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l Experiências Exitosas em educação no campo Integrante do Sistema Contag de Comunicação Órgão da Federação e dos Sindicatos dos Trabalhadores na Agricultura no RS Especial N º 157 - EXPOINTER 2013 Escola Estadual de Ensino Médio Getúlio Vargas O Projeto de Educação Ambiental nas Séries Iniciais na Escola Estadual de Ensino Médio Getúlio Vargas, do município de Fontoura Xavier, iniciou em 2005 e perpetua-se até os dias atuais, dentro da disciplina de Legislação Ambiental, no Curso Técnico de Agroecologia e atualmente Curso Técnico em Agricultura, buscando-se com o presente trabalho, primeiramente, o aprofundamento dos alunos das Etapas 1 e 2 do curso técnico nos conceitos teóricos e na sua aplicabilidade na vida cotidiana, de temas atinentes ao Direito e a Educação Ambiental, temática esta proposta pelo educador- orientador. Outrossim, desenvolvendo o projeto junto aos alunos da 3ª e 4ª séries do ensino fundamental séries iniciais objetivou-se o desenvolvimento da expressão oral e corporal dos educandos do ensino técnico, e da ampliação de sua capacidade de iniciativa ,pesquisa, independência e comprometimento no projeto, buscando de forma autônoma, mas orientada, a resolução de problemas mediatos e imediatos surgidos no transcurso do trabalho, seja na etapa teórica, seja no aspecto prático do tema desenvolvido. Por derradeiro, apresentar aos educandos do curso técnico, outros aspectos e ângulos do processo de aprendizagem até então absolutamente desconhecidos, em especial, a inversão do papel educador-educando e a manutenção (com ampliação!) do processo ensino-aprendizagem. Enfocamos e aplicamos os princípios da Lei nº 9.795/99, despertando nos educandos de todos os níveis de aprendizagem, a importância e o prazer de cuidar e proteger nosso patrimônio natural e cultural, dos quais a flora, a fauna, o ar, a água e o solo são partes integrantes e essenciais para a sadia qualidade de vida do ser humano. Dentro de todo este processo, há de se destacar a meta em desenvolver a oralidade, assim como todas as demais formas de expressão dos educandos do curso técnico, ampliando a sua capacidade de improvisação em Fetag mostra Experiências Exitosas na Expointer As escolas estão no Pavilhão da Agricultura Familiar em Esteio. Fontoura Xavier Projeto de Educação Ambiental nas séries iniciais situação que demandem exposição pública e social de ideias, pessoas e valores, capacidade esta intimamente associada à importância do aprofundamento no conhecimento teórico do tema abordado e da organização pessoal e coletiva no sucesso do projeto desenvolvido. Mas como nosso objetivo principal nesse projeto será sempre o Meio Ambiente, não desviamos do foco de demonstrar a sua importância, despertando o interesse das crianças na riqueza e diversidade de nossa biota, bem como o papel desempenhado pelo reflorestamento na manutenção dos ecossistemas brasileiros. Apresentar as espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção em nosso meio ambiente em razão da ação predatória e poluidora do homem. Sobretudo, mas de forma singela, em razão do nível inicial dos educandos, indicar métodos alternativos para a utilização de agrotóxicos no combate às pragas comuns na prática agrícola, ressaltando a importância da Agroecologia para a preservação do Meio Ambiente e do próprio homem, garantindo a sustentabilidade, a valorização e a plena harmonia entre todas as formas de vida existentes a Terra. Percebe-se o envolvimento dos alunos do curso técnico com a proposta do projeto, apesar de sua ideia inicial de dificuldade e/ou novidade. O desafio foi substituído pela alegria da superação e, diante das crianças das séries, tornaram-se ‘educadores por um dia’, amadurecendo-os na sua postura em sala de aula como futuros profissionais e preparando-os como técnicos aptos a transmitirem seu conhecimento e experiência a qualquer público. Alunos mais velhos ensinam os das séries iniciais Atenção às atividades garante integração e aprendizagem

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Experiências Exitosas em educação no campo Integrante do Sistema Contag de Comunicação

Órgão da Federação e dos Sindicatos dos Trabalhadores na Agricultura no RS

Esp

ecia

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Nº 157 - EXPOINTER 2013

Escola Estadual de Ensino Médio Getúlio VargasO Projeto de Educação Ambiental nas Séries Iniciais na Escola Estadual de Ensino Médio Getúlio Vargas, do município de Fontoura Xavier, iniciou em 2005 e perpetua-se até os dias atuais, dentro da disciplina de Legislação Ambiental, no Curso Técnico de Agroecologia e atualmente Curso Técnico em Agricultura, buscando-se com o presente trabalho, primeiramente, o aprofundamento dos alunos das Etapas 1 e 2 do curso técnico nos conceitos teóricos e na sua aplicabilidade na vida cotidiana, de temas atinentes ao Direito e a Educação Ambiental, temática esta proposta pelo educador-orientador.Outrossim, desenvolvendo o projeto junto aos alunos da 3ª e 4ª séries do ensino fundamental séries iniciais objetivou-se o desenvolvimento da expressão oral e corporal dos educandos do ensino técnico, e da ampliação de sua capacidade de iniciativa ,pesquisa, independência e comprometimento no projeto, buscando de forma autônoma, mas orientada, a resolução de problemas mediatos e imediatos surgidos no transcurso do trabalho, seja na etapa teórica, seja no aspecto prático do tema desenvolvido.Por derradeiro, apresentar aos educandos do curso técnico, outros aspectos e ângulos do processo de aprendizagem até então absolutamente desconhecidos, em especial, a inversão do papel educador-educando e a manutenção (com ampliação!) do processo ensino-aprendizagem.Enfocamos e aplicamos os princípios da Lei nº 9.795/99, despertando nos educandos de todos os níveis de aprendizagem, a importância e o prazer de cuidar e proteger nosso patrimônio natural e cultural, dos quais a flora, a fauna, o ar, a água e o solo são partes integrantes e essenciais para a sadia qualidade de vida do ser humano. Dentro de todo este processo, há de se destacar a meta em desenvolver a oralidade, assim como todas as demais formas de expressão dos educandos do curso técnico, ampliando a sua capacidade de improvisação em

Fetag mostra Experiências Exitosas na ExpointerAs escolas estão no Pavilhão da Agricultura Familiar em Esteio.

Fontoura Xavier

Projeto de Educação Ambiental nas séries iniciais

situação que demandem exposição pública e social de ideias, pessoas e valores, capacidade esta intimamente associada à importância do aprofundamento no conhecimento teórico do tema abordado e da organização pessoal e coletiva no sucesso do projeto desenvolvido. Mas como nosso objetivo principal nesse projeto será sempre o Meio Ambiente, não desviamos

do foco de demonstrar a sua importância, despertando o interesse das crianças na riqueza e diversidade de nossa biota, bem como o papel desempenhado pelo reflorestamento na manutenção dos ecossistemas brasileiros. Apresentar as espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção em nosso meio ambiente em razão da ação predatória e poluidora do homem. Sobretudo, mas de forma singela, em razão do nível inicial dos educandos, indicar métodos alternativos para a utilização de agrotóxicos no combate às pragas comuns na prática agrícola, ressaltando a importância da Agroecologia para a preservação do Meio Ambiente e do próprio homem, garantindo a sustentabilidade, a valorização e a plena harmonia entre todas as formas de vida existentes a Terra. Percebe-se o envolvimento dos alunos do curso técnico com a proposta do projeto, apesar de sua ideia inicial de dificuldade e/ou novidade. O desafio foi substituído pela alegria da superação e, diante das crianças das séries, tornaram-se ‘educadores por um dia’, amadurecendo-os na sua postura em sala de aula como futuros profissionais e preparando-os como técnicos aptos a transmitirem seu conhecimento e experiência a qualquer público.

Alunos mais velhos ensinam os das séries iniciais

Atenção às atividades garante integração e aprendizagem

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Experiências Exitosas em educação no campo

OpiniãoUma educação diferenciadae de qualidade

Nesta 36ª Expointer, o Pavilhão da Agricultura Familiar está sendo enriquecido, mais uma vez, pelas Experiências Exitosas produzidas pelas escolas do campo. Organizadas pela Fetag, em parceria com a Seduc, as experiências expostas nos mostram que é possível trabalhar as diferentes realidades do meio rural, levando em conta as especificidades do campo, a cultura, o lazer, o modo de vida, a forma de trabalho e a diversidade de atividades, que proporcionam sustentabilidade e vida digna para o homem e a mulher do campo.Nós, Fetag, entendemos a educação como uma formação que contextualiza na sala de aula o ambiente em que o aluno vive. A percepção de educação deve alcançar não somente o ambiente escolar, mas todos os espaços de interação, pois a educação é contínua e pode ser trabalhada nos diferentes ambientes, evidenciando sempre a realidade local na construção do conhecimento.Segundo Paulo Freire, a educação tem caráter permanente. Não há seres educados e não-educados. Estamos todos nos educando. Com isto, observamos que os homens do campo estão em constante formação e adquirindo novos conhecimentos. A Fetag, juntamente com seus Sindicatos dos Trabalhadores Rurais busca, constantemente, uma melhor qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável para a família rural. Ela tem assumido esta discussão, que é estratégia vital para evitar o êxodo rural e na constituição de pessoas mais conscientes. Paulo Freire diz ainda: a educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.A Fetag se inclui numa luta para que as escolas públicas do ensino fundamental e médio construam currículos diferenciados, que enfoquem a realidade do homem do campo. Assim, a entidade está dando todo o apoio para as escolas que trabalham a pedagogia da alternância como as Casas Familiares Rurais (CFR), a Escola Família Agrícola (EFA) e outras iniciativas que possam contribuir para uma educação diferenciada e de qualidade para o homem do campo.Queremos marcar os 50 anos de Fetag levantando a bandeira da educação do campo e cabe a cada um de nós sindicalistas fazer a diferença em cada espaço de debate que temos acesso.

