fevereiro/2006 2 um outro socialismo é possível · as aulas da oficina de iniciação teatral...

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joão de barro fevereiro/2006 2 ponto de vista Um outro socialismo é possível A rodada em Caracas do 6º Fórum Social Mundial demonstrou que um outro socialismo não só é necessário, e já, como também é possível. As experiências latino-americanas põem na ordem do dia um socialismo que inclua princípios republicanos e democráticos. Cada edição do Fórum Social Mundial continua o processo por ele aberto, e ao mesmo tempo traz uma marca inconfundível. Em 2001, em Por- to Alegre, foi a descoberta de "não es- tarmos sós", na oposição ao Consenso de Washington e como alternativa ao Fórum Econômico de Davos. Em 2002, foi o desafio direto a Davos, inclusive com o diálogo aberto com representan- tes do encontro na cidade suíça. Em 2003, o Fórum deixou de ser uma al- ternativa ao outro encontro, e passou a delinear um rumo próprio, tendo como eixo a oposição à guerra, à iminente in- vasão do Iraque (sem sucesso), e a busca de uma cultura da paz. Em 2004, na Índia, a exclusão social (com a pre- sença dramática dos dalits, os "intocáveis") veio à tona como marca específica. Em 2005, em Porto Alegre novamente, cresceu o espaço da dis- cussão política e sobre poder, no Fórum. Lançou-se o "Manifesto de Porto Alegre", com consignas mínimas para orientar uma ação internacional. Desta vez, no Fórum Policêntrico começado em Bamako e continuado em Caracas, ficou evidente o retorno do socialismo como tema central (também, entre outros) das discussões. Trata-se de um socialismo cujas definições, ao lado da retomada de seus princípios fundamentais de solidariedade e espírito coletivo, ainda estão em debate. Não há, é claro, uma revolução socialista em curso nos Andes; mas caminha-se nessa direção. E nesta comarca cultural fortemente marcada pela presença indígena remanescente há, sim, uma revolução republicana e democrática que ao mesmo tempo aflora e se enraíza, e que com certeza, ao se demonstrar consistente, poderá ser uma base segura para se retomarem experiências socialistas ou socializantes com ingredientes inovadores. Essa inovação deriva daquilo que – de modo compreensível, mas nem por isso menos trágico – faltou às experiências Flávio Aguiar socialistas do século XX. De repúblicas e democráticas, elas acabaram tendo só o nome, em que pesem as conquistas extraordinárias de seus povos. O socialismo do século XX não conseguiu integrar avanço social, planejamento econômico, com liberdade e democracia, e por isso ruiu na maioria dos países em que se implantou, depois de reproduzir muitas vezes as piores qualidades autoritárias das sociedades em que ele medrou. Agora a América Latina está se tornando o espaço diversificado e protagonista da retomada histórica do compromisso e dos valores solidários do socialismo. Este é diversificado como diversas são as experiências à esquerda trabalhada em diferentes ritmos no Brasil, no Uruguai, no Chile, na Argentina, na Venezuela e na Bolívia, onde há governos que emergiram da numa reedição grotesca e anacrônica dos tempos da Guerra Fria. É neste contexto, entre polêmicas e controvérsias sobre seus limites políticos, que o Fórum retomou a bandeira socialista e a discussão sobre o socialismo do século XXI. Também retomou a discussão, aprofundada em Porto Alegre em 2005, sobre a necessidade de se debruçar sobre a questão do poder para transformar o mundo. As polêmicas, que antes se davam entre "ongueiros" e "partidistas", eclodiram neste sexto Fórum sobre a de discriminação. E o Fórum continua sendo também o espaço da festa. Não há revolução nem transformação sem festa. Um dos dramas do socialismo do século XXI foi ter se tornado velhoto, sem alegria, rompendo relações com a juventude, eternizando-se em ditaduras intermináveis e cinzentas, marcadas ao longo do tempo mais por desfiles militares do que pelo estro da transformação. O Fórum é o contrário desse envelhecimento precoce. Nele há espaço para tudo. Tudo? Tudo! Estávamos alocados nos amplos espaços do Centro Cultural (mais que um Teatro, embora assim se chame) Teresa Carreño. No saguão do andar térreo apresentavam-se grupos musicais de todos os tipos, em meio à multidão que tudo acompanhava ardorosamente. A certa altura entrou um grupo Hare Krishna, com seu ar compenetrado, e a modéstia (diante da exuberância dos outros grupos) de seus cantos monocórdicos, seus plim-plim, tóim- tóim e dong-dong. Mas a multidão foi se concentrando ao redor deles, e entoando junto o canto monótono, que logo passou a pluritonal; a percussão começou a entrar num novo ritmo, a multidão foi gritando cada vez mais alto, os Hare-Krishnas desandaram num ritmo frenético de pulos cada vez mais altos, pareciam querer voar com aquela massa humana desenfreada que pulava e gritava, todos subitamente convertidos não a uma fé única e implacável, mas àquele canto da confraternização improvisada e inovadora. Alienação? Uma ova. Festa, isto sim. Foi daí que comecei a pensar nesta carta: se um outro Hare-Krishna (assim como qualquer religião) é possível, por que não um outro socialismo, cuja travessia, afinal, se dá neste nosso vale de risos e lágrimas? Flávio Aguiar é professor de Literatura da USP e diretor da TV Carta Maior. Texto publicado em www.agenciacartamaior.com.br "Trata-se de um socialismo cujas definições, ao lado da retomada de seus princípios fundamentais de solidariedade e espírito coletivo, ainda estão em debate." história de lutas de seus movimentos sociais e dos partidos ou movimentos que os exprimem. Em breve se esperam impactos semelhantes no Peru, no Equador e no México. Cuba continua seu rumo tão problemático quanto emblemático e admirável. A esquerda mundial está de olho nas Américas. Mas não se trata apenas de experiências governamentais, mais ou menos dramáticas, mais ou menos problemáticas. Há um "alevantamento" generalizado dos povos na região, cuja direita se põe cada vez mais assustada e decidida a sustá-lo, como no Brasil, onde os episódios das CPIs, e a campanha conservadora na mídia, reeditam, mutatis mutandis , os sinistros momentos da famigerada "República do Galeão", quando da queda e do suicídio de Vargas em 1954. Esse "alevantamento" está pondo fim, na comarca andina, ao legado do sistema colonial, numa revolução que as oligarquias locais jamais empreenderam e cujo alcance até hoje lhes escapa de todo, como escapa à da Venezuela, cujas passeatas são recheadas por dólares do governo norte-americano e por bandeiras dos Estados Unidos, forma de se ele deveria promover lutas concretas, ainda que genéricas, ou se deveria permanecer apenas como um espaço de discussão. Se estas polêmicas dividiram as cúpulas, a militância que acorre ao Fórum decidiu a parada, assumindo o comportamento (que alguns líderes assumiram também) de que o Fórum deva permanecer sem votações, sem estabelecimento de maiorias e minorias, sem se transformar, em suma, numa Quinta Internacional partidária. E ao lado deste o de que nada impede, por outro lado, que correntes de pensamento se reúnam no espaço de Fórum e lancem suas campanhas e manifestos, como o que surgiu em Porto Alegre, em 2005, e em Bamako, em 2006 (lançado antes da abertura do Fórum), conclamando uma luta anti- imperialista. Neste sentido, o Fórum está de fato redefinindo as bases de um outro socialismo possível, baseado no pluralismo, no reconhecimento das diferenças e da importância central de todas as lutas contra as desigualdades, tanto as de classes quanto as baseadas em sexo, etnia, cultura, ou outras formas "O Fórum está de fato redefinindo as bases de um outro socialismo possível, baseado no pluralismo, no reconhecimento das diferenças e da importância central de todas as lutas contra as desigualdades."

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joão de barro fevereiro/2006 2ponto de vista

Um outro socialismo é possível

A rodada em Caracas do 6º FórumSocial Mundial demonstrou que umoutro socialismo não só é necessário, ejá, como também é possível. Asexperiências latino-americanas põem naordem do dia um socialismo que incluaprincípios republicanos e democráticos.

Cada edição do Fórum SocialMundial continua o processo por eleaberto, e ao mesmo tempo traz umamarca inconfundível. Em 2001, em Por-to Alegre, foi a descoberta de "não es-tarmos sós", na oposição ao Consensode Washington e como alternativa aoFórum Econômico de Davos. Em 2002,foi o desafio direto a Davos, inclusivecom o diálogo aberto com representan-tes do encontro na cidade suíça. Em2003, o Fórum deixou de ser uma al-ternativa ao outro encontro, e passou adelinear um rumo próprio, tendo comoeixo a oposição à guerra, à iminente in-vasão do Iraque (sem sucesso), e abusca de uma cultura da paz. Em 2004,na Índia, a exclusão social (com a pre-sença dramática dos dalits, os"intocáveis") veio à tona como marcaespecífica. Em 2005, em Porto Alegrenovamente, cresceu o espaço da dis-cussão política e sobre poder, noFórum. Lançou-se o "Manifesto dePorto Alegre", com consignas mínimaspara orientar uma ação internacional.

Desta vez, no Fórum Policêntricocomeçado em Bamako e continuado emCaracas, ficou evidente o retorno dosocialismo como tema central (também,entre outros) das discussões. Trata-sede um socialismo cujas definições, aolado da retomada de seus princípiosfundamentais de solidariedade e espíritocoletivo, ainda estão em debate. Nãohá, é claro, uma revolução socialista emcurso nos Andes; mas caminha-se nessadireção. E nesta comarca culturalfortemente marcada pela presençaindígena remanescente há, sim, umarevolução republicana e democráticaque ao mesmo tempo aflora e se enraíza,e que com certeza, ao se demonstrarconsistente, poderá ser uma basesegura para se retomarem experiênciassocialistas ou socializantes comingredientes inovadores. Essa inovaçãoderiva daquilo que – de modocompreensível, mas nem por isso menostrágico – faltou às experiências

Flávio Aguiar socialistas do século XX. De repúblicase democráticas, elas acabaram tendo sóo nome, em que pesem as conquistasextraordinárias de seus povos. Osocialismo do século XX não conseguiuintegrar avanço social, planejamentoeconômico, com liberdade edemocracia, e por isso ruiu na maioriados países em que se implantou, depoisde reproduzir muitas vezes as pioresqualidades autoritárias das sociedadesem que ele medrou.

Agora a América Latina está setornando o espaço diversificado eprotagonista da retomada histórica docompromisso e dos valores solidáriosdo socialismo. Este é diversificadocomo diversas são as experiências àesquerda trabalhada em diferentesritmos no Brasil, no Uruguai, no Chile,na Argentina, na Venezuela e na Bolívia,onde há governos que emergiram da

numa reedição grotesca e anacrônicados tempos da Guerra Fria.

