falha
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8. ANÁLISE DE FALHAS – RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS COMPÓSITOS
A falha de um elemento estrutural ocorre quando este não pode mais realizar sua
função. A fratura do material é o tipo de falha mais óbvio, mas não é o único. Deflexões
excessivas também são consideradas falhas. Deflexões são mais fáceis de predizer que
danos ou fraturas.
Este capítulo trata da análise de falhas em materiais compósitos laminados.
Apresentam-se as considerações relativas aos principais tipos de falhas que ocorrem nas
lâminas de materiais compósitos reforçadas por fibras, assim como os critérios
macroscópicos utilizados na detecção destes tipos de falhas.
Um modelo de degradação de rigidez de uma lâmina, em presença de falhas é
apresentado, considerando os diferentes modos de falha e sua correspondente modificação
na matriz constitutiva do material.
No presente estudo, propõe-se um modelo de falhas que considere a idade do
material, ou seja, quanto maior o tempo de envelhecimento, maior a suscetibilidade para
ocorrência de falhas.
A degradação provocada pelo envelhecimento nos materiais compósitos, em geral,
afeta de forma mais intensa a matriz. Por isto, as propriedades que dela dependem
apresentam uma maior redução. O critério de falha com envelhecimento deve, portanto,
considerar que à medida que o material envelhece, a probabilidade de falha na matriz é
proporcionalmente mais elevada que a probabilidade de falha nas fibras.
8.1 Abordagem de falhas
Os materiais compósitos possuem mecanismos de falhas bem mais complexos que
os materiais isotrópicos, até porque, no caso dos primeiros, deve-se considerar todos os
tipos de falhas de cada um dos materiais componentes, acrescidos das falhas de degradação
do compósito.
As falhas nas estruturas de materiais compósitos de lâminas constituídas de fibras e
matriz ocorrem, basicamente, de quatro modos:
- ruptura por tração e flambagem por compressão das fibras;
- ruptura da matriz;
- perda de aderência entre fibras e matriz;
- delaminação (ou separação entre as camadas do laminado).
Nos três primeiros, a falha relaciona-se com as propriedades e características dos
materiais constituintes das lâminas, enquanto que no último, tem-se a dependência do
esquema de laminação e das tensões interlaminares geradas.
Além disto, tem-se o efeito de agentes externos, que tendem a diminuir a resistência
do laminado.
Uma característica interessante é que, após a falha de uma lâmina, o laminado pode
ainda ser capaz de sustentar o carregamento aplicado. O que muda é a rigidez do laminado.
Desta forma, referem-se à falhas progressivas.
O estudo de falhas nos compósitos pode ser abordado segundo a micro ou a
macromecânica, porém, os aspectos micro-estruturais da falha são tão complexos que seria
difícil à resolução destes problemas com base nos métodos da micromecânica. Por isso,
normalmente adotam-se os conceitos de critérios de falha, baseados na abordagem
macromecânica. Neste caso, têm-se falhas na direção das fibras, falhas na direção
perpendicular a esta e delaminação, mas não são consideradas falhas separadamente nas
fibras e matriz.
Os critérios de falha são representados por superfícies de ruptura no espaço de
tensões ou deformações. Matematicamente, tem-se
( ) 1,,,, 54321 =Ψ σσσσσ (8.1)
ou
( ) 1,,,, 54321 =Ψ εεεεε (8.2)
Existem vários tipos de critérios de falha. Quanto a sua apresentação matemática,
podem ser polinomiais ou apenas fornecem um limite de tensões ou deformações nas
direções principais do material.
Os critérios polinomiais têm a forma
1... =+++ kjiijkjiijii FFF σσσσσσ (8.3)
em termos de tensões e
1... =+++ kjiijkjiijii GGG εεεεεε (8.4)
em termos de deformações. Os coeficientes dos polinômios são obtidos de dados
experimentais.
