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RELATÓRIO & CONTAS 2016 Fazemos parte do futuro

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RELATÓRIO& CONTAS2016

Fazemos partedo futuro

ÍndiceMensagem do Presidente03

A empresa - destaques06

Governo societário32

Atividade operacional41

Recursos humanos49

Fatos relevantes após o termo do exercício75

Desempenho financeiro60

Proposta de aplicação de resultados79

Relatório e parecer do Fiscal Único/Conselho Fiscal142

Comunicação e educação ambiental56

Considerações finais77

Contas individuais84

Perspetivas para 201772

Anexo ao relatório81

Certificação legal de contas144

Estrutura organizacional28

2

Mensagem do Presidente01

Mensagem do presidente

Persistência e foco nos objetivos

O ano de 2016 foi um ano de grandes desafios em várias frentes, com muitas

mudanças que exigiram uma significativa capacidade de adaptação de todos os

stakeholders.

Começou por ser o primeiro ano, após processo de privatização da EGF, em que foram

consolidadas as adaptações à mudança que um processo desta natureza implica; foi também

o ano em que houve uma profunda alteração do modelo regulatório, com adaptações de

procedimentos, investimentos e tarifas para o período 2016-2018, fixadas pelo regulador a

28 de dezembro de 2016; e foi ainda o ano em que foi publicado o novo despacho do SIGRE

(Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens), que em muito interfere com a

atividade da SULDOURO.

O atraso na aprovação do Plano de Investimentos pela ERSAR e na aprovação das candidaturas

pelo POSEUR, condicionaram decisivamente as opções da empresa quanto aos investimentos

previstos no PAPERSU. Com a recente aprovação das Contas Reguladas Previsionais,

aguardamos a decisão do POSEUR para dar um impulso significativo na implementação do

Plano, nomeadamente na forte aposta no aumento da recolha seletiva, com a implementação

da recolha porta-a-porta em cerca de 1/3 da área concessionada, para além de investimentos

na melhoria de eficiência e capacidade da Central de Valorização Orgânica.

Do ponto de vista operacional, a produção de energia com origem no biogás captado no

aterro de Sermonde apresentou uma diminuição, consequência expectável do desvio de

matéria orgânica do aterro. Por outro lado, a decisão da SPV em deixar de pagar os valores

de VIC dos materiais recuperados e a recusa do mercado em retomar plásticos mistos, fez cair

Mensagem do presidente

4

acentuadamente as receitas de recicláveis com origem na recolha indiferenciada. No entanto, e

no sentido positivo, o esforço e a dedicação dos nossos colaboradores permitiu, uma vez mais,

superar os desafios definidos para 2016, contendo os custos e aumentando de forma muito

significativa a quantidade de materiais recolhidos seletivamente, os resíduos processados e a

energia produzida na Central de Valorização Orgânica.

É com confiança no futuro que deixo um agradecimento aos Colaboradores da SULDOURO,

sem os quais não teria sido possível ultrapassar todos estes desafios, na certeza de que em

equipa vamos manter a SULDOURO num caminho que vai ser de desenvolvimento e sucesso.

Miguel Lisboa

Presidente do Conselho de Administração

Mensagem do presidente 5

A empresa - destaques02

A empresa - destaques

Perfil da Empresa

Suldouro – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos, S.A.,

contribuinte n.º 503 693 812, foi constituída pelo Decreto-Lei n.º 89/96, de 3 de

Julho, tendo celebrado a 30 desse mês um Contrato de Concessão com o Estado

Português e, simultaneamente, Contratos de Entrega e Receção de Resíduos

Sólidos Urbanos e de Recolha Seletiva com os Municípios de Vila Nova de Gaia

e de Santa Maria da Feira. Em 30 de setembro de 2015, como consequência de

várias alterações decorridas no setor (ponto 1.2.Enquadramento do setor), foi

celebrada a reconfiguração do contrato de Concessão.

A sua área de intervenção é de 384 Km2 com cerca de 441 mil habitantes destes dois Concelhos.

A Suldouro, S.A. tem como Missão gerir e explorar o Sistema Multimunicipal de Valorização e

Tratamento dos Resíduos Sólidos Urbanos do Sul do Douro, que integra como utilizadores os

Municípios de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira, sob a orientação de uma política

de transparência para com as partes interessadas, de forma ambiental e economicamente

sustentável, adotando soluções tecnicamente adequadas de tratamento e valorização dos

resíduos sólidos urbanos, promovendo a criação de valor e respeitando sempre as exigências

legais instituídas para a sua área de atividade, ao menor custo possível para os utilizadores.

No desempenho desta Missão, a Suldouro tem-se pautado pelos seguintes valores:

> Espírito de servir;

> Excelência;

> Integridade;

> Responsabilidade;

> Rigor.

A SULDOURO, S.A., consciente da sua Missão e de como esta influi na qualidade de vida das

populações, considera fundamental integrar as vertentes da gestão da qualidade, ambiente,

A empresa - destaques

Área de intervenção

384 Km2

441 mil habitantes

7

segurança e saúde, na sua atividade, comprometendo-se, para esse efeito, a:

> assegurar a sustentabilidade económica e ambiental da SULDOURO, S.A., concretizando

os investimentos necessários e melhorando progressivamente o desempenho da organização;

> satisfazer as necessidades dos seus clientes, melhorando continuamente a qualidade

dos serviços prestados;

> prevenir a poluição, controlar e minimizar os impactes ambientais;

> envolver os colaboradores na melhoria contínua das suas atividades, proporcionando-

lhes adequadas condições de trabalho, estimulando a sua motivação e promovendo a formação

e melhoria das suas competências;

> promover a saúde dos colaboradores, a prevenção de acidentes e doenças profissionais;

> assegurar um relacionamento exigente e claro com os fornecedores;

> cumprir a legislação aplicável e outros requisitos que a empresa subscreva;

> fomentar uma relação de cooperação com a população residente na envolvente das

suas unidades, seus representantes e entidades oficiais através de um diálogo aberto e

transparente.

Envolvente

Enquadramento Macro EconómicoO ritmo de crescimento da economia mundial desacelerou ligeiramente em 2016. A economia

mundial cresceu 3,1%, o que resultou de um crescimento de cerca de 1,6% das economias

avançadas e de 4,2% das economias de mercado emergentes e em desenvolvimento (Tabela

1). Este crescimento, em termos mundiais, representa uma ligeira desaceleração face a 2015

e reflete dinâmicas em sentido contrário entre as economias avançadas, que cresceram menos

que no ano anterior, e as economias de mercado emergentes e em desenvolvimento, que

cresceram mais, nomeadamente a Rússia e o Brasil impulsionados pela recuperação do preço

do petróleo. A deterioração das perspetivas das economias avançadas resultam do aumento

das incertezas políticas e económicas na sequência do Brexit, das eleições presidenciais

americanas e da instabilidade dos mercados financeiros.

Economia Mundial

desaceleraem 2016

A empresa - destaques 8

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Economia mundial 4,2 3,4 3,3 3,4 3,2 3,1

Economias avançadas 1,7 1,2 1,1 1,8 2,1 1,6

EUA 1,6 2,2 1,5 2,4 2,6 1,6

Japão -0,5 1,7 1,6 -0,1 0,5 0,5

Área do euro 1,6 -0,8 -0,3 0,9 2,0 1,7

Alemanha 3,7 0,6 0,4 1,6 1,5 1,7

França 2,1 0,2 0,7 0,2 1,3 1,3

Itália 0,6 -2,8 -1,7 -0,4 0,8 0,8

Espanha -0,6 -2,1 -1,2 1,4 3,2 3,1

Reino Unido 1,6 0,7 1,7 3,0 2,2 1,8

Economias de mercado emergentes e em desenvolvimento

6,3 5,2 5,0 4,6 4,0 4,2

Tabela 1 – Crescimento económico mundial

(taxa de variação real do PIB, em percentagem)Fonte: FMI (World Economic Outlook, outubro de 2016). | Nota: Detalhes sobre os grupos de países e a forma de agregação podem ser obtidos em www.imf.org.

Na área do EURO, após a recuperação da atividade económica em 2015, registou-se uma redução do

crescimento para 1,7%. Esta evolução continuou a ser revestida de uma elevada heterogeneidade

entre países. Em França e em Itália verificou-se um crescimento do PIB de 1,3% e 0,8% valores em

linha com o ano anterior; na Alemanha a atividade económica cresceu 1,7%, acelerando ligeiramente

face ao período homólogo; e, em Espanha, o crescimento do PIB foi semelhante ao ano transato,

tendo aumentado 3,1%, um valor muito superior à média da área do euro.

Crescimentoeconómico

na zona Euro

reduz para 1,7%

A empresa - destaques 9

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Economia mundial 5,2 4,2 3,9 3,5 2,8 2,9

Economias avançadas 2,7 2,0 1,4 1,4 0,3 0,8

EUA 3,1 2,1 1,5 1,6 0,1 1,2

Japão -0,3 0,0 0,4 2,7 0,8 -0,2

Área do euro 2,7 2,5 1,3 0,4 0,0 0,3

Alemanha 2,5 2,1 1,6 0,8 0,1 0,4

França 2,3 2,2 1,0 0,6 0,1 0,3

Itália 2,9 3,3 1,3 0,2 0,1 -0,1

Espanha 3,2 2,4 1,4 -0,2 -0,5 -0,3

Reino Unido 4,5 2,8 2,6 1,5 0,1 0,7

Economias de mercado emergentes e em desenvolvimento

7,3 6,0 5,8 5,1 4,7 4,7

Tabela 2 – Taxa de inflação

(taxa de variação do índice de preços no consumidor, valores médios)Fonte: FMI (World Economic Outlook, outubro de 2016). Nota: Detalhes sobre os grupos de países e a forma de agregação podem ser obtidos em www.imf.org.

Em paralelo com a ligeira desaceleração do crescimento económico mundial, verificou-se um

ligeiro aumento da taxa de INFLAÇÃO na economia MUNDIAL, resultante das políticas de estímulo

dos Bancos Centrais das economias avançadas. No que se refere às economias de mercado

emergentes e em desenvolvimento, verificou-se a estabilização da taxa de inflação. Na área

do EURO, em termos médios anuais, a taxa de inflação situou-se em 0,3% em 2016. Os preços

das matérias primas não energéticas atenuaram a descida ao longo de 2016, sobretudo

devido aos preços dos produtos alimentares e dos metais. O preço do petróleo Brent registou

nos primeiros 9 meses do ano uma forte quebra, para uma média de 43 USD/bbl face aos 54

USD/bbl, tendência essa que se inverteu no último trimestre do ano.

Taxa deinflaçãomundialaumentaem 2016

A empresa - destaques 10

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Economia mundial

Economias avançadas 8,0 8,0 7,9 7,3 6,8 6,8

EUA 8,9 8,1 7,4 6,2 5,3 4,9

Japão 4,6 4,3 4,0 3,6 3,4 3,2

Área do euro 10,2 11,4 12,0 11,6 10,9 10,0

Alemanha 5,9 5,4 5,2 5,0 4,6 4,3

França 9,1 9,7 10,3 10,3 10,4 9,8

Itália 8,4 10,6 12,2 12,7 11,9 11,5

Espanha 21,4 24,8 26,1 24,5 22,1 19,4

Reino Unido 8,1 8,0 7,6 6,2 5,4 5,0

Tabela 3 – Taxa de desemprego

(em percentagem da população ativa)Fonte: FMI (World Economic Outlook, outubro de 2016). Nota: Detalhes sobre os grupos de países e a forma de agregação podem ser obtidos em www.imf.org.

A taxa de DESEMPREGO diminuiu na generalidade das economias mundiais, mantendo-se,

contudo em níveis muito elevados na área do EURO. A taxa de desemprego na área Euro reflete,

em grande medida, a situação do mercado de trabalho em Espanha onde a taxa de desemprego

apesar de ter diminuído se mantém em níveis muito elevados (19,4%).

Neste enquadramento e após a recuperação do ano anterior, a ECONOMIA PORTUGUESA deverá

crescer cerca de 1,2% em 2016. O crescimento observado deverá resultar do contributo

positivo do consumo privado, atenuado pelo contributo negativo do Investimento. O consumo

público deverá contribuir positivamente, em linha com o observado em 2015. Por seu turno,

as exportações líquidas poderão registar um ligeiro contributo negativo (Tabela 4).

Taxa de desemprego

em %da população

ativa

A empresa - destaques 11

Data 2014 2015 2016

Documento IN E IN E OE2Q17

PIB - óptica de despesa

PIB5real 0,9 1,6 1,2

Consumo Privado 2,2 2,6 2,0

Consumo Público -0,5 0,8 0,6

Investimento (FBCF) 2, 4, -0,7

Exportações 3,9 6,1 3,1

Importações 7,2 8,2 3,1

Contributos para o crescimento do PIB (em p.p.)

Procura Interna 2,2 2,6 1,3

Exportações Líquidas -1,2 -1,0 -0,1

Desemprego e preços

Taxa de desemprego 13,9 12,4 11,2

Inflação (IHPC/IPC) -0,3 0, 0,9

Deflator do PIB 0,8 2,1 2,0

PIB nominal 1,9 1,9 1,9

Tabela 4 – Enquadramento macroeconómico e previsões governamentais

Fontes: INE, Ministério das Finanças, FMI e Banco de Portugal.

Em relação à evolução dos preços na atividade económica, o deflator do PIB deverá aumentar para

valores na ordem dos 2%, em linha com o observado no ano anterior, já o IHPC, foi, em 2016, de

0,9%, ligeiramente acima da previsão de 0,8%. A previsão para a taxa de variação anual do deflator

do PIB situou-se em 1,3%, de acordo com o Ministério das Finanças. Para esta evolução deverá

continuar a contribuir o preço do petróleo, e, em menor dimensão, a subida dos preços dos bens

de investimento. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, de acordo com

informação de janeiro de 2016 do INE, registou uma taxa de variação média de 0,9% em 2016.

Ao nível do mercado de trabalho, registou-se uma diminuição da taxa de desemprego ao longo de

2016 mantendo-se ainda uma ligeira diminuição da população ativa. Salienta-se uma desaceleração

do crescimento da população empregada em 2016 face a 2015, de 1,1% para 0,5%.

A empresa - destaques 12

No que se refere às contas externas em termos nominais, em 2016 a capacidade de

financiamento da economia portuguesa ascendeu a 0,9% do PIB, em linha com o ano transato

(Tabela 5).

2014 2015 2016

INE INE INE

Financiamento da economia (em % do PIB)

Balança corrente e de

capital 1,0 0,9 1,7

Balança corrente -0,3 -0,3 0,5

Bens e serviços 0,2 0,7 1,5

Balança de capital 1,3 1,2 1,2

Tabela 5 – Balança de pagamentos

(em percentagem do PIB)Fontes: INE e Ministério das Finanças. | Nota: Os dados referem-se à conta do setor institucional Resto do Mundo, publicada pelo INE, sendo que os dados do INE são de acordo com a nova metodologia SEC2010 e BPM6 enquanto as previsões do M. Finanças utilizam a anterior metodologia.

Enquadramento do SetorEm 2016 assistiu-se à concretização de algumas das medidas traçadas em anos anteriores

para o setor dos resíduos, das quais se destaca:

Regulamento Tarifário de Resíduos Urbanos

Durante 2016, e conforme melhor descrito no capítulo de regulação, dá-se nota da publicação

pela ERSAR de um Documento Complementar ao Regulamento Tarifário de Resíduos, em

Agosto de 2016 com o objetivo de clarificar conceitos relacionados com a transição do

Modelo Regulatório e também com o Modelo de reporte aplicável pelas entidades gestoras

de sistemas de titularidade estatal das Contas Previsionais (Regulamento n.º 817/2016,

publicado em Diário da Republica de 18 de agosto). Foi também alterado o calendário desse

reporte (Regulamento n.º 816/2016 publicado em Diário da Republica de 18 de agosto).

PERSU – 2020 - Plano estratégico para o setor dos resíduos

O PERSU 2020 - o Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos, foi aprovado, pela Portaria

n.º 187-A/2014, publicada em DR (I Série) n.º 179, de 17 de setembro de 2014, e encerra

a visão estratégica para o setor no horizonte 2014-2020.

Balança de pagamentos

em %

A empresa - destaques 13

Este Plano prossegue como objetivo garantir um alto nível de proteção ambiental e da saúde

humana, através do uso de processos, tecnologias e infraestruturas adequadas no setor dos

resíduos. Promove ainda a minimização da produção e da perigosidade dos resíduos e procura

integrá-los nos processos produtivos como materiais secundários por forma a reduzir os

impactes da extração de recursos naturais.

Estabelece ainda um modelo que, pela primeira vez, permite definir individualmente e para

cada sistema de gestão de RU, as seguintes metas:

a) Metas de retomas de recolha seletiva;

b) Metas de desvio de RUB de aterro;

c) Metas de preparação para reutilização e reciclagem.

Na sequência da publicação do PERSU 2020, e tal como previsto neste documento

enquadrador, a Suldouro elaborou e apresentou à APA, em 29 de abril de 2015 o seu plano

de ação do PERSU 2020 (PAPERSU), o qual contemplou os investimentos e medidas que

pretende implementar com vista à garantia do cumprimento das metas e objetivos que lhe

ficaram adstritos. A aprovação do PAPERSU por parte da APA foi obtida em 24 de junho.

Nesta sequência, e não obstante o curto espaço de tempo decorrido, foi elaborado pela

Suldouro por solicitação da APA em maio de 2016, o relatório de monitorização sobre o estado

de cumprimento dos PAPERSU relativo ao ano de 2015 (denominado RAPAPERSU – Relatório

de Acompanhamento do PAPERSU).

No final de 2016, a APA efetuou o primeiro exercício de cálculo das metas definidas no PERSU

2020, com base nas quantidades declaradas pela Suldouro no Mapa de Registo de Resíduos

Urbanos (MRRU) para o ano de 2015. Tratou-se de uma primeira verificação uma vez que

apenas existem metas intercalares definidas por Sistema de Gestão de Resíduos (SGRU) por

intermédio do Despacho n.º 3350/2015, de 1 de abril, para os anos de 2016 a 2020.

Portugal 2020 / POSEUR

O POSEUR é o instrumento nacional, inserido nas Estratégias “Europa 2020” e “Portugal

2020” para o campo da sustentabilidade e uso eficiente de recursos, agregador de 2.2 mil

milhões de euros de financiamento comunitário. A sua intervenção abrange a totalidade do

território nacional.

O POSEUR integra, 3 eixos de atuação, sendo o Eixo III – “Proteger o Ambiente e Promover a

Eficiência na utilização dos recursos”, aquele em que se integram as estratégias para o setor

dos resíduos e nomeadamente as candidaturas de projetos que visem a concretização das

metas nacionais e comunitárias inseridas no PERSU 2020, Plano estratégico dos Resíduos

Proteçãoambientale da saúde

humana

A empresa - destaques 14

Urbanos para o período 2014-2020. Para a globalidade do setor, e durante o período referido,

estão previstos apoios comunitários, na ordem dos 306 M€.

As empresas do Grupo EGF apresentaram no início de 2016, candidaturas de projetos que

visam o cumprimento das metas definidas no PERSU 2020, após pedido de Parecer Prévio

à APA, tendo submetido essas candidaturas ao abrigo do Aviso POSEUR-11-2015-18.

No decurso de 2016, foram solicitados pedidos de esclarecimento pela gestão do POSEUR,

os quais foram respondidos no devido tempo.

Até ao final de 2016, nenhuma das candidaturas submetidas pela Suldouro foi alvo de

aprovação. Considerando que os investimentos previstos são os alicerces de base para

as ações previstas no PAPERSU da Suldouro com vista ao cumprimento das metas impostas

pelo PERSU 2020, prevêem-se constrangimentos no cumprimento das mesmas nos prazos

inicialmente considerados.

Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE)

Ao longo do ano de 2016, verificaram-se dificuldades na remuneração e consequente retoma

de resíduos de embalagem com origem na recolha indiferenciada, em virtude da posição

assumida pela Sociedade Ponto Verde no início do ano relativamente ao pagamento dos

Valores de Informação (VI) consagrados no Despacho n.º 8376-C/2015, de 30 de julho.

Refira-se que, até ao final de 2015, os recicláveis de resíduos de embalagem produzidos com

origem na recolha indiferenciada nas unidades de Tratamento Mecânico (TM) e Tratamento

Mecânico e Biológico (TMB), eram escoados pelos SGRU negociando diretamente com os

retomadores. Os preços de venda desses recicláveis eram definidos, caso a caso, em função

do mercado e da qualidade dos materiais em questão. Posteriormente, e com base nas

evidências de colocação dos recicláveis no mercado (faturas), os SGRU faturavam à Sociedade

Ponto Verde o respetivo VI.

Por carta de 26 de fevereiro de 2016, a SPV comunicou que iria deixar de pagar o VI para os

recicláveis de resíduos de embalagem oriundos de recolha indiferenciada, disponibilizando-se

apenas a pagar os valores relativos aos meses de janeiro e fevereiro para todos os materiais,

exceto para os plásticos mistos, para os quais esta suspensão de pagamento se aplicou a todo

o ano de 2016.

Saliente-se que esta decisão foi tomada de forma unilateral apesar do pagamento do VI

estar consagrado legalmente no Despacho atrás referido. Refira-se que a SPV, tem mantido

a sua total indisponibilidade para discutir o ano de 2016, o que motivou a que a EGF,

em representação das suas participadas, tenha enviado uma carta no dia 4 de novembro,

Dificuldadesna

remuneração e na retomade resíduos de

embalagem

A empresa - destaques 15

instando a SPV ao pagamento dos valores em dívida. Até ao momento a EGF não recebeu

qualquer resposta, pelo que a Suldouro e restantes participadas do Grupo utilizarão todos os

meios legais ao seu alcance com o objetivo de serem ressarcidas dos montantes em divida.

Esta situação levou a que a Suldouro tenha deixado de separar os materiais com preço de

mercado negativo (plásticos mistos e alguns tipos de filme plástico) a partir do 1º trimestre

de 2016, uma vez que o recebimento do VI representava a sustentabilidade financeira da sua

triagem, evitando assim o onerar da tarifa para os clientes municipais.

Novas Licenças do SIGRE

Em 2016, alargou-se o número de Entidades Gestoras do Sistema Integrado de Gestão de

Resíduos de Embalagens (SIGRE), tendo, em novembro de 2016, sido concedidas as respetivas

licenças, às empresas Novo Verde e Sociedade Ponto Verde. Estas licenças, a vigorar a partir de

1 de janeiro de 2017, abrangem os resíduos de embalagem de origem urbana, quer da recolha

seletiva quer da recolha indiferenciada, estando as entidades gestoras obrigadas a retomar

todos materiais de embalagem que cumpram as especificações técnicas.

Foi igualmente aprovado novembro de 2016, o diploma que determina o valor de contrapartida

financeira a pagar pelas Entidades Gestoras, a partir de 1 de janeiro de 2017, que se destina a

suportar os acréscimos de custos com a Recolha Seletiva e Triagem de resíduos de embalagens,

bem como a triagem dos resíduos de embalagens nas Estações de Tratamento Mecânico

e de Tratamento Mecânico e Biológico, a Valorização Orgânica de resíduos de embalagens e o

tratamento das escórias metálicas resultantes da incineração dos resíduos urbanos e demais

frações consideradas reciclagem.

Refira-se que este diploma, define um VC para “plásticos”, sem contudo definir claramente se

o VC é aplicável aos plásticos mistos, o que reforça a incerteza de produção destes materiais

em particular no fluxo da recolha indiferenciada e no seguimento da posição já assumida pela

SPV durante o ano de 2016.

Ainda em novembro de 2016, foi criado um Grupo de Trabalho, que teve por missão a identificação

e proposta de medidas conducentes à operacionalização do SIGRE. As propostas, a vigorar

a partir de 2017, referem-se nomeadamente às especificações técnicas dos materiais da

recolha seletiva e indiferenciada, ao procedimento de retoma e ao mecanismo de alocação

e compensação entre entidades gestoras, tal como previsto nas licenças.

Até final de 2016 não foi conhecida a conclusão do relatório que o Grupo de Trabalho deveria

apresentar à tutela, nem publicados quaisquer dos documentos fundamentais que permitem

a operacionalização do SIGRE. Tendo em conta a sua relevância, destaque-se a inexistência de

especificações técnicas para os resíduos de embalagens provenientes da recolha indiferenciada,

A empresa - destaques 16

uma vez que na prática a sua inexistência impede o escoamento destes materiais no âmbito

das novas licenças em vigor em 2017.

