transformador reator capacitor resistor

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LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 - Princípio de funcionamento ................................................................................................ 15 Figura 1.2 - Modelos de transformadores.............................................................................................. 15 Figura 1.3 - Indução eletromagnética .................................................................................................... 15 Figura 1.4 - Acoplamento eletromagnético ............................................................................................ 16 Figura 1.5 - Tensão induzida .................................................................................................................. 16 Figura 1.6 - Primário e secundário......................................................................................................... 16 Figura 1.7 - Núcleo de transformador .................................................................................................... 17 Figura 1.8 - Efeito do núcleo no transformador ..................................................................................... 17 Figura 1.9 - Núcleo laminado ................................................................................................................. 18 Figura 1.10 - Simbologia......................................................................................................................... 18 Figura 1.11 - Núcleo de ferrite ................................................................................................................ 19 Figura 1.12 - Transformador com mais de um enrolamento .................................................................. 19 Figura 1.13 - Relação de Transformação ............................................................................................... 19 Figura 1.14 - Relação entre tensões ...................................................................................................... 20 Figura 1.15 - Relação entre espiras ....................................................................................................... 20 Figura 1.16 - Transformador elevador .................................................................................................... Figura 1.17 - Transformador abaixador .................................................................................................. Figura 1.18 - Transformador isolador ..................................................................................................... Figura 1.19 - Isolação elétrica ................................................................................................................ Figura 1.20 - Energia no transformador ................................................................................................. Figura 1.21 - Exemplo numérico 1 ......................................................................................................... 25 Figura 1.22 - Exemplo numérico 2 ......................................................................................................... 25

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Transformador Reator Capacitor Resistor

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Page 1: Transformador Reator Capacitor Resistor

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Princípio de funcionamento ................................................................................................ 15

Figura 1.2 - Modelos de transformadores.............................................................................................. 15

Figura 1.3 - Indução eletromagnética .................................................................................................... 15

Figura 1.4 - Acoplamento eletromagnético ............................................................................................ 16

Figura 1.5 - Tensão induzida .................................................................................................................. 16

Figura 1.6 - Primário e secundário ......................................................................................................... 16

Figura 1.7 - Núcleo de transformador .................................................................................................... 17

Figura 1.8 - Efeito do núcleo no transformador ..................................................................................... 17

Figura 1.9 - Núcleo laminado ................................................................................................................. 18

Figura 1.10 - Simbologia......................................................................................................................... 18

Figura 1.11 - Núcleo de ferrite ................................................................................................................ 19

Figura 1.12 - Transformador com mais de um enrolamento .................................................................. 19

Figura 1.13 - Relação de Transformação ............................................................................................... 19

Figura 1.14 - Relação entre tensões ......................................................................................................20

Figura 1.15 - Relação entre espiras .......................................................................................................20

Figura 1.16 - Transformador elevador ....................................................................................................

Figura 1.17 - Transformador abaixador ..................................................................................................

Figura 1.18 - Transformador isolador .....................................................................................................

Figura 1.19 - Isolação elétrica ................................................................................................................

Figura 1.20 - Energia no transformador .................................................................................................

Figura 1.21 - Exemplo numérico 1 .........................................................................................................25

Figura 1.22 - Exemplo numérico 2 .........................................................................................................25

Page 2: Transformador Reator Capacitor Resistor

Figura 1.25 - Transformador trifásico de potência .................................................................................27

Figura 1.26 - Núcleo trifásico convencional ...........................................................................................28

Figura 1.27 - Montagem das bobinas em transformador trifásico ........................................................28

Figura 1.28 - Tanque ..............................................................................................................................29

Figura 1.29 - Fluxo magnético ...............................................................................................................30

Figura 1.30 - Acessórios do transformador ...........................................................................................31

Figura 1.31 - Resfriamento por ventiladores ..........................................................................................

Figura 1.32 - Ventilação forçada ............................................................................................................

Figura 1.33 - Ventilação por convenção ................................................................................................

Figura 1.34 - Refrigeração por água ......................................................................................................35

Figura 1.35 - Resfriador externo ............................................................................................................35

Figura 1.36 - Meios líquidos ...................................................................................................................36

Figura 1.37 - Tanque com tubulações ...................................................................................................36

Figura 1.38 - Tanque com aletas ...........................................................................................................37

Figura 1.39 - Fechamento do transformador .........................................................................................38

Figura 1.40 - Ligação estrela .................................................................................................................38

Figura 1.41 - Ligação triângulo ...............................................................................................................39

Figura 1.42 - Identifucação dos terminais ..............................................................................................39

Figura 1.43 - Terminais em ligação estrela ............................................................................................40

Figura 1.44 - Terminais em ligação delta ...............................................................................................40

Figura 1.45 - Notação dos terminais ...................................................................................................... 41

Figura 1.46 - Notação dos terminais conforme ABNT ...........................................................................

Figura 1.47 - Fluxo magnético na ligação zigue-zague .........................................................................

Figura 1.48 - Ligação zigue-ziaue ..........................................................................................................

Figura 1.49 - Transformador de corrente ...............................................................................................45

Page 3: Transformador Reator Capacitor Resistor

Figura 1.52 - TC tipo enrolado ...............................................................................................................47

Figura 1.53 - TC tipo janela ...................................................................................................................47

Figura 1.54 - TC tipo bucha ...................................................................................................................47

Figura 1.55 - TC tipo núcleo dividido .....................................................................................................48

Figura 1.56 - Polaridade do TC ..............................................................................................................50

Figura 1.57 - Ligação do voltímetro ao TP ............................................................................................. 51

Figura 1.58 - Transformador de potencial ..............................................................................................52

Figura 1.59 - Polaridade do TP ..............................................................................................................54

Figura 2.1 - Capacitores .........................................................................................................................59

Figura 2.2 - Capacitor plano ..................................................................................................................61

Figura 2.3 - Associação de capacitores ................................................................................................65

Figura 2.4 - Associação em série ..........................................................................................................65

Figura 2.5 - Associação em paralelo .....................................................................................................66

Figura 2.6 - Exercício numérico 1 ..........................................................................................................67

Figura 2.7 - Exercício numérico 2 ..........................................................................................................67

Figura 2.8 - Resolução do exercício 2 ...................................................................................................68

Figura 2.9 - Capacitor em unidade trifásica ...........................................................................................72

Figura 2.10 - Instalação junto as grandes cargas industriais ................................................................77

Figura 2.11 - Instalação no barramento geral de baixa-tensão .............................................................78

Figura 2.12 - Instalação na extremidade dos circuitos alimentadores ..................................................79

Figura 2.13 - Instalação na entrada de energia em alta-tensão ............................................................79

Figura 3.1 - Banco de resistores ............................................................................................................83

Page 4: Transformador Reator Capacitor Resistor

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 - Relação de transformação .....................................................................................................

Tabela 1.2 Correntes Nominais Primárias dos TCs ...................................................................................

Tabela 1.3 - Cargas dos medidores de Energia ........................................................................................

Tabela 1.4 - Carga de Aparelhos de Medição Indutiva – VA ...................................................................

Tabela 1.5 - Cargas Nominais Padronizadas dos TPs. ............................................................................

Tabela 2.1 - Constante dielétrica ...............................................................................................................

Page 5: Transformador Reator Capacitor Resistor

O mercado de trabalho vem sofrendo significativas mudanças nas últimas décadas.

As empresas, motivadas pelo avanço tecnológico de equipamentos e sistemas mais complexos

e eficazes de produção, exigem profissionais cada vez mais qualificados.

Neste sentido, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional do Petróleo – PROMINP –

concebido pelo Ministério das Minas e Energia para fortalecer a participação da indústria nacional de

bens e serviços, é iniciativa e compromisso para garantia da geração de emprego e renda, através do

fomento à qualificação de profissionais.

Face à demanda prevista na implantação de projetos no setor de petróleo e gás, a Associ-

ação Brasileira de Engenharia Industrial – ABEMI, a Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, e o Serviço

Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI – firmaram convênio para a promoção de ações de

estruturação, implantação e execução do Plano Nacional de Qualificação Profissional do PROMINP,

com vistas ao equacionamento da carência de mão-de-obra qualificada para atividades de Engen-

haria, Construção e Montagem.

APRESENTAÇÃO

Page 6: Transformador Reator Capacitor Resistor
Page 7: Transformador Reator Capacitor Resistor

Em atendimento à necessidade de preparação dos profissionais para o processo de Qualifi-

cação e Certificação de Inspetores de Eletricidade, o SENAI elaborou um conjunto de materiais didá-

ticos, desenvolvido com base em critérios estabelecidos pelo PNQC/ABRAMAM e planejado de modo

a facilitar a compreensão do conteúdo. São 15 apostilas que abordam aspectos teóricos e práticos da

ocupação, contendo também uma série de exercícios para fixação dos aspectos abordados.

INTRODUÇÃO

Page 8: Transformador Reator Capacitor Resistor
Page 9: Transformador Reator Capacitor Resistor

1.1 Transformador

O transformador é um dispositivo que permite elevar ou abaixar os valores de tensão ou corrente

em um circuito de CA.

110Vca 110Vca220Vca 220Vca

Tran

sform

ador

Tran

sform

ador

Figura 1.1 - Princípio de funcionamento

A grande maioria dos equipamentos eletrônicos emprega transformadores, seja como elevador

ou abaixador de tensões.

Figura 1.2 - Modelos de transformadores

Quando uma bobina é conectada a uma fonte de CA, surge um campo magnético variável ao

seu redor.

Campo Magnético Variável

UNIDADE I

Page 10: Transformador Reator Capacitor Resistor

Aproximando-se outra bobina à primeira, o campo magnético variável gerado na primeira bobina

“corta” as espiras da segunda bobina.

Tensão Aplicada

Figura 1.4 - Acoplamento eletromagnético

Como conseqüência da variação de campo magnético sobre suas espiras, surge na segunda

bobina uma tensão induzida.

TensãoAplicada

TensãoInduzida

Figura 1.5 - Tensão induzida

A bobina na qual se aplica a tensão CA é denominada de primário do transformador e a bobina

onde surge a tensão induzida é denominada de secundário do transformador.

