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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título:Valorização da Língua Portuguesa: desenvolvendo a leitura pelos caminhos do gêneros textual fábula. 

Autor Edna de Oliveira Galindo

Escola de Atuação Escola Estadual Monteiro Lobato

Município da escola Sertanópolis

Núcleo Regional de Educação Londrina

Orientador Ângela Pelizer

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina

Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa

Produção Didático­pedagógica  Unidade Didática

Relação Interdisciplinar (indicar, caso haja,   as   diferentes   disciplinas compreendidas no trabalho)

Público Alvo (indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho:   professores,   alunos, comunidade...)

Alunos da 6ª Série do Ensino Fundamental II

Localização   (identificar   nome   e endereço   da   escola   de implementação)

Escola Estadual Monteiro Lobato – Ensino Fundamental II ­ Rua: Dº Gervásio Morales – 771 – Centro – Sertanópolis – PR  

Apresentação: 

(descrever a  justificativa,  objetivos e metodologia   utilizada.   A   informação deverá   conter   no   máximo   1300 caracteres,   ou   200   palavras,   fonte Arial   ou   Times   New   Roman, tamanho 12 e espaçamento simples) 

A  ideia  central  partiu  da necessidade de resgatar  a qualidade   de   ensino,   visto   que   os   alunos   vêm perdendo já há muito tempo o gosto pela leitura e pela produção de textos. Através do gênero textual fábula, empregando­se o Método de Recepção,  levar­se­á  o aluno a entender  que a  literatura e a  leitura andam juntas,   que   são   extremamente   importantes   para   o desenvolvimento do ser humano como ser pensante, crítico e inovador, que está sempre em busca de algo que se julga melhor que aquele já  existente, mesmo que se misture com o novo para que juntos criem uma força   maior   e   melhor,   rumo   a   satisfação   individual, tomando   gosto   pelo   mundo   à   sia   volta,   e   além fronteiras, pois o conhecimento é algo que se adquiri e jamais nos é tirado. Assim os alunos serão motivados a   fazer  a   leitura,  não  apenas  por   ler,  mas  sim por gostar e querer conhecer novos mundos, entender as entrelinhas que há em um enredo. 

Palavras­chave ( 3 a 5 palavras) Fábulas, leitura, interpretação, produção, entrelinhas.

PRODUÇÃO DIDÁTICA­PEDAGÓGICA

 

UNIDADE DIDÁTICA

VALORIZAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA: DESENVOLVENDO A LEITURA PELOS CAMINHOS DO GÊNERO TEXTUAL FÁBULA. 

_____________________________________________________________ 

SERTANÓPOLIS – 2011

EDNA DE OLIVEIRA GALINDO

VALORIZAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA: DESENVOLVENDO A LEITURA PELOS CAMINHOS DO GÊNERO TEXTUAL  FÁBULA.

A vida é dialógica por natureza. Viver significa participar de um diálogo:  interrogar, escutar, responder,concordar, etc. Neste diálogo, o homem participa todo e com toda a sua vida: com os olhos, os lábios, as mãos, a alma, o espírito, com o corpo todo, com suas ações.  Ele se põe todo na palavra   e   esta   palavra   entra   no   tecido   dialógico   da existência humana, no simpósio universal. 

                          Mikhail Bakhtin  

_____________________________________________________________ 

SERTANÓPOLIS – 2011 

PRODUÇÃO DIDÁTICO­PEDAGÓGICA 

SUMÁRIO

Introdução.....................................................................................................04

Leitura e Literatura com elo transformador...............................................05

Justificativa...................................................................................................06

Objetivo Geral...............................................................................................07

Objetivos Específicos..................................................................................08

Procedimentos Didáticos............................................................................08

Conteúdos.....................................................................................................08

Fábulas e fabulistas.............................................................................09

Atividades......................................................................................................10

Etapas do Método Recepcional...................................................................11

Determinação do Horizonte de Expectativas.............................................11

Atendimento do Horizonte de Expectativas..............................................13

Ruptura do horizonte de Expectativas.......................................................14

Questionamento do Horizonte de Expectativas........................................19

Ampliação do Horizonte de Expectativas..................................................21

Recursos.......................................................................................................24

Proposta de Avaliação.................................................................................24

Orientações/Recomendações.....................................................................25

Referências...................................................................................................26

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INTRODUÇÃO 

Segundo as DCEs ( PARANÁ – 2008, p. 55 ), é tarefa da escola possibilitar que 

seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a oralidade e a 

escrita, com a finalidade de inseri­los nas diversas esferas de interação. Por sua vez, a 

escola busca criar situações de aprendizagem em que a leitura se estabeleça em sua 

plenitude.  Para  Bordini  e  Aguiar   (  1993,  p.9   ),  a   função da escola  é   fundamental  no 

incentivo à leitura, oralidade e escrita para uma edição de qualidade. E menciona que o 

leitor se estabelece com as manifestações socioculturais que lhe são distantes no tempo e 

no espaço.

Este projeto tende a sanar as dificuldades encontradas nas escolas atuais, referindo­

se a leitura, pois o problema é colossal, devido ao grande interesse dos alunos aos meios 

tecnológicos, desvalorizando­se totalmente a leitura feita em livros, revistas, jornais, entre 

outros. Porém o projeto mostra que é possível chamar a atenção dos educandos e trazê­

los de volta para este tipo de leitura.

