família xaveriana - dezembro de 2011 - ano 13 - nº 52

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Informativo das Missionárias e dos Missionários Xaverianos no Brasil.

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A canonização de um santo ou de uma santa tem um objetivo evangelizador: colocar diante da Igreja comunidade a figura de homens e mulheres que a partir do encontro com Jesus Cristo viveram uma vida de entrega e doação aos irmãos, anuncian-

do Jesus Cristo e s e u R e i n o . Ve n e r a m o s o s santos por seu testemunho de v ida , po r sua adesão e exemplo de seguimento a Jesus Cristo como discípulos missio-ná r ios . Temos muito a aprender lendo a vida dos santos. Nos Vos

louvamos, ó Deus, nos Vos bendizemos, Senhor. Toda a terra Vos adora, Pai eterno e onipotente. Os Anjos, os Céus e todas as Potestades, os Querubins e os Serafins Vos aclamam sem cessar. Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do Universo, o céu e a terra proclamam a vossa glória. A santa Igreja anuncia por toda a terra a glória do vosso nome.

Celebrar a canonização de um santo é reconhe-cer o poder Criador, Redentor e Santificador do Deus Trindade que, encontrando um coração aberto e dócil à ação do Espírito Santo, atua em seu servo e faz de sua vida um hino de louvor à Santíssima Trindade.

Não foi diferente com Guido Maria Conforti. Sua vida foi um crescente deixar-se alcançar pelo Senhor que ele contemplava na natureza, no Crucificado e na Palavra. Inspirado no grande missionário São Francisco Xavier e em companhia de Nossa Senhora da Estrada ele viveu plenamente a missão evangelizadora da Igreja, nas três condições em que foi chamado a servir: como Bispo no pastore-io da Igreja local, o compromisso com a missão “ad gentes” e a evangelização dos que perderam o sentido da fé.

Na vida de Guido Maria Conforti há uma estreita relação entre o Cristo crucificado e a missão. Quando criança, no caminho entre a sua casa e a escola havia uma capela, no altar, um grande crucifi-xo, ele sempre entrava para rezar. Já idoso, lembrava esses momentos dizendo que “Ele fixava seu olhar em mim e eu também olhava para Ele”. Confidenciava “Este Crucificado me deu a vocação”. O Cristo crucificado foi a fonte inesgotável na qual encontrou forças para vencer todas as dificuldades, quando fundou a Congregação dos Missionários Xaverianos. Foi a Cruz de Cristo que o inspirou no zelo incansável e na dedicação total à missão “ad gentes” sem esquecer as necessidades da sua Diocese.

Com Guido Maria Conforti aprendemos o amor à Palavra de Deus. Como jovem seminarista t i n h a c o m o projeto de vida: “Todos os dias vou ler ao menos um capítulo da sagrada escritu-ra.” Como Bispo, iniciou em sua Diocese o projeto que hoje continua atual “o evange-lho em todas as famílias” e, para c o n c r e t i z á - l o criou a “Socieda-d e d e S ã o Jerônimo pela difusão do Evangelho”.

Uma forma de venerarmos e honrarmos Guido Maria Conforti, por ocasião de sua Canonização, é intensificarmos as visitas missionárias às famílias, como nos pede o nosso quinto plano diocesano de pastoral, levando a Palavra, fazendo a leitura orante da Bíblia, ajudando as famílias a fazerem o encontro pessoal com Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida.

A essência dasantificação

A essência dasantificação

Dom Manuel Parrado CarralBispo de São Miguel Paulista (SP)

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São João (Jo 11, 50-53).