Saliente-se ainda a indisponibilidade mostrada por este Grupo de Trabalho para discutir com

as partes interessadas, na reunião realizada na APA a 22 de dezembro de 2016, qualquer

proposta de especificação técnica para plásticos mistos, impossibilitando a sua produção no

âmbito das novas licenças a partir de janeiro de 2017.

Legislação do setor publicada em 2016

Durante 2016 foram emitidos e publicados diversos diplomas legais que regulam áreas

específicas do setor dos resíduos, cujos mais importantes apresentamos abaixo:

> Portaria n.º 306/2016, de 7 de dezembro - Fixa a estrutura, composição e funcionamento

da Comissão de Acompanhamento da Gestão de Resíduos, designada por CAGER.

> Despacho n.º 14415/2016, de 29 de novembro - Determina a criação de um grupo de

trabalho com a missão de identificar e propor as medidas conducentes à operacionalização do

Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens (SIGRE).

> Despacho n.º 14202-E/2016, de 25 de novembro - Concede à Sociedade Ponto Verde

- Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens, S. A., a licença para a gestão de um sistema

integrado de resíduos de embalagens.

> Despacho n.º 14202-D/2016, de 25 de novembro - Concede à Novo Verde - Sociedade

Gestora de Resíduos de Embalagens, S. A., a licença para a gestão de um sistema integrado de

resíduos de embalagens.

> Despacho n.º 14202-C/2016, de 25 de novembro - Determina o valor de contrapartidas

financeiras devido pelas entidades gestoras e que se destina a suportar os acréscimos de custos

com a Recolha Seletiva e Triagem de resíduos de embalagens, bem como a triagem dos resíduos

de embalagens nas Estações de Tratamento Mecânico e de Tratamento Mecânico e Biológico,

a Valorização Orgânica de resíduos de embalagens e o tratamento das escórias metálicas

resultantes da incineração dos resíduos urbanos e demais frações consideradas reciclagem.

> Decreto-Lei 71/2016, de 4 de Novembro - Procede à sétima alteração ao Decreto-Lei n.º

366-A/97, de 20 de dezembro, que estabelece os princípios e as normas aplicáveis ao sistema

de gestão de embalagens e resíduos de embalagens, à décima alteração ao Decreto-Lei

n.º 178/2006, de 5 de setembro, que aprova o regime geral da gestão de resíduos, transpondo

a Diretiva 2015/1127, da Comissão, de 10 de julho de 2015, e à primeira alteração

ao Decreto-Lei n.º 67/2014, de 7 de maio, que aprova o regime jurídico da gestão de resíduos

de equipamentos elétricos e eletrónicos.

A empresa - destaques 17

RegulaçãoA atividade de gestão de resíduos urbanos, desenvolvida pelas empresas concessionárias

do Grupo EGF é um serviço de interesse económico geral, indispensável ao bem-estar das

populações, ao desenvolvimento da atividade económica e à proteção do meio ambiente.

No ano de 2014 e 2015 verificaram-se alterações significativas em matéria regulatória neste

setor, e em especial para os sistemas multimunicipais de titularidade estatal, as empresas do

Grupo EGF, onde a forma de organização destas empresas e o modelo de interação com a

Entidade Reguladora sofreram modificações estruturais.

Em 6 de março, foi publicada a Lei n.º 10/2014, que aprovou os novos Estatutos da Entidade

Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR). Esta publicação vem no decurso da Lei

n.º 67/2013, de 28 de agosto, que aprovou a lei-quadro das entidades administrativas

independentes com funções de regulação da atividade económica dos setores privados, público

e cooperativo. De acordo com os novos estatutos, a ERSAR viu aumentada a sua independência

de atuação (artigoº 2º), expandido o universo de entidades sujeitas a regulação (artigo 4.º) e

reforçados os seus poderes e atribuições sobre as entidades reguladas (artigos 5º, 7º, 9º, 10º e 11º).

Também durante o ano de 2014, o RTR- Regulamento Tarifário do Serviço de Gestão de Resíduos

Urbanos (RTR) foi aprovado pela deliberação 928/2014 do Conselho Diretivo da ERSAR de

17 de Fevereiro de 2014, homologado pelo Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território

e Energia em 28 de Fevereiro de 2014, e publicado no Diário da Republica nº 74 de 15 de Abril.

Posteriormente, a ERSAR aprovou pela deliberação 1152/2015 de 8 de Junho o aditamento do

artigo 95º-A por forma a compatibilizar o calendário regulatório com o processo de reprivatização

da EGF e consequentemente com a aplicação do DL 96/2014 de 25 de junho (Novas Bases das

Concessões de RU-Resíduos Urbanos para empresas de Capitais maioritariamente privados).

Este regulamento acarreta uma alteração do modelo regulatório em vigor, passando de um

modelo de custo de serviço (cost plus) para um modelo de proveitos permitidos (revenue cap),

que remunera uma base de ativos ao custo de capital eficiente e permite a recuperação dos

gastos operacionais num cenário de eficiência produtiva.

A gestão do risco regulatório, pelo impacto que a atuação deste passa a poder ter na esfera

patrimonial das empresas reguladas, torna-se uma matéria ainda mais fulcral para estas e para

os seus acionistas.

Regulação económica

Com a publicação do RTR, as empresas de Tratamento e Valorização de Resíduos do Grupo,

passaram a reger-se pelos Novos Contratos de Concessão, os quais se baseiam nas Novas

Bases das Concessões de RU e também no que respeita à definição, ao cálculo e à revisão das

tarifas no RTR. Neste novo regime, as tarifas são definidas pelo ERSAR, e, como já referido,

Serviço de interesse

económico

A empresa - destaques 18

o seu cálculo baseia-se num modelo “revenue cap”, apuramento de um volume de “Proveitos

Permitidos”, em cada período regulatório de 3 a 5 anos”. O presente período regulatório é de

três anos e abrange os anos de 2016, 2017 e 2018.

As disposições aplicáveis aos sistemas de titularidade estatal, caso da empresa em questão,

estão previstas no capítulo II do RTR, nomeadamente o modelo de determinação das tarifas

das atividades reguladas, sendo de realçar:

1. A determinação dos Proveitos Permitidos, que, nos termos daquele diploma se faz de

acordo com a seguinte expressão:

Proveitos Permitidos = Custo de Capital + Custo de exploração + Incentivos +

Ajustamentos – Benefícios das atividades complementares – Receitas adicionais –

Ganhos Financeiros Derivados de Juros Bonificados

2. O cálculo do Custo de Capital, que é efetuado em conformidade com a fórmula baixo:

Custo de Capital = Base de Ativos Regulados x Taxa Máxima de Remuneração dos Ativos

+ Amortizações do Exercício

3. A Base de Ativos Regulados é constituída pelos ativos afetos à exploração das atividades

principais e respetivas atividades complementares. O RTR dispõe no n.º 3 do seu artigo 29º que

os ativos que constituem a BAR são valorizados ao custo histórico contabilístico líquido de

amortizações calculadas nos termos do artigo 33.º daquele mesmo diploma e de subsídios ao

investimento.

4. Quanto ao cálculo da Tarifa, ele está referenciado no artigo 49º do RTR e é dado pela

seguinte expressão:

Tarifa de RU = Proveitos Permitidos Totais / Quantidades de RU indiferenciado a receber

Salienta-se, ainda, o artigo 11º do Decreto-lei n.º 96/2014, de 25 de junho, que prevê um

regime regulatório transitório. Neste âmbito, é previsto o apuramento e utilização de um

saldo correspondente ao acréscimo de custos referentes a amortizações acumuladas de

investimento contratual por realizar, deduzido do montante de imposto diferido que lhe está

associado e do valor contabilístico líquido de amortizações e subsídios do conjunto de bens

e ativos que não venham a integrar a base de ativos da concessionária relevante para efeitos

de apuramento dos proveitos permitidos (passivo regulatório). Nos termos dos n.os 4 e 5

daquele artigo, aquele saldo deve ser utilizado, na medida do necessário, para evitar variações

anuais da tarifa que excedam os 2%.

A empresa - destaques 19

Em 2015, e ao abrigo do calendário estabelecido no artigo 95º-A do RTR, foram publicados pela

ERSAR, em 16 de Novembro e na sequência da realização de audiência prévia de interessados,

os parâmetros regulatórios genéricos para determinação dos proveitos permitidos no âmbito

do RTR para o serviço de gestão de resíduos urbanos para o período regulatório 2016-2018,

e dirigidos às entidades gestoras concessionárias de sistemas multimunicipais com capitais

maioritariamente privados, isto é, as empresas do Grupo EGF. Estes parâmetros incluem a taxa

de remuneração dos ativos e respetivas componentes (taxa de juro sem risco, estrutura de

financiamento regulatória, beta dos capitais próprios, prémio de risco de mercado, taxa de

remuneração dos capitais alheios e taxa de imposto) e as taxas de variação do IHPC.

Nos termos do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 96/2014, de 25 de junho, o primeiro período

regulatório aplicável às concessões de sistemas multimunicipais de gestão de resíduos atribuídas

a entidades de capitais maioritariamente privados iniciava-se a 1 de janeiro de 2016 (no primeiro

dia do segundo ano civil subsequente àquele em que ocorra a publicação deste diploma).

A demora verificada na conclusão do processo de privatização da Empresa Geral de Fomento

e, bem assim, do próprio processo regulatório inviabilizou o cumprimento do calendário de

definição dos proveitos permitidos, previsto nos artigos 28.º, 43.º e 86.º do Regulamento

Tarifário, o qual pressupunha que este procedimento decorresse de 1 de janeiro a 30 de setembro

de 2015. Por este motivo, foi aditado um artigo 95.º-A ao Regulamento Tarifário, aprovado

pela deliberação n.º 1152/2015 do Conselho de Administração da ERSAR de 8 de junho de

2015 e publicado na 2.ª série do Diário da República, de 19 de junho, e posteriormente alterado

pelo Regulamento n.º 816/2016, de 18 de agosto, publicado na 2.ª série do Diário da República,

artigo aquele que veio modificar o calendário das fases do procedimento de definição dos

proveitos permitidos e definir um calendário para a realização dos acertos de faturação a que

houvesse lugar face à definição tardia da tarifa para 2016.

Adicionalmente, em 18 de agosto de 2016, foi publicado, 2.ª série do Diário da República,

o Regulamento n.º 816/2016, um documento complementar com o modelo de contas reguladas,

com o objetivo, de acordo com a ERSAR, de “clarificar e detalhar as regras aplicáveis a situações

específicas, que não estavam suficientemente explicitadas no texto do Regulamento Tarifário,

mas que resultam de uma leitura integrada do mesmo, bem como operacionalizar o modelo

de contas reguladas a que se refere o Regulamento Tarifário, definindo um conjunto de

quadros com o formato e detalhe necessário à intervenção do regulador, de forma a obter

as informações previsionais das entidades gestoras, e que devem ser reportadas por estas

à ERSAR nos prazos estipulados”.

Finalmente, a 28 de dezembro de 2016, e após audiência prévia da Suldouro e do Conselho

Consultivo desta empresa, a ERSAR publicou a “decisão sobre os proveitos permitidos

A empresa - destaques 20

e tarifas reguladas para o período regulatório de 2016-2018”. No âmbito desta decisão,

foi também aprovado o Plano de Investimentos da Suldouro e os parâmetros específicos (fator

de eficiência, indutores de custos e incentivos) que a ela se aplicam no mesmo período.

Por ultimo, a 4 de janeiro de 2017, a ERSAR colocou em consulta publica no seu site, um

segundo documento complementar com o modelo de reporte das contas reguladas reais,

com o objetivo, de acordo com a ERSAR, de “obtenção de informação, para determinação

dos proveitos permitidos dos anos intermédios e último ano do período regulatório e

ainda para a reconciliação das contas reguladas com as contas estatutárias”. Este documento,

encontrou-se em consulta publica até ao dia 15 de Fevereiro, sendo previsível que a decisão

final e respetiva publicação do documento só venha a ocorrer em data posterior à aprovação

das contas de 2016 da Suldouro, razão pela qual não foram considerados nas Contas de 2016

eventuais ajustamentos de regulação subjacentes a este documento complementar.

Regulação da qualidade do serviço

Nos termos dos seus estatutos compete à Entidade Reguladora assegurar a regulação

da qualidade de serviço prestado aos utilizadores pelas entidades gestoras, avaliando o

desempenho dessas entidades. Deste modo, a qualidade de serviço de gestão de resíduos

urbanos prestado pelas entidades gestoras é avaliada anualmente, e atualmente, através

da aplicação da 2.ª geração do sistema de avaliação com recurso a indicadores desempenho

de qualidade do serviço. Os resultados deste sistema de avaliação são parte integrante do

Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal (RASARP).

Em janeiro de 2017 foi publicado e divulgado o Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos

em Portugal (RASARP 2016), que contém os resultados do sistema de avaliação da qualidade de

serviço prestado pelas entidades gestoras para o ano de 2015, referenciados a 31 de dezembro.

Regulação ambiental

As entidades gestoras dos serviços resíduos urbanos do grupo EGF estão também sujeitas

à intervenção da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o regulador ambiental.

A APA desenvolve ainda atribuições no âmbito dos resíduos enquanto Autoridade Nacional

de Resíduos, cabendo-lhe entre outras:

> o controlo operacional da informação das operações de gestão de resíduos,

> o planeamento e gestão de resíduos de todas as tipologias de resíduos e as diversas

origens,

> assegurar o tratamento de informação no âmbito do SIRER e SILOGR,

> garantir a validação da informação necessária à aplicação do regime económico e

financeiro da gestão de resíduos e diligenciar no sentido da implementação do regulamento

relativo à aplicação da Taxa de Gestão de Resíduos (TGR),

A empresa - destaques 21

> definir, implementar e acompanhar as políticas e estratégias nacionais para a gestão de

resíduos setoriais,

> assegurar a elaboração dos planos e dos programas de gestão de resíduos, acompanhar

a sua execução e proceder à respetiva monitorização,

> aprovar os modelos técnicos de gestão de resíduos,

> assegurar uma abordagem integrada de licenciamento das operações de gestão de

resíduos, coordenar e harmonizar os critérios a adotar para o licenciamento pelas Autoridades

Regionais de Resíduos e acompanhar as auditorias técnico-ambientais ou económico-

-financeiras à atividade exercida por operadores de gestão de resíduos bem como proceder à

análise técnica de processos de candidatura a fundos comunitários relativos a infraestruturas

para operações de gestão de resíduos urbanos.

No âmbito do modelo de regulação económica previsto no regulamento tarifário do serviço

de gestão de resíduos (RTR), a APA será chamada a dar parecer sobre o alinhamento dos

investimentos propostos pelas entidades gestoras que integrarão a base de ativos a remunerar

com as políticas nacionais em matéria de resíduos urbanos.

AcionistasA Suldouro tem 3 400 000€ de Capital Social e como acionistas:

> Empresa Geral do Fomento, S.A. (EGF) - 60%;

> Município de Vila Nova de Gaia - 25% e

> Município de Santa Maria da Feira - 15%.

A transmissão de ações, de acordo com os estatutos da sociedade, está subordinada ao

consentimento da sociedade, existindo o direito de preferência dos acionistas, sujeita a autorização

ministerial prévia, de acordo com o artigo 11º do Decreto-Lei 133/2013 de 3 de outubro.

A empresa - destaques 22

Síntese de Indicadores

Volume de negócios (€)

Volume de negócios (€)

EBITDA

2014

Milh

ares

de

2,000

0

4,000

6,000

8,000

10,000

12,000

2015 2016

7.000.000

RU por tarifaMunicipal

RU recicláveis Deposiçãopor particulares

Energia

6.000.000

5.000.000

4.000.000

3.000.000

2.000.000

1.000.000

0

2014 2015 2016

2014

Milh

ares

de

1,000

2,000

0

3,000

4,000

5,000

6,000

7,000

2015 2016

A empresa - destaques 23

Investimentos

Receção RU Municipais

Deposição resíduos por particulares

2014

Milh

ares

de

2,000

0

4,000

6,000

8,000

10,000

12,000

2015 2016

2014

Qua

ntid

ade

(t)

20,000

0

40,000

60,000

80,000

100,000

120,000

140,000

160,000

180,000

2015 2016

2014

200

400

0

600

800

1,000

1,200

1,400

2015 2016

Qua

ntid

ade

(t)

A empresa - destaques 24

Quantidade de resíduos enviados para reciclagem

Energia vendida

Nº habitantes por Concelho

2014

Milh

ares

de

15,500

15,000

16,000

16,500

17,000

17,500

18,000

2015 2016

2014

Qua

ntid

ade

(MW

h)

10,000

0

20,000

30,000

40,000

50,000

60,000

2015 2016

Qua

ntid

ade

(t)

50,000

0

100,000

150,000

200,000

250,000

300,000

350,000

Vila Nova de Gaia Sta Mª da Feira

A empresa - destaques 25

Capitação

Principais Acontecimentos do ExercícioSendo este o primeiro ano de aplicação do novo Regulamento Tarifário de Resíduos (RTR),

o acontecimento fundamental foi a aprovação, a 28 de Dezembro mas com efeitos a 1 de

Janeiro, das Contas Reguladas Previsionais (CRP), para o triénio 2016-2018. Desta forma

fixou-se não só os proveitos permitidos para o triénio, mas também o Plano de Investimentos

para este mesmo período. No entanto, os atrasos verificados nesta aprovação condicionaram

decisivamente algumas opções da empresa devido à incerteza que imperou ao longo do ano,

não só pelo desconhecimento da tarifa a praticar mas igualmente pela incerteza da aprovação

dos investimentos previstos.

Em termos operacionais, no exercício económico de 2016 merecem especial relevo três

acontecimentos que o influenciaram decisivamente, a saber:

1) A Central de Valorização Orgânica (CVO) foi operada a plena carga, com 3 turnos diários

(dias úteis). No entanto, a decisão da SPV em deixar de pagar os valores de VIC dos materiais

recuperados e a recusa do mercado em retomar Plásticos Mistos após os dois primeiros meses

do ano, fez cair acentuadamente as receitas desta unidade.

2) A operação em pleno do novo aterro do Gestal, originou um substantivo aumento de

custos pela duplicação de serviços (nova portaria, nova ETL, novo ecocentro, novos escritórios,

novos vestiários, novos serviços de desodorização, novos serviços de desratização, custos

acrescidos de deslocações entre instalações, etc.).

2014

Milh

ares

de

1.140

1.135

1.145

1.150

1.155

1.160

1.165

1.170

1.175

1.180

2015 2016

Exercício económico

de 2016

A empresa - destaques 26

3) A Continuação da queda acentuada na produção de biogás de aterro, devido ao crescente

desvio de matéria orgânica de aterro, só foi parcialmente compensada com a execução de

novos furos e aumento da área impermeabilizada.

Para além destes, são ainda de relevar os seguintes acontecimentos:

> Celebração de contrato de trabalho a prazo com 38 colaboradores que se encontravam

na situação de trabalhadores temporários;

> Apresentação de duas candidaturas ao POSEUR para realização das obras de

Beneficiação do TMB e para a Recolha Seletiva Porta-a-Porta e Triagem;

> Realização do projeto-piloto de recolha seletiva Porta-a-Porta;

> Recondicionamento de vários grupos motogeradores;

> Início das obras de construção da futura Central de Valorização Energética do Gestal;

> Construção de um armazém de materiais recicláveis;

> Manutenção da Certificação do Sistema de Gestão Integrado pelas ISO 9001 (Sistema

de Gestão da Qualidade), ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental) e OHSAS 18001 (Sistema

de Gestão e Segurança e Saúde do Trabalho);

A empresa - destaques 27

Estrutura organizacional03

Estrutura organizacional

A 31/12/2016, com 117 colaboradores, a estrutura da Suldouro é representada

pelo seguinte organigrama:

Estrutura organizacional

Suldouro

Conselho de administração

SecretariadoApoioJurídico

Centrode Valorização

Orgânica

Deposição

Tratamentode Afluentes

Contabilidade

Planeamento e Controlo de Gestão

Tesouraria

Centrode Valorização

Energética

Conservaçãoe Manutenção

RecolhaSeletiva

Comercial

RecursosHumanos

Comunicaçãoe Imagem

Higiene, Saúdee Segurança

Engenharia Ambiental

Sistemas de Gestão Integrado

DireçãoAdministrativae Financeira

Áreas

Direção de Produção

Áreas

Direção Geral

Áreas

Direção Geral

Função

Triagem

Logística

29

Direção Geral> efetuar a gestão corrente da sociedade;

> praticar os atos de administração da Sociedade necessários à implementação da

estratégia e dos planos de atividade aprovados pelo Conselho de Administração;

> coordenar os responsáveis das direções da Sociedade, assessores e outras estruturas

que estejam organizacionalmente sobre a sua dependência funcional;

> representar a Sociedade em juízo e fora dele, ativa e passivamente, de acordo com o

respetivo mandato;

> representar a Sociedade perante terceiros em atos de natureza informativa, promocional

e social.

Direção Administrativa e Financeira> garantir o funcionamento global das funções financeira e administrativa;

> assegurar o apoio à Administração em matéria de gestão económica e financeira;

> gerir os recursos humanos da empresa e apoiar a Administração na definição e controle

das políticas a implementar nesta área;

> gerir os aprovisionamentos e stocks.

Direção de Produção> assegurar a operação das infraestruturas e equipamentos sob a sua responsabilidade,

zelando pelo seu bom estado e funcionamento, com os mínimos consumos de energia e/ou

combustível;

> seguir as boas normas e procedimentos na deposição de resíduos, sua valorização e

tratamento cumprindo a legislação nacional e comunitária quando aplicável;

> otimizar os processos produtivos, enfatizando a recolha seletiva e triagem a valorização

orgânica e a valorização energética do biogás.

Comunicação e Imagem> assegurar a concretização da política de relacionamento e a prestação de informação às

entidades e meio envolvente à empresa;

> assegurar a comunicação institucional;

> promover campanhas de sensibilização e educação ambiental.

Estrutura organizacional 30

Engenharia e Gestão Ambiental> planear e gerir os investimentos necessários à atividade da empresa;

> assegurar o cumprimento dos procedimentos internos e toda a demais legislação

ambiental aplicável.

Higiene, Saúde e Segurança> assegurar todas as atividades necessárias à promoção da segurança e higiene do

trabalho;

> promover a vigilância da saúde de todos os trabalhadores;

> assegurar o cumprimento de toda a legislação aplicável.

Sistema de Gestão Integrado> assegurar a implementação do sistema de qualidade, ambiente e segurança, de acordo

com as respetivas normas internacionais;

> realizar processos de investigação e desenvolvimento;

> promover a melhoria contínua dos processos operacionais da empresa.

Estrutura organizacional 31

04 Governosocietário

Governo societário

A estrutura de governação da Suldouro está de acordo com o código das

Sociedades Comerciais e com os estatutos da empresa aprovados através

do Decreto-Lei n.º 89/96, de 3 de Junho, que a constituiu com as alterações e

aditamentos dados pelo Decreto-Lei nº 99/2014 de 2 de julho.

Em 2014 a eleição do mandato 2014-2016, através da Assembleia Geral

de 13 de março de 2014, ficou suspensa, devido à então eminente operação

de reprivatização do seu sócio maioritário (EGF). Em 23 de setembro de 2015

realizou-se a Assembleia Geral com a EGF já reprivatizada, tendo-se procedido

à eleição dos Titulares dos Orgãos Sociais para o triénio 2015-2017.

Desta forma, em 31 de dezembro de 2016 os Orgãos Sociais da Suldouro

apresentam a seguinte composição:

Mesa da Assembleia GeralPresidente: Município de Vila Nova de Gaia, representado pelo Presidente da Camara,

Eduardo Vitor Rodrigues

Vice-Presidente: Empresa Geral do Fomento, S.A.

