excerto-g-vol2 teoria energias sutis

Upload: blessolutions

Post on 06-Apr-2018

234 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    1/35

    TRILOGIA KOSMOS

    EXCERTOS DO VOLUME 2

    KEN WILBER

    Traduo de Ari Raynsford (www.ariray.com.br)

    EXCERTO G RUMO A UMA TEORIA DE ENERGIAS SUTIS

    NDICE

    I Introduo: da Grande Cadeia do Ser ao Ps-modernismo em trs passos fceis 1Viso geral 11. Primeiro passo 4O problema 4

    Soluo sugerida 52. Segundo passo 7O problema 7Soluo sugerida 83. Terceiro passo 9O problema 9Soluo sugerida 10

    II Uma teoria integral de energias sutis 12O espectro de energias sutis 12Terminologia 17Involuo e evoluo 18A doutrina das duas verdades 19O problema 19Soluo sugerida 20Resumo da realidade quntica 22

    III Algumas particularidades de uma teoria integral de energias sutis 23Refinamentos 23Uma taxonomia refinada de energias sutis 25Reencarnao 26Os chacras 29

    IV Algumas comparaes com outros teorizadores 32Notas 1-6 33

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    2/35

    1

    Excerto G: Rumo a Uma Teoria Completa de Energias Sutis

    Ken Wilber

    I. Introduo: da Grande Cadeia do Ser ao Ps-modernismo em trs passos fceis

    O texto a seguir um excerto do primeiro rascunho do volume 2 da trilogia Kosmos,

    intitulado provisoriamente de Kosmic Karma (o volume 1 da trilogia foi Sex, Ecology,Spirituality). Este extrato sugere uma teoria coerente e abrangente das muitas abordagenspara energias sutis, sua origem, natureza, e desenvolvimento. Este excerto em particularvem no fim do volume, o que significa que quem o l no desfrutou do benefcio (ou datortura) de ter lido a primeira parte do livro. Portanto, apresentarei uma breve introduo,seguida por uma abordagem integral para energias sutis.

    Os dois primeiros excertos de Kosmic Karma("An Integral Age at the Leading Edge" e "TheMany Ways We Touch") podem ser encontrados no site http://wilber.shambhala.com/; elesexplicam a abordagem geral. "AQAL" (pronuncia-se aqual) a abreviatura para "todos osquadrantes, todos os nveis, todas as linhas, todos os estados, todos os tipos," que ametateoria da abordagem integral, a ser explicada medida que prosseguirmos.

    Aps a Introduo (Parte I), esboarei uma "Teoria Integral de Energias Sutis" (Parte II), econcluirei fazendo uma comparao com outros teorizadores (Parte IV).

    Viso geral

    Antes de tratarmos da contribuio que a cincia moderna trouxe para o campo dasenergias sutis, vamos verificar o que as grandes tradies de sabedoria nos tm a dizer. Emseguida, tentaremos junt-las numa teoria integral de energias sutis.

    A tradicional "Grande Cadeia do Ser" normalmente apresentada como: matria, corpo,

    mente, alma, e esprito. No Vedanta, por exemplo, esses so, respectivamente, os 5invlucros ou nveis do Esprito: annamayakosha(o invlucro ou nvel do alimento fsico),pranamayakosha (o nvel do lan vital), manomayakosha (o nvel da mente),vijnanamayakosha(o nvel da mente superior ou alma) e anandamayakosha (o nvel dabem-aventurana transcendental ou esprito causal. O Vedanta, claro, adiciona turiya, ou oSelf transcendental sempre presente, e turiyatita, ou o Esprito-como-tal, no-dual, semprepresente, inqualificvel, mas o esquema mais simples de cinco nveis servir aos nossosobjetivos introdutrios. Voltaremos mais tarde verso mais "completa".)

    Essa Grande Cadeia do Ser de cinco nveis pode ser representada esquematicamente comona figura 1. Embora tenhamos de ser muito cuidadosos com comparaes interculturais,esquemas interpretativos semelhantes a essa Grande Cadeia, ou "Grande Ninho do Ser",

    podem ser encontrados na maioria das tradies de sabedoria do mundo "pr-moderno",como apresentado nas figuras 2 e 3, que so diagramas usados por Huston Smith paraindicar as semelhanas gerais (ou imagens familiares) entre essas tradies.

    Com referncia figura 1, note que a Grande Cadeia, como concebida por seusproponentes (de Plotino a Aurobindo), realmente mais um Grande Ninho ou o que frequentemente chamado de uma "holarquia" porque cada nvel snior vai alm de seusnveis juniores, mas os envolve (ou os "aninha") o que Plotino chamou "umdesenvolvimento que envolvimento." Porm, cada nvel mais elevado tambm transcenderadicalmente seus juniores e no pode nem ser reduzido a eles, nem explicados por eles.Isso indicado na figura 1 como (A), (A + B), (A + B + C), e assim por diante, significandoque cada nvel snior contm elementos ou qualidades que so emergentes e irredutveis.

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    3/35

    2

    Por exemplo, quando a vida (A + B) emerge da matria (A), ela contm certas qualidades(tais como reproduo sexual, sensaes interiores, autopoiese, lan vital, etc. todasrepresentadas por "B") que no podem ser atribudas estritamente s condies materiaisde "A". Do mesmo modo, quando a mente ("A + B + C") emerge da vida, ela contmcaractersticas emergentes ("C") que no podem ser reduzidas, ou explicadas, somente pelavida e pela matria. Quando a alma ("A + B + C + D") emerge, transcende a mente, a vida eo corpo. Assim, a evoluo, esse "desdobramento" do Esprito, da matria para o corpo,

    para a mente, para a alma, para o Esprito em si, ou a realizao do Esprito absoluto que a Meta e a Essncia da sequncia inteira.

    Figura 1. A tradicional Grande Cadeia do Ser

    Figura 2. A Grande Cadeia em vrias Tradies de Sabedoria; compilao de HustonSmith (layout grfico cortesia de Brad Reynolds).

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    4/35

    3

    Figura 3. "Como em cima, embaixo" (em Forgotten Truthde Huston Smith;reimpressa com permisso.)

    A melhor introduo para esse conceito tradicional encontrada no clssico de SchumacherA Guide for the Perplexed (Um Guia para os Perplexos), ttulo emprestado da grandeexposio de Maimnides sobre o mesmo tpico. A ideia geral de uma grande holarquiade ser e saber, com os nveis de realidade no mundo "exterior" refletidos nos nveis do eu(ou nveis "interiores" de ser e saber), o que especificamente sugerido na figura 3.

    Mas, segundo as tradies, esse processo completo de evoluo ou "desdobramento"nunca poderia ter ocorrido sem um processo prvio de involuo ou "dobramento." No sno se pode explicar o mais alto em termos do mais baixo, como tambm o mais alto noemerge, de fato, do mais baixo; mas o contrrio verdadeiro, de acordo com as tradies.

    Isto , as dimenses ou nveis mais baixos so realmente sedimentos ou depsitos dasdimenses mais altas, e descobrem seu significado por causa das dimenses mais altas,das quais so uma verso diluda ou de nvel inferior. Esse processo de sedimentao chamado de "involuo" ou "emanao." Segundo as tradies, antes que a evoluo oudesdobramento do Esprito possa acontecer, a involuo ou o dobramento do Esprito deveocorrer: o mais alto sucessivamente decai para o mais baixo. Desse modo, os nveis maisaltos parecem emergir dos nveis mais baixos durante a evoluo por exemplo, a vidaparece emergir da matria porque, e s porque, ambas foram primeiramente lsedimentadas pela involuo. Voc no pode conseguir o mais alto a partir do mais baixo amenos que o mais alto j esteja l, em potencial dormindo, por assim dizer esperandopara emergir. O "milagre da emergncia" simplesmente o jogo criativo do Esprito noscampos de sua prpria manifestao.

    Portanto, para as tradies, o grande jogo csmico comea quando o Esprito se exterioriza,por esporte e divertimento (lila, kenosis), para criar um universo manifesto. O Esprito se"perde", "esquece" de si prprio, assume uma fachada mgica de diversidade (maia), a fimde criar uma grande brincadeira de esconder consigo mesmo. Inicialmente, o Esprito seprojeta para criar a alma, a qual um reflexo diludo e um degrau abaixo do Esprito; a alma,ento, desce para a mente, um reflexo ainda mais plido da glria radiante do Esprito; emseguida, a mente desce para a vida, e a vida desce para a matria, que a forma maisdensa, mais baixa, menos consciente do Esprito. Poderamos representar isso como: OEsprito-como-esprito desce para o Esprito-como-alma, que desce para o Esprito-como-mente, que desce para o Esprito-como-corpo, que desce para o Esprito-como-matria.Esses nveis do Grande Ninho so todos formas do Esprito, mas essas formas tornam-se

    cada vez menos conscientes, cada vez menos cientes de sua Origem e Quididade, cada vezmenos sensveis sua Essncia eterna, embora nada mais sejam do que o Esprito-em-jogo.

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    5/35

    4

    Se representarmos os principais estgios emergentes da evoluo como (A), (A + B), (A + B+ C), e assim por diante onde os sinais de adio significam que algo est emergindo ousendo adicionado manifestao ento podemos representar a involuo como o prvioprocesso de subtrao: o Esprito comea ntegro e completo, com todas as manifestaescontidas potencialmente em si mesmo, que podemos representar em colchetes: [A + B + C +D + E]. O Esprito d o primeiro passo na manifestao e comea a perder-se namanifestao desprendendo-se da natureza espiritual pura e assumindo uma forma

    manifesta, finita, limitada isto , a alma [A + B + C + D]. A alma agora esqueceu "E," ousua identidade radical com e como Esprito; com a confuso e ansiedade resultantes, a almafoge desse terror descendo para a mente [A + B + C], que esqueceu "D," seu esplendor dealma; e a mente foge para a vida, esquecendo "C," ou sua inteligncia; e, finalmente, a vidaperde sua vitalidade vegetativa "B" e surge como a matria "A", no-senciente, inanimada nesse ponto, algo como o Big Bangacontece, quando ento a matria explode na existnciaconcreta e parece existir em todo o mundo manifesto apenas matria no-senciente,inanimada, morta.

    Mas, curiosamente, essa matria ativa, no mesmo? No parece ficar deitada,aproveitando o seguro-desemprego, assistindo televiso. Incrivelmente, ela comea aacordar: "ordem a partir do caos" como a fsica da complexidade chama isso ouestruturas dissipativas, ou auto-organizao, ou transformao dinmica. Mas ostradicionalistas foram mais diretos: "Deus no permanece petrificado e morto; as pedrasclamam e elevam-se na direo do Esprito", como afirmou Hegel.

    Em outras palavras, de acordo com as tradies, uma vez que a involuo aconteceu, entoa evoluo comea ou pode comear, movendo-se de (A) para (A + B), para (A + B + C), eassim por diante, com cada principal passo emergente nada mais sendo do que umdesdobramento ou lembrana das dimenses mais elevadas que foram secretamentedobradas ou sedimentadas nas mais baixas durante a involuo. Aquilo que foidesmembrado, fragmentado e esquecido na involuo relembrado, reunido, inteirado epercebido durante a evoluo. Da a doutrina da anamnese, ou "recordao" platnica e

    vedntica, to comum nas tradies: se a involuo um esquecimento de quem voc , aevoluo uma recordao de quem e o que voc tat tvam asi: voc Isto. Satori,metanoia, mokshae wuso alguns dos nomes clssicos para essa realizao.

