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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Cartas do leitor: questão de sujeito, de memória e de ideologia

Autor Sandra Mara Noschang

Escola de Atuação Colégio Estadual Professor Gildo Aluísio Shuck - EMN

Município da escola Laranjeiras do Sul

Núcleo Regional de Educação Laranjeiras do Sul

Orientador Profª. Drª Maria Cleci Venturini

Instituição de Ensino Superior Unicentro

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Público Alvo Alunos da 4ª série do Curso de Formação de Docentes Integrado

Localização

Colégio Estadual Professor Gildo Aluísio Schuck - EMN Rua General Espírito Santo, 552 Laranjeiras do Sul (PR)

Apresentação: As cartas do leitor encaminham para discursos e fazem sentido em relação a quem escreveu, a quem lê, ao veículo de comunicação, à matéria sobre a qual versa a carta e as suas condições de produção, pois o sujeito que as escreve inscreve-se em formações discursivas e ocupa uma posição na formação social, falando desse lugar. É a linguagem que dá sentido à relação desse sujeito com o mundo e é no discurso que ele se constitui e constitui a sua realidade. O objetivo desse trabalho é realizar a leitura e a interpretação/compreensão para que haja uma nova relação do sujeito-leitor com a textualidade das cartas, apontando para diferentes formas de ver o objeto discursivo, pelo trabalho de ressignificação, de memória. O trabalho a ser realizado é a de leitura e compreensão/interpretação dessas cartas na sala de aula considerando uma postura crítica com as diferentes formas de vivenciar e compreender o mundo, além de ajudar a transformar o homem como sujeito social, atuante nas práticas de letramento da formação social, considerando a interpelação pela ideologia e pelo inconsciente.

Palavras-chave Leitura, cartas do leitor, discurso, ideologia, memória.

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APRESENTAÇÃO

Nesta proposta de trabalho, tomamos o discurso como “efeito de sentido entre

interlocutores”, o que inclui a perspectiva discursiva, na qual a linguagem efetiva-se nas

diferentes instâncias sociais e o ensino aprendizagem é tomado como “um real

constitutivamente estranho à univocidade lógica, e um saber que não se transmite, não se

aprende, não se ensina, e que, no entanto, existe produzindo efeitos” (PÊCHEUX, 2002,

P.43).

Desta forma os textos, neste trabalho, as cartas do leitor encaminham para discursos e

fazem sentido em relação a quem escreveu (sujeito), a quem lê essa carta em relação ao

veículo de comunicação, à matéria sobre a qual versa a carta e as suas condições de produção.

É importante destacar que o sujeito que escreve as cartas inscreve-se em formações

discursivas e ocupa uma posição na formação social, falando desse lugar.

Na perspectiva discursiva, a linguagem relaciona-se à incompletude de modo que não

há relação simétrica entre o pensamento e a linguagem e nem entre a linguagem e o mundo.

No discurso, os efeitos de evidência decorrem do trabalho da ideologia na língua,

constituindo efeitos de verdades, saturando o discurso. É o que o sujeito faz nas cartas, à

medida que as constitui de significados da realidade que o rodeia.

A análise de discurso percebe a linguagem como constitutiva do homem

enquanto sujeito, e que o faz um ser especial, capaz de significar e significar-se. A linguagem

é que dá sentido à relação desse sujeito com o mundo e é no discurso que ele se constitui e

constitui a sua realidade. A carta do leitor se inscreve nessa condição de incompletude do

discurso, que não é fechado em si e, portanto, permite observar nas falhas e nos equívocos, as

posições sociais e ideológicas do sujeito que a escreve.

Se a leitura de um texto se faz a partir da produção de sentidos, ela também é capaz de

reproduzir e transformar, porque a transparência dos sentidos de um texto é só aparente e

depende do leitor descobrir mecanismos capazes de transpor a opacidade que se esconde

neles. Segundo Orlandi, a prática de uma leitura discursiva

que é dito em outro, o que é dito de um modo e o que é dito de outro, procurando escutar o não dito naquilo que é dito, como uma presença de uma ausência necessária. Isso porque [...] só uma parte do dizível é acessível ao sujeito pois mesmo o que ele não diz (e que[...] consiste em considerar o que é dito em um discurso e o muitas vezes ele desconhece) significa em suas palavras. (ORLANDI, 2009, P.34).

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A análise de discurso, conforme Orlandi (2009), em sua perspectiva discursiva,

objetiva, então, compreender como um objeto simbólico produz sentidos, como ele está

imbuído de significados para e por sujeitos. E, segundo a mesma autora, frente a um objeto

simbólico o homem sempre se põe a interpretar. É o gesto de interpretação que realiza a

relação do sujeito afetado pela língua, com a história e com os sentidos. Assim, conforme

Orlandi (2003, p. 52), o sujeito “é produto histórico, efeito de discurso que sofre as

determinações dos modos de assujeitamento das diferentes formas de poder”, e sempre

interpelado pela ideologia. Portanto, partindo desses conceitos podemos prever que ao

analisarmos o texto carta do leitor teremos um retrato ideológico dos leitores, bem como

poderemos identificar as formações discursivas em que eles se inscrevem e que determinam o

que podem/devem ou não podem/devem dizer. Nessas cartas, pensamos que retornam

discursos e memórias que fazem sentido para esses sujeitos, tomados não em sua

individualidade, mas enquanto posições.

