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Frizzas, Olavo GangaF921c Curva de desenvolvimento e parâmetros genéticos e fenotípicos
para peso corporal e perímetro escrotal de bovinos da raça Nelore /Olavo Ganga Frizzas. – – Jaboticabal, 2006
xi, 59 f. ; 28 cm
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista,Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2006
Orientador: Danísio Prado MunariBanca examinadora: João Ademir de Oliveira, Lenira El Faro
ZadraBibliografia
1. Melhoramento genético animal. 2. Curvas de desenvolvimento.3. Parâmetros genéticos. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade deCiências Agrárias e Veterinárias.
CDU 636. 082: 636. 2
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação –Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal.
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DADOS CURRICULARES DO AUTOR
Olavo Ganga Frizzas – solteiro, nascido em 28 de setembro de 1979, em
Jaboticabal, SP, graduado em Zootecnia pela Universidade de Marília, SP –
UNIMAR, em dezembro de 2003. Obteve o Título de Mestre em Genética e
Melhoramento Animal pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias –
Campus de Jaboticabal – UNESP, em julho de 2006. É professor nos colégios:
Maria e Nossa Senhora do Carmo, de Jaboticabal – SP desde 2006.
v
“Elevo os olhos para os montes;de onde me virá o socorro?O meu socorro vem do Senhor,Que fez o céu e a terra.
Não deixará vacilar o teu pé;aquele que te guarda não
dormitará.Certamente não dormitaráNem dormirá o guarda de
Israel.O Senhor é quem te guarda;o Senhor é a tua sombra à
tua direita.O sol não te molestará de dia,
nem a lua de noite.O Senhor te guarda de todo
o mal;ele guardará a tua alma.O Senhor guardará a tuaentrada e a tua saída,
desde agora e para sempre.”Salmo 121
“Chegará o dia em que os homens conhecerão oíntimo dos animais, e nesse dia, um crime contra
um animal será um crime contra a humanidade".Leonardo da Vinci
"A educação tem raízes amargas, mas os frutos sãodoces.”Aristóteles
vi
Aos meus Pais, Olavo e Izabel,À minha noiva Patrícia,
Aos familiares, Deborah, Adriana, Ermínio, Yuri,Sarah e Gilberto,
A Deus, meu Pai, Amigo e Conselheiro.
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Com amor e carinho.
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AGRADECIMENTOS
Ao Programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento Animal da
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias “Julio de Mesquita Filho” –
UNESP, pela oportunidade de realizar este trabalho.
Ao Prof. Dr. Danísio Prado Munari, do Departamento de Ciências Exatas da
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal (FCAV/UNESP),
pela Orientação, incentivo e amizade.
A pesquisadora Dra. Claudia Cristina Paro de Paz, do Instituto de Zootecnia de
Ribeirão Preto, pela Orientação, pela imensurável contribuição na realização
deste trabalho e amizade.
Ao Programa de Melhoramento Genético de Bovinos da Raça Nelore, por
permitir a realização do presente trabalho.
Aos professores João Ademir de Oliveira e Adhemar Sanches pela contribuição
em minha formação, por suas sugestões de grande valor e pelo bom e
agradável relacionamento.
A pesquisadora Dra. Lenira El Faro Zadra, do Instituto de Zootecnia de
Ribeirão Preto, pelas valorosas sugestões.
Ao Prof. Dr. Raysildo Barbosa Lôbo, por ceder as informações do arquivo de
dados para a realização deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Luiz Antonio F. Bezerra, pela preparação do arquivo de dados com
as informações necessárias a este trabalho.
Aos professores do Departamento de Ciências Exatas e do Departamento de
Genética e Melhoramento Animal.
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Aos Funcionários da Pós-graduação, dos Departamentos de Ciências exatas,
Genética e Melhoramento Animal, pela atenção dispensada.
A todos os colegas de curso pela convivência agradável.
A Amiga e colega de curso, Daniela Grossi do Amaral, pela incalculável ajuda,
disposição e pela agradável convivência.
Aos meus pais Olavo e Izabel, por serem meu “Porto seguro”, pela confiança e
credibilidade.
A Minha noiva Patrícia Helena Colombo, pela cumplicidade, auxilio, confiança e
acima de tudo pelo amor.
A minha Família (Déborah, Adriana, Erminio, Yuri, Sarah, Flávia e ao meu
novo(a) sobrinho(a) que esta para chegar) pela deposição de confiança,
incentivo e pela paciência.
A Deus pela oportunidade da vida e por seu amor eterno.
Aos Meus Amigos por terem proporcionado inúmeros e valiosos momentos
prazerosos.
Ao Amigo Prof. Dr. Nelson José Peruzzi pela agradável convivência e
credibilidade.
Ao Amigo e Primo Prof. Msc. Gilberto Miller Devós Ganga pela amizade e
confiança.
Aos amigos companheiros de todas as horas Guilherme, Gregório, Fabrício
(Bigorna), Marcos, Rodrigo, Mariana, Carol e Daniela por estarem torcendo por
mim.
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SUMÁRIO
Página
CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................. 1Objetivos............................................................................................................. 2Revisão de literatura........................................................................................... 3
Características corporais de crescimento......................................................... 3Avaliação do crescimento................................................................................. 4Modelos não-lineares....................................................................................... 6Parâmetros genéticos e fenotípicos................................................................. 11Herdabilidade.................................................................................................... 11Correlações genéticas, fenotípicas e ambientais............................................. 15
Referências......................................................................................................... 16
CAPÍTULO 2 – CURVAS DE DESENVOLVIMENTO PONDERAL E TESTICULARCOMO CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO EM BOVINOSNELORE...................................................................................................................... 23
Resumo............................................................................................................... 23Abstract............................................................................................................... 24Introdução........................................................................................................... 25Material e métodos.............................................................................................. 26Resultados e Discussão...................................................................................... 30Conclusões.......................................................................................................... 38Referências......................................................................................................... 38Anexos................................................................................................................ 41
CAPÍTULO 3 – PARÂMETROS GENÉTICOS, FENOTÍPICOS E AMBIENTAISPARA PESO E PERÍMETRO ESCROTAL AOS 12 E AOS 18 MESES DE IDADEEM MACHOS DA RAÇA NELORE.............................................................................. 43
Resumo............................................................................................................... 43Abstract............................................................................................................... 44Introdução........................................................................................................... 45Material e métodos.............................................................................................. 46Resultados e discussão...................................................................................... 50Conclusões.......................................................................................................... 54Referências......................................................................................................... 55Anexos................................................................................................................ 58
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CURVA DE DESENVOLVIMENTO E PARÂMETROS GENÉTICOS EFENOTÍPICOS PARA PESO CORPORAL E PERÍMETRO ESCROTAL DE
BOVINOS DA RAÇA NELORE
RESUMO – Medidas periódicas de peso corporal e perímetro escrotal de
bovinos de corte da raça Nelore foram utilizadas para avaliar o
desenvolvimento corporal e testicular por meio de modelos não lineares e para
obter estimativas de parâmetros genéticos e fenotípicos para peso corporal e
perímetro escrotal ajustados, respectivamente, aos 12 (P12 e PE12) e aos 18
(P18 e PE18) meses de idade. As funções estudadas foram: Brody, Richards,
von Bertalanffy, Gompertz e dois modelos Logísticos, pelo método de Gauss
Newton, por meio de regressão não-linear das características em função da
idade (dias). Os parâmetros genéticos e fenotípicos foram obtidos pelo método
de máxima verossimilhança restrita. Todos os modelos não-lineares ajustaram
parâmetros para o crescimento corporal, exceto Richards e Gompertz. Para
perímetro escrotal, apenas os modelos Brody e Logístico tiveram ajuste em
função da idade. Os modelos Logísticos foram mais adequados para
representar o crescimento, conforme a interpretação biológica dos parâmetros
e a qualidade do ajuste. As estimativas médias de herdabilidade foram de 0,25;
0,27; 0,29 e 0,42 para P12, P18, PE12 e PE18, respectivamente. A correlação
genética entre PE12 e PE18 foi alta, próxima de zero entre P18 e PE12 e de
média a baixa magnitude entre as demais. O PE18 foi indicado para ser
utilizado como critério de seleção para aumentar o perímetro escrotal.
PALAVRAS-CHAVE: modelos não lineares, peso corporal, perímetro escrotal,
bovino de corte, herdabilidade.
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GROWTH CURVE AND GENETIC AND PHENOTYPIC PARAMETERS FORBODY WEIGHT AND SCROTAL CIRCUMFERENCE OF NELORE BEEF
CATTLE
ABSTRACT – Periodic measures of body weight and scrotal circumference of
Nelore beef cattle were used to evaluate the body and testicular growth via
nonlinear models and to obtain estimates of genetic and phenotypic parameters
for body weight (BW) and scrotal circumference (SC), adjusted at 12 (BW12
and SC12) and at 18 (BW18 and SC18) months of age respectively. The
functions used to investigate a modified Gauss-Newton method of nonlinear
regression of both traits by age (days) were: Brody, Richards, von Bertalanffy,
Gompertz and two logistic models. Genetic and phenotypic parameters were
obtained using a multiple trait animal model and a REML algorithm. All of the
nonlinear models fitted the parameters for growth curve, except Richards and
Gompertz. Only Brody and the Logistic models fitted the scrotal circumference
by age analysis. The Logistic models were selected as more appropriate to
describe the body and testicular growth, according to the goodness-of-fit of the
models and the biological significance of the parameters. Mean estimates of
heritability for BW12, BW18, SC12 e SC18 were 0.25; 0.27; 0.29 and 0.42,
respectively. The genetic correlation was high between SC12 and SC18, near
zero between BW18 and SC12 and medium to low magnitude for other traits.
SC18 was indicated as selection criteria to increase scrotal circumference.
KEY-WORDS: nonlinear models, body weight, scrotal circumference, beef
cattle, heritability.