TensãoAplicada

TensãoInduzida

Prim

ário

Sec

und

ário

Page 11: Transformador Reator Capacitor Resistor

É importante observar que as bobinas primária e secundária são eletricamente isoladas entre

si. A transferência de energia de uma para a outra se dá exclusivamente através das linhas de força

magnéticas. A tensão induzida no secundário de um transformador é proporcional ao número de linhas

magnéticas que corta a bobina secundária. Por esta razão, o primário e o secundário de um transfor-

mador são montados sobre um núcleo de material ferromagnético.

Primário

Secundário

Núcleo de ferro

Figura 1.7 - Núcleo de transformador

O núcleo diminui a dispersão do campo magnético, fazendo com que o secundário seja cortado

pelo maior número de linhas magnéticas possível, obtendo uma melhor transferência de energia entre

primário e secundário. As figuras abaixo ilustram o efeito provocado pela colocação do núcleo no

transformador.

CA

CA

Núcleo

A

A

B

B

20V

20V

Primário Secundário

Maior tensão induzida

Pequena tensão induzida

Tensões iguais

Mesmasbobinas

Page 12: Transformador Reator Capacitor Resistor

Com a inclusão do núcleo, o aproveitamento do fluxo magnético gerado no primário é maior.

Entretanto, surge um inconveniente: o ferro maciço sofre grande aquecimento com a passagem do

fluxo magnético. Para diminuir este aquecimento, utiliza-se ferro silicoso laminado para a construção

do núcleo.

Ferro silicosolaminado

Figura 1.9 - Núcleo laminado

Com a laminação do ferro se reduzem as “correntes parasitas” responsáveis pelo aquecimento

do núcleo. A laminação não elimina o aquecimento, mas o reduz sensivelmente em relação ao ferro

maciço. A figura abaixo mostra os símbolos empregados para representar o transformador, segundo

a norma ABNT.

Primário PrimárioSecundário Secundário

Figura 1.10 - Simbologia

Os traços colocados no símbolo entre as bobinas do primário e secundário, indicam o núcleo

de ferro laminado. O núcleo de ferro é empregado em transformadores que funcionam em baixas

freqüências (50 Hz, 60 Hz, 120 Hz). Transformadores que funcionam em freqüências mais altas (KHz)

geralmente são montados em núcleo de FERRITE. A figura abaixo mostra o símbolo de um transfor-

Page 13: Transformador Reator Capacitor Resistor

Primário Secundário

Figura 1.11 - Núcleo de ferrite

1.2 Transformadores com mais de um secundário

É possível construir transformadores com mais de um secundário, de forma a obter diversas

tensões diferentes.

220V 300V

6,3V

5V

110V

70V

30V

Figura 1.12 - Transformador com mais de um enrolamento

Estes tipos de transformadores são muito utilizados em equipamentos eletrônicos.

1.3 Relação de transformação

A aplicação de uma tensão CA ao primário de um transformador resulta no aparecimento de

uma tensão induzida no seu secundário.

10V 5V TensãoInduzida

Page 14: Transformador Reator Capacitor Resistor

Aumentando a tensão aplicada ao primário, a tensão induzida no secundário aumenta na mesma

proporção.

A tensão aplicada no primário dobra, a tensão induzida no secundário também dobra.

20V 10V

Figura 1.14 - Relação entre tensões

Verifica-se, através dos exemplos das figuras acima, que no transformador tomado com exemplo

a tensão do secundário é sempre a metade da tensão aplicada no primário. A relação entre as tensões

no primário e no secundário depende fundamentalmente da relação entre o número de espiras no

primário e secundário. Num transformador com primário de 100 espiras e secundário de 200 espiras,

a tensão no secundário será o dobro da tensão no primário.

O dobro de espiras no secundário, o dobro da tensão no secundário

10V 20V V

100

esp

iras

200

esp

iras

Figura 1.15 - Relação entre espiras

Page 15: Transformador Reator Capacitor Resistor

Denominando-se o número de espiras do primário de NP e do secundário de NS pode-se

escrever:

VV

VV

NN

2010

21

21

sp

sp

= = = (lê-se: saem 2 para cada 1 que entra) Verifica-se que o

resultado da relação Np/Ns é o mesmo da relação VS/VP. Logo, pode-se escrever:

VV

NN

sp

sp

= o resultado desta relação (Vp/Vs) é denominado de relação de transformação.

VV

sp relação de transformação

A relação de transformação expressa a relação entre a tensão aplicada ao primário e a tensão

induzida no secundário. Um transformador pode ser construído de forma a ter qualquer relação de

transformação que se necessite. Por exemplo:

Tabela 1.1 - Relação de transformação

Relação de transformador Tensões Vp = 3 x Vs

5,2 Vp = 5,2 x Vs0,3 Vp = 0,3 x Vs

1.4 Tipos de transformador quanto à relação de trans-formação

Quanto à relação de transformação os transformadores podem ser classificados em três

grupos:

1.4.1 Transformador elevador

Denomina-se transformador elevador todo o transformador com uma relação de transformação

menor que 1 (Ns > Np).

Page 16: Transformador Reator Capacitor Resistor

A figura abaixo mostra um exemplo de transformador elevador, com relação de transformação

de 1,5.

100 espiras 150 espiras

Primário Secundário

Figura 1.16 - Transformador elevador

Se uma tensão de 100VCA for aplicada ao primário no secundário será de 150V (100 x 1,5 = 150).

1.4.2 Transformador abaixador

É todo o transformador com relação de transformação maior que 1 (Np < Ns).

Neste tipo de transformadores, a tensão no secundário é menor que no primário.

Transformador Abaixador NS < NP → VS < VP

A figura abaixo mostra um exemplo de transformador abaixador, com relação de transfor-

mação de 0,2.

100 espiras 20 espiras

Primário Secundário

Figura 1.17 - Transformador abaixador

Neste transformador, aplicando-se 50 VCA no primário a tensão no secundário será 10 V (50 x

0,2 = 10).

Os transformadores abaixadores são os mais utilizados em eletrônica, para abaixar a tensão

das redes elétricas domiciliares (110 V, 220 V), para tensões da ordem de 6 V, 12 V e 15 V necessárias

para os equipamentos.

Page 17: Transformador Reator Capacitor Resistor

1.4.3 Transformador Isolador

Denomina-se de isolador o transformador que tem uma relação de transformação 1 (NS = NP).

Como o número de espiras do primário e secundário é igual, a tensão no secundário é igual à tensão

no primário.

Transformador Isolador NS = NP → VS = VP

A próxima figura mostra um exemplo de transformador isolador.

600 Espiras 600 Espiras

Figura 1.18 - Transformador isolador

Este tipo de transformador é utilizado para isolar eletricamente um aparelho da rede elétrica.

Isolador

Aparelho110V 110V

Figura 1.19 - Isolação elétrica

Os transformadores isoladores são muito utilizados em laboratórios de eletrônica para que a

tensão presente nas bancadas seja eletricamente isolada da rede.

Page 18: Transformador Reator Capacitor Resistor

1.5 Relação de potência em transformadores

O transformador é um dispositivo que permite modificar os valores de tensão e corrente em um

circuito de CA. Em realidade, o transformador recebe uma quantidade de energia elétrica no primário,

transforma em campo magnético e converte novamente em energia elétrica disponível no secundário.

Energiamagnética

Energiaelétrica

Energia elétrica disponivel

P S

Figura 1.20 - Energia no transformador

A quantidade de potência absorvida da rede elétrica pelo primário do transformador é denomi-

nada de potência do primário, representada pela notação PP. Admitindo-se que não existam perdas

por aquecimento do núcleo, pode-se concluir que toda a potência absorvida no primário está dispo-

nível no secundário.

Potência Disponível no Secundário = Potência Absorvida no Primário

A potência disponível no secundário é denominada de potência do secundário PS. Se não

existem perdas pode-se afirmar:

Ps = Pp

A potência do primário depende da tensão aplicada e da corrente absorvida da rede:

Potência do Primário Pp = Vp x Ip

Page 19: Transformador Reator Capacitor Resistor

Essa equação permite que se determine um valor do transformador, se os outros três forem

conhecidos.

A seguir, estão colocados dois exemplos de aplicação da equação.

Exemplo 1

Um transformador abaixador de 110 V para 6 V deverá alimentar no seu secundário uma carga

que absorve uma corrente de 4,5 A. Qual será a corrente no primário?

110V 6V

4,5A

Carga

V I V I I VV I

p p s s pp

s s"# #

#= =

V, A ,I V I V

W I A1106 4 5

11027 0 24p p p

#= = =

Figura 1.21 - Exemplo numérico 1

Exemplo 2

Um transformador elevador de 110 V para 600V absorve, no primário, uma corrente de 0,5 A.

Que corrente está sendo solicitada no secundário?

0,5A Is

110V 600V Carga

V I V I I VV I

sp

p p s ss

p"# #

#= = , , AI V

A A I VW I600

110 0 560055 0 09167s p p

#= = =

Figura 1.22 - Exemplo numérico 2

Page 20: Transformador Reator Capacitor Resistor

1.6 Potência em transformadores com mais de um secundário

Quando um transformador tem apenas um secundário, a potência absorvida pelo primário é a

mesma fornecida no secundário (considerando que não existem perdas por aquecimento).

Primário Secundário

30W 30W

Figura 1 .23 - Relação de potência

Quando existe mais de um secundário, a potência absorvida da rede pelo primário é a soma das

potências fornecidas em todos os secundários.

88W

30W

50W

8W

Figura 1.24 - Potência em transformador com vários secundários

A potência absorvida da rede pelo primário é a soma das potências de todos os secundários.

Matematicamente pode-se escrever:

Pp = Ps1 + Ps2 + ..........+ Psn

Onde:

Page 21: Transformador Reator Capacitor Resistor

Esta equação pode ser reescrita usando os valores de tensão e corrente no transformador.

