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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 351 | FEVEREIRO DE 2019

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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 351 | FEVEREIRO DE 2019

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“Somos participantes da natureza divina” [2 Pd 1, 4]

Esse escrito do Novo Testamento nos conduz a refletir sobre a participação do homem em características atribuí-

das a Deus (a verdade, o bem, a beleza). Isso acontece de modo misterioso graças à ação de Cristo que ao assumir a natureza humana, cria comunhão com a humanida-de e lhe possibilita a intimidade com Deus.

Somos verdadeiramente filhos de Deus no Filho Jesus, irmanados com Ele nos tornamos predestinados a reproduzir sua imagem como filhos adotivos de Deus (cf. 1 Jo 2, 29s e Rm8, 29). Essa graça não é exclusiva de alguns, mas abrange todo e qualquer homem, qualificando a vocação humana em sua intimidade com Deus. A constituição fundamental do homem acom-panha-o antes mesmo da Encarnação do Filho de Deus, mas com esse fato ganha a essência profunda do ser, a filiação divina da humanidade se plenifica com a encar-nação de Cristo.

Há inúmeras formas da graça se mani-festar no homem, permitindo que Deus in-

flua na nossa realidade através de virtudes e dons, que concretizam o anseio de Deus em salvar a humanidade. As virtudes são forças divinas que lançam o ser humano na busca por concretizar o Reino de Amor, que sofre as limitações da nossa realidade, mas que busca de forma esperançosa a transformação do mundo em vista do bem comum.

Assim, essa compreensão nos abre os olhos para percebermos e daí vivenciarmos as virtudes que nos aproximam de nosso Deus Criador. Há três virtudes, caminhos da graça, que elevam homens e mulheres à sua vocação fundamental: a comunhão com Deus. Fé, esperança e caridade são vias de concretização da graça em nos-sas vidas. A fé produz algo essencial em nós, nos abre ao Mistério e conduz a uma experiência de vida, baseada na intimida-de com Deus; a esperança, não entendida como um sentimento abstrato, antecipa o Reino desejado por Deus e que pode acon-tecer entre nós; a caridade é a possibilida-

editorial

voz do pastor

expediente

No período quaresmal, a Igreja no Brasil coloca em destaque a Cam-panha da Fraternidade. A quaresma,

com sua marca de conversão, penitência e oração, nos coloca diante do grande misté-rio da fé cristã: a paixão, a morte e a ressur-reição de seu Senhor, Jesus Cristo, o Filho de Deus.

A partir desse imperativo de fé, a Igreja tem a grande responsabilidade de levar os fiéis batizados a uma busca profunda do seu ser cristão, sua identidade e sua mis-são. Sem esse olhar e o mergulho na pes-soa de Jesus, vislumbrando uma conversão sincera e uma espiritualidade forte, cai na superficialidade, ficando alheia a todo o mundo ao seu redor, que possui dinâmicas próprias, nem sempre convergentes aos valores cristãos.

É necessário, neste período quaresmal, colocar de forma clara o mistério da fé, principalmente através dos textos bíblicos

sugeridos nos domingos da quaresma. É preciso, ainda, evidenciar os exercícios quaresmais, grandes riquezas da espiritua-lidade cristã: oração, esmola e jejum.

Só a partir da fé será possível concre-tizar o que cada ano a Igreja no Brasil nos propõe através da Campanha da Fraterni-dade. Nesta caminhada de fraternidade, nosso olhar vai se fixar mais uma vez nas questões que tocam e afetam nosso povo, especialmente os mais pobres e indefesos.

A Igreja não cria uma situação hipotética, mas parte da realidade concreta, procura, à luz da Palavra de Deus, buscar um texto ilu-minador. Desta vez, o profeta Isaías inspira o lema da campanha, “Serás libertado pelo di-reito e pela justiça” (1,27), que motiva o tema Fraternidade e Políticas Públicas.

É um desafio, com certeza! Mas vamos trabalhar juntos como irmãos, como comu-nidade e como Igreja, assim seremos for-tes. O ideal é que em cada paróquia haja

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorPE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produçãoLUIZ FERNANDO GOMESJANE MARTINS

RevisãoJANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

Tiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG)

Telefone35 3551.1013

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

“SERÁS LIBERTADO PELO DIREITO E PELA JUSTIÇA” (IS 1,27)

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

uma equipe que trabalhe a Campanha da Fraternidade. Antes de começar a atuação dos agentes, seriam oportunos encontros, a partir do espírito quaresmal, que desem-bocassem na Companha da Fraternidade.

Assim, preparados, enfrentaremos os desafios e suportaremos as grandes dificul-dades. É bom termos em mente que neste ano teremos o mês missionário extraordi-nário, preocupação e iniciativa do Papa Francisco que quer uma Igreja envolvida nas grandes questões da humanidade. Só quem mergulha de cabeça na realidade pode sentir as urgências e as necessidades do nosso povo. O pedido de Jesus por seus discípulos vale para nós: Avanças para águas mais profundas (cf. Lc 5, 4). Pelo Di-reito e pela Justiça, serão libertados povos, nações e tantas raças e culturas.

Por tua graça, ó Senhor, ressuscitados, somos em Cristo, hoje, novas criaturas.

de de amar a todos e a tudo, ao tomarmos consciência que possuímos uma ligação profunda com tudo o que está à nossa vol-ta: a marca divina está em toda a Criação.

As três virtudes constituem três mo-dos distintos de nos aproximar de Deus, mas que convergem para um único bem: a concretização da graça de Deus em nosso mundo, superando a descrença, o desâni-mo, o ceticismo e a atitude excludente e egoísta que marcam nosso tempo. Acredi-tar que milagres sutis acontecem ao nosso redor com o auxílio dos dons de Deus pre-sentes em cada ser humano é ter uma pos-tura verdadeiramente fiel com nosso Deus.

O Senhor nos possibilita vencer nos-sas batalhas diárias com seu auxílio e, por isso é generoso em nos oferecer inúmeros dons, mas precisamos também nós, cons-cientes de sermos filhos de Deus, termos a coragem de cultivarmos as virtudes neces-sárias para assumirmos nosso papel neste mundo. Sejamos a transformação que tan-to almejamos.

2 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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Não restam dúvidas de que um dos momentos mais fortes para o des-

pertar da solidariedade nos fiéis é a Campanha da Frater-nidade (CF). Educando para a vida fraterna e colaborando para o despertar da consciên-cia com base na justiça e no amor, exigências centrais do Evangelho, esta iniciativa da Igreja do Brasil nasce a partir da experiência da Cáritas da Arquidiocese de Natal (RN), na década de 1960. Desde então, a CF tem início na quarta-feira de Cinzas sendo, assim, uma motivação a mais para que, convertidos e solidários, se-jamos sinais do Ressuscitado em meio à sociedade.

Há quem diga que a CF não deveria se restringir somente ao período quaresmal mas, sim, ao longo de todo o ano. Seu objetivo é um despertar para a vida toda e não só em um período do ano, o que não dispensa um período de forte conscientização que acontece durante a quaresma. Uma ver-dadeira sensibilização capaz de converter o coração e trans-formar a ação de cada fiel inse-rindo, em seu dia a dia, ações que ajudem a superar os de-safios apresentados em cada campanha. Por esta razão, tor-na-se uma grande ocasião para motivar o profetismo na vida de cada comunidade e contribuir na construção de um mundo novo.

Em 2019 iremos refletir sobre Fraterni-dade e Políticas Públicas. Embalados pelo lema: “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27). Mas por que falar de políti-cas públicas? Isso diz respeito à missão da Igreja? O próprio lema já nos diz: conhecer nossos direitos, por eles lutar e com eles atuar é o caminho que liberta e promove a justiça.

Além disso, Jesus mesmo afirmava: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10) A vida em plenitude não está reservada somente para a vida eterna. É no hoje da história que Deus atua e salva. Sendo as políticas públicas o con-junto de ações desenvolvidas pelos gesto-res públicos para promover o bem comum, a segurança e a ordem, por meio da ga-rantia dos direitos e deveres dos cidadãos, hoje temos políticas públicas que atendem aos mais diversos interesses. Existem po-líticas públicas voltadas, por exemplo, ao agronegócio, a determinados setores da

indústria, aos bancos e também políticas públicas voltadas ao social.

Nesse cenário, a CF deseja estimular a participação em Políticas Públicas em vis-ta da promoção social, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, si-nais de fraternidade.

Hoje, percebemos uma crise de interes-ses por questões sociais, sobretudo aque-las que atingem os mais pobres. Neste ano, teremos a oportunidade de conhecer as Políticas Públicas, como são formuladas e aplicadas as políticas estabelecidas pelo Estado brasileiro e, a partir daí, exigir ética na formulação das mesmas. Por esta razão, a CF deseja despertar a consciência e in-centivar a participação de todo cidadão na construção de Políticas Públicas em âmbi-to nacional, estadual e municipal. Políticas Públicas que assegurem os direitos sociais aos mais frágeis e vulneráveis, atuando para que as Políticas Públicas eficazes se consolidem como Políticas de Estado.

Para alcançar esses objetivos, nossas comunidades devem se empenhar na for-mação e na conscientização política de seus membros, especialmente dos jovens, em vista do exercício da cidadania, susci-tando, assim, cristãos católicos comprome-tidos na política como testemunho concre-to da fé.

