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Abril 2016 | Edição nº3 | Distribuição Digital e Gratuita Quando um crime é disfarçado de prova de amor ISSN 108/2015

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Sabe mais sobre: - Projetos desenvolvidos na Universidade de Évora; - "Terapia": a série da rtp1; - “Summer internship programme” e “management trainee programme” [Jerónimo Martins]; - Como lidar com depressão em adolescentes e crianças; - Quando um crime é disfarçado de prova de amor; - Adoção para casais do mesmo sexo: sim ou não?; - O voluntariado é um ato humano; - Guia de sobrevivência ao Erasmus!. Publicita na nossa revista: [email protected]

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Page 1: RUPortagem Nº3

Abril 2016 | Edição nº3 | Distribuição Digital e Gratuita

Quando um crime é disfarçado de prova de amor

ISSN 108/2015

Page 2: RUPortagem Nº3

PUBLICITE AQUIe/ou no nosso website

Email: [email protected]

Page 3: RUPortagem Nº3

Ficha técnica

Agenda

Projetos desenvolvidos na Universidade de Évora:

“Insucesso escolar”, “Gestão do stress” e “Enablin +”

Terapia a série da rtp1

“Summer internship programme” e “management

trainee programme”: programas de emprego e

estágio da Jerónimo Martins

Como lidar com depressão em adolescentes e crianças

Quando um crime é disfarçado de prova de amor

Adoção para casais do mesmo sexo: sim ou não?

O voluntariado é um ato humano

Guia de sobrevivência ao erasmus!

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ÍNDICE

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Page 4: RUPortagem Nº3

FICHA TÉCNICA

Nota Editorial

Caros leitores,

Estamos de volta para vos trazer novos temas, novos desafios e novas aventuras. A nossa equipa tem novos elementos desejosos por enriquecer (ainda mais) a nossa revista. Esperamos que gostem!Esperem! Já conhecem o site da RUP? Visitem já em http://www.rupsicologia.com/.

Para mais informações ou sugestões podem contactar: [email protected]

A Editora,Nádia Costa

Coordenador de Design,Ruben Alves

Designer,Nádia Carvalho

Revisora,Sofia Costa

/// ISSN: 108/2015///Interdita a reprodução parcial ou total dos textos, fotografias ou ilustrações sobre quaisquer meios e para quaisquer fins sem previa autorização escrita da Administração da RUP/ANEP//// Editora: Nádia Costa ///// Administrador: Marco Fernandes ///// Director da Comissão de Revisão Cientifica: João Mena ///// Periodicidade: Trimestral ///// Produção: Organismo Autónomo Revista Universitária de Psicologia da Associação Nacional de Estudantes de Psicologia ///// Propriedade: Associação Nacional de Estudantes de Psicologia – ANEP ////// Associação Nacional de Estudantes de Psicologia - ANEP ///// Faculdade de Psicologia //////////Alameda da Universidade ///// 1649-013 Lisboa ///// Portugal /////// Revista Universitária de Psicologia da Associação Nacional de Estudantes de Psicologia - RUP/ANEP ///// 3000 /////Elementos gráficos adquiridos no freepick, feitos pelo freepick, posteriormente alterados pelos nossos designers/////

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Adriana Bugalho Ana Daniela Aleixo Brígida Caiado

Jéssica RolhoMaria João Fangaia Nadine AmaroFernanda Filha

Catarina Fernandes

Page 5: RUPortagem Nº3

AGENDA

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Data

Tema

LocalPreço

15 de Abril de 2016

XXVII Colóquio da Sociedade Portuguesa de Psicanálise da Liberdade e do Medo

Faculdade de Psi. da Universidade de Lisboa Alameda da Universidade Estudantes da FPUL: 40€Estudantes: 45€

Data

Tema

LocalPreço

21 a 24 de Abril de 2016

Encontro Nacional de Estudantes de Psicologia

Hotel Monte Rio - Aguieira, Mortágua (Viseu) Tudo incluído: 150€Sem transporte: 140€Não Membro de Pleno Direito: 160€

Data

Tema

LocalPreço

29 de Abril de 2016

4º Encontro Psicologia em Contexto Educativo

Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha Estudantes: 10€

Profissionais: 15€

Data

Tema

LocalPreço

9 de Junho 2016

4º Estoril Vigotsky Conference

Centro de Congressos do Estoril Membros Efetivos ou Estagiários da Ordem dos Psicólogos Portugueses-15€

Data

Tema

LocalPreço

30 de Junho 2016

IX Simpósio Nacional de Investigação em Psicologia

Campus de Gambelas da Universidade do Algarve Preço até dia 31 de maio de 2016: Sócios da APP: 150€

Não sócios APP: 200€

Estudantes de Doutoramento: 100€

Grupo de 10 estudantes (de licenciatura e mestrado): 50€ cada

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Muitos são os projetos desenvolvidos nas várias faculdades de Psicologia espalhadas por todo o país, sendo que muitos deles são coordenados por professores que apresentam como possibilidade a participação de alunos, em regime de voluntariado. Estes projetos poderão ser uma mais-valia para todos quanto neles participam, uma vez que as várias funções a desempenhar poderão fazer com que exista um maior contacto com a realidade, a prática desejada por muitos estudantes, apresentando-se como um complemento enriquecedor do currículo académico. Este artigo tem como objetivo destacar alguns dos projetos que decorrem na Universidade de Évora, nos mais variados âmbitos, evidenciar a diversidade de ofertas que os estudantes têm ao seu dispor e que lhes poderão dar ferramentas importantes para o seu percurso. Cada vez mais se fala em projetos a submeter por várias entidades laborais, uma vez que muito do financiamento poderá ser ganho através dos mesmos, o que nos traz a urgência de uma perceção adequada destes e uma preparação

baseada no envolvimento. Na Universidade de Évora, temos como exemplo três projetos a decorrer, nos quais os alunos podem participar e que têm como âmbito o insucesso escolar, a gestão do stress e a inclusão social de crianças e jovens. O primeiro tem como objectivo ajudar a resolver os problemas de crianças ao nível do insucesso escolar, através de técnicas cognitivo-comportamentais, tendo como apoio único a universidade anteriormente mencionada, não tendo qualquer financiamento, o que dificulta o alargamento a mais instituições que possam beneficiar com esta intervenção. Neste projecto, é feita uma avaliação das competências da criança ao nível escolar, identificando os pontos mais fortes e mais fracos da aprendizagem desta, trabalhando as competências que se mostram “insuficientes”, nas palavras do Professor Edgar Galindo, que coordena o mesmo. Esta intervenção é feita através “do treino de competências cognitivas e sociais, de forma a identificar os comportamentos adequados e não adequados, sendo que as

técnicas de treino e as respectivas avaliações são feitas por alunos voluntários que frequentam o 2ºciclo de formação em Psicologia”. Quando questionado sobre o âmbito do projeto e o interesse nesta problemática, o Professor Edgar Galindo referiu que trabalhou muitos anos no treino de competências sociais e cognitivas, com crianças com necessidades educativas especiais, com cegueira e incapacidade intelectual, bem como com crianças desfavorecidas, provenientes de bairros marginais. “Trabalhei fora de Portugal, na América Latina, por exemplo. Em Portugal, o problema mais frequente é o do insucesso escolar porque não são crianças com NEE, não estão abrangidas por essa definição...é um grupo que está “de fora”, por assim dizer (...) sendo que as avaliações que fazemos, em pré-teste e pós-teste são em cooperação com os professores”. Nesta linha, diz-nos que a problemática do insucesso escolar tem um cariz social e político, sendo que este projeto trabalha apenas ao nível individual - “há uma necessidade de dar resposta imediata às necessidades evidenciadas, uma vez que as taxas de abandono escolar são muito elevadas em Portugal, quando comparadas com as da União Europeia. Quando questionado sobre as vantagens deste tipo de projeto para os alunos que trabalham nele, este evidência que “aprendem a trabalhar com pessoas, a comportar-se perante uma instituição, a intervir a fim de ajudar as crianças e a aplicar conhecimentos teóricos da psicologia, ou seja, uma parte mais prática, de contacto, que existe em muitas Universidades do Mundo”. Neste âmbito, o entrevistado publicou recentemente um livro que se apresenta como um guia prático, onde aborda programas de intervenção direcionados a problemáticas como leitura, escrita, matemática, comportamento social, entre outros. Este guia “foi feito com intervenções realizadas em bairros marginais de Lisboa e tem como objectivo dotar os profissionais de um conjunto de ferramentas para ajudar as crianças que enfrentam esta problemática.

Relativamente ao segundo projecto - gestão do stress - este enquadra-se numa investigação com diferentes grupos da sociedade portuguesa (enfermeiros, professores, alunos universitários, ex-combatentes), tendo como objectivo o desenvolver de estratégias de intervenção para ajudar a resolver o problema de stress em diferentes populações, tendo como parceiros a Universidade de Évora e uma universidade na Alemanha. “Uma das grandes consequências desta problemática é a diminuição da produtividade da

pessoa, a diminuição da sua qualidade de vida (...) Em Portugal, há cada vez mais vitimas dos fatores do stress, sendo que esta é uma problemática multivariada, que traz dificuldades na vida diária, e as manifestações desta são diferentes de pessoa para pessoa” (Professor Doutor Edgar Galindo). Este projeto encontra-se ainda no início e procuram-se voluntários e parceiros que o possam financiar, para que este possa progredir e tornar-se cada vez mais abrangente e eficaz.O terceiro e último projecto a abordar neste artigo, diz respeito à inclusão social de crianças e jovens, entre os 0 e os 21 anos, com necessidades educativas especiais de carácter permanente. Neste sentido, pretende-se também ajudar os cuidadores, formais e informais, tendo em vista a inclusão escolar e a assistência domiciliária, tendo como suporte os serviços adequados, que respondam às necessidades de apoio relativamente à saúde, educação e participação social. Este tem como objetivo principal o desenvolver de um sistema de formação multidisciplinar, de forma a melhorar a qualidade de vida das crianças e jovens. Foram realizados dois seminários com este propósito, sendo que o I Seminário ENABLIN + (Março de 2015) foi um marco importante, desenvolvendo-se em torno da reflexão e da partilha de informação de boas práticas na área da deficiência, contando com a presença de representantes das instituições que fazem parceria com este projecto, bem como de pais, professores, psicólogos, especialistas, investigadores e entidades promotoras das boas práticas.

