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Boletim do Organismo dos Ferroviários da Organização Regional de Setúbal - Abril 2013 Nº3 FERROVIÁRIOS PCP Directamente relacionado com o intenso processo de luta que o sector dos transportes levou a cabo nos úl- mos meses, o governo instruiu os C.A., para dar início ao processo negocial de 2013, há muito exigido pelas ORTs. No sector Ferroviário após mais ano e meio de lutas, a administração da CP, CP carga e Refer, finalmente, dis- ponibilizaram-se para discur com as organizações sindi- cais, um conjunto de problemas que estão na origem do conflito e do clima de conflitualidade nestas empresas. Realizaram-se reuniões, da qual resultou um entendi- mento com vista à abertura de um processo negocial a decorrer até dia 30 de Abril, período durante o qual são suspensas as greves em curso. Com esta atude responsável, as organizações sindicais envolvidas no processo abrem uma oportunidade para as administrações se envolverem num processo de ne- gociação sério e com conteúdo, que permita repor o nor- mal funcionamento das empresas. Esta não é a resolução de todos os problemas laborais, mas uma a hipótese que as organizações sindicais dão às administrações, para solucionar o presente conflito, num acto de boa fé. Os trabalhadores das diversas empresas do sector ferro- viário, Lutam em defesa: Do direito centenário às concessões (transporte gratuito para trabalhadores no acvo, familiares e reformados). Um serviço público de qualidade e que corresponda às necessidades do País e dos Portugueses; O cumprimento dos Acordos de Empresa em todas as suas matérias; O fim da redução e congelamento dos salários, pensões e reformas; O aumento dos salários e pensões; O respeito dos direitos contratuais, com especial desta- que para o direito ao transporte ferroviário; O fim da repressão e arquivamento dos processos disci- plinares resultantes do exercício do direito à greve; O fim da políca de destruição das empresas públicas e redução das componentes salariais previstas na propos- ta de lei 106/XII; Que se ponha termo a decisões ou intenções de priva- zação e destruição das empresas do sector ferroviário; Pela defesa das funções sociais do Estado. Pela manutenção e reforço do Pólo Ferroviário do Bar- reiro. Luta dos Ferroviarios, leva governo a negociar!

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Boletim do Organismo dos Ferroviários da Organização Regional de Setúbal - Abril 2013 Nº3

FERROVIÁRIOS PCP

Directamente relacionado com o intenso processo de luta que o sector dos transportes levou a cabo nos últi-mos meses, o governo instruiu os C.A., para dar início ao processo negocial de 2013, há muito exigido pelas ORTs.

No sector Ferroviário após mais ano e meio de lutas, a administração da CP, CP carga e Refer, finalmente, dis-ponibilizaram-se para discutir com as organizações sindi-cais, um conjunto de problemas que estão na origem do conflito e do clima de conflitualidade nestas empresas.

Realizaram-se reuniões, da qual resultou um entendi-mento com vista à abertura de um processo negocial a decorrer até dia 30 de Abril, período durante o qual são suspensas as greves em curso.

Com esta atitude responsável, as organizações sindicais envolvidas no processo abrem uma oportunidade para as administrações se envolverem num processo de ne-gociação sério e com conteúdo, que permita repor o nor-mal funcionamento das empresas.

Esta não é a resolução de todos os problemas laborais, mas uma a hipótese que as organizações sindicais dão às administrações, para solucionar o presente conflito, num

acto de boa fé.Os trabalhadores das diversas empresas do sector ferro-viário, Lutam em defesa:

Do direito centenário às concessões (transporte gratuito para trabalhadores no activo, familiares e reformados).Um serviço público de qualidade e que corresponda às necessidades do País e dos Portugueses; O cumprimento dos Acordos de Empresa em todas as suas matérias; O fim da redução e congelamento dos salários, pensões e reformas; O aumento dos salários e pensões; O respeito dos direitos contratuais, com especial desta-que para o direito ao transporte ferroviário; O fim da repressão e arquivamento dos processos disci-plinares resultantes do exercício do direito à greve; O fim da política de destruição das empresas públicas e redução das componentes salariais previstas na propos-ta de lei 106/XII; Que se ponha termo a decisões ou intenções de privati-zação e destruição das empresas do sector ferroviário; Pela defesa das funções sociais do Estado. Pela manutenção e reforço do Pólo Ferroviário do Bar-reiro.

Luta dos Ferroviarios, leva governo a negociar!