Sabemos que o tema é desafiante. Hoje, falar em política tornou-se quase sinônimo de brigas e rivalidades no interior das famí-lias e também de nossas comunidades. Por isso, ao refletirmos e atuarmos no horizon-te da CF 2019, somos chamados a ir além das questões partidárias, resgatando o que de fato nos une: o amor de Cristo, nossa dedicação a ele e o nosso compromisso em viver como irmãos. Como discípulos missio-nários de Jesus Cristo, seguindo seus pas-sos, não podemos fechar os olhos ou cru-zar os braços diante daqueles que sofrem e que podem ter uma qualidade de vida melhor, sendo contemplados com políticas públicas que os ajudem na qualidade de

opiniãoFRATERNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS: “SERÁS LIBERTADO PELO DIREITO E PELA JUSTIÇA” (Is 1,27)

vida e na dignidade de filhos e filhas de Deus.

No interior da Igreja, a CF torna-se ocasião necessária para resgatar e estimular as pastorais sociais e tornar ain-da mais conhecida a Doutri-na Social da Igreja. Para isso, três verbos são fundamentais nesta campanha: educar, par-ticipar e redescobrir. Educar para um humanismo solidário criando redes de cooperação e despertando para a cultura do encontro. Participar! Uma participação consciente e ati-va nos conselhos paritários de direito e em escolas de fé e cidadania. Participação é a palavra-chave. Por isso, é preciso conhecer o ciclo de formulação das políticas públi-cas e quais as urgentes prio-ridades de cada localidade. Por fim, é preciso redescobrir! Redescobrir a beleza e rele-vância das pastorais sociais e do voluntariado. Redescobrir o valor da cidadania e do bem comum. Redescobrir aquilo que São Tiago dizia: “A fé sem obras é morta” (Tg 2,17).

Também não podemos es-quecer do gesto concreto da CF 2019 que acontece com a coleta da solidariedade, este ano dia 14 de abril, Domingo de Ramos. São estes recur-sos que financiam projetos que estimulam a participação e visam ao bem comum e à

promoção social. Tais projetos podem ser enviados ao Fundo Nacional de Solidarie-dade, que poderá ser acessado no próprio site da CNBB. Em cada Diocese existe o Fundo Diocesano de Solidariedade que auxilia em pequenos projetos locais. São inúmeros projetos que dão visibilidade à ação do Evangelho, motivada e organizada pela Igreja.

Não podemos ficar de fora deste cami-nho do bem! Que estejamos atentos e com-prometidos com a CF 2019. Que possamos identificar em nossas comunidades aque-les que têm interesse e vocação para lidar com o bem comum e também com a vida pública, assumindo o compromisso político atuante e lembrando-se das palavras do Papa Paulo VI: “a política é a forma mais perfeita de caridade.” A verdadeira política como serviço ao bem comum, que promo-ve a vida e a dignidade dos filhos e filhas de Deus. Dedicar-se à CF e não esquecer que somos irmãos e, como tais, somos res-ponsáveis uns pelos outros.

Por padre Patriky Samuel Batista, coordenador de Evangelização da Diocese de Luz (MG) e assessor do Regional Leste II para a Campanha da Fraternidade

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3

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notícias

Texto| Imagem: Assessoria de Comunicação – CNBB

Texto: Assessoria de Comunicação - PUC Minas

Texto: Luiz Fernando Gomes – Imagem: Iniciação Teológica

Comissão trabalha em atualização dasDiretrizes Gerais da evangelização no Brasil

PUC Minas lança licenciatura a distância em Ciências da Religião

Curso de Iniciação Teológica completa 20 anos

A Comissão Especial sobre a atualização das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) 2019/2023

se reuniu nos dias 13 e 14 de dezembro, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com a missão de avançar na redação final do “Texto Mártir” a ser enviado ainda em dezembro deste ano ao episcopado brasileiro, a pessoas interessadas, aos orga-nismos e pastorais da Igreja no Brasil.

O texto será objeto de estudos e acrésci-mos até a próxima reunião da Comissão mar-cada para fevereiro de 2019, ocasião na qual produzirá uma versão final do texto que será levado à 57ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil que acontece em Aparecida (SP), de 1º a 10 de maio de 2019.

O arcebispo de São Luiz (MA) e presidente do Regional Nordeste 5, dom José Belisário da Silva, coordenador dos trabalhos desta

A PUC Minas lança a Licenciatura em Ciências da Religião, na modalidade ensino a distância, curso de gradua-

ção que formará professores de Ensino Re-ligioso, suprindo essa carência histórica de formação da área. As inscrições, gratuitas, devem ser feitas através do Processo Sele-tivo Simplificado, utilizando a nota no Enem ou por prova de Redação.

O curso se inicia no 1º semestre de 2019. As inscrições estão abertas até 28 de feve-reiro, pelo site da instituição (pucminas.br). Os interessados também podem ingressar por Obtenção de Novo Título (nova gradua-ção) e Transferência Externa.

Durante o semestre letivo, as atividades Nos dias 14 a 20 de janeiro, realizou-se a vigésima edição do Curso de Iniciação Teológica para Leigos da Diocese de

Guaxupé. Sediado no Seminário Diocesano São José, em Guaxupé, o evento contou com a participação de 96 alunos, divididos em quatro módulos.

Para Regiane Aparecida Prado, de Forta-leza de Minas, do primeiro módulo, o curso ajudou a ampliar sua visão de fé. “É muito interessante porque a gente tem uma visão muito mítica da fé, mas, estudando, perce-bemos como nossa Igreja é rica e profunda. O que mais me marcou nestes estudos foi o ‘aprouve a Deus’ estudado na Teologia da Revelação. Deus quis falar e se relacionar co-nosco, Ele é amor, é perdão e não um Deus que castiga e é malvado”, partilhou.

Depois de quatro anos de aprendizado, Iara Fidelis, de São Sebastião do Paraíso, co-mentou a alegria de concluir essa etapa de

comissão, lembra que a atuação da Igreja no mundo urbano, conforme já amadurecido pe-los bispos do Brasil, será o foco do documen-to. “O texto reforça que vivemos uma cultura urbana, com predominância no país das gran-des cidades”, acentua.

Estrutura do documento – A versão inicial do texto está estruturada em 4 partes. A pri-meira, que inclui uma introdução e o 1º capí-tulo, busca apontar para qual direção a Igreja no Brasil quer caminhar nos próximos quatro anos. “Fundamentalmente, a nossa pergun-ta é: como a nossa Igreja no Brasil agora se coloca diante deste novo momento da reali-dade brasileira?”, questiona dom Belisário. Nesta parte, inspirado no livro do Apocalipse, o texto afirma que “Deus mora na cidade”.

O 2º capítulo será composto pelo olhar que a Igreja faz sobre a cidade, destacando quais são os pontos determinantes na vida

urbana. Na sequência, o 3º capitulo propõe a reflexão e o julgar a partir do magistério da Igreja. O 4º, e último capítulo, constitui-se de indicadores que apontam sobre qual manei-ra a Igreja no Brasil pode estar presente da melhor maneira possível neste novo mundo

urbano.A atualização do texto das DGAE

2019/2023 teve início ainda na 56ª Assem-bleia Geral dos Bispos do Brasil de 2018, quando os bispos apontaram as primeiras sugestões ao texto.

presenciais serão duas provas. Os Estágios e as Práticas serão realizados nos locais onde atuam/vivem os estudantes. O cam-pus de Poços de Caldas será um dos polos dos quais será oferecido o curso.

O curso tem como foco a formação do docente no Ensino Religioso, capacitando seus egressos nos conhecimentos pedagó-gicos e religiosos acerca do universo reli-gioso presente nas sociedades humanas. O curso pretende oferecer a fundamentação teórica das Ciências da Religião, discutindo a constituição, o significado e a função do fenômeno religioso, sua diversidade e pre-sença na cultura.

sua vida: “foi uma experiência maravilhosa. Teologia tem que se fazer de joelhos mesmo. Olha quantos conhecimentos aprendi aqui. Coisas que a gente fica com medo até de fa-lar, como, por exemplo, a questão da morte, a Escatologia. Mas, depois que aprendemos, vemos que é preciso focar na Ressurreição, na eternidade”. Sobre atuar na comunidade de agora em diante, disse: “é uma ação de formiguinha, aos poucos. Um dia por vez aju-dar com o que aprendi e também aprender com eles. Nós não saímos prontos e acaba-dos do curso, vamos aprendendo todos os dias”.

O objetivo do curso é colaborar na for-mação de leigos e leigas que atuam na vida pastoral das comunidades paroquiais. Além dos cursistas pertencentes à Igreja particular de Guaxupé, três participantes da Diocese da Campanha também estiveram presentes.

4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

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leigosCURSO DE INICIAÇÃO TEOLÓGICA COMEMORA 20 ANOS

“Que bonita religião de que crê mas quer saber.” Pe Zezinho

Desde 1999, a Diocese de Guaxupé de-cidiu investir suas forças na formação dos fiéis leigos, de maneira sistemáti-

ca. Surgia o Curso de Iniciação Teológica, or-ganizado inicialmente por Lucimara Trevizan, pelos padres José Augusto da Silva e José Luiz Gonzaga do Prado e dom José Geraldo Oliveira do Valle, bispo de Guaxupé.

O Curso de Iniciação Teológica, em nossa Diocese de Guaxupé, é um dos instrumentos de formação e cons-

cientização laical, envolvendo as pessoas não somente o estudo das disciplinas pro-postas, mas a saudável experiência comuni-tária dos membros de nossas paróquias.