“A educação é um direito de todos e é através dela que nos tornamos humanos”. Quando falamos em educação, na maioria das vezes, a primeira imagem que nos vem à mente é a maneira como fomos educados na infância: a sala de aula com classes enfileiradas e todos os alunos sentados, ouvindo a professora, que detinha um conhecimento indiscutível. Um ensino com raízes seculares, focado na oralidade do professor e memorização de conteúdos, por parte dos alunos. Antagônico a tudo isto, a educação, hoje, pode ser entendida como uma grande oportunidade na qual, educando e educador, passam por um processo mútuo de construção de saberes que estimula, também, a qualidade da visão crítica em ambos.A escola, o espaço formal onde se dá este encontro educando-educador, foi criada para acelerar a atualização da história de cada indivíduo, para fomentar em cada um a vontade de aprender, para que sejam sujeitos de sua própria aprendizagem. Não existem fórmulas prontas para este processo; o que existem são propostas pedagógicas e metodológicas que se mostraram mais relevantes em relação ao contexto histórico da sociedade como um todo, mas com especificidades voltadas às realidades e às culturas locais. Neste espaço formal é que, em grande parte, começa a transformação social em busca dos anseios humanos: liberdade, cidadania, Justiça, igualdade e felicidade. Por sua vez, a educação do campo é fruto de lutas sociais e históricas, que desde a década de 60, com a proposta de pedagogia libertadora de Paulo Freire, que se protagonizam os movimentos sindicais, pastorais, ONGs, de formação política e de educação.

Elton Weber, presidente da Fetag

Inque Schneider, diretora da Fetag As grandes inovações e transformações que estão ocorrendo de ordem social, política, econômica, cultural e tecnológica na sociedade atingem também o campo. Levam as pessoas que ali vivem a se deparar com diferentes experiências, surgindo a necessidade de uma constante atualização, através da formação e informação, nas diferentes atividades que exercem especificamente na produção de alimentos e alimentos de qualidade.As informações hoje circulam muito rápidas. Com isto, quanto menos esperamos estamos desatualizados. O homem do campo precisa acompanhar a evolução e estar sempre atualizado. Precisa produzir com simplicidade sem perder o foco da produtividade. E neste contexto está inserida a escola do campo, que tem o papel fundamental de produzir conhecimentos, reinventar novos caminhos para que tenhamos uma sociedade mais justa e equilibrada, que saiba conviver com a natureza, zelando pelo meio ambiente, respeitando a cultura local que vem das relações profundas entre o homem e o seu meio.Portanto, a valorização da cultura, dos valores e dos costumes devem ser levados em conta para enriquecer a proposta pedagógica diferenciada para ser trabalhada nas escolas do campo. Esta deve ter na sua essência em aprender a cuidar, e este cuidar implica cuidar não só de si mesmo, mas também do outro e do meio ambiente. Vimos na educação a ferramenta para o desenvolvimento sustentável, construindo a cidadania por meio do saber. É o caminho ideal para a identidade social e garantia de uma vida digna de sustentabilidade no campo.Os educadores vocacionados do campo necessitam de uma formação e uma qualificação específica para trabalhar com os filhos dos agricultores. Buscar um conhecimento profundo da comunidade escolar, conhecendo as necessidades e os anseios desta. Construindo um currículo juntamente com os pais, para atender as especificidades da realidade em que estão inseridos, resgatando a autoestima, trabalhando a verdade de que o campo é um excelente lugar para se viver.No ano em que festejamos os 50 anos de Fetag, queremos reafirmar a nossa credibilidade, esperança e fé que a educação do campo seja um dos pilares para fortalecer a agricultura familiar. Podemos comprovar isto com a presença das 22 escolas, municipais estaduais e EFAS, que trazem pelo 13° ano consecutivo para a Expointer as experiências exitosas com inovações constantes, que mostram a qualidade da educação do campo.

Educação do campo: um dos pilares da agricultura familiar

Compromisso com a humanização

Ao analisarmos o processo histórico que envolve a educação do e no campo, percebemos que embora tenhamos um avanço de leis, decretos, pareceres, documentos oficiais, produções científicas e um significativo avanço tecnológico, ainda as questões que envolvem esta modalidade de ensino, necessitam de ações eficazes, a fim de que esta educação se constitua de fato, pois não podemos desvincular o direito à escola pela população do campo como algo isolado da realidade social que se apresenta, sendo que em muitas comunidades, isto se repercute na ausência de estradas para o escoamento da produção, na falta de atendimento adequado à saúde, na falta de assistência técnica e acesso à educação básica e superior de qualidade, entre outros.A existência de leis ainda não é a garantia de que as políticas públicas se efetivem na prática, é necessário um amplo movimento por todos os segmentos da sociedade para que realmente elas sejam executadas, a fim de que o campo não continue sendo um lugar de discriminação e exclusão dos jovens que nele ainda vivem. A promoção da vida no campo é essencial para um verdadeiro processo educacional, articulado com a realidade dos homens, mulheres, jovens e crianças que vivem e trabalham no campo, estabelecendo-se uma relação entre a dignidade da pessoa humana e a qualidade de vida, em vários aspectos e dimensões. Neste contexto, a escola do campo apresenta-se como protagonista do desenvolvimento local, através de práticas pedagógicas voltadas para a valorização do meio e dos sujeitos que fazem parte deste meio, seus conhecimentos, habilidades, sentimentos, valores, modos de ser e produzir e de se relacionarem com a terra e formas de compartilharem a vida.Assim, os projetos pedagógicos das escolas do campo, apresentados no espaço das ExperiênciasExitosas, são uma mostra dos avanços significativosque vêm ocorrendo nos espaços escolares e extraescolares. Estes projetos são de grande importância não só para os envolvidos diretamente no processo ensino- aprendizagem, mas para toda comunidade, já que não há limites, nem porteiras, entre escola- comunidade, comunidade- escola.

Fialho Baggio, assessora de Educação do Campo/Seduc Ana Paula Vargas

Concretizando direitos

Paula Rosana Fortunato, assessora de Educação da Fetag

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Experiências Exitosas em educação no campo

Taquara

O município de Taquara possui uma grande área de zona rural, consequentemente possui um número significativo de escolas para atender a este público. As escolas, ou turmas multisseriadas compõem este cenário, situadas em localidades distanciadas, que por isso, muitas vezes dificultam a formação de uma turma para atender cada série/ano. Atualmente são sete as escolas com este perfil, que apesar de dispor da mesma essência curricular, se diferem constantemente em sua estrutura, contexto sócio, econômico e cultural das comunidades atendidas.Com a preocupação em atender essa demanda de forma significativa, o município de Taquara ano após ano fortalece projetos específicos para atender com qualidade as escolas multisseriadas do campo. Podemos destacar entre estes somativos o Programa Escola Ativa, que passou a fazer parte da realidade destas escolas desde 2008, oportunizando a escola, aos professores, alunos e comunidade o repensar continuo das especificidades da educação do campo. Nesta perspectiva, o aluno passou a participar ativamente do processo de ensino aprendizagem, percebendo sua realidade vinculada a essa construção.“Entendemos que a nossa escola valoriza o que nós sabemos, nossa experiência e a realidade da maneira que a gente vive, as professoras falam que é importante saber da nossa cultura, por isso que achamos que elas cuidam para ensinar a gente bastante sobre a vida no campo e não é só porque somos do “meio rural” que não podemos conhecer o resto do mundo para melhorar o nosso.” (Parte do texto construído pelas turmas de 4º e 5º ano da EMEF Rudi Lindenmeyer) Entendemos que uma escola com qualidade é aquela que valoriza o meio sociocultural em que este aluno está inserido, seus valores, suas tradições, suas

Diário de uma educação rural Localizada no interior de Bom Retiro do Sul, a Escola Estadual de Pinhal tem quebrado muitos tabus, acerca de que escolas do Interior não têm capacidade ou não se igualam às escolas da cidade. Ao contrário disto, o que se tem visto é a Escola de Bom Retiro do Sul se igualar sim ou até mesmo ser considerada melhor do que escolas da “cidade”, não só de Bom Retiro do Sul, mas da região.Tendo como base os projetos e ações que a escola desenvolve diariamente, a tese de que a escola mesmo tem se destacado, se revela muito verídica.Criada a mais de 80 anos, a escola traz em sua bagagem histórica, projetos que valorizam o chão que os alunos pisam. Para tanto, foi criado há algum tempo, projetos como de Agroecologia e Agroindústria que trabalham exatamente a essência do trabalhador do campo. Se somando a estes, outro projeto, criado em 2012, tem adocicado o interesse dos alunos, que é o Projeto de Apicultura, com o nome “Abelhas não fazem mal, fazem mel!”.Inclusos nestes projetos, se vê nesta escola, mais do que simplesmente trabalhar as disciplinas propriamente dita, mas também e principalmente trabalhar a cidadania.Além de a escola desenvolver os trabalhos nas hortas, agroindústria e outras propriedades, ela consegue trazer para dentro de sala de aula, as práticas e valores do campo.E é esta diferença na qualidade e desenvolvimento do aluno que uma pesquisa feita recentemente, revelou vários fatores.A pesquisa teve como objetivo, caracterizar e identificar as mudanças que a escola do campo faz em um ano, na vida de cada aluno. É claro que estas mudanças variam de aluno para aluno, mas todos têm

Práticas pedagógicas dasescolas/turmas multisseriadas

crenças. Também entendemos, que sendo imprescindível este olhar esta escola não se restringe a este espaço, tendo o aluno direito em conhecer outras culturas.

A Secretaria Municipal de Educação de Taquara acredita nas possibilidades das escolas do campo, e é neste sentido que articula propostas políticas para manter o aluno em sua comunidade.

Bom Retiro do Sul

Projetos aperfeiçoam a educação do campo eacrescentam valores mais doces para a vida

seu valor significativo.Citado abaixo está algumas das características identificadas em alunos que iniciaram sua vida escolar na Escola do Pinhal:Mudança no habito alimentar;Mudanças significativas em comportamento, bem como, hiperatividade ou agressividade diminuída.Aprendizado variado na cozinha, levando para desenvolvê-los em casa.Aprendizado valorizado na comunidade, bem como a construção de hortas nas próprias residências e na comunidade onde vive.Descobertas no horto medicinal, levando os conhecimentos e facilitando a vida na comunidade e em casa.Descobertas de talentos, como música, dança e até mesmo de interesses pedagógicos.Nestas oportunidades diárias, que a escola traz para cada aluno, não se pensa, segundo a diretora Maria Margarete da Silva, de modo algum parar com estes projetos que tem sido importantíssimos para a vida escolar dos alunos que ali passam. Sendo que são estes projetos que fazem o cidadão de hoje, trazendo-o para a realidade e observando o valor que o campo tem na nossa vida.Entre os projetos que hoje são desenvolvidos na escola, destaca-se o Projeto de Apicultura, que tem sido uma nova oportunidade de conhecimento e descobertas não só para os alunos, mas para pais, professores e comunidade escolar.Já o Projeto de Agroecologia são realizadas atividades como: Sabão Caseiro, Horta escolar e Casa de Vegetação, Pomar Escolar, Ajardinamento e produção de flores, Árvores Nativas, Vassouras de palha e por último, e em destaque, o Projeto de Apicultura iniciado em 2012 com o nome: “Abelhas não fazem mal, fazem mel!”.

