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Ficha para catálogo de Produção Didático-Pedagógica

Professor PDE/2012

Título: Arriete Vilela: Diálogos Poéticos e Valorização Humana

Autor(a) Eliamar Xavier de Oliveira

Escola de Atuação Colégio Estadual Senador Attílio Fontana

Município da escola Toledo – Paraná

Núcleo Regional de Educação Toledo – Paraná

Orientador Prof. Dr. Antonio Donizeti da Cruz

Instituição de Ensino Superior Unioeste – Campus Marechal Cândido Rondon – Paraná

Área do Conhecimento Língua Portuguesa

ProduçãoDidático-Pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar

Público Alvo Alunos do 1º Ano do Ensino Médio – período matutino

Localização da escola Colégio Estadual Senador Attílio Fontana Rua Gonçalves Dias, 100, Vila Pioneiro Cep: 85909-540 Toledo – PR.

Apresentação:

Esta Unidade Didática objetiva trabalhar o gênero poema com alunos dos 1ºs anos do Ensino Médio, a fim de estimulá-los a gostar de poesia, através da leitura e interpretação de poemas de Arriete Vilela, dialogando com poemas de Cecília Meireles, Adélia Prado, Cora Coralina, Helena Kolody e Carlos Drummond de Andrade, contendo temáticas humanizantes, bem como incentivá-los a refletir sobre sua existência e vivenciar esses valores. Tal proposta se justifica, tendo em vista que o texto literário, por possuir uma função humanizadora, propicia ao professor, principalmente no trabalho com poesias, uma maior percepção da experiência que o aluno leva para a classe, revelada no contato com textos e na relação com os demais colegas. E, também, por estar em perfeita consonância com as Diretrizes Curriculares (2008), quando dispõem que a leitura deve ser compreendida como um ato dialógico, interlocutivo, envolvendo demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Para tanto, os encaminhamentos propostos estão pautados na concepção sociointeracionista da linguagem e a metodologia empregada está baseada na Estética da Recepção, que privilegia as relações obra/autor/leitor, dando aos alunos leitores um papel ativo, uma vez que é interagindo por meio desta tríade, que eles alargarão seus horizontes de leitura.

Palavras-chave

Literatura; Poesia; Diálogos; Valorização Humana

PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Av. Água Verde, 2140 – CEP 80240-900 – Curitiba – Paraná

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – UNIDADE DIDÁTICA

TÍTULO: Arriete Vilela: Diálogos Poéticos e Valorização Humana

AUTOR(A): Profª. Eliamar Xavier de Oliveira ORIENTADOR: Prof. Dr. Antonio Donizeti da Cruz NRE: Toledo - PR ESCOLA: Colégio Estadual Senador Attílio Fontana DISCIPLINA: Língua Portuguesa

TOLEDO - PR

2012

PARANÁ GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Av. Água Verde, 2140 – CEP 80240-900 – Curitiba – Paraná

Eliamar Xavier de Oliveira

UNIDADE DIDÁTICA

Arriete Vilela: Diálogos Poéticos e Valorização Humana

Material Didático apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – Governo do Estado do Paraná – SEED – Turma de 2012 - Disciplina de Língua Portuguesa, sob a orientação, na UNIOESTE, Campus de Marechal C. Rondon, do Prof. Dr. Antonio Donizeti da Cruz.

TOLEDO - PR

2012

Eliamar Xavier de Oliveira

ARRIETE VILELA: DIÁLOGOS POÉTICOS E VALORIZAÇÃO

HUMANA

Foto1 - Cecília Meireles Foto2 – Adélia Prado Foto3 – Cora Coralina

Fonte: Portal Dia a Dia PR Fonte: Portal Dia a Dia PR Fonte: Portal Dia a Dia PR

Foto4 – Arriete Vilela

Fonte: apoesianasentrelinhasdavida.blogspot.com/

Foto5 – Helena Kolody Foto6 – Carlos D. de Andrade

Fonte: Portal Dia a Dia PR Fonte: Portal Dia a Dia PR

4

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – UNIDADE DIDÁTICA

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 5

1.1. RESUMO ...................................................................................................................... 5

2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 6

3. OBJETIVOS .................................................................................................................... 9

4. AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 10

5. RESULTADOS ESPERADOS ...................................................................................... 10

6. RECURSOS A SEREM UTILIZADOS ........................................................................... 11

7. CRONOGRAMA ........................................................................................................... 11

8. ATIVIDADE 01 .............................................................................................................. 12

9. ATIVIDADE 02 .............................................................................................................. 13

10. ATIVIDADE 03 ........................................................................................................... 19

11. ATIVIDADE 04 ............................................................................................................. 20

12. ATIVIDADE 05 ........................................................................................................... 21

13. ATIVIDADE 06 ........................................................................................................... 23

14. ATIVIDADE 07 ............................................................................................................ 33

15. ATIVIDADE 08 ........................................................................................................... 51

16. ATIVIDADE 09 ........................................................................................................... 52

17. ATIVIDADE 10 ............................................................................................................ 53

18. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 54

19. REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 55

5

1 APRESENTAÇÃO

1.1 RESUMO

Esta Unidade Didática objetiva trabalhar o gênero poema com alunos dos 1ºs

anos do Ensino Médio, a fim de estimulá-los a gostar de poesia, através da leitura e

interpretação de poemas de Arriete Vilela, dialogando com poemas de Cecília

Meireles, Adélia Prado, Cora Coralina, Helena Kolody e Carlos Drummond de

Andrade, contendo temáticas humanizantes, bem como incentivá-los a refletir sobre

sua existência e vivenciar esses valores. Tal proposta se justifica, tendo em vista que

texto literário, por possuir uma função humanizadora, propicia ao professor,

principalmente no trabalho com poesias, uma maior percepção da experiência que o

aluno leva para a classe, revelada no contato com textos e na relação com os demais

colegas. E, também, por estar em perfeita consonância com as Diretrizes

Curriculares (2008), quando dispõem que a leitura deve ser compreendida como um

ato dialógico, interlocutivo, envolvendo demandas sociais, históricas, políticas,

econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Para tanto, os

encaminhamentos propostos estão pautados na concepção sociointeracionista da

linguagem e a metodologia empregada está baseada na Estética da Recepção, que

privilegia as relações obra/autor/leitor, dando aos alunos leitores um papel ativo, uma

vez que é interagindo por meio desta tríade, que eles alargarão seus horizontes de

leitura.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura; Poesia; Diálogos; Valorização Humana

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2 INTRODUÇÃO

“A poesia é mais que a literatura, pois nos revela a dimensão poética da existência

humana”. (Edgar Morin)

O estudo da literatura tem sua relevância, à medida que, através dela,

podemos mudar concepções de mundo, exercitar a consciência e a criticidade,

tornando-nos, portanto, mais compreensivos, mais sensíveis e mais abertos para o

mundo, para a natureza e para os nossos semelhantes.

A literatura, segundo Candido (1972), possui três funções (psicológica,

formadora e social), que, em seu conjunto, são denominadas de função

humanizadora da literatura, cuja relevância é inconteste para o ser humano, uma vez

que a mesma exerce influência no meio social, sobretudo no homem participante e

responsável pela manutenção desse meio.

Entretanto, a literatura só exercerá plenamente todas as suas funções (de

humanização), se a ela for concedida a importância que lhe cabe, bem como se

houver um esforço de interpretação e compreensão de seu significado mais correto.

Sob essa ótica, a literatura deve ser trabalhada com nossos alunos, principalmente,

através da prática da leitura de poesias em sala de aula, tendo em vista que é o

gênero que mais reflete nossos instintos e nossas mais profundas aspirações.

Essa humanização, por sua vez, consiste num processo, que confirma no

homem, traços fundamentais, quais sejam: o exercício da reflexão, a aquisição do

saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a

capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da

complexidade do mundo e dos seres e o cultivo do humor, numa época caracterizada

pelas incertezas, fragmentações, desconstruções e troca de valores.

Tal realidade pode ser percebida em nosso cotidiano, através de reiteradas

notícias, veiculadas nos meios de comunicação, de atos de corrupção, violência,

sequestros, crimes hediondos, falta de tolerância, dentre outros, dando-nos a

impressão de que a educação recebida da família e da escola, bem como os valores

7

como: ética, moral, caráter, religião, solidez da família, estão perdendo cada vez

mais espaço para essas novas formas de comportamento.

Nesse cenário, o educador, diante das transformações que ocorrem,

hodiernamente, no meio social, necessita buscar, constantemente, uma mudança de

posicionamento em sua prática pedagógica, cabendo, para tanto, aos educadores, a

tarefa de transmitir conhecimento, e também, auxiliar o educando a se afirmar em

sua cidadania como sujeito singular e coletivo, apto para se relacionar na sociedade,

bem como para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo.