O curso é organizado em quatro módulos, abordando disciplinas teológicas variadas, como teologia da revelação, antropologia teológica, Sagrada Escritura, cristologia, litur-gia, moral cristã e espiritualidade. A estrutura do curso conta com a assessoria de padres das dioceses de Guaxupé e da Campanha como professores. Além da formação siste-

Da redação

matizada em aulas, o curso possui diversas atividades, como debates, filmes e noite cultural, sempre com o intuito de crescer na fé, aprofundar a formação cristã e valorizar a dignidade batismal dos fiéis leigos.

Os fiéis leigos formados no Curso de Ini-ciação Teológica têm a possibilidade de voltar para suas comunidades imbuídos do espírito

de serviço, de modo a fazer frutificar em suas paróquias o brilho da fé e do amor de Deus por todos os seus filhos.

Nesta edição, abre-se espaço para depoi-mentos de personagens importantes para o surgimento, o desenvolvimento e a longevi-dade do curso.

“O Concílio não olha os leigos como se fossem membros de segunda categoria, a serviço da hierarquia e simples executores de ordens provenientes do alto, mas como discípulos de Cristo que, através do Batismo e sua inserção no mundo, são chamados a animar todo ambiente, atividade e relação humana

segundo o espírito do Evangelho (…) Ninguém melhor que os leigos pode desempenhar a tarefa essencial de inscrever a lei divina na vida da cidade terrena”.

Neste ano de 2019, o curso completa 20 anos de caminhada, sendo um sinal vi-sível de que nossa diocese abraçou tão su-blime causa, a qual foi enfatizada em nossa V Assembleia Diocesana de Pastoral como uma das nossas prioridades pastorais. Aju-dar nosso povo a aprofundar as razões de

nossa fé cristã faz-se sempre necessário, pois nossa fé não pode ser somente reza-da, mas também compreendida, uma vez que razão e fé devem sempre andar de bra-ços dados. A Iniciação Teológica contribui para a reflexão de nossa fé cristã, ajudando o nosso povo a descobrir que a nossa fé

é muito mais bonita e muito mais profun-da do que imaginamos. Louvado seja Deus pelos 20 anos do nosso Curso de Iniciação Teológica de nossa querida centenária Dio-cese de Guaxupé!

Padre Robervam Martins de OliveiraCoordenador do Curso de Iniciação Teológica

Lucimara Trevizan, assessora da Catequese no Regional Leste 2 da CNBBÉ uma alegria para mim falar do Curso de Iniciação Teológica da Diocese de Guaxupé. Eu

me lembro muito bem do primeiro dia, da primeira turma do curso que funcionou no antigo seminário da diocese, atual prédio da Cúria. Um prédio que não tinha muita estrutura. As aulas eram durante o dia. Eu me lembro do calor de janeiro e que o pessoal não podia almoçar e jantar no prédio, isso era feito num restaurante. Havia toda uma dificuldade do grupo, mas a turma de leigos que veio tinha uma alegria enorme em poder participar da formação. Lembro do empe-nho da equipe, padre José Augusto e padre José Luiz e outros padres que se empenharam para que esse curso acontecesse. Depois, o clero aprovou a existência e a organização do curso e vários padres investiram em leigos desde o início. Eu acompanhei por quase 10 anos o curso, para mim é uma alegria lembrar e ver que o curso cresceu. Depois o [então reitor e padre] atual bispo [de Teófilo Otoni], dom Messias [dos Reis Silveira], acolheu o curso no Seminário São José e isso deu um novo vigor, um novo elã para o curso, porque o grupo pôde conviver e partilhar. Criou-se uma estrutura muito particular e eu sei que esta continua. A minha maior alegria é ver o

curso promovendo a descoberta de Jesus Cristo na sua existência, o aprofundamento da sua fé, o amadurecimento da vida pessoal e comunitária. Ele é um bem enorme, sobretudo hoje, numa sociedade do conhecimento, e a possibilidade dos leigos fazerem concretamente o processo formativo é a coisa mais especial que se pode ter. Ele deve ser muito apoiado, muito valorizado, os próprios leigos devem valorizar o curso porque isso é fundamental para a Igreja na sociedade atual, leigos que tenham uma formação, um embasamento [que supere o conhecimento] inicial e sem fundamentação da fé. É importante o curso como ele é feito, como é elaborado porque ele ajuda a nós, cristãos leigos, de fato a conseguir expressar e viver a fé, dizer em que crê e, isso é fundamental. Eu tenho que dar parabéns ao padre Robervam que organizou toda essa formação, que continua se empenhando pelo curso, um amigo querido. Eu sei também que outros continuam dando um apoio ao curso, temos que valorizar também esses padres que sempre se empenharam, sei que o bispo, dom Lanza, continua apostando nessa formação, que-ro parabenizar o curso e dizer que tenho muita saudade.

Padre José Augusto da Silva, ecônomo e professor na Faculdade Católica de Pouso AlegreTudo começou com o convite de dom José Geraldo à catequista Lucimara Trevizan (Poços de

Caldas, Vila Cruz) para fazer Teologia no ISTA (Instituto Santo Tomás de Aquino/ Belo Horizonte) nos inícios dos anos 90. Recém-chegado na Diocese, dom Geraldo, sensível à exortação apos-tólica Christifideles laici, sonhou com uma formação laical de excelência e, ao mesmo tempo, animada e coordenada por leigos/as. Porém, já havia um clima favorável para esse cultivo: al-gumas pessoas já estavam antenadas com essa necessidade. Dentre elas, padre José Pimenta e irmã Maria de Lourdes Gorgulho, que, a seu tempo e a seu modo, assentaram as bases desse clima favorável ao estudo e ao aprofundamento da teologia no trabalho com os catequistas e também com as coordenações de pastoral.

Em 1999 iniciou-se a formação teológica para os cristãos leigos/as, o chamado curso de janeiro. A proposta era não só oferecer um conhecimento doutrinal, mas também uma experiên-

cia antropológica de descoberta do mistério amoroso de Deus através da partilha comunitária. O sonho virou realidade! Vinte anos se passaram e, em meio a crises variadas, o projeto logrou efetivo sucesso.

Parabéns ao padre Robervam! Ele foi aluno, ainda leigo, depois colaborador enquanto semi-narista, depois professor e hoje diretor. Nossa gratidão a sua generosidade e perseverança em permanecer na causa. Nossos cumprimentos também a todos os envolvidos: grupo de apoio da secretaria e da logística; professores/as e, naturalmente, a dom José Lanza que tem dado o apoio necessário para o prosseguimento e aprimoramento do projeto. Um projeto pastoral que perpassa duas décadas só pode ser sinal de Deus em nosso meio! Vamos em frente. A missão continua.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5

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em pautaFRATERNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS “SERÁS LIBERTADO PELO DIREITO E PELA JUSTIÇA” (Is 1,27)

A busca da Igreja no Brasil com a Cam-panha da Fraternidade (CF) 2019 não é restringir o debate político naqui-

lo que se refere ao processo eleitoral ou partidário, mas fazer com que as pessoas compreendam que política se trata de “um conjunto de ações a serem implementadas pelos gestores públicos, com vistas a promo-ver o bem comum, na perspectiva dos mais pobres da sociedade” (TB 13). Nesta edição, você conhecerá os principais destaques da CF 2019 com o resumo do Texto-Base (TB) produzido pela redação do jornal.

INTRODUÇÃOA superação da alienação na graça da

meditação da Palavra nos conduz pelos caminhos das obras de misericórdia. As obras de misericórdia são itinerários para uma vida plena, desviando-nos de uma vida alienada e da morte. Uma vida dinamizada pela força do Evangelho através das obras de misericórdia. Com efeito, é precisamen-te tocando no miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. As misericórdias aju-dam na superação dos ídolos do saber, do poder e do possuir. Na busca de conversão, de transformação, a Igreja no Brasil oferece no tempo da Quaresma às comunidades a realidade das Políticas Públicas como medi-tação. Aquelas ações discutidas, decididas, programadas e executadas para toda a so-ciedade brasileira. (TB 2-5)

A participação dos cristãos na sociedade possibilita fortalecer a vida social nas suas relações. Construir uma fraternidade, cuidar do bem comum e fortalecer a cidadania ex-pressa a força transformadora do Evangelho no cotidiano das comunidades. A política é essencialmente o cuidado para com o que é comum e realizar ações que ajudem na inte-gração de todos na sociedade. (TB 12)

Objetivo GeralEstimular a participação em Políticas Pú-

blicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutri-na Social da Igreja para fortalecer a cidada-nia e o bem comum, sinais de fraternidade.

Objetivos Específicos• Conhecer como são formuladas e apli-

cadas as Políticas Públicas estabeleci-das pelo Estado brasileiro.

• Exigir ética na formulação e na concre-tização das Políticas Públicas.

• Despertar a consciência e incentivar a participação de todo cidadão na cons-trução de Políticas Públicas em âmbito nacional, estadual e municipal.

• Propor Políticas Públicas que assegu-rem os direitos sociais aos mais frágeis e vulneráveis.

• Trabalhar para que as Políticas Públi-

cas eficazes de governo se consoli-dem como políticas de Estado.

• Promover formação política de mem-bros de nossa Igreja, especialmente dos jovens, em vista do exercício da cidadania.