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EMEF – BARREIRO

Pag - 2 FERROVIÁRIOS - Boletim do Organismo dos Ferroviários da O R S do PCP

Tentando ilustrar a dimensão do saque a que o País está sujeito, e usando apenas as contas agora publicadas no site da DGTF sobre o SEE (3.º Trimestre), deixo-vos alguns exemplos mais significativos:- Se o Metropolitano de Lisboa funcionasse gratuitamente teria deixado de receber 51 milhões de euros que é o to-tal das receitas operacionais registadas. O que perdeu, no mesmo período, em derivados financeiros foi um total de 238 milhões de Euros. Ou seja, o Metro de Lisboa pode-ria ter funcionado gratuitamente durante mais de quatro anos e perderia menos dinheiro do que o perdido na espe-culação só em nove meses.- Foi de 14,8% a redução das despesas com o trabalho no Metropolitano de Lisboa entre 2011 e 2012. Grosso modo, oito milhões de euros foram roubados aos mais de 1200 trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, apesar da he-róica resistência que têm construído. Esses oito milhões roubados exigiram dois orçamentos do Estado a impor cortes e imperatividades e uma revisão do Código do Tra-balho, e originaram dezenas de greves, jornadas de luta e processos em tribunal. Esses mesmos oito milhões foram apenas encher o vazio num dente dos vampiros que se ali-mentam do Metro, e lhe sugaram, em nove meses, 188 milhões em juros e 238 milhões em perdas especulativas swaps.- Na CP, os encargos financeiros (139 milhões) e as perdas especulativas swaps (10 milhões), já representam o dobro do total gasto em salários (63 milhões). Aqui os roubos ex-plicam uma redução na massa salarial de 16,1%, mas que se limitou a pagar o aumento dos encargos financeiros. E os aumentos brutais de preços de 20% originaram um sim-ples aumento de 2% nas receitas fruto de uma redução de procura muito significativa, mas permitiram roubar mais quatro milhões de euros usados... para pagar juros.Os vampiros estão a sugar o País. Chamam aos seus rou-bos coisas muito finas como «Instrumentos de Gestão do Risco Financeiro», mas estão a roubar e a transferir para os seus bolsos milhares de milhões de euros.Nos transportes, roubam aos utentes, aos trabalhadores e às empresas. Na próxima greve, a quem te perguntar por-quê, responde simplesmente: por ti!

Manuel Gouveia

Sobre os trabalhadores da Emef/Barreiro paira hoje o es-pectro do encerramento das oficinas, objectivo assumido pela administração da empresa no denominado “ Plano de Acções “. No entanto para chegar à situação actual foram determinantes algumas opções politicas dos sucessivos governos, sempre escrupulosamente seguidas pelas várias administrações da Emef. Dessas opções politicas seguem-se quatro exemplos:

1 – É incompreensível a não electrificação de 300m da linha de acesso às oficinas, quando todo o percurso da Linha do Sado se encontra electrificado.Consequência – Por esse facto, encontra-se vedada a en-trada de material circulante eléctrico nas oficinas da Emef/Barreiro.

2 – O material circulante eléctrico da Linha do Sado faz ma-nutenção e reparação em Lisboa, fazendo o trajecto através da Ponte 25 de Abril, em situação de “ Marcha em Vazio “, o que implica custos por quilómetros percorridos.

Consequência – A manutenção e reparação do material cir-culante eléctrico da Linha do Sado sai bastante mais cara ao erário público e os trabalhadores da Emef ficam com menos trabalho para realizar, o que se reflecte na taxa de ocupação efectiva.

3 – A reparação dos “ Bogies “ ( Toda a parte de baixo dos comboios/locomotivas, composta normalmente pelos mo-tores de tracção e rodados ), é feita em Espanha!

Consequência – A reparação dos “ Bogies “ fica mais cara e a estratégia definida não tem em conta a produção nacional. É importante referir que a localização das actuais oficinas da Fertagus em Coina, dista apenas 13km das ofinas da EMEF no Barreiro!

4 – O aluguer de material circulante a Espanha por 30 mi-lhões de euros/5 anos, realizado pela CP.

Consequência – Esta opção saiu mais cara pois existia um estudo para a remotorização da série 600, a ser feita na EMEF, que custaria 17 milhões de euros e permitiria realizar o mesmo trabalho das unidades espanholas.

Estas opções politicas lesam o interesse nacional em termos financeiros e de desaproveitamento da capacidade instala-da nas oficinas da Emef/Barreiro, quer ao nível da mão de obra qualificada para as vertentes diesel e eláctrica, quer ao nível dos equipamentos, máquinas de ferramenta e serviços ali existentes.

Verifica-se ainda todo um processo de privatização/conces-são da Emef, que se vai desmembrando tal como sucedeu com a CP. Numa 1ª fase através da parceria com a Siemens – SIMEF. Esta empresa garante a intervenção ( manutenção

e reparação ) nas locomotivas eléctricas 4700 e 5600. Na SIMEF laboram alguns trabalhadores que se encontravam no 3º ano de contrato com a EMEF e foram “ convidados “, a bem da sua continuidade, a integrarem a nova empresa também na situação de contratados, num caso claro de pro-longamento da precariedade.

Em cima da mesa encontra-se outra parceria, com a No-mad Holdings, no âmbito da Inovação, Tecnologia e Desen-volvimento, que vai contar com, pelo menos, 12 Quadros Técnicos da EMEF, não se sabendo em que condições e de que forma. Garantida nesta parceria está a transferência de Know-How da EMEF para a Nomad Holdings.

Os Vampiros

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Depois de uma vida de trabalho e sacrifícios, estão a dar-nos como paga o roubo das nossas pensões e dos nossos direitos.

