELEVATÓRIO

Todo o solo da área alagável da

obra configura – se como podzoico

vermelho / amarelo equivalente e

eutrófico (PE). O que confere

grande impermeabilidade, baixos

nívels de revença e precisa

portanto, decompactação e

impermeabilização simples para

tanto, carecendo somente de

vedações de concreto armado no

posicionamento do baldo.

Lago da Transposição

PERÍMETRO E ÁREA

Page 9: Transposição do Rio da Cruz

DESCARGA MÁXIMA ESPERADA, DA BACIA DE CAPTAÇÃO

É considerada bacia de captação a área de terra que contribui com enxurradas para

aumentar o curso de água a ser represado. Vários são os métodos de determinação da descarga

máxima esperada em uma bacia de captação. No caso deste lago elevatório, foi determinada

pelos métodos de Fuller e de Burkli - Ziegler, tendo sido obtidos os resultados dados a seguir.

MÉTODO DE FULLER

Q = KA4/5

Onde:

Q = média anual das vasões máximas diárias em pés/segundo

K = coeficiente a ser determinado, caso por caso, com dados

disponibilizados pela AESA

A = área em milhas quadradas. (Converter posteriormente para km²)

Substituindo pelos valores, teremos:

Qd = 100 X 0,970 4 /5

Qo = Qd (1 +2,664 /5 ) cúbicos/segundo

Logo, a vazão esperada será de:

Q = Qo (1 + 0,8 log T) = 401,086 pés/seg.

FÓRMULA DE BURKLI-ZIEGLER

Q = 11

500. I . A .

4√J /A

Onde:

Q = vasão em m³ / seg

K = coeficiente, variável de acordo com a bacia de captação

I = intensidade de precipitação em cm/hora

J = declividade em m/km

A = área da bacia de captação em ha

Substituindo pelos valores teremos:

Q = 0,022 X 0,30 X 12 X 248,4 x 4√70/248,4

Q = 141,4 m³/s de vasão média.

Page 10: Transposição do Rio da Cruz

PROJETO DA BARRAGEM

Calculada a descarga máxima da bacia torna-se possível elaborar o projeto, o qual é,

em geral, desenhado sobre planta topográfica plani-altimétrica da área escolhida disponível

pelo IBGE.

CÁLCULO DO EXTRAVASOR (vazante)

No caso de pequenas barragens, o ladrão deve ser calculado para dar escoamento à

enxurrada máxima; no caso de barragens maiores, pode-se contar com a bacia de inundação

para absorver parte dessa enxurrada. O cálculo do extravasor poderá ser feito usando-se

qualquer das fórmulas destinadas ao cálculo de vasões em vertedores de paredes espessas, ou

então poderá ser obtido em tabelas calculadas com o auxílio dessas fórmulas.

Vista superior do lago, com isoietas de profundidade média

Variação de profundidades. 1: de 0 a 2,50m. 2: de 2,51m a 5,00m. 3: de 5,01m a 7,50m. 4: > 7,50m.

Abaixo, recorte do baldo, com esquema de montagem

Para o lago da transposição, seu

extravasor foi calculado pela fórmula:

Q = 1,77BH3/2

300m

Profundidade0m a 2,5m

Profundidade2,51m a 5,00m

Profundidade5,01m a 7,50m

Profundidade7,51m a 10,00m

Canal

Volante do registro de descarga

TerraTerra

Declive: 30%

Cortina de concretoarmado

1

2 3 41 2 3 4

0m 300m

SERROTE ESPINHO BRANCO

Page 11: Transposição do Rio da Cruz

Onde: Q = vasâo, e m³ / s

B = largura da soleira, em metros

H altura da lâmina vertente, em metros

Cálculo da vasão em m³/s: V = 9,8 . tg(a) . A

Tendo a descarga máxima da bacia sido calculada para cerca de 170 m³/s e tendo sido

fixada a largura do vertedor em 9m, só restava determinar a altura, ou seja H, que foi achada

ser igual a 2,40m.

CÁLCULO DO VOLUME ACUMULADO

Este é baseado na planta topográfica da bacia inundada. A semi-soma de duas áreas

consecutivas, multiplicada pela diferença de altura entre elas , dará o volum e acumulado

parcial; a soma dos volumes parciais dará o volume total As áreas circunscritas.