• Suscitar cristãos católicos compro-metidos na política como testemunho concreto de fé.

VEREntender a política como um espaço de

poder e opiniões, onde diferentes necessi-dades se enfrentam ou se unem, com visões e concepções distintas em busca do interes-se comum, é compreender que a política di-reciona a vontade daqueles que participam dela, estando em toda parte, e não somente na ação do Estado, ou seja, a política está na arte, nas relações de trabalho, na religião, nas empresas, clubes, associações etc.. Po-líticas Públicas (...) representam soluções es-pecíficas para as necessidades e problemas da sociedade, ela é a ação do Estado, que busca garantir a segurança e a ordem, por meio da garantia dos direitos, e expressam, em geral, os principais resultados oriundos da presença do Estado na economia e na sociedade brasileira. (TB 17;20)

Por ser um país de breves experiências democráticas, a trajetória histórica das Po-líticas Públicas brasileira ainda sofre com a descontinuidade e dependência da vontade do comandante político. Compreender me-lhor o papel e o sentido das Políticas Públi-cas, despertar a consciência e incentivar a participação de todos cidadão na construção dessas ações em âmbito nacional, estadual e municipal constitui um dos objetivos espe-cíficos desta Campanha, bem como propor políticas que assegurem os direitos sociais aos mais frágeis e vulneráveis, trabalhando para que as Políticas Públicas eficazes de governo se consolidem como políticas de Estado. (TB 24; 27)

As Políticas atualmente existentes no Brasil podem ser divididas entre as políticas de Estado e as de governo. Enquanto as po-líticas de Estado encontram-se amparadas pela Constituição, devendo ser realizadas independentemente do governante de plan-tão, as políticas de governo são específicas a cada período do governante, uma vez que no regime democrático há alternância no exercício dos poderes executivo e legislati-vo. A constituição, implantação e resultados das Políticas Públicas não se apresentam como processo simples. Elas tendem a ser delimitadas por condições econômicas, po-líticas, sociais, culturais, legislativas e judici-árias. Por conta disso é que a identificação dos constrangimentos das Políticas Públicas se torna importante para entender a nature-za de sua existência e os resultados alcança-dos. (TB 48;62)

Para formular uma Política Pública é pre-ciso construir um itinerário de ações e pro-postas, não que seja algo fixo ou obrigató-rio, mas serve como organização para uma maior efetividade das Políticas Públicas ou ainda para resolução de determinado pro-blema. Com base nas informações coletadas e na necessidade de intervenção, é possível construir ações, projetos ou programas para resolver o problema analisado, fazer teste e depois ampliar as Políticas Públicas para toda população, seja em nível local, munici-pal, regional, estadual ou federal. (TB 65; 67)

As diferentes pessoas e organizações envolvidas no debate e na participação nas Políticas Públicas e da política são conhe-cidos como atores sociais. Eles podem ser indivíduos, grupos, movimentos sociais, partidos políticos, instituições religiosas, or-ganizações públicas e privadas. É na esfera pública (bem comum) que acontece a intera-ção entre eles, mas também é onde ocorre os conflitos, as disputas, a cooperação e a negociação para confrontar ou apoiar a im-plementação de determinada Política Públi-ca. Portanto, estar presente nos espaços e canais de participação cidadã é ser protago-nistas da execução das Políticas Públicas e fazer ouvir as demandas e as necessidades da população. (TB 89; 95)

JULGARO modo de se compreender o direito

(mishpat) no Antigo Testamento designava uma ordem justa da sociedade, em sentido objetivo, que nem sempre é respeitada na vida real, vindo por isso, sempre acompa-nhado da palavra justiça (sedáqâ), que é o fundamento do direito, a obrigação moral do direito em sentido subjetivo, motivação interior, que torna possível viver a fundo o primeiro (TB 110).

A justiça, portanto, se torna a razão pela qual nos preocupamos com os mais pobres dentre o povo, que se representam pela trí-ade: a viúva, o órfão e o estrangeiro, para que haja o direito na sociedade, instaurando o projeto de Deus no mundo. O significado desses termos vai para além da justiça es-trita, no sentido de dar a cada um o que lhe pertence, pois “é uma justiça libertadora, referente ao melhoramento das condições do necessitado no meio do povo, que no plano do governo se manifesta por medidas legais”. (TB 111)

Os profetas no antigo Israel lutaram pela justiça. Sensíveis à Palavra de Deus, enfren-taram os muitos problemas que ameaçavam o povo simples em sua tentativa de buscar uma sobrevivência digna. Para os profetas, as questões sociais estão ligadas a questões religiosas. Afinal, a Palavra de Deus insistia, de forma imperativa, na bondade, visando, sobretudo da parte dos detentores de bens e poder, o respeito pelos direitos dos indefe-

sos: “Aprendei a fazer o bem! Buscai o direi-to! Corrige o opressor! Fazei justiça ao órfão! Brigai pela viúva!” (Is 1, 17). (TB 119 – 120)

O anúncio do Reino é fundamental, e Jesus o mostra já presente entre nós. Às ve-zes, desanimamos diante dos sinais de mor-te e somos tentados a pensar que as coisas estão cada vez piores e sem nenhuma possi-bilidade de melhorar. No entanto, somos le-vados a crer que o Reino está acontecendo de maneira escondida, suave, e nossa vida de discípulos missionários contribui na edi-ficação. Como afirma o Papa Francisco, va-mos prestar atenção e apostar no trigo, não perder a paz por causa do joio. É preciso, ainda, estarmos convencidos de que com nossas ações colaboramos para que o Reino vá se antecipando entre nós, mesmo que de forma parcial e imperfeita. (TB 131)

Assim como Jesus, devemos estar aten-tos para captar os sinais dos tempos em nossa época, ou seja, identificar as poten-cialidades, os desejos, os obstáculos que se encontram na cultura atual, de modo par-ticular o desejo de autenticidade, o anseio pela transcendência, a sensibilidade pela salvaguarda da criação, e comunicar sem temor a resposta oferecida pela fé em Deus. Nesse sentido, a Constituição Pastoral Gau-dium et Spes do Concílio Ecumênico Vatica-no II deu uma preciosa colaboração ao utili-zar os “sinais dos tempos” como categoria teológica para perceber a realidade em seu tempo, convidando os cristãos a fazerem o mesmo. (TB 133)

A Doutrina Social da Igreja nasce das Sa-gradas Escrituras e da fé viva da Igreja. Ela, de modo especial, se volta para a dignidade da pessoa humana, com especial atenção aos sofrimentos dos mais pobres, que são presença de Cristo (Mt 25, 31ss). A Doutrina Social da Igreja evidencia a necessidade de uma participação ativa e consciente dos cristãos leigos e leigas na vida da socieda-de, sendo esse um de seus princípios per-manentes. A questão das Políticas Públicas se coloca, portanto, dentro do quadro de uma cultura política da participação, onde as pessoas sejam protagonistas na vida so-cial e sejam atendidas as exigências do bem comum, com atenção às reais necessidades das parcelas mais carentes da população, pois “a situação em que vivem os pobres é critério para medir a bondade, a justiça, a moralidade, enfim, a efetivação da ordem democrática de uma nação”. (TB 156; 162; 165)

O conceito de “cidadania” tem vários sentidos, pois para situá-lo pode se tornar uma perspectiva natural, como lugar de nas-cimento (por exemplo, a cidadania brasilei-ra), ou então jurídica, a partir da noção de direitos e deveres, ou ainda uma perspec-tiva ético-teológica, como se ela brotasse “do coração mesmo da Igreja, inspirada no

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Da redação

núcleo do Evangelho, o mistério da Encar-nação”, isto é, assim como Deus entrou em nossa história, também o cristão é convida-do a fazer o mesmo, quer dizer, participar em tudo o que é humano e “que constrói um mundo mais humano e que nos humaniza”. É essa perspectiva ético-teológica de cida-dania, evidenciada no Documento 105 da CNBB, que serve de fundamento teológico ao tema desta Campanha da Fraternidade, assim como é a que está na base das rela-ções entre Fé e Política e que dá sentido à presença cristã neste meio. (TB 173-174)

O Bem comum é um dos princípios per-manentes da Doutrina Social da Igreja, rela-cionado com outro fundamental, que é o da dignidade da pessoa humana. O que se quer salientar é que o princípio do bem comum se apresenta na Doutrina Social da Igre-ja de forma concreta e não simplesmente como um discurso de boas intenções, vazio de conteúdo. Esse princípio vem perdendo sua força política capaz de engendrar Polí-ticas Públicas que venham atender às suas exigências. Por isso, é necessário que os gestores públicos, os cristãos leigos e leigas e todas as pessoas de boa vontade o colo-quem na pauta de discussão. (TB 181; 184)

AGIREm muitas situações, as dicotomias ob-

servadas entre a fé e a vida na espiritualida-de humana são manifestações conscientes ou inconscientes, que se estabeleceram ou foram provocadas pelo sofrimento delinea-do, por se entender que a vida se desenvol-ve apenas entre “bem e mal”. Estar atento ao Evangelho, e fazer dele o caminho para uma espiritualidade integral, além de eliminar as distorções entre fé e vida, que a sociedade moderna utiliza para legislar em causa pró-pria e, com isso, legitimar o analfabetismo político e religioso que, em nossa socieda-de, destina-se aos mais empobrecidos. Ela também nos condiciona a perceber que a ausência das Políticas Públicas impossibilita a própria prática do Evangelho. (TB 197; 199)