No caso do critério ser apenas um limite para tensões ou deformações, os efeitos da
interação das mesmas são negligenciadas. Já entre os critérios polinomiais, o polinômio
linear, normalmente, subestima a resistência do material, sendo, portanto, mais comumente
utilizados polinômios de ordem mais elevada. Os critérios quadráticos são os mais usados,
sendo o de Tsai-Wu um dos mais conhecidos. Quanto ao tipo de análise de falha, tem-se os
critérios que identificam simplesmente a ocorrência de falha e os que consideram os
diferentes modos de falha, e por isso, servem para serem empregados em analises de falhas
progressivas.
A seguir, são apresentados os critérios que se encontram implementados nesta
formulação, cabendo, ainda, salientar que, neste trabalho, a lâmina é considerada
transversalmente isotrópica, com o plano de isotropia sendo o plano 2-3. Neste caso, temos
que as resistências ao cisalhamento nos planos 1-2 e 1-3 são iguais. As direções principais
da lâmina (1, 2 e 3) encontram-se representadas na figura 4.3. E para as equações
apresentadas no seguinte tópico vale a notação abaixo.
Xt - resistência à tração na direção das fibras
Yt - resistência à tração na direção transversal às fibras
Xc - resistência à compressão na direção das fibras
Yc - resistência à compressão na direção transversal às fibras
SA - resistência ao cisalhamento nos planos 1-2 e 1-3
ST - resistência ao cisalhamento no plano 2-3
Obs.: se usarmos valores últimos, devemos considerar fator de segurança no projeto.
Pode-se usar valores permissíveis que já incorporem FS.
É importante observar que, na presente formulação, a resistência do material varia
em função da idade do mesmo, ou seja, as resistências limite, cuja notação foi apresentada
no parágrafo anterior, são, na realidade, funções do tempo, e não valores constantes como
se utiliza em análises sem consideração de efeitos de envelhecimento.
8.2 Critérios de falha
Os critérios de falha são equações com parâmetros ajustados com base em dados
experimentais de falha de uma lâmina de compósito, que são usados em situações para as
quais não se têm dados disponíveis. Os critérios de falha são ajustados usando-se dados
experimentais obtidos de testes simples com uma lâmina de compósito
Figura 8.1 - Lâminas
Na ausência de dados experimentais, os valores de resistência podem ser obtidos
através da micromecânica, como vimos anteriormente.
Em metais, consideram-se dois limites de tensão. A tensão de escoamento, que
caracteriza o fim do comportamento elástico do material. A tensão última caracteriza a
fratura do material. Após o escoamento, deformações permanentes são induzidas e o
material já possui dano, mas o colapso só ocorre quando a tensão última for atingida.
Em compósitos reforçados com fibras longas, os dois limites usualmente coincidem
e o material apresenta comportamento elástico até a falha.
Na realidade, danos internos podem ocorrer antes da tensão última. Desta forma, o
início destes danos pode ser considerado como um primeiro limite equivalente à tensão de
escoamento nos metais. Pois, embora não hajam deformações permanentes, os danos
internos aceleram efeitos secundários. Por exemplo: fissuras na matriz facilitam a entrada
de umidade que reduz a vida útil do compósito.
Para materiais isotrópicos, os critérios mais utilizados são os de vanMisses e Tresca.
8.2.1 Critério de Tsai-Wu
Este critério apresenta forma polinomial quadrática e pode ser expresso em termos
de tensões ou deformações.
1=+ jiijii FF σσσ (8.5)
onde, para um material com diferentes resistências em tração e compressão, os
parâmetros Fi e Fij são calculados como segue.
ct XXF 11
1 −=ct YY
F 112 −=
ct XXF
⋅=
111
ct YYF
⋅=
122 (8.6)
24433 )(1
ASFF == 255 )(
1
TSF =
221112*
12 FFFF ⋅⋅=
O fator 12*F é determinado por intermédio de uma variedade de testes de tensão
biaxiais tração-tração, tração-compressão e compressão-compressão. Estes testes são de
difícil execução e existem incertezas quanto ao fato dos valores obtidos nos diferentes
testes poderem ser aproximados. Além disto, os testes deveriam ser feitos para diferentes
idades do material.