Vp = Ip = (Vs1 x Is1) + (Vs2 x Is2) +……….+ (Vsn x Isn)

Onde:

Vp e Ip = tensão e corrente no primário;

Vs1 e Is1 = tensão e corrente no secundário 1;

Vs2 e Is2 = tensão e corrente no secundário 2;

Vsn e Isn = tensão e corrente no secundário n;

1.7 Transformador trifásico

Os transformadores trifásicos têm as mesmas funções que os monofásicos, ou seja, abaixar

e elevar a tensão. Mas trabalham com três fases, ao invés de apenas uma como os monofásicos.

Enquanto o transformador de seu televisor tem a função de reduzir 220 volts para 110 volts, ou esta-

bilizar a tensão, o transformador que você vê nos postes tem por finalidade a distribuição da energia

elétrica para os consumidores. Existem vários tipos de transformadores trifásicos de força. Existem

transformadores de grande potência e alta tensão. Você poderá ver transformadores de força de grande

potência e alta tensão nas subestações.

Figura 1.25 - Transformador trifásico de potência

Page 22: Transformador Reator Capacitor Resistor

por exemplo, 120 KV em 13,8 KV. Os enrolamentos do transformador trifásico nada mais é que uma

associação de três enrolamentos monofásicos. O núcleo dos transformadores trifásicos é constituído

de chapas siliciosas a exemplo dos monofásicos.

Possuem três colunas.

Armaduras

Colunas

Núcleo Trifásico Convencional

Figura 1.26 - Núcleo trifásico convencional

Cada coluna servirá de núcleo para uma fase, como se cada coluna fosse um transformador

monofásico. Então em cada coluna você terá duas bobinas, uma primária e outra secundária. Portanto,

o transformador trifásico tem, no mínimo seis bobinas: três primárias e três secundárias. Veja a figura

onde as seis bobinas estão montadas no núcleo.

Núcleo

Page 23: Transformador Reator Capacitor Resistor

O conjunto é colocado em um recipiente próprio, denominado tanque.

Saias

Tanque

X3

X2X1

X0

Figura 1.28 - Tanque

Fora do tanque, existem seis terminais: três para entrada da rede trifásica e três para a saída.

Note que, no lado da tensão mais elevada, os terminais são próprios para alta tensão: tem muitas

“saias” e são bem mais longos. O isolador para a tensões mais baixa é bem menor em comprimento,

tem menos “saias” e os seus terminais (parafusos de fixação do condutor) tem maior diâmetro, pois a

corrente, nesses terminais, é bem maior que a existente no lado de alta tensão. As bobinas das três

fases (fases 1, 2 e 3) devem ser exatamente iguais. Nos transformadores de alta tensão, o enrola-

mento de alta tensão fica do lado externo, para facilitar a isolação.

Page 24: Transformador Reator Capacitor Resistor

Cada coluna do núcleo do transformador trifásico é responsável por 1/3 da potência

Terminais dos enrolamentos

Isolamento

Enrolamentosecundário

Enrolamentoprimário

Fluxo magnético de uma fase

Núcleo laminado de três colunas

O uxo magnético de uma fase divide-se pelas colunas das outras fases

Alta tensão

S P

S P S P

S P

S P

S P

Fase 1 Fase 2 Fase 3

Figura 1.29 - Fluxo magnético

Vejamos algumas particularidades do transformador trifásico.

• O transformador trifásico difere do transformador monofásico na construção do núcleo e na

disposição das bobinas das fases.

• Cada fase funciona independentemente das outras duas fases. É exatamente como se fossem

três transformadores monofásicos num só. Tanto que, numa instalação, três transformadores monofá-

sicos, exatamente iguais, podem substituir um transformador trifásico.

• Os primários e secundários são isolados entre si, como nos transformadores monofásicos.

• O transformador trifásico pode alimentar cargas monofásicas e trifásicas.

Page 25: Transformador Reator Capacitor Resistor

1.7.1 Acessórios do Transformador

203

27

7

15

12

14

13

2623

276

5 7112

6

9 18

26

5

21

1424-29

25-28

11

16-19

8

1222

17-30

Figura 1.30 - Acessórios do transformador

Acessórios Normais

1) Bucha TS 15 ou 25 KV 15) Bujão para drenagem de óleo

2) Bucha TI e neutra 1,2 KV 16) Dispositivo para amostra de óleo

3) Secador de ar 17) Indicador de nível de óleo

4) Janela de inspeção 18) Bujão para drenagem e retirada de amostra do óleo

5) Olhal de suspensão 19) Válvula para drenagem e ligação

6) Suspensão da parte extraível (interna) 20) Tubo de encher

7) Olhal de tração 21) Tubo para ligação do filtro-prensa

8) Apoio para macaco 22) Bujão para drenagem do conservador

9) Suporte para ganchos 23) Radiadores

11) Rodas bidirecionais 24) Bolsa para termômetro

12) Fixação de tampa 25) Previsão para relé Buchholz

13) Mudança de derivações (interna) 26) Terminal de aterramento

14) Acionamento do comutador 27) Placa de identificação

Page 26: Transformador Reator Capacitor Resistor

1.8 Resfriamento dos Transformadores

Figura 1.31 - Resfriamento por ventiladores

Como você já sabe, as perdas do transformador geram calor, provocando o aquecimento dos

enrolamentos. Com o excesso de calor, o isolamento dos enrolamentos e também o isolamento entre

as bobinas tendem a deteriorar-se, provocando curto-circuito e queima do transformador. O calor

deve ser dissipado, a fim de que a temperatura estabelecida para os enrolamentos seja mantida. Os

pequenos transformadores podem dissipar o calor por radiação direta, isto é, expostos ao ar, natu-

ralmente. Porém, transformadores para grandes capacidades monofásicas ou trifásicas precisam

de maior resfriamento. Não sendo suficiente a ventilação natural, esses transformadores podem ser

resfriados por ventilação forçada. Na ventilação forçada, empregam-se ventiladores que impelem ar

frio para dentro do transformador. A contínua circulação de ar frio retira o calor dos pontos onde ele

é gerado.

Page 27: Transformador Reator Capacitor Resistor

Saída de ar quente

Câmara de ar

Conduto de ar

Ar frio insuado

Figura 1.32 - Ventilação forçada

Esses transformadores, resfriados a ar, por ventilação natural ou forçada, são classificados

como transformadores a seco.

1.9 Transformadores a óleo

Você viu que os transformadores a seco são resfriados por ventilação natural ou forçada. Agora,

vamos examinar outra forma de resfriamento de transformadores: trata-se da refrigeração a óleo. Trans-

formadores a óleo tem suas bobinas e núcleo colocados num tanque, cheio de óleo isolante. Circu-

lando no tanque, o óleo retira o calor das bobinas e se aquece, precisando ser novamente resfriado.

O óleo pode ser resfriado pelo ar, em movimento natural ou forçado por ventiladores; pode

também ser refrigerado pela água, com o uso de serpentinas.

Analise cada caso:

1º) O óleo pode ser resfriado pelo ar ambiente, em movimento natural, de três maneiras: circu-

lando no próprio tanque, circulando por canos externos ao tanque, circulando por aletas.

Page 28: Transformador Reator Capacitor Resistor

Figura 1.33 - Ventilação por convenção

Em todos os casos, o resfriamento do óleo é possível graças ao processo de convecção. Veja

como ele ocorre, num transformador de aletas:

• o óleo quente sobe e vai para as aletas;

• ao circular pelas aletas, o óleo se resfria e volta ao transformador;

• o óleo frio, mais pesado, força a entrada no transformador e vai resfriar as bobinas;

• e, assim, o processo recomeça.

Essa é a refrigeração por óleo, com a ajuda do ar ambiente. O ar é o agente da dissipação do calor.

2º) Os transformadores de aletas podem ter refrigeração forçada, através do ar frio, que é impe-

lido por ventiladores.

O ar frio é movimentado por entre as aletas, retirando o calor, num processo contínuo.

3°) A refrigeração pode ser conseguida com o uso de água, para dissipar o calor. A água retira

o calor do óleo e o óleo retira o calor das bobinas e núcleo. Nesse caso, a água é o agente dissipador

do calor.

Page 29: Transformador Reator Capacitor Resistor

Serpentina Nível de óleo

Depósito de óleo

Entrada de água

Saída de água

Figura 1.34 - Refrigeração por água

O óleo é refrigerado pela circulação de água fria, através de serpentinas de cobre (tubo) imersas

no óleo. As serpentinas são colocadas na parte superior interna do tanque. Nesse caso, o óleo tem

refrigeração forçada, através da água.

O calor do óleo passa para a água, onde é dissipado. Porém a serpentina de água é interna ao

transformador.

4º) O mesmo processo é utilizado de outra forma.

Transformador

Reservatório de água

Resfriador

Bomba de água

Bomba de oleo

Reservatório de água

Page 30: Transformador Reator Capacitor Resistor

Nesse caso, o óleo circula pela serpentina, passando por um processo de resfriamento toda vez

que ele percorre os dutos de retorno ao reservatório. A água, por sua vez, numa atividade contínua, faz

o resfriamento da serpentina, por onde circula o óleo. Trata-se de uma refrigeração forçada. A serpen-

tina de óleo é externa ao transformador.

Completando nosso estudo sobre tipos de resfriamento para transformadores, trataremos de

mais alguns detalhes; por exemplo:

Meios líquidos para isolar e resfriarÓleo mineralÓleo ascarel

Figura 1.36 - Meios líquidos

O óleo mineral é o mais usado, por satisfazer aos casos normais de instalação, além de ter

preço reduzido. O uso do óleo ascarel, produto químico não inflamável, se restringe a casos espe-

ciais. Por ser isolante, o óleo do transformador deve ser verificado a cada três anos, pelo menos. Essa

inspeção só pode ser feita por pessoal especializado, porque até o simples contato com o óleo pode

contaminá-lo.

O tanque do transformador, além de ser um depósito de óleo, tem a característica de dissipador

de calor, transferido pelo meio líquido (óleo isolante).

