fenologia e variaÇÕes morfolÓgicas de … · populações de plantas encontradas na porção sul...

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Introdução Metodologia Resultados e Discussão Conclusões Referências Bibliográficas 64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 FENOLOGIA E VARIAÇÕES MORFOLÓGICAS DE HOFFMANNSEGGELLA MILLERI (ORCHIDACEAE) “IN SITUHoffmannseggella milleri (Blumensch. ex Pabst) V.P.Castro & Chiron (Orchidaceae) é uma espécie rupícola e cespitosa, com pseudobulbos mais largos na base que no ápice, avermelhados, com flores que podem chegar a 5 cm de diâmetro de impressionante coloração vermelho-alaranjada e labelo amarelado, ocorrendo em afloramentos de minério de ferro [1]. O mesmo autor faz menção sobre a existência de duas variações naturais da espécie com distinções baseadas na flor. Devido ao seu elevado grau de endemismo aliado a ações antrópicas em seu hábitat, essa planta é considerada como extinta na natureza cuja localidade tipo foi destruída [2] [3]. H. milleri está incluída na Lista de Espécies da Flora Brasileira com Deficiência de Dados (anexo II da IN no. 6 / 2008) [4]. A fenologia aqui apresentada foi feita a partir da redescoberta de H milleri na natureza. O presente trabalho baseou-se em observações realizadas em duas populações de plantas encontradas na porção sul da Serra da Moeda, Quadrilátero Ferrífero, MG, em típicas montanhas rochosas de minério de ferro com eventual presença de afloramentos quartizíticos, de altitude variando de 1.165,96 a 1.342,60 m, formando colônias ao pé de Vellózias ou eventualmente em meio à vegetação arbustiva. Os registros foram feitos nos meses de setembro a dezembro de 2013, quando ocorreu a fase reprodutiva da espécie. Figura A-D milleri. E-F. Variação morfológica na fase reprodutiva de H. milleri. . . Variação morfológica na fase vegetativa de H. A espécie apresentou uma representativa variação morfológica tanto nos aspectos vegetativos quanto reprodutivos. Observaram-se pseudobulbos ovoides com a presença de um entrenó e obclavados com mais de um entrenó, sempre avermelhados. As folhas coriáceas de comprimento variado, podendo ter coloração avermelhada ou verde em sua face adaxial e a face abaxial avermelhada. A floração foi registrada em novembro e dezembro com ápice em novembro. Os indivíduos apresentaram pseudobulbo unifoliado e raramente bifoliado, com inflorescência apical. As flores exibiram tonalidades variando do vermelho, vermelho escarlate e laranja, podendo o labelo encrespado, alternar sua cor (FIGURA). Foi verificada variabilidade intraespecífica, presente no pseudobulbo, folhas e principalmente flores, cuja tonalidade apresenta a maior variação fenológica. [1] Withner, C.L. 1990. The Cattleyas and Their Relatives, 1 st ed, Vol II: The Laelias. Timber Press, Portland, Oregon. [2] Jacobi, C.M. & Carmo, F, F. 2012. Barros, F. 2007. Diversidade florística nas cangas do Quadrilátero Ferrífero. Belo Horizonte: Código Editora. [3] Verola, C. F., 2008. Estudos biossistemáticos em espécies de Hoffmannseggella H. G. Jones (Orchidaceae: Laeliinae) ocorrentes em Complexos Rupestres de atitude. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, São Paulo. [4] INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 6 de 23 de setembro de 2008. Ministério do Meio Ambiente. 1 2 3 4 5 Pedro L. Moreira Neto *, Alexandre Barros , Paulo Rocha , Pedro P. G. Barbalho , Leonardo Carvalho 1,2,3,4,5 Gestão Ambiental Ltda. *[email protected]

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Page 1: FENOLOGIA E VARIAÇÕES MORFOLÓGICAS DE … · populações de plantas encontradas na porção sul da Serra da ... Pedro L. Moreira Neto ... E. secundum com tonalidades amarela e

Introdução

Metodologia

Resultados e Discussão

Conclusões

Referências Bibliográficas

64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013

FENOLOGIA E VARIAÇÕES MORFOLÓGICAS DE HOFFMANNSEGGELLA MILLERI (ORCHIDACEAE) “IN SITU”

Hoffmannseggella milleri (Blumensch. ex Pabst) V.P.Castro & Chiron (Orchidaceae) é uma espécie rupícola e cespitosa, com pseudobulbos mais largos na base que no ápice, avermelhados, com flores que podem chegar a 5 cm de diâmetro de impressionante coloração vermelho-alaranjada e labelo amarelado, ocorrendo em afloramentos de minério de ferro [1]. O mesmo autor faz menção sobre a existência de duas variações naturais da espécie com distinções baseadas na flor.

Devido ao seu elevado grau de endemismo aliado a ações antrópicas em seu hábitat, essa planta é considerada como extinta na natureza cuja localidade tipo foi destruída [2] [3]. H. milleri está incluída na Lista de Espécies da Flora Brasileira com Deficiência de Dados (anexo II da IN no. 6 / 2008) [4]. A fenologia aqui apresentada foi feita a partir da redescoberta de H milleri na natureza.