    1. Primeiro passo

    Por mais belo e brilhante que seja esse esquema interpretativo, ele tem seus problemas.No que o esquema propriamente dito esteja errado, mas sim que os mundos moderno eps-moderno adicionaram diversos insights profundos que precisam ser includos ouincorporados, se quisermos ter uma viso mais integral ou abrangente. Isso o que significa"da Grande Cadeia do Ser ao Ps-modernismo em Trs Passos Fceis".

    O problema

    O Grande Ninho, involuo e evoluo, nveis dimensionais de ser e saber: essas foramalgumas das contribuies profundas dos grandes santos e sbios do mundo pr-moderno,e podem ser realmente encontradas em tudo, desde as Enadasde Plotino ao LankavataraSutra, ao The Life Divine de Aurobindo, todos expresses dos grandes sistemasmetafsicos.

    Mas existe um ponto que talvez devamos ter em mente quando ns, modernos, tentamosavaliar essas ideias: em ltima anlise, os grandes sistemas metafsicos foram estruturasinterpretativas que os sbios deram a suas experincias espirituais. Esses esquemas, comoa Grande Cadeia, foram interpretaes de experincias vividas eles no foram tipos fixose rgidos de grades ontolgicas que so verdadeiros por toda a eternidade. Se, a seguir,questiono a adequabilidade de algumas dessas interpretaes, no estou em absoluto

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    6/35

    5

    questionando a autenticidade das experincias ou realizaes desses grandes sbios. Estousimplesmente sugerindo que, medida que a evoluo se desenvolve, novos horizontespodem ser usados para recontextualizar e remodelar essas experincias em sistemas demalhas interpretativas, que so mais adequados luz das contribuies modernas e ps-modernas, de forma que o resultado lquido seja uma integrao do melhor das formas pr-moderna, moderna e ps-moderna do desdobramento do Esprito.

    Para atingir esse objetivo, sugerirei trs dificuldades centrais relativas s estruturasinterpretativas dos grandes sistemas metafsicos, como tambm sugerirei trs remdios. Emminha opinio, queremos manter tanto quanto possvel os grandes sistemas tradicionais, aomesmo tempo em que abandonamos suas interpretaes metafsicas dispensveis,interpretaes que no s no so necessrias para explicar o conjunto de dados, comotambm garantem que a espiritualidade no conseguir um julgamento justo no tribunal dopensamento moderno e ps-moderno.

    A primeira dificuldade pode ser vista com esse exemplo. Se voc olhar para quaisquer dasfiguras que representam a metafsica tradicional (figs. 1, 2, 3), notar que todos os nveissuperiores matria so realmente metafsicos, o que significa alm da fsica ou alm damatria. O nvel material inclui, por exemplo, o crebro humano como uma entidade materialcomplexa. De acordo com os sistemas metafsicos, isso significa que as sensaes de umverme (que esto no nvel 2) encontram-se num nvel mais elevado de realidade que ocrebro humano (que est no nvel 1).

    claro que algo est errado com esse esquema. Parte do problema que a relao entre aconscincia humana e a neurofisiologia humana no bvia (e nem mesmo est disponvel)para a fenomenologia introspectiva (isto , para a meditao ou contemplao), o quesignifica que itens como dopamina, serotonina, circuitos sinpticos, o ciclo de Kreb, aregulao hipotalmica, e assim por diante, no estavam geralmente disponveis para osantigos. Novamente, isso no significa que sua realizao espiritual foi falha ou inadequada,mas simplesmente que eles no tinham conhecimento de alguns fatos finitos descobertos

    pela cincia moderna. Se Plotino vivesse hoje, voc pode apostar que dedicaria vrioscaptulos das Enadas neurofisiologia cerebral e sua relao com o esprito. Se Shankaravivesse hoje, sem dvida seus comentrios nos Brahma Sutras apresentariam extensasdiscusses sobre a relao dos nadiscom os neurotransmissores.

    Soluo sugerida

    O que Plotino ou Shankara poderiam ter concludo sobre a relao entre as realidadesespirituais e as realidades materiais, como o crebro? Acredito que teriam concordado como seguinte; mas em todo caso, aqui est a sugesto n 1:

    Figura 4. Primeiro Passo: A matria no a "parte inferior" de todos os nveis, mas a"parte exterior" de todos os nveis.

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    7/35

    6

    No mundo manifesto, o que chamamos de "matria" no o degrau inferior do grandeespectro de existncia, mas a forma exterior de todos os degraus do grande espectro. Amatria no inferior e a conscincia, superior, e sim matria e conscincia so o exterior einterior de cada situao.

    Isso pode ser esquematicamente representado como mostrado na figura 4, e em maisdetalhes, na figura 5. A jogada bsica aqui considerar a "matria", que aparece no degrau

    inferior da existncia (com todos os outros nveis sendo mais elevados e "meta"-fsicos), ereposicion-la como a forma exterior de todos os outros nveis. As tradies sempreentenderam que os nveis "mais elevados" que a matria so "invisveis" aos sentidoscomuns, e o mesmo verdadeiro em nossa reformulao: isto , todas as dimenses"interiores" (sensaes, compreenso mtua, compaixo, conscientizao, conscincia, etc.)so invisveis aos sentidos exteriores; mas podemos afirmar isso sem fazer interpretaes"metafsicas" desnecessrias. (J sei, e o que dizer sobre a reencarnao? Espere umpouco...)

    Por enquanto, estamos limitando nossa ateno aos dois quadrantes superiores. NoQuadrante Superior Direito, podemos ver a evoluo exterior de formas "materiais" ou"fsicas", como descoberta pela cincia moderna. Essas formas exteriores incluem, emordem crescente de complexidade evolucionria, itens como: tomos, molculas, clulasprimitivas ou procariticas, clulas verdadeiras ou eucariticas, organismos com redesneurais, organismos com cordo neural (por exemplo, camaro), um tronco cerebralreptiliano (por exemplo, lagarto), um sistema lmbico (por exemplo, cavalo), um neocrtex oucrebro trino (por exemplo, seres humanos, com vrios "funes estruturais" mais elevadastambm listadas).

    Figura 5. Os Quatro Quadrantes.

    Todas so formas "exteriores" ou "materiais", uma vez que voc as pode ver no mundo

    exterior ou sensrio-motor. Mas cada uma dessas formas materiais de complexidadecrescente tem, como correlato interior, um nvel de conscincia crescente. Desse modo(seguindo Whitehead): tomos, cujas formas exteriores so entidades fsicas como

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    8/35

    7

    nutrons, prtons e eltrons, possuem um interior de preenso ou protossensaes(protoconscientizao); organismos neurais possuem sensaes interiores; organismos comcordo neural tm percepo; o aparecimento de animais com tronco cerebral reptilianogera a emergncia de impulsos e instintos interiores; um sistema lmbico exterior emergecom emoes interiores; um crebro trino a forma exterior ou material de uma conscinciainterior que pode conter, entre muitas outras coisas, cognio operacional-formal,moralidade ps-convencional, viso-lgica, capacidades lingusticas e assim por diante.

    (Voc pode ver algumas dessas correlaes entre o Quadrantes Superior Direito e SuperiorEsquerdo na fig. 5.)

    Em outras palavras, a matria no o degrau inferior da espiral evolucionria, mas sim aforma exterior de uma evoluo cujos interiores contm nveis correlatos de sensaes,conscientizao, conscincia, e assim por diante. A metateoria AQAL trata disso dizendoque toda mente tem um corpo, ou todo estado de conscincia tem um estado de assinaturacorrespondente de matria-energia, ou cada preenso interior tem um forma exterior emresumo, toda situao do Quadrante Superior Esquerdo tem uma correlata no QuadranteSuperior Direito e vice-versa. No meramente que os nveis mais elevados (vida, mente ealma) deixem impresses ou pegadas na matria (que permaneceria no nvel mais baixo),mas que o que ns chamamos de matria a forma exterior de cada um dos nveisinteriores (como sugerido nas figs. 4 e 5).

    Assim, o que os sbios pr-modernos assumiram como realidades META-fsicas so, emmuitos casos, realidades INTRA-fsicas: elas no esto acima da matria, nem alm danatureza, nem so metafsicas, nem sobrenaturais; no esto acima da natureza e simdentro dela; no alm da matria, mas em seu interior.

    No existe nenhum modo simples para que um santo pr-moderno, em meditao profundasobre a natureza da alma, pudesse saber que seu padro de ondas cerebrais encontrava-seem estados alfa-teta; nenhum modo para saber que a serotonina estava aumentando, que ocido lctico neural estava diminuindo, que a necessidade de oxignio das clulas fora

    significativamente reduzida, e que estavam ocorrendo lateralizaes hemisfricas. Portanto,todas as revelaes interiores da alma pareciam e eram sentidas como se no fossemfsicas, no fossem materiais, no fossem conectadas de nenhuma maneira natureza, nofizessem parte do tecido da manifestao material: elas eram metafsicas em todos ossentidos.

    Como veremos, existem alguns aspectos das dimenses superiores que podem serverdadeiramente metafsicos; mas a primeira coisa que devemos notar que grande partedo que a pr-modernidade assumiu como metafsica , de fato, intrafsica, no acima, masinterior natureza. Esse o primeiro passo para nos movermos da metafsica para a ps-metafsica integral.

    2. Segundo passo

    O problema

    O passo n 1 envolve a adio das contribuies inestimveis da cincia moderna profunda sabedoria das tradies pr-modernas O passo n 2 trata de acrescentar asimportantes contribuies do retorno ps-moderno ao Esprito.

    Essas contribuies so resumidas nos dois quadrantes inferiores da figura 5. Osquadrantes superiores representam um ser individual; os quadrantes inferiores um grupo,uma coletividade ou sistema de seres individuais. Os quadrantes esquerdos representam osinteriores de um indivduo ou grupo; e os quadrantes direitos representam os exteriores deum indivduo ou grupo. Desse modo, os quatro quadrantes so o interior e o exterior doindivduo e da coletividade. (Novamente, por favor, perdoe-me esses atalhos na explicao.

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    9/35

    8

    Vide, por exemplo, A Unio da Alma e dos Sentidos Integrando Cincia e Religio, parauma discusso mais completa.)

    O ponto importante relativo ps-modernidade simplesmente esse: da mesma maneiraque os antigos no puderam aproveitar as descobertas cientficas modernas nasinterpretaes metafsicas das suas experincias espirituais autnticas, eles tambm nopuderam aproveitar as revelaes profundas do ps-modernismo, da etnometodologia, do

    contextualismo cultural, da sociologia do conhecimento, e assim por diante. Juntando todaselas, chega-se a uma acusao devastadora: muitas coisas que os sbios antigosassumiram como absolutos metafsicos so, de fato, culturalmente moldadas econdicionadas.

    Soluo sugerida

    Isso no significa que no existam verdades interculturais ou universais. Simplesmentesignifica que identific-las exige muito mais cuidado do que a metafsica imaginou; e queessa identificao deve ser feita com metodologia de pesquisa e no com especulaometafsica. (Vide Excerpt "C"no site wilber.shambhala.com.)

