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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 334 | SETEMBRO DE 2017 FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT

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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXXII - 334 | SETEMBRO DE 2017FECH

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“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam da Palavra da

Vida – vida esta que se manifestou, que nós ouvimos e testemunhamos, vida eterna que a vós anunciamos, que estava junto do Pai e que se tornou

visível para nós –, isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e

com seu Filho, Jesus Cristo” [1 João 1, 1-3]

O anúncio do querigma, em torno dessa tarefa surge a missão cristã. Impactados pela presença do

Cristo Ressuscitado, os primeiros cristãos se dedicam a partilhar com outros a experiência profunda que viveram em contato com os gestos e as palavras de Jesus de Nazaré.

Com este intuito, homens e mulheres partiram de suas origens para que o Na-zareno fosse conhecido pela humanidade inteira. Cá estamos nós, 2 mil anos depois, atualizando a mensagem de Cristo e bus-

cando meios possíveis de transmitir a fé que recebemos como dom.

Nesta edição, iremos trilhar a missão cristã do anúncio da Palavra Encarnada, que se manifesta não somente pelas Sa-gradas Escrituras, mas de muitos modos, na Liturgia, na Ação Missionária e no tes-temunho de homens e mulheres na comu-nidade cristã.

Contamos com a colaboração provincial para tratarmos de temas relevantes. O pri-meiro deles, a Iniciação à Vida Cristã, que ganha novos contornos com o documento

produzido pelos bispos na 55ª Assembleia Geral da CNBB, que utiliza como paradig-ma a figura da mulher samaritana e sua conversão missionária. O outro artigo des-taca o papel de Paulo como evangelizador e a fé corajosa que o impulsionou na evan-gelização dos gentios.

Na editoria bíblica, padre José Luiz Gonzaga do Prado comenta a escolha da temática do Mês da Bíblia sobre a 1ª Carta de São Paulo aos Tessalonicenses, com o tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida”.

Na edição de julho, erramos ao manter o primeiro parágrafo da coluna Opinião do mês anterior, junho. No artigo “Bispo: visi-ta de Deus nas comunidades de ontem e

editorial

voz do pastor

erramos

expediente

Esse foi o lema que nos motivou a ce-lebrarmos o Centenário Diocesano no ano passado. Estamos nos aproxi-

mando do quarto retiro das Santas Missões Populares. Essa caminhada que fizemos parece gerar seus frutos. Um deles que gostaria de destacar é a criação da Área Pastoral Missionária na região da Canastra, em Delfinópolis.

Compreendemos a necessidade de oferecermos às comunidades dos distritos de Olhos d’Água e Babilônia, assim como outras comunidades da região, a presença constante de um padre que anime a vida comunitária e possa realizar os sacramen-tos aos fiéis que lá vivem. A extensão ge-ográfica da paróquia é imensa, há comu-nidades realmente distantes da cidade e

o relevo acidentado dificulta o acesso e o atendimento dos fiéis.

Percebemos, dentro de nossa diocese, a necessidade de uma região exigente de uma ação missionária intensa. Essa consci-ência nos foi dada com toda a certeza pela caminhada trilhada pelas Santas Missões Populares.

A busca incansável pelo anúncio de Jesus Cristo deve ser o nosso combustível constante na ação evangelizadora e mis-sionária. Não podemos nunca perder de vista essa tarefa que a Igreja nos confia. Seremos bons servos na medida em que desempenharmos o que Deus nos convida a colaborar com Ele.Na missa de apresen-tação do padre, um dos fiéis fez um depoi-mento: “Tenho 36 anos de idade e por 32

Diretor geralDOM JOSÉ LANZA NETO EditorPE. SÉRGIO BERNARDES | MTB - MG 14.808

Equipe de produçãoDOUGLAS RIBEIROJANE MARTINS

RevisãoJANE MARTINS

Jornalista responsável ALEXANDRE A. OLIVEIRA | MTB: MG 14.265

Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA bananacanela.com.br | 35 3713.6160

ImpressãoGRÁFICA SÃO SEBASTIÃO

Tiragem3.950 EXEMPLARES

RedaçãoRua Francisco Ribeiro do Vale, 242 Centro - CEP: 37.800-000 | Guaxupé (MG)

Telefone35 3551.1013

[email protected]

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

www.guaxupe.org.br

“LANÇANDO REDES, GERANDO COMUNIDADES”

Dom José Lanza Neto,Bispo da Diocese de Guaxupé

anos tivemos a assistência do mesmo sa-cerdote e, agora, pela primeira vez farei a experiência de termos um padre morando conosco”. Destaco e agradeço imensamen-te o esforço realizado pelo padre Antônio Carlos Maia, padre dedicado por tanto tem-po a todas essas comunidades tão distan-tes e que se mantiveram unidas pela ação do Espírito Santo, pela sua presença e pelo seu testemunho.

As comunidades que compõem a re-gião pastoral possuem como padroeiros São Sebastião e Maria Santíssima, sob os títulos de Nossa Senhora dos Remédios e Nossa Senhora das Dores. Que a interces-são de Nossa Senhora seja inspiração para a perseverança dessa proposta missionária de nossa diocese.

hoje” deveria ter sido excluído o primeiro parágrafo, “Uma década...”. O texto citado é de autoria do padre José Augusto da Sil-va, que no mês anterior escreveu o artigo

“Aparecida e os novos rumos da evangeli-zação”. Pedimos perdão aos autores e aos nossos leitores pelo erro grosseiro.

2 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

O apóstolo Paulo escolheu Filipos – uma cidade europeia com boa

parte da população de origem latina e a outra parte formada por greco-macedônicos e imigrantes – para fundar a primeira comunidade cristã em território europeu. Isso aconteceu durante sua segunda viagem missionária (cf. At 15,39-18,22). Essa comunidade nasceu a partir de um grupo de mulheres (cf. At 16,13-15). Além dessas mulheres, a comunidade contava com alguns judeus e prosélitos, e pessoas que adoravam outras divindades.

A evangelização dos fili-penses, realizada por volta do ano 50, cerca de duas décadas depois da morte e ressurrei-ção de Jesus, evidencia que o Evangelho logo se inseriu no território europeu, ganhando, assim, uma dimensão univer-sal. E, por ser Filipos uma cida-de importante da época, vê-se aí a evangelização que sai do ambiente rural da Galileia e passa para o ambiente urbano das grandes cidades do Impé-rio Romano, através da missão itinerante de Paulo.

É evidente, tanto nos Atos dos Apóstolos quanto na Carta aos Filipenses, o grande amor e amizade que Paulo tem pela comunidade de Filipos. De fato, ele sente-se amado pelos filipenses e, por isso, vencendo seu orgulho, aceita até mesmo receber ajuda financeira deles para suprir suas necessidades (cf. 4,10-20). Além disso, mani-festa seu desejo de estar com eles assim que puder e de lutar para não morrer na prisão, a fim de continuar sua missão de evangelizador da comunidade.

Paulo, na ocasião da escri-ta desta carta, está preso, provavelmente em Éfeso. Corre o perigo de ser condena-do à morte. Mas possui o título de cidadão romano que lhe garante alguns direitos. Manifestar a cidadania romana é garan-tia de viver, ocultar esse dado é aceitar a morte (cf. 1,12-26). E agora? Como resol-ver esse conflito? Nas palavras do próprio Paulo: encontro-me em um dilema: o de-sejo que tenho de ser levado e estar com Cristo, o que seria infinitamente melhor, e o de permanecer na carne, o que seria mais útil para vós (1,23-24). E a resposta do evangelizador apaixonado pela sua comunidade é: persuadido disso, sei que

permanecerei e continuarei ao lado de to-dos vós para proveito e alegria de vossa fé (1,25).

Outro sentimento que brota do cora-ção do apóstolo em relação aos filipenses é a alegria. Em 4,1, Paulo diz que eles são a alegria e a coroa dele, ou seja, o prê-mio que Deus lhe deu. A palavra alegria parece um refrão que permeia toda a carta, ora como exortação: alegrai-vos no Senhor; ora como expressão de seu pró-prio interior: alegrei-me muito no Senhor. Amor, amizade, vida, alegria, gentileza... Em meio aos desafios que Paulo encara na prisão, e os perigos que a comunidade enfrenta, a vivência do Evangelho permite

a experiência de uma vida feliz, em Cris-to Jesus. Afinal, viver é Cristo e morrer é lucro para aqueles que colocam sua espe-rança no Senhor (cf. 1,20-22).