Figura 1.37 - Tanque com tubulações

Page 31: Transformador Reator Capacitor Resistor

se trata de transformadores que se montam em postes e são presos por ganchos. Construídos com

chapa reforçada, o acabamento dos tanques é cuidadoso, por ser responsável, também pelo bom

funcionamento. Os tipos variam; podem ser lisos ou corrugados (de chapa ondulada). Esse tipo de

tanque é normalmente utilizado em transformadores de média capacidade, onde o aquecimento das

bobinas é menor. É necessário verifcar o nível do óleo periodicamente, para que não haja falta de óleo

no transformador. Mas nunca abra um transformador, para não contaminar seu óleo isolante.

1- Recipiente de ditação

2- Indicador de nível de óleo

3- Bobina de baixa tensão

4- Parafuso para escoamento do óleo

5- Isolador de alta tensão

6- Isolador de baixa tensão

7- Aletas de resfriamento

8- Olhal de suspensão

9- Núcleo

10- Bobina de alta tensão

11- Rodas para locomoção

12- Tanque

13- Bobina

14- Isoladores

1

5 6

8

7

14

9

11

4

3

10

12

2

Figura 1.38 - Tanque com aletas

Page 32: Transformador Reator Capacitor Resistor

1.10 Ligações do transformador

1.10.1 Ligação estrela e ligação triângulo

Analise, no esquema abaixo, as ligações das bobinas do primário.

L1

L2

L3

Figura 1.39 - Fechamento do transformador

Veja, novamente, a mesma ligação, representada de forma mais simples. Observe que os três

diagramas representam a mesma ligação em estrela.

L1

L1

L2

L2

L3

L3

F1

F1

F2

F2

F3

F3

Page 33: Transformador Reator Capacitor Resistor

Essa ligação é válida tanto para o primário como para o secundário. De forma idêntica, você

pode fazer a ligação triângulo. Vejamos um exemplo de ligação triângulo no primário de um transfor-

mador.

L1

L2

L3

F1 F2 F3

F1 F2

F3

Figura 1.41 - Ligação triângulo

A ligação triângulo também é válida, tanto para o primário como para o secundário. No transfor-

mador, as ligações estrela ou triângulo devem obedecer às notações que correspondem às Entradas

e Saídas das fases. Isso é necessário, pois a corrente, em cada fase, tem que ter sentido definido.

Vamos representar as fases, com as entradas e saídas, e as letras correspondentes, conforme as

normas.

Observe o diagrama:

U

Y Z

V W

X

F1 F2 F3

Figura 1.42 - Identifucação dos terminais

As letras U, V e W correspondem às entradas das fases F1, F2 e F3, respectivamente.

As letras X, Y e Z correspondem às saídas das fases F1, F2 e F3, respectivamente.

Como ficou visto acima, essas letras são normalizadas.

• U, V e W são sempre entradas.

• X, Y e Z são sempre saídas.

Page 34: Transformador Reator Capacitor Resistor

U

X Y Z

V W

Figura 1.43 - Terminais em ligação estrela

Vamos, agora, ao fechamento em triângulo, conforme as notações de entrada e saída.

Veja o diagrama abaixo:

U

X Y Z

V W

vx

yu

z w

F1 F2

F3

Figura 1.44 - Terminais em ligação delta

Esse diagrama representa as conexões internas de um transformador fechado em triângulo.

Tem, ainda, as notações de entrada e saída das fases.

Em U, V e W temos as entradas das fases.

Para o fechamento em triângulo, as ligações são feitas da seguinte forma:

• Entrada de F1 com saída de F3 U com Z;

• Entrada de F2 com saída de F1 V com X;

• Entrada de F3 com saída de F2 X com Y.

Essas conexões são válidas para primário e secundário. Vimos os fechamentos estrela e triân-

gulo, conforme as notações para entrada e saída.

Vamos, agora, complementá-las:

• Para o primário você notará U1, V1 e W1;

• Para o secundário você notará U2, V2 e W2.

Page 35: Transformador Reator Capacitor Resistor

A entrada e saída do transformador se referem aos terminais de entrada e saída do primário e

secundário. Esses terminais ficam na tampa, na parte superior externa do transformador.

Veja, na figura abaixo, onde tem origem os terminais do primário e secundário. Note que por

hipótese, suas fases são ligadas em triângulo e estrela.

W1

W1

Z1

Z1

U2

U1

X2

X2X3

X1

X1

Y2

Y1

V2

V1

H3 H2 H1

Y

Figura 1.45 - Notação dos terminais

A notação dos terminais é feita conforme as normas da ABNT:

• H1, H2 e H3 é usada para os terminais de tensão mais alta;

• X1, X2 e X3 é usada para os terminais de tensão mais baixa.

Essas notações devem obedecer, ainda, a outras regras: O terminal H1 deve ficar à direita de

quem olha para os terminais, a partir do lado de tensão mais alta. Em frente a H1 deve ficar o terminal

X1, de tensão mais baixa.

Page 36: Transformador Reator Capacitor Resistor

X3H3

H2

H1

X2

X1

Figura 1.46 - Notação dos terminais conforme ABNT

1.10.2 Ligação ziguezague

A ligação de um secundário em ziguezague é assim denominada porque, como você pode

observar nas ilustrações, o secundário das fases é distribuído, metade numa coluna e metade na

outra. Veja o exemplo da ligação ziguezague da fase 1.

A metade 7-8 está na coluna 1 e a segunda metade (18-17) está na coluna 2.

Na ilustração abaixo, você pode perceber como é ligada a fase 2. A primeira metade(11-12), na

coluna 2, e a segunda metade (9-10), na coluna 1.

A outra figura representa a fase 3. A primeira metade (15-16) está na coluna 3 e, a segunda (13-

14), na coluna 2.

Note que todas as primeiras metades estão num sentido e, as segundas metades, em outro.

Isso é necessário para retorno do fluxo magnético.

Page 37: Transformador Reator Capacitor Resistor

8

7

18

17

1 2 3

Colunas

F1F1

11

9

12

10 F2

F2

1413

16F3

F3

Figura 1.47 - Fluxo magnético na ligação zigue-zague

Veja como são feitas as ligações de linhas e fases, em ziguezague, no secundário de um trans-

formador. Essa ligação tem saída para o condutor neutro (X0), para cargas monofásicas de 120 volts.

Page 38: Transformador Reator Capacitor Resistor

X3 X2 X1 X0X0

X1

X2

X3

Figura 1.48 - Ligação zigue-ziaue

A figura acima mostra a representação das bobinas secundárias ligadas em ziguezague, nas

colunas.

A figura acima mostra a mesma ligação, em representação esquemática.

A ligação ziguezague é recomendada para pequenos transformadores de distribuição, cuja

carga no secundário não seja equilibrada.

Imagine que a carga do secundário, por exemplo, na fase 1, se desequilibra, isto é a fase 1

receba maior carga que os demais.

Como a fase 1 está distribuída em 2 colunas, ela recebe indução dessas duas colunas. Assim, a

maior carga de fase 1 será compensada pela indução de 2 colunas. Isso tenderá a equilibrar a carga no

primário do transformador, resultando menor queda de tensão na fase secundária correspondente.

1.11 Transformadores de medição e proteção

Transformador de corrente para Medição de Energia – TC

É um equipamento capaz de reduzir a corrente que circula no seu primário para um valor inferior,

no secundário, compatível com o instrumento registrador de medição (medidores).

Os transformadores de corrente são construídos de um enrolamento primário, feito, normal-

mente, de poucas espiras de cobre e de grande seção transversal, um núcleo de ferro e um enrola-

mento secundário para corrente nominal padronizada de 5ª.

Page 39: Transformador Reator Capacitor Resistor

A figura abaixo mostra um transformador de corrente com isolação de resina epóxi, na qual

estão identificados seus principais elementos de ligação.

P1

S1

Terminalprimário

Terminalsecundário

Marca depolaridade

Placa deidenticação

Figura 1.49 - Transformador de corrente

O valor da corrente secundária do TC varia segundo a corrente circulante no primário. Assim, um

transformador de corrente de 100-5 A,inserido num circuito com corrente de 80ª, fornece uma corrente

secundária de:

,I ou I A5100 80 4

STCSTC= =

Cuidados devem ser tomados para não deixar em aberto os terminais secundários dos trans-

formadores de corrente, quando da desconexão dos equipamentos de medida a eles ligados, pois, do

contrário, surgirão tensões elevadas, devido ao fato de não haver o efeito desmagnetizante no secun-

dário, tomando a corrente de excitação o valor da corrente primária e originando um fluxo muito intenso

no núcleo. Isto poderá danificar a isolação do TC e levar perigo à vida das pessoas.

Page 40: Transformador Reator Capacitor Resistor

A figura abaixo mostra, esquematicamente, um TC ligado a um amperímetro, detalhado a chave

“C” que permite curto-circuitar os terminais secundários do equipamento, quando da retirada do

aparelho.

A

I2

I1

C

N2

N1

Figura 1.50 - Ligação de amperímetro do TC

Os transformadores de corrente devem ser projetados para assegurar proteção aos aparelhos

a que estão ligados (amperímetros, medidores de energia – kWh, kvarh). Durante a ocorrência de um

curto-circuito é necessário que a corrente no secundário do TC não aumente na mesma proporção

da corrente primária. Por efeito de saturação do núcleo magnético, a corrente secundária é limitada a

valores que não danifiquem os aparelhos, normalmente 4 vezes a corrente nominal.

Os TCs podem ser classificados nos seguintes tipos, de acordo com a disposição do enrola-

mento primário e a construção do núcleo.

a) TC tipo barra

É aquele em que o primário é constituído por uma barra fixada através do núcleo, conforme

mostrado nas Figuras abaixo.

Page 41: Transformador Reator Capacitor Resistor

b) TC tipo enrolado

É aquele em que o enrolamento primário é constituído de um ou mais espiras, envolvendo o

núcleo, conforme se vê na figura abaixo.