Contudo, faz­se necessário mencionar que a tecnologia não deve ser jogada fora ou 

deixada de lado. O que há que se fazer é misturar, ou seja, integralizar a leitura à novas 

tecnologias, como a internet, onde se é possível ler a bons e diversos textos.

Marcuschi ( 2002 ), nesse sentido menciona que novos gêneros estão aparecendo 

com a chegada do cultura eletrônica ( telefones celulares, computadores, internet e etc. ) 

o   que   demonstra   que   os   gêneros   textuais   surgem,   situam­se   e   integram­se 

funcionalmente nas culturas em que se envolvem. Entretanto, jamais se deve abandonar 

totalmente a leitura feita diretamente em livros, pois se os mesmos não existissem, como 

poderiam as tecnologias serem alimentadas?

Com o aprimoramento constante dos conhecimentos tecnológicos interferindo no 

processo   ensino­aprendizagem   escolar,   faz­se   necessário   que   o   professor   faça   uma 

reflexão em sua ação pedagógica em sala de aula.

Neste trabalho, vamos nos centrar no estudo das fábulas, gênero textual datado 

desde antes de Cristo. Sobreviveu até aos dias de atuais, isto prova que a leitura ainda é 

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algo que encanta e emociona a muitos, tanto a crianças, jovens e adultos, de geração em 

geração. 

LEITURA E LITERATURA COMO ELO TRANSFORMADOR 

Segundo   Isabel   Solé   (1998),as   estratégias   de   leitura   são   as   ferramentas 

necessárias   para   o   desenvolvimento   da   leitura   proficiente.   Sua   utilização   permite 

compreender  e   interpretar  de   forma autônoma os  textos   lidos  e pretende despertar  o 

professor para a importância em desenvolver um trabalho efetivo no sentido da formação 

do leitor independente, crítico e reflexivo. 

Ângela Kleiman ( 2004 ), afirma que na leitura tanto a responsabilidade do autor 

como a do leitor devem ser consideradas: o autor, que detém a palavra, por assim dizer... 

Já o leitor deve acreditar que o autor tem algo relevante a dizer no texto, e que a dirá clara 

e coerentemente.

Segundo   as   DCEs   (PARANÁ,   2008,   p.   56),   ao   ler,   o   indivíduo   busca   suas experiências, os conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa e cultural,

enfim as várias vozes que o constituem.

Os livros têm sido há séculos portadores do conhecimento de uma geração para a 

outra, ajudam a dominar os problemas éticos, morais e sociopolíticos da vida,

proporcionando­lhes casos exemplares, auxiliando na formação de perguntas e respostas

correspondentes. O que leva o jovem leitor a ler não é o reconhecimento da importância

da leitura, mas sim várias motivações e interesses que correspondem à sua

personalidade e ao seu desenvolvimento intelectual ( BAMBERGER, 2004, P. 11 e 12).

   Ler é uma operação       inteligente, difícil, exigente, mas gratificante. Ninguém lê ou estuda autenticamente se não assume, diante do texto ou do objeto da curiosidade a forma crítica de ser ou de estar sendo sujeito da curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do   processo   de   conhecer   em   que   se   acha.   Ler   é   procurar   e/ou   buscar   criar   a compreensão do lido; daí, entre outros pontos fundamentais, a importância do ensino correto da leitura e da escrita. É que ensinar a  ler é  engajar­se numa experiência criativa em torno da compreensão e da comunicação . (FREIRE, 1993).

Na   Alemanha,   na   Universidade   de   Constança,   em   1967   fundou­se   o   primeiro 

departamento de Ciências da Literatura, voltado para a Estética da Recepção, liderado 

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por Hans Robert Jauss. 

A Estética de Recepção surgiu em 1960, através dos estudos dos teóricos ligados

à Escola de Constância, centro universitário alemão, liderada por Hans Robert Jauss a

concepção de arte literária está centrada na atuação do leitor, dispõe ­se a fazer com que

o texto faça parte do processo do conhecimento. E em 1967, Jauss funda o primeiro

Departamento de Ciências da Literatura, voltado para Estética da Recepção. 

Jauss ( 1994 ), preocupa­se em entender como se dão os processos de recepção, 

destacando a importância do leitor e da obra escrita.

A Estética da Recepção e a Teoria do Efeito são pressupostos que segundo as 

professoras Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar, desenvolvem seus estudos 

em torno da reflexão sobre a relações entre narrador – texto – leitor, que se realiza a partir 

de um horizonte de expectativas ( 1993 ).

O processo de  recepção,  de acordo com Bordini  e  Aguiar   (  1993 ),   tem como 

objetivos: efetuar leituras compreensivas e críticas; ser receptivo a novos textos e a leitura 

de outrem; questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural; 

transformar os seus próprios horizontes de expectativas, bem como os do professor, da 

escola, da comunidade familiar e social. Além disso, esse método proporciona debates, 

reflexões sobre o que leu, possibilitando ao aluno uma ampliação dos seus horizontes de 

expectativas.