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CAPÍTULO 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
As práticas de melhoramento genético em nossas populações de bovinos
de corte são importantes para o desenvolvimento deste segmento do setor
agropecuário. A seleção dos melhores animais deve ser baseada nos valores
genéticos para as características de interesse econômico. Além disso, para
garantir a eficiência produtiva de nossos rebanhos, são necessárias condições de
manejo adequadas.
Apenas o uso de medidas de peso corporal nas diversas idades para a
avaliação genética dos rebanhos não é suficiente para torná-los altamente
produtivos. Segundo Pereira et al. (2000), os problemas reprodutivos são os
principais limitantes da eficiência produtiva em bovinos de corte. A inclusão de
características reprodutivas nos objetivos de seleção é indispensável para a
otimização da eficiência econômica do rebanho. No entanto, essas características
são de baixa herdabilidade.
O perímetro escrotal vem sendo indicado em diversos trabalhos como
critério de seleção, devido à alta correlação com características produtivas e
reprodutivas e por ser altamente herdável (GRESSLER et al., 2000 e PEÑA et al.,
2001). Assim, poderia ser utilizado como critério de seleção para melhorar
indiretamente características de crescimento e de reprodução. Por serem
facilmente associadas às práticas de rotina das propriedades rurais, como a
pesagem pós-desmame, as medidas de perímetro escrotal tem baixo custo, fácil
obtenção e alta confiabilidade.
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Em programas de avaliação genética de bovinos de corte em que medidas
corporais são realizadas periodicamente no decorrer da vida do animal, é possível
descrever o crescimento utilizando funções lineares e não-lineares e ajustar as
medidas corporais para qualquer idade. Uma função não-linear é mais adequada
para representar o desenvolvimento de um animal em relação à idade e seus
parâmetros possuem interpretação biológica.
OBJETIVOS
A partir de um conjunto de dados de bovinos de corte da raça Nelore, obtido
junto ao Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore (PMGRN/USP),
foram definidos os seguintes objetivos para este trabalho:
(a) Estudar modelos não-lineares para curvas de desenvolvimento corporal e de
perímetro escrotal, medidos em machos, do nascimento até aos 1020 dias de
idade.
(b) Estimar parâmetros genéticos e fenotípicos para o peso corporal e perímetro
escrotal, ajustados aos 12 e 18 meses de idade.
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REVISÃO DE LITERATURA
1. Características corporais de crescimento
Peso corporal é uma medida intrínseca às práticas de manejo adotadas em
rebanhos de bovinos de corte por meio de pesagens de rotina. Esta medida é um
indicador de crescimento mais apropriado do que a idade dos indivíduos. Animais
jovens com pesos acima da média da população são considerados precoces.
A medida do perímetro da maior parte transversal da bolsa escrotal é
considerada uma característica contínua, denominada Perímetro Escrotal (PE). O
PE é, em animais jovens, indicador do tamanho testicular, da capacidade de
produção espermática, das características físicas do sêmen, da idade à
puberdade, da fertilidade dos machos, bem como das fêmeas aparentadas,
principalmente meio-irmãs e filhas.
Além da relação com a precocidade sexual, é importante conhecer a
relação do PE com precocidade de crescimento. Assim, as correlações fenotípicas
e genéticas entre as características reprodutivas e as de desenvolvimento
ponderal devem ser estudadas (PEÑA et al., 2001). Estes autores reportaram
valores moderados para a correlação genética entre PE e peso ao sobreano,
sugerindo a possibilidade de selecionar, simultaneamente, para estas
características nos programas de melhoramento.
Peso corporal deve ser ajustado para idade e o perímetro escrotal para
idade, peso ou ambos. O peso e o perímetro escrotal ajustados para diferentes
idades são de fundamental importância na avaliação genética do desempenho
produtivo e reprodutivo dos rebanhos, em função de suas herdabilidades
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apresentadas na literatura consultada de 0,11 a 0,51 (Tabela 1) e 0,15 a 0,74
(Tabela 2), respectivamente e por estarem correlacionados positivamente.
Avaliação do crescimento
O crescimento dos animais pode ser tomado em relação a qualquer parte
do corpo ou expresso em termos absolutos de uma medida corporal, tal como o
peso.
Analisado por curvas lineares ou não-lineares, o crescimento pode ser
dividido em três fases. As duas primeiras definem o crescimento exponencial,
sendo a primeira crescente e a segunda decrescente. A fase estacionária abrange
o período seguinte, atingindo aproximadamente 95 a 98 por cento da dimensão
corporal à maturidade. Modificações no tamanho durante a fase estacionária
representam uma continuação reduzida do crescimento (DUARTE, 1975).
O uso de modelos lineares ou não-lineares para o ajuste de medidas
corporais em diferentes idades pode influenciar o processo de seleção e a
resposta esperada a esta. Lôbo e Martins Filho (2002) compararam diferentes
métodos de padronização dos pesos corporais de animais da raça Nelore às
idades de 205, 365 e 550 dias. Os autores utilizaram modelos de ajuste de peso
lineares (equações de regressão lineares e quadráticas) e não-lineares (BRODY e
RICHARDS). Houve diferença entre as médias dos pesos corporais calculadas
pelos diferentes modelos e na ordem de classificação dos valores genéticos.
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O crescimento dos bovinos não se apresenta de forma linear. Vários
modelos não-lineares foram propostos para relacionar a medida corporal à idade,
entre os quais: Brody (BRODY, 1945), Richards (RICHARDS, 1959), Von
Bertalanffy (BERTALANFFY, 1957), Logístico (NELDER, 1961) e Gompertz
(LAIRD, 1965).
Apesar das diferenças entre os modelos não-lineares, todos têm
parâmetros em comum. O parâmetro “A” representa a medida corporal assintótica
ou à maturidade, ou seja, é o valor fenotípico quando o tempo “t” tende ao infinito.
O parâmetro “k” é a taxa de maturação, ou seja, é a velocidade com que o animal
se aproxima de seu tamanho adulto. Esses dois parâmetros podem apresentar
correlação negativa, ou seja, quanto maior o valor da medida assintótica menor a
taxa de maturação.
Na avaliação da curva de desenvolvimento do peso corporal, raças bovinas
grandes apresentam maiores valores de “A” e menores de “k” ou maior taxa de
crescimento absoluto e menor taxa de maturação, quando comparadas com raças
pequenas. Para um mesmo tamanho adulto, valores baixos de “k” indicam que o
animal é tardio (SILVA, 1998).
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Modelos não-lineares
(1) Brody: (BRODY,1945)
ε+−= − )1( ktt BeAY
(2) von Bertalanffy: (BERTALANFFY, 1957)
ε+−= − 3)1( ktt BeAY
(3) Richards: (RICHARDS, 1959)
ε+−= − mktt BeAY )1(
(4) Logístico: (NELDER, 1961)
ε++= −− mktt eAY )1(
(5) Gompertz: (LAIRD,1965)
ε+=−ktBe
t AeY
Nos modelos descritos acima, “Yt” é o peso corporal em kg ou medida de
perímetro em cm na idade “t”; “A” é o valor assintótico de “Y” atingido quando “t”
tende ao infinito e é interpretado como peso do animal adulto; “B” é a constante de
integração relacionada aos pesos ou medidas iniciais; ”m” é a constante que
define a forma da curva; “e” é a base do logaritmo natural; “k” é a taxa de
maturação;“ε ” é o erro aleatório associado a cada pesagem e “t” é a idade do
animal em dias.
No modelo proposto por Brody, o parâmetro m assume o valor 1. Por este
motivo, este modelo pode ser utilizado para descrever o crescimento que ocorre
após o ponto de inflexão (início da fase de “auto-inibição do crescimento”). Na
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maioria dos trabalhos em que se usa este modelo, considera-se o instante do
nascimento como ponto de inflexão.
O modelo Bertalanffy, baseia-se na suposição de que o crescimento é a
diferença entre as taxas de anabolismo e catabolismo dos tecidos. O parâmetro m
é fixo em aproximadamente 30% do valor de A.
No modelo descrito por Richards, existem quatro parâmetros, porém com
ponto de inflexão variável. Segundo Brown et al. (1976), existe dificuldade em se
ajustar este modelo, devido a não convergência do processo iterativo, causada
principalmente pela alta correlação negativa entre B e m.
Segundo Nelder (1961), o parâmetro B é fixo e igual a 1 no modelo
Logístico. Brow et al. (1976) incluíram o parâmetro m neste modelo, o que permitiu
o ponto de inflexão variável para a curva logística. Devido B ser fixo em 1, o ponto
de inflexão fica limitado entre 41 e 44% do valor de A.
Laird desenvolveu o modelo Gompertz sob a suposição de que a taxa de
crescimento específico cai exponencialmente com o tempo. O ponto de inflexão
neste modelo é fixo em 37% do valor de A (DUARTE, 1975).
Geneticamente o parâmetro “A” representa o tamanho potencial e o efeito
dos genes que determinam o crescimento, tornando a medida assintótica um
parâmetro resultante dos estágios anteriores do crescimento (DUARTE, 1975).
Nobre et al. (1987) trabalharam com animais da raça Nelore, em que as
pesagens eram feitas mensalmente do nascimento aos 24 meses de idade. Foram
ajustados os modelos não-lineares de Brody, von Bertalanffy, Gompertz, Logístico
e Richards. Os modelos von Bertalanffy, Gompertz e Logístico conduziram a
valores superestimados de peso nos primeiros meses de vida dos animais e aos
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8, 12 e 18 meses. As estimativas do peso ao nascer e aos 24 meses foram
semelhantes em todos os modelos. Brody e Richards apresentaram ajustamentos
mais coerentes do ponto de vista biológico, das estimativas dos pesos às várias
idades e do coeficiente de determinação. Todos os modelos tiveram bom
ajustamento, com superioridade do modelo Brody.
