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.,,_.w,,.r;l-r,..„,„,.,.,.,....,.,.,„.,..,_..,,, .^.J..,,^..-...-.,-.,..,-, HOJE 1.000 CONTOS FBSQNELLO ff nada mais... RIO, 8 DE MARÇO DE 1941 ANO IV - N." 190. DOM CASMURRO \1Z Páginas A CONFUSÃO ERA GERAI Machado de Asm - DOM CASMURRO - Pa». 343 Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: ÁLVARO MOREYRA 1SOOO [grande hebdomadário brasileiro] isooo HOJE 1.000 CONTOS E nada mais... A SEMANA BRICIO DE ABREU ,ltn Sar Bairns- i tm«s" au que publicámos em nossn último numcrn. sobre o "Ser- i.i 1 de Teatro", recebi a visita do meu velho amigo Olavn de . velu, espontaneamente explicar-me toda a embrulhada da mpanliín de Operetas que n mesmn "Serviço" criou para o lus (mines, da qual era ele ensaiador e diretor de cena e que cofres públicos linil contos, tendo funcionado menos de % me- intiiilo uma única peça. ni.) comentar o assunto mais do que o fiz. Quem, nu en- r hem, que a decisão dn Presidente Vargas auxiliando a cia magnífica e o seu plano de ação. assim cnmo o du ml- tnctiiii, uma maravilha, quc se tivessem sidu execiitadns, os teriam sido hem outros, em proveito dn nossa arle Mas èf-e ti cheio de sabiehões. Ao em vez rie se aliar á experiência i c ao seu cunhei-ini entu das missas necessidades, o .sr. Aba- ia Itiisa quis agir por si mesmn, e a sua incompetência deu- sire que vimos. |.' preciso que os artistas se unam. (que a \i ti-.t-.is providencie imediatamente, pnls a maior responsa- e i-ahel e. apresentem Sr. Previdente da Republica a jus- lí-tvp desastre, afim de uue êle nãn os fiileue culpados e lies- não se canse rie tanto ter ajudado e auxiliado ns nossos ar. iin-s.i teatro a se cririierein. Nãn cnvermi nn mundo nue li.lt> lanlo o teatro r os artistas rnm» o Sc f.etulio Var- ti-.ii uue a sente d«" leatro i-»mpreeiida essa boa vontade e íniiiitiiir a merecê-la. ili- indo o une dissemos, « ator Olavo de Burros, meu velho ii cuia família me hntini de ter tirin Interpretes de pecas mi- tniliineii f lealmente velu á minha procura, justificando as- , nue dele disse. („..tr o *r Olavo dc Burros ria "certidão" dada nelo "Servi- I tlr Tc-,ic,i" á "Csisn dos Artistas", na narlo em que di/ ira ile Rn ri ns, o Fm.irosario ria fomnanhia Nacional 'le lleu-nos um imsllivo desmentido a isso, declarando iitie i, ctiitiresiirl.) de lal i-nm»aiil<ía nem resnnnsavel orla sua n. e mie era'naco peln "Serviço Nacional rie Teatrn' ¦teln Serviçn Nai ia da mais irl„ ná'i irisi ÍI- declarar Iss» .1-, .«mia «inar <>« conlra!n* com os artistas, fi- d., sr. Abadie. Tomnlier» » nosso m ¦use sentido em resnnta a nutra que lhe i nnirl nitero nuhlicar. Fi las: 'f .liniím rie IMO ¦:¦¦,¦ Fi-rift r-nw, iUnlrr dirrlar íí.) Srriitçi. "ai 'nr urrnt rir IIIM. ' rir Trnlrn. nar ¦tnnnxtibiUdndr t .! SOUZA H AH POS ilirinii rrmiilin Diretor Superintendente ¦ dn Sr Ahadie rie Paria Rusa: '" Kdurtteãn r Stifitíe -- Serrico Nacional de Teatro. ^ ¦ i^^k i,>- á^^B' ' i i rn-^ tB KB "'¦¦ A H| «^k ^TÍÉHJL, !!íãBiv ^^^SHh^kSs 9b|^Kiitib^^^H ^H't ^^B i ro)». ^H^^LigH V. Et. "Passeio Matinal" de Manuel Sautiajo la)B«AU FOND DU COEUR» t/inal dn mesma cario, I ABADIE FARIA ROSA I.mii-s assinava en os contratos: ii dessas cartas e dus declarações dn sr. Olavo de Harros, i'"¦ com acerto que u sr. Abadie cometeu uma grave falha. Drin uma "certidão", notem bem, "uma certidão', que não c nu, puis quem organizou a "Companhia Nacional de Upere- ¦¦¦ sn-viço Ntiiimial de Teatro que assim, era o seu empre- deixemos falar ainda, Olavo de Barrus: üçii, questâu, disse-nos êle, de quc fique bem patente de que nao nenhum nume para a cnmpanhia, não convidei ninguém, > escolhi elementos. I.imitei-me a pegar o elenco quc o Ser- "ili de Tc ii tr o mc apresentou e ensaiá-lo. Nada mals. iluaiiUi á ti issn imã ii da Cnmpanhia fora do prazo estipulado ii tratos, perguntámos, até nnde vai a sua responsabilidade? m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a " nto .itmiitlniici a companhia porque me declararam que o ' iliicriii um pretexto para a d I solução. Como, a meu ver, esse .iniliini) poderia ser a "causa a alegar1' para issu, deixei-me fi- une um dia. dn "Serviço Nacional rie Teatro" veiu unia dc- " iiiiiii que lodos os artistas assinassem, concordando com a '" 1 mis antes de findo os contrátns, Aconselhei insistente- ">¦* colegas a não assinarem lal cuusa. Expliquei-lhes mesmo "nitratos eram automaticamente prorugaveis, pelas suas dis- He ili de Dezembro, e que se assinassem tal declaração, não direito a onda. Não me quiseram ouvir; e os poucos que se- ii meu conselho, que foram; Vera Mala, Guloinar Santos, i Milton Calazans, receberam indenizações pelo romplmen- "iiinito. Os demais ficaram a ver navios. Eis a verdade, IMianhumos que n sr. Olavn rie Barros, homem de leatro, IR >-> tia estréia da cnmpanhia nãu tivesse nova peça pronta, co- e h.tltii,,. Expileuu-nos cie: l"i. meu caro, é uma história e bem triste, Não sc montou a i pera pnrque o sr, Abadie nâo o quis. Antes da estréia lhe ti .< segunda poça. Dias após a estréia voltei á carga e, rilan- isisiencia, deu-me ele um original, não para montar, ma* para i.ilinirdu Vitoriou e Raul Pederneiras, para dias apus dizer-me " iiiidassc mais dele, porque a música era fraquissiniu. lem- f a opereta "Macumba", de Serra Pinto, declarou-me êle que i a música uã» prestava. Lembrei.lhe ainda a "Embaixatriz """¦ npei-cla vienense, traduzida pur Mateus da Fontoura, e que iiriii, Abadie, me houvera dado a ler. Respondeu-me que era li.iticcira e piiilcria criar um casu. Lembrei-lhe então a nmn- rir unia iípcrclii ilcle próprio, Abadie, cnm música ile Niiiiliim i('M'i>ndcu-me ainda, que não eon vinha, porque Iria Irritar "¦>"¦ nacionais. Nlxsn tudo, nessas minhas demart-hes paru quc ¦¦e tlada a secunda peça. passou um més dn dia da estréia ria nhia |"n| então que o sr. Abadie me entregou um ato de ope- "'a di siri hu ir e ensaiar- Uni alo fraquisslnin, horrível, com inti- "tia mais fraca Comn eu lhe perguntasse o nome da peça e '"íes. itegou.se a dar-mos. Kra segredo. Diante disso, pergtii)- |i'ii'iiui- montava peça fraca e de anônimo* e, sorrindo rcsptin- 1 <L|c: "K' pnra matar!" Ilcviiltcl-me, e cumo era pura matar, me a ensaiar a peca. Essa puilla ser a minha atitude. A "liia estreara mm 11 mí-ilia de « contos de hillieterla. se tlvcs- ""¦'ilado ii segunda iicia '!0 dias após. como é niirmal, lerln a m s-aiiin dc cena ctini :| .mitos de media, mas ao em vez illssu " mi'' csiiei-íir pcln sr. Abadie, e a rccclla lul lialxandu cada dia "i felizmente, meu caro, o empresário da eu ni panhla. ar Aba- . HISTORIA do mundo J\é a história da poe- ata, e u homem, dra-, tte mm pHcuras dian da selva primitiva, alé aos cansados e dramáticos dias de hoje. Minpie exprimiu por cantos seus sentimentos e impres- sõvx, furor heróico, ardor amoroso ou lamentação ou saudade. São se fale, pois, de inatua- lidade tta poesia em frente ú tragédia dos tempos presen- le». Nunca a poesia foi mais necessária do que agora ao triste e alarmado coração do homem. K se a hora terrivel che- gou. se o dia do fim, o "dies irae", tão esperado pelos poetas c pelos profetas, se aproxima, mais do aue nunca carecemos da poesia, paia uue ela nos ensine a acabar em beleza e sereni- dade. listas considerações me ocorrem ao ter, agora, pres- tes a sair, o belo livro de ..„„„« ¦¦Ali fO.VW UV COEUR" de Héatrii Rey- nal. E a doce, a poderosa força lírica gue caracteriza esse li- vro de ternura e música, é eomo um apelo de paz, de amor e de coragem ao tor- turado coração dos homens diste mundo. Coragem des- prentenciosa, ingênua, dum coração humilde e temo, que não desafia o mundo nem o combate, mas anles aceita a sua dura lei, não o culpa nem se revolta, ape- nas canta, canta suaremen- te, com lagrimas nos olhos Mulher que viveu os anos da infância e rfn adolescên- cia na dòee terra da Proveu- ça, ao aconchego familiar do "mas", a poetisa fui arran- eada bruscamente dense ce- nário feliz de idilio rústico e levada para a triste vida do exiito, no país estiangei- ro. E' verdade que depois amou essa terra estranha, que hoje a considera sua c nela vive e ne enraizou; mas, apesar disso, ficou marcada indelevelmente pur aquele chotjue recebido na infan- cia, e sua poesia reflete sem- pre a amargura que lhe custou a tritnsplanlação e a ilic, queria era matá-la, nada mals, porque do contrário ela ainda ai estaria e rianriu lucros, Aliás devo acrescentar que não se gastaram oa (illll contos da verba, lluuve saldo, Essas são as declarações du Sr. Olavo de Barros, que, quero sa- llentiir, vierum confirmar torio o conceito de honestidade que dele externámos em nosso último numera. Não precisam ser comentaria*, pnrque delas sc deduz a fé, a Incompetência e o descaso de um ho- niciii uue sc (li/, tcatriilngn. _ Quis o acaso que eu encontrasse ontem na Avenida, o sr. Álvaro Pires. Disse-me qnc esperaria as declarações do sr. Olavn de Barrus, parn, fazer as suas. Expllctni-me que as suas declarações serão, mals uu menos as do sr. Olavo rie Barrus, puis as sua* situações eram Idênticas. Esperamos que essas declarações no* venham esta soma- na. Entretanto, perguntei-lhe se era o empresário da Cia. de Uo- médias, Etesponileii-ine quc não e que posula as mesmas cartas que o sr. Olavo. Perguntei-lhe ainda se fora aqulescente com a dlssnlu- cãn da Cia. e sc seria contra os seus colegas em qualquer ocasião. Afirmou-me ainda quc "não" c que iiimea seria contra us colegas, puis havia íitiviii-iu quc sempre trabalhara e se sacrificara pela classe, esse algin-iii era cie, Espercmu» pula gs declaravam du ¦(. Álvaro Pire* Rachel de Queiroz saudade nunca curada dos doces caminhos, da rústica morada, da inesquecível me- ninice no país natal. A poesia de Héatrix liei/- nal me fas lembrar um pou- co fíawiseau, o velho e lírica Jean Jacques. que sempre encontrava, nas saudades da infância c da adolescência, coragem e esquecimento pa- ra os sofrimentos do homem. E bem fazem ambos, sabia e confortador é esse recurso; que outra fonte melhor, se- não a límpida, a pura cor- rente da infância, capaz de nos remir e laçar o coração de todo o mal, de todo o fél e amarguras com aue a vida o rai poluindo'.'. Essa nota da infância, que é pois a dominante dos belos e comovedores poemas eon- íiilo» cm "AV FO\D DU COEUlt". tem sempre aven- los de um patético e de uma candura lealmente extraor- dinárias. Citemos por exem- pio, esles versos tirados, aqui e alem, do poema "Cétail un livre ancien...": "... ils nrécoutiiicnt tavis, [lcs enfanis tlu yillage". "Leurs yeux briilaicnl [d ómni, parfois ils avaient [pcur." "Ils ont Bt-andi, depuis, [liéius!..." "Jo nc reverrai plus leurs (simples boucles Mondes, "Leurs gnrnris yeux cion- [iiés. leurs rifes iniréiius; ",1c ne les veriui plus dan- [ser (le folies rondes,.. "O cliers pclils amis. (|u'êlea- [vous devcims?..," GOLDONI ÁLVARO MOREYRA Wti ii íít-it- arbítrio. o determinismo. Vtitt nada. Ninguém tem t-iil/iti títt «tlt destino. Todo» che- liam no mundo ;»tl- descuido alheio. Alé hoje. que eu saiba, «ti um recém-nascido iiòde verificar quc nãu cale a pena nascer. Aquele de Villiers (le Vlsle-Adnm. I'ôz tt cabeça dc fora. viu. torceu o nariz, disse: "Como? E' isso a vida ? .'" E entrou de novo. Os outros sempre li- cam. Pelo menos sete dias Em neral. mais. Consli- tuem, em grande numero, dendê o incidente do Paraíso Terrestre, a chamada Humanidade. Ficam. Executam- se. Partem. Entretanto, nunca houve tanla qenle viva como aftora. E' um deftpropòsUn que senhoraa elegantes e an autorizações legais, por motivos eugênias ou eco- iiomicos, nfio conseguem impedir Cansado dos presentes, o morador deste lempo re- corda os ausentes. Heróis, poetas, estadistas, políticos regionais e universais, os que interessam são os que dei- xaram de perturbar, com inovações, a preguiça con formada. . . Cario Goldoni não assunto paia um romance, nem serve mesmo para qualquer biografia importante. Fornece a alegria de apagar, por instantes, ti realida- de; de ir, de graça, rf Itália do século 18. Cario Goldoni, que nasceu em Veneza e existiu de 1707 até 1793, achou, vivendo, o teairo moderno, como seria, com o geito que hoje tem. Trouxe, talqual se diz: o teatro no sangue. Desde garoto, pensou em lea- tro. Os pequenos da vizinhança, nas ruas estreitas, nas praças claras de sol. brincaram de guerras, dc corri- das. de procissões. Ele, de bruços, na janela, assistia ao espetáculo. .Vo pateo, erguera um palco, e repre- sentava para os parentes e conhecidos. Quando saiu do colégio, o pai botou-o num curso de filosofia. A fi- losofia de Goldoni nâo se parecia com a do curso... Fugiu atrás de uma "troupe" que ia trabalhar pelas po- voações do interior. O pai foi buscado, meteu o no es- critério de um advogado, para praticar. Fugiu. Apare- ceu em Milão, desapareceu, reapareceu em Pisa. Afi- nal, não se sabe de que maneira, acabou os estudos. Vestiu a toga de "sacerdote do Direito" e foi dirigir um teatro ambulante .. Escreveu então as primeiras coisas: tragédias; mascaras, punhais, tiradas siiblí- mes, o grande desespero. De repente, ficou engraçado e ótimo. (Desconfio que foi por causa de um amor mal correspondido.) Aboliu o pranto definitivamente. A revelação d"'O homem prudente", no teatro Sant'Ângelo, consagrou Goldoni. A consagração como- veu a familia, e houve a paz. Daí em dia/ríe, não se deteve mais. Escreveu, escreveu, escreveu... De olhos contentes. Vasio de imaginação. Cheio de finura. Ano criava. Xão inventava. Via e repetia. Menos nos sb- lões do que nas ruas, nos cais, as suas figuras e os seus enredos passetavam. Era o povo que o preocupava. Ruma época artificial, a curiosidade de Goldoni corria para os corpos queimados pelo ar das velhas águas, sem caMeiras empoadas, sem sinais na cara além das surdas de Nosso Senhor, sem saias de roda, carpetes brilhantes, calções de seda, punhos de renda.. Gos- tava das mulheres. S'a lista das obras de Goldoni, as mulheres formam uma coleção de adjetivos: "A mu- lher estravagante", "A mulher leviana". "A mulher va- lente", "A mulher lorte", "A mulher vingativa", "A mulher ciumenta"," A mulher dc negócios", "A mulher de bom humor"... "A mulher de juizo". A Itália do século 18 está guardada nas comédias de Goldoni. A Itália rúmnha, barulhenta, feliz Pode-se diser o mesmo tle todo o poema "1'riére" que é nm apelo magttudo dv sau- dada á infância, á "petit* cbambretle du mas' , ao "vieux cinietiére", ás "fleurs sattvaaes prés du puits", ao "Itetit ruisseau qui sanglote jour et nuit" e a "tous mes jouets brites qui ne font plus de hruit..." Ou leia-se "Le nom de Ma- rie", "La contmuniante". "O ma mére": em todos passa sempre, suave e comovedor, o mesmo sopro melancólico de infância perdida, de sau- dade nunca abafada, que lhes dão um perfume raro e puríssimo. E' preciso porem não es- quecer que, por trát dessas recordações cândidas, quase místicas, está sempre um ge- neroso coração de mulher. Mulher que ama, que sofreu muito, que conhece bem o in- certo coração das criaturas, e de há muilo sabe o que esperar delas. Não é pois a "falsa im>- vencia" de que fala o poeta que remos nesses lindos cer- sos de estranha e Urnissima música: è a doce amargura de quem viveu, de quem amou e ainda sabe amar, que sabe perdoar e compreender, e se consola r consola os ou- tros cantando... íViíw rfíflo novidade nenlnt- ma. afirmando que Béatrix Iteynat é uma maravilhosa poetisa. Grandes vozes fi- leram essa afirmação auten de mim, com melhores pa- lavras e maior autoridade. Mas, como mulher, coma artista, é-me prato saudar o próximo aparecimento desse belo lien: "atl' f()\l> DU VOEVIi", saído da pena tn- contadora de outra mulher; èle è como a voz, meiga c ar- dente da grande alma da poetisa, da terra distante de França, tãu amada e tão so- fredôra, (üsutlue na pag. lll

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Page 1: FBSQNELLO Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: …memoria.bn.br/pdf/095605/per095605_1941_00190.pdf · m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a ... não o

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HOJE

1.000CONTOS

FBSQNELLOff nada mais...

RIO, 8 DE MARÇO DE 1941 ANO IV - N." 190.

DOM CASMURRO\1Z Páginas A CONFUSÃO ERA GERAI

Machado de Asm - DOM CASMURRO - Pa». 343

Diretor: BRICIO DE ABREURedator Chefe: ÁLVARO MOREYRA

1SOOO [grande hebdomadário brasileiro] isooo

HOJE

1.000CONTOS

E nada mais...

A SEMANABRICIO DE ABREU

,ltn SarBairns- itm«s"

au que publicámos em nossn último numcrn. sobre o "Ser-

i.i 1 de Teatro", recebi a visita do meu velho amigo Olavn de. velu, espontaneamente explicar-me toda a embrulhada dampanliín de Operetas que n mesmn "Serviço" criou para olus (mines, da qual era ele ensaiador e diretor de cena e quecofres públicos linil contos, tendo funcionado menos de % me-intiiilo uma única peça.ni.) comentar o assunto mais do que jà o fiz. Quem, nu en-r hem, que a decisão dn Presidente Vargas auxiliando acia magnífica e o seu plano de ação. assim cnmo o du ml-

tnctiiii, uma maravilha, quc se tivessem sidu execiitadns, osteriam sido hem outros, em proveito dn nossa arle Mas èf-eti cheio de sabiehões. Ao em vez rie se aliar á experiência

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ili- indo o une dissemos, « ator Olavo de Burros, meu velhoii cuia família me hntini de ter tirin Interpretes de pecas mi-tniliineii f lealmente velu á minha procura, justificando as-, nue dele disse.(„..tr o *r Olavo dc Burros ria "certidão" dada nelo "Servi-• I tlr Tc-,ic,i" á "Csisn dos Artistas", na narlo em que di/ira ile Rn ri ns, o Fm.irosario ria fomnanhia Nacional 'lelleu-nos um imsllivo desmentido a isso, declarando iitiei, ctiitiresiirl.) de lal i-nm»aiil<ía nem resnnnsavel orla sua

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V. Et. "Passeio Matinal" de Manuel Sautiajola) —«AU FOND DU COEUR»

t/inal dn mesma cario,

I ABADIE FARIA ROSA

I.mii-s assinava en os contratos:

ii dessas cartas e dus declarações dn sr. Olavo de Harros,i'"¦ com acerto que u sr. Abadie cometeu uma grave falha.Drin uma "certidão", notem bem, "uma certidão', que não cnu, puis quem organizou a "Companhia Nacional de Upere-

¦¦¦ sn-viço Ntiiimial de Teatro que assim, era o seu empre-

deixemos falar ainda, Olavo de Barrus:üçii, questâu, disse-nos êle, de quc fique bem patente de que naonenhum nume para a cnmpanhia, não convidei ninguém,

> escolhi elementos. I.imitei-me a pegar o elenco quc o Ser-"ili de Tc ii tr o mc apresentou e ensaiá-lo. Nada mals.

iluaiiUi á ti issn imã ii da Cnmpanhia fora do prazo estipuladoii tratos, perguntámos, até nnde vai a sua responsabilidade?m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a" nto .itmiitlniici a companhia porque me declararam que o' iliicriii um pretexto para a d I solução. Como, a meu ver, esse.iniliini) poderia ser a "causa a alegar1' para issu, deixei-me fi-

une um dia. dn "Serviço Nacional rie Teatro" veiu unia dc-" iiiiiii que lodos os artistas assinassem, concordando com a

'" 1 mis antes de findo os contrátns, Aconselhei insistente-">¦* colegas a não assinarem lal cuusa. Expliquei-lhes mesmo"nitratos eram automaticamente prorugaveis, pelas suas dis-

He ili de Dezembro, e que se assinassem tal declaração, nãodireito a onda. Não me quiseram ouvir; e os poucos que se-

ii meu conselho, que foram; Vera Mala, Guloinar Santos,i Milton Calazans, receberam indenizações pelo romplmen-"iiinito. Os demais ficaram a ver navios. Eis a verdade,IMianhumos que n sr. Olavn rie Barros, homem de leatro, IR

>-> tia estréia da cnmpanhia nãu tivesse nova peça pronta, co-e h.tltii,,. Expileuu-nos cie:l"i. meu caro, é uma história e bem triste, Não sc montou ai pera pnrque o sr, Abadie nâo o quis. Antes da estréia já lheti .< segunda poça. Dias após a estréia voltei á carga e, rilan-isisiencia, deu-me ele um original, não para montar, ma* parai.ilinirdu Vitoriou e Raul Pederneiras, para dias apus dizer-me

" iiiidassc mais dele, porque a música era fraquissiniu. lem-f a opereta "Macumba", de Serra Pinto, declarou-me êle quei a música uã» prestava. Lembrei.lhe ainda a "Embaixatriz"""¦ npei-cla vienense, traduzida pur Mateus da Fontoura, e queiiriii, Abadie, me houvera dado a ler. Respondeu-me que erali.iticcira e piiilcria criar um casu. Lembrei-lhe então a nmn-rir unia iípcrclii ilcle próprio, Abadie, cnm música ile Niiiiliim

i('M'i>ndcu-me ainda, que não eon vinha, porque Iria Irritar"¦>"¦ nacionais. Nlxsn tudo, nessas minhas demart-hes paru quc¦¦e tlada a secunda peça. passou um més dn dia da estréia rianhia |"n| então que o sr. Abadie me entregou um ato de ope-"'a di siri hu ir e ensaiar- Uni alo fraquisslnin, horrível, com inti-"tia mais fraca Comn eu lhe perguntasse o nome da peça e'"íes. itegou.se a dar-mos. Kra segredo. Diante disso, pergtii)-|i'ii'iiui- montava peça fraca e de anônimo* e, sorrindo rcsptin-

1 <L|c: "K' pnra matar!" — Ilcviiltcl-me, e cumo era pura matar,

me a ensaiar a peca. Essa só puilla ser a minha atitude. A"liia estreara mm 11 mí-ilia de « contos de hillieterla. se tlvcs-""¦'ilado ii segunda iicia '!0 dias após. como é niirmal, lerln am s-aiiin dc cena ctini :| .mitos de media, mas ao em vez illssu" mi'' csiiei-íir pcln sr. Abadie, e a rccclla lul lialxandu cada dia"i felizmente, meu caro, o empresário da eu ni panhla. ar Aba-

. HISTORIA do mundo

J\ é a história da poe-ata, e u homem, dra-,

tte mm pHcuras dian da selva

primitiva, alé aos cansados edramáticos dias de hoje.Minpie exprimiu por cantosseus sentimentos e impres-sõvx, — furor heróico, ardoramoroso ou lamentação ousaudade.

São se fale, pois, de inatua-lidade tta poesia em frente útragédia dos tempos presen-le». Nunca a poesia foi maisnecessária do que agora aotriste e alarmado coraçãodo homem.

K se a hora terrivel che-

gou. se o dia do fim, o "dies

irae", tão esperado pelospoetas c pelos profetas, jáse aproxima, mais do auenunca carecemos da poesia,paia uue ela nos ensine aacabar em beleza e sereni-dade.

listas considerações meocorrem ao ter, agora, pres-tes a sair, o belo livro de

..„„„« ¦¦Ali fO.VW UV

COEUR" de Héatrii Rey-nal.

E a doce, a poderosa força

lírica gue caracteriza esse li-vro de ternura e música, éeomo um apelo de paz, deamor e de coragem ao tor-turado coração dos homensdiste mundo. Coragem des-

prentenciosa, ingênua, dumcoração humilde e temo,que não desafia o mundonem o combate, mas anlesaceita a sua dura lei, não oculpa nem se revolta, ape-nas canta, canta suaremen-te, com lagrimas nos olhos

Mulher que viveu os anosda infância e rfn adolescên-cia na dòee terra da Proveu-

ça, ao aconchego familiar do"mas", a poetisa fui arran-eada bruscamente dense ce-nário feliz de idilio rústicoe levada para a triste vidado exiito, no país estiangei-ro. E' verdade que depoisamou essa terra estranha,que hoje a considera sua cnela vive e ne enraizou; mas,apesar disso, ficou marcadaindelevelmente pur aquelechotjue recebido na infan-cia, e sua poesia reflete sem-pre a amargura que lhecustou a tritnsplanlação e a

ilic, queria era matá-la, nada mals, porque do contrário ela ainda aiestaria e rianriu lucros, Aliás devo acrescentar que não se gastaram oa(illll contos da verba, lluuve saldo,

Essas são as declarações du Sr. Olavo de Barros, que, quero sa-llentiir, vierum confirmar torio o conceito de honestidade que deleexternámos em nosso último numera. Não precisam ser comentaria*,pnrque delas sc deduz a má fé, a Incompetência e o descaso de um ho-niciii uue sc (li/, tcatriilngn. _

Quis o acaso que eu encontrasse ontem na Avenida, o sr. ÁlvaroPires. Disse-me qnc esperaria as declarações do sr. Olavn de Barrus,parn, fazer as suas. Expllctni-me que as suas declarações serão, malsuu menos as do sr. Olavo rie Barrus, puis as sua* situações eramIdênticas. Esperamos que essas declarações no* venham esta soma-na. Entretanto, perguntei-lhe se era o empresário da Cia. de Uo-médias, Etesponileii-ine quc não e que posula as mesmas cartas queo sr. Olavo. Perguntei-lhe ainda se fora aqulescente com a dlssnlu-cãn da Cia. e sc seria contra os seus colegas em qualquer ocasião.Afirmou-me ainda quc "não" c que iiimea seria contra us colegas,puis s« havia íitiviii-iu quc sempre trabalhara e se sacrificara pelaclasse, esse algin-iii era cie,

Espercmu» pula gs declaravam du ¦(. Álvaro Pire*

Rachel de Queirozsaudade nunca curada dosdoces caminhos, da rústicamorada, da inesquecível me-ninice no país natal.

A poesia de Héatrix liei/-nal me fas lembrar um pou-co fíawiseau, o velho e líricaJean Jacques. que sempreencontrava, nas saudades dainfância c da adolescência,coragem e esquecimento pa-ra os sofrimentos do homem.E bem fazem ambos, sabia econfortador é esse recurso;

que outra fonte melhor, se-não a límpida, a pura cor-rente da infância, capaz de

nos remir e laçar o coraçãode todo o mal, de todo o féle amarguras com aue a vidao rai poluindo'.'.

Essa nota da infância, queé pois a dominante dos belos

e comovedores poemas eon-

íiilo» cm "AV FO\D DU

COEUlt". tem sempre aven-los de um patético e de umacandura lealmente extraor-dinárias. Citemos por exem-

pio, esles versos tirados,aqui e alem, do poema"Cétail un livre ancien...":

"... ils nrécoutiiicnt tavis,

[lcs enfanis tlu yillage"."Leurs yeux briilaicnl

[d ómni, parfois ils avaient[pcur."

"Ils ont Bt-andi, depuis,[liéius!..."

"Jo nc reverrai plus leurs

(simples boucles Mondes,"Leurs

gnrnris yeux cion-

[iiés. leurs rifes iniréiius;",1c ne les veriui plus dan-

[ser (le folies rondes,.."O cliers pclils amis. (|u'êlea-

[vous devcims?..,"

GOLDONIÁLVARO MOREYRA

Wti ii íít-it- arbítrio. Há o determinismo. Vtitt hánada. Ninguém tem t-iil/iti títt «tlt destino. Todo» che-liam no mundo ;»tl- descuido alheio. Alé hoje. que eusaiba, «ti um recém-nascido iiòde verificar quc nãu calea pena nascer. Aquele de Villiers (le Vlsle-Adnm. I'ôz ttcabeça dc fora. viu. torceu o nariz, disse: "Como? E'isso a vida ? .'" E entrou de novo. Os outros sempre li-cam. Pelo menos sete dias Em neral. mais. Consli-tuem, em grande numero, dendê o incidente do ParaísoTerrestre, a chamada Humanidade. Ficam. Executam-se. Partem.

Entretanto, nunca houve tanla qenle viva comoaftora. E' um deftpropòsUn que a» senhoraa elegantese an autorizações legais, por motivos eugênias ou eco-iiomicos, nfio conseguem impedir

Cansado dos presentes, o morador deste lempo re-corda os ausentes. Heróis, poetas, estadistas, políticosregionais e universais, os que interessam são os que dei-xaram de perturbar, com inovações, a preguiça conformada. . .

Cario Goldoni não dá assunto paia um romance,nem serve mesmo para qualquer biografia importante.Fornece a alegria de apagar, por instantes, ti realida-de; de ir, de graça, rf Itália do século 18.

Cario Goldoni, que nasceu em Veneza e existiu de1707 até 1793, achou, vivendo, o teairo moderno, comoseria, com o geito que hoje tem. Trouxe, talqual se diz:o teatro no sangue. Desde garoto, só pensou em lea-tro. Os pequenos da vizinhança, nas ruas estreitas, naspraças claras de sol. brincaram de guerras, dc corri-das. de procissões. Ele, de bruços, na janela, assistiaao espetáculo. .Vo pateo, erguera um palco, e repre-sentava para os parentes e conhecidos. Quando saiudo colégio, o pai botou-o num curso de filosofia. A fi-losofia de Goldoni nâo se parecia com a do curso...Fugiu atrás de uma "troupe" que ia trabalhar pelas po-voações do interior. O pai foi buscado, meteu o no es-critério de um advogado, para praticar. Fugiu. Apare-ceu em Milão, desapareceu, reapareceu em Pisa. Afi-nal, não se sabe de que maneira, acabou os estudos.Vestiu a toga de "sacerdote do Direito" e foi dirigirum teatro ambulante .. Escreveu então as primeirascoisas: tragédias; mascaras, punhais, tiradas siiblí-mes, o grande desespero. De repente, ficou engraçadoe ótimo. (Desconfio que foi por causa de um amor malcorrespondido.) Aboliu o pranto definitivamente.

A revelação d"'O homem prudente", no teatroSant'Ângelo, consagrou Goldoni. A consagração como-veu a familia, e houve a paz. Daí em dia/ríe, não sedeteve mais. Escreveu, escreveu, escreveu... De olhoscontentes. Vasio de imaginação. Cheio de finura. Anocriava. Xão inventava. Via e repetia. Menos nos sb-lões do que nas ruas, nos cais, as suas figuras e os seusenredos passetavam. Era o povo que o preocupava.Ruma época artificial, a curiosidade de Goldoni corriapara os corpos queimados pelo ar das velhas águas,sem caMeiras empoadas, sem sinais na cara além dassurdas de Nosso Senhor, sem saias de roda, carpetesbrilhantes, calções de seda, punhos de renda.. Gos-tava das mulheres. S'a lista das obras de Goldoni, asmulheres formam uma coleção de adjetivos: "A mu-lher estravagante", "A mulher leviana". "A mulher va-lente", "A mulher lorte", "A mulher vingativa", "A

mulher ciumenta"," A mulher dc negócios", "A mulherde bom humor"... "A mulher de juizo".

A Itália do século 18 está guardada nas comédiasde Goldoni. A Itália rúmnha, barulhenta, feliz

Pode-se diser o mesmo tletodo o poema

"1'riére" que

é nm apelo magttudo dv sau-dada á infância, á "petit*

cbambretle du mas' , ao"vieux cinietiére", ás "fleurs

sattvaaes prés du puits", ao"Itetit ruisseau qui sanglote

jour et nuit" e a "tous mes

jouets brites qui ne font plusde hruit..."

Ou leia-se "Le nom de Ma-

rie", "La contmuniante". "O

ma mére": em todos passasempre, suave e comovedor,o mesmo sopro melancólicode infância perdida, de sau-dade nunca abafada, quelhes dão um perfume raro e

puríssimo.E' preciso porem não es-

quecer que, por trát dessasrecordações cândidas, quasemísticas, está sempre um ge-neroso coração de mulher.Mulher que ama, que sofreumuito, que conhece bem o in-certo coração das criaturas,e iá de há muilo sabe o queesperar delas.

Não é pois a "falsa im>-vencia" de que fala o poeta

que remos nesses lindos cer-sos de estranha e Urnissimamúsica: è a doce amargurade quem viveu, de quemamou e ainda sabe amar, quesabe perdoar e compreender,e se consola r consola os ou-tros cantando...

íViíw rfíflo novidade nenlnt-ma. afirmando que BéatrixIteynat é uma maravilhosapoetisa. Grandes vozes já fi-leram essa afirmação autende mim, com melhores pa-lavras e maior autoridade.

Mas, como mulher, comaartista, é-me prato saudar opróximo aparecimento dessebelo lien: "atl' f()\l> DUVOEVIi", saído da pena tn-contadora de outra mulher;èle è como a voz, meiga c ar-dente da grande alma dapoetisa, da terra distante deFrança, tãu amada e tão so-fredôra,

(üsutlue na pag. lll

Page 2: FBSQNELLO Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: …memoria.bn.br/pdf/095605/per095605_1941_00190.pdf · m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a ... não o

LEU HOJE MESMO

MÁYERLING

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ti TEMPO E— DOM CASMURRO

8-3-ÍM1

Os humoristas da idade média

DO

lundo do seeulo XIV noschega o riso inextlnsuivel deBoccaclo. Mas as noltes.nl**

sres do "Decamcron" nào aaoapenas um belo assunto de hu-mor. Os serões do "Dcuameron

comportam uma filosofia.A "sombria Idade Media" tera

que ser reconsiderada. A fecun-didade tio alenre Italiano nasci-do cm Paris, a pouca seiislbili-tiade do discípulo e saqueadorde Ovidlo, o sanguineo amor doque cultivou as sua* rosas nojardim de Fiametta, não pare-cem atributos naturais de umhomem criado na caverna.

Mas as sãs explosões de hu-mor do "Corviiccio" c as vaga-Eijadas boutades do "Dccame-

ron". não terão sido como queas canções que um homem in-edoso. na obscuridade, entoa apknos pulmões aílm de se li-vrar cio medo? ...

Boccacclo não terá sido a ex-ceyão da sua época: um homemde forte realidade, de sanguevivo e possante, sofrendo umanacrônico ataque dc boa saude,ditando a grandes vozes a su»zombaria para espantar a nu-vem dos fantasmas góticos? ...

Boccacclo não sofreu a soli-dão do seeulo. O autor de "La'

berinto damore" andou semprebem acompanhado. Toda a epo-ca lhe fez coro. Poucos conhe-cetam mais afetuosa, alegre £ruidosa popularidade,

E' por isso. sem duvida, que acritica assinalou Boccaclo comoo precursor do Renascimento,Com essa simples definição pen-saram explicar um acoiiteciuicn-to que ê mais serio do que pa-rece; a condição heterodoxa eaberrante do seu gênio a respel-to do que se considera a olicio-sa e "legitima" linha medieval.

Pode-se realmente acreditarque o jocundo humor rie Boccac-cio não seja mais do que os prl.meiros raios do sol renasceu tis-ta Iluminando os cimos cinzsn-tos do espirito medieval?

Cada vez é mais dificil acei-tar julgamentos baseados numasimples razão rie autoridade. Ascarrancas se dão a,s costas a Ca*tedra] t projetam os seus per tuformidáveis sobre a claridac.cdos espaços abertos, não são taomedievais e góticas quanto aípróprias torres do templo? . .

I I

A Idade Media é Para muitos. o gorro ponteasudo dos astrolo-

sos, os autos de fé e a acha doverdugo; assim como para tan-tos outros, o século XVII fran-cos será o cardeal de Richelieu e"Os tres mosqueteiros",

Agora padecemos uma epide-mia òe biógrafos romancistas,exatamentr no instante em quemais nos interessava o '"cWsro-mancaamento" da historia.

Mas Isso não vem ao caso. Oque vem ao caso i que .se temque admitir como um falo reala existência das fogueiras dosautos dc .é. e não se pôde esq.ie-cer que o respelr>dor das suasdiurnas iluminou a ronda nume-tosj dos humoristas. A srí.çadesenfreada de François de Vil-

RXriD.tNII

•ECBElAftJO Ul REDAÇÃOCIotii ae Guirnin

KE1MTUKES - Somno fiiicn.Martlai d' Al n rei. AníbalMictiatto. teita tUgarlaon Tni.

RRUATiiRKa uK*»:,snm'Ai -Anttuta Radrlmei. 41 ti mi a*.teto to ime « Jiejnti Berttiaa

CFIIIENTR - Nífl Pniurir*.> i c ii a i a 11

P0R1-O ALEGRE - MaiHieilto <t

s. paul» - Alfimn lem*. RnaLikein Hadtin. Hl , *.; nle 1*. 1'el.i i-«i»

RAIA - Enter em cultnra Lia». —Riu Uaitillt, Racha, 4 lia *al-

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ASPINAItiRABI aao iSemeiiie !

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lo» foi uma mnnife-staçào defundo mals popular e mRls ne-ral do que o («Iscar da Inxundiados heiejes,

E existe um perigo evidentenisso de pretender julgar o con-junto de uma época guiando***apenas pelos despo)os fosseis da.aua fauna extinta Outro erro, enão menos grave, é tomai' comoexpressão de realidade o mimi-cioso parcelamento, a mania dl-vlsionísta, dos historiadores,

A historia não é una íullli.dade. A viria não respeita osdeuses Termos, Os limites dasépocas existem apenas no papel. A propriedade mals nomveldo pensamento é o seu poder depermanência e difusão, a suüÍndole infecciosa,

As idéias, os sistemas, as lus-tilulçôes teem raízes amplas íconfusas que se entrelaçam, seunem e contraem Intimas a nas-tomoses. como a flot*a aquáticados lagos.

A Renascença esiende fila-mentos nutridos intermináveisalé o fundo da Idade Media; ea Idade Media lança por cimatio muro vamos prodíRlosos rico.'.em seiva gótica, cujas flores stlibrem cm pleno horto renasceu,iista.

E' natural, mas ás vezes nãone medita, que o pensamentovivo de unia época só floresça *frutiflque em período, posteriorCada verão vívlflca as sementesque só germinarão mals urde;mas a colheita será Julgada co-mo contemporânea da sombra,sem ee levar em conta que a fe-ctmdliiade foi obra do sol do anoanterior.

Coisa semelhante aconfececom o Jnlgamento de épocas his-toricas, e, entre elas. principal-menle de duas: a calamidade (iaIdade Media e o encanto do He-nascimento.

Ha quem junte ein silenciouma fortuna e quem a ostentee proclame «er o herdeiro; e .*oesse é chamado de rico.

I I I

Entre os milagres levados aefeito pelo romantismo e o li-beralismo, talvez seja o maioideles a transformação dos vaio.res vivos da historia, que termi-nou por nos fazer ver o br? ticopreto e o preto branco,

A melhor maneira de nãoacertar com o caminho, per ml-ta-se o disparate, consiste cmestender a vista pela paisagemdos vales e não dos outeirjs,Desde que a historia começou >ser para os românticos um as-sunto sentimental, ou para osliberais um assunto de ilustra-ção. ou para os marxistas umassunto econômico, o homemdesceu o suficiente para qus ohorizonte do panorama históricose determinasse pela linha doseu nariz.

E' habito natural de míopestomar a parte por todo. Esse vl-cio de percepção teve resultadoslamentáveis. A evidente iniqui-dade da economia medieval, acondição tirânica e arbitrariado feudálismo, foram projetadassobre toda a vida medieval, co-mo se, efetivamente, a vida me-dieval tivesse sido um fenome-no de raiz e sígnifcação economi-cas.

Com semelhante constituiçãoeconômica, com o câncer feudalpor base da produção e do Inter-cambio — parece que pensaramalguns historiadores —, toda aasociedade medieval devia ser umconjunto de indivíduos tristes,pálidos, espectrais: e a vida qual-quer coisa parecida com um uni-versai pesadelo.

Um Inteligente escritor, natu-ralmente marxista, afirma que oarco ogival e toria a maravilho-sa estrutura das catedrais isoti-cas se explicam por uma simplesrazão de espaço, Os arquiteto!góticos, segundo ele. a unlcacoisa que se propuzeram fazerfoi construir as templos com *,maior amplidão possível, paraqus pudessem comportar veria-delras multidões.

Mas o aludido autor não me-ditou que essa explicação, o:Rosto tão "coletivlsta", seriaverdadeira se os arquitetos galcos se tivessem preocupado emedificar templos amplos e nfloaltos, como fizeram.

Com semelhantes pontos dcTista que ainda hoje gozam dereconhecida autoridade, não nospodem surpreendei os juízos quecomumente surgem sobre a Ida-de Media.

Assim é freqüente que tudo.dentro desse período, tudo quemostre uma potente chama vital,uma centelha de humor, umaluz de inteligência, nma explosãode eufórica alegria, se classlfi-que automaticamente como "ía-tos precursores do Rcnasclmehto".

Nada se concede a ela. A IdadeMedia é, pnra a maioria, o pen-dantismo escolastico, o dogma-fciaSmo teológico, a arbitrarieda-de feudal, a queima de herdese os bandidos dos caminho*reais.

Em oposição, o Renascimento,cujo nome já è um lulgamentolaudatorlo, e talvez um exagero,é apresentado como o despertarda Inteligência, o rspresuiea.mento da alma sob a luz doura-da de um céu sem nuvens, e aInédita descoberta da alegria doespirito, •

J. DE ESPANA

A Idade Media á o sombrioNos tra da mus encerrado na suatone de bruxarias; o Renasci-mento é Leonarcio da Vlnci plntando com um pincel sereno asigno da suprema distinção ex-plritual: o sorriso da Gloconti*.

IV

Da mesma forma que o pe-dante professor de filosofiaocultava dos alunos que Soem-tes bailava; assim também efreqüente os professores de his.toria não nos dizerem que a Ida-de Media ria,

De maneira tácita, como col-sa clara e sabida, os humorista*da Idade Media sào apresenta-dos como exceções quaat dolorosas para a regra de melancoliae tristeza que .se supõe serem .iscaracteres dominantes na "obs-cura noite medieval".

E' tempo de reagir contra es.ses exageros. Só podem Ignoraia alegria do potico aqueles quenunca visitaiam uma catedral.Nunca a humanidade conheceumaior sensação de "conforta"espiritual sobre a teria, E' in-fantll imaRlnar que a opulentae variada escultura dos séculosXII e XIII, os milhares de es-tatttas, de motivos simbólicos *drcoratlvos, os grupos anedoii-cos e de animais e plantas quecobrem os portais, colunas, tini-panos c nervuras dns catedraisda Europa, seja obra de monjessombrios e de uma turba decantei os neuróticos, loucos rienedantlsmo escolastico e c.eterror milenario.

A profunda observação que re-vela a execução da cabeça dequalquer das milhares de retra-tos de doadores e fundadores, aque se denricia na estíllzação as-sombrosa das roupas, a vivafrescura com que foram esculpi-dos os bosques Inteiros de hera.rie oliveira, de louro e todo orepertório inexgotavel da florasimbólica, bastariam para de-monstrar o amor á vida. o enlu-slasmo jovial, o coração inste-nun e o olhar sábio de que foramdotados aqueles artistas admi-raveis e anônimos.

Sabedoria gótica, espirltu aU*dade medieval, que se conde»-sam na mais alta e expressivacifra.: a graça Inefável com «uese ilumina o inesquecível rostodo "Anjo que sorri" nos portaisda Catedral de Reims.