JUSTIFICATIVA:  

A ideia inicial partiu da necessidade de resgatar a qualidade de ensino, visto que 

os   educandos   vêm   já   há   um   bom   tempo   perdendo   o   gosto   pela   leitura,   e   por 

consequência disso, perde­se também o interesse pela produção de textos. Através das 

fábulas, levar­se­á o aluno a entender que a literatura e a leitura andam juntas, que são 

extremamente importantes para o desenvolvimento do ser humano como ser pensante e 

crítico, inovador, que está sempre em busca de algo que se julga melhor do que aquele já 

existente, ou mesmo que se misture o já existente com o novo para que juntos criem uma 

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força maior e melhor, possibilitando assim uma maior motivação aos educandos, rumo a 

satisfação individual, tomando gosto pelo mundo que está à sua volta, e além fronteiras, 

pois o conhecimento é algo que se adquiri e jamais nos é tirado. 

Os educandos serão motivados a fazer a leitura, não apenas por ler, mas sim por 

gostar  e  querer  conhecer  novos mundos,  de  entender  as  entrelinhas que  há   em um 

enredo, por mais simples que pareça. Segundo Paulo Freire ( 1982, p. 11) , a leitura não 

deve ser vista apenas como decodificadora, mas sim, como construtora de sentidos, como 

leitura de mundo.

 Deve­se levar o aluno  a  entender que  a  questão fundamental da  educação está 

centrada  na  necessidade  de  o  homem  compreender  o  mundo  em  que  vive.   Que o 

ensino/aprendizagem  é  um  processo que começa, mas que nunca termina, pois sempre 

se  pode  ter  acesso  à  novas  formas  mais  elaboradas  e  mais  complexas  de  se  dar 

significa à informação. 

Estudar  as  fábulas,  é  conhecer  os  sentimentos  do  homem . Fazer  leituras que 

ampliem  e  incentivem  o  conhecimento,  instigando  assim  a  curiosidade  à  leitura  das 

fábulas  para  que  se  apropriem  de  novos  conhecimentos  e  desta  forma, desenvolver 

o  gosto  e  hábito  de  leitura  e  pela  produção de textos, possibilitando assim com que o 

aluno tenha voz no texto, interagindo com as práticas de linguagem da sociedade em que 

vive. Então  o  educando  realizará uma leitura reflexiva, apresentando opiniões a respeito 

do que leu, justificando­se sobre estas opiniões. 

OBJETIVOS GERAL:

Desenvolver, a sensibilidade e a capacidade de pensamento crítico, através da leitura e 

do   estudo   de   textos   do   gênero   fábula,   possibilitando   ao   aluno,   aprimorar   seus 

conhecimentos, de maneira a instigá­lo a uma reflexão dos valores éticos e de cidadania. 

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

­ Resgatar e compreender os conhecimentos históricos sobre as fábulas, entender o seu 

surgimento, primeiros autores e obras.

­  Realizar   a   leitura   de   textos   a   fim  de   que   sejam   observadas   as   relações   entre   os 

mesmos.

­ Reconhecer e compreender a finalidade e as possíveis intenções do texto.

­ Compreender o texto como um todo, refletir e analisá­lo no mundo real, podendo assim, 

perceber que nos textos do gênero fábula, é  possível  identificar as mesmas intenções 

empregadas nos textos escritos em épocas remotas, na sociedade real e atual.

­ Analisar e interpretar textos do gênero fábulas, compreendendo e refletindo sobre o

assunto proposto e sobre a moral expressa no final.

­  Produzir   textos   do   gênero   fábulas,   respeitando   a   sequência   lógica,   adequando   as 

personagens às ações e costumes próprios dos dias atuais.

­ Reescrever fábulas de Esopo, adaptando­as para uma visão de mundo atual.

­  Relacionar as experiências de leitura, produção de textos e oralidade com os saberes 

adquiridos através do Método Recepcional.

PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS:      

                                                 ­CONTEÚDOS:   

­Oralidade;

­Leitura;

­Compreensão, interpretação e análise de textos.

­Produção de textos.

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FÁBULA E FABULISTAS  

A fábula já era cultivada entre os assírios e babilônicos, no entanto foi o grego 

Esopo, que viveu no século 6ºantes de Cristo, quem consagrou o gênero.

Fábula é um gênero textual curto, em prosa ou em versos, em que as personagens 

atuantes são animais com atitudes próprias do ser humano.

Apólogo   é   uma   narrativa   também   classificada   como   fábula,   porém   seus 

personagens são seres  inanimados,  como os vegetais,  os objetos,  o  sol,  a  lua,  entre 

outros.

A fábula possui em sua estrutura um ensinamento ou lição de moral colocada no 

final da composição, enfatizando a reflexão sobre ética e cidadania.

ESOPO 

Fabulista grego e escravo, nascido no século VI a,C., por volta do ano de 620. 

Esopo inventava histórias, em que animais eram personagens e assumiam ações próprias 

dos homens. Essas histórias encantaram o rei Creso, seu dono, tanto que este o libertou. 

Esopo teria sido condenado à morte depois de uma falsa acusação de sacrilégio, feita 

pelos Delfos.

A intenção de Esopo em sua fábulas era e ainda o é, mostrar como nós, homens, 

agimos. Podemos dizer que a fábula é  um conto de moralidade popular, uma lição de 

inteligência e de justiça.

Esopo não deixou nada escrito, as fábulas que lhes são atribuídas pela tradição, 

foram recolhidas pela primeira vez por Demétrio de Farelo, por volta de 325 a.C. Antes do 

advento da impressão, as fábulas de Esopo eram ilustradas em louças, em manuscritos e 

até em tecidos.

FREDO  

10

Caio   Júlio   Fredo,   fabulista   romano,   nascido   na   Macedônia,   Grecia,   filho   de 

escravos, foi alforriado pelo imperador romano Augusto. 