Dessa forma, apesar de o sujeito não ser um indivíduo as suas posições ideológicas,

conceitos, idéias, crenças, valores, e também aspectos relacionados aos fatores sociais dos

quais recebeu influência ao elaborar seu texto significam no seu dizer, isto é, suas cartas.

Sinalizamos, nesta perspectiva, para o trabalho de uma postura crítica com diferentes

formas de vivenciar e compreender o mundo, além de ajudar a transformar o homem como

sujeito social, atuantes nas práticas de letramento da formação social, considerando a

interpelação pela ideologia e pelo inconsciente.

Esta Unidade Didática tem como objetivo principal realizar a tarefa da prática de

leitura e interpretação/compreensão para uma nova relação do sujeito-leitor com a

textualidade do gênero discursivo carta do leitor que circula na mídia nacional, apontando

para diferentes formas de ver o objeto discursivo, pelo trabalho de ressignificação, de

memória, percebendo que a linguagem vai além de ser só um conjunto de informações

unívocas. Ela é um elemento estruturante do sujeito inserido em uma sociedade capitalista

letrada. Essa tarefa será realizada com alunos que frequentam a 4ª série do Curso de

Formação de Docentes Integrado do Colégio Estadual Professor Gildo Aluísio Schuck –

EMN, de forma a mobilizar criticamente o aluno perante o texto fornecendo-lhe mecanismos

para que seja responsável pela sua própria leitura, tornando-se, um cidadão consciente e

capaz de interferir em seu meio, transformando-o.

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Você tem acesso a jornais ou revistas? Quais? Onde? Sua família lê jornais/revistas? Com que freqüência? Você considera a leitura de jornais e revistas informativas importante? Por quê?

O que o atrai mais na leitura de jornais e/ou revistas?

A informação assume, nos dias de hoje, uma importância ímpar na sociedade, e estar atento aos acontecimentos que nos cercam todos os dias é uma questão, de certa forma, vital para toda a humanidade. É não ficar perdido no mundo enquanto o mundo acontece. E o mais importante: conhecer os fatos nos torna pessoas ainda mais interessantes.

Por isso a leitura de jornais e revistas informativas é tão importante nos dias atuais. Ela nos coloca a par dos acontecimentos que podem, de algum modo, afetar nossas vidas.

http//www.moniquebuzatto.files.wordpress.com (acessado em 03/03/2011)

:

QQQuuueeessstttãããooo dddeee sssuuujjjeeeiiitttooo,,, dddeee mmmeeemmmóóórrriiiaaa eee dddeee iiidddeeeooolllooogggiiiaaa...

Antes de iniciar os

trabalhos seria interessante fazer alguns

questiona-mentos.

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Você sabe o que é uma carta? Você já recebeu ou escreveu cartas? Para que escrevemos cartas? Atualmente as pessoas continuam escrevendo as cartas tradicionais? Para quê/quem escrevemos cartas? Que outras formas temos hoje para nos comunicarmos com amigos e parentes com os quais não conversamos diariamente?

Como é uma carta? Você já observou que há nos jornais e nas revistas um espaço especialmente reservado para que a opinião dos leitores seja publicada?

Você tem conhecimento do que é uma carta do leitor? Você já leu alguma vez cartas do leitor publicadas nas revistas/jornais? Você sabe em que situação de comunicação elas são produzidas? Qual o objetivo comunicativo desse tipo de carta? Qual é o função/papel social da carta do leitor?

Neste momento seria interessante levar os alunos à biblioteca, se lá houver revistas para consulta, ou ao laboratório de informática para que tenham contato com cartas do leitor.

OO qquuee éé ccaarrttaa ddoo lleeii ttoorr??

Essas questões devem ser feitas de

forma oral, como uma conversa.

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As cartas do leitor são motivadas por algum texto (entrevista, reportagem,

notícia, artigo etc.) publicado em veículos da esfera jornalística. Na edição nº 2046 de 06 de fevereiro de 2008, seção “Ponto de vista”, a revista Veja publicou um artigo de opinião intitulado “Cotas: o justo e o injusto”, em que a escritora Lya Luft expõe sua opinião sobre a polêmica questão das cotas de ingresso em universidade para estudantes negros e/ou saídos de escolas públicas, o que, segundo ela, estimula a diferença racial e social na sociedade brasileira.

Leia o texto “Cotas: o justo e o injusto”, para, depois, analisar as cartas do leitor a respeito dessa publicação. http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx (Acessado em 10/01/2011)

Um pouquinho sobre Lya Luft

Lya Fett Luft é uma romancista, poetisa, professora, colunista e tradutora. Autora de “As

As cartas do leitor são também chamadas de cartas ao editor. São textos que circulam diariamente na mídia impressa e são expostas em espaços fixos de jornais e revistas, chamados normalmente de cartas, cartas à redação, carta do leitor, painel do leitor. Esses espaços são destinados à correspondência dos leitores para a expressão de seus pareceres pessoais, a respeito de assuntos que lhe são importantes.