Portanto, neste momento da história, em que a vida se tornou um objeto de discussão para o mercado econômico e, nele as pes-soas só são “compreendidas” se represen-tarem “lucro”, a Campanha da Fraternidade nos alerta para a conversão social entre as muitas dicotomias existenciais. Ao nos con-vencermos de que a efetivação das Políticas Públicas é condição para a dignidade huma-

na e experimentarmos uma espiritualidade desencarnada. (TB 207)

Reconhecer que somos filhos e filhas de Deus e que fomos criados para cuidar de sua obra, é o primeiro modo de partici-pação que o cristão, cidadão do mundo e do Evangelho, deve exercitar na sociedade. Quando ela acontece nas dimensões pesso-ais, eclesiológicas e sociais, não só fortale-ce a democracia, como também transforma a prática em ações coletivas e fraternas e, consequentemente, em resolução de pro-blemas. Nossa participação nos Conselhos Paritários de Direitos é uma das possibilida-des de avançarmos no desenvolvimento das Políticas Públicas, principalmente naquelas em que o controle social é atribuição des-ses conselhos. Por isso, é de fundamental importância a presença e a participação dos cristãos nos conselhos municipais, estadu-ais e federal. A falta de sensibilidade socio-política e a dissociação da política no con-texto da fé desfavorece a atuação dos leigos e enfraquece sua missão. (TB 208; 211; 220)

É preciso criar caminhos para uma edu-cação de participação nas Políticas Públicas. Esse processo educacional ajuda a se liber-tar de certas visões antropológicas permea-das de valores antiéticos como: materialis-mo, ideais que desrespeitam a dignidade e a vida humana, individualismo e coletivismo, que de forma muito insistente influenciam a cultura de hoje. Nesse contexto antiético, a formação da pessoa, infelizmente, tem res-pondido a outras exigências: a afirmação da cultura do consumo, da ideologia do con-flito, do pensamento relativista etc.. É ne-cessário, portanto, humanizar a educação, ou seja, torna-la um processo em que cada pessoa possa desenvolver as próprias atitu-des profundas, a própria vocação e, assim, contribuir para a vocação da própria comu-nidade. “Humanidade a educação significa colocar a pessoa no centro da educação, em um quadro de relações que compõem uma comunidade viva, interdependente, vincula-da a um destino comum. É dessa maneira que é caracterizado o humanismo solidário. (TB 234 – 235)

CONCLUSÃOA CF 2019 é um convite para uma maior

participação das pessoas na elaboração e na implementação de Políticas Públicas, projetando, assim, o presente e o futuro do Brasil, amparado no direito e na justiça, li-vre das desigualdades que atingem os mais pobres. A participação nas Políticas Públicas na ótica da misericórdia, torna-se o caminho inspirador para a vida não só dos cristãos, mas de todas as pessoas de boa vontade. (TB 263)

Jesus e seus discípulos passam de aldeia em aldeia fazendo o bem e semeando os sinais do Reino de Deus. Todo lugar e todo momento são oportunidades de exercer a misericórdia para reconstruir a humanidade, resgatar a dignidade dos filhos e filhas de Deus e, consequentemente, restabelecer a fraternidade e a justiça. (TB 264)

ELEMENTOS FUNDAMENTAISPOLÍTICAS PÚBLICAS

1. O autêntico diálogo para a participação nas Políticas Públicas ocorre em um quadro ético que leva em conta a liberdade e a igualdade dos envolvidos no processo. Os envolvidos no diálogo devem estar livres de seus inte-resses pessoais e estar disposto a reconhe-cer a dignidade de todos os interlocutores guiados pelo direito e pela justiça. É preciso assegurar uma adequada formação dos ci-dadãos para a cultura do diálogo. (TB 237)

2. Globalizar a esperança é um indicativo na elaboração de Políticas Públicas e se realiza por meio da construção de relações educa-tivas e pedagógicas que cooperem para a criação de grupos embasados na fraternida-de, na solidariedade, na justiça e na verda-de. (TB 239)

3. O progresso científico e tecnológico tem mostrado, nestes últimos anos, como as es-colhas feitas no presente podem influenciar os estilos de vida e, em alguns casos, a pró-pria existência dos cidadãos das futuras ge-rações. Os cidadãos de hoje, de fato, devem ser solidários com os seus contemporâneos onde quer que estejam, mas também com os futuros cidadãos do planeta. (TB 242)

4. O surgimento de redes de cooperação no âmbito das Políticas Públicas pode contribuir para a superação de tais desafios (massifi-cação cultural e manipulação consumista), porque oferece uma perspectiva de sub-sidiariedade, tanto a nível nacional como internacional. Favorece-se a partilha de res-ponsabilidades e experiências, indispensá-vel para poder otimizar os recursos e evitar os riscos. (TB 247)

5. Toda atividade humana, de fato, é chama-da a produzir o fruto da honestidade, tal chamado constitui um convite permanente para a liberdade autenticamente humana, alargando, assim, os horizontes para reco-nhecer com lealdade aquilo que provêm das exigências da verdade e do bem, sem a qual cada sistema social, político e econô-mico está destinado no longo prazo a falir e a implodir. (TB 250)

ORAÇÃO Pai misericordioso e compassivo, que go-

vernais o mundo com justiça e amor, dai-nos um coração sábio para reconhecer a presença do vosso Reino entre nós.

Em sua grande misericórdia, Jesus, o Filho amado, habitando entre nós testemunhou o vosso infinito amor e anunciou o Evangelho da fraternidade e da paz.

Seu exemplo nos ensine a acolher os po-bres e marginalizados, nossos irmãos e irmãs com políticas públicas justas, e sejamos cons-trutores de uma sociedade humana e solidária.

O divino Espírito acenda em nossa Igreja a caridade sincera e o amor fraterno; a ho-nestidade e o direito resplandeçam em nossa sociedade e sejamos verdadeiros cidadãos do “novo céu e da nova terra”. Amém!

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7

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Por: São João Paulo II (1979)patrimônioCATECHESI TRADENDAE

catequeseA EXPERIÊNCIDA DE VIVER A 4ª SEMANA BRASILEIRA DE CATEQUESE

Edon e Maísa Borges, coordenadores diocesanos de Catequese

A Comissão Episcopal para Animação Bíblico-Catequética da CNBB reali-zou entre os dias 14 a 18 de novem-

bro de 2018, em Indaiatuba (Itaici-SP), a 4ª Semana Brasileira de Catequese (SBC), cujo tema tratou da Catequese a serviço da Iniciação à Vida Cristã (IVC), com o lema: “Nós ouvimos e sabemos que Ele é o Sal-vador do mundo” (Jo 4,42).

O encontro histórico contou com cerca de 425 participantes de todas as dioceses do Brasil e tinha em sua programação mis-sas, conferências e oficinas. As atividades nas oficinas aprofundaram o tema geral e os temas das conferências. Na noite do dia 15 de novembro, houve um momento cul-tural e homenagem ao padre Zezinho, scj, por seu trabalho de evangelização e cate-quese, sobretudo por meio da música.

Ricas experiências de troca de saberes nos intervalos, nos corredores, nos jardins, durante e após as refeições ocorreram entre os participantes. Todos voltamos en-riquecidos, provocados pelas reflexões e desafiados a repensar nossas práticas ca-tequéticas e vivências comunitárias da fé cristã. Afinal, estamos diante de um grande desafio: Anunciar testemunhar Jesus Cris-to, encarnados na realidade onde estamos inseridos.

A 4ª SBC foi idealizada com o objetivo de marcar a vida da Igreja e impulsionar a evangelização no Brasil, a partir da apro-

A 4ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos (1979) insistiu muitas vezes no cristocentrismo de toda a cate-

quese autêntica. Podemos fixar aqui os dois significados da palavra. Não se opõem nem se excluem; antes se exigem e se com-pletam um ao outro.

Deseja-se acentuar, antes de mais nada, que no centro da catequese encon-tramos essencialmente uma Pessoa: a Pessoa de Jesus de Nazaré, «Filho único do Pai, cheio de graça e de verdade», que sofreu e morreu por nós, e que agora, res-suscitado, vive conosco para sempre. Este mesmo Jesus que é «o Caminho, a Verdade

vação do documento 107 da CNBB sobre a “Iniciação à Vida Cristã: itinerário para formar discípulos/missionários”, além de compreender a catequese de inspiração catecumenal a serviço da iniciação à vida cristã buscando novos caminhos para a transmissão da fé, no contexto atual.

Em cada dia, oportunizavam-se aos par-ticipantes, após a celebração eucarística e o café da manhã, duas conferências temá-ticas, seguidas de alguns poucos minutos para uma ou duas perguntas de interação com os assessores e suas considerações finais. À tarde, após o almoço, acontece-

ram oficinas diversas, com vivências e te-máticas específicas ligadas ao itinerário de Iniciação à Vida Cristã. Isso nos dias 15, 16 e 17. À noite, após as Vésperas e o jantar, foram feitas homenagens a catequétas im-portantes na caminhada da catequese na Igreja do Brasil, dentre eles Marlene Silva, da nossa província eclesiástica, e lança-mentos de livros ligados à catequese.