Se fosse possível resumir a Carta aos Filipenses numa única palavra, provavel-mente seria Evangelho. Ao longo do texto, Paulo usa essa expressão, ou outras com o mesmo significado, diversas vezes (cf. 1,5.12.14.16.18.27, só para citar o primeiro capítulo). Sua preocupação é anunciar o Evangelho e ajudar a comunidade nas-cente a vivê-lo, na alegria. E o que Paulo entende por Evangelho? Lendo a carta, entende-se que Evangelho é a experiên-cia concreta de vida assumida por Jesus

opiniãoA PREGAÇÃO DO EVANGELHO NUM MUNDO ADVERSO

de Nazaré, é o próprio Cristo Jesus que sofreu a paixão e morreu, mas foi ressuscitado por Deus e vive no meio dos seus discípulos. Essa é a gran-de mensagem anunciada por Paulo aos Filipenses.

Para ilustrar essa mensa-gem salvadora, o apóstolo coloca no centro da Carta aos Filipenses o conhecido hino cristológico (2,6-11). Ele, pro-vavelmente, não é de autoria paulina, podendo ser um hino conhecido e cantado entre os seguidores de Jesus, no início do Cristianismo. Mas é utiliza-do pelo apóstolo para expres-sar aquilo que é a experiência central de Jesus Cristo e que ele deixa de herança para os discípulos e discípulas, após sua morte e ressurreição.

Neste hino, que remete ao quarto cântico do servo sofre-dor de Isaías (Is 52,13—53,12), Paulo nos diz que Jesus Cristo, que tinha tudo em Deus, des-poja-se inteiramente, e faz-se servo dos homens, na humilda-de. Este gesto agrada a Deus que o exalta e o faz Senhor do céu e da terra. Assim, Jesus desce da altura dos céus até o mais baixo dos homens e, em resposta a tamanha humildade, Deus o eleva acima de todas as coisas, em sua glória. E isto é o resumo, ou a síntese, da encar-nação de Jesus, que é mistério de salvação para toda a cria-ção. É o extremo gesto de amor de Deus pela humanidade. O evangelho encarnado de Jesus Cristo, anunciado por Paulo, é o caminho de humildade que Ele fez, entregando-se inteira-mente, até a morte de cruz, por amor aos seus. E todo aquele que viver este evangelho deve fazer a mesma coisa: humilhar--se, despojar-se, assumir sua

cruz, por amor a Jesus e aos irmãos.Em tempos de incertezas, em meio à

tão falada mudança de época, é preciso aprender com Paulo a anunciar o Evange-lho. As adversidades do mundo sempre desafiarão aqueles que se colocam no caminho de Jesus, mas quem disse que seria fácil? Paulo ensinou aos filipenses e nos ensina que é assumindo a cruz de Cristo e se fazendo sofredor com ele que chegaremos um dia às alegrias do céu, junto do Pai. Que esta Carta aos Filipen-ses, tão atual, nos inspire e nos anime em nossa missão evangelizadora.

Por padre Jean Steferson Pereira, especialista em História Cultural pelo Centro Universitário Claretiano

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 3

notíciasParóquias acolhem novos párocos, vigário e administrador paroquial

Formação do Clero destacaformação humana do presbítero

Comissão de Catequese lança site com conteúdo formativo e de espiritualidadeTexto/Foto: Assessoria de Comunicação

Texto: Douglas Ribeiro/Imagens: Arquivo Pessoal

Texto: Assessoria de Comunicação Leste II | Imagem: Divulgação

Na noite de sexta-feira, 21 de julho, durante a Celebração da Eucaristia, dom José Lanza deu posse ao padre Robison de Souza como pároco da paróquia de Nossa Senhora Aparecida em Serrania. Padre Ro-bison concluiu seus estudos na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e re-gressou ao Brasil no dia 13 de julho.

No domingo, dia 23, a comunidade do Divino Espírito Santo em Cavacos acolheu o novo administrador paroquial. Padre Riva

Entre os dias 24 e 27 de julho, o clero diocesano e o bispo diocesano, dom José Lanza Neto, estiveram reunidos na Casa Dom Luís, em Brodowski, para a Formação Permanente do Clero, evento que acontece anualmente.

O assessor escolhido para desenvolver a dimensão humano-afetiva foi o padre Anselmo Limberger, doutor em Psicologia. A partir de uma perspectiva freudiana, o assessor destacou a importância do cuida-

Informação e conteúdo formativo para os catequistas. Esta é a proposta do Cate-quese do Brasil, um site com foco em te-mas atuais e relevantes para a educação da fé e do dia a dia do catequista, lançado recentemente pela Comissão para a Ani-mação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A ideia é que a plataforma funcione como uma revista virtual, onde o usuário poderá se aprofundar em assuntos diver-sos e, ao mesmo tempo, se conectar com a reflexão atual da catequese no Brasil. Segundo o presidente da Comissão, dom José Antônio Peruzzo, o site oferece uma experiência de fé compartilhada: “A intenção é ofere-cermos formação bíblica, formação doutrinal, porque os tempos pedem não apenas ideias sobre Jesus Cristo e doutrina enuncia-

Rodrigues foi transferido da paróquia de São Benedito em Passos onde exercia a função de vigário paroquial. O bispo, em sua homilia, acolheu o novo pároco dese-jando-lhe um feliz pastoreio. Padre Riva também será responsável pela paróquia de São João Batista em Barranco Alto.

Tendo em vista a necessidade pastoral da Paróquia São Pedro Apóstolo de

Alfenas, devido ao número de fiéis, o pa-dre Wellington Christian Tavares foi envia-

Transferências visam a contribuir com a organização eclesial nas paróquias

Transferências visam a contribuir com a organização eclesial nas paróquias Criado pela Comissão da CNBB, site pretende solidificar a ação catequética no país

do à comunidade, onde passa a exercer seu ministério como vigário paroquial. O padre foi recebido no dia 23 de julho com uma Missa, às 19 horas na Nova Matriz São Pedro Apóstolo. Os membros de pastorais e movimentos celebraram a presença de padre Wellington, que será colaborador do padre Éder Carlos de Oli-veira, administrador paroquial.

No dia 2 de agosto, a Paróquia São Benedito em Passos acolheu seu novo

pároco, o padre Gilvair Messias Silva, na missa das 19h. Na celebração presidida pelo bispo dom José Lanza Neto, o padre foi acolhido pela comunidade, represen-tada por leigos de ministérios, pastorais e movimentos. A missa foi concelebrada por padres da diocese e da Província Eclesiásti-ca de Pouso Alegre, além de padre Geraldo dos Reis Maia, reitor do Colégio Pio Brasi-leiro, em Roma, Itália.

do pessoal para o exercício do ministério pastoral. “A pregação não pode ser uma mera projeção de uma frustração pessoal”, afirmou padre Anselmo.

Na missa celebrada no dia 26, o bis-po e os padres comemoraram os 10 anos da posse canônica de dom José Lanza na Diocese de Guaxupé. Na homilia, o bispo lembrou os momentos alegres e desafian-tes de seu ministério episcopal ao longo desses 10 anos.

da, mas experiência de fé compartilhada, e essa é a grande intenção do nosso site”.

A plataforma apresenta ainda como está organizada a catequese no Brasil e onde funcionam os cursos de especializa-ção em catequese pelo país. O assessor da Comissão, padre Antonio Marcos Depizolli, explica que o objetivo é justamente fazer a ponte de comunicação com os catequistas do Brasil afora, levando, de modo particu-lar, a formação.

No site, o usuário poderá encontrar aprofundamento em “Catequese e Bíblia”, “Doutrina da Igreja”, “Catequese e Litur-gia”, “Iniciação à Vida Cristã”, entre outros.

4 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

Diocese ordena quinto presbítero do ano, em Botelhos

Paróquia dedicada a São José é criada em Passos

Bispo visita família durante a programação da Semana da Família

Diocese impulsiona a missão com a criação de área pastoral na Canastra

Texto: Assessoria de Comunicação | Foto: Sara Fideles

Texto: Assessoria de Comunicação| Foto: Ândrei Lima Figueiredo

Texto/Foto: Assessoria de Comunicação

Texto/Imagem: padre Célio Laurindo da Silva

“Ide! Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos” (Lc 10,3). Com esse tema bíblico, foi or-denado, no dia 22 de julho, o padre Vinícius Pereira Silva, em Botelhos, pela imposição das mãos de dom José Lanza Neto, na Igreja Matriz de São José.

