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  • Constantino Monteiro Alves, Eng. Txtil Outubro de 2013

    FORMAO

    FIAO DE ALGODO

    TIPOS DE ALGODES E

    PROCESSOS DE FABRICO

  • FIAO DE ALGODO TIPOS DE ALGODES E PROCESSOS DE FABRICO

    Documento preparado por Constantino M. Alves, Eng. Txtil Pag. n de 66

    1

    NDICE

    Pag.n

    Introduo Terica 3

    1 Historial do Algodo 4

    2 A Planta do Algodo 5

    2.1 Plantao 5

    2.2 Tipos de Algodes 7

    2.2.1 O Grau do Algodo 7

    2.2.2 A Cor do Algodo 9

    3 Fibra do Algodo 11

    3.1 Estrutura do Algodo 11

    3.2 Composio da Fibra de Algodo 13

    3.3 Propriedades e caractersticas do algodo 14

    3.4 Identificao da fibra do Algodo 17

    3.5 Standards Oficiais da U.S.A. 18

    3.6 Standards Oficiais da U.S.A para os algodes SUPIMA 19

    3.7 Standards Oficiais dos algodes do Per Pima 19

    3.8 Standards Oficiais para os Algodes do EGIPTO 20

    3.9 Classificao adoptada e comparao dos Graus do Egipto versus

    Graus Americanos

    20

    4 Fiao de Algodo 35

    4.1 Conceito de Fiao 35

    4.2 Fiao de Anel 37

    4.2.1 Principio da Fiao de Anel 39

    4.3 Fiao a Rotor 43

    4.3.1 Principio da Fiao a Rotor 44

    4.4 Fiao Air-Jet 47

    4.5 Fiao Siro 48

    4.6 Fiao Compact 49

    4.7 Fiao Core Spun 50

    5 Informaes Tcnicas sobre o processo de Fiao 51

    5.1 A Estiragem 51

    5.2 Os Cilindros de Estiragem 52

    5.3 O Calculo da Estiragem 52

    5.4 Factores que afectam o Sistema de Rolos de Estiragem 53

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    2

    6 Classificao dos fios 53

    6.1 Classificao a partir da Densidade Linear 53

    6.1.1 O Sistema Tex 54

    6.1.2 O Sistema Denier 54

    6.1.3 O Sistema Mtrico 54

    6.1.4 O Sistema Ingls 55

    6.2 Classificao dos Fios a partir da Direco e Grau da Toro 55

    6.2.1 O Factor da Toro 56

    7 Breves Informaes sobre a Irregularidade dos Ttulos 58

    8 Parmetros de Qualidade a controlar nas Fibras e nos Fios de Algodo 63

    8.1 Caractersticas mais importantes na avaliao da qualidade das

    Fibras de Algodo.

    64

    8.2 Caractersticas mais importantes na avaliao da qualidade do

    processo de fiao de fios de Algodo.

    64

    8.2.1 Parmetros da Fiao 64

    8.2.2 Parmetros dos Fios 65

    9 Informaes Gerais 65

    9.1 Instrumentos utilizados no controlo do Algodo e tipo de Medio

    efectuada

    65

    9.2 Correlaes entre caractersticas qualitativas do algodo e as

    caractersticas qualitativas de um fio.

    66

    Bibliografia 67

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    3

    Introduo Terica

    1- Breve Historial do Algodo

    Ningum parece saber exactamente quando que o homem comeou a usar o algodo para

    confeccionar produtos para sua utilizao, no entanto, achados arqueolgicos em Mohenjo-Daro no

    Paquisto, e no vale Tehaucan no Mxico, ambos datados de 3000 a.C., sugerem que a planta de

    algodo j era cultivada e usada na fabricao de txteis mais de 5000 anos.

    Tendo como base o facto de serem zonas muito distantes poder-se- concluir que o algodo deve ter

    crescido de forma selvagem e posteriormente o homem apreendeu o seu cultivo mais ou menos de

    forma intensiva.

    No Mediterrneo, no tempo de Alexandre, o Grande, j eram comercializados tecidos de algodo de

    considervel leveza, muito finos e de grande qualidade. Estes tecidos eram fabricados na ndia.

    Na Europa, onde a l era a nica fibra usada para produzir roupas, dos pases do Oriente, atravs das

    viagens terrestes tomou conhecimento do algodo.

    Na Idade Mdia, no sculo VIII, os rabes trouxeram a planta do algodo para a Espanha introduzindo

    a plantao de algodo e a produo de tecidos com esta fibra, onde teve sucesso at ao sculo XV.

    Desde ento, com a abertura das rotas martimas para a ndia, Portugal ficou a ser a primeira fonte de

    tecidos de algodo.

    No sculo XIV o algodo crescia nos pases Mediterrneos e transportado da para as indstrias na

    Holanda e para a Europa Ocidental para a ser fiado e tecido. At meados do sculo XVIII, o algodo

    no era produzido na Inglaterra, porque os produtores de l no queriam que o algodo competisse

    com o seu prprio produto. Desta forma, conseguiram aprovar uma lei em 1720 que tornava ilegal a

    produo ou venda de artigos de algodo.

    Quando a lei foi finalmente revogada em 1736, as indstrias de algodo cresceram em nmero. Apesar

    disso, nos Estado Unidos no foi possvel construir indstrias de algodo, pois a Inglaterra no

    permitia que qualquer maquinaria abandonasse o pas pois temiam que as colnias competissem com

    eles. Mas um homem de nome Samuel Slater, que trabalhou numa indstria em Inglaterra, foi capaz de

    construir uma indstria de algodo na Amrica em 1790. Seguidamente, a plantao de algodo foi

    expandida para a Amrica do Norte.

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    4

    2- Planta de algodo

    Cpsula de algodo

    A cpsula a parte da planta que produz a fibra. A fibra cresce sobre o caroo. Cada planta de algodo

    ir produzir entre cinco a vinte capsulas dependendo da densidade da plantao.

    Fig. 2.1- Flor de algodo; capsula ou capulho fechado; capsula a abrir e algodo maduro.

    2.1 Plantao

    poca de crescimento

    O algodo semeado quando a temperatura do solo atinge cerca de 12C, geralmente comeando a

    meados de Setembro e acabando a meados de Outubro. O perodo mdio de crescimento

    aproximadamente de 180 dias. A primeira flor aparece no final de Dezembro e a colheita geralmente

    efectuada a meados de Abril logo a seguir desfolhao.

    2.2 A Colheita

    A colheita feita durante os meses de Abril e Maio, sendo efectuada atravs de um mecanismo

    especializado que retira as capsulas da planta de algodo. No final da colheita, as capsulas colhidas so

    despejadas em reservatrios, e a so sujeitos a uma fora de compresso de forma a poderem ser

    transportados por camio para ser posteriormente descaroados.

    Nota importante: as pocas de sementeira e colheitas diferem, como evidente, da localizao dos

    pases produtores e dos respectivos continentes, seja no hemisfrio Norte, seja no hemisfrio Sul (ver

    na pagina seguinte a Tabela n 1 Pases produtores de Algodo)

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    5

    Tabela n 01 PASES PRODUTORES DE ALGODO P E R O D O S D E C O L H E I T A

    S

    I

    A

    C

    E

    N

    T

    R

    A

    L

    PASES REGIES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    China Xinjang XXX XXX XXX

    Shandong XXX XXX XXX

    Mongcheng XXX XXX XXX

    ndia Punjab/Haryana XXX XXX XXX XXX XXX

    Madhya Pradesh XXX XXX XXX XXX XXX

    Andhra Pradesh XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX

    Paquisto Punjab XXX XXX XX XXX XXX XXX

    Sind XXX XXX XXX XXX XXX XXX

    Turquia Izmir Antalya XXX XXX XXX

    ukurowa XXX XXX XXX

    Sria XXX XXX

    Iro XXX XXX

    Uzbekisto XXX XXX

    Turkmenisto XXX XXX XXX XXX

    F

    R

    I

    C

    A

    Egipto ( Extra Longo ) XXX XXX

    ( Longo ) XXX XXX

    Sudo XXX XXX XXX XXX XXX XXX

    Kenia XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX

    Tanznia XXX XXX

    Uganda XXX XXX XXX XXX

    Zimbaw XXX XXX XXX XXX XXX

    Costa do Marfim XXX XXX XXX XXX

    Burkina Faso XXX XXX XXX

    Benin XXX XXX

    Togo XXX XXX

    Mali XXX XXX

    Camares XXX XXX XXX XXX XXX

    Chad XXX XXX XXX

    AMRICA

    DO

    NORTE E

    CENTRAL

    PASES REGIES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

    Estados

    Unidos = USA =

    Oeste XXX XXX XXX XXX

    Sudoeste XXX XXX XXX

    Centro Sul XXX XXX XXX XXX

    Sudeste XXX XXX XXX XXX

    Texas Sul XXX XXX XXX

    Texas Oeste XXX XXX XXX XXX

    Mxico XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX

    Guatemala XXX XXX XXX XXX

    Nicargua XXX XXX XXX

    AMRICA

    DO

    SUL

    Argentina XXX XXX XXX XXX

    Bolvia XXX XXX

    Brasil Nordeste XXX XXX XXX XXX XXX

    Centro Sul XXX XXX XXX XXX

    Centro

    Oeste

    XXX XXX XXX

    Colmbia XXX XXX

    Paraguai XXX XXX

    Per XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX XXX

    EUROPA Espanha Andalucia XXX XXX

    Grcia Thessaly XXX XXX XXX

    Macedonia XXX XXX XXX

    OCEANIA Austrlia XXX XXX

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    6

    2.3 - Efeito das condies de crescimento

    As caractersticas bsicas das fibras de algodo, tais como o seu dimetro, so determinadas por

    factores hereditrios. Mas a natureza da fibra tambm afectada enormemente pelas condies sob as

    quais a planta cresce.

    Numa planta tpica, o algodo ir desenvolver-se aproximadamente durante sete semanas dentro da

    capsula. Mas todas as capsulas no maturam ao mesmo tempo. As capsulas podem ir abrindo na planta

    do algodo num perodo de oito a nove semanas. O tempo total entre a florao e a abertura das

    ltimas capsulas assim atinge os quatro meses. A produo final do algodo afectada pelas condies

    sob as quais a planta cresce antes da florao. A qualidade da fibra influenciada pelas condies que

    enfrenta durante o tempo em que as fibras se desenvolvem dentro da capsula.