Secretário: Patrícia Maria Fernandes dos Santos

Conselho de Administração Presidente não executivo: Maria José de Andrade Lages

Vogal não executivo: Tomás Joaquim de Oliveira Serra

Vogal não executivo: Luis Fernando Adrada Guajardo

Vogal não executivo: César Fernando Couto Oliveira

Vogal não executivo: José Fernando Moreira

Fiscal ÚnicoEfetivo: Deloitte & Associados, SROC, SA., SROC nº43, representado por Nuno Miguel

Cabaço da Silva

Suplente: António José Araújo Beja Neves; ROC nº782

Governo societário

33

Comissão de VencimentosPresidente: Ismael Antunes Hernandez Gaspar

Vice-Presidente: Município de Vila Nova de Gaia, representado por Maria Mercês

Duarte Ramos Ferreira

A Presidente do Conselho de Administração, Maria José de Andrade Lages, renunciou ao cargo

com efeitos a partir de 31 de dezembro de 2016. Para sua substituição, em janeiro de 2017,

foi eleito por cooptação Luis Miguel Pires Eurico Lisboa.

Curriculum Vitae dos Membros do Conselho de Administração em 31/12/2015

Maria José de Andrade Lages - Presidente

Nasceu em Lisboa a 5 de junho de 1968.

Habilitações Académicas

Em 1991 licenciou-se em Economia na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa.

Carreira Profissional

1991 • 1996

Iniciou a sua carreira na Shell Portuguesa, onde ingressou em Novembro de 1991 e permaneceu

até janeiro de 1996, com responsabilidades no sector de Planeamento e posteriormente como

coordenadora da implementação dos módulos financeiros do ERP JD Edwards.

1996

Em janeiro de 1996, em Moçambique, trabalhou na Cimentos de Moçambique (Grupo Cimpor),

inicialmente como consultora na área financeira (pela Coopers & Lybrand) e a partir de setembro

de 1996 como responsável pela Direcção Financeira da empresa.

1997

Em março de 1997 reingressou no Grupo Shell, na Shell Moçambique, como responsável pela

Direcção Administrativa e Financeira, participando no estabelecimento da empresa no país.

Ainda em Moçambique passou a integrar os quadros do Grupo Águas de Portugal em dezembro

de 1999, como responsável pela Direcção Financeira da Águas de Moçambique.

2002

Em setembro de 2002, já em Portugal, integrou os quadros diretivos da AdP Serviços como

responsável pela Direcção de Contabilidade e Consolidação do Grupo AdP.

Governo societário 34

2003

A partir de novembro de 2003 passou a ser responsável pela Direcção Financeira da Aquapor,

(sub-holding do Grupo AdP), assumindo também a coordenação da função financeira das

empresas que esta detém 100% – Luságua Alcanena, Luságua Serviços Ambientais, Águas do

Vouga, Águas da Teja, Águas do Planalto e Águas do Lena.

2005

Em junho de 2005 foi nomeada vogal do Conselho de Administração das Águas do Vouga,

Águas da Teja, Águas do Planalto e Águas do Lena.

2008

Em abril de 2008 foi nomeada vogal do Conselho de Administração da Trevo Oeste –

Tratamento e Valorização de Resíduos Pecuários, S.A., empresa participada minoritariamente

pela AdP SGPS.

2009

Em janeiro de 2009 foi nomeada vogal executiva do Conselho de Administração da AdP

Internacional, cargo que ocupou até Abril do mesmo ano.

Em abril de 2009 foi nomeada vogal executiva do Conselho de Administração da AdP Energias, S.A.

2011 • 2015

De novembro de 2011 a abril de 2012 desempenhou funções como gerente da empresa

Miese Vila Real/Alijó, Lda.

Em 22 de fevereiro de 2012, foi eleita Vogal do Conselho de Administração da Empresa Geral

do Fomento, SA, para o mandato 2012/2014.

Em 12 de março foi eleita Vogal não executiva do Conselho de Administração da Valorsul, SA,

para o mandato 2010/2012.

Em 14 de março foi eleita Presidente não executiva do Conselho de Administração da ERSUC,

SA, para o mandato 2011/2013.

Funções Atuais

Desde Setembro de 2015

Em Setembro de 2015, foi nomeada pela EGF: Presidente do Conselho de Administração

da Suldouro S.A.; da Ersuc, S.A.; da Valorlis, SA e da da Amarsul, S.A. (Comissão Executiva,);

Vogal do Conselho de Administração da Resulima, S.A; da Valorminho, SA; da Resinorte, S.A.;

da Resiestrela, S.A. e da Valnor, S.A..

Governo societário 35

Tomás Joaquim de Oliveira Serra- Vogal

Nasceu em Lisboa, a 13 de dezembro de 1965.

Habilitações Académicas

Licenciado em Engenharia Mecânica, Ramo Termodinâmica Aplicada, pelo Instituto Superior

Técnico (1983/1988), complementou mais tarde a sua formação em gestão através de

programas promovidos pelo IDCFC da Universidade Católica e pelo INDEG/ISCTE.

Carreira Profissional

1988

Iniciou a sua carreira profissional no grupo EDP em dezembro de 1988, onde desempenhou

funções técnicas e de gestão em diversos projetos na área da energia e dos resíduos.

2001

A partir de abril de 2001 passou a integrar o grupo Somague (AGS e Hidrurbe) para

implementação da Prestação de Serviços de Operação da Estação de Tratamento de

Resíduos Sólidos da Meia Serra, Madeira. Neste âmbito foi Administrador de várias empresas,

destacando-se a OTRS - Operação da ETRS da Meia Serra, onde foi também Diretor Geral

durante mais de 6 anos.

2008 • 2012

Entre maio de 2008 e fevereiro de 2012 exerceu funções de Administrador Executivo na

Valorsul, SA, período durante o qual fez ainda parte da direção da Avaler – Associação de

Entidades de Valorização Energética de RSU.

2012 • 2015

De fevereiro de 2012 a julho de 2015 foi Administrador da Empresa Geral do Fomento, SA.

Funções Atuais

2015

- Presidente do Conselho de Administração da Algar, SA, desde setembro de 2015;

- Presidente do Conselho de Administração da Resiestrela, SA, desde setembro de 2015;

- Presidente do Conselho de Administração da Valnor, SA, desde setembro de 2016, tendo sido

vogal do CA entre setembro de 2015 e agosto de 2016;

- Vogal do CA da Resinorte desde outubro de 2016, tendo sido Presidente do CA entre Abril

de 2012 e setembro de 2016;

- Desde setembro de 2015 é Vogal do CA da Resulima, SA; Suldouro, SA e Valorlis, SA;

- Desde fevereiro de 2012 que mantém as funções de Administrador não-executivo da

Valorsul, SA.

Governo societário 36

Luis Fernando Adrada Guajardo - Vogal

Nasceu em Zaragoza a 4 de Maio de 1973

Habilitações Académicas

Licenciado em Ciências Económicas, especialidade em Economia Internacional e Desenvolvimento,

pela Universidade Complutense de Madrid.

Carreira Profissional

2000 • 2006

De 2000 a 2006 desempenhou funções na área de Administração e Finanças na Urbaser, em

Espanha.

2006 • 2015

De 2006 a Julho 2015 desempenhou funções na Urbaser em Marrocos como Diretor

Administrativo e Financeiro do grupo Urbaser espanhol.

Funções Atuais

Desde Julho de 2015

Em Julho de 2015 foi nomeado vogal do conselho de administração da Empresa Geral do

Fomento, S.A. e desde Setembro de 2015 vogal do Conselho de Administração da Algar, S.A.,

da Resinorte, S.A., da Suldouro, S.A. e da Valorsul, S.A..

César Fernando Couto Oliveira - Vogal

Nascido na freguesia de Canelas – V.N. de Gaia, a 16 de Junho de 1946.

Habilitações literárias

Foi simultaneamente estudante e trabalhador, tem como habilitações literárias o Curso Geral

de Comércio.

Carreira Profissional

Cumpriu serviço militar obrigatório na Força Aérea, durante 48 meses, 27 dos quais em

comissão de serviço no norte de Moçambique.

Iniciou-se no mundo do trabalho aos 14 anos, como empregado de escritório até à entrada

na vida militar. Aos 24 anos chefiou um escritório de representações, tendo em seguida

ingressado numa grande empresa onde esteve 9 anos, começando por chefiar o sector de

exportação, ao fim de 2 anos foi promovido a chefe geral de vendas, aos 31 anos foi promovido

Governo societário 37

a diretor comercial, tendo à sua responsabilidade toda a cobertura nacional da sede delegações

e armazéns que empregava 600 trabalhadores.

Aos 33 anos iniciou-se como empresário, tendo formado uma empresa com os seus familiares

que continua em laboração desde 1979, sendo a mesma desde o ano 2000 gerida por um seu

filho. Participou como sócio em duas sociedades produtoras de artigos do lar com dimensão

nacional e internacional, tendo alienado a sua posição nos anos 90.

Profissionalmente possui vários cursos de formação, atualização e modernização, desde

organização administrativa até às mais modernas técnicas de venda, qualidade e gestão de

empresas comerciais e industriais.

Nas áreas sociais, políticas, culturais e desportivas é sócio e dirigente anterior e atual das

seguintes: Associação Cultural Amigos de Gaia, Associação de Socorros Mútuos “Os Amigos

do Próximo”, Associação de Solidariedade Humanitária de Canelas (Presidente da Assembleia

Geral), Associação Recreativa de Canelas (ex-presidente da Assembleia Geral), Associação

Recreativa de Perosinho, Atlético Clube da Rechousa, Clube Futebol Canelas Gaia (ex-presidente

da Assembleia Geral), Centro Democrático e Instrução Latino Coelho, Associação de Amizade

Portugal-Brasil (Fundador), Associação de Antigos Alunos da Escola Comercial e Ind. V.N. de

Gaia (fundador), Militante fundador do Partido Social Democrata Associação de Especialistas

da Força Aérea (Ex-presidente da Assembleia Geral), Fundação Rotária do Rotary Nacional e

Internacional (Companheiro Paul Harris), Liga dos Amigos do Hospitais de Gaia e Sto. António,

Irmão da Misericórdia de Gaia, Clube Português de Automóveis Antigos (Ex-Diretor), Clube

Português do Automóvel Clássico (fundador e presidente da Assembleia Geral), Automóvel

Clube Portugal, Confraria da Broa de Avintes (Confrade), Associação dos Amigos do Solar

Condes Resende- Confraria Queirosiana (Confrade e Presidente da Assembleia Geral), Membro

Honorário da Confraria “O doce do Velhote”.

1976

Na Área Autárquica; Candidato a Presidente de Junta de Freguesia de Canelas nas primeiras

eleições democráticas em 1976.

1976 • 1981

Membro da Assembleia de Freguesia de Canelas em 1976/77/78/79/80 e 1981.

1994 • 1997

Deputado Municipal em V.N. de Gaia nos anos 1994/95/96 e 1997.

1994 e 1996 • 1997

Presidente do Grupo Parlamentar Municipal em 1994/96/97.

Governo societário 38

2000 • 2002

Administrador Executivo do Parque Biológico de Gaia em 2000/2002.

2005

Administrador Não Executivo em representação do Município de V.N. de Gaia na Suldouro -

Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos, SA, desde 2005.

1997 • 2009

Assessor e Adjunto do Senhor Presidente da Câmara de V.N. de Gaia de 1997 até 2009.

2009 • 2013

Presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia entre 2009 e 2013.

2012

Em Junho de 2012 passou à situação de reforma.

Funções Atuais

Administrador de empresas,

Presidente da Assembleia Geral da APPACDM de Castelo de Paiva,

Presidente da Assembleia Geral da Associação do Solar Condes de Resende - Confraria

Queirosiana,

Presidente da Assembleia Geral da Associação de Especialistas da Força Aérea,

Presidente da Assembleia Geral do Clube Lusitano do Automóvel Clássico,

Secretário do Conselho Geral do Museu de Transportes do Porto,

Presidente da FCVNG - Federação das Coletividades de V. N. de Gaia,

José Fernando Moreira – Vogal

Nasceu a 24 de Agosto de 1954.

Habilitações literárias

Curso Geral dos Liceus

Carreira Profissional

1973 • 2011

Em 1973.09.10 iniciou funções na Direção Geral dos Impostos.

Exerceu funções nas Repartições de Finanças de Arouca, Faro, Vila Nova de Gaia e Santa Maria

da Feira.

Governo societário 39

Como Perito de Fiscalização Tributária exerceu ainda funções nos departamentos de

fiscalização das Direções de Finanças de Porto e Aveiro.

Ao longo da carreira frequentou diversos cursos e foi opositor a vários concursos que lhe

permitiram ascender à categoria de Inspetor Tributário nível 2.

Exerceu as funções de Chefe do Serviço de Finanças de Arouca até 31 de Agosto de 2011

data a que aposentou.

1979 • 1982

Secretário da Junta de Louredo no mandato 1979/1982;

1982 • 1985

Membro da Assembleia de Freguesia de Louredo no mandato de 1982/1985;

1989 • 2014

De Dezembro de 1989 até Agosto de 2014 exerceu o cargo de Presidente da junta de Louredo

e, por inerência, foi membro da Assembleia Municipal do concelho de Santa Maria da Feira.

Foi ainda dirigente de várias associações de âmbito cultural, recreativo e Social.

Funções Atuais

Atualmente é membro da Assembleia Municipal do concelho de Santa Maria da Feira e

Presidente da Assembleia Geral do Centro Social S. Tiago, na União de Freguesias de Lobão,

Gião, Louredo e Guisande.

Governo societário 40

Atividade operacional05

Atividade operacional

Cadeia de Valor

ATIVIDADE OPERACIONAL

ValorizaçãoRecolha Tratamento

estaçãode triagem

outrosfluxos

energia

vidro, papel, metal, plástico

resíduos urbanos

ecocentros

ecocentros cve

aterro

ecopontos

composto

tratamento mecânico e digestão anaeróbia

(cvo)

42

Atividade OperacionalA exploração do ano em análise decorreu no cômputo geral de forma favorável, dando

cumprimento aos requisitos normativos e legais, otimizando a operação no sentido da

maximização da eficiência.

Ao nível da valorização energética do biogás do aterro e da CVO verificou-se a exportação de

energia elétrica no valor de 40 307 MWh. A redução ocorrida face ao período homólogo é um

reflexo do acréscimo de desvio de matéria orgânica de aterro, com incremento da valorização

orgânica na CVO. Contribui ainda para esta redução o início de operação do Aterro do Gestal,

ainda sem valorização energética de biogás. Com efeito registou-se um decréscimo de 6,2%

face ao valor obtido em 2015. Refira-se que esta eletricidade foi produzida através dos sete

motores geradores e das duas unidades de aproveitamento do calor dos gases de escape

instaladas.

A Central de Valorização Orgânica, no ano transato, registou o quarto ano de operação em

regime industrial, e o segundo excedendo a carga nominal. Tal como em 2015 e não obstante

intervenções efetuadas nesta unidade, foi possível superar a taxa média nominal de operação

desta unidade, superando-se como tal, a meta de desvio de RUB de aterro de acordo com a

metodologia PERSU2020.

Em 2016, registou-se um aumento da produção de resíduos indiferenciados, em linha de

conta com o ano de 2015. Em relação aos resíduos recolhidos seletivamente verificou-se um

acréscimo em relação ao ano anterior.

Produção de resíduos urbanos indiferenciados

A receção de resíduos urbanos indiferenciados municipais (RU) atingiu no ano o valor de

169.415ton. Este resultado corresponde a um aumento de 0,23% em relação ao valor

orçamentado (169.020ton), significando um aumento de 1,2% face ao ano anterior.

Os dois Municípios contribuíram para as tendências verificadas, sendo que o aumento da

produção em Vila Nova de Gaia atingiu 1,1% e em Santa Maria da Feira o aumento foi de

1,6%, face ao período homólogo. A contribuição dos municípios na produção de resíduos

indiferenciados do sistema, mantem-se muito estável desde 2006, sendo em 2016 de 75,4%

para Vila Nova de Gaia e 24,6% para Santa Maria da Feira.

Redução na exportação de energia

Aumento da produção de

resíduos

169.415tao nível da receção

de resíduos

Atividade operacional 43

Na figura a seguir apresenta-se a distribuição mensal da receção de resíduos indiferenciados e

sua comparação com o período homólogo:

Receção Mensal de Resíduos Urbanos Indiferenciados

Receção de Resíduos Urbanos

Da quantidade total de RU recebidos na Suldouro, 24.425ton foram depositadas no Aterro

de Sermonde, sendo ainda depositados RU no Aterro do Gestal, num total 57.570ton.

As quantidades de resíduos enviados para tratamento na Central de Valorização Orgânica (CVO),

88.372ton, cumprem o objetivo de garantia do nível de operação da central, promovendo-se

assim o cumprimento das diretivas de redução da deposição de matéria orgânica em aterro.

Receção de resíduos equiparados a urbanos

A receção de resíduos urbanos provenientes de grandes produtores (resíduos equiparados

a urbanos - REU), mantem a tendência de redução dos anos anteriores, atingindo um valor

de 952ton. Este valor é inferior em 9,7% face ao ano anterior e 282,3% relativamente ao

orçamentado.

2015 2016

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mg

de R

U R

ecic

iona

dos

2,000

0

4,000

6,000

8,000

10,000

12,000

14,000

16,000

18,000

Atividade operacional 44

Na figura seguinte está representada a receção mensal deste tipo de resíduos e a sua

comparação com período homólogo:

Receção Mensal de Resíduos Particulares

Valorização energética do biogás

A CVE (composta por 7 grupos geradores e 2 ORC), promoveu a venda de energia num total

de 40.307MWh. Relativamente a 2015 implicou uma redução de 6,2% e face ao orçamento

numa redução de 4,5%. A energia produzida converte-se numa redução das emissões de GEE

de cerca de 15.117ton de CO2eq.

Na figura seguinte está representada a venda de eletricidade mensal e respetiva comparação

com o ano anterior:

Venda mensal de electricidade produzida a partir de biogás

2015 2016

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Mg

de R

esíd

uos

Part

icul

ares

50

0

100

150

2015 2016

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

MW

h

500

0

1,000

1,500

2,000

2,500

3,000

3,500

4,000

4,500

-4,5%face ao orçamento de

2015

Valorizaçãoenergia do

biogás

Atividade operacional 45

Tratamento dos Resíduos Urbanos

A valorização dos resíduos na Suldouro assenta em três vertentes:

I. Resíduos indiferenciados depositados em aterro (Aterro de Sermonde e Aterro do Gestal).

II. Resíduos enviados para valorização orgânica, na CVO.

III. A valorização material, pressupondo recolha seletiva, triagem e posterior envio dos

resíduos para valorização.

Na figura seguinte apresenta-se a evolução dos quantitativos dos resíduos rececionados

no sistema, face aos destinos atrás mencionados. Não se evidencia alterações significativas

face a 2015, no entanto regista-se um acréscimo na valorização orgânica e uma redução na

valorização matéria. A deposição direta em aterro regista um decréscimo face ao ano anterior.

Destino dos resíduos entrados no sistema

Recolha seletiva multimaterial e retomas

A Suldouro conta com um total de 1720 ecopontos (5524 contentores), conduzindo a um

rácio de 257 habitantes por ecoponto. Para dar resposta à recolha seletiva de embalagens

no comércio local, mantiveram-se em laboração três viaturas específicas para recolha de

embalagens em regime de porta-a-porta.

Concomitante aos crescentes esforços desenvolvidos na dinamização da recolha seletiva

dos resíduos de embalagem nos ecopontos verifica-se um acréscimo de 4,0% na quantidade

de material trifluxo recolhido, face ao ano anterior, perfazendo um total de 14.585ton.

Em termos de resultados por fluxo temos:

Vidro 1,4%

Papel/Cartão 4,8%

Plástico/Metal/ECAL 8,0%

Milh

ares

de

0.0%

40.0%

60.0%

80.0%

100.0%

20.0%

2015 2016

Valorização Material Valorização Orgânica Deposição Aterro

58.6%

32.3%

9.1%

43.7%

47.1%

9.1%

Atividade operacional 46

A contribuição dos cinco ecocentros do sistema é também de considerar, tendo recebido

um total de 4.064ton de materiais, dos quais 1.400ton são materiais recicláveis. Nestas

instalações assistiu-se, relativamente ao ano anterior, a um aumento de 39,6% nos resíduos

recebidos, verificando-se um aumento de 34,4% dos materiais enviados para reciclagem.

De referir que o Ecocentro do Gestal entrou em operação em inícios de 2017.

Nas figuras apresentadas a seguir estão indicados os valores da recolha trifluxo por material

e Concelho, comparando com os valores do ano anterior.

Recolha trifluxo em Vila Nova de Gaia

Recolha trifluxo em Vila Nova de Gaia

As retomas de materiais provenientes da recolha seletiva em 2016, foram de 14.973ton,

das quais 13.937ton foram encaminhadas através da Sociedade Ponto Verde. Face ao ano

anterior, estes quantitativos representam um aumento de 6,5%.

Central de Valorização Orgânica

A CVO configura um tratamento mecânico e biológico (TMB) por digestão anaeróbia. A mesma

opera com os RU indiferenciados, de onde, após tratamento mecânico, se obtém duas frações:

a fração orgânica, que segue para o tratamento biológico, e a outra fração que segue para

triagem para seleção dos materiais com potencial de reciclagem.

2015 2016

Vidro0

1,000

2,000

3,000

4,000

Papel/Cartão Plástico/Metal

Mg

2015 2016

Vidro0

1,000

2,000

3,000

4,000

Papel/Cartão Plástico/Metal

Mg

Receção nos Ecocentros

Assistiu-se ao

aumento de

+39,6%

Atividade operacional 47

Na figura a seguir apresenta-se a distribuição mensal da receção de resíduos indiferenciados

na CVO e sua comparação com a do ano anterior:

Receção mensal de resíduos indiferenciados na CVO

Receção de Resíduos Urbanos na CVO

A quantidade de resíduos processada permitiu o envio para reciclagem de 1.858ton de resíduos

selecionados o que representa uma redução de 48,3% face ao ano anterior. Esta redução

substancial deveu-se sobretudo à abolição dos VIC dos plásticos mistos após fevereiro pela

SPV, o que levou ao cancelamento da separação destes materiais, dado o valor de mercado

ser negativo. A par deste motivo, registou-se um decréscimo acentuado no valor de alguns

materiais no segundo semestre de 2016, tendo-se procedido a alterações do processo

operativo para recuperação de outros materiais, que embora em menores quantidades, com

valor superior de mercado.

Registou-se um aumento da produção de composto e aumento da produção de biogás

(aumento de 14,1%). O aumento da produção de biogás representou um aumento de eficiência

do processo de biodegradação da matéria orgânica. Os quantitativos obtidos foram:

Recicláveis 1.858 ton

Eletricidade 4.618 MWh

Composto retomado 974 ton.

+14,1%

Valorizaçãoenergia do

biogás

2014

Milh

ares

de

2,000

0

4,000

6,000

8,000

10,000

12,000

2015 2016

Atividade operacional 48

06 Recursos humanos

Recursos humanos

A Suldouro entende que o capital humano de uma organização é a sua principal

base de sustentabilidade, sendo a sua influência decisiva no resultado da

atividade.

O exercício de 2016 pode ser considerado como sendo um marco para a Gestão dos Recursos

Humanos da Suldouro. Foi um ano, com muitos esforços nesta área, orientados para uma

política comum de grupo.

Neste sentido destacam-se algumas ações realizadas;

> Vários encontros com os responsáveis de RH das empresas da da EGF e Mota Engil,

beneficiando de experiências e conhecimentos distintos, com objetivos comuns ;

> Integração na política de recrutamento interno do grupo;

> Desenvolvimento pelos responsáveis de RH da Mota Engil, juntamente com os da EGF,

de um modelo de funções harmonizado para a EGF;

> Atualização, no sentido de harmonização do subsídio de refeição e

> Contratação de 38 trabalhadores que se encontravam a exercer funções na Suldouro em

regime de trabalho temporário.

Caracterização de RH

Formação

No decorrer do ano de 2016, tendo em conta as efetivas necessidades da empresa e com

o objetivo de contribuir para o aumento das competências dos trabalhadores, realizaram-se

diversas ações de formação em diferentes áreas abrangendo todos os setores da empresa que

totalizaram 1770 horas de formação participadas por 106 colaboradores.

Recursos humanos

1770horas de

formação

38 trabalhadores

temporários passaram a

contrato

50

Evolução do nº total de trabalhadores

Apoio à Administração 3 4 4

Administrativo e Finanças 7 7 7

Técnico 3 3 3

Produção 67 64 103

TOTAL 80 78 117

Tal como referido, em 2016 foram integrados 38 trabalhadores que se encontravam em regime

de trabalho temporário. O total registado de nº de colaboradores em 31 de dezembro de 2016,

inclui uma contratação por substituição de uma colaboradora em licença de maternidade.