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parceiras”, “A asa esquerda do anjo”, entre outras obras. Iniciou sua vida literária nos anos 60, como tradutora de literaturas em alemão e inglês. Já traduziu para o português mais de cem livros. Gaúcha, brasileira, que faz cada vez mais, aos sessenta e um anos, o que desde os três ou quatro desejava fazer: jogar com as palavras e com personagens, criar, inventar, cismar, tramar, sondar o insondável.

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php (acessado em 13/05/2011)

Sugestão de leitura “Texto sobre cotas raciais nas universidades”, de Márcia Andréa Durão de

Macedo, conta a história das cotas raciais nas universidades publicas na Europa e no Brasil. Você encontra em:

http://jus.uol.com.br/revista/texto/13491/cotas-cotas-raciais-nas-universidades-brasileiras (Acessado em 10/01/2011)

1. Alguns leitores opinaram sobre esse artigo enviando suas cartas para a

editora da revista Veja. Agora vamos ler algumas dessas cartas publicadas na edição seguinte:

Sugestão

Professor, antes de iniciar a interpretação das cartas acima, você pode fazer uma conversa com os alunos utilizando-se das questões abaixo.

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A data da publicação do artigo lido indica alguma coisa sobre suas condições de produção?

Em que veículo foram publicadas essas cartas?

Qual é a relevância desse tema para a sociedade brasileira?

A questão das cotas reacende o problema do preconceito racial na sociedade?

Sugestão

Para o trabalho de leitura, compreensão e interpretação das cartas, seria interessante trabalhar primeiramente em grupos. Cada grupo analisa uma carta e

depois socializam sua análise para o grande grupo, sempre acompanhado pelo professor. Todas as cartas do leitor apresentadas nesta Unidade Didática são fragmentos das cartas originais e possuem nomes fictícios. Você poderá ter acesso a todas as cartas do leitor, a esta entrevista e a todos os outros textos indicados neste trabalho acessando o site:

http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx

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2. Como significa, na carta 1, o fato de o sujeito-autor caracterizar o artigo de Lya Luft como corajoso?

3. Que sentidos tem a expressão “empurrar para debaixo do tapete”? 4. Segundo a carta, o que foi “empurrado para debaixo do tapete”? De que

forma isso foi feito? E por quem? 5. Quais as palavras ou expressões usadas no enunciado da carta nos dão

pistas sobre a posição que seu autor ocupa com relação ao assunto tratado?

6. Sob que ponto de vista o enunciador vê o mundo? 7. Quem são os entusiastas da idéia de que fala a carta? Como significa o

uso desse adjetivo? 8. Que argumentos o autor usa para fazer valer sua opinião? 9. O que podemos depreender da idéia de que são óbvias as exceções quanto

ao ingresso de alunos oriundos do sistema público de ensino? 10. O sujeito-autor não se identifica no corpo da carta como de origem negra

ou branca. Há algum motivo para isso? 11. Ele também foge da subjetividade utilizando-se sempre da terceira pessoa.

Esse fato é importante para ele?

Fragmento Carta 1 Corajoso o artigo de Lya Luft (...). Ela aborda (...) aspectos do tema que são sistematicamente empurrados para debaixo do tapete pelos entusiastas da idéia. Se não bastassem os argumentos da articulista, pergunta-se ainda, (...): cotas para quê? Pesquisas (...) demonstraram claramente que na maior parte dos cursos de graduação predominam alunos provenientes de escolas de ensino médio públicas. As exceções são óbvias: apenas cursos de grande demanda no vestibular têm maioria de alunos provenientes de escolas privadas, a exemplo de medicina, direito, odontologia, computação e poucos mais. R.T.A.W.

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1. Qual é a posição social que a autora da carta assume? 2. Que importância tem essa posição para justificar seus argumentos? 3. Sendo mãe o que ela pensa ser de real importância para a família? 4. Essa mãe acredita na escola pública? 5. A família passou por uma situação problema por causa das cotas. Como

isso a afetou? 6. O que ela pensa sobre a esfera política? 7. Qual a visão da mãe a respeito de discriminação? 8. Porque ela foi buscar em um fato particular os argumentos para escrever

sua carta?

Fragmento Carta 2 Como mãe (...), abri mão de muitas coisas para proporcionar-lhes uma boa educação. (...) colocando meus filhos em escolas particulares, tirei a responsabilidade do governo de nos oferecer as vagas nas escolas públicas, (...). Neste ano, um dos meus filhos fez 74 pontos no vestibular e não conseguiu entrar na universidade, enquanto a maior pontuação alcançada pelo aluno que entrou por cotas foi de 52 pontos. Não precisamos oficializar mais discriminações do que a que a renda proporciona em nosso país. Não é uma questão de raça ou econômica que impede o acesso à educação. É uma questão de pouca-vergonha dos governos que sempre buscam resolver os problemas tratando seus efeitos e não suas causas. K.U.T.