Com a presença de padres de toda a diocese e leigos das comunidades onde o novo presbítero atuou, além de fiéis da cidade, foi realizada a quinta e última orde-nação presbiteral deste ano.

Na homilia, dom José Lanza destacou as virtudes do ordenando, inclusive a pro-ximidade com a juventude e a dedicação a sua evangelização. “Devemos provocar

No dia 19 de agosto, em missa presidida pelo bispo diocesano, dom José Lanza Neto, foi criada em Passos a Paróquia São José, situ-ada no bairro Vila Rica.

Com a presença dos fiéis, a celebração marcou publicamente o início das atividades pastorais da nova paróquia, desmembrada da Paróquia São Benedito e assumindo uma pe-quena porção da Paróquia Nossa Senhora das Graças.

O pároco responsável pela nova paróquia é o padre Gledson Antônio Domingos, que já atendia a comunidade por estar à frente da Pa-róquia São Benedito.

Em entrevista, o padre revela a expectativa

Na casa da família Oliveira, em Nova Resen-de, o almoço é sempre uma festa. Isso porque há 12 anos, os filhos do casal João Januário de Oliveira e Luzia Ribeiro da Silva Oliveira decidi-ram por realizar as principais refeições do dia juntos. Com o falecimento do pai, os filhos, resi-dentes no bairro rural Catalão, optaram por es-tar juntos da mãe e manter o vínculo entre eles. E a família não é pequena, são 7 filhos casados, 25 netos e 2 bisnetos.

Para a matriarca da família, dona Luzia, a vida em conjunto demonstra a boa relação que foi ensinada em família desde a infância. “Com a graça de Deus, nossa proposta deu certo, e cada um faz a sua parte”. Um dos filhos destaca: “a vivência familiar sempre foi marcada pela fé, assim a forma que vivemos se tornou natural”.

No dia 16 de agosto, a família recebeu a visita do bispo diocesano e padres que viven-

No dia 13 de agosto, às 9h da manhã, com a celebração da Missa pelo bispo diocesano, foi oficializada a abertura da Área Pastoral Nossa Senhora dos Remédios, que fica na região da Serra da Canastra, município de Delfinópolis. A celebração aconteceu na quadra de esportes da Escola Municipal de Olhos D’água da Canastra.

A nova área de ação pastoral compreende o atendimento de dois distritos da cidade, Olhos D’água da Canastra e Babilônia (Ponte Alta), com quatro comunidades de fiéis: Nossa Senho-ra dos Remédios (Olhos D’água), Nossa Senhora das Dores (Ponte Alta), São Sebastião (Mata dos Marques) e São Sebastião (Vale da Babilônia). O objetivo desta iniciativa é o atendimento per-manente dessas comunidades que continuam a pertencer à Paróquia Divino Espírito Santo, de

Além do trabalho paroquial, padre Vinícius é responsável pelo TLC na Dioceseeclesial nas paróquias

Área pastoral é uma das iniciativas diocesanas na dimensão missionária para os próximos anos

“Nós optamos por permanecer aqui”

Padres que já atuaram na comunidade estiveram presentes na celebração da nova paróquia

os jovens, princi-palmente os mais rebeldes que amam a aventura, precisamos levar a mensagem de Jesus àqueles que desejam ser desa-fiados”. E ressal-tou, ainda: “Você tem a coragem e a clareza de anun-ciar Jesus Cristo com ternura e sua-vidade, sem ferir a

ovelha ferida e machucada”.Além do serviço pastoral em Campes-

tre como vigário paroquial, padre Vinícius continuará a se dedicar como assessor dio-cesano do Treinamento de Liderança Cris-tã (TLC), movimento que o inseriu na vida eclesial e, segundo ele, foi “fundamental para sua vocação”.

para esta nova fase. “A alegria é imensa, pois percebemos a alegria da comunidade em par-ticipar e colaborar com a vida pastoral da nova paróquia. É uma boa iniciativa da diocese que, após ouvir os conselhos locais, oferece um atendimento mais direcionado à comunidade”.

Para Maria das Graças Silva Rosa, a cria-ção da nova paróquia é a concretização de um sonho da comunidade. Ela participa na co-munidade há 18 anos e atua como umas das lideranças em vários serviços e ministérios. “Acompanhei bem de perto o crescimento desta comunidade batalhadora e de fé, sem-pre tivemos o sonho que se tornasse paróquia. Nossa comunidade está em festa”.

ciaram a experiência de comunidade em famí-lia. Além das refeições comuns, do uso comum das máquinas agrícolas e da vivência familiar, a matriarca, os filhos e os netos exercem diversos ministérios na comunidade do bairro dedicada à Nossa Senhora Aparecida e nas paróquias de Petúnia e Nova Resende. A família também se reveza nos cuidados com um ex-funcionário, Gabriel, que há 16 anos sofreu um acidente vas-cular cerebral.

Ao término de uma conversa descontraída após o almoço, dom José Lanza os parabenizou pela proposta de vida: “É uma experiência úni-ca e maravilhosa. Parabéns pela coragem que vocês tiveram de superar o isolamento e o ego-ísmo que existem no mundo. Vocês nos trans-mitem paz e constroem uma história de vida, de família e de comunidade”.

Delfinópolis.Quem assume a coordenação pastoral é

padre Célio Laurindo da Silva, que se dedicará durante três anos e meio ao projeto pastoral.

Na expectativa da presença fixa de um pres-bítero, a comunidade demonstrou seu entusias-mo e contentamento. “O povo é bom, simples e trabalhador. Todos demonstram interesse em colaborar para que o projeto seja frutífero. O povo atendido é carente e sedento de Deus, an-seia por novidades e busca realmente a Deus”, destacou padre Célio.

A região é marcada pelas longas distâncias entre as comunidades com estradas sem asfal-tamento, mas é uma região com atrações turís-ticas naturais, como as serras e as cachoeiras.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 5

em pautaPALAVRA DE DEUS: ALIMENTO FRUTUOSO DO POVO DE DEUS

Por Luiz Fernando Gomes, seminarista – Filosofia | Imagens: Arquivo Pessoal

O cultivo e a escuta da Palavra de Deus leva os cristãos a compreenderem a exigência de viver e anunciar o Evangelho. Esta experiência de ouvir e viver a Palavra acontece em todos os lugares: na vida familiar, no trabalho, no grupo de amigos. Nestes encontros, Deus manifesta-se como Palavra de amor e de serviço, dando ao mundo um sentido novo, pra ser feliz basta acreditar. Neste mês de setembro, algumas pessoas partilharam as passagens bíblicas que iluminam suas vidas e como fazem a experiência com as Sagradas Escrituras.

Gosto muito da passagem da mulher adúltera (Jo 8, 1-11). Diante da lei de Moi-sés, Jesus teria que apedrejá-la, mas ele usou de sua sabedoria e humildade, incli-nando-se para o chão e dizendo: “quem de vós estiver sem pecado que atire a primeira pedra” (Jo 8, 7) e todos saíram. Jesus teve misericórdia para com essa mulher peca-dora. Nas horas difíceis da vida sempre peço a sabedoria de Jesus para enfrentar os obstáculos, peço a sua humildade para que meu coração seja igual ao dele. A cada vez que eu persevero na leitura da Bíblia, sinto a presença de Deus na minha vida, me fortalecendo.

“Quem nos separará do amor de Cris-to?” (Rm 8,35). Em nossa vida essa palavra nos ilumina muito. Diante de tudo o que vemos Deus fazer por nós, diante do seu amor e cuidado, temos a certeza de que “Se Deus está a nosso favor, quem estará contra nós?” (Rm 8, 31). Diante das mais variadas situações que nós vivemos, boas

“Erguei vossos olhos e vede os campos: estão brancos para a colheita, já o ceifeiro recebe seu salário e recolhe frutos para a vida eterna, para que o semeador se alegre junto com o ceifeiro” (Jo 4, 35-36). Essas palavras de Jesus me encantam e ilumi-nam, pois me revelam um Deus que não é alheio à história, mas que dela participa. Sou convidado a lançar a semente, a exem-plo de Cristo, semeador por excelência. Nesta dinâmica de semear, tenho a cons-ciência que não estou sozinho, mas que a Palavra encarnada do Pai caminha comigo, participa da minha trajetória, para que, ao ver os resultados comigo, se alegre.