Fredo foi o mais importante dos divulgadoresdas fábulas de Esopo. Coube a ele, 

quando iniciou na literatura, enriquecer estilisticamente as fábulas de Esopo. Fredo é o 

introdutor   da   fábula   na   literatura   latina,   redigiu   suas   fábulas   normalmente   sérias   ou 

satíricas.

LA FONTAINE 

Jean de La Fontaine, nasceu na França em 08 de julho de 1621. No ano de 1652, 

foi publicada a primeira edição de sua primeira obra fabulista (sendo esta a 1ª de várias 

edições, pois a cada nova edição, o autor acrescentava novas fábulas). A última edição de 

suas fábulas foi publicada em 1693.

La Fontaine é considerado a pai da fábula moderna, além de compor suas próprias 

fábulas,   também reescreveu em versos  franceses muitas das  fábulas  de  Esopo e  de 

Fredo.  

MONTEIRO LOBATO 

José Bento Monteiro Lobato, nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté, Estado 

de São Paulo. No Brasil, é considerado um grande fabulista, publicou no início do século 

XX,   versões   bem   características   de   algumas   fábulas   de   Esopo,   Fredo   e   de   La 

Fontaine,além de publicar algumas de sua própria autoria.

Monteiro Lobato é  considerado o mais  importante escritor  da Literatura  Infanto­

Juvenil brasileira. 

ATIVIDADES

O  trabalho  com o  gênero   textual   fábula,  será   fundamentado  nas  propostas  de 

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Recepção   e   da   Teoria   do   Efeito,   através   do   Método   Recepcional,   organizado   pelos 

autoras  e professoras: Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira Aguiar­ DCEs (2008, p.74).

No Método Recepcional é fundamental a valorização do aluno/leitor, considerando 

suas experiências de vida e leitura. Seu objetivo é que a leitura de textos literários não 

tenham apenas a função formativa, mas que a literatura conquiste seu valor, tornando os 

alunos/leitores cidadãos que reflitam seus próprios sentimentos, deveres e direitos.

Este trabalho divide­se em cinco etapas e cabe ao professor delinear o tempo de 

aplicação.

   ETAPAS DO MÉTODO RECEPCIONAL  

1­Determinação do horizonte de expectativas.

2­Atendimento ao horizonte de expectativas.

3­Ruptura do horizonte de expectativas.

4­Questionamento do horizonte de expectativas.

5­Ampliação do horizonte de expectativas.

1­DETERMINAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS.

Na primeira  etapa,  determina  o  horizonte  de  expectativa  do  aluno,  o  professor 

passa a conhecer a realidade sociocultural dos alunos. Seu cotidiano,crenças, modismos, 

preferências ( músicas, lazer, filmes, programas de televisão, entre outros ), sentimentos 

(amor,   ódio,   vaidade,   ciúme,   inveja,   orgulho,   egoísmo,   entre   outros   ),   enfim 

relacionamentos humanos, analisando e investigando assim os interesses específicos da 

área de leitura.

12

1.1­ Atividade oral

O professor leva os alunos, um a um, a falarem sobre si mesmo ( o que mais gosta 

de fazer, o que não gota de fazer ), preferências, sentimentos, relacionamentos humanos, 

enfim coisas que desejarem comentar sobre sua vida.

O professor comenta aos alunos, que todos estes sentimentos, valores, manias,etc, 

poderão ser encontrados nos textos impressos nos livros, e que um dos gêneros textuais 

mais fascinantes é o gênero fábula, o qual os encantará e os instigará a sentimentos, que 

talvez , eles próprios não o sabem.

Neste momento, os alunos lerão algumas fábulas de Esopo. 

1.2­ Atividades orais

a)Os alunos responderão ao seguinte questionário: 

1)De acordo com o que você leu, o autor escreve a respeito de que tipo de personagem? 

2)Que sentimentos são expressados pelo autor? 

3)Que sentimentos você sentiu ao ler esta fábula? 

4)Você já ouviu falar sobre fábulas? Escreva o que sabe sobre fábulas.

5)Há alguns filmes em que suas histórias retratam fábulas. Cite alguns filmes deste tipo, 

que você conhece, que já assistiu ou ouviu falar. 

6)Você costuma ler fora da escola? O que gosta de ler? Por quê?  

b)Pesquisa

Os alunos farão uma pesquisa sobre: 

­Definição e origem da fábula;

­Fábulas antigas, fábulas atuais e apólogo.

­Biografia de Esopo e de Fredo.

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2­ATENDIMENTO AO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS 

Na   segunda   etapa,   atendimento   ao   horizonte   de   expectativas,   o   professor   ao 

perceber  os  elementos   temáticos  que  atraem a  atenção  e  o  prazer  de  seus  alunos, 

buscará   similares,   que   selam   próximos   ao   conhecimento   prévio   de   mundo   e   as 

experiências de leitura dos alunos. 

2.1­Atividade oral

Será realizada a leitura da seguinte fábula: “ A cigarra e as formigas “ dos autores: 

Esopo e Monteiro Lobato. 

2.2­Atividades escritas

a)Realizar­se­á a análise interpretativa das fábulas lidas anteriormente.     

­Análise de texto

 

1)Os textos em análise pertencem ao gênero textual fábula.

­Na sua opinião, o que Esopo queria que as pessoas entendessem com esta fábula?