É neste contexto, entre polêmicas econtrovérsias sobre seus limitespolíticos, que o Fórum retomou abandeira socialista e a discussão sobreo socialismo do século XXI. Tambémretomou a discussão, aprofundada emPorto Alegre em 2005, sobre anecessidade de se debruçar sobre aquestão do poder para transformar omundo. As polêmicas, que antes sedavam entre "ongueiros" e "partidistas",eclodiram neste sexto Fórum sobre a

de discriminação.E o Fórum continua sendo também

o espaço da festa. Não há revoluçãonem transformação sem festa. Um dosdramas do socialismo do século XXIfoi ter se tornado velhoto, sem alegria,rompendo relações com a juventude,eternizando-se em ditadurasintermináveis e cinzentas, marcadas aolongo do tempo mais por desfilesmilitares do que pelo estro datransformação. O Fórum é o contráriodesse envelhecimento precoce.

Nele há espaço para tudo. Tudo?Tudo! Estávamos alocados nos amplosespaços do Centro Cultural (mais queum Teatro, embora assim se chame)Teresa Carreño. No saguão do andartérreo apresentavam-se grupos musicaisde todos os tipos, em meio à multidãoque tudo acompanhava ardorosamente.A certa altura entrou um grupo HareKrishna, com seu ar compenetrado, ea modéstia (diante da exuberância dosoutros grupos) de seus cantosmonocórdicos, seus plim-plim, tóim-tóim e dong-dong. Mas a multidão foise concentrando ao redor deles, eentoando junto o canto monótono, quelogo passou a pluritonal; a percussãocomeçou a entrar num novo ritmo, amultidão foi gritando cada vez mais alto,os Hare-Krishnas desandaram numritmo frenético de pulos cada vez maisaltos, pareciam querer voar com aquelamassa humana desenfreada que pulavae gritava, todos subitamente convertidosnão a uma fé única e implacável, masàquele canto da confraternizaçãoimprovisada e inovadora. Alienação?Uma ova. Festa, isto sim. Foi daí quecomecei a pensar nesta carta: se umoutro Hare-Krishna (assim comoqualquer religião) é possível, por quenão um outro socialismo, cuja travessia,afinal, se dá neste nosso vale de risos elágrimas?

Flávio Aguiar é professor de Literaturada USP e diretor da TV Carta Maior.Texto publicado em

www.agenciacartamaior.com.br

"Trata-se de um socialismo cujas definições, ao lado daretomada de seus princípios fundamentais de

solidariedade e espírito coletivo, ainda estão emdebate."

história de lutas de seus movimentossociais e dos partidos ou movimentosque os exprimem. Em breve se esperamimpactos semelhantes no Peru, noEquador e no México. Cuba continuaseu rumo tão problemático quantoemblemático e admirável. A esquerdamundial está de olho nas Américas.

Mas não se trata apenas deexperiências governamentais, mais oumenos dramáticas, mais ou menosproblemáticas. Há um "alevantamento"generalizado dos povos na região, cujadireita se põe cada vez mais assustadae decidida a sustá-lo, como no Brasil,onde os episódios das CPIs, e acampanha conservadora na mídia,reeditam, mutatis mutandis, ossinistros momentos da famigerada"República do Galeão", quando daqueda e do suicídio de Vargas em 1954.Esse "alevantamento" está pondo fim,na comarca andina, ao legado dosistema colonial, numa revolução que asoligarquias locais jamais empreenderame cujo alcance até hoje lhes escapa detodo, como escapa à da Venezuela,cujas passeatas são recheadas pordólares do governo norte-americano epor bandeiras dos Estados Unidos,

forma de se ele deveria promover lutasconcretas, ainda que genéricas, ou sedeveria permanecer apenas como umespaço de discussão.

Se estas polêmicas dividiram ascúpulas, a militância que acorre aoFórum decidiu a parada, assumindo ocomportamento (que alguns líderesassumiram também) de que o Fórumdeva permanecer sem votações, semestabelecimento de maiorias e minorias,sem se transformar, em suma, numaQuinta Internacional partidária. E aolado deste o de que nada impede, poroutro lado, que correntes depensamento se reúnam no espaço deFórum e lancem suas campanhas emanifestos, como o que surgiu em PortoAlegre, em 2005, e em Bamako, em2006 (lançado antes da abertura doFórum), conclamando uma luta anti-imperialista.

Neste sentido, o Fórum está de fatoredefinindo as bases de um outrosocialismo possível, baseado nopluralismo, no reconhecimento dasdiferenças e da importância central detodas as lutas contra as desigualdades,tanto as de classes quanto as baseadasem sexo, etnia, cultura, ou outras formas

"O Fórum está de fato redefinindo as bases de umoutro socialismo possível, baseado no pluralismo, no

reconhecimento das diferenças e da importânciacentral de todas as lutas contra as desigualdades."

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?Quem é o responsável por cuidar da

segurança da população do RS?

Na página eletrônica da APCEF osassociados poderão tirar suas dúvidassobre o Novo Plano e o Plano GeralSaldado, no fórum de perguntas erespostas Quero me aposentar. Asdúvidas são esclarecidas pela assessoriajurídica da APCEF e pelos integrantesdo Grupo Estratégico da Associação.

joão de barro fevereiro/2006 3antena

SANTIAGO

? ?

APCEF Eleições em abril ...............................................5

Caex Indignação com atitude da Caixa ...................................6

Mulheres Comemoração e luta ..................................6

Seguro Jurídico Liminar favorável .............................................7

PAR Associado da APCEF ganha prêmio ...............................8

Funcef Correspondência cobra agilidade ...............................8

Índios O massacre que não terminou ....................................9

FSM Definições de 2006 .......................................10

Cinema O que esperar do Oscar .....................................11

APCEF Jogos e música .............................................12

PÁGINAS

www.apcefrs.com.brSite da Associação do Pessoal da

Caixa Econômica Federal. Informa-ções e uma série de serviços à disposiçãodos associados.

www.bancnet.com.brSite da Federação dos Bancários do RS

www.cnbcut.com.brPágina da Confederação Nacionaldos Bancários.

www.fenae.org.brSite da Federação Nacional dosEmpregados da Caixa.

Página do Sindicato dos Bancáriosde Porto Alegre.

www.bancariospoa.com.br

www.funcef.com.brPágina da Fundação dosEconomiários Federais

Trabalho escravo

Conselho

Em 2002, a fazenda Caraíbas, noMaranhão, então de propriedade dodeputado federal Inocêncio Oliveira(PFL/PE), foi flagrada por fiscais dotrabalho utilizando mão-de-obraescrava. Durante a fiscalização, foramlibertadas 53 pessoas, em sua maioriavindas do Piauí. Conforme denúnciasdos movimentos sociais teria havido, naépoca, uma ordem do governo federalpara que os policiais federais queacompanhavam os fiscais se retirassem,deixando a equipe sem segurança.Mesmo assim, os fiscais conseguiramlibertar os trabalhadores, em um casonoticiado nacionalmente.

O deputado vendeu a fazenda mesesdepois, mas mesmo assim seu nome foiincluído na lista do trabalho escravo,ficando impedido de receber créditosde bancos e agências públicas definanciamento, pelo prazo de dois anosa contar de novembro de 2003. Agora,o deputado, primeiro secretário daCâmara, teve a sua condenaçãoconfirmada, em segunda instância, pelo

www.apcefrs.com.br

APCEF EM CENA

O projeto APCEF em Cena estácom inscrições abertas para as oficinasde iniciação teatral, voz e canto. Aoficina teatral é pré-requisito para quemdeseja fazer parte do Caixa de Pandora.As aulas são dirigidas a jovens, adultose aposentados.

As aulas da oficina de iniciaçãoteatral acontecem às terças-feiras àtarde para aposentados e à noite paraadultos. Às quartas-feiras à tarde parajovens. A duração do curso é de trêsmeses. Os associados da APCEFpodem fazer o curso por até 50% deum outro curso similar.

As oficinas de canto e voz serãoministradas nas sextas-feiras à noite,com início em abril. O número mínimode inscritos é oito pessoas.

18 de MARÇO

VII FESTIVAL DE MÚSICA APCEF

Inscrições até o dia 10 de março.

Veja o regulamento em www.apcefrs.com.br.Venha mostrar seu talento.

Participe!

Promoção

Conselho 2Os conselhos tutelares são os

únicos órgãos que podem receberqualquer tipo de denúncia de violaçãodos direitos infanto-juvenis. Os conse-lheiros são responsáveis por enca-minhar, de maneira mais ágil e efetiva,as ocorrências aos órgãos competentese acompanhar o desenrolar dosmesmos.

O Estatuto da Criança e doAdolescente determina que deve existirpelo menos um conselho tutelar em cadamunicípio brasileiro. Quinze anos apósa criação do Estatuto da Criança e doAdolescente, 19 dos 27 estados brasi-leiros não cumprem o artigo 132. Ainformação é da Agência Nacional dosDireitos da Infância.

Tribunal Regional do Trabalho e vai serobrigado a pagar uma indenização quepode chegar a R$ 300 mil. O cálculoda indenização foi baseado em meiosalário mínimo de 2002, a ser pago pordia trabalhado aos 53 trabalhadoresencontrados na fazenda.

O coordenador da Campanha deCombate ao Trabalho Escravo daComissão Pastoral da Terra, frei XavierPlassat, em declaração à agênciaBrasil, diz que a CPT vê um avanço daJustiça brasileira na condenação dodeputado: "houve um tempo em queesses fatos não mereciam nem processosna Justiça". Mas ressalva que as penasainda não são equivalentes aosflagrantes de trabalho escravo: "Temosmuita dificuldade de conseguir que aJustiça processe efetivamente essesinfratores. Até hoje, ninguém foi paraa cadeia por esse crime, embora maisde 18 mil trabalhadores tenham sidolibertados nos últimos dez anos. Maisde 500 pessoas responsáveis por maustratos deveriam ter sido condenadas".

A APCEF está oferecendo para osassociados como brinde em cadapedido de compra de produtos com amarca APCEF uma agenda 2006. Apromoção é válida até 31 de março ouenquanto durar o estoque. Acesse apágina eletrônica (www.apcefrs.com.br) e faça seu pedido.

As reformas do Galpão Crioulo daAPCEF continuam. Está sendofinalizado o novo telhado. A próximaetapa será o reforço na estrutura e atroca da rede elétrica.