O II Seminário ENABLIN +, teve como objetivo o aprofundar esta reflexão através da premissa “Bons Problemas, Novos Desafios”, tendo como apoios a Universidade de Évora, através do departamento de Psicologia. Também este projeto é feito de voluntários, sendo que todos os interessados em participar poderão contatar a Professora Doutora Adelinda Candeias. Em suma, importa referir a importância dos projetos de investigação para dar resposta a necessidades emergentes na sociedade, bem como para o desenvolver de determinadas competências, imprescindíveis a qualquer profissional que queira inteirar-se da realidade através da prática.

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“Muitos são os projetos desenvolvidos nas várias faculdades de Psicologia espalhadas por todo o país, sendo que muitos deles são coordenados por professores que apresentam como possibilidade a participação de alunos, em regime de voluntariado. ”

Adriana Bugalho

PROJETOS DESENVOLVIDOS NA UNIVERSIDADE DE ÉVORA:

“INSUCESSO ESCOLAR”, “GESTÃO DO STRESS” E

“ENABLIN +”

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Muitos são os projetos desenvolvidos nas várias faculdades de Psicologia espalhadas por todo o país, sendo que muitos deles são coordenados por professores que apresentam como possibilidade a participação de alunos, em regime de voluntariado. Estes projetos poderão ser uma mais-valia para todos quanto neles participam, uma vez que as várias funções a desempenhar poderão fazer com que exista um maior contacto com a realidade, a prática desejada por muitos estudantes, apresentando-se como um complemento enriquecedor do currículo académico. Este artigo tem como objetivo destacar alguns dos projetos que decorrem na Universidade de Évora, nos mais variados âmbitos, evidenciar a diversidade de ofertas que os estudantes têm ao seu dispor e que lhes poderão dar ferramentas importantes para o seu percurso. Cada vez mais se fala em projetos a submeter por várias entidades laborais, uma vez que muito do financiamento poderá ser ganho através dos mesmos, o que nos traz a urgência de uma perceção adequada destes e uma preparação

baseada no envolvimento. Na Universidade de Évora, temos como exemplo três projetos a decorrer, nos quais os alunos podem participar e que têm como âmbito o insucesso escolar, a gestão do stress e a inclusão social de crianças e jovens. O primeiro tem como objectivo ajudar a resolver os problemas de crianças ao nível do insucesso escolar, através de técnicas cognitivo-comportamentais, tendo como apoio único a universidade anteriormente mencionada, não tendo qualquer financiamento, o que dificulta o alargamento a mais instituições que possam beneficiar com esta intervenção. Neste projecto, é feita uma avaliação das competências da criança ao nível escolar, identificando os pontos mais fortes e mais fracos da aprendizagem desta, trabalhando as competências que se mostram “insuficientes”, nas palavras do Professor Edgar Galindo, que coordena o mesmo. Esta intervenção é feita através “do treino de competências cognitivas e sociais, de forma a identificar os comportamentos adequados e não adequados, sendo que as

técnicas de treino e as respectivas avaliações são feitas por alunos voluntários que frequentam o 2ºciclo de formação em Psicologia”. Quando questionado sobre o âmbito do projeto e o interesse nesta problemática, o Professor Edgar Galindo referiu que trabalhou muitos anos no treino de competências sociais e cognitivas, com crianças com necessidades educativas especiais, com cegueira e incapacidade intelectual, bem como com crianças desfavorecidas, provenientes de bairros marginais. “Trabalhei fora de Portugal, na América Latina, por exemplo. Em Portugal, o problema mais frequente é o do insucesso escolar porque não são crianças com NEE, não estão abrangidas por essa definição...é um grupo que está “de fora”, por assim dizer (...) sendo que as avaliações que fazemos, em pré-teste e pós-teste são em cooperação com os professores”. Nesta linha, diz-nos que a problemática do insucesso escolar tem um cariz social e político, sendo que este projeto trabalha apenas ao nível individual - “há uma necessidade de dar resposta imediata às necessidades evidenciadas, uma vez que as taxas de abandono escolar são muito elevadas em Portugal, quando comparadas com as da União Europeia. Quando questionado sobre as vantagens deste tipo de projeto para os alunos que trabalham nele, este evidência que “aprendem a trabalhar com pessoas, a comportar-se perante uma instituição, a intervir a fim de ajudar as crianças e a aplicar conhecimentos teóricos da psicologia, ou seja, uma parte mais prática, de contacto, que existe em muitas Universidades do Mundo”. Neste âmbito, o entrevistado publicou recentemente um livro que se apresenta como um guia prático, onde aborda programas de intervenção direcionados a problemáticas como leitura, escrita, matemática, comportamento social, entre outros. Este guia “foi feito com intervenções realizadas em bairros marginais de Lisboa e tem como objectivo dotar os profissionais de um conjunto de ferramentas para ajudar as crianças que enfrentam esta problemática.

Relativamente ao segundo projecto - gestão do stress - este enquadra-se numa investigação com diferentes grupos da sociedade portuguesa (enfermeiros, professores, alunos universitários, ex-combatentes), tendo como objectivo o desenvolver de estratégias de intervenção para ajudar a resolver o problema de stress em diferentes populações, tendo como parceiros a Universidade de Évora e uma universidade na Alemanha. “Uma das grandes consequências desta problemática é a diminuição da produtividade da

pessoa, a diminuição da sua qualidade de vida (...) Em Portugal, há cada vez mais vitimas dos fatores do stress, sendo que esta é uma problemática multivariada, que traz dificuldades na vida diária, e as manifestações desta são diferentes de pessoa para pessoa” (Professor Doutor Edgar Galindo). Este projeto encontra-se ainda no início e procuram-se voluntários e parceiros que o possam financiar, para que este possa progredir e tornar-se cada vez mais abrangente e eficaz.O terceiro e último projecto a abordar neste artigo, diz respeito à inclusão social de crianças e jovens, entre os 0 e os 21 anos, com necessidades educativas especiais de carácter permanente. Neste sentido, pretende-se também ajudar os cuidadores, formais e informais, tendo em vista a inclusão escolar e a assistência domiciliária, tendo como suporte os serviços adequados, que respondam às necessidades de apoio relativamente à saúde, educação e participação social. Este tem como objetivo principal o desenvolver de um sistema de formação multidisciplinar, de forma a melhorar a qualidade de vida das crianças e jovens. Foram realizados dois seminários com este propósito, sendo que o I Seminário ENABLIN + (Março de 2015) foi um marco importante, desenvolvendo-se em torno da reflexão e da partilha de informação de boas práticas na área da deficiência, contando com a presença de representantes das instituições que fazem parceria com este projecto, bem como de pais, professores, psicólogos, especialistas, investigadores e entidades promotoras das boas práticas.

O II Seminário ENABLIN +, teve como objetivo o aprofundar esta reflexão através da premissa “Bons Problemas, Novos Desafios”, tendo como apoios a Universidade de Évora, através do departamento de Psicologia. Também este projeto é feito de voluntários, sendo que todos os interessados em participar poderão contatar a Professora Doutora Adelinda Candeias. Em suma, importa referir a importância dos projetos de investigação para dar resposta a necessidades emergentes na sociedade, bem como para o desenvolver de determinadas competências, imprescindíveis a qualquer profissional que queira inteirar-se da realidade através da prática.

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No dia 4 de Janeiro de 2016, estreou a série Terapia na RTP1. Este projeto, realizado por Patrícia Sequeira, é uma adaptação da série israelita Be’tipul, de Hagai Levi. Já foram feitas outras adaptações do original israelita, tais como In Treatment (EUA), Sessões de Terapia (Brasil) e En Terapia (Argentina).A série é emitida de segunda a sexta-feira, focando-se num paciente em cada dia. A versão portuguesa conta com Virgílio Castelo no papel do terapeuta Mário Magalhães. À segunda-feira, Mário recebe Laura (interpretada por Soraia Chaves), uma mulher frágil e sedutora, que usa o sexo como principal forma de se relacionar com o sexo oposto. Na terça-feira, é a vez de Alexandre (Nuno Lopes), um polícia das forças especiais que assassinou acidentalmente uma criança. Quanto à quarta-feira, Sofia (Catarina Rebelo), uma atleta de 16 anos com a suspeita de tentativa de suicídio, senta-se no sofá do psicólogo.

À quinta-feira, o casal Ana e Jorge (Maria João Pinho e Filipe Duarte) contam os seus conflitos a Mário. Por fim, a sexta-feira é o dia de supervisão do psicólogo com a colega Graça (Ana Zanatti), com quem partilha, para além das suas preocupações em relação aos pacientes, os problemas conjugais que tem com a esposa Catarina (Leonor Silveira).

Opiniões:Bruno Figueiredo,assistente de backoffice:

Gosto da premissa: as várias sessões de terapia durante a semana. Também gosto que em cada episódio haja muita história. Os escritores parecem muito bons; parece que são da área de Psicologia. É um formato diferente, não se parece com uma novela nem com as séries do costume. É como se estivéssemos realmente a assistir a uma consulta e o expectador consegue conectar-se.