­Na sua opinião, o que Monteiro Lobato queria que as pessoas entendessem com esta 

fábula? 

2)Qual das frases abaixo resume melhor a fábula de Esopo? 

(   )A cigarra é muito famosa.

(   )As formigas estão sempre com a razão.

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(   )A preguiça só atrasa a humanidade.

3)Qual das freses abaixo resume melhor a fábula de Monteiro Lobato?

(   )A formiga boa é inimiga da cigarra.

(   )As cigarras são nobres artistas que animam a humanidade.

(   )A formiga má está certa.

4)Que parte  da   fábula,  ajudou  com que você   chegasse  às   respostas  assinaladas na 

questão anterior?

5)Se você fosse a formiga, como agiria diante da mesma situação retratada na fábula de 

Esopo?

6)E se você fosse a formiga boa da fábula de Lobato, agiria da mesma forma que ela? Por 

quê?

2.3­  Após o estudo da  fábula  “  A cigarra e as  formigas “  de Esopo,   faça a reescrita 

modificando a atitude das formigas. 

3­RUPTURA DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS      

A terceira etapa, é a de ruptura do horizonte de expectativas, pela introdução de textos e 

de atividades de leitura que abalem as certezas e costumes dos alunos.

3.1­Atividades orais

Será realizada a leitura das seguintes fábulas de Esopo: “ O sapo e o boi “; “ A raposa e 

as uvas “; “O galo e a raposa “. Logo após a leitura, os alunos farão comentários orais 

sobre   o   que   entenderam   a   respeito   das   fábulas,   juntamente   com   a   intervenção   do 

professor.  Neste momento,  o  aluno/leitor   tenta encaixar  o   texto  literário dentro de seu 

horizonte de valores.

O sapo e o boi 

Há muito, muito tempo existiu um boi importante. Um dia o boi estava dando seu 

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passeio   da   tarde,   quando   um   pobre   sapo   todo   mal   vestido   olhou   para   ele   e   ficou 

maravilhado. Cheio de inveja daquele boi que parecia o dono do mundo, o sapo chamou 

os amigos.  

__Olhem só o tamanho do sujeito! Até que ele é elegante, mas grande coisa, se eu 

quisesse também era.

Dizendo isso o sapo começou a estufar a barriga e em pouco tempo já estava com 

o dobro do seu tamanho normal. 

__Já estou grande que nem ele? Perguntou aos outros sapos.

__Não, ainda está longe! Responderam os amigos.

O sapo se estufou mais um pouco e repetiu a pergunta.

__Não! E é melhor você parar com isso, porque senão vai acabar se machucando. 

Disseram de novo os outros sapos. 

Mas era tanta a vontade do sapo de imitar o boi que ele continuou se estufando, 

estufando, estufando, até estourar.

Moral: Seja sempre você mesmo.  

A raposa e as uvas 

Morta de fome, uma raposa foi até  um vinhedo sabendo que ia encontrar muita 

uva. A safra havia sido excelente.

Ao ver a parreira carregada de cachos enormes, a raposa lambeu os beiços. Só 

que sua alegria durou pouco, por mais que tentasse, não conseguia alcançar as uvas. Por 

fim , cansada de tantos esforços inúteis, resolveu ir embora dizendo:

__Por mim, quem quiser essas uvas pode levar. Estão verdes, estão azedas, não 

me servem. Se alguém me desse essas uvas, eu não comeria. Morta   de   fome,   uma 

raposa   foi   até   um  vinhedo   sabendo  que   ia   encontrar   muita   uva.   A   safra   havia   sido 

excelente.

Ao ver a parreira carregada de cachos enormes, a raposa lambeu os beiços. Só 

que sua alegria durou pouco, por mais que tentasse, não conseguia alcançar as uvas. Por 

fim , cansada de tantos esforços inúteis, resolveu ir embora dizendo:

__Por mim, quem quiser essas uvas pode levar. Estão verdes, estão azedas, não 

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me servem. Se alguém me desse essas uvas, eu não comeria.

Moral:  Desprezar o que não se consegue conquistar é  

fácil. 

O galo e a raposa  

No meio dos galhos de uma árvore bem alta um galo estava empoleirado e cantava 

a   todo   o   volume.   Sua   voz   esganiçada   acoava   na   floresta.   Ouvindo   aquele   são   tão 

conhecido, uma raposa que estava caçando se aproximou da árvore. Ao ver o galo lá no 

alto, a raposa começou a imaginar algum jeito de fazer o outro descer. Com a voz mais 

boazinha do mundo, cumprimentou o galo dizendo: 

__Ó meu querido primo, por acaso você ficou sabendo da proclamação de paz e 

harmonia universal entre todos os tipos de bichos da terra, da água e do ar? Acabou essa 

história ficar tentando agarrar os outros para comê­los. Agora vai ser tudo na base do 

amor   e   da   amizade.   Desça   para   a   gente   conversar   com   calma   sobre   as   grandes 

novidades!

O galo, que sabia que não dava para acreditar em nada do que a raposa dizia, 

fingiu que estava vendo uma coisa lá longe. Curiosa, a raposa quis saber o que ele estava 

olhando com ar tão preocupado.

__Bem – disse o galo ­, acho que estou vendo uma matilha de cães ali adiante.

__Nesse caso é melhor eu ir embora. Disse a raposa.

__O que é isso prima? Disse o galo. Por favor, não vá ainda! Já estou descendo! 

Não vá me dizer que está com medo dos cachorros nesses tempos de paz?

