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FACULDADES MAGSUL ANDERSON CARLOS QUINTANA MEDEIROS FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE Anastrepha (DIPTERA: TEPHRITIDAE) NO PARQUE NACIONAL CERRO CORÁ, PARAGUAI Ponta Porã-MS 2017

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FACULDADES MAGSUL

ANDERSON CARLOS QUINTANA MEDEIROS

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE Anastrepha (DIPTERA:

TEPHRITIDAE) NO PARQUE NACIONAL CERRO CORÁ, PARAGUAI

Ponta Porã-MS 2017

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ANDERSON CARLOS QUINTANA MEDEIROS

.

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE Anastrepha (DIPTERA:

TEPHRITIDAE) NO PARQUE NACIONAL CERRO CORÁ, PARAGUAI

Trabalho de Conclusão apresentado à Banca Examinadora das Faculdades Magsul, como exigência parcial para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas.

Orientadora: Profa. Ma. Michelli Cristine Nunes Facholi.

Ponta Porã-MS 2017

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ANDERSON CARLOS QUINTANA MEDEIROS

FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE Anastrepha (DIPTERA: TEPHRITIDAE) NO

PARQUE NACIONAL CERRO CORÁ, PARAGUAI

Trabalho de Conclusão apresentado à Banca Examinadora das Faculdades Magsul, como exigência parcial para obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas.

BANCA EXAMINADORA

Orientador: Profa. Ma. Michelli C.N. Facholi Faculdades Magsul

Examinadora: Prof. Me. Alessandra dos Santos Olmedo

Faculdades Magsul

Ponta Porã, 12 de Dezembro de 2017.

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Dedico este trabalho a minha família que me fez o que eu sou. Ao meu filho Anderson Miguel, pois por ele estou aqui. A minha esposa, pois foi quem me ajudou além do imaginável e por estar comigo quando mais precisei. Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela bênção da vida.

Ao meu Pai e minha Mãe, que sempre me incentivaram, por tudo que me ensinaram.

À minha esposa Luana, pela ajuda além do imaginável e por estar comigo quando mais precisei.

À minha tia Rosileide e também à Priscila, por tudo que são, pelos conselhos, ajuda e pelo apoio.

Aos meus irmãos, pelo exemplo, amizade e auxilio.

À minha orientadora Michelli Cristine Nunes Facholi, por estar sempre pronta a me ajudar, pela paciência, pela dedicação e orientação na vida acadêmica, além deste trabalho.

Especialmente aos meus colegas de coletas: Jaime, Evandro e Juliane, pelos dias de convivência, colaboração e amizade.

A todos os professores das Faculdades Magsul, pelos ensinamentos, em especial à professora Michelli, pela amizade e auxilio.

Ao professor Edson e à Professora Walquiria Capussu, pelo começo de tudo.

A todos os Professores que me ajudaram no momento dos estágios, onde me deram o espaço para me aprimorar como profissional.

Aos funcionários da gestão de créditos das Faculdades Magsul, pelo suporte e auxilio no decorrer do curso.

Ao Dr. Manoel Araecio Uchôa Fernandes, pela identificação das moscas do gênero Anastrepha.

A Secretaria Del Ambiente, no Paraguai, pelo acesso aos locais de coleta.

À todos, meu muito obrigado.

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MEDEIROS, Anderson Carlos Quintana. Flutuação populacional de Anastrepha (Diptera: Tephritidae) no Parque Nacional Cerro Corá, Paraguai. 45 folhas. Trabalho de Conclusão (Graduação em Ciências Biológicas) – Faculdades Magsul, Ponta Porã, 2017.

RESUMO

As moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) são os insetos de maior importância econômica mundial na produção de frutas e hortaliças, uma vez que prejudicam sua qualidade e comercialização. Representam também o maior obstáculo ao livre trânsito de frutas no comércio internacional, ocupando uma posição de destaque entre as pragas da fruticultura brasileira. No departamento (Estado) de Amambay-PY, não há registros sobre a fauna de insetos; essa região é extremamente carente de pesquisa sobre a fauna de artrópodes, especialmente de insetos Tefritídeo. Assim, este trabalho teve por objetivo verificar a ocorrência de Anastrepha (Diptera: Tephritidae) no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai, através da realização de 12 coletas, efetuadas mensalmente, com armadilhas McPhail. Foram empregadas 25 armadilhas iscadas com atrativo alimentar BioAnastrephaR, instaladas a 1,8m do nível do solo, em árvores que encontravam-se delimitadas em transectos de 500m à beira das trilhas de passeio do parque em cinco áreas diferentes, de acordo com o tipo de vegetação local, de maneira que em cada ponto foram instaladas 5 armadilhas, distanciadas em 100m entre si. Nesta pesquisa foi estudada a presença de 694 espécimes de Anastrepha no período de um ano de coleta.Verificou-se que a maior abundância desses tefritídeos ocorreu nos Ponto 3 e Ponto 2, respectivamente. Observou-se, ainda, que a maior frequência de Anastrepha ocorreu nos meses de Novembro e Agosto. Em análise dos fatores ambientais, como variação da Temperatura, Umidade Relativa do Ar, Precipitação e Velocidade do Vento, não foi observada correlação que pudesse explicar a alta ou baixa abundância de indivíduos coletados. Os resultados obtidos na presente pesquisa constituem fonte importante para o conhecimento preliminar da fauna de Anastrepha no Parque Nacional Cerro Corá-PY. Entretanto novos estudos se fazem necessários para acompanhar e monitorar esse grupo.

Palavras chave: Reserva ambiental. Parque Nacional Cerro Corá. Diptera. Tephritidae. Anastrepha.

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MEDEIROS, Anderson Carlos Quintana. Population fluctuation of Anastrepha (Diptera: Tephritidae) in Cerro Corá National Park, Paraguay. 45 folhas. Trabalho de Conclusão (Graduação em Ciências Biológicas) – Faculdades Magsul, Ponta Porã, 2017.

ABSTRACT

Fruit flies (Diptera: Tephritidae) are the insects of major economic importance in the production of fruits and vegetables, since they affect their quality and commercialization. They also represent the greatest obstacle to the free movement of fruits in international trade, occupying a prominent position among the Brazilian fruit plagues. In the department (State) of Amambay-PY, there are no records on the fauna of insects; this region is extremely lacking in research on the fauna of arthropods, especially insects. The objective of this work was to verify the occurrence of Anastrepha (Diptera: Tephritidae) in Cerro Corá-Paraguay National Park, by means of 12 collections, carried out monthly with McPhail traps. A total of 25 trap traps were used with BioAnastrephaR feed, located 1.8 meters above ground, in trees that were delimited in 500m transects at the edge of the park's walking trails in five different areas, according to the type of vegetation, so that at each point 5 traps were installed, spaced 100m apart. In this research the presence of 694 specimens of Anastrepha was studied in the period of one year of collection. It was verified that the greatest abundance of these tefritídeos occurred in Point 3 and Point 2, respectively. It was also observed that the highest frequency occurred in the months of November and August. In the analysis of the environmental factors, such as variation of Temperature, Relative Humidity, Precipitation and Wind Speed, no correlation was observed that could explain the high or low abundance of individuals collected. The results obtained in this research constitute an important source for the preliminary knowledge of Anastrepha fauna in the Cerro Corá-PY National Park. However, new studies are needed to monitor and monitor this group.