Papa

Papa

. Ao

Canonização

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Evangelho

Congregação dos Missionários Xaverianos

Canonização

Canonizaçãoem memória

línguas,

na Basílica de São Paulo Extramuros

Dom

Canonização

como o Pai nosso.

mal» (Mt.6,9-13). E naCatedral

Roma, sábado, 22 de outubro - vigília de preparação

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editorial

A coragem da santidade

DIRETORRafael López Villasenor

REDAÇÃOAlfiero Ceresoli / Cláudio MarinoniMario Celli / Elena Conforto

JORNALISTA RESPONSÁVELJ. Eugenio Menezes - MTB 21.183.83/87/SP

DIAGRAMAÇÃO/PROJETO GRÁFICOPe. Mario Celli/ Hipólita Senem

IMPRESSÃOGráfica Exklusiva

FAMÍLIA XAVERIANARua Gregório Serrão, 177 - Vila Mariana04106-040 São Paulo, SP

Caixa Postal 1298504010-970 São Paulo, SPTel/Fax: (11) 5572.2016

ATENDIMENTO AO LEITORMaria Angélica Kroetz Kovalhuk(41) 3335-5545

WEBSITESwww.xaverianos.org.brwww.xaverianas.comE-mail: [email protected]

Colabore com o nosso serviço de evangeliza-ção! Envie sua contribuição para as obras

missionárias:

Família XaverianaSociedade São Francisco Xavier

Caixa Econômica Ag. 0374Conta: 2665-3

CNPJ 76.619.428/0006-93

editorial

expedienteexpediente

Desejamos aos nossos leitores, que estiveram junto conosco no ano da Canonização de Dom Guido, um santo e abençoado Natal.

Que Jesus traga a paz necessária para a renovação de nossa vocação missionária além fronteiras

para mais um Ano que se iniciará. Viva 2012!

[email protected] . DEZEMBRO DE 2011

de Elena Conforto

Lendo o último livro de Augusto Luca, uma das testemunhas ainda vivas que conheceu Dom

Guido, me chamou muito atenção uma página onde o autor coloca todos os contemporâneos ao bispo de Parma, da mesma região, que estão em processo de santidade. Isso me faz pensar que rumo à santidade não caminhamos sozinhos e que podemos nos ajudar, uns aos outros, nesse empreendimento.

Dom Guido Maria Conforti nasceu em 1865 e com apenas 38 anos foi chamado pelo Papa Leão XIII a dirigir a Arquidiocese de Ravenna e em 1907 lhe foi confiada a Diocese de

Parma. Ele foi pastor em tempos difíceis. Como falou Bento XVI na homilia do dia da canonização na Praça São Pedro: a vida de Dom Guido “foi assinalada por numerosas provas, também graves. Ele, por primeiro, experimentou e testemu-nhou aquilo que ensinava aos seus missionários, ou seja, que a perfei-ção consiste em fazer a vontade de Deus, sob o modelo de Jesus Crucificado”.

Podemos tirar alguns ensina-mentos também para nós que vivemos em contextos não fáceis. São Guido, que a partir do dia 23 de outubro, é modelo da Igreja Universal nos indica alguns caminhos. Ele nos mostra:

A coragem de encarar cada situação, até a mais complicada, na congregação e na diocese, indo às últimas consequências; mesmo quando parece não conseguir mais, continua, com uma santa e flexível tenacidade; até o fim fala: “se eu ainda posso fazer alguma coisa, não recuso o trabalho”;

A coragem de ser sempre otimista, com sorriso e serenidade habituais e costumeiros, mesmo no meio da tempestade dos pensamen-tos filosóficos emergentes e em contextos hostis ao anuncio do evangelho;

A coragem dos grandes sonhos, como a fundação de um Instituto para as Missões e a ousadia de enviar missionários para China;

A coragem de sair das

sacristias e das igrejasencontro do povo: é o pastor que vai à procura das ovelhas sem esperar no calor e aconchego do redil; ele faz cinco visitas pastorais enquanto bispo de Parma e vai visitar seus missionários na China, apesar da precariedade dos meios de comuni-cação da época;

A coragem da santidade, porque se o missionário e a missioná-ria não forem santos (encíclica Redemptoris Missio, nº 90) não podem ser fecundos.