Levando em conta que a falha ou resistência de falha do material não varia com a
mudança de sinal das tensões de cisalhamento, ao contrario do que acontece no caso da
mudança de sinal das tensões normais, os termos lineares referentes a tensões de
cisalhamento devem desaparecer.
A expressão do Critério de Tsai-Wu em termos de tensões para uma lâmina
transversalmente isotrópica fica
12 2555
2444
2333
2222
211121122211 =+++++++ σσσσσσσσσ FFFFFFFF .
(8.7)
Alternativamente pode-se escrever o critério em função de deformações.
1=+ jiijii GG εεε (8.8)
A principal limitação do Critério de Tsai-Wu é que ele não considera o fato de que
as falhas nas fibras e matriz ocorrem de modos muito distintos, pois define a ocorrência de
falha através de uma única expressão e, por isso, não serve para análises de falhas
progressivas.
8.2.2 Critério de Hashin
Hashin (1980), considerando que uma lâmina reforçada por fibras unidirecionais,
dispostas na direção 1, é transversalmente isotrópica no plano perpendicular à direção das
fibras, afirmou que o critério de falha não deve variar devido a rotações no plano 2-3 e,
portanto, deve ser função dos invariantes de tensão com relação às rotações em torno do
eixo 1, dados em (4.9).
( )
21233
213221323125
213
2124
223
2332233322
2233
33222
111
2
41
σσσσσσσ
σσ
σσσσσσ
σσσ
−−=
+=
+−=−=
+==
I
I
IouI
II
(8.9)
As componentes de tensão que aparecem em (8.9) são aquelas representadas na
figura 2.1. Cabe lembrar que, como os eixos 2 e 3 podem girar em torno do eixo 1, a
componente 33σ pode não ser normal ao plano médio da lâmina.
Afirmando ainda que a aproximação quadrática é a mais simples entre as que
apresentam bons resultados, Hashin (1980) propôs um critério polinomial quadrático que
apresenta a seguinte forma geral
1443321122
22222
1111 =++++++ IAIAIICIBIAIBIA (8.10)
sendo 1A , 2A , 3A , 4A , 1B , 2B e 12C constantes do material dependentes do
modo de falha e 1I , 2I , 3I , 4I e 5I os invariantes de tensão no plano 2-3, dados pelas
equações (8.9).
O critério leva em conta os diferentes modos de falha e foi enunciado como segue:
Modo de tração nas fibras
12
132
12
2
11 =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ ++⎟⎟
⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
AT SXσσσ . (8.11)
Modo de compressão nas fibras
12
11 =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
CXσ (8.12)
Modo de tração na matriz
( ) ( ) ( ) 1111 213
2123322
223
23322 =++−++ σσσσσσσ
ATT SSY(8.13)
Modo de compressão na matriz
( ) ( ) ( ) ( ) 1114
114
1 213
2123322
223
233
2223322
2
=++−+−++⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛− σσσσσσσσσ
ATTT
C
C SSSSY
Y
(8.14)
8.2.3 Critério de Lee
Lee (1980, 1982) propôs um critério de determinação direta do modo de falha
baseado inteiramente no empirismo.
Modo de tração nas fibras
112
132
1211 =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ +=
AT Sou
Xσσσ
(8.15)
Modo de compressão nas fibras
12
11 =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
CXσ (8.16)
Modo de tração na matriz
( ) 111 213
212
22 =+= σσσ
TT Sou
Y(8.17)
Modo de compressão na matriz
12
22 =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
CYσ (8.18)
Delaminação
( ) 111 213
223
33 =+= σσσ
AT Sou
Y(8.19)
Tanto no Critério de Lee como no Critério de Hashin admite-se que a falha é
produzida apenas pelas tensões que agem no plano da mesma. No Critério de Lee, as
tensões normais e de cisalhamento são consideradas independentemente.