Key words: Environmental reserve. Cerro Corá National Park. Entomofauna, Order

Diptera. Tephritidae.

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LISTA DE TABELA

Tabela 01 Abundância de moscas das frutas do gênero Anastrepha

(Diptera: Tephritidae) capturadas em diferentes pontos

amostrais do Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai.

Novembro de 2016 a Outubro de 2017.....................................

30

Tabela 02. Abundância de moscas das frutas do gênero Anastrepha

(Diptera: Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12

meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai.

Novembro de 2016 a Outubro de 2017.....................................

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGRAER Agencia de Desenvolvimento e Extenção Rural

FCBA Faculdades de Ciências Biológicas e Ambientais

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis

ICMBIO- SISBIO Instituto Chico Mendes de Proteção à Biodiversidade- Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade.

IICA Instituto Internamericano de Cooperacion para la Agricultura

LIF Laboratório de Insetos Frugívoros

MMA Ministério do Meio Ambiente do Brasil

MuBio Museu Biodiversidade

PNCC Parque Nacional Cerro Corá

PY Paraguai

SSERNA – MAG Subsecretário Estado dos Recursos Naturais e Ambiente e Ministério da Agricultura e Pecuária

UC Unidade de Conservação

UFGD Universidade Federal da Grande Dourados

UR Umidade Relativa do Ar

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01. Exemplares de Anastrepha spp., mostrando aspectos

diagnósticos do gênero. Em A, fêmea; B, macho........................... 16

Figura 02. Desenvolvimento biológico de moscas das frutas (Diptera:

Tephritidae) do gênero Anastrepha, ilustrando os estágios de Ovo, Larva, Pupa e Imago (adulto).................................................

17

Figura 03. Mapa apresentando a divisão política do país Paraguai,

destacando a região do Parque Nacional Cerro Cora, local da realização da presente pesquisa.....................................................

25

Figura 04. Instalação de armadilha do tipo McPhail, em ponto de coleta do

Parque Nacional Cerro Corá-PY. Pesquisador acoplando a base à tampa da armadilha, instalada a 1,8m. Agosto de 2017..............

26

Figura 05. Imagem via satélite dos cinco pontos de estudo no Parque

Nacional Cerro Corá-PY. As cores indicam a localização dos Pontos de coleta: Vermelho, Ponto 5; Amarelo, Ponto 4; Azul, Ponto 2; Laranjado, Ponto 3; Verde, Ponto 1. Novembro de 2016 a Outubro de 2017...........................................................................

26

Figura 06. Mosca das frutas do gênero Anastrepha, evidenciando aspectos

empregados sua identificação e diferenciação dos sexos.............. 30

Figura 07. Abundância de moscas das frutas do gênero Anastrepha

(Diptera: Tephritidae) capturadas em diferentes pontos amostrais do Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai. Novembro de 2016 a Outubro de 2017..............................................................................

31

Figura 08. Abundância de moscas das frutas do gênero Anastrepha

(Diptera: Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12 meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai. Novembro de 2016 a Outubro de 2017...........................................

33

Figura 09. Correlação entre abundância de moscas das frutas do gênero

Anastrepha (Diptera: Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12 meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai, e a variação de Temperatura no período de permanência das armadilhas em campo. Novembro de 2016 a Outubro de 2017..............................................................................

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Figura 10. Correlação entre abundância de moscas das frutas do gênero

Anastrepha (Diptera: Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12 meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai, e a variação de Umidade Relativa do Ar no período de permanência das armadilhas em campo. Novembro de 2016 a Outubro de 2017..............................................................................

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Figura 11. Correlação entre abundância de moscas das frutas do gênero

Anastrepha (Diptera: Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12 meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai, e a variação de Precipitação no período de permanência das armadilhas em campo. Novembro de 2016 a Outubro de 2017..............................................................................

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Figura 12. Correlação entre abundância de moscas das frutas do gênero

Anastrepha (Diptera: Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12 meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai, e a variação de Velocidade do Vento no período de permanência das armadilhas em campo. Novembro de 2016 a Outubro de 2017..............................................................................

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................... 15

2.1 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DE ANASTREPHA.............................................. 15

2.2 DIVERSIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE ANASTREPHA........................................ 18

2.3 OCORRÊNCIA DE ANASTREPHA NO PARAGUAI............................................. 19

2.4 FLUTUAÇÃO E DINÂMICA POPULACIONAL................................................... 20

2.5 PARQUE NACIONAL CERRO CORÁ............................................................. 22

3 METODOLOGIA.................................................................................... 24

3.1 ÁREA DE ESTUDO.................................................................................... 24

3.2 METODOLOGIA DE PESQUISA.................................................................... 25

3.3 TRIAGEM DAS AMOSTRAS......................................................................... 27

3,4 ANÁLISE DOS DADOS............................................................................... 28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................ 29

4.1 OCORRÊNCIA DE ESPÉCIMES..................................................................... 29

4.2

4.2.1

ANÁLISE FAUNÍSTICA................................................................................

Distribuição das Especies......................................................................

30

30

4.2.2.2 Flutuação populacional.......................................................................... 32

4.2.2.1 Variáveis ambientais............................................................................. 34

4.2.2.1.1 Abundância x Temperatura................................................................... 34

4.2.2.1.2 Abundância x UR................................................................................... 35

4.2.2.1.3 Abundância x Precipitação.................................................................... 36

4.2.2.1.4 Abundância x Velocidade do vento....................................................... 38

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 39

REFERÊNCIAS..................................................................................... 40

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1 INTRODUÇÃO

A classe Insecta é o grupo mais biodiverso de animais do planeta,

constituindo 66% das espécies animais viventes, sendo Coleoptera, Diptera,

Lepidoptera, Hymenoptera e Hemiptera, as ordens mais diversificadas. (SILVA,

2008).