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“No dia 4 de Janeiro de 2016, estreou a série Terapia na RTP1.“

Catarina Fernandes

TERAPIAA SÉRIE DA RTP1

Penso também que em termos de terapia propriamente dita, mostra que o psicólogo tem um papel de "consciência" (pelas constantes devoluções que o psicólogo tem para com os seus pacientes, passando sempre a "bola para o lado deles" e fazendo-os pensar) e não de amigo/colega/conselheiro.Por outro lado, penso que a série também demonstra que os pacientes se podem "interessar" ou fingir estar interessados no psicólogo e em como é difícil lidar com essa situação; e acho que é precisamente neste ponto que a série falha; deviam mostrar como reagir a esta situação de uma forma construtiva e não apenas na forma fácil que é a do psicólogo achar também que está interessado na paciente.De resto, parece-me muito positivo a parte em que o próprio psicólogo tem supervisão/terapia, uma vez que demonstra que todos precisamos de cuidar de nós e que o psicólogo não é exceção; pode ser que assim, os nossos "colegas" que desvalorizam o seu bem-estar emocional tenham algum tipo de insight.

A primeira temporada de Terapia está a chegar ao fim, talvez termine ainda antes deste texto ser publicado. Contudo, acredito que não vai ser esquecida rapidamente. Para além de ter um formato original e diferente do tipo de programas portugueses habituais, dá a conhecer uma nova perspetiva do psicólogo. Tal como todas as outras pessoas, os terapeutas têm questões por resolver e inseguranças. Embora sejam formados para serem psicólogos, sem a sua humanidade não seriam capazes de criar empatia e ajudar realmente os clientes.

“Conheça todas as teorias,domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana” Carl Gustav Jung

Page 9: RUPortagem Nº3

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O ator parece mesmo um terapeuta: é calmo e quer ajudar. E ele próprio vai também a uma terapeuta. Ele parece acolhedor, faz com que os pacientes se sintam seguros. Fala quando é oportuno e “abre os olhos” ao paciente de forma construtiva. A criação da personagem foi bem feita; é capaz de ensinar os espectadores a terem uma perspetiva diferente das coisas. Acho que a série deve afetar muitas pessoas porque retrata a realidade, e o que estão a assistir acaba por tornar-se pessoal.

Bruna Filipa, aluna do 3ºano de Psicologia da FP-UL:

Gosto da série, acho que os atores estão a "incorporar" muito bem os papeis que tanto nos são familiares… um psicoterapeuta tem de ter controlo emocional, caso contrário poderá comprometer a sua profissão. E tudo o que é forçado e levado ao limite por vezes acaba por acontecer no sentido inverso, a sensibilidade acaba por falhar, porque o controlo é algo forçado.

Sara Martins, aluna do 3ºano de Psicologia da FP-UL:

Não gostei muito da primeira semana porque parecia tudo muito forçado, a relação terapêutica e o papel do psicólogo. Mas entretanto pareceu-me que o "psicólogo" conseguiu incluir-se bem no papel. São vários casos e cada um com um problema, penso que isso acaba por ser diferente. Cada dia da semana é uma consulta para um paciente, dando a entender que é algo sistemático.

Maria Sousa, aluna do 5º ano, núcleo Psicoterapia Cognitiva-Comportamental e Integrativa, FP-UL:

Do que vi, o que mais valorizei foi mesmo a parte da supervisão e a sua importância para a consciencialização da população acerca do terapeuta e sua humanização. Por um lado, demonstra que o terapeuta também é uma pessoa com os seus problemas, mais os que possam surgir da terapia. Por outro desmistifica o conceito de doença mental; mostra que não são apenas os “maluquinhos” que vão ao psicólogo. Assim vê-se que o próprio terapeuta, que embora tenha técnicas para ajudar os outros, não as pode usar para se ajudar a si próprio. O terapeuta é humano, como os seus pacientes, e também precisa de terapiaDesmistificação da doença mental e suas ideias preconcebidas, acho que é a principal função da serie e espero que isso se repercuta numa mudança de mentalidade.Sara Rodrigues, Psicóloga Clínica (Sistémica):

Acho que por um lado a série humaniza o papel de psicólogo, no sentido de mostrar que é uma pessoa como as outras que tem emoções, sentimentos, que também pode reagir impulsiva e agressivamente; no fundo que tem uma vida.

Penso também que em termos de terapia propriamente dita, mostra que o psicólogo tem um papel de "consciência" (pelas constantes devoluções que o psicólogo tem para com os seus pacientes, passando sempre a "bola para o lado deles" e fazendo-os pensar) e não de amigo/colega/conselheiro.Por outro lado, penso que a série também demonstra que os pacientes se podem "interessar" ou fingir estar interessados no psicólogo e em como é difícil lidar com essa situação; e acho que é precisamente neste ponto que a série falha; deviam mostrar como reagir a esta situação de uma forma construtiva e não apenas na forma fácil que é a do psicólogo achar também que está interessado na paciente.De resto, parece-me muito positivo a parte em que o próprio psicólogo tem supervisão/terapia, uma vez que demonstra que todos precisamos de cuidar de nós e que o psicólogo não é exceção; pode ser que assim, os nossos "colegas" que desvalorizam o seu bem-estar emocional tenham algum tipo de insight.

A primeira temporada de Terapia está a chegar ao fim, talvez termine ainda antes deste texto ser publicado. Contudo, acredito que não vai ser esquecida rapidamente. Para além de ter um formato original e diferente do tipo de programas portugueses habituais, dá a conhecer uma nova perspetiva do psicólogo. Tal como todas as outras pessoas, os terapeutas têm questões por resolver e inseguranças. Embora sejam formados para serem psicólogos, sem a sua humanidade não seriam capazes de criar empatia e ajudar realmente os clientes.

“Conheça todas as teorias,domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana” Carl Gustav Jung

Page 10: RUPortagem Nº3

Certamente, já todos visitaram, para uma compra esporádica ou para realizar as compras mensais, aquele estabelecimento comercial cujo letreiro é verde, preto e branco….Já está a ver qual é? Se pensou em Pingo Doce, parabéns, acertou!Quando ouvíamos o seu anúncio “Venha ao Pingo Doce de Janeiro a Janeiro” ou passeamos pelos seus corredores, é fácil esquecer o grupo do qual esta marca faz parte ou a panóplia de trabalhadores necessários para a erguer todos os dias.Pretende criar valor e um desenvolvimento sustentável e isso também tem sido conseguido através dos programas de estágio e emprego. Estes, ao recrutarem pessoas novas e de diferentes backgrounds, somam talento e possibilitam a renovação do grupo e a manutenção de “um espírito empreendedor e a orientação para o crescimento que sobrevive às gerações”, apesar dos mais de 2 séculos de existência da marca.

Empresas de sucesso constroem- se a partir de pessoas com perfis profissionais e de personalidade variados. É essa a visão de vanguarda do CEO do grupo Jerónimo Martins – Pedro Soares dos Santos – que quer seguir a tendência internacional de que diferentes visões contribuem para uma melhor resolução de um mesmo problema, o que constitui uma mais-valia. Aposta ainda numa política de desenvolvimento e talento interno.Propõem para isso programas de estágio e emprego, independentemente da área da qual os estudantes são provenientes, com remuneração aliciante. Sejam de Ciências, Artes, Humanidades, Economia, Gestão, Engenharia…todos são bem-vindos! O único requisito é o gosto pela área de Retalho e Distribuição Alimentar. Todos os candidatos recebem uma resposta face à sua candidatura, cujos processos de seleção incorporam várias fases.

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“Certamente, já todos visitaram, para uma compra esporádica ou para realizar as compras mensais, aquele estabelecimento comercial cujo letreiro é verde, preto e branco…”

Nadine Amaro

SUMMER INTERNSHIP PROGRAMME E MANAGEMENT TRAINEE PROGRAMMEPROGRAMAS DE EMPREGO E ESTÁGIO DA JERÓNIMO MARTINS

Page 11: RUPortagem Nº3

O programa de emprego denomina-se de Management Trainee Programme e destina-se a alunos finalistas de Mestrado e recém-Mestres (com até dois anos de experiência profissional após conclusão do grau). A candidatura exige disponibilidade a full-time. “Ser um Management Trainee significa construir uma carreira e adquirir conhecimentos e competências através de uma combinação única entre uma experiência on-the-job e um programa de formação dedicado”. Procuram-se candidatos com um sólido percurso académico, atitude proactiva, experiências internacionais no currículo, bom domínio do Inglês, drive para entrar em projetos desafiantes, capacidade de adaptação e possibilidade de mobilidade geográfica. O programa está dividido em duas partes, pelo período de 1 ano - General Business Training: os candidatos selecionados têm a possibilidade de experienciar várias funções dentro da companhia e Individual Function Training: para cada trainee existem objectivos individualizados e estes são alocados em departamentos com funções distintas, onde continuam o desenvolvimento individual. Como meios de desenvolvimento, existe a formação on-the-job, formação em sala, workshops, desafios, aconselhamento de carreira, atribuição da função e follow-up. E o lema é Once a trainee, always a trainee. Podem obter mais informações neste link http://goo.gl/cYZEsD.O programa de estágio de Verão, Summer Internship Programme, é válido para estudantes com pelo menos um ano de licenciatura completo, com fluência em inglês e disponibilidade full-time para os meses de Julho e Agosto. As candidaturas começam no início de Março. Esta

confere assim uma mini oportunidade de experienciar o mundo empresarial, alargar a network e ganhar experiência de trabalho numa área funcional específica, sendo orientados por um tutor. Da estrutura do programa são constituintes o Development Day, avaliação e feedback segundo critérios específicos e entrega de um certificado. Sabe mais em http://goo.gl/7WBqfE.Para além dos sites, a Jerónimo Martins conta ainda com vários Campus Ambassador nas várias faculdades e universidades do país, ou seja, estudantes que são a representação do grupo no meio universitário; tiram dúvidas, promovem eventos e cartazes de divulgação e estão atentos aos talentos que devaneiam pelas paredes das faculdades. Eu sou Campus Ambassador da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, por isso podes falar com o representante da tua faculdade ou contatar-me através de [email protected]. O meio preferencial de atuação do Jerónimo Martins é o Linkedin, por isso deves seguir a sua página nessa rede social. Aí podes ver relatos de anteriores trainees, saber curiosidades e interagir com a empresa. Se não tens Linkedin, volta a ler a RUPortagem nº 0 que te ensina a criar um! E não percas estas oportunidades de te candidatares…

Make your dreams come true com a Jerónimo Martins!

