Boleti m Informati vo do Hospital Espírita André LuizAno 1 I Edição 5 | Março/Abril 2017

A caminhada de M. F. C., 64 anos, ao lado do fi lho mais velho, R., é longa, árdua, cansati va, mas nunca sem esperança. Aos 16 anos, ele começou a usar maco-nha, depois, cocaína e, por fi m, rendeu-se ao crack. Passou por inúmeros trata-mentos e internações e, hoje, aos 40 anos, demonstra, de forma mais concreta, o desejo de mudar de vida, segundo observa a própria mãe. Ela acredita que a mudança de comportamento dela, ao passar a evitar a superproteção e ser mais fi rme ao dizer “não” ao fi lho, tem uma parcela importante nesse resultado.

“Antes, eu queria resolver tudo, falava ‘não’, mas voltava atrás. Hoje já consigo deixá-lo viver a própria vida e digo que, se precisar de mim, estou aqui. Sei que ele tem que amadurecer, mesmo que isso cause dores. Com isso, estou mais serena. Percebi o quanto eu também precisava mudar”, comenta ela, que sem-pre fez terapia e parti cipou de grupos e reuniões de família. Há quatro meses, R. é paciente do Centro de Terapia e Assistência Social (CETAS) do Hospital Espírita André Luiz (HEAL). “Ele sempre teve o meu apoio e o das duas irmãs. Estamos sempre ao lado dele”, afi rma M., que é viúva.

No HEAL, o acompanhamento da família pelas equipes de Psicologia e de Psi-quiatria é uma das condições do tratamento. No caso de pacientes com outras doenças psiquiátricas, a família é convidada a parti cipar do grupo de apoio e passar por entrevistas semanais com psicólogo e psiquiatra. “Quando a famí-lia é parti cipati va, o paciente adere melhor ao tratamento, pois ele se sente apoiado e acolhido. Com isso, há menor chance de reospitalização, percebe-mos melhoras nos confl itos familiares, há mais harmonia e qualidade de vida para todos”, afi rma o psiquiatra Renato Ferreira Araújo, especialista em neuro-modulação em psiquiatria (técnicas de esti mulação cerebral não invasivas para tratamento de transtornos mentais). (Conti nua na página 5)

FamíliaApoio da família é fundamental para adesão do paciente ao tratamento

Fé e parceria para conti nuar na caminhada

ReFletiR

EXPEDIENTESer + | Boleti m Informati vo do Hospital Espírita André Luiz | Nº 5 - Ano 1 - Março/Abril 2017 | Equipe de Comunicação: Varda Kendler, Renata Castano e Camilla Fiorini | Produção editorial e gráfi ca: Press Comunicação Empresarial (www.presscomunicacao.com.br) | Jornalista respon-sável: Letí cia Espíndola (MG 11.928) | Designer gráfi co: Claudia Daniel | Redação: Ana Carolina Rocha e Luciana Neves | Edição: Luciana Neves | Fotos: Kênia Marcília da Silva, Rachel Caxito e Banco de imagens/Pixabay| Revisão: Cláudia Rezende | Impressão: Gráfi ca Central | Tiragem: 3 mil exemplares | E-mail: comunicacao@heal.org.br | Site: www.heal.org.br

DIRETORIADiretora-presidente: Eleusa Mizrahy Polakiewicz | Diretora Financeira: Patrícia Maria Nunes I Di-retor de Comunicação e Promoção Social: Edward Loures I Diretor Administrati vo: Francisco Van-derlei | Diretora de Atenção à Saúde: Walkíria Texeira Campos | Diretora de Assistência Espiritual: Esmeralda Vieira | Diretor Técnico: Dr. Roberto Lúcio Vieira de Souza (CRM-14987) | Diretor Clínico: Dr. Júlio César Menezes Vieira (CRM-43926) | Diretor Jurídico: Dr. Mauro Soares de Freitas

CONVÊNIOSAmagis I Amil I AMMP I Bacen - Banco Central I BHTrans I Bradesco Saúde I Casu I CEF - Caixa Econômica Federal I Cassi I Cemig Saúde I Copass - Copasa I CNEN - Comissão Nacional Energia Nuclear I Desban - BDMG I Fundação Libertas I Fundação Fiat I Fundação Itaú I Fundaff emg I Good Life I Medial Saúde I Mediservice I Nipomed I PASA - Vale I Petrobras I Planassist I PMMG I Postal Saúde I Promed I Samp I Saúde Sistema I Unimed I Unafi sco I Usiminas