O mundo tinha na Idade Me-dia uma dimensão conhecida. Abase da conciência medievalestava na certeza de que existiauma ordem. Tanto para o arte-sào como para o teólogo consti-tuiam uma certeza vital as pa-lavras de Rulsbioeck, o místicoflamengo do seeulo XII:

Em ordem, numero e harmoniaI furam criadas por Deus

tis coisa*. Vivamos segundo uma

Se o mundo era um todo den-tro de uma ordem, não ha7tamotivo de oposição entre essemundo e o espirito do homem.Mundo e espirito eram duas oi-deus destinadas á se fundiremem uma só harmonia. Nào ioiSanto Agostinho quem disse:"Tudo qtie está em ordem ebelo"?

Hoje. louvamos os gregos peloperfeito « expressivo equilíbrioe a harmoniosa proporção d"sseus templos. Mas com essa har-monla e essa proporção, o espi-rito medieval le/ mais. pois eomelas construiu o seu universo.

Pode haver maior" sensação deliberdade do que a de se moverdentro de um mundo harmon.o-so e conhecido, dentro de umuniverso expressivo que não è oresultado de forças cerças e na-lurais. mas. a revelação concre-ta e palpável da ordenada von-tade rie Deus?

Nós, homens modernos, nãopodemos nem siquer imaginar aposição firme do homem medie-vai ua terra; a sua jubilosa ain-mação de viria; a concatenaçaocom que unia a realidade pie-sente ao cumprimento futurodas suas esperanças.

A vida era para ele uma via-gem entre dois portos seguros.A Vida e a Morte não eram umprincipio r.em um fim, mas duasnotas de uma sinfonia eternaunidas num mesmo acorde. Vl-ver era para o espirito medievalatravessar um espaço sem mis-terios, sulcar um mar de propor-ções conhecidas; qualquer coisasemelhante ao que ê. para o ho-mem de hoje navegai: no Medi.terram». lago marinho demiir-eado¦ por um festão de margensensolaradas,

Nào é, portanto, extranho queo humor tenha brotado juntocom a alegria de viver naquelfstempos espiritualmente propor-clopados e seguros. Nunca aimaginação acreditou, nem an-tes nem depois, maior porcenta-gem de liberdade e de diversão.Os "caprichos" com que os es-cultores góticos povoaram o am-bito multittidinarlo do seu uni-verso de pedra tiveram a Inde-pendência e a liberdade que saoo patrimônio das concienciassãs',

Si quisermos compreendi! •

AFIHMA-8E

comumente *er decaráter du tinnrie* obrainão ee despirem jamais pencompleto. Sempre uobra, num

Fausto, por exemplo, um trecho eni-tente de nova Interpretação. Kquanto mais se lêem e ae analisamtala obras, maior numero de proble-num ae colocam em tomo delas,Assim coma es obres as grandes vl-da». Ora, no caso de Pesuy ambasas coisas st conjugam, vida e obra.e. se completem, se interpenetiam. aponto de nt» se poder dizer qualdela* ronrtunlii a outra.

Por Isso mesmo a carta volta maisapertada do caminho fatiei to queleva o homem ao conhecimento ripaeólias essencial*: amor, moral, íell-cidade, justiça; a cada perplexidadeImplantada dentro de nós pelos des-Uses da vida: a caria solavanco daeterna Inquietação, ante o Indesven-darei: somos atraído* pelas suas pa-lana* e pelo seu exemplo e vamosprocurar neles a nossa aiuo-aiirnia-Cio. Daniel Rops que eecreveu umrios mals carinhoso* estudo* sôbrePeguy. teve, pare explicar-lhe a ln-fluencia, em verdade maiordo que a obra e a vida heróica, umeexpres»*» feliz: ele combate "» rie-sorriem estabelecida". De fato. aequalquer inlaa se acha bem ftnne-mente awentada no mundo é a rie-sorriem. PJ uor desordem se entendaa Niibversão doa valores reais, riecaráter e inteligência, rie moral erie justiça, E' o mundo errado querevolta Peguy. t nos revolta tam-bem. E' o goao sem raízes, a vai-riarie a vontade rie poder temporal,E ê ainda, e principalmente, aquiloa nue Glrie chamou rie trapaçn. Issotudo que non repupna encontra emPeau.v. uma arivesírlo heróico, irre-riutivel. que não recua e não aeeitacompromissos, Nem mesmo eom aIgreja a que pertence e que riefen-rie rnm tanla a tâo mística poesia.Peguy tem ein si. na sua vida e qasus obra. Isso que í peculiar á mo-cidade rie todos os credos: o Irieal dnbem. dn certo, do Justo, do belo, B énisso que nos encontramos toritt.gregos e troianos, todos os que ain-da nlo locaram fora. como umapele Incomoda, easa iniensão hu-mana de pureza, todos os que nftntransformaram ainda em "terra deninguém" * sua alma moderna, Onio-conforml^mo rie PenuT é o que.vinte e cinco anos depois de sua

nossa admiraçAn. Ê temos eomo quea certeza rie que se mals foram othomens de sua tempera a face riomundo atual nln seria a mesma,suja de saneue. eem olhos alucina-rios para o destino, mas sim aerenadiante rio futuro. Citava Bermanns.

fundo da alma medieval temosque remover uma montanha depreconceitos e, em primeiro lo-Kar. o de considerar a Id^icMedia como uma época funda-mentalmente "solene".

O hieratismo medieval se com-pagina nos séculos rio seu trans-eurso com a mais absoluta ss-pontaneiciade e com uma amplae generosa entrega ao ritmo na-tuial da vlda^

Deixar iie impressionar peloscaracteres exteriores de um es-tito, eqüivale a Julgar o conteu-do de um texto pelo cunho malsou menos severo, mals ou me.nos florido, dos caracteres tipográficos.

Cada um de nós se exprime nalíngua que sabe Cada artistaataca a matéria da sua especia-lldade com os instrumentos e arferramentas da sua época, o es-tito é lingua e instrumento deexpressão: )ogica,mente. pois, oestilo de uma época é um fatorcomum que cobre com uma apa-'rencia similar as obras e as circircunstancias da atividade co-mum ou das criações do esplri-to.

E assim, sob o hieratismo for-mal e a rigidez aparente daniorfologia medieval circula osangue quente da espontaneida-de, a observação da natur>aa ea chama de delicado humor,quasi de sorridente ternura, quesão para nós uma das caracle-risticas mals autenticas e admi-raveis do período gótico.

Quando se fala do imperativoexclusivo com que o pensam^n-to medieval fez da teologia a me-dlda e o único fim da filosofia,esquece-se toda a liberdade queesse mesmo pensamento conce-deu ao Imponderável humano,

á vida e.ã imaginação conside-rado* no seu plano natural; istoé. nas regiões em que a atlvida-de não podia vitlríerar n prestl-gio ,e a sagrada dignidade riosdogmas.

Fora do retábulo do altar est ri tamente consagrado á leo-nogrnfla hieratlea, a livre irr.n-ginação rie artistas e decorado-re», pode floiecer sem impeci-lhos, do mesmo modo que emtorno do eixo filosófico e moral;os imperativos t potências davida e a realidade puderam s"exprimir com plenitude, com umbrio e uma liberdade que seriamImpossíveis no nosso tempo,

E como não ha vida completaque por saudável Impulso vitalnào provoque o humor, um dostrHços dominantes da arte ma-xima do período medieval, a es-tstuarla, foi-tâo notável quantoa sua a fama da inclinação ao hu-morlsmo.

Pais da caricatura e da cenade costumes, os mestres góticosforam talvez os primeiros nomens que conheceram o riso sáoe o culto do humor pelo humor,Não aludimos apenas ã formf-(lavei eomlcidade que anima acoplosa obra do» escritores epoetas festivos. Referímo-nos »um fenômeno espiritualmentemais importante, mais geral edemonstrativo, que penetra,como uma essência luminosa,nas mais ponderadas e gravescriações da imaginaria gótica.

Em timpanos e portais, emfluistoa e capiteis profusamentedecorados, è onde o sorriso me-dieval pode ser recolhido em es-tado de nascença. Seja emChaHres ou em Paris, a Hçãa doierladores permanece a mesmaGraça e humanidade íluem daadun escultura*.

«¦nha dc tipai-

MÁYERLINGimsi (-\sm und

O UVRO 1)0 DIA

PEGUY, O HERÓIem artigo publicado ht lempo*."Diário de Sio Paulo", uma Iraseterrível rie Jean Cocleau após a hu-mllhaçfto rie Uunlcli: "Viva a pn/.sem honra". E' exatamente porquePeguy nunca a teria rilio. preferindoo calvário ria honra na luta a ver-sonha no luxo, que mis o amamos,Ele *. o que muilo* rie nós nío sou-heram ser, mas desejaram ter tidoa coragem rie revelar-se, E náo pro-prlamente em 1MB, mas em todosoe Mnnichs ria viria, tfto a metirterepetidos e lio covardemente acei-tos a cada Instante, Ainda liapouco, frisava Lu ia AmadorSsiichez que o terrível fln-seln riaguerra está na rejilgtiflçfio com qurse submetem os vencidos, os medro-sos. os satisfeitos. Essa atitude quenada tem de mlmação cristã, nâo* feita rie convicções pa-lfisias ele-varias mas de pavor e covardia.

K" contra esla reslgnsçfto que Pe.ffiiV .sempre combateu intransi-aeiile-"""'* " — '—-ansiaencia na tle-

jue mais admira-sua oora e em sua vida.importa que Pejtuv fosse

camnco; podia ler sido protestanteou ateu. budhista ou espirita. Oque Importa é sua força nobreriianie do des vario moral do rebni-samento intelectual, ria falta rie res-peito ao sentimento, da convenien-ela rom a força e o dinheiro.

Na época rios Santos. Pegue foracanonizado; no tempo do espiiiiocristão, e não tia letra, fora ele ou-vido e suas advertências plenáriasaos fieis. Mat nSo (pj tSo somenteum santo e um h»rói. foi ainda umhomem simples e bom, tal comoJoana D'An-, uma mulher sensatae carinhosa. Ne^a simplicidade,nwisa sriKiat!»!'. nessa bondade =¦ iio-ae carinho, está n gearerln do sen i,e-mlsmo e rie sua santidade. Num

De SÉRGIO MIU.Ilir

ambiente de pe^vcrsãci e tle luir.ua, Umn noi,'ric delírio üe orgulhos r rie ódios. Io; a sinuisua sombra se projeta iniens». t-iiin- o edulcora,le rin trincheira em une nun ImIh è nrle umderrubou nos primeiros m-w", tin acréscimo,primeira grande guerra, decisão do

fesa rio limos emNAo i

Li tera ria mente a obra rie Peeiiysc reduz a uns poucos poeira, r aalgumas páelnns ric boa prosa, Amuitos a sun linguagem cansa pelaforma ii.mponesn ria tiase. A idéiaé repetida, amassada, remodelada,sem ressnr numa nu.Oii de clnrewi.prln Insistência ou pels annloglaque ateinorlsa e afasta o leitorapressado dc hoje. habituado aosmalabarismos modernas ou nos nen-demismos dos princípios deste sé-culo, Peiiuy não escreve para Inte-lecluats. iiPin pnra elites sociais quenfio o podem entender. Pala nn

da join ne protrio lellor. sem i

tlente nfio lhe ptrabalho de conirar apenas oulndoies ri* bonprcstidÍRlrindoi",demais para crsc dirige. Se pri

seja

íi defrllm da cerâmica popular lem... i sublime itmemiirijule <1p

icrtas deformações a.vprpsslvas rjiirvalem por todas as ;.-ahencn.s Bruma-[leais e preciosas dos bem falantes.E' relórtec não raro. como o sSo ns

lealdade qur

trini-licirní.

Okü&eJZÔWÓk¦MA&TIHS WALVA&ÍZ.

PELA RUA DA VIDA

VAMOS

seguindo pela ruabaiga e sinuosa dn Vida.Há muita gente em tor-tio de nós. Passam su-

jeitos de bondes, de auti-móveis,de carroça,* e alé de carruagemcomo no tempo do saiiguc-aiul.Nós. que c-it.itititiinas a mai,-ria.vamos rumando a pi- Dcvagari.nho, è verdade, porque estãoconcertando a rua. mas. por issovtesrno sem perigo de ch„qucs ederrapagerts.

-r +Ê o pior é oue vamos indo sem

chapéu. O sal castigando •• cè-rebro ressecando a fonte da nos-sa inspiração. As faculdades cria-d-.-ras reduzida* " charnecas. Ospensamentos sem consistência,inteiramente gazifiçados. E asidéias marcand- sempre a di*e-çdo dos ventos. Isto durante odia, quando a luz saltitante esorridente *i„s leva pela mão limes de embaraça e tropeços.Enquanto a noite nâo chega, en-c.he.iida os nossos olhos de s;in-bra, o nosso c„rpo de chagas e anossa alma de (él.

1- -:• +A parada é dura. O nosso hio-

co só não esmorece porque raitndo iludido. Perseguimos Inces-tant emente a felicidade. A feli-Cidade qne, para nós, está sempre

. na primeira esquina- Com asdesenganas sttcesslvs. entrelan-to, muitas rfos nossos compnnhei-rns fracassam * desertam da ra-rana na vishataria petos becostrágicos do suicídio.* *

A's vezes, acontece o imposff

ret: o feliridactc, na suu eterna rôa de inui;.* de .«brir.catlcitu dr esconde-esconde, dt" <n'ii rcnitin'e oY(Tsr'1'íTCjjn e vai nus unhas rirír/ns ph^s dr mulher fio-i;r/F ii in trai,.>ciiiUe. Isso úwa ape- mente ela vai perdiras ttm mimilo, somente rn- ntt. f jinwji cl qur

to cia cm pra ti liberdade¦r cem ou vinte contos. O restoO tumulto cm torno cio telr.ar-

lar t nome ii n lio simples: Fl.-risbcla oh Maria Angela. A suaexistência periga, assediada pelac-biça dos circunstarites. Todosinvejam n fclii-tícsgrtiçrrdri queontem passara íaiitr e pedia s-s-sea-.. Em plena apoteose da Mi-seria, começa, então, o drama daFortuna peito próh-uo das atri-bula çôes.

CAMPANHA DO SILENCIO"W"WOJE. rcratrenão papas ve-Ê—Ê lhos. encontrei este fim-* -*- de mensagem lírica Qtie

me trouxe uma docesaudade: "Eslá resolvido. Vaufater uma campanha entra ro-ei. Nada me demoverá destepr-posito. Nem a rosa de oirode sua cabeleira. Nem a ah-ra-da fresca de sun lace. Nem asmaravilhas cantantes de seu cor-po, Nem todos os mistcrlas ten-tadores de sen coro pão. Serei in-flexível para c.,„, a sua beleza.O seu sorriso deixará de se,- meupara ser de l<da a oente. c„mo¦¦ sanha, a mentira, o adio, essascoisas vulgares da vida que nãotêm dona porque pertencem ameio mundo-

V -I- *Jã estnn com pena ie sita vai*

dude. Desta vaidade que é a co-

De Erico Veríssimo

orifinial. Furtei-a n<Gandi. Copiei-a damais velha do inundaquis dar o primeira a,orgulho dc mulherQuero barateá-la, lor.pressiva C-mo as crmorrem ingerindo lis,-aisentctil. Você, paremorrer da (¦•"ação.cama prosaica, pctíintlmanda p.,r Jesus, conmatrona anti-poetica.

+ -:~ -;¦

Vai começar a nrnnha. Já matei a senrei fora a mhra c qucbula cam que inecnculto. A catedral tiofechou-se soíirc ns ,ciosas. Os peregrinasvai o seu rito e recitaauas estranhas No nnunca. Não seriampetas fiéis. So c mingem fadm <• íthiiiici osua alma e a chave, d,

mim o símbolo iriosas e tnsondalembrava cadave

SINAIS DOS TEMPOSAs coisas de cinema e literatu*

ra andam jà de tal maneira mis-taradas nestes tempos confusosgue um dia destes um certo ra-pai que eu julgava bem informa-do me perguntou, com uma rugade preocupação na testa, se aIleddtt Gabler de ibsen tinha al-puni parentesco cmii Clark Gablede Haltuteand.

ESSE H. G, WELLSÜma coisa que sempre me in-

trtgott. E' que H, G. Wells, oautor de "A Guerra dos Mundos",o Inventor da maquina fle expio*rã'- » tempo, „ criador da esferaviagtca de cristal — o responsa-vel, enfim, por tantas brilhantese sedutoras fantasias que p-voama morte de milhões de criaturasdeste planeta _ afirma melanco.licamente em um de seus livrosçiíe n&o acredita na impossibili-dade de -s outras mundos seremhabitados...

O meu Amigo deblaterava:í' um escândalo! Todo mun-

âo alta Freud mas aposto quepouca gente o lê-

Alguém que estava á mesmamesa sorriu e disse;

Fenômeno parecido se pas-tn com a Constituição dos Esta-dos Unidos.

?-A- E' que a Constituição dos

Estados Unidos t um deuses da-cuvientos pela qual todo "ytm-leee" está sempre pronta a mor-rei; mas poucos são os que sc dãono trabalho de o lir enquanto stacham nn número dos viiins. —Beheríeoti o chape e perguntou:— Que tal? E' hon, «<f'i?

Ótima, tntáa felicitem Men-

. Um infífo i

"CLICHÊS"O professor Albrecht: — Gos-

tou rio "ien liwo?O colega latina; _ Muito. E'

profundo e substancias-. Mas,perdão a franqueia, achel-n umpouco nevoento... N-ãa saberiaescrever com mais rapidez?

O Professor Albrecht: — Claraqne sim...

O colega latino: — Por quenão escreve, então?

Professor Albrecht; _ Nãopasso. Nâo vt que S"tt filosofoalemão?/

OS GAFANHOTOS DE AÇODo Apocalipse dn Apóstolo São

Jnào:E dn fumo saíram gafanhotos

sobre a terra: e foi-lhes dado po-der, comu o poder que têm es-cor piões da terra... E o parecerdos gafanhotos era símílhante ande cavalos aparelhados para aguerra: e sobre as suas cabeçashavia como coroas slmilliantesaa ctro; e os seus rostos eram co-ma os rostos de homens... ,..ttinham como couraças dc ferro;e o ruído de suas asas era comon ruído de carros quando muitoscavalos correm ito comtiofe."

Qnonrfo íefo esfn passagem bl-blíca lembro-me de Jango Pin-guella. Quando um avião passapor cima d0 sítio, éle ergue a ca-beca, fecha um d<>s alhos, con-tcmpla par mn Instante o gata-rihoto de aço e depois cusptnhacom desprezo, dizendo com ar deentendido:

— Esse bicha trás seca...

ILUSÃOAquele poçn de agua escura t

liitiosa tinha sobre o meu espiritoum ftinctnto singular, tra para

ra, nicrgtilhci-a na rirm; i""-i'"<1-comovido e grave. Kiw-->"' n

''"'

g„ a fundo. O poç0 inisl,-: -i fi-nha dc~ centímetros de »'< '<•"'dade. Seu leito cia de . ii >"'¦Não me lembro ,*c volta >.'.'\'í'fo ou entristecida con<- ¦- ¦:'•''?¦berfo. O poço cra raso. loo : «nohavia mais perigo. Mas è '-ue »<acabara também o mifte" - qi'1,brara-se o sortilegio-

Na vtda tenho encot,triKio j)«-soas como aquele pnç; l"-tiei-palmevte mulheres, uma ¦¦¦¦?<¦(*¦ra impassível, gestas ma-r" ¦..«><(tres equívocos, longos siicnfifs -tudo tssti às vezes não jinwi itmero disfarce para uma alui" rcsin. No fundo, pura ctluvlãez-Ainda ontem deso-bn uma f'"'(«rn assim. E' a senhora Ba""nerlee. Conheci-a no último H-vro dc Louis Broinfield, "At Ch»-vas Vieram".

TEMPO E ETERK1DM1&Gil è materialista. Pau'- "^

creníe, Encontram-se mu dia "uma esquina. O primeiro ''<"apressado, o segundn q\ie<- Wtrai-lhe o último por ma .,'iir <"'"crevett sobre as tttüpits da HfW-da-

¦~ Ffcn prà depois, nwu i™"- diz Gil. ,.

<?i;e diabo, andes sempre '"oapressada? — retruco» Paul"-

Fica-te muito bem di:cr '*"¦Man acontece t;t<c te rdiai^o 'amtas portanto eom h-úu o W'nidade. Ao posso que eu. "t"caro, riân tenho mnis qu* «WDfífn.

Moral: nenhuma

FICÇÃO E REALIDADEEle cheaait an meu rmbuf'

disse como se chamam. ""'(""'(CdiiMiiu* dh P*l" "'

Page 3: FBSQNELLO Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: …memoria.bn.br/pdf/095605/per095605_1941_00190.pdf · m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a ... não o

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I.HIA HOJE MESMO

MAYERLING„ crmiili- romance da cnle.ftiiimíl i as,»H liltt) na tradução

HDIIII MAGAKINOS TORRES

Párina I ..ESPAÇO8-3-1)11

i^N v}™ àjÊÊÈ m.

Retrospectiva artística holandesaDo Dr. GUNTHIUt PAKST1NGL

Aa Europa snbre a ¦ Dinamarcaavançando nas regiões báltieax.mantinha como noticgnitíe c co-taerctante, um grande trafeganâo só com aa cidades vlsinhasCnmo as do exterior.

pnr vlt.it do ano 1870. tanta oestilo arquitetônico holandês ca-rafei- próprio, Desenvolve-se co-tra construção cm tijolo, i-oin suaslinhas cm. angulo, mias diretrizesdc pedra a- natural, portais lin-damente ornam filiados, pequenasjanelas c frontôcs adornados. Dogótico antigo piorem, na .iiicíddr ün século XVI, com .x-iií-uacentuados em Breda, "Bruxelas

Antuérpia, sol» a influencia humantsta, tim estilo dc pintura de.renascimento com caráter bar-rócu. do qual sob u inspiração rf»mestre — Curnclls Floris Vriendtirrompe a arquitetura tía Renascem i fim

O maior discípulo de Vrletidtcontemporâneo de Gfíltzitis. f-il oalemão holandês. Haiis Vrede-wmn de Vrtes, filho de um mililar e nascido im mio dc 1527, Fo\tini decnrador rie vit ral, pintnrarquiteto, de interiores, deixandomais de 30 trabalhos como Uns-trador de livros. Fora dc sua pa-.frio sâo enc.-iilrados tambémtrabalhas .seus. cm regiões inlci-ras. em Frankfurt, HamburgoDantsig, Praga, onde traballtou

Quando se deram, os lutai, religlosas com a Espanha, mui toih-ilandcses levaram para fí exilteha arle. arte manual, arqutte-tônica, decorativa. Emdtln, noocidente, Diini-ly no' oriente fo-ram os pontas preferidos pelaarte holandesa. Ma$ não foramns únicos, porquanto em váriascidades do ínterim- da Alemanha,a errnipto r/- rusicln dc Hcitíct-berger, na províncias bàlticas.levaram navegantes, ti gei. estiloatraente..

A influencia halandcsn pene-.trou. em Dantzífí coni o arquitetoRcgnlcr, de Amsterdam, cm 1583,An lado dele surge Frederickllendiiksoil Vr»pm, " natural defíarlem. a qticin pertencem mui-tas construções, das quais sedeslaca.o Arsenal. Surgem depoiscm Datitztg. o holandês WillcmBlock c seus rfo/,. filhas, Jacob eAhrahfto; Em Emdcida Cam LgurtSlccniriiikcl: em Bremcn, comdata dc 160S ri de Ludcr vn Ben-heim. Inspirada prio mestre Lie-rejirfc Reu. Em-Hnmburg.., Uije-liimente. eram destiladas em In-cendio no ano 1842 - monumen-tos artísticos, históricos nosquais, c-mo cm muitas outras deFríedrichstadt c de schiestvlg

ristica da arte des Paises Baixos.

.^3

fes

de-

Uinvervdndc dc Gronintiuc cons-triticta a-, «n*. ISM, na qualparte dos professores e mais dtum terço dos estudantes eram deorigem alemã, com estirpe holan-desa. sendo o. livros cm línguaalemã, afim tíc ficarem íi" alcan.cc dc todos. Entre uX holandesesdo passado, it maior parte decientistas recorriam tios editoresalemães, parn maior divulgaçãodc sutis ab<-as e descobertas.

A influencia da arle holandesasc t-rmt decisiva cm terra alemãtio século XV. com pintores doporte tlc Jon vun Ewk, c dei anosdepois dele. o flamenga Rogtcrvan der Wci/den. fundadores am-ii.-.t (in r-uti/r, dc Brabante- A es-cala dc van der Weydcns inspiroulambem o talento do iovem —Durer.

Surge, entãb uma figura muitointeressante: "Hans Memling",natural dc Daemstadt. Quandojovem. riv.cn cm terra flamenga;ali aprendeu sua arte, depois dthaver produzido admiráveis tra-baths. falecendo em Bruges em1494. A escola flamenga inclne,cnm .K.sífcn. esses artistas entrens seus. Memling influiu tam-bém e grandemente na orienta-ção da escola dc Colônia.

Temos como precursor na grarurn — Hcndríck Grattus 1155»10171, o quc. depois de longas ejíndias na Itália e na Alemanhase fí.T"i. em Harlem, onde ficouconsiderado como artista winde-lar.

Prodigiosamente dramática í itarte no século XVII. Dentre osgrandes nomes se desfaçam d»is— iliiininislas. colorislas da es-cola rfe unu der Wciiden inspiroumos encarecer — Rubens e vanDyck. A0 mesmo tempo, brilhatt" norte, o colorista maravilhosague se chamou — Rembrandtvan Rim IIS06-16G9V cuja arte iainda hofe admirada. Ao seu la-do. figurou Felipe Wotiwermavn(1610-1668) que constituiu escolava Alemanha. N.i Museu de Dres-dc se c"C'»itrani atualmente ma-onificos quadros seus, todos dsgênero; caçadas, paisagens, ca-ralciros.

Em 1B7B. em Franckfort. suroe o filho de um alfaiate __ AdamElshermer, que em 1600 se fixana Itália c dali exerce enorme tn-fliiencia sobre holandeses. E'fora de dúvida que Rembrandttem muita dele. u quc ficou de-monsti-ado pelo _ "Filem-m eBaiicis". "Júpiter c Mercúrio"(na galeria do Museu de Drcsde)e SO anos mtiis tarde Rembrandtvolta ti tratar a mesmo assunta(coleçã,, de J. Wldener de Fila-dcl fiai. Nota-se a mesma distri-butçâ-> de lui cm ambos, cujasfaturas sâo quase idênticas.

Na Alemanha, juntaram-se 6mesma escola finlandesa de —"Jiirgens O vens", o hamburguér" Woutocrmaiin " discípulo deRenibrandt, "Matlüas Scheits""Christof Fattdiss", o silesiano'•Míchaet Wtllmann", "Joaquimvon Sandrat", que muito tim ritRembrandt e de van'Dyck. oquanta Rembrandt tem de in-fluencla cm Faudiss demonstramas cabeças quc pintou, sendo umadetas a do próprio mestre.

O periodo brilhante dos pinto-res è seguido por outros, em quifaltam elementos- representou-vos, surgindo, muito depois ~Vincent van Gogh 11853-18901 tãodiscutido, até na influencia queexerceu, com seu "expresslonis-

fio ambiente popular surgem7io cnmpn rfn arquitetura obrasmagníficas — de transição,

Desaparecem os limites entreas cidades — na Dinamarca, naBiirtiuudia, no Reno e "Os eiúades altas de Hansa, nas quat»aparecem inúmeros monumentos

¦qultetonlciis de caráter popu-

I

I. -''.&>!¦ ^^fl|

Caberá feita em 1618 poijinrn o imperador Rodolfo It. Asua fama è hoje universal tendoconseguido farinar escola, nãusomente na pintura, como na cs.cultura, reflexos da época, queainda se encontram cm casas,igrejas, castelos em obras tireravets, formando então. ¦• tatucurioso de um holandês genial,mas dc origem alemã rir a influirfortemente ua arle geral tia Ho

O grande Eleitor de Branden-burg. casando-sc com a filha dpGovernador.de Oraiigc n-meou <•sobrmh.i — Joãn Maurício deNassau antiqo Governador doBrasi! If landes para o ducadn de,Clcves- Foi então gue este aliintroduziu artistas holandeses

famosas, como Jacob de Camp,isa rto Ca»io-

rquitétn da corte Pieterque constri

Post, cam o ftllio de nome —M auricta.

Foram os holandeses nue ftspram oj prfiicipois fortificaqõesda Ewopa, Dentre iinipieroj ti-forem.''* as de Rusíits que rão deCopenhague ás prinvlncias rena-vas. incluindo entre os mais fa-riamos arquitetos holandeses —Mathias Schmíts t Cornelis Riek-vaert. Essa influencia holandesavai, no dointnío da arquiteturaaté o séculn XVIII, mais ou me-nos.

Em tempos modernos o arqui-teto a apontar como formador dogosta, optando pelas linhas ré-tas, pela simplificação é Bertage.Sua obra niuis famosa i a bolsade Amsterdam . em l.eipvig acasa: "Atgtineeuf Maats ehappigvoar Levenptierzekeing"¦

Os holandeses loram tambémnotáveis em trabalhos de escnl-tura. embora náu os assinassem.

Em 1473. faleceu em Viena Ni-colan Gehard van Leyden, quefet tt pedra tumular para u ar-cehispo de Trier e. excepcional-mente assinou o trabalho. Es-sc artista recebeu mais tarde otitulo de cidadão, e n imperadorFrederic- llt o chamou para acorte etn Viena. O últimn ira-balha que fie ali realizou foi apedra tumular para seu protetor,a qual pode ser admirada naigreja de Santo Estevam.

Indo a Passau o íntátigavetviajante passou a Neustadt. ou.rfe ceín a falecer. Gerhatd foi ••precursor do estilo gótico em es-cultura. Serve de liqacâo para aescola bwgutidla nterlandesa deClaus Sluler. á qual imprimiumn fresco e sadio naturalismo.

Desempenhou Hubert Gnliardainda outra missão artística.Tmnxe da Itália a inspiraçãu deGiovanni. Boioaiia em quem ore-

' dominava a escola caprich sa ieMiguel Ângelo. Tomando-se tn-flnenciado por eles. Gerhard le-vou a Renascença de Boh-gnapara a Alemanha. Assim " de-monstratn "Marte e Venus'' doMuseu bávaro de Munich, a es-tatita du "Arcanjo MiQuel". osdois leões do pórtico do Arsenalde Munich. Seus últimos traba-lhos foram para « túmulo do im-perador Guilherme V e "¦> e*tà-tuas de tron;? rfa fonte de An-pusbttrg", que ficaram mcomple-tas-

Surge depois em Haia um gran-de artista — Adriano de Vr'es.Chamado a Praga pel- impera-dor Rodolfo 11, coube-lhe com-por o grupo — "Mercúrio Psy-chê", que foi de stochnlmo parao louve. Este artista náo fM co.nhecido somente na sua especia-lidade. Exerceu também influên-eia na «tiísicn holandesa, sendono entanto um purn musicistaalemão.

A música holandesa foi muitoapreciada na velha Aus*ttc. Co-meça em 1435- Surgem os mes-tres cantores — Oteghem (1430-I495> Jacob Abrechl, Joaquim dePres, Willaert e em Munich. omagnífico — Orlando de Lasso(15'32-1594i que vai até Palestrí-na, o maior Poeta da som r.o seutempo. Em fins do século XVI,surgem os contrapontistas repre-sentando a reação ao estilo daépica ~ na opera e »o citíóHo.E o hermnnta, no sentido de apoioda melodia se origina de um acòr-de. Aparece muiln música deórgão para igreja. Ainda hoje. aconstrução de orçá-s para iare-' ja$ é indústria próspera na Hò-landa.

Em Amsterdam, destaca-secom muitos discípulos, Sn-eelinckapelidado — o oiüdTiisfo alemã".Sua influencia, vai Indiretamente

1DOM CASMURRCaaaHBB Acaba ile aparecer

MWWWW^WW. MAYERLING a famoan romance na ColeçloDOM tASMI.KKO "

^^» O LIVRO DO DIA

Ti-nbüífpo do Tum uto d' Fre.até Johann Scbauliatt Bach-

Os niusicistas holandeses prn-duLtm, a partir dessa ep--ca muitemsnos e o (josto fica mais ctr-cunscrito a música germânica.Inúmeros artistas aiemáes toca-ram na Capela rfg G-vernadoide Haia. AU surtntt c-iu vide ete-mera uma-Opera e em Rotterdam, ainda hoje. se realtíainconcertos clássicos de apuradagosto. O repente Mengclberg tor-h.íi-sc notável romo represeutan-te da vida cultural tf. oclu dernça e estirpe germânicas

A música holandesa Hcc du-rante alguns decênio? s,-b a bri-Diante uv.'cção de Car\o:, Scf.u-richts,

C-nno ligeira recorria cio íiiílo-rica: as operas — "Criação eEstações" :<"owi íe-fflj ;> ¦>¦ Hr.u-dn e Moza't. amigos omboi deGoltfricd Freiherr ran Sivietem.o qual era iilh-- do médico r(econfiança de Mana Teresa —Gerara van Sirietem.

A arte continu-u n exercergrande predomínio. O Quadroaqui esboçado dá pálida idéia doquanto existe de ligação entre aarte e a cultura holandesa coma germânica rfti passad---

Pa'a c-metuir, citaremos aludauma figura interessante de sim-pies burguês de Delft que, gra-ças á sua cultura, se tornou cé-lebre. Tem muitos pontos rie se-melhança com Verrecr. Chama-va-se Anthony van Levenhaek,viveu de 1633 a 1723. Foi nos

rierico II!, por Girüm-iiprimeiro^ anos negociante de te-c:dns. Quem nào se lembra cmDelfl de 'Vondtl...?" Do temporm que fie alt representou o crtr-yo -de bu-gomestre?

LceuiLenhock dotou « seu. paísvin lentes de grande precisãopara " esíiido ria ótica, construiuum microscópio e ror ios tusírtt-mentos com que cheg.-u a am-pliar 271) vezes. Prestou á ciência,inestimável serviço. Seus apare-lhos eram ainda muito rudimen-tares, mar, serviram como- pontode partida parn Os de hoje...

Foi esse notável pesquisadorguem abriu para n microcosmoum campo noi'0, pracfípinsíi. Des.Cobriu os infusõrios e bactérias,assinalou os est rias transversaisdos músculos, a circulação do

: quentlni.

rim la. .A Holanda, enlão parte da

prande <? extensa, plaga, que se.estendia pelas costat marittmat

NO MOMENTO em que Jodelle

operavn a reforma rio teatro'li-ani'*í com a tragédia de

"Cleopalra", mercê dos clarões decertos teoria tas como Jean (ie laTallle ("Art cie la Tragédie"), Vau-que:in de la Fresnàye i"An Pfeetl-que"i Scaliger ("Poétique latiiie'1,um homem de senso traala Ja'o |)õ-blíco um trabalho de igreja quc nscontingências da época ditavam íja-ra os irreverentes da numa "botina-na". Fora Cnlvino. Espirito nusle-

mem-vara''; asceta do cori». estoi-eo impávido, de esmerado equilíbriomental e que Josava com o latim,em "vlrtuoae" que plasma o seuconceito na linguagem simples de umapóstolo. Escrevera a "Imttiutlòiide la rellglon clirétlenne" Uãjtji quecompreende quatro livros:

1) do Deus criador.21 de Jesus redentor,3i da graça de Jesus,4) dos meios de que serve Deus

para nos levar a Jesus.Quanto ao método, o livro com-

porta um número sem par dc dlvt-s-ões, destinadas ao fücil acesso daIniellgÈncla sobre o i-aclecinlo. Oraciocínio de sl. * vigoroso, claro,quase despido de retórica. A [rase,"estresida", cm suma do latim, jaanuncia a amplitude (io período doséculo XVII, pela maneira com queo autor sabe grupar em volta dnIdéia principal tpdos os conceitosacessórios, que a confirmam, expli-cam.na e mesmo a contentam. Jui-gar-se-â pela passagem seguinte quese poderia comparar com certas pá-ginas de Bossuet sobre a Providen.cia:

"De fait, le Sclgnciir s'all.rtbuetoute piiissaiice. et veut que nous lnrecoiiiitiissioits étre r.n lul tion pastelle que les soplilst.es Vinuiginent.vaine. oisive et. quasl assouplc maistoujours veillante, plelne. d'e/flcaceet d'actlon, et, aussi qWit ne soli passeulement. rn gintral et. comme enconfim le. príncipe rtn vinuremeiit. de-crèatures uotnnte Sí quelqiCun ttiiantune fois fait un canal, et ndresse lavoi.r d'une eau rt passer ticttaiis, talalssail puls aprés écanler tí'clle-niámel, mais tpt'll gouverne mame eteondiitse sans cesse lous les qmirer-iiem.en.ts partirtitieis", iLiwn I, t:ap.XVI).

Nio fglaieinot da aua tsnúíncla-

Calvino e a projeção do pensamentoreligioso na literatnra do renascimento'religiosa

qué escapa an âmbito doemotivos puramente literários. O cal.,vínfsmo é de sobra, difundido atra-vis (ios opOsculos para que nos veja-nios na tarcía de pô-lo no escalpel.ou enlão sobre a mesa "bourgetina"dc unia leso inútil. Jean Cauvln loitnn pi-cdesilnudo na sua orientaçãoilniiináticn. As tradições, lati cavasa Roma õlc as necou. reduzindo ossa tra mei Hos e. pondo na vaiiguar-da do rít.o a eucaristia e o batismo.

Dentre o ¦ bullclo crepuscular da-riucln Renascimento tão pleno decoisas novas e de produ tes férteis pa-rn n ,)ógo da inteligência, é pois "Cal-vinus" tini rclormador de quilate,um mestre exímio na purésa do Idlo-ma no volume do verbo, na plegan-c)a'.(ia.Idéia, na verde simplicidade:um filólogo ria estilística ¦¦ que fezsombra aos contemporâneos, entreos quais Coeífeieau iuiii católico)(pie se perdera nn iki dá Históriacom o brlllio refulgente do homemde Novon.¦Coefleteau — pregador de Hen-riquo IV — fora mesmo consideradopor Vaugelas um valor, merecido dalingíla, mns o século dos fllosofcasoube colocar o tirânico solitário deGenebra acima dos seus mais ar-dentes rivais. Entre esses, destaca-se São Fra nel sco de Sales que seopôs (t controvérsia cios protestantesem "Cartas", "Sermões",- no aeu"Ti-alté de ]'amour de Dieii". e nama célebre obra. "Llntrodiictlon dela Vlo devote", De uma graça mole.nfto desprovida de sal. sfto Franciscoile Bales dá-nos um atestado rta sunsrande doçura nos strus escritos, re-vclandti-so um moralista de respei-ravel peiif.i-H.çá". PJa.iniou « almarie Madame. de Chantal (avó deMadame de Sévlgné). colocando-ana direcSo da ordem, por *le fun.daria "Ln Visltlitlon". (16101,

O -"religioso" na literatura lamarcando a sua florescintla. Poe-tu tala como Viuqueim de 1* Fret-

HENRIQUE MARON

nave, discípulo d» Plíiade. soube ln.troduair a tradtçio erlstfc e nacionalno paganismo de Ronsard # seus sa-télites. Du Bailas tprotestante). es.treando * maneira do autor da¦Tranclade", verificou que a sua dl-vint Musa nao se sujeitava aos Ido-ios gregos e latinos. A sua fé na-via quebrado os limites da medida,prelevindo um sublime ridículo aarte cnmpassada do seu mestre. Ar-voiou-se em -Sacré sonneur du 1.*'("louange") "de 1'Eternel", em doislongo* poemas: "Judith" iepopéiadramática) e "La Semalne", narra-tlva da criacio a sua obra mals lm-portante. Mas'a arte de du Bartaspeca conatantemenie pelo excesso desublimidade. Um ridículo transpare-ce que enferma o eon.unto de belaspaginas onde se nota nm certo vi-gen'. A figura do "Torio-Poderoso .por exempTo é pintada com un. abu-¦o de pores infelííes que provoca oriso. Vede. pois:

JEI bre/, ('"oreiüe". ;'"ortl" Ie "fies"(rfn Tout-Piiisstinl

En son aenvrt n'"t)l!" rien. rien nt["lióíí". rien. ne .-sent"

Qui ne prâche son io*, ou ne Hüse saI lace,

Qut n'ipantie ptirtout les odeurs dt\sa gráee.

(La Semalne, 7," dia)

A' Imitação de Ronsard, sem toda.via usar de mediria e de gosto, riuBartaa desejou tambem enriquecera lingua com epitetos grotescos, taiscomo o mar: "porta-navíos": o pi-nhelio: "beija-nuvem": avestruz:"digere-f erro", etc ¦: procurandoIgualmente a sonoridade Imltgtlvacom o redobvamento d* primeira sl-l.ba como "pé-pétiller", "ba-battre ,e outros tantos. Quando os autoria¦ubtegueiitai tcuiana • PleUde de

exageros puseram Ronsard em fó-co o qiial precisamente sr inguietA-ia com a glória de du Bartaa, vindomesmo a ter inveja úe um escritorque chegou a ser lido. com prazer,pelo próprio autor rio ""Fausto", Di-aem t-ue o Tasso preferia du Bartasaos poet as. seus ton' empovaneos,Esquisito ò paladar dns homens,tanto maia quando se trata de umGoetbe, de um Schiller, de talentoscristalinos que descobrem a belesana distancia.

Théodore-ABrippa d'Aubign* foi.ao lado de Calvino a representaçãoideológica mals completa dc protes-tan tlsm».

Quando criança, assistira A exe-cuçfto de Aniboisc que o fez adeptofervoroso ria Reforma. E. Jft de pos-se de.uma fone bagagem intelectual,pelos cursos adquiridos em Genebraeom um outro chefe reformista,Théodore de Bèae. éle trocou, quan-do homem a espada pela córtc. im-pulsionado por sua natureza de se-clário fero/,. .Guerreou (ias fileirasde Henri üe Navarre depois.de es-capw-se ria "Salnt- Barthélemy".mostrando-se quase sempre nos Ato*por ele levados com energia, muinimigo pertinar. da pressão católica.Velho, na França ordenaria peloOardial. refugiou-se em Genebra deonde havia partido o seu robustoensinamento. Envolvido noa coinba-tea nas festas de corte, nas intrigaspolíticas nas discussões teológicas,soldado

' poeta, historiador, panfle-

lArio controveislsta. cortesio fella.amigo dedicado conselheiro impei-tinente ora em favor, ora forçado rteabandonar a eflrte. depois a França,sucumbindo ao pfcsa doa Infortúniosdomésticos depois de haver deplora-do ea Infortúnios ria Nacfio, d Ali-bígné desempenhou bem dlversoeptpela • levou uma -vld» aglttcUm-

írinde das tdade de observações, inteiramen*te ignoradas na época.

A'nn ro"ftfcia 0 fnfínt dr que seserviam então, os eruditos, re-correndo a um_amign para'a tra-dtiçá-i de trabalhos em que revê-lava observação egúda c profun-do amar pela verdade.

Leeuvenhoek é, c-rn . justiçaapelidado — "u pai das pesqut.zas do microscópio", uma dasgrande? armas da ciência.

Os Paises Baixos se orgulhamdesse filho que veio ' trazer áciência um grande adiantamentoque. mais tarde veio fí ser. apro-reitado por todo o mundo e aper-feiçoadt- pela ciência alemã.

ma. Poeta, distanciou-se da Piílalepelo artificio juvenil. Historiador econtista éle se realça pela paixíòconcentrada, pelo aôpro lépido, ape-»ar das Imperfeições do. estilo, daarte turva, ria erudição deslocada, dealusões perdidas na falta .de clareiae de nexo. Mas a'sua "História Unl.versai", e o romance "Le Baron d»Foeneste" asseguram-lhe um lugarentre os prosadores do século XVI.Todavia, •» sua obra. ma,xíma t opoema dos "'Tragiques". Oloriítca-çflo dos protestantes e uma acre In.vectlva contra os ca:ólicos. D'Aubl-gné fae o quadro das adversldadesda França ¦ d "Misères"i. a sAtiratía côvte e da justiça lll e III, "Prln-ces, la Chambre dorée"). a narrati-va dos suplícios dos protestantes (IV,"les Feiit"!. das guerras civis (V,les Fevs"i a profecia rie ura castt.go supremo iVl e VII. ¦'VellBean¦•¦ces. Jugemcnt"'. bbra onde os la-mentos os mais Indignados e os apé-los A vingança divina se agregamaos episódios de sátira os mais viru-lentos. Obra difusa e mal composta,estragada quase sempre pela afeta--,çâo mas ainda constantemente anl*maria por uma eloquencla de cha-mas, a qual se perdoa as hipcrboleedeclamatórias em favor áa sinceri.dade do sentimento que a sustenta.

Esquecido no século rie Luís XTV,ne* cem anos da filosofia "russo-voltairiaria", Agripa dAubígní —avfl de Madame de Maintenon — foirie novo manuseado, A porta do aí- iculo XIX. com o estalar da bombado Romantismo.

55 ¦• Pça. FLORIANOPEIXOTO - 2." Stidarc o novo endereço de

DOM CASMURROTEL.: 42-1712(rede interna)

RIO

Page 4: FBSQNELLO Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: …memoria.bn.br/pdf/095605/per095605_1941_00190.pdf · m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a ... não o

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LEIA HOJE MESMO

MÁYERLING

EDITH MAGAK1NOS TORRES

Pítln» .4 DOM CASMURRO iMASCARASAcHba de aparecer

MÁYERLING• fammn romance na (-nlecà.

DOM CABMUKRO

O LIVRO DO DIA

DEPOIS

de l*nula Brito, qu»fnl ma'a veriejadar do quenoeta, nâo ae conhece na II-

Urdir* patri* outro negru que, co-mn Crua a Snuia. houvei.ie cheaauoa um dealaque tún evidente.