Algumas questões muito relevantes fo-ram abordadas: a transmissão da fé às no-vas gerações nos novos contextos e com novos interlocutores; a mudança que o se-guimento de Jesus traz à nossa compreen-

são do sentido da vida; a importância da li-turgia para mergulhar no segredo de Deus, isto é, no seu mistério e no compromisso com a vida; o Senhor Jesus Cristo, Palavra humana por Deus pronunciada.

A Leitura Orante da Palavra de Deus é a grande experiência de deixá-Lo falar. Aco-lher essa palavra nos aproxima do irmão e nos faz viver em comunidade. Os tempos mudaram, a linguagem digital domina os movimentos e os relacionamentos. Todos os catequistas são desafiados a comunicar nesta realidade a alegria do Evangelho, exatamente como aconteceu com a Sama-ritana depois de encontrar-se com Jesus Cristo: Um querer voltar para comunicar a experiência que tivemos com Ele.

Assim, espera-se que muitas pessoas possam conhecer e acolher com alegria as boas notícias da parte de Deus. Os tempos são difíceis, mas as promessas de Deus são generosas. Tudo passa rápido, mas a fideli-dade dele é permanente. E todos nós vive-mos a emocionante alegria de sermos tes-temunhas deste anúncio do qual o mundo tanto precisa. Por fim, uma assertiva deve ser feita após a rica experiência da 4ª SBC: Se quisermos ser fiéis à Igreja do Evange-lho e termos criatividade ao transmitir a pessoa de Jesus Cristo, o melhor caminho será abraçar a possibilidade de processos iniciáticos nas nossas comunidades. Urge começar ternamente!

e a Vida», e a vida cristã consiste em seguir a Cristo, «sequela Christi».

O objeto essencial e primordial da ca-tequese, pois, para empregar uma expres-são que São Paulo gosta de usar e que é frequente na teologia contemporânea, é «o Mistério de Cristo». Catequizar é, de certa maneira, levar alguém a perscrutar este Mistério em todas as suas dimensões: «ex-por à luz, diante de todos, qual seja a dis-posição divina, o Mistério ... Compreender, com todos os santos, qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade ... conhecer a caridade de Cristo, que ultra-passa qualquer conhecimento... (e entrar

em) toda a plenitude de Deus». Quer dizer: é procurar desvendar na Pessoa de Cristo todo o desígnio eterno de Deus que nela se realiza. E procurar compreender o signi-ficado dos gestos e das palavras de Cristo e dos sinais por Ele realizados, pois eles ocultam e revelam ao mesmo tempo o seu Mistério. Neste sentido, a finalidade defini-tiva da catequese é a de fazer que alguém se ponha, não apenas em contato, mas em comunhão, em intimidade com Jesus Cris-to: somente Ele pode levar ao amor do Pai no Espírito e fazer-nos participar na vida da Santíssima Trindade.

Coordenadores diocesanos de Catequese junto ao Irmão Nery, ícone da reflexão catequética no país

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Por Douglas Ribeiro, estagiário pastoral liturgia

atos da cúria

“DEUS EM DIÁLOGO”: A DIMENSÃO HOMILÉTICA COMO ACONTECIMENTO CELEBRATIVO

TRANSFERÊNCIAS E NOMEAÇÕES

A Igreja guarda em toda a sua história um tesouro que a faz portadora do mistério salvífico na busca de anun-

ciar Jesus Cristo, Palavra viva do Pai. Esse tesouro, ou herança, é recebido à luz da Sagrada Escritura e pela vida e testemunho de muitos homens e mulheres que lutaram, incansavelmente, doando suas vozes para profetizar a Verdade.

A função da homilia é essencialmente mistagógica: ajudar a assembleia a entrar no mistério proclamado pela Palavra e ce-lebrado na Eucaristia. O termo homilia de-riva do verbo grego homiléo que se traduz por conversar, fruto de uma linguagem. Passou a ser empregado para indicar os discursos em tom familiar que eram feitos em reuniões ou assembleias. Os relatos de Justino de Roma mostram que o presidente da Celebração, após as leituras, exortava e incitava com palavras à imitação dos belos exemplos que foram proclamados. Mas, o ser prática familiar não se refere necessa-riamente a uma conversação partilhada, mas que aquele que dirige a Palavra aos outros não o faz de fora, mas dirige-lhes a Palavra como irmão a irmãos: como mem-bros da família.

Nesse sentido, a Homilia faz parte, não somente, da vida do ministro ordenado que a profere, mas também dos fiéis que são ouvintes do próprio Deus que se colo-ca em diálogo: ao proferir palavras durante uma homilia, o ministro abre, na emara-nhada floresta dos sentimentos de uma as-sembleia, um caminho pelo qual a Palavra de Deus possa circular.

A expressão “Deus em diálogo” foi uti-lizada pelo Papa emérito Bento XVI em sua Exortação apostólica pós-sinodal Verbum

Domini, na qual o papa afirma que “Deus Se comunica amorosamente a nós, fala aos homens como a amigos. (...) O Verbo, que desde o princípio está junto de Deus e é Deus, revela-nos o próprio Deus no diálogo de amor entre as Pessoas divinas e convi-da-nos a participar nele” (VD 6). Deus, para nos salvar, quis se comunicar. Por meio de palavras humanas, Deus comunica sua Pa-lavra eterna: o seu Filho encarnou-Se para anunciar a Verdade a todas as nações. Uma das maneiras que Deus utiliza para Se co-municar, sem dúvidas, é a homilia.

Por isso, a homilia é compreendida a partir de um acontecimento celebrativo, um prolongamento da Palavra, pois é uma autocomunicação de Deus à assembleia que se reuniu para escutar o Único capaz de pronunciar palavras de vida eterna. No acontecer celebrativo se dá o Mistério da Salvação, e a pregação se faz alimento es-piritual, pois, como a Tradição acentuou, é

necessário dispensar o pão da Palavra para que os fiéis possam assimilá-lo.

A Igreja, fundada por Jesus Cristo, é alimentada pela pregação. O próprio Jesus afirma que a finalidade de ter saído do seio da Trindade foi para pregar o Reino do Pai a todos e em muitos lugares. Jesus era um homem de palavras simples e de atitudes que mudavam a vida das pessoas com as quais tinha prazer de estar e conviver. “A novidade da homilética de Jesus, está, portanto, na sua práxis, isto é, na maneira como ele combina palavra e ação: é, por-tanto, uma homilética da vivência e da con-vivência” (cf. RAMOS, 2005, p. 41).

Na arte de comunicar a Palavra de Deus, o ministro ordenado deve buscar diminuir--se e fazer com que Cristo apareça por meio de suas palavras e ações. Por isso, o presbitério não pode ser palco de espetá-culo, no qual a palavra do pregador ocupe um lugar excessivo, mas um lugar sagrado

em que Cristo, e somente Ele, apareça.O pregador está inserido em uma re-

alidade plural, na qual muitas são as difi-culdades para anunciar a Palavra de Deus. O peso da comunicação numa homilia não é de sua inteira responsabilidade, mas é partilhada com a assembleia. Sendo ouvin-te do próprio Cristo, é chamada a prestar atenção num mundo cada vez mais baru-lhento. Para isso, o cultivo de uma espiri-tualidade por meio da vida de oração é fundamental.

No caminho do discipulado, para ser um bom pregador, alguns requisitos são necessários, tais como: a preparação; a vida de oração; o amor a Deus e à comu-nidade; o profissionalismo; e a formação permanente. Uma homilia de qualidade de-manda tempo para ser preparada e nunca deve ser fechada em si mesma, mas sem-pre conduzir a Cristo, Sacramento do Pai. Por isso, é fundamental que, desde o início da formação sacerdotal, os futuros comuni-cadores da Palavra sejam instruídos nesse ofício, para que o mesmo não seja um fardo a carregar.

Por fim, afirmamos que a dimensão ho-milética é a primavera na vida da Igreja, pois busca exalar, com Palavras, o perfume de Cristo. Não é que ela seja apenas uma es-tação, mas no sentido de que o florescer da vida eclesial pode ser oferecido por Palavras ouvidas nas assembleias litúrgicas, ocasião privilegiada de anunciar o Reino de Deus, um caminho que facilitará o encontro com Deus, pois, se não houvesse nenhuma pre-gação, todos seriam como um deserto sem pistas, no qual não distingue-se nenhum ca-minho. Mas a pregação ensina o caminho às pessoas. O caminho que leva a Deus!

• Pe. José Donizetti de Faria - Administra-dor Paroquial da Paróquia Nossa Senho-ra de Sion, em São Sebastião do Paraíso, ao 1º dia do mês de janeiro de 2019.

• Pe. Manoel Rodrigues de Souza - Admi-nistrador Paroquial da Paróquia Senhor Bom Jesus no distrito de Guardinha, ao 1º dia do mês de janeiro de 2019.

• Pe. Manoel Rodrigues de Souza - Vigário

Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Sion, em São Sebastião do Paraíso, ao 1º dia do mês de janeiro de 2019.

• Pe. José Milton dos Reis - Pároco da Pa-róquia Santa Rita de Cássia em Palmeiral, aos 29 dias de janeiro de 2019.

• Pe. Alexandre José Gonçalves - Pároco da Paróquia São José em Muzambinho, aos 30 dias de janeiro de 2019.

• Pe. José Ronaldo Neto - Vigário Paroquial da Paróquia São José em Muzambinho, aos 30 dias de janeiro de 2019.

• Pe. Valdenísio Justino Goulart - Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima em Passos, ao 1º dia de fevereiro de 2019.