Galpão Crioulo

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O ano de 2006 será de muita luta,tanto para os empregados da Caixaquanto para os brasileiros. Nacional-mente as eleições para presidente daRepública e governadores já estão sendodiscutidas. Além disso, a seleçãobrasileira estará em busca do sextotítulo mundial. Emoções para todos osgostos. Já os empregados da Caixa terãomuito a fazer. A campanha salarial aindanão iniciou oficialmente, mas asinvestidas autoritárias da Caixa estãoem pleno andamento. Será preciso muitadisposição para o enfrentamento.

A APCEF também terá um ano bastante movimentado. A começar pela eleição para renovaçãoda Diretoria Executiva e Conselhos Deliberativo e Fiscal, nos dias 4 e 5 de abril. Logo a seguir será avez de eleger os representantes nas unidades da Caixa e as Coordenações das Regionais. Um processoeleitoral e democrático descentralizado. Também haverá a eleição para o Conselho Deliberativo eFiscal da Funcef e pela primeira vez na história da Fundação metade da Diretoria Executiva seráeleita pelos participantes. O Novo Plano e o Saldamento do REG/Replan da Funcef estão em fase deajustes finais e devem ser disponibilizados aos associados em breve.

Na área dos esportes, muita atividade para os atletas. A começar pelos Jogos de Integração dasRegionais da APCEF, que além de classificarem para a etapa estadual, são um momento de grandeconfraternização entre associados e colegas da Caixa. A fase final nos dias 15 a 18 de junho seráclassificatória para os Jogos da Fenae, que acontecem em agosto, em Santa Catarina. É hora decomeçar a preparar o fardamento e aquecer o corpo.

Além disso, o VII Festival de Música APCEF vem incentivar e valorizar os associados vinculadosà música, como compositores e intérpretes. A apresentação será no dia 18 de março, em Porto Alegre.O Festival irá classificar um representante da APCEF para o MúsicaFenae.

A APCEF já está com seu calendário de eventos. Muitas festas, passeios, atividades esportivas ereuniões estão programados para 2006. Os associados serão contemplados em todos os segmentos. Épreciso estar atento à agenda para não perder nenhum evento.

joão de barro fevereiro/2006 4editorial

Esta edição do João de Barro fechou na redação

no dia 17 de fevereiro de 2006.

Mobilizar é preciso sempre

Os artigos assinados publicados no João de Barro não refletemnecessariamente o pensamento da diretoria da APCEF.

Avenida Coronel Marcos, 851, Bairro IpanemaPorto Alegre - RS - CEP: 91.760-000Fone: 51 3268.1611 Fax: 51 3268.2700E-mail: [email protected]: www.apcefrs.com.br

GESTÃO 2003-2006Presidenta: Célia Margit ZinglerVice-presidente: Ruben Danilo Pickrodt

DIRETORIA EXECUTIVATITULARESRelações de Trabalho: Devanir Camargo da SilvaAposentados e Social: Jesualda Lanzini PradoCultural: Rosaura Berni CoutoComunicação: Paulo Ricardo BelottoSaúde: Jailson Bueno ProdesEsportes: Ricardo Luis da Rocha ChristinoPatrimônio: Marcelo Marimon GonçalvesSUPLENTES: Marisa Zancan Godoy, Gustavo MaximianoCamacho Leal, Beatriz Maria Berghahn, Celso Danieli,Maria Meneghini Bueno, Geraldo Otoni Xavier Brochado,Amanda Angelica Gonzales Cardoso, Francisco SatyroValente Neto, Sergio Squeff.CONSELHO FISCALTITULARES: Patricia Strapasson Pizzolatti, Felisberto Ma-chado de Souza, Rose Mary da Cruz Rocha WegeltSUPLENTES: Dóris Caudeic Tavares, Julcemar Sitta,Regis Moreno Nogueira SantosCONSELHO DELIBERATIVORegional Porto Alegre TITULARES: Paulo DaissonGregorio Casa Nova, Carlos Alberto Trasel, Luciana Oli-veira Rosa, Fernando Centeno Leinstner, Marcelo Cardo-so Carlucci. SUPLENTES: Maria Regina P. Figueiró, Mar-cos Machnacz Ferreira, Marcos Leite de Todt, Luiz CarlosLasek, José Carlos Necchi Barcelos.Alto Uruguai: Ricardo Luiz Müller, Paulo RobertoRohenkohl. Centro: Sonia Maria Batistela Guterres, AthosRonaldo Miralha da Cunha. Fronteira Oeste: FlávioDornelles Paré, Jefferson Araujo da Silva. Fronteira Sul:Milton Flávio dos Santos Otarão, Milton Trindade Ianzer.Litoral Norte: Vera Lucia Bueno de Oliveira, Nei Gladesde Francisco. Litoral Sul: Jonas Aguiar, Maria das GraçasSouto Lages. Missões: Moacir Scheuer Deves, Jorge LuisMarcanth Cappellari. Passo Fundo: Mauro Savaris, AdemirViazi Schmitt. Serra: Nelson Schlindwein, Ana LuciaRodrigues Martins Sul: Cristina de Souza Gularte, JoniBersch. Vale do Paranhana: João Alberto Holsbach, Dir-ceu D’Ávila Sampaio. Vale do Rio Pardo: Adroaldo SchmidtCarlos, Volmar Fernando Alves Dal Santo. Taquari: LuizCarlos Born. Vale dos Sinos: Ercio Karoly, Marcos AntonioKoch.COORDENADORES DAS REGIONAISAltivo Goularte Rodrigues (Centro); Ricardo Luiz Sulzbach(Vale do Taquari); Glênio Fernando Alves Longarai (LitoralNorte); João Batista Martins Jr (Fronteira Oeste), João BrunoSchmitz (Vale do Paranhana); Jorge Luis Marcanth Cappellari(Missões); Luiz Claudio Fazenda (Passo Fundo); Luiz RobertoPortantiolo (Sul); Maria de Fatima Saracol Vieira (Litoral Sul);Milton Flavio dos Santos Otarão (Fronteira Sul); Nilson Ro-que Urban (Vale do Rio dos Sinos); Ricardo Luiz Müller (AltoUruguai); Sandra Regina Brendler C. da Silva (Vale do RioPardo); Vladimir Tadeu Bettiol (Serra).

joão de barroJornal da Associação do Pessoal da CaixaEconômica Federal do Rio Grande do SulCONSELHO EDITORIAL: Célia Zingler, Jailson Prodes,Marcos Todt, Paulo Casa Nova.PRODUÇÃO (Projeto Gráfico, reportagem, edição, foto-grafia, diagramação e composição):

Rua José do Patrocínio, 721/201, Porto Alegre, RS, CEP90050-003. Fone 51 3221 2829 Fax 51 3211 0773.E-mail: [email protected]ção: Carla Rossa (RJP 7866)Reportagem: Eduardo Magalhães (RJP 11781),Jair Giacomini ( RJP 7844)Ilustrações: Elias Monteiro Charge: Santiago.Fotolito e Impressão: Gazeta do SulTiragem: 8500 mil exemplaresPeriodicidade: mensalDistribuição gratuita para associados da APCEF

Garantir rendimentos para você ou para quem depende de você.

Para complementar o benefício no caso de aposentadoria por invalidez.

Dar condições para família arcar com as dívidas existentes .

Dar tranqüilidade para a família , que terá uma verba para administrar

as despesas fixas, até se restabelecer.

A família terá a certeza de possuir uma reserva que suprirá a

ausência na composição da renda familiar.

Para receber um valor que proporcione uma assistência enquanto

se adapta à nova condição (no caso de invalidez permanente).

Ter um capital para que os filhos tenham condições de continuar os estudos.

Ter liquidez imediata, ou seja, os beneficiários recebem o dinheiro

no ato, por não responder por dividas ou entrar em inventario.

Porque o seguro de vida é um investimento para toda a vida.

Permite desfrutar o presente, estando despreocupado com o futuro.

DEZ MOTIVOS PARA CONTRATAR O SEGURO

DE VIDA EM GRUPO VIDA APCEF

www.apcefrs.com.brCadastre seu e-mail para receber as informações do

Boletim Eletrônico e do Chasque Eletrônico.

Colônia A da APCEF.

Carla Rossa

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Através do presente edital, torna público que está aberto o prazo de cinco dias, até o dia 24 de fevereirode 2006, para apresentação de eventuais impugnações aos inscritos, com base na Norma Estatutária.Porto Alegre, 17 de fevereiro de 2006.

joão de barro fevereiro/2006 5em pauta

Os associados daAPCEF vão àsurnas nos dias 4 e 5

de abril, quando acontece aeleição para a DiretoriaExecutiva, Conselhos Delibe-rativo e Fiscal da entidade.

A eleição para o triênio2006-2009 ocorre em turnoúnico. Têm direito ao voto osassociados em dia com as suasobrigações sociais, conformedetermina o estatuto daentidade e que são associadoshá mais de seis meses. Avotação ocorre na sede

APCEF

Renovação de diretoriaAssociados votam nos dias 4 e 5 de abril para eleger Diretoria Executiva, Conselhos Deliberativo e Fiscal.

DIRETORIA EXECUTIVA

Titulares

Célia Margit Zingler - PresidentaAg. Santa Cruz do SulMarcelo Marimon Gonçalves -Vice-presidenteAg. Porto dos CasaisAmanda Angélica GonzalesCardoso - JURIRAlmeri Spíndola de SouzaAposentadaJesualda Lanzini Prado - GIFUGMarcos Leite de Matos Todt -Ag. Praça Ruy BarbosaPaulo Ricardo Belotto - AgPraça da AlfândegaRicardo Luis Rocha Christino -Ag. Lupícinio RodriguesTiago Vasconcellos Pedroso -Ag. Tristeza

SuplentesBeatriz Maria Berghahn - ENPOA CentroFelisberto Machado de Souza -REREVGilmar Cabral Aguirre - Ag.Praça da AlfândegaJailson Bueno Prodes - Ag.Cristo RedentorLuis Alberto Candia Ramirez -Ag. José do PatrocínioPaulo César Ketzer - Ag.Cavalhada

EDITAL DE ELEIÇÕES APCEF-RSReabertura de Prazo Para Impugnações

administrativa da APCEF (Av.Cel. Marcos, 627) e nasunidades da Caixa, no horáriode funcionamento desseslocais. Para votar, os asso-ciados devem apresentar algumdocumento de identificação. Aposse acontece em até trintadias após a proclamação doseleitos.

Apenas uma chapa foiinscrita para concorrer àeleição. Encabeçada pela atualpresidenta, Célia Zingler, ecomo vice-presidente o atualdiretor de Patrimônio, Marcelo

Marimon Gonçalves, a chapaconta com a participação derepresentantes de diversasunidades da Caixa lotados nas15 Regionais. Depois da posseda diretoria eleita acontece aeleição dos Representantes detodas as unidades da Caixa etambém dos Coordenadores eTesoureiros das Regionais daAPCEF.