Para tanto, segundo as Diretrizes Curriculares Educacionais (DCEs – 2008)

de Língua Portuguesa da SEED/PR, no ensino da Língua e da Literatura, é relevante

levar em consideração as contradições, as diferenças e os paradoxos do quadro

complexo da modernidade, na sociedade contemporânea, principalmente, a carência

de valorização humana, percebida nas atitudes de alguns alunos, no seu grupo de

convívio.

Nessa perspectiva, pretendemos realizar um trabalho com os alunos do

Ensino Médio, turmas dos primeiros anos, utilizando textos do gênero poema, da

autora Arriete Vilela, com temáticas humanizantes, dialogando com textos de outros

poetas brasileiros, partindo do pressuposto de que, segundo Mikhail Bakhtin (1997),

a linguagem é por excelência dialógica e, em consequência, dá ideia de que

nenhuma obra fala sozinha.

Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa também

dispõem que:

[...] compreende-se a leitura como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem. (DCEs, 2008, p. 56).

E, ainda, segundo as mesmas Diretrizes Curriculares:

No ato de leitura, um texto leva a outro, mas leva, também, ao desejo, a uma política de singularização do leitor que, convocado pelo texto, participa da

8

elaboração dos significados, confrontando-o com o próprio saber e com a sua experiência de vida. (DCEs, 2008, p. 57).

Dessa forma, recomenda-se que a escola, sob essa perspectiva, em sua

prática pedagógica, utilize diferentes metodologias, que valorizem concepções de

ensino, aprendizagem e avaliação, as quais propiciem aos professores e alunos,

uma maior reflexão e conscientização da necessidade de uma transformação

emancipadora e humanizante, principalmente através da prática da leitura de textos

poéticos.

Com isso, nesta Unidade Didática, estamos propondo sugestões de

atividades, com o conteúdo estruturante Arriete Vilela: Diálogos Poéticos e

Valorização Humana, objetivando apresentar aos Professores de Língua Portuguesa,

diversas possibilidades de trabalho, que propiciem aos alunos, momentos de reflexão

e vivências de valores imprescindíveis aos seres humanos, através da leitura de

textos poéticos de Arriete Vilela, Cecília Meireles, Adélia Prado, Cora Coralina,

Helena Kolody e Carlos Drummond de Andrade, resultando, assim, numa maior

motivação para as aulas de literatura.

As atividades propostas, que serão desenvolvidas numa carga horária total de

32(trinta e duas) horas-aulas, estão fundamentadas na concepção sociointeracionista

da linguagem e utilizam uma metodologia baseada na Estética da Recepção, que

privilegia as relações obra/autor/leitor, dando aos alunos leitores um papel ativo de

extrema relevância, uma vez que os mesmos são encarregados de, não somente

apreender o significado de um dado texto, mas também, de realizar uma inter-

relação entre o texto e sua experiência de vida, sua visão de mundo.

9

3 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS

a) Geral:

• Estimular, nos alunos dos 1ºs anos do Ensino Médio, o gosto pela poesia

brasileira, através da leitura de poemas de Arriete Vilela, dialogando com

poemas de Cecília Meireles, Adélia Prado, Cora Coralina, Helena Kolody e

Carlos Drummond de Andrade, com temática de valorização humana, a fim

de levá-los à reflexão e ação crítica sobre a sua condição de sujeito

humano e agente de transformação individual e coletiva na sociedade.

b) Específicos:

• Selecionar e fornecer aos alunos poemas de Arriete Vilela, Cecília Meireles,

Adélia Prado, Cora Coralina, Helena Kolody e Carlos Drummond de Andrade,

com mensagens de valorização humana, bem como estimular a sua pesquisa

em livros, internet e outros meios, a fim de os mesmos se familiarizem com as

obras destes escritores;

• Instigar no educando o gosto pela leitura do texto poético, proporcionando-lhe

a compreensão da linguagem e características deste gênero textual, e, ainda,

identificando elementos estruturais do texto poético como: verso, estrofe, rima,

ritmo, métrica, melodia, dentre outras;

• Proporcionar momentos de participação do aluno nas aulas, por meio da

leitura de textos poéticos, de forma mais significativa, a fim de perceberem a

importância da leitura de poemas como reflexão e entretenimento,

estabelecendo relação entre o texto lido e os acontecimentos do cotidiano,

assim como o contexto histórico de sua produção;

• Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento

crítico e a sensibilidade estética, propiciando, pela literatura, a constituição de

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um espaço dialógico que permita a expansão lúdica da oralidade, da leitura e

da escrita;

• Apresentar, no colégio, às demais turmas do período matutino, as poesias

selecionadas de Arriete Vilela e dos outros poetas trabalhados, através da

declamação e dramatização, com criação de cenário;

• Realizar uma exposição da escritora Arriete Vilela (biografia e bibliografia) e

um varal das poesias selecionadas para serem dramatizadas, todas elas

devidamente ilustradas;

• Postar, no site do colégio, quinzenalmente, durante o semestre, poesias de

Arriete Vilela, como também, poesias produzidas pelos alunos, com temática

de valorização humana;

• Encadernar, em um único volume, as poesias selecionadas e ilustradas, as

quais ficarão disponíveis na biblioteca do colégio, possibilitando a sua

utilização como suporte de leituras e pesquisas futuras.

4 AVALIAÇÃO

Os alunos serão avaliados com base na sua participação nas discussões em

classe; na participação concentrada e racional na pesquisa individual e em grupos;

nas respostas dadas às questões que acompanham cada um dos textos; na

apresentação (declamação e dramatização) das poesias selecionadas de Arriete

Vilela e dos outros poetas trabalhados, às demais turmas do Colégio - período

matutino, bem como na organização da exposição sobre Arriete Vilela.

5 RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se com esse trabalho, que o aluno desenvolva o gosto pela leitura da

poesia brasileira, principalmente pelas obras de Arriete Vilela, Cecília Meireles, Adélia

Prado, Cora Coralina, Helena Kolody e Carlos Drummond de Andrade, com

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temáticas humanizantes, aprofundando, assim, a sua capacidade de interpretação

textual e o exercício da sua consciência crítico-reflexiva, transformando-o educando

em um cidadão mais humano, capaz de interagir em seu meio.

6 RECURSOS A SEREM UTILIZADOS

Textos poéticos, digitados ou xerocados, laboratório de informática, tv

multimídia, internet, pendrive, além de materiais didáticos e livros para pesquisa.

7 CRONOGRAMA

Implementação do Projeto Carga

Horária

Apresentação do Projeto à Equipe Pedagógica e Direção 1h

Apresentação do Projeto aos Professores e Funcionários na Semana

Pedagógica

1h

Atividade 01 1h

Atividade 02 1h

Atividade 03 2h

Atividade 04 2h

Atividade 05 2h

Atividade 06 2h

Atividade 07 2h

Atividade 08 2h

Atividade 09 8h

Atividade 10 8h

TOTAL 32h

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ATIVIDADE 01

Apresentando a proposta e observando o conhecimento prévio dos alunos

sobre o gênero poema

a) Vocês gostam de poemas?

b) Vocês leem poemas com frequência?

c) Já pesquisaram poemas na internet?

d) Vocês costumam retirar na biblioteca livros de poemas? De que autores?

e) Nas aulas, vocês leem poesias?

f) Que assuntos vocês acham que podem aparecer nos poemas?

g) Vocês sabem o que é eu-lírico?

h) Como são chamadas partes de um poema?

i) E cada linha do poema, como vocês chamam?

j) Vocês sabem qual a diferença entre um texto em prosa e um texto em

forma de poema?

De forma dialogada, serão trabalhadas, com os alunos, questões

atinentes às atividades a serem desenvolvidas, a fim de inteirá-los sobre o

tema do projeto, mostrando a sua relevância.

Para tanto, o(a) professor(a), no desenvolvimento desta aula,

questionará os alunos, oralmente, sobre o que eles sabem sobre o gênero

poema, bem como sobre os poetas, que serão trabalhados, somente fazendo

inferências quando necessário.

Nesse momento, a interação professor-aluno deve ser bastante efetiva,

ou seja, conforme os alunos relatam, a professora registrará as respostas na

lousa, ao mesmo tempo em que explicará e exemplificará as ideias levantadas.

A título de sugestões, seguem algumas questões para este primeiro

contato, podendo ser incluídas outras, caso sejam necessárias:

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k) Para vocês, a leitura de um texto em versos é feita da mesma forma que

a de um texto em prosa? Tentem explicar o que vocês sabem sobre a

questão.

l) O que é um poema em versos e um poema em prosa?

m) Poesia e poema querem dizer a mesma coisa?