Convém notar a iempn w* •«iS.™ a».ia«aal.Uila> ,P|"

»">•Brito reaullou mu! e.per lal mente doUa, In.llaal» «« aaaal.lM.aaaaaa M¦rtln era uma voca^aii mercantil eSS.ll, ••»¦¦ «ai™ » «riif tde»» espécie a habilidade Inala «la.oclabllldade. • I«i reunnide em lor-no dej

ide e lm reuiunno em mi-i afável • inlelitenle pe»-

.oa todoa oa homens intelectuais do¦eus tempo, aljuua apeiian Incipieii.les nas letras çom« C»*™'™ ™Abreu, Atanso Medesser o Maohadude Ateis, que • seu nome cresceu naei tim a da tente culta.

asi i Saíau. .« aia.laaaam.aal, »».¦lá e nor aer exclusiva, oriunica-mente poeta faltava-lhe de ludo.olello ílracnle dns soclavcls. que -nu«ceailvamcnU comnnkatlvoa.

Em teia), e assim o diio com onatural wcelo rte resvalar par» <•eXBEero daa arirmacõen absolutas, opiet» não é, não pode ser um «o-Havei, Islo e. um homem de íacd¦camaradamenlo, uue se da liemcnm "lodo « mundo" par eoncor.daneis de npínióea comuns, sul.mii..ae a todas »*, praxes, convenções eealatulcs du conlounlsmi.. O altogriu da sua sensibilidade afasU odo vuliar, do canteiwo das maio-rtas, da maneira corriqueira de ver*

lebre Isto Cem ¦ Souí» tra tia apeear da còr. Intelectualmente.doi>-lhc * diferem;* deprimente dt.aua raça uue nele, pur cnmiirecnsi*vel euper-aenslblll(mo duma orjani-eacâo delicada, atinita á I»'m«duma desf !¦*(«¦ Multas. Inúmera-vela veies, cu lhe ouvi referencia*ao fatn de ler iiiwiiln tagro, qnetle qualificava dc acidental, c iar»-menle as faria rim liumow comosoem lazer alguns homens Iníeie.eliials da sua raça. Era cnm amargor e aea br unha me nlo quc a issoaa referia, e quando sc percebia, tmae supunha moicjari» por aliuéiii.oriunda da mesma raça. a ofensarevolvia-o profunda meu lc. cntivul-alonava-n, sacudla.o mim frenesidesarlieulanle de mal São Vlt.i. earrancava-Ihr saria.mos de repre-asila que pareciam- hnlas de lamadum Entrurin arraxarior c aviltante.Indo dn enxovalho i caricatura lin-pledasa, traçada em estupendos pe.

rfodoa leliiielintlviia dum vivo (Hkr-nlnha em qiis ¦ fulllcm da «»««•liaiem violenta te confundi» eomi. asangria dot laitho» Incisivos da vin-¦anca. Assim, de quando em quan-do, élé me pareel» nervoso, '.«dtIregellca n» fliurlnh» franwna: oduro queixo rapadn em arromeaaofárnlrelro de destruir; a bica, solio bigode lanlgero. em renunad» deodlo e efllciiai; largas iiarliwa pai pi.iam no nfllado mesllro B" nana; t»olhinhos tuliuranles. a iiielsar-se«ua fugira d.i Itepiirtlçiío porque ochefe, que cra mulato, o per.eim»e hoslIllMva.

*'T,' que eu lhe recordo a origem— dltla-me — tenlm tal vea a meama eõr da mãe... e ele. que querner moreno á força, esbarra.se c«.mlgo. ví-me como a afiimaçAo tre-mrndii do sen passada, snu o espe-etro leciinlnttvn ria macumba nueo de*pejoii ni» mundo'" f. começavaa aílira, lorrara-lhe em torrente»de adjetivou fulvoa, cáustico», vene.

E foi' por assim ser que. talvet,escreveu a Cancro Negra.

O talentoso neiro nfln «e confor-maia cnm t> observado fenômeno darepitl-a liisünliva rins "assim1 lados"pelos indivíduos da raça ancestralinferior, e no deseipeiadii con Ml*por alcançai" o melhor lutar, que éa Iot» social nela vida. sofria n se-leclonlsmn dlsslinuladii rins que «evSn aifinodidirin hem. Outras, semti qualidades flslulóglcas da >n»mtaiiiMrfm. qunlliladrs que o supel-

¦am a ponlo de lawrem-no poeta, teriam se submetido âsleis do ronformlsmo. resle>i»ndi-sea tirania Brecaria, IU muilo. e*empios dessa Hdaptaviin no iin-so melosocial.

Ctui e Sonata iiKn plble conromarrnm e«a solldarlrilade,' não é queo niio quisesse, Isso niio; a verda-delru é quc nãn n pôde, A sna ita-turega. c-seiululmeute pctlica. -ealindo mnis agudamente a brulciada luta pela vida. e mais Intellgcn-Irmenle surpreendido o intimo dnshimirns. pnr essa clarlvltlêncla pe-eullar ans inlcrpivladnrra dp lima.,magesva-sr r rinfrangla-se com ssInjustiça*, ainda que piovcuienl»*da Ignora tf! a. on rlrriinstaln-li*acidentais li sem ter lido llw™aceitava, forradn pela pressão dns

O POETA NEGROfatos, o tema latoerala ie qat omals podemsu dos lioinAi* t aqueleque inala só está.

KM» fürmoU, que éle repelia pn-ouiros lermos, nfio era mafs do quoum doa muilo» comuns principie»de filosofia Individual, com qUt o>Inadaptados se consolam numa iii»¦Ao de torqa própria. E. na eeall-dade, o que mals a feria nn fundorra o abandono, metmn que pruve-cado por um motivo de dever a obe-decer que levaste o iteu rompanhei-ro • camarada a caminho diteisorio teu, fnaae us tocante * oposiçãode nptnidse. Inte relativo á umafastamento de convivência,

Nlo hl duvida que nesse apego »constância txlslam Irtços eagriftt-doa da Inteire» do seu caráter, maao Mela punha nltao lal rigor tanrotrelt» excluslvlsmo, que (ornavacoerelta ¦ aua amUode.

SemelhanW exagero nascia, assimacredito, da inala desconfiança daaua raq». que a experiência de vl-ver mals desenvolvida «om as doceneees ¦ oa deacnganos; contudo,„ exagero existi» e nfis foram raro* o» que lhe sentiram at exlgen-rias Era devido a laao que u senllpii tomou o feitlo relraidu, melhor¦ aracterlundo-n — escondo, — quelhe dava a exterlorldade • queiaue fosse de arlsc» c agreaslvo a*mesmo tempo, ponrio-lhe fulgnre*de sátira nos olhoslnhns rebuscadoeea e arrepanhando-lhe a comls.uradoa> lablea. á d'relta. num viiicn a*mulejo em permanente ameaça.fissc exterior prejudicou-o multaivetea. Os que para èle iam. coiidu.cldoa pelos elogio» dos «eu» »ml*o>.e recalcavam por deliradeia a, prevenfões que. por veniuia. hou*c»-emcontra a su» escola literária nu, Iolaliaente. vnnlra a côr da sua epi-derme. lhe senllam o amlnho ile-nafianle, a. atilude pruv.icador* •¦modo frreconciliavel: quando 'hesfatiava e.-pltlto para »e dominarema rnnflllo era certo, estuava. l.marande Jornalista meu tmlgu. queera mulato, vnliandi da Em opa «encontrando* na redação do seujornal, recebeu lá., forle emoçuoque perlucbadn, agarrando men :>*¦

fle GONZAGA DUQUE

A herança de BergsonMORREU

Bergson.O silencioso desapareci,

mentn deste veliio prof cs-sor, deste velhinho de mais ric oi-tenta anos, não causou a ema-ção quc se poderia prever quan-do se levam cm conta a' resso-nancia ric sua obra e a posição—Tjfue^çríT assumiu no conjunto <lafilosofia cm fins rio século XIX.Nottciou-sc apenas que o proles-sor Jacques Chevalier, um doa"•discípulos" de Bergson e atualministro da Instrução Publica dogoverno dc Vicliy, linvia enviadoo protocolar telegrama de cesa-mes á familia do filosofo... NoBrasil, onde a obra dc Bergsoné relativamente conhecida, ashomenagens á .sua memória to-ma ram a feição de exéquias, rierespeitoso enterramento... Mas,era tudo isso, Bergson apareceuapenas sob o aspecto da morte,como objeto dc necrológio.

Triste e paradoxal destino pa-ra um filosofo quc tâo alto can-tara a Vida!...

Poi assim, envolvido por umrespeito fúnebre, por um silêncioqne Impressiona, que se despediudo mundo esse velhinho que háquarenta anos foi um dos maisdestacados nomes da história dopensamento contemporâneo, Foi -a&íim. num inverno profunda-mente triste para a sua obra quese fundou o filósofo, que anun-clara á vista dos ultimos raios desol do seeulo XIX. a "ressurrel-

ção da metafísica"!Com Bergson desaparece tam.

bem o sentido do sua filosofia.Sem discípulos, sem a ressonaii-cia que os seus trabalhos tiveramnos primeiros anos do século XX,quando eles ainda disfarçavam,sob as mais ricas metáforas, a"Realidade profunda", u "Con-creio" e o "Impulso Vital" — tudoaquilo a que o próprio movimen-to das Idéias do nosso século Iriadar conteúdo novo e vivo. Foiesse conteúdo da realidade, doconcreto e da própria vida queafastou as novas gerações da fiilosofia de Bergson. Foi esse novoconteúdo que apagou o sentidoda filosofia bcrgsoniana.

+Mai. teria sido, de fato, Berg-

son, um grande filósofo?... Bemsei o escândalo, o espanto, talvezmesmo a irritação que esta mi-nha duvida vai determinar emmais de um espirito... Mas a es-asa dúvida, que a reflexão sobrea obra e os resultados da fíloso-fia de Bergson impõem, eu acres-cento desde logo que ele foi, semduvida alguma, um notável "vir.tuose" da filosofia.

O positivismo, ou melhor, o cl-ent.Lsmo simplista do último qiiAt—tel.do..sécute-XIX-—que perderacontacto com o espirito que anl-mára a filosofia do século XVII— proporcionou ao vivo c rico ta-lento de Henrl Bergson os meiosfecundos quc lhe fariam ressal.tar a "filosofia". A literatura. ¦—a excelente literatura bergsonia-na — faria o resto. De outro lado,a extrema penúria de original!-dade dos comenta dores raciona-listas, temerosos das consequen-cias do seu próprio raciona llsmo,que havia tomado por tarefa ex.^clusiva a disseção do velho Kant,o novo "leologismo raciona lista "

também, pm grande parte, con-ttlbuiu para dar á fibra dr Berg-son um realce, uma "novidade",uma "oportunidade" que a histó-ria cedo se incumbiu de corrigir

E' mister não esquecer que nberesonismo, nt época do leu

apogeu, correspondeu a um he.roismo sem compromissos,.. Afilosofia dc -Jergson, ua sua "pu-

rcaa", não exigia compromissos.Opor o instinto a inteligência jaera um heroísmo. Já cia uma atl-tude avançada, •¦revoluciona-

ria"...Mas não acarretava, ta'. atitude

compromisso algum. "Folosoiia

da Vida", da "Realidade", do "Eu

Profundo", — tio tudo quantuhá de mais vago mas aparente,mente vivo, o bergsonismo cor-respondia a um "clima" moralque exigia simplesmente uma¦'atitude". Ai se extinguia a"ação' ... Vago, dúbio, como aprópria época, cra o ¦'sistema"filosófico de Hcnri Bergson, Es-pellio da própria vida íos ho-mens do findar do século XIXe tío inicio tío século XX.

B tudo isso cra possível e atécompreensível. A ciência era ain.da apenas um instrumento. Nàoimpregnara os espíritos, era re-eente, era algo que correspondiasimplesmente ao fastlo farto da-queles homens dc Paris que Eçade Queiroz tão bem soube pln-tar na "Cidade e as Serras". Aciência nesse estágio admitia nmBergson como critico e até apro.vcilarla cm ouvir-lhe as críticas.A rigidez de um "maqui nismo"recente, que não compreenderaaluda a sua utilização e a suamoralidade, era proveitoso, eranecessário mesmo, que alguémviesse falar de "Vida"'... Aquelesque sc haviam deixado dominarpor um materialísmo orgulhosoe grosseiro era mister que alguém,com malícia, viesse recordar osvelhos lemas de Heracllto..,

Bergson foi w "'critica" dessíciência uni tanto Ingênua, O fi-losofo deveria ter ultrapassadoessa critica. Teria realizado Isso.'Não o cremos. *

O filosnín da vida, que era

CRUZ COSTA

Bergson, não parece mesmo ha.ver atendido if diretrizes qucdecorrem de sua obra Um livroseu existe em que, já Urdíaineu-te e usando sempre da riquezadas suas metáforas ele ''^b°S*."

uma moral. Mas é preciso uigrande trabalho de Imaginaçãopara

"situai" Bersson diante dacrise que o surpreendeu no sé-culo XX. Bergson ainda ai é va-go, deixando, com dificuldade en-trever o seu pensamento, Fogeaos compromissos procurandoaguçar o seu já rasto escalpeloda critica...

Ora, quer-nos parecer que seriaprecisamente diante da profundacrise que o assaltou no século XXquando já amadurecidos estavamos 'princípios" de sua filosofia,que poderia Bergson indicar osentido exato de sua obra, Não ofez. Talvez não tenha podido la-fê-lo,

Parece, porém, pelo seu inl-cio, haver preferido que a sua"herança" fosse-tomada pelos re-presentantes de valores estáticospelos interessados corifeus tíe"ressurreições" anacrônicas. Ofilosofo da "Evolução Criadora",do "elan vital", parece haverpreferido que a sua herança e oseu testamento fossem executa,doa por aqueles mesmos que ne-gam a evolução dos valores hu-manos...

Há alguns anos um dos espi-plrltos mais vivos da modernafilosufla francesa, examinando afilosofia de Bergson. concluíatssim o seu estudo: "Berg-son já é um moribundo, mas obergsonlsmo, de há muito, é um»filosofia morta". E' impiedosomas é exato.

Um sentido novo, produto dlevolução histórica, surge paraabrir novos caminhos ã hiimaut-dade, Bergson é o passado. G obergsonlsmo, jà é de fato. umaflsòfia morta.

V», me «etreilava: "Man... «eu Iluqiic, *M« hnmrni ê a Dlihot"

Sã Arpai* dr alfiins anoi> fnl" queeu a out rim. iiarllcularmeule OscarRokiii, ciiuai-RUlmu» trans lor msrns* mt Imprcss.lo cm acc'Ucàu tu-vnravcl. O iiniidf Jornalista Hnh*n cnrscftn na medida do mi Imrnaol«IrnIa. que ei'ii irnlal. Alnlillnni osnu Julzn e .tln a ser. noi ultimo*,penosos dia» tio poeta, um dni sru*melhnrni amlgii,. ao lírio da rtrrlf-rado Inromnaravtl de Nentiir VHnte Maurício .fiililm,

En mrsmn. que. amamfnlado num¦elo de neira. nunca llve a mrnorpreveni; 1 ii de raças, nunca me pre-ocupei cnm n inr dns indivíduo*. ¦primeira vri quc vl n Cru* rwcbluma ImpreWm >lngular. cm nu." semisturava a «Impalhla • n rerri»duma »(rosilo. E. cnlrclanto te-nha a crrlera dc que n Impremionelr ii nda * slmpitliamente Ml*. *que a revelia con* I a nle da *ua almane lhe externava na fUintiemla, pievocando a sllive» dn den»tio.

Pnsln rie lartn í»sr rxterlnr. vnr-rida a sua aparente eequlvança aalma dís»r hnmrm rra -uave e ela-ra romo uma rollc dr liinr mi Am.rampadw. undr nãn há «omlira* alemer num hiiüddnrr* snrliletoa deraporlriie- pira emboscada*. Duti"na aua pnbvr/a, incapaz dr umabcAd feia. dr um ato ve*n*n. .e-is-tlndn a ma1dndi> Aos hnmeii* om fme,mo brio e-,m que resistia *fome, qur a nlniucm rtiiiftwwiva.l»rnto áe vlvlii». nboniinaiido t al-cnol, desprezando • rxclt«<«o d" ,tabaco. detc*tii»<Ii> * vulgaiitlailrda> palestra*. Ioda a sua vida mental. todo o vigor do sen ctirluuriam dndn* á Arte. ã Piesla, à Dôrc i ItiiHiin que u flirram dlier:

TENDO sido um dos maiores

humanistas de seu tempo. Fi-nàlon soube peneirar intime,

mente uo espirito dos cleiisicos. Den-tre todos os grandes autores da nn.tíatiidade, um houve dite atmiu so-brííiiodo a sim nfcticdo: fot Homero,o epieo do mundo, travando conhe.cimento, desde eedo, com as duasgrandes epopéias lielemcas, muitasde saas passayens ele us gravou dacór, aproveitar.do.as, posteriormente.na confecção tle suas la'iin.tas "Aven-fures ãe Tèlèmaque". Como se ^a-be. talves rssns -Aventuras de Te-Umaque" não fossem escritas crprex-samente para serem publicadas, pois"te

.uo.duque de Baurgogne, do qual era elepreceptar, Vm criado, oorèm, encar-regado de copiar o "Tétémaque'.conseguiu uma outra copia que veu-deu a um livreiro, o qual a publicou,"Les j4l'cn tu res de Tétémaque".constituem um verdadeiro reposito.rio das mais belas jóias da lileretu-ra aiilítia. Composto á semelhançada "Odisséia", o livra de Fènèlontem, no entanto, alguns méritos,mesmo »n parte de. intenção. Fine.lon possuía, com efeito, um eslitilímpido, de rara beleza, no qual secantavam, è verdade, atquns defei.tos Mas esses defeitos sáo huma*nos e em pouco prejudicaram o es.plendor de sua obra. -'Les Aventurade Tèlèmaque" são. ainda hofe, tãolidas como o foram outrora. Os ra*pazes e as mocas dos tntegias lliertiSo preferencia par ,-tr como qut:um romance atrativo e belo. da-mais notáveis que.lei.i produzido aliteratura trancísie. Féutlon e, adt-mais. muita instrutivo, Boíleau, eincarta úiritjida a BrosseUt. jttlaa.amenos educativo, que Homero, porém,melhor observadas as coisas, tahezconcluamos melhor por emparei':d-ios corno grandes instrutores. Teemambos muitas qualidades, apesar ãeque ns ric Fènèlon sejun. evidente,menle. tomadas por empréstimo aHomero.

O que fa? tío "Tèlèmaque" um lt.vro ainãa hofe muito procurado, sàojustamente a amenidac.e do assuntoe a Hiitpides ão estilo. No fundo, éum romance: va fôrma. •• um poe.ma. Vollaire notou-o multa bem:"Le "Tèlèmaque" est ttr, livre quitient tout ii ío leis du roman et dnnoeme. II semble que 1'aiiteur atlvoulu traiter le roman comme Bos.sv.*t tniiliiíl fitistoire. en lul donitvntune tíignitè- et. ães charmes Inconnis,el sitrlout. en liranl de " '

Singular, tão singular!MANOEL BARROS

O' passar-se Invisível pela Alma da alamedade casas espagósasimaginação a feição ideal dentro de cada umallr recebendo um pouco de poesi» no peitosem lembrança do mundo sem começo.,,Chegar no fim sem saber que passou _----

„_Lcanqiill o-como -ao-cacas ——~"e cheíd de aromas como os jardln*Desaparecer.,.não contar nada a ninguémnão tentar um poemanem olhar o nome na placaiF.sqiiecer...invisível deixar apenas que a etnoçlo ptrdurtfiriiie na nossa vida fresca e IncompreensívelIum mistério suave alisftndo part sempre o coraç&olSingular tão singular!

DR. PAULO CRUZDOENÇAS 1)0 INTESTINO E DO RETO

VARILRaS R UIJ.-KKAI TARIC4IHAS DAI l'CKNAI¦ UA DA AMCMRIjftA, •• . V — 1M.I «t-MM

DlariaMMttt da* 4 ** I tam ..-""'

orate atile ti¦ticren qev.rt

De iuerra • amor t ecaaM d

Mejam hendlla,, Imortalltarian.A* *lma* cltt» mente amnr lal fiadasNa sua entranha • hrania Majr*.

lladeí

Itr» * poesia a sua unira r «ran-de imbleio, O venn rantava natua alma rupnnlanea. e rm ver.»pen-tv» f entendia, f. per Issn teu»e Siiun nün foi miito pnela. A a-iaprn« nüo po-iil» JusteW, prnprir-dadr, rnnrxin. Atendida, nfln eramali que uma rctinino mniíra Arpalavras pendurada* a um Ira(11Nn dr idéia; poder-se.ia dlté-la umaP<wkIh lirlca de-manrtiad* r poal.icm Unha sriiuriilr Ar rompusliiüitllHijríNra. K purqur n -om ever-ria uêle a fasclnaiõs que, *nh Inr-ma fruste, exercem na* naturezasptlmlliva,. A* palavras se llie apre-sentavam pelu encanto dc «om. ha-via .a* qur Ihr eram Imcn Mini entrquerida* r êlF a* pruminclava r r*-peda com uma nli Ides ab.oluta.pnrqur a nua riiceão eea peilelude vldn i excelência material o»aparelho de vni-alitaríin. Inmaiid"pnls. as palavra* pela nunaridade desua* sílaba,, sobretudo as qne lh»rram rslranhas, abusava dcl.i*. nurmprrtuiido-as amiuAndameiilr. nuÍiiiTuslandu-a* propuailalnienlr nunperíodo* para oo tornar canla*ilr»e. acreditava, fora dn trivial Daia Imprnprirdiidr dr trrmn* dr nu*o triiaim, Eila falta dr «ibriedaitc.dr nohre eletancla, de valor arti*ucn. provinha, por tanto, dum lm-pulsn Infenllo, era • drslumliramentn da aua natureia orlfinaruDrmaU laliav-- "¦

cnnslantrinnile Ila era "O* Mala»".de Km dn Queiri», e em lodn, naaeua rar ri Io* nrnhum» revrla^ande»a Influência ae lhe rn contra,quer no frasear, quer nn* prure»».-*propriamente d» artr. t.me ca.*pdde *• preitar a nma *ipllii:ici)nfalNa. a de fnrea e Indrpendriiclado aeu Indivi dua Hamn; e uuallílco-adr tah» pnrqur a >na arte r»tá rvl.drnclandn Influência* «tmniteíra»,mnrmenle do* decadente,. - »ibiM-llslaa, dominadores dnqurla epnea.Maa. a prnsi dr Eea è um cnn.lun-to Ar obsrmffa*. de filosofia, drrrhuxcamrntns e*ludlo»ns qur niornndlala rnm a Índole ima d nona, o«#nlo fanlaslita dn poeta neiro.O qur éle linha nn sensibilidade,uma lenslhllldadr mórbida, que nlevava a hl pere»! esla s e>trtlca< mui-tn a* »ahor dn* irttuinlarina, nu *lm-ptcsníriilr do» rnfasllaric*, Foi a»-¦lm a sua nr-iia dn Misnal • as»lmfnl a da* GcocaçAcs, que marcam

3nal» ii

a pela

,n« nr mniiaT Tritura r ii:r descobre * cnmwiio rielsiI» Ooiurlies. dr .fofio IMi

Crut e Snum. porém, persistia eniae Incultar pmsidnr, *em pniiil-rarque o quantn iu liava fazer i¦•He linha feito em vi

¦ ner n

uigwva Tazrr rm nrn-feito em verão, T.

¦'¦mu « n**r. escrevia, cra «emelhan-le á M">n Cccnr m's ft nu. uma serlrdr anotações d'aulo.p*lnitlsnin, rpnr ls,n culado niiiiamciilr petasua imacinaciio dr p-itopnlu, dr-monslrava frciindldadr produtoraNolavel Acentcein n»«'. p«r rsn-er-var o fundo lucrtiuo dn» lileirfto*prnvlncianoi. tudo o qur produziaIhr parreia admirarei pnr» ou seu*camaradas, c srm escolher ocasião.«p.irtunlrtarir nmmentn prnpilosacam rto( Imhn- a sna papelada carremrlla com Hn nmlra m qurconsiderava os srus ÍntimosI

Náo «bnlaiile o farto miinrio dcIrnbalhiiaa em pro-a qur (rz impi Imir r. rreln, drlsou Inédito, i, por-la é qur hã rir viver n.n limite, daproporção i|iir n fntur,, Ibr inipuirr.Esse, sim. romirr. vibra. Calcina,

F hiMta nara riiniprcvac rllar uAciobalti &A Dór. Ouciimo-lii.

tia larialhada alrm, nHntiiinni.,,1,AflU oa iuIsi», * tunvulíloníd,,Baila, (atrorhr. ,alia diton. ..,,,.»Pelo estrrtor deasa Minlt lentaFedrm-le bl*, r ura bl* nsn tt de*Vamm! rrtrza o* musrulns i"!!'~!Nessas marabra* plruêla* d 'mt

% embora cala., sõhrr o chão. tr«.Afnfado em teu tan rue MluTíí"";Ri! Cnracfio, lrl»li«»im.i palhH^'*'

Nis hi quem lendo nu ¦¦>,,...lhe nrinr fl mrrlln rir uma nhr. Zarte. n" *'Crui e Soiim' que fnl hnémln kl„rslrnlnire, inimlio do ruirin . /.

esrandalo. acabnu rasando s„,mullirr, qur ja nftn Uve, t „. 1.•ua cAr, tinha aliuma instrucã, ,einpava um lutar i mrs* ãt iMlura.f rir uma irande nriclni l m,rtm casado leve necesildadr ,\nmrmprrfo mal* irrinn ri» qne •» n,,.imiHrfiiia. dificilmente, n» Imni-nw; e i»r Intermédio dum hom ,„ifn obteve uma rol lica v Si • eni leurtlelo publica Pouea lempe, n|v,jestado, qne moléstia* |raTi.,ímÜ!perturbaram lrl,trmralr

Maa. para nó*, para n fulg,,, „qur valr i o poeta, f:««f. fiminn nieu nome que sr n»n apatarã nu»ra. e fôrma cam o rir Mmu-i n.Cunha. « pinlnr riirínca ris tu „lon lal. ns pnmrirrt. III». dn r r,,Luiz «ama. o advntadn pauli.ij

'„lteli*ucl>. Paula Briln e hun-rl d,S. Paio. o erupn intele, Iml dn umiraça que tem dado, denlin rii <•„lipo ((iiisrrvadii. homem de ">a| ,iquintada sensibllidiilr um Infelii*•iiilros 3 ttspttiu, pràtirio i vida, • circundainal* levaram nn a ummenlo qur mi trrmiite pela tiihrriulni>e Mnv ;de fr i

espiritual:Icslamrnl

Morre cnm n teu Dever NiDP qnrm Iriunfnn r sabe q„FDr-denhande rie tndo a rnnnipV

Fénélon e HomeroDe CELSO BRAKT

nto passa rit uma colcha ie retalhoshomericos. Isso a seme rt facU.mente, bastando passtir umn vistadr. olhos nas paginas das "Aventa-res de Tèlèmaque".

Lãgõ~á paeina~-tr.es a tente encon.tra uma imagem nittàninente—ho^.merica: "Tèlèmaque stiiveit la dêess;accompagnie it*tme fonte de ietinesni/mphes, aii-desses itsuuelles ell:s'èlevait de tout la tet*.,.*.

Em Homero, na Odimeia, cantaVI, verso IOT, esírii

referindo-se a Diana, o que pode-riamos traduzir: "Ela si> erguia aci.ma de Iodas as ninfas pela cnbrçfl «pela fronte".

Ainda na terceira pagine, eucoi-tramai este trecho: "Elle etait tapis-sè d'une jeune vlgne gui ètendaitses brandies souples egatemenl dftuls còtès".

Em homem, nc coh/o V rfo "Odis-

seia", verso 68, encontremos:

E d'uutou tetúnusto r-ert speiatit, \glaphyro:.-.

imeris ebooso, lelliétet dé staphu-llestn,

Là ainda se estendia, em torno da\grota espaçosa,

uma vinha coberta de Iritlos.

Se quisermos, ainda na pagina3, observaremos umu imitação. Láestá: "Atille flcurs ualssantes èmatl.laienl les tupis rerts dont la grotl*ètiiil environnte".

dejà lt, vwtoire- .português, leremos:Em Homem 'Odisséia xvti bi Tres '''"¦^ ''"'*' abraci-le. n-ú-üt

há ti mesma expressão [pi,r '*-'" r"> rf'"' b "r"-e Irrs re:es me escapou comu mi

Thespesien deira :o rje kltarin ka. "P '"'

—_ [tèXheuen Atene. Já n„fcj rff jeenéton, Virpiim «ii.7~~~~~-~~~~~^ >'ia aproveitado a Imagem:

Minerva lançou sabre rte uma ornei—Ter—çaaatus ibi cotio ricre brcchit{divina. ~~~~ —4oaw

Ter frustra eomprensa inamis rn\,qiA pagina im rins ¦¦Arciitttrrs dr [íninoo.

Télématine" nnttimos n-.iurla passa- Per levibtis rentis rotuaique ••"-.-l*gem: '-Cetle ambir imitir èttliappa \limo somen

ae trompeur sr rièrnh ¦ n rhnmme está mt Eneida, conto VI, nerjn 1(in.CHi crulí cn iottir". , .Como se poder* supor pelos expiti.

No canta XI dn 0(i'.s-cin. encon. pios rltades. Fén*lon leve muno •=-tramas a imaacm celebre: sua plorin a Homero. Pnrqur fm el-"

sem duvida, o seu |r*ndf mesir» (Tris men eptinrmclen. cirein te ms primeiro sutor de sua OUri.

Odisséia, livro V. i 7!,

morale i

E' justamente essa preocupação dttmoral eztrahlda das narrativas qveconstitue o elemento nitidamente Pteríaeão de Fènèlon O autor mur-ca perde essa preocupação de vista.Bm qualquer momento, e sempre semdeixar de perder o interesse. Fãne.lan. procura mostrar o'fundo moraldos acontecimentos.

Fènèlon foi um verdadeiro adora-dor daquilo que ele próprio chamou"o amável simplicidade do munanncscetiic", E, de lodn a grande fio-ração artistiea greco-latina, ttm na.me ele colocava ri ?renl« dos demais.Fot um grande admirador de Safa-eles. mas reconhecia a superioridadehamertea, Porisso, o "Tèlèmaque

eslá:

Ampht di lelinones malukoi iou ediiselir.on

teleon,

tií/r; tradução it .

Effi ijoíííi floresciam ferieis pradõi| cobertos de violetas,

Se quisessenHts,- numa análise to-lal obra de Fènèlon, examinar oque de homerico nela exitte. pode.riamos citar dezenas e mais dezenastie imitações, pasta dizer, no ea.tanto, que tudo o que è. verãadelru-mente belo em Homero, Fènèlonaproveitou. E soube aproveitar, nãohá duvida. Virgílio não fez oulracoisa. Sem dificuldade, a griite. en.contra em Fénélon alguns dos maio*res encantos de Homero.

Á' pagina 2B2 ífoir "i4tieafiires"testá: "Minerve avait mis dans setyeux itn feu divin., et snr son visageune mafesté fiire qui prometlu.it

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de ÁLVARO MOREYRA, MARQUES RE-BELO, JOEL SILVEIRA, EMIL FARHAT, clc.

HOJE

DIRETRIZES'EM TODAS AS BANCAS POR 1$000

O SENTIMENTONEM

sempre o menor vesti»Bio de certa e elevada sen-aibilidade sentimental dosaltoa conhecimentos, no qus

ae relaciona com'os poderes dosfenômenos naturais, abranecn-do, principalmente, o seu verda-(lelro sentida: o biológico. Essanaturalidade de sentimentosnasce exclusivamente, dc umamanifestação pura, clava e clielnde verdadeira humanidade. Hn"em tudo Isso, uma vibração ce-talar, na atjâo fisiológica, sócio-lógica • psicológica. A caiacle-

rlzaç&o do sentimento permiteao Indivíduo ter conhecimentosde Idéas imutáveis, como simbo-lo de um acontecimento que im-pregna o elemento em conlun-to, com o seu aspecto Integra, edefinitivo, o sentimento tem assuas bases bem fundamentadasna razão do bem estsr de umpovo, Nossos sentimentos, lm-pelidos puramente, refrungem alui natural doi lefiòmenoa hu-

AMÉRICO BRITO

manos, que é tão peculiar i con-formação, fundamentalmente,

básica do valor do genlo. Nosentido exalo do sentimento .Iarazào, ainda perdura a reallda-de quc sobrevive ao objeto como discernir das modificações se-nicllmiites ao conjunto pslco-fl-slologlco. Empreender o ab.solu-,to com os fatores de uma sinte."

se, ê mesmn que intitular a açãodo fator químico « ílslco do ln-

dividuallsmo, em seu desenvolvi-mento biológico.

XXXAo meu ver, existe um fator

de vasta Importância, e fjue Irairelativa produtividade ao "*"''viduo, em relação ao sentido f'-slologlco e mental,

"Já os Gregos, com seu P?°-fundo sentimento do valor e aa

poder do homem, haviam tran*-portado para a conciência i"1mana os combates movais s ttm

llglosos que, segundo as velha'lendas, se davam fora do llOI\,f,,"e decidiam. Independentes at-t-

dQ seu destino".Em suma, existe, ainda, «s'|

profunda fé na Alma hum"»-o «entlniento moral • lellnt».

:7x:.iXXX

Page 5: FBSQNELLO Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: …memoria.bn.br/pdf/095605/per095605_1941_00190.pdf · m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a ... não o

|f;|A HOJE MESMO

MAYERLING-irande romance fla coleção

lll»!| CASMURRO na Iraduçfto

EniTH MAPARINOS TORRES

¦ DOM CASMURROi P fina t

EM GERALActtha tle aparecer

MAYERLING• faminto romance na t:nleç*n

DOM 1'AWWHHRO

O UVRO DO DIA

«Café Amarelinho»Manuel Santiago Prêmio de Viagem de 1927

toe vezes, na feitura dun erídoasapressa das, a cena co'egfnI nrio Ilu:retornou d memória, lemhrnndo nl-gum detalhe esquecido.,, Qiiaiiíaavezes...

Em 1811) ilíaiiueí Santiago, chefiano Rio rfe Janeiro. rrrts mun Iwfjn-gem úe quadras, Descnna e plnlo,mos ecin parn a Faculdade dc Dlrtt-to, concluir o curso. A Uistoria Ira-

gma dos artistas quc marrem de ;n-tlie impressiona mal a fttmilia, onde.não existe, neiiíiinii cnso rie vocaçãoartística. E u iovem assumiu o comprttmisso com o pai dc .»c formar emDireito. Cumpre a palavra. Gradua-se em 1D20. Nesse mesmo ano ma-Iricula-sc na Escola Nacional dcBelas Artes candidatanao-se a umpremlo. apresentando um quadro aóleo, que é seu aulo-ietralo. Mais

- - -i céiin do apito se repra.duz 1 ves xapresenta, monopolizando paio centra de Iodas as •Ucnçúcs. "Wr

llie. cabe ocupar na vida um lugtncomum, Tem a convicçtio de ser uhomem superior e precisa timbrarsua personalidade com nestas forte:

Fa-

Tatuagem, dt Manuel Santiago

l em lYJnuiiriS. numa es- uo primeiro din de ciilepio e fá fa-.muiln, a lilsrona bom, zendo das ..uns mias. nrio? Não lll-:

rr,-' rie \ii«ii,-:fi tropical, irmã. '/(li* c à primei"! tia aWu,canta a líiriaitrfm ti? t.m-iii'.' Mas nãn apite mais.

¦¦ „ ,-H,iii,;:,'infi uiofiitíii l. u Ir. floria do íipiío '"(ircoil natnlit ri') ro>l..nr tlr *u;>- --...;. r.„ .'.lanucl Sa'll:i."lt> tini pOlitO

;j... Mus i ii. ;¦¦ i.-irv í-títf¦¦ ii,. rrirri-ncin t* i.i'i jiíiiiío de partiaa,m.'mi (iHiifit) qu-:b'ti /¦'ni o m-w scr/iintln gesta de egocen.

,-..iihii:Io !'¦ iii-i-i cc- í,j^>j-;r> !¦ fí snn .triiuntlti tentativa ilesiíeiií-.-tj itnrrirnsi) ixií-'.' s- .'.';¦)"*- comn Irtvr próprio C pes.

E o ap:!o i*;;ilfii::ilí, ."..• v.iif. íí un tlit.-.tihor dei i.-iras nsnnr-< eni íiirriDit: r. lilhtvr-, uu-.. niiuntiis rrzes r.tio lenveu aquelabrejeiros, c dedos uue cena colegial na Irmbnnira ila volu-

i nr, püi com í/ne alguns iv.-iinms sarii-Pare com esse apito. {liam c estalaram o dedo. para tn-'iioiuc? rtirti-fo

n professora.. Çuania-i cr-Fnntitti/o ¦-.¦•ísiirn". rrs eeirns idcMlirns tu,- ".Safons" e

Dr-m seu ilíoittie/, ÍOTO HOJ jHÍi-flHirnftis nrfisíircis... Qwan.

eu Idade de Direito, ao eoncfnfrcurso, in» rimo iiornml. comum,sem ijttiíriDS mas sem íifíllin. pro-curando marcar a sua passagem,distribuc num dia de lesta acade-mica. a sua biblioteca com algunscamaradas e com o seu irmão Claris.Justifica-se perante >i ihíjimo. tif-Ecndo que agudas preocupações e

gue aijueíe curso llie tinham rnuOn.do o tempo para a sua grande ro-cação artística. Mas será licito anm moço renunciar a todo o u-w

jwssarfo miít-ersüario, a tudo o cabe-dal áe ensinamentos e leorias e a(orios os urros de cultura adquiridosno decorrer rie cinco anos. pelo sim-

pies e tutll pretexto de çue anucte.spreocupações o afastaram de umuporaaçâo artística? Scra licito a umartista tle raça. como era o seu caso,renunciar a vma parcela, mínimasequer, da cultura universal? Nân.Nem quero fazer a injustiça de ]nt-ça-lo incapaz de possuir vma n-tante tie fitsros c de paralelamentecom a concepção artística ir destra-indo O espirito na leitura dos cias.slcos e dos mestres do Direito. Foianimado oindn. e tão fomente, pelomesmo sentido que o te: apitar va

aula, que distribuiu sens livros e toiainda assim que apresentou seu auto-retrato para concurso, que aos seis

anot fet tim refraío rtn udud e quena ana dt 19Z0 rompeu eom Amoedopor ter em sua casa te mo cimentocom vm pífio que nm garoto to.

gava.Santiago Iniciou-,ic na unia eomo

um grande egoísta e a fiunfo facll,e a gloria quc chegou cedo, te-ii.Iam por certa, marcado como unidos' maiores cabotinos tio arle bmsiieira. ndo fosse o grande acome.cimenta de 'cr eiicun.rado na isco-la Nacional de Belas Aries a figuraromântica e sensitiva da artista rieescói e aristocrata de emoções quefoi sua colega llagdèa. que mais lar.dc se transforma em unhara San-tiugo, Ela salvou-o. Salvou-o de sendemônio interior. No roman lis mo

sadio de Haydèa, Santiago possa asentir a humanidade e o simnrfe nfinge u esse lom raro debeleza, que liojc a caracterisa e onuese noln um grande contendo huma-nn e onde sc sente um valide espl-rito religioso, ae um misticismomeigo, suave c doce.

Eiiííio cotíieço a se recordar da

paisagem amazônica •¦ dus lendasaue ouviu quando criam-t. Scnle i/iii?Jia em tullo um principio eterna ittbelesa. mas que nâo basta copiar umcenário para que a brlizv se repro-rftiio na 'Cln. Mlslér se faz uma

mia. Mus ii que? Maneia as caro e os pincéis

eom pprfrfciio. que lhe lalia paru scencontrar dentro da mi-.t.ira? E toi-turado. inicia o seu periu-ti. de bus-ni.A paisagem local e a orl meira in;-

pressão visual que a criança receitee í pela visão aue o artista começaa desenvolver suas qualidades picto.riais Depois desse áto. iodo //.<ico.eojiiecn a teníir a pane psíquica daarte. Sem solicr bem e<ninr ns cou-sas que o cercam, sem a emoção da

paisagem natal, t imu-nsivel a vi«artista sintetlsar. compreender an ta, n.manifestar aaiiilo que 'en de siipe- ainbierior e rfe estético rfenfro rie si Ouve aos stas no:es interiores, que ve ocharrim ft"

perdidas no tempo e que lhe cbc- artistqam da íntanela. e n* tendas **' -

sônicas passam a lim'-;' no.»ouPírfns. c dentro dos nlho'

De LAVRO FRANÇAdileta, mo existem fatos, a provaprovada, mas iin ta:6es para tal afir.inativa .Para modelar hasta ver eeiamlnar o corpo a ser modelado ciuiodos o» Uípecfoa que se possamapresentar, mas para pintar è ne-cessurio ler educado a vista, parasaber ver f»i perspectitui. ou mrllioi.dar a uma superfície plana, ct.iicrire.i e linhas, o senlido exato dutrrceira dimensão. E' bem verdadeque feiiipos doiític em tfiie o escul-tura e pintura se eoníiiinfidiit nacoloração dos baixos relevos, formoçue. aüolirfa. ^irade dciui' uma 'u-

perficic úe cõr limitada por um con-torno, como de fato foi a artmitivi

pintura, tendo a carateristtea fort?rias colorações, t nflo a rios tolo)!-rios, )(« iiicíorfcii aceção tio termo.Foi assim a piníuru rios cpípeioi, ou-de sc pôde senlir mais ob/etos areproduzir e Urinar açàes de deter-minada natureza do. que própria-mente um sentido de lieleta. guesatisfaça e comova,

A hefesa só seitfironi.iifl os greg.isutravés da titosalia e ila poesia, cs-leiirfeiirio eoitsíari'e»ieiiíe <i miíiirc:udos (ieiurs e o cara ler 'ios heróis

para ulcançur a verdadeira expres-são artislica na pintura, como >ahaviam-no alcançado ra escultura.

Nâo t. o bastante possuir conheci-mentos técnicos e ser consagrado

por nm principia acadêmico, parujer mim aríisía. Como ri eseulilira. anjiiliirn laiíihcm let-e um esliio un.mítico, oiiíes de altiiglr a cpaca dns"Escolas". Na u:dn humunti Itttlos os

fenômenos cósmicas. Históricos, sn-

ciais e aríisfii.-os se reproduzem, nu--:

perfeito encadeia ment o. dentro ãcum limile do tempo e de espaço. \ni-siriu rie um niiifor. a historia Ca

pintura se reproduz, con toda a r.i.a

sucessão de "Eiealas", ule que o •"-tista atinja a sentido cra'o (ta bcle-ea no estudo e, ua medilaçilo do

alai, rios seus deuses t

IB anos. dc Manuel Santiago

dentro rin jjiiiliirn, itnCu iiuia seriecrlmiilio tlc perversldades. E na

1 rieíormaçâes .imites, procurando llim as leorias tle umrico. quc de íi-wii-.ck(;ue o bom íriisii rrilmcitt tio wlisla eimilitarismo vifiitsl

e desenho, sc a ei

scotas dn século

dão, e enriridrie.. )/ii rm Santloj»«ui sffiiirin l'antfist'i. f." rie mesnti»n can/esta quando afirma nâo ternrnhmn quadro preferido: silo comu

filhas queridos, com r/utilidadcs edefeitos "" ** -''¦ ¦' '""

'Cplífi¦ airtia tio

tndas

expressão da rSenhor. E seussentido dr jiet

irlbiie por¦:' o Pan-

nu vasio inlinita 0'iãc $° agilu. pr:..sivel. Ila nm nequeno período ne.cr.nl >i'thi. F; notic. muit. Sr ri pus <¦;-tudo e meditação da paisagem nata!e das cuuins tia lerra. oe.de o nríisfitentrar na posse de si mesmo e /mer

dimentada nos mals sadios principio»dn amor ,- dn be/e:n. da te r da es-

perança. rfo periíiio c

¦,Hltl<

os motivos¦bilidade. As

mices ouvidas r*uaitríom-ii. et emite lir*' v>rlv; do cena.gnwi-lrsro tia seira •¦ o primifl-io r/n iiirtn simples ila rri/íâo,

i-lhc e ati h

:ri(l:i:le.

senlido irego da perfelcaiprrtMiCl.

í rfe .-rfe Inflas, de formas e rfe essência.

liro conceito exato de I"1

i interpretações. Q:o

muntlo conhecido, surgiu na piro estilo de imitação. Náo UnhaiRomanos a firofiiiiri idade "'

dos gregas. Kit

porque nde lalsai

CONCURSOSfervor'iso descrente a

liie diz respeito a con-i, Um ímpio relativoria. Infelizmente, nãoa d"ce ilusão dc crer.

a e a .simples experi-u ardente hcrcftc so-

ODORICO PIRES PINTO(Especial para DOM CASMURRO)

Experiência modesta duma vi-da que nincia não foi candidato.nem se candidatou a nenhum

prêmio, mas tem visto tantas

s historias me fazem nãi

'imitados (i/-slc:

Não fogem ã regra os concur-pos litorãrics realizados no Bra-

sil. Meras fiirmalidades ns tais

Julgamentos dc trabalhes literà-rins.

Porque, de véspera, conhece o

público aouele que ieune ern tor-no de sl maior numero de mem-bros da comissão. Este %er& o

vencedor.

Haia visto o ruidoso e pscau-datn~i. .pncurso dc poesia, últl-mo da Academia Brasileira deLetras, que deveria ser o paradl-üinn da lealdade, o exemplo da

justiça para com as letrasmais.