Eleições APCEF

Dias 4 e 5 de abrilLocais de Votação

Sede Administrativa da APCEFe Unidades da Caixa

Ruben Danilo de AlbuquerquePickrodt - EN Porto Alegre CentroSandro Dias Fernandes - GIFUGSérgio Aveline Squeff - Ag. SãoJerônimo

CONSELHO DELIBERATIVO

Regional Alto Uruguai

Titular: Ricardo Luiz Müller - Ag.ErechimSuplente: Vanda Maria BianzinGrzeidak - Ag. ErechimRegional Centro

Titular: Marcelo Husek Carrion -Ag. Santa MariaSuplente: Athos Ronaldo Miralhada Cunha - Ag. Santa MariaRegional Fronteira Oeste

Titular: Jefferson Araújo da Silva- Ag. AlegreteSuplente: Flávio Dornelles Paré -Ag. UruguaianaRegional Fronteira Sul

Titular: Vilmar Vallenoto da Silva -Ag. BagéSuplente: Vagner Kobe Braga -Ag. Dom PedritoRegional Grande POATitularesCarlos Alberto Träsel - JURIRCláudio Stern da Cunha FilhoAg. Porto dos CasaisDevanir Camargo da SilvaAg. Otávio Rocha

Maria Regina P. Figueiró -AposentadaMaristela da Rocha - Ag. OtávioRochaPaulo Daisson Gregório CasaNova - GITERSuplentesJorge Peixoto de Mattos - PABJustiça do TrabalhoJuarez Machado de Oliveira -GIPROMarcela Nunes de Aguiar - Ag.IndependênciaRenato de Castro Becker - Ag.Menino DeusVera Lúcia Reck de Araújo - PABJustiça FederalVolmar Fernando Alves Dal Santo- Ag Bom FimRegional Litoral NorteTitular: Nei Glades de Francisco -AposentadaSuplente: Carmem RejaneRamos - Ag. OsórioRegional Litoral SulTitular: Marco Antônio BotelhoGomes - Ag. Rio GrandeSuplente: Jonas Aguiar - Ag. RioGrande

Regional MissõesTitular: Moacir Scheuer Deves -Ag. IjuíSuplente: Marcos Maicá - Ag.Santa RosaRegional Passo FundoTitular: Paulo César Kunzler - Ag.Passo FundoSuplente: Régis Moreno NogueiraSantos - Ag. CarazinhoRegional SerraTitular: Marcos Mazzutti deCastro - Ag. CanelaSuplente: Marcos AlexandreStreck - Ag. CanelaRegional SulTitular: Cristina de Souza Gularte- Ag. PelotasSuplente: Luiz Antonio Reck deAraújo - Ag. PelotasRegional Vale

do Paranhana

Titular: João Alberto Holsbach -RETPV TaquaraSuplente: Dirceu D'Ávila Sampaio- Ag. TaquaraRegional Vale do Rio Pardo

Titular: Gilberto Castoldi - Ag.Santa Cruz do Sul

Suplente: Adroaldo SchmidtCarlos - Ag. Cachoeira do SulRegional Vale do Taquari

Titular: Rafael Reckziegel - Ag.Arroio do MeioSuplente: Luiz Antônio Sieben -RETPV LajeadoRegional Vale dos SinosTitular: Nestor Francisco Imhoff- Ag. Portão do SulSuplente: Odenar Corrêa deSouza - Ag. Novo Hamburgo

CONSELHO FISCAL

TitularesCláudio Morais Soares -AposentadoGeraldo Otoni Xavier Brochado- Ag. AzenhaGuaracy Padilla Gonçalves -GIFUS

SuplentesCelso Danieli - Ag. Assis BrasilMarisa Zancan Godoy - Ag.GravataíSandra Maria Faria - Ag. AltoPetrópolis

Paulo Roberto CarpenedoCoordenador Provisório da Eleição

A Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal RS, através do Coordenador Provisório da Eleição, torna público a todos os seus associados e associadas em dia comsuas obrigações associativas que, encerrado o prazo para inscrições de chapas a concorrer para renovação da Diretoria Executiva, Conselho Fiscal e Conselho Deliberativoda Entidade (ocorrerá nos dias 04 e 05 de abril de 2006), apresentou-se apenas chapa com a seguinte nominata:

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CAIXAS EXECUTIVOS

Caixa age arbitrariamente

joão de barro fevereiro/2006 6em pauta

Para fechar o acordocoletivo no anopassado, a Caixa

comprometeu-se a acabar como caixa flutuante e abrir 3,7 milnovas vagas de caixasexecutivos a partir de 1º dejaneiro de 2006. Essas novasvagas se somariam as 3,9 milexistentes. Mas o que seriauma vitória dos empregadostransformou-se em decepção.Em 5 de janeiro, a empresainformou a criação do cargocaixa ponto-de-venda.

A mudança não foi apenasno nome, mas as atribuições detarefas que mudaram radical-mente. O perfil deixou de sertécnico passando a vendedormúltiplo de produtos, desca-

racterizando com isso asfunções de caixa. Além dapostura oportunista e anti-éticada Caixa, já que se com-prometeu a realizar as mu-danças apenas para encerrar as

A passagem do Dia In-ternacional da Mulher terávários eventos organizados porentidades que têm compromissocom a garantia plena dos direitosdas mulheres, como a MarchaMundial das Mulheres, a CentralÚnica dos Trabalhadores, sindi-catos de trabalhadoras e con-selhos da mulher. O tema Porum Mundo sem Violência, comTerra, Trabalho, Educação,Saúde e Moradia é a marcadas mobilizações. No RS, estãosendo organizadas atividadesem diversas cidades. Em PortoAlegre, haverá uma caminhadaorganizada pela Marcha Mun-dial das Mulheres. A caminhada

sairá do LargoZumbi dos Pal-mares a partir das9h30min em direçãoà Esquina Demo-crática. O encer-ramento se darácom a apresentaçãode uma esquete te-

atral sobre a violência e um atopúblico. A agenda inclui tambémoutras programações do 8 demarço e a APCEF estará di-vulgando em sua página ele-trônica as atividades conformeforem disponibilizadas pelasentidades. A APCEF tambémrealiza um passeio ao ParqueItapuã no dia 11 de março, emcomemoração ao Dia Inter-nacional das Mulheres. Infor-mações na página www.apcefrs.com.br ou pelo telefone51 3268 1611.

A HISTÓRIA

O dia 8 de março é uma datavinculada à história de luta dostrabalhadores, especialmente a

mobilizações dos empre-gados, a nova atividade caratraz riscos aos empregados.

Os caixas executivos estãomobilizados para acabar commais uma injustiça. Várias

atividades já foram realizadasem todo o país. No estado,houve a paralisação de agên-cias por uma hora no dia 26 dejaneiro. A Comissão Executivados Empregados (CEE/Caixa)continua a negociar comrepresentantes da Caixa.Conforme o conselheiro daAPCEF e integrante da CEE/Caixa, Marcos Todt, aampliação no número de caixasexecutivos e o fim dos caixasflutuantes foi uma conquista dacampanha salarial, mas "pelaforma como a Caixa estácolocando em prática isso estásendo um retrocesso". Todtsalienta que somente com muitamobilização dos empregadosserá possível reverter o processo.

Encontro Estadual de caixas, avaliadores de penhor e tesoureiros acontece em março.

" Maria-sem-vergonha de ser mulherJá são tantas, milhares, milhões. Uma verdadeira rama,

florescendo por todo o planeta. Lilás. Marias-sem-vergonha de ser mulher.

Não são só florzinhas. São mulheres se agrupando,misturando suas cores, gritando seus encantos, exibindosuas verdades.

São domésticas, bailarinas, agricultoras, médicas,estudantes, bancárias, professoras, atrizes,sindicalistas, escritoras, garis, brancas, negras, índias,são meninas...

São Maria-sem-vergonha de dizer que ainda faltatrabalho, salário digno, respeito.

Que ainda são vítimas da violência física, da porrada,do assédio, do estupro, do aborto, da prostituição, dafalta de assistência.

São Maria-sem-vergonha de brigar por creche,educação, saúde, moradia, terra, comida, meio-ambiente,pelo direito de ter ou não ter filhos.

Conquistam direitos. Dão a vida. Geram outras vidas,insistentemente. Desavergonhadamente vão tecendo decor e beleza o desbotado das relações humanas.

Sem medo, sem disfarce, sem-vergonha de ser feliz,vão parindo com dores e delícias um novo mundo paramulheres e homens.

Um novo mundo para a "comunidade dos seres":humanos, plantas e animais."

8 DE MARÇO

Mulheres em busca de direitos

ENCONTRO

ESTADUALNo dia 11 de março um

encontro estadual irá tratarsobre as mudanças impostaspela Caixa e definir que estra-tégias serão adotadas pelomovimento sindical bancário.O Encontro também vaianalisar os diversos pro-blemas que os avaliadores depenhor e tesoureiros enfren-tam, tendo em comum aquestão do manuseio e res-ponsabilidade sobre valores, asegurança bancária, a defi-nição de tarefas, os intervalospara prevenção das lesões poresforços repetitivos e ajornada de trabalho.

A APCEF participa daorganização do Encontro juntocom a Federação dos Bancá-rios do RS e sindicatos debancários do estado. O eventoocorre na Federação (R.Vicente de Paula Dutra, 215,sala 201), a partir das 9 horas.

coragem que mulheres tiveramno século XIX.

Em 8 de março de 1857,operárias de uma fábrica detecidos de Nova Iorque fizeramuma grande greve. Reivin-dicavam melhores condições detrabalho, tais como, redução nacarga diária de trabalho para dezhoras (era de dezesseis horas oumais), equiparação de salárioscom os homens e tratamentodigno dentro do ambiente detrabalho, contra o trabalho in-fantil. A manifestação, repri-mida com total violência, matou130 trabalhadoras. As mulheresforam trancadas dentro dafábrica, que foi incendiada.

A data foi instituída na IIConferência Internacional deMulheres, em 1910 na Dina-marca. As comemorações do 8de março estão mundialmentevinculadas às reivindicações dasmulheres por melhores condi-ções de trabalho, por uma vidamais digna e sociedades maisjustas e igualitárias.