O presente trabalho baseou-se em observações realizadas em duas populações de plantas encontradas na porção sul da Serra da Moeda, Quadrilátero Ferrífero, MG, em típicas montanhas rochosas de minério de ferro com eventual presença de afloramentos quartizíticos, de altitude variando de 1.165,96 a 1.342,60 m, formando colônias ao pé de Vellózias ou eventualmente em meio à vegetação arbustiva.

Os registros foram feitos nos meses de setembro a dezembro de 2013, quando ocorreu a fase reprodutiva da espécie.

Figura A-Dmilleri. E-F. Variação morfológica na fase reprodutiva de H. milleri.

. . Variação morfológica na fase vegetativa de H.

A espécie apresentou uma representativa variação morfológica tanto nos aspectos vegetativos quanto reprodutivos. Observaram-se pseudobulbos ovoides com a presença de um entrenó e obclavados com mais de um entrenó, sempre avermelhados. As folhas coriáceas de comprimento variado, podendo ter coloração avermelhada ou verde em sua face adaxial e a face abaxial avermelhada.

A floração foi registrada em novembro e dezembro com ápice em novembro. Os indivíduos apresentaram pseudobulbo unifoliado e raramente bifoliado, com inflorescência apical. As flores exibiram tonalidades variando do vermelho, vermelho escarlate e laranja, podendo o labelo encrespado, alternar sua cor (FIGURA).

Foi verificada variabilidade intraespecífica, presente no pseudobulbo, folhas e principalmente flores, cuja tonalidade apresenta a maior variação fenológica.

[1] Withner, C.L. 1990. The Cattleyas and Their Relatives, 1 st ed, Vol II: The Laelias. Timber Press, Portland, Oregon.[2] Jacobi, C.M. & Carmo, F, F. 2012. Barros, F. 2007. Diversidade florística nas cangas do Quadrilátero Ferrífero. Belo Horizonte: Código Editora.[3] Verola, C. F., 2008. Estudos biossistemáticos em espécies de Hoffmannseggella H. G. Jones (Orchidaceae: Laeliinae) ocorrentes em Complexos Rupestres de atitude. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, São Paulo.[4] INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 6 de 23 de setembro de 2008. Ministério do Meio Ambiente.

1 2 3 4 5Pedro L. Moreira Neto *, Alexandre Barros , Paulo Rocha , Pedro P. G. Barbalho , Leonardo Carvalho1,2,3,4,5Gestão Ambiental Ltda. *[email protected]

Page 2: FENOLOGIA E VARIAÇÕES MORFOLÓGICAS DE … · populações de plantas encontradas na porção sul da Serra da ... Pedro L. Moreira Neto ... E. secundum com tonalidades amarela e

Introdução

Metodologia

Resultados e Discussão

Conclusões

Referências Bibliográficas

64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013

BIOLOGIA FLORAL DE DUAS ESPÉCIES DO GÊNERO EPIDENDRUM L. (ORCHIDACEAE)

Descrito em 1763 por Lineu, o gênero Epidendrum é um dos mais numerosos da família Orchidaceae, com aproximadamente 1.125 espécies [1]. O gênero apresenta hábito epifítico, terrestre ou rupícola e é encontrado desde a Carolina do Norte nos Estados Unidos, até a Argentina [2], em vários hábitats.

O gênero possui uma extensa variação morfológica, o que implica um elevado número de espécies descritas e possíveis híbridos naturais ainda a serem descobertos.

As espécies Epidendrum denticulatum Barb. Rodr. e Epidendrum secundum Jacq., apresentam uma grande similaridade no porte, na inflorescência e tonalidade de suas florações, o que dificulta a identificação da planta em estado vegetativo.

As diferenças florais entre as duas espécies são aqui explicitadas.

Foram visitadas áreas com a presença das fisionomias de Cerrado, Mata Atlântica e Campo Rupestre ao longo do Quadrilátero Ferrífero e adjacências, em busca de indivíduos de E. denticulatum e E. secundum, ao longo do ano de 2013.

A partir da chave de identificação para E. denticulatum e E. secundum [1], procurou-se registrar a diferença existente no formato do labelo das espécies.

Figura 1 Comparação entre E. denticulatum e E. secundum. A. Porte típico. B. Inflorescência de E. denticulatum. C. Inflorescência de E. secundum. D e E. Comparação entre calos dos labelos (setas), E. denticulatum (D) e E. secundum

.

Apesar da inflorescência das duas espécies apresentarem aspectos símiles e possuírem uma coloração muito próxima, variando de rosa a lilás, a diferença preponderante está no calo do labelo, ratificando Pinheiro e Barros [1].

Nas amostras verificadas, E. denticulatum possui dois calos carnosos arredondados na base e um terceiro calo central, alongado, em forma de quilha, enquanto E. secundum possui calosidade do labelo carnosa, sem uma forma definida, mas de formato harmônico-sinuoso. Nas amostras coletadas, E. denticulatum apresentou-se com esta calosidade de tonalidade amarelada e E. secundum com tonalidades amarela e branca ou podendo apresentar-se totalmente branca (FIGURA 1).