    Uma quebra no crescimento da planta durante o perodo de desenvolvimento da fibra pode abrandar a

    deposio da celulose. Quando as condies so repostas para o normal, o crescimento da fibra ir

    continuar mas os efeitos da interrupo sero exibidos na qualidade da fibra.

    Fibras curtas resultam de um pobre crescimento na fase inicial de desenvolvimento; fibras com paredes

    finas aparecem devido a desenvolvimentos das paredes na fase secundaria interrompidos ou reduzidos.

    No interessa como o algodo cresce, pois inevitvel que muitas das fibras em todas as capsulas

    estaro num estado imaturo. A proporo das fibras imaturas para com fibras maturas um factor

    importante na classificao do algodo.

    2.4 - Principais pestes e doenas

    A maior peste e doenas do algodo so traa Heliothis, verme da capsula de algodo e verme da flor,

    pequenos aracndeos, e pestes tais como afideos (uma espcie de insectos) .

    Fig.2.2- Afideos

    importante que as ervas daninhas sejam controladas completamente no apenas para a produo

    mas tambm para que o algodo no seja contaminado na altura da colheita.

    O verme rosa da capsula ( Pectinophora gossypiella) outro insecto que causa grandes perdas

    econmicas nas plantaes, especialmente na ndia, Egipto e Brasil. O insecto adulto um pequeno

    bicho da traa castanho que deixa os seus ovos na planta de algodo. As larvas incubadas saem dos

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    ovos e constroem um tnel para o interior das capsulas, alimentando-se das fibras de algodo,

    impedindo um desenvolvimento adequado da fibra.

    Outras pestes de insectos, tais como verme da folha de algodo, verme da cpsula do algodo, aranha

    vermelha do algodo originam graves problemas no que diz respeito qualidade do produto, bem

    como rentabilidade do mesmo por hectare.

    Fig.2.3-aranha vermelha

    2.5 O Descaroamento

    Aps a colheita, as fibras de algodo tm de ser separadas do caroo, um processo levado a cabo

    mecanicamente pela descaroadora de algodo. O descaroamento o processo de separao do

    algodo da semente e de quaisquer impureza ou matria estranha que tenha sido colhida. Aps

    descaroamento o algodo empacotado, sob a forma de fardos, testados, classificados e enviados

    para os fornecedores.

    Fig.2.4- Descaroamento automtico, empacotamento e transporte do dos fardos de algodo.

    Notar, que h dois tipos desta mquina em uso, a descaroadora de serras e a descaroadora de rolos ,

    sendo um indicador importante no que diz respeito qualidade do produto do algodo ( denominado

    algodo Sawginned e Rollerginned, consoante descaroado por serras ou por rolos).

    A descaroadora de serras principalmente usada para algodo de comprimento pequeno ou mdio, e

    a descaroadora de rolos geralmente preferida para fibras longas, apesar de alguns tipos de algodo

    Asitico e do Paquisto de fibras curtas serem descaroados por rolos. Este processo de

    descaroamento mais lento e mais caro. O algodo Upland e o Algodo Pima requerem diferentes

    mtodos de descaroamento. O algodo Upland sofre um descaroamento por serras enquanto que o

    algodo Pima sofre um descaroamento por rolos sendo preservado o comprimento (staple) deste

    algodo de ttulo especialmente fino.

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    Neps e naps

    Aps o descaroamento, a rama pode apresentar naps e neps. Os naps so emaranhados de fibras

    formados em consequncia do mau estado do fruto ( humidade, amadurecimento completo, etc). Os

    neps so pequenos aglomerados de fibras que parecem pontos quando observados contra a luz e

    normalmente tem origem na baixa maturao das fibras.

    Fig.2.5- Um nico nep a ser observado ao microscpio, mostrando uma massa de fibras imaturas e

    enroladas.

    Os naps so de fcil eliminao, o mesmo no acontece com os neps, que podem aparecer no fio e no

    tecido. Quanto mais finas ou mais imaturas forem as fibras, maior a tendncia a formar neps

    especialmente no processo de abertura, limpeza e cardao.

    2.6 - Tipos de algodo

    Muitas variedades da planta de algodo so cultivadas comercialmente em diferentes partes do mundo,

    sob variadas condies de crescimento. Como resultado, h muitas classificaes e qualidades de

    algodo diferentes, que variam largamente nas suas propriedades e caractersticas.

    A avaliao do algodo inevitavelmente um trabalho difcil, requerendo grande experincia e

    profissionalismo. O comprimento (staple) uma avaliao da fibra com respeito ao seu comprimento

    tecnicamente muito importante. No caso do algodo, o comprimento (staple) corresponde a valores de

    comprimento muito prximos do que a fibra efectivamente apresenta, quando medido nas condies

    regulares e tcnicas correctas.

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    Fig.2.6- Comparao dos comprimentos (staple) e seces transversais de maturao da fibra

    de diferentes tipos de algodo (A) Sea Island (Ilha de S. Vicente); (B) Sudo (Gezira); (C) Amrica

    (Texas); (D) ndia (Bengals).

    Os algodes comerciais podem ser, de um modo geral, classificados em trs categorias com referncia

    ao comprimento (staple):

    (1) Comprimento (staple) 1- 2 polegadas (26-50 mm) = Inclui as fibras finas, com brilho que

    formam os algodes de qualidade de topo. As fibras tm geralmente um dimetro de 10- 15

    microns e 1.1-1.8 dtex (0.99 1.72 den). O algodo do Egipto e o algodo Americano Pima so

    algodes desta categoria. Estes algodes de elevada qualidade so geralmente os mais difceis

    de cultivar.

    (2) Comprimento (staple) - 1 5/16 polegadas (12 33 mm) = Inclui os algodes de resistncia

    mdio, brilho mdio que formam o grande volume da colheita mundial. As fibras tm

    geralmente um dimetro de 12-17 microns e 1.4 2.2 dtex ( 1.26-1.98 den). O algodo

    americano Upland e alguns tipos da Amrica Latina ( Peru) esto inseridos nesta categoria.

    (3) Comprimento (staple) 3/8 1 polegada ( 9 26 mm) = Inclui as fibras de algodo grossas, de

    baixo grau que so geralmente de baixa resistncia e tm pouco ou nenhum brilho. As fibras

    tm geralmente um dimetro de 13-22 microns e 1.5 2.9 dtex(1.35 2.61 den). Muitos dos

    algodes Asiticos, Indianos e alguns Peruanos esto inseridos nesta categoria.

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    Tabelas para avaliao:

    Tabela n 02

    FINURA EM VALORES MICRONAIRE

    Inferior a 3.0 Muito Fina

    3.0 a 3.9 Fina

    4.0 a 4.9 Mdia

    5.0 a 5.9 Grossa

    Superior a 5.9 Muito Grossa

    Tabela n 03

    FIBRAS CURTAS E MDIAS

    FIBRAS LONGAS

    31/32 = 24.6 mm 1.7/32 = 30.9 mm

    1 = 25.4 mm 1.9/32 = 32.5 mm

    1.1/32 = 26.2 mm 1.3/8 = 34.9 mm

    1.1/16 = 27.0 mm 1.7/16 = 36.5 mm

    1.3/32 = 27.8 mm 1.1/2 = 38.1 mm

    1.1/8 = 28.6 mm 1.9/16 = 39.7 mm

    2.6.1 Os Graus

    Centenas de variedades de algodo desenvolvem-se em diferentes condies climticas e em todo o

    tipo de solo e meio ambiente. A graduao e classificao de todos estes algodes, com especial

    referncia aos fios e tecidos que iro produzir, no obviamente muito simples. Para que haja uma

    correcta apreciao, ela deve ser efectuada por tcnicos especializados, os denominados classificadores

    de ramas de algodo.

    Fig.2.7 Diagrama de Fibras de um Algodo

    Assim, a avaliao do algodo levada a cabo tradicionalmente por um classificador de algodes, de

    dever ter profissionalismo e longa experincia no julgamento da qualidade do algodo,

    inspeccionando e apalpando os algodes. O classificador toma nota do comprimento (staple), da cor e

    da quantidade de impurezas do algodo e a qualidade da sua preparao.

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    Fig.2.8 - Avaliao do grau do algodo - padres da Universal Grade Standards.

    bastante usual efectuar a classificao do algodo a partir de um exame manual. O comprimento

    (staple) julgado tomando uma amostra e executando um pulling a fim de exibir uma teia fibrosa das

    fibras. O pulling o comprimento comercial e tem em conta sobretudo as fibras longas existentes na

    amostra e, corresponde mais ou menos ao comprimento que atingem 25% das fibras.

    Fig.2.9- Aps efectuar o pulling (imagem esquerda) compara com os comprimentos de fibra padres.

    Os padres mais utilizados mundialmente so os Universal Grade Standards, estabelecidos e

    vendidos pelo Departamento da Agricultura dos EUA.

    Para os algodes brancos ( cor normal) os principais graus so:

    Strict Good Middling

    Good Middling

    Strict Middling

    Middling

    Strict Low Middling

    Low middling

    Strict good ordinary

    Good Ordinary

    Notar que so ainda considerados tipos intermdios que se situam entre cada duas categorias

    principais.

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    2.6.2 - A Cor

    Um algodo que amadureceu bem e tenha sido colhido com boas condies climatricas e no tempo

    certo, apresenta-se com cor branco-creme e com brilho. Se apanhou geada, aparece com manchas

    amarelas. Se apanhou chuva, apresenta cor com tonalidade mais cinza. As impurezas que acompanham

    a rama indicam o modo de colheita e descaroamento.

    Em adio a estas qualidades bsicas deveremos ter em considerao a capacidade do algodo ser

    fiado e tecido. Esta avaliao ser feita a partir de testes laboratoriais que fornecero valores

    numricos precisos das vrias propriedades do algodo e que sero explicados com detalhe mais

    frente.

    3- A Fibra do algodo

    3.1 - Estrutura da fibra do Algodo

    A fibra matura do algodo forma uma estrutura tal como uma fita achatada que se assemelha a uma

    cmara-de-ar de uma bicicleta da qual o ar foi removido, variando de espessura entre 12 a 20

    micrmetros. altamente convoluta e os nmeros de convulses rondam entre 4 a 6 por mm,

    revertendo na direco cerca de cada milmetro ao longo da fibra.

    Fig.3.1- Seces transversal e longitudinal da fibra de algodo.

    Estas caractersticas tornam o algodo fcil de identificar ao microscpio.

    As fibras de algodo tm uma estrutura fibrilar. A sua morfologia exibe trs caractersticas

    importantes: parede primaria, parede secundria e lmen.