Homenagem da diretoria da APCEF

às mulheres de luta, que lutam todos os dias

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joão de barro fevereiro/2006 7em pauta

AÇÃO JUDICIALA medida judicial proposta no

RS a partir da iniciativa doGrupo Estratégico da APCEF e

Seguro Jurídico vem ampliandoo número de participantes todosos dias. As decisões judiciais arespeito estão pacificadas nosentido de que a discriminaçãode gênero existente no REG éilegal e deve ser alterada. Ainstância mais alta no Tribunalde Justiça do RS (3º GrupoCível) entende, por unani-midade, que a diferenciaçãoexistente contraria a Consti-tuição Federal. Portanto, os oitodesembargadores que decidemsobre esta matéria no TJRS, jáse definiram favoravelmente àsassociadas da APCEF. Os re-cursos da Funcef para o Su-perior Tribunal de Justiça eSupremo Tribunal Federaltambém têm sido rejeitados.

ACORDO COMA FUNCEF

A APCEF iniciou tratativaspara que a Funcef resolvesse aquestão em relação ao conjuntode assistidas em todo o Brasil,baseada na clara ilegalidadeexistente no cálculo da apo-sentadoria proporcional para asmulheres do REG e com enten-dimento favorável de apo-sentados e aposentadas queparticipam das reuniões mensaispromovidas pela Associação.

No curso do ano de 2005essas tratativas evoluíram até aapresentação de uma lista pela

própria Funcef com estimativasde pagamentos. Entretanto, anegociação não progrediu até opresente momento. A APCEFencaminhou correspondência àFuncef no início deste anocobrando uma solução. A diretoriada APCEF entende que todas asinteressadas que ainda nãopossuem processo judicial devemprocurar a assessoria jurídica paradar início aos mesmos.

MEDIDAS LIMINARESConsiderando que as nego-

ciações com a Funcef não evo-luíram, a assessoria jurídicarequereu de forma experimentala antecipação de tutela (con-cessão de liminar) em processojudicial conjunto das associadasMaria Regina Pereira Figueiróe Suzana da Rosa Harzheim. Aliminar foi concedida, ocorreurecurso judicial da Funcef quefoi rejeitado e as associadas játiveram o aumento em seucontracheque a partir de janeirodeste ano. Tendo em vista oresultado favorável, esta medidaestá sendo oferecida a todas asaposentadas que já ajuizaram areferida ação. Entretanto, épreciso esclarecer que a medidaliminar é provisória e pode sercassada, o que pode gerar umaumento do benefício (com aconcessão da liminar) e, logoadiante, uma redução (cassação

da liminar). Tal situaçãoprovisória pode gerar aobrigação de devolver osvalores recebidos enquanto oprocesso judicial não forfinalizado. De qualquer forma,a assessoria jurídica estádisponível para consultas dasaposentadas interessadas paraanálise individual de cada caso.Somente serão propostas medidasliminares para os processos emandamento mediante autorizaçãode cada interessada.

INTEGRANTES DO REBE A AÇÃO DOS 10%REG MULHERES

Há um longo tempo, aassessoria jurídica e o GrupoEstratégico da APCEF vinhamanalisando a situação daquelasassociadas que, apesar de teremdireito aos 10% REG Mulheres,ao migrarem para o REB,renunciaram a tal diferença. No

10% REG MULHERES

Primeiras conquistas

Ocálculo dasa p o s e n t a d o r i a sproporcionais das

mulheres REG contempla umaclara discriminação de gênero,pois em relação aos homens,também com aposentadoriasproporcionais, a diferença, amenor para elas , pode chegaraté a 10% .

Duas associadas da APCEF,aposentadas proporcionalmente,tiveram os seus benefíciosrevisados em ação judicial.Uma das associadas benefi-ciadas com a medida, MariaRegina Figueiró afirma que ajustiça foi feita: "o acréscimoameniza a difícil situação dasaposentadas. Espero que oresultado positivo da experiênciapossa trazer benefícios para asoutras mulheres que estão comdemandas na Justiça".

Outra beneficiada é a apo-sentada Suzana da Rosa Harz-heim. Ela diz que ficou supresacom a rapidez da decisão: "mes-mo sendo uma liminar, não es-perava que fosse tão rápido. Foiótimo".

Veja a seguir alguns esclare-cimentos do assessor jurídico daAPCEF, Fábio Barbosa.

Duas associadas da APCEF ganham liminar em ação do Seguro Jurídico Previdenciário.

final do ano de 2005, foiconcluído estudo sobre o temae, a partir de janeiro deste ano,iniciaram-se os ajuizamentos deações de associadas que migra-ram para o REB e que têmdireito à diferença. O primeirogrupo de ações individuais écomposto por mais de 20processos, cuja documentaçãojá havia sido apresentada àassessoria jurídica. Todas asassociadas que se aposentaramproporcionalmente e eramoriginariamente do REG, podemmover esta ação judicial.

A APCEF e o SeguroJurídico, através da assessoriajurídica, estão disponíveis paramaiores esclarecimentos sobreas matérias referidas ou outrosproblemas eventualmenteexistentes pelo endereç[email protected], oupara marcação de consultas pelofone 51 3227 5598.

Para garantir oequilíbrio financeirodo Saúde Caixa, a

mensalidade do beneficiárioindireto e o teto do resseguroforam reajustados em janeiro.A medida está prevista noAcordo Coletivo. Segundo odiretor de Saúde da APCEFe membro do Conselho deUsuários do Saúde Caixa,Jailson Prodes, entre osfatores que levou ao reajuste

está adoção da ClassificaçãoBrasileira Hierarquizada deProcedimentos Médicos, paraa remuneração de procedi-mentos médicos, "o que repre-sentou um incremento de12,5% nas despesas do plano",diz Prodes. O valor da mensa-lidade do beneficiário indiretopassou para R$ 43,32 e doresseguro para R$ 1.200. Ovalor do resseguro desde aimplantação do Saúde Caixa,

em 2004, era de R$ 763 paratodo o grupo familiar.

CO-PARTICIPAÇÃOEm fevereiro de 2005, o

prazo do contrato que a Caixamantinha com a empresaDatamec, responsável peloprocessamento de dados doSaúde Caixa, foi finalizado. ACaixa não poderia renovar ocontrato sem realizar uma novalicitação, o que já ocorreu. No

decorrer desse processo, a co-participação dos usuários doSaúde Caixa não vem sendocobrada há um ano. Umasolução está sendo buscadapelo Conselho de Usuários emconjunto com a Caixa. Osrepresentantes dos usuáriosexigiram da Caixa que osdescontos não sejam feitos emuma única vez, mas diluídos nomínimo em doze vezes.Conforme o diretor de Saúde

da APCEF e integrante doConselho de Usuários, JailsonProdes, é muito importanteque cada um dos usuáriosfiscalize o funcionamento doSaúde Caixa, auxiliando otrabalho do Conselho deUsuários. "Esta é uma trin-cheira que, a muito custo,conquistamos e não podemosabrir mão de denunciarqualquer irregularidade",completa Prodes.

Saúde Caixa

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joão de barro fevereiro/2006 8em pauta

Omaior prêmio dacampanha NatalSempre Presente do

Programa PAR, um carro zeroquilômetro, foi entregue a PauloRoberto Lazzari, empregadoda Caixa na agência Campinasdo Sul há 16 anos. A entregado prêmio foi feita no dia 10de fevereiro na sede daRegional Alto Uruguai, emErechim. Além da entrega docarro foi oferecido peloPrograma PAR um jantar deintegração aos associados daRegional. O sucesso do eventofoi garantido pelo empenho naorganização da tesoureira

PROGRAMA PAR

Associado premiadoCampanha Natal Sempre Presente premiou com um carro zero quilômetro o associado da APCEF Paulo Lazzari.

Na foto a partir da esquerda, o vice-presidente da Fenae, PedroEugênio Leite, a presidenta da APCEF, Célia Zingler, Paulo RobertoLazzari e o diretor executivo do Programa PAR, Duda Scartezini.

Lazzari, ao centro, no momentoem que assinou a sua associ-ação na APCEF.

Vanda Maria Bianzin Grzeidake colegas da agência Erechim.

O carro foi entregue pelovice-presidente da Fenae,Pedro Eugênio Leite.

A presidenta da APCEF,Célia Zingler, e os diretores

tão grande, um carro para tan-tos cupons era dificil", afirma."Superou muito a minha ex-pectativa." Ao se associar àAPCEF ele diz que pretendeparticipar dos eventos reali-zados pela Associação e usufruirde todos os benefícios de estarassociado. "A APCEF luta pelosseus associados, nos dissídios,nas campanhas e quero tambémparticipar dos jogos."

A campanha realizada emdezembro do ano passadosorteou em janeiro 1.676prêmios entre os mais de 10 milempregados da Caixa queparticiparam da promoção.

Aimplantação do NovoPlano da Funcef e osaldamento do REG/

Replan ainda aguardam aaprovação do Ministério daFazenda e Planejamento. Naúltima reunião do Grupo deTrabalho, realizada no dia 14 defevereiro, foi cobrada maioragilidade da Funcef nos encami-nhamentos junto à SPC. Tam-bém foi decidido na reunião quea Funcef comunique à Caixa ostermos de adesão às regras desaldamento.

A APCEF encaminhoucorrespondência no dia 24 defevereiro ao presidente daFuncef, Guilherme Lacerda, eao presidente do ConselhoDeliberativo e representante daCaixa, João Dornelles, cobrandoempenho da Funcef e da Caixapara que as mudanças nosplanos de benefícios sejamimplantadas o mais rápidopossível. Até o fechamentodesta edição somente a Caixahavia dado retorno. Confira acorrespondência remetida pelaAPCEF e a resposta da Caixa.

FUNCEF

APCEF cobra agilidadeAssociação encaminhou correspondência à Caixa e à Funcef.

Marcelo Marimon Gonçalves eDevanir Camargo da Silvaprestigiaram a entrega. Naocasião, Lazarri voltou a se

associar à APCEF. Ele contaque foi uma alegria muitogrande receber o carro: "nãoesperava receber um prêmio

Carta da APCEF

"Em 23 de dezembro p.p

o Conselho Deliberativo da

Funcef aprovou as alte-

rações do REG/Replan e o

novo Plano de Benefícios e

encaminhou aos órgãos de

controle das empresas es-

tatais - DEST, Ministério da

Fazenda e Secretaria de

Previdência Complementar -

para análise e aprovação

dessas adequações.

Preocupados com a de-

mora e para evitar o prolon-

gamento da solução defini-

tiva e, no sentido de evitar

mais frus-trações junto aos

associados da Funcef,

apelamos a V.Sª para que

haja uma efetiva partici-

pação da Patrocinadora

Caixa junto aos referidos ór-

gãos para imediata apro-

vação e implantação das tão

esperadas mudanças."