O governo PSD/CDS-PP, apressa-se a destruir direitos seculares, por via legislativa, que foram adquiri-dos e consolidados através da luta ao longo dos anos, e que é a nossa identificação como ferroviários.

A maioria dos ex-trabalhadores têm garantido nos contractos de revogação que fizeram por mútuo acordo as concessões, o que para este governo os contractos deixa-ram de ter qualquer valor.

É preciso lembrar aos membros do governo, que as concessões são vínculos contratuais que existem desde os primórdios dos trans-portes públicos, e, em Portugal, sempre foram respeitados, mesmo durante o regime de ditadura, e foram criadas para compensar os trabalhadores e os seus agregados familiares pelo tipo particular de

vida familiar a que são sujeitos.

Toda esta situação tem um objec-tivo bem definido, a preparação das empresas do sector ferroviário para processos de privatização, o governo quer destruir todos os di-reitos contratuais, em particular ao transporte ferroviário dos traba-lhadores, familiares e reformados.

Apelamos a todos os reformados ferroviários para se unirem em tor-no da nossa CCRF-Comissão Cen-tral dos Reformados Ferroviários/CGTP-IN, que existe desde 1971, para reivindicar melhores pensões de reforma, na defesa dos direitos específicos e dos apoios sociais, e sobretudo manter a solidariedade com os trabalhadores do activo e vice-versa.

Participamos na grandiosa Mani-festação Nacional de Ferroviários no dia 17 de Janeiro, na Jornada do “Luto Ferroviário” no dia 14 de Fe-vereiro no Porto, Coimbra, Entron-camento, Lisboa, Barreiro e Faro e

temos estado presentes em plená-rios, Reuniões e Acções de luta do Sector dos Transportes.

As Providências Cautelares ao não serem aceites não significa nenhu-ma decisão sobre as nossas con-cessões, porque estas não subs-tituem a entrega de um processo em tribunal a reclamar o direito ao transporte ferroviário para traba-lhadores, familiares e reformados, nos termos definidos pela contra-tação colectiva e pelo respectivo regulamento.

Adere à Comissão Central dos Re-formados Ferroviários, cuja quota mensal é de 1€ (um euro), pago em prestações semestrais ou anu-ais e efectuado directamente nas IRs/regionais do Porto, Coimbra, Entroncamento, Lisboa e Barreiro, mediante a entrega de recibo com-provativo.

Frederico Tavares

FERROVIÁRIOS - Boletim do Organismo dos Ferroviários da O R S do PCP - Pag - 3

A Luta dos Reformados Ferroviários na Defesa das suas Concessões

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Agenda da Luta

FERROVIÁRIOS - Boletim do Organismo dos Ferroviários da O R S do PCP - Pag - 4

Terminal de contentores

Os autarcas de Almada solicitaram, no dia 22, uma au-diência à presidente da Assembleia da República para entregarem uma petição contra construção do termi-nal de contentores na Trafaria. Em comunicado, os pre-sidentes da Câmara Municipal de Almada, da Assem-bleia Municipal de Almada e da Junta de Freguesia de Almada solicitaram a audiência com Assunção Esteves «tão breve quanto possível», para entregarem em mão o resultado da petição.O documento refere que a construção de um mega--terminal de contentores na Trafaria «corresponderá a um crime ambiental de lesa pátria», exigindo que o Governo «abandone de imediato essa intenção».

IV Pacote Ferroviário da União Europeia

O PCP realizou uma Audição das Organizações Repre-sentativas dos Ferroviários sobre o IV Pacote Ferrovi-ário da União Europeia. Uma reunião que serviu para informar de um conjunto de medidas que a Comissão Europeia (e o PSD, PS e CDS) se prepara para fazer aprovar em Bruxelas e que teriam como consequência novas transferências de soberania, mais privatizações e mais precariedade laboral. No fundo, que significa-riam o acelerar do processo de concentração monopo-lista em curso.

17.Abr. – Apresentação e votação na Comissão Par-lamentar de Economia e Obras Públicas do requeri-mento do PCP para uma audição à Secretária de Es-tado do Tesouro, no sentido de prestar explicações sobre os contratos especulativos financeiros das em-presas do sector dos transportes;

24.Abr. – Desfile da Liberdade, a partir das 21h00, da Av. Santa Maria até ao Parque da Cidade do Barreiro;

25.Abr. – Desfile Comemorativo do 25 de Abril do Marquês de Pombal aos Restauradores;27.Abr. – Abertura no Terreiro do Paço – Pátio da

Galé, da Exposição Álvaro Cunhal – “vida, pensamen-to e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro” (*);

1º Maio – Dia dos Trabalhadores – Manifestação Con-tra o Empobrecimento; Uma Vida Melhor; Mudar de Política e de Governo;

(*) Esta Exposição decorre de 27 de Abril a 3 de Ju-nho. Durante este período garante-se visitas guiadas para células de empresas, estruturas unitárias repre-sentativas de trabalhadores ou outros grupos de tra-balhadores organizadas para o efeito.

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