    Fig.3.2 Estrutura morfolgica da fibra de algodo

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    A parede primria consiste de uma malha de fibrilas de celulose cobertas com uma camada exterior de

    pectinas, protenas e cera. A cera confere fibra impermeabilidade gua e solues aquosas no caso

    de no ser usado um agente molhante. Apesar da parede primria estimar apenas 5% do peso da fibra,

    ela contm a maior parte dos constituintes no celulsicos.

    A parede secundria constitui o volume da fibra matura e consiste de fibrilas celulsicas dispostas em

    volta do eixo da fibra.

    O lmen um canal vazio ao longo do comprimento da fibra que se encontra no seu centro. Numa

    fibra de algodo matura, a deposio da celulose na parede secundria torna-se to pesado deixando

    apenas um lmen muito pequeno. Uma fibra imatura, por outro lado, tendo pouca celulose na parede

    secundria permite apresentar um lmen largo e distinto. Numa fibra de algodo normal, o lmen

    apesar de quase completamente desmoronado representa um volume considervel de espao livre.

    Desta forma, permite que a fibra de algodo absorva gua por capilaridade e por isso tem uma

    importante influncia nas propriedades do algodo como um material txtil.

    Fig.3.3- Seco transversal do algodo vista no microscpio electrnico

    3.2-Composio da fibra do Algodo

    A composio de uma fibra de algodo tpica dada na tabela abaixo. A composio actual depende

    do tipo de fibra de algodo, da condies de crescimento e da maturidade.

    Tabela 04 - Composio da fibra de algodo

    Constituintes Proporo de peso seco (%)

    Celulose 94.0

    Protenas 1.3

    Pectinas 1.2

    Cera 0.6

    Cinzas 1.2

    Outras substncias 1.7

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    14

    Notar que a celulose consiste em tomos de carbono, hidrognio e oxignio.

    Fig.3.4- Modelo da fibra de algodo

    3.3- Propriedades e caractersticas do algodo

    As propriedades mais importantes da fibra de algodo esto de seguida resumidas na tabela abaixo:

    Tabela 05 - Propriedades e caractersticas da fibra de algodo

    Comprimento de

    fibra

    uma caracterstica fundamental para a comercializao do algodo.

    Mede-se em polegadas.

    Pode variar entre 1/32 e 2.

    Finura da fibra Est relacionada com o tamanho da sua seco transversal. Um dos

    mtodos mais usados para a sua determinao a partir do micronaire, ou

    ento, pelo titulo (peso por unidade de comprimento).

    As fibras de algodo apresentam finuras que vo de 12 a 20m. [sendo de

    20 a 40m no ponto da insero (aderncia) no gro da semente diminuindo na direco da ponta.]

    Superfcie da fibra Com tores irregulares em S e Z que conferem fibra boa fiabilidade.

    Uniformidade O comprimento mdio indicado deve ser mantido pela parte preponderante

    do material fornecido. Quanto menores as oscilaes em finura e

    comprimento, tanto melhor o lote.

    Impurezas Qualquer algodo contm impurezas, causadas por partculas da planta. O

    algodo colhido mo mais limpo do que colhido por meio da mquinas

    (mas devido a ser mais moroso e logo mais dispendioso, quase no

    usado, a no ser em pases de mo de obra muito disponvel e barata).

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    15

    Cor

    A cor do algodo varia desde o creme at pardacento.

    Tipo norte americano branco at pardacento Tipo da ndia cinzento- brancos at amarelo- brancos Tipo do Egipto amarelados at pardacentos A matria corante contida nas fibras normalmente eliminada por

    oxidao (operao de branqueamento da fibra).

    Brilho e aspecto A maioria dos tipos de algodo apresenta pouco brilho, s o algodo

    egpcio tem leve brilho e sedoso. A fibra obtm brilho pela mercerizao.

    Toque Suave, acalentador.

    Taxa de Absoro

    de Humidade

    a quantidade de gua que a fibra absorve.

    O algodo tem uma alta absoro de humidade.

    As propriedades mecnicas da fibra de algodo so afectadas pela

    quantidade de gua na fibra, a resistncia traco aumenta com a

    quantidade de gua presente (at determinado valor), ou seja, tem maior

    resistncia a molhado que a seco. Fibras molhadas so 20% mais fortes

    que as fibras secas.

    A quantidade de gua que a fibra retm exprime-se por Taxa de

    Recuperao de Humidade:

    T.R.H.(%) = Peso da fibra com humidade Peso da fibra seca Peso da fibra seca

    (o peso da fibra determina-se aps secagem em estufa a 105C durante 4 a

    16 horas at atingir peso constante aps 3 medies consecutivas num perodo de 1 hora)

    Higroscopicidade

    A fibra de algodo hidrfila, ou seja, absorve e retm grande quantidade

    de humidade. Absorve 8,0 a 8,5% de humidade do ar quando o clima

    normal, 32% quando a humidade relativa 100%.

    A tolerncia combinada de humidade de 8,5% do peso seco e em fibras

    mercerizadas 10,50%. Fibras secas conservam a forma que assumiram no

    intumescimento, por isso, o tecido exige ser passado a ferro.

    Capacidade de

    alvejamento e

    tingimento

    No conveniente tingir-se as fibras sem um tratamento prvio, atendendo

    que o algodo cru contm impurezas. O algodo e produtos de algodo

    podem ser alvejados em qualquer momento e posteriormente tingidos.

    O tingimento pode ser feito com a mxima garantia.

    Densidade uma caracterstica que afecta a leveza e o cair dos artigos de algodo. O

    algodo tem uma densidade de 1,55 g/cm3.

    Alongamento (alongamento da

    ruptura)

    Suficiente, ocupa o primeiro lugar nas fibras vegetais.

    Elasticidade e

    resistncia ao

    amassamento

    Suficiente, melhor que a do linho, pior que a da l e da seda. Acabamento

    possibilita melhoria.

    Plasticidade Suficiente

    Conservao do

    calor

    Satisfatria

    Estabilidade da

    forma

    Reduzida, melhor que a do linho, menor que a da l e da seda.

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    16

    Efeito dos

    solventes

    orgnicos

    Excelente resistncia. Apenas solvel em solventes especiais como o

    licor de Schweitzer (oxido de cobre amoniacal) ou cuprietileno-diamina e

    por acido sulfrico concentrado (70%).

    Comportamento

    com cidos, e

    bases

    cidos fracos quase no atacam as fibras; cidos fortes concentrados a frio

    ou cidos diludos a quente atacam e destroem a fibra.

    Tm uma resistncia excelente s bases. Incha em soda custica

    concentrada (caso da mercerizao) mas no degradado.- sob condies

    controladas.

    Efeito de oxidantes

    e redutores

    Em certas operaes de ultimao, nomeadamente no branqueamento o

    algodo submetido a tratamentos com oxidantes e em menor escala com

    redutores. Nas lavagens domsticas usual a aplicao da lixvia de cloro

    (hipoclorito) para remoo de ndoas que um forte oxidante.

    O algodo tem uma resistncia aceitvel, mas sofre uma degradao mais

    ou menos pronunciada durante o branqueio. Para tal necessrio que este

    processo seja controlado com a presena de estabilizadores e controlando

    tambm a pH e temperatura.

    Efeito da luz solar Sofre gradual perda de resistncia mecnica acompanhada de

    amarelecimento, aps prolongada exposio ao sol. Esta aco

    intensificada em presena da humidade e calor intenso. A fibra pode no

    entanto ser protegida com corantes especiais.

    Por vezes, utiliza-se o termo caracter do algodo como uma caracterstica ou propriedade do

    algodo. Mas na realidade, trata-se de uma designao tcnica de classificao do algodo que engloba

    um conjunto de caractersticas txteis do algodo no englobadas no grau nem no comprimento de

    fibra, e so, nomeadamente:

    Sedosidade, convulses, frisado, espessura, rigidez, flexibilidade, elasticidade da fibra, aderncia entre

    fibras, resistncia da fibra e regularidade do comprimento de fibra.

    Ou seja, o caracter descrito pela estrutura da fibra, do seu estado de maturao, uniformidade do

    comprimento das fibras, o seu toque e a sua finura.

    3.4-Identificao da fibra do Algodo

    Microscopia Teste da queima Teste de solubilidade

    Vista Longitudinal

    Vista Transversal

    Matura Imatura Morta Mercerizada

    Combusto: arde rapidamente

    Cheiro: a papel queimado (celulose)

    Resduo: cinza esbranquiada

    Calor de combusto: 3,9 Kcal/G

    Temperatura de combusto: 255C

    Ponto de fuso: no funde

    Acido sulfrico: destri o

    algodo

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    17

    3.5 - Standards Oficiais do U.S.A.

    Tabela n 06:

    Comprimento da Fibra 28/30 mm - Algodo Sawginned GRAUS SIMBOLO USADO CDIGO DESPERDCIO

    BRANCOS POR GRAU

    GOOD MIDDLING GM 11 0.12 1

    STRICT MIDDLING SM 21 0.20 2

    MIDDLING PLUS Mid PLUS 30 0.33 3

    MIDDLING Mid 31 0.50 4

    STRICT LOW MIDDLING PLUS SLM Plus 40 0.68 5

    STRICT LOW MIDDLING SLM 41 0.92 6

    LOW MIDDLING PLUS LM Plus 50 1.21 7

    LOW MIDDLING LM 51

    STRICT GOOD ORDINARY PLUS SGO Plus 60

    STRICT GOOD ORDINARY SGO 61

    GOOD ORDINARY PLUS GO Plus 70

    GOOD ORDINARY GO 71

    LIGHT SPOTTED

    GOOD MIDDLING GM Lt Sp 12

    STRICT MIDDLING SM Lt Sp 22

    MIDDLING Mid Lt Sp 32

    STRICT LOW MIDDLING SLM Lt Sp 42

    LOW MIDDLING LM Lt Sp 52

    STRICT GOOD ORDINARY SGO Lt Sp 62

    SPOTTED

    GOOD MIDDLING GM Sp 13

    STRICT MIDDLING SM Sp 23

    MIDDLING Mid Sp 33

    STRICT LOW MIDDLING SLM Sp 43

    LOW MIDDLING LM Sp 53

    STRICT GOOD ORDINARY SGO Sp 63

    TINGED

    STRICT MIDDLING SM Tg 24

    MIDDLING Mid Tg 34

    STRICT LOW MIDDLING SLM Tg 44

    LOW MIDDLING LM Tg 54

    YELLOW STAINED

    STRICT MIDDLING SM YS 25

    MIDDLING Mid YS 35

    LIGHT GRAY

    GOOD MIDDLING GM Lt Gray 16

    STRICT MIDDLING SM Lt Gray 26

    MIDDLING Mid Lt Gray 36

    STRICT LOW MIDDLING SLM Lt Gray 46

    GRAY

    GOOD MIDDLING GM Gray 17

    STRICT MIDDLING SM Gray 27

    MIDDLING Mid Gray 37

    STRICT LOW MIDDLING SLM Gray 47

    BELOW GRADES BG 81-87

    Alm dos padres americanos, diversos pases possuem os seus prprios padres. Antes da

    independncia das ex-colnias, em Portugal tambm era estabelecida uma escala com seis graus.