• Pe. Paulo do Carmo Pereira - pároco da Paróquia Sagrada Família em Carmo do

Rio Claro, aos 3 dias de fevereiro de 2019.

• Pe. Renato César Gonçalves - Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo em Poços de Caldas. (Até o fechamento da edição, não havia data de posse)

• Pe. José Hamilton de Castro - Pároco da Paróquia São José em Machado, aos 28 de janeiro de 2019.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9

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direito canônicoPASTORAL JUDICIAL: O DIREITO AO ENCONTRO DA MISERICÓRDIA (Parte 1)

Há uma preocupação do Magistério da Igreja que é sempre salvaguar-dar a doutrina da indissolubilidade

do Sacramento do Matrimônio. Ao mesmo tempo, a Igreja procura caminhos para a prática pastoral para os que se encontram em segunda união e o acompanhamento moral para que esses casais participem na vivência comunitária da fé.

Encontramos em diversos documentos da Igreja o apontamento de levar todos os batizados à salvação, missão da Igreja (LG 14-17; 48, a GS 2 e AG 7). Com essas afirmações do Concílio Vaticano II, a Igre-ja sente-se hoje na obrigação de renovar seus esforços para garantir os meios ou os caminhos da salvação aos que contraíram segundas núpcias. Pelo Batismo, esses ir-mãos e irmãs também estão incorporados à comunidade dos fiéis.

Como poderia a Igreja abandoná-los à própria sorte? A situação em que se encon-tram não rompe esse vínculo batismal. Por isso, também a esses a Igreja deve ofere-cer os meios de que dispõe para a regulari-zação da situação dos fiéis recasados.

O foro externo, ou seja, o Tribunal Ecle-siástico, é o que tem competência para decretar a nulidade de um Matrimônio. Ao analisar as circunstâncias em que se deram o consentimento, ele pode chegar a con-cluir que o ato não foi válido. Tratam-se de critérios objetivos que precisam ser prova-dos em foro externo.

Há um caráter público do Sacramento do Matrimônio, não sendo o consentimento dos esposos uma decisão privada. Mesmo quando há uma sã consciência de que o

Matrimônio não foi válido, deve-se procu-rar o Tribunal Eclesiástico para que este examine as causas matrimoniais para a verificação da sua nulidade ou não. O ma-gistério da Igreja tem insistido na busca da comunhão com a Igreja, sem a qual não se pode estar em comunhão com Cristo.

A pergunta continua a ser: Como tornar a misericórdia mais completa? Há um con-vite por intuir soluções práticas, como o Sí-nodo dos Bispos (1980), na proposição 14, também intuiu. A 3ª Assembleia Geral Ex-traordinária dos Bispos (2014), retomando as palavras do Papa Francisco na Evangelii Gaudium (n.º 44), assim se exprime: “Sem

diminuir o valor do ideal evangélico, é pre-ciso acompanhar, com misericórdia e paci-ência, as possíveis etapas de crescimento das pessoas, que se vão construindo dia após dia. [...] A todos deve chegar a con-solação e o estímulo do amor salvífico de Deus, que opera misteriosamente em cada pessoa, para além dos seus defeitos e das suas quedas”.

A carta pós-sinodal Amoris Laetitia não traz novidade ao tratar da misericórdia da Igreja aos casais em segunda união. Este é um tema recorrente na Igreja há muitos anos, olhar com carinho as duas discus-sões: indissolubilidade do matrimônio (in-

discutível) e a misericórdia da Igreja diante daqueles que não puderem manter esta indissolubilidade. Diz o Papa Francisco: “Por isso, um pastor não pode sentir-se sa-tisfeito apenas aplicando leis morais àque-les que vivem em situações «irregulares», como se fossem pedras que se atiram con-tra a vida das pessoas.” (AL 305).

Na carta Haec Sacra Congregatio, de Paulo VI, de 11 de abril de 1973, que trata da indissolubilidade do matrimônio, no pa-rágrafo final se lê: “os pastores das almas tenham uma particular preocupação com aqueles que vivam em uma união irregular, aplicando na solução de tais casos, além de outros meios justos, a aprovada práxis da Igreja em foro interno”.

A exortação apostólica Familiaris Con-sortio, de João Paulo II, no parágrafo 84, afirma: “Saibam os pastores que, por amor à verdade, estão obrigados a discernir bem as situações. Há, na realidade, diferença entre aqueles que sinceramente se esfor-çaram por salvar o primeiro matrimônio e foram injustamente abandonados e aque-les que, por sua grave culpa, destruíram um matrimônio canonicamente válido. Há, ainda, aqueles que contraíram uma segun-da união em vista da educação dos filhos, e, às vezes, estão subjetivamente certos em consciência de que o precedente matri-mônio irreparavelmente destruído nunca ti-nha sido válido. Juntamente com o Sínodo, exorto vivamente os pastores e a inteira co-munidade dos fiéis a ajudar os divorciados, promovendo com caridade solícita que eles não se considerem separados da Igreja”.

[O artigo continua na próxima edição.]

Por padre Francisco Clóvis Nery, vigário judicial da Diocese de Guaxupé

Texto/Imagem: Divulgação – Globo Filmespara assistirQUE HORAS ELA VOLTA?

Depois de deixar a filha no interior de Pernambuco e passar 13 anos como babá do menino Fabinho em São

Paulo, Val tem estabilidade financeira, mas convive com a culpa por não ter criado sua filha, Jéssica.

Às vésperas do vestibular do menino,

no entanto, ela recebe um telefonema da filha que parece ser sua segunda chance. Jéssica quer apoio para vir a São Paulo prestar vestibular.

Com alegria e ao mesmo tempo apre-ensão, Val prepara a tão sonhada vinda da filha, apoiada por seus patrões. Mas quan-

do Jéssica chega, a convivência é difícil. Ela não age dentro do protocolo esperado para ela, o que gera tensão dentro da casa. Todos serão atingidos pela autenticidade de sua personalidade. No meio deles, divi-dida entre a sala e a cozinha, Val terá que achar um novo modo de vida.

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martírioATLAS DA VIOLÊNCIA RELIGIOSA E A PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOSA cada ano, a perseguição aos

cristãos se intensifica no âmbito global. No ano passado, mais de

245 milhões de cristãos foram vítimas de graves perseguições em seus países. Por motivos ligados à fé, foram mortas 4.305 pessoas e 3.150 foram presas, condenadas e detidas sem processo. Também foram atacadas 1.847 igrejas e edifícios cristãos.

O número de cristãos com medo de ir à igreja ou que já não têm uma igre-ja aonde ir tem aumentado, bem como daqueles que têm de escolher entre permanecer fiel a Deus ou manter seus filhos seguros. Ou das vítimas da vio-lência extrema que perdem familiares, casa, bens e liberdade por compartilhar a mesma crença de muitos aqui no Bra-sil: a fé em Jesus Cristo.

Em sua compreensão clássica, a per-seguição religiosa é realizada ou respal-dada pelo Estado. A realidade, porém, mostra que isso não é geralmente o que acontece. Nos dias de hoje, o papel de agentes não estatais é cada vez mais vi-sível – um exemplo disso são os grupos extremistas, tais como Estado Islâmico, Boko Haram e Al-Shabaab.

Outros atores sociais também podem ser mencionados: agentes da sociedade civil, líderes de grupos étnicos, líderes religiosos não cristãos, líderes eclesi-ásticos, movimentos radicais, cidadãos comuns formando motins, os próprios familiares, partidos políticos, revolucio-nários, grupos paramilitares, cartéis ou redes de crime organizado ou organiza-ções multilaterais.

Não há uma definição universalmen-te aceita acerca da perseguição. Cortes, legisladores e estudiosos abordaram o conceito sob diferentes perspectivas. A Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, adotada em 1951, não define a perseguição. Entre-tanto, alguns tentaram estabelecer um padrão elevado para determinar se uma situação pode ser tida como persegui-ção ou não, como o 3º Circuito da Corte de Apelos dos Estados Unidos e a Comis-são Preparatória para a Corte Criminal Internacional.

A Lista Mundial da Perseguição, rela-tório anual, define perseguição religiosa como “qualquer hostilidade experimen-tada como resultado da identificação de uma pessoa com Cristo. Isso pode incluir atitudes hostis, palavras e ações contra cristãos”.

O motivo de a jurisdição internacio-nal colocar um padrão tão elevado é clara: se o nível não for alto, isso pode levar a uma situação em que a comuni-dade internacional tem de enfrentar sé-

Portas Abertas, organização internacional - Infográfico: Portas Abertas

rios desafios em prover proteção a mui-tas pessoas que reivindicam a condição de perseguição. Esse medo da comuni-dade internacional tem o lado negativo de subestimar a variada dimensão da perseguição, especialmente a contínua pressão que cristãos (e outras minorias) enfrentam em suas diferentes esferas da vida.

A metodologia da Lista Mundial da Perseguição tem a intenção de rastrear, documentar, analisar e divulgar esses desafios que cristãos enfrentam em suas vidas diárias.

Essa perseguição, segundo os pes-quisadores Brian J. Grim e Roger Finke, segue um ciclo de evolução, em que grupos sociais e governo estão con-tinuamente fortalecendo um ao outro contra as minorias religiosas. O ciclo em geral se origina com um grupo social específico em um país que representa uma religião ou ideologia na tentativa de manipular o governo. A partir daí, a perseguição começa a se enraizar e de-senvolver.