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Page 12: RUPortagem Nº3

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“De algum tempo atrás até aos dias de hoje, os conhecidos transtornos afetivos, dos quais a depressão faz parte, têm ganho bastante atenção.”

Fernanda Filha

COMO LIDAR COM DEPRESSÃO

EM ADOLESCENTES E CRIANÇAS

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Page 13: RUPortagem Nº3

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Os sintomas podem ser muitos variados, depende muito da idade e da cultura em que estão inseridos. Cada um tem a sua maneira de lidar com as situações à sua volta, podendo ter comportamentos indicativos de depressão completamente diferentes uns dos outros. Na maioria das vezes, quando procuramos por sintomas de depressão noutras idades, procuramos por coisas deste tipo: tristeza, isolamento, insónia e mudanças bruscas de comportamento. Tudo isto, claro, sendo sintomas persistentes.Porém, podemos ver alguns sintomas diferentes consoante as idades. Por exemplo, em crianças até os 6 anos, vemos falta de interação com amigos, atraso na coordenação motora, rosto pouco expressivo, falta de apetite, rejeição de contacto humano, muito choro ou falta de choro. Já em crianças de 7 a 13 anos, podemos ver baixa auto-estima, irritabilidade, baixo rendimento escolar, perda do interesse por atividades de que gosta, fala constantemente em estar triste e demonstra ansiedade. Contudo, em de fracasso e culpa, agressividade, baixa auto-estima, não há relacionamentos sociais, ansiedade, dificuldade de concentração, procura de conforto em drogas ou álcool.Posto isso, pode haver muitas tratamentos e maneiras de lidar com a depressão após o diagnóstico. Com crianças podem ser utilizadas brincadeiras, histórias, livros, brinquedos, entre outros, para tentar lidar com seus problemas. Para adolescentes, uma terapia em que haja um contacto mais direto com o psicólogo ou psiquiatra em sessões de troca mais verbal poderá ser mais eficiente. Tudo é realizado com base na avaliação que é feita à criança/adolescente, na sua personalidade e na forma como reage à terapia.Em alguns casos pode haver necessidade de uso de medicamentos. Seja qual for a forma de tratamento, é muito importante haver o envolvimento dos pais, dos familiares ou de outros responsáveis por forma a facilitar o processo. Espera-se que não exista preconceito e que haja procura de apoio e aceitação por partes dos adultos, ajudando a forma com a própria criança ou adolescente aceita a terapia, e consequentemente conseguindo resultados muito mais eficazes.

De algum tempo atrás até aos dias de hoje, os conhecidos transtornos afetivos, dos quais a depressão faz parte, têm ganho bastante atenção. Em 1990, foram divulgados relatórios da OMS (Organização Mundial da Saúde) tratando assuntos relativos à saúde mental e às consequências dos problemas mentais da população, em que mostravam haver um aumento do número de indivíduos com depressão na população mundial, (cerca de 330 milhões). Há também uma predição dizendo que em 2020, a depressão vai ser a segunda maior causa de morte, ficando apenas atrás das doenças do coração.A depressão infantil e juvenil não era aceite como algo relevante, sendo talvez apenas visto como uma doença “de adultos”, no entanto tem ganho bastante atenção recentemente, não só dos médicos mas também da população, tornando-se um problema muito abundante e grave na sociedade de hoje, havendo até a necessidade de ser distinguida da depressão em idade adulta. A verdade é que muitas vezes os próprios familiares e as pessoas que convivem com a criança ou adolescente não conseguem lidar com os seus comportamentos e suas formas de agir, acabando por ver os problemas das crianças ou adolescentes apenas como birras ou algo normal para a idade. A tolerância frente a estes problemas e o facto de conseguir ou não lidar com eles, podem mudar a decisão de ir ou não procurar ajuda profissional. Havendo procura de tratamento ou solução do problema muito mais tarde, fará com que esta incompreensão por parte dos adultos leve ao tratamento da doença num estado já muito avançado. Pode não haver aceitação do diagnóstico por parte dos responsáveis, dificultando o tratamento.

“muitas vezes os próprios familiares e as pessoas que convivem com a criança ou adolescente não conseguem lidar com os seus comportamentos e suas formas de agir”

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APTCC

30 ANOS A FORMAR PSICOTERAPEUTAS

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Maria João Fangaia

QUANDO UM CRIME É DISFARÇADO DE PROVA DE AMOR

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Em 2010, 31.679 mulheres tropeçaram e bateram em cheio na maçaneta da porta.

Em 2010, 3.701 crianças caíram das escadas várias vezes seguidas.

Em Fevereiro de 2016 uma mulher de 37anos, sinalizada por queixa de violência doméstica contra o marido, atirou-se ao rio Tejo com duas filhas menores, as quais acabaram por morrer.

No passado dia dos namorados a APAV lançou a campanha “Se te marcam já sabes com quem partilhar.” contra a violência no namoro entre jovens.

Na semana anterior a União de Mulheres Alternativa e Resposta revelou que um em cada seis jovens acha normal forçar relações sexuais.

A 13 de Fevereiro, foi notícia que o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) analisou, em 2015, mais 44% de casos relacionados com violência no namoro - um total de 699 pessoas foram submetidas a perícias médicas depois de terem feito uma queixa às autoridades relacionada com agressões do namorado ou da namorada (ou dos ex-namorados). Na maior parte dos casos, os agressores são homens. A investigação do INMLCF, revelada no inicio do mês de Fevereiro, baseia-se numa análise dos 23.752 casos de violência analisados pelos técnicos do instituto, dos quais 699 relacionados com violência em contexto de namoro.

Foi por volta de 1888 que começou por ser pioneiro um sistema adotivo moderno de crianças e jovens institucionalizadas. Segundo a República Portuguesa, adoção é “um processo gradual que leva a que uma pessoa, individualmente considerada, ou um casal se tornem pai, mãe ou pais de uma ou mais crianças, permitindo a estas concretizar o seu direito fundamental de crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão” (Segurança Social, 2015. Como adotar. Documento online em: http://www.seg-social.pt/como-adotar). Este é, habitualmente, um processo moroso que pode levar alguns anos a ser concluído, inclusive. No entanto, maiores entraves se colocam ao processo de adoção quando se trata de casais não heterossexuais a adotar uma criança. Em Portugal foi apenas 41 anos após o ano que pôs fim à ditadura que se acordou finalmente para esta temática, tornando-se pública em plena assembleia, a decisão de aprovar a lei da adoção de crianças por casais cuja orientação sexual se cunhava pela homossexualidade. A

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A menos feliz realidade é a de que a violência doméstica tende a permanecer sub-relatada, efectivamente trata-se da vergonha e do medo que a vítima tem sobre tudo o que pode acontecer em consequência da denúncia, o que se adiciona a uma perceção enviesada e tendencialmente desculpante de atos que não são de cuidado ou amor, minimizando a “pequena” violência para bem do casamento. Quando nos questionamos sobre os fatores que têm influencia para este tipo de violência, somos remetidos pela literatura para o isolamento (geográfico, físico, afetivo e social), a fragmentação (como mal que consiste em considerar apenas uma parte menor do problema e que tem a ver com o rótulo que se confere à pessoa em concreto), o poder que o indivíduo tem sobre o outro/ domínio ou a influência moral, tendências para a violência baseadas nas crenças e atitudes, situações de stress (desemprego; problemas financeiros; gravidez; mudanças de papel, frustração; alcoolismo ou toxicodependência), experiências infantis de agressão ou de violência parental; perturbações de personalidade; e outras perturbações mentais ou físicas. As estatísticas nacionais reportam a maior prevalência nos centros urbanos, documentam que as vítimas tendem a participar o caso no próprio dia da ocorrência ou no dia seguinte. A violência psicológica domina as participações, seguindo imediatamente pela violência física. Quem mais pede ajuda são as mulheres. Efetivamente, pode acontecer em qualquer classe sócio-económica, faixa etária, zona geográfica, e muitas vezes a denúncia não parece ser realizada, pois há fraca capacidade de autonomia ou perspetivas de futuro com condições necessárias sem o agressor. Muitas instituições em conse-quência disto, esforçam-se por desenvolver os meios necessários para que estas pessoas se possam afastar deste ciclo de violência. Mas o que acontece quando a vítima não consegue sair deste ciclo? Surge a famosa pergunta: "Mas por que elas não vão embora? Por que continuam ali?" somos remetidos para a realidade da manipulação psicológica que a vítima por vezes sofre, muitas vezes, perde o seu referencial interno, a sua identidade. Desenvolvem quadros depressivos apresentando sintomas como culpa, insegurança e falta de iniciativa, apatia, descren-ça no futuro. Ou por outro lado, desenvolvem perturbações de ansiedade. Deste modo, torna-se ainda mais difícil para estas pessoas tentar tomar alguma atitude positiva com

