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Ficha para Catálogo da Produção Didático-Pedagógica

Professor PDE/2010

Título Análise do Processo de Construção de Sentidos em Charges e Letras Musicais que Tematizam Questões Políticas.

Autor Francisco Einik.

Escola de Atuação Colégio Estadual Marquês de Maricá – Ensino Fundamental.

Município da escola Santa Izabel do Oeste.

Núcleo Regional de Educação Francisco Beltrão.

Orientador Franciele Luzia de Oliveira Orsatto.

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus de Cascavel.

Área do Conhecimento Língua Portuguesa.

Produção Didático-Pedagógica (indicar o tipo de produção conforme Orientação 03/2008 disponível na página do PDE)

Unidade Didática.

Relação Interdisciplinar (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

História.

Público Alvo (indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Alunos de 8ª séries do Ensino Fundamental.

Localização (identificar nome e endereço da escola de implementação)

Escola Estadual Marquês de Maricá – Ensino

Fundamental.

Rua: Acácia, 2043.

Município de Santa Izabel do Oeste - Paraná

Apresentação: (descrever a A intenção desta unidade didática é levantar

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justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

questionamentos acerca das charges e letras de musicas de cunho político, a fim de estimular a criticidade do educando. As charges são vistas como discurso de humor gráfico, com recursos expressivos que possibilitam uma leitura humorística, baseada muitas vezes, naquilo que se encontra nas estrelinhas da mensagem. As letras musicais, expressam sentimentos e emoções para diversos fins, inclusive questionar e debater questões políticas da época de sua criação. Tais gêneros foram escolhidos para orientarem o trabalho pedagógico, pois são textos carregados de manifestações de cunho ideológico.

Palavras-chave (3 a 5 palavras) Charges; Letras musicais; Educando; Leitura.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

UNIDADE DIDÁTICA

FRANCISCO EINIK

FRANCISCO BELTRÃO – PR

2011

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FRANCISCO EINIK

ANÁLISE DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS EM CHARGES E

LETRAS MUSICIAIS QUE TEMATIZAM QUESTÕES POLÍTICAS

Unidade Didática apresentada para o acompanhamento das atividades do professor PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional.

Orientador: Profª. Franciele Luzia de Oliveira Orsatto.

FRANCISCO BELTRÃO – PR

2011

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

Professor PDE: Francisco Einik.

Área PDE: Língua Portuguesa.

NRE: Francisco Beltrão.

Professor Orientador IES: Franciele Luzia de Oliveira Orsatto.

IES vinculada: UNIOESTE – Campus de Cascavel.

Escola de Implementação: Escola Estadual Marquês de Maricá – Ensino

Fundamental.

Público Objeto da Intervenção: 8ª Série “A”.

TÍTULO

Análise da construção de sentidos em charges e letras musicais que

tematizam questões políticas.

INTRODUÇÃO

Nesta Unidade Didática (UD), propõe-se um estudo sobre as marcas

discursivas presentes em charges e letras musicais que trazem como temática

questões relacionadas à política. Foram consideradas, para a elaboração deste

material, as orientações das Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua

Portuguesa do Paraná (DCEs), em relação às práticas de leitura, interpretação e

produção de textos.

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Dessa forma, um dos objetivos principais desta UD é o aperfeiçoamento da

leitura, análise, interpretação de diferentes gêneros textuais com competência. O

corpus do trabalho é composto por letras musicais (“Perfeição” e “Que Pais é Esse”,

de Legião Urbana; “Podres Poderes”, de Caetano Veloso), e charges que tematizam

questões políticas. Para orientar teoricamente o trabalho, parte-se da Análise de

Discurso de vertente francesa, que permite investigar de que forma a ideologia se

materializa no discurso.

JUSTIFICATIVA

A intenção pedagógica desta UD é levantar questionamentos acerca das

charges e letras de músicas, a fim de estimular a criticidade do educando. As

charges são vistas como discurso de humor gráfico, com recursos expressivos e que

possibilitam uma leitura humorística, baseada muitas vezes naquilo que se encontra

nas entrelinhas da mensagem expressa. As letras musicais, por sua vez, expressam

sentimentos e emoções e serve para diversos fins, inclusive, tematizar, questionar e

debater questões políticas da época de sua criação. Tais gêneros textuais foram

escolhidos para orientarem o trabalho pedagógico proposto por este projeto, pois

são textos carregados de manifestações de cunho ideológico.