Oliveira et al. (2000) avaliaram dados de crescimento e reprodução em
vacas Guzerá, ajustando os seguintes modelos: Brody, Gompertz, Logístico,
Richards, e von Bertalanffy. Os modelos Brody e Richards apresentaram menores
desvios médios, indicando vícios menores, apesar de o modelo Richards ter
apresentado dificuldades computacionais para ajustamento de dados. Os modelos
Logístico e Gompertz superestimaram o peso ao nascimento e à maturidade. Os
pesos preditos dos 30 aos 36 meses foram subestimados de forma acentuada por
todos os modelos. O modelo Bertalanffy apresentou menor variância residual e foi
indicado para descrever a curva de crescimento na raça Guzerá.
Lôbo e Martins Filho (2002) observaram que equações lineares de ajuste de
peso (equações de regressão lineares e quadráticas) e não-lineares (Brody e
Richards) superestimaram os pesos aos 205, 365 e 550 dias. Entretanto, as
curvas não-lineares foram as que melhor representaram o crescimento dos
animais, com alguma superioridade do modelo proposto por Brody em relação à
Richards.
Mazzini et al. (2003) trabalharam com machos da raça Hereford e utilizaram
modelos não-lineares de Brody, Gompertz, Logístico, Richards, e von Bertalanffy
para ajuste da curva de crescimento. As pesagens foram feitas do nascimento até
os 790 dias de idade. Os modelos foram comparados pela qualidade de ajuste e
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pela interpretação biológica dos parâmetros, em que se comparam os valores
preditos com os valores observados. A função Logística, embora tenha mostrado
um bom ajuste aos dados, tendeu a subestimar o peso adulto. O valor estimado
pelas funções Brody e Richards subestimaram os pesos observados enquanto as
funções de von Bertalanffy, Gompertz e Logística o superestimaram. As funções
de Brody e Richards apresentaram um baixo percentual de convergência,
mostrando-se inadequadas para descrever os dados em estudo. As funções que
apresentaram os melhores ajustes foram as de von Bertalanffy e Gompertz,
seguidas pela Logística.
Paz et al. (2004) utilizaram dados de peso do nascimento aos 19 meses de
idade, de animais genotipados de três grupos genéticos: Canchim-Nelore, Angus-
Nelore e Simental-Nelore. Dos cinco modelos utilizados: Brody, Gompertz,
Logístico, Richards, e von Bertalanffy, o Logístico foi o mais adequado pois
convergiu para o maior número de animais e genótipos. A dificuldade de ajuste
dos demais modelos foi associada a baixa freqüência das pesagens nas fases
iniciais da vida, ligada ao fato de que os animais ainda não tinham alcançado a
maturidade quando mensurados pela última vez.
Silva et al. (2004) utilizaram os modelos Brody, Gompertz, Richards, von
Bertalanffy e Logístico para ajustar peso e idade de machos e fêmeas da raça
Nelore. Até os dois anos de idade todos os modelos descreveram bem o
crescimento dos animais. A porcentagem de convergência foi menor para
Richards e maior para Gompertz, que usando como critério a interpretação
biológica dos parâmetros se ajustou melhor aos dados. As funções Brody e
Richards superestimaram o peso assintótico. Brody e Gompertz apresentaram
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valores mais altos para o coeficiente de determinação, indicando maior aderência
se comparada com as outras funções. Notou-se que o ajuste médio das funções
Brody e Gompertz foi semelhante. Portanto, ambas poderiam ser utilizadas para
representar o crescimento médio dos animais.
Freitas (2005) utilizou os modelos Brody, Richards, von Bertalanffy, duas
alternativas de Gompertz e de Logístico para descrever a curva de crescimento
em bovinos machos da raça Canchim. Os pesos corporais foram medidos do
nascimento aos 40 meses de idade. Os modelos de Richards e Logístico
modificado [ ])1/( ktbeAy −+= não convergiram e, portanto não ajustaram os pesos.
Os modelos ajustados proporcionaram resultados semelhantes, superestimando
os pesos iniciais e subestimando os finais. Na fase inicial, o mais indicado foi o
modelo de Brody. Considerando todo o período estudado, o Logístico
mkt )e1/(Ay −−+= foi o mais adequado, seguido pelo von Bertalanffy.
Quirino et al. (1999) trabalharam com reprodutores da raça Nelore, em que
as mensurações de perímetro escrotal (PE) ocorreram entre 200 e 1300 dias de
idade. As curvas para o modelo Brody, Gompertz e Logístico tiveram formas
semelhantes. O erro de predição (EP) calculado para a função Brody teve maior
magnitude na fase inicial do desenvolvimento em relação às funções Gompertz e
Logístico. Entre os 200 e 900 dias de idade, os valores de EP para a função
Logística foram próximos de zero. Isto indicou que esta função foi relativamente
melhor que a função de Gompertz e foi selecionada para a interpretação biológica
de maturidade para PE.
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Martin Nieto et al. (2003) avaliaram curvas não-lineares de desenvolvimento
de PE em animais da raça Canchim e do grupo genético MA (filhos de touros
Charolês com vacas filhas de reprodutores Canchim e reprodutoras Nelore). O
modelo von Bertalanffy apresentou ajustamento ligeiramente inferior ao
apresentado pelos demais modelos e suas estimativas dos parâmetros e erros
padrões foram superiores. O modelo Brody estimou PE ao nascimento inferior aos
outros modelos e superestimou PE à maturidade. Resultado contrário foi verificado
com o modelo Logístico. Os autores observaram que o modelo Gompertz e
Logístico foram os mais apropriados para descrever o desenvolvimento de PE nos
touros da raça Canchim e no grupo genético MA, respectivamente.
Parâmetros genéticos e fenotípicos
Herdabilidade
A herdabilidade é uma propriedade não somente de um caráter, mas da
população e das circunstâncias de ambiente às quais os indivíduos estão sujeitos.
O valor da estimativa de herdabilidade depende da magnitude de todos os
componentes de variância. A estimativa expressa a proporção da variância total
que é atribuída às diferenças dos valores genéticos, estes, determinam o grau de
semelhança entre parentes. A herdabilidade tem papel preditivo expressando a
confiança do valor fenotípico como uma referência para o valor genético.
Define-se herdabilidade como a razão entre a variância genética aditiva e a
variância fenotípica. Valores altos de herdabilidade indicam que grande parte da
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variação fenotípica dos indivíduos é decorrente do efeito aditivo dos genes. Maior
variação das condições de criação reduz a herdabilidade, e maior uniformidade
desta aumenta a herdabilidade (FALCONER e MACKAY, 1996).
Na Tabela 1 estão relacionadas as estimativas de herdabilidade para peso
corporal, obtidos pelo método de máxima verossimilhança restrita, de acordo com
a idade e raça, segundo diversos autores. Na Tabela 2, são descritas as
estimativas de herdabilidade para perímetro escrotal, pela mesma metodologia,
em diferentes idades e raças.
A partir de dados de animais da raça Nelore, Dias et al. (2003) estimaram
herdabilidade para o perímetro escrotal ao sobreano, considerando o efeito de
grupo de contemporâneos e uma das covariáveis: peso ajustado aos 550 dias de
idade (0,41 ± 0,04) ou idade ao sobreano (0,35 ± 0,03). Um terceiro modelo
estudado incluiu ambas as características e a herdabilidade foi igual a 0,42 ± 0,04.
O efeito de grupo de contemporâneos influenciou significativamente o perímetro
escrotal em todos os modelos. Os efeitos das covariáveis sobre a característica
não foram significativos, exceto quando apenas o peso foi considerado como
covariável linear.
Peña et al. (2001), trabalhando com características de crescimento em
bovinos da raça Nelore, verificaram altos coeficientes de herdabilidade estimados
para PE (0,41), PE corrigido para idade (0,40) e PE corrigido para idade e peso
(0,47) do animal, indicando a possibilidade de melhorar essas características por
meio de seleção.
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Tabela 1. Estimativas de herdabilidade (h2) para peso corporal, obtidas pelo
método de máxima verossimilhança restrita, para diferentes raças e idades,
segundo diversos autores.
Autores Idade (dias) h2 Raça
Alencar et al. (2005) Desmame
365
0,36 e 0,37
0,30 e 0,36
Canchim
Bergman et al. (1996) 365
550
0,32
0,42
Nelore
Dias et al. (2005) Nascimento
Desmame
570
0,26
0,11
0,21
Tabapuã
Everling et al. (2001) Desmame 0,23 Angus-Nelore
Freitas (1999) Desmame
365
0,34
0,31
Canchim
Garnero et al. (2001) Nascimento
Desmame
550
0,19
0,19
0,34
Nelore
Garnero et al. (2002) Nascimento
365
450
0,24
0,29
0,48
Nelore
Mercadante et al. (2000) Desmame
365
0,28
0,35
Nelore
Silva et al. (2000) 365 0,37 Canchim
Silveira et al. (2004) Desmame
550
0,17
0,30
Nelore
Siqueira et al. (2003) Nascimento
450
550
0,29
0,51
0,47
Nelore
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Tabela 2. Estimativas de herdabilidade (h2) para perímetro escrotal, obtidas
pelo método de máxima verossimilhança restrita, para diferentes raças e
idades, segundo diversos autores.
Autores Idade (dias) h2 Raça
Bergman et al. (1996) 365
550
0,47
0,74
Nelore
Dias et al. (2003) 550 0,35, 0,41 e 0,42 Nelore
Everling et al. (2001) 550 0,21 Angus-Nelore
Freitas (1999) 365 0,29 Canchim
Garnero et al. (2001) 550 0,36 Nelore
Garnero et al. (2002) 365
450
0,52
0,53
Nelore
Gressler (2004) 365
450
450
0,50, 0,51 e 0,52
0,54, 0,53 e 0,53
0,52 ,0,59 e 0,55
Nelore
Gressler et al. (2000) 365
550
0,24
0,31
Nelore
Peña (2001) - 0,41 Nelore
Pereira et al. (2000) - 0,51 Nelore
Quirino e Bergman (1998) 275
365
550
732
0,15
0,60
0,71
0,50
Nelore
Sarreiro et al. (2002) 950 0,38 Nelore
Shenkel et al. (2004) 550 0,48 Raças européias
Silva et al. (2000) 365 0,30 Canchim
Silveira et al. (2004) 550 0,39 Nelore
Vargas et al. (1998) Puberdade 0,28 Brahman
15
Correlações genéticas, fenotípicas e ambientais
O coeficiente de correlação é um conceito estatístico para a medida do grau e
da direção de uma associação linear entre duas variáveis. Esta associação pode ser
provocada por efeitos genéticos, ambientais e fenotípicos. As características
correlacionadas são de interesse principalmente devido às mudanças provocadas
pela seleção. É importante saber como a seleção de uma característica causará
mudanças nas outras.