Quando aparecem personali-dades grandes e verdadeiras como a de São Guido, todos as reverenciam e respeitam porque são capazes de criar aquelas transformações necessárias para que o mundo mude! É isso que aconteceu no dia 23 de outubro, Dia Mundial das Missões, em Roma; é essa esperança que foi celebrada e é esse caminho que foi indicado para que outro mundo seja possível, o caminho da santidade!

para ir ao

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São Guido, missionáriopara o mundo

DEZEMBRO DE 2011 . 3

a missão da Igrejaa missão da Igreja

de Felipe Rota Mártir

A canonização de Dom Guido Conforti é algo que enriquece não somente a Famíl ia

Xaveriana mas também a Igreja e o mundo. Ainda jovem, durante os anos do seminário, tinha lido uma biografia do grande Francisco Xavier e isso fez surgir nele o desejo de ser missioná-rio na China. Mas a sua saúde e outros motivos impediram a realiza-ção de tal sonho. Dom Guido não foi um 'aventureiro heróico', não enfrentou viagens perigosas, não foi um mártir, não fez nada 'fora do comum'. Para ser missionário, de fato, não precisa sempre partir, devorar quilômetros e realizar grandes obras, basta somente, após encontrar o Ressuscitado e anunciá-lo aos outros. Dom Guido fez esta experiência quando, em Parma, indo para a escola, dentro de uma igreja, contemplava um crucifixo que, com os seus braços abertos, indicava a universalidade da missão. Hoje em dia muitas pessoas vão à igreja para receber ou pedir alguma coisa. Contemplando diariamente aquele crucifixo, Dom Guido percebeu que devia oferecer a própria vida. Aquele crucifixo que abraçava todos os povos da terra precisava dele para realizar um projeto: fazer do mundo uma só família que abrace a humani-dade.

Guido ingressou no seminário de Parma pouco depois. Desde os anos de sua juventude, os altos muros do seminário não lhe impedi-am, antes estimulavam seus sonhos de evangelizar a China. Anos depois, será bispo incansável, servindo o seu povo sem poupar esforços e enfren-

tando grandes sacrifícios. Ainda assim, Guido não somente não se fecha na própria diocese, mas sente também a urgência da missão 'além-fronteiras', por isso decide formar uma família missionária. Tinha somente 23 anos quando começou a pensar neste ousado projeto. Não se intimidou diante das dificuldades. Na qualidade de bispo, foi animador missionário da Igreja italiana e fez questão que os cristãos da Itália se preocupassem pela missão além-fronteiras e não somente pelo próprio país.

Dom Guido foi, ao mesmo tempo, bispo de Parma, mas missio-nário do mundo, pastor de um só rebanho, a Igreja universal: não somente a diocese de Parma, mas também a imensa missão da China, que Roma confiara aos xaverianos, onde seus filhos estavam evangeli-zando. Ele mesmo deu o exemplo: se abriu aos imensos horizontes do mundo, acompanhou, sustentou e visitou pessoalmente os seus na China, pouco antes de morrer.

Mesmo precisando de padres para a sua diocese, envia missionários para a China, convencido de que quem doa com generosidade recebe muito mais.

Guido foi Pastor de um só rebanho, mas este rebanho foi a Igreja toda, o mundo inteiro. O discípulo é responsável por toda a humanidade, por aqueles que ainda ignoram o amor do Pai e a fraternida-de do Reino. Não podemos ficar indiferentes. Dom Guido pensava que todo cristão deve se sentir responsá-vel também da missão entre os não cristãos, nos cinco continentes. Nisso ele antecipou a abertura missionária do Vaticano II e do Documento de Aparecida: “Para não cair na armadilha de fechar-se em si mesma, a nossa Igreja Latino-Americana deve formar-se como discípula missionária sem-fronteiras, disposta a ir 'à outra margem', onde Cristo ainda não é reconhecido como Deus e Senhor” (nº 376).

Obrigado, São Guido, pelo teu lindo testemunho de vida missionária!

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4 . DEZEMBRO DE 2011

leigos para a missãoleigos para a missão

de Antonio Paulo Alexandrino

Peregrinos de São Guido

M i l h a r e s d e r o m e i r o s chegaram à Roma (Itália) p a r a c e l e b r a r a

canonização de Dom Guido Maria Conforti, entre eles o grupo dos brasileiros. Na parte da manhã em 23 de outubro, a praça de São Pedro estava repleta de gente. Era uma manhã muito fria, mas o calor do coração dos fiéis esquentou a enorme praça. Todos estavam personalizados para São Guido, com camiseta, lenço e boné amarelo. Ao fundo sob a fachada da Basílica de São Pedro, as fotos dos beatos a serem canonizados, ao centro, o Beato Guido, a sua direita, a Beata Bonifácia e à esquerda, o Beato Luiz Guanella. A multidão estava em festa, bandeiras e faixas eram agitadas a todo instante. A Igreja estava reunida na praça, parecia uma só família. Quando o Papa passou rumo ao altar, foi possível vê-lo bem de pertinho. A multidão o saudou com palmas, agitação de bandeiras, faixas e o Papa retribuiu como um pai de família acolhe os filhos quando chega em casa.