A diferença preponderante entre E. denticulatum e E. secundum está no calo do labelo, conforme verificado nas amostras coletadas.

Conclui-se que a flor é caráter essencial para o reconhecimento taxonômico das espécies. Questões relativas à ocorrência hábitat-específicos ainda estão em fase de estudo.

[1] Pinheiro, F. & Barros, F. 2007. Epidendrum secundum Jacq. e E. denticulatum Barb. Rodr. (Orchidaceae): caracteres úteis para a sua delimitação. Hoehnea 34(4), pp.563-570.[2] Toscano-de-Brito, A.L.V. & Cribb, P. 2005. Orquídeas da Chapada Diamantina. São Paulo: Nova Fronteira. 380p.

1 1 1 1Pedro L. Moreira Neto *, Alexandre Barros , Paulo Rocha , Pedro P. G. Barbalho ,1Gestão Ambiental Ltda. *[email protected]

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Introdução

Metodologia

Resultados e Discussão

Conclusões

Referências Bibliográficas

64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013

FENOLOGIA E VARIAÇÕES MORFOLÓGICAS DE HOFFMANNSEGGELLA MILLERI (ORCHIDACEAE) “IN SITU”

Hoffmannseggella milleri (Blumensch. ex Pabst) V.P.Castro & Chiron (Orchidaceae) é uma espécie rupícola e cespitosa, com pseudobulbos mais largos na base que no ápice, avermelhados, com flores que podem chegar a 5 cm de diâmetro de impressionante coloração vermelho-alaranjada e labelo amarelado, ocorrendo em afloramentos de minério de ferro [1]. O mesmo autor faz menção sobre a existência de duas variações naturais da espécie com distinções baseadas na flor.

Devido ao seu elevado grau de endemismo aliado a ações antrópicas em seu hábitat, essa planta é considerada como extinta na natureza cuja localidade tipo foi destruída [2] [3]. H. milleri está incluída na Lista de Espécies da Flora Brasileira com Deficiência de Dados (anexo II da IN no. 6 / 2008) [4]. A fenologia aqui apresentada foi feita a partir da redescoberta de H milleri na natureza.

O presente trabalho baseou-se em observações realizadas em duas populações de plantas encontradas na porção sul da Serra da Moeda, Quadrilátero Ferrífero, MG, em típicas montanhas rochosas de minério de ferro com eventual presença de afloramentos quartizíticos, de altitude variando de 1.165,96 a 1.342,60 m, formando colônias ao pé de Vellózias ou eventualmente em meio à vegetação arbustiva.

Os registros foram feitos nos meses de setembro a dezembro de 2013, quando ocorreu a fase reprodutiva da espécie.

Figura A-Dmilleri. E-F. Variação morfológica na fase reprodutiva de H. milleri.

. . Variação morfológica na fase vegetativa de H.

A espécie apresentou uma representativa variação morfológica tanto nos aspectos vegetativos quanto reprodutivos. Observaram-se pseudobulbos ovoides com a presença de um entrenó e obclavados com mais de um entrenó, sempre avermelhados. As folhas coriáceas de comprimento variado, podendo ter coloração avermelhada ou verde em sua face adaxial e a face abaxial avermelhada.

A floração foi registrada em novembro e dezembro com ápice em novembro. Os indivíduos apresentaram pseudobulbo unifoliado e raramente bifoliado, com inflorescência apical. As flores exibiram tonalidades variando do vermelho, vermelho escarlate e laranja, podendo o labelo encrespado, alternar sua cor (FIGURA).

Foi verificada variabilidade intraespecífica, presente no pseudobulbo, folhas e principalmente flores, cuja tonalidade apresenta a maior variação fenológica.

[1] Withner, C.L. 1990. The Cattleyas and Their Relatives, 1 st ed, Vol II: The Laelias. Timber Press, Portland, Oregon.[2] Jacobi, C.M. & Carmo, F, F. 2012. Barros, F. 2007. Diversidade florística nas cangas do Quadrilátero Ferrífero. Belo Horizonte: Código Editora.[3] Verola, C. F., 2008. Estudos biossistemáticos em espécies de Hoffmannseggella H. G. Jones (Orchidaceae: Laeliinae) ocorrentes em Complexos Rupestres de atitude. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas. Campinas, São Paulo.[4] INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 6 de 23 de setembro de 2008. Ministério do Meio Ambiente.

1 2 3 4 5Pedro L. Moreira Neto *, Alexandre Barros , Paulo Rocha , Pedro P. G. Barbalho , Leonardo Carvalho1,2,3,4,5Gestão Ambiental Ltda. *[email protected]

Page 4: FENOLOGIA E VARIAÇÕES MORFOLÓGICAS DE … · populações de plantas encontradas na porção sul da Serra da ... Pedro L. Moreira Neto ... E. secundum com tonalidades amarela e
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