OBJETIVOS

1. Contribuir, à luz da Análise de Discurso de linha francesa, para o

desenvolvimento da leitura crítica de charges e letras musicais que tematizam

questões políticas, visando levar os alunos à reflexão sobre as relações entre o texto

e sua exterioridade constitutiva.

2. Permitir aos alunos a interpretação do conjunto verbal e imagético das

charges, compreendendo-as enquanto produção discursiva e atribuindo-lhes

sentidos a partir de sua relação com o entorno social e do ideológico.

3. Levar os alunos à construção de uma análise critica sobre os diferentes

gêneros textuais trabalhados, articulando o conhecimento sobre o momento histórico

em que esses textos foram produzidos para compreender como cada geração

pensa, quais suas regras e valores nos seus discursos.

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4. Reconhecer e distinguir as diferentes vozes sociais que perpassam e

compõem os textos, através de atividades orais e escritas.

CONTEÚDOS:

Conteúdo Estruturante: Conteúdo Específico:

Discurso como Prática Social

Análise do Discurso

Gênero Charges/ Letras Musicais do gênero Rock

Nacional Web site

Autores

Legião Urbana / Caetano Veloso

Músicas Perfeição / Que país é esse / Podres Poderes

Charges: Explicação dos políticos

Autor: Gilmar

Compreensão e

Contextualização

Atividades de leitura, interpretação e analise

lingüística

Produção e Leitura: Montagem de uma coletânea com letras de

musicas e charges pesquisadas, bem como, a

produção e reconstrução, mudando o foco

narrativo.

Aplicação:

Observação e avaliação.

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UNIDADE DIDÁTICA

Todos nós sabemos que existe uma variedade muito grande de textos

presentes em nossa vida, qualquer que seja o lugar onde estejamos: em casa, na

rua, na escola, no trabalho, enfim, em todos os lugares.

Vamos agora refletir sobre as charges e letras musicais sobre sua utilização

nos veículos de comunicação, observando, no caso das charges, a interação entre o

texto e a imagem. A imagem tem uma presença avassaladora no cotidiano das

pessoas. Assim, para compreender o uso de textos verbais e não-verbais, é

necessário refletir sobre o universo imagético em que estamos inseridos.

Diante disso, vamos observar a sátira, principalmente a política. A origem da

charge se relaciona ao objetivo de criticar e zombar dos fatos que envolvem

políticos. Por isso, é importante estar sempre por dentro dos acontecimentos, lendo

jornais e revistas e assistindo a bons programas de TV para compreendê-la.

Comentário político ou sátira dos costumes, a charge como opera com a seleção e

combinação de elementos para criar uma cena estática, isto é, na qual não ocorre

um desenrolar sequencial de episódios. A imagem muitas vezes aparece

emoldurada por uma grande massa de texto e pressupõe que seu observador

complemente a dramatização supondo um começo e um desfecho temporais, que, a

rigor, não estão ali desenhados. Dessa operação encarrega-se o leitor, conferindo

alguma cronologia a uma percepção necessariamente simultânea da ação traçada.

(NERY, 1998.)

Vamos Pensar:

Segundo Orlandi (2006), de acordo com o momento histórico e a sociedade

que nele está inserida, é que o discurso é constituído. Porque nós somos seres

sociais, os valores éticos são imprescindíveis. Você já parou para pensar sobre

quais são os valores da nossa sociedade atual? Como esses valores se

constituíram? Em nossos estudos, vamos procurar conhecer melhor como os valores

se manifestam no discurso. Para isso, é preciso observar, nas charges, diversos

detalhes, como a expressão facial dos personagens, o ambiente, as cores e as

palavras, que são carregadas de significados.

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Também vamos trabalhar com algumas letras de músicas. Para entender

melhor a época do lançamento destas músicas e como era a censura. A geração de

1960/1970, para burlar a censura, começou a se manifestar contra os atos

cometidos pelo governo ditatorial. Nas vozes dos cantores dessa época, através da

música, torturas, prisões arbitrárias e a própria censura eram denunciadas. É o caso,

por exemplo, da música ‘’Podres Poderes’’ de Caetano Veloso. Vamos conhecer a

letra da música e analisar sua letra para perceber como os protestos presentes na

música driblavam a censura através do seu discurso.

Podres Poderes – Caetano Veloso

Analisar a 1ª estrofe.

Enquanto os homens exercem seus podres poderes Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos E perdem os verdes somos uns boçais

Disponível em: http://www.caetanoveloso_wikipéida.org/Wiki/Caetano_Veloso-Em Cache. Acesso em 15 de julho de 2011.