A violência doméstica é um fenómeno que saltou para a discussão social por volta dos anos 60/70, em contexto dos movimentos feministas. Desde então, tem assumido proporções bastante elevadas. A sensibilidade e intolerância perante estes atos é cada vez maior, no entanto, os números de casos de violência doméstica denunciados ou não e as mortes por sua causa, apresentam também um crescimento exponencial. É um crime de prova difícil, sendo que ocorre na esfera privada e no contexto de uma relação de extrema proximidade. Em concreto, considera-se violência doméstica “qualquer ato, conduta ou omissão que sirva para infligir, reiteradamente e com intensidade, sofrimentos físicos, sexuais, mentais ou económicos, de modo direto ou indireto (por meio de ameaças, enganos, coação ou qualquer outro meio) a qualquer pessoa que habite no mesmo agregado doméstico privado (pessoas – crianças, jovens, mulheres adultas, homens adultos ou idosos – a viver em alojamento comum) ou que, não habitando no mesmo agregado doméstico privado que o agente da violência, seja cônjuge ou companheiro marital ou ex-cônjuge ou ex-companheiro marital” (Machado e Gonçalves, 2003).Este fenómeno descrito no art.º 152º do Código Penal, foi em 2010 o terceiro crime mais participado às forças de segurança, sendo o primeiro na categoria dos crimes contra pessoas.Porém, apesar do alarme social que já existe, é preciso que toda a gente trabalhe na prevenção, desde a educação das crianças, à formação nas escolas e em faixas etárias mais avançadas ou em contextos mais isolados. É preciso formar para a igualdade e para a cidadania. Sob uma primeira visão vêm à memória os casos de violência doméstica contra as mulheres, sem condições para se afastarem dos agressores, tratando-se assim de uma questão de género, do poder dos homens face às mulheres. Mas por outro lado, cada vez mais são os casos de violência doméstica contra os homens e no namoro. Talvez pensássemos que havia mitos e estereótipos que tinham sido destruídos mas, na verdade, continuam muito presentes entre os mais jovens. Estudos recentes evidenciam que muitos destes rapazes e raparigas reconheceram ter presenciado na própria família, situações de violência. É portanto, um ciclo de aprendizagem da violência e das vantagens de ter uma atitude coerciva que tem que ser interrompido o mais cedo possível, através do aprofundamento da prevenção e de um maior investimento na educação.

Foi por volta de 1888 que começou por ser pioneiro um sistema adotivo moderno de crianças e jovens institucionalizadas. Segundo a República Portuguesa, adoção é “um processo gradual que leva a que uma pessoa, individualmente considerada, ou um casal se tornem pai, mãe ou pais de uma ou mais crianças, permitindo a estas concretizar o seu direito fundamental de crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão” (Segurança Social, 2015. Como adotar. Documento online em: http://www.seg-social.pt/como-adotar). Este é, habitualmente, um processo moroso que pode levar alguns anos a ser concluído, inclusive. No entanto, maiores entraves se colocam ao processo de adoção quando se trata de casais não heterossexuais a adotar uma criança. Em Portugal foi apenas 41 anos após o ano que pôs fim à ditadura que se acordou finalmente para esta temática, tornando-se pública em plena assembleia, a decisão de aprovar a lei da adoção de crianças por casais cuja orientação sexual se cunhava pela homossexualidade. A

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validação, que não acredita numa vida autónoma sem o auxilio e proximidade deste. Estas pessoas apresentam uma conduta submissa, incapacidade em decidir sozinhas e grande medo de serem abandonadas. Sob o outro lado da balança, estão vítimas com traços ou mesmo uma perturbação de personalidade borderline, alguém com um padrão relacional instável que alterna entre a adoração ao outro e a desvalorização extrema. Pessoas com uma auto-imagem e manifestação de afetos igualmente instável apresentam elevada impulsividade e têm um medo central de serem abandonadas, precisam de alguém para estarem “bem”, ou seja, alguém que lhes forneça cuidados de modo saudável ou abusivo, “afinal, isso também demonstra preocupação”. Por último, podem ser vítimas que tiveram experiências nocivas em criança que desencadearam a criação de esquemas nucleares concordantes, seja por presenciarem de violência a nível familiar ou por terem desenvolvido um padrão de vinculação ansiosa com a figura de cuidado primário, interiorizando este padrão relacional disfuncional. Estas pessoas devido a variados fatores de vulnerabilidade, podem apresentar crenças disfuncionais do que é suposto ser uma relação saudável, estão mais expostas a sofrerem deste tipo de violência e a não ter tanta facilidade em sair deste ciclo. Mas se não considerarmos as necessidades de tratamento, apoio e os problemas do agressor, a violência não terá fim. Assim, sob uma análise do agressor podemos deparar-nos com quadros de perturbações de personalidade antissocial, sujeitos sem empatia, insensíveis, por vezes desinibidos, com elevada imagem de si e arrogantes. Caracterizam-se por um padrão persistente de desrespeito e violação dos direitos dos outros. Com características que vão desde a agressividade elevada, a comportamentos violentos, fraudulentos ou inconformidade social. Por outro lado, podem ser indivíduos com uma perturbação de personalidade paranóide, acreditam que todos o desejam prejudicar, são extremamente desconfiados, suspeitando dos motivos dos outros, que interpretam como malévolos. Neste caso, tenderão a desconfiar da fidelidade do parceiro. Coloca-se do mesmo modo a hipótese de uma perturbação de personalidade borderline para muitos agressores. Sendo que, por último, é importante considerarmos os casos em que os agressores parecem apresentar perturbação de personalidade narcísica. Apresentam um padrão persistente de grandiosidade, uma elevada necessidade de admiração e ausência de empatia. Por detrás de

vista a parar a violência e a separar-se do agressor, terminar um casamento, pedir um divórcio, sair de casa, aguentar as chantagens emocionais do outro. Às vezes a questão vai além: existem filhos, dificuldades financeiras, falta do apoio de familiares. E a vergonha de ter sido aquele que se deixou bater e a quem o agressor diz que não vale nada. É deste modo imperativo um grande esforço para a avaliação pericial pós denúncia, a prestação do apoio psicológico necessário, a tomada de medidas de proteção da vítima e posterior reabilitação e tratamento das mesmas, o que deveria ocorrer desde o momento da primeira denúncia. No entanto, o seguimento dos processos é muitas vezes demorado, a vítima está sujeita à influência e contacto do agressor, pode haver uma “contaminação” do funcionamento de oposição à violência da vítima por parte do agressor que a faz crer que está arrependido, do mesmo modo que as estratégias de coping da vítima podem não ser as mais adequadas. Se nos debruçarmos numa análise das características individuais de vítimas e agressores, podemos denotar diversos padrões mais prevalentes. Por um lado, podemos estar presente uma vítima com traços ou mesmo uma perturbação de personalidade dependente, alguém que precisa do companheiro para ter

“não basta fornecer à vitima todos os meios possíveis e necessários para que quebre o ciclo.”

Foi por volta de 1888 que começou por ser pioneiro um sistema adotivo moderno de crianças e jovens institucionalizadas. Segundo a República Portuguesa, adoção é “um processo gradual que leva a que uma pessoa, individualmente considerada, ou um casal se tornem pai, mãe ou pais de uma ou mais crianças, permitindo a estas concretizar o seu direito fundamental de crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão” (Segurança Social, 2015. Como adotar. Documento online em: http://www.seg-social.pt/como-adotar). Este é, habitualmente, um processo moroso que pode levar alguns anos a ser concluído, inclusive. No entanto, maiores entraves se colocam ao processo de adoção quando se trata de casais não heterossexuais a adotar uma criança. Em Portugal foi apenas 41 anos após o ano que pôs fim à ditadura que se acordou finalmente para esta temática, tornando-se pública em plena assembleia, a decisão de aprovar a lei da adoção de crianças por casais cuja orientação sexual se cunhava pela homossexualidade. A

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Janeiro de 2013Eliana Sanches, 40 anos, professora de Educação Visual,envenenou os dois filhos, de 13 e 12 anos, e a seguir suicidou-se com um saco de plástico na cabeça. Dois dias antes, o tribunal decidira entregar a guarda dos dois menores ao pai, de quem Eliana estava divorciada havia cinco anos, e limitar as suas visitas aos filhos. Com uma depressão profunda, Eliana já tinha alertado os amigos: nunca entregaria as crianças ao pai.

Fevereiro de 2013Manuela Paçó, uma professora de 47 anos, alojou-se com o filho de 12 anos num hotel de Bragança, atirou-o pela janela e saltou de seguida. O rapaz sofria de autismo. No quarto do hotel foram encontradas pizzas, refrigerantes e restos de embalagens de antidepressivos. Casada com o presidente da Assembleia Municipal de Vinhais, Manuela estaria há algum tempo com uma depressão.

Dezembro de 2012Kelly Oliveira, 32 anos, aproveitou a ausência momentânea do companheiro para deitar fogo à casa, em Preces, Alenquer. Os dois filhos do casal luso-brasileiro, um com dois anos e outro com 11 meses,morreram asfixiados com o fumo. Em tribunal, Kelly, que vivia com muitas dificuldades económicas, justificou-se com os problemas de relacionamento com o companheiro, que temia poder ficar com a guarda das crianças em caso de separação.

