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  • 8/12/2019 Faro p Esquerda 3 Af

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    NCLEO DO BLOCO DE ESQUERDA DE FARO | NMERO 3 | OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2011 | DISTRIBUIO GRATUITA Protestocontra asportagens na

    Via do Infante

    Fuso dasEmpresasMunicipais?

    Em Faro, com o 25 deAbril, deram-se importantespassos civilizacionais na reasocial, permitindo o acessogeneralizado habitao.

    At aos dias de hoje, aCmara Municipal de Faro(CMF) tem seguido uma po-ltica de rendas compatvelcom as precrias condiesda maioria dos moradoresdos bairros sociais por si tu-telados.

    Todavia, a ofensiva gover-namental contra o estado so-cial, a mando da alta fnana

    nacional e estrangeira, vemassumindo as mais drsticasmedidas lesivas dos traba-lhadores e da populao emgeral.

    Faro no escapa prescri-o das receitas contra a crise,no hesitando a autarquia emassumir o papel de executordas medidas, nomeadamente

    Agrava-se a crise: Cmarade Faro aumenta rendasMacrio Correia apresenta contas e conclui que aqui e ali as rendasdesceram. S que, pelas prprias contas apresentadas pela autarquia,a mdia das rendas vai passar de 48,71 para 106,96 euros, ou seja, umaumento mdio de mais de 100%.

    no que respeita ao aumentodas rendas das casas de que aCMF senhoria.

    No deixando de apontarque a Cmara tem deixadosem manuteno muitas dascasas deixando muito a de-sejar no que respeita s suasobrigaes de senhoria , ageneralidade dos moradoresat aceitaria uma negociaode uma sensata atualizaode algumas rendas considera-das demasiado baixas.

    Mas no, nalguns casos brutal o aumento de rendaimposto, em funo do ren-dimento bruto declarado emsede de IRS, para alguns dosmoradores em bairros como oda Atalaia e o da Carreira de

    Tiro.Para o Presidente da CMF

    pouco importa o rendimentoreal de muitos moradores,resultante das despesas com

    sade e com a educao dosflhos. Menos importa ainda

    que o terreno, em particularna zona da Atalaia, tivessesido, em tempos, doado pelaproprietria para construo

    de habitao social para osmais pobres; pouco importatambm que haja muncipesque j l morem h mais de50 anos, pelo facto de terembenefciado da doao, e h j

    muito tempo se tenham deixa-do cair no engodo de mudarpara melhor, conta de umapequena renda Cmara.

    Para convencer da isenoda medida, o Eng. Mac-rio apresenta as contas e atconclui que aqui e ali as ren-das desceram. S que, pelas

    prprias contas apresentadaspela autarquia a mdia dasrendas vai passar de 48,71para 106,96 euros, ou seja,um aumento mdio de mais

    de 100%.

    Numa pretensa legitimi-dade justiceira tipo doa aquem doer, o Eng MacrioCorreia corta a direito. Osmoradores dos bairros pobrestambm tm de dar uma aju-dinha para combater a crise.A bem da nao!

    A bem da justia e da dig-nidade, os moradores tmmuito justamente protestadocontra estas arbitrariedades.A resposta do Eng. Macrioso as ameaas de represlias,a fazer lembrar os tempos daoutra senhora.

    S a luta em unidade dosmoradores pode impedirmais este ataque do governoPSD/CDS s conquistas deabril pela mo dos seus cor-religionrios locais, no casopresente, encabeados peloPresidente!

    Redaco: Bloco de Esquerda de Faro | [email protected] | VERSO ONLINE: http://faropelaesquerda.org

    Reforma daadministraolocal

    Moradores do Bairro da Atalaia contestam a actualizao das rendas proposta pela Autarquia

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    Fuso das Empresas Municipais?

    Porque no a sua integrao como Servios?

    Est na moda falar-se da fu-so das Empresas Municipais,

    para poupar dinheiros com aadministrao e rentabilizarservios. Em Faro, a proposta fundir as empresas gestoras doMercado Municipal, do TeatroMunicipal e a Ambifaro numanica empresa municipal.