Figura 1.52 - TC tipo enrolado

c) TC tipo janela

É aquele constituído de uma abertura através do núcleo, por onde passa o condutor, fazendo a

vez do enrolamento primário, conforme se observa na figura:

Figura 1.53 - TC tipo janela

d) TC tipo bucha

è aquele cujas características são semelhantes ao TC tipo janela, porém sua instalação é feita na

bucha dos equipamentos (transformadores, disjuntores etc.) que funciona como enrolamento primário.

A figura abaixo caracteriza esse tipo de TC

Bucha

Page 42: Transformador Reator Capacitor Resistor

e) TC tipo núcleo dividido

É aquele cujas características são semelhantes ao TC tipo janela, em que o núcleo pode ser

separado para permitir envolver um condutor que funciona como o enrolamento primário, conforme

está mostrado na figura:

Figura 1.55 - TC tipo núcleo dividido

Os transformadores de corrente para medição apresentam as seguintes características:

a) Corrente secundária nominal

Normalmente, a corrente secundária dos TCs é de 5A. Em casos muito específicos, são cons-

truídos TCs com corrente nominal de 2,5A e até 1A.

b) Corrente primária nominal

É aquela para a qual o TC foi projetado. Na especificação de um TC deve-se escolher a corrente

primária nominal próxima do valor da corrente de carga máxima do circuito.

c) Carga nominal

É aquela que deve circular, nominalmente, no seu enrolamento secundário e na qual estão base-

adas as prescrições de sua exatidão.

d) Classe de exatidão

É o valor percentual máximo de erro que o TC pode apresentar na indicação de um aparelho de

medição em condições especificadas em norma. Os TCs são fabricados com as seguintes classes de

exatidão: 0,3 – 0,6 – 1,2.

Page 43: Transformador Reator Capacitor Resistor

temperatura especificados por norma sejam excedidos e que sejam mantidos os limites de sua classe

de exatidão.

A NBR – 6856 estabelece para os TCs cinco fatores térmicos, ou seja 1,0 – 1,2 – 1,3 – 1,5 – 2,0.

f) Corrente térmica nominal

Conhecida também como corrente de curta duração, é a corrente máxima que pode circular no

primário do TC, estando o secundário em curto-circuito, durante o período de 1 segundo, sem que seja

excedida a elevação de temperatura especificada por norma.

Tabela 1.2 Correntes Nominais Primárias dos TCs

Corrente Primária RTC Corrente Primária RTC5 1:1 300 60: 110 2:1 400 80: 115 3:1 500 100: 120 4:1 600 120: 125 5:1 800 160: 130 6:1 1.000 200: 140 8:1 1.200 240: 150 10:1 1.500 300:160 12:1 2.000 400: 175 15:1 2.500 500: 1100 20:1 3.000 600: 1125 25:1 4.000 800: 1150 30:1 5.000 1.000: 1200 40:1 6.000 1.200: 1250 50:1 8.000 1.600: 1

g) Corrente dinâmica nominal

É a corrente máxima, valor de crista, que pode circular no primário do TC, estando o secundário

em curto-circuito durante o período do primeiro ciclo,sem que resulte danos eletromecânicos.

h) Polaridade

Para os TCs que alimentam aparelhos de medida de energia é de extrema importância o conhe-

cimento da polaridade, devido à necessidade da ligação correta das bobinas desses instrumentos.

Diz-se que um TC tem polaridade subtrativa se a corrente que circula no primário do terminal P1

Page 44: Transformador Reator Capacitor Resistor

Se, para uma corrente Ip, circulando no primário de P1 para P2, corresponder uma corrente

secundária no sentido inverso ao indicado na figura abaixo, diz-se que o TC tem polaridade aditiva.

P1

IP IS

S1

C

S2P2

Figura 1.56 - Polaridade do TC

Para se especificar um TC para medição é necessário que se indiquem, no mínimo, os seguintes

elementos:

- tipo (barra, enrolado, bucha etc.);

- uso (interior e exterior);

- classe de tensão;

- relação de transformação;

- carga nominal;

- classe de exatidão;

- fator térmico.

1.12 Transformador de potencial TP

É um equipamento capaz de reduzir a tensão do circuito para níveis compatíveis com a máxima

suportável pelos aparelhos de medida.

A tensão nominal primária do TP é função da tensão nominal do sistema elétrico ao qual está

ligado. A tensão secundária, no entanto, é padronizada e tem valor fixo de 115V. Variando a tensão

Page 45: Transformador Reator Capacitor Resistor

Os TPs devem suportar uma sobre tensão permanente de até 10%, sem que lhes ocorra

nenhum dano.

São próprios para alimentar instrumentos de impedância elevada, tais como voltímetros, bobinas de

potencial de medidores de energia etc. A figura abaixo representa um TP, alimentando um voltímetro.

115V

N2

V

N1

Figura 1.57 - Ligação do voltímetro ao TP

Em serviço de medição primária, os TPs, em geral, alimentam um medidor de kWh, com indi-

cação de demanda e um medidor de kvarh. As cargas aproximadas destes instrumentos são dadas na

Tabela de Cargas dos Medidores de Energia.

Tabela 1.3 - Cargas dos medidores de Energia

Aparelhos VA Watt VarMedidor de kWh (BP) 2,1 2,0 0,7

Medidor de kvarh (BP) 2,1 2,0 0,7Medidor de indução dem. 3,0 2,2 2,4

Total 7,2 6,2 3,8Carga total do conjunto = 7,2 VA

Page 46: Transformador Reator Capacitor Resistor

Quando forem utilizados TPs para serviço de medição indicativa, o que ocorre em painéis de

comando primário, é necessário que se determine o valor da carga dos instrumentos a ser conectada,

a fim de especificar a carga correspondente do TP, o que pode ser dado na Tabela abaixo.

Tabela 1.4 - Carga de Aparelhos de Medição Indutiva – VA

WattímetroPotência Aparente Potência Ativa Potência Reativa

2 a 4 2 a 4 0 a 0,9Varímetro 2 a 4 2 a 4 0 a 0,9

Motor do conjunto de demanda 2,6 a 3 1,6 a 2,2 1,8 a 2,4Autotransformador de defasamento 9 a 13 2,3 a 3 8,5 a 13

Voltímetro 4 a 7 4 a 7 0 a 0,9Frequencímetro 3 a 5 3 a 5 0 a 3

Fasímetro 4 a 6 4 a 5 0 a 3Sinocronópio 5 a 6 4 a 6 0 a 3

A norma classifica os TPs em três grupos de ligação.O grupo 1 abrange os TPs projetados para

ligação entre fases, o que constitui o de maior aplicação em medição industrial. O grupo 2 corresponde aos

TPs projetados para ligação entre fase e neutro em sistemas com neutro efetivamente aterrado. O grupo 3

representa os TPs para ligação entre fase e neutro em sistemas com o neutro aterrado sob impedância.

Os TPs podem ser construídos para uso ao tempo ou abrigado. Também, são fornecidos em

caixa metálica, em banho de óleo ou em resina epóxi. Os primeiros são apropriados para instalação

em cubículos de medição em alvenaria ou em cubículos metálicos de grandes dimensões; o segundo

tipo é próprio para cubículos de dimensões reduzidas. A figura a seguir mostra um TP de carcaça

metálica em banho de óleo para ligação fase-fase (grupo1).

Terminaissecundários

Terminalprimário

Isolador

Tanque

Page 47: Transformador Reator Capacitor Resistor

Ao contrário dos TCs, quando se desconecta a carga do secundário de um TP, seus terminais

devem ficar em aberto, pois se for ligado um condutor de baixa resistência se provocará um curto-

circuito franco, capaz de danificar a isolação do mesmo.

As principais características elétricas dos TPs são:

a) Tensão nominal primária – é aquela para a qual o TP foi projetado.

b) Tensão nominal secundária – é aquela padronizada por norma e tem valor fixo igual a 115V.

c) Classe de exatidão – é o maior valor de erro percentual que o TP pode apresentar quando

ligado a um aparelho de medida em condições especificadas. São construídos, normalmente, para

classe de exatidão de 0,3 – 0,6 – 1,2.

d) Carga nominal – é a carga admitida no secundário do TP sem que o erro percentual ultra-

passe os valores estipulados para a sua classe de exatidão.

A tabela abaixo indica as cargas nominais padronizadas dos TPs e as respectivas impedâncias.

Tabela 1.5 - Cargas Nominais Padronizadas dos TPs.

Cargas Nominais Características a 120VDesignação Potência Aparente VA Fator de Potência R Ω Indutância mH Z Ω

P – 12,5 12,5 0,70 115,2 3.042 1.152P – 25 25 0,70 403,2 1.092 576P – 75 75 0,85 163,2 268 192

P – 200 200 0,85 61,2 101 72P – 400 400 0,85 30,6 50,4 36

e) Potência térmica – é o valor da maior potência aparente que o TP pode fornecer em regime

contínuo sem que sejam excedidos os limites especificados de temperatura.

f) Nível de isolamento – é a tensão máxima suportável pela isolação dentro dos limites especi-

ficados.

g) Polaridade – semelhante aos TPs, é necessário que se identifiquem nos TPs os terminais de

mesma polaridade.

Logo, se diz que o terminal secundário X1 tem a mesma polaridade do terminal primário H1, num

determinado instante, quando X1 e H1 são positivos ou negativos, relativamente aos terminais X2 e H2,

conforme se pode observar na figura na próxima página.

Page 48: Transformador Reator Capacitor Resistor

H1

VP

+

-

X1

C

X2-

+

H2

VS

Figura 1.59 - Polaridade do TP

Normalmente, os TPs são constituídos com os terminais secundário e primário de mesma pola-

ridade adjacentes.

A ligação das bobinas dos medidores de energia nos terminais secundários de um TP deve ser

feita de tal modo que, se H1 corresponde ao terminal de entrada ligado ao circuito primário, o terminal

de entrada da bobina de potencial dos instrumentos deve ser conectada ao terminal secundário X1.

