famíliamaoinvisivel.pbworks.com/w/file/fetch/77457545/família.pdf · 2018-10-24 · mesmo sexo em...
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A família
Conceito de família
• Grupo de pessoas unidas diretamente porlaços de parentesco.– Laços de parentesco são vínculos entre indivíduosestabelecidos por:• Casamento (parentesco por afinidade) – cunhados,sogros, genros, noras, …
• Existência de um antepassado comum (parentesco porconsanguinidade) – pais, filhos, netos, irmãos, tios,primos…
Conceito de família
• Família nuclear ‐ dois adultos unidos por umarelação socialmente reconhecida (casamento)e filhos biológicos ou adotivos.
• Família extensa ‐ família nuclear e outrosparentes.
Conceito de família
• Monogamia – o casamento monogâmicoenvolve apenas duas pessoas.
• Poligamia – casamento de uma pessoa comduas ou mais pessoas.– Poliandria – uma esposa com vários maridos, emsimultâneo.
– Poliginia – um marido com várias esposas, emsimultâneo.
Indicadores ‐ nupcialidade
Em Portugal há cada vez menos casamentos:
– Taxa bruta de nupcialidade:1960 – 7,8‰2013 – 3,3‰
Indicadores ‐ nupcialidade
Os casamentos são mais tardios:– Idade do primeiro casamento:
• 1960Homens – 26,9 anosMulheres – 24,8 anos
• 2011Homens – 31 anosMulheres – 29,5 anos
Indicadores ‐ nupcialidade
• Há mais recasamentos:
Indicadores ‐ nupcialidade
• Os casamentos católicos têm diminuído:– Casamentos católicos, em percentagem do totalde casamentos:
1960 – 90,7%2011 – 40,1%
Indicadores ‐ coabitação
• O número de pessoas em união de facto quaseduplicou em dez anos, os casamentos desceram39%.
• 2001 – 381 000 pessoas• 2011 – 730 000 pessoas
– Em 2012, a percentagem de nascimentos fora docasamento foi de 45,6%, (32,8% com coabitação dospais).
• Não se gosta menos, dizem os sociólogos.Conquistou‐se foi a liberdade de escolher aconjugalidade.
Indicadores ‐ coabitação
Dados dos Censos de 2011.
Solteiros 69%
Divorciados 24%
Viúvos 4%
Casados 3%
Indicadores – casamentos homossexuais
• Houve 295 casamentos entre pessoas domesmo sexo em 2012 (95 entre homens e 200entre mulheres).
Indicadores ‐ divórcio
• Número de divórcios:1960 ‐ 7491996 ‐ 13 2452011 ‐ 26 751
• Taxa bruta de divorcialidade:1960 ‐ 0,1‰1996 ‐ 1,3‰2011 ‐ 2,5‰
Algumas causas de divórcio• Desaparecimento do amor romântico;• O divórcio é socialmente aceite;• É mais fácil conseguir o divórcio;• Os casais jovens estão sujeitos a um risco maior:
– Especialmente se o período de namoro for curto;– Falta de dinheiro e maturidade emocional;
• Também é mais frequente se o casamento se fizer depois de umagravidez inesperada;
• Pessoas cujos país se divorciaram têm uma taxa mais alta dedivórcio;
• É mais comum se os companheiros têm ambos carreirasprofissionais bem sucedidas;
• Homens e mulheres que se divorciam uma vez estão maispredispostos a divorciar‐se de novo.
Indicadores fecundidade
• Portugal vai ter nos próximos quatro anos asegunda mais baixa taxa de fecundidade domundo, com apenas 1,3 filhos por mulher, apenasultrapassado pela Bósnia‐Herzegovina (1,1), deacordo com um relatório hoje divulgado pelasNações Unidas.
Diário de Notícias, 26 outubro 2011
• Em 1960, esta taxa era de 3,2 filhos por mulher.• Em 1960, em média, as mulheres tinham oprimeiro filho aos 25 anos, em 2011, aos 29,2anos.