Difícil escolher apenas uma passagem que ilumina minha vida. Parei para pensar e pude notar quantas passagens me mo-vem, me fazem melhorar a cada dia. Como é o caso dos Salmos 23 e 90, neles encon-tro Deus de um jeito tão lindo que até me emociono, um cuidado ímpar e um amor incondicional. Fazem-me perceber que, por mais tenebrosos que sejam os cami-nhos, há um Deus que me fortalece e me ama sem reservas. Mas a palavra que me move a cada dia é 1 Coríntios 13, 1-13. A vida só tem sentido se vivida com amor, não o amor mesquinho e banalizado que tem se propagado, mas o amor que Jesus nos en-sina, que é paciente, prestativo, tudo crê, espera e suporta. E aí está o desafio da vida, conseguir nos aproximar desse amor perfeito que Deus nos ensina, pois o amor é que dá significado a todas as coisas. “O amor jamais passará”.

Maria Vita dos Reis, catequista em Alfenas

Luís Américo, Eliane e Emanuel Montanari, membros da Renovação Carismática Católica em Juruaia

Otávio Lemes, seminarista da Filosofia em Pouso Alegre

Ana Claudia Rocha Sales,estudante de Medicina em Paracatu (MG)

Padre Ronaldo Aparecido Passos, reitor do seminário Santo Antônio em Pouso Alegre

“Eu estarei convosco sempre, até o fim do mundo” (Mt 28, 20). Logo que fui fa-zer um encontro vocacional em janeiro de 1991, no Seminário São Camilo em Monte Santo de Minas, uma das passagens bíbli-cas que foram refletidas é essa. Nunca tive dúvidas de que Jesus nos chama a uma missão, envia e vai junto. Isso me inspira muito e me dá tranquilidade, principalmen-te nos momentos de desafios. A certeza de que Jesus sempre caminhou e caminha comigo, me mostra caminhos e me orienta de diversas formas que eu não imaginava. A presença constante de Jesus em minha vida é a grande motivação de deixar ser moldado por Ele e segui-lo, mesmo com minha pequenez.

ou ruins, a certeza de que Deus nos ama é o que nos mantém firmes, e é o que ensina-mos ao nosso filho, Emanuel. A palavra de Deus é viva e a todo tempo necessitamos dela. Ela é o melhor para nós e a resposta para tudo está em amar e perdoar. Porque, com Deus, tudo vencemos.

6 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

a padroeira

liturgia

ESTAVA A MÃE DOLOROSA

SACRAMENTOS E SACRAMENTAIS:SALVAÇÃO DE DEUS NA VIDA HUMANA

Por padre Vinícius Pereira Silva, atua em Campestre

“Eis o Mistério da Fé!”: proclama--se em cada celebração euca-rística. De fato, a eucaristia e os

demais sacramentos são a vivência atuali-zada do Mistério pascal de Cristo, ou seja, sua Paixão, Morte e Ressurreição. A vida do cristão é marcada por esse mistério. Inú-meras vezes, Deus mostrou ao seu povo, através de patriarcas e profetas, o seu desígnio salvífico (cf. Hb 1,1). Até que, na plenitude dos tempos, Deus envia o Verbo Encarnado, “por nós, homens, e para nossa salvação”, como professamos no Símbolo Niceno-Constantinopolitano.

Assim, Jesus Cristo, encerra em si a co-munhão inicial entre Deus e o homem. Todo agir de Cristo se destinava à salvação hu-mana. Em Jesus, o ser humano tem a pos-sibilidade de santificar todas as dimensões de sua existência. Tudo pode ser sagrado, porque todo gesto de Cristo foi sagrado. A Igreja, nascida do lado de Cristo adorme-cido na cruz (CIC 1067), é chamada a ser dispensadora dos mistérios de Deus (CIC 1117), sacramento universal da obra salví-fica da Trindade, instrumento da redenção de todos os homens (CIC 776). Na Igreja e em suas liturgias, permanece, portanto, a salvação oferecida unicamente por Cristo. É o que expressa o papa São Leão Magno (+461), ao afirmar que “o que no nosso Sal-vador era visível, passou para os seus mis-térios [sacramentos]” (Sermão 74).

Nesse sentido, inserem-se as celebra-ções sacramentais da Igreja. Tais cele-brações são a revelação e a comunicação do agir benevolente da Trindade. Nelas, a Igreja recebe as bênçãos do Senhor, e se oferece como dom ao Pai, por Cristo,

Em setembro, a Diocese de Guaxupé celebra a Festa de Nossa Senhora das Dores, padroeira diocesana. E um dos

hinos mais conhecidos em todo o mundo ligado às dores de Maria junto à crucificação é uma sequência datada do século 13, geralmente atribuída ao franciscano frei Jacopone de Todi, que morreu em 1306.

Pela sua antiguidade e popularidade o poema teve inúmeras adaptações musicais por grandes nomes da música erudita e clás-sica, entre eles: Vivaldi, Rossini, Palestrina, Haydn e, mais recentemente, Karl Jenkins.

na ação do Espírito Santo. Distinguem--se em duas catego-rias: os sacramentos e os sacramentais. Ambos são sinais sagrados, que ma-nifestam, em níveis diferentes, a graça de Deus.

Por sacramen-tos, em sentido es-trito, nomeiam-se os sete sinais e ritos sagrados, presentes na Igreja, a saber: Batismo, Crisma, Eu-caristia, Unção dos Enfermos, Confissão, Ordem e Matrimônio. Esses sinais tiveram seu desenvolvimento ao longo da história eclesial, mas têm sua raiz e instituição no próprio Cristo Salvador. São sinais eficazes, ou seja, comunicam e realizam a graça que significam. Não apenas representam, in-formam sobre a vontade divina, mas ela é realizada realmente na sua execução (NO-CKE, 2009, p. 191-192). É, por assim dizer, a “corporalização histórica e social da gra-ça” divina (SCHMAUS, 1980, p. 28). Nesse sentido é que se compreende que os sa-cramentos são os meios ordinários pelos quais Deus salva a humanidade (CIC 1129).

A eficácia do sacramento não depende da disposição subjetiva do ministro. Isto porque, antes de tudo, é o próprio Cristo quem o celebra; a liturgia sacramental é o exercício do sacerdócio de Jesus Cristo (SC 7). É o que se compreende pela afirmação da Igreja de que os sacramentos atuam ex opere operato (pela própria ação realiza-

da). Ou nas palavras de Santo Tomás de Aquino, “o sacra-mento não é reali-zado pela justiça do homem que o confe-re ou o recebe, mas pelo poder de Deus” (CIC 1128). Ainda assim, para uma vi-vência mais frutuosa dos sacramentos, a disposição interior dos que os recebem é essencial.

No entanto, como afirmado, todas as dimensões e elementos da vida humana podem ganhar um contorno sagrado, que, embora não possuam a densidade da gra-ça contida nos sacramentos, “expressam o simbolismo de Cristo e a referência a Ele” (SCHMAUS, 1980, p. 35). São os chamados sacramentais. Desse modo, quase tudo pode ser um sacramental, pois “quase não há uso honesto de coisas materiais que não possa ser dirigido à finalidade de san-tificar o homem e louvar a Deus” (SC 61). É justamente este desejo de santificação de seus filhos que leva a Igreja a instituir os diversos sacramentais.

Os sacramentais, diferentemente dos sacramentos, não comunicam diretamente a graça de Deus, mas dispõem os fiéis para receber o efeito principal dos sacramentos. Sacramentos e sacramentais estão intima-mente ligados. Dado que, pelo batismo, todo cristão é chamado a ser uma bênção, e alguns sacramentais podem ser presididos por ministros leigos. Tanto mais um sacra-

mental estiver relacionado à vida eclesial e sacramental, tanto mais sua presidência é reservada aos ministros ordenados (CIC 1669). Assim, temos as bênçãos diversas, como de pessoas (profissão religiosa, con-sagração, instituição de ministérios) e de objetos e lugares destinados ao uso litúr-gico, que são reservados aos ministros or-denados. Inserem-se aqui, de igual modo, a bênção com o Santíssimo Sacramento e o Exorcismo. As exéquias, embora seja vi-vamente recomendado que o presbítero as façam, podem ser celebradas também por ministro leigo. Demais bênçãos, como da casa, dos filhos, instrumentos de trabalho, podem ser administradas por leigos. Para tais celebrações, existe o Ritual Romano de bênçãos por ministros leigos, pouco conhecido e divulgado, mas que deveria ser utilizado com maior frequência para de-terminar quais bênçãos são possíveis para ministros leigos.