Culinária Informática

Projetos Hortas

Na cozinha

Com a comunidade

Apresentando o sabão produzido por eles

No jardim

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Experiências Exitosas em educação no campo

Montenegro

Um Bello mundo é o que queremos!Escola Municipal de E. F. Bello Faustino dos Santos. A nossa escola há alguns anos vem se preocupando e praticando ações em relação, principalmente, à preservação ambiental. Temos a prática diária da separação do lixo, a campanha de coleta de materiais recicláveis, que posteriormente são vendidos a postos de reciclagem, o recolhimento de pilhas, lâmpadas fluorescentes e baterias, além da composteira que alimenta a nossa horta orgânica.O projeto Um Bello mundo é o que queremos! surgiu quando, no início do ano de 2012, percebemos que as lixeiras da comunidade não comportavam a demanda de lixo produzida. A partir daí, vimos que as famílias não estavam separando adequadamente as sobras.

Escola Municipal de E. F. Dona Clara CamarãoSituada na localidade de Alfama, área rural do município de Montenegro, a instituição educacional trabalha da Educação Infantil até o 5º ano do Ensino Fundamental, sendo os alunos do 1º, 2º, 3º, 4º e 5º anos atendidos em turmas multisseriadas.Tendo como proposta pedagógica trabalhar o meio onde os alunos estão inseridos, tratando de assuntos inerentes ao meio rural e valorizando os saberes do campo, no ano de 2012 o projeto da escola foi Lua, mistérios e encantos.O projeto trabalhou a influência da Lua na agricultura, movimentos da Lua, aspectos históricos da chegada do homem à Lua, calendário Lunar, crendices, cultura Biodinâmica,... enfim viajamos à Lua com as descobertas do homem, voltando à Terra com suas crendices e conhecimentos referente as plantações. Através dos conhecimentos adquiridos os educandos puderam vivenciar e aplicar o que aprenderam na horta escolar.

Neste momento, ampliamos as práticas diárias da escola para as famílias dos alunos, atingindo também a comunidade na qual a escola está inserida.Os objetivos que nortearam o projeto foram:* Sensibilizar a comunidade da importância da separação do lixo para a preservação do meioambiente;* Continuar o trabalho realizado na escola com as nossas práticas diárias de sustentabilidade;* Reutilizar os utensílios que seriam descartados pelas famílias para a construção de horta, canteirose floreiras na escola;* Reaproveitar os resíduos orgânicos produzidos na escola para utilizar como adubo na horta.

Escola Municipal de Ensino Fundamental Henrique Pedro ZimmermannComo tudo começou?“O projeto base de nossa escola em 2012 é Em busca da felicidade! Dentro do tema, há vários outros: Hoje plantando e cultivando... amanhã colhendo bons frutos; Uma escola mais bonita e segura; Mais vontade de estar aqui e aprender, entre outros. O material foi enviado a John Deere que realizou algumas ações junto à escola. A partir dessa parceria, os alunos interessaram-se pelos tratores e começou o estudo A evolução e uso de instrumentos agrícolas.Passo da Serra é uma zona rural, mas devido ao crescimento horizontal da cidade, já está sendo considerada periferia urbana. Muito de seus valores culturais foram perdidos., a agricultura está entrando em decadência, poucos cultivam e mantêm a criação de animais e não têm conhecimento do processo de evolução, recursos e possibilidades para trabalhar no campo. O projeto objetiva o estudo referente a evolução e busca de melhorias para o homem rural. A ideia é construir uma identidade com a localidade onde os alunos vivem, identificando elementos históricos e sua evolução para, assim, estabelecer relação e promover melhores condições de vida para as famílias que vivem no campo.

Evolução do Homem Rural: Instrumentos Agrícolas

Lua, mistérios e encantos

Escola Municipal de E. F. Etelvino de Araújo Cruz O projeto busca movimentar toda a escola e comunidade para a efetivação de práticas saudáveis de vivência e convivência. Buscamos entrelaçar vários eixos importantes para a construção de hábitos que ajudem na melhoria da qualidade de vida dentro e fora da escola. Os principais eixos são: Alimentação, cuidados com a natureza, convivência, atividades de saúde física e mental.Organizamos ações que envolvem a cultura da horta escolar, que retomem práticas de uso de chás caseiros e uma intensa campanha de hábitos saudáveis com os pais, através do lanche trazido para a escola. Na horta, reaproveitamos a água da chuva para aguar as hortaliças e chás. Já nas ruas, junto com a comunidade, estudamos a instalação de lixeiras decoradas pelos alunos e a criação de espaços de lazer com flores e bancos.

Etelvino em ação: EducAÇÃO, CooperAÇÃO, AlimentAÇÃO,CriAÇÃO, MovimentAÇÃOe MotivAÇÃO

Práticas para a sustentabilidade: “Devolver à terra aquilo que a Terra nos deu”Escola Municipal de E. F. Pedro João MullerLocaliza-se no meio rural e é considerada Escola do Campo. Situada na Costa da Serra, nas margens da BR-411, possui cerca de 400 alunos oriundos de quatorze outras localidades do entorno. Somos uma escola polo. Há desde a pré-escola até 9º ano e à noite funciona a EJA – Educação de Jovens e Adultos, contemplando o ensino fundamental séries finais.Desde 2004, a escola desenvolve o projeto que primeiramente surgiu com o título de Horta Escolar: Resgate de Saberes, inserindo deste modo em seu currículo formal práticas desenvolvidas pelos alunos em suas propriedades e ampliando-as e/ou confrontando-as com conceitos científicos durante as aulas de Ciências. Em 2009, o projeto teve como título Resgate de Saberes: Horta Suspensa, pois tivemos que desenvolver o projeto num espaço bastante reduzido e com vários obstáculos. A proposta inicial foi ampliada com o objetivo de estimular o uso de qualquer espaço disponível como caixa, carrinho de mão velho, janelas venezianas, etc, transformados em canteiros para a produção de alimentos saudáveis. Neste ano, 2013, estamos fechando o ciclo de ações sustentáveis com o reaproveitamento do papel usado e limpo. (Profª de Ciências e coord. Maria Nelci Koetz

Planeta Verde Justo e SustentávelEscola Municipal de E. F. Carlos Frederico SchubertNossa escola está localizada no Bairro Faxinal, desde 1987 passou a integrar o quadro das Escolas Municipais de Montenegro. Atualmente, a escola atende 96 alunos nas modalidades de Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Por entendermos e acreditarmos que o caminho para a construção de uma sociedade sustentável ocorre por meio de práticas educativas centradas na conscientização, responsabilidade, amor e respeito é que buscamos trabalhar temas enfocando questões ambientais, como reciclagem, reaproveitamento e o uso racional de recursos naturais.Em 2012 nossa caminhada contou com o apoio da emmpresa Inova através do Programa Escolas Sustentáveis, promovido pela Evoluir, cujo objetivo é fortalecer hábitos e comportamentos sustentáveis na escola, na família e na sociedade. Durante todo o ano foram desenvolvidas diversas oficinas temáticas, entre elas destacamos a manutenção da horta e dos canteiros do jardim. A proposta contou com o apoio da comunidade escolar, desde o preparo da terra, a organização de canteiros, doação de mudas e adubo orgânicos.

Escola Munic. de E.F. Henrique Pedro Zimmermann

Escola Munic.de E. F. Carlos Frederico Schubert

Escola Municipal de E. F. Dona Clara Camarão

Escola Munic.de E. F. Bello Faustino dos Santos

Escola Munic.de E. F. Carlos Frederico Schubert

Escola Municipal de E. F. Etelvino de Araújo Cruz

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Experiências Exitosas em educação no campo

Marcelino Ramos

Dentro do contexto mundial é preciso construir linha de ação pensamentos e atitudes que possam fazer a diferença em cada canto e espaço que se está inserido. Preservar o meio ambiente e as espócies não deixa de ser o papel fundamental de cada cidadão consciente de suas ações com relação ao planeta.Todos os indivíduos retiram da natureza o sustento para sobreviver. É necessário evitar o desperdício para que não falte aos nossos sucessores alimentos, água, flora e fauna.A Escola Estadual de Ensino Fundamental D. Pedro I, de Coronel Teixeira, Marcelino Ramos localizada ao Norte do Rio grande Sul no Distrito de Coronel Teixeira, Marcelino Ramos, na divisa do Estado de Santa Catarina próxima do lago do Rio Uruguai. Trabalha com alunos do campo e atende filhos de pequenos agricultores e preocupados com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, desenvolve ações que possam contribuir para formação e preservação da vida no campo.O Munícipes possuem a economia agrícola e estão inseridos no campo e se dá prioridade em destacar a importância de produzir alimentos saudáveis, e embelezar espaços em suas propriedades produzindo mudas de flores e preservando as matas ciliares.A escola por ser um lugar de produção de saberes busca interagir com os espaços e desenvolver ações que possam melhorar o meio onde vive. Frente a isto, desenvolve o projeto de produção de mudas de hortaliças, plantas ornamentais e Plantas Nativas.O Projeto Biodiversidade e Plantas Nativas surgiu da necessidade de investigar e reconhecer as plantas nativas na região, com o Objetivo de produzir mudas de hortaliças, flores e plantas nativas no viveiro da Escola e sensibilizar os alunos e comunidade sobre a importância de preservar a Biodiversidade – Reflorestando.O objetivo dessa iniciativa diz respeito à identificação e priorização de espécies nativas da flora brasileira, com vistas à definição de novas opções para a agricultura familiar na diversificação dos seus cultivos, à ampliação das oportunidades de investimento pelo setor empresarial no desenvolvimento de novos produtos e à contribuição para a segurança alimentar e redução da vulnerabilidade do sistema alimentar brasileiro. Além de estimular e favorecer a participação das comunidades locais, esta publicação tem por objetivo evidenciar os benefícios socioeconômicos e ambientais decorrentes da biodiversidade nativa, oferecendo à sociedade novas opções de cultivo, de modo a suprir a crescente demanda por outras espécies de interesse alimentício, medicinal, cosmético, aromático, entreoutros. Da mesma forma, a iniciativa contribui para o resgate de compromissos internacionais assumidos pelo país, em especial no que se refere à promoção do uso sustentável de componentes da biodiversidade brasileira, a exemplo da Convenção sobre Diversidade Biológica e do Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura. O referido projeto iniciou com a sensibilização em organizar um projeto que pudesse contemplar a produção e mudas de hortaliças, flores e plantas nativas da região. Verificando que para desenvolver o projeto haveria a necessidade de identificar as plantas nativas, tipos de flores e mudas de hortaliça onde existe um conhecimento pré estabelecido e adquirido na comunidade. Através de entrevistas, os alunos buscaram aprender com os mais experientes a comunidade socializaram os saberes. Organizados em assembleia escolheram um grupo de alunos que iriam compor o colegiados onde traçariam ações para desenvolver o projeto. Sendo que a primeira ação

Escola Estadual de Ensino Fundamental D. Pedro I

Biodiversidade e plantas nativas

seria de investigação através da pesquisa de campo. Verificando quais os tipos de plantas nativas que ainda existem na região, nas propriedades dos alunos que compões a comunidade escolar. Num segundo momento os alunos reuniram os dados das entrevistas e montaram um gráfico e perceberam quais as plantas nativas que mais existem nas propriedades dos entrevistados (vide quadro abaixo). A partir daí, ações diferenciadas na escola apontaram para o estudo sobre a produção de sementes nativas, hortaliças e flores.