ATIVIDADE 02

Considerações iniciais sobre o gênero poema

“[...] o poema é criação, poesia que se ergue. Só no poema a poesia se recolhe e se revela

plenamente.” (Octavio Paz)

“O poema não é uma forma literária, mas o lugar de encontro entre a poesia e o homem.”

(Octavio Paz)

Nesta atividade, o(a) professor(a) iniciará a aula, sanando algumas

dúvidas da aula anterior e tecendo alguns comentários sobre as citações de

Octavio Paz, acima mencionadas.

Após, explicará aos alunos, que durante esta aula, serão introduzidas

algumas considerações sobre o gênero poema, tais como: eu-lírico e

diferença entre poema e poesia e entre poema em verso e poema em prosa.

Os conteúdos das atividades 02 a 06, poderão ser apresentados em

Power Point, e cada aluno os anotará em seu caderno de literatura.

Alguns exercícios a respeito dos conteúdos apresentados nestas

atividades serão realizados no final das mesmas, ou contextualizados, no

momento das interpretações das poesias.

1- Eu-lírico: é a "voz" que fala no poema. Ele também é uma entidade literária,

criada justamente para desvincular o autor do texto poético do “eu” que nele se

manifesta.

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2- Diferença entre poema e poesia

Existe alguma divergência entre o que significa Poema e Poesia. Para efeito

geral, considera-se que são sinônimos; mas para a definição acadêmica, Poesia é o

gênero de composição poética e Poema é a obra deste gênero.

Assim, quando falamos em poema, estamos tratando da obra, do próprio

texto. E, quando falamos em poesia, tratamos da arte, da habilidade de tornar algo

poético. Uma pintura, uma música, uma cena de filme, um espetáculo de dança, uma

obra de arquitetura também podem ser poéticos.

Para que entendamos melhor, vejamos a definição de Poema e de Poesia,

segundo Antônio Soares Amora:

“Poesia é o estado emotivo ou lírico do poeta, no momento da criação do poema; o

estado lírico reviverá na alma do leitor se este lograr transformar o poema em

poesia”; já “poema é a fixação material da poesia, é a decantação formal do estado

lírico. São as palavras, os versos e as estrofes que se dizem e que se escrevem, e

assim fixam e transmitem o ‘estado lírico’ do poeta” (apud NEGRA, 2006). (grifo

nosso)

Em resumo, de acordo com Norma Goldstein:

O poema é um texto “marcado por recursos sonoros e rítmicos. Geralmente

o poema permite outras leituras, além da linear”, pois sua organização sugere ao

leitor a associação de palavras ou expressões “posicionadas estrategicamente no

texto”.

A poesia está presente no poema, assim como em outras obras de arte,

“que, como o poema, convidam o leitor/espectador/ ouvinte a retornar à obra mais de

uma vez, desvendando as pistas que ela apresenta para a interpretação de seus

sentidos”. (GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons, ritmos. 14a ed. São Paulo: Ática,

2006). (grifo nosso)

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3 - Diferença entre poema prosaico, poema em prosa e poema em verso

O poema pode se manifestar tanto em forma de verso, quanto em forma

e prosa, tendo em vista que, muitas vezes, as fronteiras entre poema e prosa não

são tão marcantes, graças à maneira como o autor utilizou os recursos de linguagem

para sentimentos e emoções. Assim, temos: poema prosaico, poema em prosa

(ou prosa poética) e o poema em versos.

a) Poema prosaico: é aquele escrito em verso, mas desprovido das

características básicas, tais como: rima, métrica ou mesmo ritmo.

Ex:

Antiguidades

Quando eu era menina

bem pequena,

em nossa casa,

certos dias da semana

se fazia um bolo,

assado na panela

com um testo de borralho em cima. [...]

(Cora Coralina)

Infância

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras

lia a história de Robinson Crusoé,

comprida história que não acaba mais. [...]

(Carlos Drummond de Andrade)

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b) Poema em prosa (prosa poética/poesia em prosa): é a poesia escrita

em prosa, sem as características do poema: métrica, ritmo, rima e outros elementos

sonoros.

Um texto escrito em forma de prosa pode ser considerado “poesia” se a sua

função for poética, ou seja, se exprimir emoções e sentimentos, pois é "prosa" em

sua forma, mas "poesia" em sua função, em sua essência, nos sentimentos que

transmite.

Historicamente, o marco de início da prosa poética é geralmente associado

aos simbolistas franceses, entre os quais Baudelaire e Mallarmé; no Brasil, esse

início também está associado aos simbolistas, principalmente ao Poeta Negro: o

grande Cruz e Sousa, que tem 05 (cinco) obras em prosa poética: Tropos e

Fantasias (1893); Missal (1893); Evocações (1898); Outras Evocações (obra

póstuma) e Dispersos (obra póstuma).

A partir do século XX, o gênero foi adotado por muitos poetas e poetisas, de

estilos e inclinações muito diversos, como por exemplo, Manuel Bandeira, Mário

Quintana, Helena Kolody, Carlos Drummond de Andrade, entre outros.

Ex:

O operário no mar

Na rua passa um operário. Como vai firme! Não tem blusa. No conto, no drama, no

discurso político, a dor do operário está na blusa azul, de pano grosso, nas mãos

grossas, nos pés enormes, nos desconfortos enormes. Esse é um homem comum,

apenas mais escuro que os outros, e com uma significação estranha no corpo, que

carrega desígnios e segredos. Para onde vai ele, pisando assim tão firme? Não sei.

A fábrica ficou lá atrás. Adiante é só o campo, com algumas árvores, o grande

anúncio de gasolina americana e os fios, os fios, os fios. O operário não lhe sobra

tempo de perceber que eles levam e trazem mensagens, que contam da Rússia, do

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Araguaia, dos Estados Unidos. Não ouve, na Câmara dos Deputados, o líder

oposicionista vociferando. Caminha no campo e apenas repara que ali corre água,

que mais adiante faz calor. Para onde vai o operário? Teria vergonha de chamá-lo

meu irmão. Ele sabe que não é, nunca foi meu irmão, que não nos entenderemos

nunca. E me despreza... Ou talvez seja eu próprio que me despreze a seus olhos.

Tenho vergonha e vontade de encará-lo: uma fascinação quase me obriga a pular a

janela, a cair em frente dele, sustar-lhe a marcha, pelo menos implorar lhe que suste

a marcha. Agora está caminhando no mar. Eu pensava que isso fosse privilégio de

alguns santos e de navios. Mas não há nenhuma santidade no operário, e não vejo

rodas nem hélices no seu corpo, aparentemente banal. Sinto que o mar se

acovardou e deixou-o passar. Onde estão nossos exércitos que não impediram o

milagre? Mas agora vejo que o operário está cansado e que se molhou, não muito,

mas se molhou, e peixes escorrem de suas mãos. Vejo-o que se volta e me dirige

um sorriso úmido. A palidez e confusão do seu rosto são a própria tarde que se

decompõe. Daqui a um minuto será noite e estaremos irremediavelmente separados

pelas circunstâncias atmosféricas, eu em terra firme, ele no meio do mar. Único e

precário agente de ligação entre nós, seu sorriso cada vez mais frio atravessa as

grandes massas líquidas, choca-se contra as formações salinas, as fortalezas da

costa, as medusas, atravessa tudo e vem beijar-me o rosto, trazer-me uma

esperança de compreensão. Sim, quem sabe se um dia o compreenderei?

(Carlos Drummond de Andrade - Sentimento do Mundo - “O operário no mar” )

c) Poemas em Verso: obra em verso em que há poesia, ou seja, é o

poema organizado e caracterizado pela escolha precisa das palavras, em função de

seus valores semânticos (denotativos e, especialmente, conotativos) e sonoros. É

possível a ocorrência da rima, bem como a construção em formas fixas.

18

Ex:

Alegria de Viver

Amo a vida.

Fascina-me o mistério de existir.

Quero viver a magia

De cada instante,

Embriagar-me de alegria. [...]

(Helena Kolody)

Motivo

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.[...]

(Cecília Meireles)

Sugestões: Para maiores esclarecimentos, sobre poesia e poema, poderá pedir aos alunos para pesquisarem no site: http://www.poesiaspoemaseversos.com.br/diferenca-entre-poema-poesia-e-verso/.

Também, poderá solicitar aos alunos para pesquisarem na Web, ou utilizando outros recursos, sobre a diferença entre poema em verso e poema em prosa, deixando registrado no caderno de literatura, bem como alguns exemplos destes tipos de poemas escritos pelos poetas selecionados nesta unidade didática e declamá-los em sala de aula.