Resposta da Caixa,

enviada por e-mail

no dia 16 deste mês,

assinada pelo vice-

presidente João

Dornelles

"O andamento do Novo

Plano de Benefícios da

Funcef vem sendo acom-

panhado por esta Caixa

Econômica Federal. Temos

uma expectativa de que até

sexta-feira da próxima

semana (*) tenhamos a libe-

ração dos Ministérios da

Fazenda e do Planejamento

(DEST), conforme com-

binado com os represen-

tantes daqueles órgãos que

se encontram discutindo o

Novo Plano conosco.

A partir daí, ficamos na

dependência da SPC, para

onde já encaminhamos todo

o material, mas que aguarda,

para seu posicionamento, os

pareceres dos ministérios

supracitados.

Fique certa que a direção

da Caixa Econômica Federal

tem dedicado todo o em-

penho na obtenção das

referidas autorizações."

* NR - a data citada correspondea 24 de fevereiro.

Terças-feiras à noite, 20h, sede A

Encontro do Núcleo

de Cultura Gaúcha da APCEF

MARÇO

8 - Reunião de aposentados, 14 horas, na Federação

dos Bancários

10 - Prazo máximo de inscrição para o VII Festival

de Música APCEF

11 - Passeio no Parque Itapuã em comemoração

do Dia Internacional da Mulher

14 - Prazo máximo para divulgação das músicas

selecionadas no VII Festival de Música APCEF-RS

18 - VII Festival de Música APCEF, no ginásio da Colônia A

31 - Prazo máximo de associação para participar

nos Jogos da Fenae

ABRIL

4 e 5 - Eleições da APCEF

5 - Reunião de aposentados

8 - Festa de Páscoa

29 e 30 - VIII Festival de Música Fenae com a

participação do vencedor do VII Festival de Música da APCEF

MAIO

3 - Reunião de aposentados

20 - Passeio do Dia das Mães no barco Cisne Branco

JUNHO

7 - Reunião de aposentados

10 - Jantar Baile de aniversário da APCEF

15 16 e 17 - Etapa estadual dos Jogos de Integração

AGOSTO

19 a 26 - Jogos da Fenae em Blumenau , Santa Catarina

EVENTOS DA

APCEF

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jb repórter joão de barro fevereiro/2006 9

O massacre continua

Acidade de São Gabriel,na fronteira oeste doestado, presenciou um

evento de grande importâncianacional e internacional: acomemoração dos 250 anos damorte do líder guarani, SepéTiaraju.

De 4 a 7 de fevereiro, cercade três mil pessoas acamparamno Centro Tradicionalista dacidade. Estavam reunidos,aproximadamente 1.800 índiosde diversas etnias, estados epaíses. Além da juventudeligada às pastorais sociais, ViaCampesina (MST, MPA) eQuilombolas. Todos reunidospara homenagear o herói in-dígena que suscita e inspira a lutapor suas terras. O interessantenesse encontro foi presenciaretnias indígenas com línguas edanças diferentes, mas com asmesmas reivindicações: terra,

Indígena Nhanderu Marangatu,no estado de Mato Grosso doSul. Esse território já estavademarcado e homologado, noentanto, a comunidade indígenaque lá vivia foi violentamenteexpulsa no dia 15 de dezembrode 2005 pela polícia federal,devido à ordem vinda doSupremo Tribunal Federal, queacatou ação judicial dos fazen-deiros invasores. Ameaçadapelas armas, a comunidade deNhanderu Marangatu foi para abeira da estrada e lá, o líderDorvalino Rocha foi covarde-mente assassinado por pistolei-ros que trabalham para os inva-sores da Terra Indígena".

Já em Caiboaté, os índioschoraram e dançaram em me-mória a Sepé Tiaraju. Aomesmo tempo, eles gritaramcom bravura ao som de suasvozes e instrumentos musicais

indígenas. "Olha só quem está aí:Sepé Tiaraju. Veja só quemchegou: Sepé Tiaraju, nossobravo e herói guerreiro". O índioMauricio, disse que "arrancaramos galhos das arvores e cortaramseus troncos, mas não destruíramas raízes", que são eles, os índiosguaranis e todos os índios doBrasil e da América Latina.

Durante a noite aconte-ceram apresentações teatrais,declamações de poesias e apre-sentações de músicas criadasespecialmente para a come-moração aos 250 anos da mortedo líder indígena.

No dia 7 aconteceu umacaminhada que saiu do trevo daBR 290 na entrada da cidadeem direção à Sanga da Bica.Lá, os índios dançaram e can-taram misturando dor e alegria,debaixo do Oratório, construídoespecialmente para o evento eque vai permanecer no local. Oarquiteto Oscar Niemayer estádesenhado um monumento queserá colocado junto ao Oratório.A Sanga da Bica será transfor-mada em Praça Sepé Tiaraju.

Muitas lições foram apren-didas nesses quatro dias. O quese viu entre os índios no acam-pamento, a muito não se vê nacivilização dos "não índios",como eles mesmos nos cha-mam. A solidariedade, a partilhae a preocupação de um paracom o outro saltava aos olhosde quem esteve presente.

Sepé Tiaraju, nascido JoséTiaraju, provavelmente em1723 na Redução de São LuizGonzaga, era Corregedor daRedução de São Miguel quan-do Portugal e Espanha as-sinaram o Tratado de Madri, de1750, trocando entre si os SetePovos das Missões, sob domí-nio espanhol, pela Colônia doSacramento, sob domíniolusitano.

O tratado obrigava osmissionários das sete redu-ções jesuíticas, que se encon-travam no atual território do RioGrande do Sul, a se deslo-carem para a outra margem dorio Uruguai, levando consigo"os índios para aldear emoutras terras de Espanha".Cerca de 50 mil índios se viramobrigados a abandonar suascidades, igrejas, lavouras, fa-zendas, onde criavam doismilhões de cabeças de gadoe, principalmente, a abando-narem a terra de seus an-cestrais.

As reduções começaram asurgir ainda no século XVII,tendo sido depois destruídas

Sepé Tiaraju e asMissões Jesuíticas

A cruz missioneira e o oratório.

pelos bandeirantes. Em 1750,alcançavam mais de um sé-culo de apogeu, após teremsido recriadas em 1641. Asatuais cidades de São Borja,São Luiz Gonzaga, São Lou-renço, São João, São Nicolau,Santo Ângelo e São Miguelabrigavam milhares de índiosque foram habitar as aldeiasformadas pelos padres jesuí-tas, que pretendiam "recondu-zir" os nativos à Igreja e à vidaem sociedade. No total, eram33 cidades missioneiras, noBrasil, na Argentina e noParaguai.

Os índios missioneirosviviam em regime cooperativo,trabalhando parte da semanaem suas lavouras individuaise outra parte em lavourascoletivas, produzindo para osustento da comunidade.Órfãos e viúvas eram condu-zidos ao "cotiguaçu", onderecebiam assistência e eramsustentados pelo trabalhocoletivo, o "tupanbaé", "comu-

nista demais para os cristãose cristã demais para os comu-nistas da época burguesa",escreveu Clovis Lugon em seulivro A República ComunistaCristã dos Guaranis.

Após a assinatura doTratado de Madri, Sepé lideroua resistência ao lado de NicolauÑenguiru, corregedor da Re-dução de Santa Maria, do outrolado do rio Uruguai. O primeirocombate foi travado em 1753,quando indígenas liderados porSepé impediram os trabalhosde demarcação, na Capela deSanta Tecla, no dia 27 defevereiro. Os guaranis, muitasvezes apoiados por outrastribos, como os charruas, con-seguiram resistir até 1756.

No dia 7 de fevereiro da-quele ano, na região chamadade Batovi, atual município deSão Gabriel, Sepé Tiaraju foimorto em combate. Relatos daépoca dão conta de que o líderguarani foi morto por um golpede lança dado por um portu-guês e, depois, por um tiro deum espanhol. Três dias de-pois, liderados por Ñenguiru,

cerca de 1,5 mil índios forammassacrados pelas tropas deEspanha e de Portugal. Era ofim da utopia guarani.

A figura histórica de SepéTiaraju tomou contornos delenda por conta da bravuraassumida durante a resis-tência guarani. Reza a lenda –ou a história – de que traziana testa um sinal, em formade lua, o que lhe conferiu aalcunha de O Facho de Luz. ASepé é atribuída a famosafrase, redigida em cartas àCoroa de Espanha após aassinatura do Tratado: "Alto lá!Esta terra tem dono!".

No dia 10 de outubro de2005, a Assembléia Legis-lativa do RS aprovou por una-nimidade o projeto de lei quedeclara Sepé Tiaraju Heróiguarani missioneiro rio-gran-dense e institui o dia 7 defevereiro, data da morte dolíder indígena, como dia oficialdo Estado em homenagem àmemória de Sepé.Texto e fotos

Rubens Melo

Caminhada exigiu respeito aos indígenas.

saúde e o reconhecimento desuas tradições.

Um dos pontos importantesdo evento foi a AssembléiaContinental Guarani e a cami-nhada até Caiboaté, local domassacre indígena em 1756. AAssembléia concluiu, no caso doBrasil, que, apesar de a Cons-tituição Federal de 1988 terreconhecido os direitos indígenascomo povos e de ter mandadodemarcar todos os territóriosnum prazo de cinco anos, muitoainda falta e necessita ser feito.Isso vale para Argentina eParaguai, Uruguai e Bolívia.Eles denunciaram, em docu-mento oficial da Assembléia: "Osistema judiciário brasileiro temagido, em muitos casos, comoinstrumento dos invasores, tantono âmbito estadual comofederal. Exemplo disto foi oviolento despejo na Terra

Música para lembrar a luta indígena.

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enfoque joão de barro fevereiro/2006 10

Asexta edição doFórum Social

Mundial aprofundoua descentralização do evento.Três continentes receberam oFórum: África, em Mali,América Latina, na Venezuela,e Ásia, no Paquistão, a serrealizado no final de março. Aestratégia de realizar o Fórumem vários países permite, naavaliação dos organizadores, aparticipação de mais pessoas ea ampliação das discussões dequestões regionais e mundiais.A idéia é manter o Fórumalternadamente, ora descen-tralizado ora centralizado. Jápara janeiro de 2007, serácentralizado em Nairobi,Quênia. Nessa lógica é possívelque, em 2009, o Fórum SocialMundial volte a Porto Alegre.

Na Venezuela, a luta contrao imperialismo e a defesa dosocialismo foi reforçada pelasposições do governo daquelepaís. Hugo Chávez não perdeua oportunidade para defender aliberdade dos povos latinos e o fimda interferência norte-americana.Também contribuiu para o apro-fundamento das discussões sobreum outro mundo, a mudança políticaem curso na América Latina, comgovernantes de esquerda sendoeleitos nos principais países latinos.