Dentre as ações, houve palestras, passeios, catalogação de plantas, recolhimento de sementes entre outras. O projeto teve momentos de formação, a exemplo de palestra na multinacional Tractebel sobre flora e fauna. Houve, ainda, passeio no bosque próximo à escola a fim de identificar as plantas nativas, coletando galhos de plantas e sementes.Durante o percurso, havia um biólogo que explica a função de cada planta, destacando a importância das matas ciliares na preservação das águas na natureza.Já na escola, foi realizado estudo de cada planta; elas foram separadas em jornal, prensadas e colocadas para secar por duas semanas para, finamente, pesquisar seu nome científico e especificidades das famílias a que pertencem.. A isso denomina-seexsicata, ou amostra de planta seca e prensada em estufa. Voltando ao passeio, nele o grupo cortou galhos de

proximadamente 30 centímetros de cada uma. Como montar uma exsicata:Identificadas as plantas, é feita a secagem das folhas; corta-se cartolina em pedaços do tamanho de folhas ofício. As folhas são costuradas com linha grossa na parte superior, meio e inferior da folha. Tudo pronto, o material é encadernado e têm-se a excicata.Neste mesmo passeio foi feito a coleta da semente do Pinheiro Brasileiro, que foi identificada, preparada e colocada num recipiente, a fim de observarmos o processo da germinação . Isso foi feito respeitando o ciclo da planta nativa.

Guajuvira, Pata-de Vaca, Guabriúva, Açoita Cavalo, Canela Sassafrás, Rabo de Bugio, Carvalho Brasileiro, Angico, Araucária ou Pinheiro, a

Observou-se a importância de coletar as sementes para produção de mudas e, dessa forma, foi organizado uma Espermoteca, ou coleção científica de sementes e frutos, respectivamente. Os alunos fizeram um regate da madeira e observaram as plantas estudadas, catalogando e montando a Xiloteca, que constitui-se em coleção de amostras de madeira identificadas quanto à espécie a que pertencem e devidamente ordenadas e catalogadas.Os alunos identificaram as seguintes plantas nativas: Canela do Brejo,Rabo de Bugiu, Açoita Cavalo,Pinheiro, Gabriúva, Angico, Cedro, Guajuvira Cedro, Canela Sassafrás.O mesmo processo de investigação e pesquisa foi realizado com plantas ornamentais e sementes de hortaliças. A sementeira foi organizada no espaço escolar e os alunos foram divididos em grupos para organizar o plantio das sementes. Colocaram substrato nas bandejas, depois as sementes, regaram e deixaram na sementeira para germinar. Após, houve o raleio das mudas que foram transportadas para outra bandeja e fez-se a irrigação. A muda deve ter de três a quatro folhas para ser colocado nos canteiros da horta escolar. Estes são preparados antes: a terra é afofada e adubada com resíduos orgânicos e/ou esterco de gado adquirido na comunidade. As mudas são destinadas para a horta escolar e as sobras são vendidas para manter o projeto. As mudas de flores obedecem ao mesmo procedimento das hortaliças. O conhecimento adquirido nessas experiências é levado para as propriedades, organizando o espaço e o ambiente. Foram escolhidas algumas plantas ornamentais que, depois de germinadas, deixaram os canteiros mais alegres e bonitos.Os alunos são divididos em grupos e organizam os canteiros de flores e de hortaliças na escola e as verduras colhidas na horta escolar são consumidas pelos alunos no refeitório.O projeto tem-se tornado sustentável e alicerçado ações nas propriedades e na escolar. Os alunos têm plantado árvores nativas, produzido alimento orgânico e embelezado as propriedades, plantando flores, hortaliças e organizando os espaços.Em contrapartida, a escola tem encontrado espaço de interação com a comunidade, mostrando o valor da educação voltada para o campo e produzindo mudas de plantas nativas, de flores e hortaliças.

Autor: Nelci Daga Rubenich

Integração dos alunosApresentação das excicatas

Coleta de material no bosque próximo à escola

Plantas germinadas

Expediente Jornal das Experiências Exitosas em Educação do Campo/Expointer 2013

Coordenadora: Inque Schneider Assessora de Educação: Paula Rosana Fortunato Edição: Izabel Rachelle e Luiz Fernando Boaz

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Experiências Exitosas em educação no campo

Página CentralTaquari

Projeto Saber, Fazer LocalEscola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Antônio Porfírio de Menezes Costa

Ana Isabel Rosa BorbaMaria Melânia Cardoso Brandão

Rita de Fátima de Witt Souza

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Antônio Porfírio de Menezes Costa há 67 anos atende a população do Bairro Rincão São José, conhecido também com Rincão de Cima e agora denominado Bairro Nossa Senhora das Graças, Taquari/RS.Criada no dia 29 de março de 1944 como Grupo Escolar Rincão São José, posteriormente chamada como Grupo Escolar Dr. Antônio Porfírio de Menezes Costa.A escola atende aproximadamente 125 alunos divididos em turmas de 1º ano à 8ª série no período diurno. Atualmente conta com aproximadamente com 18 professores e 7 funcionários, tendo como diretora a professora Sônia Maria Dória Sanchez e vice diretora Neiva Oliveira Fruhauf.Tendo em vista que nossa escola é de campo e muitos de nossos alunos são oriundos de famílias de zona rural, viu-se a necessidade de conhecer o saber, fazer local e a produção de produtos coloniais.Tendo em vista que nossa escola é de campo e muitos de nossos alunos são oriundos de famílias da zona rural e que muitas destas sobrevivem da agropecuária, é de suma importância vivenciar e

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Júlio de Castilhos está localizada no povoado de Júlio de Castilhos, interior do município de Taquari, Rio Grande do Sul. Chamado de Engenho Fazenda, na década de 40, teve forte impacto econômico no município quando despontou como centro de produção de farinha de mandioca pois cultivava e processava a mandioca em suas atafonas e exportava farinha de alta qualidade. Essa realidade foi expressa no relato de Seu Pedro, de 60 anos, avô de aluno da escola:“Antigamente, aqui tinha tudo, casas comerciais, atafonas, cooperativa, centro telefônico, salão de baile. Hoje, o Júlio de Castilhos (pausa)... tá morto! Veio o modernismo, os novos não queriam mais ficar, era muito difícil, a agricultura sempre foi difícil” ( 2012).Atualmente, a economia local baseia-se na monocultura de eucalipto; há falta de incentivo agrícola e os alunos da escola são oriundos de várias localidades vizinhas. Observa-se nos jovens uma desidentificação e desmotivação em permanecer no meio rural.Diante dessa realidade, a E.E.E.F. Júlio de Castilhos, que nas últimas décadas é um dos únicos locais de socialização no povoado sentiu a necessidade de buscar novos rumos e alternativas que contemplasse a valorização do meio rural, respeitando a história, a cultura, os desejos e as necessidades locais.Então, a escola, em sua função social, num projeto articulado entre professores, alunos, pais e funcionários, criou o projeto Cooperativismo na escola,

valorizar a cultura culinária colonial desenvolvendo o conhecimento sobre o saber, fazer local e a produção de produtos coloniais.Com os estudos sobre esta cultura temos como prioridade oportunizar aos nossos alunos, além do conhecimento local na produção de produtos coloniais, obter uma mudança de comportamento reconhecendo a diversidade da produção de alimentos na comunidade.Este projeto destina-se a alunos de 5º a 9º ano que estarão na escola no turno inverso ao de estudo e além de receitas que serão conhecidas na comunidade através da pesquisa de campo incluindo o conhecimento de pessoas idosas da comunidade, os alunos farão pesquisas utilizando recursos tecnológicos na escola para incrementar estesaber, fazer local, contando com o apoio da Emater.O projeto será desenvolvido através de um cronograma organizado pelas seguintes temáticas:

Abril – culinária indígena;Maio – mês solidário;Junho – culinária junina;Julho – confecção do livro;Agosto – mês das massas;Setembro – culinária campeira;Outubro – mês das bolachas;Novembro – mostra dos produtos; e

Dezembro – culinária natalina.Os alunos com estas atividades até a presente data a confeccionar pão caseiro, fervido, massa de pastéis, rapaduras, como armazenar e higienizar compotas e doces coloniais. Além da utilização dos recursos tecnológicos os alunos também realizaram entrevistas com pessoas idosas e com suas famílias para obter receitas, esclarecer dúvidas e aprender dicas práticas e econômicas na produção das receitas.A avaliação será realizada continuamente sendo observada a mudança de comportamento e a motivação dos alunos durante o desenvolvimento das atividades.

Cooperativismo na escolaEscola Estadual de Ensino Fundamental Júlio de CastilhosPovoado Júlio de Castilhos“Unidos em uma cooperativa, os alunos vivenciam princípios de uma forma sistemática, sentindo a força da união”. Cheuli Chiu de LimaProjeto: Cooperativismo na escolaCoordenação: Silvana Emer KerberPúblico alvo: alunos do Ensino Fundamental, pais, direção, professores e funcionários da escola.

JustificativaAtualmente, no Brasil, grande parte da juventude rural está sem perspectivas de melhora de vida no campo e por esse motivo, acabam se deslocando para a cidade. Além da falta de condições satisfatórias do ponto de vista social e econômico, a escolaridade da maior parte dos jovens trabalhadores rurais não passa da educação básica. Observa-se uma desvalorização e desmotivação em relação ao meio rural e essa migração evidencia uma rejeição ao modo de vida dos pais, decorrendo assim. uma crise de identidade social.Essa realidade também é notada no povoado Júlio de Castilhos, interior do município de Taquari-RS, antigamente chamado de Engenho Fazenda, em seu auge na década de 40 fabricava farinha de mandioca para a região sul do Brasil e consta que a primeira cooperativa de Taquari se estabeleceu neste povoado. Hoje, a realidade é diferente e se constata um problema bastante acentuado nessa comunidade: o êxodo rural. Com o fim das atafonas, a produção de mandioca praticamente se extinguiu e hoje, a maioria é cortador de mato e/ou possuem propriedades muito pequenas, sem perspectiva econômica. Além dessa problemática, a comunidade escolar atualmente é diversificada, não há uma etnia dominante, o que determina formas de agir distintas que agravam o sentido de união e realização conjunta. Portanto um dos grandes desafios desse projeto é fazer brotar uma ação conjunta entre raças e etnias diferentes, cada um com sua virtude e potencial formando uma engrenagem onde a valorização das distintas capacidades é que darão movimento a esse projeto.