A influencia de certos Infeliamenfce. isto í•stes, aos quais não sc cru-

Outro exceção foi este Grandecertame idealizado pelo Prefetto

José Loureiro da Silva de Porto

Alegre, sob o patrocínio da pre-feitura da cidade gaúcha.

Comemorando o bl-centenarioda cidade, fez realizar o -Concur-

so literário cidade de Porto Ale-

gre" estimulando destarte ag le-

trás brasileiras, enriquecendo as-

sim a literatura regional gaúcha.

Vencedores saíram, Darci

Azambuja iromance) De Sousa

Junior (crônica i Atos Damasce-tio irotelro sentimental) e Owl-

dio Chaves -contos).

mte-

Exceções há, a estes concursos.Náo vai pnr minto lor.Ee aquele

patmeinado pcln vitorioso hebdo-maiiarin do Biicio de Abreu, oDOM CASMURRO, em combina-

ção com '"Vecchi-edítcr",

quepremiou os romances tte DalcidioJurandir. "Chove nos campos deCachoeira" ç Clovis RamalheteCiranda".

/ ':m~ ESTA MAQUINA \j

V"saí*#l— SÔHI »» tf»NTAOCN5 O» i|V I^Jyjt"- BÕA IlUMlNãCAO /

E"fali'" na Hnauaafm cio- consumo rte luf rrprcstnti deít

quentt dn cifro» c do« i>esa. |mrqur islf scrfuriino re..lucro», poil ¦ boa iluminação torna, ce-itu.ilicado. no Bumcn-

Darci Azambuja M o premia-do. E' um nome feito nas nossas

letras. Apresentou o rcmaitee in-

titulado "Romance Antigo", aueacaba de ser editado pela Livra-

ria Globo.

V uma história amorosa des-enrolada em um cenário da en-

táo província de Porto Alegro, no

tempo de D. João VT.

¦ Da cidade de 1816 sem Ilumina-

ção. e suas ruas sem calçamento.

E' a descrição dos seus antigoshábitos e costumes.

A parte amornsa do romance è

desempenhada pnr Ana Emilia.filha de um velho português,perseguidor dos amores desla ouese tornou uma heroina, "venceu-

d" os obstáculos que o destino e

os homens lhe oPôem-"

Narrando os descendentes fl?Ana Emllia, o autor do "No

gal-pão" mostra a evolução pnrquefoi passando a cidade, ati che-

R»r aos nossos dias, transformai!,do os seus hábitos e remodelan-do es seus costumes.

E' um romance de três Rera-efles. Em 181B Ana Emllia. Seusbisnetos em 194!.

* * *Esta Iniciativa do Prefeito José

Loureiro da Silva é digna rie seiImitada, por todos aqueles oue

queiram faaer algo em prol dasnossas letras, estimulando a pro-duçao literária, premiando osverdadeiros valores, recompen-sando o trabalho honesto, sem

partidarismo nem apadrlnhagem.

Que sirvam de exemplo estes dois

Julgamento dos concursos DOMCASMURRO e "cidade

de PortoAlegre",

Ha um velho conreitn liirtaricn gr•pretende afirmar ter a pintura sm-

qido depois da escultura, como fill.n

CIDADE

está chegando aotermo da comemoração do seubl-centena tio « eu vou hoje

recordar cs últimos cincoenta anosde sua vide literária.

Escapam a este período o '"Par-

thetnon Litterarlo', e os -Ensaios

Literários'' que são dá época ante-rior. deixando eu. por isso. de mereferir a eles na presente neta. quepartirá de 1891 para « e oue i cal-cada sobre uma conferência que fi:recentemente, na sessão solene comque a Academifl R:o-(3r»ndense d»Lelras sc associou ás lestas eomsmo-rativas do bl-cen len arl o.

Faço Isto. porque entendo quc nãosò toda'a cldade~coino todo o-RloGrande do Sul devem r.cnhecer comouma das suas instituições literária;colaborou nos festejos que vfto seencerrar depois de amanha.

... "Em 1891. quando comecei "

aparecer nas colunas ^.o "Jornal rioComercio", a convite de Achyll?iPorto Alegre, eram ele e Damascei.oVieira cs poetas querides da cidade,c liando então lambem de Bran.1t,-nome Jornalístico Atire.-.o de Blie.i-ci.mrt. quc foi o prime ro presidem»tlnito da Academia Rio-arandeus.-rie Letras, fundada em 1901, nâotendo, entretanto, ele oceilado a ln-vestldura. Nessa época estavam »mc.-!(lencift com postas ria cidade zeferino Vieira. Ernesto Silva, Avzedojunior. Lui?, Mota e o crni.de Apoü.narlo Porto Alegre, seiiãa que estesraramente publicavam versos nosJornais, com exceção 1? Apolinarloque brilhava assídua niente comojornalista doutrinário e ardoroso pu-Icmlsla. na que era Incom para vel. sòlendo, .lalvcz. com competidor Oe>--mano Haslocher. quc era agressivoe de linguagem irreverente por

Já 'enlfto.

desde 1884. com a fun-rincão da "A Federação", orgio do

partido republicano, s nossa nrbspronunciava e repetia diariamente,com viva admiração, os r.omes lan-reados de Venanclo Avies-, Jullo drCastllhoB, Ernesto Alves, -loáo deBarros Cassai. Demetrlo Ribeiro. Al-varo e Homero Batista. Aníbal C»v-doso. Jcfio Mala, Ramlro Barcelos,Pedro Moacyr, Dominuos do Nasci-mento. Pinto da Rocha e esse admi-ravel velhinho quc viie ainda noRio de Janeiro e é umn relíquia da

propamanda repub'1cana. o antigojornalista de S. Borja - FranciscoMiranda,

JA então tinha lambem i"0is fie3õ anos de atividude intelectual aq-ilo grande pollftrafo al.oníio CaOnnVon Koneritz. um rios maiores lor-inllstas que Porto Aleçr; já adml-

Ornavam igualmente de Invejávelrenome Carlos Jonson, Jullo César.Leal. Luií Cavalcanti. Miguel Wer-na. Pedro Miranda, Jofio José César

Em lasi coube-me a vez de ea-trear no livro, com a oubücaçSo dos"Atlegros e Surdinas" e em IHP3. pu-bltquei outro livro - "Tiaçoe côrde rr—"

cníi-Hiol ,'uf possitsei

_ alímeiitar uma arle. So-

brcveln a decadência. Quando um

pintar nSo possue a Jidiíirfio eu""-ral necessário para se encontrar

tia bdeia. a grande cdo iiuws r dei eternoespiriliifíbdadt- ílus ™c-iirffniti final dc um

i -1 )jo ti il rn c"i Siintmtit), "Flor lie !tji,fl|^"

¦ Ititeiite íi emoção :*!'fioirsn rto,<ln rfire cdificou eaiclrnis. e ow(fciist-s sí-renoí, rlisTitiníílílo per-

Porto Alegre LiteráriaDe ZEFERltiO BRASIL

gão porto alegrense o acompanharame o novo matutino passou a dar anota literária da cidade. Ai apare-ceiam as interessantes crônicas davida de Porto Alegre aniiga do dt.Sebastião de Leão. sob o pseudônimode Corujo Pilho, as críticas dc artedo dr. Olinto de Oliveira, com o

pseudônimo de Maurice Bocm e asatlõraveía crônicas de José PintnGuimarães sob o pseudônimo deGavarnl

Al apareceram os -[mos" sensa-elnuals de Povoas Junior. um repor-ter boêmio e esta ba nul o quc faz aa Praça da Alfândega e a Rua (IaPraia rir todos os dias com ss suaslongas peruadas de quem andavacom botas dc sete léguas ã cata dcnovidades para o noticiário do joi-nal.

Uma figura de Imprensa que acidade tambem multo esllinnvu erao Daniel Job, que de pi.* lc miei a fa-/ia reportagem nos alta» esferas po-llticas com a s\\a requintada dlplo-

Por outro Indo. varias revistas 11-terailas apareciam e dc-aparccinin

periodicamente, merecendo especialmenção o "Me ". mudada porAndrade Neves Neto . que mimo-seoti por alguns meses * cidade combela e sadia literatura. i>:u:uele tem-

po alegre e boiboleteante em qusquase Iodos os seus !-;ctns meçoseram boêmios e escreviam ci seus

melhores sonetos nas m-sos dos "ca-

fés" ou nas salas reservadas rins

casos de bebidas. Mas -s.tes boêmiossé áo sonho

ntasia.

primeiros que se preocuparam cnmo apuro da forma, e iiío de IHsiupnra cá, foram Mucio Teixeira, Da-maaceno Vieira e Achyl-ia Porto Ale-gre — principalmente o ultimo, qu.-se loniou um eximio soncif-a. ccini]o prova o seu mngnit.co livro —"¦Iluminuras".

No deccnio quc se seguiu a ciiintit'leu com irileresse os livros de Renatoda Cunha e Alberto Coricia Leite,irmão de Mario de Artacão. Est^sdois poetas eram de tempera men'ocompletamente opostos. Renato d.iCunha era arrogante, i.tlrioso mc-ca lom ano. Correia Leite i ia liiiitli.humilde e lão modesto que. quandoum rapai bonito, elegante, trajandosempre a rigor, escrevia no "Cor-

relo do Povo", com o pseudônimo -,>¦""Quasiniodii". o anão idiiisuiioso erepelente da -Notre Dame". Rena-lo da Cunha publicava Ilviitiliu.s emque a metade era ocupa Ja cem o seuInfalível -Perante a imprensa" t'::iquc estampava todoe t,s eloaios quelhe ciam feitos, e estes livrinlics ü.nham lltulos pomposos rssim: "Pe-

rolas e ciiamHiitPs". '-Rutilações"."Vesti tios". "Chispas c Pedra rias".Correia Leite deu ao seu unlco livroum titulo riespretenclosio — "Sar-

De 1901 parn cá a cidade foi aliati-donamto o rom a ncs mo literário ?.já lendo regularmente de cõr e sa'.-teario. porque ela custou multo aaprender a ler não oor lalta rie li:-tellsrencln, que e'a ê fé Inteliçentls-¦Ima. mas por dlflclcncia de escoii-s.começou então -¦ - -

rtie Chaves, am -Atn-1 tle Vidro*,e "Uma Janela Aberta"'; Sérgio deGouveia, cum ¦¦Iiu|iiiet.a.cii-s"- Alzl-

"Sombras"; Ribeiro T.icques. com"Loucuras": Olinto San Martin com"Poeiiui.- tle Vticê": Eitiil-o Kcmp.com "Luii Suprema": RelnaldoMoura cem -Outono": Mnimdito deOrnelas. com li odeio de Estrelas":e "Arco íris"; Ma riu Tota. com-Meu canteiro de Saud.itJes"; LilaRlpnli com *M:in.i .'iwtns" e. porullimo. Mario QiunUimi, com "Rua

djs Cal.ivenios". e dentre outros,

pronto e que lenum lambem banna-do c escrito os seus; poemas aqui,nspiranclo tis flores dos j.iltlni-S e em-bebidos no luar dns nanes liiulns da

,-u ili-vii jiiiit,,:- ns r.iim;-: (tiiihecidi:.-simoí c nnlnudidos de Manuel FariaCiiinia nuno de Bit?nc(ilrt. Wal-ler Snaldiiu-. líaul Tom Paulo Cor-rela Lopes. Atiüiisto oe Carvalho,l'-n Viile de Paula Soarp.s. Afonr.od- Mora -i e C.iries To'j Brasil qu»

l-niílcns e ilisnrs de qualquer an-

iclam fun-se de pnll-

..t« t, sobretudo, admliuvam e cul-tuatam todos os velhos, t grandesvultos das lelras. das artes, da cien-ele e das armas.

Quando, em 1895. íaler.eu o mure-

chal Florlano Peixoto, na sessão cl-

vlca realizada no TeaL-i Sào Pf (tro

pelo partido republicano em sinal de

uesar por esse Infausto nctir.tccímen ¦

to Randolfo Salnt-Clair recitou umaOde de sua lavra, que assim come-

çnva:»*,¦ morta o GoHofreio da Cruza.

da Da consolldnçrio,

e Andrade Neves, por sua vez. sen-

tindo ferver-lhe nas veias o sangue

guerreiro do seu glorioso ave. o Ba-

rão do Triunfo, recltcu tr-.mbem uma

vibrante e patriótica poesia em que.mostrando os perigos nue naquele

grave momento histórico ameaçavama existência e a integridade rta Be-

publica, terminava com este formt-

davel grito de comando:

"fleptiWlcano». alerta.' Sentido nnKunffuariia.1

Infelizmente, foi este tambem um

doe nossos fuiurosos e belos poetasfulminados cruelmente pela morte

em plena e formosa mocldade.

A geraçlo do Parlhenon Llttei1*-rio, ao contrario da que lhe sucedeuignorava a boêmias era sisuda - "

leittalia

lllllllsti

i 1902 i1 llv

D Une.

) Ganiitréi.» *Via

destoei ¦ iu* loja, itrãtopú- to do movimento diário

blito t provoco, aisim. um hom uma boa iluminação,*aumento de vendai uma úiioia t intitRoia'

A bot iluminação de uma ra» de renda 1 Ilumineeomereiel (, muiui veie», a iu» loja. desde hoje

único petrtdo do «uceiio de um rcEÍsirndora lhe dirA i'negfieio

Jímais umaumento no actrlado a >ob pro»

1: ¦IMlUmiJIll.llJIJlJINIiMiH

OOM CASMURROTem novo endereçoPça. MARECHAL

FLORIANO, 55 - 2."itidar — Tel.: 42-1712(rede interna) — Rio

Naquele ano, o velho "Jornal doComercio", com a entrada de CaldasJunior para e sua redação amplioue melhorou grandemnie a sua domineuetra pagina literária, «iam-pando ali os versos e p poesia rieAloerto Rangel. Getullo de Saitos,José Cândido Rodrigu-j*. HenriqueHUva. Josí e Tito Vilalobcs. Joaquimdc Castro. Elyseti Mnntoroyos. re-cen temente falecido em Paris comomembro da delegação orasltcira nac'dodp Lui. Munir Freira. Hs.bliioMagalhães, Viana de Carvalho. Hen-ríque Vogter, Tancredo de Melo. Ms-rio Sá e Augusto sá — U-dos da »n-tlga Escola Militar.

Naquelas colunas a clJnde sema-nalmeiile extasiada lia os versos har-monlnsoH e a oresa "inrtlanto deCaldas Junior Benjamin piores. Ma.rio e Raul Tota. Souza Lobo, DegeloCaldas. Paulino de AzUrenha. An-drade Neves Nelo, Alfredo Lisboa eRandolfo Salnt-Clair, Ali eramtambem publicados oe nprecladlssi.mos contos de Jofio Moreira An Sil-va, sob o pseudônimo de Arrelmor,

oiinnrio Caldas Junior em WPS. poetas dessa Rei-»y"u » mon»•¦<¦'"¦

seira, ultra romântica e conservado-ra. Lio os "Miseráveis", os "Trts

Mosqueteiros", o "Conde MonteCristo",'a "Dama das Cameiias ,

que a França nos mandava; os li-

vros de Alexandre Herculano, de

Garreit, de Camilo Castelo Brancoe de Antônio Fellclano de Castilho,

que Portugal nos enviava. Dos escrl-

tores e poetas brasileiros devoravam

os "Primeiros e os Últimos Cantos",de Oonçalves Dias. o "Evangelho dan

Selvas", de Fagundes Varela, a Li-

ra dos vinte anos", de Alvares de

Azevedo, as "Espumas Flutuantes ,

de Castro Alves, o "Colombo . de

Araújo Porto Alegre, 0 "Guarani ,as "Minas de Prata", a "Luciola

de Jos* de Alencar, a "Moreninha

e o "Moço Louro", de Macedo. Nos

poetas dessa ceraçfio a inspiração

_ . ... ano seguinte publiquei euo meu terceiro livro "Vovó Musa",pouco depois, a cidade aplaudia ea-lorcsainente. Alaiico Ribeiro com

pi "Oasls", Souza Lobo com "Meu

Coração". Pedro Velho eom "Oca-

sos", F, não [Mirou al o veio da bòae sã |)o?sia. Barbosa Neio publicou•¦Ciliinas" «n 1907 e 'Molduras eVisões", em 1917. todos .i maneirahercdtana cm quc foi mestre VítorSilva, que náo era ric-prunrteiiío,mas que tendo vivido aqui .' sua n.o-cidarie e piihlirailn ro "Jornal docomercio" os seus i-?i'stw (oi mm-bem um dos poetas queridos da cl-dade,

Namorados tambem dela foramLeal de Sousa, com "Bosque Sagra-do". Álvaro Moreyra. com -Regi-ne-

rada", e "Casa Desmoronaria"; Ho-mero Prates. em "Horas coroadas rierosas e espinhos" e 'Torre Encnn-tada"; Eduardo Guimarães com"Divina Quimera"; Felipe de Oil-velra.com "Vida Extinta"; José Pi-corcll com "Lírios ao vento"; Man-suetn Bemardt. com "Exaltação" e"Terra Comtlescente"; Pedro Ver-

sara.com "Alma Crepttscular": A:a-cl Dantas de Gusmão, com "Extori".

Ernani Fornari, com "Missa da Ter-nura e da Piedade": Aodré Carraao-nl. com "Horas Perdidas"; Atos Da-masceno Ferreiro, com "Poemas riaMinha Cidade";. João Pinto da Sll-va. com "Estalactites"; LtnriolfnColor, com "Poemas das Matizes'",Augusto Mever, com "Glraluz" c"Coração Verde"; Waldemar dcVasconcelos com "Sol Nascente";Oteio Rosa.- com '-Canções dn Mncidade" e "Evangelho do Amor";Aurélio Porto com a "Epopéa dosFarrapos"; Ir.ollno Leal. com "Se-

mentes" e "Apua de Sanga"; Olmi-ro Azevedo, com "Vinho Novo";Evandro Ribeiro enm --Remlníscen.

elas"; Vargas Neto, com "Tropilha

Creotila" e "José": Pinto da RochaConto nue eu ouvi" e "Fesia

-,.,.. - - ¦

Tiiciuies, F.etlda Clarkci Frúes Lila Ripo.i,

. Bisiiuilda i.igona Es-¦ outras ilie escondem

. o srandi* Alcides Mala Joáo

.:a João C de Freitas, Vieira Pi-. Fábio de Barros. Souza Doca,.rtiiii Gomes. Clemenclnno Bar-.que. E/eqilIel UlmuM. sendo queme sinto feliz eni poder enteai-'¦ -'iiciintadcr daplur agon

cidade soiração atui

critica e na historia e que-,i EHro Veríssimo, ds Sou- '" '

ado. Dareide Azambuja. Dante oe Lallano,Vínnn Mooc Nilo Ruschel. Ciro Mar-tins. Teimo Vercarn. Moisés Vell.nho. de Paro nhos Antunes, Reinai-do Moura, Manot-lHo rit- Ornelas,Ates Dnmnsceno Ferretra. Paulo eSertilo Gouveia. Ari Martins e Sal-varlor O. Carravunte. uilores men-tais que honrariam a literatura de

qualquer povo

de luis e de côi"; Teodomiro Tsstes.com "Canção Prcludiada" e "Nove-

na a Nossa Senhora dr. Graça ;

0 pintor Luiz Soaresjulgado nos Estados

UnidosConcha Homero James, o

grande artista mexicano quedirige o Departamento de

Cnnperação Intelectual da

União Paii-Americana, com

sede em Washington, tefe-

r.nrio-se a alguns trabalhos

do velho pinlor patrício Luia

Soares, que lhe foram en-

vindos pelo sr, Juvenlllc Pe-

reira, escreveu a este longa

carta de agradecimentos, na

decorrer da qual declarou:"Têm esses trabalhos um ea-

hnr t3ç profundamente re-

Itlnnal que é sem favor queficarão sendo do* mais inte-

resaaittes da nossa já avulta-

da coleção dc leprnduçfies «

nrlRiuais de obras de arle

da America Latina".

Page 6: FBSQNELLO Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: …memoria.bn.br/pdf/095605/per095605_1941_00190.pdf · m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a ... não o

'. "¦-"" '¦¦"¦¦ '-¦?:''>---,r >:¦:¦"" ¦'¦""-¦ ¦¦'"*¦' -~^

LEIA HOJE MESMO

MÁYERLING

EDITH MAGARINOS TORRES

PAfrtna ( DOM CASMURRO i

C R I T I C AajaMaaa^aa^BHHHiH^HI^ 8-3-941 ¦¦a.^HHa^HHI^BMMa

AccU de aparecer

MÁYERLINGo lanto»o romance ua CiiIi-cü,

DOM CASMIJHW»

O LIVRO DO Í1IA

SEMPRE

após as grande» tem-pastados vem a bonançaanunciada pelo avcn-lris quedesenha no cíu a sua curva

millUcoloriria.Nft vida existem Inümeras tem.

pestades." Umn rielns * o Carnaval,Sú que cm vc?, rte enfurecer oa clcmentos " eiisíindieil o Rfincro hu-mano. Todos sflo vitimas dessa fa-rta. Só estando fisicamente impnssi.bliitado ou tolhido rte toda a llber-dade é quc um cidadão pode ficarlivre das conseqüências desse tem.poral, que e a mais certo, porquer,além cie nAo precisar constar dojboletins meterológicrs ]á vem na lo.Ihinha a maior parte (ias vozes emnúmeros vermelhos avisando que *coisa vem mesmo, O Carnaval de *Ija passou. Foi nm temporal quc du-rou mulio tampo e que, heiii a cliu-va íôrte de terça-feira ttord» con-seguiu diminuir. Foi uma borrascadc folia, nma tempestade dc bomhumor um temporal dc dlvcrlímcn-tre! E depuis dessa tempestade? Ca.dí o arco-íris? Onde é que est* oarco da velha?

Quando o cnmn vai se vai, quan-dn os pandeiros e ns cuicas voltamprfl morro c ficam descansando,quando toda sente está dc vou rou-cu e tle rorpci quebrado, os ouvidossaturados tl? sambas c marchas, osolhos cansados das coras berrantesdas fantasias como C bom. cnmo ídelicioso podermos dar ao espirito acontemplação rte um arco-íris bclls.simo ermo o qur nós encontramoslias "CANÇÕES DAS SETE CO-RES", o novo livro df Oliveira Rubeiro Neto o iienjiimtii da Acnde-mia Paulista de Letras!

Depois do espetáculo niordoantedo carnaval carioca depois da agi-tação inriiziiel dessa um pi ira da cie

a alma rta eente a belesa serena ocnlonilo suave o movimento o Uris.mo a emotividade, a perfeição en-fim que encontramos na sua lcltu-

Mau Iluminada, mala «va , maliIMiaa» ala, ms ss írvjrji «•*'•"-da Bio Branco Bontllhadas da luzw, a ABVORE CHEIA D« W* qj«encontramos Wgo na abertura do 11-vro e que nns dá uma primdra lm-preMfto Inesquecível na delleadeaadoa versoa a no arrolo da Idila queencontramos no "Lirismo da Pedra :

O vento fet eatr no cónnnüo dn pearna semente que vem de uma arvore

\ copada,e lá. orníe o capim tH/fclfmettíe me-

a semente vingou, Vm ála a passa-[sarada

hã de cantar no uerite aéreo do ra-| mortn

tuas cnncfie.t de amor, Mas náo ve-Irã, ninguém,

aue a árvore nasceu dum sonho hom\da pedra.

de abrir á lus do tal a alma que ela

Canções das sete cores

Enuncie-se

a reciproca doscantos famosos de BJlas eter-se-à a evidência de que,

para penetrar a sensibilidadepoética legítima, mister se tnr-na, quando nada, o ser-se ver-sado nos transcendentes tiialé-tos estelares ..,

Eis o que nns Impuzemos, nãoppra que se realcem os méritostía poetisa, que esses falam altoe por si mesmos, mas num sin-cero desejo tie compreensão esobretudo, de homenagem.

Os versos de Yolanda Luizateem força i mm; eu te, esse aea-bament.o estético de linhas, essetodo de harmonia e musical!."ia-de qne. no dizer de Garcia Lor-ca. conferem ao poeta a con-ciência absoluta dos própriosimpulsos criadores, tornando-o.por conseguinte, capaz dos maisdemorados e difíceis vôos peloshorlzontes-mananclais da Belezae cia Forma.

"Minhas mãos são inúteis ...— como as dos entrevados —sem nunca terem afagado um

[rostode alguém humilhado,para confortar .,.Mãos que são brancas, finas e

[longas_ perfeitamente Inúteis —Sem ninguém para acariciar..."

Aqui transparece o desenga-

Esses versos fleam cantando emnosso» ouvidos suavemente, semaquela marcação batida das músicasque aindi hft poucos dias punnatna cidade em polvorosa, e os udsüobolhos vÉt«i com mals aprarto do queviram as Arvores iluminadas da ave-nlda essa ftvore que a sensibilidadedc Oliveira Ribeiro Nato plantou nocòncavo da pedra.

Na continuação da leitura. "O ln-Hiiso" que é um primor de colori-do e movimento, arranca inteira-monte dos nossos ouvidos e da nos-sa memória, os ruídos e as lembrai»-ças do carnaval que passou. Dalpor diante, encontramos leitura c»-paz de lios dar o estado de alma quea Quarísma requer, porque embe-bldos na doçura des.su poesia perfei.ta nos elevamos o espirito dt aza*seitas, para atingir esse recolhi-mento ideal para a meditação.

Nas Cauções das Semelhanças, emtercetoa vasados em profunda filo-sofla o poeta nos dá provas bel»-almas do seu talento que è sempw

no. Alguém vem passando pelavida sem que se lhe ofereça oensejo de nela se integrar mimsentido de vibrações paralelasaos chamamentos do seu mun-do interior.

Com efeito, a poetisa, cons-tajitemente, nos fala, amarga*mente, nestes tons de vasio lr-rem edi» vel:

"Não é você que eu amo!Era o "você" que desapareceu.O que ficou na minha lem-

[branca,na minha memóriae que a distancianão venceu! ..."

"Diante de mim a estrada es-[cura la crescendo.

— Sua figura, ao longe, indecl-[sa, diminuindo

e a grande saudade, pra sempre,lem minha vida!".

A esse estado melancólico ebrumoso, a essa angustia tle so-nho insatisfeito, sobrevem a re-ntineia, a "suprema tranquillda-rie". derivativo tanto mais pode-roso, eis que se arrima nas for.talezas da Pé.

"Que adiantaria a minha inte-[ligencia,

se ela nãr os achasse?Que seria ¦¦¦ mim sem a Vossa

[presença.

uma surpreza. que a cada tempo ienos apresenta mais rico, ft semelhan-ça dessas canções que ganham embeleza cada veu que as lermos. Be-meltiança Relatividade. , Oonstan-cin Esperança, Impureza; Destino;Imprudência e Ternura s&o grandesproduções silo maravilhas que opoeta conseguiu em dois terectosapenas. Apaixonado pela tinsea ter-ra e pelas nossas coisas, Oliveira Rt-beiro Neto costuma íaier de suaafúrias illn motivo de maior aproxl-mnçílo com o Brasil. Nessas ocasiões,êle traça roteiros que lhe üAo sem-pre motivos esplendidos como es»da "Canção Mamelúca". colhida no"lolklorc" pernambucano.

Dando-nos com o encantamentode seus versos horas de sonlio, eisprocura também nos aconselhar aque limitemos as divaRaçôes. a quenão fujamos tanto da vida. quandona "Advertência ao menino Ingí.mio" diz:

Menina, toma cuidado,náo fitfas tanto da terra,qut* enquanto teu sonho sobenuma ansla indefinida,teu corpo fica na terraa espera do seu destina,entregue às coisas do mundopara a maldade da vida.

Essa advertência se nos deixamelo acordados, perde lósro o seu pn.der de porsuaçfio porque è Impnsat-vel deisur dc sonhar diante do si>-nho que sfto os "Cróinos dn Bertiú-pa". Lendo-os. vendo a pintura vl-va que esse poema laz das praiasprimitivas que viram Anchieta queseduziram Jofio Ramalho. que en-cantaram Vicente de Carvalho »Martins Toutes não se pórie deixarde sonhar. O nosso uenfiBinento vOa

de sentt-la como A mals linda praiado Brasil. Nossos olhoa JA viramBerliôga, Jã viram o forte dc fianllano. O cemitério humilde e aban-danado. O pontuo. As suas noitesestreladas e as suas praias recntwr-tas de estrelas do mar. As coroa-Ilhas. As praias do indãla! E a evo-cacfto nítida que se encontra noaOrámos da Bcrtki|ta. acorda tantalembrança c tanta beleza que nlopodemos dizer sem estarmos pecan-dn contra a verdade, que aquelaBcrtiúga primitiva e deliciosamentepitoresca não é mnis linda do qucCopacabana, Foliam-lhe oe. arra-nlia-ceus? Não Importa! O forte d*Simflngo é um monumento!"Crlnla Maior" nos confirma qusOliveira Ribeiro Neto tanto * se-nlior da poesia lírica quanto da êpi-

"Canaviais do Cotingulba", "Bala-Baiana" e "Macumba da Bala Ve-lha", sfio retratos do Norte, tal aperfeição cem que sfto descritos ee.nãrlos usos e costumes des.=a reetftoNa "Procissfio de Sflo Benedito"novamente sr manifesta perfeita apoesia descritiva de Oliveira Ribel-ro Neto.

Depois... íle que Já nos fizera ea.qufccr o Carnaval vem lembra-lo.com o ritmo batido do "CoraçSo queBate-bate" quando

Ka volta da csqutna resmunga a

do negro malandra que ginga no(passa

da marclia batida io Flôr-deJintâo,

AGNELLO MACEDONão fica multo tempo dentro Oe

nos eisa marcha batida porque em"tnvarostmllhinça" Já símna denovo embalados pela cadência ma-ve cnmo a destas versos:

— Assinl o meu amar, que tu conhe-\ees tanto.

Se um dia eu o escrever, flor de nso[e áe pranto,

vai o povo diser. embriagado at\espantn*¦ JE' demais este amor! Este amor

MANDA LUIZA UttNILO DA SILVEIRA WERNECK

quando eu a buscasse?

Que séria de mim sem a Vossa[clemência,

sem o Vosso perdão?".

ré, todavia, própria das almassuperiores, das grandes almasabertas e translúcidas que. semfugir á sinceridade para consi-go próprias, sabem desviar-sedos "xx" tias equações demolicTJ-ras quc. a todas as horas, nossurgem pelos caminhos .

Fé, simplesmente. Cristalinacomo as nguas que brotam dasvertentes. Sem intolerância:"Todos os pontos de vista saojustificáveis. O importante éque sejam sinceros",

Que soberbo contraste entre oprofundamente humano de tatsexpressões compreensivas e asatitudes dos nunca menos deferos Torquemadas^mlrim, pro-pugna dores do "ciê-ou-inorrei",

dos autos da fé. dos espiritualis-simos tormentos iiiquisítoríais.expedientes não reeditados er.i

«Anquinha: e Bernãrdas>o? LVIS PINTO

u,....nte. São paginas enso-nadas de brasileirlsmo antigo de lia-bltos e costumes do Brasil da canarie açucar do século XVIII, da ne--ra dc tabuleiro, cio banho do rio,ria agua de cacimba, da sínhazinlw,do senhor branco. Personagens en-fronhados "a época, ambientados.A« notórias í" narrativas de MarioSete lêm um ritmo de alciçrta nati-va uma sedução de romantismo, des-ner tam um certo misticismo, umavontade de viver naquele paisdoutrora, meio selvagem, vasto noterritório c verde nas campinas.

Enquanto a literatura vôa para omodernismo, nas azas fortes de Ma-nuel Bandeira e Mario de Andrade,para falar dos dois maiores; en-quanto a critica toma tangentes cia-ras com Rosário Fusco e ÁlvaroLins; enquanto a sorloloeia se abas-tece nus adaptações humanas deGilberto Freyre. nue criou uma al-ma e um corpo á literatura brasi-leira. dumki-nos uma série rie cütu-dos quo nos renovaram; enquantoPedro Calmou interpreta a historiavelha do Bra?ll cm pinceladas ver-da de ir a menle milagrosas; enquantotudo isso. Mario Sete. pacata-mente descreve, num estilo poético,rlrtce enlelanie, cheio de amor eromantismo, bem colorido de saúda-de. as cenas de um passado que re-flete o trnçn vivo (ia nossa forma-çSo, todas as características rio povoque nos colonizou.

Toadas singelas e plnngentes, Ori-tas ritmados da praia do doce seco.do milho cosido, do pé dc moleque,da cocada, rio mnti&uzá.

Sáo fios de mn poema eterno, m(s-tiro, tío etrrtin e tío místico comoo Brnsil sentimental, o Brasil ca-borln, o Brasil das corridas rie tou.ro. das vaquei ladas. rio rapoeiro. daIara rie ponta. Tão Eterno e tão mis-tico romn o Brasil das misturas depoitiiEuês o negro, povoando as vas-tas «uebradas da terra verde daAmérica.

"Senhora de Encenho", "Maxom-bombas e Maracatús". "Anquinhase Bernartlas" gisam multo bem oscostumes ria Pernambuco nos primei-jos séculos de sua- vida, costumesesses que sio quase cs mesmos de

O batuque africano será sempre amusica da alma brasileira, Ele estarienrro da torra. O negro o. deixouimpi-pfiso com os seus sofrimentos,

a carapa e o mel do banaufl e do

Ctastan Piguefra em poemas nai-tsliileos, nas manda rin Arcou I.i 11 a.pedaços da alma do nosso neero. riosquais pingamos aqui um trecho to-

"Batuque, batv te. batuque,ríbombodcl bomboel gongozumbay retumbacomo en una noche de Congo.Chlqul-chA. chlqul-ehà dei maracà.caracaxá, kerekexé canza.V las negras y las mulatas hacem

[vibrar sus emuletos de plata-[beneuguonden dei sol. de la

fluna, dei pez,"

Que gosto de Brasil africano témestes ritmos de Figueira ! O poetasentiu as víbraçfles do negro, a suaemoçáo. a alegria que nasce da suapor, a dor que emana de sua ale-gria. Que gosto de Brasil menino,tomando banho nú, deitado nas fo-lhas socas, na relva, IA no Amazo-nes, mergulhando no Dulce; lá nas

cochiles, trepando no lombo dos ca-valos gaúchos; aqui. pelai velhoschapadões desnudos do nordeste, nnCeará, em Pernambuco, na Pa-

E Mario Sete é o renovador detoda essa paisagem. Mexe e reme-

¦ lá <1'oengos, o português de bi-

godes grandes, cochichando amor aoouvido da negrlnha virgem; com acarta de Pero Vaz. abismado coma grandeza da terra e com a beleza(ías indígenas; com as surprezas rieCabral ante o quadro que o PortoSeguro lhe apresentava; com oscarta de Pero Vaz. abismado comas narrativas poéticas de TtixelraPinto."Anquinhas o Bernardas" t domesmo gênero de "Maxombombas eMaracatús" e "Senhora rie Enge-nho". Uma peneladas de brostllda-

0 novo gula das mãesProf. M ART AG AO GESTEIRA

(Diretor do Instituto Nacional de Puericultura— Professor da Faculdade dc Medicina da

Universidade do Brasil)

NENHUM

problema maior, masgrave mals premente no Bra.sil do que aquele que resaltades nossos coeficientes de mor.

finalidade a mortalidade infantil,por isso que ele toga de perto como futuro e a grandeza do pais.

Quem atentar um momento emtais índices, ficará simplesmente es-tarrecido e de logo penetrado na nc-cessldade duma ingente c intensivacampanha no sentido de amparar esalvaguardar a sementeira quc a fe-cnndidade dos brasileiros vai plan-tando para perder.

Ponto pacifico, oue )á nio padecedúvida enlre oa entendidos e sobre oQual náo me canso, há muitos anrs.de insistir, é o de que o melhor e omals seguro meio de contribuir

Eara a soliiçflo desse grave pro-

lema nacional consiste em edu-car as máes, cm preparar con-ven lente men te n mulher para oexercício conclente e seguro da altae delicada mlsflo cia maternidade.Na luta contra a ignorância os pre-conceitos básicos da puericulturaestá, na opinião unanime dos puerl-cultores, o melhor remédio contraaqueles tristes flageleis sociais aosquais paga o nosso pais tdo pesado

closcs". como diria o meu preclarocolega Prof, Pedro Pinto, de pueri-cultura para as máes, figuram noprimeiro plano, como elementos degrande valor educativo. Com a con-diçfto. todavia, de que atendam auns tantos requisitos...

Entre nôs os livras desse gênero,até hi alguns anos rarlsslmns, cons-títuem ho.le verdadeira legiáo. Po.de-se mesmo dizer, que nfto ha entrenós pediatra. mal saldo dosbancos escolares, que nào haja escri-to um desses manuais. Eles valemassim, entre nós. por uma espdcie dscarta de apresentaçflo na especlali-dado e quase náo se julga pediatraquem náo ha.la preparado algum.

NSo ve.to Inconveniente maiornessn prnfusíio. De qualquer modo,pelo menas, isso concorre para a ta-refa necessária e urgente da valsa-rluaçâo. O mal porém é que nem to-das esses llvrlnhos se recomendam,Se há alguns ótimos excelentes alé,muitos ouiros deixam bastante a de-scjnr.

Um prancle nfimero deles sSo es-crlt.es aem o necessArio lastro da ob-servaçfto própria drs autores, aindadela carentes; refletem e compen-diain ensinamentos colhidos ás pres-sas iin« manuais da especialidade fuapanliados rio olt.lva. sem haverempassado pelo indispensável wlve da

nossos dias, graças, Inclusive, aoúesasfisiante rompimento donó górdio que. para Infelicidadehumana, consorclou, no passado,Estado e Igreja, dando aso aque, em nome rie Deus, TonoMisericordioso e à sombra daCruz. se cometessem as mats re-voltant.es e monstruosas barba-rldades.

Mas. voltemos ao nosso mo-tivo.

Acostumados a entrever nospoemas de Yolanda Luiza umacortina de sombras que afastam,senão o real. pelo menos o de-sejado. els-nos atônitos, desarvo-rados. diante desta maravilha,Inesperada desconcertante o quspor certo, nào foi colhida nasplanícies paradas da deslsten-cia:

"Só teus olhos continuarão bri-llhando

Mesmo que tudo se destrua.As estrelas se apaguem,e venha o Mundo Novo.teus olhos ficarão

dea velhas e mutto bem temperadas:com um cha ma bri politicc. mocotóafricano, ingredientes portugueses.Lá estáo as vitorias e as lutas deJosé Mariano. de Dantas Barreto,a queda do marretismo pela ascen-sflo do dantlsmo. As brigas nosbairros, as preferencias políticas, esdisputas partidtirias .tudo que for-mava a resistência cívica de Pernam-buco. que Mario Rodrigues. JoaquimPimenta c Nelson Firmo, os maioresidealistas Insofreavels do nordeste,projetaram na história do Brasil, emprelios memoráveis de patriotismoe de bravura.

Foi-me agradável a lembrança deMarln Sete mandanclo-me com de-

dicatoria tondosa um volume de"Anquinhas e Bernardas", que aCasa Martins, de São Paulo, acabade publicar. O livro é saboroso, temgosto de folclore, de poefia brasl-leira. tem cheiro de terr» ariusta.onde a toada de sua gente simplesaluda nâo morreu e reflete a inte-ligencia popular. E as suas sátiras,a sua critica aos avanços da cM-líaaçáo. fotografam nitidamente oacelero de um povo que sonhou logocedo a sua liberdade e lutou peloprogresso e pelo engrandeci men tolivre, desde os primeiros dias desua formaçSo.

esperlíncía pessoal. Alguns aSo pordemais eruditos e profundos para avulgarlzaçlo proveitosa entre genteleiga. Outroa por lim. pecam poloextremo aposto em demasia conci-bos ou por demais elementarea. demodo que muito pouco ou nenhumproveito oferecem ás mfles que porEles se queiram orientar, servindoquando multo para o ensino elemen-taríssimo em "escolas de mSestnhas".embora pretendam refletir substratode ensino íeito em curso superior."O NOVO GUIA DAS MÃES" 3Uvro dc Belia Schiclc s Willlam Ro-senso que o espirito culto e pregres.sista do editor Josí Ol.vmplo. emboa hora entendeu de verter para onosso idioma, refoge àquelas critl-cas e se mantém em elcgiavel eqtil.dls'ancia daqueles extremos.

Manual excelente de puericulturaIndividual — pre e post natal; aU-cercados ob ensinamentos que pro-paga na grande experiência pessoaldon autores pediatras consumadasdo Mount Sinais Hospital de NovaYork sem recheios excessivos deerudiçfto. nem deficiências acusadasdas noções que devem ser focailaa-das: esclarecendo em linguagem sln.gela e precisa tm várias questões re-lativas ft higiene fisica e mental aA assistência da criança que aos paispndem e deve interessar: o belo livrodos pediatras americanos t sem fa-vor um dos melhores no gênero quetenho lido,

Mau grado náo esteja de acordocom alguns dos pontos de vista dosautores nem com alguns dos meto-dos que preconizam, e embora )ul-gue que muitas das noções que fo-callzam e das : xnicas que recomen-dam 11S0 tim apltcaçfto ao nosso cil-ma, nem cabimento no nosso meio.tnií resTiçówi nfto me impedem decnslderar ótima a escolha do *dl-- ¦ - Mni ft tradu-

"Declaraçío no Indalá" noe levade novo ft Bertlóga, Foi no Indal*que Vicente de Carvalho escreveuas suaa mals lindas poesias e lu-gar eleito pelaa musas foi lá tam-bím que Oliveira Ribeiro Neto ea.creveu esta maravilha:

ítí preciso diser que me prendestenos teus laços stdósoi ds aranhol.Pais tudo lembra o amar que tu mé

\desteeste, mar este céu esta praia esti'l*N.

Neste Instante, quertdn, o que et,{mais quero,

t tirar ie mtnhe eímo o erertto véu--(como fazem, un peito ser sinceroeste mer este iol, esta praia esti

[rém

Im ido eu le procuro, em iâo tt[ehnmo

mfnfta tww se desfaz solta no ar.parque nAo te diser quantr. esi tt

se este sol. ttte etn. estu prata esti[mor,

por cima dos tempos— atravessando os séculos,continuados nos olhos do meu

[(Unoe nos olhos do filho do meu

[filho!'

As antenas emocionais da poe-Usa estio permanentementeatentas ás .vibrações de todos osquadrantea.

De outra forma se n5o expli-cariam, por exemplo, os cnmo-ventes cantares da mamãe po-bre:

"Meu filho, tua cabeça í meu[tesourn!

Eu tenho tudo nela. tudo em ti!Nos teus cabelos — o mals puro

Em tua boca — o mals raro rubi!Nada comparo ao teu afaço.

[TenhoTanta alegria olhando o teu

Tolhar.Quando, cansada, de descrevas

[venhoVér em teua olhos tudo se en-

tfeítar!Coração de mãe cantandoCantiga que íaz chorar ...

lém tanta lut tim tanta som, cem| tanla còr,

m, fítrío o mm coraçito oanta «[desmaia

e andam tombando btbedci de amoreste sol, ette mar, este cin, esta.

\ praia/,,.

Depois vem os versos líricos, noaquais a alma do poeta a' derramasuavemente, cantando com ternurasuaa migtiaa de amor. tecendo im-granai de emaçlo com as suas san.dades para depois, numa ansla daeniravasâo deaaiogar todas as suaapenas naqutle Desespero, quandotermina:

Eu sou tim Barco tíesorooroiíofEu sou ttm barco desarvirraaotDesarvoradot...

,, .desarvaradol,..

Depois de abrir o peito para razetJorrar em catadupas o desespero quto tortura na Ladainha de NoasaSenhora seguindo o roteiro de todaaas suas ínvwraç&ífi pede é EíoulnaCoeti;

Oro prá Nabtt, santa Maria.Mâe dns Conselhos santos e nobre».Tem dó daqueles que andam per-

idltlas,tem dO das fracos, don ácsvalidos.Ora pró Nobis, Santa Mana,tem dó dos ricos, tem dó ãos pobre».

Tudo o que vem depois mereceriauma transcriçfto. o que é tmpnssl-vel infelizmente para os leitores.Cnmo em seus outros livros, OliveiraRibeiro Neto. apresenta em "Can-çôes das Sole Cores" traduçírs deRicardo Catarméo e Ramon de Cam.pn.imor. E ermo daí iiiiiras vezes ,1sua inspiraçAo pirvilepiada dA intradtiçOea o mesmn encanto rio on-Sinai.

Este livro de Oliveira Ribeiro Nemdeve ser lido pnr todos aqueles quese Interessam pela verdadeira p:e-

Coração de mâe cantando,Cantando pra nâo chorar!..."

Viremos a página, vergadas

ante a força impressionante des-se poema, onde a Identificarãode sentimento é excepcional-mente completa e cheguemos,agora, por segundos, á perpie-xidade:

"Minha voz ficou inútil no es-[paço.

Nem eu mesma oiço mals a ml-

Nada perturba esta serenidacrde noite silenciosa — sem p?s-

[trelas -que me trouxe a renuncia.A angustia fugiu do mundo cem

io meu desejo!Depois deste gosto de Infinitoque me trouxe essa forteza de

Inunca mais! ..."

"Renuncia è nâo querer! quem[ama esquees

O Impossível de realizar ..Quem cantou a. renuncia nãn

te alcançar!"