Volumes acumuláveis de água na bacia de inundação do lago de transposição

Cota Área (m²)Vol. Total (m³)

Cota 1 = 2,3x10^6 Cota 2 = 1,4x10^6 Cota 3 = 8,6x10^5Cota 4 = 1,9x10^4

1 9,2x10^5

2 5,6x10^5

3 3,4x10^5

4 7,6x10^4

O volume acumulado total poderá ser obtido somando - se os volumes parciais ou diretamente

através da fórmula:

Vt = A1+An

2. h + A2 + … An,

O que confere, após submeter os valores à formula: 4.750.000 m³ aproximadamente

A’, A”, An representam as áreas circunstritas pelas diferentes curvas de nível. Substituindo A1,

A2, etc.

Page 12: Transposição do Rio da Cruz

PROJEÇÕES E DETALHES FINAIS DA OBRA

1 – O lago elevatório

Projeção lago de transposição; com suas águas niveladas a 1 metro da sangria do açude Jatobá

Projeção aérea do procedimento de transposição: 1 – Lago elevatório das águas do Rio da Cruz; 2 – Canal

de transposição; 3 – Ponte sobre o canal de transposição; 4 – Açude Jatobá.

1 23

4

12

3

4

Page 13: Transposição do Rio da Cruz

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Obviamente este trabalho é apenas um levantamento do potencial hídrico da bacia

hidrográfica do Rio da Cruz, o qual, sugere uma transposição de suas águas no sopé do serrote

Espinho Branco para o Açude Jatobá. Neste ponto, todas as águas estão concentradas e no

ponto mais próximo do Açude Jatobá; portanto, carece de atenção política, pois a cidade de

Patos tem se tornado altamente dependente das águas do Manancial de Coremas, o qual, até o

fechamento deste trabalho, encontra – se em situação crítica. Embora as perspectivas

pluviométricas para 2014 sejam animadoras, fontes como a AESA e o canal CLIMATEMPO

sugerem cautela para os anos vindouros. Temos em andamento a obra de transposição do Rio

São Francisco, que foi a inspiração deste trabalho, embora esteja avançando a lentos passos.

Vale ressaltar que a princípio, a cidade de Patos não será contemplada com as águas

daquele manancial, o que me conduziu a buscar meios alternativos de potencializar a

sustentabilidade hídrica da cidade de Patos. Portanto, esse estudo configura – se como uma

proposta a um custo inferior e a ser realizada em menor tempo, que vem de combate a um

problema já exposto neste trabalho. Há de se ressaltar também que ele serve como alternativa

à construção do Açude Espinho Branco, que foi muito difundida no mês de março deste ano,

mas que devido a sua localização, implicará em um grande gasto na desocupação de terras e

indenizações, pois devido a área onde possivelmente se localizaria, este açude teria um vasto

espelho d’água, o que faria com que sofresse grande evaporação, assim como dependeria

primariamente da sangria do açude Capoeiras para começar a captar água. Esta proposta de

transposição, por sua vez, dada a sua simplicidade, onerará muito menos os cofres públicos,

não terá maiores impactos ambientais, bem como pouco será gasto com indenizações de

remoção de habitações, e pode ir de encontro com a maior necessidade da cidade de Patos:

Água. O Açude Jatobá poderá receber todas as águas do Rio da Cruz, que mesmo neste ano de

2013, com chuvas muito abaixo da média, fez verter grande quantidade de água que não foi

aproveitada. Não posso encerrar este trabalho sem demonstrar gratidão ao suporte da

professora Eunice, a qual, mediando a disciplina Educação do Campo, fez com que nós,

professores pudéssemos enxergar de modo crítico sobre todo o potencial que nossa terra

possui, e foi por essa condução de pensamento que fui em campo fazer os levantamentos aqui

expostos. Que este trabalho seja semente e se some a todas as propostas que visem o

desenvolvimento da nossa região. No mais, encerro com um pedido: Senhores governantes,

reflitam: Transposição do Rio da Cruz, já!

Page 14: Transposição do Rio da Cruz

REFERÊNCIAS

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BARBOSA, J.M.S.G., BARBOSA, D.L., ALMEIDA, M.A., COSTA, C.F.L., BRAGA,

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Page 15: Transposição do Rio da Cruz

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TUNDISI, J. G. Impactos Ecológicos da Construção de Represas, Aspectos Específicos e

Problemas de Manejo. JG Tundisi (Ed.), Limnologia e Manejo de Represas. Série

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