Na Conferência Mundial dos Direitos Humanos, realizada em Viena em 1993, a violência contra as mulheres e crianças foi considerada o maior crime contra a Humanidade, “Tendo mais vítimas do que qualquer guerra mundial” (Martins Apud Pais, 1998). Não podemos, deste modo, ficar indiferentes a este drama social. Há medidas já a serem tomadas e a ter sucesso, mas estas são ultrapassadas pelos casos em que se poderia fazer mais, em que se poderia ter intervido mais cedo. É preciso estar atento aos sinais, prevenir deste cedo, reabilitar vítimas e agressores e dar contextos de crescimento saudáveis e resilientes aos filhos da violência doméstica. Salientemos o exemplo de um seminário de formação "E se a escola do namoro formasse profissionais de violência?"que se voltou a realizar pelo segundo ano consecutivo, a 16 de Fevereiro em Coimbra. Organizado pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses-INMLCF, Universidade de Coimbra-UC e Associação Académica de Coimbra-AAC, dirigido especialmente a estudantes e com o objetivo de prevenir e debater as causas e soluções dos problemas de violência no namoro.

uma fachada de alguém incrivelmente dotado, há um individuo com uma auto-estima muito frágil que fica muito afetado se não conseguir passar a imagem que deseja. Podem acreditar que só merecem o melhor, como tal o seu companheiro tem de estar à altura, necessitam de elevada admiração por parte dos outros, podendo tirar partido deles seja para alcançar os fins desejados ou passar a imagem pretendida. Pelo enumerado, podemos denotar que objetivos orientados para o apoio, tratamento e recuperação das vítimas não são suficientes para maximizar as probabilidades de sucesso, é preciso dar atenção e intervir com os agressores. Afinal, se reabilitarmos um agressor, salvamos precocemente as vítimas que poderiam vir a existir. Mas também não basta fornecer à vítima todos os meios possíveis e necessários para que quebre o ciclo, se ela não mudar, vai voltar a repetir-se, seja voltando para o companheiro em questão, seja retirando as denúncias feitas ou impedindo o seguimento do processo. Infelizmente, nem sempre a prevenção, a atenção aos sinais, as medidas de proteção e fornecimento de apoio têm sucesso e como tal muitas histórias não têm um final feliz. É imperativo mudar a história, desenvergonhando as vítimas, educando nas escolas, alertando e sensibilizando nos media, e fazendo a justiça prosseguir sem medo e sem complexos de influenciar o término de uma união tóxica. Afinal, se todas as medidas tivessem sido tomadas, 40 mulheres não teriam acabado por morrer em consequência deste crime no anode 2015.

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Foi por volta de 1888 que começou por ser pioneiro um sistema adotivo moderno de crianças e jovens institucionalizadas. Segundo a República Portuguesa, adoção é “um processo gradual que leva a que uma pessoa, individualmente considerada, ou um casal se tornem pai, mãe ou pais de uma ou mais crianças, permitindo a estas concretizar o seu direito fundamental de crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão” (Segurança Social, 2015. Como adotar. Documento online em: http://www.seg-social.pt/como-adotar). Este é, habitualmente, um processo moroso que pode levar alguns anos a ser concluído, inclusive. No entanto, maiores entraves se colocam ao processo de adoção quando se trata de casais não heterossexuais a adotar uma criança. Em Portugal foi apenas 41 anos após o ano que pôs fim à ditadura que se acordou finalmente para esta temática, tornando-se pública em plena assembleia, a decisão de aprovar a lei da adoção de crianças por casais cuja orientação sexual se cunhava pela homossexualidade. A

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Foi por volta de 1888 que começou por ser pioneiro um sistema adotivo moderno de crianças e jovens institucionalizadas. Segundo a República Portuguesa, adoção é “um processo gradual que leva a que uma pessoa, individualmente considerada, ou um casal se tornem pai, mãe ou pais de uma ou mais crianças, permitindo a estas concretizar o seu direito fundamental de crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão” (Segurança Social, 2015. Como adotar. Documento online em: http://www.seg-social.pt/como-adotar). Este é, habitualmente, um processo moroso que pode levar alguns anos a ser concluído, inclusive. No entanto, maiores entraves se colocam ao processo de adoção quando se trata de casais não heterossexuais a adotar uma criança. Em Portugal foi apenas 41 anos após o ano que pôs fim à ditadura que se acordou finalmente para esta temática, tornando-se pública em plena assembleia, a decisão de aprovar a lei da adoção de crianças por casais cuja orientação sexual se cunhava pela homossexualidade. A

decisão foi tomada após 19 deputados do Partido Social Democrata votarem de acordo com a maioria dos partidos de Esquerda. Novembro de 2015, declarou-se assim, uma data importante que marcou a luta crescente pela igualdade e legitimidade dos diferentes géneros e orientações sexuais e, inevitavelmente, pela igualdade dos direitos humanos.Já em 2016, ainda recentemente, um dia após as eleições presidenciais e como que a preparar a sua saída, Cavaco Silva vetou a lei da adoção por casais homossexuais, lançando de novo a polémica: Avançados já no século XXI será a homossexualidade ainda tratada como um tema tabu em Portugal? É urgente discutir e responder a esta pergunta, quando o elemento primeiro da constituição portuguesa coloca obstáculos à igualdade de direitos, direitos esses consagrados na própria constituição.Um dos factos assinaláveis e alvo de reflexão para a psicologia é a categorização da homossexualidade como uma perturbação mental no DSM-III (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) publicado em 1980.

“Foi por volta de 1888 que começou por ser pioneiro um sistema adotivo moderno de crianças e jovens institucionalizadas.”

Ana Daniela Aleixo

ADOÇÃO PARA CASAIS DO MESMO SEXO:

SIM OU NÃO?

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Foi por volta de 1888 que começou por ser pioneiro um sistema adotivo moderno de crianças e jovens institucionalizadas. Segundo a República Portuguesa, adoção é “um processo gradual que leva a que uma pessoa, individualmente considerada, ou um casal se tornem pai, mãe ou pais de uma ou mais crianças, permitindo a estas concretizar o seu direito fundamental de crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão” (Segurança Social, 2015. Como adotar. Documento online em: http://www.seg-social.pt/como-adotar). Este é, habitualmente, um processo moroso que pode levar alguns anos a ser concluído, inclusive. No entanto, maiores entraves se colocam ao processo de adoção quando se trata de casais não heterossexuais a adotar uma criança. Em Portugal foi apenas 41 anos após o ano que pôs fim à ditadura que se acordou finalmente para esta temática, tornando-se pública em plena assembleia, a decisão de aprovar a lei da adoção de crianças por casais cuja orientação sexual se cunhava pela homossexualidade. A

Atualmente, prevalece o DSM – V onde a homossexualidade já foi excluída de tal denominação, pois já se encontra consensual entre a comunidade científica de que a homossexualidade não precisa de tratamento, por não ser considerada uma doença do foro mental. Pelo contrário, é uma orientação perfeitamente enquadrada no comportamento sexual e no conceito de sexualidade como o é a heterossexualidade.Sendo assim, é de facto pertinente lançar a segunda questão: se é a homossexualidade uma variante do comportamento sexual como a heterossexualidade e os casais heterossexuais têm o direito de ter filhos, porque não alargar esse direito também aos casais homossexuais? Aliás, não serão igualmente capazes os casais homossexuais de cumprir com os seus deveres enquanto pais de uma criança, permitindo à criança desfrutar de todos os direitos enquanto criança e enquanto ser humano (direito à educação, ao amor, ao carinho, direito de ter uma família com todos os cuidados de que necessita)?

É ainda importante relembrar, que na sua maioria, as crianças não adotadas permanecem em instituições onde passam etapas cruciais das suas vidas como a infância e a adolescência, altura da procura de uma identidade e identificação com o grupo, construção da própria personalidade e tomada de decisões cruciais para o futuro, processos muitas vezes limitados pela institucionalização que representa, muitas das vezes, um entrave ao saudável desen-volvimento psíquico da criança e do adolescente. É assim, ainda fundamental referir que um acompanhamento psicológico a estas crianças e adolescentes é essencial para permitir uma infância e adolescência o mais “normal” quanto possível, sendo que quanto mais precoce for, mais vantagens trará.

Preconceito: um Obstáculo à Felicidade

Neste prisma, é urgente mudar mentalidades. O preconceito historicamente enraizado acerca da homossexualidade ainda predomina fortemente na sociedade atual e mina quaisquer hipóteses de fazer prevalecer a empatia e o respeito pelos outros enquanto seres humanos e enquanto merecedores de dar e receber amor. Neste sentido, o preconceito constitui-se um verdadeiro obstáculo à felicidade. Foi essa linha de pensamento que fez a Assembleia da República aprovar pela 2ª vez a lei da adopção por casais homossexuais com 137 votos a favor e que lutasse, mais uma vez, para ultrapassar um obstáculo que se tem revelado difícil, obrigando o presidente Cavaco Silva a promulgar a lei.É, pois, importante relembrar que são as diferenças individuais que permitem um mundo complexo e enriquecem as relações interpessoais, a comunicação em grupo e estimulam o pensamento de cada um de nós e que sem a complexa convivência de todos nós – todos diferentes, mas todos iguais – o mundo seria certamente diferente.

Pertinente será, então, responder à primeira questão: - “Adoção para casais do mesmo sexo: sim ou não?”

O parlamento disse sim à lei da adoção e agora só faltas tu tomares uma posição!