    A contribuio ps-moderna para a discusso pode ser resumida dizendo-se que todoindivduo est aninhado em sistemas de redes culturais e sociais, redes que tm umaprofunda influncia no ser e saber dos prprios indivduos. Essas redes esto no QuadranteInferior Esquerdo QIE (cultural) e no Quadrante Inferior Direito QID (social) da figura 5. OQID representa sistemas sociais os sistemas coletivos ou exteriores coletivos deorganismos individuais, exteriores que podem ser vistos no mundo exterior ou sensrio-motor (lembre-se de que os quadrantes direitos podem ser vistos "l fora" porque so"materiais" ou "exteriores"). Esses sistemas exteriores incluem itens como ecossistemas,sistemas geopolticos, meios de tecnoproduo (caa e coleta, horticultural, informacional,etc.) e todos os aspectos visveis, exteriores, concretos de coletividades ou sistemas.Novamente, notem que, para as tradies metafsicas, todos esses "sistemas materiais"

    estariam no degrau mais baixo da existncia, enquanto que, para a ps-metafsica integral,eles so simplesmente as dimenses exteriores coletivas dos nveis "mais elevados" (agorainteriores). O QID especialmente a "Natureza" na qual as dimenses mais elevadas agoraesto dentro, no acima.

    O QIE ou quadrante cultural representa todos os interiores de grupos ou coletividades,interiores (como todos os quadrantes esquerdos) no podem ser vistos "l fora"; interiorescomo valores de grupo, identidades, vises de mundo, convices culturais, contextos defundo e assim por diante. A teoria de sistemas foca o QID e o ps-estruturalismo ps-moderno foca o QIE representando os exteriores e interiores do coletivo.

    A teoria de sistemas, em suas muitas formas, enfatiza o fato que todo organismo individual

    est inseparavelmente interconectado com seu ambiente em teias dinmicas de relaes eecossistemas, tudo podendo ser visto "l fora" o que novamente mostra que a "matria"no o nvel mais baixo de ser, mas simplesmente a forma exterior de todos os nveisinteriores de ser (nesse caso, a forma exterior do sistema coletivo ou comunal).

    Obviamente, nada na teoria de sistemas ou na ecologia lida com estados interiores debeleza, satori, samadhi, entendimento mtuo, valores, vises de mundo e assim por diante,porque todos esses so realmente interiores (e, portanto, inacessveis ecologia ou teoriade sistemas). O esforo para reduzir todas as realidades a um nico quadrante, como ateoria de sistemas frequentemente faz (por exemplo, Fritjof Capra), conhecido comoabsolutismo de quadrante, e algo que um pluralismo metodolgico integral tenta evitar.

    Por outro lado, o ps-modernismo conhecido por focalizar os aspectos interiores ouculturais de estar no mundo de um indivduo, onde enfatiza que muito do que qualquer

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    10/35

    9

    sociedade assume como "dado," "verdadeiro," e "absoluto" , na realidade, culturalmentemoldado, condicionado e relativo. O fato de o ps-modernismo ser frequentemente pego emseu prprio absolutismo de quadrante (onde ele tenta reduzir tudo a construes culturais noQIE) no deve prejudicar as importantes verdades que ele revelou as quais resumimosdizendo que toda situao tem uma dimenso de QIE.

    Assim, os quatro quadrantes representam quatro dimenses inseparveis de estar no

    mundo de qualquer indivduo. Essas dimenses so to fundamentais que toda as principaislinguagens naturais as contm como pronomes de primeira pessoa, segunda pessoa eterceira pessoa, que podem ser resumidos como eu, ns, isso, e "issos". O quadrantesuperior esquerdo (QSE) "eu," as sensaes interiores ou conscientizao de qualquer sersenciente individual (tomos a formigas, a macacos). O quadrante superior direito (QSD) "isso," a forma exterior de um ser senciente (isto , sua matria e energia que inclui, comologo veremos, as energias sutis). O QID a forma exterior de um grupo, coletividade, ousistema de seres ou indivduos sencientes. E o QIE, o interior ou conscincia coletivos,valores coletivos, experincias intersubjetivas, contextos culturais, e assim por diante.Novamente: o interior e o exterior individual e coletivo.

    Inclu mais um diagrama, que apresenta os quatro quadrantes com algumas das suasformas como aparecem nos seres humanos (fig. 6).

    No vou fazer um longo e cansativo arrazoado, mas simplesmente exponho minha opiniode maneira bem firme: qualquer espiritualidade pr-moderna que no entre em acordo coma modernidade e a ps-modernidade no tem nenhuma chance de sobrevivncia no mundofuturo. Um modo de efetuar essa integrao usando AQAL ("todos os quadrantes, todosos nveis"), que combina as contribuies duradouras do pr-moderno, moderno, e ps-moderno. O "todos os nveis" refere-se ao grande espectro de ser e saber inicialmenteinterpretado to brilhantemente pelo grandes sbios pr-modernos matria para corpo,para mente, para alma, para esprito (retornaremos a esses nveis daqui a pouco). O "todosos quadrantes" refere-se aos refinamentos trazidos pela modernidade (isto , a matria no

    est no degrau inferior, mas no exterior dos degraus) e pela ps-modernidade (isto , todoser individual est inserido em contextos culturais e sociais).

    Adotar algo como uma estrutura AQAL o segundo grande passo para nos movermos dametafsica para a ps-metafsica integral.

    3. Terceiro passo

    O problema

    Agora comearemos a considerar o papel e natureza da energia densa, energia sutil eenergia causal. Eu j sugeri que massa e energia so aspectos do QSD de todo ser

    individualisto , elas representam algumas das formas exteriores de todo indivduo (e detodo sistema, como veremos).

    O problema aqui pode ser expresso da seguinte maneira. Considerando: (1) a falta declareza pr-moderna sobre o papel da matria; e (2) o fato que os antigos, por essa razo,consideravam as energias sutis como fundamentalmente metafsicas ou sobrenaturais; masdado que: (3) o entendimento moderno sobre a matria que ela no a parte inferior e sima exterior; ento (4) como reinterpretar mais adequadamente a relao entre energias sutise formas materiais densas?

    Posto de maneira simples, j que a matria no a parte inferior de todos os nveis, mas oexterior de todos os nveis, como a energia sutil se ajusta nesse esquema? Nas tradiespr-modernas, a energia sutil ou "prana" era normalmente descrita como o segundo nvel naGrande Cadeia (por exemplo, pranamayakosha): era um nvel de energia astral ou etrica

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    11/35

    10

    "acima da" energia e matria fsicas. Porm, se a matria em si foi reinterpretada, comopoderemos, igualmente, reinterpretar a energia sutil para mant-la em sintonia com asrevelaes modernas e ps-modernas do prprio desdobramento do Esprito?

    Figura 6. Alguns aspectos dos Quatro Quadrantes como aparecem nos sereshumanos.

    Soluo Sugerida

    A soluo sugerida nesse caso vem na forma de trs hipteses, duas das quais ns jvimos, a terceira trata diretamente desse ponto.

    N 1.A evoluo crescente gera complexidade crescente da forma densa. No QSD, porexemplo, vemos quarks para prtons, para tomos, para molculas, para clulas, paraorganismos complexos. Esse aumento em complexidade da forma (via processos comodiferenciao e integrao) h muito j foi observado por bilogos evolucionrios. Ervin

    Laszlo: "Desse modo, ao mesmo tempo em que um novo nvel de organizao significa umasimplificao da funo sistmica e da correspondente estrutura sistmica, tambm significaa iniciao de um processo de complexificao estrutural e funcional progressivo." Acho queessa "complexificao" bastante bvia e no precisamos nos deter nela.

    N 2.A complexidade crescente da forma (no QSD) est correlacionada com acrescente conscincia interior (no QSE). Essa foi a "lei de complexidade e conscincia"de Teilhard de Chardin isto , quanto mais da primeira, mais da ltima. Poderamosenunciar de modo mais preciso: quanto maior o grau de complexidade exterior da formamaterial, maior o grau de conscincia interior que pode ser desempenhado no mbitodaquela forma (isto , correlao entre QSD e QSE).

    N 3.Por ltimo e essa a hiptese conectiva a complexidade crescente da formadensa est correlacionada com a sutileza crescente de energias. medida que aevoluo se encaminha para formas densas cada vez mais complexas, o grau crescente de

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    12/35

    11

    complexidade densa acompanhado por correspondentes padres (ou assinaturas) deenergias cada vez mais sutis. J que, neste momento, estamos focalizando seresindividuais, eis o que temos: a evoluo crescente gera complexidade crescente da formadensa (no QSD), que se correlaciona com um grau crescente de conscincia (no QSE), e,no prprio QSD, com uma sutilizao de energias correspondentes. Portanto, em vez deinterpretar nveis mais elevados como estando essencialmente divorciados da matriadensa ou da forma densa, a complexificao da forma densa o veculo de manifestao

    tanto de maior conscincia quanto de energias mais sutis.1

    Se essas ligaes conectivas se mantiverem, esse seria o terceiro importante passo paramovermo-nos de uma metafsica pr-moderna para uma ps-metafsica integral, umamudana que, creio, retm as verdades duradouras das grandes tradies metafsicas, semas suas aparentes estruturas interpretativas antiquadas. Isso nos leva ao fim dessa breveintroduo e ao incio da discusso principal sobre uma teoria integral de energias sutis.

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    13/35

    12

    II. Uma teoria integral de energias sutis

    O espectro de energias sutis

    Como sempre, primeiramente vamos nos familiarizar com as tradies de sabedoria, edepois ver como seus profundos insights podem ser atualizados com AQAL.

    A ideia de que, alm de um espectro de conscincia, existe um espectro de energia comum em muitas tradies. Um tal espectro vai da energia fsica densa, para a energiaetrica, para a energia astral, para a energia psquica, para a energia causal. Nestemomento, sem discutir os detalhes, simplesmente aceitemos que exista um tal tipo deespectro de energia sutil.

    De maneira geral (que refinaremos medida que prosseguirmos), esses 5 nveis de energiaso essencialmente correlacionados com os 5 nveis de conscincia (por exemplo, comoapresentado na fig. 1). De acordo com as tradies, essas energias no so a mesma coisaque a conscincia; a conscincia no pode ser reduzida a essas energias; nem elas podemser reduzidas conscincia. Esses nveis de energia acompanham e suportam seuscorrespondentes nveis de conscincia (de forma que uma energia densa o suporte daconscincia densa, uma energia sutil o suporte da conscincia sutil, uma energia causal o suporte da conscincia causal, e assim por diante).

    Pode-se representar o espectro de energia tal como na figura 1 (energia fsica, energia vital,energia mental, energia anmica). Todos os nveis, tanto de conscincia quanto de energia,superiores ao nvel mais baixo (ou "matria") eram completamente transmateriais(metafsicos, sobrenaturais). Afirmava-se que essas energias formavam esferasconcntricas de expanso crescente, mas eram em si mesmas, essencialmente, no-material-densas (ou, ontologicamente, preexistentes e separveis da matria).