A correlação genética é a medida de associação dos valores genéticos e a
sua principal causa é a pleiotropia. Esta é a propriedade de um gene afetar duas ou
mais características. O grau de correlação resultante da pleiotropia expressa a
extensão para o qual duas características são influenciadas pelos mesmos genes.
A correlação ambiental se refere a associação dos desvios ambientais junto
aos desvios genéticos não aditivos. Duas características podem ser influenciadas
pelas mesmas variações de condições ambientais.
As correlações genéticas e ambientais se combinam para originar a
correlação fenotípica. Esta correlação entre duas características pode ser
diretamente observada nos dados. Se ambas as características tem baixa
herdabilidade, então a correlação fenotípica é determinada principalmente pelo
componente ambiental. Se as características têm altas herdabilidades, o principal
componente é genético.
Em alguns casos, as correlações genéticas e ambientais são diferentes na
magnitude, ou no sinal. Uma grande diferença e, particularmente, uma diferença de
sinal, indica que fontes de variação genética e ambiental afetam as características
16
por meio de diferentes mecanismos fisiológicos (FALCONER e MACKAY, 1996 e
CARDELLlNO, 1987).
Pereira et al. (2001) com o objetivo de estudarem o perímetro escrotal de
animais da raça Nelore com idade entre 14 a 22 meses e suas relações com as
características de desempenho ponderal, utilizaram modelos animais bi-caracter e
obtiveram correlações entre perímetro escrotal e peso ao nascimento, ao
desmame, ao sobreano e ganho de peso do desmame ao sobreano de 0,16, 0,27,
0,25 e 0,12 respectivamente, indicando que as características peso ao sobreano e
ganho de peso do desmame ao sobreano são sinérgicas à precocidade sexual.
Trabalhando com características de peso e perímetro escrotal em bovinos
Nelore, Garnero et al. (2001) observaram correlações genéticas iguais a 0,31
entre perímetro escrotal aos 550 dias de idade (PE550) e peso aos 120 dias
(P120); 0,37 entre PE550 e peso aos 240 dias (P240) e 0,40 entre PE550 e peso
aos 550 dias (P550).
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24
CAPÍTULO 2. CURVAS DE DESENVOLVIMENTO PONDERAL E TESTICULAR
COMO CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO EM BOVINOS NELORE
RESUMO
Modelos não-lineares foram utilizados para avaliar o desenvolvimento corporal e
testicular em animais da raça Nelore. O objetivo deste trabalho foi identificar o
modelo mais apropriado pela qualidade de ajuste e interpretação biológica dos
parâmetros e realizar análise de variância dos valores assintóticos (A) e de taxa
de maturação (k), por animal e característica, dos modelos escolhidos. As funções
estudadas foram: Brody, Richards, von Bertalanffy, Gompertz e dois modelos
Logísticos. O método utilizado foi o de Gauss Newton, por meio de regressão não-
linear das características em função da idade (dias). Somente os modelos de
Richards e Gompertz não apresentaram ajuste dos parâmetros para o
desenvolvimento ponderal. Apenas os modelos Brody e Logístico ajustaram o
perímetro escrotal em função da idade. Considerando a interpretação biológica
dos parâmetros e a qualidade do ajuste dos modelos (coeficiente de
determinação, quadrado médio do resíduo e erro de predição), os modelos
Logísticos mostraram-se mais adequados para o ajuste de crescimento corporal e
testicular. Na análise de variância, as estimativas de A e k obtidas das curvas
Logísticas foram significativamente influenciadas pelos efeitos de reprodutor e de
grupos de contemporâneos (mesma fazenda, ano e estação de nascimento),
exceto para o efeito de reprodutor sobre k, obtido para o desenvolvimento
testicular.
PALAVRAS-CHAVE: modelos não-lineares, peso corporal, perímetro escrotal.
25
CHAPTER 2. BODY AND TESTICULAR GROWTH CURVES AS GROWTH
EVALUATION CRITERIA IN NELORE BEEF CATTLE
ABSTRACT
Nonlinear models were utilized to evaluate the body and testicular growth in Nelore
beef cattle. The objective was to identify the most appropriate model through
goodness-of-fit and biological significance of its parameters and to carry out a least
square analysis of asymptotic values (A) and rate of maturing (k), for each animal
and trait of the chosen models. The functions used to investigate a modified
Gauss-Newton method of nonlinear regression of both traits by age (days) were:
Brody, Richards, von Bertalanffy, Gompertz and two Logistic models. Only
Richards and Gompertz models did not adjust parameters for growth curve. Only
Brody and Logistic models fitted the scrotal circumference by age analysis.
Considering the goodness-of-fit of the models (coefficient of determination, residual
least square and prediction error) and the biological significance of the parameters,
the Logistic models were selected as the most appropriate to describe the body
and testicular growth. In the least square analysis, the values of A and k from
Logistic curves, obtained for each animal and trait, were significantly influenced by
sire and contemporary groups (same year and season of birth and same farm of
origin), except for the sire effect on k value for testicular growth curve.
KEY-WORDS: nonlinear models, body weight, scrotal circumference
INTRODUÇÃO
26
Nos sistemas de produção de bovinos de corte, observa-se que o
crescimento dos animais é prioritário e diretamente ligado com a produção e
qualidade da carne. O aumento de peso dos animais reflete o crescimento, que
tanto pode ser favorecido pelo meio em que vivem quanto pelo potencial genético.
Uma maneira de avaliar o crescimento dos animais é por meio de curvas
que relacionam o peso ou medidas de perímetro escrotal à idade dos animais,
utilizando modelos não-lineares, que contém parâmetros com interpretação
biológica.
Lôbo e Martins Filho (2002) observaram que funções não-lineares (Brody e
Richards) são mais adequadas do que equações lineares de regressão para
representar o crescimento de bovinos de corte.
A indicação de um modelo não-linear para representar o crescimento dos
bovinos depende da raça, sexo e do período de crescimento estudado. Paz et al.
(2004) utilizando dados do nascimento aos 19 meses de idade, em três grupos
genéticos e Freitas (2005), trabalhando com machos da raça Canchim,
observaram que o modelo Logístico foi o mais adequado para descrever
crescimento corporal.
Nos animais da raça Nelore, a curva de Brody foi a mais indicada por Silva
et al. (2004) para machos e fêmeas e por Nobre et al. (1987), que utilizaram
pesagens do nascimento aos 24 meses de idade. Oliveira et al. (2000) e Mazzini
et al. (2003) escolheram o modelo Bertalanffy para descrever o desenvolvimento
corporal de vacas Guzerá e machos Hereford, respectivamente.
Em dois grupos genéticos da raça Canchim houve diferença na definição do
melhor modelo para descrever o crescimento do perímetro escrotal. As curvas
27
escolhidas foram Gompertz e Logística (MARTÍN NIETO et al., 2003). Quirino et
al. (1999), estudando perímetro escrotal mensurado entre 200 e 1300 dias de
idade na raça Nelore, concluíram que a função Logística foi a mais indicada.
Os objetivos deste trabalho foram: ajustar o peso corporal e o perímetro
escrotal em função da idade; definir o modelo não-linear mais adequado para
descrever o crescimento e estudar causas de variação para os valores
assintóticos e de taxa de crescimento dos modelos escolhidos, por animal e
característica.
MATERIAL E MÉTODOS
Para o presente trabalho, foi utilizado o arquivo de dados de desempenho
de bovinos de corte, gerado pelo Programa de Melhoramento Genético da Raça
Nelore (PMGRN), desenvolvido no Departamento de Genética da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), USP, Ribeirão Preto, SP.
Foram estudadas observações de peso corporal de 10984 indivíduos e
medidas de perímetro escrotal de 9274 animais da Raça Nelore e do sexo
masculino, nascidos entre 1990 e 2003 e pertencentes a 21 fazendas localizadas
no Estado de São Paulo, mantidas sob manejo extensivo de criação. O manejo
reprodutivo envolveu uma estação de acasalamento que variou de 60 a 90 dias de
duração. A maioria dos rebanhos utilizava monta natural ou inseminação artificial,
com repasse de touros após o primeiro ou o segundo serviço. O desmame dos
animais ocorria entre 7 e 8 meses de idade.
28
Foram consideradas 67311 medidas de peso corporal, medidas
periodicamente do nascimento aos 1020 dias de idade e 31439 de perímetro
escrotal, tomadas dos 200 aos 1020 dias de idade. Foram formados os grupos de
contemporâneos (GC) a partir de animais nascidos na mesma fazenda, ano e
estação de nascimento. As estações de nascimento foram definidas e divididas
em período de seca (abril a setembro) e período de águas (outubro a março). Os
anos de nascimento com datas inferiores a 1990, foram considerados em uma só
classe de ano devido à quantidade reduzida de dados no período. Observações
de indivíduos que morreram ou com datas de pesagem desconhecidas foram
descartadas. Os GC com menos de cinco observações por característica e pais
com menos de três filhos foram excluídos, totalizando 287 GC e 366 pais.
As médias aritméticas observadas e respectivos desvios-padrão e o número
de mensurações por idade (meses), valores mínimos e máximos para as medidas
de peso e perímetro escrotal estão representados no Anexo 1 e 2,
respectivamente.