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Fragmento Carta 3 Venho de família humilde, com pai que estudou somente até a 4ª série primária e mãe até a 8ª série ginasial. Mas eles trabalharam duro, (...) como caminhoneiro e (...) costureira, e sempre nos incentivaram e cobraram nosso desempenho nos estudos. (...) estudamos em escolas públicas, sem ajuda de cota (...), e mesmo assim conseguimos entrar na universidade e nos formar. Estou terminando meu MBA e minha irmã pretende fazer um também. (...) o sistema de cotas é extremamente injusto com as pessoas que trabalham e lutam para conseguir algo através do esforço, da dedicação e do desempenho. M.N.C.

1. As informações que temos já no início da carta determinam o que sobre

quem a escreveu? 2. Que efeitos de sentidos decorrem do vocábulo “humilde”? E, na carta,

qual o significado dele? O sentido é o mesmo para todos os sujeitos-leitores? Explique.

3. A pouca escolaridade dos pais trouxe que consequências para os pais do sujeito-autor?

4. Para o sujeito-autor da carta como a atenção dispensada pelos pais ao estudo dos filhos pode determinar sua vida escolar?

5. A presença do verbo “conseguimos” pode ter alguma importância para significar seu ponto de vista quanto ao assunto cotas?

6. O que pensa ele sobre os beneficiados pelo sistema de cotas? 7. Temos aqui a presença de duas palavras indicativas de intensidade. A que

elas se referem? 8. Que efeitos de sentido produz no texto a presença dessas palavras nos

respectivos enunciados? 9. Como ele caracteriza as personagens de sua família? 10. O sistema de cotas foi justo com eles?

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Fragmento Carta 4 Sou negro, servidor público, universitário e nunca tive privilégio algum em minha carreira (...). Mas sou completamente favorável às cotas. A única forma de nos igualarmos à classes média e alta do Brasil é através das cotas universitárias e dos concursos públicos. Somos tão capazes quanto pessoas de qualquer etnia, mas temos quase 120 anos de pura exclusão. J.M.B.

1. Como o sujeito-autor se identifica nesta carta? 2. Essa identificação ajuda a definir o lugar de onde o sujeito do discurso

fala? 3. O que pode nos dizer o uso que sujeito-autor faz da palavra “nunca” em

seu discurso? 4. As lembranças que ele traz de sua vida passada pode ser responsável por

seu ponto de vista em relação às cotas? 5. Podemos dizer que no seu discurso o estudo é valorizado? Justifique. 6. Que elementos da carta demonstram sentimento de coletividade por parte

do sujeito-autor? 7. Ele demonstra sentimento de inferioridade em seu discurso? 8. Em dois momentos do discurso encontramos um elemento indicativo de

oposição. Qual é esse elemento e a que ideias ele se liga? 9. A exclusão de que o sujeito-autor fala no seu texto justifica sua posição

quanto a existência das cotas?

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Fragmento Carta 5 Sou negro e sou contra as cotas em universidades públicas para negros, mas (...) a favor das cotas para alunos (...) do ensino público. No meu entender, não são necessárias (...), visto que boa parte dos alunos de escola pública é de negros. Essas cotas causam mal-estar, tanto para os brancos quanto para os negros. Não somos menos inteligentes que ninguém. Quando nos é dada uma chance, sabemos muito bem aproveita-la, e, mesmo quando não nos dão essa chance, corremos atrás (...). B.M.N.

1. Já no início da carta o autor nos diz que é negro e contra as cotas. Que

impacto essas palavras causam no sujeito-leitor? 2. Que efeito de sentido tem a expressão “No meu entender” No entender de

que sujeito? 3. Ao dizer “não somos menos inteligentes que ninguém” como essa

expressão significa no texto? 4. E se ele usasse outros termos como: “não somos burros”, O impacto seria

o mesmo? 5. A quem o sujeito-autor se refere ao usar “ninguém”? 6. Essa carta possui vários elementos indicativos de subjetividade. Indique-

os. 7. Quais os sentidos possíveis para a expressão “correr atrás”? 8. De que oportunidades o sujeito-autor se refere no seu discurso?

Você poderá ter acesso a todas as cartas do leitor, a esta entrevista e

a todos os outros textos indicados neste trabalho acessando o site:

http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx

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“Ser gay não é opção” http://veja.abril.com.br/300108/entrevista.shtml (acessado em 05/05/2011)

Bruno Chateaubriand é um carioca de 32 anos, foi apresentador no SBT, campeão brasileiro de ginástica olímpica e, hoje, é empresário dos ginastas Diego e Daniele Hypólito, além de ser muito conhecido pelas festas que dá. Bruno nasceu em família de classe média e aos seis anos descobriu que havia algo diferente com ele. Na adolescência tentou negar sua homossexualidade namorando garotas. Sua educação machista o fazia pensar que homossexualidade tinha a ver com transformista, com personagem circense. Foi desesperador para ele. Aos 21 anos teve sua primeira experiência como homossexual, nada agradável. Pouco tempo depois conheceu o empresário André Ramos com o qual vive há mais de 11 anos. Foi quando optou por assumir sua sexualidade e todos os problemas sociais e familiares que essa decisão acarretou. Em janeiro de 2008, Bruno concedeu uma entrevista à Revista Veja que foi publicada na edição número 2045, em que fala de preconceitos, das limitações de um casal homossexual e eventos como as paradas gay. Agora vamos ler algumas cartas de leitor que comentam tal entrevista: Sugestão A leitura e interpretação poderá ser feita, agora, em duplas, distribuindo as cartas entre eles para posterior discussão com os grupos que leram e interpretaram as mesmas cartas.