Guido Maria Conforti, disse o Papa na homilia, "desde criança deu prova de um caráter firme ao seguir a

vontade de Deus. Na contemplação do Crucificado e com apenas trinta anos, fundou uma família religiosa, somente para a evangelização, sob a proteção do grande Apóstolo do Oriente São Francisco Xavier. Olhar o crucificado lhe abria o horizonte do mundo inteiro, sentindo o urgente desejo, escondido no coração de toda pessoa, de receber e acolher o anúncio do único Amor que Salva."

No dia seguinte, 24 de outubro, na basílica de São Paulo extra muros, houve uma missa muito bonita de ação de graças pela canonização. Nesta igreja está sepultado o apósto lo Paulo e durante a celebração foi intensa a sensação da presença do Espírito Santo. A celebração foi feita nas diversas línguas das culturas presentes e certamente, São Guido, naquele momento sorriu no paraíso, pois aquela congregação de pessoas foi uma amostra concreta do sonho de “fazer do mundo uma só família.”

O Brasil está marcado para sempre com as pegadas dos Missionários Xaverianos. Eles ergueram igrejas e formaram c o m u n i d a d e s c a t ó l i c a s q u e herdaram o carisma missionário. A

Família Xaveriana se identificou muito com o povo brasileiro. A mensagem missionária de São Guido de “fazer do mundo uma só família” é viva, atual e expressa a grande alma e amor que o santo tinha por todos os povos.

A missão, é claro, pode ser d e s e m p e n h a d a p e l a s m ã o s abençoadas dos padres e das irmãs. Mas a interpretação da ideia de São Guido é maior. Como Cristo, ele conta também com os leigos para esta missão de fazer do mundo uma só família. Isto deve ser experimentado na profissão ou função de cada um na sociedade e em todas as ações humanas a serem desenvolvidas no dia a dia. Assim, a mensagem é um agente transformador para as pessoas e desta forma a ação profissional se mistura a religião e não se pode separar uma da outra. Muda alguma coisa para aquele que recebe algum benefício da ação, mas muda também, transformando para melhor o coração de quem faz. Obrigado Senhor Crucificado pela vocação de São Guido.

Dom Guido Maria Conforti, Guido dos xaverianos, agora, São Guido da humanidade, rogai por nós!

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DEZEMBRO DE 2011 . 5

vidas para a missãovidas para a missão

de João Evandro Pereira Cordeiro, sx

Consagração a serviçodo Reino de Deus

O passado 24 de outubro, um dia após a canonização de São Guido Maria Conforti,

consagrei para sempre minha vida à missão juntamente com outros sete irmãos xaverianos procedentes de Indonésia (4), Itália (2), Espanha (1) e Brasil (1) na Basílica Extra Muros de São Paulo em Roma (Itália), onde São Guido fez sua profissão perpétua antes de ser ordenado Bispo. Momento muito significativo para minha vida, que não sei como descrever.

Minha caminhada vocacio-nal iniciou com duas pessoas muito importantes na minha vida: meu pai, Francisco Alves e minha mãe, Maria Pereira. Eu fui o segundo de seis irmãos. Em seguida, já com os meus 24 anos comecei fazer parte de outra família, a família dos Missionários Xaverianos que estão presentes em vários países. Iniciei em Ananindeua

(PA), no ano de 2001, com a forma-ção inicial, depois comecei a filosofia. Terminando o primeiro ano, decidi fazer uma experiência na minha casa para refletir um pouco mais sobre a vocação sacerdotal e missionária, mas logo voltei ao seminário. Seguindo o curso de filosofia em Curitiba (PR), fiz uma boa experiência morando em outra região do Brasil. Logo fui para Hortolândia (SP), onde fiz o novicia-do. Foi um tempo difícil por experi-mentar a formação sozinho, porém vivi uma experiência inesquecível, que me fez entrar em profundidade com a Palavra de Deus, com o Carisma do Fundador e da Missão aos não cristãos. Fiz a primeira profissão religiosa em 15 de junho de 2007, em Hortolândia na comunidade de Nossa Senhora Auxiliadora.