Dissemos. POR SEGUNDOS,propositadamente pois. an pri-meiro exame. Yolanda LuizaOUviért * paradoxal. Porem, scestudarmos matü detidamenteo processo psicológico,

"riu me-lhor dito, a "gestação" dessescantares tão diversos, verifleare-mos. reconíortado, que, onde su-

¦la, p»l», os trabalhos nue dle r0tim nfto sflo revestidos cin briifuaftx dos Ifierw dc artificia, an rntrarlo, lim vida própria \tm -,própria, e. em vob ãe. rleMumbrrem, quando lidos como .una pi>pirotécnica dc grande clei'r, ram.,na alma da sente iwla harmoniacolorido, pola movimemnçío p.rlque» dn Iiieins, pela [inunisensibilidade e pelo riRrtr da iiKsfia de que sr revestem Ou-m nconhece ainda a obra dc oiuei™ rbeiro Netn tem a obrig.u-ftn x.aa "Cançfies rias Sei.e Cores ' p,que síi assim pudera diwr qu,-, -nhece um poeta que (stn i-n.ncaentre os prfmeircs rultorcs Ca vc-rdelra poesia 110 Brasil,

Fnl esse pnela e (sse livrn que ,fl/eratn cieikt w* fi-nivu., ..devemos erluir entre ors três rr..i'Carnaval e os outros dias rii v,nLendo-o nós vemos que n vfrtlai.ra beleza perdura sempre c c.,-.¦¦(tue o milagre rie reconfliiíir a a:rda Rente ao scsioco e a raima qi>Carnaval anula e Brugenta.

Para fazer um livro asMmmesmo um grande pnóta, &t, fnuma alma seiisibiiisKiiiip r:,;.i..sentir e captar todas rí mc^e- qa vida irradia o que Oliveira Ra™Neto fechando o seu livrei ±7. ¦¦(-,

— Silo pcrfnços dc mi ti, qw Ir

pttra que um rJln cu iirn.se r\..-: r\guslia int-r.-.'-

de decantar o sonlio qur einv .[rniin <•-

de perfilhar a torçn qur ¦-;¦•¦¦ ,

Oliveira Biueim N.-ro"Cançftes das scln Cõre< '

que ê brilhantíssima,"so m-<pn que dóa h nnssa poeflnquc ateniarA As coracóeícom a elorülcacao d- umcultura e o sentimentri nr'.sua geração.

púnhamos se asilasse aquencla nãn mais liavnfrutos singelos rie dolfãe alma diferentes.

Sim, porque, dfsrie ccda na sliiceridarie. quetraço inconfundível. ípoética não mais repre.que a proiecão de um 1de sensações suborciiii.itde regra, n.s injunçóesvels do exterior.

[liiSJÉfflHffiÉÕSpelo prof. A. REVEILLEAV

8IN0NIMIA PERrEITA - E' re-levante num idioma, pelo brilhoque imprime co estilo, a queílãos-tnonlmíea.

Se * verdade que "o léxico deuma língua reflete a estado de cul-tura do povo que a fala", o mesmopodemos d'zer do escritor acudode variedade vocabular.

Pecado estilístico, opina Albalatem sua "Arte de Escrtver" que"nada revela tanto a pobreza deImaginação e nada fatija táo de-pressa o leitor" — como o repisa-mento 11a linguagem.

Por mais de uma vez. Insurgu.secontra isao o finado professor Ma-rio Barreto.

Certa ocasião, agaataac com acritica de Julio Nogueira, que lheandou arpoando alguns deslizes do"Através . chamou a bows u au-tor do "Exame de Português", quenão conseguira livrar-se da repet:-çio.

gurar a idéia, como aconFetham osmestres, hâ o recurso dou íinónl.nus,que tomarão o pensamento menosapagado,

Combate-se o ponto de vista deexprimirem dois ou mais vocábuloso mesmo conceito.

queidÉias apenas afins. Itre os mais prcximo£ diferençassutis.

Em minha " Gramática Mixta daLingua Portuguesa". ed'tada em1938 pela Livraria Globo, rieixetmals ou menos exarado meu pate-cer a respeito da igualdade de sen-tido; e, se entre o que escrevi e oque transmito anora alguém !>«¦»«encontrar dlscrepa nelas, aqui ficaesta retificação..

Antenor Nascentes, autor de interes'santes obras gro mal leais, emseu "Idioma Nacional", puolieac.uem 1937 pela Companhia Edii.-raNacional, depol* de ter escrito que"não hi palavras que tenham a

ZELIO VBLVERDELIVREIRO - EDITOR

TRAVESSA DO OUVIDOR, 27i LIVRARIA MAIS COMPLETA, ONDE PO-DERA' ENCONTRAR QUALQUER EDIÇÃO

ANTIGA OU MODERNA

Completo êorümento de edições rarasEncomendadas por serviço de reemholuo

çlo • a publlcaçio desse livro, trizuma contribuição de valor a tesagrandiosa campanha, em que todosos bens patriotas se deveu empe-nhar, de vulgarlsaçio das noçõesfundamentais da higiene da criançae da educaçio daa mães futuras,mâ*s brasileiras,

Confiando a traduçlo do livro aPeruando Tude tradutor )i consa-grado da outrai magiilficat obra*

americanas e que Jl cultivou a pe-dlatria, tendo sido dessa especlali-dade. na velha Faculdade de Mediclna. da Bahia, um dos meus me-lhorea discípulos assegurou o editornacional mals um elemento para abelo íxit- que hA dc lograr por cer-to «ntre nds o matmlílco livro quetenho a honra de apresentar e re-comenda r calorosamente ia inieabiacUeliM. „

¦¦Qaaa

O dia está luminofn. ftoem a limpldéz d,i p";-"de e a seiva da vida per.'alcova com o sol, pela ja;

"Clareia mais!

tudo é harmonia nns a

e uma ansiedade pelo

nio há necessidade dt

Discordo da severidade rcilustrado autor rio "Diconmolúgtco da Língua Porobjetivou esle assunto.

Entre os cognatos, há íperfeitos.

crauenlo. na mur a dnr. namoradi iro

fabularlo e fahnlí.'li(i, labul.irfahullzar, -erpr.inlr. scrpejant'. >tpen tan te e :-erpen1e.>iitc si-rpnserpejar, «erpenlar c serpenteai. '1a a s*l 11.1 ment*. assassinai') e .n*t•inio, álono c alõnie.i. héiiilo e hhedo, giganleícn e elcanWu, chieiar e chlentear. prrnha e pt«nlia-Mimbrear e ¦nmbrear, a-sítJiasselear. aerótaso e «mt-ora "l1pendurar e pendurar, caramanrliiue earamaiichel. nfeKantf, ofejiisn :nrejtue.nto, quedo e iiiielo. arlimar.aellmatar e arllmalltar, srlimsçSoe aclimatação, olival, nlivedo e nli-vei ral, vigorar e vlgarlj.ai nnir *rudn. aiiEustlaiile e a nfiii.il i^dor,enfadament 11 e enfadn. caruiichciil"e carunrhoso. melodiar e meln-tuít,Visrulhn e basriilhn, aliismiisn ;abismai, defendem?, dcípiirifiim tilefenüor. malandra sem e maimiiiri.ce. vaillaç.lo, vadiagem e nifíinebi-e, tuneren e funerário, enln-itlce. niiln.lce, guln-idade e ciiliufl'ma, custeio c cusleamento.

Poderia alongar csin relação.Não se suponha, entretamo. «'¦!¦

rer a unifornvclarie íem.^inra .'pe*

Êntendn nâo haver clíMnçío nn-tre chávetM e chicara. hehdi>in-ida-ri» e «emanai, plrllampn t- vas»lti'me, prnMrnxitíiim e esdiiíuili» ani-le e oiíilnnn. letrágono e quartviia-lera, rarruma e carunrhn

O Sr. Augusto Moreno avirefd*8em suas "Lições de Linsmsem ¦a," volume, alsuus smóivriio.- ;""iW"tos, a meu sentir di.vriv?^.

Por exemplo: dlãfann t iran«pi'rente nSo gua:dam enire s: idenii-darie de significação, pois t\w ^poa tranipárcntes nSo sia a mrt-ma cousa que diáfanof. „

Exemplificando: o v;dro ri:\'i'Wi-do deixa-se atravessai peli his. »»nío possue- a transparência aiaíiia. . ,

Logo, entre tais pata'.Taí me n»rigoros-dade nnonimica. .

O referido autor tamWm arrolaeume » eimn. ,

Do mesmo modo, nJo concwflftporque çpoírs'icamenie rume 1parte culminante da mom-anlia.pa«so mií cimo * o nome j"? f? a*ao cume, quando # alüssmo.

Em latim. M nacuinen e nilaif"Em resumo, acho aue nesta w

teria a verdade estft nisto:SlnAnlmi». perlrlHs — pivio.- ti;i"-do os vocábulos da me-iv.:i i;1, ;'.„que facilitam o aumento -- ?•¦<¦•"",multo poucos, com l-en"^1"",^..desapareelmcnto: e multo, aos r™siderados tats. nem sempre o ""•

Slo, 31 de Fevereiro de 1941

Page 7: FBSQNELLO Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: …memoria.bn.br/pdf/095605/per095605_1941_00190.pdf · m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a ... não o

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LEIA HOJE MESMO

MAYERLING..,, cjSMtlKKO 11. tr.íOti.

__ de

(PITH IWAGARINOB TORRES

DOM CASMURROí Pflgln» 7 <

TENDÊNCIASiHM^^H^HBMHBH 8-3-1)11 li^l^^^BHII^BHiM

rftnriiarcnou a sprecos d"11 ,'

P^ENSAMENTO,

sentimento tculto ria f°rma stl&0 M»»P«<à ires grandes est»lôes pe-lns quais se hi de medir o

.... d™ verdadeiros artistas doid * chamada poeela moderna,

JEsndo em prescindir desses!?,H«itntos esísnclsis. lll» poM¦.«J- de sc reduzir a uma simplesSS iw^iiecl''»- CUJ° Bb"SD ic*ba'Tnni' cansar, levando seus compar-., nr>s poucos e tnseiwivelmente. a

in á desprezada disciplina¦endercm os recursos tecnl-lhes assegurem o domínioer Ha deira. que ilusorlamen-

:: nrncuraram suprir com í sllbver-', rir iodos os pririrfplOS BStétlCOÍ.

Wiiima srt« é puro sentimento.n,.rSo tem por base a palavra, e«ia liií dc se cingir ás normas ge-,., nu. rosem a expressão voca-í lar > finseológica; em se tratan-i. dn verso que se há de neccsca-ínineiitp diferençar d» prosa. O apu-„ ,riá forma ser-lhe-à eondiçfio in-SfppnsAvrl. para que em suas pro-Zcte sa aproxime, lanlo quantoSsíivel ria arte musical e das ar-L piíWifnj. pela sonoridade maior,'nt-u- qualidades pirt.óriras. eseul-

Wralf p irquileiftnlcaB.t i.iis.iimofi essas quallda.iiiod ern I* mo amorfo e ln-

A i)5n ser como carica-m categoria dn humor, éle

JiàVnes miisfaz. nem nos convence.Petiemof nor esnobismo ou por te-mer í critica hermética dos supôs-tw inicia rins. aplaudi-lo ou rom éle..nricK-i-ndev. mas estamos eonven.cidos áe que nossa atitude é pura.oiilr«fsç*n. sem correspondente

entram <¦

fiiri*. ii Por 1, SIlllROS

que ensaiam ator* seua primeirospassos na arte de versítiear. preva-lece a interna disciplina, o mesmosenso de medida a que nne impelea crescente educacio lingüística, oapuro do gosto estético, ¦ maioraouídade atual dos sentldiia em facedas harmonias, sempre ordenadas,do universo.

Tree poetas, colhidos, por acaso,no acervo de livros ultimamente 11-doi, favorecem-me amostras conciu-dentes deua assertiva, Um é OúrioDutra, quo vera afirmando, hà va-rios lustro* e em perto de uma dc-rena de obras poéticas, sua fideil-dade aus canonos tradicionais; ou-tro, José de Albuquerque, oue, pc*ti acidental e seròdlo, fea nome ematividades Intelectuais --strnnna* at

;mane.(o dns ritmos; por ultimo, umajovem poetisa que se Inicia e. poden-do estar Imbuída dos preconceitosda moda literária vigente, preferiunfio se afastar da Renda do versorimado e metrificado, demonstrandoao mesmo lempo ser capa» de pen-sar e de sentir, dizendo bem, e emverso bem feito, o que sente e o quepensa.

O poeta consagrado dos "Castelosde Marfim" e de "Inquietação" édos que. por força de funções queo mantém fora rte nosso país anosa fio, pouco aparecem nos cartazesda consagração efêmera dos jornaise das publicações periódicas. Nossocônsul hl muitos anos no principalporto francês da Mancha, de vezem quando faz <s suas retomadasde contato com os irmãos de Ideal ecom o público, que tanto _o_ adml-ram. por meio dos novos, livras que

Três tempos no ritmo da poesia

Aruba de aparecer

MAYERLINGo famoso romance na Coleção

DOM CASMURRO

.0 LIVRO DO DIA

MODESTO DE AIIREVvai fasendo aperecer de tempos atempos.

Recentemente, quando estava aterminar o,ano de 40, publicou cie,Impresso nes oficinas do "Jornaldo Comércio", uma coletânea de30 sonetos, em tres partes, eada umncom 13. sonetos que foram escritosem dezembro de 1030 a março deIMO, como declara o próprio autorem nota final, acrescentando le-lofeito cm sua residência, no Ha vre,á rua Anatole France 71. Tratando-ee de 3fl composições na mesma me-dtda. compostas em * meses, temosuma média úe 9 por més e, por-tanto, um soneto de tres-c-meio emtres-e-melo dias. ou sejam, para evl-tar frações, dois sonetos por se-mana...

Esse modo de composição, quaslsu tom* tico, nfto impede, porém, se

KKam apontar no livro de Osório

itra composições bem feitas, em-bora freqüentemente prejudicadaspela preocupação rie dar conta deuma tarefa, cm vez rie uma dese-jAvel obediência n Imperiosas e ca-prlchosas Investidas dn Inspira çio,Justamente por Isso, a musa rie Osó-rto Dutra se ncs apresenta fria,hieritlea. Impassível, fllosofante,mas sem fortes conceitos nen) nau-dos contrastes, ás vezes nm poueoenfática e palavrosa. quanrin seriaInjustiça negar altos merecimentosao vate exemplar de "Pafs dos Deu-ses" e "Céu Tropical".

O soneto "Terra" é um dos malsdignos de transcrição, pelo brilho

estamos tão habituados a¦nnlTver o Brasil através deipiniiSes qne nào se coadu-iam rom a realidade que, na

pouca atenção nos mere-ir.-rns de falso patriotismo

lítantemente aparecem sobre

¦ aquele "Porque me ulanopais", que Afonso Ceifo es-

i-ein duvida com as meiho-?nç..si"s mas errou por apre-um panorama fictício dascouta?, ficámos eomo querio: contra essa propaganda

ahzarta. Oü Grandes proble-• grandes riquezas, o verda-iadn rias cousas estavam ain-spi-im apresentados na sua

ira realidade. E o brasileiro.ire ,. nsliu-almente pouco.o òn que diz Ss suas verda-pus, i bil ida d es. tirava partidojcãn para ignorar (iitasl porii n quantas Íamos, o qne so--. enfarte no concerto das na-

:abe corrigir e o que::-.;-¦:¦.-

¦alta

FRAM MARTINSFelizmente, de uns anos para ci.

essa mentalidade vem sendo forte-mente combatida por alguns dos ee-piritos male brilhantes da nossa ge-raçáo que. com a profundeza dosseus conheclmentOE, a sua admira-vel inteligência, se devotaram porcompleto á bõa causa da rehabllt-taçáo. podemos dizer, do nosso valor

Grande parte desse programa cieaçüo patriótica e notável se deveInegavelmente, ao Ministério dasRelações Exteriores, Tendo * frenteum homem de capacidade invulgarcomo o Ministro Osvaldo Aranha,cuja visão panorâmica do Brasil éuma dss salvaguardas do prestlciod» nossa terra, o Itamaratf. por in-termedio de alguns dee seus funeio-ndrlos que sfio. também, grandes ebelos espíritos, vem realizando umaobra que merece ser conhecida pertodos quantos aspiram a grandezaria pátria e se devotam A difusio deconhecimentos náo só úteis comonecessários a que nos compenetre-mos do papel do nosso rincão noconcerto universal, principalmenteneste momento em que a propagan-

O FREVOCrônica de MARIO SETE

nsmivii--

, 1'TRO dia um confrade ca-' r:ira me perguntava, com'-'"resse, se o frevo per-nn sempre existira, Ei.s de consultar minhas

renur.iseet.cias. respondi-lhe:- o passo. sim. é velho, mas

o Itèvo ê de ontem.0 confrade olhou-me com cer-

ls ex!rsi;he;a, pois não Ignoravasem nu viria ser o passo e o frevoame-ma ,-oisa, E tive de lhe dar,tímbeii), uma explicação.

Desce que me conheço os cor-tos carnavalescos vinham ástus?. lios três dias de Momo,artMWL-.i-.arlns de uma massapopular, na n-.aiorla compostadp >r,c:-,. e sócias que nâo to-ma vam parte nos cordões. EasaEflite. r.n ritmo das marchas queforques:vas executam de fôrma'"Pica. fiaiifiB, pula, se remexe, eesses movimentos constituíam,

ainda hoje, caracte-¦s de foliões, cheios

uricí, cômicas, brejeiras eusuais. Mas, diga-se¦s Irejeitos coreografí-saiba, nunca tiveram

zia-se aquilo natu-e. em regra, numamte, nesses grupos só

se nif-iiMii mesmo os sócios de-iiinos f!S ..enos do "clube", acres-cto.. üe Seme de igual nivel so-

fiiür- *

sílnai. ¦*cos, m, ci

raluíen...ípnea (ii

fal: no "passo", nemparava nele. Antes,mals atenção aos

I 6rlk 11r £ ¦

cordões pelo luxo de suas vesti-mentos e pelas suas "manobras"executadas com perícia e graça.Por volta de 1909. creio, o -Jor-nal pequeno'' Iniciou pelas suaspaginas uma ruidosa animaçãodo Carnaval. Mantinha uma se-cção carnavalesca bem escrita,espirltuosa. apreciada. Redlgia-aa pena de Osvaldo Almeida, commulto chiste, multa orginalldadee sempre com propriedade. Foiele. se não me engano, que re-gistou. se é que nio criou, o ter-mo "írèvo". Com os derivados:frevança, frevento, frevolencla.Parece Indiscutível ser uma cor-ruptéla de -fervura"", de "fer-ver", ou seja de ebulição, de en-tusiasmo, de loucura, de volúpia...A expressão, por adequada, pegoue foi repetida a todo momento.Hoje, é uma "cogitação" e inte-ressa aos eruditas, sobre ser ummotivo de curiosidade, um aspe-cto pernambucano.

De começo, os "frevos" eramapenas marchas do gênero escrl-tas pelos mestres das bandas quetocavam á frente dos cordões,puxando-os. Típicas e, aqui paranós, em regra, inimitáveis. Náotinham geralmente letra e seapareciam cantos nas bocas damassa popular seriam verslnhosimprovisados nos próprios diasde folia alusivos a um fato daépoca on uma exaltação ao cor-dão a que se pertencia. Comoaqueles:•

Quem M qae disseQue o Vassoura nio saia?O Vassoura está na ruaCom prazer e alegria.,.

Vassourinhas, Pás, Espanado-res, Lenhadores, Bola de Ouro,

estético e pcln conclusão filosófica

i ensinas, generosa e rude,

(lados,¦a serena da virtudetuna rios campos bom ira-

O homem deve saber que nSo scI iludo

Descontando os teus frutos irl-isarios.

E toma quasl sempre es-sti atitudeDe senhor dc teus reinos en-

| cantados.

stlo o rigorI verno.

E. em paga dos Insultos

Ainda nos rins, em i

A paz clcrnn do .«ilf-n

Ibiílos,

Clinico do • profrs

perior. o Dr. José rie Albuquerque(tranueou ráptdamínle. em menosde tim (lerênin. larga lama em nos-sos meios rlentlflcos e nn esrantrel-ro. pela ação enérgica que vem des-

dobrando, com desassombro e orien-tnçAo de alto valor moral e patrló-tico, cm prol da cducaçfto sexual,cnmo complemento Indispensável riaeducaçáo que até agora ae dava aJuventude, minuciosa e clara nos dc-mais assuntos, porém omissa naquelerie que precisamente mals necessi-tam lodos, para perfeito e cquilt-brado cumprimento dos deveres deordem biológica.

NAo é todavia o sexólogo famoso,nem o fecundo autor de obras deeducaçAo sexual, que nos prende aatençfio nesta crônica. Figura aquto registo rio nome de José de Albu-qitcrque em outro setor, ainda des-conhecido dos seus leitores, Trata-se do José de Albuquerque literato,do José de Albuquerque poeta, queso Rgorn se anima n dar á publl-cidade os seus "Versos", eompreen-(lendo ser conveniente tal iniciativapara Justificar a apresenta çáo, queiá íez, de sua candidatura a umadas cadeiras vagas na AcademiaCarioca rie Letras.

Abrem o livre tres poemetos: —"Hino ao Uvro". em seztllhas sep-tl.isllfibicas; "Ode ao Sexo", emquartetos tln mesma medida, e "Operegrino e a palmeira", em versosalexandrinos. Vem a seguir umasérie de 33 sonetos, uns em ale-xandrinos, outros em decassílabos ealguns em reriondilbas. com varta-rias disposições de rimas. A formade composição nio é geralmentecorreta, mas os versos sáo naturais,tém cadfncla razoável, coastniçãogramatical, com um ou outro des-Use facilmente corrigi vel; n5o raro

DM NOVO RETROTO 00 DROSILJ

obra mais completa. s liam

da, bem dirigida e bem orientada,é uma das forças mats poderosas riequalquer na çfio.

Está tiesíc easo o cônsul José Jo-bim. homem de grande valor e cs-pirito brilhante, que, dc maneirasimples e sobretudo inteligente, temnos dado algumas obras que retra-tam fielmente o nosso estado atual,as nossas possibilidades e o nosso

Dentre muitas obras que tem pn-blicado nesse senlido. ora isolada-mente, ora em colaboração com umotitro espírito dos mal* vivos danova geração brasileira — o grandeRaul Bopp, poeta dos mals queridose Infatigavel propaeandista. em to-dos os climas, da nossa grandeza —José Joblm vem de publicar, por in-termedio do Ministério das RelaçõesExteriores e distribuído pela Livra-rta Jnsé Olímpio, '"Brasil. I1KHM940"um repositório de Informações úteis,precisas, nada sentimentais e menosainda pessimistas, das nossas condi-çóes seogrâflcaí, econômicas e so-ciais, através dos tempos e princl-palmem* nos dois anos ultimamentepassados.

Nio creio que exista, até hoje, uma

José Jnbim acaba ele nos brindar.Alem da pune informativa comemela capítulos devidos a especialistassóbre os mais imporiaw.¦;. assuntos.DU José Joblm que "Brasil 1939-1040" C uma obra coletiva, min len-do um único autor. Reconhecemosqne sim. visto romo é incaavel a i-n-operação que a esta nbra notávelderam o embaixador Maurício Nn-buco, o Ministro Osvaldo Aranha eoutros vultos de destaque do nossocorpo diplomático. Mas José Joliim.cnimrci.-ai-io rir ori*iiin:-iir ..<si pe-quena enciclopédia brasileira, soubeescolher boa companhia para o seutrabalho e orientar corn proficiência

desenvolvimento ria obra. Assim¦ *..¦¦,

¦

Cabeças Brancas, Vasculhadores,Qultandeíras, tantos outros, ti-nham as suas marchas prediletase expressivas, muitas delas, porImperativos de agrado, repetidastodos os anos e servlndo-lhes deIdentificação quando surdiam.ao longe, os clubes. Essas musicassão inconfundíveis e, ainda ago-ra, os cordões raramente saempuxados, por marchas das que setocam nos salões ou nas vitrolasAs deles são outras.

Recentemente foi que o "frè-vo" virou gran-fino. Meteu-senos ambientes encerados das so-cledades elegantes e arrastoumesmo nas ruas as famílias parao -passo". E' um quadro novoa nossa paisagem carnavalesca.Entrou em moda o -frevo", fale-se a verdade. Os compositores devalsas, de canções, de romances,passaram a namorar o gêneroda -onda" e de tão enfeitiçadaspela sua nova dama inspiradora,alguns às vezes a enfeitam demais e lhe mudam a fisionomia.Nâo entendo tecnicamente doassunto, porém meu ouvido meconduz a uma estranheza ao ou-vir certos frevos. Eerá, porém.um evolver do "passo", uma cs-Ulização, para usar termo dostempos.

Todavia, acrescentei ao meuconfrade carioca, que mal mcescolhera para saber algo dofrevo: — se quiser apanhar mes-nio um flagrante perfeito rionosso "passo" fique no Recifepara assistir ao Carnaval e teste-munhe uma^arSságem de clube,dos bons, dos grandes, dos "pe-sados", desses que arrastam mt-lhares de foliões, numa legitimafervura dos sentidos, entre ar-ranços e estacadas, ao som deuma marcha agreste e cheirosa.

os versos apresentam-se entretantoforçados, o que acontece a multapoeta consagrado, mercê da tiraniada rima e do metro, quc os riia-mndos "modernista!" mui cautela-samente decidiram evitar.

Eis aqui um dos sonetos eupres-slvos do volume:

Menina, náo queres ser;Moça, também nflo o cs,Mas o queres parecerDa cabeça ate aos pés,

O que és pois. di/c-me então,Oriete, querida filha.Dileta, do coraçfto I

Calas? Entáo no revésSerei juiz dn partilha :Menina-moça 6 o que és '.'

Finalmente. Etella Leonardos daSilva Lima, que aparece em ID-11com seus primeiros versos em letra

•de fôrma. Pertencente a mn fami-lia de Intelectuais e de homens prà-ticos, oferece a atividade mental daJovem poetisa uma singularidadecuriosa É. em tüo litilrio melo. aprimeira pena a se ensaiar nos se-credos da técnica rio verso. Stelln.a bem diner, experimenta os primei-ros passos na setida qnc conduz noPindo, um Plnrin dc que seu srandesamme heleno sente saudades. Mas,esses passos, ela os dirige de Iniciocom bastante sisurança. com equí-iibrlo, rão sõ na técnica formal,

como principalmente — o que 6 maltapreciável — na cxpicssáo de seussentimentos e Idéias, fazendo-o comum poder dc síntese e com uma fl.nura realmente raros nos que co-meçam.

O titulo do seu pequeno livro deestréia, "Passos na Areia", uma"nlaquotte" elesantemente Impressapelas oficinas da "A Noite", vem dapoesia inicial, uma carta em versoque Jft foi irradiada com agrado poruma das nossas estações radlofónl-cas c que já teve ns festas da publl-cidade na imprenso periódica.

Dentro as formas métricas, é otemeto cm hcptnssllabos a formapreferida de Stelln Leonardos. Eslea,realmente, silo encantadores:

AFINIDADE"Há entre nós, na verdade, 'tantn. tanla afinidade,que nflo consegues fingir,..

Eu sinto tudo o que senteie, sentindo, eu sei que mentesfingindo nada sentir...

Queres falar.,, estou vendo:teus lábios .IA estão tremendoteus olhos olham sem ver.

Vais falar.., achas preciso?Mas não ves no meu sorrisoque sei o que vais dizer?..."

A intenção iIp Stclla. ao publicaro sou livrinho. foi reserva-Io ao gOMíntimo das pessoas amigas. Eu.porém, que sou meio "culpado" nosestímulos que a novel poetisa e con-tista recebeu desde suas primeiraspublicações, acho-me no dever deapresentá-la a um público que jilhe tem saudado amostras do astropromissor, indício certo úe um belotalento que não se pode nem deveocultar.

«Caminhos perdidos»Q"

ás penas de SalomãoSerebrenick. Giorcio Mortnra, Hcn-rlque Doria de Vasconcelos, Lourcn-ço Filho. Antônio Bento de AraújoLima. Toináz Figueiredo Mendes.Tcóflln de Andrade. Gilrno ,'.i Car-11. João PoEiasrher, Firmo Dutra.Garibalrii Dantas. Jo.tti HenriqueFernandes, JiilloPoetscher, Filguei-ras Filho, Otávio BnibOMi, O.-valdoB. Azevedo, Lio Lima e Silva d.lAfonseca e Pimenta Gomes, todosversando com profundeza sobre te-mas de suas csp--ri:di(indcs.

Mns não é apenas isso o que con-lém em "Bra.-il li).1?!)-]!»!)*". Na paneinlnt-maliva eiiftiiiti-nmi.-s :i nvolii-Cão da apriíultuiíi c riu pertiarln noBrastl. com nmns especial macias só-bre cereais, práo c fecula. nlfmen-tos tropicais, fumo. frutas rio mesa enozes, produtos animais, ou aspe-tos ria rrlação zootécntea no Brasil,fcrranpens. óleos vegetais, ceras.plantas medicinais e seu aproveita-mento. borracha, madeiras e libras.Encontramos, lambem, dados sôbreminerais, metálicos e não metálicos,materiais de constl'uçflo, combtistl-vel e energia, industrias. Capítulosespeciais focalizam o comércio ex-terlor c de cabotagem, ns finanças,os meios de transporte c comunica-cães. Também encontramos o quese precisa saber sobro as repíàcsBeo-econômicas rto Brasil, o combatecontra as secas e o pântano e a po-siçfio do Brasil no mundo. Em sin-tese, tudo o que procurarmos querelacione com a situação rio Brasilno atual momento universal, o seupassado, n.s pa-sibilldiuies cio seufuturo encontramos fielmente retra-tado nessa obra admirável, quc devefazer parte da estante de todos osbrasileiros, paia que estejamos providos de ílm comentário que valepela nossa historia através dns tem-pos para a grandeza rios dias atuais.

Por isso eu não posso det\ar deentusiasmar-me ao manusear esse

A cultura rte emergência pa-rece dominar ns espíritosmodernas. Spengler talvez

tivesse razão ao apregoar comodecadência a humanização deciências e artes. Um Kant semos mergulhos profundos de seusistema e um Spinoza sem geo-metrla apresentados através deexcessiva simplicidade, parecenão convencer a austeridade in-telectual de determinados indivi-duos, Para conhece-los e enten-de-los elevemos folhear seus pró-prlos originais. Will Durant eHenry Thomas não sào acolhi-dos com simpatia em determina-dos lugares' mas qualquer cole-glal poderá, agora, falar desem-baraçadamente em Alexandre eJeremias bem como em WilliamJames. Que esbraveje Spenglermas o fato é que a esse eles nãoconhecem...

A psicanálise, entre nós, nâofugiu à regra, Qualquer um, in-

UEBRANDO as cercas do silén-i em que se refugiou, haes anos, apenas lançado oiu romance "Incenso e poi-

vora", volta lago Joe a tomar es-paço no carlaz literário brasileiro,com tim novo livro que intitula"Caminhos perdidos".

Desta vez, nem o atraí o ambientenusciitenado dos bairros ltalo-bra-slleiros nem o prende o cenário en-fnmnçado tio Interior paulistano empé rie revoliiçüo. Prende-o uma ln-triga vivida nesse fundo de quintalria capital da República que é Nite-rói, passada em parte nas barcasda Cantareira, alinhavada nas mascentrais do Rio de Janeiro.

O lema. amadurecido sob cuida-dos extromosns. foi bem explora-rio e o autor reafirma galhardamen-te suas qualidades de narrador.

Quando medito sôbre o romancenacional, vejo-me a braços, entre ou-tros com o caso de lago Joé, des-conhecido quasi. enquanto outros escritores munidos de dotes mottamenos sólidos grtmpam escada acimapouco. Propaganda ? Talvez. Queroc.rér que a açíio oa "entourage" —apezar das balxezas e dos disse-me-disse comuns — valha de muito. Seassim è, fica explicado. lago Joé.literato, é na vida pública um ho-mem simples e bom. compreensivoe amigo, incapaz de pactuar com osencenadores de sucessos. Nada malsadmissível, portanto, seja essa a ra-zâo fiinria men tal.

Mas, passemos ao livro.Pelo número reduzido de persona-

precioso livro que José Jobfm acabade nas oferecer. Não sei mesmo seestas palavras de entusiasmo se de-vem dirigir a ele ou ao Itamaratl.De qualquer maneira. Isso prova queo Brasil est* bem aparelhado dehomens inteligentes para promove-rem a difusfio do sen valor, da suagrandeza. Revelando, com dadosestatísticos e históricos, quanto fi-zemos e quanto deveremos fazer,esses homens estfio realizando amals admirável obra patriótica, por-que ensinam ao brasileiro o seu pa-nel no momento atual e dio fi pa-lavra "realidade". Infelizmente nes-le.s últimos tempos tío deturpada,o seu verdadeiro sentido, o seu maisfiel significado,

TVLO HOSTIUO MONTENEGRO

i de r) pli paisagens -

; refere a uii ã beleza de utpormenor externo

aspeto natural — pcssibllimlnhos perdidos" ao seu criadormaior descanso no preparo das ca-racteristicas psicológicas, lacllltan-(lo-1he a "posse", a percepção dedetalhes que. de outro modo. fica-ram prejudicados pela aguarellce dos

Assim, conquista luso Joiafastamento de alguns planos,nitidez na captura de oulros Com-mance. Os perfis que traça da snatiente. rápidos e 'iir-.-tivos. dào "cor-po" a tipos interessantes e ans quanse podetA negar tudo menos umaprofunda similaridade com outros aquem encontramos e com que om.breamos. diariamente, em transito,Ao lado das particularidades risleas,anotações animlcas se destacam de-notando que o sentido de observa-ção do novelista rie "Bagunça" aprl-morou-se: faíscas de humor bri-lham aqut e g!í. evidenciando 03pontos fracos das pe-sonagens. umjinelramente vaidoso, oniro pn*ocupado com a oratória, aquela ou-Inriiferentismo o seu amor A futuli-dade e 30 mtindai-i

1 feila, 1 História de Maria Rosa. assinaleiextraordinário poder de que lagoJoé dispõe pora captar diálogos,Volto hoje a deter-me nesse ponto.A conversa travada entre JosuéPontes e Julíáo Cerquinho no escrl-tórlo daquele (capitulo VI comi-nuada no bar próximo, com a inter-feréneia rio gerente do banco —quem estará caricaturado nesse ti-po ? de Mário Nolasco. é de nmanaturalidade raras vezes atingível,apesar ria dissertação espiritualistacom que este cidadão mlmosela oseu adversário. A propósito, jâ quea ela aludimos, convém lembrar quesflo freqüentes as ocasiões em quc oautor faz de uma figuro porta-vozpara observações ligadas A filosofiaindú. Observações que denotam emlago Joé um conhecimento que járleixou de ser superficial, mostrandoum estudioso das questões teosófl-cas. Madalena, por exemplo, suste-

se-ia "ao nivel moral da esposa daB.amakrisma"; Vlvckananda apare-ce ern) uma asseveração à página14. junto cum alusões á "força ódl-ca" de Reichenbsch; adiante temosreferências e arcanos maiores, a ali-nidades avatarleas e outros expree-soes de gíria uniiarlsia; Hermes tlembrado como dor.o de uma frâ-se que Pascal tomou por emprestl-mo. Madame de Thebes, BlavagadGilá e outros ligados pelos laços se-cíjrios Taniü.-in sc apresentam. Cri-ticos discutirão, provavelmente, osmotivos que levaram o autor e o seudireito de valer-se rio romancecomo veiculo cie propaganda teosó-fica. Entretanto, é sabido, a modanão é nova. os livros de Huxley es-lão eheos d? verdadeiras teses —em "Sem olhas em gaza" encolunelmais dc vinte, que destacadas dotexto poderiam ser tomadas Isolada-mente como ensaios —, e Maurois.citando Valerv, afirma que Shalces-p?are se tornou ilustre por ter tidoa Idéia de "fazer recitnr por atores.nos momentos mats trágicos dosseus dramas, pftginas Inteiras deMontaigne".

Observa-se ainda, em "Caminhosperdidos" a freqüência com que oautor se utiliza da comparaçSo Iro.nica parn dar realce aas fatos, co-lorando-os em relevo, sinão pelopróprio mérito, pelo pitoresco dotermo com o qual é posto em con-traste ou em paralelo.

Outra tendência a ver no fundode cada atitude o lastro egoísta, as-slnala-se. A não ser Jullão, quandooferece desprendi d a men te o seu ca-pitai para socorrer Josué ria debaclafinanceira da empresa em que o so-pro o meteu, todos aqueles que, poruma palavra 011 com nm gesto cie-nuneiam uma atitude desinteressariatrazem, como reverso dela, um mo-tlvo que confessado lhes tiraria umaparcela rio esplender...

Particularmente, os seis capítulosiniciais se sobrepõem aos outros,como carpíniarla literária. Mas oromance, visto em conjunto, é bemfeito e é escrito numa linguagemque não desiludirá nem mesmo aosciosos da sua pureza.

Com "Caminhos perdidos", lago¦inê consoi de sua posição de lite-ratura brasileira contemporânea.

ANEMIA PERNICIOSAcluslve o vendelro da minha rua,sabe que existe um Ego, umSuper-ego e um Id. Creio mesmoque não desconhece a psicologiaindividualista de Adler e a eln-tese psicológica de Jung. A poucoe pouco os leitores dão pequenaslições de bem viver aos médicosespecialistas. Será utll ou nocivotal método de humanização?

A medicina, por outro lado, se-guin o mesmo e triste caminho:quem quiser um curso pratico quecompre os livros de médicos queInvadem as nossas livrarias. Osentlmentallsmo de um Majocchfserá de grande utilidade às mo-ças, os erros de Victor Heiseruma compensação aos academl-

DIRCEV QUINTAN1LHAcos e os conselhos de Jerger se-rão ótimos ios que embarcarãopara o Interior. Um Krulf e umHarpole. entretanto, parecem fu-glr ao lugar comum das blogra-fias e dos romances no gênero.

Encontrei não multo longe dolugar onde estou, um reflexo daque se passa atualmente. Pareciaestudante e conversamos.

— Hoje em dia, como Vocêdeve saber — começou ele cru-zando as pernas — podemos imu-nlzar alguém contra o sarampo.A cura do câncer será descoberta.Aliás, Já se opera com relativosucesso.

Estuda medicina?Não.Como sabe tanta coisa bo-

nlta?...Lendo.Que livros?

Citou vários romances e algumas biografias,

Detesto conselhos purificadorese opiniões que cheiram a Acaclo.Mas creio que já é tempo de seexterminai" com esses falsos nu-cleos culturais onde filosofia,medicina, psicologia e literaturasão assuntos banais e discutidosentre dois gales de café.

Monte Líbano — Granja daSaúde — 1911.

Acsba deaparecerMAYERLING

O grande romance que abalou Iodas as cortes da Europa - a historia oerldlca da grande paixão do herdeirodo Trono da Áustria por maría üefsera, de pequena nobreza. ílm esplendido romance na

admiraoel tradução de EDITH mA6ARinOS TORRES

3.°volume da «Coleção Dom Casmurro»- ^íí^^íÇfò?.^

Page 8: FBSQNELLO Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: …memoria.bn.br/pdf/095605/per095605_1941_00190.pdf · m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a ... não o

LEIA HOJE MESMO

MÁYERLING

EDITH MAGARINOS TORRE»

> Págln* I

y crn el ano cuarenla en[i/llc jci csiriho

de este siglo que llamon po-

(Espronccda, "Diab'o mun-

tX ¦ 1940.W^ Espronccda publlc nu

livros quc o tornaram tam «asaFa* parte de um dele* o "Canio aTeresa", que * a mim inação iln rn-niantlsmo cspanhnl. Na galeria dasInspira duras, mala nn menos vacas,daquele trmpn, desde a Carlota ver-lher lan a até a Kl vira de Lamartinr,passandn pela Dama das Catnclias.o I83n espanhol cf?rrre a reallsslniaflltura de Teresa Mancha. Fspron-ceda a lanra nu histnrfei numa clc-Ria em quc sc sucedem a dnr, a ln-vetlva e o sarcasmo, llm crilicotosqueador disae ouc tinira a tristegloria do escanilaln. Mas a ver-dade c quc cnns'ilue uma dejsasrcnlribiilcõrs raras nue marcam unimantenln feliz na M-loria da pi>cinde um povo.

Vm dos dois livros dc E^prnnrvdapublicadas cm 1810 c n tnma liassuas poesias líricas, quc alguns aml-C«a conseguiram reunir, rem a me-nor intervenção dn autnr. ausentena ocasião, e sempre descuidado cin•ell nrestlcln li (era rin. Esprnnrcilafoi descuida itn em tudo: cnm a ri-da, o preparo, o trabalho. K' cnmraxio que dnn .Tuan Valera, que re-presen ti o extremo contrario, stassomhra. com o que teria chegadoa atingir o preta se an genin natu*ral aliasse algumas humanidades tM tivesse escrito rom patclm«nla evlallancla. não deixando á rédeanlta a aua grande e perigosa Ta-clUdade."Ora en trivial Icnguaje. ora hur-

conforme esti ml humor, porque aIH nu- ajiist*

Allá van versos donde va mi gosto."

FOI ASSIM...i DOM CASMURRO i

No aenllr da lluilni autor de "Fe-

pita Jlmínti", Eupronted» H(iteatrás de Gue the, Hjvmi. I.eopardi,nln porque a aua Iniplraçio lownmenor nem a «na genuína «nli*dade d* grande pi»U, (t» nwoninguém o avantaja, maa parqueEanroncedn viveu no abandono detudn que tanto cuidaram m citadosmestre*, aoliralud» Leopardl, huma-nlsta aem par.

Aa "Poesia*" de Etpronced». naaqual* ha mndeln» eterno*, enwn aeaneUn do nlrat*. que pelo falo deanbé-ln desde ¦ Infância nia parecemenos nnva cada vei que a reenr-«tanto*, foram reunida* e publicada*graça* ao* desenho* da Enrique (III.n llnn escritor, tutor dn um do* me-lhore* romance* histórico* da nwwaliteratura, "El senor de Bemblbre"

< He eirclenle* poesia* llr les». Pos-> d«n Palrleli Sc la r«-

pHMo da filha de Efce Hartienbuwh, comple-

taram caaa primeira coletânea.Nn meamo ano de Mio foi publl-

radn, pnr assinatura, a preta* mo-dlcns. romo fe* Byrnn com n *eu"Chllde Harnld". n poema de E*-prnnerda "El dia blo mundo", "br*de Mela, dmkual, Inirahad*. ehelido acertos e de hnliiw. cnm qundro.ide um realismo rastlto de prnfdn-dn snrlllealo e forca dramallra. ecnm um sopro poético fnrmldavelnue. embora às veit» decaia, quasiürmptr se mantém com Incrívelvlgnr.

Mas seja qual fór o mérito geraldn pactua, o certo é que. dennl* daintrnriueãn. qne t. umi aberturarara. cuja qualidade arlistlra nia »epode negar vem a canto primeiro,nue nes awmcnta. "sabre uma mesade nlnhn »ltit*do". aquele Fausto,n "rensleroso" de casa de pens&omulrlllicna. na* véspera* do eternoreluveneecr. c depol* desse animadoroem*. interrompe-*e o fln da tra-mn, abre-se um pa»en'Ml* cnm ocanto If. uue í a iá citada eleeiado "Canto a Teresa", que Imortall«ar- ntinirr* fatais dr E^piweda.Esse "canto" Incinerado ê o desviosetitlmcpf.il que em nualquer nar-ríllva nõ" a nnin dc Intensa poesia.E* n "anitfle" d?s flnfonlaa. o mo-iwntn rnntidcncial. n "wontn" dasvethas c-»ras. n crepúsculo da .tor-nada. Fsprol<ePda avisa an leitoriirim nota: "Este canlo í « de*a-batt dn meu eoraçSo: quem a ninquiser Irr. snttc-a sem cscrnpuln.nnls não está llgadn de nenhumifnrma eom o nnema". Ninguém nps'la. A Posteridade saltou o poematndn c ficou cantarolando o "an-dante" imnrtal de Teresa.

PRELÚDIO AS MARGENS DO

TEJO

O romance cm quc Teresa e Es-nronceda foram protagonistas.fncldcntalmcnte poe (Irada cm"El dlablo mundo", nasceu em Lis-

boa. quando a autor emigrou pelaprimeira m Ficam para Irá* mseu* escassas estudo* de humanlda-des. «ob a amarei fcrula de Mala e«te itcrmostila. no* colégio* dc BanMate» c de Vai ver de; o* primeirosencontros cnm as mnsis na Acade-mia dei Mllto;

amor entre duas grades

A ""ba de aparecer

MÁYERLING

O UVRO DO DIAd* rapto, A* compIroçAm dc Ei-proneeda cm Londrci foram cana-plracAr* de amor, eonaplrardc* quenio deram cuidado i polida • tmencaminhavam para reallsar umfoliw de ettada puramente conjugai

plracftM da adoleiccnte do* Numan-tico*; a efêmera etapa, como cadetedc artilharia', * prlaio no conventode Ban Francisco dc «uadalajara.Indultado, Eiproureda preci*ava daaureola rie pemeiuldo e da Incertciade correr mundo. Dbp6*-*c a e*ll-mular a adversidade • a fabricar aprópria biografia o. nem que nenliu-ma ordem do governo n tmpcllanc,desterrou-se voluntária mente, cin-barrando em Glbralt.ir numa ha-landrn de carga que o delicu cmLisboa.

Em Lisboa, nas agua* de um anilclaro, de amplo Tejo. começou dofato a vida romanesca do poria. Ecomeçou ante* de desembarcar. Debordo, conlemnlava a rio. e mar, aIlustre torre do Tombo, a* colinasde LI*boa, que sln sele cnmo a* deRema; a* anilha* da velha Sé, opalácio da Ajuda branqueundo nnalto. n somb*in Terreiro da Paço, E,espantado diante da desproporçãoentre a grande cidade que o aguar-dava • o parco pecúlio que linhano bolso nue. depol* de pago o lm-posto dc desembarque, tiraria redu¦Ido á miserável quantia dc dua*pesetas, Esnonccda aa atirou ao ri»c pôde entlo entrar em Lisboa comesse ar de grande senhor quc ninguem adota com fanln aprumo com»*m espanhol* quc nãn têm nada.Assim como arrastava a canadapelas rua* do Toledo annele flda'toser vldn por Laiaro de Tor mes. Es-ponerda andou nor Lisboa o* poucosdias nue a notl-la o deixou cm na*.F"rque. romn cra dc esperar, o pneudc tal forma sc rompnrtau oue niotardou a aer preso. O ar de sus-feito, de consplrednr er™ pei-Wto. eproduziu logo os fruto* desejado*.