8.2.4 Critério da Máxima Deformação (para materiais com envelhecimento)
Este critério é bastante intuitivo, pois estabelece que a falha se dá quando uma das
componentes de deformação atuantes segundo as direções principais da lâmina atinge o seu
respectivo valor limite determinado experimentalmente.
Segundo o Critério da Máxima Deformação, a falha ocorre quando uma das
condições abaixo for satisfeita.
Alongamento
112
22
2
11 =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛=⎟
⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
tt YX εε
εε(8.20)
Encurtamento
112
22
2
11 =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛=⎟
⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
cc YX εε
εε(8.21)
Distorção
1112
23
2
13
2
12 =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛=⎟
⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛=⎟
⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
TAA SSS εεε
εεε
(8.22)
onde
tX ε - limite de deformação de alongamento na direção 1 - 1EX t
cX ε - limite de deformação de encurtamento na direção 1 - 1EX c
tYε - limite de deformação de alongamento na direção 2 - 2EYt
cYε limite de deformação de encurtamento na direção 2 - 2EYc
ASε - limite de deformação de cisalhamento nos planos 1-2 e 1-3 - 12GS A
TSε - limite de deformação de cisalhamento nos planos 2-3 - 23GST
Estes limites devem ser obtidos experimentalmente.
O critério da máxima deformação é um critério de falha que, embora seja simples,
fornece bons resultados em comparação com outros critérios e dados experimentais
(Oliveira e Creus, 2000). Além disto, é um critério de aplicação direta e fornece a
diferenciação entre os modos de falha, o que é necessário em análises de falhas
progressivas. Por estas razões, ele é o critério preferencial no presente trabalho e é adotado
nas análises de falhas apresentadas no capítulo de exemplos. É muito popular na indústria.
8.2.5 Critério da Máxima Tensão
Este critério prediz a falha na lâmina, assumindo que esta ocorre quando uma das
componentes de tensão nas direções principais da lâmina atinge o seu valor limite.
Tração
112
22
2
11 =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛=⎟⎟
⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
tt YXσσ
Compressão
112
22
2
11 =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛=⎟⎟
⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
cc YXσσ
Distorção
1112
23
2
13
2
12 =⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛=⎟⎟
⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛=⎟⎟
⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛
TAA SSSσσσ
Exemplo 1:
Usando o Critério da Máxima Tensão, calcule o fator de segurança para uma lâmina
sujeita ao estado de tensões
050
50200
54
123
2
1
====
−==
σσσσ
σσ
MPaMPaMPa
O material é carbono-epoxy com valores de resistência
MPaSSMPaY
GPaXMPaY
GPaX
TA
c
c
t
t
.75.131
134,119
826,1
======
Cálculo:
5,15075
62,250131
13,9200
1826
3
2
11
==
==
===
MPaMPaFS
MPaMPaFS
MPaMPaXFS t
σ
Resposta: o fator de segurança é 1,5.
Comparação entre critérios:
Figura 8.2 – comparação entre critérios
Critérios, como o da Máxima Tensão (e Máxima Deformação), desconsideram
efeitos de interação entre tensões e, por isso, não acusam falha no ponto P (por ex.) e
acusam falha em Q, sendo, neste último caso, conservadores.
Exemplo 2:
Identifique o modo de falha que irá ocorrer na lâmina do exemplo anterior se a
mesma estiver sujeita ao seguinte estado de tensões
050
1002000
54
123
2
1
====
−==
σσσσ
σσ
MPaMPaMPa
.
1,11826200011 ==
tXσ modo de falha por tração nas fibras (na direção das fibras)
667,07550
76,0131100
12
22
==
==
A
c
S
Y
σ
σ
* fazer usando Hashin e Lee
Resultados: 5,131,1913,01221
===σσσ
Act SYX
8.3 Falhas Progressivas
No item anterior forma apresentados alguns dos critérios de falha mais usados para
prever-se a falha (ou as falhas) de uma lâmina.
Para prever-se a falha final do laminado usa-se a análise de falhas progressivas, cuja
abordagem clássica consiste em usar um dos critérios de falha descritos na seção anterior
para prever a falha da primeira lâmina (ou primeira falha – FPF – First Ply Failure).