Compreensão e Contextualização:

Essa música aborda o tema “Cidadania: o ser humano como agente social,

transformador e produtor de Cultura”. Traz um Caetano Veloso revoltado, irado com

os erros e as faltas de revolta do povo. Caetano cita os ditadores, os burgueses, os

paisanas, as capatazes e outras classes que estão preocupadas somente com o

bem próprio, fazendo as outras sofrerem – gestos que Caetano chama de ridículo,

boçais e burras. Diz ainda que gostaria de poder confiar e compartilhar com essas

classes, mas é impossível. Podres Poderes faz o ouvinte pensar em tudo que

acontece de errado no mundo, principalmente no nosso país e questionar-se para

fazer as coisas mudarem. Vamos refletir sobre as discriminações praticadas pelo

regime militar que foi instaurado pelo golpe de Estado de 31 de marco de 1964 e se

estendeu até o final do processo de abertura política em 1985, o qual foi marcado

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por autoritarismo, supressão dos direitos constitucionais, perseguição policial, prisão

e tortura dos opositores e pela censura prévia aos meios de comunicação. Agora

vamos acompanhar a apresentação da música no clipe. Em seguida, responda às

atividades.

ATIVIDADES: 1. Você já conhecia essa musica? Converse com seus colegas, pergunte se eles a

conheciam. O que vocês tem a dizer sobre ela?

2. Você ouviu que o autor faz referência à “homens que exercem seus podres

poderes”, “ridículos tiranos”, “paisano”, “capataz”. Quem são esses “homens”,

esses “tiranos”, o “paisano”, o “capataz”?

3. Você acredita que a música, que alguma forma, faz menção à política brasileira?

Em que versos isso fica mais evidente?

4. Você já sofreu algum tipo de preconceito? Qual? Político, Religioso, Lingüístico,

Racial? Como isso aconteceu, e qual foi sua reação?

5. Quem são as maiores vítimas de preconceito no Brasil?

6. Como é ser cidadão em nossa sociedade, de acordo com o que a música se

refere?

7. Em alguns versos, a linguagem é empregada em sentido conotativo (figurado) no

qual se utilizam as chamadas figuras de linguagem, dentre as quais podemos

citar: a hipérbole (exagero na linguagem) o eufemismo (suavizar expressões

fortes, chocantes); assíndeto e polissíndeto (supressão ou repetição de

conjunção, respectivamente); a aliteração (repetição de fonemas com

consonantais idênticos). Levando em conta as definições acima, responda:

a. No primeiro verso da segunda estrofe, no terceiro e quarto verso o autor

empregou respectivamente:

( ) eufemismo e polissíndeto

( ) hipérbole e assíndeto

( ) hipérbole e polissíndeto

( ) eufemismo e aliteração

b. Qual o papel dessas figuras de linguagem para a construção do sentido do

texto?

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8. O sentido da palavra “senão” no verso “Será que nunca faremos senão

confirmar” está corretamente expresso em:

( ) “Será que nunca faremos no entanto confirmar”

( ) “Será que nunca faremos entretanto confirmar”

( ) “Será que nunca faremos a não ser confirmar”

9. Observamos no texto, três ocorrências da oração subordinada: ‘’Enquanto os

homens exercem seus podres poderes’’. Em cada uma dessas ocorrências, a

oração principal que a acompanha enfatiza um acontecimento que mostra a

alienação das pessoas, diante desses ‘’ podres poderes’’.

a) O sentido que esta oração estabelece com a oração principal, através do

conectivo “Enquanto”, nas três ocorrências é de:

( ) comparação ( ) finalidade ( ) tempo

b) Esse conectivo pode ser substituído, sem prejuízo de sentido, por:

( ) depois que

( ) antes que

( ) ao mesmo tempo que

Perfeição – Legião Urbana (Letra e Vídeo)

Analisar os seis primeiros versos.

Vamos celebrar a estupidez humana A estupidez de todas as nações O meu país e sua corja de assassinos Covardes, estupradores e ladrões Vamos celebrar a estupidez do povo Nossa polícia e televisão

Disponível em: http://www.letras.terra.com.br>L>legiaourbana-Em chache. Acesso em 15 de julho de 2011.

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SAIBA MAIS: Renato Russo foi um dos criadores do chamado Rock Brasil, que nasceu nos

anos 80. Fez sucesso com a banda Legião Urbana, virou ícone da rebeldia juvenil e

morreu, em conseqüência da AIDS, aos 36 anos de idade.