No encerramento do encon-tro em Caracas, a AssembléiaMundial ressaltou a necessi-dade de maior politização daslutas e de maior unificação dosmovimentos em torno de lutaspolíticas comuns, destacandoque as mobilizações sociais dosúltimos anos permitiram o"ascenso ao governo de alter-nativas políticas surgidas nocalor das lutas populares". Oexemplo mais recente é o davitória de Evo Morales naBolívia". O documento finalafirma: "devemos manter nossaautonomia política e progra-mática, impulsionar a mobili-zação social para avançar naconquista de nossos objetivos epressionar contra qualqueradaptação destes governos aomodelo neoliberal".

O professor e teólogo, FreiLuiz Carlos Susin, que palestrou

durante o Fórum na Venezuela,lembra que "na mística de umaluta política comum em favordos povos latino-americanos,predominou em Caracas alembrança de Simon Bolívar, olibertador dos povos andinos doNorte, como também a junçãode dois heróis regionais, Bolívarcom José de San Martín, olibertador do Cone Sul". FreiSusin completa: "agora EvoMorales, que tem em seu país aherança da morte trágica deChe Guevara, promete reabilitara memória inspiradora de Chee de seu sonho com uma pátriagrande latino-americana".

A ocupação norte-ame-ricana no Iraque foi o maior des-taque nas manifestações du-rante o FSM venezuelano. Opresidente dos Estados Unidos,George Bush não foi poupadonas críticas, denominado o piorinimigo da humanidade. Nocalendário de ações para o anode 2006, a luta contra a ocu-pação do Iraque é o primeiroponto. No dia 18 de março estámarcada uma manifestaçãomundial contra a ocupação. Aconferência que ocorre de 24 a27 de março, em Cairo, noEgito, também tratará o tema.

A Rodada Doha, série denegociações da OrganizaçãoMundial do Comércio (OMC),que teve início em 2001, seráalvo de pressão dos manifes-tantes na reunião do conselhogeral da OMC, marcada paramaio deste ano. Além disso,

duas outras mobilizações forammarcadas. Em julho, em SãoPetesburgo, quando ocorre areunião anual do G8 - grupo dosoito países mais poderosos domundo mais a Rússia. E emsetembro, na reunião anual doBanco Mundial com o FundoMonetário Internacional, nosEstados Unidos.

As campanhas capitaneadaspelos movimentos sociaistambém continuam.

Contra o

Livre Comércio

A assembléia dos movi-mentos sociais irá reunir mani-festantes de todo o mundo emGenebra, Suíça, na reunião dosgovernos da União Européia eda América Latina. "Vamosfazer um tribunal para julgar oscrimes cometidos por transna-cionais européias na AméricaLatina e em seus próprios paí-ses", diz a ata da assembléia. A

data da reunião ainda não estámarcada.

Em abril, haverá o EncontroHemisférico dos MovimentosSociais, para discutir as es-tratégias contra os acordos delivre comércio. O texto afirma:"temos de manter um alertacontinental contra qualquerpossível tentativa de reviver asnegociações da Área de LivreComércio das Américas (Alca)ou de impulsionar os tratados delivre comércio bilaterais".

Contra a Guerra

Uma manifestação mundial

FSM 2006

A luta política reafirmadaMovimentos sociais mantém uma agenda permanente de mobilização durante todo o ano.

dania e promovam políticas quegarantam a diversidade e opluralismo."

Recursos Naturais

Entre os dias 21 a 23 dejunho, em Ciudad del Este,Paraguai, ocorrerá o Encontroentre os Povos em Defesa daVida e dos Bens Naturais. Oencontro acontece na região doAqüífero Guarani. E em 11 denovembro, está marcada aCampanha contra as MudançasClimáticas.

Mulheres

A Luta das Mulheres contraa Guerra será o destaque desteano na manifestação do DiaMundial da Mulher, 8 de março.

Camponeses

O Dia Mundial da LutaCamponesa está marcada parao dia 17 de abril, escolhido porser a data do massacre de 11trabalhadores rurais sem terraem Eldorado dos Carajás. Otema deste ano é a luta contraos transgênicos.

Diversidade sexual

Os movimentos que lutampelo respeito à diversidadesexual farão uma mobilização nodia 28 de junho.

Indígenas

Os indígenas realizam o seu3º Encontro Continental, nacidade da Guatemala, emoutubro. Um diferencial do Fó-rum na Venezuela foi a grandeparticipação indígena de todosos países bolivarianos (Vene-zuela, Colômbia, Equador, Perue Bolívia). Um dos momentosmais impressionante do Fórumfoi a passeata indígena com suasreivindicações.

Marcha de abertura do Fórum.

a favor do povo palestino foimarcada para o dia 15 de maio,que marca o aniversário de 59anos de Nakba - palavra árabepara catástrofe e que é usadapara referir-se a um desalo-jamento em massa de pales-tinos, de uma área onde hoje estáo Estado de Israel.

Direito à Moradia

A Marcha dos Povosacontecerá simultaneamente de4 a 6 de maio, no Brasil, Ar-gentina, Uruguai, México eRepública Dominicana. A mani-festação vai exigir o direito àmoradia a todos os povos.

Direito à Comunicação

Para os movimentos sociaispresentes na Assembléia, acomunicação deve ser chavenas lutas contra o neoliberalismo."Isto implica articular e desen-volver veículos próprios esolidários que construam cida-

Juliana Bruce/Ciranda

Protesto contra o imperialismo norte-americano na abertura.

Simone Bruno/Ciranda

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enfoque joão de barro fevereiro/200611

As expectativas para o OscarCINEMA

[conversa de casa]

Paulo Casa Nova ainda trabalha naGITER/PO, mas depois da última edição,ele está cotado como Superintendentedo recém inaugurado Escritório deNegócios em Porto Príncipe, Haiti.

Com o Oscar 2006 chegando, éimportante explicar algumas coisassobre o assim chamado “PrêmioMáximo do Cinema”. Em primeirolugar, o Oscar nunca é ignorado comoos outros prêmios; pode-se gostar ounão, mas ao vê-lo, todo mundo sabe oque é e o que significa.

Costuma-se dizer que os festivaisconcentram os filmes mais artís-ticos, como os festivais de Berlim,Veneza e Cannes, enquanto o Oscarse concentraria no aspectocomercial do Cinema. Nenhumacoisa nem outra: o objetivo básicode um cineasta é ter seu filmeexibido para o maior númeropossível de pessoas. A diferençaestá no tipo de pessoa que o filmepretende atingir.

Aí sim, há diferenças, mas aintenção é, uma vez definido o públicoalvo, atingir o maior número possível.

O Oscar, inicialmente apenas umapremiação entre parceiros de umaindústria entre muitas no mundo,premiação esta surgida no períodoentre guerras, cresceu em impor-tância depois da Segunda GuerraMundial da mesma forma que seu paíssede, os Estados Unidos, cresceramde importância também.

Ao Oscar é atribuída a qualidadede alavancar a comercialização defilmes de distribuição antes restritae de garantir o sucesso ($$$) dosfilmes comerciais.

Vamos dar uma olhada no que nosespera no Domingo, 5 de Marçopróximo, data da premiação.

Melhor Filme o prêmio máximodo Oscar nunca foi melhor filme; istoé uma simplificação. Desde o início,o prêmio pretendia ser apenas entreos próprios filmes de Hollywood; osfilmes ingleses entram pela janela e,depois da Segunda Guerra, criou-se oprêmio de Melhor Filme em LínguaNão-Inglesa, erroneamente chamadode Melhor Filme Estrangeiro.

Então, vamos lá!

Melhor Filme em Língua

Inglesa “O Segredo de BrokebackMountain”: esqueça essa bobagem de“Faroeste Gay”, isto é outra simpli-

ficação. É uma tocante estória de amorproibido entre as décadas de 60 e 80que, incidentalmente, compõem-se deuma dupla de vaqueiros. O visual éfantástico, a repressão moraltambém o é. Será o vencedor.Melhor Filme em

Língua Não-Inglesa

“Paradise Now”, representandoa Palestina, inclui um componentepolítico ao Oscar deste ano, tanto apolítica das nações quanto amicropolítica comportamental.

Insisto que este Oscar será detemas adultos como Política,Liberdade, Sexualidade e Drogas.

Melhor Diretor Ang Lee, omesmo de ”O Tigre e o Dragão” e“Tempestade de Gelo”, entre outros,vai ser o vencedor.

Melhor Ator Phillip SeymourHoffman, um ator que ninguém nuncase lembra e que será o vilão que TomCruise deverá derrotar em “MissãoImpossível – 3”. Nem mesmo napremiação ele será reconhecidoporque estará representando PhillipSeymour Hoffman.

Melhor Atriz A queridinha davez, Reese Whiterspoon, vai confirmarseu favoritismo pelo papel de JuneCarter em “Johnny & June”.

Melhor Ator Coadjuvante

Páreo duro entre o eterno derrotadoPaul Giamatti e o eterno vencedorGeorge Clooney. Vai dar Clooney, por“Syriana – A Indústria do Petróleo”.

Melhor Atriz Coadjuvante

Rachel Weisz, inesquecível por “OJardineiro Inglês”.

Longa-Metragem de Animação

Me recuso a dizer qual vai ser ovencedor. Na minha opinião, os trêsfilmes representam três vertentes daanimação atual, realizadas àperfeição. “O Castelo Animado”, deHayao Miyazaki mostra um mestreda animação clássica; “A Noiva-Cadáver”, de Tim Burton, usa bo-necos de silicone e animação digitalcom sincronia perfeita; “Wallace &Gromit: A Batalha dos Vegetais”, deNick Park e Steve Box, usa da massade modelar e da antiga técnica do“stop motion”, aquele pacientetrabalho de fotografar os movimentossucessivos dos bonecos para criar ailusão do movimento.

Minha suspeita é que Tim Burton,

o único que não ganhou o Oscar entreos três, vá ser o agraciado da noite.

Melhor Roteiro Adaptado “OSegredo de Brokeback Mountain”. Olivro está em tradução no mundointeiro e será vendido muito e lido pouco.

Melhor Roteiro Original “BoaNoite e Boa Sorte”. Se este prêmiofor confirmado, junto com a premi-ação de Clooney como melhor coadju-vante, será o segundo Oscar dele namesma noite. Isto equivale a umaaberta declaração de guerra dosliberais de Hollywood, dos quaisClooney é o atual campeão (no lugardo semi-aposentado Warren Beatty),à administração Bush e aosconservadores em Hollywood.

Melhor Fotografia “O Segredode Brokeback Mountain”. Na minhaopinião, a fotografia de um filme nãodeve aparecer mais que o própriofilme. Em “Brokeback”, isto acontece.