    Esta proposta tem um vciode raciocnio: a gesto de umaempresa independente do seucontedo funcional. o que setem defendido com a gesto dehospitais sem os mdicos, das

    escolas sem os professores,das empresas de transportes,de construo naval ou outrassem especialistas nas respec-tivas reas. E, assim, salvoraras e honrosas excepes,tem-se vindo a arruinar o pase a alimentar uma camarilha deboys que saltitam de uma em-

    presa falida para arruinar outra,sem qualquer avaliao pblicado seu desempenho. A gestode um centro comercial como omercado no o mesmo que agesto de uma sociedade cultu-ral como o teatro municipal. SEfossem servios municipais,muito provavelmente seriamda responsabilidade de verea-dores diferentes.

    A transformao dos servi-os municipais em empresas

    pblicas serviu vrios objecti-vos ao longo dos ltimos anos:facilitar a sua privatizao; darum rendimento extra aos vere-adores; arranjar tacho para osamigos e boys; libertar omunicpio de dvidas, abrindonovas possibilidades de fnan-ciamento; fugir burocracia dagesto pblica, etc.

    Por sorte nossa, a maioriadestes argumentos comea aestar fora de prazo: os verea-

    Porque noServiosMunicipais?

    O governo da repblicanunciou o inicio do processoe reforma da administraocal. No documento de traba-o publicado so apontados 4xos de atuao. O setor em-esarial local, a organizao

    o territrio, a gesto munici-al, intermunicipal e o fnan-amento e a democracia local.

    O Bloco de Esquerda dearo, neste artigo centra a suaexao politica em dois dos

    uatro eixos.A democracia local constitui

    eixo vertebral da administra-o local, e se no mbito doual quadro constitucional osgos executivos autrquicos

    odem emanar dos rgos le-slativos eleitos, semelhana

    o que ocorre com a assembleiao governo da repblica, entorepresentatividade e o poderos rgos legislativos eleitos,

    assembleias municipais e deeguesia deve ser substancial-ente reforado.

    Para tal deve ser assegu-da a proporcionalidade dassembleias municipais e deeguesia sendo que todos osus membros devem ser elei-s, terminando a designao

    e membros das assembleiasunicipais por inerncia (nesteomento alm dos membroseitos por sufrgio so aindaembros das assembleias mu-

    Reforma da administrao local, vistadesde o Bloco de Esquerda de Faro

    nicipais os presidentes das jun-tas de freguesia).

    s assembleias municipais ede freguesia devem ser conferi-dos no s poderes de fscali-zao reforados, mas tambm

    poder deliberativo efetivo, (sa-bero os eleitores que os repre-sentantes eleitos na AssembleiaMunicipal no tem a capacida-de de apresentar propostas decarter deliberativo, mas ape-nas de formular recomendaes

    que podem ou no ser acatadaspelo executivo municipal), jque no atual quadro legislativoa assembleia municipal poucasmais competncias tem do queaprovar ou reprovar matriaque lhe submetida pelo exe-cutivo camarrio.

    Defendemos ainda o refor-o da participao direta dascidads e cidados, atravs daconsignao de uma percen-tagem mnima do oramentode investimento ao oramento

    participativo (forma pela qualos muncipes e os fregueses de-cidem diretamente onde deveser investida essa verba). E ain-da o direito de petio dos ci-dados de forma a que possamser agendadas matrias do seuinteresse, e por sua iniciativa,nas assembleias municipais oude freguesia.

    No que se refere to faladareorganizao territorial defen-

    demos um novo mapa para asfreguesias, que tenha em contaque estas so o ponto de con-tacto entre os cidados e cida-ds e a administrao, pelo quesobretudo nas zonas rurais eescassamente povoadas depoisde fechados os correios e as es-colas, a junta de freguesia temum papel de servio pblicoque no pode ser medido pormeros critrios economicistas.

    A fuso de concelhos sem-

    pre que resulte de um dilogocom as populaes pode serfundamental para o desenvol-vimento e permite combater ocaciquismo e o localismo exa-cerbado.