A geração dos anos 80 foi marcada pela atitude de suas letras. Renato Russo

queria que as pessoas, no Brasil, entendessem a linguagem do rock. Por isso era

importante que as letras fossem em português, pois a maior parte das pessoas

escutava rock internacional que não entendia, mas gostava, pois eram levados pela

melodia e pelo som. As bandas nacionais sempre sofreram porque cantavam rock

em português e as pessoas não estavam acostumadas com isso. Preferiam ouvir o

rock internacional, mesmo não entendendo nada.

Nessa música, Renato Russo tenta mostrar ao povo o que está acontecendo

em nossa sociedade. Através da letra, ele critica a nossa posição, pois estamos

presenciando barbaridades e não fazemos nada para mudar.

Saiba mais:

Dois filmes diferentes, que estão sendo rodados agora em Brasília, têm como

tema a vida e os personagens criados por Renato Russo. Vamos ver o vídeo e a

reportagem disponível em:

http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1666993-15605,00 VIDA+E+OBRA+DE+RENATO+RUSSO+CHEGAM+AS+TELAS+DO+CINEMA.html

ATIVIDADES:

A estrutura da musica descreve o país com ironia, pois as pessoas que

deveriam lutar por algo melhor, se envolvem em escândalos e coisas erradas. Agora

vamos acompanhar a apresentação da música através do vídeo na TV. Ouça com

atenção, acompanhando a letra. Vamos formar grupos e cada grupo irá analisa um

trecho indicado pelo professor, identificando situações do dia-a-dia em nossa

sociedade. Cada grupo poderá escolher a maneira de representar o trecho

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trabalhado, podendo ser através de coreografias, encenando em forma de teatro,

cartaz ou outro ao gosto do grupo. Em seguida, responda:

1) Jovens de épocas diferentes têm estilo diferente, curtem musicas e diversões

diferentes, têm visão política e comportamentos marcados pela época em que

vivem. Pesquise sobre o que caracterizava o comportamento dos jovens na

época do lançamento desta música, especialmente em relação aos problemas

políticos e sociais. Há alguma semelhança com o comportamento com os jovens

de hoje?

2) Que tipo de conhecimento é necessário para entender a crítica que o autor da

música faz?

3) O autor da música usa a ironia. A quem ele se dirige dessa forma?

4) Os verbos “celebrar”, “festejar”, “comemorar” nos remetem a festa, alegria,

felicidade, ao que nos dá prazer. No texto “Perfeição”, no entanto, o autor nos

exorta a celebrar, festejar, comemorar. Tudo que acontece de negativo, de ruim,

de errado em nosso país. Converse com os colegas e levante hipóteses: por que

se faz uso de tanta ironia?

5) Como você explica o título “Perfeição” se os versos apontam,

predominantemente, para o que é imperfeito, ruim, negativo?

6) Na terceira estrofe, há um verso entre parênteses. Por que o autor faz uso desse

recurso gráfico? Qual o sentido do verso?

7) Na segunda estrofe, o autor faz alusão ao trabalho escravo. Relembrando o que

você já estudou sobre a escravidão no Brasil e que ela já foi extinta, explique: a

que trabalho escravo o autor se refere?

VAMOS CONTEXTUALIZAR UM POUCO!

A música que vamos acompanhar foi escrita em 1978 e produzida em 1984,

época da ditadura militar. É uma musica crítica e realista, pois hoje em dia a

corrupção é a cara do Brasil. Será que as pessoas sabem das sujeiras e tantas

outras atrocidades cometidas por eles?

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Acompanhemos agora o vídeo clipe da música “Que país é esse?” (Legião Urbana).

Que país é esse? – Legião Urbana (Letra e Música)

Analisar os quatro primeiros versos.

Nas favelas, no senado Sujeira pra todo lado Ninguém respeita a constituição Mas todos acreditam no futuro da nação

Disponível em: http://www.letras.terra.com.br>L>legiaourbana-Em chache. Acesso em 15 de julho de 2011.

ATIVIDADES: 1 - A palavra “sujeira” na música tem dois significados. Quais são?

2 - Leia o trecho:

“Mas o Brasil vai ficar rico Vamos faturar um milhão Quando vendermos todas as almas Dos nossos índios num leilão.”

Nesse trecho, o autor relata o descaso daqueles que pensam que, para o país ficar

mais rico, é preciso destruir nossa gente e nosso povo. Você concorda com essa

afirmação? Justifique com suas palavras.