Os modelos não-lineares utilizados para o estudo do crescimento corporal
foram:
(1) Brody (BRODY, 1945): ε+−= − )1( ktt BeAY .
(2) von Bertalanffy (BERTALANFFY, 1957): ε+−= − 3)1( ktt BeAY .
(3) Richards (RICHARDS, 1959): ε+−= − mktt BeAY )1( .
(4) Logístico 1 (NELDER, 1961): ε++= −− mktt eAY )1(
29
(5) Logístico 2 (utilizado por QUIRINO et al., 1999): ε++= −ktt BeAY )1/(
(6) Gompertz (LAIRD, 1965): ε+=−ktBe
t AeY
Nestes modelos, “Y” é o peso corporal em kg ou o perímetro escrotal em
cm na idade “t” (medida em dias); “A” é o valor assintótico do peso corporal ou do
perímetro escrotal alcançado quando “t” tende ao infinito e é interpretado como
peso ou perímetro escrotal do animal adulto, independente de pequenas variações
em resposta aos efeitos ambientais; “B” é a constante de integração relacionada
aos pesos ou perímetros iniciais e não possui significado biológico; ”m” é a
constante que define a forma da curva e estabelece o grau de maturidade do peso
corporal ou do PE no ponto de inflexão; “e” é a base do logaritmo natural; “k” é a
taxa de maturação e indica a mudança linear na característica por unidade de
tempo; “ε ” é o erro aleatório associado a cada pesagem ou a cada medida de PE.
No modelo de Brody, o parâmetro m assume o valor 1. Para o modelo
Bertalanffy, o parâmetro m é fixo em aproximadamente 30% do valor de A. Para o
modelo Logístico 1, o parâmetro B é fixo e igual a 1.
O método para o ajuste dos modelos foi o modificado de Gauss–Newton de
regressão não linear, descrito por Hartley (1961). As análises estatísticas foram
realizadas utilizando o procedimento Non Linear Regression - NLIN (SAS, 2001).
Na análise dos modelos não-lineares utilizou-se o processo iterativo para a
obtenção das soluções do sistema de equações. O processo iterativo requer o
fornecimento de valores iniciais aos parâmetros e, a partir destes valores, é
calculada a soma de quadrados do resíduo (SQR). Os parâmetros são
continuamente modificados até que a SQR seja minimizada. Os valores iniciais
30
foram considerados a partir da média de cada estimativa de parâmetro obtida da
literatura. Foi estabelecido o máximo de 500 iterações para que o critério de
convergência fosse atingido. A convergência ocorreu sempre que (SQRj-1-
SQRj)/(SQRj+10-6) foi menor que 10-8, em que SQRj é a soma dos quadrados
residual na j-ésima iteração (PAZ et al., 2002).
Para a obtenção do coeficiente de determinação (R2), que indica a
proporção da variação explicada pelo modelo em relação a variação total, utilizou-
se a seguinte fórmula:
SQTCSQM
R =2 ou
−=
SQTCSQR
R 12
em que:
SQM = soma de quadrados do modelo;
SQTC = soma de quadrados totais corrigido;
SQR = soma de quadrados do resíduo
O erro de predição (EP) foi calculado a partir da seguinte função:
100*P
POEP
−=
em que:
O = média dos valores observados da característica em uma determinada idade;
P = valor predito para a característica na mesma idade.
Valores positivos e negativos de EP, expressos em porcentagem, indicaram
respectivamente, subestimativas e superestimativas dos valores preditos em
relação às médias observadas.
31
Para a escolha do modelo mais adequado, foi considerada a interpretação
biológica dos parâmetros (comparação do valor assintótico com valores
observados das características na idade adulta) e a qualidade do ajuste
(coeficiente de determinação, quadrado médio do resíduo e erro de predição).
Também foi estudada a associação linear entre os parâmetros “A” e “k” estimada
por correlações simples de Pearson.
Para cada animal em cada característica, foram obtidos valores de “A” e “k”
do modelo escolhido. Naqueles indivíduos em que houve ajuste, os valores foram
submetidos à análise de variância, considerando o modelo que incluiu o efeito fixo
de grupos de contemporâneos e efeito aleatório de reprodutor.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As curvas de peso corporal foram ajustadas para os modelos Logístico 1,
Logístico 2, Brody e von Bertalanffy. As curvas de crescimento testicular foram
ajustadas para os modelos Logístico 2 e Brody. Os outros modelos para ambas as
características, não atingiram convergência pelo processo iterativo.
Para os modelos ajustados, os parâmetros estimados e seus erros-padrão,
o quadrado médio do resíduo (QMR) e o coeficiente de determinação estão
relacionados na Tabela 1 para peso corporal e na Tabela 2 para perímetro
escrotal.
O número de iterações para os modelos estudados para peso variou de 7
(Logístico 1 e 2) a 10 (von Bertalanffy). Para perímetro escrotal, foram 9 e 10
iterações, respectivamente para Logístico 2 e Brody. Entretanto, os modelos não
32
foram comparados quanto a este critério, considerando que o número de iterações
depende diretamente dos valores iniciais dados aos parâmetros.
As curvas de peso corporal, observada e estimadas a partir dos modelos
Logístico 1, Logístico 2, Brody e von Bertalanffy são mostradas na Figura 1. As
curvas de desenvolvimento testicular observada e obtidas a partir dos modelos
logístico 2 e Brody são apresentadas na Figura 2. Pela forma, os modelos mais
adequados para representar o crescimento corporal e testicular são os Logísticos.
Tabela 1. Parâmetros estimados (A, B e k) e seus erros-padrão, quadrado
médio do resíduo (QMR) e coeficiente de determinação (R2) para as funções
que caracterizaram o crescimento corporal em bovinos da raça Nelore.
Função* A (kg) B k (kg/dia) QMR R2
Log 1 579,4±2,6 1,0 0,00297±0,000017 1849,2 0,85
Log 2 535,5±1,9 4,878±0,018000 0,00408±0,000019 1904,3 0,73
Brody 1140,2±20,2 0,949±0,000704 0,00057±0,000014 1723,1 0,86
v.B. 680,5±4,5 0,524±0,000771 0,00177±0,000015 1784,8 0,86
*Log = Logística; v.B. = von Bertalanffy; A = peso assintótico; B = constante de
integração; k = taxa de maturação
33
Tabela 2. Parâmetros estimados (A, B e k) e seus erros-padrão, quadrado
médio do resíduo (QMR) e coeficiente de determinação (R2) para as funções
que caracterizaram o crescimento testicular em bovinos da raça Nelore.
Função* A (cm) B k (cm/dia) QMR R2
Log 2 40,06±0,33 3,3307±0,02300 0,00326±0,000047 9,06 0,66
Brody 67,66±2,66 0,9030±0,00164 0,000683±0,000042 9,18 0,66
*Log = logística; A = perímetro escrotal assintótico; B = constante de integração;
k = taxa de maturação
(a)
(b) (c)
(d) (e)
Figura 1. Curva de desenvolvimento corporal (a) observada e predita pelos
modelos: (b) Logístico 1, (c) Brody, (d) von Bertalanffy e (e) Logístico 2.
34
(a)
(b) (c)
Figura 2. Curva de desenvolvimento testicular (a) observada e predita pelos
modelos: (b) Logístico 2 e (c) Brody.
O erro de predição (EP) obtido pelas funções Logística 1, Logística 2, Brody
e von Bertalanffy, em relação ao peso observado é representado na Figura 3. O
EP calculado pelas funções Logística 2 e Brody, em relação ao PE observado é
relacionado na Figura 4.
Observou-se que, para as medidas de peso, os quatro modelos
apresentaram variação semelhante no erro de predição (Figura 3). Valores
preditos que antecederam os 270 dias foram superiores aos valores observados.
A partir de 270 até 810 dias de idade, estes modelos apresentaram estimativas
próximas aos valores observados. Aqueles posteriores aos 810 dias até o final do
período estudado foram inferiores aos valores observados. Estes resultados estão
de acordo àqueles encontrados por Freitas (2005) que, trabalhando com bovinos
Canchim, observou que os valores preditos pelos modelos Brody, Gompertz,
35
Logístico e von Bertalanffy superestimaram o peso corporal na fase inicial e
subestimaram na fase final. O autor constatou que na fase inicial, o modelo de
Brody foi o mais indicado, pois superestimou menos o peso corporal em relação
aos demais. Considerando-se todo o período estudado, o Logístico, seguido de
von Bertalanffy, foram os mais adequados.
Para os valores de perímetro escrotal, os dois modelos também
apresentaram semelhança na variação do erro predito, ou seja, os valores
observados foram próximos dos estimados (Figura 4). Observou-se que estes
modelos predisseram os valores observados, embora abaixo daqueles anteriores
aos 210 dias e acima daqueles após os 1020 dias de idade. Na comparação entre
as funções Brody, Gompertz e Logístico, Quirino et al. (1999) observaram que a
função Logística foi mais adequada quanto ao erro de predição e também foi
selecionada para a interpretação biológica de maturidade para perímetro escrotal
em reprodutores da raça Nelore.
A representação gráfica dos erros de predição para os modelos estudados
(Figura 3 e 4) pouco contribuiu para definir, entre os modelos que ajustaram peso
e perímetro escrotal, qual destes representou melhor o crescimento corporal e
testicular.
As correlações entre os parâmetros das curvas de crescimento corporal e
testicular para as funções em estudo foram altas e negativas (inferiores a -0,89)
entre os parâmetros A e k. Esses valores indicaram que quanto maior o peso
assintótico, menor é o valor de k em dias para atingir a maturidade.
A interpretação biológica do parâmetro A de cada modelo foi realizada
considerando médias observadas das características na idade adulta (900 a 1020
36
dias). O peso corporal observado nesse período, cuja média foi 550,9 kg,
influenciou na escolha dos modelos Logísticos 1 e 2 para descrever o crescimento
corporal. O valor do parâmetro A da função Logística 2, na avaliação do PE, foi
mais próximo da média observada (32,4 cm) no mesmo período.