    Somos, no entanto, visce-ralmente contra o processode criao de associaes demunicpios e ou zonas metro-

    politanas, porque os rgos depoder criados deste modo nosendo submetidos ao sufrgiodireto dos cidados carecem delegitimidade democrtica. Osrgo supramunicipais eleitosdiretamente pelos cidados,os nicos com inquestionvellegitimidade, j de encontram

    previstos na constituio da re-pblica, e so as Regies.

    Sobre o setor empresa-rial local ver o artigo de JooBrando neste mesmo nmerodo jornal, no prximo nmerovoltaremos a este tema.

    A escola pblica merecebons edifcios escolares, que

    sirvam o ensino. A Parque Es-colar apostou em edifcios comtoques de luxo, em solueseconomicamente irracionais eem opes de baixa funciona-lidade.

    Materiais de revestimentodo cho e paredes caros e detrabalhosa manuteno de lim-

    peza, persianas de elevadoreseltricos de manuteno exi-gente, a demolio de um an-fteatro de construo recente,

    bem equipado e de dimensesadequadas escola, para cons-truo de uma nova unidade,so exemplos de desperdciosluxosos da reconstruo daJoo de Deus.

    Mas tambm a opo porum sistema de circulao for-

    A Parque Escolar em Faro Secundrias Joo deDeus e Toms Cabreira

    ada do ar por motores el-tricos, que, na Secundria de

    vora, implicou o gasto, nums perodo escolar, da verbatotal do ano para consumo deeletricidade.

    E que dizer de uma remo-delao que se conclui commenos salas de aulas que o edi-fcio antigo, quando decorre oalargamento da escolaridadeobrigatria ao 12 ano? Com la-

    boratrios com uma disposiode bancadas de trabalho quedifculta a vigilncia de vinte

    alunos pelo professor, quandose materiais perigosos? Comtampos de mesas e de banca-das de material que no suportatemperaturas superiores a 50Cnem o trabalho com cidos ou

    bases?

    Foi um investimento de 14

    milhes - que j ter derrapa-do -, um projeto arquitetnico

    entregue sem concurso pbli-co, da responsabilidade de umaempresa sob investigao, comum passivo de 700 milhes.

    Nas obras, no participou sig-nifcativamente qualquer em-

    presa da regio. O descontrolooramental, o impedimento

    participao da comunidade es-colar na deciso das melhoressolues funcionais, a ausnciade planeamento escolar locale regional participados, somarca da governao PS, que,apregoando a defesa da escola

    pblica, favoreceu os negciosdas empreitadas cegas.

    Decorrem agora as obrasna Toms Cabreira, realizadas

    pela mesma empresa, segundoo mesmo modelo.

    Protesto contra portagens na Viado Infante notcia nacional e almfronteiras

    dores j no podem acumularrendimentos, as dvidas dasempresas pblicas j contamcomo dvida do estado, a situ-ao de crise obrigou reduodo nmero de administradores.Quanto sua privatizao, esta uma opo da poltica neo-liberal que conduziu a esta cri-se e qual o Bloco sempre seops. O que feito para servir a

    populao em geral deve ser daresponsabilidade pblica.

    Resta a questo da burocra-cia e regras da gesto pblica.Em Portugal h um hbito mui-to geral: fugir aos problemas.Quando uma coisa est mal ecoloca difculdades, em vez de

    a corrigir, cria-se uma alter-

    nativa. Como resultado, o queest mal continua mal e criam-se novos problemas. Se achamque as regras da gesto pblicadifcultam o bom desempenho

    dos servios, ento mudem-seestas regras em vez de privati-zar a gesto dos servios. E oPS e PSD, responsveis pelo

    poder em Portugal, j o pode-riam ter feito h muito tempo,mas no o quiseram.

    Por isso se defende que asempresas pblicas municipaisde Faro devem ser integradas,com os seus trabalhadores,como servios municipais. Isto

    pouparia ainda mais dinheirona gesto e na rentabilizaodo pessoal.