Nº Colaboradores Horas formação

20140

500

1000

1500

2000

2015 2016

2014

20

40

0

60

80

100

120

2015 2016

Recursos humanos 51

Idade

Idade

Género

Sexo Nº Colaboradores

Feminino 29

Masculino 88

Total 117

Tipo de Contrato

Situação Contratual dos Colaboradores

15%

35%

27%

17%

5%

1%

< 19 Anos

19 - 25 Anos

26 - 35 Anos

36 - 45 Anos

46 - 55 Anos

56 - 65 Anos

> 65 Anos

39%

77%

1%

Sem Termo

A Termo Certo

A Termo Incerto

Recursos humanos 52

Antiguidade

Antiguidade Nº Colaboradores

<5 50

6-15 29

16-20 38

Total 117

Habilitações

Distribuição por grau académico

Medicina do Trabalho

No ano de 2016 foram realizados 144 exames médicos, distribuídos da seguinte forma:

Admissão 41

Admissão Especiais* 3

Periódicos 60

Ocasionais 40

Total 144

12%

15%

45%

15%

12%

1%

1º ciclo

2º ciclo

3º ciclo

Ensino Secundário

Licenciatura

Mestrado

Recursos humanos 53

Outras Ações de Saúde Ocupacional:

Colheitas de sangue e urina 45

Vacinação da gripe 102

Remédio desparasitante 328

Audiometria 27

ECG 32

Segurança

Relativamente à sinistralidade laboral, verificou-se, respetivamente, uma diminuição de 14%

e de 24% no número total de acidentes de trabalho ocorridos e no nº de acidentes com baixa,

relativamente ao ano de 2015. Neste âmbito, regista-se um decréscimo em todos índices de

sinistralidade, especialmente nos que refletem o nº de acidentes com perda de dias de trabalho

e no absentismo consequente, sendo estas diminuições de 25% e de 24%, respetivamente.

Ano Nº de Acidentes

2012 29

2013 16

2014 26

2015 28

2016 24

2016 2015 2014 2013 2012Variação

16/15

Taxa de frequência Tf 1) 73,7 98,4 89,6 59,8 118,3 -25%

Taxa de gravidade Tg 2) 1621,7 2136,1 2300,9 956,0 1914,6 -24%

Taxa de Incidência Ti 3) 182 226 222 147 276 -19%

1) Nº de acidentes com baixa x 1 000 000/ Nº de horas efectivamente trabalhadas

2) Nº de dias perdidos com baixas x 1 000 000/ Nº de horas efectivamente trabalhadas

3) Nº de acidentes x 1000 / Nº de trabalhadores

-14%de acidentes

de trabalho

Recursos humanos 54

Ainda em 2016, as ações mais relevantes realizadas na área da Segurança foram:

> avaliação do ruído ocupacional

> valiação dos níveis de iluminância

> avaliação dos riscos biológicos

> avaliação geral dos riscos profissionais nos locais de trabalho

> avaliação da conformidade legal

> inspeções internas aos locais de trabalho e auditorias

> atualização do plano de segurança interno

> simulação e treino em combate a incêndio e evacuação de emergência

> consulta aos trabalhadores

> análise dos acidentes de trabalho

> medidas específicas para a minimização dos riscos e prevenção de acidentes de trabalho.

Recursos humanos 55

07Comunicação

e educação ambiental

Comunicação e educação ambiental

Marca – SuldouroO ano de 2016 foi o ano de implementação da nova marca Suldouro, sustentada

numa estratégia de grupo, que corporiza uma forma de trabalhar mais integrada.

Esta marca foi implementada nos vários suportes de comunicação da empresa

e divulgada a todos os Colaboradores, Parceiros e Públicos, com o objectivo

de renovar a imagem e permitir uma melhor identificação com os valores da

Suldouro.

Com a implementação da nova marca, a Suldouro já aplicou a mesma na frota automóvel

(camiões da recolha seletiva), no filme institucional e pedagógico, em bandeirolas e bandeira,

no estacionário da empresa e no próprio fardamento dos colaboradores.

Atividades e iniciativasUma das iniciativas de comunicação que teve um especial enfoque foi a campanha de recolha

de resíduos de embalagens nos estabelecimentos de ensino da sua área de abrangência,

o qual permitiu que a Suldouro aumentasse a quantidade de recicláveis recebidos.

Comunicação e educação ambiental

57

Percentagem de execução dos objetivos definidos

80%

Número de visitas realizadas às instalações e número de visitantes

101 Visitas com 4100 visitantes

Número de ações de sensibilização realizadas e número de participantes

25 Ações com cerca de 1700 participantes

Número de Eco Eventos realizados e número de participantes nos mesmos

2 Ecoe Eventos - Festival Meo Marés Vivas (VNG) e Viagem Medieval (SMF)

Quantidade de embalagens recolhidas que tenham sido diretamente associadas a ações de comunicação realizadas

Meo Marés Vivas - 5900 Kg

Viagem Medieval - 7760 kg

Campanha Toneladas de Ajuda - 45000 kg

IPSS - 15 500 Kg

Execução de Financiamento da SPV 55% Executado do valor aprovado

Análise de acessos ao Website Não existe análise de acessos

Análise de acessos e sucesso das redes sociais

Não existe redes sociais

Análise aos pedidos de informação e reclamações recebidas

Cumprimento do prazo de resposta (22 dias úteis) - 100%

Análise de notícias publicadasNoticias colocadas nos sites dos municípios e nos 3 jornais locais

Indicadores de Comunicação 2016

Educação e sensibilização ambientalA Suldouro desenvolveu campanhas de educação e sensibilização ambiental, apelando ao

respeito pelo meio ambiente, à adoção de comportamentos conscientes que visem a redução,

reutilização e reciclagem dos resíduos.

Assim destacamos:

> Campanha de recolha de resíduos de embalagem com fim solidário “Toneladas de Ajuda”-

A tua Escola tem Toneladas de Ajuda para dar! nos estabelecimentos de ensino na área

de abrangência da Suldouro com recurso a flyers, cartazes, entrega de sacos, e divulgação

na imprensa escrita e nos sites da Suldouro e dos municípios de Vila Nova de Gaia e Santa

Maria da Feira;

> Campanha de recolha de resíduos de embalagem nas IPSS/Bombeiros;

> Comemoração do Dia Mundial do Ambiente com atividades lúdicas e didáticas referentes

à reciclagem;

Campanhas desensibilização

Comunicação e educação ambiental 58

> Recolha de resíduos de embalagem no festival Meo Marés Vivas

> Recolha de resíduos de embalagem na Viagem Medieval- a Suldouro elaborou uma

estratégia de proximidade assente numa equipa de monitores que visitou os comerciantes

antes e durante o evento, promovendo a adesão dos mesmos a esta iniciativa. Para além da

sensibilização ambiental sobre a deposição dos resíduos de embalagem produzidos, a Suldouro

entregou aos comerciantes material informativo sobre o tema, sacos azuis para a deposição de

resíduos de papel/cartão e amarelos para a deposição de resíduos de embalagem de plástico,

metal e cartão para alimentos líquidos. A Suldouro disponibilizou também contentores de 140l

para a deposição de embalagens de vidro.

> Continuidade do projeto-piloto de Compostagem Doméstica em parceria com as Câmaras

Municipais de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia, com o objetivo de reduzir a quantidade

de resíduos orgânicos a depositar em aterro;

> Realização de diversas acções de sensibilização em escolas, lares, praias, (num total

de 1700 participantes);

> Participação em palestras e colóquios;

Com o objetivo contínuo de manter uma política de abertura ao exterior, a Suldouro abre as

portas das suas instalações, para receber visitantes. Deste modo, no decorrer do ano recebeu

4.100 visitantes.

4.100visitantes

Comunicação e educação ambiental 59

08 Desempenho financeiro

Desempenho financeiro

TarifárioA tarifa praticada em 2016 aos Resíduos Sólidos Urbanos recebidos no sistema, foi de 20,79€/

tonelada. Não obstante, em dezembro de 2016 foi aprovada pela ERSAR (entidade reguladora)

a tarifa para 2016 no valor de 19,19€/tonelada. Desta forma, a correção tarifária encontra-se

contemplada nas contas.

A tarifa praticada na deposição por particulares, de resíduos sólidos equiparados a urbanos,

manteve-se em 44,13 €/tonelada.

As tarifas praticadas nos produtos recicláveis de embalagens foram as constantes no despacho

83676-C/2015 dos Ministérios das Finanças, da Economia e do Ambiente, Ordenamento do

Território e Energia.

A tarifa praticada na venda de Energia está conforme legislação em vigor.

Rendimentos

Volume de negócios

O volume de negócios em 2016 cifrou-se em 11.294.853 Euros.

Desempenho financeiro

11.294.853€em volumede negócio

com destaque

para o aumento do

volume de negócio

da deposição de

resíduos

61

A contribuição de cada atividade para este montante é demonstrada no gráfico a seguir

apresentado.

Volume de Negócios

O valor da venda de energia salienta-se no volume de negócios com um peso de 44% face

aos 45% do ano transato, em prole do aumento do peso volume de negócios resultante

da deposição de resíduos (27% para 29%). Este aumento não se deve a um aumento

tarifário (antes pelo contrário), mas sim à alteração de critérios devido ao novo regulamento

tarifário, tal como já referido. Em 2016, aplicando o RTR deixou de haver desreconhecimento

de adiantamento de tarifas.

Volume de Negócios (€)

1.000.737€do volume de negócios

da empresa

Resultadolíquido

44%

27%

0%

29%RU por tarifa Municipal

RU Recicláveis

Deposição por Particulares

Energia

2014 2015 2016

RU por tarifa Municipal0

7,000,000

6,000,000

5,000,000

4,000,000

3,000,000

2,000,000

1,000,000

RU Recicláveis Deposição por particulares Energia

Desempenho financeiro 62

O volume de negócios apresenta um desvio negativo em relação ao ano anterior (-2,5%),

sendo a venda de produtos recicláveis e a venda de energia, as atividades responsáveis por

estes desvios, com diminuições respetivamente de 7,5% e 5,5%.

O desvio positivo verificado na deposição de resíduos indiferenciados teve como origem

a inexistência do desreconhecimento de adiantamento tarifário.

Relativamente à produção de energia, o desvio negativo deve-se, tal como referido no ponto

5 ao acréscimo do desvio de matéria orgânica do aterro, fundamental para a criação do biogás.

Quanto à venda de produtos recicláveis, originados pela recolha seletiva, apresenta-se

o seguinte gráfico:

Quantidades vendidas, triadas da recolha selectiva

A quantidade de produtos vendidos em 2016 foi 4,7% inferior à quantidade de produtos

vendidos em 2015, sendo as quantidades do plástico, papel/cartão e vidro as maiores

responsáveis, com diminuições respetivamente de 10%, 5% e 2%.

2014 2015 2016

Vidro Papel/Cartão0

7,000,000

6,000,000

5,000,000

4,000,000

3,000,000

2,000,000

1,000,000

ECAL Plásticos Aluminio Aço Madeira

Desempenho financeiro 63

No volume de negócios há ainda a referir a quantidade vendida de produtos recicláveis triados

na Central de Valorização Orgânica conforme se apresenta:

Quantidades vendidas triadas na Central de Valorização Orgânica

Também aqui, a quantidade de produtos vendidos em 2016 foi inferior à quantidade de produtos

vendidos em 2015 em 48%, sendo as quantidades do plástico misto , a maior responsável,

com uma diminuição de 85%. Esta diminuição, deve-se ao facto de a SPV em fevereiro ter

comunicado que iria deixar de pagar VI para os recicláveis de resíduos de embalagem oriundos

de recolha indiferenciada, levando a Suldouro (tal como referido na Envolvente do Setor)

a deixar de separar os plásticos mistos a partir do 1º trimestre, pois, tendo preço de mercado

negativo, o VI representaria a sustentabilidade financeira da sua triagem.

Outros rendimentos operacionais

Como rendimentos operacionais há ainda a salientar o reconhecimento anual (1.049.318€)

dos subsídios ao investimento, recebidos pelo Fundo de Coesão/QREN, apoio de manutenção

efetuado a empresas do grupo e indemnizações por sinistros/avaria de máquinas.

Rendimentos financeiros

Os rendimentos financeiros originados em 2016, no valor de 162.483 Euros, dizem respeito

a juros provenientes das aplicações financeiras.

As aplicações financeiras devem-se a excessos de liquidez temporários, devido à cessão da

dívida do Município de Vila Nova de Gaia em 2015 a uma instituição financeira no valor total

de 7.990.227 Euros.

2014 2015 2016

Vidro Papel/Cartão0

7,000,000

6,000,000

5,000,000

4,000,000

3,000,000

2,000,000

1,000,000

ECAL Plásticos Aluminio Aço Madeira

Desempenho financeiro 64

Estrutura dos rendimentos (€)

Gastos

Gastos operacionais

Os gastos operacionais atingiram o valor de 10.633.397€, sendo os Fornecimentos e Serviços

Externos, as naturezas de gasto com maior peso nesta estrutura, como se pode verificar

pelo gráfico a seguir apresentado, contrariando o histórico onde as amortizações tinham

o maior peso relativo. Este facto deve-se à mudança de critério relativamente ao calculo

das amortizações, dando cumprimento ao disposto artigo 33º no RTR, “As amortizações do

exercício são calculadas pelo método de quotas constantes, apuradas nos termos dos anexos

do Decreto Regulamentar nº 25/2009 de 14 de setembro”

Gastos Operacionais

10.633.397€-12% que o verificado

em 2015

Gastofinanceiro

2014 2015 2016

Rendimentos Operacionais0

16,000,000

14,000,000

12,000,000

10,000,000

8,000,000

6,000,000

4,000,000

2,000,000

Rendimentos Financeiros Rendimentos Totais

3%

0%

35%

23%

38%

1%

F.S.E.

Gastos com o Pessoal

Amortizações

Provisões

Perdas por imparidadee reversões

Outros GastosOperacionais

Desempenho financeiro 65

O total destes gastos foi 12% inferior ao total verificado em 2015.

Gastos Operacionais (€)

Gastos financeiros

Em 2016 encontram-se registados 586.727€ de gastos financeiros principalmente relativos

a juros e gastos de gestão, intermediação e garantias de um empréstimo de MLP contraído

ao Banco Europeu de Investimento.

Em julho de 2015 foi efetuado com o BEI (banco europeu de investimento) um aditamento

ao contrato celebrado em 2008, no âmbito de um projeto EGF, de financiamento.

A prestação de uma garantia por um “garante aceitável”(um banco ou instituição financeira

cumprindo determinadas condições), é uma das condições exigidas pelo banco.

O valor do empréstimo total contraído era de 30.000.000€, com a possibilidade de utilização

em várias tranches.

Com amortizações de capital já efetuadas, em 31/12/2016 o valor da dívida era de

14.250.000€.

2014 2015 2016

0

14,000,000

12,000,000

10,000,000

8,000,000

6,000,000

4,000,000

2,000,000

F.S.E. Gastos com o Pessoal

Amortizações Provisões Perdas por imparidadee reversões

Outros GastosOperacionais

Total

Desempenho financeiro 66

Estrutura de Gastos (€)

ResultadosA estrutura do resultado antes de impostos é vista da seguinte forma:

Resultados (€)

Verifica-se que o resultado financeiro tem um peso negativo nos resultados antes de impostos.

Com um resultado antes de impostos no valor de 1.403.761€, a Suldouro tem um imposto

no ano de 403.023€.

Com estes valores, a Suldouro atinge um resultado líquido de 1.000.737€. 1.000.737€do volume de negócios

da empresa

Resultadolíquido

2014 2015 2016

Gastos Operacionais0

14,000,000

12,000,000

10,000,000

8,000,000

6,000,000

4,000,000

2,000,000

Gastos Financeiros Custos Totais

2,000,000

1,500,000

1,000,000

500,000

0

-500,000

-1,000,000

Resultado Operacional

Resultado Financeiro

Resultado antes de Impostos

Desempenho financeiro 67

Situação patrimonial

Ativo

A decomposição do Ativo apresenta-se da seguinte forma:

Activo

A rubrica de ativos intangíveis, tal como seria de esperar, é a que tem maior peso na estrutura

do Ativo, sendo no entanto 19,2% inferior quando comparado com 2015. Esta diminuição

deve-se à seleção rigorosa contemplada no RTR relativamente aos ativos (BAR).

Tal como referido no ponto 5 no relatório anexo às demonstrações financeiras, os ativos que

até 1 de janeiro de 2016 integravam a rubrica de Ativos intangíveis, mas que decorrente da

sua natureza, encontravam-se fora do âmbito da atividade concessionada ou cujo período de

vida útil se tenha esgotado, foram desreconhecidos com referência àquela data. Paralelamente,

os subsídios ao investimento associados a estes ativos tiveram o mesmo efeito contabilístico

dos respetivos ativos. Este desreconhecimento foi efetuado por contrapartida do registo de

um passivo regulatório, conforme definido pela entidade reguladora.

Seguidamente temos as disponibilidades, representando 25% do ativo. Assiste-se a um

aumento de 57% em relação ao ano anterior, sendo principalmente responsável por isso

a diminuição em 22% do ativo total.

Apesar do valor das dívidas de terceiros ter diminuído em relação ao ano anterior em 48%,

devido à regularização da dívida relativas ao Município de Vila Nova de Gaia através de

uma cessão de créditos efetuada a uma instituição financeira em 2015, o peso das dívidas

25%

11%52%

1%

Activos intangíveis

Impostos diferidos

Dividas de terceiros/inventários

Disponibilidades

Outros valores activos

Desempenho financeiro 68

de terceiros/Inventários aumentou 8% de 11%. Efeito mais uma vez devido à diminuição total

do ativo em relação ao ano anterior.

Investimento de 2016

O valor do investimento em 2016 totalizou 798.543€.

De uma forma sintética os investimentos com maior relevância foram:

> Instalação de motores e sistema de captação de biogás de Gestal (em curso);

> Beneficiações do TMB (em curso);

> Armazém de valorizáveis;

> Contentores para recolha selectiva porta-a-porta;

> Contentores de ecopontos;

> Manutenções programadas dos grupos geradores de energia.

Com este investimento, e com as alterações preconizadas pelo RTR, a Suldouro atinge

em 31.12.2016 um Ativo Intangível – Direito de Utilização de Infraestruturas - no valor global

de 22.420.655 €, o qual já se encontra deduzido de 87.677.473€ respeitante a amortizações.

O investimento acumulado está repartido nas diversas atividades da Empresa conforme

se demonstra no gráfico.

Activos por actividade

Financiamento do ativoNão podemos deixar de referir que os subsídios ao investimento, oriundos do Fundo de Coesão

e do QREN são responsáveis por 13% do financiamento de todo o ativo.

7%20%

54%

4%8%

5%

2%

0%

Etar

Tratamento Biológico

Deposição

Ecocentros

Triagem

Transportes

Estrutura

Tratamento mecânico

Desempenho financeiro 69

Como já foi referido, o ativo diminuiu, mantendo o peso no financiamento do mesmo (59%),

as dívidas a terceiros (não pela manutenção no valor absoluto), contemplando, os 14.250.000€

relativos ao empréstimo de médio e longo prazo contraído junto do BEI. Anualmente são

amortizados 3.166.667€.

Financiamento do Ativo

Remuneração de capitaisEm 2016 foram distribuídos 1.200.936€ aos acionistas, sendo 465 800€ por distribuição

de parte das reservas.

A remuneração correspondente ao ano de 2016 é conforme a proposta no ponto 12 deste relatório.

Prazos médios de recebimentos e pagamentosA evolução do prazo médio de recebimentos (PMR) dos clientes e a evolução do prazo médio

de pagamentos (PMP) a fornecedores, é conforme se apresenta:

2013 2014 2015 2016

PMR (dias) 115,29 80,00 77,31 53,11

PMP (dias) 31,34 35,00 45,13 69,80

59%

10%

31%Capital da empresa

Subsídios ainvestimentos

Por dívidas aterceiros

Desempenho financeiro 70

PMR (dias)

PMP (dias)

201420130

140.00

120.00

100.00

80.00

60.00

40.00

20.00

2015 2016

0

80.00

60.00

40.00

20.00

20142013 2015 2016

Desempenho financeiro 71

Perspetivas para 201709

Perspetivas para 2017

Em 2017 a Suldouro vai, mais uma vez, e no que respeita à gestão dos resíduos urbanos,

procurar dar continuidade à prossecução dos objetivos estratégicos, em consonância com as

orientações transmitidas através dos planos nacionais para o sector e consubstanciados no

PAPERSU aprovado pela Agencia Portuguesa do Ambiente, com as condicionantes impostas

pela ERSAR na decisão de aprovação das Contas Reguladas Previsionais (CRP). A corporização

destes objetivos passa essencialmente por:

> Elaborar os vários Projetos de Execução das intervenções previstas no PAPERSU e nas CRP;

> Cumprir com os Planos de Racionalização dos Consumos de Energia apresentados à ADENE;

> Concluir a empreitada tendente à segregação granulométrica da fração orgânica dos

resíduos da CVO, através da montagem de equipamento de crivagem, sistema de pesagem

de quantidades de resíduos a serem transportadas e sistemas de bypass;

> Iniciar as obras de beneficiação da linha de planos e do tratamento biológico da CVO;

> Iniciar a conversão de áreas cobertas por recolha selectiva em Ecopontos por recolha

selectiva Porta-a-Porta baseado nos resultados de projecto piloto de recolha porta-a-porta em

duas zonas rurais e duas zonas urbanas dos municípios de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia;

> Iniciar as intervenções necessárias ao aumento da capacidade da estação de triagem,

de forma a processar os maiores quantitativos previstos no futuro;

> Realizar a transferência faseada de motogeradores de Sermonde para o Gestal, iniciando

o aproveitamento de biogás no novo aterro;

> Realizar, de forma integrada com o conjunto de empresas do grupo EGF, campanhas

de comunicação e sensibilização para a separação seletiva e reciclagem multimaterial;

Perspetivas para 2017

73

> Desviar de aterro parte dos resíduos orgânicos/biodegradáveis, a serem tratados

na Central de Valorização Orgânica (CVO), por digestão anaeróbia com separação mecânica,

promovendo o aproveitamento de resíduos recicláveis;

> Criar condições para a valorização da fração “resto” resultante da separação mecânica

da CVO, que não sejam passíveis de valorização por reciclagem, nomeadamente através do seu

encaminhamento para CDR;

> Reforçar os meios de recolha seletiva multimaterial através da promoção da otimização

dos circuitos, com recurso a software específico e ao aumento da densidade de ecopontos.

Perspetivas para 2017 74

Fatos relevantes após o termo

do exercício10

Fatos relevantes após o termo do exercício

Como relevante assinalamos, como já referido, a consulta publica colocada pela ERSAR no

seu site em 4 de janeiro, do segundo documento complementar com o modelo de reporte das

contas reguladas reais, com o objetivo, de acordo com a ERSAR, de “obtenção de informação,

para determinação dos proveitos permitidos dos anos intermédios e último ano do período

regulatório e ainda para a reconciliação das contas reguladas com as contas estatutárias”.

Fatos relevantes após o termo do exercício

76

Considerações finais11

Considerações finais

A Suldouro consciente da importância do seu contributo para o desenvolvimento da região

em que se insere e da qualidade de vida dos seus habitantes, continuará a envidar todos os

esforços nesse sentido, contando com o apoio dos seus stakeholders a quem muito agradece,

pedindo a bondade de poder distinguir:

> O Ministério do Ambiente do Ordenamento do Território e Energia, a Comissão de

Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, a Agência Portuguesa do Ambiente e a

Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, pela colaboração prestada.

> Os Acionistas pelo apoio e confiança no desempenho da atividade do Conselho.

> O ROC pela colaboração e disponibilidade demonstradas.

> Todos os colaboradores e quadros da empresa, pela dedicação e empenho sempre

demonstrados.

Considerações finais

78

Proposta de aplicação

de resultados12

Proposta de aplicação de resultados

O Conselho de Administração propõe a seguinte distribuição de resultados:

a) que o Resultado Liquido do Exercício de 2016, no valor de 1.000.737,23€, tenha

a seguinte aplicação:

RL = Reserva Legal = 17.566,11€;

DD = Distribuição de Dividendos = 750.553€;

RT = Reservas livres= 232.618,11€

b) distribuição de dividendos extraordinários, através de outras Reservas, num montante

de 2.000.000,00€

Proposta de aplicação de resultados

80

Anexo ao relatório13

Anexo ao relatório

Lista a que se refere o n.º 5 do Art.º 447.º do Código das Sociedades ComerciaisNada a referir.