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    3.6 - Fibras de Algodo

    SUPIMA

    Standards Oficiais do U.S.A.

    Rollerginned

    Tabela n 07

    GRAUS SIMBOLO USADO COMPRIMENTO

    DA FIBRA

    MICRONAIRE

    BRANCOS US UPLAND

    STANDARD 1 ST 1 1. 3/8 1. 1/2 3.6 4.2

    STANDARD 2 ST 2 1. 3/16 1. 5/32 3.6 4.2

    STANDARD 3 ST 3 1. 5/32 1. 1/8 3.6 4.2

    STANDARD 4 ST 4 1. 1/8 1. 3/32 3.6 4.2

    STANDARD 5 ST 5 1. 1/8 1. 3/32 3.6 4.2

    STANDARD 6 ST 6 1. 1/8 1. 3/32 3.6 4.2

    STANDARD 7 ST 7 1.3/32 1.1/16 3.5 4.2

    TENACIDADE 41 g/Tex VALOR MDIO

    Nota: Os algodes SUPIMA USA apresentam, relativamente aos algodes Sawginned UPLAND,

    uma tonalidade mais cremosa.

    Existem 6 Classes de algodo SUPIMA USA.

    3.7 - Fibras de Algodo

    PER PIMA

    Standards Oficiais do PER

    Rollerginned

    Tabela n 08

    GRAUS SIMBOLO USADO COMPRIMENTO

    DA FIBRA

    DESPERDCIO

    BRANCOS

    STANDARD 1 ST 1 1. 3/16 1. 5/32 0.30

    STANDARD 2 ST 2 1. 3/16 1. 5/32 0.50

    STANDARD 2 ST 2 1. 5/32 1. 1/8 1.00

    STANDARD 3 BASE ST 3 1. 1/8 1. 3/32 1.25

    STANDARD 3 ST 3 1. 1/8 1. 3/32 1.50

    STANDARD 4 ST 4 1. 1/8 1. 3/32 2.00

    STANDARD 5 ST 5 1. 3/32 1. 1/16 2.60

    STANDARD 6 ST 6 1. 3/32 1. 1/16 3.40

    STANDARD 7 ST 7 1. 3/32 1. 1/16 4.20

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    3.8 - Fibras de Algodo

    GIZA

    Standards Oficiais do Algodo do Egipto Rollerginned

    Comprimento da Fibra Extra Long (staple) - Acima de 1 3/8 Tabela n 09

    GRAUS SIMBOLO USADO COMP. FIBRA MICRONAIRE

    BRANCOS

    Giza 45 Good/Fg WHITE 36.0 38.0 2.5 3.0

    Giza 45 Good WHITE 36.0 38.0 2.5 3.0

    Giza 87 Good WHITE 36.0 37.0 3.0 3.3

    Giza 76 G/Fg Good WHITE 35.0 36.0 3.3 - 3.6

    Giza 70 Good/Fg WHITE 35.0 36.0 3.6 3.8

    Giza 70 Good WHITE 35.0 36.0 3.6 -3.8

    Giza 77 G/Fg Good CREAMY 34.0 34.5 3.3- 3.6

    Giza 77 Good CREAMY 34.0 34.5 3.3 3.6

    Giza 88 Good CREAMY 34.0 34.5 3.5 -3-8

    Comprimento da Fibra Long (staple) - Acima de 1 1/4 Giza 86 G/Fg WHITE 32.0 34.0 3.6 4.0

    Giza 86 Good WHITE 32.0 34.0 3.6- 4.0

    Giza 75 Good WHITE 31.0 32.0 3.8 4.1

    Giza 89 Good/Fg WHITE 31.0 32.0 4.0 4.3

    Giza 89 Good WHITE 31.0 32.0 4.0 4.3

    Giza 85 Good/Fg WHITE 29.0 30.0 3.4 36

    Giza 85 Good WHITE 29.0 30.0 3.4 3.6

    Giza 80 Good DARK CREAMY 29.0 30.0 4.0 4.2

    Giza 83 Good LIGHT CREAMY 29.0 30.0 3.6 4.2

    3.9 - Classificao adoptada e comparao dos Graus do Egipto versus Graus Americanos

    Tabela n 10

    Graus do Egipto Graus Americanos Extra Middling Fair

    Fully Good / Extra Strict Good Middling

    Fully Good Good Middling

    Good/ Fully Good Strict Middling

    Good Middling Leaf, Strict Mid. Color

    Fully Good Fair/ Good Middling

    Fully Good Fair Strict Low Middling

    Good Fair / Fully Good Fair Low Middling

    Good Fair Strict Good Ordinary

    Fair Good Ordinary

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    Tabela n 11 - PROPRIEDADES FSICAS DO ALGODO EGIPTO GIZA 70

    PROPRIEDADES FSICAS DO ALGODO EGIPTO GIZA 70

    ANO DA COLHEITA

    91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98

    PROPRIEDADES FISICAS

    Comprimento

    2.5% Span length 35.8 36.1 36.1 35.9 35.0 35.0 35.3

    Mdia Length (mm) 32.0 32.0 32.2 31.9 31.1 31.3 32.1

    Uniformidade (%) 89 89 89 89 89 89 91

    Uniformidade (Ratio) 50 50 50 50 50 50 51

    Resistncia

    ndice Pressley (Libras/mg) 11.0 11.1 11.0 11.1 11.5 11.3 11.4

    Resistncia (1000

    pound/inch2) 118.8 119.9 118.8 119.9 124.2 122.8 122.8

    Tenacidade (g/tex) 32.6 33.8 33.9 33.7 34.0 34.2 34.6

    Alongamento (%) 5.4 5.7 5.7 5.4 5.6 5.5 5.3

    Finura

    Micronaire (micrograma/inch) 3.70 3.90 3.70 3.60 4.00 3.73 3.88

    Militex (10-5mg/cm) 141 138 135 132 149 147 153

    Maturidade

    % de Fibras Maduras 79 79 79 76 77 74 76

    Ratio 0.89 0.89 0.89 0.85 0.86 0.83 0.85

    Trash ( desperdcios )

    Desperdcio Folhas, cascas, etc. (% por peso) 4.2 3.6 4.4 4.6 4.2 3.6 3.3

    Fibra pura (% por peso) 95.8 96.4 95.6 95.4 95.8 96.4 96.7

    Resistncia meada

    Teste do Lea product (CSP) 2956 2958 2972 2963 2959 2884

    Fonte: CATGO, Alexandria, 1998

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    Tabela 12 - IMPUREZAS ( TRASH ) CONTIDAS NO ALGODO EGIPTO POR

    VARIEDADE

    ANO Giza

    45

    Giza

    70

    Giza

    76

    Giza

    77

    Giza

    86

    Giza

    75

    Giza

    85

    Giza

    80

    Giza

    83

    1991-1992 4.8 4.2 3.8 4.3 --- 4.4 --- 7.0 5.8

    1992-1993 4.0 3.6 3.6 3.8 --- 3.6 --- 6.7 5.2

    1993-1994 5.2 4.4 4.5 3.8 --- 4.1 4.7 7.2 8.5

    1994-1995 6.4 4.6 4.8 5.9 4.2 5.1 5.5 6.9 7.4

    1995-1996 6.9 4.2 3.8 3.7 2.7 3.7 3.4 8.6 10.3

    1996-1997 4.6 3.6 3.9 3.8 3.2 3.2 3.3 5.4 4.8

    1997-1998 5.7 4.1 3.9 3.6 3.2 3.1 3.3 5.1 4.8

    1998-1999 --- --- 3.9 3.6 3.2 3.1 3.3 6.0 4.8

    1999-2000 --- --- 3.8 3.5 3.2 3.0 3.3 6.2 4.8

    2000-2001 --- --- 3.8 3.6 3.1 3.2 3.3 6.3 4.7

    2001-2002 --- --- 3.9 3.7 3.2 3.2 3.2 6.2 4,5

    2002-2003 --- --- 4.2 3.8 3.2 3.2 3.2 6.4 5.0

    2003-2004 --- --- 4.0 3.8 3.2 3.3 3.3 6.2 5.0

    .

    Figura 15 - Polipropileno encontrado em algodo Egpcio

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    22

    OS GRAUS:

    TABELAS

    INTERNACIONALMENTE ACEITES

    PELAS REGRAS

    DE

    LIVERPOOL

    E

    BREMEN

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    23

    Tabela 13 - Graus de Algodo Egipto obtidos nas pocas 1952-53 a 1997-98

    Ano da colheita Percentagem de Fibra (Lint) no Algodo

    Grau acima de G/FG Grau G a G/FG Grau abaixo de Good

    1952-53 29.1 23.5 47.4

    1953-54 37.7 25.9 36.4

    1954-55 31.4 28.8 39.8

    1955-56 25.4 32.5 42.1

    1956-57 36.1 29.2 34.7

    1957-58 37.6 31.5 30.9

    1958-59 36.5 54.8 8.7

    1959-60 41.4 51.9 6.7

    1980-81 4.7 90.7 4.6

    1981-82 3.0 90.1 6.9

    1982-83 1.1 88.4 10.5

    1983-84 1.0 87.2 11.8

    1988-89 2.1 92.6 5.3

    1989-90 4.3 93.0 2.7

    1990-91 5.1 88.5 6.4

    1991-92 12.0 84.2 3.8

    1992-93 17.0 80.3 2.7

    1993-94 4.6 91.8 3.6

    1994-95 1.0 91.5 7.5

    1995-96 3.8 93.4 2.8

    1996-97 2.5 95.9 1.6

    1997-98 0.2 92.1 7.7

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    24

    Tabela 14 - Smbolos usados por categoria

    Smbolos usados por categoria

    Grau do Algodo semente Grau do Algodo Smbolo

    FG - 1/4 FG ///

    FG-1/8 ///

    G/FG FG-1/4 ////

    FG-3/8 ////

    G + 1/4 G/FG X

    G+3/8 X

    G G+1/4 XX

    G+1/8 XX

    G-1/4 G XXX

    G-1/8 O

    FGF/G G-1/4 O

    FGF FGF/G OO

    GF/FGF FGF OO

    GF GF/FGF OOO

    FF/GF GF OOO

    FF FF/GF OOOO

    FF S

    FG = Fully Good

    G/FG = Good Fully Good

    G = Good

    FGF =Fully Good Fair

    FGF/G = Fully Good Fair to Good

    GF/FGF = Good Fair to Fully Good Fair

    FF/GF = Fully Fair to Good Fair

    FF = Fully Fair

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    Tabela n 15 - SISTEMAS DE GRAU PARA STAPLES DE ALGODO EXTRA LONGOS

    SISTEMAS DE GRAU PARA OS STAPLES DE ALGODO EXTRA LONGOS

    GRAU E QUALIDADE

    Tendo como objectivo estabelecer o preo de venda de um determinado lote de algodo, este

    previamente classificado. A classificao em Graus do Algodo efectuada segundo a sua

    qualidade e esta tem a ver com os seguintes aspectos:

    Grau:

    Refere-se cor, limpeza e estilo: i.e., factores visveis. A cor pode ser branco claro, branco sem

    brilho, manchado ou cinzento. "Bloom" est presente especialmente no algodo ELS.