Assim, tem-se que “a salvação das al-mas deve ser sempre a lei suprema” (CDC Cân. 1752). A Igreja, em toda a sua ação evangelizadora, configura-se como sinal de salvação. Utilizando-se dela, Deus, or-dinariamente, chega aos homens, para santificar sua vida, e conduzi-los à liturgia celeste. A Igreja, que recebeu a salvação de Cristo, tem por missão comunicá-la ao mundo, através dos sinais sacramentais da presença de Cristo. Sacramentos e sacra-mentais não são amuletos, sinais mágicos ou meros rituais externos. São a comunica-ção divina para o ser humano. Por eles, tor-na-se visível a graça, o inclinar-se de Deus sobre os homens para a sua salvação.

A Igreja aprovou de modo oficial na litur-gia em 1727, com o papa Bento XIII, incluin-do partes na Liturgia das Horas e no Missal para a festa litúrgica de Nossa Senhora das Dores. Ainda cantado até hoje no período quaresmal, especialmente na recitação da Via Sacra, o poema é um dos textos mais conhecidos e marcantes da espiritualidade católica por acentuar a presença de Nossa Senhora junto da Cruz de Jesus. A seguir, um pequeno trecho do poema em latim, se-guido da tradução.

Stabat Mater dolorosa juxta crucem lacrymosaEstava a Mãe dolorosa, junto à cruz, lacrimosa,Dum pendebat Filius.Da qual pendia o Filho.Cujus animam gementem, contristatam et do-lentemSua alma agoniada, entristecida e dolorida.Pertransivit gladiusA espada atravessavaO quam tristis et afflicta fuit illa benedicta,Quão triste e aflita estava ali a bendita,Mater Unigeniti!Mãe do Unigênito!

Da Redação

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 7

referência

catequese

RITOS QUE EDUCAM: OS SETE SACRAMENTOS

BELO ENCONTRO QUE SACIA A SEDE DE AMOR!

Por Rita de Cássia Pereira Rezende, catequista da Arquidiocese de Pouso Alegre e co-autora do livro O processo de formação da identidade cristã

“O s Sacramentos destinam--se à santificação dos ho-mens, à edificação do Cor-

po de Cristo e, enfim, a prestar culto a Deus; mas, como sinais, têm também a função de ensinar. Não só supõem a fé, mas por meio de palavras e ele-mentos rituais, também a alimentam, fortificam e exprimem, razão pela qual se chamam sacramentos da fé. (...) Por este motivo, é de grande importância que os fiéis compreendam facilmente os sinais Sacramentais e recebam com

No encontro com Jesus Cristo senti-mos quem somos de verdade. Per-cebemos lados de nós que até então

estavam ocultos. Torna-se vivo em nós o que estava encoberto e não conseguia ter vida. O encontro com Jesus nos traz vida nova, pois Ele veio encontrar-se conosco para que “tenhamos vida e vida em pleni-tude”. (cf. Jo, 10,10)

“Buscar novos caminhos pastorais e o reconhecimento de que a inspiração ca-tecumenal é uma exigência da atual mu-dança de época em que nos encontramos” (Doc. 107, 7), são algumas das inspirações dos bispos do Brasil para elaborarem o Do-cumento 107, “Iniciação à vida cristã: itine-rário para formar discípulos missionários”, na 55ª Assembleia Geral, que aconteceu no mês de maio de 2017, em Aparecida: uma verdadeira ação do Espírito Santo so-prando sobre nós!

Toda nossa vida é caminho e processo de aprendizagem. Nascemos e já somos iniciados a aprender a viver e conviver. A vida cristã é um novo projeto de vida e a Iniciação à Vida Cristã é uma nova orien-tação decisiva que produz transformação, pois é plena de uma dinâmica edificadora de uma espiritualidade encarnada e uma mística que nos convida a entrar no misté-rio do amor de Deus.

O Itinerário para formar discípulos missionários que o documento oferece às nossas comunidades começa com o belo encontro de Jesus com a Samaritana, en-contro que iluminará as reflexões sobre a Iniciação à Vida Cristã. Jesus inicia a Sama-ritana, e o Evangelho de João 4, 5-42 nos convida a percorrer o caminho transfor-

mador. São seis passos que nos mostram como o encontro com Jesus muda a pró-pria vida e atinge outras vidas. O encontro junto ao poço; o diálogo que derruba as barreiras; o conhecimento de Jesus, aque-le que oferece a água viva; a revelação de Jesus, ápice do encontro; o anúncio feito pela mulher que comunica uma experiência viva e pessoal; e o testemunho onde tudo começa: um novo passo, uma resposta de fé. Narrativa perfeita de como Jesus se faz conhecer àqueles que o procuram. Ele se faz conhecer lentamente, como acontece na Iniciação à Vida Cristã, do mesmo modo que, lentamente, a mulher vai descobrindo quem é Jesus.

A história da Igreja conta-nos que ela sempre buscou novos caminhos para dar respostas às necessidades do povo e do mundo. E o documento revela-nos que não estamos partindo do zero. A prática de Jesus, aprendida pelos discípulos, re-corda-nos sempre que o Reino passa pelo ordinário da vida. Reino que é comunhão com Deus e com os irmãos. No nosso hoje, cenário de mudança, a Igreja vive, age e deseja um novo processo de Iniciação à Vida Cristã, com inspiração catecumenal, à maneira das primeiras comunidades que encontraram um jeito criativo e eficaz para iniciar os convertidos à comunidade: o ca-tecumenato. Ele foi experiência marcante de aprofundamento da fé e da vida. Assim, mais que etapas, a inspiração catecumenal precisa ter experiências marcantes, nas quais se buscam o sentido e o espírito da iniciação à vida cristã, onde a comunidade seja casa, toda ela catequizadora da inicia-ção, e onde se articulem as urgências da

a maior frequência possível os Sacra-mentos que foram instituídos para ali-mentar a vida cristã” (Sacrossanctum Concilium 59).

Falta-nos educação ritual. Para bem compreender a importância de tal questão, devemos prestar atenção em um elemento de grande importân-cia; assegurar que as novas gerações saibam viver a fé, comprovar a sua vo-cação, dar testemunho do Evangelho, é uma condição que necessita de uma releitura viva e vital da tradição.

evangelização. A Igreja aspira pela experiência marcan-

te do Querigma. Ele é o fio condutor deste processo que levará ao amadurecimento do discípulo de Jesus Cristo. Não pode ser, então, propaganda ou mero reavivamento em busca de milagre sem profecia e segui-mento. Querigma é anúncio apaixonado de Jesus Cristo por parte daquele que crê, é paixão pelo Evangelho e pela missão.

Ao ler o evangelho imaginamos o fato acontecendo em algumas horas, mas um encontro tão verdadeiro e in-tenso pode ter acontecido em vários dias. A pedagogia de Jesus era a do olhar que alcan-ça o outro e pa-cientemente vai se aproximando e acolhendo a novidade do ou-tro.

O Espíri-to Santo que inspirou Jesus sopra para um tempo novo que se descortina. Podemos ouvir o chamado do Mestre Jesus para sentar-mos com Ele à beira do poço, aprender dele

a pedagogia humanizadora e libertadora. O itinerário de Iniciação à Vida Cristã será abraçado por toda a Igreja, através de for-mação contínua com inspiração catecu-menal, com dedicação, paixão, coragem e criatividade. O discípulo missionário de Jesus Cristo, se amorosamente evangeliza-do, se abrirá a construir conhecimento, ce-lebrará sua fé com alegria, fará a experiên-cia comunitária com ardor e, apaixonado, anunciará a fé cristã no coração do mundo em profunda mudança.

Por essa razão, em nossos dias, é tão urgente que a grande mobiliza-ção “educativa” não se transforme em uma grande máquina publicitária, em uma politização defensiva e suspeito-sa das massas cristãs.

Nessa perspectiva, uma grande ajuda veio da Igreja, sempre a partir da sua experiência ritual. Eis, de novo, o entrelaçar-se de “educação aos ri-tos” e “educação por parte dos ritos”.

Texto/Imagem: Divulgação| Edições CNBB

8 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

atualidade

campanha missionária

“E NÃO VOS CONFORMEIS COM ESTE MUNDO” (Rm 12,2)

JUNTOS NA MISSÃO PERMANENTE

Navegar no oceano da fé, no tempo presente, é algo que apresenta dificuldades, pois é algo que bate

de frente com uma realidade em que tudo se evapora (menção ao termo utilizado pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman que apresenta a modernidade como algo líquido, que se evapora e toma novas formas facilmente). Como, então, entender e viver a dimensão da fé que exige adesão e compromisso? Deus se revelou e ainda hoje se revela. Mas como apreciar esse Deus que se revela, sendo que tudo pode ser entendido de maneira liquificada? Essa pergunta permeia a vida do homem moderno, que busca seu contato com o Totalmente Outro.