3 - Será que um dia nosso país poderá ser considerado como exemplo para o resto

do mundo?

4- Qual a influência da música na formação de opinião política em nossa sociedade?

5- Que opinião pode ser formada a partir dos versos dessa música?

6 - Quais problemas da nossa sociedade podem ser resolvidos e de quem depende?

7 – A partir do estudo do texto produza um texto de opinião de, no mínimo e no

máximo 25 linhas, respondendo à pergunta: “Que país é esse?” Lembre-se: seu

texto deve ser redigido em prosa e na modalidade padrão da língua.

8 - As orações coordenadas têm relação com outra oração do período e podem

apresentar diferentes valores semânticos, dependendo da conjugação que as

introduz.

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Observe as três ocorrências da conjunção (conectivo) ‘’mas’’ nos versos da canção

e a relação que se estabelece entre as orações coordenadas. Pode-se afirmar que,

o valor semântico estabelecido pelo ‘’mas’’ é:

( ) aditivo ( acrescenta uma idéia )

( ) alternativo ( oferece alternativas )

( ) adversativo ( apresenta idéia adversa, contrária )

CONTEXTUALIZANDO AS CHARGES A palavra Charge é de origem francesa e significa carga, pois exagera traços de caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. As charges são muito utilizadas em críticas políticas no Brasil1.

A charge de caráter político tem como personagens predominantes às

caricaturas e características dos políticos atuantes conforme os acontecimentos do

dia-a-dia onde o discurso expressa sua ideologia.

As charges utilizam mais a linguagem não verbal, pois as caricaturas

constituem um discurso capaz de denunciar alguém através dos fatos acontecidos

num determinado momento.

Esta forma de discurso presente nas charges constitui corpus para se fazer

uma análise dos discursos ideológicos explícitos ou implícitos presentes no contexto

histórico das charges.

Vamos analisar os discursos presentes no uso da linguagem verbal e não

verbal no processo de interação e comunicação dos seres humanos.

Segundo Orlandi (1999, p.10), diante de qualquer fato, de qualquer objeto

simbólico, somos instalados a interpretar, havendo uma injunção a interpretar. Ao

falar interpretamos. Mas ao mesmo tempo, os sentidos parecem já estar sempre lá.

Porém os sentidos estão administrados.

As charges afetam seu alvo de forma negativa, mas com humor. É o que a

mídia chama de jornalismo opinativo. Muitas vezes, podem causar reações por parte

dos indivíduos afetados, pois elas podem criticar um assunto polêmico quando a

critica é dirigida ao aspecto físico ou ao papel que o individuo representa na política.

1 Mini Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. Dermival Ribeiro Rios. São Paulo: DCL, 2005.

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Mas, antes de analisarmos algumas charges, vamos ler um pouco sobre

liberdade e democracia.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DEMOCRACIA

A liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões públicas, é o

suporte vital de qualquer democracia. Os governos democráticos não controlam o

conteúdo da maior parte dos discursos escritos ou verbais. Assim, geralmente, as

democracias têm muitas vozes exprimindo ideias e opiniões diferentes e até

contrárias.

Segundo os teóricos da democracia, um debate livre e aberto resulta

geralmente que seja considerada a melhor opção e tem mais probabilidades de

evitar erros na escolha das melhores propostas e candidatos. A democracia

depende de uma sociedade civil educada e bem informada. O acesso à informação

lhe permite participar tão plenamente quanto possível na vida pública e criticar

funcionários do governo ou políticas insensatas e tirânicas. Os cidadãos e os seus

representantes eleitos reconhecem que a democracia depende de acesso mais

amplo possível a idéias, dados e opiniões não sujeitos à censura.

A liberdade de expressão é um direito fundamental consagrado na

Constituição Federal de 1988, no capítulo que trata dos Direitos e Garantias

fundamentais e funciona como um verdadeiro termômetro no Estado Democrático.

Quando a liberdade de expressão começa a ser cerceada em determinado Estado, a

tendência é que este se torne autoritário. A liberdade de expressão serve como

instrumento decisivo de controle de atividade governamental e do próprio exercício

do poder. O princípio democrático tem um elemento indissociável que é a liberdade

de expressão, em contraposição a esse elemento, existe a censura que representa a

supressão do Estado democrático. A divergência de ideias e o direito de expressar

opiniões não podem ser restringidos para que a verdadeira democracia possa ser

vivenciada.