Posteriormente fui destina-do à Cidade do México para estudar

teologia no contexto das teologias internacionais xaverianas, onde encontrei irmãos de todas as cores, latino-americanos (mexicanos e brasileiros), africanos (congoleses e camaroneses), europeus (italianos) e asiáticos (indonésios), com a missão de fazer do mundo uma só família.

Chegou para mim o momento da consagração definitiva ao serviço do Reino, isto nunca significou estar livre das tentações, porém nas tribulações da vida sempre fui descobrindo as maravilhas que Deus vem fazendo na minha vida. Estou muito feliz pela vocação missionária, por fazer parte da família religiosa dos Missionários Xaverianos. Prestes à ordenação diaconal, no próximo 30 de dezembro, quero continuar respondendo ao chamado de Deus ao serviço da missão, sendo construtor do Reino já aqui na terra.

Acima, da esquerda para a direita, Xavier, de naturalidade espanhola, com Evandro, brasileiro do Estado do Pará, e Dom Dominic Miyahara Ryoji, bispo de Fukuoka (Japão).

À esquerda, todos os seminaristas que fizeram a Profissão Perpétua com Pe. Rino Benzoni, Superior Geral dos Xaverianos.

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A vocação missionáriade São Guido e Madre Celestina

6 . DEZEMBRO DE 2011

mulheres para o reinomulheres para o reino

de Lucia Santarelli

Numerosas testemunhas, concordam em colocar, no início da vocação missioná-

ria de Dom Guido Maria Conforti e Madre Celestina Bottego a expe-riência marcante do encontro com o Crucifixo.

Para São Guido a experiência iniciou na época de sua escola primária, num encontro diário, num diálogo com o Crucifixo, que, aos poucos, foi dando forma a sua personalidade, espiritualidade, vocação apostólica e missionária. Foi o próprio São Guido a atribuir sua vocação ao Crucifixo no qual marcou permanente presença inspiradora, principalmente na sua vida pessoal, pastoral, na formação dos futuros missionários e no solene envio dos mesmos para as missões.

Madre Celestina foi tocada pela experiência do encontro com o Crucifixo na idade adulta. Durante sua infância, Madre Celestina foi tocada pela experiência de Jesus Eucaristia, ao qual dedicou seu coração, acolhendo as moções que a levavam para uma generosa doação profundamente apostólica, na dimensão leiga, na convicção que tal fosse o plano de Deus sobre ela. Foi em volta de seus 50 anos, que o Crucifixo “veio perturbar sua vida”, textuais palavras dela, com uma proposta de totalidade. Convidada repetidamente por Padre Tiago Spagnolo a assumir a fundação da Congregação das Missionárias de Maria, o futuro ramo feminino da Congregação dos xaverianos, Madre Celestina aduzia várias razões, recusando com firmeza o convite. Foi o ícone do Crucificado, juntamen-

te com uma única palavra: “Tudo” que a tirou de sua tranquilidade, provocando uma profunda inquieta-ção. O Crucifixo dissolveu toda resistência e determinou sua entrega total ao plano de Deus.

Podemos apontar vários elementos comuns entre São Guido e a Serva de Deus Celestina: virtudes, atitudes, sonhos presentes nos dois fundadores que transmitiram a seus filhos como expressão concreta do carisma missionário: humildade, espírito de oração, profunda sensibi-lidade litúrgica, caridade fraterna, zelo apostólico, hospitalidade, amizade, respeito pelas culturas, generosidade com os vizinhos e com os distantes... Dom Guido e Madre Celestina esmeraram-se na capaci-dade de criar e tecer relações humanas, de prestar atenção à realidade, especialmente das pessoas sofridas, marginalizadas e discriminadas.