O homem vive em uma inconstância permanente em que perde seus pontos de referência, criando, assim, pequenos pontos referenciais. Até mesmo o que era entendido como as verdades da fé e as re-ligiões são desfeitas, o indivíduo moderno cria novas verdades e sinais de fé que se traduzem pela realidade em que se en-contra imerso. Poder-se-ia afirmar que o homem cria novos deuses na contempo-raneidade. Pode-se afirmar que o homem moderno possui, sim, uma fé, porém, cria meios para que possa fazer tal experiência, em diversos casos, não uma experiência com Deus, mas com as criações de Deus. Tudo muda rápido, tudo necessita de uma resposta rápida, e a fé como fica diante desta situação?

Frente à realidade de fé ou de fés que se encontra na contemporaneidade, é mui-

O utubro é o Mês das Missões, um período de intensificação das iniciativas de animação

e cooperação missionária em todo o mundo. O objetivo é sensibilizar, despertar vocações missionárias e realizar a Coleta no Dia Mundial das Missões, penúltimo domingo de outubro (este ano dias 21 e 22), conforme instituído pelo papa Pio XI em 1926. “A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída”. Este é o tema escolhido pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) para a Campanha Missionária de 2017. É o mesmo o tema do 4º Congresso Missionário Nacional, que acontecerá entre os dias 7 e 10 de

Por Antônio Batista Cirino, estagiário pastoral

Por Pontifícias Obras Missionárias

to válido analisar a perspectiva eclesial da vivência da fé diante dos desafios de uma modernidade líquida. Logicamente, não se deve somente elencar os desafios, mas também apresentar perspectivas de ação evangelizadora da Igreja. Tais ações se fa-zem necessárias mais que nunca.

Desde o início da primeira comunidade de fé, a adesão ao Evangelho não é algo muito simples, pois, nos dias atuais, as comunidades de fé passam por um clima de incerteza e insegurança. Muitas são as ofertas, muito se faz para aparecer, a mídia cria uma vida virtual e, por consequência, as comunidades de fé embarcam nesta canoa frágil que é a evangelização virtual, surgindo, assim, um novo cenário de fé. Atualmente, muitos são os canais de televi-são e redes sociais que apresentam meios para que os indivíduos possam viver uma fé na comodidade de suas casas, e isso é mais um passo que dificulta seriamente o

sentido de per-tença comunitá-ria. Tem-se uma experiência de fé, acolhe-se so-mente aquilo que mais convém a si próprio, dispensa o encontro com outros indivídu-os, e a reflexão dá lugar a algo rasteiro para que os indivíduos não precisem pensar

ou refletir. Diante de toda a reflexão, não se pode

deixar que a vivência de uma fé madura se perca. Para que ocorra um verdadeiro en-gajamento e adesão autêntica de uma fé madura e sadia, não se pode abrir mão da Tradição, por isso a fé católica se mantém fiel a ela. Se ocorre a perda da Tradição, certamente acarreta-se a dissolução da fé cristã.

Portanto, tem de haver um novo encan-tamento pela Tradição, não como um fun-damentalismo sem sentido e exacerbado, mas com amor por uma Tradição que de fato ajude o fiel a sair da condição frágil em que se encontra. Sabe-se que Jesus deu aos discípulos o mandamento de anunciar o Evangelho a todos os povos e poder-se--ia, na contemporaneidade, ir ainda mais longe, anunciá-lo de todas as formas. Para que isso ocorra, a alegria do anúncio do Evangelho não se pode e não se deve per-

der. Desafios sempre existiram, mas exis-tem para ser vencidos.

As lógicas das comunidades de fé não podem, de maneira alguma, simplesmente voltar às estruturas que não correspondem à realidade atual. Não se pode apresentar o mofo ou o embolorado, mas, diante da realidade em que se vive, é preciso cons-truir uma comunidade arejada, em que, de fato, o Santo Espírito possa ser sentido, não repousando, mas sentido de forma que nos estimule cada vez mais para a adesão, o seguimento e o comprometimento.

De fato, o homem se encontra perdi-do diante do emaranhado de informações que a sociedade lhe apresenta. Por isso, as instituições de fé têm de fornecer-lhes formação adequada para que os fiéis pos-sam embebedar-se daquilo que, de fato, dá sentido a suas vidas.

Nada está perdido, tudo ainda tem so-lução, desde que se tenha a coragem de avançar no conhecimento de Cristo e não se deixar influenciar pelo evangelho da tris-teza ou do peso, mas, sim, pela alegria do Evangelho em cada ação pastoral.

A lucidez deve ajudar toda e qualquer comunidade de fé a dar essa resposta no tempo presente. Não se pode responder a certas inquietações de fé do homem mo-derno sem as conhecer. Não se pode ter medo das ciências ou da razão, não pode se furtar de enfrentar a realidade em que estão inseridas. Não se pode jamais es-quecer que o homem moderno é possuidor também de uma fé moderna.

setembro em Recife (PE).Tudo está em sintonia como os en-

sinamentos do papa Francisco quando afirma: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontraram com Jesus” (EG 1). Essa alegria precisa ser anunciada pela Igreja que caminha unida, em todos os tempos e lugares, e em perspectiva ad gentes. Por isso, o lema: “Juntos na missão permanente”.

Todos os materiais da Campanha Missionária estão disponíveis no site das Pontifícias Obras Missionárias: www.pom.org.br

Oração do Mês Missionário 2017

Deus de misericórdia,que enviaste o Teu Filho Jesus Cristo

e nos sustentas com a força do Espírito Santo,

ensina-nos a caminhar juntose, a exemplo de Maria, nossa Mãe

Aparecida,na celebração dos 300 anos do encontro

da imagem,sejamos, em toda a parte,

testemunhas proféticas da alegria do Evangelho

para uma Igreja em saída. Amém.

A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída

Juntos na missão permanente

Campanha Missionária 2017Dia Mundial das Missões - Coleta Nacional - 21 e 22 de outubroPontifícias Obras Missionárias (POM) - Comissão Episcopal para a Amazônia (CNBB)

A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída

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COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 9

bíblia

patrimônioIGNORAR AS ESCRITURAS É IGNORAR A CRISTO

EVANGELIZAR DANDO O SANGUE

Neste ano, o Mês da Bíblia tem como tema “Para que n’Ele nossos povos tenham vida” e, como lema, “Anun-

ciar o Evangelho e doar a própria vida” (1Ts 2,8). O texto bíblico de base é a Primeira aos Tessalonicenses.

A comunidade cristã que Paulo deixou em Tessalônica era formada da ralé social de uma cidade grega, os trabalhadores braçais. A sociedade era essencialmente desigual: César, o rei de Roma, era o único senhor e pai, padrinho ou patrono de todos, numa escala que descia até os últimos, que já não eram patronos de ninguém, os tra-balhadores braçais. Cada um se identifica-va pelo seu patrono, seu chefete político.

Trabalhador falando aos trabalhadoresAgora ninguém mais é patrono de nin-

guém, todos são irmãos. Igreja não é mais o Conselho formado da elite social e eco-nômica que governava a cidade, é a reu-nião dos trabalhadores braçais com Deus Pai e o Senhor Jesus Cristo.

Paulo só fala a eles no vocabulário fami-liar a quem trabalha no pesado: Produção, labuta, cansaço, resistência etc.. Assim é que ele lhes fala em “produção da fé”, “la-buta da caridade ou do amor” e “resistên-cia da esperança”.

E foi trabalhando no meio deles e com

Pago o que devo, obediente aos pre-ceitos de Cristo que diz: Perscrutai as Escrituras (Jo 5,39); e: Buscai e

achareis (Mt 7,7). Assim que não me acon-teça ouvir com os judeus: Errais, sem co-

Por padre José Luiz Gonzaga do Prado, biblista e professor na Faculdade Católica de Pouso Alegre

Por São Jerônimo, séculos IV-V, um dos principais tradutores da Bíblia para a língua latina

nhecer as Escrituras nem o poder de Deus (Mt 22,29). Se, conforme o Apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras ignora o poder de Deus e sua sabedoria, ignorar

as Escrituras é ignorar Cristo.

Daí que eu imite o pai de família que de seu tesouro tira coisas no-vas e antigas. E a esposa, no Cântico dos Cânticos, que diz: Coisas no-vas e antigas, i r m ã o z i n h o meu, guardei para ti (cf. Ct 7,14 Vulg.). E explicarei Isaí-

eles que Paulo lhes levou a Boa Notícia do Messias Jesus, também trabalhador braçal.