Indicadores – famílias monoparentais
• Aumento das famílias monoparentais:– 1992
• Homens – 29 618• Mulheres – 174 036
– 2012• Homens – 63 553• Mulheres – 359 965
Tipos contemporâneos de família
Tipos contemporâneos de família• Famílias monoparentais:
– Separação ou divórcio:– Viuvez;– Mães solteiras.
• Estigma; fragilidade económica.• Famílias recompostas:
– Sem filhos– Com filhos de um dos cônjuges;– Com filhos de ambos os cônjuges.
• Conflitos; dificuldades na educação/socialização• União de facto (coabitação):
• Prolongamento do namoro; exercício de liberdade• Casais homossexuais
Funções da família
• Reprodutiva• Económica• Socializadora• Realização pessoal
Os novos papéis familiares
• A família atual forma‐se com base na afetividadee sexualidade e subsiste enquanto estes valoresprevalecerem ‐ não, como outrora, na autoridadee conveniência.
• Valorização da infância:– Rejeição do trabalho infantil;– Escolarização;– Proteção e afetividade.
• Famílias de dupla carreira:– Partilha do papel instrumental e do papel expressivopor ambos os cônjuges.
Excluindo a polícia e a instituição militar, a família é o grupomais violento da sociedade.
A casa é, de facto, o lugar mais perigoso da sociedademoderna.
Anthony Giddens
É mais provável as mulheres serem agredidas por umamembro da família do que por um estranho.
38% de todas as mulheres que foram assassinadas foram‐nopelos seus companheiros e 42% das mulheres sujeitas aviolência física ou sexual infligidas pelo seu companheirosofreram ferimentos em consequência disso.
Amo-te
um pouco
muito
apaixonadamente
loucamente
nada.
Actualmente em França, 1 mulher em 10 é vítima de violência conjugal
Reajamosantes que seja tarde de mais.
Algumas causas
• Estrutura de poder dentro da família – dominaçãomasculina sobre a mulher;
• Tolerância social;• Pouca visibilidade pública (as vítimas não se queixam);• Álcool, drogas;• O agressor foi, muitas vezes, vítima de violênciafamiliar ou assistiu a situações de violência entre ospais;
• Recusa do pedido de divórcio e fim do namoro;• Crise económica/desemprego.
O que é a violência doméstica?
• Violência emocional: qualquer comportamentodo companheiro que visa fazer o outro sentirmedo ou sentir‐se inútil.
• Ameaçar os filhos; magoar os animais de estimação;humilhar o outro na presença de amigos, familiares ou empúblico…
• Violência social: qualquer comportamento queintenta controlar a vida social do companheiro.
• Impedir que este visite familiares ou amigos, cortar otelefone ou controlar as chamadas e as contas telefónicas,trancar o outro em casa…
O que é a violência doméstica?• Violência física: qualquer forma de violência físicaque um agressor inflige ao companheiro.
• Esmurrar, pontapear, estrangular, queimar, induzir ouimpedir que o companheiro obtenha medicação outratamentos…
• Violência sexual: qualquer comportamento em que ocompanheiro força o outro a protagonizar atossexuais que não deseja.
• Pressionar ou forçar o companheiro para ter relaçõessexuais quando este não quer; pressionar, forçar outentar que o(a) companheiro(a) mantenha relaçõessexuais desprotegidas; forçar o outro a ter relações comoutras pessoas…
O que é a violência doméstica?
• Violência financeira: qualquer comportamentoque intente controlar o dinheiro do companheirosem que este o deseje.
• Controlar o ordenado do outro; recusar dar dinheiro aooutro ou forçá‐lo a justificar qualquer gasto; ameaçar retiraro apoio financeiro como forma de controlo…
• Perseguição: qualquer comportamento que visaintimidar ou atemorizar o outro.
• Seguir o companheiro para o seu local de trabalho ouquando este(a) sai sozinho; controlar constantemente osmovimentos do outro, quer esteja ou não em casa…
O que é a violência doméstica?