Depois, para cada lâmina com falha faz-se uma degradação da respectiva rigidez e a carga é
incrementada até que ocorra a falha da última lâmina (ou falha última – LPF – Lãs Ply
Failura).
A FPF está, usualmente, associada à falha na matriz , uma vez que a resistência da
matriz é, geralmente, inferior a das fibras. A LPF está, em geral, associada à falha das
fibras que são mais resistentes.
Este procedimento apresenta duas dificuldades principais para sua aplicação:
- obter valores realistas para a resistência do material e
- obter um modelo de degradação das lâminas que alie simplicidade e coerência com
os fenômenos reais.
8.3.1 Falha da Primeira Lâmina (FPF)
A carga para a qual ocorre à falha da primeira camada do laminado obtém-se
aplicando os critérios de falha vistos anteriormente. O cálculo das tensões nas camadas do
laminado é feito como foi visto no capítulo anterior.
Uma vez que a distribuição de tensões é descontínua e linear através da espessura
do laminado, os valores máximos estarão no topo ou na parte inferior da lâmina.
Figura 8.3 – Distribuição de tensões nas camadas
Para verificar se a lâmina (camada) irá falhar para um dado carregamento aplicado,
calcula-se as tensões nas laminas devido a este carregamento, e, uma vez conhecidos os
valores da tensão no topo e na parte inferior de cada camada, aplica-se um critério de falha.
O valor mínimo obtido, calculado para todas as camadas é o fator de segurança do
laminado.
Se o fator de segurança for menor do que uma unidade ou menor do que o valor
desejado, é preciso reprojetar o laminado. Se o fator de segurança for muito grande, isto
indica que o laminado está superdimensionado e pode-se reprojetá-lo, reduzindo custos.
Exemplo 1:
Use o Critério da Máxima Tensão para calcular a carga para a primeira falha (FPF)
para um laminado [ ]s90/0 sujeito a uma carga Nx = 175 KN/m . Cada lâmina possui
2,54mm de espessura e as propriedades do material são
25,0189
54
12
2
12
1
====
νGPaEGPaGGPaE
MPaSMPaY
GPaXMPaY
GPaX
A
c
c
t
t
41138
034,131
034,1
=====
A relação tensão-deformação nas coordenadas principais da lâmina (cada lâmina) é
[ ] GPaG
EEEE
Q⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡=
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡∆∆∆∆
=900038,186,406,415,55
0000
12
2212
2121
νν
9792,011
21212 =⎟⎟
⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛−=∆
EEνν
* não há acoplamento entre extensão e flexão Bij = 0
Como o laminado é simétrico e só há carga plana, é necessário calcular apenas a
matriz [A] .
( ) 3,2,1,1
==∑=
jitQAN
kkkijij
[ ] [ ] GPaQQ⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡== °°
900038,186,406,415,55
00
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡=
200010001
R
[ ] [ ][ ][ ][ ][ ] GPaTTRQTQ⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡== −−
°
900015,556,406,438,18
1190
[ ]⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
−=
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
−−
−=
100001010
coscoscoscos2coscos2cos
22
22
22
θθθθθθθθθθθθθθ
sensensensensensensen
T
[ ] [ ]TT =⇒°= −190θ
mMPaA .44,9100
05,37374,46074,465,373
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡=
Como o laminado possui a mesma quantidade de material orientado a 0° e 90°
A11 = A22 .
As deformações na superfície média são
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
xy
y
x
xy
y
x
NNN
33
2212
1211
0
0
0
0000
ααααα
γεε
[ ] [ ] mMPaA ./1094,1000
072,23403,003403,072,2
31 −− ⋅⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡−
−==α
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
⋅−⋅
=⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧−
−
01055,59
104766
6
0
0
0
xy
y
x
γεε
Como as curvaturas são zero (não há momento aplicado), as deformações são
constantes ao longo da espessura do laminado.