19

ATIVIDADE 03

Aprofundando a discussão sobre poesia

Será que realmente existe definição para poesia?

Esta pergunta será o ponto de partida desta atividade, visando a um

aprofundamento sobre poesia.

Para tanto, o(a) professor(a), durante esta aula, abrirá uma discussão

com seus alunos a respeito de tal tema, tecendo alguns comentários a

respeito da origem da poesia, sua etimologia e definições desde sua origem.

1 – Definição de Poesia

“A poesia é metamorfose, mudança, operação alquímica, e, por isso, confina com

magia, a religião e outras tentativas para transformar o homem e fazer ‘deste’ ou ‘daquele’ esse

‘outro’ que é ele mesmo.” (Octavio Paz)

A poesia é a forma de expressão linguística destinada a evocar sensações,

impressões e emoções por meio da união de sons, ritmos e harmonias, utilizando-se

vocábulos essencialmente metafóricos.

Surgiu intimamente ligada à música, uma vez que as poesias dos aedos

gregos - artista que cantava epopeias - e trovadores medievais promoviam a união

entre a letra do poema e o som. Ao longo dos anos, este vínculo foi se intensificando,

mas houve uma distinção técnica entre a música (que passou a ser escrita em

pautas) e a poesia que preservou a rítmica natural, e passou a ser construída por

meios gramaticais. Posteriormente, a poesia ganhou fundamentos e regras próprias.

O termo poesia vem do grego, cujo sentido original, poiesis é "a atividade

de produção artística", "a atividade de criar ou de fazer". De acordo com essa

definição, haverá poesia sempre que, criando ou fazendo coisas, somos dominados

pelo sentimento do belo, sempre que nos comovermos com lugares, pessoas e

objetos.

20

A poesia, portanto, pode estar nos lugares, nos objetos e nas pessoas.

Assim, não só os poemas, mas uma paisagem, uma pintura, uma foto, uma dança,

um gesto, um conto, por exemplo, podem estar carregados de poesia.

Dessa forma, pode-se dizer que a poesia nasceu nos primórdios da

civilização; nasceu do fazer, da atividade manual do ser humano, do trabalho;

permanecendo ligada a ele e se expandindo para a imaginação, para o universo.

Entretanto, apesar dessa longevidade e riqueza, até hoje ainda não existe definição

para a poesia, tal a sua abrangência dentro das possibilidades criativas do ser

humano.

Sugestão: Solicitar aos alunos uma pesquisa na internet, enciclopédia ou outros meios, sobre alguns conceitos de poesia, desde os primórdios até os dias hoje, para apresentá-la em sala de aula, deixando registrado no caderno de literatura.

ATIVIDADE 04

Abrangência da poesia

Neste momento, o(a) professor(a) abrirá uma roda de conversa com os

alunos, questionando-os a respeito da função e difusão da poesia. Ou seja: o

que ela significa na vida dos alunos, o que eles pensam sobre este gênero e

como têm contato com ele.

Logo após, fará as suas observações, bem como, tecerá comentários

e questionamentos para os alunos refletirem, os quais servirão para o

desenrolar das outras atividades:

Podemos observar, pelo apresentado nas aulas anteriores, a dimensão, a

magnitude, o gigantismo, ou seja, incapacidade de se estabelecer limites para a

poesia.

Mesmo assim, ficam as perguntas:

• Qual o lugar da poesia?

21

• Quando nasce, desenvolve-se, quando morre?

• Qual o espaço da poesia?

• O que ela descreve?

- O real, verdadeiro, o que se vê?

- O tempo, passado, presente, futuro, inexistente?

- O imaginário, abstração, pensamento, o que não se vê?

- O absurdo, indescritível, inexplicável?

• O que a poesia pretende fazer para o ser humano?

- Estabelecer caminhos?

- Ampliar a possibilidade de novos caminhos?

- Questionar possibilidades?

- Humanizar as pessoas?

Sugestão: Após a reflexão sobre os questionamentos apresentados anteriormente, o(a) professor(a) poderá solicitar aos alunos para assistirem a uma palestra da escritora Adélia Prado sobre: O PODER HUMANIZADOR DA POESIA, disponível o site: http://www.sempreumpapo.com.br/audiovideo/player.php?id=127. Depois, socializar com a turma. Também, poderão assistir em sala de aula.

ATIVIDADE 05

Aprendendo um pouco sobre recursos utilizados no poema

O(A) professor(a), nesta aula, inicialmente, irá verificar o que seus

alunos sabem sobre as características ou recursos utilizados no poema,

através de perguntas, que poderão ser pesquisadas em dicionários, livros, ou

internet, sendo o conteúdo da pesquisa registrado no caderno de literatura:

a) Vocês conseguem conceituar algumas características ou recursos utilizados

nos poemas como: versos, estrofes, rimas, métrica, repetição, aliteração,

assonância, sonoridade?

22

b) Os recursos utilizados nos poemas são importantes? Por quê?

1 – Versificação: é o conjunto de normas que ensinam a fazer poemas belos e

perfeitos segundo o conceito dos antigos gregos. Para eles, beleza e perfeição são

sinônimos de trabalhoso, detalhado, complexo e tudo aquilo que segue a um modelo,

a um conjunto de normas. É, assim, a técnica ou a arte de fazer versos.

Verso: é cada uma das linhas que compõem um poema, possui número

determinado de sílabas poéticas (métrica), agradável movimento rítmico (ritmo) e

musicalidade (rima). O conjunto de versos compõe uma estrofe.

2 – Métrica: é a medida ou quantidade de sílabas que um verso possui.

3 - Ritmo: é o resultado da regular sucessão de sílabas tônicas e átonas de um

verso. Para os gregos, ele é um elemento melódico tão essencial para o poema

quanto para a Música.

Os versos que não seguem as normas da Versificação quanto à métrica e/ou

ao ritmo são chamados de Versos livres.

4 - Rima: também é para os antigos um elemento essencial para que um poema seja

uma POESIA. A rima é a identidade e/ou semelhança sonora existente entre a

palavra final de um verso com a palavra final de outro verso na estrofe.

Os Versos brancos são os do poema sem rima.

5 – Poemas de forma fixa: alguns poemas apresentam forma fixa, o que já indica a

preocupação formal do poeta em relação à sua obra e, assim, que ele segue à risca

as normas da Versificação no momento da sua elaboração. São eles:

• Soneto: poema formado por dois quartetos e dois tercetos, normalmente

composto por versos decassílabos e de conteúdo lírico;

• Balada: poema formado por três oitavas e uma quadra;

23

• Rondel: poema formado por duas quadras e uma quintilha;

• Rondó: poema com estrofação uniforme de quadras;

• Vilanela: poema formado por uma quadra e vários tercetos.

• Sextina: poema normalmente formado por seis sextilhas e um terceto;

• Trova: poema monostrófico de quatro versos heptassilábicos.

• Haicai: poema monostrófico com três versos: dois pentassilábicos e um

heptassilábico.

Assim, para os clássicos, a obediência às normas ou técnicas aqui expostas

é um dos itens mais importantes antes na classificação de um POEMA como

POESIA.

ATIVIDADE 06

Outros recursos empregados na composição poética

Nesta atividade, o(a) professor(a) irá aprofundar um pouco mais sobre

outros recursos empregados na poesia, dando ênfase ao tipo de linguagem

utilizada (denotativa ou conotativa), bem como, às várias possibilidades de

exploração da linguagem com a função poética, sendo tal conteúdo,

registrado no caderno de literatura:

“Chega mais perto e contempla as palavras. Cada tem mil faces secretas sob a face

neutra.” (Carlos Drummond de Andrade)

Nos textos literários, nem sempre a linguagem apresenta um único sentido

(do dicionário), pois quando empregada em alguns contextos, elas ganham novos

sentidos, figurados, carregados de valores afetivos ou sociais.

Assim, quando a palavra é utilizada com seu sentido comum (o que aparece

no dicionário) dizemos que foi empregada denotativamente. Por outro lado, é

utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum, dizemos que foi

24

empregada conotativamente, sendo este recurso é muito explorado na Literatura,

principalmente nos textos poéticos.

Dessa forma, várias são as possibilidades de exploração da linguagem com

a função poética: no material sonoro, nas palavras, na associação de ideias, nas

construções frasais. Para isto, utilizam o ritmo, a harmonia imitativa, a rima, a

aliteração, as figuras de palavras, as figuras de pensamento, as figuras de sintaxe.

A parte sonora do poema pode ser trabalhada de outras maneiras. As

repetições de sons e a escolha dos sons das palavras servem para os poetas se

expressarem melhor.