    Limpeza:

    Refere-se quantidade de folha (lixo) no algodo. A quantidade de folha pode ser grande ou

    pequena denominada pulga. A preparao quase perfeita quando a superfcie da amostra suave. O descaroamento do algodo responsvel pela presena de ns e fibras

    emaranhadas, o que torna o processo de tingimento mais complicado e d um aspecto

    grosseiro ao produto final (malhas e ou tecidos planos)

    Staple:

    Refere-se ao comprimento das fibras, sendo as classificaes efectuadas em polegadas - 1.7 /

    16" ou 1.3 / 8", para os algodes Pima, ou em milmetros - 35 mm, para algodes Egpcios.

    Fazendo o Pulling do staple revelar o carcter do algodo, incluindo o grau de suavidade da

    fibra, a sua finura ou grossura, a sua boa ou fraca resistncia traco, a uniformidade do

    comprimento e a sua irregularidade.

    Um determinado comprimento (length) pode ser denominado regular ou irregular e com

    desperdcios (waste) e fibras curtas.

    Os bons fiadeiros investem bastante em maquinaria nova e de alta velocidade. A necessidade

    de avaliar com alguma rapidez o Grau, teve como consequncia a entrada no mercado de

    uma mquina, o HVI, que possibilita atravs de testes mecnicos a obteno dos valores dos

    principais parmetros. O processamento de um bom algodo tambm requer anlise das

    fibras no AFIS para determinar o contedo de pequenas fibras e neps, no dispensando a

    avaliao manual e visual a efectuar pelo tcnico classificador.

    O que significa a qualidade para os seus clientes fiadeiros:

    1

    Para um Fiandeiro a Qualidade significa um algodo livre de contaminao por

    matrias estranhas (polipropileno; juta; sarapilheira; cabelo e outros produtos que no so fibras de algodo).

    Os fiandeiros consideram que a eliminao da contaminao deve ser feita na origem,

    muito embora j existam meios pticos para as detectar e eliminar no processo de fiar.

    Para todos os algodes recebidos, o ideal ser receber do fornecedor as caractersticas

    tcnicas avaliadas no HVI.

    2

    Mesmo para algodes do Egipto de boa qualidade importante que nos embarques

    seja conjuntamente enviados os respectivos graus, comprimento (staple) e restantes

    parmetros obtidos no HVI.

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    26

    Tabela n 16 - TIPOS DE ALGODES DE FIBRA LONGA E PRINCIPAIS PASES

    PRODUTORES.

    US Pima ( Marca Registada: SUPIMA)

    Grau e Qualidade

    Descrio dos tipos

    Tipo Designao (staple) Range Micronaire

    Vale de So Joaquim Grade 1- 3 / 8" -1-7 /16 base 3.5 - 4.5

    01

    02

    03

    04

    05

    06

    Tipo Designao (staple) Range Micronaire

    Deserto do Sul Grade 1- 3 / 8" -1-7 /16 base 3.5 - 4.5

    01

    02

    03

    04

    05

    06

    Micronaire Desconto no custo

    2.6 ou inferior - 2300 Pontos

    2.7 - 2.9 - 1800

    3.0 - 3.2 - 1350

    3.3 - 3.4 - 500

    Base 3.5 4.5

    Caractersticas das Fibras

    1-3/8" e 1-7/16"

    Micronaire Mdio 3.5 - 4.5

    Resistncia traco em PSI 105,000

    reas de Crescimento Vale de San Joaquim, principalmente para exportao. Deserto

    Sudoeste: Arizona, Novo Mxico e Texas

    A semente de algodo no graduada nos Estados Unidos.

    As descaroadeiras tentam descaroar apenas um tipo algodo de cada agricultor e de cada vez.

    Os agricultores por sua vez tem como objectivo descaroar o algodo campo a campo e mdulo a

    mdulo, para que o grau da semente do algodo descaroado seja homogneo. Eles procuram no

    armazenar o algodo por longos perodos em virtude da degradao do mesmo por envelhecimento.

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    27

    Tabela n 17 - TIPOS DE ALGODES DE FIBRA LONGA E PRINCIPAIS PASES

    PRODUTORES

    ISRAEL Pima

    Grau e Qualidade

    Descrio dos tipos e Designao (staple) Range

    H 1 1-7/16"

    H 2 1-3/8 "

    M 1 1-7/16"

    M 2 1-3/8"

    L 1 1-3/8" - 1-7/16"

    Caractersticas das Fibras

    Comprimento ( (staple) ): 1-3 / 8" (34,5mm) 1-7/16" (36,0 mm)

    Micronaire Mdio: 3.8 (3.5 - 4.1)

    Resistncia traco em PSI 100,000 mnimo

    reas de

    Crescimento Galileia Superior, Vale do Jordo, Plancies da Gilboa

    Unidades de Israel considera os mdulos como unidades de classificao. Combinam

    HVI com Grau manual. A Grau manual serve para dar informao

    manual acerca de factores no testados com HVI, tal como a natureza das

    impurezas, e o efeito do descaroamento nas fibras.

    Classificao

    Mdulos como

    unidades

    O mdulo uma unidade de descaroamento em que os fardos so

    similares. Um mdulo de semente de algodo pesa cerca de 8,000 KG dos

    quais se descaroa 12 fardos de fibra algodo uniforme.

    Um mdulo construdo no campo em camadas horizontais e o descaroador alimentado

    em camadas verticais de modo a garantir a homogeneidade dos 12 fardos.

    O algodo Israel Pima muitas vezes utilizado na produo de fios para costura, desde o Ne

    40/1 ou Ne 60/3 com uma resistncia traco de 19 a 20 RKM. Tambm, por vezes

    misturado com fibra de Polister para lhe aumentar a sua resistncia.

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    Tabela n 18 - TIPOS DE ALGODES DE FIBRA LONGA E PRINCIPAIS PASES

    PRODUTORES

    sia Central CIS

    Grau e Qualidade

    Descrio dos tipos

    Designao Russa Designao Turquemenisto

    01 Pervyi Birinchi

    02 Vtoroyi Ikkinchi

    03 Tretyi Uchin

    04 Chetvertyi Turtin

    05 Piatyi Besinch

    Notar ainda que, tal como outros pases, tm uma subdiviso em 1/4 ou 1/8 de grau, os pases

    CIS tm uma subdiviso em 5 fraces de grau, nomeadamente:

    Fraco de grau:

    OLIY Superior ao full grade

    YAKSHI grade plus

    URTA plain grade

    ODDIY slightly shy

    IFLOS barely type

    Estes sub-graus aplicam-se a todos os graus 01, 02, 03 etcO (staple) do algodo CIS ELS diminui em comprimento medida que o grau diminui.

    Um Pervyi pode atingir um (staple) de 38 / 40 mm, um Vtoroyi de 36 / 38mm e

    um Tretyi 34 / 36 mm etc.

    Micronaire est entre 3.3 e 4.1

    reas de Crescimento: Uzbequisto, Tajiquisto, Turquemenisto

    Descaroamento:

    Aps desfolhao, o algodo colhido atravs de ceifador mecnico usando um sistema de

    suco. A semente de algodo castanha escura, cheia de folha, terra, areia e limpa por

    uma srie de unidades de limpeza.

    O resultado um algodo com uma toro bastante pronunciada nas suas fibras.

    Geralmente, fbricas experientes concentram-se apenas no Pervyi 38 / 40 mm e tm de

    implementar um certo nmero de medidas de modo a evitar cortar as fibras, nomeadamente

    atravs da reduo significativa da velocidade das cardas. Geralmente os compradores

    Europeus e Japoneses abstm-se de ir abaixo do Pervyi. As fbricas tm interesse neste

    algodo quando vendido com desconto, diminuindo o preo da mistura mdia da produo.

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    Tabela n 19 - TIPOS DE ALGODES DE FIBRA LONGA E PRINCIPAIS PASES

    PRODUTORES

    E g i p t o

    Grau e Qualidade

    Descrio dos tipos:

    FG Fully Good

    FG- 1 / 8 Fully Good minus 1 / 8

    FG- 1 / 4 Fully Good minus 1 / 4

    FG- 3 / 8 Fully Good minus 3 / 8

    G / FG Good to Fully Good

    G+ 3 / 8 Good + 3 / 8

    G + 1 / 4 Good + 1 / 4

    Este sistema de Grau aplica-se a todas as variedades: Giza 45, Giza 87 Giza 76, Giza 70, Giza

    77, Giza 86, Giza 89, Giza 75, Giza 85, Giza 80 e Giza 83. Todos os governadoratos no vale do

    Nilo e no Delta produzem algodo excepto os dois governadoratos mais a sul no Alto Egipto.

    As variedades ELS so plantadas exclusivamente no Delta.

    CATGO tem o dever de graduar a semente de algodo que entregue nos anis no interior,

    de modo a que os agricultores sejam pagos. CATGO tambm gradua as fibras de algodo

    aps descaroamento, amostras que depois so analisadas na unidade HVI em Smouha.

    O algodo egpcio, sendo colhido manualmente, tambm apresenta contaminao por

    impurezas. Uma primeira contaminao acontece no campo no momento da colheita, uma

    segunda, da quinta para o descaroamento, uma terceira, inevitavelmente no

    descaroamento. Uma vez que cada operao do algodo responsvel pelo aumento de

    contaminao, a mistura em Alexandria pode tambm contribuir para esta calamidade.