A comparação da qualidade do ajuste dos modelos Logísticos 1 e 2, pelo
quadrado médio do resíduo e coeficiente de determinação, definiu a escolha do
primeiro como melhor modelo para representar o crescimento corporal. Em
relação ao PE, a escolha do Logístico 2 foi baseada exclusivamente na
interpretação biológica, considerando que os valores do coeficiente de
determinação e quadrado médio do resíduo dos modelos foram semelhantes.
Foram realizadas análises de variância dos valores de A e k, obtidos por
animal e por característica, utilizando as funções Logísticas 1 e 2, respectivamente
para peso corporal e perímetro escrotal. Dos animais utilizados para obter os
parâmetros A e k, 84,44% (9275/10984) e 55,51% (5148/9274) do total atingiram
convergência em suas curvas e valores coerentes de A e k, considerando,
respectivamente, crescimento corporal e testicular. Naquelas curvas em que não
houve convergência ou que os valores de A e k eram muito altos, verificou-se que
as observações utilizadas por animal eram em menor número e estavam
concentrados no final do período de avaliação. Foram observados efeito aleatório
significativo (P<0,01) de reprodutor e fixo de grupos de contemporâneos sobre os
valores de A e k, para a função Logística em ambas as características, exceto
para o efeito de reprodutor sobre o valor de k obtido para o desenvolvimento
testicular. Assim, fatores genéticos e ambientais influenciaram nas avaliações do
peso assintótico e da taxa de crescimento por indivíduo.
37
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
0 200 400 600 800 1000idade (dias)
EP
(%)
Logístico 1Brodyvon BertalanffyLogístico 2
Figura 3. Erro de predição (EP) para peso corporal em função da idade (dias),
para os modelos Logístico 1, Logístico 2, Brody e von Bertalanffy.
-40
-20
0
20
40
200 300 400 500 600 700 800 900
idade (dias)
EP
(%)
Logístico 2
Brody
Figura 4. Erro de predição (EP) para o PE em função da idade (dias), a partir
dos modelos Logístico 2 e Brody.
38
A escolha do modelo Logístico 1 como mais adequado do que os demais
para o ajuste de crescimento corporal está de acordo com Paz et al. (2004). Estes
autores constataram dificuldade de ajuste dos demais modelos devido à baixa
freqüência das pesagens nas fases iniciais da vida e o período estudado, em que
não se observou pesagens à maturidade. No presente trabalho, o período de
estudo incluiu todo o desenvolvimento corporal dos animais. Porém, observou-se
que medições concentradas no final do período de mensuração contribuíram para
superestimar o peso assintótico, verificado apenas quando foram obtidos valores
de A e K por animal. Freitas (2005) também indicou o modelo Logístico para
descrever crescimento corporal em machos da raça Canchim.
Resultados distintos foram verificados por Nobre et al. (1987) e Silva et al.
(2004), que observaram que o modelo Brody apresentou os melhores ajustes, em
termos das estimativas dos pesos às várias idades e do coeficiente de
determinação e Oliveira et al. (2000) e Mazzini et al. (2003), que indicaram o
modelo Bertalanffy para descrever o desenvolvimento corporal de vacas Guzerá e
machos Hereford, respectivamente.
O modelo Logístico 2 foi indicado como mais adequado do que o modelo
Brody para o ajuste de crescimento testicular em função da interpretação biológica
dos parâmetros A e k (Tabela 2). O mesmo resultado foi verificado por Quirino et
al. (1999) na mesma raça e por Martín Nieto et al. (2003), que verificaram que o
modelo Logístico foi o que melhor descreveu o crescimento testicular em um
grupo genético envolvido na formação da raça Canchim. Porém, o modelo
Gompertz foi indicado pelos mesmos autores para animais Canchim. Em relação
39
ao modelo Richards, Quirino et al. (1999) também não constataram ajuste das
medidas de perímetro para esta função.
A qualidade de ajuste e a interpretação biológica dos parâmetros dependem
do período em que são colhidas as medidas corporais, deve-se planejar e estudar
quais são as idades mais adequadas para as medições, principalmente nas fases
iniciais e finais.
CONCLUSÕES
A partir do presente trabalho, constatou-se que o critério mais importante
para escolha do melhor modelo foi a interpretação biológica. A qualidade de ajuste
e a interpretação biológica dos parâmetros dependem do período em que são
colhidas as medidas corporais. Deve-se planejar e estudar quais são as idades
mais adequadas para as medições.
Modelos não-lineares são mais adequados para descrever o crescimento
dos bovinos de corte, já que o crescimento dos mesmos não acontece de forma
linear. As estimativas dos parâmetros A e k permitem identificar animais precoces,
possibilitando o emprego de práticas de seleção sobre estes indivíduos.
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42
Anexo 1. Médias observadas (kg) e respectivos desvios-padrão (Kg), número
de medições por idade (N), valores mínimos e máximos dos pesos corporais.
Classe de idade (meses) N Média e desvio padrão (Kg) Mínimo (Kg) Máximo (Kg)
0 1712 51,57±12,02 25,00 117,00
1 3045 79,95±13,52 30,00 132,00
2 3246 96,31±16,16 44,00 158,00
3 3433 121±19,08 50,00 220,00
4 3498 143,65±21,73 68,0m0 240,00
5 3201 167,02±24,88 80,00 259,00
6 3654 189,35±27,74 97,00 300,00
7 4072 208,70±30,19 80,00 337,00
8 3978 218,32±31,14 82,00 359,00
9 2893 224,16±34,07 119,00 380,00
10 2830 233,61±34,50 81,00 380,00
11 2776 246,85±35,36 137,00 408,00
12 2906 260,00±42,59 146,00 458,00
13 2903 274,47±42,94 123,00 502,00
14 2820 291,30±44,63 160,00 536,00
15 2860 307,78±50,69 179,00 589,00
16 2822 324,86±50,26 187,00 529,00
17 2800 340,50±51,55 178,00 615,00
18 2392 354,20±56,20 201,00 630,00
19 2042 368,36±55,81 196,00 619,00
20 1685 373,20±59,64 216,00 770,00
21 1295 385,19±61,87 178,00 704,00
22 1062 402,96±64,03 216,00 680,00
23 854 415,84±62,61 213,00 660,00
24 616 433,39±70,78 220,00 830,00
25 507 452,79±67,51 267,00 817,00
26 368 464,55±57,07 260,00 620,00
27 262 493,48±67,75 260,00 912,00
28 234 504,83±70,83 140,00 736,00
29 173 522,77±81,37 331,00 942,00
30 138 536,48±94,81 286,00 790,00
31 85 553,93±79,02 325,00 724,00
32 71 570,44±76,58 392,00 760,00
33 38 529,24±76,24 226,00 644,00
34 19 581,95±64,89 488,00 700,00
35 21 611,24±156,58 315,00 972,00
43
Anexo 2. Médias observadas (cm) e respectivos desvios-padrão, número de
medições por idade (N), valores mínimos e máximos dos perímetros
escrotais.
Classe de idade (meses) N Média e desvio padrão (cm) Mínimo (cm) Máximo (cm)
7 196 16,98±2,04 12,00 24,00
8 1069 17,72±1,72 11,00 26,00
9 1452 17,78±1,93 11,00 26,00
10 1810 18,15±2,03 12,10 27,00
11 2325 19,16±2,24 11,00 29,50
12 2469 20,00±2,52 12,20 33,00
13 2520 21,11±2,78 12,50 33,00
14 2455 22,29±2,95 12,00 35,00
15 2423 23,25±3,21 13,20 37,20
16 2444 24,46±3,48 14,10 37,00
17 2470 25,66±3,51 14,60 42,00
18 2106 26,31±3,60 16,00 39,00
19 1761 27,37±3,51 16,20 39,00
20 1391 28,12±3,44 18,00 45,00
21 1095 28,87±3,24 18,00 40,00
22 917 29,74±3,29 17,00 39,00
23 737 30,28±3,17 19,00 42,00
24 519 30,97±3,25 18,00 41,50
25 396 31,56±3,09 18,00 43,00
26 255 32,56±2,94 23,50 44,00
27 183 32,69±3,00 21,00 40,00
28 132 33,12±3,35 25,00 43,00
29 103 33,25±3,25 22,50 42,00
30 88 33,07±3,58 23,00 39,70
31 41 33,82±2,89 28,20 40,20
32 37 34,42±3,17 25,00 41,00
33 15 32,40±4,15 23,00 37,00
34 14 35,02±2,91 31,00 40,50
35 16 35,83±5,39 23,50 49,00
44
CAPITULO 3. PARÂMETROS GENÉTICOS, FENOTÍPICOS E AMBIENTAIS
PARA PESO E PERÍMETRO ESCROTAL AOS 12 E AOS 18 MESES DE IDADE
EM MACHOS DA RAÇA NELORE
RESUMO
Parâmetros genéticos e fenotípicos foram estimados para peso corporal e
perímetro escrotal ajustados, respectivamente, aos 12 (P12 e PE12) e aos 18
(P18 e PE18) meses de idade em 10742 machos Nelore. Os animais nasceram
entre 1990 e 2003 e pertenciam a 21 fazendas localizadas no Estado de São
Paulo, mantidas sob manejo extensivo de criação. Os grupos de contemporâneos
foram definidos a partir de animais nascidos na mesma fazenda, ano e estação de
nascimento. As estimativas médias de herdabilidade, obtidas pelo método de
máxima verossimilhança restrita, foram de 0,25; 0,27; 0,29 e 0,42 para P12, P18,
PE12 e PE18, respectivamente. As correlações genéticas foram de média a baixa
magnitude entre P12 e P18, P12 e PE12, P12 e PE18, P18 e PE18; alta para
PE12 e PE18 e próxima de zero entre P18 e PE12. A herdabilidade para PE18
(0,42) foi consideravelmente mais alta que para PE12 (0,29). A correlação
genética entre estas se mostrou alta e positiva, isto sugere que a seleção
realizada em uma característica altera a outra. Devido aos valores de média
magnitude para as herdabilidades nas diversas medidas de peso e perímetro
escrotal, indica-se possível a prática da seleção individual para estas
características.