Geral: (31) 3115-2600SAC: (31) 3115-2646

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CANAIS DE COMUNICAÇÃO

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É com prazer que iniciamos, neste ano, a nova gestão do Hospital Espírita André Luiz. Tenho muito carinho e orgulho em pertencer a essa insti tuição, cujo tra-balho sempre se apoiou na compaixão e no respeito pelo outro. Os desafi os são grandes, mas sabemos que, com fé, com dedicação, com empenho e com a colaboração de doadores, aos poucos, conseguiremos expandir o trabalho fi lantrópico do hospital, para sempre ajudarmos a comunidade.

Para quem vive o desafi o do tratamento psiquiátrico – pacientes e familiares – , em um mundo onde a intolerância, o desrespeito e a desatenção com o outro estão, infelizmente, ainda muito presentes nas relações, buscar apoio na família, nos ami-gos e na espiritualidade nos ajuda a manter-nos centrados, em harmonia e em paz.

Independentemente da crença alheia, é importante buscar um senti do para a vida, algo que nos dê energia para viver, para acreditar, para conti nuar a caminha-da. Nesta edição, mostramos que o HEAL oferece assistência espiritual a quem se interessar. Também possui grupos de apoio psicológico. Nossa equipe está preparada para atender quem necessita, com qualidade e de forma humanizada.

Boa leitura!

Eleusa Mizrahy PolakiewiczDiretora-presidente do Hospital Espírita André Luiz

A parti r da edição de junho, o boleti m Ser+ passará a ser veiculado apenas na versão eletrônica. Para recebê-lo, envie um e-mail para comunicacao@heal.org.br

A prática constante da espiritualidade permite conectar-se com o sagrado e com a própria luz interior, o que, se-gundo estudos da Associação Mundial de Psiquiatria, au-xilia na prevenção contra vícios, transtornos psiquiátricos e suicídio. A organização acredita, no entanto, que a falta da espiritualidade ou a visão distorcida dela pode piorar quadros depressivos e aumentar o risco de transtornos mentais e de abuso de substâncias ilícitas.

“A ciência já comprovou que a prática da espiritualidade modifica a condição do funcionamento cerebral, estimulando o córtex pré-frontal (relacionado ao com-portamento social) a produzir sensações de bem-estar, paz, alegria e harmonia e reduzindo a raiva e o adoecimento da pessoa”, ressalta o psiquiatra e diretor técnico do Hospital Espírita André Luiz (HEAL), Roberto Lúcio Vieira de Souza.

No hospital, esse assunto é tão importante que há um setor específico para ofere-cer assistência espiritual aos pacientes, baseada no kardecismo. O Departamento de Assistência Espiritual (DAE) conta, atualmente, com cerca de 300 voluntários, criteriosamente selecionados, e exige uma autorização por escrito da família para que o interno possa receber esse tipo de atendimento (veja ao lado). O prontuário clínico do paciente é avaliado pela psicóloga e gerente do DAE, Rossana Vieira Alves Balvetti, que prescreve as atividades individuais e/ou em grupo.

Qualidade de vida

Voluntária no HEAL há dez anos, a diretora do DAE, Esmeralda de Deus Vieira, afirma que todas as atividades contribuem para a melhoria da qualidade de vida do paciente, permitindo mudanças de pensamentos e de sentimentos e favorecendo o campo da consciência para o mundo espiritual, independentemente da religião.

Quando o filho L., de 32 anos, foi internado no HEAL, devido a um surto psicó-tico, a dona de casa S. O. M. encontrou na fé o alívio para os atuais desafios. “É preciso tempo para que ocorram melhoras. Encontrei no hospital tratamento, amparo e uma resposta bem positiva na compreensão do meu filho”, comenta ela, que acredita que L. sofreu uma sobrecarga mental, associada à perda do pai, à doença recente da filha e às constantes ingestões de chá alucinógeno.

acolhimento

Espiritualidade na prevenção de doenças

ATENDIMENTO ESPIRITUALAtendimento fraterno – com apoio do Evangelho, o vo-luntário escuta e auxilia a pessoa. Destinado a pacientes e ao público externo (famílias e comunidade), e é preciso agendar.