    Os pontos essenciais dessa formulao ainda podem ser verdadeiros, e so verdadeiros, eu

    creio. Mas com a comprrenso do enfoque naturalista da matriz AQAL, podemos reconhecerque muitos dos itens que as tradies pr-modernas acreditavam ser completamentetransmateriais ou metafsicos so, na verdade, relacionados com a complexificao damatria, no uma mera transcendncia da matria.

    Sugerimos que essa naturalizao de ocasies metafsicas apresente trs importantescomponentes: a complexidade da forma densa (no QSD) est relacionada com um graucrescente da conscincia (no QSE), e com uma sutilizao de energias correspondentes noprprio QSD. Podemos representar isso, grosseiramente, como na figura 7.

    Nessa figura, vemos que os campos de energia que se pensava estar pairandometafisicamente alm da matria, na realidade emergem em correlao ntima com a

    complexificao da matria. Esses campos sutis no podem ser reduzidos matria, masnem tampouco so ontologicamente desconectados da matria. O fantasma desconectadoda mquina est, de fato, intimamente relacionado ao grau de complexidade da mquina.Cada mente tem seu corpo. Mente mais sutil e sofisticada significa, simplesmente, corpomais sutil e sofisticado. Como veremos em breve, as tradies (particularmente o Vedantaeo Vajrayana) tiveram um compreenso muito profunda da relao entre conscincia densa,sutil e causal com corpos densos, sutis e causais mas eles no captaram completamentea hiptese conectiva n 3 (isto , a relao de tudo isso com as complexificaes da matriadensa).

    O elo perdido de ligao sugerido na figura 7. Nessa figura, simplesmente assumimos aexistncia do espectro de energia como dado pelas tradies (fsica, etrica, astral,psquica, etc.), e ento fizemos algo que as tradies no puderam fazer: aproveitamo-nosda cincia moderna e correlacionamos o aparecimento desses campos sutis com o registro

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    14/35

    13

    evolucionrio; em seguida, rastreamos a correlao de energias sutis com ascomplexidades da matria densa. Eis aqui uma breve elaborao do que descobrimos(como resumida na figura 7).

    As formas primitivas da evoluo como quarks, eltrons, prtons, tomos e molculas so acompanhadas pelas quatro foras-energias fundamentais da matria densa:eletromagntica, gravitacional, nuclear forte e nuclear fraca. comum referir-se a elas como

    energias "fsicas" ou energias "densas", e isso est correto, desde que nos lembremos queessas energias "fsicas" ou "materiais" no so a totalidade da matria-energia, massimplesmente os nveis mais baixos da matria-energia (isto , os nveis inferiores demassa-energia no quadrante superior direito). Genericamente falando, energias densascercam seus corpos materiais associados em vrios tipos de campos; a energia em si, emsua forma tpica, propaga-se como um evento partcula/onda.

    Figura 7. Complexificao da forma densa acompanhada por energias mais sutis.

    Com o aparecimento, durante a evoluo, das formas materiais complexas que chamamosde "vida" (comeando com vrus e procariotes), uma energia mais sutil frequentementechamada de "etrica" emerge. Como indicado, esses campos de energia etricacircundam os campos de energia fsica de uma maneira holnica (isto , como esferas de

    expanso crescente).

    Nota: na metateoria AQAL, o Kosmos manifesto composto de hlons em vriasperspectivas. Um hlon um todo/parte ou uma totalidade que , simultaneamente, partede outras totalidades por exemplo, um tomo parte de uma molcula, que parte deuma clula, que parte de um organismo, etc. Hlons individuais, indefinidamente parabaixo tomos, quarks, frmions possuem uma centelha de sensibilidade ou preenso, deforma que todos os hlons individuais so seres sencientes. Todos os hlons individuaistambm so o que Whitehead chamou de "individualidades compostas" ou individualidadesformadas por individualidades juniores: uma clula uma individualidade composta formadapor molculas, que so individualidades compostas formadas por tomos, que soindividualidades compostas...

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    15/35

    14

    Quando uma ocorrncia (ou hlon) olhada sob o enfoque de primeira pessoa (como um"eu" ou ser senciente), deparamo-nos com os tipos de fenmenos listados no quadrantesuperior esquerdo (como preenso, sensaes, impulsos, conscientizao, conscincia,etc.) Quando esse mesmo hlon observado de um modo objetivo de terceira pessoa(como um "isso"), encontramos os tipos de fenmenos listados no quadrante superior direito(como massa do hlon, forma e energia mrfica, as quais podem ser descritas em termos deterceira pessoa ou "isso", diferentemente do QSE, que s pode ser descrito em termos de

    "eu"). No momento, estamos rastreando a evoluo de hlons olhando para suas formasexteriores de matria e energia (isto , eventos no quadrante superior direito), medida queemergiram no curso da evoluo.

    Os estgios gerais dessa emergncia evolucionria, no que diz respeito a suas formas noQSD, so sugeridos na figura 7 . Quando um hlon observado sob uma perspectivaobjetiva ou de terceira pessoa, verificamos que corpos materiais como tomos, molculas,clulas so cercados por campos de energia que esto, de acordo com a hiptese n 3,relacionados a graus crescentes de complexidade da forma material densa. Cada umdesses campos de energia fsico, astral, etrico, etc. envolvem e envelopam seuscampos juniores da mesma maneira que suas formas materiais associadas envolvem eenvelopam suas formas juniores (por exemplo, uma clula envolve molculas, que envolvemtomos, etc.). Desse modo, os indivduos compostos e seus campos de energia associadosso ambos "holnicos". Retornaremos a esses pontos ao longo da exposio.

    medida que a evoluo continua a produzir uma complexificao da forma densa, tipos devida emergem e comeam a interpretar estmulos ambientais de modos muito sofisticados,usando sistemas de rgos como uma rede neural e um tronco cerebral reptiliano. Com aemergncia de um tronco cerebral e de um sistema lmbico paleomamfero, uma energiaainda mais sutil chamada de "astral" tambm comea a emergir. "Astral" pode significarmuitas coisas, mas, em especial, significa um campo poderoso de energia emocional maissutil que a fsica e a etrica que permeia o organismo vivo (por exemplo, fluindo pelosmeridianos da acupuntura) e tambm se estende alm, envolvendo os campos fsico e

    etrico numa expanso holnica. (Veremos esses campos de energia holnica quandochegarmos ao diagrama de Burr, adiante.)

    Mas, novamente, esses campos de energia no so radicalmente metafsicos, porque sefossem, ento todos eles (j que no se limitariam a objetos fsicos), poderiam e estariamenvolvendo todos os objetos fsicos, quando, o que de fato acontece, que esses camposs emergem (e envolvem) objetos materiais de um grau correspondente de complexidade.Uma pedra no tem um campo emocional; um verme no tem um campo mental, e assimpor diante. A revoluo moderna (ou naturalista) nos permite ancorar esses campos nanatureza, sem reduzi-los natureza. Uma histria natural desses campos de energia mostraque eles emergem em correlao com o grau de complexidade da forma densa, e juntos (aforma e sua energia correspondente) so as correlaes do QSD (ou os exteriores

    observveis) dos graus crescentes de conscincia do QSE. As formas e energias podem servistas sob a perspectiva de terceira pessoa (elas so os componentes "isso", ou oscomponentes objetivos de todas as unidades mrficas, ou hlons, vistos do exterior); aconscincia s pode ser conhecida sob o enfoque de primeira pessoa (como o "eu" dehlons vistos de dentro).

    Continuando a histria natural de energias sutis: a partir do ponto onde a evoluo da formadensa crescentemente complexa produz um crebro trino, uma energia ainda mais sutil conhecida como "psquica" emerge. "Psquico", nesse caso, significa simplesmente"campos de pensamento", que so produzidos por atividade mental sustentada. Essescampos envolvem e envelopam o fsico, o etrico e o astral mas eles S emergem em,atravs de e ao redor de formas suficientemente complexas que incluem crebros trinos.

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    16/35

    15

    O ponto importante que todos esses campos fsico, etrico, astral, psquico so umaparte inerente dos hlons correspondentes no quadrante superior direito. Isto , o exterior deum ser individual senciente (tomos a formigas, a macacos) consiste de uma forma mrficaindividual e de seus campos de energia relacionados. J que todo hlon , na realidade, umhlon composto, ele contm em sua estrutura os sub-hlons prvios, que, por sua vez,possuem sua prpria preenso interior (QSE) e forma e campo de energia exteriores (QSD),todos continuando sua prpria existncia relativamente independentes, mas agora

    envolvidos e includos no abrao do hlon superior, do qual so subcomponentes hlonsdentro de hlons, campos dentro de campos, energias dentro de energias, indefinidamente.

    Da por que a conscincia, formas e campos de energia so holrquicos. Todos sohierarquias nidiformes de transcendncia e incluso. Nos domnios exteriores, que somarcados por sua extenso no espao-tempo, voc realmente pode observar muitas dessasholarquias: no QSD, clulas fisicamente envolvem molculas, que fisicamente envolvemtomos. Igualmente, no QSD, o campo de energia psquica envolve e envelopa (transcendee inclui) o campo astral, que envolve e envelopa o etrico, que envolve e envelopa o fsico....

    Harold Saxon Burr, fisiologista de Yale, que foi um dos primeiros grandes pioneiros napesquisa cientfica (ou de terceira pessoa) de campos de energia, usava frequentemente umdiagrama como o da figura 8, que representa os campos de energia detectadosexperimentalmente.

    Enfatizo que esse um diagrama altamente esquemtico, simplesmente para mostrar o queest envolvido. Ele inclui um "campo-P," ou quaisquer energias fsicas densas associadas aesse corpo; como tambm um "campo-L" (ou "campo vital") e um "campo-T" (ou "campo depensamento"). Notem a caracterstica holnica. Claro, nenhum desses campos de energia meramente local, ou limitado a um espao fsico localizado. Os aspectos locais dessescampos de energia representados pelos invlucros no diagrama so simplesmente asreas de maior densidade dos campos (ou, alternativamente, as reas com maiorprobabilidade de se encontrar a energia caracterstica). Mas muitos desses aspectos locais

    podem ser fisicamente detectados, de fato, com vrios instrumentos (por exemplo, Burr,Motoyama, Tiller). Paranormais altamente conhecidos e respeitados (por exemplo, MichalLevin) frequentemente percebem esses envoltrios de energia essencialmente do mesmomodo como Burr os descreveu campos dentro de campos, dentro de campos. Isso nosignifica que eles no apaream de outros maneiras, somente que o diagrama de Burr captaalguns aspectos tpicos e importantes dessas energias.

    O ponto que, tanto no interior quanto no exterior, a evoluo realmente , de muitosmodos significativos, holrquica: ela transcende e inclui. E portanto os marcos holnicos daevoluo e desenvolvimento contnuos em conscincia, em complexificao da forma eem campos de energia emergentes demostram um padro hierrquico nidiforme: atotalidade de uma onda se torna uma parte da totalidade da prxima. A esse respeito,

    Plotino ps o dedo na ferida: desenvolvimento envolvimento.

    Uma vez que cada hlon ou indivduo composto contm ou inclui a matria e energia deseus subhlons, podemos usar mais alguns diagramas para, esquematicamente, indicar oque isso pode significar. Com referncia ao diagrama de campos holnicos de Burr, cadahlon individual, quando emerge, tem sua prpria forma densa material mais seus camposde energia associados: quanto maior o grau de complexidade da forma material, maior onmero de campos de energia que a cerca (hiptese n 3). Isso pode ser indicado como nafigura 9.