Lista a que se refere o n.º 4 do Art.º 448.º do Código das Sociedades ComerciaisAcionistas:

% Valor N.º Ações

Empresa Geral do Fomento, S.A. 60% 2.040.000 408.000

Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia 25% 850.000 170.000

Câmara Municipal de Santa Maria da Feira 15% 510.000 102.000

Vila Nova de Gaia, 1 de março de 2017

O Conselho de Administração

Luis Miguel Pires Eurico Lisboa

Tomás Joaquim de Oliveira Serra

Anexo ao relatório

82

Luis Fernando Adrada Guajardo

César Fernando Couto Oliveira

José Fernando Moreira

Anexo ao relatório 83

ContasIndividuais14

Contas Individuais

Ativo Notas 2016 2015Ativo não correnteAtivos fixos tangíveis - -

Ativos intangíveis 6 22.420.655 30.428.741

Outros investimentos financeiros 2.955 177

Clientes 8 - -

Créditos a receber 9 - 2.077.305

Ativos por impostos diferidos 11 4.576.623 4.929.633

Total do ativo não corrente 27.000.232 37.435.856

Ativo correnteInventários 7 54.297 109.174

Clientes 8 2.009.326 2.214.135

Estado e outros entes públicos 12 33.817 1.328.305

Outros créditos a receber 8 2.640.299 3.535.160

Diferimentos 10 97.541 102.027

Caixa e depósitos bancários 4 10.862.029 9.845.425

Total do ativo corrente 15.697.309 17.134.226

Total do ativo 42.697.542 54.570.082

Capital próprio e passivoCapital próprioCapital subscrito 13 3.400.000 3.400.000

Reserva legal 13 662.434 616.488

Outras reservas 13 8.368.522 8.696.484

Outras variações no capital próprio 13 4.059.309 4.749.553

Resultado líquido do exercício 1.000.737 918.920

Total do capital próprio 17.491.002 18.381.445

PassivoPassivo não corrente

Provisões 14 - 70.367

Financiamentos obtidos 16 11.021.907 14.385.702

Passivos por impostos diferidos 11 2.967.888 3.083.073

Subsídios ao investimento 15 1.914.416

Outras dívidas a pagar 19 1.655.450 4.805.594

Total do passivo não corrente 15.645.244,26 24.259.152

Passivo corrente

Fornecedores 18 1.374.385 2.181.774

Estado e outros entes publicos 12 1.061.564 445.319

Financiamentos obtidos 16 5.829.811 8.536.908

Outras dívidas a pagar 19 781.151 765.484

Diferimentos 10 514.384 -

Total do passivo corrente 9.561.295 11.929.485

Total do passivo 25.206.539 36.188.637

Total do capital próprio e do passivo 42.697.542 54.570.082

Balanços em 31de Dezembro de 2016 e 2015

(Montantes expressos em Euros)

ContasIndividuais

85

Rendimentos e gastos Notas 2016 2015

Vendas e serviços prestados 21 11.294.853 11.580.719

Variação nos inventários da produção 7 (54.876) 16.031

Fornecimentos e serviços externos 22 (4.084.685) (4.163.422)

Gastos com o pessoal 23 (2.400.493) (1.927.750)

Imparidade de dívidas a receber 8 (265.165) 153

Provisões 14 70.367 (70.367)

Outros rendimentos 24 101.742 474.747

Outros gastos 25 (150.760) (483.075)

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos

4.510.983 5.427.036

Gastos de depreciação e de amortização

6 e 26 (3.732.296) (5.401.965)

Subsídio ao investimento 15 1.049.318 1.439.570

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)

1.828.005 1.464.641

Juros e rendimentos similares obtidos 27 162.483 188.787

Juros e gastos similares suportados 27 (586.727) (453.566)

Resultado antes de impostos 1.403.761 1.199.862

Impostos sobre o rendimento do exercício

11 (403.023) (280.942)

Resultado líquido do exercício 1.000.737 918.920

Resultado por ação 29 1,47 1,35

Demonstrações dos resultados por naturezas dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 2015

(Montantes expressos em Euros)

Contas Individuais 86

Descrição NotasCapital

realizadoReserva

legalOutras

reservasOutras variações no capital próprio

Resultado líquido do período

Total do capitalpróprio

Saldo em 1 de janeiro de 2015 13 3.400.000 507.864 6.758.454 5.599.488 2.172.487 18.438.293,07

Aplicação do resultado líquido do exercício findo em 31 de dezembro de 2014 13 - 108.624 1.938.030 - (2.172.487) (125.833)

Resultado líquido do exercício findo em 31 de dezembro de 2015 - - - - 918.920 918.920

Subsídios ao investimento reconhecidos no exercício 13 - - - (1.096.690) - (1.096.690)

Impostos diferidos relativos a subsídios ao investimento 11 - - - 246.755 - 246.755

Saldo em 31 de dezembro de 2015 3.400.000 616.488 8.696.484 4.749.553 918.920 18.381.445

Aplicação do resultado líquido do exercício findo em 31 de dezembro de 2015 13 - 45.946 137.838 - (918.920) (735.136)

Resultado líquido do exercício findo em 31 de dezembro de 2016 - - - - 1.000.737 1.000.737

Reclassificação de subsídios anteriormente classificados como reembolsáveis 13 - - - (34.444) - (34.444)

Subsídios ao investimento obtidos no exercício 13 - - - 193.125 - 193.125

Subsídios ao investimento reconhecidos no exercício 13 - - - (1.049.318) - (1.049.318)

Impostos diferidos relativos a subsídios ao investimento 11 - - - 200.393 - 200.393

Outros movimentos 13 - - (465.800) - - (465.800)

Saldo em 31 de dezembro de 2016 3.400.000 662.434 8.368.522 4.059.309 1.000.737 17.491.002

Demonstrações das alterações no capital próprio dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 2015

(Montantes expressos em Euros)

Contas Individuais 87

Notas 2016 2015

Fluxos de caixa das atividades operacionais

Recebimentos de clientes 14.265.059 22.516.770

Pagamentos a fornecedores (6.165.036) (5.045.816)

Pagamentos ao pessoal (1.662.927) (1.356.052)

Fluxos de caixa gerado pelas operações 6.437.095 16.114.902

Recebimento / Pagamento do imposto sobre o rendimento

1.361.120 (1.695.064)

Outros recebimentos/(pagamentos) (1.616.903) (2.114.954)

Fluxos de caixa das atividades operacionais (1) 6.181.312 12.304.884

Fluxos de caixa das atividades de investimento

Pagamentos respeitantes a:

Ativos intangíveis (1.145.780) (5.883.200)

Recebimentos provenientes de:

Ativos intangíveis 69.927 21.661

Subsídios ao investimento 321.794 1.194.336

Juros e rendimentos similares 119.153 139.556

510.873 1.355.553

Fluxos de caixa das atividades de investimento (2) (634.907) (4.527.647)

Fluxos de caixa das atividades de financiamento

Recebimentos provenientes de:

Financiamentos obtidos - -

Pagamentos respeitantes a:

Financiamentos obtidos (3.166.667) (3.166.667)

Juros e gastos similares (162.199) (305.622)

Dividendos (1.200.936) (125.833)

(4.529.801) (3.598.122)

Fluxos de caixa das atividades de financiamento (3) (4.529.801) (3.598.122)

Variação de caixa e seus equivalentes (4) = (1) + (2) + (3)

1.016.604 4.179.115

Reclassificação do fundo de reconstituição de capital

- 2.313.774

Restituição / Constituição de depósitos bancários cativos

116.173 (1.719.748)

Caixa e seus equivalentes no início do exercício 4 8.125.677 3.352.536

Caixa e seus equivalentes no fim do exercício 4 9.258.454 8.125.677

Demonstrações dos fluxos de caixa dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 2015

(Montantes expressos em Euros)

Contas Individuais 88

Nota Introdutória

A Suldouro – Valorizações e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos, S.A. (“Suldouro”,

“Concessionária” ou “Empresa”) é uma sociedade anónima, constituída em 3 de julho de 1996,

com sede social em Sermonde – Vila Nova de Gaia e tem como objetivo social exclusivo, em

regime de concessão de serviço público, a exploração e a gestão do sistema multimunicipal de

triagem, recolha seletiva de resíduos urbanos, valorização e tratamento de resíduos sólidos

urbanos do Sul de Douro, integrando como utilizadores originários os municípios de Vila Nova

de Gaia e Santa Maria da Feira.

Nos termos do Decreto-Lei n.º 45/2014, de 20 de março, o Governo privatizou a Empresa Geral

do Fomento, S.A. (“EGF”), que anteriormente permanecia como uma sub-holding da Empresa

Águas de Portugal para o setor dos resíduos. A alienação do capital social da EGF à Suma

Tratamento, S.A. (“Suma Tratamento”, empresa detida maioritariamente pelo Grupo Mota-Engil),

teve como consequência a alteração do enquadramento jurídico das entidades gestoras dos

sistemas multimunicipais de tratamento de resíduos, nas quais se inclui a Empresa, na qual

a EGF é acionista maioritária. Neste quadro, o Governo reviu o regime jurídico aplicável à atuação

das entidades gestoras de sistemas multimunicipais de tratamento e de recolha seletiva

de resíduos urbanos.

Desta forma, através do Decreto-Lei 96/2014, de 25 de junho, foram aprovadas as bases da

concessão da exploração e gestão, em regime de serviço público, dos sistemas multimunicipais

de tratamento e de recolha seletiva de resíduos urbanos, atribuída a entidades de capitais

exclusiva ou maioritariamente privados. Foi também aprovado através deste decreto o regime

regulatório transitório a vigorar em 2015, bem como um novo Regime Remuneratório a vigorar

a partir de 1 de janeiro de 2016. Adicionalmente, decorrente destas alterações, o contrato

de concessão foi objeto de reconfiguração, com vista à adaptação do seu conteúdo às novas

bases da concessão, tendo o período da respetiva concessão sido alargado até 2034. Assim

são de destacar:

> Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2015, vigorou um regime regulatório

e remuneratório transitório. A tarifa aplicada pela concessionada, foi a aprovada pela Entidade

Contas Individuais 89

Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (“ERSAR” ou “Regulador”), sendo que, de modo

a privilegiar a estabilidade tarifária, o Regulador aprovou uma tarifa média, entre a apurada

pelas regras existentes no regime anterior, até à data da produção de efeitos do Decreto-Lei

96/2014, e a que resultaria das tarifas em vigor em 2014, atualizada de acordo com o índice

de preços, após a data de produção de efeitos do Decreto-Lei 96/2014.

> Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2016, a Empresa passou a registar

o rendimento associado à atividade concessionada tendo em consideração o novo modelo

remuneratório, o qual estabelece novas regras para a definição dos proveitos permitidos,

assentando numa lógica de “Revenue Cap”, permitindo à concessionária recuperar os custos

de exploração e obter uma determinada remuneração sobre os ativos que integram a Base

de Ativos Regulados (“BAR”). Em virtude de a ERSAR apenas ter deliberado em dezembro de

2016 o valor relativo aos proveitos permitidos e respetiva tarifa a aplicar em 2016, a Empresa

faturou os serviços prestados tendo em consideração a tarifa de 2015, tendo diferido o

diferencial, o qual será regularizado em 2017.

> Decorrente das alterações supra referidas, a partir de 1 de janeiro de 2016, os ativos

intangíveis afetos à BAR foram redefinidos, sendo que os identificados como pertencentes à

BAR, entenda-se por infraestrutura das concessões, passaram a ser amortizados pela sua vida

útil estimada, e aprovada pelo Regulador, em detrimento do período do contrato de concessão.

No fim da concessão, os existentes, irão reverter para o concedente pelo seu valor líquido

contabilístico;

> Conforme vinculado no atual modelo remuneratório, durante o exercício findo em 31 de

dezembro de 2016 e tendo como referência as demonstrações financeiras de 31 de dezembro

de 2015, a Empresa aferiu quanto à existência de um “saldo regulatório”, conforme definido no

nº 11 do Decreto de Lei 96/2014, novas bases das concessões, sendo este determinado tendo

por referência os montantes dos acréscimos de gastos referente a amortizações acumuladas de

investimento contratual por realizar (considerados no contexto do anterior quadro regulatório),

deduzido do montante de imposto diferido que lhe está associado e do valor contabilístico

líquido de amortização e subsídios do conjunto de bens e ativos que não integram a base

de ativos regulados relevante para efeito de apuramento dos proveitos permitidos. Aquela

responsabilidade, “Passivo Regulatório”, foi registada no passivo e subsequentemente,

quando seja estimada uma variação anual de tarifas superior a 2% aos proveitos anualmente

permitidos à Empresa, o excedente àquele valor pode ser deduzido ao Passivo Regulatório.

No final da concessão, caso ainda exista Passivo Regulatório, o correspondente montante será

deduzido ao valor residual da BAR a que a Concessionária terá direito.

Contas Individuais 90

> Em 18 de agosto de 2016, a ERSAR emitiu o Regulamento n.º 817/2016 que aprovou

o Documento Complementar ao Novo Regulamento Tarifário (“Documento Complementar”) e

republicou o artigo 95º-A do Regulamento Tarifário, que vieram clarificar e esclarecer determinados

conceitos. Contudo, à data da preparação destas demonstrações financeiras encontra-se

em aprovação pelo regulador, um projeto de alterações do “Documento Complementar ao

Regulamento Tarifário”, o qual poderá contribuir para a definição de determinados ajustamentos

a efetuar aos proveitos permitidos e às tarifas já aprovadas pelo regulador, podendo os mesmos

materializarem-se na determinação de um desvio de tarifário. Tendo por base a informação

disponível a esta data, o Conselho de Administração da Empresa entendeu que não existiam

informações suficientes para a determinação de uma estimativa fiável quanto ao eventual

diferencial tarifário a apurar, pelo que não foi efetuado qualquer ajustamento ao rédito

reconhecido decorrente da aplicação das tarifas aprovadas pelo regulador.

> Decorrente das alterações regulatórias anteriormente referidas, a partir de 1 de

janeiro de 2016, passou a vigorar um novo regulamento tarifário, o qual alterou a forma de

remuneração da concessão e consequentemente a forma como os ativos geram benefícios.

Estas alterações determinaram a alteração de um conjunto de critérios de mensuração de

determinados ativos e passivos, com o consequente impacto nos resultados reconhecidos

no exercício findo em 31 de dezembro de 2016. Consequentemente, as demonstrações

financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2016, não são diretamente comparáveis

com as apresentadas em 31 de dezembro de 2015 (Nota 5).

As demonstrações financeiras anexas são apresentadas em Euros, dado que esta é a moeda

utilizada preferencialmente no ambiente económico em que a Empresa opera.

É entendimento do Conselho de Administração que estas demonstrações financeiras refletem

de forma verdadeira e apropriada as operações da Empresa, bem como a sua posição e

desempenhos financeiros e fluxos de caixa.

Contas Individuais 91

Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras

Referencial contabilísticoAs demonstrações financeiras anexas foram preparadas no quadro das disposições em vigor

em Portugal, em conformidade com o Decreto-Lei nº 98/2015 de 2 de junho, que alterou o

Decreto-Lei nº 158/2009 de 13 de julho, e de acordo com a estrutura concetual, as Normas

Contabilísticas e de Relato Financeiro (“NCRF”) e as Normas Interpretativas (“NI”) consignadas,

respetivamente, nos avisos 8254/2015, 8256/2015 e 8258/2015, de 29 de julho de 2015,

as quais no seu conjunto constituem o Sistema de Normalização Contabilística (“SNC”).

Acresce referir que o modelo das demonstrações financeiras e o quadro de contas também

foram alterados, respetivamente, pela Portaria nº 220/2015 de 24 de julho de 2015 e

Declaração de Retificação nº 41-B/2015 de 21 de setembro de 2015 e pela da Portaria

nº 218/2015 de 23 de julho de 2015 e Declaração de Retificação nº 41-A/2015 de 21 de

setembro de 2015.

De ora em diante, o conjunto daquelas normas e interpretações serão designadas genericamente

por “NCRF” ou “SNC”. Estas alterações entraram em vigor em 1 de janeiro de 2016, sendo

de aplicação obrigatória para exercícios iniciados em ou após aquela data. As alterações

decorrentes da republicação do SNC não acarretaram alterações significativas nas políticas

contabilísticas da Empresa, face às apresentadas no exercício findo em 31 de dezembro de

2015, tendo incidido, essencialmente, na alteração da terminologia de determinadas rubricas

das demonstrações financeiras.

O SNC estabelece que, sempre que as NCRF não deem resposta às necessidades dos

utilizadores em termos de tratamento contabilístico de determinadas situações, estes deverão

supletivamente recorrer, em primeiro lugar, às Normas Internacionais de Relato Financeiro,

Contas Individuais 92

tal como adotadas pela União Europeia (“IFRS”), de seguida, às outras IFRS ainda não adotadas

pela União Europeia.

Neste contexto, é entendido como aplicável ao caso das concessões de serviço público

em geral, e ao caso da Empresa em particular, a interpretação efetuada pelo International

Accounting Standards Board (“IASB”) relativamente a esta temática e vertida na IFRIC 12 -

Acordos de Concessão de Serviços (“IFRIC 12”).

As principais políticas contabilísticas adotadas na preparação das demonstrações financeiras

anexas são as seguintes:

Principais políticas contabilísticas

Bases de apresentaçãoAs demonstrações financeiras anexas foram preparadas no pressuposto da continuidade

das operações, a partir dos livros e registos contabilísticos da Empresa, mantidos de acordo com

as NCRF em vigor à data da elaboração das demonstrações financeiras.

O Conselho de Administração procedeu à avaliação da capacidade da Empresa operar em

continuidade, tendo por base toda a informação relevante, factos e circunstâncias, de natureza

financeira, comercial ou outra, incluindo acontecimentos subsequentes à data de referência

das demonstrações financeiras, disponível sobre o futuro. Em resultado da avaliação efetuada,

o Conselho de Administração concluiu que a Empresa dispõe de recursos adequados para

manter as atividades, não havendo intenção de cessar as atividades no curto prazo, pelo que

considerou adequado o uso do pressuposto da continuidade das operações na preparação das

demonstrações financeiras.

Contas Individuais 93

Ativos intangíveis

Ativos da concessão – IFRIC 12 – Acordos de concessão de serviços

Os ativos adquiridos/construídos pela Empresa, ao abrigo do contrato de concessão, são ativos

afetos à concessão, correspondendo à respetiva infraestrutura concessionada.

A IFRIC 12 aplica-se a contratos de concessão de serviço público nos quais o concedente

controla (regula):

> os serviços a serem prestados pela Concessionária (mediante a utilização da infraestrutura),

a quem e a que preço; e

> quaisquer interesses residuais sobre a infraestrutura no final do contrato.

A IFRIC 12 aplica-se a infraestruturas:

> construídas ou adquiridas pelo operador a terceiros;

> já existentes e às quais é dado acesso ao operador.

Desta forma, e atendendo ao acima descrito, a concessão da Empresa encontra-se abrangida

no âmbito desta IFRIC pelas seguintes razões:

> a Empresa possui um contrato de concessão de serviço público celebrado com o Estado

Português (“Concedente”) e por um período pré-definido;

> a Empresa efetua a prestação de serviços públicos mediante a utilização de infraestruturas,

conforme definido em detalhe nas Notas 6 e 31;

> o concedente controla os serviços prestados e as condições em que são prestados,

através do regulador ERSAR;

> os diversos ativos utilizados para a prestação dos serviços revertem para o concedente

no final do contrato de concessão.

Contas Individuais 94

Esta interpretação estabelece os princípios genéricos de reconhecimento e mensuração de

direitos e obrigações ao abrigo de contratos de concessão com as características mencionadas

anteriormente.

Deste modo e atendendo aos termos do contrato de concessão, nomeadamente no que se

refere ao modelo remuneratório, foi entendido que as operações da Empresa são enquadráveis

no modelo do ativo intangível (quando a Empresa recebe do concedente o direito de cobrar

uma tarifa em função da utilização da infraestrutura), em virtude, essencialmente, da Empresa

assumir o risco de existirem alterações no modelo remuneratório (tarifário), dado que é imposto

pelo regulador, a ERSAR, assumindo simultaneamente os riscos operacionais, os riscos de

investimento e de financiamento da concessão.

Atendendo ao enquadramento acima descrito, os ativos afetos à concessão (ativos intangíveis)

encontram-se valorizados ao custo de aquisição ou de produção, deduzidos de amortizações e

perdas por imparidade acumuladas. As amortizações são reconhecidas numa base sistemática/

linear durante a vida útil estimada dos ativos intangíveis. O efeito de alguma alteração a estas

estimativas é reconhecido prospectivamente na demonstração dos resultados.

Para fins de amortização dos ativos afetos à concessão, foi tido em consideração o método

que reflete o modelo pelo qual se espera que os benefícios económicos futuros dos ativos

sejam consumidos pela Empresa. Atenta à tipologia do modelo remuneratório em vigor até 31

de dezembro de 2015, os ativos foram amortizados durante o período de concessão, sendo

que a partir de 1 de janeiro de 2016 passaram a ser amortizados pelo período correspondente

à vida útil dos ativos associados aos direitos adquiridos/construídos (“infraestrutura”), por ser

esta a base do seu rendimento anual. Deste modo, os ativos concessionados são amortizados

em conformidade com o modelo remuneratório subjacente ao regulamento tarifário, o qual

estabelece que, a partir de 1 de janeiro de 2016, os ativos deverão ser amortizados de acordo

com a vida útil da respetiva infraestrutura, e devidamente aprovada pelo Regulador.

Importa ainda referir que, o direito atribuído no âmbito do contrato de concessão consiste na

possibilidade da Empresa cobrar tarifas em função dos custos incorridos com as infraestruturas.

Assim, tendo em consideração a metodologia de apuramento de tarifas, a base de remuneração é

apurada atendendo a cada item de ativo concessionado em específico, o que pressupõe a necessidade

de componentização do direito. Consequentemente, considera-se que o direito é componentizável

por partes distintas à medida que se vão concretizando as diversas bases de remuneração.

Desta forma, o ativo intangível vai sendo aumentado à medida que se vão concretizando as

diversas infraestruturas afetas à concessão, sendo registado com base no seu custo de aquisição/

construção e diminuído à medida que se vão consumindo os benefícios económicos futuros.

Contas Individuais 95

LocaçõesAs locações são classificadas como financeiras sempre que os seus termos transferem

substancialmente todos os riscos e recompensas associados à propriedade do bem para o

locatário. As restantes locações são classificadas como operacionais. A classificação das

locações é feita em função da substância e não da forma do contrato.

Os ativos adquiridos mediante contratos de locação financeira, bem como as correspondentes

responsabilidades, são registados no início da locação pelo menor de entre o justo valor dos

ativos e o valor presente dos pagamentos mínimos da locação. As locações financeiras são

repartidas entre encargos financeiros e redução da responsabilidade, por forma a ser obtida

uma taxa de juro constante sobre o saldo pendente da responsabilidade.

As locações operacionais são reconhecidas como gasto numa base linear durante o período

da locação.

Subsídios

Subsídios ao investimento

Os subsídios do Governo apenas são reconhecidos, quando existe uma certeza razoável de que

a Empresa irá cumprir com as condições exigidas para a sua atribuição.

Os subsídios de Governo não reembolsáveis, relacionados com a aquisição de ativos intangíveis,

são reconhecidos inicialmente no capital próprio, juntamente com os respetivos passivos por

impostos diferidos, numa base sistemática como rendimento do exercício, de forma consistente

e proporcional com as amortizações dos ativos a cuja aquisição se destinam.

Os subsídios do Governo reembolsáveis são registados no passivo e são reconhecidos numa

base sistemática como rendimento do exercício, de forma contínua e proporcional com as

amortizações dos ativos cuja aquisição se destinam.

Subsídios à Exploração

Os subsídios à exploração, nomeadamente para formação de colaboradores, são reconhecidos

na demonstração dos resultados de acordo com os gastos incorridos.

Contas Individuais 96

Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes

Provisões

São reconhecidas provisões apenas quando a Empresa tem uma obrigação presente (legal ou

implícita) resultante de um acontecimento passado, é provável que para a liquidação dessa

obrigação ocorra uma saída de recursos e o montante da obrigação possa ser razoavelmente

estimado.