[ ] MPaQ
xy
y
x
xy
y
x
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
⋅=⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧°
°
009,1
260
0
γεε
σσσ
[ ] MPaQ
xy
y
x
xy
y
x
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧−=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
⋅=⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧°
°
009,1
47,890
90
γεε
σσσ
°°
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧ 0
3
2
1
0
σσσ
σσσ
xy
y
x
e[ ] MPaT
xy
y
x
xy
y
x
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧−=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
=⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧°°
047,809,1
9090
σσσ
σσσ
CAMADA σ1 (MPa) σ2 (MPa) FS1 FS2
0° 26 1,09 39,8 1 28,4 3
90° -1,09 8,48 948,6 2 3,66 4
1 = xt / σ1 = 1034 / 262 = xc / σ1 = 1034 / 1,093 = yt / σ2 = 1034 / 1,094 = yc / σ2 = 1034 / 31
Como o FSmin = 3,66 , a carga da FPF é NFPF = 175 x 3,66 = 640,5 KN / m
Para esta carga, as duas camadas do centro apresentarão falha na direção transversal.
A tensão nas camadas centrais da falha é σ2 = 8,48 x 3,66 = 31MPa, que é, logicamente, a
resistência do material (yt = 31MPa).
8.3.2 Falha Última (LPF)
Após a falha de uma das camadas, ocorre uma redistribuição de tensões. Parte das
tensões (ou toda) carregadas pela camada que falhou deve ser transferida para as camadas
intactas. Para obter a carga para a qual a próxima camada irá falhar, deve-se recalcular as
tensões no laminado, considerando a degradação ocorrida na lâmina já falhada.
Figura 8.4 – Falhas nas camadas
A degradação pode ser considerada como uma redução nas propriedades, ou seja, na
rigidez da lâmina. Desta forma, no caso de falha transversal às fibras, pode-se representar a
perda de rigidez como
01212
02323
01212
022
011
νν fd
fdGG
fdGG
fdEE
EE
=
=
=
=
=
onde o índice ° indica a propriedade da lâmina intacta e fd é um fator de redução
que pode ser determinado experimentalmente. A determinação deste fator sempre envolve
dificuldades.
Representar a degradação é o “calcanhar de Aquiles” da análise de falhas.
8.3.2.1 Modelo de degradação da lâmina
A fim de realizar a análise de falhas progressivas, necessita-se empregar um modelo
de degradação da lâmina para efetuar as modificações na rigidez do material à medida que
as falhas avançam. Tal degradação, na realidade, ocorre de maneira bastante complexa
devido às características dos materiais compósitos. No entanto, pode-se empregar um
modelo simples de degradação que consiste em anular ou reduzir convenientemente os
termos da matriz constitutiva do material referentes ao modo de falha ocorrido. Este
procedimento encontra-se ilustrado em alguns trabalhos como Lee (1982), Tolson e
Zabaras (19991) e Cheung et al (1995).
Figura 8.5 – Planos principais da lâmina
Plano 1-2
Plano 2-3
Plano 1-3
Falha na direção das fibras – direção 1
Figura 8.6 Falha na direção 1
Neste caso, pode-se considerar que
1212
01212
022
011
νν fdfdGG
EE
fdEE
==
=
=
0545
34
23
02122
0111
σσ
σσ
σσ
σσ
fd
fdfdfd
fd
=
===
=
Desta forma, a matriz constitutiva do material para o modo de falha nas fibras, fica
[ ]⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧=
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
=
3
2
1
22
3
2
1
33
2212
012
011
00000000
0000
εεε
σσσ
CRQ
RQRQRQRQ
Q d (8.22)
Falha na direção perpendicular às fibras – direção 2
σ22 σ23
σ21
σ12
σ11
σ13
σ32
σ31
σ21
σ12
σ11
σ13
σ32
σ31
Figura 8.7 – Falha na direção 2
Observando a figura, percebe-se que, para este tipo de falha, as tensões nas direções
principais do material ficariam
01212
02323
01212
022
011
νν fd
fdGG
fdGG
EE
fdEE
=
=
=
=
=
13513
22411
13323
12221
11122
00000
σσσσσσσσσσ
fdfdfdfdfd
≠≠===
(8.23)
E a matriz constitutiva correspondente ao modo de falha na matriz assume a forma
[ ]⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧=
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡
=
3
2
111
3
2
1
033
02212
012
011
00000000
0000
εεε
σσσ C
RQRQRQRQRQ
Q d (8.24)
A falha por cisalhamento pode ocorrer nos planos 1-2, 1-3 e 2-3
Falha por cisalhamento no plano 1-2
ε12
ε21
Figura 8.8 – Cisalhamento no plano 1-2
Considerando que as fibras possuam maior resistência que a matriz, a ruptura se
daria da seguinte forma:
Figura 8.9 – Ruptura por cisalhamento no plano 1-2
Isto caracteriza falha na matriz, e, neste caso, a matriz constitutiva sofre as
modificações a este tipo de falha.