SOB O TERROR MtGUELISTA

CORRIAM os anos dn Fortugal

miguelbla. Era regente dotrono, cm nome da hrasllcl-

rlnha dona Maria da Gloria, açudetipo de romance quc fnf <¦ Infantednn IMfcuel. NSo resistimos e pe-dl mes rm nrn lados an talento dnOlivrlra Martin* as quatro pincela -das magistral* com qur n retratou:"Bronco, vinlentn, brutal, plebeu, eran tipo ccnulmi de irrcelrn o» quartofilho de rasa fida Ida: tadisl». ma-rla'va. toureiro, situcrstirlono. barato,nulo romn Inteligência, mas com umtnm de nobreia. um velho heroísmoIngrnlto pervertido |Ha educaçio,poíto cm ob*etns indignos rin sen-timento." Don Miguet vnltava iterr*. depol* dn csllln vienense. não*e sabe — dl* Oliveira Martin* —*e Impelido neta. amblcio de reinar.au par nostalgia. "Dok ano* oumals andava, o ativo ratai, afasladndis querldn* cavalos, das corildaa.dc* passeios a Ourlur da* Irrtjlla*dn* »lci>dorcs. da* rm>'herr* do po-to. ao céu. ao sol e i lui de Per-tugal. ele. em cu<o sangue pareceque * natureza havia condensado

NA COMITIVA ão Duque ae

Luxemburgo, cmbnt.rador duReino de França, em missão

especial junto à càrle nortiiguèsa nr.Rto de Janeiro, aportou a esta i-ina-de. a t rfe junho dc 1B16. n bordo rt"fragata -Hermicne". o naturalistafrancês Aiiguste Prouven^ol de sainlHllaire. que nascera em Orleáns ai de outubro de 1779. sob a nome de.François César.

Seus progenilores, contrariando-lhe os pendores inlrlrctunis. n drs-tinaram ã carreira rrmiíieiflf. Fi;,e-rant.no embarcar pira a Holanda,onde pouco sc demorou, regressar..do ú França, paru sr dedicar i::imgrande aproveitamento n estudas debotânica,

Na corte do Rio de Janeiro, per-correu os arredores da riitadc, prace-dendo à coleta áe plantas e arbustose al de áesembro dr Ifllfi sele mé-ses üepvis da sim chegada tio llrasil,seguiu na cípciliatu ttr I.iiiit^ríoriicum destino a. Mintis Gerais, dc ondevoltou a 11 de muret) tl,' 1 Jiíft. incom.patibilisaáa com o celebre alemão,ao serviço da Russia, Heinrick venLangsdorff.

De 18 de agosto a 5 ric nopetníirodc. 1818, Saiíií llilane percorreu asProvíncias do Rio tíe Janeiro e tioEspírito Santo, dando-aos excelert-tes estudos sobre ti interior flu mi.nense e um roteiro du estrada aconstruir do território espirito san.tente ao de Mina-, Gemia trabci.lho quc sc lê no lorno X!X da Rc-vista do Instituto Histórico Brasl-leiro.

A terceira rini/cm clc ti cinpreen.deu ás Províncias de Minas Gerais,Golas e S. Paulo, dc ^6 ãe janeiraa 29 de outubro ric lBlí). correndoimpresso in-separata n "Viagem ãProvíncia de, Gaia:.", rufe exemplarfoi ofertado ao Instituto Históricoem 1849.

De 9 de dezembro rte 1H13 a 8 dcjulho de 1831, ricmorou.se em per-correr terras de Santa Catarina, RioGrande ão Sul e da Ctsplatina. en-táo Província brasileira, regressandopor mar ao Rio de Janeiro.

A quinta e ultima viagem de Saintfítlaire foi a Minas Gerais e S. Pau.lo — de 28 dc janeiro a S rie maiode 1822

Falecido em rui-pfuiírc, no depor-tamento de Loiret. França, a 30 desetembro ãe 1853, consagrou os ulti-mos trinta anos da. sua laboriosaexistência a profundos estudos scien.tlficos e á elaboração aa historiapormenortsaia daquelas viagens e ãclassificação do flora brasileira."Nenhum outro viajante — es-creve Rio Branco, em suas opulentas"Ephemcrides" — mostrou.se malsconctencloso e bnnevolo observadordas nossas cousas do que ele-, onguardou mais profunda afeição aoBrasil e aos braseiros".

A par das trabalhos de carátercientifico sobre a nossa Hora, n s.r-traordimrla e fecunda contribuiçãode Salnt-Hilaire á nossa historia sedesdobra Interessantíssima por nevevolumes, repletos dc curiosa.' infor.mneões que se ajustam ã íiiijicootic!honestidade do escritor.

O primeiro trabalho tio notávelnaturalista francês — "Vapage dansles Provinccs dc Ric úc Janeiro etd». Minas Geraes", foi impresso emParis, em 1830, por Grimbert etCore*,

Oe NOROKHA SANTOSDa eitensa bibliografia inserta no

livro "Viagens á Província de SáoPauto e resumo das viagens ao Bro-sil, Província Cisplatina e Missões doParaguai/"' e recentemente publicadapela Livraria Martins, de S. Paulo,consln já haver sido divulgado vtn.le e seis trabalhos da lavra ãe SaintHllaire, ntin.ent.es em ii/o mnroiTn aassuntos de historia natural e tleaprlcultura,

Das livros que versam própria,mente sabre a historia e costumesbrasileiros, dos civilizados e indiqe-nas, sete foram traduzidos para onosso idioma — tradusida e pre/a-ciorfix pelo sr. Rubens Borba áe Mo.róis, que, ã clareza de um estiloatraente, alia qualiáades apreciáveisde estudioso ão nosso passaáo.

Obedecendo á ordem cronológicadaquelas traduções, que constituemcuriosas fontes dc consulta, citemos:

ll "S. Paulo nos tempos colo.•ilais" — que reproduz parte üe••Voynge dans la Provtnce de SaintPaul' _- foi tradusida pelo sr. teo-polão Pereira.

Antes de enfeíxada em volume es-sn. obra. vários de seus capítulos jáhaviam sido publicados pelo mesmotraduetor na "fieuísío do flrosil"il922) de quc foram diretores Mon.taro Lobato e Brenno Ferraz.

IU "Segunda viagem ão Rio deJaneiro a Minas Gerais c a S. Pau.lo" |1B22> — editada pela Compa.nhia Editora Nacional cm 1932, êtradução da insigne Mestre - o gran-de historiador Afonso d'EscragnolleTaunati.

Em 1927, no tomo lli dos "Anatído Museu Paulista" figuram excer-tos de um dos capítulos da narrati.va de Saínt-Hllaire acerca da via.gem por ele empreendida de Campt.nas ri capital paulista,

til) "Viagem ao Rio Grande rtoSut" (1820-21) — íradtiaíidB jjorLeononi de Azeredo Pena,

O manuscrito do escritor francissà tardiamente, em 1887. fora entre,gue á publicidade, A edição, entiodivulgada, apareceu inqada de errosna grafia de nomes brasileiros, dehomens e localidades.

A este respeito o historiador dt"Ka Era das Bandeiras" escreve noprefacio da "Segunda viagem do Rioáe Janeiro a Minas Gerais e a SSoPaulo":"Isto nos faz crer que o botottfeatfucsse mtiiío má letra e sett revisar,o sr. áe Dreusy. ou atjiíem por eis,nana entendesse de português1*.

IVi "Viagem á Província de San.ta Catarina UB20I — cdlfntfa em1936 peln Companfilo Editora Nacio.nal. Coube ao sr, Carlos do CostaPereira, traduel-la e prefaciada,

V) igualmente pertencente itCowprmhfn a "Segunda viagem %uinterior da Brasil — Espírito Son-tn" — traduzida, em 1338, pelo ir.Carlos Madeira.

Vti Tradução da sr Ciado Ri-beiro de Lessa — ilustre bibliófilo eblblíografa í a "Viagem, ás nascentesdo rto S, Francisco e pela Proulnciode Gayaz".

A leitura atenta dessa tradução domn dos mais valiosos livros de Saint.Hllaire. prefaciada pelo diretor daBiblioteca. Histórica Brasileira, sr.Rubens Borba d» Morais, com tndl-

cação de fontes de consulta, entreas quais sobreíctom as eruditas Ml.Msílpoçôes de Rodolpho Garcia en.feixadas na "Historia das explore-ções cientificas" fin. -Dic. do /«Ji.Hist. Bras", t* vol. — pags. 881-882);de Afonso Taunay — c tndefessohistoriador, que acaba ãe publicar oB" volume sobre a "Historia do Caféno Brasil", e de outros pesquisado,res, constitue, evidentemente, gratt*.stmo prazer para quantos nivem naslides da inteligência.

O ilustrado naturalista e historia,dor francis, através da mínudentencomentários e das sciscentas e ses.senta e duas anotações, compostasem tipo pequeno, na parte inferlaidas trezentas e cincoenta e quatropaginas do livro ora gubllcada emSáo Pauto, transporta-nos insenst.velmente á velha província bandei.rante da epoca da Independência.

No caplliiío It da narrativa daviagem á Província di Sáo Pauta,refere Satnt-Hílaire que, em Rio áasPedras, uma espécie de aldeia for-mada por alguns ranchos ou cosi.nhas. denotando estas habitaçõesextrema pobreza, alo/ou-se numacubana, na qual proliferavam "bl.chos de pé" — nâo se esquecendo onaturalista de classificá-los cíentilt-camente. Esses "puler-penetrans"eram o terror dos viajantes..,

Sáo Paulo dos princípios do seculnXVII nâo contava mais de duzen.tos habitantes, cerca ãe cem cosas,nm contenío de carmelitas e n cole.gio dos jesuítas. Já, em 1807, nn ei-dade e seu distrito aomputacam.ss15 a 20.000 habitantes, nscendeitrtaem 1822 a 25.882, reparíidos po/quinze paroquias.

O ilustrado viajante trances des-creve-nor. a cidade da época ia ln.dependência, com. os seus tograãot*ros em terreno plano ou situados «oflaneo áa colina e em tiecltve. Al.gumas ruas eram calçadas.

Outras só contavam esse melho.ramento em frente das casas.

As praças do Palácio, da Catedrale a das Casas da Ccmara ofereciammelhor aspecto — mas nenhuma áe-las poderiam ser canstácradas espa*

concavas, náo apresentavam ..—nhum traço arquitetônico digno âtuma cidade. Capital de Província,

Havia em São Paulo cinco medicar,çuotro elrursifies e seis boticários.

Ptlo dr. Francisco de Mello Franco,facultativo de mérito e filho de nmmedico eelebre e que era tambémmedico da Teqtmento militar da guttr.nU;âo paulistana, soubera Saint.Pierre do processo "terapêutico" usa.do para com os mtíífteres em fmbolftade parto,

Depois de sacudidas vlolentamen.te por braços alentados, jaztam.nasosseiilor sobre una medtáa quadra*da denominada "melo alqueire", en.auanto a porteira recebia a ertança,Ubertando-se entáo a parturiente,daquela posição assás constrangedora.

Observador arguto e uuasi semprecondescendente na julgar as cvsasbrasileiras, naauele cenário áe SãoPaula do sentindo decênio áo sentaia» lutes, Satnt.HIUire num dot

l. PITA ROMEROtoda* a* qualidade*, todo* o* vicio*toda o encanto, toda a rlalenela bru-Ul da alma portuguesa. Ninguémcra mata nosso do quc don Miguel,• por Isso fal m ultimo do* que •povo compreendeu « amou."

O* Mbirro* de don Miguel deramcom Espronccda no cárcere. Essecárcere foi o berto do "Canto aTeresa", porque dai a conheceu. A*Iftr»* devem multo ao* cárcere* ca outra* contrarledade*. e multopouco ao praier c i fortuna. Ea-pronceda escreveu na prtaio d*Guadalajara a que existe do poema«pico "Pelara", o no desterro deCastllla I* Vlega. o romance 'Klmlellano de Cuéllar". Na prisão dcIJsboa encontrou a argumento da*ua vida. E*lava li. recluso, um brl-gadelro espanhol, liberal, dan Epl-fanio Mancha, Tinha varias filhasque o acompanhavam na* peregrl-nações c desterro*. Viviam pobre-menle tom o produto de costuras,Teresa era uma das filha-» de donEoltanln. Espronccda. nor afinidadede Idéia* revoluciona ria* (a llber-dade então era uma Idéia revolu-clonarlat, se fei amigo dn cnmna-nhelro de prlslo. e Isso lhe farill-tnu o conhecimento de Teresa. Co-nhrcrn-a a trates das grades do par-latnrlo do rsreerc. como a nrotago-nlata de "El dlablo mundo" conhe-ceu Sedada no carrere de Madrld.E com Igual arrebalamcnto se ena-morou o jovem Espronccda e a me.nina Teresa. Ele tinha 1? ano*,Ela IS.

AS NOITES DE LISBOA

Ocaiyere. antigo castelo, onde

lun ocorreu, situado em lugareminente da parte oriental Je

Lisboa, de onde ae divisam a* malsperegrinas paisagens da cidade e riario, e o mar an longe. O pitorescobairro da Alfilaa. quc lem todo eresalbo da mnurarta que um dia opovoara, se enche, quando cal annltc. de aventuras, tipo* slnlitrm,mulheres linda* * misterinsas « can-ene* dnlentcs. Ainda hnje. talvezrara d>r maior encanln i visita no-lurna dessas rua*, os llsbnetis asse-guram que são perigosas de transi-tar • s>cnnselham a lr em grupo.E' o bairro do* amores, da* punha-tada* e dos fado*. Rua* estreita*.torluosaa. vendo-se rie alguns nonlosnma nesga aiut dn Tejo e entre re-flcio* de lua na lures de CasUlas,na outra margem. O rio recebe ua-elos de tndos os pontos do mundo.As galvotas alegram o bosque negrade pia*, carga*, eordu* da* vaporese veleiro* ancorado*. Um farei melotísico na popa de eada embarcaçãoonde o grnmcle e e cio dormemabraçados. Ao tonge, escure, sonoro.a Atlanüco mar de lusíada* e deemigrante*.

Era esse o cenário que Espronccdavl» da prliaio. Alude a ele na oitava

capítulos mals movimentados de aeulivro, que compreende o roíume JJda Biblioteca Histórica Brasileira,trata da viagem á Sorocaba e dasforjas de ferro de Ipanema.

Colocadas no antigo "morro deFerro", recoberto de mnfos. além dorio Ipanema, um dos afluentes doSorocaba, ns forjas foram construí-áas sobre um plano muito rimado.O minério era extraído quase á florda (erro.

As notas coligadas pite viajante,muitas das quais í'ie tu*am forneci.áas pelo coronel Frederico VatnFia-gen, pai do notável histaiiadar Ado1.-pha Varnhagen (Visconde de portoSeguro) valem por uma valiosa re.senha histórica da 'ipioracâu doprecioso minério, que demarcara fu-. i esplendor econômico da

Ücsde Afonso Sardinha, em 1390.em suas eicursóes pelo sertío, até ogoverno de D. João VI, em HIS, onoem que foram lançadas ot c-hcerr.esdas novas forjas sob o p-anc do ale •mão e engenheiro militar Vomita-gen, np sertiiço de Portugal, que ogrande problema áa sid-rurgia aten*tou a alma dos coloníza-tores. ante.vendo almejado exito nun.*. erplora-çáo bem orientada.

Em Ipanema, encontrou Saint He.Íaire o zoólogo austríaco Natterer,gue conseguira reunir imensa cote-çáo de o ai mals e pouco distante dahabitação ocupada por Natteret, untjovem prussiano. Sellaw. pensionistaque Iara do sabia Humbclit e oueem companhia do príncipe Neuteledpercorrera a cosia áo Bratil, do Rtoáe Janeiro á Bala.

Os conhecimentos de Sellow náosc resumiam á hoínníca."Frio. rude, ás vezes, — comentoSaint Hilatre, aparecia ter eicesstvoamor próprio".

Em seus "Anais áa Provinclu doRio Grande do Sul", Fernandes Pi-nheiro — o futuro Visconde ie SioLeopoldo, traçou um expressivo elo.gio de Selloio.

Descrevendo.no> a vila de Ita-pelíninga, no capitulo XI, estuda 0grande naturalista francis ot cosíu-mes e o ealáeamento ,\ue se operamdesordenadamente.

áades agrícolas.As que viu, eram pequenas, mal

dirigidas, e ainda obedeciam a firo.cessos rotineiros na cultura ias ter.

As casas, esparsas, mal conserva.das e pequeninas, ndo dispunham denenhum conforto. Deram-lhe d im-pressão ia complete Indfoencto deseus moradores, ene. na fisionomiadenunciavam ama mistura ie san.gue Indígena.

Áo passa que ot portugueses deraça pura tinham olhos e cabelospretos, os indivíduos daquela regiãoeram facilmente reconhecidos porsua còr esbranqulçaáa e cabeloslouros -~ caracteres fd observadoscom pequenas diferenças, por SaintHilatre em Caratinga.

Estes mestiços reutltumetife d fn.tclfffencín se afiguraram ao elojurt.te francês mutto abaixo ios mulatose diferiam inteiramente, a seu ver,dos fazendeiros brancos da jw'emais civilizada ia província ie Mi-nas Gerais. Estes, erafti homens mafs ¦cu menos abonados. Possuíam escrn-tios e ndo cultitxitiam as terras "conas próprias mios".

Nas colonos brancos de Sio Pau-lo não viu sendo verdadeiros cam*panem, tida possuíam negros fwra>

do 'Canto a Terna" que eomeca • de Terrs*. D*nln perpetrado

Ta dealerrade en eitranjrr.i playa.eun lo* ojfis estático* wgufaIa nave andai que en au argentada

[raravulaba al puerlo de la palrla mia.''

lfna mujer! l>Hllr«*e en cl cicloalli en la noche. desprendida cs-

[irrlla.A nabagem dessa parle do 'Can-

to" t • céu e ¦ igua da grandlonadesembocadura do Tejo, o legendáriorio Ibérico.

LONDRES. PARIS, lH.1t

S4BE-HE mie Espronccda ficou

si em Lisboa, sem Teresaquando ela. acompanhando a

pai. embarcou para Londres, ondeonde oSo se en-enteava a poliria dedon Miguel. Londres, que jamui*adn-lilu. embora *l«-uma rn o tenhaprn*l>ado a direito de *»llo dloln-mallro, tem sido a nnçíi. do a»l'nterrltnriaL No melo dn mar e daa»u»s Inrmentas as ilhas sio a espe-rança dns nauframs. Nas hril»"l-ras. através dn adlitdn seculn XIX.r«c.nptr*ram l*r nobre c sc.turo os1'b-rals c rendou»rins rsnanbnls cf-~-r-ses. He dnn fàí>rlns e Ctbrrraa PHm. lá se refuglar-m ns qucpe-dism na* guerras ri ri*.

Qtnndo Esnrnnc*dn chegou *Lnnrirc*. Teresa tinha <?on*enIlrt-ie«n rtrhtir a vida de pobre easnn-do-se com nm comerciante esnsnhnidon Oegnrln Ba.ro, de nnem tevenm filho. THfirAfí. Vm riir-m qu*o farcisn ca"'» de Teresa fni per.n~'">dn >m p~»t< » n<<frn nue foiem Lnndrc*. A* duas hMorla* sin

ue rslSe com a* surraram que Esnron-

haver nerdWn de»l*l» cm Listai, dcscnhrlu Tc*'acm Pftrls. an nassar »»ln drrcdnrd* um hnlel. em cnmifnhla d* ami-go*. e ver na porta dc um ouarlnnn* sanatlnhns q«e denunciavamnm né de mulher Uo lindo, que se

auesar da vl*llanela que o nreta-goxlata era objeto nor «arte da ft-mllla, Com o auillln dn dia de In-(¦nso nevoeiro, nnnuanla dnn fírc-gorkn Iratava d? negicle* no eicrl-'tcrln. Teresa ronienulu transpor •nutro dn Jardim, tomar um carroau* * esperava e chegar á aldeiaotd« Esnroneedi a aguardara. Mu-d tndo rie veiculo* o nrocurandn nàod*i**e rssiro ri* fu-a. conseguiram* tingir P>mnnlh: lá embarcaramiwra rtiaehi"-™. e de rberhurgn,,,,.„ r.,-1-. Kl" litihn enl*« 21 ano*,cts tn. Era n Paris dn* nlti-«is dlisd» e-lr-dn t>- rarlo* X. Nas lor---dos ri- •nl''» ia na<cer •> n»-lndollbr-n» dn peilti»* c n ennr-nf-mn•"•¦, lelros. E^* n tempn d» l."ls"Hlne. d- Vi-»»r Ilit-n. AlesandreDv-ns. Tcftln r.*ntlcr.

nhsrnnu a I""

¦ estréia rie "tfernani"3

Iria

p-H

pr' meira.

pm Italiana nn a umaesnanhels? F." eicnsadn diser nuen anior dc "El estndlanle ri* Sala-manca" apostou aue eram rie umaespanhol*, e ganfann a snosla. pol**• samtlnhos eram de Tereu.

O* nue *e Inclinam • aceitar ahistoria do encontro em Londre*dHern ¦»» ao chetrar E>«ronr*ria aes*^ cidade, ante* de desembarcardivisou a nn>"« rie Lisboa num do*dtnnc* dn Timlsa. aromnaiitiadKn-la marido. Seguleam-*e »* com-blnacée* e prepiratiTO* precursores

mel eAs*l-<ln<"ilrrl nnesintn-nntes ««h^salsscmcs esr»>iH. as melcnau o cleeii *'<?. *, cana ampla e|-le*t A. Fi—-nreía, nuemem de granrie anumo iuue nin cassara d^n-rrcbHn.¦"«Itn m«tc» n«sr'*t le»he*cn a mulher d» f-lhos nrtic. cohei» raslanhos. "talhe de Ile-". mer» Terer*. então nn ««'—dar d.seus rtti-9n*cs. Es"-cnc"da c^lei•s-tt hrrl""d™i de ini-i e *e all*lfpi-ii vlunlarln n"* * -meill'"t Prlcil». proleín su^Hail" n.inu-'í^-„, -rh a—r!-*'i -e«"«<-íonal rS,i. pi—.| dn Joven pianista Inderico Chnpin.

EPÍLOGO NA ESPANHA

redn. feiln irn-rda dc rurnoi darainha. n*rmaneccu nni'-n temnn nocargo. Uns versns aiidici"sos n fl-

terro.- A nnl*o Irregular Horccld^em elimas rslrsnei-lros. cnm-eon amnrch" ao "l«r dc* lares malc-nos. Ilnna r^rmen Mo™l, "ã' d.ip«etn. rta"-* d^ rrrencl Ewit-cdnera n-" ri—«a r.v»-it • mtn-M»-1'.ntla lri>n'i-cnHa fi» f"l -'ém detomar n e"»--go d" frntn d-oiirl"-amores proibidos. A meitn* que mcriou no rerien ria avó. f"l donaBranca Esnnnceda quc. nHs tarde*> c-snu eem nm membro ''a faml-lia de dnn Pal-Wn ria F^cosn-nr«*in|rthel-n de n-eda rin c»1'-Hn en estilo cm Paris, onde rim-Patrício e a famiu* viviam com amn***lia ti™»ri" ri* sluscãn e recehlam a vWta habitual dt Espron-ceda e dc Teresa. Fruto do ma-t-lmexlo ri» dnna Rr:™* f"l dona!••« dc E«-n=i>r* » E-nrnnreri icNúnet de Ar»»**, mio nome fieu'a

varias edições de obras de seu

\W x • v jf i vIk W nt\

Teresa Manchit

al qunl 3 ,,,,se dividem ipeito do rapto Ocoipois de desfriln o iililitcmhrn dc Isas. mim

sõ snnbe multn (cmiiftundn nutrns, casnacnnteon r«nlcm»'iii(lii»f-*i. Essa ulliina

avA.Quanto i morte de Teresa.

T*. meca ent-- as írarti"**-* r™ ric Linbn* e acili•s "«des de um* iancla rii|n*«lrnii * narina mal* Irnmontkmit esn»nhet. lm

n.-U he'r« e mn""i*i'"»snu- ha em c*«l»"iano ftodas ai línguas."

Visões da Cidade das MeninasNAPOLEÁO

disse, aJgurea,que a França possuía gran-

. des filhos, porque possuíragrandes mães. A frase se reíe-re, apenas, á França, mas pode-mos aplica-la ao Brasil ou a ou-tro qualquer pais.

A's mães estão confiados to-dos os tesouros e riquezas dapátria. Geram, criam, educam,formam o caráter, amoldam operfil moral, imprimem a noçãode honra, dever e solidariedade.finalmente, preparam os din-gentes e os dirigidos do futuro.A elas, na Infância ,na juven-tude, na adolescência e até mes-mo na maturidade, devemos va.il-tar as nossas atenções, prestan-do-Ihes o necessário cuidado einteresse.

Enquanto divagamos, você.leitora, tome o seu carro e subapela estrada Rlo-Petroplls.

Chegamos.Ao pé da serra, erguem-se ua-

slnhas brancas, levantam-seprédios destinados a uma fábri-ca de fiação, um hospital, umausina, uma escola e estendem-se pomares onde as llbelulas seconfundem com a folhagem ver-de. Aqui, está a capelinha ro-deada de jardins floridos, hauma laranjeira em flor, símboloda virgindade. Todo esse con-junto harmonioso revela-nostrabalho, fé e caridade.

Sim, entremos. Mas, culdado para que a nossa curiosapresença não venha perturbar apaz deste paraíso.

E' aqui a caaa da menina po-bre, da menina que não conhe-ceu bonecas, da menina que não

vlzaios t eram ele» próprios queplantavam e colhiam, vivendo na ge*neralídqie em grande per.urta.

Slm-ues, humildes, cm os habt-tos grosseiros dos camponeses'euro*peus, nio tinham, contudo, a atívi.dade e multo menos a atepria ioshomens ie campo da França.

JVo litro de flolnt Wlatre acerca ieêua viagem i Província ae S, Pau*lo, como nos demole por efe escrita,o que é mais ie aimitar — bem odiz o esclarecido ;e brilhante preta*ciador. é a compreensia t a «mpu-tfa pela gente que vivia espalhadapor essas terras — uuasi desertas doBrasil do tempo de D. Joio VI.

Ele teve no mals alto grm a raraqualidade num viajante.

Soube ver e soube transmitir assuas Impressões, sem nenhum laivode malquerença, procurenão eiuíí.-aiamavelmente c que se lhe afigurouexquisito e m»tno inexpticatef dprimeira vfsts.

Amigo dedicado io Tirastl conhe-cen tudo quanto até entáo se haviapublicado aobre o homo pois.

A sua obra i, por fito 7HMmo. umadat mod valtoiat qua puimfnwi.

JESUIMO RAMOSviu o sorriso materno, da men'--na que não sentiu a caricla pa-terna. E aqui o lar onde elas saorecolhidas, amparadas, educa.das numa escola de fé. de altruismo e de moral, que as pru-para para a luta e que as afãs-ta da maldade, do vicio e cacorrupção. Vede como todas sededicam ao trabalha ou aos Iol-guedos: umas costuram, bordam,fiam ou pintam; outras dançam,nadam, pulam ou correm, reve-lando-nos menos idade.

A cidade das meninas é, porém, original. Como todas ascidades, tem seus ruídos, su?,sambições de desenvolvimento e.seus apaixonados moradores.Como todas as cidades pequenas,os habitantes se Interessam pe-los problemas mals íntimos nusoutroa, conhecem-se as tristeza?e ss aspirações e ha uma comu-nhão de interesses, de idéias ede destinos.

Mas. enfim, porque origl-nal?

£ uma cidade em que náo nahomem e onde só se pensa ne'e.Em todos os pensamentos, estasempre presente o príncipe nn-cantado, que um dia lhes daráum anel. um lar e filhos. Quemserá? Como? Quando? MultípU-cam-se perguntas, constróem-secastelos no ar, enquanto as ^on-zelas se desenvolvem naquelafase em que se n&o distingue amulher da menina.

Ele será guapo e forte, pas-sulrá um carro, — dizia a Mi-rtazlnha, — e ora por outra vl-remos visita-las.

Pois, eu desejo um agrlcitl-tor, — afirmava outra, — umacasinha no alto da colina e ...(consigo) muitos filhos.

As confidencias conti-nuam. Ho meio, porém, dessagarrulice, nota-se certa pre.ocupação: uma ruga aparece natesta de Marlailnha e ela secala. Be ele me fftr Infiel, sehouver deslntellgénclas em nos-so tar, se ...

Agora, leitora, deixe de In-discrição. Essas moças não lhequerem revelar segredos. Voltepara o Rio, onde seu esposo aespera Impaciente e nervoso.Volte para o lado de seus lilhosque a esperam gritando, choran-do, esperneando. Volte que aempregada se despediu hoje, sempreparar o Jantar.Sonhos?

Não são sonhos. Coloqus-se a primeira pedra, construam,se os alicerces, levantem-se m,paredes e Inaugure-se a Cidadedas Meninas, ond! h confundi-

Agora, abandonem".' » :-™"original ds rdacie e procufirisexamina-la sob novo pn.-nu.

Como serã poveni,ir1;i essaoriginal cidade? Qual ;i npnia;política de seus diripn-trs1

Sp, acaso, percorrermn> t H"-tória universal, veremos [i-nem em remotas cia; lia vc;a-glos de uma tribu qur pn,>ii;i-disse do elemento masc".!!""'que se encarrega de ndmini-ti^re de dirigir. Tal fatu sp m-MI-ca não só pelo império rin ícsí,mas pela necessidade da i"1^'entre os seres humanos O h&mem é vim animal prejiarw 'deve viver em comunhão rt? n-teresses, em sociedade, em f.mn-lia. Não se copreende. s'¦" n'ceção. o homm isolado, qnf aImaginação criou encanumacoem um personagem ficnnn -Robinson Crusoe.

Ê certo entretanto, que. naantigüidade, encontram-sr niEe-mas civilizações ein nuf1 P]'"án'minara a pollandria e. i"1 Br*-sil, temos a lenda das Anwiuiai.que criaram uma rcpüblir.i *mulheres, cremando o seio *'¦'

relto que lhes difiruliava « m>'nejo da seta, Elas, pnròm. ri«-apareceram e só nns resta n pff"fume da lenda.

Mas, ha uma íase - a inii>bela da existência — em qu*acriança cresce, se cirspuvofví. s'educa e se prepara para as li:'1!futuras, ao lado do eompanh»-ro. A esta fase. em qu? menina.e meninas marcham isolado*devem educadores e governantaprestar o necessário cuidadoatenção, afim de preservar-dos vícios, do ceticismo e tio á(fanimo, oriundos de uma nJeducação.

Qual será. pois, a acii"'111*'traçSo Util á Cidade cias MH«-nas?

Penso que se deve fundar uw»república democrática, dirigim •governada pelas próprias moca..que serão eleitas pela comimiú»;de. Nlnftuem melhor do qne «»pode compreender os probo.nw.as necessidades e as soliifí*aalíounda!. Elas, aaom a In!*»pslcológlcti própria rio sexo, ¦'berão dirigir os destinos ria P'-quena coletividade, pronifJ 'elevar-se para conquistar a ='npatia daa colegas e, na P^ganda eleitoral, cerl-amerle. naihào de-empregar moios obso.e, ¦e Inconfessáveis, mas uiiiiw,se-ão das obras p'os. dos «•mentos fraternais e

(Continua

Page 9: FBSQNELLO Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: …memoria.bn.br/pdf/095605/per095605_1941_00190.pdf · m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a ... não o

!1!V„^„^„ . „ , ,. „,- ,^ , ¦..sí'';'", .¦.¦'.^,....i;s,;,.*'-vv-as."- titi^a,.,;,.. ^(l.^.^^.,-. rrp-.^

MAYERLING

[PlfH MAGAKINOB TORRES

¦OOM CASMURRO¦Para Você • Piflna I Acaha de aparecer

MAYERLING• fammo romance na CnlecAi

DOM CAHMtJRRO

0 LIVRO DO DIA

DE LEVE EMMAR DEL PLATANOTAS DE MUSICA...

Nn corrente ano ae comemoram várias datas relativas a Hoiarta, janeiro, tivemos a do seu natillclo (31-1-175(1); em dezembro, as«'•Keqineiii" e de sua morte (5-13-1191) ocorrida há século • melo.

Srculii e meio.., eomo vai longe o tempo em que passou pelo«undo - Wolfgang Mozart!

Para u cnmum doa mortais, em século e melu até os nomes doaHltpaMiailos ae apa|am... Quem conserva hnje num enlão, encl-.indn ns retratos modernns, pesadas telas eom as figuras solenes dell.ivó.' e de letravós?,..

(sse ittltu tocante é — passadiamo, dizem, em geral... FicouUIt i,. orientais, eomo um preceito religioso, para os modernos, en-£,.. discípulos de Augusto Comte.

Sómenle psra artistas, sábios, literatos quando marcados pelujn|0 _ a lempn deixa de existir, nâo passa de pura convenção.

E. a ««ss» Wnlfgang Mozart (João Crisóstomo Amadeu) foi, nessertntlitn. "'" privilegiado.

Ctimecet a compreende-lo an traduzir a belíssima obra de Henri, ciir/iin — "A Vida de Mnzart" para a — Cultura Brasileira de Sãomio. sob a direção eficiente de Galeão Coutlnho, tendo Marta de

Andrade comn orientador artístico da coleção musical.Com o filo de amenizar, com notas, • trabalho que Henrl de

Canon li/.era multo técnico, recorri á bibliografia aqui existente so-r. n ;is mi lo. fni até ao Instituto de Música...

Procurei ouvir a apregoada música de Mnzart e dentrn de poucoslat eslava fanatizada peln — Mestre feiticeiro.

Nãn fora por música que éle se expressara, desde os quatro anostt idade, •iiprindu. assim, os tiluhelns, todos os óbices da palavra?"iin me contentando eom discos, recnrri^i artistas nossos e, en-

que se prestavam a esse i-aprieho, destacou-se Elisabeth Schu-líder, nu momento contratada por uma das nossas estações de rá-dio. para algumas audições de clássico.

esquecerei nunea a gentileza com que a bela cantora incluíami:rama — na medida dn admitido, trecho» de Mozart... E,

Ihando sempre, a pedido meu. o delicioso lied, "Das Weilchen".Aquele "lied". cnm letra* de Goethe, que Cortòt descreve tão bem, dl-mulo quanto, atravét da claridade primaveril. se sente o aroma de

nt ti o sentimento p»de vibrar num coraçãoa de Mozart lem virtude* peculiares, sedativas." i pertence tambem á autoridade de um psicólogo —

(rm s Ma uiiim mundo á parte, ná-se, porém, que tndns,

inclusive lleethnven e Wagner tém o mesnfh traço comum — recor-nessas próprias paixões. Sãn humanos. Os corações multo jo-

. preferem, precisamente, por isso.ira quem já experimentou os golpes da adversidade, quem lâ

perdeu entes muito amados, só Mozart consola. Sen canto faz refln-ri esperança...

Seiili Mozart em dias de dúvida, de pessimismo. Mozart será oi.nicisia do futuro — pnrque o mundo precisa mais que nunca de

confiam:i. de estimulo."ii.-nis Mauriac experimentava, desse modo o snrtilégio mo/ar-i 193«... E. è êle quem, na mesma cnnferéncia, die:la Europa tân triste, lá no alto acima dos motins, das trln-ile Iudn quanto n entrei hoque de classes, de raças, de opi-

ninei) intuiu/ — nu vimes a música divina da esperança . . Vem-nosi ile que ê«se paraíso existe no inundo mnzartianu Não seem palavras. Sn a pnesia de Baudelalre dá pálida Idéia

Comme vous êtes loln. paraclls parfumé!Oii íoiis un nlalr lout n'est qu'un amour et joie!

Oii loul cr que l'on alme est digne d'être aímé,Ou dans la voluplé purê le coeur se noieComme vous ctes loln, paradis parfumé!

Comn cada um de nó* vê o que mais lhe apraz. sente de aclirdoot sua tens-ibilidade, multas nutras apreciações e de caráter maisro1»iin ¦.'- encontram sohre Mozart.

t'm amign escreveu-lhe no álbum: líebe. Hebe, Hebe Ist die Seele

Kissine, a quem perguntar:m n,)inião, respondeu:- Rcclliovcn.

certa vez. qual o maior miisliMa

- F. Mm il. e

Innia,.

Qu»,,,«fernio

J" «fm declinar'Miihí s panando a d ia nla d a mente, 50 ducados.

B' j

QUE E' A AVENTURADe que se constltue uma aventu-

ra? nio é, por certo, do pânico dequem escapa á morte, que pareciainevitável, nem do horror de umassalto a altas horas, em rua deser-ta e tenebrosa,

Ha aventuras de outra espécie dequc ninguém fala.

Consideremos o vendedor de pe-rlodicos que corre destoa lad amen teatrás do cavalheiro que lhe deu. porengano, moeda maior: escutemos opássaro canóro soltar %v.\\ trllos me-,lorilosos A luz dourada da manhft, Amargem da estrada; contemplemosa verde colina ondulante da qualparece descer para nós a luz envoltaem fresca tunice cinlili-nte; experi-montemos a put e o wro que pro.porclonam certas horas passadasJunto A lareira em companhia de umbom amigo, enquanto <t fora o ven.to uiva e a neve cae; contempleifioso cào/íi)l)o que anda a custo e nosdirige um olhar súplice; escutemoso soluço de uma criança; regustje-mo-nos com a alegria ne um grupode jovens que passa ao ledo; recor.demos a grata impressão tida noencontrar certa pessoa em plena rua.Tudo isso e mais outros pequenosacontecimentos podem constituir.

Quem abrir o coração ao encantoque encerram, conservai* ate amorte, em espirito e coraçAo, o écoe perfume de delicada emotividade.

G. K. CHEHTERTON

A fantasia e o saber sAo. a meuvei', dois requisites prévios, essen-ciais para uma verdadeira aventura.

Conheci um homem que colocoucerto dia no palio de sua essa umjarro dágua dlstilada e ficou rieobservação ria manhã i tarde. Poucos pouco, foi aparecendo un pequenomundo animal trazido petas azas dovento. Meu amigo comnrou um ml-croscoplo e uma coleção de oorossobre botânica e bloloj-la. Sua oil?-líncia tediosa nté então adquiriuuma expansão ilimitada no humildejarro dágua, Nele. todas as manhas

;ma nova evantura.ROY ANDREWS

DESPEDIDAUm ano!Exatamente

e eu tenho queDOM CASMURRO, pir motivo dt,continuação <*"* nietis estudos,para um concurso que apesar denâç ser dífictl, requer da minhaparte a máxima atenção e ener0as,

Existem lugares que se deixamsem a mínima saudade e sem amais leve recordação, esse poreinAo t o meu. canCASMURRO ci _ saudade, de iodos com que pri-i>eí durante um ano.

Ao entrar para DOM CASMVRRO eu. era um "faca" em jornalporem agora ett sou um "fõqui-nha", e toda a experiência queiu adquiri, foi-me ensinado tm-cf ex temente peio seu grande dtretor Bricio de Abreu. Sô quempriva com esse homem, pôdeaquilatar a luta tenaz que em-preende hà quatro anos. para ele-var pela leitura, o ninei culturalartístico e intelectual do nossopovo. Verdadeiro batalhador.pots hd quatro anos vem manten-do um jornal intelectual, o únlc-no gênero no Brasil, a custa desacrifícios Infindos, pois o seujornal uã0 vive de "golpes e pa-tiettnhas".

No começo, quando eu. entreipara DOM CASMURRO. encon-tret-Jorge Amado, Joel Silveira,Danilo Bastos e Wilson A- Lou-zada, que como redatores e se-eretarlos do jornal, tudo fizerampara que eu náo ficasse na tgno-raneia do que era um jornal.

Bons amigos-

NELSON NOBRE AL ACI DSaíram mas continuam a ur

ano i passado bons amigos meus, e de DOMafastar de CASMURRO tenho « certeza.

DOMÍNIO ARTÍSTICOPINTOR DE MADONAS: BOTTICELLI

.„,,. F.' Único! , Jporque nãn entra em paralelos, eomo também disse Henrlcurso de uma linda conferência;t vive dentro da sua música E* um casn único na histórianh, nos leva a alturas sublimes, Beethoven, cava em mon-

linhas, niasmorras onde prisioneiros gemem angustiados. Wagner,a regiões pnvoadas de monstros, onde gigantes fizeram

innraiíj tle deuses. Schumann. sonha ao luar. Chopin, soluça sohrellehusy reproduz tndas as ressonânjfias. Mas, quando Mnzart

ipnece — burgos, montanhas, palácios an luar, eatelns — tudn des-ipaieie R. a "féerie" começa."

II. Taine. apreciando — "Cosi fan tutte", disse:Ouvindo esla música que pensar sinão em amar e ser amado?iruiTniiiiiiln, com entusiasmo:

\ essência da obra de Mozart é o amor absoluto de uma belezaMrftila, nidiiisa."

titiiial, julgava: Bodas de Figaro" superior a "Barbeiro deSítilda". atilando que Mozart ao peroorrer o mesmo caminho deliuman liais repetira o milagre de Prometeu, dando nova alma Astriititrav

Wagner, impressionado profundamente, procurava destacar at humana", qne nu via na orquestra de Mnzart.o que caraterizara Inda a composição, todos os atos de Mozart— a infantilidade.Sanei-i, a irmã sua companheira de tournécs dos primeiros anos,wcn-i-cr, mais tarde a respeito dele, dizia;

Fnra da música foi e conservou-se sempre uma criança. Basetiaçn iifiiitmmaiite do seu caráter muito o prejudicou."

NaneH eonstiluia defeito, mas para a posteridade foi, pre-tliímeiite. a infantilidade o que êle teve de mais encantador.

Shiipeniiauer dá, a propósito, uma explicação:"A infância é o éden para o qua) nos voltamos todos no correri» vida. movidos pela saudade. A base da felicidade consiste maistm (erlfii-ar ilu que em querer. O mundo é para a criança uma al-mrada fresca, encantadora. O gênio como a infância ae caraté»lzaMi predominância de forças que levam a "conhecer", antes do des-Wljr iin apelile de — "querer". E* por Isao que toda a criança tem.tm imim,. dose — genialidade e porque todo gênio c, em grande dose

E' pm esse motivo também que — gênios comu Mozart ficam no'dn lm ma ii ti de que conhecem todos oa segredos, como qne alheia-¦¦¦¦ f «is demais raramente os compreendem.<Kiii(hi Mnzart morreu contando trinta e cinco anos, deixou

' ubi-a enorme, admirável, incluindo (o que dim a titulo de curió-<!*': 115 missas, 3 motel na com orquestra; 15 eantalas e orate-

peras; 45 ária* e trechos de orquestra; 41 canons e 20 sin-I serenatas e divertimentos para orquestra; 115 dansas para

Jtqueslra; >n ((incertos para instrumentos de corda e sopro; 9 quln-"ta: ;io quartetos: 4 trios; 28 sonatas para piano; 45 sonatas para"lui" e piano, nutras tantas para flauta cnm variações de plano-,Mnalas para orgâo e instrumentos, além de 13 obras diversas,

"das essas composições têm uma gênese curiosa, que daria param i-oinpendio onde estudiosos fossem buscar orientação para bem'"«rpretar o pensamento do — Mestre,Lembrarei apenas, dada a exiguldade dc espaço, que o famosoiiHttrt de Allcgri", com um coro de 4 a 5 vozes e movimento final

.*.»¦ Fni apanhado, clandestinamente, de ni tlva por Mnzart, na Ca-no papel de música escondido no fundo dn chapéu.Issa de "Requiem", achav*-se Mozart gravemente

Íim mar dei Plata! Como noscanta aos ouvidos esse nome dabelíssima praia purtenal E' ali,no Casíno flutuante, tâ-i "Uamattvõ" da Praia Grande, nos —bars, sob os parasoís multícçlçrl-dos — Qtte se .reúne toda a viu-lher elegante, sempre "muy chi-ca" — para os esportes aquáticos,o "cncktatl". os al moços Que nun.ca mais acabam... Sempre -mú-stcados pelo ritmo provocante e"saleroso" dos — sambas brasi-feiras, que florescem'em

"filrts:..'

As jovens, também afinem an-siosas pela caricta do sói. da água,dos olhares. E, segundo relataum cronista de lã. surgem ndosó de "mailtat" comn em "tmlet-tes mus galas, acompanhando íosttiíifflns cnsf sempre — ruleteras'.'

La madre con sus- chicosy tres ninem,El nadar petulantede los polltosj el senor barrigudoque da saltitos., ¦

Sâ-i figuras muito comuns naspraias cariocas também.

O. foto aqui estampado é deuma jovem da alta sociedade —Ncue Pombo. Fot apanhado numinstante cm que ela seguia para oCasíno, donde iria depois para upasseio itãi/ua...

Traia lindamente um conjuntobranco no qual sc destaca n notaorifri7iu!~^~dã~bolsa dupla á ma-rinlieira feita para transportarnifl pequenos elementos de fa-ceirlce — óculns, "poitdrier", "ba-ton", lenço para proteger os ca-belos, o lílliitio romance da mo-da... E' uma espécie de mixilaque não pesa quase nada-... Com indumentária igual fica-riam muito bem certas — peque-nas que por aí perambulatn tâopobres dc roupas c-.. de car-nes... .

A portena elegante posta deprimar pcln distinção, Não serácom esse "it" --- que a prata setoma encantadora e agradarei dVista?

MADO.