    Scanners pticos pode, at um certo nvel, remediar esta situao, mas ainda nenhum se

    encontra implementado. Confiar na colheita manual das matrias estranhas um mtodo

    falvel e que no pode produzir resultados aceitveis.

    O sistema de descaroamento lento e custoso, mas preserva as qualidades dos algodes e

    logo a capacidade de se obter melhores fios. Uma boa norma seria efectuar os testes de todos

    os lotes produzidos no Egipto no sistema HVI.

    Os DOIS GRAUS disponveis so representativos dos tipos normalmente utilizados nas

    colheita. A informao assim obtida, de descaroamento a descaroamento, de rea a rea,

    serve para verificar o resultado qualitativo, bem como a competncia dos classificadores

    CATGO em cada descaroamento.

    Os lotes exportados devem ser testados atravs do HVI como um servio ao cliente, mesmo

    que apenas numa base informativa sem que entrem formalmente no contrato. Sempre que

    haja a efectivao de um novo contrato, e tendo em conta o grande nmero de variedades de

    algodo egpcio, devo referir-me ficha tcnica do CATGO que d os parmetros de cada

    uma das variedades.

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    Tabela n 20 - TIPOS DE ALGODES DE FIBRA LONGA E PRINCIPAIS PASES

    PRODUTORES

    SUDO

    Grau e Qualidade

    Descrio dos tipos Sudo Barakat

    1-3/8" e + GB

    XG 2 B

    G2B

    XG3B

    G3B

    1-5/16 XG4B

    G4B

    XG5B

    G5B

    1-1/4" XG6B

    G6B

    CG6B

    1-3/16" DG6B

    Os graus de algodo Sudo Barakat tm a particularidade de terem (staple)s mais pequenos

    medida que se desce na escala de Grau. Os graus GB, XG2B e G2B so muitas vezes

    misturados com ELS Egpcio. Os graus XG3B e 3B so misturados com as variedades LS

    egpcias. Este tipo de mistura diminui o custo mdio do fio uma vez que o Sudo Barakat se

    vende sempre com desconto.

    Caractersticas das fibras

    Comprimento do (staple) 2.5 % 31.5 34. 5 mm

    Micronaire 3.4 - 4.1

    Resistncia em g/tex 26 - 30

    O maior problema do Sudo est na viscosidade do algodo causada por Aphis e White Fly

    (Honeydew).

    reas de Crescimento:

    Especialmente na Gezira entre o Nilo Branco e Azul, na extenso Managil, nos planos

    privados do Nilo Branco e esporadicamente em terra no Delta do Tokar.

    A produo de ELS Barakat costumava atingir um milho de fardos, mas a viscosidade

    destri o valor do algodo, e assim a produo diminui em mais de 50%.

    O descaroamento feito atravs de rolos, facas de descaroamento, como no Egipto, e assim

    podemos deduzir que a capacidade de ser fiado do Sudo Barakat completamente

    preservada se excluirmos o melao. Toda a colheita apanhada manualmente e a

    contaminao por polipropileno o maior problema. A maior contaminao ocorre durante o

    processo da colheita.

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    31

    Tabela n 21 - TIPOS DE ALGODES DE FIBRA LONGA E PRINCIPAIS PASES

    PRODUTORES

    PER

    Grau e Qualidade

    Descrio dos Graus Semente de algodo Fibra de Algodo

    Pima Peruano Superior Grau 1

    Mdio Grau 1.

    Inferior Grau 1.

    Grau 1.

    Descrio do (staple)

    Pima Peruano 1-5 / 8"

    1-9 / 16"

    1-1 / 2"

    Todo o Pima peruano apanhado manualmente. Os agricultores possuem terras pequenas

    com apenas alguns hectares e colhem o seu prprio algodo, armazenando-o normalmente nas

    suas casas. A semente de algodo separada e classificada nos descaroadores usando os trs

    graus principais referidos acima. Mal o algodo descaroado, uma amostra cortada e o

    algodo imediatamente classificado. O fardo tipicamente armazenado numa zona seca por vezes no telhado de um armazm na seco de descaroamento. O algodo classificado

    por um empregado no descaroamento, e no por um classificador governamental. No se

    efectuam testes HVI no Pima Peruano.

    Muitos fardos so armazenados no espao aberto uma vez que a chuva praticamente

    inexistente durante o perodo de colheita no Norte do Peru. O descaroamento feito com

    rolo, o que preserva a capacidade de ser fiado do Pima Peruano.

    Como este algodo colhido manualmente, tambm possui uma histria de contaminao por

    matrias estranhas, por isso um problema grave quando se pretende produzir fios com

    garantia de iseno das matrias estranhas.

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    32

    Tabela n 22 - TIPOS DE ALGODES DE FIBRA LONGA E PRINCIPAIS PASES

    PRODUTORES

    NDIA

    Grau e Qualidade

    Descrio dos

    tipos Designao (staple) Micronaire

    Grade

    Suvin Superfine 36 38 mm 2.7 3.0

    G. Barbadense Fine

    Fully Good

    DCH-32 Superfine 33 37 mm

    Hirsutum x

    barbadense

    Fine

    Fully Good

    Caractersticas das Fibras

    Tipo: Suvin 36 38 mm

    Micronaire: 2.7 - 3.0

    Gama de fios produzidos em Fiao Ne 100 Ne 120

    Tipo: DCH-32 33 37 mm

    Gama de fios produzidos em Fiao Ne 60 a Ne 90

    reas de Crescimento:

    Suvin Tamil Nadu, Andhra Pradesh

    DCH 32 Karnataka, Andhra Pradesh, Tamil Nadu, Gujarat

    A maior parte destes algodes so consumidos por fbricas domsticas indianas.

    Ocasionalmente poder ser vendido lotes do tipo Suvin para o Japo onde misturado com o

    algodo Egpcio Giza 45. A ndia tambm , normalmente, importadora de algodes

    Egpcios para misturar com os algodes produzidos no pas.

    H poucos anos, na fase em que houve uma grande escassez de fios nos mercados, o governo

    Indiano deu indicaes para que no fosse permitida a exportao de ramas indianas.

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    33

    Tabela n 23 - GRAUS OFICIAIS DA LCA

    Para aqueles pases que no seguem os graus standard, a Associao de Algodo de

    Liverpool (LCA) ajuda os seus membros na determinao do Grau caso haja um volume

    suficiente de algodo.

    A LCA TEM STANDARDS OFICIAIS PARA AS SEGUINTES ORIGENS DE ELS.

    PIMA AMERICANO GRAUS 1, 2, 3, 4, 5, 6

    DCH 32 INDIANO SUPERFINE FINE FULLY GOOD

    PIMA PERUANO:

    BRANCO EXTRA, 1, 1 1/4 1 1/2, 1 3/4

    SUDO BARAKAT GB G2B G3B G4B G5B G6B CG6B

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    34

    4 - Fiao de Algodo:

    4.1 - Conceito de fiao:

    Entende-se como o conjunto das operaes necessrias transformao de fibras txteis em fios.

    A palavra fiao como substantivo do verbo fiar, significa e compreende, a transformao das fibras

    txteis em fios para tecelagem, malhas e outros fins.

    Envolve todo um processo de operaes tecnolgicas txteis, desde a abertura do material at s

    mquinas de fiar, em cujo processo as fibras so transformadas em fio pelo efeito de Toro que as

    liga entre si e lhes confere resistncia e brilho.

    O estgio da produo do fio, ou fiao propriamente dita efectuado sobre um tipo de mquina de

    funcionamento continua que o chamado contnuo de fiao.

    Os dois sistemas de fiao mais utilizados pela indstria Txtil so:

    Fiao Convencional Fiao de anel

    Fiao no convencional por rotor open end

    Estes dois sistemas operam baseado no princpio geral descrito na figura 4.1.

    Fig.4.1- Principio bsico do sistema de fiao do algodo

    Como pode ser visto na figura, qualquer sistema de fiao consiste em trs operaes essenciais que

    compreendem trs movimentos simultneos e distintos entre si:

    Estiragem das fibras, para reduzir o tamanho do material de entrada,

    Consolidao a partir da Toro das fibras estiradas, para fornecer a coeso necessria entre

    fibras,

    Enrolamento do fio na bobina.

    Consolidao Enrolamento Estiragem

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    Pelo princpio geral descrito na figura entende-se que todo o sistema de fiao ir requerer fibras que

    sejam:

    Suficientemente flexveis (para facilitar o arranjo contnuo e o posterior rearranjo das fibras

    durante a estiragem, a consolidao e a toro),

    Da elevada relao comprimento/dimetro (para permitir flexibilidade, consolidao eficaz e

    a coeso inter-fibra),

    ptima adeso superficial (no demasiado lisa para permitir o controlo da fibra e no

    demasiado pegajosa para permitir uma estiragem estvel).

    Ou seja, h trs atributos bsicos da fibra que so requeridos para fazer um fio em qualquer processo

    de fiao:

    Felizmente, a fibra do algodo geralmente exibe nveis aceitveis destes trs atributos.

    Tem uma flexibilidade razoavelmente boa sendo fcil a sua deformao sob tenso e sob toro. A

    flexibilidade do algodo fundamental de modo que oferea o mnimo de dificuldade durante

    processamento.

    Notar que, embora o algodo possa parecer mais curto do que muitas outras fibras naturais tem, no

    entanto, uma relao comprimento/dimetro na ordem dos milhares; esta relao certamente

    suficiente para satisfazer as necessidades de processamento do mesmo.

    A fibra do algodo tem um atrito superficial ptimo, sendo muito difcil outra fibra (natural ou

    sinttica) fornecer melhores valores. Este ptimo atrito naturalmente induzido pela cera natural

    (contedo e distribuio) que nica e exclusiva na morfologia da superfcie convoluta.

    Atributos Bsicos da Fibra:

    Flexibilidade

    Relao comprimento/dimetro

    Atrito da fibra

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    4. 2 - Fiao de anel

    Fios produzidos por este mtodo de fiao traduzem aproximadamente 85% de toda a produo de fio.

    por isso, o mtodo mais popular, e provvel que possa manter esta posio devido s seguintes

    vantagens:

    i. um mtodo bastante flexvel de produo de fio. possvel processar a maioria das fibras

    em fios usando a fiao de anel, e a escala de densidades lineares que podem ser

    produzidos o mais amplo do que qualquer sistema de fiao.

    ii. Os fios produzidos possuem apresentao e propriedades estticas e tcteis com as quais os

    consumidores esto acostumados. Os fios obtidos por este processo de fiao, tm nveis de

    irregularidade que satisfazem as exigncias quando na produo de artigos lisos; tm ainda

    um toque agradvel devido ao arranjo ordenado das fibras e da pilosidade superficial e tem

    caractersticas de boa de resistncia e alongamento.

    iii. Os mecanismos usados neste sistema so relativamente simples, e tendem a requerer baixos

    nveis de investimentos de capital e, actualmente com os avanos tecnolgicos e sistemas

    de automatismo j bastante elevado, mo-de-obra relativamente baixa comparativa com os

    sistemas alternativos.