Após a primeira visita pastoral na sua diocese de Parma, São Guido deu-se conta da condição religiosa e política de seus filhos. Logo promo-veu uma sólida formação cristã, em todo o território e tornou-se presente e atuante nas situações de conflitos,

durante as greves agrárias, a perse-guição do fascismo e a infiltração do modernismo dentro da própria igreja católica. Ele foi uma presença constantemente comprometida, contra a intervenção armada, em favor da participação das eleições políticas: solidário, sempre conforta-dor e orientador.

O mesmo amor para o povo aparece na história de Madre Celestina que, contemporaneamente engajada em múltiplas atividades pastorais, educativas, promocionais, se dedicou inteiramente ao socorro das vítimas da violência durante os conflitos da segunda Guerra Mundial. Abriu sua casa para pessoas em dificuldade, acolheu viúvas, crianças abandonadas, famílias... dando amparo, consolo, coragem. Engajada como enfermeira na organização da Cruz Vermelha, oferecia assistência aos militares.

Ambos, filhos de Parma (Itália), viveram e exerceram sua atividade apostólica para o bem-estar do povo, projetados além Parma, para o mundo inteiro, antecipando profeticamente o binômio “dimensão local-dimensão universal”, amplamente apresentado pelo Documento da Aparecida.

Acima, MadreCelestina Bottego.Ao lado, o crucifixoque despertouSão Guido

Foto de Giovanni Ruzzi

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DEZEMBRO DE 2011 . 7

vidas para o mundovidas para o mundo

de Pe. Remigio Serra

50 Anos a serviço da missão

Nasci em Terralba (Itália) em 26 de novembro de 1927. Depois da escola primária,

cursei agronomia. Como filho de agricultores, o jeito era aprender técnicas diferentes e aperfeiçoar minha preparação profissional. Durante a segunda guerra mundial entre 1941- 1944, meu pai foi chama-do para o serviço militar, eu fiquei com meu avô, cuidando de nossas vinhas.

Eu queria ser missionário e procurei em diversos Institutos, mas as portas ficavam fechadas. Estava já desistindo de tudo. O jeito era pegar a enxada e a foice e esquecer os países do Oriente. Quando tudo ficou escuro, uma luz se acendeu, abriu-se finalmente uma porta, a dos Missionários Xaverianos. Logo fiz o noviciado (1957-1958) e a teologia (1958-1962). Após a ordenação em 15 de outubro de 1961, fui destinado para a missão no Bangladesh, portanto devia aprender inglês e por isso fui para Escócia. Terminado o curso de Inglês e tendo o visto para partir, fiz o pedido para a profissão perpétua. A resposta chegou com atraso: para esquecer o assunto, o Superior Geral me destinou para Pegli (Itália). Só após o Natal de 1963 recebi minha nova destinação para a missão, mas dessa vez foi para o Brasil. Preparei as malas e com o irmão Mario Minuti peguei o navio no início de fevereiro de 1964.

Dos 50 anos de Padre 47 foram vividos no Brasil: no Paraná em Santa Mariana (1964), Londrina - Vila Casoni (1965), Laranjeiras (1966), Curitiba (1973), Jaguapitã - Rolândia (1974), Lupionópolis (1988) e Santa Mariana (1990). Continuei em Minas Gerais em Coronel Fabriciano (1993). Desde 2010, estou em São Paulo

para cuidar do arquivo regional.A vida eucarística é para mim a

fonte da paciência, da força para viver e carregar a cruz de cada dia. Quando a minha oração era em favor das outras pessoas eu era sempre mais feliz e a cruz não era mais pesada para mim. Deus escutava a minha oração.

A celebração das bodas de Ouro Sacerdotal aconteceu na semana antes da canonização de São Guido Maria Conforti: na alegria dos 50 anos de ministério e da canoniza-ção do nosso padre fundador te agradecemos e louvamos Jesus, sumo e eterno sacerdote! Maior graça vamos encontrar somente no paraíso!