__Não,  não é  medo  ­  disse  a   raposa  ­,  mas...  e  se  eles  ainda não estiverem 

sabendo da proclamação?

Moral: Cuidado com as amizades muito repentinas.  

3.2­Atividades escritas 

Após a leitura e comentários sobre as fábulas de Esopo, os alunos farão a interpretação 

das mesmas. Antes porém, responderão a seguinte questão a respeito das três fábulas 

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em estudo. 

_ Por que os textos lidos foram classificados como fábulas?

a)­Interpretação de texto

O sapo e o boi 

1)O que despertou o sentimento de inveja no sapo? Por quê? 

2)Na sua opinião, o sapo ficaria igual ao boi, se ficasse grande? Por quê? 

3)O que a moral desta fábula quis transmitir às pessoas? 

4)Que tipo de pessoas o sapo e o boi representam nesta fábula? 

5)Na   sua   opinião,   seria   necessário   que   o   sapo   se   transformasse   em   boi   para   ficar 

elegante? Por quê? 

6)E você está feliz com sua aparência e seu jeito de ser? Justifique sua resposta. 

A raposa e as uvas 

1)Como a raposa era muito pretensiosa, o que realmente ela pretendia fazer? 

2)O que a raposa fez para tentar apanhar as uvas? 

3)A raposa conseguiu apanhar as uvas? Por quê? 

4)Dê uma explicação para a moral da fábula.

5)Você  acha certo as pessoas falarem mal ou desprezarem aquilo que não pode ter? 

Justifique sua resposta.  

6)Se você fosse a raposa, o que faria para apanhar as uvas?

O galo e a raposa   

1)O que fez a raposa na tentativa de enganar o galo? 

2)Por que a raposa chamou o galo de primo?

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3)O galo acreditou na raposa? Por quê? 

4)A raposa acreditou no galo? Por quê? 

5)Se você fosse o galo, acreditaria na raposa? Por quê? 

6)Se você fosse a raposa, faria o que ela fez? Justifique sua resposta.

b)­Nas fábulas são atribuídas atitudes, comportamentos ou qualidades próprias do ser 

humano aos animais, os alunos, individualmente e silenciosamente, farão a leitura e cópia 

sobre o que representam os seguintes animais e dentre eles, os colocados nas fábulas 

que serão estudadas: aguia, boi, borboleta, burro, cão/cachorro, cigarra, cobra, coelho, 

cordeiro,   formiga,   galo,   gato,   leão,   lebre,   lobo,   pavão,   pomba,   raposa,   sapo,   rato, 

cegonha.

Águia:força, inteligência.

Boi:paciência, retidão.

Borboleta:liberdade, graça.

Burro:ingenuidade, estupidez.

Cão/cachorro:amizade,fidelidade,proteção.

Cegonha:fertilidade,nascimento.

Cigarra:alegria, diversão, preguiça.

Cobra:maldade, perigo.

Coelho:fertilidade.

Cordeiro:inocência, ingenuidade.

Formiga:trabalho, organização

Galo:vigilância.

Gato:agilidade.

Leão:força, majestade.

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Lebre:rapidez.

Lobo:maldade, traição.

Pavão:vaidade, imponência.

Pomba:pureza, simplicidade.

Raposa:esperteza,astúcia, inteligência.

Rato:simplicidade, gratidão.

Sapo:inveja,nojo.

­Escolha   dois   animais   e   elabore   uma   fábula   utilizando   uma  das   morais   das   fábulas 

estudadas.

c)­Após a leitura e interpretação das três fábulas de Esopo, será feita a escolha de uma 

delas para fazerem uma reescrita, na qual não devem se esquecer de elaborar uma outra 

moral para a história.

4­QUESTIONAMENTO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS 

A quarta etapa, é a de questionamento do horizonte de expectativas, o professor orienta o 

aluno/leitor a um questionamento e uma autoavaliação a partir dos textos oferecidos. 

­Atividades

­Os alunos assistirão ao  filme  “ As crônicas de Nárnia  – O Leão, a Feiticeira e o 

Guarda­roupas “. Título original: “ chronicles of Narnia – The Lion, The Witch and The 

Wardrobe. Diretor: Andrew Adamson. Produção: Mark Johnson e Philip Stever. Escritores 

da história fabulista: Ann Peacock e Andrew Adamson.

Sinopse do filme:  Lúcia (Georgie Henley),  Suzana (Anna Pooplewll),  Edmundo 

(Skandar Keynes) e Pedro (William Moseley) são quadro irmãos que vivem na Inglaterra, 

na zona rural, na fazenda de um professor misterioso. 

A brincadeira predileta dos irmãos, era ''esconde­esconde'', num belo dia desses, 

eles descobrem um guarda­roupa mágico, que ao atravessá­lo, entram no mundo mágico 

de  Nárnia   (mundo  habitado  por   seres  estranhos  e  animais  que   falam e  agem como 

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humanos). Um dia, este mundo já foi cheio de paz, porém hoje vive sobre o domínio da 

feiticeira Branca, Jadis (Tilda Swinton), que jogou a maldição que faz com que aquele 

lugar estivesse sempre em um doloroso inverno.

As   crianças   juntamente   com   a   leão   Aslam,   resolvem   lutar   para   libertar   os 

habitantes daquele mundo das garras de Jadis.