    Nessa figura, que representa situaes reais quando observadas de modo objetivo, deterceira pessoa (isto , hlons no quadrante superior direito), podemos ver que cada nvelde complexidade crescente da forma material densa transcende-e-inclui (ou congrega) seusnveis juniores da forma material mas todos esse nveis so indivduos compostos por si

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    17/35

    16

    mesmos, e desse modo retm suas prprias assinaturas de energia, de forma que soformados por seus componentes materiais juniores (representados pelas esferas slidas) eseus campos associados de energia (representados pelos envoltrios pontilhados).

    Figura 8. Diagrama de campos de energia de Burr

    Embora estejamos focalizando hlons individuais e seus campos de energia no QSD, anatureza AQAL de todos os hlons sugere claramente que devam existir, no QID, sistemascoletivos de campos de energia associados aos hlons sociais, e acredito que existam(retornaremos a esse ponto em sees posteriores).

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    18/35

    17

    Figura 9. Matria e energia holnica

    A propsito, no existem campos de energia nos quadrantes do lado esquerdo, obviamenteporque so aspectos de primeira pessoa dos hlons: sensaes, conscientizao,conscincia, e assim por diante, cujas correlaes exteriores (ou do lado direito) so massae energia. Todos os hlons possuem os quatro quadrantes, o que significa que todos oshlons apresentam interiores de conscincia e exteriores de forma e energia (por exemplo,at mesmo a conscincia sutil tem um corpo sutil e a conscincia causal tem um corpocausal, etc.), mas a conscincia em si no energia, nem energia conscincia.

    Terminologia

    Sem dvida, quando nos referimos a energias sutis, a terminologia rapidamente passa a ser

    um problema importante. Primeiro, existe uma impressionante variedade de termos usadosatualmente para esses fenmenos; segundo, h um grande nmero de fenmenos sendoproposto; e terceiro, existe uma proliferao de teorias tentando explicar os fenmenos.

    Temos que comear de algum modo; assim, vou fazer algumas sugestes semnticas.Essas so apenas sugestes.

    Nvel de Massa-Energia Nvel Correspondente de Conscincia

    1. Fsico Denso (gravitacional, eletromagntica, 1. Sensrio-motornuclear forte e nuclear fraca)2. Etrico, Campo-L 1 (L-1) ou Biocampo 1 2. Vital3. Astral, Campo-L 2 (L-2) ou Biocampo 2 3. Emocional-sexual4. Psquico-1 ou Campo-T 1 (T-1) 4. Mental5. Psquico-2 ou Campo-T 2 (T-2) 5. Mental Superior6. Causal ou Campo-C 6. Sobremental7. No-dual 7. Supermental

    Tabela 1. Nveis de energia e conscincia

    Um dos primeiros pontos que precisamos considerar o simples fato que, em qualquer

    esquema de classificao, o nmero de "nveis" arbitrrio. Ao medir temperatura, porexemplo, podemos usar a escala Fahrenheit (em que existem 180 "graus" ou "nveis" decalor entre o gelo e o vapor d'gua) ou podemos usar a escala Celsius (em que existem 100

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    19/35

    18

    nveis). Qual a correta? Ambas so adequadas, desde que saibamos qual estamosusando.

    O mesmo vale para nveis de conscincia, nveis de complexidade material e nveis deenergia sutil. Isso no quer dizer que eles no sejam reais, mas simplesmente que amaneira como os dividimos arbitrria. A nica coisa que no arbitrria, de acordo com ashipteses n 2 e n 3, que qualquer que seja o nmero de nveis de conscincia, sempre

    existir o mesmo nmero de nveis de matria-energia: eles so o interior e o exterior domesmo evento.

    Apresentarei algumas sugestes de terminologia em duas partes: primeiro, uma lista donmero mnimo de nveis de energia que precisaremos a fim de cobrir a maior parte dospontos relevantes; e, mais tarde, uma taxonomia mais refinada envolvendo famlias, gnerose espcies.

    No estgio presente de nosso conhecimento, parecem existir pelo menos sete principaisnveis diferentes de energia. Eles se correlacionam aproximadamente com os setes chacrase so indicados na Tabela 1, junto com a terminologia sugerida. Retornaremos a umataxonomia refinada mais tarde.

    Involuo e evoluo

    Antes de nos voltarmos para alguns refinamentos desse esquema, existe um ltimo itemimportante que precisa ser tratado, um item que provavelmente causou mais dificuldadeterica do que qualquer outro, no s na rea de energias sutis, mas tambm na rea globalda espiritualidade e misticismo e sua relao com a cincia moderna.

    Isto , onde se localiza o vcuo quntico nesse esquema?

    De acordo com a fsica moderna quntica e relativstica, a quantidade da densidade de

    energia de vcuo contida num nico tomo de hidrognio maior que a quantidade deenergia armazenada em todas as estrelas conhecidas. Em outras palavras, uma imensidode energia. Vrios fatos intrigantes sobre a realidade quntica como esse levaram umalonga lista de cientistas de LeShan a Capra, a Zukav, a Wolf (e dezenas que no seronomeados) a comparar o vcuo quntico com algo parecido com esprito, supermente, oTao, Brahman, o Vazio do Budismo, e assim por diante. O resultado, em minha opiniopessoal, foi calamitoso.

    Para comear, vamos nos ater s tradies e verificar onde elas poderiam situar realidadesqunticas. Na teoria da Mecnica Quntica (MQ), o potencial de onda uma vasta fonte deenergia criativa que d origem a partculas materiais cada vez mais densas, incluindo,finalmente, partculas como quarks, eltrons e prtons. E essa natureza "criadora" do

    potencial quntico leva muitos cientistas a igual-la com uma potencialidade espiritual, umtipo de imenso campo de potenciais infinitos que o esprito infinito ou conscincia ilimitada.

    Se fosse dessa maneira, ento a sequncia da evoluo seria algo assim: as partculassubatmicas se originariam do potencial espiritual/quntico, que, finalmente, se reuniriamem tomos, em seguida em molculas, que depois formariam clulas, que gerariamorganismos.... Em suma, nesse esquema, quanto mais elevado o nvel de evoluo, maisdistante de Deus ele estaria.

    Obviamente, h algo errado com esse esquema. Mas uma vez que voc identificaerroneamente esprito com potencial quntico, no existe nenhum outro caminho a serseguido. Justamente porque o potencial quntico no , de fato, um domnio radicalmenteinforme ou no-dual, no pode assemelhar-se a uma realidade espiritual genuna; pelo

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    20/35

    19

    contrrio, simplesmente um aspecto de um reino manifesto que tem qualidades equantidades, e, portanto, no o radicalmente Inqualificvel.

    As tradies de sabedoria esto fortemente de acordo e so virtualmente unnimes nesseponto. Ns j nos referimos viso geral das tradies com respeito emanao (ouinvoluo). Ainda que usemos a verso mais simples de 5 nveis, torna-se muito bvio o querealmente o potencial quntico.

    Na involuo ou criao, o Esprito, radicalmente inqualificvel, decide brincar de escondere, consequentemente, "esquece" de si mesmo e derrama-se para fora a fim de criar ummundo manifesto de diversidade e alteridade. Como vimos, a primeiro coisa criada peloEsprito puro a alma, que ento derrama-se para criar a mente, que derrama-se para criara vida (ou prana), que, em seguida, derrama-se para criar a matria insensvel (quarks,tomos). Ao final dessa sequncia ontolgica, a matria passa a existir como umacristalizao e condensao de prana.

    Em outras palavras, o potencial quntico no esprito e sim prana. Mais tecnicamente, opotencial quntico no Esprito-como-esprito, no Esprito-como-alma, no Esprito-como-mente; o potencial quntico Esprito-como-prana, que d origem a Esprito-como-matria.

    O que os formalismos da MQ esto captando como um breve vislumbre meramente numaforma de terceira pessoa, abstrata, matemtica a surpreendente potncia da energiaetrico-astral, da qual surge o mundo material denso inteiro, como uma sedimentao ecristalizao. Uma verso disso : quando a funo de onda de Schroedinger colapsa,prana d origem matria. Mas independentemente de como a concebamos, essa ainterface particular ativada.

    A doutrina das duas verdades

    O problemaDesse modo, tal parece ser o caminho mais simples e mais fcil para unir o melhor dastradies de sabedoria e cincia moderna nessa rea especfica. Por outro lado, a noosimplista e dualista de que existe, por exemplo, uma ordem implicada (que espiritual equntica) e um ordem explicada (que material e newtoniana) causou enorme confuso, eainda est causando. At David Bohm, que introduziu essa noo, acabou finalmente dandotantas voltas, que a tornou irreconhecvel.

    Acabamos de ver que, para as tradies, o lado da energia da Grande Cadeia do Sersignifica que prana implicado para a matria-energia densa (que explicada para prana).Por sua vez, a energia psquica implicada para prana (que explicado para a energia

    psquica). E, claro, a energia causal implicada para a dimenso psquica (e para todas asinferiores) a"causal" chamada assim porque a causa, o comeo, a geratriz criadora dasequncia manifesta completa. Portanto, cada dimenso na Grande Cadeia implicadapara sua jnior e explicada para sua snior uma noo claramente apresentada porteorizadores desde Fa-Tsang a Plotino, a Schelling.

    Mas se voc considerar a fsica como sendo absoluta (isto , se confundir as duas verdades[vide abaixo]), ento colapsar a Grande Cadeia simplesmente numa ordem implicada enoutra explicada. E um dos muitos problemas com esse esquema grosseiro, como vimos, que se voc igualar realidades qunticas a um tipo de Fora Criadora espiritual suprema,ento como esse "esprito" origina tomos, que originam molculas, que originam clulas,que originam organismos, e assim por diante, quanto mais alta a evoluo, mais distante deDeus voc est.

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    21/35

    20

    Bohm percebeu isso vagamente e percebeu que sua "ordem implicada," justamente porestar dissociada da ordem explicada, realmente no poderia representar nenhum tipo degenuna realidade espiritual no-dual. Ele ento inventou um terceiro domnio, a "ordemsuperimplicada", que seria o domnio espiritual no-dual. Portanto, passou a ter trs nveisde realidade: explicado, implicado e superimplicado. Mas porque estava pouco familiarizadocom as sutilezas de Shunyata (vide abaixo), ele ainda ficou refm de noes dualsticas(porque ainda tentava qualificar o inqualificvel). Ento, adicionou mais um epiciclo: "alm

    do superimplicado," dando-lhe quatro nveis de realidade.

    Lentamente, Bohm retornou a uma verso grosseira da tradicional Grande Cadeia, quemantm que cada dimenso snior implicada para suas juniores. Mas tudo isso deveriaestar baseado na fsica, o que significa que Bohm realmente envolveu-se num colossal jogoreducionista que devastou os nveis intermedirios reais da Grande Cadeia (por exemplo, onvel 2, que tratado pela biologia e o nvel 3, tratado pela psicologia, so todos reduzidos avariveis ocultas em formalismos de massa-energia densa da MQ). Isso no a unio decincia e espiritualidade, mas a unio de fsica ruim com misticismo ruim.