É necessário que sejam definidos, no mínimo, os seguintes parâmetros para se poder especi-

ficar corretamente um TP, ou seja:

- isolação (em banho de óleo, ou epóxi);

- uso (interno ou externo);

- nível de isolamento;

- tensão nominal primária, em kV;

- tensão nominal secundária, em V (115V);

- freqüência;

- classe de exatidão requerida;

- carga nominal, baseada na carga da bobina dos instrumentos a serem acoplados;

- nível básico de impulso;

- polaridade.

Page 49: Transformador Reator Capacitor Resistor

Exercícios:

1) O que é um transformador elevador, abaixador e isolador, de acordo com a relação de trans-

formação?

.........................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

2) Qual o valor da tensão induzida no secundário (V2) de um transformador com relação de

transformação (N1/N2) igual a 2, que recebe uma tensão no primário (V1) de 24 Vcc?

.........................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

3) Determine a tensão de saída (V2) do transformador abaixo:

V1= 110v V2= ?

N1= 150 espiras N2= 600 espiras

4) Calcule a corrente do secundário (I2) do transformador abaixo:

V1= 220v V2= 110v

I1= 4A I2=?

Page 50: Transformador Reator Capacitor Resistor

5) Qual o número de espiras do primário (N1) do transformador seguinte:

V1= 120v V2= 24v

N1= ? N2= 250 espiras

V1= 120v V2= 24v

N1= ? N2= 250 espiras

6) Dado o circuito do transformador abaixo, determine:

P1= 600w V2= 48v

I1= 5A

a) a tensão do primário (V1);

b) a relação de transformação (N1/N2);

c) a corrente do secundário (I2).

7) Quais os sistemas de resfriamento utilizados nos transformadores trifásicos?

.........................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

8) O secundário de um transformador ligado em estrela possui tensão de fase Vf = 220v e

corrente de fase If = 10A. Calcule a tensão e a corrente de linha (Vl e Il).

Page 51: Transformador Reator Capacitor Resistor

9) Calcule a tensão (Vl) e a corrente de linha (Il) de um transformador cujo secundário está ligado

em triângulo (delta) e que possui tensão de fase Vf=440v e corrente de fase If=30A.

10) Qual é o valor da corrente do secundário de um TC com relação de transformação (RTC) 125

- 5A, que recebe uma corrente no primário de 60A?

11) Quais os itens necessários para especificar um TC para medição?

.........................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

12) Quais os parâmetros mínimos necessários para especificar um TP para medição?

.........................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

Page 52: Transformador Reator Capacitor Resistor
Page 53: Transformador Reator Capacitor Resistor

2.1 Capacitor

Denomina-se capacitor um sistema formado por dois condutores próximos, mas isolados um do

outro, que interagem apenas por meio do campo elétrico, de forma que todas as linhas de campo que

saem de um deles atingem o outro.

Capacitor Esférico Capacitor Piano

E

E

Figura 2.1 - Capacitores

Esse sistema resulta numa indução eletrostática muito intensa, que leva a uma grande capaci-

dade de armazenamento de carga elétrica e de energia potencial elétrica.

Os condutores que formam o capacitor denominam-se armaduras.

2.2 Capacidade de um capacitor

Quando o capacitor está carregado, suas armaduras apresentam sempre cargas de mesmo

módulo e sinais contrários. Sendo +Q e -Q as cargas das armaduras, a carga do capacitor é Q. Para o

capacitor se carregar com carga Q, é necessário uma diferença de potencial U entre suas armaduras.

Capacidade elétrica do capacitor (medida em farad) é a relação entre a carga e a diferença de

UNIDADE II

Page 54: Transformador Reator Capacitor Resistor

2.3 Energia potencial no capacitor

Sendo Q a carga do capacitor e U a diferença de potencial entre suas armaduras, a energia

potencial do sistema é:

E Q U2#=

Como Q = C x U, essa energia pode também ser escrita em função da capacidade e da dife-

rença de potencial:

CE U2

2#=

2.4 Constante dielétrica

Considere um capacitor com vácuo entre suas armaduras. Nessa situação, sua capacidade é C.

Colocando um material isolante entre as armaduras, observa-se que a capacidade aumenta. Sendo C’

a nova capacidade, a constante dielétrica K do material isolante é dada por :

K CC=l

A tabela abaixo fornece as constantes dielétricas de alguns materiais isolantes. Veja que,

dentro da precisão da tabela, o ar e o vácuo têm mesma constante dielétrica. Se medirmos com maior

precisão, veremos que a constante dielétrica do ar é maior que a do vácuo.

Tabela 2.1 - Constante dielétrica

Material Constante DielétricaVácuo 1

Ar 1,00054Polietileno 2,3

Page 55: Transformador Reator Capacitor Resistor

2.5 Capacitor plano

Chama-se capacitor plano o conjunto de dois condutores planos de mesmas dimensões, colo-

cados paralelamente entre si, muito próximos um do outro. A capacidade de um capacitor plano é

diretamente proporcional à área de cada armadura (A) e inversamente proporcional à distância entre

elas (d). Para um capacitor plano a vácuo, temos:

A

d

Figura 2.2 - Capacitor plano

Onde 0f é uma constante denominada permissividade elétrica do vácuo, valendo:

,N m

C8 85 10012

22

##

f = -

Se entre as placas houver um dielétrico de constante dielétrica K, a capacidade ficará multipli-

cada por K:

C K dA

0# #f=

Pode-se demonstrar que a permissividade elétrica do vácuo ( 0f ) se relaciona com a constante

K0 da lei de Coulomb pela expressão:

1

Page 56: Transformador Reator Capacitor Resistor

Exemplo 1:

Um capacitor de 10 µF foi ligado a uma pilha de 1,5 V. Determine:

a) a carga do capacitor;

b) a energia armazenada.

Resolução:

a) A capacidade é C F10 10 6#= -

,Q C U Q Q C10 10 1 5 15 106 6" "# # # #= = =- -

b) E , ,C U E J2 210 10 1 5 1 13 10P P

2 6 2 5"

# # ##= = =

--

Exemplo 2:

Um capacitor plano tem como dielétrico o polietileno. A distância entre as placas é de 0,1 mm e

a área entre elas, 20 cm.

Determine a capacidade elétrica desse capacitor.

Resolução

A capacidade é dada porC K dA

0# #f=

Temos: A ,m e d m20 10 0 1 104 2 3# #= =- -

Como dielétrico é o polietileno, a constante dielétrica é K= 2,3

Logo , ,,

C C F2 3 8 85 100 1 1020 10 4 1012

3

4 10"# # #

#

# #= =--

--

Page 57: Transformador Reator Capacitor Resistor

Exercícios

1) Um capacitor ligado aos terminais de uma bateria de 300V apresenta carga de +30 x 10-3 C na

armadura positiva. Qual sua capacidade em farads?

.........................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

....................................................................................................................................................................................

2) Um capacitor de 20µF de capacidade foi ligado a uma fonte de tensão constante igual a 40 V.

a) Qual a carga adquirida pelo capacitor?

b) Desliga-se o capacitor da fonte de tensão e conectam-se seus terminais por meio de um

resistor de 50 Ω. Qual será a energia dissipada no resistor até a descarga completa?

3) Um capacitor tem suas armaduras separadas por ar. Nessas condições, sua capacidade é

de 1,0 x 10-9 F. Se o espaço entre as armaduras for preenchido com mica, qual será o novo valor da

capacidade?

4) Determine a carga adquirida por um capacitor de 10µF quando submetido à tensão de 20 V.

Qual a energia armazenada no capacitor nessas condições?

5) Considere dois capacitores de mesmas dimensões, sendo que um deles tem mica entre as

Page 58: Transformador Reator Capacitor Resistor

6) Determine a distância entre as placas de um capacitor plano a ar, de 1,0 x 10-10 F de capaci-

dade, sabendo que cada placa tem 20 cm de área.

7) Refaça o exercício anterior adotando a mica como dielétrico.

8) (FCMSCSP) Dois capacitores, A e B, são formados, cada um deles, por placas perfeitamente

iguais, de mesmo material, distanciadas igualmente de D, sendo que o dielétrico do capacitor A é o

vácuo e o dielétrico do capacitor B é o papel. Esses capacitores são ligados a duas baterias cujas dife-

renças de potencial são, respectivamente, dadas por EA e EB, tal como mostra a figura. Em relação às

cargas e às capacidades dos capacitores A e B, podemos afirmar que:

EA EB

A B

D D

Papel

a) se EA = EB conclui-se que QA = QB.

b) se EA = EB conclui-se que CA = CB.

c) se EA > EB conclui-se que QA = QB

d) se EA = EB conclui-se que QA < QB

e) se EA < EB conclui-se que QA > QB

9) Dado um capacitor de placas planas paralelas, separadas por uma camada de material dielé-

trico de constante dielétrica igual a 10, espessura de 1 cm e área de 40 cm, pede-se:

a) a capacitância do capacitor;

b) a energia armazenada quando se liga esse capacitor a uma fonte de 200V.

Page 59: Transformador Reator Capacitor Resistor

2.6 Capacidade equivalente a uma associação de capacitores

Observe esta associação de capacitores. Aplicando uma diferença de potencial U, o conjunto

se carrega com carga Q. Capacidade equivalente é a razão entre a carga da associação e a diferença

de potencial da associação:

Q Q

U

Figura 2.3 - Associação de capacitores

2.6.1 Associação em série de capacitores

Para capacitores associados em série, valem estas propriedades:

• A diferença de potencial da associação é igual à soma das diferenças de potencial dos capa-

citores associados:

C1 C2 C3+Q +Q +Q-Q -Q -Q

U1 U2 U3

U1U = U2 U3+ +

Figura 2.4 - Associação em série

• Todos os capacitores associados têm a mesma carga, que é igual à carga da associação.