PALAVRAS-CHAVE: bovino de corte, herdabilidade, perímetro escrotal.
45
CHAPTER 3. GENETIC, PHENOTYPIC AND ENVIRONMENTAL PARAMETERS
FOR WEIGHT AND SCROTAL CIRCUMFERENCE AT 12 AND 18 MONTHS OF
AGE IN NELORE MALES
ABSTRACT
Genetic and phenotypic parameters, obtained using a multiple trait animal model
and a REML algorithm, were estimated for body weight (BW) and scrotal
circumference (SC), adjusted at 12 (BW12 and SC12) and at 18 (BW18 and SC18)
months of age, in 10742 Nelore males. The animals were born between 1990 and
2003 and were maintained exclusively in pastures, in herds of São Paulo State.
The contemporary groups consisted of animals of same herd, year and season of
birth. Mean estimates of heritability for BW12, BW18, SC12 and SC18 were 0.25;
0.27; 0.29 and 0.42, respectively. Genetic correlations between traits were of
medium to low magnitude, except for a high estimate for SC12 and SC18 and a
near zero genetic correlation between BW18 and SC12. Individual selection was
recommended for improvement of all traits. Indirect selection for SC12 can be
achieved, using SC18 as selection criteria.
KEY-WORDS: Beef cattle, heritability, scrotal circumference.
46
INTRODUÇÃO
A bovinocultura de corte no Brasil é constituída, em sua grande maioria, por
animais de raças zebuínas, principalmente a raça Nelore. Devido sua rusticidade,
são bem adaptados ao ambiente tropical e suas adversidades. É de grande
interesse econômico a otimização da eficiência produtiva e reprodutiva dos
rebanhos. Para isso, torna-se necessário conhecer os fatores genéticos e
ambientais que podem interferir no desenvolvimento dos animais.
Pesos corporais, medidos aos 12 e aos 18 meses de idade, são
importantes para avaliar o desempenho produtivo dos rebanhos. Suas
herdabilidades, descritas na literatura, são de média magnitude. Garnero et al.
(2001) obtiveram média de estimativas de herdabilidade em análise bi-
característica para peso padronizado aos 120, 240 e 550 dias de idade de 0,19,
0,19 e 0,34 respectivamente, sendo que, nas diferentes idades, os pesos foram
correlacionados positivamente entre si. Mucari e Oliveira (2003) encontraram
correlação genética alta e positiva (0,62) entre pesos ajustados aos 12 e aos 18
meses de idade, em bovinos Guzerá.
O perímetro escrotal (PE), como critério de seleção, vem sendo indicado
em diversos programas de melhoramento devido à alta herdabilidade e
associação genética com características produtivas e reprodutivas e por ser uma
medida de fácil obtenção. Garnero et al. (2001) e Silveira et al. (2004)
encontraram, respectivamente, valores de herdabilidade de 0,36 e 0,31 para PE
em animais da raça Nelore aos 18 meses de idade. Bergman et al. (1996) e
Gressler et al. (2000), na mesma raça, obtiveram estimativas do mesmo
parâmetro para PE12 e PE18 de (0,42 e 0,76) e (0,24 e 0,31), respectivamente.
47
Gianlorenço et al. (2003) estimaram herdabilidade para PE12 em animais da raça
Canchim de 0,52. Esses resultados indicaram que, nessas idades, a característica
poderá responder ao processo de seleção.
O objetivo deste trabalho foi estimar parâmetros genéticos, fenotípicos e
ambientais para peso corporal e PE, ajustados aos 12 e aos 18 meses de idade
em bovinos de raça Nelore.
MATERIAL E MÉTODOS
Para o presente trabalho, foi utilizado o arquivo de dados de desempenho
de bovinos de corte, gerado pelo Programa de Melhoramento Genético da Raça
Nelore, desenvolvido no Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto, USP, Ribeirão Preto, SP.
Foram estudadas observações de pesos corporais e medidas de perímetro
escrotal de 10742 machos Nelore, nascidos entre 1990 e 2003 e pertencentes a
21 fazendas localizadas no Estado de São Paulo, mantidas sob manejo extensivo
de criação. O manejo reprodutivo envolveu uma estação de acasalamento que
variou de 60 a 90 dias de duração. A maioria dos rebanhos utilizava monta natural
e inseminação artificial, com repasse de touros após o primeiro ou o segundo
serviços. A desmama dos animais ocorria entre 7 e 8 meses de idade. As
medições do peso foram realizadas periodicamente, desde o nascimento dos
animais e as mensurações do perímetro escrotal a partir dos 200 dias até 1020
dias de idade.
48
Foram formados grupos de contemporâneos (GC) a partir de animais da
mesma fazenda, ano e estação de nascimento. As estações de nascimento foram
definidas e divididas em período de seca (abril a setembro) e período de águas
(outubro a março). Os anos de nascimento com datas inferiores a 1990, foram
considerados em uma só classe de ano. Observações de indivíduos que morreram
ou com datas de pesagem desconhecidas foram descartadas. Os GC com menos
de cinco observações por característica e pais com menos de três filhos foram
excluídos.
As pesagens periódicas foram utilizadas para o cálculo dos pesos ajustados
aos 12 (P12) e aos 18 (P18) meses de idade. As medidas de PE foram obtidas por
auxílio de fita métrica metálica milimetrada, na posição mediana da bolsa escrotal,
no ponto de maior dimensão, envolvendo os dois testículos e a pele escrotal.
Estas medidas de PE, tomadas periodicamente, foram utilizadas para o cálculo de
PE ajustado aos 12 (PE12) e aos 18 (PE18) meses de idade.
Para ajustar pesos e perímetros escrotais às idades de 12 e 18 meses,
utilizaram-se inicialmente fatores lineares de correção. Consideraram-se as
medidas observadas mais próximas destas idades de ajuste, realizadas entre 11 e
13 e entre 17 e 19 meses de idade, respectivamente. Essas variáveis foram
regredidas em função da idade (efeito linear; Anexo 1). A partir da equação de
regressão resultante, foram obtidos os valores ajustados para a idade de ajuste e
para a idade em que a medição foi feita. O fator de correção resultou da razão
entre ambos. A variável ajustada para determinada idade foi obtida pelo produto
do valor observado desta pelo seu respectivo fator de correção.
49
Análises de variância dos pesos e perímetros escrotais ajustados pelos
fatores lineares de correção indicaram que este ajuste não foi eficiente para
corrigir o efeito da idade à mensuração em relação ao perímetro escrotal aos 12 e
18 meses. Verificou-se que o efeito da idade à mensuração foi significativo sobre
estas características.
Análises preliminares indicaram uma função não-linear Logística
ε++= −− mktt eAY )1( , descrita por Nelder (1961), para o ajuste do perímetro
escrotal em função da idade. O valor de “Yt” é o perímetro escrotal em cm na
idade “t” (medida em dias); “A” é o valor assintótico do perímetro escrotal quando
“t” tende ao infinito e é interpretado como perímetro escrotal do animal adulto,
independente de pequenas variações em resposta aos efeitos ambientais; “B” é a
constante de integração relacionada aos perímetros e não possui significado
biológico; ”m” é a constante que define a forma da curva e estabelece o grau de
maturidade do PE no ponto de inflexão; “e” é a base do logaritmo natural; “k” é a
taxa de maturação e indica a mudança linear no PE por unidade de tempo; “ε ” é o
erro aleatório associado a cada medida de PE.
Os componentes de variância e covariância e as respectivas estimativas de
herdabilidade e das correlações genéticas, fenotípicas e ambientais, foram obtidos
pelo método de máxima verossimilhança restrita, em um modelo animal bi-
característico, utilizando o programa MTDFREML (Multiple Trait Derivate Free
Restricted Maximum Likelihood), descrito por Boldman et al. (1995). A matriz de
parentesco incluiu 42734 animais.
50
Para estimação das herdabilidades e correlações genéticas e ambientais
entre as variáveis em estudo, foi utilizado o seguinte modelo matricial bi-
característico:
+
+
=
2
1
2
1
2
1
2
1
2
1
2
1
00
00
e
e
u
u
Z
Z
b
b
X
X
y
y
em que:
y1 = vetor de registros da variável 1
y2 = vetor de registros da variável 2
b1 = vetor de efeitos fixos para variável 1;
b2 = vetor de efeitos fixos para a variável 2;
u1 = vetor de efeitos aleatórios de valor genético para a variável 1
u2 = vetor de efeitos aleatórios de valor genético para a variável 2
X1(X2) = matriz de incidência associando os elementos de b1 (b2) a y1 (y2);
Z1(Z2) = matriz de incidência associando os elementos de u1 (u2) a y1 (y2).
Os efeitos fixos considerados nos modelos para as variáveis estudadas
foram: grupos de contemporâneos e a co-variável idade da vaca ao parto (linear e
quadrático). A significância (P<0,001) destes efeitos sobre as variáveis estudadas
foi avaliada em análises pelo método dos quadrados mínimos, utilizando o
procedimento GLM (SAS, 1999).
Foram gerados seis arquivos, combinando as quatro variáveis estudadas,
duas a duas, em que foram mantidos apenas animais com ambas as medidas.
Dessa maneira foram obtidos os valores de erros-padrão para as estimativas. A
51
consistência feita em cada arquivo estabeleceu o número de pais e de grupos
contemporâneos variando entre 165 a 288 e 132 a 216, respectivamente (Anexo
2).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O modelo linear não ajustou o perímetro escrotal em função da idade
porque o crescimento testicular dos bovinos de corte não ocorre de maneira linear.
Isso dificultou a padronização dos perímetros nestas idades. A partir desta
informação pode-se dizer que os modelos não-lineares são mais indicados. Lobo
et al. (2002) avaliaram diferentes métodos lineares e não-lineares de padronização
dos pesos corporais as idades de 205, 365 e 550 dias em animais da raça Nelore.