Observe o poema de Drummond:

SOM

Nem soneto nem sonata

Vou curtir um som

Dissonante dos sonidos

Som

Ressonante de sibilidos [...]

Neste sentido:

“Toda atividade humana se desenvolve dentro de certo ritmo. Nosso coração pulsa

alternando batidas e pausas; nossa respiração, nossa gesticulação, nossos

movimentos são ritmados. (...) O ritmo aparece também na produção artística do

homem. De um modo especial, na poesia. Como o ritmo faz parte da vida de

qualquer pessoa, sua presença no tecido do poema pode ser facilmente percebida

por um leitor atento, que é, ao mesmo tempo, um ouvinte. A poesia tem um caráter

de oralidade muito importante: ela é feita para ser falada, recitada.” (Norma

Goldstein. Versos, sons e ritmos)

Fazem parte do estudo do som ou rimas as:

A) FIGURAS DE HARMONIA OU DE EFEITO SONORO: aliteração,

assonância, onomatopéia, paranomásia, parêquema e o eco ou rima coroada.

25

• Paranomásia: ocorrência de palavras de som quase idêntico, mas de

significados diferentes.

Ex: “Nem soneto nem sonata”

• Aliteração: são repetições de consoantes iguais ou parecidas.

Ex: “rouco reco ronco rato”

• Assonâncias: são ecos vocálicos.

Ex: ”nem sonoro nem sonoro”

• Onomatopeia: é uma palavra cujo som imita o som natural da coisa que ela

significa.

Ex: O poema Som de Drummond procura reproduzir uma onomatopéia da música

estridente.

B) FIGURAS DE LINGUAGEM:

O ritmo de um texto é conseguido através dos vários recursos já estudados

e outros como a pontuação. Na análise do texto poético, torna-se muito útil conhecer

as figuras de linguagem.

No plano sonoro, observamos como o trabalho poético se valia de figuras de

sons, pode-se, também, analisar o plano sintático, prestando atenção à maneira pela

qual a construção das orações relaciona-se com a construção dos versos.

• Um poema pode estar escrito em ordem direta:

Ex: Atirei um limão n’água

E fiquei vendo na margem.

Os peixeinhos responderam:

Quem tem amor tem coragem. [...]

(Carlos Drummond de Andrade)

• Neste poema, o final das orações coincide com o final dos versos,

mas pode ser que o sentido do verso só se complete no verso seguinte. A esse

26

processo dá-se o nome de ENJAMBEMENT, ENCAVALGAMENTO, ou

ENCADEAMENTO.

Ex: Certa palavra dorme na sombra

de um livro raro.

Como desencravá-la? [...]

(Carlos Drummond de Andrade)

• A inversão da ordem direta chama-se HIPÉRBATO:

“Entre mim e mim, há vastidões bastantes

para a navegação dos desejos afligidos” [...]

(Cecília Meireles)

• A repetição é um recurso poético muito usado:

“O surdo pede que repitam, que repitam a última frase.”

(Cecília Meireles)

• Suprimir palavras é uma forma de conseguir efeitos poéticos. A ELIPSE

é justamente a supressão de um termo facilmente subtendido.

“Brigar é simples:

Chama-se covarde ao contendor.

Ele olha nos olhos e:

-Repete.” [...]

(Carlos Drummond de Andrade)

• Quando o termo omitido já foi expresso anteriormente chama-se

ZEUGMA.

27

“Perdi o bonde e a esperança.” [...]

(Carlos Drummond de Andrade)

• Outros recursos sintáticos como o POLISSÍNDETO (repetição da

conjugação) e o ASSÍNDETO (omissão da conjunção) também são utilizados:

“Se era noivo, se era virgem,

Se era alegre, se era bom,

Não sei.

É tarde para saber”.

(Carlos Drummond de Andrade)

“A tua raça quer partir,

guerrear, sofrer, vencer, voltar”.

(Cecília Meireles)

• A ANTÍTESE consiste no emprego de palavras ou expressões de

sentidos opostos para caracterizar um mesmo elemento, que acabam por realçar o

contraste de significados.

“Tudo é possível, só eu impossível.”

(Carlos Drummond de Andrade)

• As ideias podem também ser ressaltadas, intensificadas, com o uso da

GRADAÇÃO.

“ assim calmo, assim triste, assim magro

tão paradas e frias e mortas

tão simples, tão certa, tão fácil [...]

(Cecília Meireles)

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• Uma outra forma de intensificar, só pelo exagero, é o uso da

HIPÉRBOLE.

“[...] Eu tenho um coração maior que o mundo”

(Carlos Drummond de Andrade)

• Atenuar uma informação constitui em um EUFEMISMO.

“ Sei que canto e a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

_Mais nada.

(Cecília Meireles)

• O poeta percebe e cria relações entre as coisas que vê, imagina, sente

ou pensa. Ele cria analogias. COMPARAÇÕES são pontos de semelhança entre

coisas diferentes.

Poema 5

A Palavra,

como o Amor:

ambos delirantes,

ambos cheios de riscos.

Perco-me por caminhos sem referências

buscá-lo na mística

dos símbolos.

Por isso estou sempre em transição,

29

sobre pontes que me levam do Amor

à Palavra

e da Palavra ao Amor, a catar fragmentos

de voos transgressores

com que pontuo minha vida.

A Palavra,

como o Amor:

cipós que te dilaceram,

enquanto me atam para sempre a ti.

(Arriete Vilela – Palavras em Travessia, In: Obra Poética Reunida, 2010, p.11)

• Quando a comparação fica implícita, sem o uso de um conectivo,

estamos diante de uma METÁFORA.

Poema 34

O teu olhar é mergulho

nos contra-sensos da realidade

e também nos espaços dourados em que se tece

a linguagem irrevelável

da intuição.

O teu olhar é sonho

lançado no desamparo de si próprio,

mas sem acidez e sem percursos

subterrâneos.

O teu olhar é feito de olhares

para além das palavras

e dos amores

30

(e das palavras dos amores);

para além das tapeçarias

porque me senti fascinada muitas vezes;

para além de mim mesma,

singular e plural, conflito e diálogo,

escritora e escritura.

O teu olhar é perdão

pela minha vassalagem:

compreendes que és tu

o meu modo de servir

à poesia?

(Arriete Vilela – Palavras em Travessia, In: Obra Poética Reunida, 2010, p. 46)

• Muitas vezes a imagem relaciona-se à percepção sensorial. Quando

diferentes órgãos dos sentidos são evocados, temos um efeito de SINESTESIA.

“Vem da sala de linotipos a doce música mecânica.”

(Carlos Drummond de Andrade)

• Pode-se, também, atribuir sensações a seres inanimados, constituindo

uma PROSOPOPEIA ou PERSONIFICAÇÃO.

Poema 11

A minha poesia

lambe a carne viva do amor.

Não que haja mágoas, dores,

31

cicatrizes. Ou contendores.

Não há.

É o próprio amor que se oferece

em carne viva

à minha poesia.

Às vezes, traz nas bordas

adjetivos de delicadezas, ternuras vãs

disfarçadas em melancolias ácidas,

como se arestas (afetivas) pudessem ser aparadas

em asperezas (poéticas).

Se me perguntarem por que a minha poesia

se presta a lamber a carne viva do amor,

o que poderei responder?

Nada.

porque não há mágoas, dores,

cicatrizes. Ou contendores.

O que há é o próprio amor a oferecer-se

em carne viva

à salivação da minha poesia.

(Arriete Vilela – Palavras em Travessia, IN Obra Poética Reunida, 2010, p.17)

• A substituição de um termo por outro, com o qual mantém uma estreita

relação de significado, é denominada METONÍMIA.

“O bonde passa cheio de pernas"

(Carlos Drummond de Andrade)

32

Sugestão: Se existe um manual prático para a compreensão do poema, é o livro:

Versos, Sons e Ritmos, de Norma Goldstein. Vale a pena conferir!!! Também,

poderá se aprofundar um pouco mais sobre figuras de linguagem, acessando o site:

http://www.prof2000.pt/users/esjmlima/figuras_estilo/figuras_estilo.html

EXERCÍCIOS:

1) Leia os versos e classifique as figuras de linguagem predominantes:

b) Mas a poesia deste mundo inunda a minha vida inteira. (DRUMMMOND DE

ANDRADE, Carlos. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973.).

c) Eu vim de infinitos caminhos, e os meus sonhos choveram lúcido pranto pelo cão.

(MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro: Aguilar, 1972).

d) Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é o meu coração. (DRUMMMOND DE

ANDRADE, Carlos. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973.).

e) Velhos telhados limosos cobrem palavras, armários, enfermidades, heroísmo.

(MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro: Aguilar,1972.).

f) Precisamos descobrir o Brasil. (DRUMMMOND DE ANDRADE, Carlos. Poesia

completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973.).

g) Eu tenho medo é de dia; de noite, não, (PRADO, Adélia. Poesia reunida. São

Paulo: Siliciano, 1991.).

h) Meus ouvidos estão como as conchas sonoras. (MEIRELES, Cecília. Obra

poética. Rio de Janeiro: Aguilar, 1972.).

33

2) Responda:

a) Qual a diferença entre poesia e prosa?

b) Poesia e prosa podem aparecer num mesmo texto? Explique.

c) O que é poema em prosa?

d) Qual a origem da palavra poesia?

e) O que é poema?

f) O que é poesia?

g) Onde se encontra a poesia? No poema ou no leitor?

h) Todo poema contém poesia?

ATIVIDADE 07

Lendo e interpretando poesias e, ao mesmo tempo, conhecendo os seus autores

“Aprendemos o que é poesia lendo poesia”. (Thomas Stearns Eliot)

Nesta aula, o(a) professor(a) dirá aos alunos que vai ler para eles

10(dez) famosos poemas, dos não menos famosos poetas: Arriete Vilela,

Cecília Meireles, Adélia Prado, Cora Coralina, Helena Kolody e Carlos

Drummond de Andrade.

Questionará a classe sobre os autores das poesias, como por exemplo:

Vocês sabem quem é Arriete Vilela? E Adélia Prado? E quem foram Cora

Coralina, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Helena Kolody? Já

leram algum texto desses autores e sabem algo sobre seus estilos? Se

lembrarem de alguma poesia, podem declamá-la para a classe, livremente.

Logo após, esclarecerá que os poemas a serem trabalhados, como

contato inicial com os poetas e suas obras, são semelhantes no tema: os

10(dez) falam de Valorização Humana. São eles: Poema 52, Mundochutado,

Poema 20, Poema 34 e Estou só... (Arriete Vilela); Se você errou,

Ensinamento, Saber viver, Prece, e Receita de ano novo (dos demais poetas

34

acima citados, respectivamente).

Nesta atividade, serão entregues à turma, cópias dos poemas a serem

declamados, primeiramente, pelo(a) professor(a), uma de cada vez, para,

depois, os alunos realizarem uma leitura silenciosa da poesia, e , por livre

escolha, a leitura em voz alta.

Os poemas serão declamados pela professora, com bastante

expressividade, de uma só vez, dando uma atenção especial a cada um.

Em seguida, será feito, pela(o) professor(a), alguns comentários e

relatos de algumas curiosidades sobre cada escritor das poesias lidas, a fim

de que os alunos se sintam motivados a conhecer mais sobre outras obras

desses poetas.

Também, serão colocadas algumas questões sobre o texto, que serão

refletidas e respondidas em dupla, cada qual, no seu caderno de literatura.

Depois de respondidas, serão corrigidas e discutidas em sala de aula.

Esse procedimento será repetido no desenvolvimento das atividades

dos textos selecionados (do I ao X).

Obs: Ao longo da aplicação do projeto, será trabalhada a interpretação oral de todas

as poesias selecionadas para apresentação no Colégio, criando em sala de aula um

momento de reflexão, a partir da mensagem transmitida em cada poesia.

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TEXTO I

FIGURA 1 – Capa do livro: Obra Poética Reunida – Autora: Arriete Vilela

Fonte: http://www.apoesianasentrelinhasdavida.blogspot.com/

Poema 52

Livra-me, Poesia, dessas línguas bravas

com suas labaredas de dragão infeliz.

Livra-me dessas terríveis areias movediças

da inveja, disfarçadas em tapinhas nas costas,

em beijinhos no rosto.

Livra-me, Poesia, das esporas dessas almas

Sem ternura, mancas no amor,

Condenadas às tramas surdas e sórdidas.

36

Livra-me dessas pedras foscas que afiam

os olhos noturnos das aves de rapina

em sobrevoos nas entrelinhas do que escrevo.

Livra-me, Poesia, desses corações que da primavera

só colhem os espinhos selvagens para espetá-los

na crueza ingênua das manhãs sem mistério.

Livra-me das falsas misericórdias dos delatores

e dos vendilhões de palavras

e das medonhas cordas que atam amores e dores.

Livra-me, Poesia, dos arreios dourados

à boca dos que só sabem maldizer.

Livra-me do que é só

abismo.

(Arriete Vilela – Palavras em Travessia, In: Obra Poética

Reunida, 2010, p. 66).

Refletindo sobre o texto:

a) Quem é o eu-lírico do poema?

b) Que mensagem podemos retirar do poema?

c) Cada estrofe do poema inicia-se com o termo “Livra-me.” Que nome é dado a

esse recurso utilizado? Por que ao poeta utiliza-se desse recurso?

d) Em grupos tente explicar o que cada estrofe do poema quer dizer.

37

Arriete Vilela nasceu em 10 de março de 1949, na cidade alagoana de Marechal

Deodoro. É mestre em Literatura Brasileira, pela UFPB, e professora aposentada

da Universidade Federal de Alagoas, instituição na qual coordenou o Núcleo de

Estudos de Literatura Popular, o Nelp, e o projeto de pesquisa A mulher na

Literatura Popular Alagoana.

Atuou na Secretaria de Cultura do Estado de Alagoas, coordenando a Ação Cultural

e de Planejamento e Projetos Culturais. Além disso, foi membro titular do Conselho

Municipal de Cultura, na Fundação Cultural Cidade de Maceió.

Eleita para a Cadeira nº6 da Academia Alagoana de Letras em 1996, Arriete é dona

de uma vasta e premiada obra.

Para quem conhece Arriete Vilela, sabe que se trata de uma mulher simpaticíssima

e de uma poética merecedora de aplausos. Para quem não a conhece, é só conferir

suas entrevistas nos sites:

http://www.sobresites.com/poesia/arritevilela.htm http://apoesianasentrelinhasdavida.blogspot.com.br/2012/05/entrevista-concedida-ao-jornalista.html E, ainda, acessando o site:

http://www.arrietevilela.com.br

TEXTO II

Fonte: Elaborado pela autora (2012).

Cecília Meireles

POESIA

COMPLETA

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Refletindo sobre o texto:

a) Qual é o tema do poema?

b) Para que tipo de leitor o autor teria criado esse poema? Justifique sua

resposta.

c) Que mensagem pode-se extrair do poema? O título do poema é “Se você

errou”. Você o acha coerente com o texto? Por quê? Que outro título você

daria ao poema?

d) Explique o que o autor quis dizer com os versos: “Nem tudo é fácil na vida.../

Mas, com certeza, nada é impossível...”

Cecília Meireles nasceu no Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901. Além de

poetisa, foi professora, pedagoga e jornalista. Em 1919 escreveu Espectros, seu

primeiro livro. Depois escreveu Baladas para El-Rei (1925), Viagem (1929), Vaga

música (1942), Mar absoluto (1945), Retrato natural (1949). O famoso

Romanceiro da Inconfidência foi publicado em 1953. Escreveu, ainda, Canções

(1956) e o livro de poesias infantis Ou isto ou aquilo (1964). Ela morreu, também,

no Rio de Janeiro, em 9 de novembro de 1964. Para saber mais sobre a escritora,

acesse o site: http://www.suapesquisa.com/biografias/cecilia_meireles.htm

Se você errou

Se você errou, peça desculpas...

É difícil perdoar?

Mas quem disse que é fácil se

arrepender?

Se você sente algo diga...[...]

(Cecília Meireles)

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TEXTO III FIGURA 1 – Capa do livro: Obra Poética Reunida – Autora: Arriete Vilela

Fonte: http://www.apoesianasentrelinhasdavida.blogspot.com

Mundochutado

De repente

deram um chute no mundo.

Mundochutado

homemchutado

almachutada.

Alguém jogava

e o mundo serviu de bola.

Bolamundo.

Mundochutado.

As raças se misturaram

e eu senti

então

que somos todos

irmãos

nesse mundo de meu Deus!

(Arriete Vilela – Eu em versos e prosa, In: Obra Poética Reunida, 2010, p. 485)

40

Refletindo sobre o texto:

a) Relacione o título do poema com a temática.

b) No poema que ‘lições’ podemos aprender?

c) Em grupos tente explicar o que cada estrofe do poema quer dizer.

d) Por que as palavras “Bolamundo e Mundochutado” aparecem em maiúsculo?

Comente.

TEXTO IV

Fonte: Elaborado pela autora (2012).

