F E PACINCIA

Kaf (Salmo 119:81-88)

Esta seo concentra-se nas respostas do salmista enquanto esperava que o

Senhor julgasse seus inimigos e o livrasse da perseguio e do perigo. Seus opressores

tambm eram inimigos do Senhor e de Israel, de modo que sua preocupao ia alm da

esfera pessoal. Satans tem procurado exterminar o povo de Deus (v. 87) desde o tempo

em que a nao de Israel se encontrava no Egito, e continuar a faz-lo at o fim dos

tempos (Ap 12). A vida crist um campo de batalha, no um parque de diverso, e

devemos esperar tribulaes (Jo 16:33).

1. Desfalecendo, mas esperando (vv. 81-83).

Desfalece, eu me consumo (BJ), kalah (hb) repete-se nos vv. 82 e 87, o sentido da palavra estar completamente esgotado. O ser interior do salmista estava exausto de

ansiar pela interveno de Deus. Seus olhos estavam cansados de buscar alguma

evidncia da presena do Senhor (Lm 2:11). Sentia-se como um odre seco jogado fora por

no prestar mais para coisa alguma. Porm, nunca perdeu as esperanas, pois, por mais

sombrio que seja o momento, o futuro nosso aliado quando Jesus nosso Senhor. "

sempre cedo demais para desistir" (Raymond Edman).

2. Questionando, mas aguardando (vv. 84,85).

"Quantos sero os dias do teu servo? pergunta o salmista no versculo 84 e "Quando?", nos versculos 82 e 84. So perguntas que muitos de ns j fizemos em meio

aos sofrimentos e que ocorrem at mesmo aos mrtires no cu (Ap 6:9-11), pois so a

reao natural dos aflitos (ver Jr 12:3,4; 15:15 e 20:11,12). Para a maioria das pessoas,

difcil esperar pelas coisas visveis - sair de um congestionamento de trnsito, avanar na

fila do caixa, receber uma carta ou e-mail importante, rebeber a resposta daquela

orao, sair da crise, etc. - e muito mais difcil ainda esperar que nosso Senhor invisvel

faa sua vontade. E "pela f e pela longanimidade" que herdamos o que Deus tem para

ns (Hb 6:12; ver Rm 15:4).

Se confiarmos no Senhor, nossas provaes produziro pacincia (Tg 1:3,4). Os

inimigos podem estar abrindo covas, mas o Senhor providenciar para que eles prprios

caiam em suas armadilhas primeiro (9:15; Pv 26:27).

3. Confiando e despertando (w. 86-88).

Se o inimigo est espalhando mentiras a nosso respeito, podemos crer na Palavra

de Deus que nunca falha (vv. 128,142,151,160). Quase que me consumiram, se sentimos que nossa derrota est prxima, podemos descansar nas promessas do Senhor e confiar

em seu amor. Quando Deus permite que seus filhos passem pelas provaes, sabe

exatamente quanto podem suportar e por quanto tempo. Caminhar pela f nos faz sentir

inquietos e fracos, mas meditar sobre a Palavra nos d paz e poder. Mais uma vez, o

salmista ora pedindo para ser vivificado (ver v. 25), e o Senhor o atende. "Seu Pai no cu

ama voc demais para lhe fazer algum mal e sbio demais para cometer algum erro"

(Robert T. Ketcham).

Concluso:

A lio a ser aprendida aqui quando j no aguentamos mais, existe um lugar

chamado Orao, onde aprendemos a crer nas horas de crise; quando no aguentamos mais as presses da vida, existe um lugar chamado Esperana, onde aprendemos a depender do Senhor nos momentos difceis, e por fim, quando nos

afligimos por sermos acusamos injustamente, existe outro lugar chamado Obedincia onde somos vivificados novamente para continuar caminhando. Por isso, no perca sua f

e tenha pacincia (Rm. 8.24; 5.3-5).

Referencias:

Bblia Almeida Sculo 21 (A21). Antigo e Novo Testamento. So Paulo: Vida Nova, 2008.

Bblia de Estudo Palavra-Chave Hebraico e Grego. Rio de Janeiro: CPAD, 2011.

Bblia Jerusalm (BJ). 5ed. So Paulo: Paulus, 2008.

CARRO, Daniel; POE, Jos Toms; ZORZOLI, Rubn O. Comentrio Bblico Mundo

Hispano: Salmos. El Paso, TX: Editorial Mundo Hispano, 1997.

CARSON, D.A. Comentrio Bblico Vida Nova. So Paulo: Vida Nova, 2009.

WIERSBE, Warren. W. Comentrio Bblico Expositivo: Antigo Testamento: volume III.

Poticos. Santo Andr, SP: Geogrfica Editora, 2006.