    Soluo sugerida

    Como sugerido, essa equiparao de realidades qunticas (ou subquantas, ou cordas, ousimetria) com algum tipo de Esprito no-dual talvez seja a maior confuso terica de todo ocampo. Primeiro, porque confunde a natureza da involuo e evoluo e,consequentemente, confunde o incio da sequncia involucionria isto , esprito causal com o incio da sequncia evolucionria isto , o vcuo potencial (ou algo assim), querealmente representa Esprito-como-prana, no Esprito-como-esprito. Na terminologia doschacras, essa viso confunde a imensa potencialidade criativa da Kundalinianinhada nabase da coluna vertebral (muladhara) com a Kundalini no topo da cabea (sahasrara). Jsabemos que ambas so Kundalini; mas muladhara simplesmente no o mesmo quesahasrara.

    Mas em segundo lugar , e mais importante, viola a doutrina das duas verdades.Em ltima anlise, as tradies so muito claras ao afirmar que o "primeiro passo" namanifestao involucionria realmente um Mistrio no-dual que no pode de maneiraalguma ser adequadamente captado (ou mesmo insinuado) pela verdade convencional,incluindo qualquer tipo de cincia, pensamento de vanguarda, etc. A razo que as grandestradies, desde Parmnides a Padmasambhava, so unnimes naquilo que o Vedantachama a doutrina das "duas verdades": isto , existe uma verdade absoluta ou no-dual euma verdade relativa ou convencional, e elas so de ordens radicalmente diferentes. Averdade relativa est preocupada com situaes no domnio finito, tais como "molculas dagua contm um tomo de oxignio e dois de hidrognio," ou "a Terra est a 93 milhes demilhas do Sol," ou "o potencial do vcuo quntico no raio de um angstrom igual a 10 2300000

    ergs," e assim por diante. De acordo com Nagarjuna, Shankara e Plotino, voc pode fazerafirmaes verdadeiras ou falsas sobre tais eventos finitos, e a verdade no reino relativo realmente uma procura das condies sob as quais afirmaes relativas so verdadeiras.Isso verdade relativa, finita ou assertiva.

    O que no acontece com a verdade absoluta, sobre a qual, literal e radicalmente, NADApode ser dito com preciso de modo no-contraditrio (inclusive esta afirmao: se ela forverdadeira, falsa). Os grandes dialetas transcendentais de Nagarjuna a Kant demoliram completamente quaisquer tentativas, mostrando que qualquer uma delas quetente categorizar a realidade suprema (como, por exemplo, afirmando que ela umpotencial de energia quntica) volta-se contra si mesma e dissolve-se numa regresso adabsurdumou ad infinitum. Eles no afirmaram que o Esprito no existe, mas simplesmenteque qualquer declarao finita sobre o infinito definitivamente no funcionar no damesma forma que declaraes sobre verdades relativas ou convencionais funcionaro. O

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    22/35

    21

    Esprito pode ser conhecido, mas no falado; visto, mas no explicado; assinalado, mas nodescrito; percebido, mas no reiterado. Verdades convencionais so conhecidas pelacincia; a verdade absoluta conhecida pelo satori. Elas simplesmente no so a mesmacoisa.

    Para Nagarjuna, o Real shunya(vazio) de tais categorizaes. Para Shankara, uma vezcriado o mundo de maia, voc no pode fazer nenhuma afirmao sobre maia: quando voc

    est em maia, tudo que diz falso; quando acorda, no existe maia em ambos os casos,voc no pode fazer uma declarao sobre maia (nem, portanto, sobre o "criador" de maia).Para Plotino, o "Um" no "um um numrico" em outras palavras, o "Um" apenas umametfora potica para Quididade, no um modelo real de Quididade. (O potencial do vcuo,por outro lado, um modelo, no uma metfora.)

    Em resumo, existe a verdade absoluta ou no-dual e existe a verdade relativa ouconvencional; no se pode simplesmente considerar uma afirmao da ltima e aplic-la primeira. Quando usamos palavras finitas para tentar representar a Quididade suprema, omximo que conseguimos uma metfora potica (ou afirmaes metafricas), mas oabsoluto s conhecido por experincia direta que envolve uma transformao daconscincia (satori, sahaj, metanoia); e "o que" visto em satori no pode ser declarado empalavras dualistas ordinrias a no ser por metforas, poesia e sugestes (se quiserconhecer Deus, voc deve despertar, no meramente teorizar). Verdades convencionais ecientficas, por outro lado, so assertivas, no metafricas; elas trabalham com modelos,no poemas; elas so finitas, dualsticas, e convencionais tudo isso bom quandodirecionado ao domnio finito, dualstico, convencional.

    O Upanishads concorda: nirguna Brahman "um sem um segundo," no "um entre muitos."O potencial do vcuo tem um segundo (ou um "outro," isto , a matria densa); masBrahmanno tem tal segundo, e portanto Brahmandecididamente no pode ser identificadocom alguma coisa quntica. No pode ser conhecido por conhecimento assertivo oumetafrico, s pelo despertar. At mesmo chamar Brahmande "infinito" no est correto,

    pois a palavra "infinito" s tem significado em funo de sua oposta ("finito"); assim,definies como "informe, vazio, infinito, inqualificvel, no-dual" so, de fato,essencialmente dualistas. O Zen tenta sugerir isso dizendo que o absoluto "no dois, noum."

    Infelizmente, os fsicos que comearam a comparar realidades qunticas com o Taoestavam simplesmente despreparados para as sutilezas filosficas das grandes tradies.Curiosamente, os fsicos originais e pioneiros de Schroedinger a Planck at Einstein recusaram-se a fazer tal confuso isto , recusaram-se a identificar as descobertas dafsica quntica ou relativstica com qualquer tipo de realidade espiritual (como descobriquando editei seus escritos sobre espiritualidade: vide Quantum Questions: The MysticalWritings of the World's Great Physicists). Novamente, eles no negaram o Esprito

    exatamente o contrrio mas reconheceram que afirmaes sobre o domnio relativo noso da mesma ordem que as do domnio absoluto, e consequentemente, confundi-los prejudicial a ambos.

    Assim, o potencial do vcuo parte do domnio manifesto, finito, relativo. Exatamente poressa razo pode ser estudado pela cincia. uma realidade que, pelo menos de algumasmaneiras, diferente de outras realidades; possui qualidades; quantidades; dimenses.Nenhuma dessas caractersticas pode ser atribuda Quididade, a no ser por metforaspoticas. Entretanto, os campos etrico, astral e psquico, justamente por serem partes reaisdo mundo manifesto, so objetos adequados de estudo da cincia. No h nenhumacontradio em afirmar-se que o vcuo quntico a protuberncia no domnio denso de suaordem implicada snior: ou seja, prana.

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    23/35

    22

    Isto posto, creio que podemos continuar em direo a uma teoria verdadeiramente integralde energias sutis.

    Resumo da realidade quntica

    Seguindo os grandes sbios-filsofos (como Nagarjuna, Plotino e Shankara), podemosresumir as razes por que quaisquer tipos de eventos qunticos ou subqunticos no so o

    Esprito:

    A realidade quntica apresenta caractersticas, qualidades ou dimenses que a diferenciamda matria manifesta; mas o Esprito radicalmente shunya de drsti (vazio de quaisquerqualidades, inclusive dessa caracterizao) por exemplo, o vcuo quntico possui imensaenergia, o Esprito inqualificvel.

    A realidade quntica difere, em importantes pontos, da matria densa; mas o Esprito no diferente de nenhuma manifestao; ao contrrio, a Quididade ou Essncia de tudo quesurge.

    A realidade quntica possui um oposto (a realidade no-quntica), mas o Esprito radicalmente no-dual.

    O Esprito adimensional; a realidade quntica encontra-se simplesmente numa dimensodiferente.

    E, o mais importante, a energia material quntica provm diretamente de prana, no doEsprito (isto , a matria cristaliza-se a partir do Esprito-como-prana, no do Esprito-como-esprito).

    Por outro lado, perceber que eventos denso-relativstico-qunticos so eventos desuperfcie, ou manifestaes de um campo de energia etrica, permite-nos considerar

    adequadamente esses eventos, de modo consoante com: as grandes tradies desabedoria, a vanguarda da cincia, o corpo de conhecimento das energias sutis e suareinterpretao AQAL. A massa-energia densa uma manifestao superficial de camposetricos, que so superficiais em relao a campos astral-psquicos, que so superficiais aocausal, que o misterioso vu inicial sobre a Face Original do Esprito, medida que semanifesta como mundo, a cada momento....

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    24/35

    23

    III. Algumas particularidades de uma teoria integral de energias sutis

    Refinamentos

    Mencionei que discutiramos as correlaes entre energias e conscincia de acordo comtradies como o Vedanta e o Vajrayana; tambm o complicado tpico da reencarnao outransmigrao; e uma taxonomia mais detalhada de energias sutis (envolvendo famlia,

    gnero, espcie).

    Comecemos pelas correlaes. Tanto o Vedanta quanto o Vajrayana apresentam um mapamuito simples mas muito poderoso, da relao de estados de conscincia, nveis deconscincia e domnios de corpos/energias. Acredito que esse esquema sejaessencialmente correto, at mesmo quando ajustado aos termos AQAL. Resumidamente:

    Conforme o Vedanta/Vajrayana, existem trs principais estados de conscincia,correlacionados a trs principais corpos (ou domnios de massa-energia), e cinco principaisnveis/estruturas de conscincia. Os 3 estados so: viglia, sonho e sono profundo. Os 3corpos so: denso, sutil e causal. O 5 nveis/envoltrios so os 5 koshas mencionadosanteriormente (material denso, emocional-prnico, mental, mental superior, supermental).

    Em pessoas comuns, as relaes so as seguintes: o estado de viglia, que possui umaconscincia material, correlacionado a (e suportado por) um corpo/energia denso. Oestado de sonho que contm (ou pode conter) os 3 nveis, emocional, mental e mental-superior suportado por um corpo/energia sutil. E o estado de sono profundo, que contmuma conscincia supermental, suportado por um corpo/energia causal. Vide Tabela 2. (Eobserve: os estados e estgios de conscincia so QSE; os corpos/energias so QSD.)

    O brilhantismo desse esquema que consegue relacionar estruturas de conscincia,estados de conscincia e energias de um modo simples e elegante, um modo que, emaspectos essenciais, tem ainda que ser melhorado. Escrevi extensivamente sobre essas

    correlaes e por que so importantes para qualquer psicologia integral (vide, por exemplo,Sidebar G, "States and Stages" no site wilber.shambhala.com). Aqui, novamente,apresentarei um resumo muito breve.