O montante reconhecido das provisões consiste no valor presente da melhor estimativa na

data de relato dos recursos necessários para liquidar a obrigação. Tal estimativa é determinada

tendo em consideração os riscos e incertezas associados à obrigação.

As provisões são revistas na data de relato e são ajustadas de modo a refletirem a melhor

estimativa a essa data.

Passivos contingentes

Os passivos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras, sendo

divulgados sempre que a possibilidade de existir uma saída de recursos englobando benefícios

económicos não seja remota, nem provável.

Ativos contingentes

Os ativos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras, sendo

divulgados quando for provável a existência de um influxo económico futuro de recursos.

Ativos e passivos financeirosOs ativos e os passivos financeiros são reconhecidos no balanço quando a Empresa se torna

parte das correspondentes disposições contratuais.

Os ativos financeiros e os passivos financeiros são mensurados ao custo ou ao custo

amortizado deduzido de eventuais perdas de imparidade acumuladas (no caso de ativos

financeiros), quando:

> Sejam à vista ou tenham uma maturidade definida;

> Tenham associado um retorno fixo ou determinável; e

> Não sejam ou não incorporem um instrumento financeiro derivado.

O custo amortizado corresponde ao valor pelo qual um ativo financeiro ou um passivo financeiro

é mensurado no reconhecimento inicial, menos os reembolsos de capital, mais ou menos a

amortização cumulativa, usando o método da taxa de juro efetiva, de qualquer diferença entre

Contas Individuais 97

esse montante na maturidade. A taxa de juro efetiva é a taxa que desconta exatamente os

pagamentos ou recebimentos futuros estimados no valor líquido contabilístico do ativo ou

passivo financeiro.

Os ativos e passivos financeiros ao custo ou ao custo amortizado incluem:

> Clientes;

> Créditos a receber;

> Outros ativos/passivos financeiros;

> Fornecedores;

> Outras dívidas a pagar;

> Financiamentos obtidos.

Caixa e equivalentes de caixa

A rubrica de caixa e seus equivalentes inclui numerário e depósitos bancários com vencimento

inferior a três meses que possam ser imediatamente mobilizáveis ou com risco insignificante

de alteração de valor.

Imparidade de ativos financeiros

Os ativos financeiros são sujeitos a testes de imparidade em cada data de relato. Tais ativos

financeiros encontram-se em imparidade quando existe uma evidência objetiva de que, em

resultado de um ou mais acontecimentos ocorridos após o seu reconhecimento inicial, os seus

fluxos de caixa futuros estimados são afetados negativamente.

Para os ativos financeiros mensurados ao custo amortizado, a perda por imparidade a

reconhecer corresponde à diferença entre o valor líquido contabilístico do ativo e o valor

presente dos novos fluxos de caixa futuros estimados descontados à respetiva taxa de juro

efetiva original.

Para os ativos financeiros mensurados ao custo, a perda por imparidade a reconhecer

corresponde à diferença entre o valor líquido contabilístico do ativo e a melhor estimativa do

justo valor do ativo. As perdas por imparidade são registadas em resultados no período em que

são determinadas.

Subsequentemente, se o montante da perda por imparidade diminui e tal diminuição pode

ser objetivamente relacionada com um acontecimento que teve lugar após o reconhecimento

da perda, esta deve ser revertida por resultados. A reversão deve ser efetuada até ao limite

do montante que estaria reconhecido (custo amortizado) caso a perda não tivesse sido

inicialmente registada. A reversão de perdas por imparidade é refletida em resultados.

Contas Individuais 98

Desreconhecimento de ativos e passivos financeiros

A Empresa desreconhece ativos financeiros apenas quando os direitos contratuais aos seus

fluxos de caixa expiram, ou quando transfere para outra entidade o controlo dos ativos

financeiros e todos os riscos e benefícios significativos associados à posse dos mesmos.

São desreconhecidos os ativos financeiros transferidos relativamente aos quais a Empresa

reteve alguns riscos e benefícios significativos, desde que o controlo sobre os mesmos tenha

sido cedido.

A Empresa desreconhece passivos financeiros apenas quando a correspondente obrigação

seja liquidada, cancelada ou expire.

RéditoO rédito é mensurado pelo justo valor da contraprestação recebida ou a receber. O rédito

reconhecido está deduzido do montante de descontos e outros abatimentos. O rédito é

reconhecido líquido de impostos.

O rédito proveniente da venda de energia e produtos valorizáveis é reconhecido quando todas

as seguintes condições são satisfeitas:

> Todos os riscos e vantagens associados à propriedade dos bens foram transferidos para

o comprador;

> A Empresa não mantém qualquer controlo sobre os bens vendidos;

> O montante do rédito pode ser mensurado com fiabilidade;

> É provável que benefícios económicos futuros associados à transação fluam para

a Empresa;

> Os gastos incorridos ou a incorrer com a transação podem ser mensurados com

fiabilidade.

A tarifa encontra-se suportada num contrato estabelecido com o cliente, em que o preço

da venda se encontra definido.

O rédito proveniente da prestação de serviços de tratamento e valorização de resíduos urbanos

é reconhecido com base nas quantidades de resíduos tratados, desde que todas as seguintes

condições sejam satisfeitas:

> O montante do rédito pode ser mensurado com fiabilidade;

> É provável que benefícios económicos futuros associados à transação fluam para

a Empresa;

Contas Individuais 99

> Os gastos incorridos ou a incorrer com a transação podem ser mensurados com fiabilidade;

> A fase de acabamento do serviço pode ser mensurada com fiabilidade.

A tarifa encontra-se suportada pela aprovação anual do concedente e do regulador, ou

quando tal não seja possível, determinada de acordo com a legislação regulatória em vigor.

Quando aplicável, os efeitos dos desvios de tarifário (diferença entre os proveitos permitidos

aprovados previamento pelo regulador e os proveitos reais) são especializados em resultados

do exercício a que dizem respeito.

Os juros de mora debitados aos clientes são reconhecidos como rédito quando são liquidados

pelos seus clientes, encontrando-se assim em diferimento de rendimentos até ao momento da

sua realização.

Imparidade de ativos intangíveis e ativos fixos tangíveisSempre que exista algum indicador que os ativos intangíveis e ativos fixos tangíveis possam

estar em imparidade, é efetuada uma estimativa do seu valor recuperável a fim de determinar

a extensão da perda por imparidade (se for o caso).

Quando não é possível determinar o valor recuperável de um ativo individual, é estimado o valor

recuperável da unidade geradora de caixa a que esse ativo pertence. Para os ativos afetos ao contrato

de concessão, considera-se que os ativos pertencem à mesma única unidade geradora de caixa.

O valor recuperável do ativo ou da unidade geradora de caixa consiste no maior de entre: (i) o justo

valor deduzido de custos para vender; e (ii) o valor de uso. Na determinação do valor de uso,

os fluxos de caixa futuros estimados são descontados usando uma taxa de desconto que

reflita as expectativas do mercado quanto ao valor temporal do dinheiro e quanto aos riscos

específicos do ativo ou da unidade geradora de caixa relativamente aos quais as estimativas

de fluxos de caixa futuros não tenham sido ajustadas.

Sempre que o valor líquido contabilístico do ativo ou da unidade geradora de caixa for superior

ao seu valor recuperável, é reconhecida uma perda por imparidade. A perda por imparidade

é registada de imediato na demonstração dos resultados.

A reversão de perdas por imparidade reconhecidas em exercícios anteriores é registada quando

existem evidências de que as perdas por imparidade reconhecidas anteriormente já não

existem ou diminuíram. A reversão das perdas por imparidade é reconhecida na demonstração

dos resultados. A reversão da perda por imparidade é efetuada até ao limite do montante que

estaria reconhecido (líquido de amortizações) caso a perda não tivesse sido registada.

Contas Individuais 100

Imposto sobre o rendimentoOs impostos sobre o rendimento correspondem à soma dos impostos correntes com os impostos

diferidos. Os impostos correntes e os impostos diferidos são registados em resultados, salvo

quando os impostos diferidos se relacionam com itens registados diretamente no capital

próprio. Nestes casos, os impostos diferidos são igualmente registados no capital próprio.

Os impostos correntes sobre o rendimento são calculados com base no lucro tributável do exercício.

O lucro tributável difere do resultado contabilístico, uma vez que exclui diversos gastos e rendimentos

que apenas serão dedutíveis ou tributáveis em exercícios subsequentes, bem como gastos e

rendimentos que nunca serão dedutíveis ou tributáveis de acordo com as regras fiscais em vigor.

Os impostos diferidos referem-se às diferenças temporárias entre os montantes dos ativos

e passivos para efeitos de relato contabilístico e os respetivos montantes para efeitos de

tributação, bem como os resultados de benefícios fiscais obtidos e de diferenças temporárias

entre o resultado fiscal e contabilístico.

São geralmente reconhecidos passivos por impostos diferidos para todas as diferenças

temporárias tributáveis.

São reconhecidos ativos por impostos diferidos para as diferenças temporárias dedutíveis,

porém tal reconhecimento unicamente se verifica quando existem expectativas razoáveis de

lucros fiscais futuros suficientes para utilizar esses ativos por impostos diferidos. Em cada

data de relato é efetuada uma revisão desses ativos por impostos diferidos, sendo os mesmos

ajustados em função das expectativas quanto à sua utilização futura.

Os ativos e os passivos por impostos diferidos são mensurados utilizando as taxas de

tributação que se espera estarem em vigor à data da reversão das correspondentes diferenças

temporárias, com base nas taxas de tributação (e legislação fiscal) que estejam formalmente

emitidas na data de relato.

Especialização dos exercícios Os gastos e rendimentos são reconhecidos no período a que dizem respeito, de acordo

com o princípio da especialização de exercícios, independentemente da data/momento da

sua faturação. Os gastos e rendimentos cujo valor real não seja conhecido são estimados.

Os gastos e rendimentos imputáveis ao período corrente e cujas despesas e receitas apenas

ocorrerão em períodos futuros, bem como as despesas e receitas que já ocorreram, mas que

respeitam a períodos futuros e que serão imputadas aos resultados de cada um desses

períodos, pelo valor que lhes corresponde, são registados nas rubricas de diferimentos.

Contas Individuais 101

InventáriosOs produtos acabados encontram-se valorizados ao seu custo de produção.

O valor líquido de realização representa o preço de venda estimado deduzido de todos

os custos estimados necessários para concluir os inventários e para efetuar a sua venda.

Nas situações em que o valor do custo/produção é superior ao valor líquido de realização são

registadas perdas por imparidade pela respetiva diferença.

As variações do exercício nas perdas por imparidade de inventários é registada na demonstração

dos resultados.

Encargos financeiros com empréstimos obtidosOs encargos financeiros relacionados com empréstimos obtidos são reconhecidos como

gastos à medida que são incorridos.

Os encargos financeiros de empréstimos obtidos relacionados com a aquisição ou construção

de infraestruturas são capitalizados, sendo parte integrante do custo do ativo. A capitalização

destes encargos financeiros tem início quando começam a ser incorridos dispêndios com o ativo e

prolongam-se enquanto estiverem em curso as atividades necessárias para preparar o ativo para

o seu uso pretendido ou para a sua venda. Tal capitalização cessa quando substancialmente todas

as atividades necessárias para preparar o ativo para o seu uso pretendido ou para a sua venda

estejam concluídas. Adicionalmente, a capitalização é suspensa durante os períodos extensos em

que o desenvolvimento das atividades atrás referidas seja interrompido. Quaisquer rendimentos

gerados por empréstimos obtidos antecipadamente relacionados com um investimento específico

são deduzidos aos encargos financeiros elegíveis para capitalização.

Juízos de valor, pressupostos críticos e principais fontes de incerteza associadas a estimativasNa preparação das demonstrações financeiras anexas foram efetuados juízos de valor e

estimativas e utilizados diversos pressupostos que afetam o valor contabilístico dos ativos

e passivos, assim como os rendimentos e gastos do período.

As estimativas e os pressupostos subjacentes foram determinados com base no melhor

conhecimento existente à data de aprovação das demonstrações financeiras dos eventos

e transações em curso, assim como na experiência de eventos passados e/ou correntes.

Contudo, poderão ocorrer situações em períodos subsequentes que, não sendo previsíveis à

data de aprovação das demonstrações financeiras, não foram consideradas nessas estimativas.

Contas Individuais 102

As alterações às estimativas que ocorram posteriormente à data das demonstrações

financeiras serão corrigidas de forma prospetiva. Por este motivo e dado o grau de incerteza

associado, os resultados reais das transações em questão poderão diferir das correspondentes

estimativas.

Os principais juízos de valor e estimativas efetuadas na preparação das demonstrações

financeiras anuais foram as seguintes:

> Vidas úteis dos ativos intangíveis;

> Perdas por imparidade de contas a receber;

> Registo de impostos diferidos;

> Registo de provisões;

Acontecimentos após a data do balançoOs acontecimentos após a data do balanço que proporcionem informação adicional sobre

condições que existiam à data do balanço são refletidos nas demonstrações financeiras.

Os acontecimentos após a data do balanço que proporcionem informação sobre condições

que ocorram após a data do balanço são divulgados nas demonstrações financeiras, se forem

considerados materiais.

Contas Individuais 103

Caixa e depósitos bancários

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, os componentes da rubrica de caixa e depósitos

bancários tinham a seguinte composição:

2016 2015

Caixa 1.890 851

Depósitos bancários imediatamente mobilizáveis 148.315 331.577

Outros depósitos bancários 9.108.249 7.793.249

Caixa e equivalentes 9.258.454 8.125.677

Depósitos bancários cativos 1.603.575 1.719.748

Caixa e depósitos bancários 10.862.029 9.845.425

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, a rubrica depósitos bancários cativos no montante

de 1 603 575 Euros e 1 719 748 Euros, respetivamente, não se encontra disponível para

uso da Empresa, correspondendo a uma contragarantia prestada a diversas instituições de

crédito (Nota 28) sob a forma de depósitos bancários cativos, para garantir o total e pontual

cumprimento das obrigações decorrentes do contrato de financiamento celebrado com o Banco

Europeu de Investimento (“BEI”, Nota 16). Este apenas será mobilizado para reembolsar capital

e/ou pagar juros e outras despesas bancárias ao abrigo deste contrato de financiamento.

O montante deste depósito deverá apresentar um saldo mínimo não inferior à soma de

capital, juros e outros encargos bancários a pagar pela Empresa ao BEI nos 6 meses seguintes

de acordo com o plano de pagamento definidos no contrato.

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, o saldo da rubrica Outros depósitos bancários inclui

1.848.249 Euros relativos a Certificados Especiais de Dívida de médio e longo prazo (“CEDIM”),

sendo o remanescente relativo a depósitos a prazo.

Contas Individuais 104

Políticas contabílisticas, alterações nas estimativas e erros

Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2016, decorrente da republicação do

SNC, entram em vigor um conjunto de alterações de políticas contabilísticas, as quais não

acarretaram alterações significativas às já seguidas pela Empresa em 31 de dezembro de 2015,

com exceção de alterações da terminologia de determinadas rubricas das demonstrações

financeiras. Adicionalmente, ainda referente a este período, existiram um conjunto de

alterações nas estimativas da Empresa, conforme referido abaixo.

Conforme referido na Nota Introdutória, a partir de 1 de janeiro de 2016 entrou em vigor

um novo modelo de remuneração das concessões, conforme definido no Regulamento

Tarifário do Serviço de Gestão de Resíduos Urbanos aprovado pela Deliberação n.º 928/2014

da ERSAR e respetivo Documento Complementar aprovado pelo Regulamento n.º 817/2016,

de 18 de Agosto de 2016. Estas alterações regulatórias afetaram, essencialmente, a forma

de mensuração dos ativos afetos à concessão, na medida que alteraram a forma de consumo

dos seus benefícios económicos futuros, assim como, na obrigatoriedade da determinação

de “Saldo” (Ativo Regulatório ou Passivo Regulatório, conforme seja aplicável), decorrente

da transposição do anterior modelo remuneratório para o atual. Deste modo, as demonstrações

financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2016, incluem um conjunto de estimativas

efetuadas na sua preparação, diferentes às verificadas até ao início deste exercício, cujos seus

efeitos foram registados prospectivamente, conforme segue:

Ativos não afetos à BAROs ativos que até 1 de janeiro de 2016 integravam a rubrica de Ativos intangíveis, mas que

decorrente da sua natureza, encontravam-se fora do âmbito da atividade concessionada ou

cujo período de vida útil se tenha esgotado, foram desreconhecidos com referência àquela data.

Contas Individuais 105

Paralelamente, os subsídios ao investimento associados a estes ativos tiveram o mesmo efeito

contabilístico dos respetivos ativos. Este desreconhecimento foi efetuado por contrapartida

do registo do passivo regulatório, conforme definido pela entidade reguladora.

Ativos afetos à BAREm 1 de janeiro de 2016, os ativos que atendendo à sua natureza, integraram a base de

ativos regulados, passaram a ser componentizados de acordo com a tipologia definida para as

infraestruturas concessionadas, sendo amortizados pelo período correspondente à respetiva

vida útil dos ativos associados aos direitos adquiridos/construídos (“infraestrutura”), por ser

esta a base do seu rendimento anual. Assim, as vidas úteis estimadas, foram as propostas

pelas concessionárias ao ERSAR, conforme segue:

Classe Anos

Aterros sanitários Selagem de aterros

Metódo de depelaçãoPeríodo da concessão

Edifícios e outras construções 10 - 36

Equipamento básico 3 - 10

Equipamento de transporte 3 - 12

Equipamento administrativo 3 - 10

Outros ativos fixos tangíveis 2 - 12

Paralelamente, os subsídios ao investimento associados a estes ativos são reconhecidos em

resultados em períodos correspondentes aquelas vidas uteis.

Adiantamentos por conta de tarifas futurasEm 1 de janeiro de 2016, os passivos associados a esta natureza que, nos termos do anterior

enquadramento regulatório, foram registados em exercícios anteriores como acréscimos de

gastos referente a amortizações acumuladas de investimento contratual por realizar foram

totalmente utilizadas por conta de regularização dos ativos não afetos à BAR.

Passivo regulatórioEm 1 de janeiro de 2016 e tendo como referência as demonstrações financeiras de 31 de

dezembro de 2015, a concessionária aferiu quanto à existência de um “saldo regulatório”,

Contas Individuais 106

conforme definido no nº 11 do Decreto-Lei 96/2014, novas bases das concessões, sendo

este determinado tendo por referência os montantes dos acréscimos de gastos referente

a amortizações acumuladas de investimento contratual por realizar, deduzido do montante

de imposto diferido que lhe está associado e do valor contabilístico líquido de amortização e

subsídios do conjunto de bens e ativos que não integram a base de ativos regulados relevante

para efeito de apuramento dos proveitos permitidos. Em virtude daquele montante ser positivo,

essa responsabilidade, “Passivo Regulatório”, foi registada no passivo. Subsequentemente,

quando seja estimada uma variação anual de tarifas superior a 2% aos proveitos anualmente

permitidos à Concessionária, o excedente àquele valor pode ser deduzido ao Passivo

Regulatório, quando este existe. No final de cada concessão, caso ainda exista Passivo

Regulatório, o correspondente montante será deduzido ao valor residual da BAR a que

a concessionárias terão direito.

Assim, de acordo com o supra referido e com referência a 1 de janeiro de 2016, a Empresa

apurou o Passivo Regulatório conforme se segue:

Adiantamentos por conta de receitas futuras (Notas 19) 4.805.594 Euros

Ativos por impostos diferidos (Nota 11) 1.081.260 Euros

Ativos não afetos à BAR (Nota 6) 5.074.333 Euros

Subsídios relativos a ativos não afetos à BAR (Nota 15) 1.948.860 Euros

Passivo Regulatório (Nota 19) 598.861 Euros

Decorrente da transposição do Passivo Regulatório nas demonstrações financeiras foi apurado

um diferencial, o qual foi tratado como sendo uma compensação regulatória por conta dos

efeitos das alterações do novo modelo regulatório e remuneratório da concessão, as quais

acarretaram novas responsabilidades e obrigações para a concessionária, materializadas na

assunção de novos riscos, quer ao nível operacional, como ao nível do financiamento das suas

atividades, para além do respetivo impacto na sua remuneração. Deste modo, aquele diferencial

foi registado na rubrica Compensação Regulatória (Nota 19), a ser reconhecido em resultados

até ao final do período da concessão.

Contas Individuais 107

Rendimentos da atividade concessionadaDecorrente da entrada em vigor do novo modelo regulatório e remuneratório em 1 de janeiro

de 2016, e consequentemente do novo modelo de tarifário, o rendimento das atividades

concessionadas passa a ser determinado por uma tarifa apurada tendo em consideração o

rácio entre os proveitos permitidos e as quantidades de resíduos previstas. Importa realçar

que para a determinação dos proveitos permitidos releva o custo de capital (uma taxa de

remuneração a aplicar à BAR, acrescida das amortizações do período), acrescido dos custos

de exploração da atividade concessionada, corrigido de um conjunto de ajustamentos e de

outros efeitos. No final do exercício, decorrente do desvio de determinados parâmetros, poderá

ocorrer um desvio entre os proveitos permitidos e os proveitos reais, os quais poderão originar

um desvio tarifário, especializado no respetivo exercício e regularizado financeiramente nos

exercícios subsequentes. Conforme referido na Nota Introdutória, tendo presente que à data

de aprovação destas demonstrações financeiras encontra-se em aprovação pelo regulador,

um documento que poderá acarretar alterações na determinação do desvio dos parâmetros

acima referidos, entendeu-se que não existe informação suficientes para a determinação

do desvio tarifário com fiabilidade, razão pela qual não foi apurado qualquer montante para

o respetivo desvio de tarifário.

É entendimento do Conselho de Administração, que as estimativas e os pressupostos que

serviram de base na preparação destas demonstrações financeiras, correspondem à melhor

estimativa existente à data e em cumprimento, no seu entendimento, da legislação regulatório

em vigor.

Contas Individuais 108

Ativos intangíveis

Durante os exercícios findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015, a rubrica de Ativos intangíveis apresenta o seguinte movimento:

2016 2015

Direito de Utilização de Infra Estruturas

Investimentos em curso

Manutenção Plurienual Total Direito de Utilização

de Infra Estruturas Investimentos

em curso Total

Ativo bruto

Saldo inicial 88.824.119 257.090 89.081.209 65.237.980 17.316.548 82.554.528

Regularizações decorrentes do novo modelo regulatório (Nota 5)Ativos não afetos à BAR

(2.202.278) - (2.202.278) - - -

Transferências 642.191 (642.191) - 23.204.805 (23.204.805) -

Adições 58 623 573.538 166.382 798.543 381.334 6.150.288 6.531.622

Abates - - - - (4.941) (4.941)

Saldo final 87.322.655 188.436 166.382 87.677.473 88.824.119 257.090 89.081.209

Amortizações e perdas por imparidade acumuladas

Saldo inicial 58.652.468 - - 58.652.468 39.568.731 - 39.568.731

Regularizações decorrentes do novo modelo regulatório (Nota 5) 2.872.055 - - 2.872.055 - - -

Amortizações do exercício (Nota __) 3.732.296 - 55.461 3.732.296 5.401.966 - 5.401.966

Outras transferências (a) - - - - 13.681.771 - 13.681.771

Saldo final 65.256.819 - 55.461 65.256.819 58.652.468 - 58.652.468,00

Valor líquido 22.065.836 188.436 110.921 22.420.655 30.171.651 257.090 30.428.741

(a) Esta rubrica é referente aos acréscimos de gastos relativos a investimento contratual por realizar (estipulado de acordo com o anterior modelo regulatório), correspondente ao efeito da amortização acumulada estimada dos bens classificados como firmes na rubrica de Ativos intangíveis, desde o início da concessão ou desde o período em que foi orçamentada a realização daquele investimento.

Contas Individuais 109

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, o Direito contratual subjacente ao investimento

realizado nos ativos que integram as infraestruturas utilizadas na prestação do serviço era

conforme segue:

ClassesValor líquido contabilístico

31 de dezembro de 2016

31 de dezembro de 2015

Aterros Sanitários 10.945.423 13.739.909

Valorização Orgânica e Biológica 5.321.479 6.326.062

Tratamento mecânico 2.301.677 2.700.916

Triagem 1.473.986 1.957.946

Recolha Seletiva 1.267.707 2.434.313

ETAR-ETAL 910.627 1.098.664

Estrutura 88.836 164.876

Atividades Não Reguladas - 2.006.055

22.309.734 30.428.741

InventáriosEm 31 de dezembro de 2016 e 2015, a rubrica de inventários, é composta, essencialmente

por, embalagens provenientes do processo de recolha seletiva.