Evangelização – o Evangelho, as parábolas de Jesus e temas relacionados à doutrina espírita são usados para conscientizar e sensibilizar os pacientes, para que possam ter uma nova proposta de vida a partir da alta hospitalar.

Fluidoterapia – equivale ao passe e à ingestão da água fluidificada. O passe pode ser específico (um único paciente entra na sala de passe para recebê-lo, conforme a necessidade) e geral (vários pacientes em uma sala).

Pilar de luz e acolhimento – voluntários percorrem o hospital e fazem rogativas a Deus por vibrações positivas em vários pontos do HEAL. Com uma cesta, também distribuem dezenas de mensagens espirituais às pessoas.

Programa Renascer – utilizado para qualquer tipo de dependência, são trabalhados 14 passos e 12 princípios, fundamentados na doutrina espírita, nas 15 reuniões que constituem o programa.

Reflexão musical – uma vez por semana, músicos executam canções instru-mentais em piano, violão e saxofone, que contribuem para o relaxamento e para a tranquilidade.

Reuniões mediúnicas – desobsessão e assistência espiritual.

Reuniões públicas – oferecidas às famílias dos pacientes e à comunidade, nelas, é estudado o conteúdo do Evangelho à luz da doutrina espírita. Aconte-cem às quartas-feiras, às 19h30, e aos domingos, às 19h15.

Nutrientes para a recuperação

Em comemoração ao Dia Nacional da Saúde e Nutrição, celebrado em 31 de março, e ao Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, a equipe do Serviço de Nu-trição e Dietética do HEAL ressalta que a alimentação saudável é muito importante para a recuperação dos dependentes químicos e dos pacientes psiquiátricos, cujos organismos são mais carentes de nutrientes. Veja as dicas da equipe.

l Quanto mais colorido o prato, mais nutritiva e equilibrada será a refeição.

l Alimentos ricos em zinco, como carnes vermelhas, aves, leite e derivados, cereais integrais e nozes, ajudam na cicatrização de ferimentos e lesões, reduzem o apetite e os distúrbios cognitivos.

EqUILíbRIOl Cenoura, moranga, manga, mamão, couve e agrião são fontes de vitamina A e ajudam na recuperação do fígado, essencial nos períodos de abstinência.

l Frutas cítricas, como morango e acerola, e verduras, como brócolis e espinafre, são ricas em vitamina C e ajudam no funcionamento do organismo.

l Inclua nas refeições alimentos verdes, com clorofila. A substância ajuda na eli-minação das substâncias tóxicas do organismo e prepara o corpo para a absorção de nutrientes.

l Óleos de milho, de soja e de girassol e gérmen de trigo são ricos em vitamina E e ajudam a diminuir os efeitos nocivos no cérebro.

l O selênio protege todas as células do corpo, inclusive as cerebrais, e está pre-sente em nozes, cereais, peixes e ovos.

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Agendamentos3115-2610

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, o Hospital Espírita André Luiz promoveu uma cam-panha interna com o tema Valorize. A ideia foi es-timular a autovalorização e a valorização do outro -- um dos focos do HEAL. A ação foi veiculada nos canais de comunicação interno e externo da ins-tituição.

A data também foi marcada pela exibição da comé-dia “Minha mãe é uma peça”, para descontrair a roti-na complexa. A sessão do filme no auditório foi um momento de integração de mais de 100 mulheres, dentre funcionárias e pacientes, que saborearam

pipoca e deram boas gargalhadas juntas. Foram oferecidas quatro sessões, nos dias 8 e 9, nos turnos da manhã e da tarde, para que todas pudessem participar.

A analista de Negociações e Contratos Rosangela Souza elogiou a iniciativa. “Esse tipo de ação motiva, e muito, todas nós, colaboradoras do hospital”, disse ela, que ainda recebeu, assim como as demais participantes, um cartão com uma lembrancinha. No HEAL, 2/3 da equipe é formada por mulheres e metade dos pacientes é do sexo feminino.