    Estado de Conscincia Nvel/Estgio/Envoltrio deConscincia

    Corpo-Energia

    Sono Profundo (Informe)(sushupti)

    5.Anandamayakosha(esprito bem-aventurana)

    Corpo Causal (karana-sarira)

    Sonho (svapna-sthana) 4. Vijnanamayakosha(buddhi;mente superior)3. Manomayakosha(manas;

    mente)2.Pranamayakosha(emocional-sexual)

    Corpo Sutil(suksma-sarira)

    Viglia (jagarita-sthana) 1. Annamayakosha (sensrio-motor)

    Corpo Denso(sthula-sarira)

    Tabela 2. Correlaes de Estados de Conscincia, Estgios de Conscincia e Corpos(ou Energias)

    Para comear, por que o Vedanta/Vajrayana afirma que o estado de viglia contm um nvelde conscincia mas o estado de sonho contm 3 nveis de conscincia? De acordo com oVedanta/Vajrayana, o ponto que mais define o estado de viglia que voc est consciente

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    25/35

    24

    de corpos sensrio-motores densos: voc pode ver pedras, rvores, rios, cidades, carros,planetas, etc., todos eles objetos ou corpos sensrio-motores densos (consequentemente, odomnio denso). Voc pode estar ciente de outras coisas no estados de viglia, porm sevoc pode ver pedras, voc est consciente do domnio denso.

    Entretanto, quando voc sonha, no est consciente de pedras, rvores, rios, cidades ouquaisquer outros objetos densos. Voc pode, porm, estar ciente de emoes, imagens,

    ideias, vises, arqutipos e assim por diante em outras palavras, os 3 nveis intermediriosde conscincia podem aparecer no estado de sonho, e isso significa que os 3 nveisintermedirios de conscincia podem todos ser suportados pelo mesmo corpo sutil.(Obviamente, isso no quer dizer que esse corpo-energia sutil no possa ser subdividido, oque feito tanto pelo Vedanta quanto pelo Vajrayana; significa apenas que todas as formasde energia sutil so gneros dessa famlia [vide abaixo]).

    No entanto, quando voc entra no estado de sono profundo, sem sonhos, at esses nveisde conscincia e energia desaparecem, e passa a existir somente uma vasta, quase infinita,conscincia supermental uma conscincia beatfico-radiante e quase informe(anandamayakosha) que suportada por um corpo-energia causal (que o Vedanta chamade "causal" e o Vajrayana, de "muito sutil"; isto , no Vedanta, os corpos-energias sochamados de denso, sutil, e causal; no Vajrayana, eles so chamados de denso, sutil, emuito sutil; eu seguirei o Vedanta, embora esteja claro que ambos referem-se,essencialmente, aos mesmos fenmenos, j que identificam explicitamente essesestados/corpos com viglia, sonho e sono profundo).

    Uma das muitas razes da importncia desse modelo que nos permite compreenderrelaes complicadas, e de outro modo confusas, entre estados e estgios. difcildemonstrar a profundidade da realizao do Vedanta/Vajrayana num resumo to curto, masusarei um rpido exemplo que poder ajudar. De acordo com ambos, Vedanta e Vajrayana,os estados e seu corpos/domnios so dados aos seres humanos desde o nascimento (eesto completamente presentes), mas os nveis ou estgios se desenvolvem (e no esto

    todos presentes no nascimento).Comecemos por alguns fatos incontestveis: um beb desperta, sonha e dormeprofundamente em outras palavras, o beb tem acesso aos 3 principais estados deconscincia. Mas o beb no tem acesso a todos os principais estgios de conscincia (porexemplo, o beb no tem acesso cognio operacional formal, que emerge ou sedesenvolve durante a adolescncia; nem tem acesso moralidade ps-convencional, nem capacidade de raciocnio hipottico, nem ao meme laranja, nem ao meme verde, e assimpor diante. Os nveis mais elevados, tais como manase vijnana, ainda no emergiram).

    Assim, se olharmos para o contedo do estado de sonho do beb, o que acharemos? O quequer que seja, no ser contedo dos estgios mais elevados de desenvolvimento: como as

    pesquisas deixaram abundantemente claro, os sonhos de bebs e crianas pequenas nocontm pensamentos operacionais formais, nem impulsos ps-convencionais, nem visesturquesas, e assim por diante. O contedo dos vrios estados so fornecidos pelo(s)estgio(s) de desenvolvimento em que a pessoa se encontra.

    Desse modo, usando o esquema simples de 5 estgios, um beb tem acesso aos 3 grandesestados (viglia, sonho e sono profundo) e a seus 3 corpos-energias associados (denso, sutile causal); mas desenvolveu apenas o primeiro ou os dois primeiros dos 5 nveis deconscincia: isto , o material-alimento e o emocional-prnico. Os nveis/estgios maiselevados (mental, mental superior e supermental) ainda no emergiram. Ento, o contedoreal dos estados de viglia e sonho do beb sero fornecidos por esses dois primeiros nveisde conscincia.

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    26/35

    25

    medida que a criana cresce, amadurece, se desenvolve e o nveis/estgios maiselevados comeam a emergir, ento o contedo desses nveis prover a maior parte docontedo para os vrios estados. Quando uma pessoa alcana a idade adulta edesenvolveu, por exemplo, a cognio operacional formal, a moralidade ps-convencional,valores amarelos, etc. ento esses contedos podem ser encontrados tanto no estado deviglia quanto no de sonho, como, novamente, as pesquisas repetidamente demonstram.

    Agora, para o Vedanta e o Vajrayana, o ponto fundamental desse esquema que, quandouma pessoa altamente evoluda ou iluminada ento ela desenvolveu, consciente ecompletamente, todos os 5 nveis/estgios de conscincia; e, portanto, podepermanentemente acessar ou Testemunhar os estados de viglia, sonho e sono profundo; taltestemunho chamado de turiya(ou "o quarto," significando o quarto grande estado almda viglia, sonho e sono profundo); e, da, unir a Testemunha inqualificvel vazia com omundo inteiro da Forma (uma realizao no-dual chamada de turiyatita ou sahaja:"espontneo" e " isso").

    Esse modelo nos permite ver como um beb pode ter acesso aos 3 grandes estados ecorpos de realidade densa, realidade sutil, e realidade causal mas no de um mododesenvolvido que permita assenhorear-se permanentemente desses domnios. A realizaoe controle permanentes demandam desenvolvimento e evoluo atravs dos nveis/estgiosreais, um desenvolvimento que converte "estados temporrios" em "caractersticaspermanentes." Todavia, conforme o Vedanta/Vajrayana, todos os estgios/estruturas/nveisde conscincia independentemente se os definimos como 5, 7, 12 ou mais so variaesdesses 3 grandes domnios de conscincia e de seus 3 corpos ou energias de suporte.

    A razo da especial importncia desse modelo para energias sutis que nos permite ver porque uma criana possui um campo de energia densa, um campo de energia sutil e umcampo de energia causal (porque ela desperta, sonha, e dorme), mas NO possui oscampos de energia de espcies e subespcies que acompanham os estgios/nveisespecficos de conscincia, a menos que realmente desenvolva esses estgios. Por

    exemplo, uma criana, como um adulto, possui os campos de energia das famlias densa,sutil e causal, mas no os subcampos de gnero como T-1, T-2, etc. exatamente domesmo modo que a criana possui o mesmo estado geral de sonho de um adulto, masainda no possui, nesse estado de sonho, quaisquer pensamentos dos estgios azul,laranja, amarelo, etc.

    Perdoe-me ser repetitivo, mas o impressionante brilhantismo desse esquema me deixasimplesmente perplexo. No existe nenhum outro modelo que, remotamente, se aproximede suas capacidades explanatrias, e eu incorporei esses aspectos, virtualmenteinalterados, em meu prprio modelo de Psicologia Integral. Desnecessrio dizer, a pesquisamoderna nos permite detalhar enormemente esse esquema bsico no momentoreconhecemos pelo menos 12 (ou mais) importantes nveis/estgios de conscincia, que

    existem em pelo menos duas dezenas de linhas de desenvolvimento diferentes, nenhumadas quais coberta pelo modelo do Vedanta/Vajrayana. Mas os extraordinrios erevolucionrios insights esto contidos em suas descobertas pioneiras.

    Uma taxonomia refinada de energias sutis

    Vamos usar o esquema comum de "famlia, gnero, espcie", combinado com aterminologia da Tabela 1, para resumir nossas concluses (sugeridas).

    As trs grandes famlias de energia so: densa, sutil e causal. (Quando necessrio,podemos adicionar a famlia turiyae a famlia turiyatita.)

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    27/35

    26

    1. A famlia energia-densa contm os gneros: gravitacional, eletromagntico, nuclearforte e nuclear fraco.A. O gnero eletromagntico contm: espcie (1) raios csmicos, (2) raios de gama,

    (3) raios-x, (4) luz visvel, (5)infravermelho, (6) microondas, etc.B. O gnero nuclear forte contm: energias de espcies de (1) brions, (2) hdrons,

    (3) msons (etc.)C. e D. (Do mesmo modo para qualquer espcie possvel no gnero gravitacional e no

    gnero nuclear fraco).

    2. A famlia energia sutil contm os gneros: etrico (L-1, biocampo-1), astral (L-2,biocampo-2), psquico-1 (T-1), e psquico-2 (T-2)A. O gnero etrico ( L-1 ou biocampo-1) contm:

    energias de espcies: (1) viral, (2) procariote, (3) neuronial, (4) cordo neuronial (etc.)B. O gnero astral (L-2 ou biocampo-2) contm:

    energias de espcies: (1) tronco cerebral reptiliano, (2) sistema lmbico (etc.)C. O gnero psquico-1 (ou T-1) contm:

    energias de espcies: (1) vermelha, (2) azul, (3) laranja, (4) verde (etc.) 2D. O gnero psquico-2 (ou T-2) contm:

    energias de espcies: (1) amarela, (2) turquesa, (3) coral (etc.)

    3. A famlia energia causal: contm o gnero campo-C (etc.)A. O gnero campo-C contm:

    espcienirvikalpa, jnana(etc.) 3

    Enfatizo novamente que tudo isso uma questo de conveno e semntica (inclusive onmero de nveis que podemos razoavelmente postular). Essa taxonomia simplesmenteuma srie de sugestes sobre o que eu acredito ser o requisito mnimo para levar adianteuma teoria integral.

    Qualquer bom modelo abre linhas adicionais de pesquisa, e o modelo integral ou AQAL no

    exceo. Venho desenvolvendo muitos desses programas de trabalho de pesquisas juntocom Bob Richards, co-fundador da Clarus, Inc. e um dos vice-presidentes do IntegralInstitute. Ficaramos contentes em discutir esses assuntos com partes interessadas.

    Reencarnao

    Vamos agora para o tpico mais controverso relacionado a energias sutis, ou seja,reencarnao ou transmigrao. Reluto at em coment-lo, porque uma vez que voc tomapartido nesse assunto, aliena a outra metade do pblico.

    Minha prpria convico que existe reencarnao; porm, para o momento, estou maispreocupado em sugerir um mecanismo para tal ocorrncia, em lugar de discutir se ela

    acontece ou no. Vamos simplesmente assumir que acontea e, ento, perguntar comoessa ocorrncia pode ser enquadrada na hiptese n 3, isto , que energias sutis estoassociadas a complexificaes da forma densa. Com a morte, claramente a forma densa sedissolve; o que acontece com as energias sutis se estiverem ligadas a essa formas densa?

    Nesse ponto, simplesmente decidimos se a reencarnao existe ou no. Se voc acreditarque a reencarnao no existe, ento a teoria integral de energias sutis que eu apresenteiat agora no necessita de nenhum ajuste adicional (isto , no em relao reencarnao). Se, por outro lado, voc cr na reencarnao, ento uma teoria integralprecisa estar apta a incorporar essa ocorrncia. Podemos faz-lo se adicionarmos aseguinte hiptese:

    N 4. A complexidade da forma densa necessria para a expresso ou manifestaotanto da conscincia mais elevada quanto da energia mais sutil.