• As crianças podem ser consideradas vítimas deviolência doméstica como:– Testemunhas de violência doméstica: Tal incluipresenciar ou ouvir os abusos infligidos sobre avítima, ver os sinais físicos depois de episódios deviolência ou testemunhar as consequências destaviolência na pessoa abusada;
– Instrumentos de abuso: Um pai ou mãe agressor podeutilizar os filhos como uma forma de abuso e controlo;
– Vítimas de abuso: As crianças podem ser física e/ouemocionalmente abusadas pelo agressor (ou mesmo,em alguns casos, pela própria vítima).
O que é a violência doméstica?A Organização Mundial de Saúde (OMS) define aviolência contra as pessoas idosas como:
“A ação única ou repetida, ou a falta de respostaadequada, que causa angústia ou dano a umapessoa idosa e que ocorre dentro de qualquerrelação onde exista uma expectativa de confiança.”
A violência contra as pessoas idosas tem sidoclassificada em diferentes tipos – violência física;violência psicológica; violência sexual; violênciaeconómica ou financeira; negligência; abandono –podendo estes surgir isoladamente ou combinados.
O que é a violência doméstica?
• Os homens também são vítimas violênciadoméstica. As mulheres também cometemfrequentemente este crime.– Os homens vítimas de violência doméstica estãosujeitos a comportamentos de controlo, são alvo deagressões físicas e psicológicas.
– O medo e a vergonha são, para estas vítimas, aprincipal barreira para fazer um primeiro pedido deajuda. Estes homens receiam ser desacreditados ehumilhados por terceiros (familiares, amigos e atémesmo instituições judiciárias e policiais) se decidiremdenunciar a sua vitimização.
O que é a violência doméstica?
• Quase 400 homens pediram ajuda à AssociaçãoPortuguesa de Apoio à Vítima (APAV) em 2013por serem vítimas de violência conjugal, mas avergonha justifica que só uma ínfima parteavance com o processo para o Ministério Público.– Segundo os dados mais recentes da APAV, em 2013registaram‐se 7271 vítimas de crimes de violênciadoméstica. Destas, 1024 eram homens e dentro destegrupo estavam 618 homens com 18 ou mais anos.
– Destes 618 homens adultos, 381 era vítimas deviolência conjugal.
Mitos
• O consumo de drogas é que faz com que sejaviolento(a).
• A Lei não me pode ajudar e a Polícia não estáinteressada.
• Só as mulheres de meios sociais desfavorecidossofrem de violência doméstica.
• Quanto mais me bates mais gosto de ti. Algumasmulheres gostam de apanhar: são masoquistas.
• Uma bofetada não magoa ninguém.
Mitos
• O marido tem direito de bater na mulherquando ela se porta mal.
• O marido tem direito ao corpo da mulher. Elatem o dever de receber o marido sempre queeste o desejar.
• Têm de aguentar para não terminar com ocasamento. É o destino da mulher.
• Há mulheres que provocam os maridos, nãoadmira que eles se descontrolem.
Razões para uma vítima se manter numa relação violenta
• Muitas das vítimas podem não reconhecer ocomportamento do/a seu/sua namorado/a oucompanheiro/a como violento;
• recear ser discriminado/a se se assumir como vítima deviolência doméstica ao procurar ajuda e apoio;
• ter esperança que a situação se vá resolver com o/aseu/sua parceiro/a e que ele/a mudará e deixará de serviolento/a;
• desejar continuar a investir neste relacionamento(dependência emocional, dificuldade em aceitar que arelação não resultou);
Razões para uma vítima se manter numa relação violenta
• não querer deixar a casa, os seus pertences, os filhosou animais de estimação;
• temerem a reação do/a agressor/a se abandonarem arelação;
• estarem dependentes económica ou financeiramentedo/a agressor/a;
• não querer perder o estatuto social ou económico;• sentir vergonha de que as outras pessoas saibam que évítima de violência doméstica;
• não se sentirem com forças suficientes para enfrentar asituação de rutura.