    Expresso:Marcha lenta congestionou principais acessosDN:Protesto contra portagens na Via do InfanteLUSA:Organizadores da marcha lenta contra pagamento na A22 afirmam forteprotesto e repdio deciso do governoCanal Sur:Organizaciones espaolas y portuguesas convocan movilizaciones contra elpeajeCorreio da Manh:Algarvios bloqueiam aeroporto

    Pblico:Fila de oito quilmetros em protesto contra portagens

    Por exemplo, o Ministrio diminui violentamente as transfe-rncias de verbas para as escolas: o aluno e o professor passama suportar eles as compras de papel; escolas que necessitam etm previsto no seu quadro 10 ou 12 funcionrios funcionamcom 50 ou 60% do pessoal e a vigilncia dos alunos deixa de

    ser feita por pessoas e passa para o controlo distncia atra-vs de cmaras de vigilncia. Um sistema policial substitui arelao educativa.

    Por exemplo, o Ministrio no cumpre a lei. Prev o Estatutoda Carreira Docente um regime que reduz progressivamenteo nmero de aulas semanais do professor, em funo da suasidade e antiguidade, destinando as a outro tipo de tarefas. Comas alteraes recentes daquele ECD, criou se um regime detransio que adapta os direitos dos professores com 15 ou 20anos de antiguidade e com 50 ou 55 anos de idade, respetiva-mente, ao novo quadro legal.

    Por iniciativa das direes ou por presses da Direo Regio-nal de Educao do Algarve, existem neste momento centenasde horrios ilegais nas escolas da regio, havendo casos deescolas que cumpriram a lei integralmente, outras que cumpri-ram meia lei e ainda outras em completa ilegalidade.

    Faamos contas com as escolas do Algarve: 400 professorescom duas horas a mais totalizam 800 horas; 800 horas cor-respondem a cerca de 40 horrios. o que explica a opo doMinistrio pela ilegalidade, a poupana na contratao, sno Algarve, de 40 professores.

    H, em cada um destes passos, o objetivo de degradao daEscola Pblica: enquanto se mantm sem alterao o fnancia-mento dos colgios privados, os cortes na Educao no Ora-mento de 2011 triplicam a recomendao da troika, passandode 195 para 600 milhes de euros.

    2 horas semanais ilegaisno horrio de centenas deprofessores

    Como se poupa 600 milhes naEducao

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    No viver acima das possibilidades

    1 de Outubro 2011. Em Lisboa, os manifestantesdesceram a Av. da Liberdade em defesa dos salriose dos servios pblicos

    20 a 27 de Outubro. Convocada pela CGTP, umasemana de luta contra a destruio dos direitos

    laborais e sociais, o empobrecimento e as injustias. preciso dizer no! preciso lutar para afirmaroutras sadas e outros caminhos.

    15 de Outubro. Faro junta-se soutras capitais europeias que

    sairo rua numa manifestaointernacional para defender maisdemocracia, mais transparnciae menos precariedade

    Outubro ms de lutasS h uma forma de evitar que aausteridade continue a arrastaro pas para a runa: organizar aresistncia e o protesto popular

    para exigir que os sacrifciospassem a ser feitos pelos quevivem dos rendimentos do capital

    Bloco de Esquerda nasautarquias do Algarve

    LAGOS trabalho articulado entre a Associao de Pais daEscola EB 1 n.2, secretariado da Coordenadora Distrital doBE e o seu grupo parlamentar evita encerramento da unidadede ensino LAGOAeleitos do BE em Assembleia Municipaldefendem alterao da linha ferroviria regional dotando acidade de Lagoa de uma ligao actual rede ferroviria,proposta aprovada por unanimidade naquele rgo.TAVIRAmembro do BE na Assembleia Municipal questiona aquelergo acerca da instalao dos apoios de pesca h muito es-perada pela comunidade piscatria local. OLHOAssem-bleia Municipal de Olho aprova recomendao do deputadoRui Filipe do BE para a reparao do alcatro utilizado para aprtica de atletismo por atletas locais. PORTIMOo grupomunicipal do BE prope primeira hora gratuita de estaciona-mento na cidade como forma de contribuir para a revitaliza-o do comrcio local.

    O Bloco de Esquerda apoia e participa nestas iniciativas

    sabe mais em www.facebook.com/bealgarve