Quando tudo ficou escuro, uma luz se acendeu, abriu-se finalmente uma porta, a dos Missionários Xaverianos

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8 . DEZEMBRO DE 2011

notíciasnotícias

MARANHÃO

IR. CHANTAL MAGANGI

Rua Uirapuru, 372

65269-000 Serrano, MA

Fone: (98) 3389.1077

MATO GROSSO

IR. FELICITAS SANTIESTEBAN

Rua João Paulo II, s/n - Cx. Postal 122

78530-000 Peixoto de Azevedo, MT

Fone: (66) 3504.1041

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MINAS GERAIS

PE. LAO PIROLA

Recanto das Mangueiras, Av. Ikê 827,

35171-075 Coronel Fabriciano, MG

Fone: (31) 3846.8675

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PARÁ

IR. LUCIA BOLOGNESI

Rua Veiga Cabral, 447, Cidade Velha

66023-630 Belém, PA

Fone: (91) 3225-0699

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Pass. Eduardo Sillé n. 30, Águas Lindas

67020-105 Ananindeua, PA

Fone: (91) 3255.3220

E-mail: [email protected]

PARANÁ

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Fone: (43) 3321-6579

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Cx. Postal 687 – 86001-970 Londrina, PR

Fone: (43) 3325.1259

E-mail: [email protected]

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Cx. Postal 24802 – 80810-970 Curitiba, PR

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C.P. 122 – 85301-970 Laranjeiras do Sul, PR

Fone: (42) 3635.1413

E-mail: [email protected]

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Morro Doce – 05267-140 São Paulo, SP

Fone: (11) 3911.0213

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Caixa Postal 12985 - Vila Mariana

04010-970 São Paulo, SP

Fone: (11) 5579.2757

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PE. JOÃO BORTOLOCI

R. Emma Frederici Gerardelli, 877 - Jd. Sta. Isabel

13185-310 Hortolândia, SP

Fone: (19) 3887.1925

E-mail: [email protected]

Nossos endereços:

Espetáculo

Romaria em agradecimento

Envio Missionário

Missionário de quatro continentesNa manhã de 24 de outubro de 2011, Pe. Bruno Boschetti veio a falecer vítima de um ataque cardíaco em Moçambique (África). Tinha 65 anos. Nasceu em Cesena (Itália) em 1946. Entrou para os Missionários Xaverianos em 1963. Fez sua Primeira Profissão Religiosa em 1964, foi ordenado sacerdote em Parma (Itália), em 1972. Depois da ordenação, foi enviado para a Indonésia (1973-1979). Voltou para a Itália, onde trabalhou na Animação Missionária e Vocacional (1979-1985). No Brasil atuou na Pastoral em Pinhais (PR), Santa Luzia (MG) e Piracicaba (SP) (1985-1998). Desde 1998 atuava no Moçambique. Que Deus lhe dê o eterno descanso!

Aconteceu a romaria para Aparecida do Norte (SP) da Família Xaveriana em agradecimento pela canonização de São Guido Maria Conforti e de São Luis Guanella em 20 de novembro. A missa foi presidida pelo Cardeal Dom Raymundo Damasceno presidente da CNBB. Houve momento de comunhão fraterna entre os romeiros dos xaverianos no antigo batistério da basílica. Cada grupo fez uma breve apresentação sobre as atividades missionárias.

No dia 24 de outubro, em Roma na Basílica de São Paulo ex t ra-muros receberam o mandato missionário duas M i s s i o n á r i a d e M a r i a - Xaverianas, Ester Perego e

Teresa Paiocchi, que, após um tempo de serviço na Itália, voltam ao Brasil, lugar onde já desenvolveram seu trabalho missionário: a Ester e a Teresa damos aos boas-vindas de volta!

Na véspera da canonização, dia 22 de outubro, no teatro Dom Orione em Roma (Itália), houve uma vigília seguida por um espetáculo preparado pelo grupo dos jovens de Salerno. Foi um momento de festa, alegria, música e cores dos vários continentes. Pareceu claro que o sonho de Dom Guido, fazer do mundo uma só família, está se tornan-d o r e a l i d a d e . N o próximo número de F a m í l i a X a v e r i a n a teremos a possibilida-de de ler o testemunho de quem participou da construção do espetá-culo.