No mundo do bailado"Um passo, um gesto, um mo-

vlmento, uma atitude dizemaquilo que ninguém pôde expri-mir: mais fortes sejam os sen-ti me ii tos, menos se encontrampalavras para os expressar". .Asexclamações que são como o ul-limo termo onde a linguagemdas paixões se apega são Imufícenles c, então, elas sáo substi-luidas pelo gesto. ,

Essas duas frases dizem me-Ihor que nenhuma outra, da sl-gnlflcação da dansa. E' ela aforma de humanizar as acusa-çôes do homem. O gesto foi, in-discutívelinente, a primitiva ma-neira do homem demonstrai- to-dos os seus sentimentos, toda itsua alegria diante da vida.

A dansa clássica teve siia épo-ca mais brilhante no século pus-sado, de 1820 a 1880, tomandoum grande Incremento com aaparição de Maria Tagllone daqual, Theophile Gautier, disse:"E' um gênio do mesmo quilatede Byron e de Lamartine".

Üm grande bailarino, SergeLifar, que teve a glória de levara dansa para dentro da Sorbo?ne, numa conferência naqueledouto cenáculo, disse: "MariaTagllone foi, para seus contem-poratieos uma revelação divina.Póde-se afirmar que a imptn.

CARDOSO FILHOtuiteia dc Taglione na historiaria dansa fnl enorme: ela inau-guroti a época romântica do bal-let clássico, Maria Taglione fuia primeira a dansar em ponl.i'K Iodos nós sabemos que de es-pirituallsmo, que de sensaçõeselevadas pódc sugerir um hull:-.-dn — sur lcs pointes",

O bailado nesse período de 60anos cia o espetáculo máximopara o mundo europeu. Foi operiodo da grande constelaçãoiluminada de Taçlione, Orisi.Fanny Ester. Paris, Moscou.Roma e Copenhague eram osgrandes palcos do "bnllet". Os*Bi-andes compositores tendo 8frente Tschalhowsky, que mor.reu depois dc haver assistido ogrande "ballet": "Le lac des cy-Enes; Délibes fo outro grandecompositor enamorado do bal-lado.

Entretanto, ainda em ihJSsjséculo XX tivemos opoitunida-de de aplaudir outros verdadel-ros gênios da dansa cuja cons-t.elação, teve: Pnvlova, NÍJnsky.Ljfar!

As platéias americanas, nãctêm ficado vasias, nestes ulU-mon anos. Os nomes de Bara-nova, Ianakeva, Oleneva, Robb.v,sâo por demais famllares nocontinente americano.

quanrin recebeu estranho visitante, todo vestido de negro,i nome a encomendou — marcando prazo para a

Hein j,rlislfl pareceu um emissário do outro mundo, que viesse va-i„ "'" rim próximo, encomendando música para os seusIn h T '""'"ls- Sn pasado muito lempo, depois do desa pareci men-mini

Mo/art- ,il'n« desvendado o "mistério", que se resumia no se-

Hi i "m lal ****** Frana de Walsegg, rico amador de arte adqul-

«m í* ,' ["mP«*Me« e tetas que depois apresentava como próprias,«matiira sua, como morreu com o "Requlen".

ilí1d,n/«írt * "«'versalmente admirado como — prodígio de preço-'"Miram aps"ndrt Henrl de Curzoii, considera rtn cnmo tal, nân as-bitiiHa j"" ''"'s^^os admiráveis, at obras-primas realizadas em""dade precoce, ceifada ao denabrn. har.mar-

'«" "l" """'idade da sun música. E se Rossinl podia encli-litMw, '." nrátitii». música", Wagner acrescentou: "E' mals dn

jj < e a música dn futuro"

Ufl fecocidude, assinalada desde aa I anos, ao sèr surpreen-

dido sentado sobre a mesa paterna, a escrever música exprealva e...legível; ao ser exibido, desde oito anos pelas cortes da Europa como— "prodígio", existem noticias interessantes e, por vezes, fanta-siosas.

Há, porém, toda a comprovação de oue, com 8 anos, ao passarpor Londres mereceu do psiquiatra Barrlngton, um certificado noqual» notável médico dizia possuir o extraordlárin Wolfgang umdesenvolvimento Intelectual de adulto com mals de 40 anos.

Entre os seus milagres — figuram — conhecer qualquer nota ti-rada de qualquer Instrumento, tocar com os olhos vendados em te-ciado coberto, improvisar qualquer gênero, sobre qualquer texto, va-rlando, transpondo oa tons; servir-se de qualquer instrumento.

E' multo conhecida certa gravura da epoca que reproduz a telade Carmentella, Mostra Wolfgang Mozart aos 8 anns, com o traje dacorte que Maria Teresa lhe dera — casaca de mnlré lilás, veste Igual,enfeitadas de largo galão dourada, espadlm, cabeleira empoada. Nuambiente de Shnenbrum parece mais uma figurinha de Saxé... Eratão lindo, tão impressionante assim, que Beethoven confessa nuncater visto aparição mals, extraordinária,..,#' -.

Não são somente datas que atualizam Mozart, este ano. Comnseria para desejar que em Salzbnrgo. sua cidade natal, fosse êle invo-cado por aqnelas qualidades que tanto emocionaram Françols Mau-riae para a reflnrir da esperança, do apaziguamento!.,.

EDITH MAU Ali IN OS TORRES

Há num dn romances de Aldob*Hmler, "Marina dl Vez»", umapágina finamente huamrist.ca. uaqual o e-crllnr Inglês, por Inlerpn-síçã.i critica e, por inlerpotlçàa drpersonagens, ns es pi Ica ção psieu-analítica da srte. Na uplniio delluxlry n,< psici- analistas desen-descobririam no fogoto monge i tallipn anormal, de determinada for.ma emlica F. o autor de "1'ourl-point" escreve: "Gall r Slesmer re-deram o luioi ¦ Freud .Camn du-vldar do d ene ii vol ti men lo- da Intell-

"

gèucia humana? Daqui a eim*eniaanos qual será a Interpretação delellppo I.ippl?"

Em «plniio co nt rir I» se manife»Iam — Henrl Fuclllon. o notávelcritico de arle Llonella Ventorl e «*erudllo* Italiano^ menelonadoi em"Museê de la Pléiade": Caelo Gam-ba. Emílio {'eerhi. Glnseppe Floco.Igualmente discordante de Ilu viert .lacqur. MesnlL na coleção: "LesMaitres le 1'art".

Sandur Bolllcelll conlava maisoltn anti» qu-; Leonardo da Vtnol eocupa o lugar central da Rena «cen.es italiana. £' cem fie que a inlhi-ênr.a rin humanismo atinge umponln culminante — PlaUo foi tal-vn dn platoniimo dn mesmo modoque Bolllcelll do realiimo — foramIlrlcoe.

Esta afirmativa (em constituídoassunto de feries dl.cttanóe*. Ma>para hem conhecer o iur há drverdade na figura da delicioso pin-tnr florenilno hasla uma leitura danbra erudita, admirável de JacqUeuDumesnll.

O drama da Renascença, o i*for-Co por melhor compreender — rtoda a obra de Bolllcelll. quandoreproduz a (arma r buscando a li*nha de repretentação «Iratiólira on-de sr oculta a esplri Inal Idade Aar Ir rie San dro Bollicellf ê comunm» (ler de ir.ieligéncla voluptuosa,dulrl.sima. na qual i tortura dn

PIRRALHICESMaria Flor (3 anos) vai, acompa-

nhada, em visita a uma vizinha.Ela jA sabe francês, esclarece

sua guardiã solicita e gentil.Maria Flor abre uni sorriso de

modéstia encantadora.A vizinha, com ternura curiosa,

pergunto-lhesComo ê mesaí"Table" — responde logo a sa-

blchudinha.Cadeira?"Chaise". diz a pecurrucha com

segurança e presteza.Cachorro?Ati! cachorro eu nAo sei!

A criada Intervém:Papai Já ensinou.Maria depois de matutar um

pouco, confessa:Não; nfto me lembro.E gato? — pergunta a vizinha.

Maria Flor assegura com prontaconvicção:

Ahl Gato papel nAo me ensi-noui

Pois gato é "chat".A menina conclui:

Ah! ehtáo cachorro é café!SAUL OE NAVARRO

("A Vida em Sonho").

IDEALIZARIdeaUcemas la vtda. Alejemos

de nuestro pensamitnto toda vul-garldad. Teugamos el poderosoauxilio e-, idealizar, lo más gran-de V lo más pequeno de la otã^a.

Destruyamos Ia fealdad de toshechos y de las palabras, íiapri-monos una aureola de idealiza-cton, logremos poner hermosuradonde solo hay fealdad.

Forjemos Imagines bonitas, quela imagem es c<>mo cl encale so-bre la piei terza de una mufer,

Rechacemns lo prasatco, qtieidealizar es ítuti fuersa; es Iamejor mnpanera tte ta muier.'

Quten idealiza, dúlciflca v her-mnsea su própria existência, upane un veto color de rosa entre«ti ojos V ta vtda.

SYLVIA WATTSAU ¦

sentimento *e transmuda em gra-cilldade.

Estudando a passagem de üandroBottlcelli na momento em que elepintou doi> n-éscos da Capela Sin.it.na. Jacques Ales.nll expressa cplniánpouco lisnnjeira sõbrr a — Rumado* Paps* e explica «ue nAo é parentusiasmo por Savanaiola, que Bu-iicelll te mostra Inclinada ¦ unslanlos BMunlon de earáler religioso.

Bolllcelll fas recerdar com »oa«_Míllstrabu-^PuetHcatâir dos lepto-

,t*s". "Adoração doi .Magos '. ilus-Iraçio da Divina Comédia, ele., aêpaca de Florença des MCdlels.

1. Q. TR1CÜT

II110 DEHa cento e tres anoe, um escritor

altanlsta se apieda da sliusçlo m-flcll dos seus colegas e pensou emauxilia-los, criando uma associaçãode classe.

Esse escritor, humanilarista sechamava Louis Desnoyen. (oi o »u-tor do delicioso livro infantil —Jean-Paitl Choppart,,.

Louis Desnoyers era lambem Jor-nnilsta e antes de lançar as basesda associação que iedalisars, pio-curou tirar partido do jornalismo.

Original em tudo. Desnoyers teve¦ Idéia (afim de escap.ii- As exigén-cias fiscais...) de lançar um jornalque tosse so mesmo tempo diário ehebdomadário, o qual abordando csmesmos assuntos puranitnee litera-ries. humorísticos... aparecia emdias diferentes e com nma tonalida-de atraente, roses.,.

Foi éntín que. segunda-feira, sur-gla -Le Trilby": terea-feirs, 'T,eLutin"; quarta-feira. "Le Sylphe":quinta-feira. "Le Follet"; sexta.feira, "L*Ondin"; sábado "Le Far-fadet", e, finalmente, aos domingos."La Perl*.

— Ma multo que se lar. sentir anecessidade de um Jornal eflr d?roea, disse Desnoyers ao lançar seuJornal.

O fisco pensou em vir-lhe em cl-

Depois vieram Álvaro Moref/ra,Eugenia Álvaro Moreyra, ClovisQitsittão e Martins D'Alvares. '

Ao Álvaro eu devo •• estimulocom que fes que eu produzisseobras sem valor real, mas quepara mim tiveram uni alcançoque nem ile mesmo saberá ava-Har. B oj seus conselhos sabias?

deixo DOM e as suas ptadas e anedotas quemiia grande fazem com Qtie se dissipem nio-

mentaneamente todas as frIJtlí-zas e aborrecimentos? e D, Eu-genia? que grande coração! qutfinura de tratamento! eternagratidão e recnrdaçãol Grandesamigos e sabíns colegas'

Ao Clovis e ao Martins, a mienha simpatia pela lhaneza detrato com que sempre me dtstin-gu ira in.

Deixei justamente para o ftmo falar noutra pessoa, razãotambem das minhas modestascrônicas, pois com o seu encora-jamento fes com que eu. fizessecada semana unia pequena e stm-pies crônica, pondo ainda a ml-nha disposição as colunas de sualinda página "para você". í*ainda com ..j maiores dos praze-res que continuarei a prestar OSmeus modestos prestimos a essapágitig onde escrevem personali-dades. D. Edith quem deixaraqui expresso o meu sincero agra-decimento por tudo o que fez pormim durante o tempn em gue eume achara cm DOM CASMVR-RO. pedir-lhe desculpa se emqualquer coisa, Inconclentemente,fu a aborreci e colocar-me sem-pre ao seu dispor quando desejar.

A Nael Fogueira que agora ficadirigindo a Gerencia de.- DOMCASMURRO, os meus votos defelicidade, e que continue, eom asua bõa vontade a dirigir compulso firme os destinos dessegrande jornal.

E a todos com que privei se.fdm #es da revisa", da expediçãotii da oficina o meu grande abra-ço comovido de despedida. AoPaulinho Silveira um grand»amigo e colega de guem nunettme esquecerei, os meus eternotagradecimentos e saudades. .

— Felicidades a todos em geral, tem particular a DOM CÀSMVKfnu.

Bons amigos?Abraços !

[«IML

55 - Pça. FLORIANOPEIXOTO - 2." andaré o novo endereço de

DOM CASMURROTEL.: 42-1712(rede interna)

RIO

ma... Mas o procurador geral aca-bou tendo pena rie um homem tâolantasista. e afinal de tanto cora-

Os escritores da época viviam comsérias dificuldades. Isolado*. Emreeles — Victor Escousse. Auguste Le-bra*. Leonard Gaulis. Elisa Mer-coeur. HeKCsIppe Moreau...

Denoyers foi acolhido com a mor-dacidade gerai, com o tal pessimis-mo que inutiliza os melhores propO.

Assim. Cliateaubrianl, depois deouvi-lo com a maior atenção disseque a Idéia não o Interessava, poissentia-se jà lio fim da vida. Augus-tin Thierry. alegou estar cego. Vi-ctor Cousin disse que sõ Unha tem-po para o seu Platfio. Nodier. aleeousuas funções absorventes dc btblio-tecárlo. Jules Janin. declamou emlonga tirada, as vantagens da inde-pendência. Béranger alegou que nãGfazia literatura. Satme-Beiive entftona Suíça, não se dignou respondeiA carta do colega. Vlcny e Musset.fizeram outro tanto. Alphonse Karr.ao saber que a associação vlsaveacautelar os direitos do escritor, es-creveu uma daquelas suas tiradas-

— Ninguém pode Impedir que orouxinol lance ao vento seus trílosmelodiosos, Eu não quero dever ni-de sos jornais que me distinguemespalhando meus pensamentos...

Mas Balzac, Villemain. Victor Hu-go, Arago, Qeorçe Sand, AlexandreDumas, Sue. Berlloz, Legou vé, Gau-tier. acolheram cem o maior entu-slasmo a proposta de Louis De-

Pouco tímpo depois estava funda-da "La Societé des Gens de Let-tres",., Nâo tardou muito e jA pos-aula 300 sócios, funcionava com re-¦ularIdade e protegia, com pensões,aos veteranos das letras. ..

Louis Desnoyers faleceu trinta annedepois, levando o eonltmtamsnto dehaver trabalhado eficazmente paraa classe, e, considerado por todoscomo nm benemérito e um "bom ea-ma rada",

JEANJJE DICT

ROSAS ABEJtfÀS-NATALINO MEN1N

Como bando dt garças eacoaçandoMa floresta humanai, despreocupada,Brinca, meiga e gentil, a criançadaQue para a juventude vem chegando,

A graça desta idade idolatradaBem cedo vai da face terminando,Para lugar â timidez ir dando,Segredo vindo á vida começada.

E, asim, 0 homem feio e endiabradoDelia, em lugar do belo e do rosadoSombra. <fc" a fealdade que desperta.

Mas a graça da jovem não fenece;Conserva dentro em si, eomo umn prece,Belesa que nèo perde a rosa aberta...

Page 10: FBSQNELLO Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: …memoria.bn.br/pdf/095605/per095605_1941_00190.pdf · m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a ... não o

" .'a-5'a;.a-a.a-:aa.:.aa..., ...... .'Va. a-.-. ¦ Saa-^a,,;.,,,,. ..~,.,..;:Tl,.a ,.,..,,;

LEIA HOJE MESMO

MÁYERLING• cnuida remaiiH da «aloflaSOU CA1MUMO IU ttUre-U

—— di —IOITH MAOABIHOS TOKRM

Pá* Ina III ' DOM CASMURRO

HOJE TEM ESPETÁCULO8-3-941

HA' sHuafflea irríéórias, positivo-

mente de teetro. e ie maoteatro, que, aa em vez, apare*cem entre as cmpruai e oi

critíew teatrais, nesta mui lent cl-dada do Rio. Uma detas sáo at que-relas entre o primeira ator e ot cri-ticos — cenas .que teriam para tonapeca que teria multo mais interes-tante que os "cabotinos" do meuquerida Oscar LOpes. Quando 41»ator tem uma queixa io crítico, sejatesa queixa pessoal, particular, ou«do? quando ndo slmpotiso ite eoma pobre jornalista encontra semprea sua ¦¦vingança", a tal que dizemser a prazer das deuses (coitado iosdeuses!) em não lhe enviar es ca-detrás para a premíèse, tsse e. en.tre jkSs o "grand coup" para o nossoator. A eua vaidade cm "mele"comu sua vingança, ficam satisfet.tai. Ume granie afrontaütf

Ora, DOM CASMURRO nuneasolicitou a neníit.mn empresa sejao anuncio. seja a .ocaHdoíe. PrUmeiraménte porque ndo se sente, ienenhuma fôrma, obrigada a anafi.sar ou criticar para seu público,ums peça qualquer, e justamentepor isto, silencia sempre que ela ná->preste to que é a maioria dos ca-sos entre nós). Se nos enuiam aalocalidades, ainda bem. Aceitemosagradecidos, se tico no-las enviam, .tanto melhor — comparecemos aoespetáculo da mesma fôrma e «oa 'ninamos postoac mente dos senhoresempresários "enragés",

tsso vem a propósito da estréia dodo novo elenco do Teatro Serrador,dor". Como tivéssemos mudado olocal de nossa redação, adiemos debom aviso, dado a que o reaíroSerrador sempre nos enviou as ca-deiras. comnnicar á empresa essamudençe e, em resposta, o sr. Abi-Uo, sócio interessado da Cia- ProcO*pio, com aquela amabllitade bemcaracterística, decícrou.nos:

"São vale a pena comunicarporque, por ordem áo sr, Procopioas cadeiras foram cortada*"..,

Achamos uma graça infinita nei.

POR OCASIÃO do espetáculo,

que demos com o "Pessant".nas Tulherias, 0 Imperador Na-

poleáa 111 foi nos cumprimentar.a Ager e a mim, na saííía que nosestava reservada. Era de uma ema-bittáaáe encantadora.

Brevemente vou representar opapel de Camila em -Horace" deCorneille, disse Agar. Ficaria muüocontente se vossa Majestade, se di*gnasse honrar o espetáculo com esua presençe.

Está bem, respondeu o saberá,no: irei ve-la embora prefeita Ra.cine.

Eu tombem prefiro Racine e nun-ee representei peca de Corneille, Ex*perimentei — sozinha — e renun-ciei. de bom grado. Muitas vezes meperguntarem porque tanto me entu*stesmeva Ractne. e tanto me horro.risave Corneille. A ra-âo è sim.plu: a meu ver Corneille, o sublimeCorneille. não sabe /a;«r a mulherfalar.' Nenhuma das suas heroinasfé preciso excetuar Psiché) é bemmullter. Peroram: a coração ndo ei-tá na peito, bate na cabeça. O amordessas heroinas i sutil r. complica,do e sobretudo áisputador.

Muitas pessoas, prtncipalineiitePerrin. administrador áa ComediaFranctsa, e o meu cantaria Mou*net.Sultp, me pediram para fazerabstração dessa antipatia, Mats deutnfe vezes aceitei o papel áe Chi-métien, a heroina da "CM". Emais de vinte tteíes rer.unciei. Nâopodia interpretar um caráter tânfalso, táo versátil, tâo poueo hu-

A's vezes echo Corneille sobre*humano — nunca ftumeno, Nâo seifazer critica dramática, ma» encaroas papeis femininas de Corneille sobe ponto ãe viste da interpretaçãopor mulheres. E- uma mulher queinterprete Camitle, que. interpretaChiméne: é preciso ao menos que

ta atitude hilariante dó Ilustra atorcômica, e, como stmprt, mnpnmotit notm localidades para « «traiado notio elenco do Teatro Seraior,* * *

A concepção errada do ilustreatar contra e qual sempre not m-lurainiM, da nm apresentar umelenco medíocre, abaixo de «uaíquercrítica, em tuas tempófaitiB puna.ia*.

'Siíjwnioi. * n origem io teu"nervoüimo" contra «<W atuolmen.te. A piícoWpia do ator procopio éuma das mais interessantes que te-mas atualmente. Nãa conhecemoshamem mali acessível á "fleterie"e á "bajulação". Formou em seuderretor um "clan" de pâpa-celase pseuáos amigos que lhe teemcustado caríssimo, qutr tia peneartística como financeiro. E, o queé. maii notável é que, nns poucas ve.ses em que o ilustre ator se viu emsifuartlo crflico. todos étses amigos.protegidas, "rodeurs". ietapereee.ram. E' claro que: num ambienteieste jeez, um espirita independeu,te, ungida io único iesejo ie serútil e movido pelo juste sentimentoia admiração pelo artista, nuneapoderá ser ouvido, nem aceito. Nun*ea precisamos do tr. Procopio paranada. conftecemo.ío desde o inicioda sua carreira,'desde ti época da ta*Mlltt.Mtluno e. sempre que dile nosaproximámos, o ¦ fizemos ao ator enâo ao homem, e sempre nos afãs-temos enojados com a "clan' á.e"amigos" que possue, nue Mie po-pam aa ceíoa. Ifte pedem dinheiro.Jesem-1'o. indo até á venda das lt-•iras de aua biblioteca nos sdbos áacidade, ou depois ie morarem e ça-merem em sua casa. dar-lhe pato-daa.

Justamente por isso. nos senti.mos i tioníade para fator. Nuncanot envolvemos nisses ciana de ra-pinas e sempre que no.i aprotima-mos io ilustre atar, foi animados íntteaeío absoluto de sermos úteis eum grenáe artista, dentro da tuacarreira e áo seu iáeal.

estes papei» comportem lentlmenínifemininos. í ndo vejo ease» senti-mento».

Chiméne t uma criatura odioso apreícncioan. ©uando foina conheci-mento da contenda entre O pai e 9pei áe Rairigo, seu noiro, earcfama;

Mon coeur outre d"ennufj n-ose rienlespérer.

Vn arege si prompt qui trouble une[bonace

D'un naufrege certain nous porte laImenact.

Je n'en seurais dauter. (f p^rta donstle por;,

Oh! esse eoreeâo penetrado áedesgosto mi arrípie. e esse gran.Ae ttmer fa bonança) ameaçado pt-le disputa dos país ra tempestade)que causará et naufrágio dos doisementes, e que os fei perecer no

Tndo isso i pesado, disparatado.elembicaão * vulger. Depois quandotem a noticia da marle do pai. as-sossinndo pelo seu amante, vai seatirar eos pés do rei e eiclama:

TEATRO SERRADOR"0 INIMIGO DAS MULHERES" (LA LOCANDIERA). COMÉDIA EM TRÊS

ATOS DE CARIO G0LD0NI, TRADUÇÃO DE GASTÃO PEREIRA DASILVA - COMPANHIA PROCOPIO FERREIRA

Acaba de aparecer

MÁYERLING

O LIVRO DO DIA

DE RADIO O nemg próprio seré prejudicial d vitoria de nm artista?

Eis a pergunta curiosa de uma importante reviste ianque aos"seniiores" de Hollyivooá, devida ã maioria adotar o clássico pseudo-nimo. Tombem aqui entre nós. principalmente no meio radío/oníeo,porque o cin^maíogra/íeo ainda eafá na fese embrionária, sáo inúmero»

equeles qut preferem oâotar outro nome, n usar o próprio. E' possível'-mesma que áe mais sorte...

Nume rápida revtsta, encontrámos uma releçáo regular, e nâoquerendo furtar ao leitor ie conhece-las, al vai:

Para começar, temos esse eonuagrado broaicester que todos conhe*cemos por Almirante, mas que ne realidade chame.-e Henrique Fareis.Quanto fan áo autor.áa "caixa ât perguntas", nio ficaria assauibraáaao auvir o speafcer anunciari — ouniremos a sejjuir Henrique Foreit...

Temos absoluto certeza que "muita garote bonito", extranhartabastante, se visse uma daquelas crônicas que Cristóvão ie Alencarapresentava na P. R. CS, assinada por Armando Reis, E aqui. muitoconftdencialmcnte, esse ultimo, é o nome verdadeiro io "amigovelho"...

Com as ferias do Barbosa, a Radio Nacional, "sapecou" Mesqui.tinha ao lado ie Areei Cortes. Eisê popular cômico de nessa ribalte,na viãa privada, porém, chama-se Olímpio Bestas,

A Raáio Tupi, tem no seu caai, o professor Zé Bacttrao, que noregistro civil, está com o nome áe Lourival Reis...

Outro elemento interessante no radio, que adotou um pseudônimogósado, é Severino Rangel, Para os ouvintes áa P. R A.*$, ele é uni.camente o Ratinho, Aináa na emissora áo sr, Edmar Machado, en-centramos Cinarn Hioe. Seu nome uerijadeíro, è. Gení JDutra.

Também a P. ti. D.i, possue no seu' quatro, Paulo Roberto, conhe-cidissimn com as "coisas que Incomodem"... Fora do rado, porém,ele é unicamente o doutor José Marquei,'

fníelüménte, o espaço é curto, nio nos permitindo uma inuesttja-ção mals lonve. por isso, fazemos ponto jtnal,

VARIANDO:

Barbosa Junior, retomou es suas atividades na Reato Nacional,apresentenio-te em nova meia Odeie. De bigode. Pelo regresso¦¦etc,.., etc..., ouue muita beijóca.

Carlos Frias, veiu "esquentar" ot proivamas ia Tupi, com a suavoe avradavet. Ele. é um iot bons frutos ia nova direção artística,,.

Jararece e Ratinho, estáo né p, K. í.-l,E' provável termos "veneno" em quentiiaie. muito embora na"ratoeiras" estejam armadas.

Sitvtrta Netto, que póáe ser chamado "o macaco do «r", ejtd ten-tando "saltar*" para e Tupi. epeter ie uma curta permanência ns

E es chuvas chegaram.-ARMANDO MIGUEIS

Dile nunca precisamos

A"o vida deAa uma (.ousachama "alias e baixos". Ainda kapouco, por esta ou aquela ratão, naudetalhamos a temporada do sr.Procopio uo Sul io Brasil foi umdesastre /Inanceiro. fmediatamenfeoa seus ainioos admiráveis desapare-cieram. Idiotas, julgaram quf era odeclínio absoluto, que jà não exis.tiríam mats as famosas ceias, nemOs níqueis diários. Foi i.ma rtcban-dada. Alguns chegaram a falcatruacam a twaeídade canina de roeremo que eles supunham ser o ultimoasso, Aqui mesmo, como pode ates.tar o me» amigo Gastão Pereira riaSilva, várias turres tive, com indi-Dlíuos çtie encontrei tin mesa da sr.Procopio e que je lhe faziam o cio.gio fúnebre.

Contra Isso. centra isses bajula-dores é que sempre nos insurgimos,porque os conseqüências de seusconselhos e de suas idéias de "pro.fiteur.s" eram nocivos a quem tinhae tem a cumprir um destino de er-te como o senhor Procopio. gue aoetn reiííisío e devido n eles. só ca-becaáas tem dada.

Quisemos par bem cloro tudo is-so, para tnostrarmos que nenhum

ressentimento tivemos au temoscontra o ilustre ator e .que tudo r,

empresaria-atòr .que dissemos è o direito obrigatóriaae quem presa os seus deteres r.funções, ramo erilícos, vomo auto-res e como iiomens de teatro. Nada

Procopio reapareceu no TeatroSenador sexta-feira . ultima, comum novo elenco,

A persuaçto de que um elencomedíocre, abaf.ro da cinca, poderiase manter. íendn como única figuraele próprio, podendo assim npintfiHao piiWico, tomo nas ultima- tem-poraáas. parece ter abandonado, emparte, a ilustre ator. O atuul elencoáo Serrador melhorou muito e. tan.to Unhemos razão, gue e de se no-tar, atualmente, como a trabalha rioIlustre ator, resalta muitíssimamais. encontrando eco nu desempe.nlm de seus colegas.

do belo talento da srta. Bibi Ferrei-in, Oin cantawdn tio liuaío, ora re.citando, orn em con us, rs a ções onde110.1 brindava com a ccrleia de umnperfeita educação, que rai ãesde a*cansas mais camesinhas nle ea serpolie/lõla. Confessa que üiaiile do.,

bresalta. A empreitada era perigo-sisimn. A srta. Bibi Ferreira iriaeamcçnr por nnde os demais -ticm^-hnm. Da* rte monstra cries rarin« rtnseu mulltlorme talento, ao encabe.çnr um elenco de comedia, tni mm-lo distancia. A responsabilidade eratrciiifiitto. A enrtnãn era definitiva

inddo."

¦ tttlhns-

1 jicçaColdoni "La Locanáicra", ijne a si.Gastão Pereira da Sitie traduziucom o tititlo de "O inimigo dns\tu.lheres" c que serviu pnra n estreiada srta, Bibi Ferreira, íilliu da sr.Prot:npia Ferreira.

Desde 'tã muito nos Unha-mashabituado ás várias áemonstraçúej

No entanto a srla. F.ibi Ferreiranlu.se galhardamente rta iiietim-leiidn. Em narin comprometeu aepresentação. ao anntrãiio. dcu.lhetm ar gracioso e uma vida que ifl'>¦slninitim habituados 1,0 Indo femi-

Icmportitltis Prncfjjwn. ,Vr«S <íi;er

fiiiir Ferreira seja un.atriz. Nâo. Mas podem rir a «C-rose a quiser, .Vo entanto ainda mui-to lhe fntln para issa. e multo lerai)Ke 11 prender porá chegar rt perfei.

ção. Falta-lhe a experiência áa ce-na — trai que percorrei toáai esgamas áo sofrimento que enoin'panha a vida de um artista,polindo, lustrando n sua seiisibi/ida -de. Que e srta. Bibi "eireira nflo<rela que a sucesso obtido na *»"estréia é uma consagração definiu,vn. Vem ile, e muito, do nome, tíeconsagração e áa respeito ao grandenome ie teu pai isobretuáo que nflose esqueça disto! 1; é dito, em con-junto com o aeu valor e as piMsibí-lidodes que nòs eprescntoii etn snaestrela, As suas condiçiíes sito exce.lentes e o seu Intenta Incontes.tatiel: qur. estude, observe e. obedeçaans seus mestres e chegará a lerunia grande atriz, pois qualidadesnãa lhe /aliem. Que náo se rfef.re trpetas louunmin/ioí íiarafoi e os eiij-pios /eitos pnra norarior o seu nal(quem meu fillia beija, minha bot.naãóca). gue podem lhe criar a con.rirráa rir lim ãe/iuiliva, tine lhe es-tragará o futuro. Inteligente eomoti. compreenderá gue o futuro è sen.mas que precisa Irabnlnar... traba-tíinr multo, e sofrer ainda mals.

Sua eslrétn foi. pois. boa. Den.nns tuna "Mirnndolína" vivas. ale.—çre --rt-.claro que com muitos de/et.tos. inefriites ã suo primeira ngn-rlçãn em cena mas que. rm nnãaccmprometeram n pera. Melhor qiie.-

muito- cacos, que fã ernm uene:io-nos em 1750 como — "cra bOla-X"ralas que. o parlam"' — "comigo éduro", clc. Uma excelente tnterpre.f (IlídO.

Rcstier Junior deu-nos o "Mai--ques ãe Padua" medíocre pela trm*e exagerada como interpretação.Peta sun rígida, pela sua fnlta demaleabilidade e grnea ttSo natu-mis em um marquês da epoca). da-ta-nas a impressão tle que, emQualquer momento iria lazer uma¦¦saudação naUsIa". ,lfi« não cam-,prometeu a representação. De mes.

rtestfer. 0 sr. Poftfcnàbom ator, ndo salcwe j „;,,.seus méritos,

Os demais a contento

A peça do sr. Çnrla Golpara o oue disserem á 1™tela. Se fosse escrita i,„t.a teria representada: mmpinai do sr. Abadie. tm„lenta, e elara. Devemos eijá sabemos, n ciiriosittnu,ponto de vista rclrospet-tiiisso nâo impede que mini,época em que entainai

possuímos, feitas eopas de nos lei- rf„"Le Bourru Mentiamfeita e mil vezes me,"Mon tea tre. tf le sifnícnultí màludivepl«es. mals 11 iamsu momctil oú ir lisagÍ5s*H de remplac

175l>, a problema ¦que se dtsrnralvnn-ffâo-cnnh^triniK'La Locendifrrr- «

Procopio nas deu e cltnntrstaiel, nn paswriio da sr. Jacque* (de malícia e subiil":lodn mundo t Intaitrse permitir colaborar

O sr. Prorópin umiempnmrfn rie teatro

l'i.

Impressões, Julgamentos, LembrançasSARAH BERKHARDT

PORQUE NÃO PUDE INTERPRETAR CORNEILLEgue, » nda punir o audacioso, a parpara no coração de todos que a cet:cam o ardor de o servir. £' portan.to na interesse Ko rei e ndo por ciague reclama a cabeça do amante!

Acho-a sem neturaliãede, seminspiração, sem amor; e ndo.pude,•apesar da boa tioníade, encontrar emmim gente e emoção suficientes pa*re servir 0 essa dor.

ficava horas procurando o porque sans' çue jedos reviramentos de coração, Açabetpor me convencer de que nçuelss Sans gue ãecorações nào ezistiatn.

As heroinas tle Carne,11* teem ce.rebros diversos dos dos homens ape-nas pela hesitação dos sentimento!,petas mudanças bruscas nas mant-jeslacões âo autor. Distinguem -se ão:homens pela histeria. Sen feiadnrcs

E consegue aborrccc-la a tel pan-o quei ele a mata.B"verdade que a trecto de Ca*

nilla:... Rome, Vunique objet de man

Kome á qui vient ton b.cs i'imwo.

2' esslm que ti exprime a verta*ieire i6r? Dessa forma exalta e Mrdurante io-e versos e depois edi ex.cotada. O rei a vi esmagada e semvoz. com doçura a consola. E a pobreesmapada recupera a toi de repen-te. tevante.se e .se revela .uma verieieire furte. í vem um longa mo.notojo duronte o qual Chiméne níolem uma única es&retsâa juste: evo-ca " ferimento io pai c«e apresentaeomo uma boca implorando uinpan-ça. depois ie ter dito que o sanguesaldo to flanco traçou ne poeira osen dever, Wm seguida insinua ao rei

fira:

Píeurct, pieufe;. mts yeux, et fondez.\voia cn cau.'

£0 miiií ie ma vie a mis 1'autrelau tombeau,

ft m'obl'0e á ecriper, epres ce coup

Celle que je n'ai plus par celle qui

Essa quadra ettngt o ridículo, eChiméne me parece apenas uma al*tercadora sem febre e sem paixão.Aliás, durante toda a pefa ela viveda "plorra". fala muito dc floria tpouco dc amor! mo he neta nemamor nem dor, Chiméne sõ è mulherpela inconstância, e porque ndo sa-be nunca o que quer. Isso nâo bas.tava para me encorajar a diser aaversos resmungedores que Corneillelhe poi na boca.

I Çemitle, a outre heroina, noivaie Curiaciol

Discute com Julitt 01 prol * ot con-tros do sonfto que teve, aepois ima.ginando qut Curiacio renunciou co>lerdemente ã batelhe por amor aela, egraiece-lhe; mas atente ioque dírã o pai, pergunta ao noivo:

Mata as-iu vu mon père, et- peut-Itl-enáurer

QWainsi dana sa inalstn tu Votes[retire**

Ne préfère.t-u point 1'Etat i mMamute?

Ne regari.Uil point Rome plus queIaa filier

etc, etc.

E eomo Curiacio recusa, comraiflo, o aentimenío de covardia quelhe atribui e amante, e conta porque rcviravoltes a batalhe iot doispovos, albinos e romanas, se conver-,terá num dueto de heróis escolhidosnas dois tampos, Camilla exclama:

O Dieux, que ce discours rend mon[ame contentei

E' tudo quanto encontra para ii-ter. Mais tarde, ao saber que Cúria-cio foi escolhido conto combatente,exorta-o d covardia, e continua nu.ma ênfase atorioaia, a esperar semesperanço e a chorar sem lagrimas,eté o momento em que. eme queCuriacio foi morto pelo seu', irmãoHoracio. Sà tem uma palavra:

— Hélusi...Sim. e tuio quanto acha para a-

ser eo ouvir a mafs interminávelias nerretívas, mas ae metmo tem-po a mais dolorosa para o seuNáo se esconde pare se entregari dór. Nâo. Fiea presente en-quanto o'velha Horacio e Valére secongratulem mutuamente. Quandoeles partem, nâo ten1o: mais par-celro para nova discussão, conte esin.fcUciiad.es io publicj' que já dstinha ouvido. E combate- durante,cincoentn e teis versos'., por fim, ven.

'

áo Horacio chegar, resmunga;

ll vienfe; prdparons-nous d monírer[conítanmeni

Ce queiott unt amante á" la mortli

'un emant,

Assim, ne crise dt iiístcüa furiosaque termina o período, 9 que seria -\justificada se fosse espontânea, tiasobe pouca a poueo porque as quiz,premetíttou, nio. pela dôr. mas peloiesejo ie desagradar ao irmão, Dleno soliloquío:

¦ Sio versos soberbos. i;as áe umnfúria ç nío de ume amante desespe-

As aulas io curso ãe tragédia doCon-servatario freqüentemente esco-lhem esse trecho para o Cuneurso, eteem ratão. E' o que se pôde cha.mar um poema de efeito.

Estudei — não «o Coiíjcrtoforio.1 era 1 1 Jorcr finíio

¦muíío fraca para isso — mas depoisestudei o papel de Camilla. Chegueie prometer g Perrin interpretar essaheroina, e quanto mais o estudava,mais odiava a lal Camilla.

Um dos nossos grandes podas,Catulle Mendes, cn- njuironado pnrCbrneille. Tomou a incumbência de"me

ftiier niodi/icnr a aversão que ti-nlia'pelas suas heroinas, e empre.

r-h.cia áe enlu-stasmo, toda a ciência ae ilustração,lodo o conhecimento profundo dos

clássicos que possuía nc mais algrau. Náo obteve nenhit,n resultado. ¦

Será par causa tío iiicíi profundoamor, pelas heroinas de Racine'.'Será que a minha naturaa artísticanãa se pode adaptar a esses icrar.spesados c pomposos? Náo sei... Masdepois tle ter «prendida e estudadoa funda Cliiménc, Camilla e Pauli-na. de "Poli/cncte". rc.wlvi nuncarepresentar Corneille.

Ah.' a Paulina que estréia comouma sufragista provinciana...

Tu vois, ma Stratonice. e-i quel sié-{cie nous sommes:

Vcilà notre pouvoir sur les espriis[cie nous sommes:

Nâo é uma mulher que tala. éum advogado — ou um- advogada!Como as outras heroinas corneitlic-nas, discute, peorora. Com Seveivque ela ama. por ain-}'. pais Po.lyncte ela ama apenas por obrriien.cia. Com o pai gue lhe censura essaobediência e. que desejaria ve-la re-beláe. Paulina também ndo tem

Nada me fatigava tanto como" nrstudn âos eerateres femininos áeCorneille. Parava a tado instante e

Iii sir ric tis.

Graça e doçura .as se txpnme! d

¦ è mulher! Procutetra),. Quer escoi

• Racln • Ov'íiei/i< ("Be-

reníce". Como essas ttt,as mulheresestão longe uma ãa oulra. Asãuas ninam Titits e inibas f.r-primem n dór áe terem que se ",e-parar, par motivos de Esteio, desteImperador para quem Rama exige

uma Berenice, rainha ãe Palestina.Mas vejamos a Berenice de Cor-

ncille: ela sõ pensa no "que dirijo'"',Sò o seu orgulho reclama. Káo titrata de amor, mas sin de presença.E' odiosa. No momento de partir pa-rn sempre a* laços, que durante cincoanos. os mantiveram unidos. Titu* eela. numa perpetua esperança rieunião definitiva. Só eifontra umerensurn entatice e desc-rienada.

E a Berenice de Rac-tie-.

wcnt souttrirous-nout.ton'. de me.rs me se-

[pnrcnt de vous.Que le jour recommence et que le

Ijour finísse

Seigneur,

Lt voici: vers mon c

J'oublie en te voyant.

A áeclaraçán de Iobra prima! Vai impi'Sabe gue Hippol.ui/to

seguem he um universo. -. * jimi

(Continua nu nnt 11)

j H OJÊT lllll *T0] H °^|

I'ÊÊ Wè^

segunda semana ij

^^^^¦¦k RUIDOSO TRIUNFO D

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jÉJAHOJE MESMO

MAYERLING..iniite romanee da coleção

iliiJI t AfHHIHBO n» irartinjãu

,1,1,11 haojr.no» 'IOKKE»

•DOM CASMURRO

_,(uclc cavalheiro alto. an-,.!,, paiecciiri» talhado emn. tjue ensinou-me a via-

então quando visitava al-nde preocupava-me ape-

si belas vistas panorâmicas.liv.iit niuiirais. E confesso

começava então a aborre-[•: L-ome^-ava \ achar Iurio¦n. As pilhérias por mals

>r Tii:tts-!i!|Uacedas que fos-

vullicli-ts para

.. 11111 dia rie desabafoi problema.

na roda qiif inevitável-nium os hóspedes rie unilamente o nit-ii ponto (lc¦ passeios a iklades rio In-'iu riu alepiir. dos primei-

ris ninolacãt, -:lns ultimo.'.

lutlhclrn a

; lt-l

FIM DE FESTAPárlna 11

Viagem filosófica a Valença

Acaba de aparecerMAYERLING

UOM CA8M1;WM>

O LIVRO 1)0 l)IA

oce, quase feminina, segre-

i^pni-tado, como espanladnma pedra uma cadeira, umaii- tivesse vo/. De mnls -,i

dv; que Zuleíka, adora-io de nua vida. se cisarami um capitalista do Rioia a cidade do interior,rie Sousa, pobre e pre-

c.-.-.i' amor, resolveu trocar?. Muilo moço, muito ar-na demasiado sonhadoriis-ir em suicídio, para nt

de uma renuncia auti cia vida, a vaidade de;i.H quc irririrrra a carrel-

nos bancos duros daiiblica. Agenor rie Sousarreria dc amor, não sepelo triste desfecho des-ifimeiro amor; mas dei-,-i'r Agenor do Sonsa.ja formado quando Zu-

a obrigada pela familia,lica, abastada, soberba,

se com tnn homem bemsso ío que cia. O pobre,rie, o poein Agenor rie.iria mais possuía alemiril.ti cheio de harmoniasrever poemas, uni pen-

irônico, de um quasli-smo, para descrever as• las que os grandes jor-- principais revistas iam

DE ERICO VERÍSSIMOil'.niclusão da página ii

». r-.-t,'fc'i.|i a sua história. Vsa-rn chapéu e gravata de veludoncgi-". narrou um drama complt-ciitfo .-,.(¦ serta coiioreiiíe se oli"»1!-.-.! uão usasse uma lingua-9(i!i '.õ

jlorída, lã.- gramatical,íiio , -ina dc termos obsoletos,Aiubo ¦ pedindo que eu o incluis-ir* '¦ i men próximo romance.

Sacirit a cabeça vígorosamen-

Mrtf p,,r quc? Por (.116?forque 0 "SCnhor Stlllplcs- "

EPÍTAFIOO vriho romancista sentia

tqirwil-ntir-se ¦• dia da morte. Ti-nkn ¦¦:¦¦:

pudor tão grande, das)'«¦''¦' s.a (,'í*fli,iíi,i.TOs e dos adjetl-'"¦¦' ¦ "'liniinclcdores, que vivialer.r,. -, ír/n pelo femor rie que?"«'.',. morresse, seus amigosl«r :¦ í,«rai na lape da sepilltn-'n :¦'" epitafio muito florídn-eoi"ni.<,:lnquc.nte. Fes enlão o tes-ttii;:.-,.f.. Deixqva aos amigos oJJonc que lhe rendiam os livros.fleiíif.-.'.- uma auto-biograflae pe-"'a :".-r a gravassem Inteira na'¦'"--" tumular, â guisa de epíta-!'¦"¦ Vj primeiro inverno, o mi-jtNíij.,1

., iciiou. Ainda há pouco«rc rnsião de visitar a sepnltu-'« in relho narrador de tantas"nd.'¦•(¦(... p- muito stnqela e otpitriim aiito-bioqrafico se resif"lr numa palavra: ¦•contou".

JAP0NBS1CESBr.ew qiis tnn poeta distraído'^""'"irudn-se um dia para fazer"'" "hai-kai".

fez, par engana.""[ "hara-kiri".

foi n seu melhor poema,"¦-'¦tn história corre por conta*¦" "teu amigo Teimo Vergara),

/íi-j-.ws.fi melancólica:"Me-u caro antigo desconheci-ii'1'- A viria è qm; é imprópria pa-

PERGUNTA INDISCRETA'-'adolescente aproximou-se dr¦Miltir c perguntou:¦ Quantas anos o senhor tem'.'<¦> innti nn.; cansada, re.m<>ta co-" "" viesse d-- fundo da jinço

y ' ' "iintt ür rarvtio, respon-

mali aquilo tudo transtornou-me.Daquele homem, pela fisionomia «pelo todo, só poderia esperar umavo/ aftvernosa, Féca, e nunca naquelemelodioso tom.