Ensinamento

Minha mãe achava estudo

a coisa mais fina do mundo.

Não é.

A coisa mais fina do mundo é o sentimento.

[...]

(Adélia Prado)

Adélia Prado POESIA REUNIDA

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Refletindo sobre o texto:

a) Relacione o título do poema com a temática.

b) No poema “Ensinamento” que ‘lições’ podemos aprender?

c) Que palavra do poema melhor sintetiza seu título? Justifique sua escolha.

d) O poema revela traços psicológicos que permitem a caracterização da mãe do eu

- lírico. Que verso é mais apropriado para que se comprove essa afirmação?

Justifique sua escolha, valendo-se, também, de outras partes do texto.

Adélia Luzia Prado Freitas (Divinópolis, 13 de dezembro de 1936) é uma escritora

brasileira. Os textos retratam o cotidiano com perplexidade e encanto, norteados pela

fé cristã e permeados pelo aspecto lúdico, uma das características de seu estilo único.

Segundo Carlos Drummond de Andrade, "Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia

como faz bom tempo: esta é a lei, não dos homens, mas de Deus. Adélia é fogo, fogo

de Deus em Divinópolis". A escritora também é referência constante na obra de

Rubem Alves.

Professora por formação, exerceu o magistério durante 24 anos, até que a carreira de

escritora tornou-se a atividade central.

Em termos de literatura brasileira, o surgimento da escritora representou a

revalorização do feminino nas letras e da mulher como ser pensante, tendo-se em

conta que Adélia incorpora os papéis de intelectual e de mãe, esposa e dona-de-casa;

por isso sendo considerada como a que encontrou um equilíbrio entre o feminino e o

feminismo, movimento cujos conflitos não aparecem nos textos. Você pode conhecer

mais sobre Adélia Prado no site:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ad%C3%A9lia_Prado

42

TEXTO V

FIGURA 1 – Capa do livro: Obra Poética Reunida – Autora: Arriete Vilela

Fonte: http://www.apoesianasentrelinhasdavida.blogspot.com/

Poema 20

Não precisa ser

tão dantesco:

descostura o fio

metálico

que cose os teus olhos

de inveja

e verás que há um anjo

também para ti...

(Arriete Vilela – Frêmitos, In: Obra

Poética Reunida, 2010, p. 254)

43

Refletindo sobre o texto:

a) Qual é o tema do poema?

b) Explique o verso: “Não precisa ser/ tão dantesco”.

c) Explique a última estrofe do poema.

d) Qual a mensagem que o poema quer nos passar?

TEXTO VI

Fonte: Elaborado pela autora (2012).

Saber viver

Não sei… Se a vida é curta

Ou longa demais pra nós,

Mas sei que nada do que vivemos

Tem sentido, se não tocamos o coração das

pessoas.[...]

(Cora Coralina)

Cora Coralina POEMAS DOS BECOS DE GOIÁS E ESTÓRIAS MAIS

44

Refletindo sobre o texto:

a) Qual é o tema do poema?

b) Que mensagem você pode tirar dessa leitura?

c) Os versos: “Mas que seja intensa,/Verdadeira, pura…/Enquanto dura”

remete você de quais outros versos? De qual poesia? E qual o autor?

d) No texto, foram utilizadas figuras de linguagem. Cite alguns exemplos e

comente.

Cora Coralina nasceu em 20 de agosto de 1889, na casa que pertencia à sua

família há cerca de um século, e que se tornaria o museu que hoje reconta sua

história. Filha do Desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e

Jacita Luiza do Couto Brandão, Cora, ou Ana Lins dos Guimarães Peixoto (seu

nome de batismo), cursou apenas as primeiras letras com mestra Silvina e já aos 14

anos escreveu seus primeiros contos e poemas. "Tragédia na Roça" foi seu primeiro

conto publicado.Em 1910 casou-se com o advogado Cantídio Tolentino Bretas e foi

morar em Jabuticabal, interior de São Paulo, onde nasceram e foram criados seus

seis filhos. Só voltou a viver em Goiás em 1956, mais de vinte anos depois de ficar

viúva e já produzindo sua obra definitiva. O reencontro de Cora com a cidade e as

histórias de sua formação alavancou seu espírito criativo.Cora Coralina faleceu em

Goiânia, a 10 de abril de 1985. Logo após sua morte, seus amigos e parentes

uniram-se para criar a Casa de Coralina, que mantém um museu com objetos da

escritora. Você pode conhecer mais sobre a artista no site:

http://www.velhosamigos.com.br/autorescelebres/coracoralina/coracoralina.ht

ml

45

TEXTO VII

FIGURA 7 – Capa do livro: Obra Poética Reunida – Autora: Arriete Vilela

Fonte: http://www.apoesianasentrelinhasdavida.blogspot.com/

Poema 34

O homem

todas as manhãs

entra na caixa em que

Pandora fez reinações

e busca no fundo o que sobrou

- a esperança -;

contrariando Dante,

inscreve-a no portal

dos infernos

diários.

(Arriete Vilela – Frêmitos, In: Obra

Poética Reunida, 2010, p. 268)

46

Refletindo sobre o texto:

a) Qual o tema do poema?

b) Quem é o homem descrito no poema? Comente.

c) Explique os seguintes versos: “contrariando Dante,/inscreve-a no portal/dos

infernos/diários.”

d) Em grupos, tente explicar o que cada estrofe do poema quer dizer.

TEXTO VIII

Fonte: Elaborado pela autora (2012)

Prece

Concede-me, Senhor, a graça de ser boa,

De ser o coração singelo que perdoa,

A solícita mão que espalha, sem

medidas,[...]

(Helena Kolody)

Helena Kolody SINFONIA DA VIDA

47

Refletindo sobre o texto:

a) O que o eu-lírico faz na poesia?

b) No texto, o que representa o amor?

c) Qual a figura de linguagem predominante no poema?

d) No poema, o que representa a estrela?

Os pais de Helena Kolody foram imigrantes ucranianos que se conheceram no Brasil. Helena passou parte da infância na cidade de Rio Negro, onde fez o curso primário. Estudou piano, pintura e, aos doze anos, fez seus primeiros versos.

Seu primeiro poema publicado foi A Lágrima, aos 16 anos de idade, e a divulgação de seus trabalhos, na época, era através da revista Marinha, de Paranaguá.Aos 20 anos, Helena iniciou a carreira de professora do Ensino Médio e inspetora de escola pública. Lecionou no Instituto de Educação de Curitiba por 23 anos.

Helena Kolody, segundo o que consta em seu livro Viagem no Espelho, foi professora da Escola de Professores da cidade de Jacarezinho, onde lecionou por vários anos.Seu primeiro livro, publicado em 1941, foi Paisagem Interior, dedicado a seu pai, Miguel Kolody, que faleceu dois meses antes da publicação.Helena se tornou uma das poetisas mais importantes do Paraná, e praticava principalmente o haicai, que é uma forma poética de origem japonesa, cuja característica é a concisão, ou seja, a arte de dizer o máximo com o mínimo. Foi aprimeira mulher a publicar haicais no Brasil, em 1941. Para saber mais sobre a escritora, acesse o site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_Kolody

TEXTO IX

FIGURA 9 – Capa do livro: Obra Poética Reunida – Autora: Arriete Vilela

Fonte: http://www.apoesianasentrelinhasdavida.blogspot.com/

48

Estou só...

Neste mundo turbulento e confuso,

neste mundo da técnica,

da indústria,

do existencialismo

da rapidez,

neste mundo dos poetas e

do intelectualismo,

neste mundo mais psicológico

do que mesmo lógico,

neste mundo da beleza,

no encanto,

da ostentação,

neste mundo da ânsia criadora dos homens,

neste mundo da socialização e

do insulamento,

neste mundo que é meu,

mas que me foge,

eu me sinto só...

muito só...

Sem ninguém.

Sem você.

Fechada em mim mesma.

Voltada para mim mesma.

Egoisticamente.

(Arriete Vilela – Eu em versos e prosa, In: Obra Poética

Reunida, 2010, p.512)

49

Refletindo sobre o texto:

a) Qual é o tema do poema?

b) Como você caracteriza o eu-lírico do poema?

c) Comente sobre a última estrofe do poema.

d) Por que o eu-lírico se considera uma pessoa só? Comente.

TEXTO X

Fonte: Elaborado pela autora (2012)

Receita de ano novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já

vivido (mal vivido talvez ou sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo, remendado às

carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; [...]

(Carlos Drummond de Andrade)

Carlos Drummond

de Andrade

POESIA

COMPLETA

50

Refletindo sobre o texto:

a) A voz lida é a voz do autor? Por quê? Explique.

b) Qual é o tema do poema?

c) Explique o que entende com o verso: “É dentro de você que o Ano

Novo cochila e espera desde sempre.”

d) Você considera fácil fazer um ano novo? Comente.