Objetivo geral- compreender na prática como funciona uma sociedade cooperativa abrindo uma nova perspectiva de organização econômica e social.Objetivos específicos- Estimular na escola um trabalho articulado entre alunos, professores e funcionários. Que todos tenham clareza da problemática e necessidades da escola e da importância da colaboração de todos.- Interagir, conviver, cooperar e aprender a organizar-se como grupo, respeitando as diferenças.- Incentivar a prática cooperativa, desenvolvendo nos alunos associados uma compreensão adequada do papel das cooperativas e do significado da dimensão econômica e social.- Integrar a escola com a comunidade rural.- Educar dentro dos princípios do cooperativismo e ser instrumento nos processos de aprendizagem através da viabilização de atividades produtivas.- Corresponsabilizar os alunos pelas atividades do projeto, de sua elaboração, suprimento e comercialização.- Estimular o crescimento, sem desprezar o outro, pautado em princípios e valores de cooperação.- Valorizar o ser humano como o maior capital de uma cooperativa e de uma escola.Desenvolvimento/cronogramaA cooperativa escola será constituída sob a coordenação de um educador e terá sua própria diretoria, cooperados e estatuto, bem como decidirá suas ações por meio de assembleias.Legalmente, fundamenta-se na Lei nº 5.764 (Lei do Cooperativismo no Brasil),regulada pela Resolução CNC 23/82( autoriza o funcionamento de

Cooperativa Escolar Júlio de Castilhos - CEJUCAonde os alunos vivenciam os valores e princípios do cooperativismo através da criação da Cooperativa Escolar Júlio de Castilhos – CEJUCA. Sendo o primeiro produto da CEJUCA a fabricação caseira de biscoitos, com receitas típicas do povoado. A cooperativa possui Conselho administrativo e fiscal, registra as movimentações de caixa, possui um fundo de reserva, estabelece metas, tudo isso de forma transparente em assembleias realizadas periodicamente.Nota-se, a partir deste projeto, uma melhora considerável quanto aos cuidados com o patrimônio escolar, uma maior participação, colaboração, um pensar coletivo, melhora na auto estima e um sentimento de pertença que leva ao comprometimento cada vez maior com a comunidade.Neste ano, a CEJUCA recebeu apoio da CERTAJA através do sistema OCERGS SESCOOP/RS. A partir daí,, professores pais e funcionários apresentaram o projeto na FRENCOOP/2013 e receberam a oportunidade de associar a CEJUCA ao sistema OCERGS SESCOOP, sem custos.Assim, ao desenvolver a prática de projetos pedagógico-social, como o Cooperativismo na escola, adequando aos interesses e necessidades locais, a escola passa a assumir sua função social, ou seja, passa a auxiliar no processo de identidades e de transformação da realidade local, preparando os jovens para uma visão cooperativista na busca coletiva do desenvolvimento econômico, social e cultural do lugar onde vivem.

AvaliaçãoA avaliação ocorrerá durante o processo, e será considerada satisfatória se os obstáculos forem superados e os resultados previstos alcançados.ReferênciasCOOPERCITRUS, revista. Projeto Cooperativismo na Escola. 2011 . Disponível em: http://www.revistacoopercitrus.com.br/?pag=materia&codigo=4241GADOTTI, Moacir. Pedagogia da práxis. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 1995.MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez; Brasília/DF: UNESCO, 2000

Crianças acompanham preparo do pão atentamente

Misturando os ingredientes

Preparando o pão

Enfim, o pão pronto! Meninos também participam do preparo dos alimentos

Alunos integram projeto cooperativista

Alunas na feira do produtor rural

Participação no Desfile da Semana da Pátria de 2012

Integração entre alunos e comunidade

Representantes da Cejuca

cooperativas-escola nas escolas e a participação societária de alunos menores de 18 anos).A experiência será estruturada com base nos princípios cooperativistas, pesquisados e estudados durante as aulas e apresentados aos alunos da escola maiores de 11 anos. Seguirá os princípios e valores docooperativismo. Basicamente, são 7 PrincípiosFundamentais:Adesão livre e voluntária;Controle pelos sócios;Participação econômica/sócios;Autonomia e independência;Educação, treinamento einformação;Cooperação entre cooperativas;Preocupação com a comunidade.A produção desta cooperativa poderá ser variada e terá seus lucrosdestinados a objetivos comuns. A atividade inicial será a produção de biscoitos, com possibilidade de troca ou agregar outras atividades no decorrer do projeto.Os professores que aderirem ao projeto, adotarão práticas cooperativas em sala de aula procurarão vivenciar os valores do cooperativismo. A estrutura da Cooperativa conta com os seguintes órgãos sociais para administração e fiscalização, cujas atribuições estão detalhadas no Estatuto Social:Assembleia Geral: São todos os cooperados, cabendo-lhe a tomada de toda e qualquer decisão de interesse da Sociedade. É de competência da Assembleia Geral a eleição e/ou destituição dos membros dos Conselhos de Administração e Fiscal e do Comitê Educativo.Conselho de Administração: É responsável pela administração da Sociedade, sendo composto por 3 (três)cooperados, escolhidos pela Assembleia Geral. Seu mandato é de 12 meses.Conselho Fiscal: Sua composição obedece ao estabelecido em legislação (três titulares e três suplentes). Fiscaliza as operações, atividades e serviços da Cooperativa acompanhando, analisando e avaliando os saldos, balanços, balancetes e o cumprimento das exigências e deveres da Sociedade junto aos órgãos tributários.Comitê Educativo: É uma comissão permanente de associados que tem por objetivos, entre outros, levar ao Conselho de Administração as reivindicações e sugestões dos associados. É composto por três alunos de cada classe, escolhidos pelos seus pares.Comissão Técnica de Apoio e Execução: É composta por 6 (seis) alunos, eleitos pelos associados com as atribuições de assessorar o Conselho de Administração e colaborar na execução das atividades.Professor Orientador: o responsável pela coordenação das atividades entre a Escola e a Cooperativa-Escola e pela orientação dos alunos na sua administração.Recursos: computador, forno, máquina de massa, cozinha, notebook, máquina digital,etc.

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Experiências Exitosas em educação no campo

Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre Aleixo Objetivo Geral:Compreender os elementos afetivos e sócio-culturais que constituem a identidade própria de cada indivíduo, refletindo sobre o comportamento pessoal diante de situações novas, seus problemas e possíveis soluções.Justificativa:A partir da observação de como a insatisfação pessoal, profissional e estudantil está tomando conta dos indivíduos, surgiu a ideia de discutir o assunto mais profundamente com todos os envolvidos na comunidade escolar e na comunidade em geral onde a escola está inserida.Desenvolvimento:Para que o processo reflexivo e construtivo ocorra de forma natural e efetiva, vê-se a necessidade de interagir com os alunos e familiares tendo como ponto de partida o filme Antes que o Mundo Acabe, através das seguintes ações;- Instigar a discussão do educando com a família;-Questionário aplicado para os familiares com o objetivo de conhecer a realidade, os anseios, preocupações e sonhos. A partir do retorno dos questionários e das respostas dos familiares, o grupo dinamizador discute o que é mais relevante investigar:- O que é importante para o indivíduo sem esquecer-se do coletivo.

Escolas do Campo de Ivoti - aula de manipulação A importância das plantas medicinais acompanha a história da humanidade. A sua utilização para os mais variados fins propiciou a perpetuação da vida das pessoas e de outros animais na terra. A necessidade fazia dos homens primitivos, estudiosos da flora local, afinal estes seres vivos forneciam alimento, remédio, roupa, defesa, abrigo entre outras tantas finalidades.O conhecimento e a utilização de plantas medicinais é uma prática milenar, que se perpetua através das gerações. E pensando nisso, os professores das Escolas do Campo de Ivoti, em 2007, fizeram um questionário com as famílias para ver quais as plantas medicinais que elas mais usavam, como usavam e para que usavam. Depois fizemos mutirões nas Escolas para o plantio de plantas medicinais que as famílias tinham em casas. Os pais e alunos trouxeram várias espécies, relacionamos as mais usadas e começamos a cultivá-las e usá-las com os alunos.O conjunto destas experiências vividas com as famílias nos trouxe um saber tradicional/popular que foi e precisa continuar a ser resgatado e valorizado; sob o ponto de vista ecológico preservamos e valorizamos a nossa biodiversidade e é uma opção de tratamento de diversos transtornos da saúde.Do ponto de vista econômico geramos renda através da produção e comercialização dos seguintes produtos:- Alcanfor para contusões (cânfora de jardim e álcool de cereais);- Aromatizadores de ambientes (essências industrializadas, álcool de cereais e fixador de perfume);

Ibiraiaras

Projeto Antes que o mundo acabe...

- A importância da família.- O pensamento dos envolvidos sobre o seu futuro e o futuro do planeta.- O que realmente valorizam: o TER, o SER ou ambos.- Que planeta queremos deixar para as pessoas e que pessoas queremos deixar para o planeta.- A falta de espiritualidade.- Dificuldades com a autoestima, afetividade, toque, contato físico.- A importância dada ao tempo dispensado com coisas simples, mas importantes e que nos dão prazer.- A interferência dos padrões sociais no cotidiano das pessoas.Partindo para as ações:- Discussão com os envolvidos(alunos) sobre o retorno do questionário.- Para a melhor organização e desenvolvimento das atividades, o tema geral Antes Que o Mundo Acabe..., foi divido em vários subtemas , os quais foram distribuídos por grupos heterogêneos quanto a idade, série e aspectos sócio-culturais. - Conversa sobre como desenvolver, aplicar e apresentar o projeto. - Formação dos grupos com os respectivos subtemas e início do planejamento do que e como fazer.- Cada grupo trabalhou seu tema de forma diferenciada e dentro de suas possibilidades, com um professor orientador e investigador.Para apresentação dos subtemas foi organizado em

forma de estações:Grupo 1 – SensibilizaçãoAntes Que o Mundo Acabe eu Quero...”Grupo 2 – Coisas Ruins“O Mundo Que nos Assusta”Grupo 3 – Espiritualidade“O Mundo Que me SustentaGrupo 4 – Família“A Base Para o Mundo ”Grupo 5 – Meio Ambiente“Um Mundo Possível”Grupo 6 – Viagens“A Vida é uma Grande Viagem”Grupo 7 – Diversão e Brincadeiras“O Mundo Encantado”Apresentação do Projeto:O projeto Antes que o Mundo Acabe... foi apresentado durante a Festa de Integração Escolar, que contou com a presença dos alunos, pais, professores, funcionários e comunidade em geral, onde os alunos puderam interagir através de teatro e exposições com os presentes e fazer a ligação entre os subtemas desenvolvidos fazendo com que das partes formasse o todo. Avaliação:- A avaliação se dá pelo comprometimento no desenvolvimento das atividades propostas, a interação interpessoal nas atividades e a percepção se houve sensibilização e mudanças de atitude.