Segundo a Lista Mundial da Persegui-ção, os seis estágios da maior parte das fontes de perseguição são:

1. Um grupo social pequeno que

representa uma religião ou ide-ologia específicas espalha suas ideias à custa de outro(s) gru-po(s). Muitas vezes, um vácuo social ou político apresenta um excelente terreno fértil para tais ideias.

2. Movimentos fanáticos crescem a partir desse grupo inicial ou se reúnem em torno dele para exer-cer pressão sobre a sociedade e o governo por meio de estra-tégias de mídia e/ou de ataques físicos a membros de outros gru-pos.

3. A violência perturba a socieda-de, mas os governos e as forças de segurança deixam movimen-tos fanáticos impunes enquanto culpa outros grupos por serem a causa da agitação social simples-mente por existir.

4. Ação de movimentos radicais é reforçada e atrai mais e mais adeptos. Isso resulta em uma maior pressão sobre o governo para que colabore com sua agen-da e também com mais pressão e/ou violência contra outros grupos. Por vezes, cidadãos se

Coreia do NorteAfeganistãoSomáliaLíbiaPaquistãoSudãoEritreiaIêmenIrãÍndia

SíriaNigériaIraqueMaldivasArábia SauditaEgitoUzbequistãoMianmarLaosVietnã

República Centro-AfricanaArgéliaTurcomenistãoMaliMauritâniaTurquiaChinaEtiópiaTajiquistãoIndonésia

JordâniaNepalButãoCazaquistãoMarrocosBruneiTunísiaCatarMéxicoQuênia

RússiaMalásiaKuwaitOmãEmirados Árabes UnidosSri LankaColômbiaBangladeshTerritórios PalestinosAzerbaijão

PERSEGUIÇÃO EXTREMA PERSEGUIÇÃO SEVERA

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PERSEGUIÇÃO ALTA

Novos países na lista

Nível de perseguição aumentou

Nível de perseguição diminuiu

Nível de perseguição não mudou

SAIBA MAIS EM: www.portasabertas.org.br/listamundial

O nível de perseguição é determinado de acordo com a pontuação do país na pesquisa. Para entender a metodologia, acesse: www.portasabertas.org.br/entenda-a-lista

unirão por medo, em vez de por convicção.

5. Por fim, sociedade e governo pressionam membros de outros grupos até o ponto de quase su-focá-los. Isso se estende a todas as esferas da vida e da socieda-de.

6. O ambiente cultural todo é toma-do pela agenda do grupo social altamente “encarregado” que re-presenta uma religião ou ideolo-gia específica (ponto 1), e a visão de mundo que está intrinseca-mente ligada a essa agenda tor-na-se a principal fonte cultural.

O intervalo de tempo em que as fontes de perseguição levam a se desenvolver dos estágios 1 a 6 pode variar dependen-do do contexto do país e do tipo de per-seguição. Esse processo também pode ser contínuo ou descontínuo, claramente visível ou menos visível, como mostra a história da perseguição.

Você pode ter mais informações com textos, gráficos e relatórios, acessando o site portasabertas.org.br

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11

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comunicaçõesaniversários janeiro

agenda pastoral

Natalício6 Padre Ronei Mendes Faria6 Padre João Batista de Melo8 Padre Eduardo Pádua Carvalho10 Padre Michel Donizetti Pires12 Padre Renato César Gonçalves14 Padre Sérgio A. Bernardes Pedroso16 Padre Paulo Carmo Pereira

2 Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral em Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana de CEBs em Nova Resende 6 Reunião da Pastoral Presbiteral em Guaxupé7 – 9 Escola de Formação das Novas Comunidades em Machado Cursilho Jovem Masculino em Cássia9 Diocese: Reunião da Equipe Diocesana de Comunicação em Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da RCC em Guaxupé Reunião Diocesana do Conselho Econômico em Guaxupé Reunião do Conselho Diocesano do ECC na Paróquia Nossa Senhora da Penha em Passos13 – 14 Reunião do Tribunal Eclesiástico em Guaxupé

18 Padre Claudemir Lopes19 Padre Júlio César Agripino

Ordenação 5 Padre Alessandro de Oliveira Faria5 Padre José Natal de Souza 5 Padre Julio César Martins5 Padre Ronaldo Aparecido Passos

14 – 17 Cursilho Jovem Feminino em Cássia16 Reunião dos Conselhos de Pastoral dos Setores (CPSs)17 Diocese: Encontro com representantes dos Setores Missionários – 2 de cada paróquia em Guaxupé18 – 21 Retiro dos Presbíteros em São Pedro - SP23 Reunião da Coordenação Diocesana dos Grupos de Reflexão em Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da Catequese em Guaxupé Reunião do Setor Famílias em Guaxupé Reunião do GED do Cursilho27 Diocese: Encontro com os Presbíteros até 5 anos de ministério

5 Padre Ronei Mendes Lauria 6 Padre Benedito Clímaco Passos8 Padre Gilmar Antônio Pimenta9 Mons. Enoque Donizetti de Oliveira11 Padre Valdenísio Justino Goulart11 Padre Renato César Gonçalves 13 Padre Janício de Carvalho Machado14 Padre Rodrigo Costa Papi

20 Padre Sandro H. Almeida dos Santos21 Padre Antônio Carlos Melo 22 Padre Guaraciba Lopes de Oliveira22 Padre Luciano Campos Cabral 26 Padre Paulo Sérgio Barbosa 27 Padre José Benedito dos Santos

sínodoAS RIQUEZAS HUMANAS E NATURAIS DA AMAZÔNIAO Sínodo para Amazônia foi uma res-

posta do Papa Francisco à realidade da Pan-Amazônia. De acordo com

Francisco, “o objetivo principal desta con-vocação é identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, fre-quentemente esquecidos e sem perspecti-vas de um futuro sereno, também por cau-sa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta. Que os novos Santos intercedam por este evento eclesial para que, no respeito da beleza da Criação, todos os povos da terra louvem a Deus, Senhor do universo, e por Ele iluminados, percorram caminhos de jus-tiça e de paz”.

Durante o encontro com povos indíge-nas de quase todos os países da Pan-Ama-zônia, em Porto Maldonado, Peru, o Papa Francisco falou sobre a riqueza dos sabe-res e da diversidade indígena, sobre a ne-cessidade de defender a Amazônia e seus povos e, também, sobre as ameaças que estes povos enfrentam em função dos in-teresses econômicos em seus territórios. A partir destas perspectivas, o Sínodo Espe-cial para Amazônia tem como tema “Ama-zônia: novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral”.

Um Sínodo para CONHECER a riqueza do bioma, os saberes e a diversidade dos

Povos da Amazô-nia, especialmen-te dos povos Indí-genas, suas lutas por uma ecologia integral, seus so-nhos e esperan-ças.

Um Sínodo para RECONHE-CER as lutas e resistências dos Povos da Amazô-nia que enfrentam mais de 500 anos de colonização e de projetos de-senvolvimentistas pautados na ex-ploração desme-dida e na destrui-ção da floresta e dos recursos naturais;

Um Sínodo para CONVIVER com a Ama-zônia, com o modo de ser de seus povos, com seus recursos de uso coletivo compar-tilhados num modo de vida não capitalista adotado e assimilado milenarmente.

Um Sínodo para DEFENDER a Amazô-nia, seu bioma e seus povos ameaçados em seus territórios, injustiçados, expulsos de suas terras, torturados e assassinados nos

conflitos agrários e socioambien-tais, humilhados pelos poderosos do agronegócio e dos grandes pro-jetos econômicos desenvolvimentis-tas.

Dentre as vá-rias temáticas que serão estudadas e aprofundadas no processo sinodal, está em pauta o “rosto dos povos da Amazônia” que representam uma rica diversida-de sociocultural nesta realidade em que, dadas

as proporções geográficas, é uma região gigantesca onde vivem povos e culturas diferentes que ocupam a região com mo-dos de vida distintos. Todos os dias, retiram das águas o peixe nosso de cada dia sem excessos ou desperdícios, somente o ne-cessário para alimentar suas famílias com o pescado oferecido generosamente pela natureza das águas que ainda o produz em abundância. Mas, toda essa riqueza natural

está em risco mediante a exploração des-medida das grandes corporações econômi-cas.

As cidades da Amazônia têm crescido muito rapidamente e recolhido muitos mi-grantes deslocados de forma compulsória, empurrados para as periferias de grandes centros urbanos que avançam floresta adentro. Em sua maioria, são povos indí-genas, ribeirinhos, quilombolas expulsos pelos garimpos e mineradoras, encurrala-dos pelas madeireiras, e machucados nos conflitos agrários e socioambientais re-sultantes da omissão falaciosa do Estado, que tem adotado um processo acelerado de limpeza e esvaziamento de áreas es-tratégicas de grande interesse econômico cobiçadas por empresas nacionais e inter-nacionais.

As grandes riquezas produzidas na Amazônia e a vastidão de seus bens eco-nômicos são negados à maioria de seus habitantes, o que favorece a predominân-cia das desigualdades sociais, econômicas, culturais e políticas. Nessa perspectiva, as cidades representam uma realidade marcada por grandes contradições: de um lado, uma vastidão enorme de terras e florestas. De outro lado, muita gente, multi-dões inteiras de empobrecidos no campo e nas cidades, sem terra, sem moradia, sem acesso aos direitos básicos.

REPAM – Rede Pan-Amazônica

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