Natural de Itabira, Minas Gerais, Carlos Drummond de Andrade nasceu em 1902.

Formou-se em Farmácia em Belo Horizonte. Retornou a Itabira, onde foi professor

de Geografia e Português. De novo em Belo Horizonte, segue a carreira de

jornalista e trabalha como funcionário público. Foi oficial de gabinete do Ministério

da Educação, chefiou a secção da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional. Fez parte do grupo de modernistas de A Revista. Faleceu no Rio de

Janeiro, em 1987.

A obra poética de Carlos Drummond de Andrade acompanha a evolução dos

acontecimentos, registrando todas as coisas que o rodeiam e que existem na

realidade do dia-a-dia. São poesias que refletem os problemas do mundo, do ser

humano brasileiro e universal diante dos regimes totalitários, da Segunda Guerra,

da Guerra Fria.

Alguns temas foram recorrentes na obra de Drummond: o cotidiano, a preocupação

social e política, as reminiscências, o amor e a metalinguagem (reflexão sobre o

próprio ato de escrever).

Em suas primeiras obras mostrou o impasse entre o artista e o mundo. A partir de A

Rosa do Povo (1945), escreveu uma poesia engajada politicamente. Foi também

cronista, um dos mais importantes poetas contemporâneos brasileiro, traduzido em

vários idiomas. O poeta analisou o homem moderno e seus sentimentos com

sensibilidade e muitas vezes com ironia. Percebe as injustiças do mundo (guerras,

violência) e a transforma na matéria de sua poesia. Você pode conhecer mais sobre

Drummond no site:

http://pt.shvoong.com/books/romance/2083624-vida-obra-carlos-drummond-

andrade/#ixzz2BGZPRoHm

51

ATIVIDADE 08

Confronto entre os textos (Dialogismo)

“Toda palavra de um texto conduz para fora dos limites desse texto. A compreensão é

o cotejo de um texto com outros textos.” (Mikhail Bakhtin)

Nesta aula, o(a) professo(a) realizará com os alunos, atividades de

confrontos dos textos interpretados nas aulas anteriores, principalmente, com

relação à temática e mensagens transmitidas pelas poesias.

Nesse sentido, primeiramente, serão feitas algumas considerações,

oralmente, sobre dialogismo, enfatizando sua importância para a compreensão dos

textos, tendo em vista que para Bakhtin, qualquer texto é duplamente dialógico:

apresenta uma relação dialógica entre os interlocutores e uma outra relação

dialógica com outros textos.

Assim, para melhor compreender a forma de estruturação do discurso das

obras selecionadas, é essencial recorrer à visão de Mikhail Bakhtin de que a

dialogicidade se constitui numa característica essencial da linguagem, não

existindo, por conseguinte, discurso puro, uma vez que para nos expressarmos,

sempre nos apoiamos na linguagem do outro, como uma forma de resposta.

1- Responda:

a) De qual poema você mais gostou? Por quê?

b) Nas poesias interpretadas, transparece alguma mensagem de valorização

humana? Explique.

c) Qual foi a maior aprendizagem que você tirou dos poemas estudados?

d) A interpretação dos poemas os induziu a uma maior reflexão sobre a sua

condição de sujeito humano e agente de transformação individual e coletiva

na sociedade? Comente.

e) Que sugestões vocês dariam para melhorar o relacionamento de valorização

humana neste mundo tão carente desses valores?

52

f) Nos poemas trabalhados, há semelhança no tema Valorização Humana; no

entanto, os assuntos podem ser considerados distintos. Comente quanto a

essas semelhanças e diferenças.

g) Em ambos os textos há uma inquietude do eu-lírico quanto às questões

referentes à valorização Humana. Reflita sobre os diferentes tratamentos que

cada poeta dá ao tema.

h) Agora é sua vez... Escreva um poema com a temática de valorização humana,

a fim de ser publicado no site do Colégio, juntamente com poemas de Arriete

Vilela.

ATIVIDADE 09

Pesquisando os poetas e suas obras com temática de valorização humana

Nesta aula, será iniciado um trabalho de pesquisa sobre os poetas

selecionados e suas obras com temática de Valorização Humana.

Para tanto, a atividade será aplicada da seguinte forma:

Inicialmente, a sala será dividida em dois grupos, que serão encaminhados

para o laboratório de informática para pesquisarem na Web, no laboratório de

informática do colégio, em 02(duas) aulas:

1° grupo: Pesquisa sobre a importância da poesia para o ser humano,

bem como, sobre a vida e obra de Arriete Vilela, Cecília Meireles, Adélia Prado;

2º grupo: Pesquisa sobre a vida e obra de Arriete Vilela, Cora Coralina,

Helena Kolody e Carlos Drummond de Andrade.

Na próxima aula, após a pesquisa no laboratório, os estudantes poderão

continuá-la na biblioteca, para aprofundar um pouco mais sobre o assunto, devendo

sistematizar o material pesquisado, em uma aula, deixando-o registrado no caderno

de literatura para, nas aulas seguintes, iniciarem a apresentação da pesquisa no

grande grupo, em forma de seminário.

53

Também, cada aluno deverá escolher, dentre os autores pesquisados, uma

poesia com temática de valorização humana e declamá-la em sala de aula.

Terminada essa etapa, os alunos deverão se organizar em grupos de 04

(quatro) alunos, ficando livre a escolha entre os participantes para compor o grupo;

estes deverão entrar num consenso e escolher 02(duas) poesias para serem

declamadas e dramatizadas para turmas do colégio: uma de Arriete Vilela e outra,

de um dos demais poetas pesquisados.

ATIVIDADE 10

Organização e apresentação à comunidade escolar, das atividades

desenvolvidas no projeto

Nesta última atividade, o(a) professor(a) e os alunos organizarão, no

Colégio, um espaço para realizar as apresentações, com criação de cenário, às

demais turmas do período matutino, através da declamação e dramatização das

poesias selecionadas de Arriete Vilela e dos demais poetas trabalhados.

Neste momento, também será realizada, na biblioteca, uma exposição sobre

a vida e obra de Arriete Vilela e um varal das poesias selecionadas para serem

dramatizadas, todas elas devidamente ilustradas.

A apresentação das atividades será decidida na primeira reunião

pedagógica realizada no Colégio, quando da apresentação da proposta à

comunidade escolar.

No site do colégio, será postado, quinzenalmente, durante o semestre,

poesias, com temática de valorização humana, de Arriete Vilela, bem como as

produzidas pelos alunos que se sentirem interessados.

Ao final do projeto, as poesias dos autores, selecionadas e ilustradas, serão

encadernadas em um único volume e ficarão disponíveis na biblioteca do colégio,

possibilitando a sua utilização como suporte de leituras e pesquisas futuras.

54

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa (2008), entendem que a

obra literária não está somente ancorada, fixa ao contexto original de sua produção.

A relação dialógica entre leitor, texto e autor de diferentes épocas, acaba por

atualizá-la, o que revela seu dinamismo, sua constante transformação.

Dessa forma, as atividades propostas, na presente Produção Didático-

Pedagógica, foram construídas, de modo a proporcionar aos alunos momentos de

reflexão, a partir do contato com o texto poético, uma vez que os textos selecionados

objetivam oportunizar aos alunos, não somente apreender o significado de um dado

texto, mas também, de realizar uma inter-relação entre o texto e sua experiência de

vida, sua visão de mundo.

Isto se justifica, pois o texto poético, por sua especificidade, apresenta

recursos que colaboram na formação do aluno, no aperfeiçoamento da sua

sensibilidade e na relação que o mesmo estabelece consigo e com o outro no âmbito

da interação social, favorecendo, por conseguinte, o processo educativo.

55

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FIGURAS:

BLOGSPOT. Figuras 1, 3, 5, 7 e 9 – Capa do livro: VILELA, Arriete. Obra poética reunida. Maceió: Poligraf, 2010. Disponível em: <http://www.apoesianasentrelinhasdavida.blogspot.com/>. Acesso em: 05 set. 2012.

FOTOS:

BLOGSPOT. Foto 4 – Arriete Vilela. Disponível em: <http://www.apoesianasentrelinhasdavida.blogspot.com/>. Acesso em: 05 set. 2012. PORTAL DIA A DIA. Fotos - 1, 2, 3, 5 e 6 – Cecília Meireles, Adélia Prado, Cora Coralina, Helena Kolody e Carlos Drummond de Andrade. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br>. Acesso em: 05 set. 2012.