Ivoti

Projeto Cultivando Chás... Colhendo Vidas

- Chá seco para infusão (camomila, cavalinha, erva cidreira, funcho, guaco, hortelã, poejo e melissa);- Pomada cicatrizante e anti-inflamatória feita com calêndula, confrei, tansagem, banha e cera de abelha;- Creme repelente de insetos feito com folhas de citronela, base hidratante, essência de citronela e fixador;- Sachê aromático e travesseiro aromaterápico com fibra, folhas e flores de lavanda ou folhas de eucalipto cheiroso.- Sabão de limpeza feito com óleo de cozinha usado e álcool combustível;- Sabão medicinal feito com banha, óleo de cozinha usado, álcool 96º, flores e folhas de calêndula, folhas de confrei e tansagem.“Não Se Aprende Para a Escola, Mas Para a Vida”“Construindo o Presente, Planejando o Futuro Através da Agroecologia”

Almoço de confraternizaçãoApresentação de grupo Apresentação de grupo

Horta e pomar

Produtos fitoterápicos manipulados pelos alunosComunidade auxiliando no cultivo dos canteiros

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Experiências Exitosas em educação no campo

Escola Estadual de Ensino Médio Professora: Magda B. CorrêaTurma: 2º ano do E. M. PolitécnicoEste projeto é uma parceria entre a Escola Marechal Hermes, única escola de Ensino Médio de Santa Margarida do Sul, e também escola de campo, e a Gorange Empresa Agroindustrial, empresa produtora de cítricoslocal, além de prefeitura, Emater e Universidade Federal do Pampa. O projeto visa por emprática a interdisciplinaridade proposta pelo Ensino Médio Politécnico e incentivar apermanência dos jovens nocampo, evitando assim o esvaziamento do meio rural, além de conscientizar alunos e comunidade em geral da]mportância de preservar o meio ambiente. Entre as muitas atividades envolvidas nesse projeto encontram-se a pesquisa científica realizada através dainternet na sala digital, a pesquisa de campo realizada em aulas práticas na Estância Santa Eulália, sede da Gorange, o plantio de laranjas de suco na escola, os trabalhos interdisciplinares desenvolvidos em seminário integrado e a conscientização de toda a escola sobre temas ambientais. Os resultados desse trabalho já podem ser vistos. O interesse dos alunos, especialmente do 2o ano do ensino médio politécnico, turma responsável pela execução do projeto é grande e cresce mais a cada dia, os debates sobre citricultura e meio ambiente tornaram-se mais conceituados, lúcidos e polêmicos e a aprendizagem e a vontade de ficar no campo têm crescido entre os jovens oriundos da

Mampituba

Planeta Orgânico - qualificando resultadosE.E.E.F. Martimiano Ferreira Alves

A mudança de antigos hábitos mostra-se ação difícil em qualquer local do mundo, e tratando-se da alimentação temos agravantes sociais, educacionais e comerciais que minimizam as possibilidades de colocarmos em nossa mesa produtos capazes de garantir saúde e sabor sem recursos industriais.O presente projeto realizado por nossa Escola justifica-se pela importância de despertar a consciência nos alunos e demais integrantes da comunidade escolar e geral, sobre a necessidade de buscar uma alimentação saudável e, também, das vantagens de conviver e adquirir cultura num lugar colorido, bonito e alegre.Essa busca, traduz-se pelo resgate da cultura alimentar local, pela percepção das vantagens de consumir alimentos naturais, produzidos em suas hortas sobre os alimentos industrializados, visando a prevenção de doenças, a valorização da produção agroecológica e a confecção de jardins na escola.Esta iniciativa tornou possível realizarmos um dia de confraternização na escola, com a presença da comunidade. Foram preparados 21 pratos diferentes valorizando a cultura alimentar local, dando aos jovens oportunidade de conhecer sabores e benefícios existentes no passado que podem voltar a fazer parte do presente, pois despertamos em todos os participantes que se, associarmos os avanços da humanidade a bons hábitos alimentares teremos uma maior longevidade e qualidade de vida no mundo.Como a realização deste projeto ocorreu em área rural, onde predomina o cultivo da banana, observou-

se que com o passar dos anos aumentou o uso indevido de agrotóxicos. Isso é evidenciado pelas crianças e familiares ligados à escola, comprovando a necessidade de um olhar e um fazer diferente -há pais que produzem banana, mas não a consomem porque sabem do mal que lhes causaria devido às aplicações químicas feitas na lavoura durante o cultivo. Com o objetivo de construir na escola uma horta, mas sem espaço que possibilitasse maior produção de alimentos para uso na merenda, optou-se pelo lado pedagógico e educacional - pensou-se na construção dos canteiros representando os órgãos do corpo humano, plantando em cada órgão o alimento que lhe faz bem.Durante as pesquisas, os alunos tomaram

Situada no município de Bossoroca, na localidade do Rincão dos Antunes, em seus 54 anos de existênciabuscou desenvolver umtrabalho pedagógico e deamparo à comunidade local,atuando coletivamente parao processo de construção deuma comunidade ativa. Hoje aascola encontra-se sob a direção da professora ElizaneSouza Leães, e oferece EnsinoFundamental e EducaçãoInfantil. O corpo docente é composto por nove professores, além de duas funcionárias e cinquenta e quatro alunos com idades bastante diversas, desde crianças até pessoas adultas, que carregam consigo o grande desejo de se formar ou de apenas aprender a escrever o próprionome. A clientela é oriunda do Rincão dos Antunes, Rincão do Barreiro e Rincão do Biguá.A escola desenvolve o projeto Hidroponia na escola: Alternativa para a produção natural e recurso multidisciplinar para a aprendizagem, visando levar ao meio rural novas tecnologias e informações que acarretem um clima de interesse e motivação aos alunos do campo e ao mesmo tempo apresentar aos alunos conceitos relevantes, conseguindo trabalhar de forma interdisciplinar as diferentes áreas do conhecimento. Com essa metodologia, permite vivenciar o plantio de hortaliças e acompanhar suas etapas de desenvolvimento, estimulando uma nova alternativa de produção, enfatizando o uso da técnica hidropônica, suas vantagens e desvantagens, bem como a importância

Bossoroca

Hidroponia na escola:alternativa para produção natural Escola Estadual de Ensino Fundamental São José

dos alimentos naturais e a utilização da Internet como meio de aquisição de informações. Desta maneira, o trabalho tem conexão com outras áreas, motivando o aluno e o estimulando nas demais atividades escolares, integrando-os e fazendo-os sentirem-se mais atraídos pelos conteúdos apresentados nas diversas aulas.Acompanhando uma tendência de ensino cada vez mais diversificado, torna-se essencial manter o aluno informado e principalmente interessado em conhecer novos projetos e tecnologias. A hidroponia é um exemplo disso; representa, hoje, uma tecnologia que pode ser usada como suporte educacional, necessitando de pouco espaço, e que pode gerar grande produtividade. Esta técnica na produção de hortaliças como Projeto Escolar veio ao encontro da necessidade de aproveitar dentro da escola novas tecnologias, que proporcionam o desenvolvimento de forma interessante para o aluno e para suas famílias, levam seus benefícios para suas propriedades.

Santa Margarida do Sul Citricultura: desenvolvimentoe renda no campo

zona rural que participam do projeto, pois há inclusive a oportunidade de estágios concedidos pela Gorange. As possibilidades de futuro próspero se expandiram, pois os alunos têm uma perspectiva muito grande de emprego ao saírem da faculdade, sem mencionar a comunidade em geral

que também será beneficiada com as miniproduções integradas à empresa de citros com o objetivo de comercializá-las para a indústria de suco, aumentando a renda familiar de assentados e pequenos produtores locais. Buscando crescer e se aprimorar sempre, acomunidade trabalha unida para construir um futuro próspero para Santa Margarida do Sul.

conhecimento da existência de que cada órgão humano possui um horário de melhor funcionamento. Como se tratava de saúde foram construídos também, no pátio escolar, em forma de meia lua, canteiros representando as horas do dia, e neles, plantadas as ervas de chás que fazem bem para aquele órgão naquele determinado horário.

O projeto indica também, o resgate de alternativas diversas de produção e o entendimento das vantagens da agricultura familiar de subsistência, visando a economia familiar, a sustentabilidade do planeta e, consequente, melhoria da autoestima e bem estar individual e coletivo.