Discípulos missionários no paradigma de Jesus

Mais de uma vez Paulo afirma que, ao chegar a algum lugar, a fama da fé dos tessalonicenses tinha chegado antes dele. Como Jesus, filho fiel ao Pai em tudo, eles acolheram a Boa Nova com o maior entu-siasmo; como Jesus perseguido e mas-sacrado na morte de cruz, eles também enfrentaram dificuldades e perseguições; como na ressurreição Jesus se tornou Se-nhor e Salvador, eles também se tornaram

missionários da Fé no Messias Jesus.

Paulo criança, mãe e, enfim, paiQuando chegou a Tessalônica, Paulo

não fez valer sua qualidade de Apóstolo para se apresentar como chefe, patrono ou patrão da fé daquela comunidade. Primeiro ele e seus companheiros se fizeram crian-ças (1Ts 2,7). Até há pouco tempo a maio-ria das traduções interpretava mal o texto grego, achando estranho Paulo dizer que eles se fizeram crianças. Tirando uma letra traduziam ‘bondosos’ ou coisa semelhante em vez de ‘crianças’.

O original, porém, diz mesmo ‘crianças’.

Por que crianças? Crianças quer dizer obe-dientes e fiéis a Deus. É o mesmo paradig-ma de Jesus, filho totalmente fiel ao Pai. A primeira atitude é a de fidelidade à Palavra de Deus.

O passo seguinte é a metáfora da mãe ou da ama de leite. Imaginavam que o lei-te materno era o sangue da mãe, assim, como ama de leite, Paulo dava o sangue pelo povo (1Ts 2,8ss), trabalhando noite e dia para não ser pesado àqueles trabalha-dores braçais “de profunda pobreza” (2Cor 8,2). Segue o mesmo paradigma de Jesus, coerente até a morte e morte de cruz.

Só depois disso ele teria autoridade para aconselhar e orientar como um pai, como Jesus, que só depois da paixão, se tornou Messias e Senhor pela Ressurreição dos mortos.

O tema e o lemaO que importa é a vida, a vida do povo.

“Para que n’Ele nossos povos tenham vida” e “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida”. Não importa o poder. Aliás, como diz Lebret, “Qualquer poder corrompe e, quan-do é grande, corrompe grandemente”.

O caminho é o mesmo daquele que é o Caminho: fidelidade ao Pai e coerência para dar a vida, dar o sangue, para que to-dos tenham a vida e vida plena.

as ensinando a vê-lo não só como profeta, mas ainda como evangelista e apóstolo. Ele próprio falou de si e dos outros evan-gelistas: Como são belos os pés daqueles que evangelizam boas novas, que evan-gelizam a paz (Is 52,7). E também Deus lhe fala como a um apóstolo: Quem enviarei, e quem irá a este povo? E ele respondeu: Eis-me aqui, envia-me (cf. Is 6,8).

Ninguém pense que desejo resumir em breves palavras o conteúdo deste livro, pois esta escritura contém todos os mis-térios do Senhor, falando do Emanuel, o nascido da Virgem, o realizador de obras e sinais estupendos, o morto e sepultado, o ressurgido dos infernos e o salvador de to-dos os povos. Que direi de física, ética e ló-gica? Tudo o que há nas santas Escrituras, tudo o que a língua humana pode proferir e uma inteligência mortal receber, está conti-do neste livro. Atesta esses mistérios quem escreveu: Será para vós a visão de todas as coisas como as palavras de um livro selado;

se é dado a alguém que saiba ler, dizen-do-lhe: Lê isto, ele responderá: Não posso, está selado. E se for dado a quem não sabe ler e se lhe disser: Lê, responderá: Não sei ler (Is 29,11-12).

E se alguém parecer fraco, ouça as pa-lavras do mesmo Apóstolo: Dois ou três profetas falem e os outros julguem; mas se a outro que está sentado algo for revelado, que se cale o primeiro (1Cor 14,32). Como podem guardar silêncio, se está ao arbítrio do Espírito, que fala pelos profetas, o calar--se e o falar? Se na verdade compreendiam aquilo que diziam, tudo está repleto de sa-bedoria e de inteligência. Não era apenas o ar movido pela voz que chegava a seus ouvidos, mas Deus falava no íntimo dos profetas, segundo outro Profeta diz: O anjo que falava a mim (cf. Zc 1,9), e: Clamando em nossos corações, Abba, Pai (Gl 4,6), e: Ouvirei o que o Senhor Deus disser em mim (Sl 84,9).

10 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ

missão

testemunho

RELAÇÃO ENTRE PALAVRA DE DEUS E SANTAS MISSÕES POPULARES

“HOJE ME SINTO 100% MISSIONÁRIA”

Por Jorge Damasceno, leigo e missionário em Alfenas

Por Maria Luiza Lopes, leiga e missionária em Poços de Caldas

O trabalho das Santas Missões Po-pulares em nossas comunidades é uma forma de encontrar sentido

na vida através do encontro pessoal e do conhecimento da Pessoa de Jesus Cristo, encontro que nos leva a uma conversão profunda, através da Palavra encarnada na vida de nossas comunidades. Sem esse sentido novo, corremos o risco de cairmos numa anemia espiritual. Os missionários e as missionárias são pessoas simples que, iluminados pela Palavra transformadora, levam a tantas pessoas uma mensagem libertadora.

O grande desafio de nossas comunida-des é não deixar que a semente lançada pelas Santas Missões Populares morra. As-sim, precisamos de um novo impulso para criar condições de uma vida nova. Aí está o papel de nossos missionários e missio-nárias, perseverar nos trabalhos em nos-sas comunidades após as Santas Missões Populares. Sabemos que a missão é cris-tológica e, para tanto, precisamos motivar nossos grupos de reflexão, pastorais e mo-vimentos para que estejam sempre aten-tos ao chamado de Deus em nossas vidas, mantendo viva a mensagem de Jesus Cris-to em nosso meio. Sabemos que a missão nunca termina, ela continua e os desafios também. No entanto, para que o processo de evangelização aconteça, necessitamos fazer-nos discípulos dóceis para aprender-mos de Jesus a dignidade e a plenitude da vida. (DA 41).

Conheci as Santas Missões Popula-res no dia 16 de fevereiro de 2014, quando o padre Luís Mosconi apre-

sentou as Santas Missões para a Diocese de Guaxupé a um grupo de leigos e eu fui convidada pelo meu pároco para animar esse evento. Fomos, meu grupo e eu, para o encontro em Guaxupé, aprendi as músi-cas em uma semana e me apaixonei pelas letras daquelas canções missionárias que se identificavam tanto comigo. Fiquei en-cantada com as Santas Missões Populares pela maneira como o padre Luís Mosconi nos apresentava aquele projeto de vida a partir de Jesus Cristo. Quanto mais ele fa-

São muitos os cristãos que não partici-pam da Eucaristia dominical, não recebem com regularidade os sacramentos e nem se inserem na comunidade ativamente. Isso constitui um grande desafio que nos ques-tiona a maneira como estamos educando na fé e como estamos alimentando a expe-riência cristã. Sentimos a urgência em de-senvolver em nossas comunidades um pro-cesso de iniciação à vida cristã que comece pelo querigma e que se guie pela Palavra de Deus. Conduzindo-nos a um encontro pessoal cada vez mais profundo com Jesus Cristo e que nos leve à conversão.

Em nossas visitas missionárias temos observado a necessidade de fazer com que a Palavra de Deus atinja um maior número de pessoas e, dessa forma, provoque mu-danças importantes nas pessoas que resi-dem em nossas comunidades paroquiais.

Jesus continua a nos chamar, e assim como ele chamava seus discípulos, “sigam--me”, hoje, também, nos chama a redefinir nossa própria vida, assim como fez com aquela mulher Samaritana (cf. Jo 4, 5-42). Isso significa fazer de Jesus o sentido novo de nossa vida. Seguir Jesus não significa largar tudo e todos para sempre e de uma vez, mas rever conceitos, reorientar tudo novamente, tendo Jesus como eixo central, como referencial último e decisivo, procu-rando ter os mesmos sentimentos, postura e opções de vida.