    Os objectivos bsicos do sistema de fiao de anel so:

    i. Estirar o material de entrada para a densidade linear requerida no fio final,

    ii. Inserir a quantidade requerida de toro,

    iii. Enrolar o fio numa canela que seja adequada ao manuseamento, armazenagem e transporte

    e ser capaz de ser desenrolado a alta velocidade no processo subsequente.

    No caso da fiao de anel, estes objectivos so alcanados ao mesmo tempo, por isso a fiao de

    anel um mtodo contnuo de formao de fio e enrolamento na canela.

    Contnuo de anis

    A ltima mquina do processo de fiao do algodo da qual se obtm o fio com o ttulo desejado

    o contnuo de anis.

    O desenvolvimento do contnuo de anis ocorreu nos Estados Unidos da Amrica em 1830, isto ,

    40 anos aps a morte de Richard Arkwright (Homem que patenteou a mquina de fiar o algodo

    que havia sido inventada por Thomas Higgs, mas cuja inveno foi-lhe retirada por Kay sob falsas

    promessas e que em seguida vendeu a Arkwright em troca de uma grande quantia).

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    A sua funo de fiar, que uma operao que consiste abrir e individualizar as fibras, laminar,

    estirar as mechas dos torces para se formar um fio de uma determinada finura, dando-lhes

    simultaneamente a toro necessria para se conseguir obter uma boa resistncia, aliada

    flexibilidade e elasticidade desejadas.

    Na imagem abaixo encontra-se ilustrado o diagrama de um contnuo de anel.

    Legenda.

    1- Bobine

    2- Mecha

    3- Trem de Estiragem

    4- Guia-fios

    5- Canela no fuso

    6- Viajante

    7- Anel

    Fig.4.2- Funcionamento de um contnuo de anel.

    3

    4

    5

    7

    6

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    As mquinas de fiar executam normalmente as seguintes operaes:

    i. Estiram as mechas para se obter um fio com um nmero desejado, isto , aplicando um grau de

    estiragem que regula a massa de fibras para formar a seco do fio determinado.

    ii. Torcem as fibras, logo o fio, para lhe dar a resistncia, elasticidade e a flexibilidade desejada.

    A toro um factor essencial de fiao para ligar as fibras entre si e dar resistncia e

    elasticidade aos fios.

    iii. Bobinam o fio produzindo canelas.

    iv. Dobrar as mechas (sistema ainda praticado em alguns casos, sobretudo para os fios muito

    finos).

    As trs primeiras operaes realizam-se simultaneamente num processo contnuo, do qual deriva a

    denominao de fiao contnua de anis.

    4.2.1 - Princpio da fiao de anel

    A mecha proveniente do torce alimenta o sistema de estiragem da mquina de fiao de anel. O

    nmero das fibras na seco transversal desta varia normalmente entre 3000 a 4000 fibras. Os cilindros

    de estiragem reduzem este nmero at ao nmero das fibras por seco transversal do fio

    (normalmente, de 70 fibras para o fio fino a 700 fibras para o fio grosso). Esta reduo do nmero

    fibras alcanada mecanicamente pela relao de velocidades entre os cilindros de estiragem

    dianteiros e traseiros, que resulta da deslocao entre as fibras medida que deslizam umas contra as

    outras na zona de estiragem. As fibras que esto a ser entregues no estreitamento do cilindro dianteiro

    formam a um tringulo denominado tringulo de fiao (figura 4.3).

    Fig.4.3- Fiao de anel

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    39

    A extremidade inferior deste tringulo representa o ponto em que as fibras so consolidadas num fio.

    O mecanismo da consolidao na fiao de anel a toro.

    A toro introduzida s fibras pelo viajante que gira em torno do anel. Cada volta do viajante

    introduz uma volta de toro no fio. O mecanismo de conduo do viajante o eixo que carrega a

    bobina do fio. A quantidade de toro introduzida no fio determinada pela relao entre a velocidade

    de rotao do viajante e a velocidade linear do rolo dianteiro. As fibras ao serem torcidas tomam a

    forma de um balo resultante da distribuio de componentes da tenso geradas pelo enrolamento, e

    contacto do fio/viajante. O eixo que carrega a bobina do fio gira mais rapidamente do que o viajante e

    arrasta o viajante atrs dele. Isto causa o enrolamento do fio em volta da bobina. Um mecanismo de

    vai-vm (sobe e desce) denominado mesa usado para mover verticalmente o anel de modo que o fio

    possa ser enrolado ao longo do comprimento da bobina.

    Trem de estiragem

    n = rpm

    Fig.4.4- Principio da fiao de anel

    Zona de Estiragem

    Canela

    Mancho

    Viajante

    e Anel

    Fuso Carreto do

    Torce

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    A tcnica para efectuar a estiragem so os rolos de estiragem, que consiste de trs linhas de cilindros

    com maches (ou cintas).

    Fig.4.5- Montagem do sistema de rolos de estiragem

    O sistema casablancas o sistema usado na estiragem.

    A sua caracterstica principal consiste num par de fitas de borracha ou couro flexveis conhecidas por

    cintas ou manches que passam volta dos cilindros intermdios, dos quais o inferior se encontra

    recortado com estrias a fim de assegurar uma conduo positiva do seu mancho.

    Os cilindros superiores (solainas) recobertos com borracha sinttica, exercem uma presso eficaz sobre

    a mecha por aco de pesos, de modo que tanto o espaamento entre o par de cilindros de trs e o do

    meio, e este e o da frente so ligeiramente maiores que o comprimento das fibras mais compridas.

    Fig.4.6- Fig. Estiragem de

    mechas com casablancas

    Legenda:

    1- Primeiro par de cilindros

    2- Par de cilindros intermdio

    3- Par de cilindros da frente

    4 - Mancho ou cinta

    5 - Molas de presso

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    41

    Estiragem entre os dois primeiros pares

    Dever ser superior a 1,1 e com um valor mximo de 1,2 - depende da toro aplicada

    mecha dos Torces - e tem como objectivo soltar as fibras do efeito aglutinante da

    toro.

    Estiragem principal

    Efectuada entre o par de cilindros intermdio e o da frente debaixo da influncia dos manches.

    Estes ltimos projectam-se na direco dos cilindros da frente por intermdio de molas de

    presso, movendo-se velocidade mais lenta dos cilindros intermdios e exercendo uma ligeira

    presso na mecha durante parte do campo de estiragem, pelo que as fibras curtas tm tendncia a

    deslocarem-se a uma velocidade lenta at serem libertadas junto aos cilindros da frente. Deste

    modo, o controlo das fibras curtas efectuado at um ponto mais prximo dos cilindros da frente

    do que possvel com apenas cilindros intermdios.

    A nica crtica que normalmente feita a este sistema a tendncia para a acumulao de coto

    volta do suporte do mancho, pelo que deve haver o mximo cuidado de forma a evitar essa

    acumulao.

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    4.3 - Fiao a rotor

    A fiao open-end:

    Trata-se do termo genrico utilizado para a produo de fibras descontnuas no

    qual o mtodo utilizado recolher a ponta da fita ou mecha do Laminador a qual aberta ou

    separada nas suas fibras individuais ou tufos pela denominada Cardinha. Seguidamente as fibras

    individuais so projectadas num sistema de fiao denominado Rotor que gira a velocidades de

    70.000 a 120.000 rotaes e onde formado o fio.

    As velocidades de rotao dependem do Ttulo que se pretende fiar e do dimetro do rotor utilizado.

    Tambm conhecida por fiao open-end, a alternativa fiao de anel com mais sucesso para a

    produo de fios de fibras com comprimento curto.

    Domina o mercado de produo de fios entre 20 a 600 tex (Ne 0,98 a 30,0)

    Tal como a fiao de anel, os objectivos do processo de fiao a rotor so:

    i. Estirar o material ate densidade linear requerida;

    ii. Inserir o nvel desejado de toro, determinado pelo subsequente processo e uso final;

    iii. Produzir uma bobine adequada ao processo subsequente que resista ao manuseamento,

    transporte e armazenagem sem ficar danificada.

    A tcnica da fiao a rotor diferente das outras formas tradicionais de formao de fio.

    Requer uma quebra definitiva no fluxo de fibras, ao contrrio dos outros sistemas que

    aumentam a distncia entre as fibras mas nunca quebram a continuidade da mecha. A

    formao da bobina tambm uma parte integral de outros sistemas, enquanto que na fiao a

    rotor est totalmente separado da estiragem e da insero de toro. A tcnica representada

    esquematicamente na Fig.4.7.

    1. Fita 2. Estirar para a 3. Reunio e Toro 4. Formao da Bobine

    formao de Fibras Individuais

    Fig.4.7- Diagrama esquemtico da fiao a rotor

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    4.3.1 - Princpio da fiao a rotor

    A fiao a rotor tem crescido de importncia por no necessitar da produo de mecha e capaz de

    produzir fio sete vezes mais rpido que a fiao de anel. A alimentao efectuada normalmente com

    a fita do laminador.

    A fita aberta praticamente em fibras individuais e simultaneamente limpas.

    Fig. 4.8-Principio da fiao a rotor

    A alimentao feita por uma fita estirada que pode ter mais de 20.000 fibras na sua seco

    transversal. Isto significa que um fio de 100 fibras por seco transversal requer uma estiragem total de

    200. Esta quantidade de estiragem substancialmente mais elevada do que a utilizada na fiao de

    anel. A estiragem na fiao a rotor realizada usando um cilindro de penteao (cilindro abridor

    coberto de dentes ou puas) conhecido como Cardinha [estiragem mecnica] que abre a fita de entrada

    seguido por uma corrente de ar [estiragem de ar]. Estas duas operaes produzem um valor de

    estiragem que deve suficientemente elevada para reduzir as 20.000 fibras que chegam ao cilindro

    abridor para poucas fibras (5-10 fibras). Com o fim de produzir um fio com aproximadamente 100

    fibras seco transversal, os grupos de poucas fibras que emergem do tubo de ar so depositadas na

    parede interna do rotor e, a formado um anel de fibras no interior do rotor. A estiragem total na

    fiao a rotor , ento uma combinao da verdadeira estiragem do rolo de alimentao ao rotor (na

    ordem dos milhares) e uma condensao para acumular os grupos da fibra num anel de fibras no

    interior do rotor. Ento, a estiragem total a relao entre a entrega ou a velocidade de recolha e a

    velocidade do rolo de alimentao.