Alunos e canteiro em forma de coraçãoGrupo com canteiros feitos de pneus

Alunos e o projeto de hidroponia

Visita à fábrica de sucos

Plantio de mudas no pátio da escola

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Experiências Exitosas em educação no campo

Escola Família Agrícola - EFA Prof. João Paulo Costa, monitor Efasc Prof.ª Fernanda Pizzato, monitora Efaserra O que é a Pedagogia da Alternância? A Pedagogia da Alternância surge na década de 1930 na França e logo ganha o mundo; existe, no Brasil há mais de 40 anos e procura construir uma educação adequada à realidade dos agricultores familiares, em especial aos jovens que vivem com suas famílias no campo. Estes permanecem uma semana na escola, alojados no internato, e outra semana junto à família, quando recebem visita dos monitores para acompanhar a aplicação prática do conhecimento e o envolvimento do estudantes e sua família. O movimento das Escolas Famílias Agrícolas e da Pedagogia da Alternância no Rio Grande do Sul vem crescendo, pois em 2009 é fundada a Efasc (Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul), conta desde maio deste ano com a Efaserra (Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha), além de estar com associação já em plenos trabalhos para garantir em 2014 a Efasol (Escola Família Agrícola de Vale do Sol), todas filiadas à Agefa (Associação Gaúcha-Pró Escolas Famílias Agrícolas, com sede em Santa Cruz do Sul /RS), que é ligada à Unefab (União das Escolas Famílias Agrícolas do Brasil), com sede em Orizona /GO, que por sua vez faz parte da AIMFR (Associação Internacional das Maisons Familiares Rurales), situada em Bruxelas / Bélgica.As Efas consistem basicamente numa associação de famílias de agricultores familiares que se reúnem para garantir aos seus filhos a possibilidade de estes terem acesso a uma Educação do Campo diferenciada, criando assim uma Escola Comunitária. No Brasil estão em 16 estados, num total de 146 escolas, chegando a mais 10 mil matrículas atualmente.Ambiente diferenciadoAtualmente a Efasc possui 99 jovens em formação (1º, 2º e 3º ano), 46 estudantes em estágio profissional e 20 técnicos agrícolas já formados, oriundos de 12

Santa Cruz do Sul

Construindo conhecimento com o jovem do campo

Escola Municipal de Ensino Fundamental Perpétuo Socorro O Projeto Viver e Aprender com Prazer na Escola surgiu da necessidade de um ensino capaz de dar aos educandos melhor aproveitamento do seu tempo disponível, possibilitando assim, a oportunidade de desenvolver novas competências, adquirindo uma nova postura em relação ao meio ambiente e na vivência de valores. Como diz Morin (2000), “ A grande esperança para o século 21 é a cidadania terrestre, cujos embriões podem ser germinados através da educação , ao possibilitar a transmissão do antigo a abrir a mente para o novo”.O projeto é de grande relevância social, pois existe uma necessidade de capacitar voluntários quanto à prática de atividades pedagógicas, a fim de resgatar a autoestima e desenvolver a competência cognitiva dos educandos.Viver e Aprender com Prazer na Escola nasceu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Perpétuo Socorro, abrangendo a Escola Municipal de Ensino Fundamental Sagrada Família e Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Pedro I. A partir deste ano acrescentou-se ao projeto outra atividade “captação da água da chuva para o seu reaproveitamento

Escola Estadual de Ensino Médio Doutor RicardoObjetivos- Despertar a conscientização a respeito do meio ambiente e da importância da sua preservação, assim como da necessidade do reaproveitamento do lixo por meio da reciclagem;- Mostrar que a reciclagem traz inúmeros benefícios para a sociedade, reduzindo o volume de lixo enviado aos aterros sanitários e ajudando a manter a cidade limpa, além de promover economia de matéria-prima;- Levar o aluno em oficinas de materiais recicláveis, para aproveitar sucatas do meio em que vive; e- Utilizar o material reciclado no dia a dia.

municípios do Vale do Rio Pardo (Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Vera Cruz, Passo do Sobrado, Rio Pardo, General Câmara, Vale do Sol, Boqueirão do Leão, Sinimbu, Gramado Xavier e Herveiras, Candelária), vindos de 122 comunidades diferentes. Na Serra Gaúcha, a Efaserra, localizada em Garibaldi, conta com 16 estudantes de oito municípios (Barão, Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa, Coronel Pilar, Farroupilha, Garibaldi e Ipê) de 16 comunidades diferentes.O diferencial da EFAsA vivência e o estudo proporcionado pela Pedagogia da Alternância, com seus vários instrumentos

Dr. RicardoComo é Bom Viver Aqui

Roca Sales

Viver e Aprender com Prazer na EscolaNa Escola Municipal de Ensino Fundamental Perpétuo Socorro, os educando de 5ª série à 8ª série tem o componente curricular Agroecologia ministrado pelo Professor Volmir Geroldin no turno da manhã e no turno inverso é organizado grupos de alunos para as práticas de Agroecologia. Os conteúdos são dispostos para cada série e faixa etária. Durante as aulas são realizadas as seguintes atividades:Casa de vegetação/ finalidadeSemear - apresentar o nome, como é a semente, quantidade de terra, água;Acordar a semente - plantar uma semente fora da terra para verem o processo da germinação;Crescimento - acompanhar o crescimento /tabelas de medição; catalogar os vegetais com plaquinhas.SoloCanteiros - informações para o canteiro (profundidade, largura, comprimento)Replantio - na horta realizam o replantio das mudas, nome, a cor, como é consumido.Irrigação/ caixa d’água/ água da chuvaÉpoca de plantio - verduras da hortaReceitas - elaborar livros de receitas saudáveis com frutas e verduras da horta. Fazer um bolo de cenoura na Páscoa e plantar flores para o Dia das Mães.Dia do lanche natural - colheita, preparo e organização da mesa.Equilíbrio ambiental na horta - plantas companheiras no mesmo canteiro, girassol serve de isca; tagetes, florzinha colorida de cheiro forte espanta insetos e soluções naturais.Plantas parceiras no mesmo canteiro.Educação alimentar e hábitos alimentares.Composteira: lixo orgânico.Ambientes ripários/mata ciliar.Lixo na lixeira/tempo de decomposição, destino e reaproveitamento do lixo.

Equipe Pedagógica / SMEC/ 2013

pedagógicos que possibilitam ao jovem manter o vínculo com a família e a comunidade ao mesmo tempo em que está na Escola, compreendendo uma lógica de Educação em que as famílias e os monitores atuam juntos na formação do estudante.A vida no internato durante a sessão escolar (uma semana) que contribui para a socialização da realidade de vida de cada jovem, numa convivência marcada pelas trocas, pela solidariedade e pela corresponsabilidade, haja visto que os estudantes mantém todos os espaços através dos diferentes coletivos de trabalho.Os jovens interessados devem se inscrever na escola e passar por um processo de seleção, com avaliação escrita, entrevistas e dinâmicas vivenciais. Requisitos para ingresso: ter concluído o Ensino Fundamental, residir no meio rural, ser filho de agricultor (com ou sem propriedade) e/ou exercer atividade no ramo agropecuário. O processo de inscrição para seleção acontecerá nos meses de outubro e novembro de 2013 nas dependências das escolas.Contato: Efasc (51) 3713-3046 / e-mail [email protected]; Efaserra (54) 3464 0552/ e-mail [email protected]

Crianças na horta

Estudantes e monitores da Efasc, acima e;abaixo, Estudantes, monitores e presidente da Aefasserra

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Experiências Exitosas em educação no campo

Não-Me-Toque

Escola Municipal de Ensino Fundamental Amália KerberResponsáveis pela execução: Equipe Gestora, Professores da Educação Infantil, Anos Iniciais e Finais do Ensino Fundamental, funcionários da Escola, Oficineiros e comunidade escolar.Número de participantes: 145 alunos, professores e comunidade escolar. Cooperativismo, Alimentação Saudável e Reeducação Alimentar são temas abordados pela Escola, por necessidades constatadas no cotidiano da mesma. As mudanças e exigências do “mundo moderno” levam o ser humano cada vez mais a individualidade, contrapondo as práticas cooperativas que possibilitam, por meio do diálogo, a formação de indivíduos que reconhecem o outro como semelhante e buscam soluções conjuntas para superar suas dificuldades.O projeto Cooperativismo e Alimentação Saudável iniciou em 2003. Em 2004 a escola foi incentivada pelo Sicredi, Emater e SMECD a transformar este projeto em sistema cooperativo, sendo que neste mesmo ano tornou-se então uma Cooperativa Escolar – CEAK. Desde então a cooperativa funciona com trabalhos produzidos pelos alunos, como por exemplo, plantio e cultivo na horta, sal, vinagre, balas medicinais, artesanato, cuidados com a ornamentação da Escola e durante o ano com incentivo da alimentação saudável.A escola inserida na realidade mundial, onde práticas “facilitadas” se tornaram cada vez mais prejudiciais à saúde, precisa estar atenta para, a partir de constatações e/ou estudos em sala de aula, apontar outras possibilidades, podendo levar a comunidade escolar a refletir sobre seus hábitos alimentares.A horta escolar criada e organizada na eola estimula e enfatiza a importância de uma alimentação saudável, oportunizando aos alunos o consumo de verduras e legumes sadios, livres de agrotóxicos e outros produtos químicos. Aos educadores cabe a tarefa de proporcionar para os alunos e a comunidade escolar, atividades que auxiliem no processo ensino-aprendizagem, levando estes a maior qualidade de vida, através do reconhecimento e valorização de uma alimentação mais saudável com frutas, hortaliças, verduras e chás.A relação entre qualidade de vida, bem-estar e ambiente sadio, fica explícita neste projeto, pois no decorrer do trabalho pedagógico, salienta-se a difusão de ideias e a capacidade de criação dos envolvidos no mesmo, a fim de, juntos, construírem um ambiente mais harmônico e respeitado por todas as pessoas que nele vivem e que dele dependem para viver.ObjetivosOportunizar novas perspectivas para a comunidade escolar, através de ações cooperativas, visando a construção de hábitos de alimentação saudável.Específicos:Incentivar práticas cooperativas - os resultados obtidos em grupo são maiores que os individuais;Valorizar práticas cooperativas como instrumento de construção de cidadania; Despertar o prazer pela alimentação saudável;Incentivar a qualidade de vida, pela boa alimentação;Identificar os alimentos prejudiciais à saúde;Estimular o aluno, para provocar

da família e da comunidade escolar, preferindo o consumo de produtos naturais;Orientar e incentivar a produção orgânica;Incentivar o consumo de verduras, frutas, sucos naturais, chás; Ensinar meios e técnicas para o cultivo e preparo de produtos sem o uso de agrotóxicos; Aprender o preparo e conservação dos alimentos; Promover visitas às famílias, fazendo com que os alunos conheçam a realidade da organização e planejamento da propriedade;Valorizar os cuidados com o meio ambiente, destacando a organização e ornamentação dos diferentes espaços. Promover uma viagem até Esteio, na Expointer, onde a escola estará expondo o seu projeto pela 3ª vezA preparação do terreno para cultivo da horta escolar é feita por alunos de 5º ano a 8ª série; o pomar é acompanhado por todos os alunos; o plantio de chás é realizado por professores e alunos de 7ª e 8ª seres. A jardinagem envolve todos os alunos, mas Educação Infantil e Anos Iniciais são os que dedicam mais tempo destinam para o embelezamento.