Melhor Montagem “Crash – NoLimite”, o mesmo raciocínio dapremiação anterior. “Crash”apresenta as vidas de vinte pessoastotalmente diferentes de um modofluido, contínuo, sem parecer que foideliberado. Cada cena pressupõe aseguinte sem que o espectador seaperceba deste fato.

Melhor Direção de Arte

“Memórias de Uma Gueixa”. O filme éo melhor audiovisual do ano, disparado.A história não é lá essas coisas, mas acenografia é deslumbrante.

Melhor Figurino “Memórias deUma Gueixa”. Já tem coleções deestilistas em Paris lançando moda emcima do visual das gueixas. Aguardeme verão ainda este ano imitações carase baratas de gueixas por todo o canto.

Melhor Maquiagem “AsCrônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeirae o Guarda-Roupa”. Quando se ouvefalar em maquiagem, logo se liga à idéiade beleza. Em Cinema, maquiagem éacentuar um aspecto do personagem,apoiar a simulação de uma situação,criar esteticamente a feiúra. “Nárnia”encaixa nesta definição.

Melhor Documentário em

Longa-Metragem”A Marcha dosPingüins”. Não gostei mas vai ganhar.A Academia premiará um documentárioque humaniza os pingüins como se elesfossem obrigados a seguir seus ins-tintos vitais. Provavelmente, no pró-

ximo ano, vão fazer uma história sobreo sofrimento dos Salmões para sereproduzir... Será chamado “A Volta dosque não Foram”.

Melhor Documentário em

Curta-Metragem O filme “TheDeath of Kevin Carter: Casualty of theBang Bang Club”, de Dan Krauss éuma das barbadas da noite. O filme,que ganhou TODOS os festivais deque participou, conta a história de umfotógrafo sul-africano que searriscava com outros fotojornalistasa denunciar as agressões sofridaspelos africanos durante o regime doApartheid. Eram zonas proibidas parabrancos e Kevin foi morto pela políciaao ser flagrado registrando asviolências. Não tem como perder.

Melhor Trilha Sonora

Original “Memórias de Uma Gueixa”.John Williams está concorrendocontra si mesmo por ter composto atrilha de “Munique”. Se seus votosse dividirem, deve ganhar GustavoSantaolalla por “O Segredo deBrokeback Mountain”. Fica entreestes dois.

Melhor Canção Original “It’sHard Out There to be a Pimp” do filme“Hustle & Flow – Ritmo de umSonho”. Uma premiação demagógica.Será o Oscar dado à comunidade negrade Hollywood para não haver recla-mações depois de várias indicaçõese premiações nas edições passadas.

Melhor Edição de Som aquicomeçam os Oscar eminentementetécnicos. Não vamos perder tempopara entender. Seus filhos ousobrinhos sabem fazer isso melhordo que eu. Palavra chave: “Samplear”.O pessoal em Hollywood constróisons que não existem ou usam sonsexistentes em outros contextos. Daívem minha opção por “King Kong”. Ourro do gorila é extraído e retraba-lhado do bramido de um elefante bebê.

Melhores Efeitos Visuais “KingKong” é o meu preferido, principal-mente por duas seqüências estáticasem que Kong e Ann Darrow contem-plam o Sol no horizonte na Ilha daCaveira e depois no Empire StateBuilding.

Melhor Mixagem de Som É o“Samplear” um passo adiante.Converse com seus guris e guriassobre isto. Deixe-os falarem, finja que

entenda, pergunte, ouça um pouco doque eles fazem. Tu entenderás o queé mixagem de som e depois irás parao inferno ou para a Clínica Pinel.“Johnny & June” combina commaestria sons originais da época coma própria interpretação do par centralde atores. Também os outros atoresque representam Jerry Lee Lewis,Elvis Presley e Buddy Holly, só paracitar alguns cantam também. A ilusãoé perfeita.

Melhor Curta-Metragem

“Ausreisser” (O Fugitivo) de UlrikeGrote. Venceu todos os festivais deque participou. Trata-se do projeto deformatura dessa alemã que já foiagraciada em junho de 2005 com oprêmio máximo da Academia deEstudantes de Cinema, braço daAcademia de Artes e CiênciasCinematográficas de Hollywood. Ouseja, ela é formada em Cinema emHamburgo mas, na realidade, é pratada casa de Hollywood. O curta contaa história de um arquiteto de meia-idade que é abordado por uma criançade 6 anos que diz ser seu filho. Elebusca pela mãe do menino e descobreque ela está em coma num hospital.

Melhor Curta-Metragem de

Animação “ 9” “, de Shane Acker.Uma máquina ataca dois bonecos depano enquanto limpam as ruínas deseu mundo. Após testemunhar amorte de seu mentor "5" nas mãosda vilã, o boneco "9" confronta oterror na esperança de destruir umtalismã que armazena a alma de seucompanheiro que a tal máquina do Malcarrega como troféu. O filme ganhou omais importante Festival de Animação,o Siggraph, em Los Angeles. Portanto,é o favorito disparado.

Robert Altman, dez vezes indicadoao Oscar, será agraciado com umprêmio honorário por absolutahipocrisia da Academia. Afinal, comorespeitar uma premiação que NUNCAdeu Oscar de Melhor Diretor paraAltman, Hitchcock ou Chaplin?

Veremos nos idos de Março se euentendo alguma coisa de Cinema, afinal.

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enfoque joão de barro fevereiro/2006 12

ciano magenta amarelo preto

ESPORTE

Jogos de Integração 2006

Este será um ano especialpara o esporte.Olimpíadas de Inverno,

Copa do Mundo de futebol eos esperados Jogos da Fenae,integrando as Apcefs de nortea sul do país.

Para o diretor de Esportes,Ricardo Christino, "a APCEFjá está se preparando paramanter a tradição de trazermuitas medalhas para oestado". Para isso, estáapresentando o calendário deatividades esportivas para osJogos de Integração, queacontecem em duas etapas: aprimeira nas Regionais, nosmeses de abril e maio, e a faseestadual em Porto Alegre entreos dias 15 e 18 de junho. Nasmodalidades coletivas, asequipes que se classificarem emprimeiro e segundo lugar na final,formarão a base das equipes quedisputarão os Jogos da Fenae.E nas modalidades individuais eduplas, os atletas que venceremserão automaticamente incluídosna delegação da APCEF.

FESTIVAL DE MÚSICA APCEF

Em busca de talentos

A APCEF realiza o VIIFestival de Música APCEF nodia 18 de março, em PortoAlegre. As inscrições devemser feitas até o dia 10 de março,na sede administrativa daAPCEF (Av. Cel. Marcos, 851).As músicas devem ser inéditase originais, sendo que cadaassociado(a) poderá inscreveraté duas composições.

Para realizar a inscrição épreciso entregar letra e título da

música impressos empapel ofício, ficha deinscrição preenchida,CD com a música daforma como será exe-cutada e partitura. Osparticipantes rece-berão planilhas comindicações dos horá-rios para ensaio eapresentação.

Entre os trabalhos inscritosserão selecionadas pela co-missão julgadora dez com-posições para serem apre-sentadas no dia 18 de março. Adivulgação das músicasselecionadas será feita até o dia14 de março. O participante queficar em primeiro lugar serápremiado com a inscrição parao MúsicaFenae, com custeiointegral de deslocamento ehospedagem do intérprete e do

compositor, quando este não forintérprete. O segundo lugarganhará um troféu para ointérprete. A melhor letra, melhorarranjo e melhor intérprete tam-bém receberão troféus. E todosos participantes receberão certi-ficados de participação. AAPCEF será responsável pelotransporte e hospedagem dointérprete, do compositor e dos

membros da banda que residiremno interior do estado.

O regulamento do concursoestá disponível na página daAPCEF www.apcefrs.com.br.

MÚSICA FENAEA oitava edição do Músi-

caFenae está sendo preparada.Os Associados das Apcefsativos, aposentados e pensio-

JOGOS DA FENAE

A preparação para osJogos da Fenae, marcadospara 19 a 26 de agosto, pro-mete movimentar a APCEF noprimeiro semestre deste ano.Os atletas vão disputar asmodalidades de basquetemasculino, futebol soçaitemasculino, futsal masculino,voleibol masculino e feminino,tênis masculino simples eduplas, tênis feminino simplese duplas, tênis de mesa

masculino e feminino, xadrez,natação masculino e feminino,sinuca, damas, dominó,atletismo masculino e feminino,vôlei de praia dupla masculinoe feminina e buraco dupla.

A sétima edição aconteceráem Blumenau, Santa Catarina,e para participar do evento, oatleta deve estar associado àAPCEF até o dia 31 de março.Nos Jogos da Fenae somenteassociados titulares podemparticipar.

A preparação para os Jogos da Fenae iniciaem abril com os Jogos nas Regionais.

Faça parte

desse time

CAMPANHA DE ASSOCIAÇÃOVenha fazer parte do nosso time!

Associe-se ou indique um colega e ganheuma linda camiseta com as cores do Brasil.

Acesse www.apcefrs.com.bre imprima sua ficha de associação.

Final dos Jogos da Fenae em 2004.

Arquivo Fenae

A APCEF está lançando

a campanha Faça Parte do

Nosso Time, um estímulo à

participação dos asso-

ciados nas atividades

esportivas da entidade. A

Associação quer oportu-

nizar a seus associados

um espaço maior para a

prática esportiva, especial-

mente nos Jogos de

Integração Regionais que

começam a acontecer a

partir de abril. A campanha

inicia no dia 20 de fevereiro

e vai até 31 de março,

prazo final para a associa-

ção de atletas que irão

participar dos Jogos da

Fenae.

Além de fazer parte de

uma Associação cheia de

vantagens para seus asso-

ciados, a campanha irá

distribuir brindes a quem

indicar e aos novos asso-

ciados. Uma camiseta

com as cores do Brasil

está sendo desenvolvida

para a campanha e poderá

também ser usada pela

torcida brasileira em busca

do hexacampeonato.

ESPORTISTA:

A APCEF TE ESPERA

A APCEF também quer

manter um contato maior

com os associados que

desejam praticar alguma

atividade esportiva. Para

isso está abrindo um

espaço na página www.

apcefrs.com.br para o

cadastramento dos asso-

ciados e dependentes. O

cadastro possibilitará a

organização de dias e

horários para treinos orien-

tados nas Colônias de

Porto Alegre, a partir de

abril. Além disso, os

associados irão receber

informações sobre as

atividades esportivas da

APCEF.

nistas devem participar daseletiva de sua Associação paraconcorrer na etapa nacional, queserá realizada em Salvador,Bahia, nos dias 29 e 30 de abril.As seletivas estaduais devemacontecer até o dia 19 de março.A premiação para as categoriasletra, arranjo e intérprete serãopontos do Programa PAR etrófeus.