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    28/35

    27

    A hiptese n 4 introduz a possibilidade de que as formas mais elevadas de conscincia eenergia (isto , mais elevadas que o domnio da famlia-densa) no sejam vinculadasontologicamente a complexificaes da forma densa, mas sim que sejam veculos daexpresso das formas e energias mais sutis no prprio domnio denso. Em outras palavras,no que a conscincia e as energias mais elevadas estejam ligadas s complexidades daforma densa por necessidade ontolgica, mas sim que elas precisam de uma formacorrespondentemente complexa da matria densa a fim de expressar-se ou manifestar-se

    no reino material.

    Se isso verdade ou no uma coisa; mas se for verdade, algo como a hiptese n 4 deveser aventado. Evitar essa hiptese evitar o assunto todo. Por exemplo, Francisco Varela etal., em The Embodied Mind(A Mente Encarnada), tenta derivar uma teoria espiritualmenteafinada da conscincia ancorando-a firmemente no corpo sensrio-motor por essa teoria areencarnao impossvel. Eles apresentam sua teoria como estando em consonncia comum Budismo atualizado, mas evitam claramente tratar desse difcil assunto. Para se aventara transmigrao, no existe outra maneira a no ser com algo como a hiptese n 4.

    Com a hiptese n 4, a teoria integral, pelo menos nesse ponto particular, reverteria paraalgo mais prximo da concepo do Vedanta/Vajrayana tradicional, mas com algumasexcees importantes (que eliminam a maior parte dos postulados metafsicos necessriospara sustentar o esquema, ao mesmo tempo em que aceitam os dados relevantes a seremexplicados). 4 Tudo que precisamos observar so exatamente os pontos essenciais domodelo do Vedanta/Vajrayana, j incorporados na Psicologia Integral, que podem serajustados hiptese n 4 para criar uma explicao possvel da reencarnao. No existenenhuma dvida que isso aumenta a bagagem metafsica de qualquer abordagem, maspode ser feito de modo relativamente modesto que, alm de tudo, est aberto a um razovelnmeros de testes empricos e fenomenolgicos (que so o antdoto para a metafsica).

    Os pontos essenciais do modelo do Vedanta/Vajrayana, no que diz respeito reencarnao,so os seguintes. verdade que no existe mente sem seu corpo de suporte, e nem corpo

    sem sua mente diretora (onde "mente" significa "conscincia" e "corpo" significa "massa-energia"; em termos AQAL, todo estado/estgio de conscincia no QSE tem um corpo-massa-energia correspondente no QSD). Em termos simples, para o Vedanta e o Vajrayana,a mente densa tem um corpo denso; a mente sutil tem um corpo sutil; e a mente causal temum corpo causal. Na verdade, podemos simplesmente referir-nos a eles como o corpo-mente denso, o corpo-mente sutil e o corpo-mente causal.

    De acordo com a Vedanta/Vajrayana, embora nunca exista uma mente sem um corpo, ocorpo-mente sutil pode existir sem o corpo-mente denso, e o corpo-mente causal podeexistir sem qualquer um dos outros. Consequentemente, embora nunca exista uma mentesem um corpo, a transmigrao pode acontecer.

    De acordo com as tradies, h vrias maneiras para essa afirmao ser verdadeira.Primeira, ontologicamente, durante a involuo que tambm , essencialmente, o caminhoque parece acontecer no domnio do bardo da entidade reencarnante ou transmigrante (videabaixo) quando o Esprito se manifesta, inicialmente, criando um corpo-mente causal.Obviamente, um corpo-mente causal sem um corpo-mente sutil e um corpo-mente denso, jque nenhum deles ainda foi criado.

    Segunda, fenomenologicamente, quando voc vai dormir toda noite e comea a sonhar, ocorpo-mente denso no existe e voc reside basicamente num corpo-mente sutil;igualmente, quando voc passa para o sono informe-sem sonhos, no existem corpos-mentes denso ou sutil, s um corpo-mente causal; portanto, fenomenologicamente, oscorpos-mentes seniores podem existir independentemente dos corpos-mentes juniores.

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    29/35

    28

    Terceira, em certos estados incomuns de viglia tais como experincias fora do corpo (ou"viagens astrais") existimos num corpo-mente sutil, no meramente num corpo-mentedenso. E em estados meditativos informes, existimos num corpo-mente causal, no emcorpos-mentes sutil ou denso.

    Assim, as tradies afirmam que, aps a morte fsica, quando o corpo-mente denso sedissolve, a alma, existindo agora em seu estado sutil e verdadeiramente suportada ou

    transportada por uma energia sutil muito real (ou corpo sutil), transmigra por uma srie dereinos ou estaes do bardo, at que vrios fatores crmicos a induzam a assumir um novocorpo-mente denso, quando, ento, acontece o renascimento num corpo fsico.

    Desse modo, o corpo/energia global sutil (isto , a famlia energia-sutil) parece suportarvrias mentes ou estados e estgios de conscincia, incluindo: (1) o estado de sonho emtodos os seres humanos; (2) estados meditativos com forma (por exemplo, savikalpasamadhi); (3) vrios estados incomuns (por exemplo, experincias fora do corpo,experincias de quase-morte); (4) e os reinos de transmigrao do bardo.

    Da por que, por exemplo, se, durante a vida, pratica-se meditao e aprende-se a entrar noestado de sonho com conscincia (sonho lcido), diz-se que se pode ento controlar atcerto ponto o rumo real do renascimento durante o bardo, porque ao dominar-se um,domina-se o outro: eles so essencialmente os mesmos reinos.

    Assim, a hiptese n 4 sugere que uma conscincia sutil, suportada por uma muito real massutil massa-energia, no depende para sua existncia essencial do domnio denso, emboranecessite de um grau especfico de complexificao de massa-energia densa paramanifestar-se no reino denso. Se a hiptese n 4 for verdadeira, ento nos permite afirmarque essas dimenses mais sutis, embora criadas e existindo em potencial durante ainvoluo, no podem manifestar-se de fato at que a evoluo no reino denso alcance umgrau necessrio de complexificao. Veculos crescentemente complexos so necessriospara domnios crescentemente mais elevados; quando esses reinos mais altos se

    manifestam, no esto desvinculados da complexificao da forma, mas brilham atravsdelas e em virtude delas: novamente, mesmo com a hiptese n 4, diramos que osdomnios mais elevados no esto realmente acima da matria , mas no interior da matria.A diferena com a hiptese n 4 que ela adiciona: os domnios mais elevados, quando semanifestam, o fazem atravs da matria, mas podem existir essencialmente sem a matriada famlia-densa.

    Desse modo, energias etricas no podem manifestar-se at que a matria densa assuma aforma complexa de uma clula viva (um quark no suficientemente complexo para "conter"ou canalizar energias etricas, psquicas ou causais). medida que a forma densa continuaa complexificar-se impulsionadas pelo fato de que at as pedras clamam para chegar aDeus ento dimenses crescentemente mais sutis, tanto de energia quanto de

    conscincia, podem brilhar atravs delas, at que o Kosmos inteiro brilhe com o esplendordo Esprito que sua Origem e Quididade.

    Consequentemente, um corpo-mente sutil pode migrar de uma manifestao corpo-mentedensa para outra manifestao corpo-mente densa, da mesma maneira que o calor podepassar de um objeto material para outro; mas necessria a manifestao de um corpo-mente denso complexo; adicionalmente, qualquer realizao espiritual verdadeiramenteintegral exigiria a iluminao do corpo-mente denso, do corpo-mente sutil e do corpo-mentecausal da, certamente, por que as tradies afirmam que somente seres humanos (e noanjos, nem deuses, nem semideuses) podem realizar a iluminao. S os seres humanospossuem todos os trs corpos.

    O fato que o corpo-mente sutil (e o causal) pode transmigrar para um corpo-mente denso realmente metafsico; mas o fato de que essas energias sutis so postuladas como reais,

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    30/35

    29

    concretas, detectveis, frequentemente mensurveis embora energias mais sutis evitaque a concepo inteira fique girando em torno de vapores de metafsica pura. Se voc ler ahiptese n 4 junto com as primeiras trs hipteses, penso que ver que elas so, pelomenos, consistentes umas com as outras; desse modo, creio que uma teoria integral deenergias sutis possa acomodar a existncia da transmigrao, se decidirmos, por outrasevidncias, que existem provas suficientes para concluir que a transmigrao acontece.

    Os chacras

    Na minha opinio, o teste fundamental de qualquer teoria de energias sutis se elaconsegue explicar adequadamente os chacras. O sistema de chacras , simultaneamente,graciosamente simples e impressionantemente complexo, mas seus fundamentos precisamser completamente considerados por qualquer teoria de energias sutis.

    Permita-me comear sugerindo uma elucidao usando a figura 10. Nela podemos observara relao das trs grande famlias de energias que compem o ser humano. Como vimos,mesmo na infncia, um ser humano desperta, sonha e dorme; portanto at uma criana temacesso aos domnios denso, sutil e causal (embora os contedos especficos dessesdomnios sejam fornecidos pelos estgios de desenvolvimento).

    Figura 10. As trs grandes famlias de energias que se apresentam no ser humanodesde o comeo

    Isso indicado na figura 10. Como essas trs famlias de energias somente emergiram, oumanifestaram-se juntas durante o curso da evoluo, quando do surgimento do ser humano,ento elas so intrnsecas ao hlon humano. Isto , a famlia de energias densas surgiu como Big Bang; a famlia de energias sutis, com as clulas vivas; e a famlia de energiascausais, com os crebros trinos. J que cada estgio transcende-e-inclui seuspredecessores, todas as trs famlias de energias acompanham um corpo humano (que ,de fato, uma conjuno de trs corpos).

  • 8/3/2019 Excerto-g-Vol2 Teoria Energias Sutis

    31/35

    30

    Assim, at um beb apresenta os estados de viglia, sonho e sono profundo, bem comosuas correspondentes famlias de energias densas, sutis, e causais embora, novamente, ocontedo desses estados de conscincia sejam fornecidos por estgios dedesenvolvimento, e o gnero e espcie de energias sutis e causais sejam igualmentefornecidos pelos estgios especficos de desenvolvimento (por exemplo, somente quando oser humano desenvolve pensamentos operacional-concretos e operacional-formais oscampos T-1 comeam surgir, etc.).

    Isso significa que, se as grandes tradies estivessem realmente ligadas a essas realidades,elas manteriam que os chacras representam ou contm os trs grandes corpos-mentes(porque todos os trs estados/corpos esto presentes desde a infncia) Eos vrios estgiosde desenvolvimento da conscincia. Em outras palavras, cada chacra contm energiasdensas/sutis/causais E cada chacra um estgio de desenvolvimento ou evoluo daconscincia.

    Desnecessrio dizer que isso exatamente o que encontramos. H dezenas, talvezcentenas, de variaes no sistema de chacras encontrado nas diferentes tradies.Novamente darei um tratamento extremamente abreviado e simplesmente apresentarei umexemplo: o resumo global de chacras elaborado por Hiroshi Motoyama. (Nas citaesseguintes, substitu "astral" por "sutil," um mero d