“falta de interação com amigos, atraso na coordenação motora, rosto pouco expressivo, falta de apetite, rejeição de contacto humano, muito choro ou falta de choro”

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Foi por volta de 1888 que começou por ser pioneiro um sistema adotivo moderno de crianças e jovens institucionalizadas. Segundo a República Portuguesa, adoção é “um processo gradual que leva a que uma pessoa, individualmente considerada, ou um casal se tornem pai, mãe ou pais de uma ou mais crianças, permitindo a estas concretizar o seu direito fundamental de crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão” (Segurança Social, 2015. Como adotar. Documento online em: http://www.seg-social.pt/como-adotar). Este é, habitualmente, um processo moroso que pode levar alguns anos a ser concluído, inclusive. No entanto, maiores entraves se colocam ao processo de adoção quando se trata de casais não heterossexuais a adotar uma criança. Em Portugal foi apenas 41 anos após o ano que pôs fim à ditadura que se acordou finalmente para esta temática, tornando-se pública em plena assembleia, a decisão de aprovar a lei da adoção de crianças por casais cuja orientação sexual se cunhava pela homossexualidade. A

Acredito que o ser humano é fundamentalmente bom. A inter-relação é o berço da humanidade comum, da amizade, dos vínculos, do cuidado pelo outro. Contudo, é também nela que reina a modalidade de ranking social que nos impele a quereremos ser sempre melhores, que surgem os medos e anseios e até mesmo, ironicamente, o sentimento de solidão. O mundo em que vivemos tornou-se demasiado acelerado, demasiado exigente. Cada vez esperam mais de nós. Tudo à nossa a volta se transforma a um ritmo alucinante, em que cada um luta por si, num permanente contra-relógio que retira tempo para o cuidado com o outro. É necessário impedir que este ritmo nos consuma. É necessário despertar as mentalidades, fomentar o sentimento de humanidade comum e de solidariedade. Nós, jovens, continuamos idealistas, com vontade de mudar o mundo, tornando-o justo e equitativo. O voluntariado é uma via de fazer algo em prol daqueles que mais precisam, contribuindo para uma sociedade mais justa e solidária. O voluntariado faz florir sorrisos, preenche o

interior, aquece o coração. Desenvolve o altruísmo, a solidariedade, o cuidado, uma maior consciência social. Promove a responsabilidade, um papel ativo na sociedade, um espírito de colaboração, a relação e comunicação, a capacidade de encontrar estratégias de resolução para os problemas, entre tantas outras aptidões que nos caracterizam como seres “superiores”. E, o mais fantástico é que tudo isto se desenvolve tanto no interior de quem dá como de quem recebe. O voluntariado é um ato humano. A necessidade humana de partilhar alegrias, cuidar do outro, aliviar sofrimentos, ter compaixão, são sentimentos essencialmente humanos e que, simultaneamente, nos tornam seres humanos melhores.Sou voluntária. Tudo o que acima descrevi advém da minha incansável experiência como tal. Colaborar numa instituição que acolhe crianças e adolescentes que por diversas razões foram retiradas aos pais, tornou percetíveis as várias lacunas emocionais, tentativas compensatórias, comportamentos desviantes e as implicações que

Acredito que o ser humano é fundamentalmente bom. A inter-relação é o berço da humanidade comum, da amizade, dos vínculos, do cuidado pelo outro.

Brigida Caiado

O VOLUNTARIADO

É UM ATO HUMANO

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Foi por volta de 1888 que começou por ser pioneiro um sistema adotivo moderno de crianças e jovens institucionalizadas. Segundo a República Portuguesa, adoção é “um processo gradual que leva a que uma pessoa, individualmente considerada, ou um casal se tornem pai, mãe ou pais de uma ou mais crianças, permitindo a estas concretizar o seu direito fundamental de crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão” (Segurança Social, 2015. Como adotar. Documento online em: http://www.seg-social.pt/como-adotar). Este é, habitualmente, um processo moroso que pode levar alguns anos a ser concluído, inclusive. No entanto, maiores entraves se colocam ao processo de adoção quando se trata de casais não heterossexuais a adotar uma criança. Em Portugal foi apenas 41 anos após o ano que pôs fim à ditadura que se acordou finalmente para esta temática, tornando-se pública em plena assembleia, a decisão de aprovar a lei da adoção de crianças por casais cuja orientação sexual se cunhava pela homossexualidade. A

Certos tratamentos ou estados físicos causavam incómodo. Por vezes a expressão do rosto era o espelho da alma, podendo transparecer impotência em vez de força. Progressivamente aprendemos a gerir emoções, sentimentos e expressões, ganhando uma bagagem para fazer renascer esperanças e encontrar soluções compassivas. Além disso, as crianças são os adultos de amanhã e por isso é tão importante cuidar da saúde e felicidade destas. Por fim, voluntariar-me numa clinica de psiquiatria é audaz e aliciante, permitindo o contacto com doentes com diferentes psicopatologias numa permanente (re)aprendizagem incrivelmente elucidante daquilo que é a encantadora prática psicológica.Assim, para além de uma ótica mais existencialista acerca da importância e vantagens de se ser voluntário, é possível também uma ótica mais pragmática. Neste sentido, o voluntariado é valorizado pelas entidades patronais que nos acolhem e cada vez mais realçado na avaliação dos currículos profissionais, para além de proporcionar um conhecimento prático da realidade do qual, muitos dos cursos universitários (e também o de psicologia) carecem. O voluntariado é uma aprendizagem a todos os níveis: humano e profissional. Torna-nos mais capazes de perceber a realidade psicológica, formando-nos como melhores (futuros) profissionais, mas sobretudo torna-nos mais humanos, mais felizes, mais emocionados – “A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar” (Antoine de Saint-Exupéry). A motivação cresce dentro de nós, dia após dia, e parece que não há limites para proporcionar dias melhores a estas pessoas. Temos cada vez mais e mais amor para dar, porque “o amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte” (Antoine de Saint-Exupéry).Um bom voluntário traz na bagagem: vontade de ajudar, compaixão, compromisso, disponibilidade horária de forma regular - as pessoas ficam à espera de nós, confiam em nós. E o mais importante: não esperar nada em troca! Mas a verdade é que quando damos de nós mesmos, acabamos a receber mais do que aquilo que damos!O voluntariado é uma via maravilhosa para proporcionar felicidade e cuidado, para um mundo mais justo. No entanto, não é, claro, a única via. A verdadeira solidariedade surge espontaneamente de um coração amoroso, sem ser necessária qualquer intenção planeada e sem ser necessário qualquer pedido. A verdadeira solidariedade implica o dar, não ocasionalmente, mas constantemente, de forma espontânea, no dia-a-dia, em prol de um mundo melhor, genuinamente.

isso tinha na vida delas. Não obstante, foi também visível a resiliência, o que encheu o meu coração de esperança e aumentou a minha vontade de mudar o mundo! Posteriormente, desenvolver um projeto de reabilitação psicomo-tora na ACAPO (Associação de Cegos e Ambliopes de Portugal), onde são trabalhadas aptidões como a expressão facial, a postura, o sorrir, o chorar, tem sido maravilhoso e gratificante, pois têm sido grandes as evoluções. Mas a minha imensa aprendizagem neste processo prende-se com a admiração por estas pessoas que apesar de algumas limitações, têm capacidades incríveis e uma enorme força de vontade. Há casais cegos que vivem sozinhos e fazem as lidas de casa como cozinhar e passar a ferro. Cuidam, sozinhos, de crianças visuais - educam-nas, acompanham-nas, formam-nas para um mundo visual, que eles próprios (já) não reconhecem. Estas pessoas dão-nos força todos os dias pela forma como são capazes de ultrapas-sar todo o estigma da cegueira. Estas razões impeliram-me a desenvolver projetos sociais para mostrar ao mundo as suas enormes capacidades. Simultaneamente, com o bichinho da clínica a crescer cada vez mais, emerge a vontade de me voluntariar também no Hospital Pediátrico, permitindo uma melhor compreensão da dinâmica dos internamentos em hospital e sendo uma via encantadora para ajudar cada criança a ter um dia melhor. Por vezes surgia a vontade de chorar, de levar aquelas crianças para casa.

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Toda a gente já ouviu falar em Erasmus, no entanto nem todos os estudantes universitários fazem Erasmus, ou pior, sabem quais os procedimentos e como fazê-lo. Mas não se preocupem, como sempre, a RUP está aqui para vos esclarecer.

Quando se fala em “Erasmus” toda a gente pensa imediatamente: FESTAS! No entanto, antes das festas, das viagens, de conhecer novas pessoas, e de todas as coisas ótimas que existem nesta experiência, existem alguns passos que são mais burocráticos, mas que têm de ser feitos.

Passo 1: Ir ao Gabinete Erasmus (ou secrataria da vossa faculdade) perguntar sobre quando será o esclarecimento sobre este programa.Esta etapa não é mais que meramente informati-va. É importante, pois neste tipo de encontros são esclarecidos alguns pontos como a lista de destinos com as respetivas vagas e também com a duração do programa. Por exemplo, existem alunos que vão no primeiro semestre, mas depois acabam por prolongar a estadia até um ano (no entanto, nem sempre é possível).

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“WHAT HAPPENS IN ERASMUS...”

Jéssica Rolho

GUIA DE SOBREVIVÊNCIA AO

ERASMUS!

Foi por volta de 1888 que começou por ser pioneiro um sistema adotivo moderno de crianças e jovens institucionalizadas. Segundo a República Portuguesa, adoção é “um processo gradual que leva a que uma pessoa, individualmente considerada, ou um casal se tornem pai, mãe ou pais de uma ou mais crianças, permitindo a estas concretizar o seu direito fundamental de crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão” (Segurança Social, 2015. Como adotar. Documento online em: http://www.seg-social.pt/como-adotar). Este é, habitualmente, um processo moroso que pode levar alguns anos a ser concluído, inclusive. No entanto, maiores entraves se colocam ao processo de adoção quando se trata de casais não heterossexuais a adotar uma criança. Em Portugal foi apenas 41 anos após o ano que pôs fim à ditadura que se acordou finalmente para esta temática, tornando-se pública em plena assembleia, a decisão de aprovar a lei da adoção de crianças por casais cuja orientação sexual se cunhava pela homossexualidade. A

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Toda a gente já ouviu falar em Erasmus, no entanto nem todos os estudantes universitários fazem Erasmus, ou pior, sabem quais os procedimentos e como fazê-lo. Mas não se preocupem, como sempre, a RUP está aqui para vos esclarecer.

Quando se fala em “Erasmus” toda a gente pensa imediatamente: FESTAS! No entanto, antes das festas, das viagens, de conhecer novas pessoas, e de todas as coisas ótimas que existem nesta experiência, existem alguns passos que são mais burocráticos, mas que têm de ser feitos.

Passo 1: Ir ao Gabinete Erasmus (ou secrataria da vossa faculdade) perguntar sobre quando será o esclarecimento sobre este programa.Esta etapa não é mais que meramente informati-va. É importante, pois neste tipo de encontros são esclarecidos alguns pontos como a lista de destinos com as respetivas vagas e também com a duração do programa. Por exemplo, existem alunos que vão no primeiro semestre, mas depois acabam por prolongar a estadia até um ano (no entanto, nem sempre é possível).