Dentre os representantes da classe Insecta, os Dípteros, especialmente

os Tefritídeo, denotam importante papel no funcionamento dos ecossistemas

naturais. Eles se associam com diversas Angiospermas hospedeiras em respostas à

qualidade e quantidade de recursos disponíveis. Sua dinâmica populacional é

altamente influenciada pela heterogeneidade da estrutura biológica e fatores

ambientais nos diversos ecossistemas. Assim, essas moscas podem ser

influenciadas pelo seu comportamento reprodutivo e mudanças climáticas regionais

(TORRES, 2004; FRANÇA, 2016).

As moscas-das-frutas da família Tephritidae são os insetos dípteros de

maior importância econômica mundial na produção de frutas e hortaliças, uma vez

que prejudicam sua qualidade e comercialização. Representam também o maior

obstáculo ao livre trânsito de frutas no comércio internacional, ocupando uma

posição de destaque entre as pragas da fruticultura brasileira (DUARTE e

MALAVASI, 2000; MALAVASI et al., 2000).

As moscas das frutas estão entre as principais pragas da fruticultura

mundial, não só pelos danos causados à produção, mas também pelas barreiras

impostas pelos países importadores de frutos in natura (SOUZA FILHO, 2006).

Pequenas populações de moscas-das-frutas são ameaça constante, pois podem

causar percas significativas em pomares comercias, dificultando assim a

comercialização da produção ( DÍAZ, 2010).

Para um país exportador de frutos frescos, é fundamental o conhecimento

das espécies de moscas-das-frutas, visto que existe uma exigência do mercado

mundial, o qual impõe que, dependendo da espécie de praga que ocorre no país

exportador, poderá haver restrição à comercialização dos produtos. Sendo assim, a

identificação e o monitoramento de espécies de moscas-das-frutas assumem a

importância de atividades básicas nos países exportadores de frutos (CARVALHO,

2005).

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Para tanto, o monitoramento populacional das moscas-das frutas,

realizado com o uso das armadilhas McPhail, permite verificar a flutuação

populacional destes insetos e relacioná-la com os fatores abióticos, principalmente

os relacionados ao clima, auxiliando na definição das épocas de maior ou menor

probabilidade de infestações (ARAUJO et al., 2008; SALLES, 1995). Ainda, as

informações geradas em estudos de flutuação populacional das moscas-das-frutas

permitem conhecer as épocas de ocorrência de adultos, o número de geração

anuais, além de possibilitar o planejamento de estratégias de manejo (MARTINEZ &

GODOY, 1987; ZAHLER, 1990).

Estudos sobre os parâmetros faunísticos e a dinâmica populacional de

algumas espécies-praga são fundamentais para o estabelecimento de estratégias

voltadas para o manejo integrado dos tefritídeos com importância econômica.

(DUARTE e MALAVASI, 2000; MALAVASI et al., 2000). Há enorme carência de

pesquisas sobre a entomofauna paraguaia, suas interações tróficas, distribuição

geográfica e da organização de coleções científicas representativas dos insetos e de

suas plantas hospedeiras em ambientes naturais, (DÍAZ, 2010)

Nesse contexto, considerando-se a importância econômica de Anastrepha

como a principal espécie praga de moscas-das-frutas, e sabendo da inexistência de

registros de ocorrência de espécies desse táxon no departamento de Amambay-PY,

este trabalho tem por objetivo analisar a ocorrência de moscas-das-frutas

Anastrepha sp. (Diptera: Tephritidae) no Parque Nacional Cerro Corá, Paraguai.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O conhecimento das relações tróficas entre os seres vivos é importante para

viabilizar o uso sustentável da diversidade biológica na prestação de serviços

ambientais, como o manejo de populações de animais e de plantas invasoras, uso

de bioindicadores, descoberta de frutíferas com potencial para exploração

econômica, dentre outras possibilidades (HENRY-SILVA, 2005).

De acordo com os levantamentos bibliográficos, no departamento (Estado) de

Amambay-PY, não há registros sobre a fauna de insetos. Essa região é

extremamente carente de pesquisas sobre a fauna de artrópodes, especialmente de

insetos.

Ainda, chama a atenção o fato de que no Paraguai, está sendo conduzida

uma campanha de exportação de cucurbitáceas para o mercado Argentino, o qual

exige um levantamento intensivo (DÍAZ, 2010), e a identificação de espécies de

Anastrepha nas zonas de produção das cucurbitáceas.

2.1 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DE ANASTREPHA

Aproximadamente 250 espécies de mosca-das-frutas são consideradas

pragas em todo o mundo. O gênero Anastrepha é um dos mais numerosos e várias

das suas espécies são de grande importância econômica nas Américas (DÍAZ,

2010). O gênero Anastrepha pertence à família Tephritidae, subfamília Trypetinae,

tribo Toxotrypanini, juntamente com o gênero Toxotrypana e Hexachaeta.

Anastrepha é amplamente disseminada no Brasil e encontra-se entre as sete

espécies de maior importância econômica no país, atacando frutos de goiaba,

jabuticaba e outras Myrtaceae (Zucchi, 1988; 2000).

As moscas do gênero Anastrepha caracterizam-se pelo ápice de nervura M

curvado, cerdas ocelares geralmente curtas e delgadas, cerdas dorso-centrais

muitos próximos das cerdas pós-alares comparada com as supra-alares e pós-

sutural; asa em geral com um padrão de faixas características denominadas C, S e

V, embora em algumas espécies possam ser reduzidas ou fundidas (Figura 01). O

ovipositor é alongado e tubular, com lobos laterais na base; a membrana eversível

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é expandida basalmente, apresentando dentes na parte dorsal; o acúleo é longo,

estreito e esclerotizado (URAMOTO, 2007).

Figura 01. Exemplares de Anastrepha spp., mostrando aspectos diagnósticos do

gênero. Em A, fêmea; B, macho.

A B Fonte: Google, modificado pelo autor.

A principal característica das moscas das frutas é o desenvolvimento de parte

de seu ciclo de vida no interior de frutos (GOMES, 2013). No entanto, além de usar a

planta como alimento, essas moscas também dependem da planta hospedeira para

atividades como cópula, tornando muitas dessas interações bem específicas

(GOMES, 2013).

As moscas-das-frutas apresentam três estágios de desenvolvimento até

chegar a fase adulta: o ovo, a larva e a pupa (LEAL, 2008), conforme ilustrado na

Figura 02.

Na fase adulta das moscas das frutas, a alimentação baseia-se

principalmente de néctar, sucos de frutas, seiva, pólen, e fezes de pássaros.

Entretanto, elas necessitam ingerir proteínas para chegar à maturidade sexual. As

fêmeas apresentam uma demanda maior de proteínas e buscam as fontes de

nutrição em fezes de aves ou em matérias orgânicas (ZUCCHI, 2000).