As curvas de Richards e Brody foram as que melhor representaram o crescimento
dos animais, com alguma superioridade da primeira pela segunda.
As médias aritméticas observadas e respectivos desvios-padrão, coeficiente
de variação, número total de observações e valores mínimo e máximo para as
medidas de peso e perímetro escrotal ajustados aos 12 e aos 18 meses de idade,
estão relacionados na Tabela 1.
Médias observadas para as características estudadas foram semelhantes
àquelas verificadas na literatura. Dal-Farra et al. (1998) trabalhando com touros da
raça Nelore, obtiveram médias de PE18 e P18, respectivamente de 28,34±3,35cm
e 333,03±36,25kg e observaram que a medida de perímetro escrotal na idade de
520 a 550 dias pode aumentar a eficiência da seleção para precocidade sexual.
52
Os autores verificaram que quando o perímetro escrotal atinge 28,0 cm o animal
tem idade aproximada de 580 dias.
As médias das estimativas dos componentes de variância aditiva direta,
ambiental e fenotípica, obtidas a partir das análises bi-características, para as
variáveis estudadas são descritas no Anexo 3. Observa-se, no Anexo 4, as
covariâncias genética aditiva e de efeito ambiente, obtidas por análises bi-
características, entre peso e perímetro escrotal ajustados aos 12 (P12 e PE12) e
aos 18 (P18 e PE18) meses de idade.
Tabela 1. Médias observadas e respectivos desvios-padrão, coeficiente de
variação (CV), número total de observações (N) e valores mínimos e
máximos para peso e perímetro escrotal ajustados aos 12 (P12 e PE12) e aos
18 (P18 e PE18) meses de idade.
Variável N Média ± desvio-padrão CV (%) Mínimo Máximo
P12 (kg) 8543 255,08 ± 31,75 12,44 153,05 407,65
PE12 (cm) 7036 19,38 ± 2,19 11,28 10,70 26,33
P18 (kg) 7888 341,46 ± 46,93 13,75 200,22 583,68
PE18 (cm) 6978 25,73 ± 3,18 12,37 12,42 36,41
As estimativas de herdabilidade para todas as características apresentaram
magnitude média a alta e estão relacionadas na Tabela 2. Estes valores implicam
que parte considerável da expressão destas características se deve ao efeito
aditivo dos genes, tornando-se possível a prática de seleção individual, tomando-
53
as como critério. Os baixos valores dos erros-padrão proporcionaram maior
confiabilidade destas estimativas. Dias et al. (2003) encontraram o mesmo valor
de herdabilidade (0,42 ± 0,04) para PE18, trabalhando com animais da mesma
raça, quando consideraram o P18 e a idade ao sobreano, como covariáveis.
Silveira et al. (2004), trabalhando com animais da raça Nelore, obtiveram
herdabilidades de 0,30 e 0,39 para peso e perímetro escrotal aos 18 meses de
idade. Sarreiro et al. (2002) utilizaram dados de touros da raça Nelore com idade
média de 31 meses e estimaram herdabilidade de 0,38 para perímetro escrotal.
Silva et al. (2000), trabalhando com animais da raça Canchim, estimaram
herdabilidades de 0,37 e 0,30 para peso e perímetro aos 12 meses de idade,
respectivamente.
De acordo com Dal-Farra et al. (1998), a seleção genética para perímetro
escrotal entre 17 e 18 meses de idade parece ser mais adequada, pois
possibilitaria identificar machos que apresentam o crescimento testicular
antecipado, já que a taxa de crescimento decresce gradativamente quando o
animal atinge a idade a puberdade que ocorre por volta dos 19,4 meses,
caracterizando maior precocidade sexual. Neste trabalho, a maior estimativa de
herdabilidade encontrada para PE, aos 18 meses de idade, é indicativa de seleção
individual mais eficiente do que aos 12 meses.
54
Tabela 2. Estimativas de herdabilidade e respectivos erros-padrão, obtidos
por análise bi-característica e médias aritméticas dos valores de
herdabilidade para peso corporal e perímetro escrotal ajustado aos 12 (P12 e
PE12) e aos 18 (P18 e PE18) meses de idade.
Característica Valores de herdabilidade * Média
P12 0,13 ± 0,03 b 0,30 ± 0,06 c 0,32 ± 0,06 d 0,25
PE12 0,27 ± 0,05 b 0,29 ± 0,05 a 0,31 ± 0,05 d 0,29
P18 0,23 ± 0,05 c 0,25 ± 0,04 a 0,27 ± 0,05 d 0,25
PE18 0,42 ± 0,06 b 0,42 ± 0,06 a 0,43 ± 0,06 c 0,42
* Análise bi-característica com P12(a); P18(b); PE12(c) e PE18(d)
Na Tabela 3, estão relacionadas as correlações genéticas e ambientais,
obtidas por análises bi-características, para as características estudadas.
Correlações fenotípicas entre as mesmas foram positivas e altas, variando de 0,40
(PE12 e P18) até 0,77 (P12 e P18). A correlação genética foi alta e positiva entre
PE12 e PE18 (0,89), possibilitando a seleção indireta de uma característica pela
outra. A associação genética entre P18 e PE12 foi praticamente nula, indicando
que a alta associação fenotípica entre estas se deve exclusivamente ao
componente ambiental. As demais correlações genéticas entre as outras
características apresentaram-se de média a baixa magnitude.
Em geral, pesos medidos nas diferentes idades são altamente associados
geneticamente. Neste trabalho, verificou-se que a correlação genética entre P12 e
P18 (0,30 ± 0,11) foi menor do que aquelas verificadas na literatura. Silveira et al.
(2004), utilizando animais da mesma raça, obtiveram correlação de 0,46 entre P18
55
e PE18. Garnero et al. (2001) encontraram valores de média magnitude: 0,31
entre PE550 e P120; 0,37 entre PE550 e P240 e 0,40 entre PE550 e P550. Mucari
e Oliveira (2003), estudando animais da raça Guzerá, encontraram correlação
genética de 0,62 entre peso ajustado aos 12 e aos 18 meses de idade. O
resultado obtido por estes autores sugere a possibilidade de se realizar a seleção
indireta de uma característica pela outra.
Tabela 3. Correlações genéticas (acima da diagonal) e ambientais (abaixo da
diagonal) e respectivos erros-padrão, obtidas por análises bi-características,
entre peso e perímetro escrotal ajustados aos 12 (P12 e PE12) e aos 18 (P18
e PE18) meses de idade.
Variável P12 PE12 P18 PE18
P12 0,21±0,13 0,30±0,11 0,21±0,11
PE12 0,58±0,03 -0,08±0,15 0,89±0,04
P18 0,80±0,02 0,56±0,04 0,16±0,12
PE18 0,55±0,04 0,53±0,03 0,63±0,04
CONCLUSÕES
As estimativas de herdabilidade para os pesos e perímetros aos 12 e aos
18 meses, indicaram considerável variação genética aditiva para estas
características. Assim, a seleção direta é adequada e pode resultar em progresso
genético.
56
O perímetro escrotal ajustado aos 18 meses de idade é mais indicado para
ser utilizado como critério de seleção do que ajustado aos 12 meses, já que
apresentou maior herdabilidade e a correlação genética entre ambos foi alta e
positiva, possibilitando selecionar indiretamente para o perímetro escrotal aos 12
meses de idade.
As correlações entre perímetro escrotal aos 18 meses de idade com peso
aos 12 e aos 18 meses de idade não foram altas, mas foram positivas. A utilização
do perímetro escrotal ajustado aos 18 meses como critério de seleção possibilita a
melhoria indireta dos animais sobre as duas idades de pesos ajustados.
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59
Anexo 1. Valores de intercepto (a) e coeficiente de regressão (b) e
respectivos erros-padrão, obtidos na regressão linear de peso corporal (P) e
perímetro escrotal (PE) em função da idade, nos períodos de 11 a 13 e de 17
a 19 meses.
Variável (Período) a B *
P(11-13 meses) 89,7794 ± 5,6251 0,4495 ± 0,0153
P(17-19 meses) 83,9723 ± 11,6194 0,4808 ± 0,0212
PE(11-13 meses) 7,7583 ± 0,3879 0,0324 ± 0,0011
PE(17-19 meses) 8,4764 ± 0,8115 0,0320 ± 0,0015
*b • 0 (P < 0,05) pelo teste t
Anexo 2. Número de pais (NP) e de grupos de contemporâneos (GC) por
conjunto de dados para análise bi-característica de peso e perímetro escrotal
ajustados aos 12 (P12 e PE12) e aos 18 (P18 e PE18) de idade.
Conjunto de dados NP GC
P12 e PE12 210 136
P18 e PE18 212 137
P12 e PE18 212 137
P18 e PE12 212 135
P12 e P18 288 216
PE12 e PE18 165 132
60
Anexo 3. Médias das estimativas dos componentes de variância genética
aditiva direta ( 2aσ ), ambiental ( 2
eσ ) e fenotípica ( 2pσ ), obtidas por análises bi-
características, para peso e perímetro escrotal ajustados aos 12 (P12 e PE12)
e aos 18 (P18 e PE18) meses de idade.
Variável 2aσ 2
eσ 2pσ
P12 180,22 422,63 602,85
PE12 0,85 2,13 2,98
P18 283,56 780,77 1064,33
PE18 2,58 3,64 6,22
Anexo 4. Covariância genética aditiva (acima da diagonal), covariância de
efeito ambiente (abaixo da diagonal), obtidas por análises bi-características,
entre peso e perímetro escrotal ajustados aos 12 (P12 e PE12) e aos 18 (P18
e PE18) meses de idade.
Variável P12 PE12 P18 PE18
P12 2,60 47,12 4,83
PE12 17,25 -1,16 1,41
P18 579,94 23,38 4,25
PE18 21,06 1,43 33,68