A variação dos inventários da produção dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016

e 2015, tinha a seguinte composição:

2016 2015

Saldo inicial 109.174 93.143

Saldo final 54.298 109.174

Variação dos inventários da produção (54.876) 16.031

Contas Individuais 110

O custo das vendas em 31 de dezembro de 2016 e 2015 tinham o seguinte detalhe:

2016 2015

Produtos acabados:

Embalagens 43.336 101.313

Papel 10.264 6.970

Vidro 650 875

Outros 48 16

54.298 109.174

ClientesEm 31 de dezembro de 2016 e 2015, os clientes têm a seguinte composição:

2016 2015

Montantebruto

Imparidadeacumulada

Montantelíquido

Montantebruto

Imparidadeacumulada

Montantelíquido

Clientes municipais (Nota 20)

971.048 - 971.048 655.481 - 655.481

Outras entidades

1.312.551 (274.273) 1.038.278 1.567.762 (9.108) 1.558.654

2.283.599 (274.273) 2.009.326 2.223.243 (9.108) 2.214.135

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, as contas a receber de clientes incluem saldos com partes

relacionadas nos montantes de 976 760 Euros e 655 481 Euros, respetivamente (Nota 20)

Contas Individuais 111

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, os clientes detalham-se conforme segue:

2016 2015

Clientes municipais

Sem acordo de pagamento

Município de Santa Maria da Feira 94.894 92.156

Águas e Parque Biológico de Gaia 876.154 563.325

971.048 655.481

Outras entidades

Sociedade Ponto Verde, S.A. 499.036 873.135

Outros 539.242 685.519

2.009.326 2.214.135

A Empresa presta serviços, essencialmente, ao Município de Vila Nova de Gaia e ao Município

de Santa Maria da Feira. No entanto, em 30 de dezembro de 2014, foi efetuada uma cessão de

posição contratual do Município de Vila Nova de Gaia para a Águas e Parque Biológico de Gaia.

A antiguidade de saldos de clientes a 31 de dezembro de 2014 e 2015 tem a seguinte

composição:

2016

Vencido até 2014

Vencido até 2015

Vencido até 2016

Total vencido

Não Vencido

Divida total

Clientes municipais

- - 299.839 299.839 671.209 971.048

Outras entidades

9.097 522 65.398 75.017 963.260 1.038.277

9.097 522 365.237 374.857 1.634.469 2.009.326

Contas Individuais 112

O movimento nas perdas por imparidade de clientes, durante os períodos findos em 31 de

dezembro de 2016 e 2015 foi conforme segue:

2016 2015

Saldo inicial 9.108 10.252

Reforços 265.165 28

Reversões (181)

Utilizações - (991)

Saldo final 274.273 9.108

As perdas por imparidade em dívidas a receber reconhecidas na demonstração dos resultados

dos períodos findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015, apresentavam os seguintes reforços

líquidos:

2016 2015

Perdas por imparidade de clientes 265.165 153

O reforço de perdas por imparidade reconhecidas no exercício findo em 31 de dezembro de 2016,

decorre essencialmente do valor da comparticipação financeira devida pela Sociedade Ponto

Verde – Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens, S.A. (“SPV”), pelo acréscimo de custos

com a recolha e triagem de determinados resíduos entregues pela Empresa para reciclagem,

que aquela entidade não se reconhece como devedora. No entendimento da Empresa, existem

responsabilidades legais e/ou construtivas assumidas por aquela entidade, quer com a

Empresa, quer com os organismos públicos responsáveis pelo Ambiente, que vinculam a SPV

no pagamento daqueles montantes, razão pela qual o Conselho de Administração da Empresa,

encontra-se a ponderar requerer a ação judicial, no intuito de cobrar aqueles montantes.

No entanto, em face do não reconhecimento da dívida parte da SPV e pelo facto da cobrança

daqueles valores não ser certa, a Empresa decidiu constituir uma perda de imparidade para

fazer face àqueles valores.

Contas Individuais 113

Créditos a receber

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, as contas a receber têm a seguinte composição:

Durante o exercício de 2015, foram celebradas duas cessões de créditos a uma entidade

bancária no montante total de 7.990.227 Euros, referentes às dívidas com o Município de

Vila Nova de Gaia, tendo a Empresa recebido, aproximadamente, 7.655.000 Euros. Decorrente

das cessões de crédito supra referidas, a Empresa mantém determinadas responsabilidades

financeiras, que em 31 de dezembro de 2016 ascendem a 2.526.186 Euros (Notas 16).

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, a rubrica de subsídios a receber apresenta o seguinte

detalhe:

2016 2015

Corrente Não corrente Corrente Não corrente

Devedores por acréscimo de rendimentos

Juros a receber 104.248 100.635 -

Outros 9.270 27.588 -

Subsídios a receber 128.669 -

Adiantamentos decorrentes da cessão de créditos (Notas 8 e 16)

2.526.186 3.262.780 2.077.305

Adiantamentos a fornecedores

-

Outros créditos a receber 595 15.488

2.640.299 - 3.535.160 2.077.305

No decurso dos períodos findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015, foram recebidos subsídios

ao investimento nos montantes de 321 794 Euros e 1 194 336 Euros, respetivamente.

No decurso dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015 não existiam perdas

por imparidade referentes a outros créditos a receber.

Contas Individuais 114

DiferimentosEm 31 de dezembro de 2016 e 2015, a rubrica de diferimentos apresenta o seguinte detalhe:

2016 2015

Corrente Corrente

Ativo

Seguros 72.253 70.211

Combustíveis e materiais consumíveis 22.391 17.959

Outros 2.897 13.857

97.541 102.027

Passivo

Diferimento de tarifas - novo regulamento tarifário (a) 514.384

514.384 -

(a) Este montante decorre da diferença de tarifa faturada em 2016 face ao valor da mesma deliberada pela ERSAR.

Imposto sobre o rendimentoA Empresa encontra-se sujeitas a Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (“IRC”)

à taxa de 21% para a matéria coletável, acrescida de derrama municipal a uma taxa que varia

entre 0,5% a 1,5 % sobre o lucro tributável, resultando num intervalo da taxa de imposto

agregada de, no máximo entre 21,5% e 22,50%.

Adicionalmente, os lucros tributáveis do exercício de 2016 e 2015 que excedam os 1.500.000

Euros são sujeitos a derrama estadual, nos termos do artigo 87ºA do código do IRC,

às seguintes taxas:

> 3% para lucros tributáveis entre 1.500.000 Euros e 7.500.000 Euros;

> 5% para lucros tributáveis entre 7.500.000 Euros e 35.000.000 Euros; e

> 7% para lucros tributáveis superiores a 35.000.000 Euros.

No exercício de 2015, a dedução dos gastos de financiamento líquidos na determinação

do lucro tributável está condicionada ao maior dos seguintes limites:

> 1.000.000 Euros;

> 50% do resultado antes de depreciações, gastos de financiamento líquidos e impostos.

Contas Individuais 115

No exercício de 2016, a dedução dos referidos gastos é condicionada em cada ano,

progressivamente até 2017, ao maior dos seguintes limites:

> 1.000.000 Euros;

> 40% (30% em 2017) do resultado antes de depreciações, gastos de financiamento

líquidos e impostos.

De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correção

por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos (cinco anos para a

Segurança Social), exceto quando tenha havido prejuízos fiscais, tenham sido concedidos

benefícios fiscais, ou estejam em curso inspeções, reclamações ou impugnações casos estes

em que, dependendo das circunstâncias, os prazos são alargados ou suspensos. Assim,

as declarações fiscais da Empresa dos anos de 2013 a 2016 ainda poderão estar sujeitas

a revisão.

O Conselho de Administração entende que eventuais correções resultantes de revisões

ou inspeções fiscais àquelas declarações de impostos não terão um efeito significativo

nas demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2016 e 2015.

O prazo de dedução dos prejuízos fiscais reportáveis é de doze períodos de tributação,

encontra-se limitada a 70% do lucro tributável.

Em 31 de dezembro de 2016, a Empresa tinha prejuízos fiscais reportáveis, no montante

de 5.580.762 Euros, dos quais 4.924.285 Euros foram gerados no decurso do exercício findo

naquela data, decorrente, essencialmente, da dedução fiscal do abate de ativos não afetos

à BAR.

Em 31 de dezembro de 2016, os prejuízos fiscais reportáveis apresentam o seguinte detalhe:

Limite de recuperação Prejuizos Fiscais Reportáveis

2027 656.477

2028 4.924.285

5.580.762

Nos termos do artigo 88.º do Código do IRC, a Empresa encontra-se sujeita adicionalmente a

tributação autónoma sobre um conjunto de encargos às taxas previstas no artigo mencionado.

Contas Individuais 116

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, a rubrica de imposto sobre o rendimento tem a seguinte composição:

2016 2015Imposto corrente (nota 12) 5.901 46.017

Imposto diferido reconhecido no período 438.218 234.925

Excesso de estimativa de imposto do período anterior (41.096) -

403.023 280.942

Acresce referir que durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2016, a Empresa submeteu um pedido de informação vinculativa à Autoridade Tributária (“AT”), no qual é requerido a dedução fiscal do desreconhecimento dos ativos não afetos à BAR,

que até à presente data, ainda não foi atribuída resposta. Em virtude da referida dedução fiscal encontrar-se dependente de aferição da AT, a Empresa não reconheceu o respetivo ganho nos resultados do exercício findo em 31 de dezembro de 2016.

Movimentos nos ativos e passivos por impostos diferidos

O movimento ocorrido nos ativos e passivos por impostos diferidos, de acordo com as diferenças temporárias que os geraram, nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015, foi o seguinte:

2016Saldo inicial Adoção do novo modelo regulatório (Nota 5) Demonstração de resultados Capital próprio Saldo final

Ativos por impostos diferidos

Provisões para riscos e encargos 15.833 - (15.833) - -

Perdas por imparidade de clientes - - 51.245 - 51.245

Ativos intangíveis 3.832.542 - (854.376) - 2.978.166

Acréscimos de gastos contratuais 1.081.258,43 (378.027) (703.232) - -

Passivo Regulatório - 134.744 - - 134.744

Compensação Regulatória - 243.283 (2.775) - 240.508

Prejuízo fiscal reportável - - 1.171.960 - 1.171.960

4.929.633 - (353.010) - 4.576.623

Passivos por impostos diferidos

Ajustamento de transição - amortizações/subsídios 1.704.170 - 85.209 - 1.789.379

Subsídio ao investimento (Nota 15) 1.378.903 - - (200.393) 1.178.509

3.083.073 - 85.209 (200.393) 2.967.888

2015Saldo inicial Demonstração de resultados Capital próprio Saldo final

Ativos por impostos diferidos

Provisões para riscos e encargos - 15.833 - 15.833

Ativos intangíveis 1.344.635 2.487.906 - 3.832.542

Acréscimos de gastos contratuais 4.103.951 (3.022.692) - 1.081.258

5.448.586 (518.953) - 4.929.633

Passivos por impostos diferidos

Ajustamento de transição 1.988.199 (284.028) - 1.704.170

Subsídio ao investimento (Nota 15) 1.625.658 - (246.755) 1.378.903

3.613.857 (284.028) (246.755) 3.083.073

Contas Individuais 117

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, as diferenças temporárias denominadas “ajustamentos

de transição” resultam dos ajustamentos de transição apurados, em 2009, por força da

alteração do POC para os IFRS, sendo que posteriormente a Empresa passou a adotar o SNC.

Tais diferenças resultam, essencialmente, de acréscimos de gastos para investimento

contratual realizado e de amortizações referentes a investimentos realizados, bem como do

reconhecimento dos respetivos subsídios, as quais, face às disposições normativas aplicáveis,

serão relevadas, para efeitos fiscais, durante o período remanescente do contrato de concessão.

As restantes diferenças temporárias decorrem, essencialmente, do registo da especialização

de amortizações para investimento contratual futuro (conforme modelo regulatório em vigor

até 31 de dezembro de 2015) e do registo de subsídios ao investimento em capital próprio.

Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2016, decorrente das alterações verificadas

no modelo regulatório, nomeadamente, nas alterações relacionadas com os Ativos intangíveis

e com a determinação do Passivo Regulatório (Nota 5) e da Compensação Regulatória,

os ativos e passivos por impostos diferidos foram classificados conforme as suas naturezas.

Reconciliação da taxa de imposto:

2016 2015

Resultado antes de impostos 1.403.761 1.199.862

Taxa nominal de imposto 21,0% 21,0%

Imposto esperado 294.790 251.971

Diferenças permanentes e temporárias, líquidas 143.429 19.865

Ajustamentos à colecta 5.901 9.107

Excesso de estimativa de imposto do período anterior (41.096)

Imposto corrente 403.024 280.943

Contas Individuais 118

Estado e outros entes públicos

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, as rubricas de “Estado e outros entes públicos” têm a

seguinte composição:

2016 2015

Ativo Passivo Ativo Passivo

IRC

Pagamentos por conta - 1.318.758 -

Retenções na fonte 39.717 47.283 -

Estimativa de imposto (Nota 11) (5.901) (46.017) -

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares

Retenções de impostos sobre o rendimento

- 17.107 - 20.506

Taxa de Gestão de Resíduos ("TGR") (i)

- 940.778 - 306.080

Imposto sobre o Valor Acrescentado

- 62.876 8.281 84.849

- 40.804 - 33.883

Outros impostos

33.817 1.061.564 1.328.305 445.319

(i) A taxa de gestão de resíduos corresponde a valores faturados a clientes e que serão devolvidos à Agência Portuguesa do Ambiente (“APA”).

Capital, reservas e outros instrumentos de capital

Capital subscrito

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, o capital da Empresa encontrava-se totalmente subscrito

e realizado e estava representado por 680 000 ações com o valor nominal de cinco Euros.

Contas Individuais 119

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, o capital da Empresa era detido como segue:

31 de dezembro de 2016 31 de dezembro de 2015

Acionista Número de acções Montante Percentagem

de participaçãoNúmero

de acções Montante Percentagemde participação

EGF-Empresa Geral do Fomento, SA 408.000 2.040.000 60% 408.000 2.040.000 60%

Município de Vila Nova de Gaia 170.000 850.000 25% 170.000 850.000 25%

Município de Santa Maria da feira 102.000 510.000 15% 10 2.000 510.000 15%

680.000 3.400.000 100,00% 680.000 3.400.000 100,00%

Reserva legal

De acordo com a legislação comercial em vigor, pelo menos 5% do resultado líquido anual se positivo, tem de ser destinado ao reforço da reserva legal até que esta represente 20% do capital. Esta reserva não é distribuível a não ser em caso de liquidação

da Empresa, mas pode ser utilizada para absorver prejuízos depois de esgotadas as outras reservas, ou incorporada no capital.

Outras reservas

Estas reservas constituem-se como reservas livres, disponíveis para distribuição.

Outras variações no capital próprio

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, a rubrica Outras variações no capital próprio corresponde a subsídios ao investimento, os quais são inicialmente reconhecidos no capital próprio, sendo depois reconhecidos em resultados como rendimentos em base

sistemática de forma a balanceá-los com os gastos a que dizem respeito.

Durante o período findo em 31 de dezembro de 2016 e 2015, o movimento ocorrido na rubrica de subsídios ao investimento foi a seguinte:

Fundo de coesão inicial Fundo de coesão (Candidatura chapéu-EGF) Fundo de coesão (CVO) QREN (CVO) Total

Saldo em 1 de janeiro de 2015 3.336.584 44.099 2.371.845 1.472.619 7.225.146

Rendimentos reconhecidos (506.278) (6.443) (360.280) (223.689) (1.096.690)

Saldo em 31 de dezembro de 2015 2.830.306 37.655 2.011.565 1.248.930 6.128.456

Reclassificação de subsídios anteriormente classificados como reembolsáveis

(34.444) - - - (34.444)

Aumentos - - - 193.125 193.125

Rendimentos reconhecidos (Nota 15) (545.534) (2.700) (226.679) (274.404) (1.049.318)

Saldo em 31 de dezembro de 2016 2.250.328 34.955 1.784.885 1.167.650 5.237.818

Imposto diferido (Nota11) (506.324) (7.865) (401.599) (262.721) (1.178.509)

1.744.004 27.090 1.383.286 904.929 4.059.309

Em 31 de dezembro de 2016 não existe qualquer montante a receber de subsídios relacionados com ativos. Em 2015, o montante a receber de subsídios relacionados com ativos ascendia a 128 669 Euros (Nota 8).

Contas Individuais 120

Aplicação do resultado líquido do exercício

De acordo com a Assembleia Geral de Acionistas de 24 de março de 2016, o resultado líquido

do exercício findo em 31 de dezembro de 2015, no montante de 918 920 Euros foi aplicado

da seguinte forma:

> 45.946 Euros em Reserva legal;

> 735.136 Euros em distribuição de dividendos; e

> 137.838 Euros em Outras reservas.

De acordo com a Assembleia Geral de Acionistas de 12 de março de 2015, o resultado líquido

do exercício findo em 31 de dezembro de 2014, no montante de 2.172.487 Euros foi aplicado

da seguinte forma:

> 108.624 Euros em Reserva legal;

> 125.833 Euros em distribuição de dividendos; e

> 1.938.030 Euros em Outras reservas.

De acordo com a Assembleia Geral de 13 de julho de 2016, no exercício de 2016 foram ainda

distribuídos aos acionistas parte das reservas da empresa, no montante de 465.800 Euros.

ProvisõesO movimento ocorrido nas provisões dos períodos findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015,

foi como segue:

31 de dezembro de 2016

Saldo inicial Reforços Reversões Saldo final

Outros riscos e encargos 70.367 - (70.367) -

70.367 - (70.367) -

31 de dezembro de 2015

Saldo inicial Reforços Reversões Saldo final

Outros riscos e encargos - 70.367 70.367

- 70.367 - 70.367

Contas Individuais 121

Em 31 de dezembro de 2015, foi provisionado um montante de 70 367 Euros respeitante à

taxa de gestão de resíduos referentes ao segundo semestre de 2015 e que não foi cobrada

aos municípios.

Em 2016 procedeu-se à reversão desta provisão, pois este montante foi cobrado e liquidado

pelos Municípios.

Subsídios ao investimentoO movimento ocorrido nesta rubrica durante os exercícios findos em 31 de dezembro de 2016

e 2015 foi o seguinte:

Saldo em 1 de janeiro de 2015 2.257.296

Rendimentos reconhecidos (342.880)

Saldo em 31 de dezembro de 2015 1.914.416

Reclassificação de capital próprio (a) 34.444

Regularização (Nota 5) (1.914.416)

Saldo em 31 de dezembro de 2016 (0)

(a) Estes montantes correspondem a subsídios recebidos afetos a ativos que, face à

determinação final da Base de Ativos Regulados, deixaram de estar afetos à atividade concessionada.

(b) Estes montantes correspondem a subsídios recebidos, os quais, decorrente das

alterações regulatórias verificadas em 2015 (Nota introdutória), que concorrem para a

determinação do Passivo Regulatório, e por consequente, não foram registados no capital

próprio no exercício com início a 1 de janeiro de 2016.

O rendimento reconhecido referente a subsídios ao investimento durante os períodos findos

em 31 de dezembro de 2016 e 2015 foi conforme segue:

2016 2015

Subsídios reembolsáveis - 342.880

Subsídios não reembolsáveis (Nota 13) 1.049.318 1.096.690

1.049.318 1.439.570

Contas Individuais 122

Financiamentos obtidosOs financiamentos obtidos em 31 de dezembro de 2016 e 2015 têm a seguinte composição:

2016 2015

Não correntes Correntes Não correntes Correntes

Empréstimos bancários - Banco Europeu de Investimento ("BEI") 11.021.907 3.303.625 14.385.702 3.196.823

Responsabilidades decorrentes da cessão de créditos (Notas 8 e 9) - 2.526.186 - 5.340.085

11.021.907 5.829.811 14.385.702 8.536.908

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, a Empresa tem disponível uma conta caucionada na banca comercial até ao montante de 1.000.000 Euros, a qual não se encontrava a ser utilizada nas referidas datas.

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, os empréstimos bancários tinham o seguinte plano de reembolso definido:

2016 2015

Valor nominal Valor de balanço Valor nominal Valor de balanço Vencimento Taxa de juro

Empréstimos bancários

Banco Europeu de Investimento ("BEI") 14.250.000 14.325.531 17.416.667 17.582.525 15/03/21 Taxa variável

Por intervalos de maturidade, o plano de pagamentos dos empréstimos bancários obtidos é o seguinte:

2016 2015

Até 1 ano 3.166.667 3.166.667

De 1 a 2 anos 3.166.667 3.166.667

De 2 a 3 anos 3.166.667 3.166.667

De 3 a 4 anos 3.166.667 3.166.667

De 4 a 5 anos 1.583.333 3.166.667

Mais de 5 anos 1.583.333

14.250.000 17.416.667

Contas Individuais 123

No âmbito do contrato de Facility Agreement celebrado em 28 de julho de 2015 com o BEI,

para além da Empresa, também a EGF, a Algar, a Amarsul, a Ersuc, a Valnor, a Valorlis e a Valorsul,

assumiram determinadas obrigações e covenants, em regime de solidariedade, incluindo, entre

outras, as obrigações de reembolso de capital e pagamento de juros. Adicionalmente, a SUMA

– Serviços Urbanos e Meio Ambiente, S.A., a Suma Tratamento e a EGF não devem deixar de

deter diretamente ou indiretamente as atuais percentagens de capital na Suma Tratamento,

na EGF e nas concessionárias, respetivamente.

O Conselho de Administração entende que não existe qualquer incumprimento das obrigações

decorrentes do Facility Agreement anteriormente referido, quer quanto à manutenção das

principais participações sociais nas empresas subsidiárias, quer de covenants financeiros.

No âmbito daquele financiamento, os covenants a cumprir, correspondem ao “Rácio da dívida

remunerada líquida/EBITDA”, “Rácio da dívida remunerada líquida/BAR” e ao “Rácio de juros

vencidos/EBITDA” ao nível das demonstrações financeiras consolidadas da EGF, dos quais

da existência de eventuais incumprimentos, poderá decorrer a faculdade à instituição financeira

de solicitar o reembolso antecipado dos financiamentos e/ou alteração das condições

dos financiamentos anteriormente acordados.

Locações

Locações operacionais

Os contratos de locação em vigor não possuem rendas contingentes. Em 31 de dezembro

de 2015 e 2014, as rendas de contratos de locação vencem-se como segue:

2016 2015

Até 1 ano 25 678 29 751

Entre 1 a 5 anos 102 713 119 002

128 391 148 753

O gasto destas mesmas locações no decurso do exercício findo em 31 de dezembro de 2016

e 2015, ascenderam a 28.150 Euros e 31.305 Euros, respetivamente.

Contas Individuais 124

FornecedoresEm 31 de dezembro de 2016 e 2015, a rubrica Fornecedores tem a seguinte composição:

2016 2015

Corrente Corrente

Fornecedores gerais 775.513 880.208

Fornecedores de investimento 341.160 904.376

Partes relacionadas (Nota 20) 257.712 397.190

1.374.385 2.181.774

Outras dívidas a pagarEm 31 de dezembro de 2016 e 2015, a rubrica Outras dívidas a pagar, tem a seguinte

composição:

2016 2015

Corrente Não corrente Corrente Não corrente

Credores por acréscimos de gastos:

Remunerações a liquidar 298.299 - 227.327 -

Outros 431.677 - 504.503 -

Partes relacionadas(Nota 20 )

38.841 - 13.797 -

Adiantamentos por conta de tarifas futuras (a)

- - 4.805.594

Passivo Regulatório (b) - 598.861 - -

Compensação Regulatória (Nota 5)

12.334 1.056.589 - -

Outras dívidas a pagar - - 19.858 -

781.151 1.655.450 765.484 4.805.594

Contas Individuais 125

(a) Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2015, o movimento ocorrido nesta

rubrica foi conforme segue:

2016 2015

Saldo inicial 4.805.594 18.239.781

Reforços - 247.584

Transferências (i) (4.805.594) (13.681.771)

Saldo final (Nota 5) - 4.805.594

(i) Estes montantes correspondem ao saldo apresentado até 2015, referente a acréscimos de gastos relativos a investimento contratual por realizar, que decorrente das alterações regulatórias verificadas em 2015, concorreu para a determinação do Passivo Regulatório em 1 de janeiro de 2016 (Nota 5). O montante de transferências em 2015 corresponde ao efeito da amortização acumulada estimada dos bens classificados como firmes na rubrica de Ativos intangíveis, desde o início da concessão ou desde o período em que foi orçamentada a realização daquele investimento (nota 6).