As fêmeas depositam seus ovos no mesocarpo e epicarpo do fruto ainda

verde; desta forma, garantem que as larvas se alimentem da polpa. Esta atividade

de oviposição ocasiona lesões no fruto e o amolecimento de grande parte interna do

mesmo, resultando em má qualidade para a fruticultura (RIBEIRO, 2005). Ainda, no

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ponto da perfuração do fruto, provocado pela inserção do ovipositor, há também a

contaminação por fungos e bactérias, ocorrendo o apodrecimento do mesmo

(AGUIAR, 2012).

As larvas das moscas alimentam-se da polpa do fruto, formam inicialmente

galerias, que se transformam em uma área única que posteriormente se decompõe.

A alimentação das larvas ocasiona o amolecimento da parte interna do fruto,

resultando na má qualidade do fruto (RIBEIRO, 2005).

Após completar a fase larval, ao final do processo de alimentação, a larva

deixa o fruto e empupa no solo, entre 2 a 6 cm de profundidade de onde emergem

os adultos (SALLES et al., 1995).

Figura 02. Desenvolvimento biológico de moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae)

do gênero Anastrepha, ilustrando os estágios de Ovo, Larva, Pupa e Imago (adulto).

Fonte: Google.

As atividades do ciclo biológico das moscas-das-frutas podem causar danos

diretos e indiretos aos frutos. Os danos causados diretamente aos frutos são

ocasionados pela oviposição da mosca, que deposita seus ovos no mesocarpo e

epicarpo do fruto ainda verde. A partir destes, as larvas eclodem e passam a se

alimentar da polpa. Os danos causados indiretamente aos frutos estão relacionados

ao ponto da perfuração, provocado pela mosca no ato da oviposição, podendo

ocorrer a contaminação por fungos ou bactérias e, consequentemente, o

apodrecimento do mesmo. Essa perda reflete economicamente, impedindo a

comercialização do produto (AGUIAR, 2012).

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As espécies de Anastrepha, além de causar danos diretos nos frutos,

constituem uma das principais barreiras para a comercialização internacional de

frutos in natura (DUARTE e MALAVASI, 2000). O dano principal é causado pelas

larvas, que se alimentam da polpa dos frutos tornando-os inadequados para o

consumo e inviável para as indústrias (DUARTE e MALAVASI, 2000). Desse modo,

a atividade dessas moscas, quando em ambiente com plantas frutíferas de valor

comercial, ocasionam perdas que refletem em prejuízo econômico, impedindo a

comercialização do produto, pois até a industrialização do fruto só é possível quando

a infestação é discreta (AGUIAR, 2012).

Apesar dos grandes números de espécies de Anastrepha conhecidas (mais

de 200), apenas um número restrito possui importância econômica. Essas espécies

geralmente são polífagas, e mesmo uma pequena população pode causar grandes

perdas à produção (MALAVAS et al, 1980. NASCIMENTO, CARVALHO, 2000).

No Brasil, apenas 10 espécies são consideradas de importância econômica:

A. serpentina Wied, 1830, A. obliqua Macquart,1835, A. grandis Macquart,1846, A.

striata Schiner,1868, A. pseudoparallela Loew, 1873, A. bistrigata Bezzi,1919, A.

fraterculus Weid,1930, A. distincta Greene,1934, A. sororcula Zucchi, 1979 e A.

zenildae Zucchi,1979. Entretanto, A. serpentina Wied.,1830. A. bistrigata Bezzi, 1919

e A. zenildae Zucchi,1979 dependendo da região, podem apresentar pouca

importância como praga (ZUCCHI, 2007), entretanto, a importância econômica de

uma espécie pode variar em razão da região onde ocorrem.

2.2 DIVERSIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE ANASTREPHA

O gênero Anastrepha é endêmico da região neotropical, restrito entre os

climas tropical e subtropical, ocorrendo do sul dos EUA até o norte da Argentina e

nas ilhas do Caribe (DÍAZ, 2010). Assim, as espécies de Anastrepha distribuem-se

entre as latitudes 35°N a 35°S, compreendendo uma ampla variedade de ambiente,

com exceção do Chile, onde ocorre esporadicamente ao norte do deserto de

atacama na fronteira com Peru, (Dias 2010).

Atualmente, são conhecidas 213 espécies de Anastrepha para o continente

americano (URAMOTO, MARTINS e ZUCCHI, 2008), reunidas em 18 grupos supra-

especificos, destacando-se com maior número de espécies, os grupos A. fraterculus,

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com 31 espécies; A. mucronota, com 30; e A. pseudoparallela, com 20 espécies.

Ainda, com distribuição mais ampla, os grupos A. daciformis, com 13 espécies; A.

spatulata, com 11; A. serpentina, com 11; e A. dentata, com 10 espécies

(HERNANDEZ-ORTIZ, 2007).

Estudos de diversidade de espécies foram realizados na América Latina.

Nestes, verificou-se que o Brasil apresenta a maior diversidade de espécies, cento e

duas, aproximadamente 47% das espécies conhecidas, seguida pelo Panamá, com

61; Venezuela, com 55; Colômbia, com 50; e México, com 37 espécies

(HERNANDEZ-ORTIZ, 2007).

2.3 OCORRÊNCIA DE ANASTREPHA NO PARAGUAI

Os primeiros registros de espécies de Anastrepha no Paraguai foram

publicados por Grene, em 1934 (DÍAZ, 2010). Com base em caracteres externos,

asa e comprimento do ovipositor, este mesmo autor identificou cinco espécies de A.

daciforme BEZZI, A. grandis (Macquart), A. macrura Hendel, A. parallela (Wied). e A.

punctata Hendel.

De acordo com DÍAZ (2010), Stone, em 1942, baseando-se no formato do

ápice do acúleo, também reconheceu cinco espécies A. grandis (Macquart), A.

punctata Hendel, A. elegans Blanchard, A. fraterculus (Wied) e A. montei Lima, mas

enfatizou que A.parallela (Wied), identificada por Grene, na realidade pertencia a A.

elegans Blanchard.

Pesquisas afirmam que, somente 45 anos depois dos trabalhos pioneiros de

Greene, em 1934, Stone, em 1942, (Lajarthe e colaboradores, em 1997 e Seki e

colaboradores, também no mesmo ano), relatam a ocorrência de espécies de

Anastrepha no Paraguai, apesar do registro, mas estasas espécies não foram

identificadas.

Em uma publicação do IICA (1999), sobre Registro Bibliográficos das

principais espécies de moscas-das-frutas nos países sulamericanos, foi relatado que

no Paraguai estão registradas oito espécies de Anastrepha: A. daciforme BEZZI, A.

grandis Macquart, A. macrura Hendel, A. paralela Wied. A. punctata Hendel, A.

elegans Blanchard, A. fraterculus Wied e A. montei Lima.