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1. A entrevista foi considerada magnífica pelo sujeito-leitor que escreveu

esta carta. O que isso revela sobre ele? 2. Bruno Chateaubriand foi qualificado como direto, digno e corajoso. Na

sua condição de homossexual, representa algo importante? 3. Significaria da mesma maneira se usasse dizer “sem medo” no lugar de

“com coragem”? 4. O enunciador usou dizer que ele “expôs a realidade do que é ser gay”.

Que efeito provoca no leitor o verbo expor? 5. A fim de mudar esse sentido do enunciado, que palavra poderia usar no

lugar de expor? 6. Quais os significados da palavra hipocrisia? 7. Que significados têm a expressão “pessoas desse naipe”? 8. No imaginário do sujeito desse discurso que país queremos ser? 9. O que falta para termos um país com igualdade, justiça e solidariedade? É

uma questão de opção?

Fragmento Fragmento Fragmento Fragmento Carta 1Carta 1Carta 1Carta 1 Magnífica a entrevista Magnífica a entrevista Magnífica a entrevista Magnífica a entrevista com o carioca Bruno Chateaubriand com o carioca Bruno Chateaubriand com o carioca Bruno Chateaubriand com o carioca Bruno Chateaubriand (...)(...)(...)(...). Sem . Sem . Sem . Sem rodeios, com muita dignidade e coragem, expôs a realidade do que é ser rodeios, com muita dignidade e coragem, expôs a realidade do que é ser rodeios, com muita dignidade e coragem, expôs a realidade do que é ser rodeios, com muita dignidade e coragem, expôs a realidade do que é ser gay e toda a hipocrisia com que se tem de conviver. Pessoas desse naipe gay e toda a hipocrisia com que se tem de conviver. Pessoas desse naipe gay e toda a hipocrisia com que se tem de conviver. Pessoas desse naipe gay e toda a hipocrisia com que se tem de conviver. Pessoas desse naipe são indispensáveis para o país que queremos ser. Que possamos são indispensáveis para o país que queremos ser. Que possamos são indispensáveis para o país que queremos ser. Que possamos são indispensáveis para o país que queremos ser. Que possamos –––– tod tod tod toda a a a a a a a sociedade sociedade sociedade sociedade –––– optar por um país mais igualitário, justo e solidário. optar por um país mais igualitário, justo e solidário. optar por um país mais igualitário, justo e solidário. optar por um país mais igualitário, justo e solidário. (...)(...)(...)(...) P.K.L. P.K.L. P.K.L. P.K.L.

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1. O sujeito do discurso possui valores modernos ou conservadores? Justifique.

2. O fato de contar-nos o local em que se casou, fala o que sobre o sujeito-autor?

3. Que elementos encontramos na carta sobre o seu casamento? 4. Revelar esses elementos da sua vida pessoal que efeitos causa sobre sua

pessoa? 5. Foi relevante contar sobre seu casamento ao escrever à revista? 6. Como deve ser um casamento “conforme o figurino”? 7. Seria necessário usar a palavra “juntos” para indicar que seriam padrinhos

como um casal? Qual o sentido de “casal” no imaginário da sociedade? 8. Por que “foi tudo muito discreto”, se “até o padre concordou”? 9. Se o padre concordou, qual seria a posição da igreja, então?

Fragmento Fragmento Fragmento Fragmento Carta 2Carta 2Carta 2Carta 2 Li a entrevista do meu querido amigo Bruno e amei. Li a entrevista do meu querido amigo Bruno e amei. Li a entrevista do meu querido amigo Bruno e amei. Li a entrevista do meu querido amigo Bruno e amei. (...) e(...) e(...) e(...) eu me casei no u me casei no u me casei no u me casei no Capacabana Palace com direito a cerimônia religiosa, tudo conforme manda o Capacabana Palace com direito a cerimônia religiosa, tudo conforme manda o Capacabana Palace com direito a cerimônia religiosa, tudo conforme manda o Capacabana Palace com direito a cerimônia religiosa, tudo conforme manda o figurino. Amo André e Bruno, conheçofigurino. Amo André e Bruno, conheçofigurino. Amo André e Bruno, conheçofigurino. Amo André e Bruno, conheço----os há os há os há os há quinquinquinquinze anos. Pensei: vou convidáze anos. Pensei: vou convidáze anos. Pensei: vou convidáze anos. Pensei: vou convidá----los los los los para ser padrinhos do meu casamento, juntos. Eles toparam na hopara ser padrinhos do meu casamento, juntos. Eles toparam na hopara ser padrinhos do meu casamento, juntos. Eles toparam na hopara ser padrinhos do meu casamento, juntos. Eles toparam na hora. Acho que ra. Acho que ra. Acho que ra. Acho que chega de hipocrisichega de hipocrisichega de hipocrisichega de hipocrisia, até o padre concordou. Foi tudo muito discreto, claro, mas eles a, até o padre concordou. Foi tudo muito discreto, claro, mas eles a, até o padre concordou. Foi tudo muito discreto, claro, mas eles a, até o padre concordou. Foi tudo muito discreto, claro, mas eles entraram juntinhos, e todos acharam lindo! entraram juntinhos, e todos acharam lindo! entraram juntinhos, e todos acharam lindo! entraram juntinhos, e todos acharam lindo! (...)(...)(...)(...).... M.C.V. M.C.V. M.C.V. M.C.V.

