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MONITORAMENTO DA FENOLOGIA VEGETATIVA E REPRODUTIVA DE ESPÉCIES NATIVAS DOS BIOMAS BRASILEIROS CGPE: 9109 Florestas Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Telefone: (41) 3675-5600 - Fax: (41) 3675-5601 www.cnpf.embrapa.br Estrada da Ribeira, km 111, Colombo,PR, Cx.P. 319, CEP: 83411-000 Jerivá Fase 1 Frutificação Fase 1 Segunda floração Fase 1 Floração Fase 2 Segunda frutificação Jan 0 21,8 C 194 mm Fev 0 22,5 C 146 mm Mar 0 19,8 C 127 mm Abr 0 18,0 C 81 mm Mai 0 15,6 C 96 mm Jun 0 13,4 C 95 mm Jul 0 11,8 C 93 mm Ago 0 13,5 C 84 mm Set 0 13,9 C 110 mm Out 0 17,2 C 134 mm Nov 0 19,5 C 132 mm Dez 0 22,3 C 158 mm Fase Vegetativa Copa formada + Brotação + Desfolhamento Verão Outono Inverno Primavera Dias longos Dias curtos Dias longos 0 0 Tabela 1. Fenologia do jerivá. Floresta Ombrófila Mista, Paraná, (Latitude: 25 17' 30”; Longitude: 49 13' 27”). Período: 2007/2010 Fonte: SIMEPAR. Dados de Temperatura e Precipitação. Média de três anos. Criação e arte-final: Luciane C. Jaques (Embrapa Florestas) / Fotos: Emílio Rotta / Tiragem: sob demanda / Dezembro - 2010

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Page 1: CGPE: 91 MONITORAMENTO DA FENOLOGIA ...ainfo.cnptia.embrapa.br/.../31598/1/Fenologia-Jeriva.pdfFolder__Fenol_Jeriva_11_01_06 Author Luciane Created Date 3/29/2011 11:06:20 AM

MONITORAMENTO DA FENOLOGIA

VEGETATIVA E REPRODUTIVA

DE ESPÉCIES NATIVAS DOS

BIOMAS BRASILEIROS

CG

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: 9109

FlorestasMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Telefone: (41) 3675-5600 - Fax: (41) 3675-5601www.cnpf.embrapa.br

Estrada da Ribeira, km 111, Colombo,PR, Cx.P. 319, CEP: 83411-000

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Page 2: CGPE: 91 MONITORAMENTO DA FENOLOGIA ...ainfo.cnptia.embrapa.br/.../31598/1/Fenologia-Jeriva.pdfFolder__Fenol_Jeriva_11_01_06 Author Luciane Created Date 3/29/2011 11:06:20 AM

Jerivá (Syagrus romanzoffiana)

A palmeira Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman, da família

Arecaceae, conhecida popularmente como jerivá, jarivá e

coquinho, ocorre desde o Norte do Brasil até o Rio Grande do Sul,

em quase todas as formações vegetais. Existem variações

morfológicas dessa espécie dependendo da região de ocorrência.

A espécie é monóica, com indivíduos apresentando de 10 m a

25 m de altura, estipe único, anelado, variando de 15 cm a 40 cm

de diâmetro.

As sementes do jerivá constituem uma fonte razoável de proteínas

e significativa de fibras alimentares e de selênio. As sementes

apresentam também lipídios, o que lhes confere maior valor

calórico. O elevado índice de cobre encontrado nessas sementes

mostra uma possível toxicidade, se ingeridas in natura, como

alimento. As flores do jerivá são de grande potencial apícola,

produzindo pólen e néctar .

O fruto dessa palmeira fornece polpa adocicada comestível, sendo

de grande importância na alimentação. No Brasil, em algumas

regiões, o palmito dessa palmeira é muito apreciado, embora

apresente gosto ligeiramente amargo. É indicada na medicina

popular como diurética, contra o amarelão e diarréia. A palmeira é

altamente decorativa e muito usada em projetos paisagísticos,

principalmente no Sul do Brasil. Os frutos são procurados por

várias espécies de animais, o que a torna recomendável para o

do jerivá são compostas, espiraladas, pinadas, medem de 2 m a

3 m de comprimento. Os folíolos são estreitos e lanceolados,

verde-escuros na face superior e mais pálidos na inferior,

irregularmente distribuídos em vários planos ao longo do ráquis

(BARROSO et al., 2002).

Fenologia reprodutiva (floração e frutificação)

A floração ocorre quase o ano inteiro, com maior intensidade entre

os meses de setembro e março, e a maturação dos frutos ocorre

principalmente entre os meses de novembro e janeiro, no período

em que as temperaturas e a precipitação são mais elevadas. Uma

segunda floração ocorre no inverno, porém com menor intensidade

(Tabela 1). As flores agrupam-se em inflorescências interfoliares,

protegidas por um tegumento acanoado, que mede de 1,2 m a 1,6

m de comprimento. Espádice (cacho) de 80-120 cm de

comprimento. Os frutos são lisos, carnosos, amarelo-alaranjados e

com polpa fibrosa (BARROSO et al., 2002).

plantio em agrupamentos mistos de áreas degradadas de

preservação permanente.

A Embrapa Florestas monitora a fenologia vegetativa e reprodutiva

de 20 indivíduos do jerivá, em áreas da Floresta Ombrófila Mista,

no Estado do Paraná. As avaliações estão sendo realizadas

seguindo o método de Fournier (1974), que estima a intensidade

(%) de cada fenofase por meio de uma escala intervalar semi

quantitativa de cinco categorias (0 a 4), com intervalos de 25%

entre cada uma delas. A descrição morfológica das folhas, flores e

frutos está sendo caracterizada de acordo com a sistemática

vegetal (BARROSO et al., 1999; BARROSO et al., 2002).

Fenologia vegetativa (brotação foliar e queda das folhas)

Durante todo o ano, a espécie apresenta a copa totalmente

formada. Quando ocorre a queda de uma das folhas, duas folhas

novas encontram-se em fase de crescimento (Tabela 1). As folhas

Referências

BARROSO, G. M.; COSTA, C. G.; GUIMARÃES, E. F.; ICHASO, C. L.; PEIXOTO,

A. L. Sistemática de angiospermas do Brasil. 2. ed. Viçosa, MG: UFV, 2002.

v. 1, 304 p.

FOURNIER, L. A. Un método cuantitativo para la medición de características

fenológicas en árboles. Turrialba, v. 24, n. 4, p. 422-423, 1974.