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De acordo com DÍAZ, (2010), Norrbom, em 2004, listou nove espécies de

Anastrepha no Paraguai, somando dez espécies, ou seja, além das espécies

mencionadas anteriormente, incluiu A. barbiellinii Lima. A. sororcula Zucchi e A.

undosa Stone. Todavia não relatou a presença de A. fraterculus (Wied). Entretanto,

não há informações sobre a distribuição de A. barbiellini, A fraterculus, A sororcula e

A. undosa.

De acordo com DÍAZ, (2010), oito novas espécies foram registradas pela

primeira vez no Paraguai: A amita, A.dissilimilis, A. nascimentoi, A. pickeli, A.

serpentina, A. striata, A. turpiniae, A. zenyi. Assim, atualmente no Paraguai são

conhecidas vinte espécies de Anastrepha.

Entre as espécies de maior importância econômica, no Paraguai ocorrem A.

fraterculus e A. grandis (DÍAZ, 2010). Todavia, não há estudos sobre os prejuízos

causados por essas espécies no Paraguai.

2.4 Flutuação E Dinâmica Populacional

As populações de moscas-das-frutas exibem flutuações irregulares de ano

para ano, relacionadas com a disponibilidade de hospedeiros e fatores climáticos

(AGUIAR-MENEZES e MENEZES, 1996). Naturalmente, a maior população de

moscas-das-frutas ocorrerá em situações de maior disponibilidade de hospedeiros,

enquanto a maior concentração da praga acontecerá quando houver maior

proporção de frutos maduros na planta e no solo.

A flutuação populacional de moscas-das-frutas não obedece a um padrão

preestabelecido, pois pode depender da presença de hospedeiros alternativos e

condições climáticas, principalmente temperatura e pluviosidade (SALES, 1995).

Desde modo, a duração do ciclo da mosca varia com o clima da região; em

temperaturas mais altas, o ciclo diminui e em temperaturas mais baixas, aumenta.

Em regiões quentes e com muitas espécies de frutas hospedeiras, a mosca tem ciclo

curto (menos de 30 dias de ovo a adulto) e passa de um hospedeiro a outro durante

todo o ano, chegando a ter 12 gerações ao ano, que se sobrepõem, (KOVALESKI,

1997.; ARAUJO et al, 2008.; OLIVEIRA,et al, 2009).

Os efeitos sazonais anuais sobre a densidade populacional indicam que um

ano com boa produção de frutos favorece os surtos das moscas-das-frutas. Assim,

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medidas de controle devem ser aplicadas em escala ampla, pois qualquer esforço

local será ineficaz e propenso a fomentar resistência a inseticidas (FRANÇA, 2016).

O monitoramento populacional consiste na coleta sistemática de dados sobre

o número de indivíduos de uma espécie em uma mesma área. As finalidades do

monitoramento são apontar os momentos que se fazem necessários realizar

intervenção, avaliar o resultado de ações de combate ou detectar a entrada de

espécies exóticas ou quarentenárias. Assim, o monitoramento permite caracterizar a

população dos tefritídeos dos pontos de vista qualitativo (espécies presentes) e

quantitativo (número de indivíduos) (MALAVASI et al., 2000). Por meio do

monitoramento, é possível constatar a abundância e conhecer a flutuação

populacional das espécies, possibilitando as ações de controle integrado

(CARVALHO, 2005).

A dinâmica populacional, por sua vez, diz respeito ao estudo do impacto que

fatores bióticos e abióticos têm sobre a praga, influenciando, desse modo, sua

densidade populacional. Por exemplo, quando fatores desfavoráveis à praga estão

presentes, como parasitoides (biótico) ou excesso de chuva (abiótico), a densidade

populacional das moscas das frutas tende a diminuir (CARVALHO, 2005).

A densidade populacional é importante fator biótico que influencia o nível de

infestação desses insetos, ou seja, quanto maior a densidade populacional de

moscas-das-frutas num pomar, maiores tendem a ser os seus níveis de infestação

(MALAVASI e MORGANTE, 1980).

A disponibilidade de hospedeiros é outro fator biótico que interfere nos níveis

de infestação, pois é justamente nos períodos de maior disponibilidade de

hospedeiros que ocorrem as maiores infestações (MALAVASI e MORGANTE, 1980).

A existência de plantas hospedeiras com frutos ao longo do ano é um aspecto

fundamental para garantir a permanência da praga de ano para ano, (MALAVASI e

MORGANTE, 1980).

A ação de predadores e parasitoides também afeta as populações de

moscas-das-frutas, pois esses organismos causam mortalidade durante todas as

fases de desenvolvimento dos tefritídeos (CARVALHO et al., 2000; SUGAYAMA,

2000).

O monitoramento populacional das moscas-das-frutas, realizado com o uso

de armadilhas, permite verificar a flutuação populacional desses insetos e relacioná-

la com os fatores abióticos, principalmente os relacionados ao clima, auxiliando,

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desse modo, na definição das épocas de maior ou menor probabilidade de

infestação (ARAUJO et al., 2008; SALLES, 1995).

De acordo com França (2016), a precipitação e umidade relativa também

podem influenciar na sobrevivência das moscas, visto que sua fase de pupa ocorre

no solo, e, dessa forma, esses fatores podem ser cruciais para a emergência das

moscas adultas.

Pesquisas realizadas por Feitosa et al. (2008), relataram que os maiores

índices de captura desses insetos foram registrados na época de baixa precipitação

pluviométrica.

Os fatores abióticos mais importantes na mortalidade da dinâmica

populacional das moscas-das-frutas são a água e a temperatura. O excesso ou a

deficiência de água causa a morte dos adultos e das larvas (FRANÇA, 2016).

De acordo com Feitosa et al. (2008), em pesquisa sobre flutuação

populacional no Município de José de Freitas-PI, constataram que a precipitação

pluviométrica e a umidade relativa elevadas ocasionaram diminuição na captura das

moscas-das-frutas na cultura da manga. Resultado divergente foi encontrado por

Oliveira et al. (2009), que verificaram que precipitação pluviométrica elevada está

correlacionada com maior índice de capturas dessas moscas em pomar comercial

de mangueiras no Município de Beberibe, CE.

Salles (2000), constatou que temperaturas abaixo de 10º C, e superiores a

35º C, influenciam a biologia das moscas-das-frutas, não havendo desenvolvimento

de nenhuma das fases do ciclo de vida de Anastrepha fraterculus.

Deve-se ressaltar que, além das variáveis climáticas, a flutuação populacional das moscas-das-frutas depende de uma série de fatores, como a disponibilidade de frutos hospedeiros, época do ano, hospedeiros alternativos, inimigos naturais, etc. Portanto, é necessário ter cautela no estabelecimento de determinado fator biótico ou abiótico como o único ou o principal responsável por picos populacionais das moscas em determinadas épocas do ano (SALLES, 1995; RONCHI-TELLES e SILVA, 2005; ARAUJO et al., 2008).