Fragmento Fragmento Fragmento Fragmento Carta 3Carta 3Carta 3Carta 3 Como Como Como Como (...)(...)(...)(...) homossexual a homossexual a homossexual a homossexual assumido, exilado no exterior hássumido, exilado no exterior hássumido, exilado no exterior hássumido, exilado no exterior há alguns anos e decidido a alguns anos e decidido a alguns anos e decidido a alguns anos e decidido a nunca mais nunca mais nunca mais nunca mais (...) (...) (...) (...) viver no Brasil viver no Brasil viver no Brasil viver no Brasil ((((...)...)...)...). O Brasil é um dos países mais injustos do mundo . O Brasil é um dos países mais injustos do mundo . O Brasil é um dos países mais injustos do mundo . O Brasil é um dos países mais injustos do mundo com a maioria pobre, e nesse caso nem é preciso ser gay para sofrer com a maioria pobre, e nesse caso nem é preciso ser gay para sofrer com a maioria pobre, e nesse caso nem é preciso ser gay para sofrer com a maioria pobre, e nesse caso nem é preciso ser gay para sofrer e ser e ser e ser e ser discriminado. A própria entrevista discriminado. A própria entrevista discriminado. A própria entrevista discriminado. A própria entrevista (...)(...)(...)(...) reforça o poder dos ricos, já que ele é mais um reforça o poder dos ricos, já que ele é mais um reforça o poder dos ricos, já que ele é mais um reforça o poder dos ricos, já que ele é mais um socialite e a revista VEJA jamais entrevistaria um gay pobre.socialite e a revista VEJA jamais entrevistaria um gay pobre.socialite e a revista VEJA jamais entrevistaria um gay pobre.socialite e a revista VEJA jamais entrevistaria um gay pobre. C.A.L..C.A.L..C.A.L..C.A.L..

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1. Qual é a posição de que Francisco assume no discurso? 2. Ele afirma que é exilado no exterior. O que é ser exilado? 3. Qual é o grau de revolta apresentado pelo autor da carta? Que elementos

nos ajudam a observar isso? 4. Podemos pressupor o motivo que o levou a deixar o Brasil para nunca

mais voltar? 5. Ele vê os brasileiros como um povo preconceituoso. Você concorda? 6. A carta três traz à tona a existência de uma relação de poder entre ricos e

pobres, homossexuais e heterossexuais. Essa relação de poder é justa? Ela gera violência? Que tipo de violência?

7. No imaginário do sujeito desse discurso a entrevista de Bruno teria a mesma repercussão se ele fosse pobre?

8. Nesta carta, a revista Veja é apresentada como elitista. Por quê? 9. Qual é o peso em se fazer uso de advérbios como nunca e jamais? O que

revela sobre seu usuário?

1. Que tipo de revista é a Caras? É destinado a que público? 2. O enunciador lê a revista Caras e a revista Veja também. O que essa

informação revela desse sujeito? 3. Como se apresentava a pessoa de Bruno Chateaubriand no imaginário do

leitor antes de ler a entrevista? 4. E depois de lê-la ele mudou seu ponto de vista. Por quê? 5. Que imagem se tem dos homossexuais? Em quê ela pode ser mudada? Ela

precisa ser mudada?

Fragmento Fragmento Fragmento Fragmento Carta 4Carta 4Carta 4Carta 4 (...) (...) (...) (...) fiquei surpreso ao ler a entrevista com Bruno Chateaubriand, fiquei surpreso ao ler a entrevista com Bruno Chateaubriand, fiquei surpreso ao ler a entrevista com Bruno Chateaubriand, fiquei surpreso ao ler a entrevista com Bruno Chateaubriand, (...)(...)(...)(...). Acostumado a vê. Acostumado a vê. Acostumado a vê. Acostumado a vê----lo nas páginas festivas da revista lo nas páginas festivas da revista lo nas páginas festivas da revista lo nas páginas festivas da revista CarasCarasCarasCaras, surpreendi, surpreendi, surpreendi, surpreendi----me come come come com sua clareza de pensamento m sua clareza de pensamento m sua clareza de pensamento m sua clareza de pensamento com sua inteligência. Concordo quando ele diz que os desfiles e paradas gay de nada com sua inteligência. Concordo quando ele diz que os desfiles e paradas gay de nada com sua inteligência. Concordo quando ele diz que os desfiles e paradas gay de nada com sua inteligência. Concordo quando ele diz que os desfiles e paradas gay de nada servem para beneficiar a imagem dos homossexuais, e digo mais: esses eventos, com servem para beneficiar a imagem dos homossexuais, e digo mais: esses eventos, com servem para beneficiar a imagem dos homossexuais, e digo mais: esses eventos, com servem para beneficiar a imagem dos homossexuais, e digo mais: esses eventos, com ares de superprodução, são úteis apenas a seus organizadores eares de superprodução, são úteis apenas a seus organizadores eares de superprodução, são úteis apenas a seus organizadores eares de superprodução, são úteis apenas a seus organizadores e patrocinadores. patrocinadores. patrocinadores. patrocinadores. J.C.A.J.C.A.J.C.A.J.C.A.