­Comentários orais sobre a possível moral da história retratada no filme. 

4.1­Atividades escritas

a)Os alunos, em dupla, escreverão um texto sobre a moral retratada no filme.

b)Em equipe,  os  alunos   farão  uma pesquisa,   recolhendo  três  músicas  que envolvam 

ações próprias do ser humano, desenvolvidas por animais. 

c)Os alunos, em equipe, farão uma entrevista imaginária com um dos personagens de 

Esopo que mais gostarem. Logo após farão uma relação de fatos que ocorreram nas 

fábulas e continuam acontecendo até hoje, no cotidiano atual.  

4.2­Atividades orais

a)Alguns alunos serão escolhidos para fazerem a leitura do texto que elaboraram sobre a 

moral desenvolvida no filme que assistiram.

b)Os alunos, em equipe, apresentarão na sala de aula, uma das músicas pesquisadas. 

No final, a classe escolherá qual apresentação foi a melhor.

c)Apresentação, em equipe, da entrevista com uma personagem das fábulas de Esopo.

5­AMPLIAÇÃO DO HORIZONTE DE EXPECTATIVAS

A última etapa, a ampliação do horizonte de expectativas, com a realização das etapas, 

os alunos devem perceber que as leituras ocorridas durante esse processo não foram só 

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para cumprir tarefa escolar, mas para ampliar o conhecimento de mundo, refletir e tomar 

consciência das mudanças e aquisições que conseguiram com a leitura, comparando 

seu horizonte inicial de expectativas com os interesses atuais.  O final deste etapa é  o 

início  de uma nova aplicação do Método Recepcional,  que evolui  em aspiral,  sempre 

permitindo aos alunos uma postura mais consciente em relação a leitura e a vida. 

­Atividades 

­Os alunos realizarão a leitura de uma fábula de cada autor: 

Esopo “ O leão e o ratinho “ .

Fredo “ O cão e seu reflexo no rio “. 

La Fontaine “A raposa e a cegonha “.

Monteiro Lobato – Fragmento da fábula  “ O lobo e o cordeiro “

­Logo após a leitura, farão comentários orais sobre as histórias retratadas nas fábulas.

O leão e o ratinho  

Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado debaixo da sombra boa de 

uma   árvore.   Vieram   uns   ratinhos   passear   em   cima   dele   e   ele   acordou   .   Todos 

conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu debaixo da pata. Tanto o ratinho pediu 

e implorou que o leão desistiu de esmagá­lo e deixou que fosse embora. Algum tempo 

depois o leão ficou preso na rede de uns caçadores. Não conseguindo se soltar, fazia a 

floresta inteira tremer com seus urros de raiva. Nisso apareceu o ratinho, e com seus 

dentes afiados roeu as cordas e soltou o leão.

Moral: Uma boa ação ganha outra. 

Autor:  Esopo 

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O cão e seu reflexo no rio

Era uma vez um cão que encontro um osso. Abocanhou­o e correu para casa para 

o saborear com calma. Pelo caminho, teve que passar por cima de uma tábua que unia as 

duas margens de um riacho.

Nisto, olhou para baixo e viu o seu reflexo na água. Pensando que era outro cão 

com um osso na boca, resolveu roubá­lo. Para o assustar, abriu a boca e arreganhou­lhe 

os dentes. Ao fazê­lo, o osso caiu na água e foi arrastado pela correnteza.

            Moral: Contenta­te com o que tens e não cobices o que 

 pertence aos outros. 

                                                                                        Autor: Fredo

A raposa e a cegonha

A raposa convidou a cegonha para jantar e lhe serviu sopa em um prato raso. 

__Você   não   está   gostando   da   minha   sopa?   Perguntou   a   raposa,   enquanto   a 

cegonha bicava o líquido sem sucesso. 

__Como posso gostar? A cegonha respondeu, vendo a raposa lamber a sopa que 

lhe pareceu deliciosa. 

Dias depois, foi a vez da cegonha convidar a raposa para comer na beira da lagoa, 

serviu então a sopa num jarro largo embaixo e estreito em cima .

__Hummmm...   deliciosa!   Exclamou   a   cegonha,   enfiando   o   comprido   bico   pelo 

gargalo. E continuou... Você não acha? 

A raposa não achava nada nem podia achar, pois seu focinho não passava pelo 

gargalo estreito do jarro. Tentou mais uma ou duas vezes e se despediu de mau humor, 

achando que por algum motivo aquilo não era nada engraçado.  

Moral: Às vezes recebemos na mesma moeda por tudo 

aquilo que fizemos. 

Autor: La Fontaine

 

O lobo e o cordeiro

Estava o cordeiro a beber num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado, de 

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horrendo aspecto. 

__Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? Disse o monstro 

arreganhando os dentes. Espere que vou castigar tamanha má­criação! 

O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência: 

__Como posso turvar a água que o senhor vai beber, se ela corre do senhor para 

mim?

O lobo, furioso, vendo que com razões claras não vencia o pobrezinho, veio com 

uma razão de lobo faminto:

__E, nhoque! Sangrou­o no pescoço.  

Moral: Contra a força não há argumentos.