E ele continuou:-— Os senhores nAo sabem viajar,

Quem cm tudo ver somente as beie-ias naturais, on grande monutnen-tos".¦ E ao ver que eu esboçava umgesto de protesto:"- Nfto proteste. Deixe que eutermine c entfto verá como tenhoraHfto. E' preciso, pars viajar, umacerta dose de Imaginação, e algo-mas ver.es mesmo rie faolaila, têtian-rio viajo nAo me limito a ver o queos outros me querem mostrar. Pro-curo aprofundar-nie. Se vejo umacosa velha, stij*. caindo aos pedaços.Imaglno-a logo nos bons tempos comsua tachada hem pi nla dinha, bont-tinha.'"Pareço um homem titste. Mnssou um grande, um esplendido oti-mista. Faço minha aquela frase dePãiiRloss. -'tudo vai peio melhor, nomelhor dos mundos". K tenho tido.Ótimos resultados.

Eu sou um contrasto. Por (oratriste, carrancudo. Mas |ior dentro eusou feliz. Inteiramente lellz. VictorHugo escreveu um livro para contara história—do Homem .mie rl. Eoainda escreverei uma história mi«isou menos semelhante, do Moinem quenfto rl. on do Homem triste, contos-rio o mesmo contraste".

Arrisquei uma pergunta:— Seu nome. cavalbeltotEle sorriu.. E o sorriso naquela fa-

ce fechada tinha um que de esquis! -lo. de estranho de quase fenomenal

"— Um nome! Os le.ihores ligamuma grande importância «o nomedns pessoas. Isto está n.tiito errado.Mas sc Insiste multo, iiiei não m.-unome, mas ums alcunho. E' banal,ridículo quase. Maa eu fiosio: — Ma-né Solidão."Nao o acha ridículo? EstA sor-rindo? E' por que scha! Mas prefiroque assim me chame. Condir, mals

' com a minha pessoa.Agora delxe-me falar sebre o que

PAULO DE MEDEIROS E ALBUQUERQUEeu chamo a "arte de viajar". E'uma arle multo mals complexa doque parece. E' mesmo nltlcll,"O senhor quando vl*jn náo sttbeaproveitar. Assustou-se a primeiravei que eu lhe diste Imo. Mes den-tio em pouco veiA que eu tenhoi-azAo",

E-convida ndo-me com um gesto:"— Vamos sair? Quer dar umavolta pela cidade? Heiel aeu cice-

Aceitei. Salmos Juntos Bem emfrente ao Hotel Valenciano. na qraçaPaulo de Frontin ergue -f* b estaçãoda E. F. C. B A praça nAo é mui-to grande mas é pitoreso.. Subimos aRua Dr. Figueredo.

Man* SolldAo manteve-se caladodurante algum tempo. Depois con-tln uou;

" — Eu podia Ir descrevendo a ol-dade. Podia mostrar-lhe as praças.Mas prefiro contar antes a historiabreve e sucinta do cldads de Vslen-ça. Faz parte do meu pn -eram», daminha arte de viajar. Conhecer aparte histórica dos luftares que vt-sito. Quer ouvir?"

E ao ver que eu assenllas"— Pois então onça. Em 1803 oV1ce__Rei Don Fernan-io José i?Portugal ordenou que se levantasseno logar em que hoje está a cidade,um altar afim de proceder A cate-quesc rios índios coroados. pri-"'"u-ihabitantes do lugar. E o primeiroprelado, foi o Padre Manoel GomesLeal. Em homenagem a (amllla doVice-Rei. família de V.iicr.ça lol U-dn o nnme em IB1I) de Aldeia de N.8. de Valença quando *« ergueu aprimeira igreja no ponto exalo onriehofe esiA a Catedral Três anosmáls tarde o Bispo Don José Cne'a -no demarcou os limites da Pregue-ria tle N, S. de VAlenc* comnreen-diria entre os rios Para ba e Nerro.Em 1826 passou á categoria d' Vila.Dez anos mals tarde e passou « sercabeça rio Distrito .Iara ss eleiçõ»*rie Regente do Império e Depiitario*A Assembléia Geral.

Mane SolldAo calou--* um pouco,Havíamos chegado á Praça Viscon-rie do Rin Preto, belo detalhe urbn-ntstlco da cidade. Mane Solidãoolhando em tomo o Cinema Gloriao Casíno. * Igreja, o Abrigo JoséFonseca, disse:"— Aqui exatamente neste pontuexistia a Fazenda da Passagem, deJosé Rodrigues da Cruz, um dosgrandes lenfettores ria cidade. Estarua em descida que nos leva ate ACatedral é a antiga nn dos Minei-ros, hoie rua Saldanha Marinho.Veja este correr de casas todas in-ligas, b maioria mesmo do séculopassado! Procure pensar um potieflna Infinidade rie coisas Interessou'esque elas contariam ae falar pudes-sem! Falariam nos antlgoe ent rudes,na* bisnagas, nos limões de cheiro!Falariam nos amores inocentes, nnsamores castos e puros! Veja lá no(lm a Catedral com suas duas tor-res! E pense um pouco tio orimeivoaltar quc ali se construiu' Veja a-eso fim i esquerda o «rvoredo dosjardins da Gloria e o da Praça ITirie Novembro! Procure voltar a 50.HO 100 anos atrás e pense como Istoaqui deveria sei'!

"Olhe agora um pouco pata o oo... co. a povo bom e simples. Vejs «11

b nossa esquerda naquela laneis umasenhor» com uma criança olhando-nos. O senhor JA notou como em1;-lem crianças em Valença? E todossadios, (orles, bonitos!"Vamos agora descer esta ladeira.Vamos, nos sentar um pouco naprnça. Vamos ver a Catedral. Sen-todos em um banco da Praça lsconversamos melhor".

Descemos a rua Saldanha Mar:-nho no fim dobrando na'. _ esqu°i-da encontramos o Jarlim (ls Pra-ço 15.

Ali no« sentamos em um banco.Matié SolldAo puxou rl' nm eigttr-

rn e scendeti-o. Tirou rma tmeariao ficou olhando a fumaça que subia.Depol» correndo o olhar pela prs(acontinuou:

UNHO NA ALMA CACOS Dl

— Valença, meu senhor, perdeumulto com a Abolição Mas hoje,pouco a pouco está se refazendo dorude Holpe que sofreu."Uma das coisas mmi pitorescaJUe

acho aqui. sfto o* curta»* afixa.o» no* jardins. Sei até de còr «I-

guns deles."Quanto mals respeitados xkn mJardins, tanto mals invejado «e tor-na um povo'.

Ou ainda:-Os jardins sáo a alegria das ei.dades. Conserve sempre sua cidadealegre"."K como este» pokiería citar mui-tos outro*. E' interessante. E' pilo.resco. E" delicado".

— O senhor é filho ilaqul? per.guntei.v"-^ NAo senhor. Nasci no Rio. masadoro viajar, E viajando procuro ti-cor conhecendo tudo. Eu i.oilia brciaenfostla-lo com uma MescriçAo (Iopovo, ria sluiaçAo econômica da cl-dade, rias autoridades cr terra. Musmulto mnls pitoresco éIgrejas. Aqui existem três !gre|a*católicas, uma Evangélica Batista eoutra Evangélica Presbiteriana. Alémdisso existe ainda i "d» Valença. com giassociados.*:Ka pessoas queprocuram semprepequenas cidades do interior. E pio-curam sempre compara-i-is com ci-dades mais adiantadas Eu nâo (senissn. Eu vejo na cidade o que ela é.Nem nials nem menos. E sempre

"Se eu fosse encarregado de fazera propaganda ria cidade rie Vatemacreio que nío mf rilriala s>' formula-usuais. Espalharia canaves e prós-pelos assim redigidos:"Senhores:

Se desejais dlv.tilüio. «e desejais uni» víri» fele tumultuosa.' procurai nor outrorio. Mas se procurari"se)nis conhecer * bõa liitinlp a tiòafé. o bom. o magnífico povo rio rMil vinde a Valença".

E Mane Solidar, nao riipsp inenhuma palavra. Calou-se.

Ao chegarmos ao Hotel, protcom t> gerente, ver a ficha rie rtio danuele homem. f. a ilcha ri

Nome Manuel S. tea

exceeslvãmente, e ainda des-eja-ria ser minha secretaria, minhadatilografa?!.Não! Mil vezes não!Preferiria casar-me

— Seticentag aua».

acolhendo gosto-samente, e umdiploma qua.lquer.

Um poeta, nada mals! —Diziam os parentes de Zuleíka.

Um amor! Uma adoração!_ sussurrava ã pobre adolescen-te o seu triste coração embrla-gado de um llrlamo qua.si doentio.

Agenor de Sousa era muito vi-rll para desertar do mundo, paradar. teatralmente, um tiro tiopeito, ou então para lr-se consu-mindo em orgias, para ir compro-metendo a lucidez em bebedel-ras odiosas; não: Agenor de Sou-sa continuaria a caminhar den-tro da vida, com um outro ro-mio. Seria, desse triste dia deN^tal em diant*: Hans, apenasHans, um nome pequenino, ln-slgniflcante. a. definir tão extra-vagante cerebração.

E Hans. o novo escrtor que sur-gla. derrotou, por completo, Age-nor de Sousa; superou-o com oaparecimento de suas crônicasIrreverentes, com o sucesso deseus livros impróprios para me-nores e eom a figura requintadaqne. no Rio, ia fazendo fortuna,amparada pelo modernismo dosseus pensamentos amorais.

E Hans, o consagrado novelistade enredos escandalosos, subiaaos morros em busca de Inspira-çâo entre a huinilima gente dosbarracões de zinco: em melodesssa promiscuidade. Imiscuídonessa devassidão de Instintos dosmalandros que faziam parte dé"quadrilhas, descobria às vezesem certos barracos (le latt velhaflores humanas castíssimas, enesses tugurios encontrava al-mas místicas entre a Ignorânciae o obscurantismo daqueles tipospor ele táo estudados: esbarravaem figuras humanas, humanls-slmas ainda mais pelo amor epeio sofrimento, e dava-lhes en-tão realce em seus romances rea-listas, modelava-as quais figurasde proa em embarcações a podre-cldas.

E Hans, o imortal pela prefe-renda do publico, Hans, o escrl-tor mais querido e compreendidopor aqueles que sofriam mal deamor, o Intelectual peyjilcioso,la, de permeio com esses assim-tos escabrosos, revelando pano-ramas lindos, paisagens plenasde beleza de almas que se nâocontaminavam no lodaçal do vl-cio e da enxurrada das paixões.

Hans era, então, o grandeHans! com monóculo na vistaesquerda, eom um olhar vago dosseua olhos azues, com as unhasbrunídas é sempre perfumado,como se fosse ao encontro dtuma conquista, era lido, era ama-rio, era perseguido, era ameaça-do. por uma. infinidade de sensl-bllidades femininas, por um nu-mero elevadíssimo dos mais com-pleitos e diversos temperamentosde mulher,

Hans, por seu turno, possuíauma curlosisslma coleção de pei-fís femininos para uma extensagaleria sentimental. Mas. no fun-do dessa frivolldade aparente,no amngo do sen pedantlsmo,sendo agora o mals narciso detodos os narcisistas, Hans, tinhacomo em recalque a legenda doseu primeiro amor, tinha comoque sepultado o segredo de Age-nor de Sousa.. E, como todo ar-tista, romo todo sonhador, comotodo Intelectual, tinha na emo-tlvldade, bem dentro de sl mes-mo, um lago onde o narcislsmode quando em quando se debru-cava; mas n Imagem que nessaestranha acua parada ele vUnãn era a tio notável, do elegan-te, do mundano Hans e sim a

CRbei;* dc um i-apiusinho ilmpi»

JENM P1ME1VTEL OE BORBA

que. numa cidade do interior.acreditara merecer um aíetí.sendo tão fabulosos Os seus te-aonros intelectuais. Era... Mui-tas vestes o próprio Hans admira-va-se daquele nome vulgar queatirara ao esquecimento...

* ? 4Entre todos os seus romances

vividos por ele mesmo num rea-Usino que as suas próprias mãospalpavam e acariaciavain. haviauma jovenzinha, recem-saida doSlon. que ele mais temia por seringênua, de quem ele mals fugiapor ser tão pura. Não que ao es-critor não agradassem episódiosInocentes dessa natureza, porém,o temperamento de Cleme o per-turbava, devido à sua inconclen-te sedução, que a mocinha não .dissimulava. Pelo contrario: eraela quem lhe telefonava mar-eando encontros em cinemas, emcasa de chá. no prado do JockeyClube, nas vesperals do Fluml-nerise ou do Botafogo, em Copa-cabana. à hora do banho xiquedas onze horas; no saguão daspremières dos teatros e até...para vé-la passar aos sábadospela rua Gonçalves Dias. Pareciauma obcecada, por ele. enquanto,pelas manhãs Cleme o desper-tava, sem malícia, com um cha-mado afetuoso de telefone, paradar ao escritor as informaçõesdesse seu dia. para dizer-lhe ondeseria certo encontrá-la, Hans fl-cava apavorado, mats «.sustadodo que quando uma Interesseiralhe sugeria os presentes que gos-tarla de receber.

Cleme, não. Esta nada lhe pe-dia. Pelo contrario, gostava deo mlmosear com uma infinidadede bí.íouleries caras e. peln Na-tal. PapA Noel, por ordem dele,acertava com o endereço, deHans. E' verdade — pedia-lheuma coisa, uma coisa só: que adeixasse ama-lo. uma vez que lhenão era possível esqnece-lo. mui-to embora soubesse que ele nãolhe tinha amor.

E Hans preocupava-se comCleme, mals do que com as mu-lheres que passavam pelo seuegoísmo afetivo, Justamente por-que não lhe tinha amor.

4 4 +_ Você ainda não gosta de

mim, Hans? — perguntou-lhealgo emocionada, algo nervosa,a voz caridosa e sensual de Cie-me. através do telefone.

E Hans assustou-se, amedron-tou-se sim, ele que Jurava nftoter medo das mulheres, ele quenão fugia aos seus ardis, Destavez, porem, Hans não a decepclo-non com uma resposta fria, comuma frase enfática. Desligou oaparelho.

As minhas Jovens leitoras, gen-timentals e apaixonadas comoCieme, pensam que esta desatoua chorar, nâo é? Pois vou lhesdizer: — Cleme, com o coraçãoangustiado, como num sobressai-to de volúpia, murmurou delicia-da: — Ele gosta de mim... élegesta de mim... mas não osabe...

4 4 4Você ainda não sabe ie gos-

ta de mim, Hans? — InquiriuCleme desta vez, tomando eomcestos Infantis o seu sorvete deabacaxi, numa confeitaria da Cl-nelandla carioca,

NSo gosto de mulher mo-rena. Cleme, e voce será uni dianma mulher triguelri....

—' R qtte «rn en agora? Níosou mulher?!

Não. Votié * umn. menina,Um» menina fl Ism Jà 4

, Han . Já i

DE MUSICASACHA HEIFETZ NA MANHATAN

dezoito anos...Não tem importância. Ainda

toma sorvetes de abacaxi, coma mesma gulodice de uma crtan-ça e depois. )á disse: — Não gos-to de geiiW cõr de canela.

Estou queimada do sol.Deixe de tomar banho de

sol, então._ Deixe você de brincadeiras.

Por que nâo gosta de mim? Porque nao gosta da cõr morena ou.melhor, -trigueira", hein, seuafetado?

Porque as mulheres more-nas são muito perguntarteiras eporque sào afoitas, porque sãcdecididas, porque me parecemmásculas, porque nào teem a cór,enfim, das ruivas. Estas podemaer mais falsas, mau perigosas,mals interessei ras. como dizem,mas a mulher morena não esperaser amada, ama: não espera sercortejada, seduz: não espera rie-claraçôes de amor. faz madrl-gais aos namorados-, e no «morminha sentimental Cleme. sãoelas que nas subjugam, que nosconquistam, qil- nos perdem. Amulher loura parece-me malsfrágil, mals feminina, mais mu-lher...

4 4 4

Durante vários meses Ciem»continuou a faaer a indagaçãoinútil e Hans a confessar-lheque. positivamente, ele nào lhetinha amor. Eram vistos, entre-tanto, quotidianamente tão )un-tos que toda gente Já comentavaaquele namoro. ~- Se é que eraapenas namoro... — diziam. E,enquanto murmuravam, Clemenão ouvia de Hans palavras deamor.

Certa tarde, nas corridas doJockey Clube, apaõs as apostas.Cleme contou a Hat» que ela ia mâe partiriam para a íuropa

—- Quando? — perguntou Hans,simulando indiferença.

Oh! Hana! — reclamou cho-ramingas _. Nem tasim você seperturba! Nem agora você sentepena de ficar longe de mim'.'! ..

Hão falemos mals hoje. en-tão, Cleme. Não me sinto bem..,

Que é que você tem?Nada... Tenho na alma uns

cacos de vidro, que, de quandoem quando, me fazem sofrer,..e hoje Alé parecem cacos de gar-rafa...

4 4 4Hans. por que você nâo me

deixa ser sua secretária, sua dl-tllografa, para dedilhar na suamaquina de escrever tudo quan-to você fôr pensando?... — per-guntou-lhe, tempos depois, a pa-ciente Cleme.

Se não quero que você ma-cule os olhos em meus livroscomo podei-la permltlr-lhe dedi-lhar aquelas levlandadaes?

Mas eu leio os seus livroueu releio tudo quanto voeê es-creve.

__. Mas eu não teria coragempara dita-los a você, Ciem*, talem disso, seria essencial quevocê passasse até as horas emque não estamos iuntos, duranteo dia, no meu gabinete...-

Que havia de mais?!... Vocinfto gosta de mim nem nm ti-q ninho,

ohl Cleme. Já estamos aem-pre próximos, Ji repito em ml-ilhas novelas as banalidades ri*'amor que voe* me din. Já nemlenho tempo para forjar as meu*«oredM, porqua voct me persegui

4 4

Está bem. Hananos que eu o amo; ha sete ano»que você tem sido o sonho deminha vida e, durante todo essetempo, você não me levou a .sé-rio, você somente utilizou osmeus devaneios paia salientar apersonalidade dos suas heroinasliterárias, você jamais me faloude amor. você nunca me faloude si mesmo. Entretanto, eucontei o grande amor da mocí-dade de minha mãe. confessei-lhe que tendo ela (ícado viuvatao joven), tão rica. tão linda.não cogitou de nova aliança, nãopensou em novo matrimônio, nãoalmejou casamento por amor,pois você bem-sabe. eu lhe dl"sê,que minha mãe nào se casarapor amor. Todos falam hoje riemim. isto é: hà sete anos, desdeque saindo do colégio eu conheciaquele escritor famoso, que évocê. Nunca II os seus livros.Hans, não porque você me hou-vesse dito que eles eram fortes epernicioso* para Jeune-fille. ma.',porque minha mãe os condenaras adolescência. Eram Intuitivosdeniaií. perturbariam as morbl-dezas latentes dos temperamen-tos juvenis — dizia-me ela, E senão condenava a confiança queen ainda tenho em você, isso ja-mais a tranqüilizou. Enquantoela era viva, porem, eu r.ao meIncomodava que ridicularizassemo afeto que eu dedicava a você.Agora, no entanto, estou só nomundo e bastante rica. Vou de-íinltivamente para a Europa,pois não sou mais menina quetoma sorvete de abacaxi com amesma gula infantil e nào devocontinuar assim como uma sim-pies. Inocente e insignificanteamiga, se você não deseja casar-se comigo. E. já que falamos emcasamento. Hans — continuouCleme. galhofeira. embora emo-cionada — como seria o mennome, por exemplo, ligado aoseu?

Hans. com o monóculo gruda-do na vista esquerda, pareciatorturado, parecia mais estranho,assim quedo, ouvindo Cleme.Nada respondeu,

Cleme, depois de um curto sl-lencio. df um desses silênciosque parecem forjar coisas tétrl-cas, profundas. Inevitáveis, per-guntoti pela primeira vez emsete anos. ela. que era imensa-mente curiosa:

—. Hans?... Hans?,.vHans?!!!,.,Você é alemão, Hans?

Não, Cleme; sou brasileiro,brasileiríssimo.

Mas. por que: Hans* Porque tem esse nome: Hans?!

O meu verdadeiro nome níoé esse, — Chamo-me Agenor deSousa..

Cleme aspirou ar num longohausto. levou a mão á boca:

Agenor de Sousa?!.,. _ ex-clamou a pobre filha de Zuleíka,demonstrando ter levado umsusto enorme.

E depois, bem baixinho, comoquem resolveu aceitar a supremamagna de um amor tão infelizcomo quem se vê diante da rea-lidade:

Minha mãe morreu cha-mando esse nome, morreu se-mendo esse nome... — e reagln-do com toda a veemência: —Não! Não é possível. Hans!

O estranho e ImpertinenteHans, porém, nada respondeu.Retiia.u o monóculo para ocultai"oa olhos,,,

14 aua mão tremia, tremia...

frr<^/^„.,n.s,„ V%4 K* M

A noticia tir um recital de Sadia tieifetz na "Ctirnuuif. tltilt" deNova York, (feu-nos n frféiir rte lalttr mais uma r.ci sobiã a tjrattíl?."cfi7tio.se" rio violino. Dfsla vt. entretanto, n taremos tom dur'orulliswsmo. jios/o qne, iilèin tln artishro. itc",.-,---,)iíti.'ti'n ,'ijirití rlo'iU7(iu

Sadia ntiweii em Wilna, no grá.ducatln da. Lituânia, nhtlga prn-ilncia polonesa il.viditia çiilrr os .rnsios r prii.-tinimi. Jioje anexada

Depois da seu primeira 'sucesso em Kouno, con In nrio aaenas sr t?

t.nos dc idade., o simpática, rialmiíta qut arrrbala nela inu nt.iliflii-íc,¦riiiottriiítís* r «vts/biiidfirie yinn.-ríu intfi piWn umn "irr-n tlr ^ ¦¦-;.'ri

),.ii) ríeinoríriKío n titinqiro seu ápii-e. E'ti jmiicf. fruifjo ft rirlntí'1 ifn'"^' ."» nome prn.nafli-rr.-iie uns centrai tle arte. -parti ser i.e.,ii'ri.n ,<n>rtMa- Ds Grandes empresários, fr que lícileiz já al:ancàra. o apogeu de

'ua carreira.Os *ens a miam ínsrpartirris 'ão cinco riolmo'. Dor'-,* tle grande¦.¦aior comn um "S/rnrtireriii.t" il7:l|). ' ui» "G-mrníeníí" il742' jíi-

ilivado no catclnuo cnmo o tie Dantí Ciiatrmrms. Oi outros fris rai*"!¦üitij pí'.'u ri'/rj')in?i(i'ortf: irssi dr riíiimitiio um rir um queria ie Ituca-nho e malmente um inftumc.r.el...

O móis oriaiiinl de todos ê n qne comprou na Alrlca rio Sul. con.lecionado Inteiramente rie /ostoros,

ri." iitn! niaravilliOKas mãos, Seoiircndo os violino* par in-iti quantia

dr le-la

IÍ20II. TC

a -Zín-

<*n ¦'.syériii-orji/s" nfrirf.-, tío-, pitiçratiios que i."irnunindo o "Concerto" riii liil menor rir ,M e n d *lss li o n -ivirRt-uriõ Caprichoso" de Stiliit-Snens. "Conceito"' tle tniii.-,.• A Primaverai ie Beethoven, "Hora Stacaio" de Dinicu eparesca" (ie Pobio Soiitídíe.

O maior rival de Fritz Kreiler. presenteinetile nos Etludas Vmtlliointnatieou o Hrasil na -Cirneqja Hnll". incluindo rm sru maceio "Choros" ii" õ. rte Vila Lobos t ¦•Ipanema" e "Cor-oratlo". riquadros musicais das "Saitdtides do Brasil" pinlarios rm rArcs ríiclrm-ès ria piiitititc inspiração de Dãrius Milhatid. o discutido co-ntsitor francês dns "acordes" dissonantes.

O e.riio loi notável e o artista prossegue em sun hrtllianxe tr.toria empolgando com a sua nrle n grande puhlico da M;.nliatan.

Entuludo i

¦ pnír;

OTÁVIO DE .

Impressões, Julgamentos, Lembranças(Ctl.l-llli.il

(ijioío porn o fiilto. avusua pm.viniii morte; o qu<a tareia de Hippohto. Extgem desse, E diz-Ui-e. o sf.ihaver fechado a .o:?ai

i de/es

e.rciamiiião de IHppoluto a desperta,fialbuc.a. K envergonlioda: rtexam-parada, pisada, c/rtfn -, verdade ereclama a morte pela mãe- de quemo teu de adoi a

ludo i:

Dans le fond de n

E' o cnmeço da confissão; masniio dirá o segredo; não quer rtiser.Vui /fie ejeopor no gritt, de revolla.contra os deutes, ¦ - - -

Altl Seigiienr.' Que le Liei i'ose lei[Nííesíer,

De ceife loi oommune a rou ¦<im-excepter.

QWiin mal bien différe-u me trou-íble ct me devore'

Foi além do que quenn ir, froiu.sr. Um homem mais exptritnte tel-iacompreendido o grita it desespero.

- admiráveli trágicas n

¦endi ¦ da iterpretação que davam, laado dr.Phèdre uma apoi.roimtla vulgar ouumn nevropata cm tutor.

Altas repa'r~ei que os.edstas note.reis cm Cornellle. iiife.-prèítfficfltuJ-. .Racine. .Escel ua ndo-se, sem dnuidp,Rachel que. d nem, era tão maravl-lliosa animadora das lt-roinas deRacine conto rias de ComeiH?.

Com certeza muitos tias que leremestas linhas compreenderão tt* ra-íries gue me fftiiflrnirt no niçarnar afpersonagens de Rãc.ine, Seduzidapelo lirisn

t «ite I i-ONlitC.I•ii íe (

¦ooKt-o. íiipiiioiijiiirtn pe"i rea-lidcdrpresente do sonho que .perturba halotiqos meses Iodas cs licres dtt s.uavida, perde a no.rio rios lugares erins criníiiroit e lula tomo sontwi-bula e repele alto o que murmura

. lembrei-me rie que Citam-pmesle que errara "Ph>'rirti" era, se-giindo oí historiadores uma c'-ea-turn de beleza e de i-racn, e nflouma llirii

pifai tío riiivi 3 (fl) í

iibFico sempre inclinadoa so encontrar nessas tregedias re.conlnrsõej dc colégio.

"AUDUFONnrc VISÕES DA CIDADECOEUR"(Conclusão ds P«t. 1*1

A" um fivro qu* não non

lenta faser esquecer.; que nâo

nm quer "distrair" don hor*

rores rfo dia de hoje e sua

espantosa tragédia; não *e-

rfa ès»e o, seu papel e, nem

um verdadeiro coração de

francesa procura adormecer

tia hora da provação; mas

que nos eimfia a chorar do-cemente na. hora amarga,chorar com esperança e eo-ragem — chorar pelos mor-tos e consolar a tristeza dostiros, com fé e amor, fé na"sainie liberte" que a pmti-sa invoca e quti sernseinpien- esperança, o consolo: a íM1-piração eterna dt todot otkoment.

DAS MENINAS(f-onclutfio da pítlna at

Este deve ser o programa queas candidatas apresentarão aoeleitorado, num modelo rie de-mocracla e de igualdade. Empos-sa,'dòs o prefeito, o")ulÈ,. o chefR' rte polícia, os secretários, veremosque cada uma de per si empre-gará todos os esforços para operfeito desempenho das lun-ções, convictas do .cumprimentodo dever e confiantes no entu-slasmo Juvenil. Veremos atos dealtruísmo, de fraternidade e deabnegação. Veremos, «ynrta, osJuizes perderem a austeridadeadquirida nos tilbunls comuns,os delegados de policia, a vo^cavernosa, e até mesmo os fun*oionàrlos subalternos."a subsev-vlèncla que a alguns caracter:-za.'

Tiido contribuirá para que estarepublica, dirigida e governadapot' meninas, se torne aos olho.*a mbiclosos dos homens um

¦exemplo-de-'-trabelho.'--de-"fé, dehonestidade e de justiça social.

Rio, 19* l«SUÍNO RAMOS

Page 12: FBSQNELLO Diretor: BRICIO DE ABREU Redator Chefe: …memoria.bn.br/pdf/095605/per095605_1941_00190.pdf · m iliuma responsabilidade tenho nu assunto Quan ti o surgiu a ... não o

Devido a» aumento dopreço do papel, encareci-do de t()ll% em $ ntênea,

«DOM CASMURRO»se vi na contingência deaumentar, provlsoriamen-te, o aeu preço pars

1S000pedindo, por isso, deacul-pas aoa seua leitores.

¦N.a 191) - RIO DE JANEIRO, 8 DE MARÇO DE 1941a

DOM CASMURROAS GRAIMPES REPORTAGENS EXCLUSIVAS

llt o aeu apilio a"IMIM (JAÜMUKROauxiliando umpainha

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preços.

Eu tenho fé no Cinema Brasileiro!OS TRÊS FATORES DE ATRASO DO NOSSO CINEMA: FILME VIRGEM CARO, MA' DISTRIBUIÇÃO E MÁU5 LABORA-TÓRIOS - 0 DOCUMENTÁRIO - EIS UM GRANDE FILÃO A EXPLORAR - MEIA HORA COM HUMBERTO

RO, DIRETOR DE "FAVELA DOS MEUS AMORES" I R" j^^BHI^^^^I

ÜÉ ' ' ¦

(Para DOM CASMURRO) CLOVIS DE CISMAI)

MINHAS lembranças de cl-

nciim'.' Alas cu não sei seesse pequeno passado da

nossa arte cinematográfica jáconstitue uma historia... Se-Ha melhor falar do futuro Por-que não diz V. por exemplo nasua entrevista o seguinte: Hum.berto Matirn tem Sé no cinemabrasileiro! Falar dw que passouvaleria pnueo; essa afirmação,entretanto, pode ser um estimu-lo e é, prhiii(iiilinpiitp, uma ver-dade. Eu Unho fé no einemabrasileiro.

ESSAS palavras que ai vão

reproduzidas fielmente medisse o lei"nini de cinema

Bumtierln Mauro cm sua easa arua Muniz Freire. Ilumliei-'nMauro. . Ka anos entrava eunum cinema de bairro ao acasoPassavam "Favela dns meusamores". Filme ainda bastantedefeituoso, mas já eom uma talsoma de qualidades visíveis aqualquer 11111 que chegou a pau-sar surpresa. O diretor eraHum her tn Mauro, lãm rapa?, mi-neiro, dissoram-me então. Fun.dou em 27 a Pheho Filme, c.-nCatnguazcs, e lá, sem qwtse fe.cursos técnicos, fazendo ito mes-mo lempn, a fotografia, o som,a revelação, a copia c ainda fi-guranrio eomn galã de vez cmquando c eomo vilão, nutras \e-zes, realizou "Tesouro Peidlthi","Braza Dormida", "Sangue Mi.neiro". Agora eslava no Rio, E,nn Rio. produzira aquela "Fa-vela dos meus amores". Desdeentão comecei a acompanhar acarreira artística dn HumbertoMauro, tm dia soube que haviapartido para Veneza eomo de-legado do Brasil a uma exposi-ção de cinema. Agora, o jfover'no o contrata para a realizava»

de filmes para crianças no Ins-titulo Nacional de Cinema ttdu-ealfvo. Por tudo isso quando setratou de entrevistar alguém so-bre eiuenia brasileiro, logo meveiu a mente aquele nome. Daiá sua casa na rua Muniz Freirefoi um passo:

O cinema brasileiro de hoje,— disse-me Humberto Mauro —eonstitue-se mais de um movi-mento de pessoas, produtores,diretores, entrevistas, planos,idealizações, etc, do que umaindustria propriamente dita. Acada filme cuja confecção vaicomeçar vê-se o comentáriobondoso da critica sempre propl-cia a acreditar que afinal vai serproduzido algo de bom, de inte-ressante, moderno, quase perfei-to em nossa arte ciiicmato^iafl-ca. Dias, nu meses, depois surgeo produto, com os mesmos tle-feitos Anteriores e, não raro,atestando .até um regresso nascondições artísticas e técnicas.já obtidas. Mas o que se oliser-va é sempre, e em todos, umdesejo de fazer bem. de faaermelhor, desejo infelizmente ain.da nãn realizado. Ha dez anosmais ou menos que se vem ten-tando um trabalho regular nes-se senlido. Ao norle ao sul, aocentro em núcleos que se Igno-ravam, mas quc se irmanavamna comunhão dos mesmos ideais.Assim sc fez cinema em Minas,cm São Paul», 110 Ri» Grandeem Pernambuco, nu Distrito Fe-deral. E hoje qualquer mie sejaa severidade com quc julguemosos nossas produtos, já temos al-guns estúdios de valor: Cinedia,Brasil Vita Filme, Sono Filmes,Estúdio Roulien etc.

Qual seria segundo a suaopinião a deficiência principaldo nosso cinema?

Segundo a opinião de nl-guns, o fator principal dns difi-

cul dades existentes é o fator ca-pitai que nãn existe, Para outroso fator humano que também di'zem não existir. Devo dlier quenão penso assim. O bom, o grandecinema nem sempre está contidonas super celulóides que esl-gem milhões. Sacha Guitry deu-nos ha tempos um filme real-mente notável, sem riquezas,sem cenários, com pouquíssimosatores, e usando principalmentedo fator cérebro, Quero refeiir-me ao "Romance de um trapn-ceiro". E' um bom exemplo, eque vem provar que no Brasilse pode fazer bom cinema comcérebro, boa fotografia * bom

UM LABORATÓRIOCENTRAL

NINGUÉM nu pouca gente

terá observado que a im-perfeição técnica sistematl-

ca dos filmes brasileiros, — *erro básico que impede de Inl-cio todo filme nacional ou es.trangeiro, — resulta do mau tra-balho de laboratório. Não 111c-ro cnm isso recriminar os nossostécnicos desse setor. Pelo con-tra rio, acho que eles realizamverdadeiras milagres dentro daicondições em que trabalham.São lão rudimentares e defi-cientes os nossos laboratóriosque, conhecendo como os conhe-ço, chego a julgar uma verda-delra loucura entregar a um la-bn rai o ri o. para revelação e co-pia, o filme virgem de que sclançou mão para tomar uma ne-quencia ás vezes caríssima. Umlaboratório central seria a meu

, ver .a melhor forma de ajuil.ique os cineniatografistas pode-riam pleitear do governo, ou qucO governo "sponte sua" podei iaconceder aos cin ema tograf islãsnacionais. E vou explicar por-que, Seria Impossível cada umdos nossos estúdios possuíremum laboratório perfeito, e é ivi-dentemenle um erro, trabalhar-se com esses laboratórios quaseimprovisados que por ai an-dam ... Para os produtores na-ciou ais seria, pois, preferívelrealizarem todos os seus traba-lhas de revelação copia etc, numlaboratório central perfeitíssimo,dotado dc tudo o que'houvessede mais moderno no mundo.Uma realização dessa nature»,se bem que com base comercialsolida, só poderia ser tentadapelo governo e eu náo vejo me-lhor forma de auxiliar o nossneinema de que conceder-lhe comurgência um laboratório central.E' oportuno salientar que noagrandes países existem, do go-verno e dos partlulares, labora-torios para onde converge o tra-balho dos produtores partícula-res, Agora vou lhe mostrar abase comercial: De 34 a 38, osdiversos laboratórios produziram— estou citando estatísticas oflciais — 630 mil e quatrocentosmetros de filme. Calcule a reve-lação de toda essa longa metra-gem num unlco laboratório,mesmo a um preço baixo e veráo ótimo negocio que poderia ser.Mas claro que não se trata denegocio, Trata-se de dar ao cl-nema brasileiro uma assistênciatécnica eletiva.

OUTRA questão que eslá

Igualmente a exigir umusolução imediata i a ques"tão dn barateamento do filme

virgem. Todos os que conhecemalguma cousa de cinema sabemque para a cunfecçâo de umapelícula de 3 mil metros, poresempn, são utilizados, geral-mente, de des a dn«e mil meirosde filme virgem. Findas aa fil-magens, lodos os resultados ob-tidos vão para a sala de còrluonde são aproveitadas por seleção as seqüências mais perfei-las, Não raro, entretanto, deter-minadas seqüências deixam deaer refilmadas c aperfeiçoadas,portanto, devido ao alto preço dofilme virgem, temerosos os di-retores de agravar ainda mais ocusto da filmagem. Com o fil-me virgem por preço mals aces-•lvel o produtor poderá rodainma metragem multo maior e,aaslm, aperfeiçoar os resultadosa serem obtidas. Note-se que es-sa opinião não é apenas minha:o professor Roquetle Plnlo, aluaiDiretor do Instituto Nacional deCinema Educativo t um dos pio-

».-mm. ' t

Pinto na sua exposição, lembrandn indicações úteis por ele obttdas nn estrangeiro no senlido dese organizar em nosso pais aindustria do celulóide por par-

lieulares, mediante favoresrio governo, au rio aproveita-mento do algodão pólvora da Mi-nisterio ria Guerra, soluções que,abrindo a rota para o nosso cl-nema seriam ainda um deslinopara a nossa produção algodoelra".

O FILMEDOCUMENTÁRIO

RESUMINDO, prosseguiu Mau

ro, — temos que os tresgrandes males do cinema

brasileiro são: filme virgem«aro; falta de laboratórios per-feitos; distribuição cara eflclente.

E sobre os documentários? iDisseram-me que você tem ideaspróprias sobre o assunto.

tam, eu acho que mesmonos filmes de enredo, o nossoeinema deveria aproveitar mai-a natureza que é, evidentemen-te, a parte mais forte rio nossncinema. O americano ha iui«sque joga com incrivel habilidt-de com a sua paisagem. O FaiWest; as regiões aurlferas doAlaska; a industria da extraçãoda madeira; • Mississipi com osseus navios típicos etc. A natu-reza, eis um grande filão. Masnada de se filmar o jangadémina ilha do Governador ou Pa-quetá, por cenário, dentro doestúdio ...

O cinema brasileiro será aque-le que ha dc trazer pan a telao nosso ambiente; e esse estudosó poderá ser feito através rietrabalhos práticos, a analise aquente do meio nacional em que

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Brasil filme de Cfílaout, ¦- <-"• ir.j

iieiros do nosso cinema, aindarecentemente, de volta de umadas suas viagens ao estrangeiro,depois de estudar o cinema edu-cativo em varias paises. assim semanifestava em relatório:

"... e o cinema brasileiro nãosairá do mals nu menos até dls-por de filmes virgem em lurg*escala. Nenhum escritor ou ma-temático tomaria o compromlsso de compor, uma boa paginaou resolver um problema árduonuma só folha de papel. E' oque acontece aqui atualmenteem matéria de cinema". E vaimals longe-o professor Roquetle

- Quando estive como delegadudo Brasil ao congresso de Vene-ca não vi nada que me impres-sionasse realmente entre os fil-mes de longa metragem. O queme surpreendeu e me encantouao mesmo lempo fei o documen-tario europeu. Esses filmes queprimam por fixar simplesmentea realidade, dramas da vida re-presen tados por seus personagensreais, ou a natureza vista em fun-ção do homem qne nela se mo-vimenta, oferecem arte puríssi.ma e uma forma elevada de co-nheclmento de que o cinema nãohavia ainda lançado mão. O do-eumentario foi a grande sensa-cão no certame de Veneia. Emtorno rio documentário agita-seuma autentica bolsa, o que vemprovar o seu alto valor conter-elaI. De custo mais baixo, o do-

^5ssHl£ -7'' y -^ ^«^^ ar

O grupo dt técnicos quc filmou "Favela ios meus amoiet

A QUESTÃO DADISTRIBUIÇÃO

OUTRO problema vital para o

nosso cinema, prosseguiuHumberto Mauro, — seria oque se refere á distribuição dosfilmes. As empresas, na maioriaestrangeiras, que tem as ma»linhas de distribuição organiza-rias pelo pais cobram ao produ-tor nacional de SO a «OH sobrea renda do f|lme pelo trabalhode distribuição, Assim, a rendado distribuidor quando não ésuperior á renda do produtor équase igual... Eis porque euconsidero de grande alcancepara a nossa industria cinema-tografica a organização, porparlo d o governo, de uma rededistribuidora em bases razoáveis,— digamos cohranrio 10% sobrea renda do filme em vez de S0 e«0% atuais ... A porcentagem tle10 seria mais que suficiente para a manutenção de uma red»de distribuirão do gênero da quesugiro em face das leis de obrl-gntorlcdade que controlam oscxitiidores no que se refere aofilme brasileiro.

caboclaÁGNÜS BITTENCOURT.

SINTO ritmos bárbaros em teu sangue.Escuta, na cadência — não sei se litárglca ou marcial

ie tuas pulsações, sons longínquos de tambores ancestrais-iSâo tautans que batem remotos marcando chamamentos

bélicos, festíns rejubilatòríos, reverendas rituais...)Há um arcano indevassavei nestes teus olhos profundos,

pretos, oblíquos, incompreensíveis, diaboltcamente sensuais,Conta, talvez, a sita obliqüidade, a história de uma migração

ciclópíca a crônica de uma raça estranha — perdida na vasti-dão desapoderada da terra americana.

E, nn plgmento que te colora — para noseo tropicalmentecubíçoso encanto visual e para o escândalo assombrado de nos-sos instintos — noto a remtntscencía vaga das queimaduras dasfogos infernais.

Hd na liquida instabilidade de teus nervos, que se escondena fleugma preguiçosa de teus gestos, uma Inquietude pressu-rasa, que se disfarça na calma das superfícies serenas ias águassem /Un e setn lei de tua terra,

Vives no mato, és da mato, tu própria és mato.Creio até que teu sangue seja branco como o das arvoresimensas que te criaram. Assim ia càr da farina de teus dentes-..Teu/to Intimas remnrdtmcntos de inveja desses troncos cen-

tenártos que olham Impassíveis a belesa paga de tua nudez-Nio compreendo porque, á hora gloriosa do teu banho, essesmonstros abstêmios continuam mudos e quedos — porque se

nâa precipitam furiosos e te náo enlaçam nos seus galhos co.lossais, na delirante possessão volutuària do teu corpo.Há aromas selváticos nos teus cabelos lisos e negros, impre*

gnaúas de mutamba; esses cabelos.que lembram as trèias águastranqüilas dos iaapós crepusculares... -

Há arrepios felinos, voltitcíos crotálicos nos teus ademanes...Há, deve haver um corrupíâo cantador em tua garganta. Ou

uma graúna, ou um sabiá, au um rouxinol...E quem me dis que não sejas um trinado de irppuni feito

itiulkcrYliquida e ardente, filha do coitiíbío singular do fogo « das

águas, pedaço de céu e pedaço de inferno, c par Isso que afagase deslumbras. E' por tsso que queimas c«mo o sol que te cobre,e és insínuante como os rias felizes que te lavam.

E' assim que te admiro e quero:Maria, morena, moça, matuta, morna; meiga; macia,.,

Manáos, 1040.

Sangue JMítietro", prorfilçiio da Febo

eumentario tem a vantagem >lepoder se espalhar pelo mundotodo, O nosso filme documenta-rio "Vitoria Regia",' de custo re-lalivamente barato, foi altampu-te cotado para a venda, que nãopude realizar por ser o 1'iliiiupropriedade do governo e Impor-tar a venda numa cessão gemide todas as copias. Um do-eumentario realmente preciosopelo assunto e pela técnica vai?muilo ...

Ha muilo lempo que o tln-eumentario me empolgava e eujá vinha tendo por ele mmsimpatia que pelos filmes tra-diconais de enredo ou de estu-dio. Encontrando-o tão em vogana Europa, era natural que mualegrasse. No dia do meu regres.so li uma entrevista de JeanMarchat, notável ator do teatroe do cinema de França. Ele dl-zia a mesma coisa: quc o doeumentario, mais quc o cinema"posado", será inegavelmente ocinema do futuro, por sitasimensas possibilidades artisti-cas.

Nesse caso. o cinema pre-cindiria do escritor ...

Do ator, sim em grandeparte. Do escritor, não. E, iss»porque o documento é, a rigora filmagem bem ao vivo do quise chama, na literatura moder-na. a grande reportagem, assimcomo a fazem nos seus livrosPierre Scize, André Malraux, Ti-tayna e os nossos admiráveisJorge Amado, Graciliano Ramos,José Lií Rego,

'ida, e

. Eis, por exemplo, um

documentário palpitai!Irmas daquelas pa^lnus ilrLins do líegii desci-rvi-niln ;¦de um dia. mima região ila. Nãu sairia dai um l.ln'mal comum, desses tine -fdp um lund» rutinelfii mespetáculo cheio tle ltrlp/;i>

pontilhado aqui il1. ali de feitas dr,

cas ou de quadros simiilclindo apenas "mtmicntni"los da paisagem. Km umifilme "posado" rr imitiu/ :¦drnlrci dos pslutliiis. nrli:7.111 dn a e iililiíanilu-sc |indi.f alores e dos construiumontagem, ao passo t\n-

em flagrante, dando assivnovo á "camera" n pape!cipal do filme O din-unn-simplifica o cinema, libcrto de ludo quanto mli- -que copia do leatrn Nãn 1volta uo tinem» puro. quebem ainda não existia audo cinema silencioso R'.fim. a marcha para o <puro 011 Por nutra: r umamudrJidailc dc cinema, n i|iimporta na extinção ilr^i 1existe e que eu lambemnuarei a fazer.

Para o documentário 1é um pais ideal. A inalei 1ma eslá em toda a parleé preciso para trnla-lu"camente. uma "camera e,disso, um perfeito sen-o dleza cinematográfica

Os mercados niumliai-abertos — tenho disto 1za — a todos os dot-unirnbrasileiros rie nivel urielevado."

fe'••¦'• - 1 sMm.<-.-'.-:¦-.- '.2n

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