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6. Como significa o enunciado “e digo mais” no discurso acima?

Através da carta do leitor, os leitores comuns têm a oportunidade de participar do debate público, podem se fazer ouvir, dar a sua opinião sobre o que está acontecendo nas diferentes esferas sociais, além de tomar parte nas discussões de caráter político, econômico e social posicionando-se publicamente como sujeitos.

Um programa religioso (Palavra de Vida), transmitido na madrugada do dia 12 de outubro de 1995, pela Rede Record de televisão, mostra uma estátua de Nossa Senhora Aparecida (símbolo religioso da Igreja Católica) sendo espancada por um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. Esse incidente religioso mexeu com muitos adeptos das duas igrejas, trazendo à tona a questão religiosa no Brasil, além da disputa entre duas grandes emissoras de televisão. Leia a reportagem completa nas edições 1415 revista Veja, em 25 de outubro de 1995 Esta reportagem deu margem a muita discussão e foi bastante comentada pelos leitores da revista. Eis algumas opiniões dos leitores:

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Fragmento Carta 1 (...) organizações como a Igreja Universal do Reino de Deus é uma prova de que Deus não existe, ou não é tão justo (...). Se existisse, fulminaria (...)esses “bispos” e “pastores” (...). C.V.D.F.

1. O autor da carta chamou a Igreja de Edir Macedo de organização. No imaginário do povo é adequado denominar a Igreja Universal do Reino de Deus como uma organização?

2. Segundo o discurso apresentado na carta Deus não aprova a Igreja Universal, não aprova os “bispos” e “pastores”, ou as duas coisas?

3. Como significa neste discurso o pronome esse, usado na expressão “esses ‘bispos’ e ‘pastores’?

4. Qual é a idéia que se tem sobre como deve se comportar um líder religioso?

5. O autor põe em dúvida a existência de Deus. Como se pode comprovar isso?

Fragmento Carta 2 (...) Von Elder errou e muito. Mas num ponto ele está corretíssimo, o cristão que tem a Bíblia como regra de fé não pode nunca se esquecer do segundo mandamento de Deus: “Não farás para ti imagem de escultura (...). Não as adorarás nem lhes darás culto...” C.M.J.

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1. De que ponto de vista está se referindo o enunciador da carta 2? 2. Todo cristão tem a Bíblia como regra de fé? 3. Ao citar um trecho a Bíblia o que pretende o sujeito do discurso? 4. Que lugar social representa o sujeito discursivo?

Fragmento Carta 3 (...) fantástica a capa da revista, pois reflete exatamente aquilo que o senhor Macedo é: (...) diabólico, que não mede as palavras nem os métodos para atingir seus objetivos econômicos, iludindo os ingênuos. D.G.F.

Para facilitar a visualização da imagem da capa da revista reproduza-a na TV Mutimídia ou no Datashow. http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_ 25101995.shtml (acessado em 18/06/2011)

Analise a capa da revista Veja, ed. 1416 e responda:

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1. Quais elementos presentes nesta imagem fez com que o autor da carta o ligasse a um sujeito diabólico? 2. Segundo o autor, a imagem é diabólica, porém ele a classificou como fantástica. Isso não seria um paradoxo? 3. O que há de fantástico na imagem? 4. Quem são os ingênuos que o senhor Macedo ilude? Como chamaríamos o oposto do ingênuo? 5. O fato de ter sido usado o pronome de tratamento respeitoso para se referir ao bispo, significa que ele é respeitado pelo enunciador? 6. Que sentidos você pode tirar da expressão “não mede as palavras”? Quatro semanas mais tarde, na edição 1421, a revista Veja publica uma entrevista feita com o bispo Edir Macedo intitulada “FANÁTICO E MUITO RICO”. De certa forma, uma continuidade da reportagem anterior sobre a Igreja Universal, em que Edir Macedo fala sobre si e sua igreja. Tal publicação provocou uma enxurrada de cartas à redação de Veja com comentários bastante inflamados. Leia algumas que foram publicadas. Fragmento Carta 1 Apesar do “Ah, ah, ah” (...), a elite brasileira está sendo evangelizada via VEJA, Jesus reina! C.S.I.