2.5 Parque Nacional Cerro Corá

A conservação da biodiversidade é uma necessidade reconhecida pela

comunidade científica mundial. Esta diversidade biológica auxilia na manutenção da

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estabilidade dos ecossistemas, favorece a obtenção de recursos biológicos para

uma vasta gama de atividades socioeconômicas, e tem um significado cultural

importante para as pessoas (MMA, 2006).

As Unidades de Conservação (UCs) são ambientes com finalidade de

preservar amostras significativas da biota integrante dos diferentes biomas, de modo

que, nestas áreas são permitidas somente atividades não destrutivas, como por

exemplo, as pesquisas científicas de diagnóstico da flora e da fauna. (UICN, 1994;

MEDEIROS, 2006). O Parque Nacional Cerro Corá está localizado no Departamento de

Amambay, no Paraguai, a 40 km ao Sul do Município de Pedro Juan Caballero.

(SEAM, 2016). Ele tem importância histórica para o Paraguai. Historicamente, ele

tem destaque como palco de operações no final da Guerra da Tríplice Aliança, que

ocorreu no período de 1864 a 1870, entre o Paraguai e a aliança formada entre

Brasil, Argentina e Uruguai. No dia 1° de março de 1870, ocorreu nesta região, a

última batalha da Guerra. Foi à beira do riacho Aquidabán Nigui, que o então

Presidente Marechal Francisco Solano López foi morto. No local existem

monumentos que registram a memória das batalhas desenvolvidas na época, SEAM,

2016.

A partir do ano de 1960 antes da denominação de PNCC o local instituía-se

numa reserva militar. Mais tarde no ano de 1976 a través do decreto N° 20.698 de

11 de fevereiro de mesmo ano, com uma superfície de 5.538ha., passou a ser

denominado de “Área de Reserva para Parque”. Atualmente, a lei Nº. 2.714 de 2005,

declara a superfície e ratifica o local para a denominação de PNCC com uma

extensão de 5.538ha.

A reserva PNCC, além de ser um ponto histórico, é uma área que tem um

significativo espaço de preservação de diversas espécies nativas (SHIROTA, 2009).

Entretanto, o local carece de trabalhos de pesquisa relacionados à sua diversidade

zoológica, especialmente insetos dípteros.

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3 METODOLOGIA

3.1. ÁREA DE ESTUDO

O presente projeto foi desenvolvido na Unidade de Conservação Parque

Nacional Cerro Corá, integrante do Bioma Floresta Temperada na região Leste do

país vizinho, Paraguai. Este local foi escolhido em decorrência da enorme carência e

necessidade de estudos faunísticos sobre insetos de importância econômica em

ambientes naturais no Paraguai.

O PNCC, cujas coordenadas geográficas são: 22°39’15”S e 56°00’26”W, foi

instituído em 11 de fevereiro de 1976 pelo Decreto no 20.698, que o declarou área

de reserva para parque nacional, tornando-o co-propriedade do Subsecretário de

Estado dos Recursos Naturais e Ambiente o Ministério da Agricultura e Pecuária

(SECRETARIA DEL AMBIENTE, 2016).

Abrange uma área de 5.538 hectares e está localizado no Departamento de

Amambay, a 450 Km da cidade de Assunção e 40 Km da capital departamental

Pedro Juan Caballero (SECRETARIA DEL AMBIENTE, 2016), fronteira seca com o

município de Ponta Porã-MS, Brasil (Figura 03).

Essa Unidade de Conservação é caracterizada pela presença de colinas

isoladas e íngremes, algumas das quais com altitude superior a 450 metros acima

do nível do mar; vales com vegetação baixa, córregos, nascentes e cachoeiras. A

área pertence à ecorregião Amambay, cujas comunidades naturais terrestres são

representadas pelo Cerrado, Cerradão, Floresta Densa Subtropical Semidecídua,

Floresta Média Subtropical Semidecidua, Represas, Florestas de Galeria,

Pastagens, Penhascos, Matas Ciliares, Córregos e Rios. É considerada uma área de

alta diversidade florística com espécies endêmicas e recursos genéticos vegetais.

Além disso, essa Unidade de Conservação também preserva os valores históricos e

culturais (SECRETARIA DEL AMBIENTE, 2016).

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Figura 03. Mapa apresentando a divisão política do país Paraguai, destacando a

região do Parque Nacional Cerro Cora, local da realização da presente pesquisa.

Fonte: SEAM, modificada pelo autor.

3. 2. METODOLOGIA DE PESQUISA

Foram realizadas expedições mensais ao local de pesquisa, durante doze

meses consecutivos, englobando épocas climaticamente distintas, o que possibilitou

a amostragem de diferentes espécies de Anastrepha em armadilhas com atrativo

alimentar.

Para a realização das coletas, foram solicitadas licenças do Parque Nacional

Cerro Corá-PY e Secretaria Nacional do Meio Ambiente do Paraguai, referentes à

obtenção de insetos na Unidade de Conservação.

No Parque Nacional Cerro Corá, para amostragem da diversidade de

espécimes de Anastrepha, foram empregadas 25 armadilhas McPhail com atrativo

alimentar BioAnastrephaR, instaladas a 1,8m do nível do solo, conforme ilustrado na

Figura 04, em árvores que encontravam-se delimitadas em transectos de 500m à

beira das trilhas de passeio do parque.

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Figura 04. Instalação de armadilha do tipo McPhail, em ponto de coleta do Parque

Nacional Cerro Corá-PY. Pesquisador acoplando a base à tampa da armadilha, instalada a 1,8m. Agosto de 2017.

Foram consideradas cinco áreas diferentes, como pontos de pesquisa, de

acordo com o tipo de vegetação local, conforme ilustrado na Figura 05. Em cada

ponto foram instaladas 5 armadilhas, distanciadas em 100m entre si.

Figura 05. Imagem via satélite dos cinco pontos de estudo no Parque Nacional Cerro Corá-PY. As cores indicam a localização dos Pontos de coleta: Vermelho, Ponto 5; Amarelo, Ponto 4; Azul, Ponto 2; Laranjado, Ponto 3; Verde, Ponto 1. Novembro de 2016 a Outubro de 2017.

Fonte: Google Maps, modificado pelo autor.

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A pesquisa foi realizada ao longo de um ano, sendo que as expedições ao

parque ocorreram duas vezes por mês, sempre nos dois primeiros finais de semana

de cada mês, de modo que no primeiro sábado a armadilha era abastecida com o

atrativo, e no segundo sábado, o material proveniente da coleta era recolhido.