Autor: Monteiro Lobato

5.1­Atividades escritas 

a)­Os  alunos   ,   em equipe,   confeccionarão  um cartaz  para   ser   exposto  no  painel  do 

corredor central da escola e neles escreverão uma das fábulas lidas ou outra que mais se 

identificarem, farão também desenhos para ilustrar, deixarão em letras negritadas, a moral 

e/ou ensinamento da fábula e neste cartaz farão um convite aos outros alunos para que 

assistam a apresentação final do trabalho ( teatro ). 

­Os alunos,   individualmente,  escolherão uma das  fábulas   lidas  para   transformá­la  em 

história em quadrinhos. 

b)Em equipe, os alunos escreverão uma paródia inspirada na fábula que a maioria mais 

se identificou. 

c)Organização e montagem de um livrinho, onde serão expostos os trabalhos escritos 

pelos alunos, principalmente a reescrita das fábulas de Esopo. 

d)Em equipe, os alunos farão uma pesquisa sobre teatro. Depois escolherão uma fábula e 

juntamente com a professora farão as adaptações para encená­la. 

5.2­Atividades orais

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a)Alguns alunos serão escolhidos para fazerem a leitura da fábula que transformaram em 

história em quadrinhos. 

b)Os alunos, em equipe, farão a apresentação de uma paródia inspirada nas fábulas em 

estudo,   elaboradas   por   eles   próprios.   Posteriormente   serão   escolhidas   três   destas 

paródias para serem apresentadas no dia da exposição.

c)Leitura de algumas fábulas reescritas pelos alunos, num dia especial de exposição do 

livrinho, onde serão organizados e expostos todos os trabalhos escritos pelos alunos.

d)Apresentação teatral: os alunos, em equipe, ensaiarão as seguintes fábulas de Esopo, 

para que possam ser encenadas e representadas para a comunidade escolar: “A cigarra 

as formigas”; '' O galo e a raposa “ ; “A raposa e as uvas “. 

RECURSOS

Os   recursos   a   serem   utilizados   serão:   livros,   textos   digitados,   laboratório   de 

informática, TV multimídia, internet, DVD, filmes, dicionário, entre outros.

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO 

Os alunos serão avaliados com base na participação oral e escrita dos mesmos, 

nas atividades propostas. Desta maneira o professor observará o conhecimento e avanço 

de cada um ao longo do processo.  

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ORIENTAÇÕES / RECOMENDAÇÕES

No universo da  leitura é  preciso estimular  nos alunos,  o hábito e o gosto para 

desenvolver   neles   a   curiosidade,   a   necessidade   e   a   autonomia   para   buscar   novos 

conhecimentos, compreender e interpretar eficazmente o mundo em que vivem. E isso 

vem ao encontro do pensamento de Bronckart, que deixa evidente que os mundos das 

ações são semiotizados individualmente e coletivamente. E essa semiotização faz nascer 

a criatividade que é linguagem e que se organiza em discursos ou textos, os quais vão se 

diversificando em gêneros. 

Os alunos serão motivados a fazer a leitura, principalmente do gênero fábulas aqui 

focado, não apenas por  ler, mas sim por gostar e querer conhecer novos mundos, de 

entender as entrelinhas que há em um enredo, por mais simples que pareça.

O profissional responsável está sempre se atualizando no que diz respeito à sua 

profissão.  De   igual   teor,   um professor   competente,   está   sempre  se  atualizando  e  se 

aperfeiçoando   em   cursos   ou   fazendo   novas   leituras   que   o   levam   a   um   melhor 

desempenho em sala de aula. Desta maneira, tanto o aluno como a própria sociedade se 

beneficiará   com   cidadãos   competentes   e   críticos,   cumpridores   de   seus   deveres   e 

defensores de seus direitos.

O professor não é um simples profissional que passa ou repassa conhecimentos, é 

antes de tudo um mestre, em quem os alunos se espelham, veem nele um modelo a ser 

seguido. 

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REFERÊNCIAS 

__AGUIAR,   V.   T.;   BORNINI,   M.   G.  Literatura   e   formação   do   leitor:   alternativas 

metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

__ASH, Russel; HIGTON, Bernard.  Fábulas de Esopo. Tradução de Heloisa Jahn. São 

Paulo: Companhia das letrinhas, 1994.

__BRONCKART,  Jean­Paul.  Atividades de  linguagem,  textos e  discursos:  por  um 

interacionismo   sócio­discursivo.  Ana   Rachel   Machado,   Pericles   cunha   (trad.).   São 

Paulo: Educ. 2003.

__BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

__BAMBERGER,  Richard.  Como  incentivar  o  hábito  de   leitura.  7ª  Ed.  São  Paulo: 

Ática,2004.

__FREIRE, Paulo.  Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 

39ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

__“HTTP://pt.wikipédia.org./wiki/F%C3%A1bula”

__ JAUSS, Hans Robert. A estética da recepção. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2002. 

__ KLEIMAN. Ângela. Texto e Leitor. Campinas, SP: Pontes, 9ª Ed.,2004

__ MARCUSCHI, Luiz Antônio.  Gêneros Textuais: definição e funcionalidade. Rio de 

Janeiro: Lucerna, 2002. 

__MONTEIRO,   J.   B.   Lobato.  Fábulas,  30ª  Ed.   São   Paulo/SP:   Brasiliense;   (Brasília): 

Instituto Nacional do Livro, Fundação Nacional Pró­Memória, 1982.

__PARANÁ.   Secretaria   de   Estado   da   Educação.  Diretrizes   Curriculares   de   Língua 

Portuguesa para Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.

__SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto alegre: Artemed, 1998.