Para ser discípulo e discípula de Jesus e ter os mesmos sentimentos dele, de modo

que ele se torne o centro de nossa vida, é preciso co-nhecê-lo mais de perto, ter intimida-de, saber olhar e contemplar o que ele fazia e dizia. E para isso é preciso saber estar com ele como ele pró-prio nos ensina. O projeto de Jesus é instaurar o Reino de seu Pai. Por isso, pede a seus discípulos: “Pro-clamem que está chegando o Reino dos céus!” (Mt 10,7).

Assumimos o compromisso de uma grande missão em nossa diocese, que exigirá aprofundar e enriquecer todas as razões e motivações que propiciem a con-versão de cada cristão em discípulo missio-nário. Para isso, é necessária uma forma-ção adequada capaz de transformar cada batizado em um autêntico missionário. Necessitamos que cada comunidade paro-quial se transforme num poderoso centro de irradiação da vida nova em Cristo.

“Esperamos em um novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito Santo que renove nossa alegria e nossa esperança”. Para tanto, é preciso que criemos espaços de oração, tanto pessoal como comunitária, e peça-mos as luzes desse mesmo Espírito que nos

impulsione a ir ao encontro das pessoas, das famílias, das comunidades e dos povos para lhes comunicar e compartilhar o dom do encontro com Cristo, que tem preenchi-do nossas vidas de “sentido”, de verdade e de amor, de alegria e de esperança!

Não devemos ficar tranquilos em espera passiva em nossos templos, mas é urgente ir em todas as direções para proclamar que o mal e a morte não têm a última palavra, que o amor é mais forte, que fomos libertos e salvos pela vitória pascal do Senhor da história, que ele nos convoca como Igreja. (DA 362 - 548)

Fixemos nosso olhar em Maria e reco-nheçamos nela a imagem perfeita da dis-cípula missionária. Ela nos exorta a fazer o que Jesus nos diz (Jo 2,5). Junto com ela, queremos estar atentos uma vez mais à es-cuta do Mestre, e ao redor dela, voltarmos a receber com estremecimento o mandato missionário de seu filho: “Vão e façam dis-cípulos todos os povos” (Mt 28,19).

lava, mais entrava na minha alma. Senti um Jesus missionário e alegre, que caminha no meio de nós, nos inclui e nos reanima para a missão.

Hoje me sinto 100% missionária, apai-xonada pelas santas Missões Populares. Creio que é um projeto de Jesus Cristo que nos leva, hoje, a sermos, no nosso tempo, as pernas, os braços, a boca do Senhor, e falar dele em meio a tantos desafios. Para ser missionário hoje, precisamos ser ousa-dos e corajosos na fé, deixando que o outro sinta, em nós, o acolhimento.

Sempre digo que não são palavras bo-nitas que animam, mas oferecer ao outro a

experiência de sentir-se amado, e essa é a cara das Santas Missões Populares, porque é uma sacudida em nossas co-munidades, uma experiência de Deus Trindade que alimenta a beleza do se-guimento de Jesus.

A missão nos coloca a caminho em serviço, nos ensina a cultivar relações pessoais, sinceras, fraternas e solidá-rias. Santas Missões são um grande mu-tirão em favor da vida. Ser missionário é doar a vida. Eu amo fazer missão, por onde o Senhor mandar eu irei, porque o amor dele que está em mim eu não posso ocultar.

COMUNIDADES EM MISSÃO - IGREJA VIVA | 11

comunicaçõesaniversários setembro

agenda pastoral

atos da cúria

Natalício1 Padre Donizete de Brito5 Padre José Ronaldo Rocha 6 Monsenhor Hilário Pardini15 Padre Carlos Miranda

2 Reunião da Coordenação Diocesana da equipe do TLC - Guaxupé Reunião da Coordenação Diocesana da Formação de Leigos - Guaxupé Reunião Diocesana do Serviço de Animação Litúrgica - Passos Reunião da Coordenação Diocesana da RCC - Setor Poços de Caldas3 Encontro Setorial de coordenadores Paroquiais em comemoração ao Dia do Catequista4 Reunião do Conselho de Formação Presbiteral - Guaxupé7 Independência do Brasil8 Natividade de Nossa Senhora 7-10 Cursilho Masculino – Setor Passos9 Reunião do Conselho Diocesano do ECC - Jacuí10 Encontro da Campanha da Mãe Peregrina Infanto-Juvenil – Mãe Rainha11 Reunião dos Presbíteros dos setores Alfenas e Areado - Paróquia São José - Machado13 Reunião dos Presbíteros do setor Passos – Paróquia São Sebastião - Alpinópolis14 Reunião dos Presbíteros do setor Guaxupé – Monte Santo de Minas

Ordenação 11 Padre Claiton Ramos13 Padre Glauco Siqueira dos Santos19 Dom José Lanza Neto (episcopal)28 Padre Pedro Alcides de Souza

14-17 Setor Passos: Cursilho Feminino15 Festa de Nossa Senhora das Dores, Padroeira da Diocese19 Aniversário de Ordenação Episcopal do 9º Bispo Diocesano – Dom José Lanza (2004)20 Reunião dos Presbíteros do setor Poços de Caldas – Paróquia Santa Rita - Palmeiral21 Reunião dos Presbíteros dos setores Cássia e São Sebastião do Paraíso - Santo Tomás de Aquino23 Reunião do Setor Juventude - Guaxupé Reunião do Setor Famílias - Guaxupé Reunião do GED do Cursilho - Guaxupé Reunião Diocesana da Pastoral da Criança - Poços de Caldas24 Encontrão Diocesano do TLC em São Sebastião do Paraíso Encontro Diocesano dos Grupos de Reflexão em Nova Resende Reunião GED preparação Assembleia Diocesana30 Encontro Diocesano das Equipes Paroquiais de Animação Vocacional - Guaxupé

Com o objetivo de “cuidar que os atos da cúria sejam redigidos e despacha-dos, bem como sejam guardados no arquivo da Cúria” (c. 482), o bispo dio-cesano, dom José Lanza, nomeou os seguintes responsáveis pela Chance-laria da Diocese de Guaxupé:

• Padre Sidney da Silva Carvalho – Chanceler, nomeado no dia 27 de junho de 2017

• Amanda Cristina de Oliveira Sil-va – Vice-chanceler, nomeada no dia 3 de agosto de 2017

• Com o objetivo de promover uma evangelização adequada às comunidades paroquiais, a Diocese de Guaxupé promove regularmente a transferência e a nomeação de clérigos para contribuir no exercício do zelo pastoral na Igreja Particular.

Assim, assumem suas funções pas-torais e administrativas:

• Padre Robison de Souza Santos – pároco da Paróquia Nossa Se-nhora Aparecida, em Serrania, no dia 21 de julho de 2017

• Padre Riva Rodrigues de Pau-la – administrador paroquial da Paróquia Divino Espírito Santo, em Cavacos (distrito de Altero-sa), no dia 23 de julho de 2017

• Padre Riva Rodrigues de Pau-la – administrador paroquial da Paróquia São João Batista, em

Barranco Alto (distrito de Alfe-nas), no dia 23 de julho de 2017

• Padre Sérgio Aparecido Bernar-des Pedroso – vigário paroquial da Paróquia São Sebastião, em São Sebastião do Paraíso, no dia 23 de julho de 2017

• Padre Vinícius Pereira Silva – vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Campestre, no dia 24 de julho de 2017

• Padre Gilvair Messias da Silva – pároco da Paróquia São Be-nedito, em Passos, no dia 2 de agosto de 2017

• Padre Célio Laurindo da Silva – coordenador da Área Pastoral – Canastra, com posse prevista para o dia 13 de agosto de 2017

• Padre Donizetti Miranda Mendes – pároco da Paróquia São João Batista, Arceburgo, com posse no dia 17 de agosto de 2017

• Padre Alessandro Oliveira Faria – administrador paroquial da Pa-róquia Nossa Senhora da Con-ceição, Divisa Nova, com posse no dia 18 de agosto de 2017

• Padre Michel Donizetti Pires – administrador paroquial Paró-quia Nossa Senhora do Carmo, Carmo do Rio Claro, com posse no dia 20 de agosto de 2017

• Informa-se também o Decre-to de Suspensão de Ordem do monsenhor Enoque Donizetti de Oliveira, oficializado no dia 27 de julho de 2017.

A alegria do Evangelho para uma Igreja em saída

Juntos na missão permanente

Campanha Missionária 2017Dia Mundial das Missões - Coleta Nacional - 21 e 22 de outubroPontifícias Obras Missionárias (POM) - Comissão Episcopal para a Amazônia (CNBB)

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12 | JORNAL COMUNHÃO - DIOCESE DE GUAXUPÉ