    Fita Cilindro abridor

    Rotor

    Fio

    Bobine de fio produzido

    Pote do Laminador

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    O valor obtido indica aproximadamente o valor a atingir, sendo este a relao entre o nmero das

    fibras na seco transversal da fita e o nmero de fibras na seco transversal do fio.

    Notar que a consolidao na fiao a rotor conseguida pela toro mecnica.

    Fig.4.9- Formao do fio no rotor

    O movimento que gera a toro no fio nada mais, nada menos, que a fora aplicada pela rotao do

    rotor em relao ao ponto do fio que contacta o centro do rotor. A quantidade da toro (voltas por a

    polegada) determinada pela relao entre a velocidade do rotor (rpm) e a velocidade de recolha

    (polegada/min). Cada volta do rotor produz uma volta de toro, e uma remoo (produo) de um

    comprimento do fio de 1/tpi (voltas por polegada).

    A operao do enrolamento na fiao a rotor completamente separada das operaes estiragem e de

    toro. A nica condio que o fio seja tomado a uma taxa constante. Esta separao entre o

    enrolamento e a toro permite a formao de bobines de fio maiores do que as de fiao por anel.

    Pode a fiao a rotor produzir fios de ttulo fino?

    A fiao a rotor tem vantagens econmicas sobre a fiao de anel em relao a ttulos grossos a

    mdios. Nos ltimos anos, tem existido uma tentativa de colocar a fiao a rotor na rea de produo

    de ttulos finos. Quando se fala em ttulos finos, geralmente significa fios com um ttulo mximo de Ne

    40. Para produzir fios de ttulos finos na fiao a rotor, devem ser considerados dois factores

    essenciais: (a) Factores relacionados com a Matria-prima, e (b) Factores relacionados com a Mquina.

    Avaliando a tenso de fiao da fiao a rotor podemos facilmente concluir os limites que podem ser

    relacionados com o factor mquina.

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    Sendo a tenso do fio, Tf, dada pelo rotor e expressa pela seguinte equao:

    Onde a velocidade de rotao em radianos/sec, r o raio do rotor, e o coeficiente de atrito

    entre o fio e centro da superfcie em contacto com o fio.

    A equao acima indica que a tenso de fiao altamente sensvel velocidade de rotao e do raio.

    O produto r um critrio de limitao de primordial importncia na fiao de rotor. As tendncias recentes so de aumentar a velocidade do rotor e reduzir o dimetro do mesmo de modo

    a manter sempre um balano na tenso de fiao.

    Considerando que o valor dos produto . r tenha virtualmente alcanado o seu limite tecnolgico, uma

    reduo no tex do fio ir resultar numa reduo na tenso de fiao ( que j baixa quando comparada

    com a fiao de anel). A importncia da tenso de fiao como um factor controlador do fluxo das

    fibras foi indicada acima. Uma reduo no tex do fio ir tambm resultar numa menor rea de contacto

    fio/centro. Isto ir reduzir o coeficiente de atrito, , conduzindo a uma outra reduo na tenso de

    fiao.

    Em relao com os factores relacionados com o material, o problema prende-se com a desorientao,

    distribuio e no paralelizao da fibra durante de fiao e o seu impacto na resistncia da fibra. Este

    factor, em adio com a perda de fibras pelo enrolamento destas superfcie do fio, torna difcil

    melhorar os limites da fiao a rotor.

    Para alm disto, a necessidade de baixar o nvel de toro para melhorar a flexibilidade do fio e o

    toque do artigo torna o assunto adicionalmente complexo.

    Notar que ttulos finos esto associados a fios de elevada qualidade (livres de defeitos e certamente

    livres de impurezas). Isto significa que a qualidade das fibras deve ser tida como de importncia

    primordial quando se pretende produzir ttulos finos. A fita que alimenta a mquina deve ser

    cuidadosamente preparada de forma a exibir a mais baixa irregularidade possvel, e o mais baixo

    contedo de impurezas. No caso de uma fita leve, a coeso inter-fibras crtica. Este critrio indica

    que as propriedades da fibra tais como contedo de impurezas, contedo de fibras curtas e atrito inter-

    fibra so extremamente importantes no apenas para a produo de nveis aceitveis de qualidade, mas

    tambm para minimizar as quebras durante a fiao.

    Tf = tex fio 2 r

    2 e

    / 2

    2

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    Nos ltimos anos, temos verificado que existe uma tendncia para utilizar fitas que foram submetidas a

    baixos nveis de penteao (8% de extraco) com o intuito de melhorar o grau de uniformidade das

    fibras de algodo usadas na produo de fios open-end. A penteao melhora a qualidade do algodo

    da fita alimentadora, pela remoo de neps e fibras curtas, e concedendo tambm uma melhor

    orientao das fibras de que composta. O custo adicional da penteao justificado pelo baixo nvel

    de quebras conseguido durante o processo de fiar, possibilitando uma ligeira reduo na toro a

    aplicar aos fios produzidos, originando, por isso mesmo um aumento de produo significativa.

    Notar, no entanto, que apesar destas tentativas de melhorar os produtos produzidos, ainda comum a

    utilizao de desperdcios reciclados (sementes, flates e desperdcios das penteadeiras) na produo de

    fios mais grossos.

    A utilizao de desperdcios provenientes dos flates das cardas, tem-se revelado um erro quando se

    pretende produzir fios com baixo teor de contaminao (os denominados corpos estranhos).

    4.4 - Fiao AIR-JET

    A grande diferena entre a fiao air-jet e os outros mtodos que este um mtodo com falsa toro.

    Enquanto o open-end requer uma separao completa das fibras e o sistema de anel requer uma

    continuidade completa do fluxo da fibra, o air-jet tem uma caracterstica intermediria em que somente

    uma separao parcial das fibras requerida para o mecanismo da consolidao.

    O mecanismo do sistema da fiao air-jet semelhante, grosso modo, a um sistema onde enviado

    para fora ar comprimido atravs dos furos do bocal de ar com um dimetro de aproximadamente

    0.4mm originando o chamado Vortex. O ar revolve a alta velocidade (mais de 3 milho RPM).

    atravs deste movimento giratrio do ar que se forma o fio e acontece a formao da toro (falsa

    toro).

    Fig.4.10 - Formao do fio no sistema de fiao Air-Jet

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    Como mostra a figura, dois bocais de ar so usados: bocal N1 e bocal N2. O bocal N1 considerado o

    chamado bocal da extremidade-abertura, e o bocal N2 o bocal de toro.

    Estes nomes implicam as funes especficas destes dois bocais. Para simplificar o princpio do

    mecanismo da consolidao, vamos supor que somente o bocal N2 est em funes e que o ar est a

    girar no sentido horrio. Esta aco resultar em torcer as fibras alimentadas ao bocal para dar forma a

    um fio. No entanto na prtica existe um outro bocal (bocal N1) que posicionado entre o estreitamento

    do rolo dianteiro e o bocal N2, e onde o ar, neste caso, gira em sentido anti-horrio. Assim, os dois

    bocais aplicam a rotao do ar em dois sentidos opostos. Entretanto, o ar no bocal N2 tem uma

    velocidade rotao mais elevada do que o do bocal N1 com o fim de evitar a falsa toro completa.

    Isto , na realidade podemos afirmar que existe alguma toro no fio e no como por vezes se afirma

    que um fio Air-Jet no tem toro Notar que no possvel efectuar a avaliao da toro atravs do

    Torcimetro, tal como acontece com os fios produzidos em Fiao de Anel e Fiao Open End (onde

    utilizada a norma ASTM D 1422).

    Notar que a fibra que sai do rolo d forma a um tringulo com rotao similar ao do sistema de anel.

    Entretanto, as fibras neste tringulo esto sob muito menos tenso do que no sistema de anel.

    Tudo isto resulta num fio com um ncleo das fibras paralelas envolvidas em alguns pontos ao longo de

    seu comprimento por fibras enroladas de forma mais ou menos indiscriminadas.

    Por isso h grande dificuldade em paralelizar as fibras e por isso mesmo determinar a toro do fio.

    4.5 - Fiao SIRO

    Trata-se de uma operao realizada no contnuo de fiao de anel, mas cuja alimentao no processo

    de estiragem efectuada por dois carretos (bobines do torce) que aps a aplicao de uma estiragem e

    toro controlada d origem ao fio.

    Bobines que podem ser utilizadas na alimentao Bobine (canela) produzida no continuo

    Figura n 4.11 Processo de alimentao na Fiao SIRO

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    O mtodo SIRO-SPUN foi concebido para fios especiais, neste caso so considerados todos os fios que

    tenham na sua formao duas mechas que entram separadas no trem de estiragem e so unidas

    unicamente pela toro (siro).

    Figura n 4.12 Sistema de Fiao SIRO (Notar a possibilidade de aplicao de vrios tons)

    Neste processo podero tambm, em casos especiais, serem produzidos fios em que no seu interior

    existam filamentos:

    - Elsticos (licra)

    - No elsticos (core)

    4.6 - Fiao COMPACT

    No processo de FIAO COMPACT a massa de fibras compactada por meio de uma depresso

    parcial gerada pelo canal de pneumafil, isto , o cilindro da frente alm de apresentar as habituais

    ranhuras, tambm possui pequenos orifcios que tem a particularidade de durante o processo de fiar

    sugar as fibras soltas e de pequeno comprimento ( ver Figura n 4.13)

    Figura n 4.13 Processo de Fiao COMPACT

    A zona de compactao est localizada na rea perfurada do tambor metlico entre os cilindros de

    entrega e de pinagem.

    Assim que as fibras saem da zona de estiragem no ponto de pinagem do cilindro de entrega, elas so

    compactadas por uma corrente de ar aplicada selectivamente. A zona de compactao estende-se por

    Processo Fiao SIRO

    Guias das Mechas

    Cilindro Traseiro

    Condensador

    pr-Estiragem

    Zona de

    Estiragem

    Principal

    Cilindro da

    Frente

    Detector de

    Quebra de fio

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    todo o comprimento da abertura na insero de aspirao. As distncias da zona de compactao

    podem ser ajustadas tendo em considerao os requisitos das diversas fibras utilizadas