O material obtido nas armadilhas era retirado e transferido para frascos

devidamente etiquetados, contendo álcool 92% ou superior.

Esta pesquisa foi realizada em convênio e colaboração entre as instituições

de ensino superior:

-Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD: a qual pertence a aluna

pós graduação nível de doutorado, a pesquisadora responsável Drnda. Michelli

Cristine Nunes Facholi Bendassolli; e o orientador da pesquisa Dr. Manoel Araecio

Uchôa Fernandes.

-Faculdades Magsul: a pesquisadora responsável por este projeto, também

orientará projetos de trabalho de conclusão de curso dos seguintes acadêmicos do

curso de Ciências Biológicas – Anderson Carlos Quintana Medeiros, Evandro

Quiñonez Alvos, Jayme Douglas Cabrera Alcarás, e Juliane Tainara dos Santos.

-Universidad Nacional de Assuncion, Facultad de Ciencias Agrarias, Filial

Pedro Juan Caballero: co-orientador da pesquisa, Dr. Marcos Arturo Ferreira

3.3 TRIAGEM DAS AMOSTRAS

Considerando que em armadilhas McPhail são capturados diferentes grupos

de insetos (SILVA et al., 2010), no Laboratório de Insetos Frugívoros (LIF) da UFGD,

o material proveniente das armadilhas foi triado em bandejas plásticas brancas,

separando-se os espécimes pertencentes ao gênero Anastrepha do restante do

material.

Posteriormente, foi feita nova triagem, com o auxílio de microscópio

estereoscópico para a quantificação dos espécimes.

Após esse procedimento, os espécimes foram depositados na Coleção

Entomológica do MuBio, FCBA-UFGD, Dourados-MS, Brasil.

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3.4 ANÁLISES DOS DADOS

Para realização da Análise faunística sobre a ocorrência de Anastrepha no

PNCC-PY, foram considerados os índices faunísticos de abundância e, frequência.

Desta forma, de acordo com Silveira Neto et al. (1976):

-Abundância: refere-se ao número de indivíduos de uma determinada espécie por

unidade de superfície ou volume.

-Frequência: é a percentagem de indivíduos de uma espécie em relação ao total de

indivíduos coletados, calculada pela fómula: pi = ni/N × 100, onde ni: número de

indivíduos da morfoespécie i e N: total de indivíduos coletados.

O registro da abundância e distribuição de Anastrepha associada aos pontos

de coleta foi realizado, considerando-se a abundância destes indivíduos, em todas

as coletas.

Para avaliação da flutuação populacional, foram utilizados os dados de

captura, nas armadilhas McPhail, no período de novembro de 2016 a outubro de

2017.

Através dos dados obtidos, foram elaborados gráficos da flutuação

populacional, os quais foram correlacionados com parâmetros climáticos, como

temperatura média, umidade relativa do ar, precipitação pluviométrica, e velocidade

do vento.

Os dados climáticos referentes ao período da pesquisa, de novembro de 2016

a outubro de 2017, foram obtidos no site do Inmet/Sepaf/Agraer/Cemtec-MS, da

Agencia de Desenvolvimento e Extensão Rural – Agraer, Estação

Agrometeorológica de Ponta Porã, localizada dentro de um raio de no máximo 50 km

de distância da área pesquisada.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 OCORRÊNCIA DE ESPÉCIMES

Foram realizadas 12 coletas de moscas-das-frutas no Parque Nacional Cerro

Corá-Paraguai, totalizando um ano de pesquisa.

Nesta pesquisa, foi estudada a ocorrência de 694 moscas frugívoras da

Família Tephritidae, Ordem Diptera, gênero Anastrepha.

De acordo com DÍAZ (2010), as moscas das frutas pertencentes ao gênero

Anastrepha caracterizam-se, pela morfologia externa, de acordo com combinações

dos seguintes e principais caracteres descritos abaixo e também ilustrados na Figura

06.

Asas com faixa costal estendendo-se, ou não por toda a margem anterior,

sem área hialina no ápice da nervura R1. Asas com três faixas separadas.

Asas com faixas C e S unidas (ou separadas), faixas V incompleta. Asas com

faixas predominantes marrons escuras e pretas. Faixas S unidas a V.

Asa com faixas S ausente ou presente e pouca distinta.

Abdome com faixas claras transversais, ou abdome com faixas clara

longitudinal. Abdome escuro com faixas claras.

Membrana eversível com poucos (ou ausentes) dentes fortes e curvos (ou

retos) distalmente, ou membrana eversível com numerosos dentes longos e

curvos distalmente.

Acúleo com menos de 1,5 mm de comprimento, ou maior de 6 mm de

comprimento.

Acúleo com menos de 0,05 mm de largura e com maior de 0,05 de largura.

Ápice finamente dentado, ou ápice sem dentes ou finamente denteado, ou

arredondando. Liso ou com saliências laterais.

Mesonoto com faixas negras sublaterais interrompidas ao nível da sutura

transversal e unida na margem superior formando um U. Mesonoto com

faixas unidas, ramo distal de faixa V separada ou unida. Mesotono com duas

manchas pretas circulares na margem posterior. Mesotono com ou sem

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faixas escuras. Mesotono escuro com faixas claras. Mesonoto com dois

pares de faixas longitudinais de cor marrom avermelhado.

Corpo amarelado.

Figura 06. Mosca das frutas do gênero Anastrepha, evidenciando aspectos empregados sua identificação e diferenciação dos sexos.

Fonte: Google.

4.2 ANÁLISE FAUNÍSTICA

4.2.1 Distribuição das espécies

Neste estudo, foi realizada uma análise dos parâmetros ecológicos da fauna

de tefritídeos do gênero Anastrepha, conforme apresentado na Tabela 01.

Tabela 01. Abundância de moscas das frutas do gênero Anastrepha (Diptera: Tephritidae) capturadas em diferentes pontos amostrais do Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai. Novembro de 2016 a Outubro de 2017.

PONTOS NOV DEZ JAN FEV MAR ABR OUT NOV DEZ ABUNDÂNCIA FREQUÊNCIA

(%)

P 1 39 0 1 0 0 0 8 6 1 55 7,9

P 2 36 5 2 2 3 18 154 15 3 238 34,3

P 3 143 23 10 16 9 7 38 46 6 298 42,9

P 4 13 31 7 1 0 6 0 1 0 59 8,5

P 5 7 3 23 2 4 0 0 4 1 44 6,3

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Considerando-se a abundância de moscas das frutas obtidas por ponto de

coleta, obteve-se os seguintes resultados, demonstrados na Figura 07.

Verificou-se que a maior abundância de Anastrepha ocorreu no Ponto 3,

seguido pelo Ponto 2.