Vamos obter a capacidade equivalente a esse conjunto. Sendo U a diferença de potencial da

associação e Q a carga da associação, temos:

C UQ C U U U

QC Q

U U U1eq eq

eq1 2 31 2 3

"= =+ +

= =+ +

Por tanto: C QU

QU

QU1

eq1 2 3= + +

Page 60: Transformador Reator Capacitor Resistor

Numa associação de capacitores em série, o inverso da capacidade equivalente é igual à soma

dos inversos das capacidades dos capacitores associados. Para dois capacitores em série, temos:

C C C C C CC C C C C

C C1 1 1 1eq eq

eq1 2 1 2

1 21 21 2

"#

#= + = =

+=

+

2.6.2 Associação em paralelo de capacitores

Para capacitores associados em paralelo, valem estas propriedades:

• A carga da associação é igual à soma das cargas dos capacitores associados:

C1

C2

C3

+Q1

+Q2

+Q3 -Q3

-Q2

-Q1

Figura 2.5 - Associação em paralelo

• Todos os capacitores associados têm a mesma diferença de potencial.

Vamos obter a capacidade equivalente a esse conjunto. Sendo U a diferença de potencial da

associação e Q a carga da associação, temos:

Q QC UQ C U

Q QU U

QUQ

eq eq1 2 3 1 2 3

"= =+ +

= + +

U C

C

Q

UQ C

UQ C

C C Ceq

11

22

33

1 2 3"

=

=

=

= + +

_

`

a

bbb

bbb

A capacidade equivalente a uma associação de capacitores em paralelo é igual à soma das

Page 61: Transformador Reator Capacitor Resistor

Exemplo 1:

Associaram-se em série dois capacitores de capacidade C1 = 30µF e C2 = 60µF. Aplicou-se ao

conjunto uma d.d.p. de 15 V. Qual a d.d.p. em cada um?

Resolução:

Vamos achar a capacidade equivalente:

U=15V

30uF 60uF

Figura 2.6 - Exercício numérico 1

C C F30 6030 60 20eq eq"

#=+

= n

A carga do conjunto é:

Q C U Q C20 10 15 300 10eq6 6

"# # # #= = =- -

Essa é a carga de cada um, pois eles estão associados em série. Vamos então calcular as d.d.p.:

U CQ U V

U CQ U V

30 10300 10 10

30 10300 10 10

1 6

61

2 6

61

"

"

#

#

= =+

=

= =+

=

-

-

-

-

Exemplo 2:

Este conjunto foi ligado a uma bateria de 100V. Calcule a carga do capacitor de 10µF.

A B C

90uF 45uF

60uF

10uF

Page 62: Transformador Reator Capacitor Resistor

Resolução: Inicialmente, vamos obter a capacidade equivalente:

40µF 60µF

40 6040 + 60 = 24µF

= 24µFeq

A AB CC

C

90µF 45µF

10µF

60µF

90 4590 + 45 = 30µF

30µF

10µF

60µF

30 + 10 = 30µF

A AB BC C

Figura 2.8 - Resolução do exercício 2

Como a d.d.p. total é de 100V, a carga da associação será:

Q = Ceq x U = 24 x 10-6 x 100 → Q = 24 x 10-4 C

Vamos achar agora a d.d.p. entre A e B. A capacidade equivalente entre esses pontos é CAB =

40µF. A carga desse capacitor equivalente é igual à carga da associação, já que ele está em série.

VU CQ U

40 1024 10 60

AB 6

41"

#= =+

=-

-

A carga do capacitor de 10µF é calculada utilizando-se essa d.d.p.

Q = C x U = 10 x 10-6 x 60 → Q = 6 10-4 C

Exercícios:

1) Associam-se em série dois capacitores de capacidades C1 = 90µF e C2 = 10µF. Se apli-

carmos 200V de d.d.p. ao conjunto, qual será a carga e a d.d.p. em cada componente?

Page 63: Transformador Reator Capacitor Resistor

2) Dois capacitores de capacidade C1 = 20 x 10-3 F e C2 = 30 x 10-3 F, são associados em para-

lelo. Aplica-se 100V de d.d.p. ao conjunto. Qual a carga de cada capacitor?

3) Considere esta associação.

a) Determine a capacidade equivalente entre A e B;

b) Aplicando uma d.d.p. de 10 V entre os pontos A e B, qual a carga em cada capacitor de

10µF?

4) Dois capacitores de capacidades 30 mF e 60 mF (1 mF = 10-3 F) foram associados em série.

O conjunto foi submetido à d.d.p. de 2V. Determine:

a) a carga do conjunto;

b) a tensão em cada capacitor.

Page 64: Transformador Reator Capacitor Resistor

5) Associam-se em paralelo três capacitores de capacidades C1 = 10µF, C2 = 20µF e C3 = 30µF.

O conjunto recebe carga total de 120µC. Calcule a carga de cada um.

10µF 10µF

20µF 20µFA B

6) Determine a capacidade equivalente de cada um destes conjuntos:

a)

40µF

50µF10µF

1µF

1µF

1µF

1µF

100µF 900µF

30µF 60µF

2mF 18mF

b) d)

c)

Page 65: Transformador Reator Capacitor Resistor

7) Este conjunto é submetido à d.d.p. de 300V entre A e B. Calcule a tensão e a carga de cada

capacitor.

20µF

10µF

15µF

A B

8) Neste esquema considere C1 = 10µF, C2 = 5µF, C3 = 15µF e U = 100V. Determine a carga

de C1.

U

C

C

C1

3

2

Page 66: Transformador Reator Capacitor Resistor

2.7 Capacitores utilizados para correção de fator de potência

Os capacitores usados para a correção do fator de potência são caracterizados por sua potência

reativa nominal (dada em kVAr), sendo fabricados em unidades monofásicas e trifásicas, para alta e

baixa tensão, com valores padronizados de potência reativa, tensão e freqüência. Vejamos, como

exemplo, alguns valores típicos dessas unidades:

• Alta tensão, monofásicos e trifásicos:

Tensões: 2 200, 3 800, 6 640, 7 620, 7 960, 12 700 e 13 200V

Freqüências: 50 / 60 Hz Potências reativas: 25,50 e 100 kVAr

• Baixa tensão, monofásicos e trifásicos:

Tensões: 220, 380, 440 e 480V Freqüências: 50 / 60 Hz

Potências reativas: de 0,50 e 30 kVAr

Um banco de capacitores é um conjunto de unidades capacitoras e seu respectivo equipamento

de suporte, isolamento, proteção e controle em um mesmo módulo. A utilização dos bancos trifásicos,

montados com unidades monofásicas, ligadas em estrela ou triângulo (e em série e/ou paralelo em

cada fase), permite a obtenção de potências reativas mais elevadas, além de possibilitar maior flexibi-

lidade de instalação e de manutenção.

Figura 2.9 - Capacitor em unidade trifásica

2.7.1 Energia ativa e energia reativa

Todos os equipamentos que possuem um circuito magnético e funcionam em corrente alternada

Page 67: Transformador Reator Capacitor Resistor

A cada uma destas energias corresponde uma corrente, também denominada de Ativa e

Reativa. Estas duas correntes se somam vetorialmente para formar uma corrente aparente. Esta,

embora chamada Aparente, é bastante real, percorrendo os diversos condutores do circuito, provo-

cando seu aquecimento, e, portanto, gerando perdas por efeito Joule.

O fator de potência (FP) pode ser calculado pela relação da corrente ativa (IA) com a corrente

aparente (IAp), ou da potência ativa (PA) com potência aparente (PAp):

FP IAIA

PAPA

P P= =

2.7.2 Correção do fator de potência

O fator de potência (FP) é um índice que merece uma atenção especial.

Alguns aparelhos elétricos, como os motores, em um determinado período de tempo, além de

consumirem energia ativa solicitam também energia reativa necessária para criar o fluxo magnético

que o seu funcionamento exige.

Com relação entre estes dois valores, determina-se o fator de potência médio indutivo (FP) num

determinado período. Quando o fator de potência é baixo, surge uma série de inconvenientes elétricos

para a indústria e para a concessionária (sobrecarga em todo o sistema de alimentação). Em razão

disto, a legislação do setor elétrico prevê a cobrança de um ajuste devido ao baixo fator de potência

para aquelas unidades consumidoras que apresentam este fator inferior a 0,92. Quando o fator de

potência é inferior a 0,92, o total desembolsado por sua empresa a título de ajuste do baixo fator de

potência se constituirá em um potencial de economia que poderá ser obtido com a adoção de algumas

medidas bastante simples.

Page 68: Transformador Reator Capacitor Resistor

2.8 Principais Causas do Baixo Fator de Potência

2.8.1 Motores operando em vazio

Os motores elétricos consomem praticamente a mesma quantidade de energia reativa neces-

sária à manutenção do campo magnético, quando operando a vazio ou a plena carga.

Entretanto, o mesmo não acontece com a energia ativa, que é diretamente proporcional à carga

mecânica solicitada no eixo do motor. Assim, quanto menor a carga mecânica solicitada, menor energia

ativa consumida, conseqüentemente, menor o fator de potência.

2.8.2 Motores superdimensionados

Este é um caso particular do anterior, cujas conseqüências são análogas.

Geralmente, os motores são superdimensionados apresentando um potencial de conservação

de energia.

É muito comum o costume de substituição de um motor por outro de maior potência, principal-

mente nos casos de manutenção para reparos que, por acomodação, a substituição transitória passa

a ser permanente não se levando em conta que um superdimensionamento provocará baixo fator de

potência.

2.8.3 Transformadores operando um vazio ou com pequenas cargas

Analogamente aos motores, os transformadores, operando em vazio ou com pequenas cargas,

consomem uma quantidade de energia reativa relativamente grande, quando comparada com a energia

ativa, provocando um baixo fator de potência.

2.8.4 Transformadores superdimensionados

É um caso particular do anterior onde transformadores de grande potência são utilizados para

Page 69: Transformador Reator Capacitor Resistor

2.8.5 Nível de tensão acima da nominal

Tensão superior à nominal, quando aplicada aos motores de indução, há o aumento do consumo

de energia reativa e, portanto, diminui o fator de potência.

2.8.6 Lâmpadas de descarga

As lâmpadas de descarga (vapor de mercúrio, vapor de sódio, fluorescentes, etc.) para funcio-

narem necessitam do auxílio de um reator.

Os reatores, como os motores e os transformadores, possuem bobinas ou enrolamentos que

consomem energia reativa, contribuindo para a redução do fator de potência das instalações.