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1. O escritor da carta retoma um excerto do texto que leu na revista e escreve entre aspas “Ah, ah, ah”. Ele faz uma referência direta ao texto que leu. O que isso significa no discurso dele?

2. O sujeito-autor da carta optou por usar uma preposição no inicio dela. Como essa escolha significa no discurso da carta?

3. Por que ele diz que a “elite brasileira” é que está sendo evangelizada? É só a elite que lê a revista?

4. Os meios de comunicação tem o poder de evangelizar? 5. A carta termina com um exclamativo “Jesus reina!”. Como se dá a

relação de poder expressada por tal enunciado? Fragmento Carta 2 Se ele, (...) louco e fanático, fala (...) verdades, convoco a todos de bom senso: sejam loucos e fanáticos. J.S.C.

1. A partir da convocação apresentada nesta carta o que pode-se inferir sobre

a posição desse sujeito enunciador? 2. O que é um louco? 3. A produção discursiva de do sujeito tido como louco pode ser considerado

um discurso legítimo? 4. Como era visto o louco, pela Igreja Católica, na Idade Média? 5. O louco é um ser perigoso? 6. Quando uma pessoa é religiosa pode ser denominado um fanático? 7. O discurso de um sujeito qualificado como fanático faz emergir a verdade

sobre o que diz? 8. Há perigo no fanatismo? 9. O que é ter bom senso?

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Fragmento Carta 3 (...) Macedo é (...) um iluminado, de rara inteligência crítica. (...) deveriam refletir sobre as idéias dele, que a revista se permitiu publicar sem censura.. M.P.R

1. Por que Edir Macedo é considerado um “iluminado”, pelo sujeito

enunciado? 2. Uma pessoa com inteligência crítica pode ser considerada “louca e

fanática”? 3. O que critica a carta? 4. A força enunciativa de seu discurso reflete sua condição, posição? 5. “Se permitiu publicar” tem que alcance de significados neste discurso?

Fragmento Carta 4 (...) um insano, aproveitador, medíocre, machista, preconceituoso. R.B.H.

1. As escolhas discursivas desse sujeito-escritor diz muito sobre sua posição. O que você acha disso?

2. O seu discurso evidencia uma relação de poder. Como se dá isso no enunciado?

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3. A carta é bastante curta, entretanto nos presenteia com muitos adjetivos, com os quais caracteriza o bispo Edir Macedo. Se o pastor é um representante de Deus, que impressão nos causa essa enunciação?

4. Que diferença há entre usar o termo insano e louco? 5. O senhor Edir Macedo possui uma posição econômica privilegiada dentro

da sociedade religiosa. Porém é chamado de medíocre. Como significamos isso?

Chegou a hora de ler jornais e revistas! Vamos ler entrevistas, reportagens, notícias, artigos, tudo o que há de interessante e importante nas revistas e nos jornais regionais ou nacionais. Pode ser impressas ou na internet. Depois de ler vamos escolher o texto que mais nos chamou a atenção e escrever uma carta para a edição desse jornal ou revista a fim de darmos a nossa opinião sobre o assunto ali tratado. Leia os quadros espalhados por este Material Didático e fique por dentro de como escrever uma carta do leitor. Não esquecer de enviar a carta via Internet, pois é mais rápido e eficiente. Depois é só esperar e ficar de olho para ver se nossas cartas serão publicadas.

Proposta de AvaliaçãoProposta de AvaliaçãoProposta de AvaliaçãoProposta de Avaliação 1 1 1 1 A avaliação de leitura e compreensão/interpretação poderá ser realizada por escrito utilizando-se cartas do leitor de jornais ou revistas impressos ou postados na web, se a escola disponibilizar o laboratório de informativa. No momento da correção da avaliação não se pode esquecer que todo discurso retoma outros discursos que o sustentam, bem como da noção de sujeito de discurso e as relações de poder trazidas à tona em todo enunciado.

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Proposta de AvaliaçãoProposta de AvaliaçãoProposta de AvaliaçãoProposta de Avaliação 2 2 2 2 Pode-se optar, também, por avaliar a leitura e compreensão/interpretação do aluno a partir das significações que ele passará a fazer já na leitura dos textos jornalísticos e das revistas, que acontecerá no final deste Material Didático, a fim de que eles escrevam cartas àquelas mídias, participando e opinando a respeito dos textos lidos. Ao levarem em conta, nas suas leituras, a presença do sujeito do discurso, da historicidade, da memória e da ideologia, sua avaliação já aconteceu. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ORLANDI , Eni Pulcinelli. (org.). A leitura e os leitores. São Paulo: Pontes, 2ª Edição, 2003. _________. Análise de discurso: Princípios e Procedimentos. São Paulo: Pontes, 8ª Edição, 2009. PÊCHEUX, Michel.O discurso: Estrutura ou Acontecimento / Michel Pêcheux; tradução: Eni Pulcinelli Orlandi. São Paulo: Pontes, 3ª Edição, 2002. http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/viewcat.php. http://moniquebuzatto.files.wordpress.com http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_ http://veja.abril.com.br/300108/entrevista.shtml