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Valorização da mulher

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bazar do HEAL (doação de roupas, sapatos e objetos, novos ou usados)

Dotz (doação de pontos)Cobrança automática via contas da Cemig ou da Copasa

Transferência bancária

Cartão de crédito/Paypall via site do HEAL

boleto bancário

Como doarO HEAL conta com doações para continuar prestando o trabalho filantrópico. Veja as formas de doar.

Comecei fazendo pequenas doações, mensais, em dinheiro. Com o tempo, além disso, passei a doar objetos em bom estado, mas

que não me serviam, como ar-condicionado, janelas, caixas de som. Hoje, além de itens pessoais, doo lustres que são vendidos na minha distribuidora. Sinto-me muito agradecido em poder auxiliar.

ATITUDE

CAMINHOS

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(31) 3115-2644 I E-mail: doedecoracao@heal.org.br

Respeito à dignidadeQuem considera a inclusão da família no tratamento psiquiátrico entende que o adoecimento não é uma questão exclusivamente individual, mas também fa-miliar e social. A equipe de Psicologia do HEAL acredita que esse envolvimento requer muita atenção, pois as intervenções precisam estar sempre providas de respeito à autonomia e à dignidade daqueles que sofrem. Da mesma forma, esses dois pontos devem ser valorizados.

As reuniões de grupo mediadas por um psicólogo possibilitam que os partici-pantes elaborem as próprias dificuldades, muitas vezes atreladas aos pacientes, como raiva, revolta, tristeza, angústia, sentimentos de impotência. “As reuniões têm o objetivo de garantir à família um espaço para expressão, elaboração e compreensão do sofrimento vivido pelo interno. Procuramos sensibilizar os familiares para a importância de respeitarem os papéis e os limites que lhes cabem. O desrespeito e as atitudes invasivas com o paciente contribuem para levar à diminuição do desejo dele de se cuidar”, afirma o psicólogo Pedro Durso Sandoval Babo, da equipe de Psicologia do HEAL.

Ele observa que, muitas vezes, a família está tão absorvida pelo cuidado com o outro que abandona a si própria. “Trabalhamos também o cuidado do fami-liar consigo, pois, para cuidar do outro, é fundamental manter o compromisso de cuidado com a própria vida”, completa.

Mãe de um paciente psiquiátrico M. G., 80 anos, passou a sentir mais conforto quando entendeu que determinadas coisas e situações não estavam nas mãos dela. “O meu dia a dia de cuidados é muito difícil. Muitas vezes, fico muito brava e exigente. Mas, a cada dia, vou aprendendo a me conter dentro dos meus pró-prios limites. O HEAL é um grande leque de apoio, onde encontro profissionais qualificados, com prática de atendimento técnico de caráter humanista”, afirma.

O psiquiatra Renato Ferreira Araújo afirma que a participação da família também contribui para um correto diagnóstico, já que traz informações importantes sobre o comportamento do paciente e os hábitos familiares. “Alguns membros da família, muitas vezes, têm as próprias interpretações e até mesmo preconceitos sobre o adoecimento do paciente. Por isso, é importante a psicoeducação, com informa-ções, orientações adequadas e oferecendo possibilidades reais ao paciente, a fim de que cada um cumpra os combinados e assuma a responsabilidade que lhe cabe”.

Há cinco anos, o proprietário da distribuidora de lustres MSerra Iluminação, Leir Marques Serra, localizada em Venda Nova, passou a ser um dos inúmeros doa-dores que contribuem com o Hospital Espírita André Luiz. Os serviços prestados em prol da comunidade e a seriedade com que o HEAL administra os recursos recebidos foram os principais motivos que o levaram a ajudar a instituição.

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A instituição agradece o trabalho do ex-presidente do HEAL José de Andra-de Drumond e do ex-diretor administrativo Dorinato Iolando Ferreira Júnior e dá as boas-vindas à nova equipe gestora do hospital. A atual diretoria foi eleita no dia 1º de fevereiro, pelo Conselho de Administração, para a gestão 2017/2020, cujos membros são: Eleusa Mizrahy Polakiewicz (Presidência), Walkíria Campos (Atenção à Saúde), Esmeralda Vieira (Assistência Espiritu-al), Patrícia Nunes (Financeira), Francisco Vanderlei (Administrativo), Edward Loures (Comunicação e Promoção Social) e Mauro de Freitas (Jurídico).

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Nova gestão