mudanças nos hábitos de alimentação

A E. E. E. F.Tomé de Souza situa-se emSertãozinho,

interior deAlpestre. A economia do município é essencialmente agrícola, com destaque para a cultura de fumo, milho, frutas cítricas e produção de leite. Como o município a que pertence, Sertãozinho depende da agricultura e, inserida nessa comunidade, a escola, como em qualquer lugar pequeno, torna-se um centro de referência, que sedia decisões sobre as demandas da Igreja, da Associação do Telefone, do Grupo da Terceira Idade, do Posto de Saúde, da Assistência Social. Assim, não obstante o número de alunos vir diminuindo ano a ano, devido ao êxodo rural – são 53 do 1º ano a 8ª série, a escola participa da conscientização sobre assuntos de relevância social.Atendendo alunos cujas famílias são da classe C e D, a escola, baseada nos princípios da inclusão e do diálogo, vem desenvolvendo projetos para destacar as atividades campesinas e promover o desenvolvimento técnico-agrícola, com vistas à profissionalização do agricultor e seu progresso enquanto elemento imprescindível à cadeia produtiva.Assim, dentre os projetos desenvolvidos em 2012, merece o destaque de ser mostrado na Expointer o projeto Escola do campo: semeando sonhos, cujo objetivo geral visava adequar o currículo escolar à realidade do campo. Algumas atividades desenvolvidas foram: jardinagem e horta, visitação a propriedades em que se pratica a piscicultura, a fruticultura e a criação de gado leiteiro, promoção de pesquisas para averiguar a situação das propriedades locais, produção de bonecas de pano, carrinhos de sucata, esculturas em barro, realização da I Gincana Cultural das Escolas do Campo, com a participação das escolas do campo do município. Também foram expostos trabalhos desenvolvidos com a comunidade escolar, como painéis, álbuns de produções textuais, objetos de artesanato, para citar alguns.Vale salientar que, em decorrência do projeto, ocorreram melhorias no âmbito das relações pessoais entre escola e comunidade. A realização da Gincana Cultural (foto abaixo) foi fruto do esforço de todos os segmentos escolares e resultou num belo espetáculo cooperativo. Além disso, o envolvimento dos pais nas pesquisas, bem como a participação deles nas oficinas e palestras promoveu o estreitamento dos laços de amizade entre todos os segmentos da comunidade escolar. Dessa forma, a escola cumpre seu papel enquanto agente de transformação social.

Cooperativismo e Alimentação Saudável

Professor: Sadi Pedro BisonhimAluno: Lourenço Rentz NikititzA Escola Estadual de Ensino Fundamental Sagrada Família, localiza-se a 25km de Santo Ângelo, no Distrito de Lajeado Cerne, localizada no meio rural e tem por clientela filhos de pequenos agricultores, do distrito de Lajeado Cerne e de Comunidades vizinhas.O atual diretor é o professor Ireno Kessler Gelati. A escola possui Ensino Fundamental completo, tem 10 professores, 02 funcionárias e 60 alunos.Possuindo área territorial de 38000m², a consciência ambiental levou à elaboração do projeto da recuperação da área degradada e da mata ciliar. Estas áreas estão situadas numa localidade de pequenos proprietários, tendo sido desmatadas pelos primeiros habitantes para dar lugar a lavouras. O projeto está baseado na relação entre educação, escola, sociedade e suas influências. Tem como meta principal recuperar, resgatar e conhecer a vegetação local, sensibilizar a comunidade escolar e seu entorno sobre a importância das questões ambientais. Promover uma postura cidadã, de interação homem-natureza na escola, visando a recomposição e conservação dos recursos naturais, deixando uma herança de valor ecológico para as gerações futuras. Por ser a escola um meio de promoção de aprendizagem e do desenvolvimento de hábitos e atitudes ecológicas nos indivíduos, percebe-se a importância das áreas destinadas à proteção ambiental. O projeto prevê ainda incentivar práticas relacionadas com a questão ambiental buscando uma conscientização de que a natureza e seus elementos necessitam formas de valorização, como o conhecimento da diversidade da flora e fauna, local e ainda mudanças de comportamento que sejam pró-ativas a ele. Através do processo educativo, o objetivo é mostrar para a comunidade que é possível viver com qualidade de vida e menor degradação ambiental.

Lajeado Cerne

Educação/preservação: parâmetros que permeiam o ambiente

Alpestre

Escola do campo: semeando sonhos

Conhecendo o alimento/abóbora Escola estimula alimentação saudável

Alunos trabalham com o barro

Crianças e o plantio de aveia

Alunos e a cobertura de verão

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Experiências Exitosas em educação no campo

Luis Pedro Hillesheim1 Elisandra Manfio Zonta2 Dionéia Maria Samua3 Volnei Zonta41. IntroduçãoA formação por meio da Pedagogia da Alternância oferece aos jovens que frequentam as Casas Familiares Rurais no Rio Grande do Sul, a possibilidade de estudar sem se desvincular das atividades do campo, o que aproxima a vida do educando ao ensino de qualidade. Os conteúdos fundamentais das disciplinas curriculares, são estudados de forma real, concreta o que otimiza a evolução do conhecimento científico presente na prática do trabalho no campo. Além de possibilitar a eles realização de experiências e práticas nas unidades de produção com embasamento teórico científico, apontamos que o acompanhamento dos educadores em suas visitas ao meio sócio-profissional caracterizam a Novater – Nova Assistência Técnica e Extensão Rural - brasileira, assistência técnica e extensão rural de qualidade a família do campo.Essa formação prevê a educação para a vida, com o efetivo vínculo da Casa Familiar Rural com o meio e a realidade do educando. O plano de estudo é integrado em áreas do conhecimento (linguagem, códigos e suas tecnologias, ciências da natureza, matemática e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias e ciências agrárias), de forma interdisciplinar. As alternâncias são orientadas pelo calendário agrícola, o que possibilita que o educando experimente em sua propriedade as teorias de forma prática e concreta, e, organize seus temas de estudo.- Casas Familiares Rurais: desenvolvendo experiências e práticas de extensão rural por meio da Pedagogia da AlternânciaEm 2010 foi desenvolvido uma pesquisa por meio do edital 33/2009 do CNPq/Ministério do Desenvolvimento Agrário, parceria da Universidade Regional Integral e Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Rio Grande do Sul - Arcafar-RS, a qual envolveu Casas Familiares Rurais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Ela tinha como objetivo buscar saber como acontece o desenvolvimento de experiências e as práticas de extensão rural na formação dos jovens nas Casas Familiares Rurais do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e como isso contribui no desenvolvimento das unidades de produção familiares.Estabeleceu-se, assim, entre os agricultores familiares e a Casa Familiar Rural um espaço sócio-educativo com ações relacionadas à Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), por meio da Pedagogia da Alternância. Para tanto, faz–se uso de instrumentos pedagógicos que dinamizam esse trabalho e contribuem para o desenvolvimento de novas práticas nas propriedades.As famílias quando foram questionadas do porque escolheram a CFR para estudar 60% disseram que foi para desenvolver a propriedade, 25% para obter mais conhecimento e 13% destaca o aumento de

ArcafarA Pedagogia da Alternância como

prática nas Casas Familiares Rurais renda, mas sabe-se que quando se atinge um grau de desenvolvimento e organização na unidade de produção, resultará ainda em aumento de renda.

E a partir dessa formação na CFR, os jovens estão desenvolvendo várias atividades na propriedade dentre elas 22% melhoramento no bovino de leite e 19% na pastagem que envolve a mesma atividade.

É válido ressaltar os 19% da subsistência familiar, pois esse é aspecto muito trabalhado, a produção do seu próprio alimento, as unidades de produção precisam da atividade principal, a qual dá lucro e sustentabilidade, mas é fundamental produzir o cultivo da horta e do pomar doméstico. Ainda, questionaram-se os jovens sobre o que destacam como mais relevante na formação na CFR, 28% disseram aprender a desenvolver a propriedade, pois a CFR oportuniza conhecer as experiências que deram certo e passíveis de serem colocadas em prática conforme a realidade da família.

Ainda, 24% destacam a boa formação que se

obtêm na CFR aprendem o que é útil para si e para vida; 21% investem na formação para a vida, o saber e aprender a conviver com os outros, respeitar, partilhar e; 18% acreditam que através dessa formação o jovem é incentivado a permanecer no meio rural.Enfim, todas as famílias falam com muito orgulho da formação que os filhos têm na CFR, de como a vida da família melhorou depois disso, até porque o aprendizado não fica restrito ao jovem. Quando os jovens estão na CFR não é só o conhecimento dos monitores que é valorizado, mas sim de cada um através da socialização do saber. A todo o momento, o aluno é desafiado pelos educadores a construir e reconstruir o conhecimento.- Relação da Novater e a Pedagogia da AlternânciaA formação pela Pedagogia da Alternância dinamiza o processo de Assistência Técnica e Extensão Rural. Fazer a Novater não se reduz a estender o conhecimento conforme o modelo tradicional, mas sim considerar a realidade de cada propriedade, conduzir os agricultores a pensar suas ações, a entender o porquê das mudanças e dessa forma construir junto com eles o conhecimento e novas práticas para alcançar o desenvolvimento sustentável, com melhores condições de renda e qualidade de vida. - Considerações finaisUm dos aspectos que fundamenta a prática da Pedagogia da Alternância está na relação que se estabelece entre o educando e a comunidade educativa. Outra grande constatação é que a Pedagogia da Alternância reforça a necessidade do diálogo para construção das ações futuras da família do educando, da comunidade e da sociedade. Destacamos que o grupo de pesquisa em Ciências Agrárias da Universidade Regional Integrada – Campus de Frederico Westphalen e Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Rio Grande do Sul - Arcafar/RS, tem buscado identificar, na prática da Pedagogia da Alternância, quais os elementos que têm contribuído para formação e motivação das famílias do campo. Atualmente dois projetos de pesquisa com apoio do CNPq encontram-se em desenvolvimento: Casas Familiares Rurais: desenvolvendo experiências e práticas de extensão rural através da Pedagogia da Alternância e Apropriação do conhecimento tecnológico na agricultura familiar através da Pedagogia da Alternância.

Referências Bibliográficas HILLESHEIM, L. P. -O[a] educador[a] - Revista da Formação por Alternância. Brasília, DF, n° 5, p. 40-44, 2007.QUEIROZ, J. B. P. A participação dos agricultores na construção dos CEFFA's. In. Revista da formação por alternância. – Brasília, DF, nº 3, p.5-15, 2006.TEDESCO, J. C. Agricultura familiar: realidades e perspectivas. 2. ed. Passo Fundo: EDIUPF, 1999..

1 Professor da Universidade Regional Integrada - URI – Campus de Frederico Westphalen2 Mestranda em Educação pela URI- Campus de Frederico Westphalen e

Supervisora e Orientadora Pedagógica das Casas Familiares Rurais do Rio Grande do Sul - ARCAFAR-SUL

3 Bolsista CNPq4 Supervisor e Orientador das Casas Familiares Rurais do Rio Grande do Sul –

Associação Regional das Casas Familiares Rurais do Sul do Brasil - ARCAFAR-SUL