Passo 4: Preencher o Learning Agreement.Depois de escolher o destino e o período de mobilidade, há que escolher o que estudar na faculdade em questão. E isso é feito através do Learning Agreement, um documento onde escolhes as cadeiras que queres frequentar e que sejam equivalentes às que terias na tua faculdade. Mas não te preocupes, porque tudo pode ser alterado. Por exemplo, se quando chegares e não gostares de alguma cadeira que tenhas escolhido anteriormente tens aproximadamente 1 mês para alterares o teu Learning Agreement. No entanto, este processo requer 3 assinaturas fundamentais: da instituição que te envia, a que te acolhe e a tua. E portanto pode requer algum tempo.

Passo 5: Comprar a viagem e começar a procurar casa.Este é sem dúvida um passo em que deve ser tido em conta o tempo. Porquê? Porque toda a gente sabe que viagens compradas com antecedência são sinónimo de viagens baratas. E começar a ver de casas, residências e despesas que possas ter é bom para te ajudar a ter uma noção do quanto irás gastar.

Passo 2: Escolher o destino e o período de duração.Após a reunião e o esclarecimento sobre as vagas, os destinos e os documentos necessários a entregar, existe o passo mais importante: Onde irei fazer o meu Erasmus? Será por um ano? Seis meses?No primeiro semestre ou no segundo? E tudo isto tem de ser muito bem ponderado, atenção. Isto porque por vezes podes não ser aceite no destino ou no período de mobilidade que querias, devido a médias ou créditos em falta. O meu conselho é que escolhas pelo menos 3 universidades que queiras mesmo ir!

Passo 3: Falar com os professores para teres garantias de que irás ter (ou não) equivalência a algumas cadeiras (este passo pode também ser feito no final).Uma das preocupações de muitos alunos quando fazem Erasmus é em relação às equivalências. É certo que nem todos os professores dão equivalências, mas sem tentar nunca sabes. Tudo o que precisas neste passo é do plano da cadeira que irás ter (na instituição que te acolhe), comparares com o plano da cadeira que supostamente irias ter (na instituição que te envia) e combinares uma hora e discutires isto com o responsável da cadeira.

Foi por volta de 1888 que começou por ser pioneiro um sistema adotivo moderno de crianças e jovens institucionalizadas. Segundo a República Portuguesa, adoção é “um processo gradual que leva a que uma pessoa, individualmente considerada, ou um casal se tornem pai, mãe ou pais de uma ou mais crianças, permitindo a estas concretizar o seu direito fundamental de crescer num ambiente familiar, em clima de felicidade, amor e compreensão” (Segurança Social, 2015. Como adotar. Documento online em: http://www.seg-social.pt/como-adotar). Este é, habitualmente, um processo moroso que pode levar alguns anos a ser concluído, inclusive. No entanto, maiores entraves se colocam ao processo de adoção quando se trata de casais não heterossexuais a adotar uma criança. Em Portugal foi apenas 41 anos após o ano que pôs fim à ditadura que se acordou finalmente para esta temática, tornando-se pública em plena assembleia, a decisão de aprovar a lei da adoção de crianças por casais cuja orientação sexual se cunhava pela homossexualidade. A

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Toda a gente já ouviu falar em Erasmus, no entanto nem todos os estudantes universitários fazem Erasmus, ou pior, sabem quais os procedimentos e como fazê-lo. Mas não se preocupem, como sempre, a RUP está aqui para vos esclarecer.

Quando se fala em “Erasmus” toda a gente pensa imediatamente: FESTAS! No entanto, antes das festas, das viagens, de conhecer novas pessoas, e de todas as coisas ótimas que existem nesta experiência, existem alguns passos que são mais burocráticos, mas que têm de ser feitos.

Passo 1: Ir ao Gabinete Erasmus (ou secrataria da vossa faculdade) perguntar sobre quando será o esclarecimento sobre este programa.Esta etapa não é mais que meramente informati-va. É importante, pois neste tipo de encontros são esclarecidos alguns pontos como a lista de destinos com as respetivas vagas e também com a duração do programa. Por exemplo, existem alunos que vão no primeiro semestre, mas depois acabam por prolongar a estadia até um ano (no entanto, nem sempre é possível).

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até existem vantagens neste tipo de situações. A principal é que é muito melhor ver uma casa ao vivo e a cores, do que ser enganado pelas perspetivas das fotografias que geralmente estão nas páginas onde podes encontrar e reservar casa.

E se… me perco?O meu conselho é que assim que chegues ao aeroporto passes num posto de turismo e peças um mapa da cidade(geralmente são gratuitos). No entanto, também existem aplicações muito boas para este tipo de funções e que funcionam sem internet, como por exemplo City Maps 2 Go.

E se … o dinheiro que recebo da Bolsa Erasmus não chegar a tempo?O mais provável é só receberes a bolsa Erasmus no final de o teres feito, por isso, o melhor é, caso queiras partir à aventura, ires juntando dinheiro até isso acontecer. Claro que a quantia de dinheiro necessária depende muito do país para onde vais, do que comes, e se para além disso queres viajar e conhecer coisas novas.

E se … não souber falar a língua do país para onde vou?Não há problema. Geralmente as universidades, ou até mesmo associações para alunos Erasmus, oferecem cursos onde podes aprender a língua do país para onde vais. E mesmo antes de ir, no caso da Universidade de Lisboa, oferecem cursos para iniciantes em algumas línguas como: italiano e alemão.

Passo 6: Fazer a mala.Ao fazer a mala tem-se de ter em conta alguns pontos, tais como:Vou para um país onde faz frio ou calor? Qual é a altura e estação do ano em que vou?A companhia aérea pela qual vou, deixa-me levar malas extra por ser aluno Erasmus? Para além da roupa, o que mais terei de levar comigo?

Passo 7: Ir ao Gabinete Erasmus buscar o teu certificado.Este certificado é importantíssimo. É o que te irá fazer comprovar que és um aluno Erasmus, e por exemplo, é usado para as companhias aéreas te deixarem levar uns quilos ou uma mala a mais na viagem.

Passo 8: Boa viagem, e aproveita a experiência Erasmus! Este é sem dúvida o melhor passo de todos, e que te irá fazer recompensar todas as dores de cabeça que tiveste antes ao preencher papéis.

NO ENTANTO …Quando chegas ao destino há imensas coisas que podem correr mal. Desde não teres encontrado casa até a perderes-te numa cidade que não conheces. E por isso aqui ficam alguns conselhos.

E se… Não arranjar casa?Senão arranjares casa, a melhor alternativa é ficares num hostel por uns dias até encontrares. E

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Toda a gente já ouviu falar em Erasmus, no entanto nem todos os estudantes universitários fazem Erasmus, ou pior, sabem quais os procedimentos e como fazê-lo. Mas não se preocupem, como sempre, a RUP está aqui para vos esclarecer.

Quando se fala em “Erasmus” toda a gente pensa imediatamente: FESTAS! No entanto, antes das festas, das viagens, de conhecer novas pessoas, e de todas as coisas ótimas que existem nesta experiência, existem alguns passos que são mais burocráticos, mas que têm de ser feitos.

Passo 1: Ir ao Gabinete Erasmus (ou secrataria da vossa faculdade) perguntar sobre quando será o esclarecimento sobre este programa.Esta etapa não é mais que meramente informati-va. É importante, pois neste tipo de encontros são esclarecidos alguns pontos como a lista de destinos com as respetivas vagas e também com a duração do programa. Por exemplo, existem alunos que vão no primeiro semestre, mas depois acabam por prolongar a estadia até um ano (no entanto, nem sempre é possível).

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cadeiras para as quais te propuseste) e com o melhor horário possível.Tentei visitar um pouco da cidade, para ir conhecendo um pouco mais, e acabei por me perder muitas vezes. Fui à sessão de boas vindas aos alunos Erasmus, que aconselho a todos irem, pois é aí que se conhecem alguns dos futuros colegas, onde se conhecem os mentores (porque em algumas faculdades existe um projeto, que consiste em atribuir um mentor, aluno da instituição em questão, aos alunos Erasmus) e onde se obtém o certificado de chegada (muito importante também para o processo). Demorou uma semana a acostumar-me às coisas que os espanhóis fazem diferentes de nós, portugueses. Mas agora que aqui estou, só espero que demore imenso tempo até esta experiência acabar! Quando acabar, sei que levo aprendizagens, memórias e amigos para a vida!

Sobre mim...Está prestes a fazer um ano que iniciei todos estes passos. Demorou muito tempo, são muitos papéis para assinar, existem muitas idas ao Gabinete Erasmus e aos gabinetes dos profes-sores, mas tudo acaba por compensar quando chegas ao destino. Aprende-se muito quando se faz este tipo de experiências. Aprendem-se coisas sobre nós mesmos (como por exemplo: afinal até sei cozinhar e não sou assim tão mau em seguir direções). Por vezes aprende-se uma língua nova, conhecem-se muitas pessoas, de muitos sítios diferentes… É sem dúvida uma experiência que todos nós, estudantes, deveríamos ter pelo menos uma vez na vida. É um desafio, e temos de o aceitar!Falando um pouco da minha experiência própria … Cheguei ao destino do meu programa Erasmus (Valência) no final de Janeiro deste ano. Foi assustador. Ainda não tinha casa, e por isso durante uma semana fiquei num hostel. Vi imensas casas nos primeiros dias, umas boas, outras nem tanto. Quando cheguei, uma das primeiras coisas que fiz foi a matrícula na faculdade, de modo a ficar com as disciplinas que queria (porque o Learning Agreement não te assegura que tenhas as

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Juntos somos a peça que falta

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