A utilização de reatores de alto fator de potência pode contornar, em parte, o problema de baixo

fator de potência da instalação.

2.8.7 Grande quantidade de motores de pequena potência

A grande quantidade de motores de pequena potência, provoca baixo fator de potência, uma vez

que o correto dimensionamento desses motores às máquinas a eles acopladas é dificultoso, ocorrendo

freqüentemente o superdimensionamento dos mesmos.

2.8.8 Conseqüências para a instalação

Uma instalação que opera com baixo fator de potência apresenta os seguintes inconvenientes:

• Incremento das perdas de potência;

• Flutuações de tensão, que podem ocasionar a queima de motores;

• Sobrecarga da instalação, danificando-a ou gerando desgaste prematuro;

• Aumento do desgaste nos dispositivos de proteção e manobra da instalação elétrica;

• Aumento do investimento em condutores e equipamentos elétricos sujeitos à limitação térmica

de corrente;

Page 70: Transformador Reator Capacitor Resistor

2.9 Objetivos principais da melhoria do fator de potência

• Redução dos custos da energia;

• Liberação de capacidade do sistema;

• Crescimento do nível de tensão por diminuição das quedas (melhorando o funcionamento dos

motores e aparelhos e também o nível de iluminamento);

• Redução das perdas do sistema.

2.9.1 Métodos de correção do fator de potência

A correção do fator de potência deverá ser cuidadosamente analisada e não resolvida de forma

simplista, já que isso pode levar a uma solução técnica e econômica não satisfatória.

É preciso critério e experiência para efetuar uma adequada correção, lembrando que cada caso

deve ser estudado especificamente e que soluções imediatas podem não ser as mais convenientes.

De modo geral, quando se pretende corrigir o fator de potência de uma instalação surge o

problema preliminar de se determinar qual o melhor método a ser adotado.

Independente do método a ser adotado, o fator de potência ideal, tanto para os consumidores

como para a concessionária, seria o valor unitário (1,0), que significa inexistência de energia reativa no

circuito. Entretanto, esta condição nem sempre é conveniente e, geralmente, não se justifica economi-

camente.

A correção efetuada até o valor de 0,95 é considerada suficiente. A seguir abordaremos os

métodos utilizados na prática e que poderão servir como modelo para a orientação de cada caso

específico.

Alteração das Condições Operacionais ou Substituição de Equipamentos.

As primeiras medidas que se deve aplicar para correção de baixo fator de potência são aquelas

relacionadas às condições operacionais e características dos equipamentos, observadas nas descri-

ções das principais causas de sua ocorrência, apresentada no item Principais Causas do Baixo Fator

de Potência.

Page 71: Transformador Reator Capacitor Resistor

2.9.2 Correção por Capacitores Estáticos (Capacitores Shunts)

A correrão do fator de potência através de capacitores estáticos constitui a solução mais prática

em geral adotada.

Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados, para que os capacitores não sejam usados

indiscriminadamente. Podem os capacitores, em princípio, ser instalados em quatro pontos distintos

do sistema elétrico:

a) Junto às grandes cargas indutivas (motores, transformadores, etc.);

b) No barramento geral de Baixa-Tensão (BT);

c) Na extremidade dos circuitos alimentadores;

d) Na entrada de energia em Alta-Tensão (AT).

Para cada situação deve ser estudada qual a melhor alternativa. Em geral, no caso de motores,

a opção é instalar o capacitor próximo da carga.

No que se refere ao dimensionamento dos bancos de capacitores, isto é, na determinação da

potência reativa em kVAr a ser instalada de modo a corrigir o fator de potência, verifica-se que tal

problema não é suscetível de uma solução imediata e simples.

Cada problema exige um estudo individual e tem uma solução própria.

Os comentários a seguir tem caráter geral e servem para orientar a solução dos casos particu-

lares, quanto ao melhor local para instalação dos capacitores.

2.9.3 Junto às grandes cargas indutivas

Transformador

Alta tensão Baixa tensão

Capacitor

Carga Carga

Capacitor

M M~

Page 72: Transformador Reator Capacitor Resistor

Uma das vantagens dessa opção, é que este tipo de instalação alivia todo o sistema elétrico,

pois a corrente reativa vai do capacitor às cargas sem circular pelo transformador, barramentos, circuito

alimentador, etc.

Sendo ambos, capacitor e carga, os elementos comandados pela mesma chave, não se apre-

senta o risco de haver, em certas horas, excesso ou falta de potência reativa, além do que, obtém-se

uma redução no custo da instalação pelo fato de não ser necessário um dispositivo de comando e

proteção em separado para o capacitor.

Por essas razões, a localização dos capacitores junto a motores, reatores, etc. é uma das solu-

ções preferidas para a correção do fator de potência.

2.9.4 No barramento geral de baixa-tensão

Transformador

Alta tensão Baixa tensão

Capacitor

Cargas

Figura 2.11 - Instalação no barramento geral de baixa-tensão

A vantagem dessa ligação é que se pode obter apreciável economia, usufruindo da diversidade

de demanda entre os circuitos alimentadores, uma vez que a potência reativa solicitada pelo conjunto

da instalação é menor que a soma das potências reativas de todo o conjunto.

Neste tipo de ligação de capacitores, haverá necessidade de ser instalada uma chave que

permite desligá-los quando o consumidor finda suas atividades diárias.

Não o fazendo, poderão ocorrer sobretensões indesejáveis que, provavelmente, causarão danos

às instalações elétricas.

Page 73: Transformador Reator Capacitor Resistor

2.9.5 Na extremidade dos circuitos alimentadores

Transformador

Alta tensão Baixa tensão

Car

gas

Capacitor

Capacitor

Capacitor

Capacitor

Figura 2.12 - Instalação na extremidade dos circuitos alimentadores

A instalação na extremidade dos circuitos representam uma solução intermediária entre as loca-

lizações (fig 2.10) e (fig 2.11).

Este método aproveita a diversidade entre as cargas supridas, embora o investimento seja supe-

rior ao da alternativa anterior. Por outro lado, fica aliviado também o circuito alimentador.

É utilizada, geralmente, quando o alimentador supre uma grande quantidade de cargas pequenas,

onde é conveniente a compensação individual.

2.9.6 Na entrada de energia em alta-tensão (AT)

Transformador

Alta tensão Baixa tensão

Capacitor

Cargas

Figura 2.13 - Instalação na entrada de energia em alta-tensão

Não é muito usual a instalação do lado da alta-tensão.

Page 74: Transformador Reator Capacitor Resistor

2.9.7 Correção por motores e capacitores síncronos

Os motores e capacitores síncronos também funcionam como “geradores de potência reativa.

Essa propriedade é função da excitação e, no caso dos motores síncronos, é também função da carga.

Quando subexcitados, eles não geram potência reativa suficiente para suprir suas próprias neces-

sidades e, consequentemente, devem receber do sistema uma potência reativa adicional. Quando

superexcitados - funcionamento normal - suprem suas necessidades de reativos e também fornecem

kVAr ao sistema.

Os dois primeiros métodos - capacitores derivação e motores síncronos- são os mais usados,

cada um com sua aplicação característica. Usualmente, o método do capacitor derivação é mais prático

e econômico para instalações existentes. O método do motor síncrono é muito usado em instalações

industriais onde são acionadas cargas mecânicas de grande porte (por exemplo, grandes compres-

sores). Nesses casos, o motor exercerá a dupla função de acionar a carga e corrigir o fator de potência

da instalação. Por motivos econômicos os capacitores síncronos são raramente usados em instala-

ções industriais.

2.9.8 Máquina Síncrona

É uma máquina de corrente alternada na qual a freqüência da força eletromotriz gerada é propor-

cional à frequência da máquina.

Nota 1) A constante conjugado/tempo é obtida apenas a certa velocidade.

Nota 2) Salvo quando especificado de outra forma, entende-se que a máquina síncrona tem um

enrolamento de campo excitado com corrente contínua.

Motor Síncrono é a máquina síncrona funcionando como motor.

Capacitor Síncrono é uma máquina síncrona girando sem carga mecânica e fornecendo potência

reativa a um sistema elétrico.

Page 75: Transformador Reator Capacitor Resistor

Exercícios:

1) O que é potência ativa, reativa e aparente?

2) O que é fator de potência?

3) Quais as consequências para a instalação elétrica operando com baixo fator de potência?

4) Quais as principais causas do baixo fator de potência?

5) Quais os métodos de correção do fator de potência?

Page 76: Transformador Reator Capacitor Resistor
Page 77: Transformador Reator Capacitor Resistor

3.1 Reostatos e resistores

O reostato tem larga aplicação no acionamento de motores de rotor bobinado.

Através da inserção de resistores no circuito rotórico, reduz-se a corrente de partida do motor,

aumentando o conjugado.

Em acionamentos que exigem alto conjugado de partida, o reostato é calculado para que o

motor forneça conjugado de partida próximo do conjugado máximo durante a aceleração.

Os bancos de resistências para partida de motores de menor potência são do tipo banco de

resistores sólidos.

Na partida de grandes motores elétricos, geralmente de média tensão, são utilizados reostatos

com resistência líquida. Nesses reostatos a variação da resistência normalmente é processada pela

alteração do nível do eletrólito (através de uma bomba) ou da movimentação dos eletrodos em relação

à massa do eletrólito (movimento dos eletrodos).

UNIDADE III

Page 78: Transformador Reator Capacitor Resistor
Page 79: Transformador Reator Capacitor Resistor

VIEIRA, Augusto César Gadelha, Manual de Correção do fator de Potência, 1983 Rio de

Janeiro RJ.

FILHO, João Mamede, Instalações Elétricas Industriais, Livros Técnicos e Científicos S.A., 1986

São Paulo SP.

CPM – Programa de certificação de Pessoal de Manutenção , Apostila Elétrica – Materiais e

Equipamentos em Sistema de Baixa Tensão, SENAI – ES 1997

BIBLIOGRAFIA

Page 80: Transformador Reator Capacitor Resistor