(b) Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2016, o movimento ocorrido nesta

rubrica foi conforme segue:

2016

Saldo inicial 598.861

Utilização -

Saldo final 598.861

Partes relacionadas Conforme mencionado na Nota 13, a Suldouro é detida maioritariamente pela EGF, sendo

as suas demonstrações financeiras consolidadas nessa entidade. Assim, para além de todas

as entidades que participam diretamente no capital da Suldouro, todas as empresas

pertencentes ao Grupo EGF, ao Grupo Mota-Engil, bem como todos os seus acionistas,

administradores e entidades por si controladas ou com influência significativa, são incluídas

como partes relacionadas da Empresa.

Contas Individuais 126

Transações com partes relacionadas

No decurso dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015 foram efetuadas as seguintes transações com partes relacionadas:

2016

Vendas e prestação de serviços

Fornecimentos e serviços externos Gastos com o pessoal Outros gastos Outros rendimentos

Juros e rendimentos similares obtidos

EGF - 322.370 - - - 98.288

Municipio de Vila Nova de Gaia e Águas e Parque Biológico de Gaia

2.449.930 - - 7.660 - -

Municipio de Santa Maria da Feira 801.149 - - 2.505 - -

Correia & Correia 4.777 959 - - - -

Suma Matosinhos - 31.071 - - - -

Indaqua Feira - 9.553 - - - -

Via Verde - 4.229 - - - -

Suma - 50.753 - - - -

Valorsul - - - 1.520 -

Mota Engil Engenharia - 38.642 321 - - -

MESP - 20.040 - - - -

3.255.857 477.617 118.824 10.165 1.520 98.288

2015

Vendas e prestação de serviços

Fornecimentos e serviços externos Gastos com o pessoal

Outros gastos e perdas

Outros rendimentos e ganhos

Juros e rendimentos similares obtidos

Conselho de administração - - 120.701 - - -

EGF - 168.650 - 99.086 - -

Municipio de Vila Nova de Gaia e Águas e Parque Biológico de Gaia

2.448.447 - - - - 249.417

Municipio de Santa Maria da Feira 797.309 - - - -

Valorsul - - - - 2.668 -

Correia & Correia - 519 - - - -

Vibeiras 188 - - - - -

Via verde - 3.665 - - - -

Suma Matosinhos - 14.337 - - - -

Indaqua Feira - 1.853 - - - -

3.245.944 189.024 120.701 99.086 2.668 249.417

Contas Individuais 127

Saldos com partes relacionadas

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, a Empresa apresentava os seguintes saldos com partes

relacionadas:

2016

Clientes

Outras contas a receber Fornecedores

Outras contas a

pagar

EGF - 80.590 191.175 38.841

Águas e Parque Biológico de Gaia" 876.154 - - 211.927

Município de Santa Maria da Feira 94.894 - - 69.302

Correia & Correia 4.777 - 891 -

Suma Matosinhos - - 14.558 -

Indaqua Feira - - 745 -

Via Verde - - 29 -

Suma - - 16.854 -

Valorsul 935 - - -

Mota Engil Engenharia - - 33.045 -

MESP - - 415 3.686

976.760 80.590 257.712 323.756

2015

Clientes

Outras contas a receber Fornecedores

Outras contas a

pagar

EGF - 99.806 392.316 13.797

Águas e Parque Biológico de Gaia" 563.325 - - -

Município de Santa Maria da Feira 92.156 - - -

Correia & Correia - - 149 -

Suma Matosinhos - - 4.623 -

Indaqua Feira - - 102 -

655.481 99.806 397.190 13.797

Contas Individuais 128

Vendas e prestação de serviçosDurante os exercícios findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015, a rubrica vendas e serviços

prestados foram conforme segue:

2016 2015

Vendas 8.001.768 8.536.023

Serviços prestados 3.293.085 3.044.696

11.294.853 11.580.719

Vendas

As vendas durante os exercícios findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015referem-se,

essencialmente, a materiais recicláveis resultantes da recolha seletiva e do tratamento dos

resíduos provenientes da recolha indiferenciada, energia e composto de verdes resultantes

do processo produtivo.

Em 31 de dezembro 2016 e 2015, a rubrica Vendas detalha-se conforme segue:

2016 2015

Material reciclável 3.008.741 3.253.048

Energia 4.988.008 5.282.975

Outros 5.018 -

8.001.768 8.536.023

Prestação de serviços

Os serviços prestados nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015 referem-se,

essencialmente, ao tratamento e valorização de resíduos provenientes da recolha indiferenciada

a clientes municipais.

Contas Individuais 129

Em 31 de dezembro de 2016 e 2015, a rubrica Prestação de serviços detalha-se conforme

segue:

2016 2015

Tratamento de resíduos a municípios 3.251.079 3.245.756

Tratamento de resíduos a particulares 42.006 46.524

3.293.085 3.292.280

Adiantamentos por conta de tarifas futuras (247.584)

3.293.085 3.044.696

Fornecimentos e serviços externosOs fornecimentos e serviços externos dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016

e 2015 tinham a seguinte composição:

2016 2015

Conservação e reparação 848.456 958.929

Subcontratos 412.639 722.972

Energia 528.058 458.012

Combustíveis 463.058 449.870

Trabalhos especializados 632.796 397.495

Outros Fluidos 268.791 281.738

Vigilância e segurança 206.551 146.216

Seguros 110.320 127.705

Materiais 65.290 70.235

Outros fornecimentos e serviços externos 548.726 550.250

4.084.685 4.163.422

Contas Individuais 130

Gastos com o pessoalA rubrica de “Gastos com o pessoal” nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016

e 2015, tem a seguinte composição:

2016 2015

Remunerações dos órgãos sociais 118.502 120.701

Remunerações do pessoal 1.671.556 1.269.120

Encargos sobre as remunerações 372.976 296.926

Seguros 121.355 102.956

Outros gastos com o pessoal 116.103 138.047

2.400.493 1.927.750

Outros rendimentos A rubrica Outros rendimentos, nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015,

tem a seguinte composição:

2016 2015

Indemnizações associadas a sinistros 77.439 112.950

Rendimentos suplementares 11.049 81.973

Reconhecimento do rendimento associado à alteração do modelo remuneratório (Nota 19)

12.335

Juros de mora 249.899

Alienação de equipamentos

Outros rendimentos 920 29.925

101.742 474.747

Contas Individuais 131

Outros gastos A rubrica de “Outros gastos” nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015 tem

a seguinte composição:

2016 2015

Impostos 114.541 110.672

Gastos com tratamento de filme automático e plásticos mistos

Indemnizações 625

Donativos 34.094 33.336

Juros de mora 335.217

Correções relativas a exercícios anteriores

Outros gastos 1.499 3.850

150.760 483.075

Gastos de depreciações e de amortizaçõesNos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016 e 2015, esta rubrica, tem a seguinte composição:

2016 2015

Amortizações do exercício (Nota 6) 3.732.296 5.401.965

Juros e outros rendimentos e gastos similaresOs juros e gastos similares suportados nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016

e 2015 tinham a seguinte composição:

2016 2015

Juros suportados 87.150 121.411

Gastos com comissões bancárias 397.642 229.364

Outros gastos financeiros 101.935 102.791

586.727 453.566

Contas Individuais 132

Os juros e rendimentos similares obtidos nos exercícios findos 31 de dezembro de 2016

e 2015 tinham a seguinte composição:

2016 2015

Juros obtidos de aplicações financeiras 162.483 188.787

Durante o exercício findo em 2016, não houve capitalização de gastos financeiros (juros

e comissões). No entanto, durante o exercício de 2015, no âmbito da construção do novo aterro

do Gestal, foram capitalizados gastos financeiros no montante de 426 738 Euros (Nota 3.12).

Ativos e passivos contingentesEm 31 de dezembro de 2016 e 2015, a Empresa tinha solicitado a prestação de garantias

a favor de terceiros de garantias, como segue:

2016 2015

Garantias bancárias 17.745.799 22.990.414

A garantia prestada a favor do Estado Português para o cumprimento de todas as obrigações

emergentes em conformidade com a reconfiguração do Contrato de Concessão.

Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2016, a Empresa cancelou as garantias

prestadas a favor da Comissão de Coordenação do Desenvolvimento Regional Norte (“CCDRN”).

O detalhe destas garantias em 31 de dezembro de 2016 e 2015 é conforme segue:

BeneficiárioMontante

Banco2016 2015

CCDRN - 448.320 Novo Banco

CCDRN - 996.293 Millennium BCP

Estado Português 645.800 645.800 Millennium BCP

BEI 4.863.605 5.944.407 Montepio Geral

BEI 2.949.116 3.604.475 CGD

BEI 4.423.673 5.406.712 BCP

BEI 4.863.605 5.944.407 Banco Santander Totta

17.745.799 22.990.414

Contas Individuais 133

Em 31 de dezembro a Empresa tinha os seguintes processos judiciais em curso:

1) Processo de impugnação judicial nº 3582/11.BEPRT, que corre termos na 4ª Unidade

Orgânica do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, instaurado pela Suldouro, contra o ato

de liquidação definitiva da taxa de gestão de resíduos efetuada pela APA (Agência Portuguesa

do Ambiente), referente ao ano de 2010, tendo a Empresa pago e registado o respetivo gasto.

O processo aguarda a notificação para a apresentação das alegações finais.

Está em causa um gasto de 56.548 Euros em que a Suldouro não efetuou qualquer provisão,

pois é expetável que a ação tenha procedência.

2) Expropriação litigiosa (instaurada pela Suldouro) que corre termos na Instância local

em matéria cível da Comarca de Aveiro, relativa a uma parcela do terreno onde decorria a

empreitada do aterro do Gestal. Prevê-se que possa ser favorável ao expropriado. O relatório

pericial aponta para uma indemnização a atribuir ao expropriado de 71.958 Euros que poderá

ser para acrescer ao investimento, tendo a Empresa depositado um montante de 22.675

Euros à ordem do tribunal.

Na opinião do Conselho de Administração e dos advogados da Suldouro, com base na avaliação

do risco que fazem dos processos em curso, não se prevê que dessas ações venham a resultar

responsabilidades de valores significativos em 31 de dezembro de 2016.

Resultado por açãoO resultado por ação básico e diluído dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2016

e 2015 foi calculado tendo em consideração os seguintes montantes:

2016 2015

Resultado para efeito de cálculo do resultado líquido por ação básico

1.000.737 918.920

"Número médio ponderado de ações para efeito de cálculo do resultado líquido por ação básico e diluído"

680.000 680.000

Resultado líquido por ação básico e diluído 1,47 1,35

Contas Individuais 134

Gestão de riscos financeirosA Empresa encontra-se exposta, essencialmente, aos seguintes riscos financeiros:

Risco de taxa de juro

Os riscos da taxa de juro estão essencialmente relacionados com os juros suportados com

a contratação de diversos financiamentos com taxas de juro variáveis.

Risco de liquidez

O risco de liquidez pode ocorrer se as fontes de financiamento, como sejam os fluxos de

caixa operacionais, de desinvestimento, de linhas de crédito e os fluxos de caixa obtidos

de operações de financiamento, não satisfizerem as necessidades de financiamento, como

sejam as saídas de caixa para atividades operacionais e de financiamento, os investimentos,

a remuneração dos acionistas e o reembolso de dívida.

Para reduzir este risco, a Empresa procura manter uma posição líquida e uma maturidade média

da dívida que lhe permita a amortização da sua dívida em prazos adequados. No entendimento

do Conselho de Administração, tendo em consideração as principais projeções de cash-flow

para 2017 e a estrutura e tipologia dos seus ativos, a Empresa não antevê dificuldades em

liquidar a suas responsabilidades financeiras correntes.

Risco Regulatório

Os ganhos registados em cada exercício pela Empresa resultam essencialmente dos

pressupostos considerados pelo regulador ERSAR, na definição das tarifas reguladas para

o setor do tratamento e gestão de resíduos e de eventuais desvios tarifários a apurar.

Em 6 de março, foi publicada a Lei n.º 10/2014, que aprovou os novos Estatutos da ERSAR. Esta

publicação vem no decurso da Lei n.º 67/2013, de 28 de agosto, que aprovou a lei-quadro das

entidades administrativas independentes com funções de regulação da atividade económica dos

setores privados, público e cooperativo. De acordo com os novos estatutos, a ERSAR viu aumentada

a sua independência de atuação (artigoº 2.º), expandido o universo de entidades sujeitas a regulação

(artigo 4.º) e reforçados os seus poderes e atribuições sobre as entidades reguladas (artigos 5.º,

9.º, 10.º e 11.º). Em face das alterações em concretização, no sector dos resíduos, o reforço dos

poderes da ERSAR constitui um desafio significativo quer para a entidade reguladora quer para

as entidades reguladas. É expetativa que, com este reforço de poderes da ERSAR, o sector integre

uma agenda consentânea com a fase de desenvolvimento em que se encontra, colocando-se

o enfoque na sustentabilidade de forma integrada, nas vertentes económica, social e ambiental.

Durante o ano de 2014, em concretização do novo poder regulamentar da ERSAR, o RTR -

regulamento tarifário do serviço de gestão de resíduos urbanos, deliberação n.º 928/2014,

Contas Individuais 135

foi publicado em Diário da República, 2.ª série, de 15 de abril. Este regulamento produziu

efeitos em 1 de janeiro de 2016, e acarretou uma alteração do modelo regulatório em vigor,

passando-se de um modelo de custo de serviço (cost plus) para um modelo de proveitos

permitidos (revenue cap), o qual remunera uma base de ativos ao custo de capital e permite

a recuperação dos gastos operacionais num cenário de eficiência produtiva. A esta data

encontra-se pendente de aprovação pela ERSAR um conjunto de informações financeiras,

da qual decorrerá, essencialmente, o apuramento de um desvio tarifário, o qual com a

informação disponível, não é possível determinar com fiabilidade.

Informação sobre os contratos de concessãoA concessão em regime exclusivo por um período de 19 anos, com termo em 2034,

da exploração e da gestão do sistema multimunicipal de tratamento e de recolha seletiva

de resíduos sólidos urbanos do Sul do Douro em regime de serviço público, foi atribuída

à Empresa através da celebração de um contrato de concessão entre o Estado Português

e a Empresa em em 30 de julho de 1996, reconfigurado em 30 de setembro de 2015.

A atividade objeto da concessão compreende o tratamento dos resíduos urbanos gerados

nas áreas dos municípios utilizadores, incluindo a sua valorização e a disponibilização de

subprodutos, assim como a recolha seletiva de resíduos urbanos, encontrando-se os municípios

obrigados a entregar à Suldouro todos os resíduos urbanos cuja gestão se encontre sob sua

responsabilidade.

A fiscalização da concessão é da competência da ERSAR, tendo esta a competência na

definição das tarifas a aplicar, assim como na aprovação das Contas Reguladas e nos planos

de investimento da Suldouro.

A exploração e a gestão, anteriormente referida, compreende também a conceção, a construção,

a aquisição, a extensão, a reparação, a renovação, a manutenção e a otimização de obras

e equipamentos necessários ao exercício da atividade da Empresa.

As bases da concessão definem que a Empresa terá como atividade principal, a atividade relativa

à exploração e à gestão do sistema multimunicipal de resíduos urbanos, compreendendo o

tratamento de resíduos urbanos resultantes da recolha indiferenciada e a recolha seletiva de

resíduos urbanos, incluindo a triagem, e como atividades complementares, as atividades que,

não se se integrando na atividade principal, utilizam ativos afetos a esta, permitindo otimizar a

respetiva rentabilidade. O exercício das atividades complementares dependem de autorização

do concedente, precedida de pareceres da Autoridade da Concorrência e da ERSAR.

Contas Individuais 136

Consideram-se como bens afetos à concessão:

> As infraestruturas relativas ao tratamento e valorização de resíduos urbanos

indiferenciados e seletivos, bem como os bens utilizados na recolha seletiva de resíduos

urbanos: as estações de transferência, os ecocentros, as centrais de processamento, triagem

e valorização e os respetivos acessos, as infraestruturas associadas, os aterros, os ecopontos

e os meios de transporte de resíduos;

> Os equipamentos necessários à operação das infraestruturas e ao acompanhamento

e controlo da sua exploração;

> Todas as obras, máquinas e aparelhagem e respetivos acessórios utilizados para

a receção e tratamento dos resíduos e para a manutenção dos equipamentos e gestão

do sistema multimunicipal não referidos acima;

> Os equipamentos, máquinas, veículos, aparelhagem e respetivos acessórios utilizados

para a recolha seletiva de resíduos urbanos.

Adicionalmente, são também considerados como ativos afetos à concessão:

> Os imóveis adquiridos por via do direito privado ou mediante expropriação para

implantação das infraestruturas;

> Os direitos privativos de propriedade intelectual e industrial de que a Empresa seja

titular;

> Outros bens e direitos que se encontrem relacionados com a continuidade da exploração

da concessão, nomeadamente laborais, de empreitada, de locação e de prestação de serviços.

A Empresa deve elaborar e manter o inventário dos bens e direitos afetos à concessão,

devendo, anualmente, enviar à ERSAR informação detalhada sobre os mesmos, assim como

dos abates efetuados.

A Empresa tem a obrigação de, durante o prazo de vigência da concessão, manter o bom estado

de funcionamento, conservação e segurança dos ativos e meios a ela afetos, efetuando todas

as reparações, renovações e adaptações necessárias para a manutenção dos ativos nas

condições técnicas requeridas.

A Empresa mantém o direito de explorar os ativos afetos à concessão até à extinção desta.

Os ativos afetos à concessão apenas podem ser utilizados para o fim previsto na concessão.

Contas Individuais 137

Na data da extinção da concessão, os bens a ela afetos revertem para uma Entidade

Intermunicipal, Associação de municípios, o conjunto dos Municípios utilizadores, ou o Estado,

mediante o exercício do respetivo direito de opção e o pagamento à concessionária, nos

termos previstos nas Bases e no contrato de concessão, de uma indemnização correspondente

ao valor líquido contabilístico daqueles bens.

O regime remuneratório da concessão baseia-se no reconhecimento à Empresa dos proveitos

permitidos, a serem refletidos nas tarifas a aplicar aos utilizadores do sistema. A Empresa

é responsável pelos riscos inerentes à concessão nos termos da legislação aplicável,

assumindo os respetivos riscos operacionais. A Empresa é responsável pela obtenção do

financiamento necessário ao desenvolvimento do objeto da concessão, por forma a cumprir

cabal e atempadamente as obrigações assumidas no contrato de concessão, assumindo

os respetivos riscos de investimento e de financiamento.

Os proveitos permitidos anualmente à Empresa, no âmbito da atividade concessionada, são

definidos pela ERSAR para um horizonte temporal de três a cinco anos (“Período regulatório”).

O modelo regulatório é fixado pela ERSAR e assenta, entre outros, nos seguintes pressupostos:

> Elegibilidade dos custos de exploração, para efeitos de determinação dos proveitos

permitidos, por referência a um cenário de eficiência produtiva da exploração e gestão

do sistema multimunicipal;

> Remuneração do capital com base no custo médio ponderado, com parâmetros

definidos em referência a valores de mercado e ao desempenho de entidades representativas

comparáveis;

> Definição de uma base de ativos, constituída pelos bens afetos à concessão, como

incidência da remuneração do capital;

> Adoção de mecanismos de incentivo à eficiência;

> Repercussão adequada nos proveitos permitidos das diferenças registadas entre

as quantidades estimadas e as quantidades de resíduos urbanos entregues à Empresa.

Adicionalmente, a definição da base de custos de exploração deve atender ao seu controlo efetivo

pela Empresa, às tecnologias e capacidades instaladas, bem como às oscilações da procura.

Assim, as tarifas a aplicar aos utilizadores devem proporcionar à Empresa os proveitos permitidos

nos termos das bases anteriores e correspondem ao resultado da divisão dos proveitos permitidos

anualmente à Empresa pelas quantidades estimadas de consumo para esse ano.

Contas Individuais 138

O contrato de concessão em vigor a partir de 1 de janeiro de 2016, permite um equilíbrio

contratual nas condições de uma gestão eficiente, promovendo um investimento mais racional

e uma maior eficiência operacional, através do reconhecimento dos custos de investimento,

de operação e manutenção e na adequada remuneração dos ativos afetos à concessão,

a serem refletidos nas tarifas aplicáveis à Empresa, as quais permitirão recuperar os custos

de exploração e obter uma determinada remuneração sobre os ativos.

A concessão pode ser extinta por acordo entre as partes, por rescisão, por resgate e pelo

decurso do prazo. A extinção da concessão opera a transmissão para os Municípios ou para

o Estado dos bens e meios a ela afetos.

O contrato de concessão poderá ser rescindido pelo concedente se ocorrer qualquer uma das

situações a seguir descritas, com impacto significativo nas operações da concessão: desvio do

objeto da concessão; interrupção prolongada da exploração por facto imputável à Empresa;

oposição reiterada ao exercício da fiscalização ou repetida desobediência às determinações

do concedente ou, ainda, sistemática inobservância das leis e regulamentos aplicáveis à

exploração; recusa em proceder à adequada conservação e reparação das infraestruturas;

cobrança reiterada de valores superiores aos fixados nos contratos de concessão e nos

contratos celebrados com os utilizadores; dissolução ou insolvência da Empresa; trespasse

da concessão ou subconcessão não autorizadas; alienação não autorizada de participações

no capital da Empresa; oneração de participações no capital da Empresa em inobservância

do disposto no contrato de concessão; aumento ou redução não autorizados, quando aplicável,

do capital social da Empresa; falta de prestação da caução ou de renovação do respetivo

valor nos termos e prazos previstos; e recusa ou impossibilidade da Empresa em retomar

a concessão.

O concedente pode resgatar a concessão, assumindo a gestão direta do serviço público

concedido, sempre que motivos de interesse público o justifiquem e decorrido que seja pelo

menos dois terços do prazo contratual, mediante aviso prévio feito à Empresa, por carta

registada com aviso de receção, com, pelo menos, um ano de antecedência relativamente

à data de produção de efeitos do resgate.

Pelo resgate, a Empresa tem direito a uma indemnização que deve atender ao valor

contabilístico à data do resgate dos bens revertidos, do créditos existentes, bem como ao valor

de eventuais lucros cessantes, tendo em consideração o número de anos valor dos que restem

para o termo da concessão.

Contas Individuais 139

Acontecimentos após a data do balançoEm janeiro de 2017, a ERSAR submeteu à audição do Conselho Tarifário e à consulta pública um

projeto de documento complementar relativo ao reporte anual das contas reais das atividades

reguladas, conforme previsto no artigo 85.º do Regulamento Tarifário, para determinação dos

proveitos permitidos dos anos intermédios e último ano do período regulatórios e ainda para

a reconciliação das contas reguladas com as contas estatutárias.

O presente projeto de documento complementar estabelece um modelo para:

> reporte das contas reais e movimentos de reconciliação, individuais e cumulativos, entre

a demonstração dos resultados regulada e a demonstração dos resultados estatutária;

> reporte das contas reais e movimentos de reconciliação, individuais e cumulativos,

entre a demonstração da posição financeira regulada e a demonstração da posição financeira

estatutária e

> modelo de relatório de conclusões factuais sobre as contas reguladas e os movimentos

de reconciliação face às contas estatutárias.

Este documento, encontrou-se em consulta pública até ao dia 15 de Fevereiro, sendo previsível

que a decisão final e respetiva publicação do documento só venha a ocorrer em data posterior

à aprovação das contas de 2016 da Suldouro, razão pela qual não foram considerados nas

Contas de 2016 eventuais ajustamentos de regulação subjacentes a este documento

complementar, nomeadamente, o eventual desvio tarifário a ser determinado.

Vila Nova de Gaia, 1 de março de 2017

Contas Individuais 140

O Contabilista Certificado O Conselho de Administração

Contas Individuais 141

Relatório e parecer do

fiscal único15

143

Certificação legal de contas 16

145

146

147

suldouro .pt