Falha por cisalhamento no plano 1-3
Figura 8.10 – Cisalhamento 1-3
Figura 8.11 – Ruptura por cisalhamento no plano 1-3
ε12
ε21
ε13
ε31
ε13
ε31
Neste caso, ocorreria uma espécie de delaminação na matriz da lâmina e esta
perderia sua resistência aos cisalhamentos 13ε e 23ε . Assim sendo, as tensões ficariam
00000
21
22
11
13
23
≠≠≠==
σσσσσ
(8.25)
E a matriz constitutiva fica
⎥⎥⎥⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢⎢⎢⎢
⎣
⎡
⎥⎥⎥⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢⎢⎢⎢
⎣
⎡
=
⎥⎥⎥⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢⎢⎢⎢
⎣
⎡
5
4
3
2
1
33
2212
1211
5
4
3
2
1
00000000000000000000
εεεεε
σσσσσ
CCCCC
(8.26)
Falha por cisalhamento no plano 2-3
Figura 8.12 – Cisalhamento 2-3
ε23
ε32
ε23
ε32
Figura 8.13 – Ruptura por cisalhamento no plano 2-3
Neste caso haveria ruptura da matriz equação.
Exemplo 2:
Calcule a carga da próxima falha para o laminado do exemplo anterior. A carga de
FPF é 640,5 KN/m (para um FS = 3,66). As duas camadas do centro falham na direção 2 e,
admitindo que as propriedades da lâmina sofram uma redução dada por
[ ]⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡=
0000000011Q
Q d ,
tem-se que relação tensão-deformação das camadas degradadas será
[ ] GPaQ⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡=°
9000000015,55
0 [ ] GPaQ⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡=°
900015,550000
90
⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢
⎣
⎡=
72,450005,37337,23037,232,280
A [ ] [ ] 1−= Aα
mmGPamkNmNmNmmmmN ./10/10/1000.10/.10 66323 ====
[ ] [ ]⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧−=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
=⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
0438,1298,2
00
5,640
0
0
0
ααγεε
xy
y
x
xy
y
x
NNN
[ ]°
°
°
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
=⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧ 0
12
2
1
0
0
0
0
0
0929,7
1,126
σσσ
γεε
σσσ
MPaQ
xy
y
x
xy
y
x
[ ] MPaQ
xy
y
x
xy
y
x
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧−=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
=⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧°
°
0929,70
0
0
0
90
90
γεε
σσσ
[ ]⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧−=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧=
⎪⎭
⎪⎬
⎫
⎪⎩
⎪⎨
⎧
00929,7
12
2
1
σσσ
σσσ
xy
y
x
T
CAMADA σ1 (MPa) σ2 (MPa) FS1 FS2
0° 126,1 7,929 8,2 1 3,91 3
90° -7,929 0 130,4 2 X1 = xt / σ1 = 1034 / 126,12 = xc / σ1 = 1034 / 7,9293 = yt / σ2 = 1034 / 7,929
mKNN /4,250491,35,640 =⋅=