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Explicação dos Políticos

Vamos analisar a charge abaixo disponível em: http://portalfiel.web275.uni5.net/charges.php?id=124-charge-esplicacao-dos-politicos-politica.html Acesso em 20 de julho de 2011.

Construindo opiniões sobre Política

Nossa sociedade vive num regime democrático e todos os cidadãos podem

manifestar suas opiniões políticas publicamente, seja na rua, no bairro, na escola ou

onde quer que estejam, assumindo posturas contrárias em algumas situações como

solicitar melhorias da sua casa, sua rua através da linguagem oral ou escrita.

Formando opiniões: 1) Você já viu ou ouviu frases parecidas como esta da charge acima? Converse

com seus colegas. Vocês concordam com esse tipo de reivindicação feita pelo

cidadão? Em que situação ela deve ser feita?

2) Que sentimentos a expressão facial do político demonstra? Por que há gotas

desenhadas ao redor do rosto dele? Ele parece surpreso? Justifique.

3) A partir de quais elementos (verbais e não-verbais) conseguimos reconhecer

quem é o político na charge?

4) Você acha justa a solicitação feita na época de eleição?

5) Sabendo que advérbios são palavras que exprimem circunstâncias, responda:

a) Que advérbios estão presentes na fala dos personagens?

b) Que circunstância cada um exprime?

Os verbos, na Língua Portuguesa, podem se apresentar em três modos: o Indicativo,

que exprime certeza, o Subjuntivo, que denota duvida e o Imperativo, que é

empregado para dar ordens, fazer pedidos.

a) Em qual desses modos estão os verbos “senta” e “explica” são empregados

na fala da personagem?

b) Levando-se em conta a pessoa verbal empregada no discurso (você- terceira

pessoa do singular) os verbos mencionados estão empregados de acordo

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com a norma padrão da língua? Como deveriam ser, segundo a norma

padrão?

c) A linguagem que utilizamos em nosso dia-a-dia (coloquial) é diferente da

linguagem que a escalo ensina (padrão). Pode-se dizer que a fala do

personagem, na charge, está “errada” ou está adequada à situação em que

ocorre? Explique.

CHARGE: Dilma e Lula. Disponível em: http://www.charge_dilma_lula_penas.jpg.mirokcaconversafiada.blogspot.com Acesso em 20 de julho de 2011.

Atividades:

1- Faça uma análise da imagem, observando os detalhes. Quando e onde se passa

a cena e quem as personagens representam?

2 - Explique com suas palavras o sentido da expressão “Andar com as próprias

pernas“ na charge acima.

3 - Em sua opinião, o Brasil está preparado para uma presidente mulher? Comente.

4 - Você é daquelas pessoas que só votaria em quem está na frente das pesquisas

para não perder o voto?

5 - Você votaria em um candidato porque o antecessor dele foi bom para você?

6 - Qual a influência que Lula teve na eleição da Dilma?

7 - Assinale a alternativa que, segundo sua opinião, seria a resposta mais adequada

à pergunta: Por que a Dilma está sendo carregada pelo Lula?

( )Porque Dilma é mulher e como tal não tem capacidade para governar o Brasil

( ) Porque Lula não queria deixar o poder e acha que Dilma deve se deixar conduzir por ele, ou seja, ele quer continuar mandando.

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( )Porque Lula tem experiência de governo e, como a Dilma foi à candidata lançada por ele, o mínino que ele pode fazer é orientá-la nas dificuldades.

( )Porque Lula é um cavalheiro e como Dilma tem problemas de saúde, ele não quer que ela se canse demais com as atividades de governo.

8 - A ambigüidade acorre quando podemos dar uma dupla interpretação a um

enunciado. Muitas vezes o emprego de palavras que criam ambigüidade é

proposital, como na fala da personagem que representa o Lula na charge.

a) A quem se refere o pronome ‘’ele’’ na fala?

b) Que palavra da fala do Lula estabelece a ambigüidade?

c) Explique os dois sentidos de ‘’... suas pernas’’?

AGORA É A SUA VEZ!!!!!

Como você pode ver, as charges têm um papel muito importante de crítica. Além de

privilegiar o humor e a sátira política, abordam temas atuais, mostrando as

preocupações do país e do mundo, propiciando ao leitor elementos de fácil

reconhecimento e garantindo espaço social à opinião e à liberdade de expressão.

Agora, vamos formar grupos e produzir uma charge de cunho político, explorando as

características físicas das pessoas representadas, deixando claro o objetivo da

crítica humorística e do fato político.

REFERÊNCIAS:

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