Figura 07. Abundância de moscas das frutas do gênero Anastrepha (Diptera: Tephritidae) capturadas em diferentes pontos amostrais do Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai. Novembro de 2016 a Outubro de 2017.

Em análise da estrutura vegetacional desses pontos, percebeu-se a

ocorrência de Guavira (Campomanesia adamantium, C. pubescens), um arbusto de

0,50-1 m de altura, folhas brevemente pecioladas, flores brancas, fruto subgloboso,

ovoide, verde-amarelo ao madurar (BASUALDO et al., 1997). Esse fato pode

explicar a grande abundância de Anastrepha nesses pontos, pois as populações de

moscas-das-frutas exibem flutuações irregulares de ano para ano, relacionadas

com a disponibilidade de frutos maduros na planta e no solo (AGUIAR-MENEZES E

MENEZES, 1996).

Os resultados obtidos na presente pesquisa, portanto, podem ser justificados

pelo ambiente ser uma área mais rica em vegetação e com maior incidência de

floração e frutificação no decorrer do ano. Além disso, próximo a esse ponto existe

uma área com grande quantidade de plantas de guavira (Campomanesia sp.),

hospedeiro potencial de Anastrepha.

Considerando-se as áreas de estabelecimento dos pontos amostrais, de

acordo com Basualdo et al. (1997), esses locais compreendem vegetação do tipo

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Bosque Atlântico, para os Pontos 1-2-3-5, e Cerrado, para o Ponto 4. Sendo assim,

os pontos 1, 2, 3 e 5, são formados por três estratos de arvores: o primeiro pode

chegar a medir 30 metros de altura, o segundo até 20 metros, e o terceiro pode

chegar a 10 metros de altura. Para esse mesmo autor, no tipo de vegetação

arbóreo descrito, é frequente que os ramos e folhas se entrelacem, mesmo sendo

arvores diferentes. Esse tipo de ambiente, segundo a definição de Basualdo et al.

(1997), compreende uma região de bosques formados por plantas que perdem sua

folhagem em certas épocas do ano, como também plantas com folhagem que

resistem por todas as épocas do ano.

Assim, verificou-se, no Ponto 5, área de bosque formado por plantas que

perdem suas folhas em certas épocas do ano, como ocorreu no outono e inverno,

baixa captura de Anastrepha. Quanto ao Ponto 4, caracterizado por cerrado como

formação vegetal, o qual, de acordo com Costa Junior e Bernini (2008),

compreende ecossistema classificado dentro do bioma das savanas, os quais são

compostos geralmente por um estrato lenhoso formado por árvores tortuosas de

copas baixas e um estrato vegetal rasteiro constituído de gramíneas com alguns

subarbustos e arbustos. Essa formação vegetal pode explicar a baixa abundância

de moscas das frutas

4.2.2 Flutuação populacional

Considerando-se a variação na abundância de espécimes ao logo do ano,

obteve-se os seguintes resultados expressos na Tabela 02, e ilustrados na Figura

08.

Observou-se que, a maior abundância de espécimes ocorreu nos meses de

Novembro de 2016 e Agosto de 2017. Esse fato provavelmente é resultado da

presença de frutos nas plantas potencialmente hospedeiras presentes nas áreas

amostrais. Ainda, percebeu-se que a menor abundância de espécimes ocorreu nos

meses onde suas plantas potencialmente hospedeiras, provavelmente, não

possuíam frutos nas áreas amostrais. A disponibilidade de frutos hospedeiros,

época do ano e presença de hospedeiros alternativos são fatores importantes que

podem atuar conjuntamente com os parâmetros climáticos sobre a densidade

populacional de moscas-das-frutas (RONCHI-TELES e SILVA, 2005; ARAÚJO et al.

2008).

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Tabela 02. Abundância de moscas das frutas do gênero Anastrepha (Diptera:

Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12 meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai. Novembro de 2016 a Outubro de 2017.

COLETAS ABUNDÂNCIA FREQUÊNCIA (%)

Nov 238 34,3

Dez 62 8,9

Jan 43 6,2

Fev 21 3,0

Mar 16 2,3

Abr 31 4,5

Ago 200 28,8

Set 72 10,4

Out 11 1,6

Figura 08. Abundância de moscas das frutas do gênero Anastrepha (Diptera:

Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12 meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai. Novembro de 2016 a Outubro de 2017.

De acordo com Malavasi e Morgante (1980), a existência de plantas

hospedeiras com frutos ao longo do ano é um aspecto fundamental para garantir a

permanência da praga de ano para ano. Esse fato é corroborado por Nascimento et

al. (1982), que discute que pesquisas têm demonstrado que os picos populacionais

das espécies de moscas-das-frutas estão ajustados aos períodos de maturação de

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seus hospedeiros. Assim, segundo esse mesmo autor, as espécies de moscas-das-

frutas atingiram picos populacionais em diferentes épocas do ano.

De acordo com Ferrara et al. (2005), a maior riqueza de espécies de

moscas-das-frutas em São Francisco do Itabapoana resultou da maior diversidade

de plantas potencialmente hospedeiras presentes nas áreas de amostragem. A

riqueza de espécies de tefritídeos nesse município foi igual à encontrada em Bom

Jesus do Itabapoana (FERRARA et al., 2005). Esses autores também sugere que a

fruticultura diversificada e as culturas de subsistências foram fatores-chave para a

maior riqueza de espécies de tefritídeos.

Ainda, Uramoto et al. (2005), também atribuíram o alto número de

espécies capturadas por armadilhas McPhail (S = 18) no campus Luis de Queiroz,

Piracicaba/SP, à grande diversidade de espécies de plantas frutíferas.

4.2.2.1 Variáveis ambientais

4.2.2.1.1 Abundância x Temperatura

Em análise dos fatores ambientais, considerando-se a Temperatura,

associada à abundância de espécimes de Anastrepha, verificou-se índice de

correlação de -0,52, o que indica uma correlação moderada, conforme ilustrado na

Figura 09. Esse índice, por ser negativo, indica que, quando a temperatura do

ambiente aumenta, a captura de moscas diminui.

Resultado semelhante foi obtido por Araujo (2002), ao estudar as

interações ecológicas entre as moscas-das-frutas e os fatores ambientais no

município de Mossoró-RN. O referido autor constatou que a temperatura, juntamente

com precipitação pluviométrica, foram os fatores que mais influenciaram os picos

populacionais, verificando que nos meses de temperaturas superiores a 28ºC não

houve infestação de mosca em frutos de goiaba e os índices de captura nas

armadilhas foram insignificantes.

Esses mesmos resultados foram observados também por Araujo et al.

(2008), os quais constataram que nos meses de maior temperatura não houve

captura de moscas-das-frutas em um pomar de goiaba, no Estado do Ceará. Ainda,

no Estado do Ceará, em um pomar de mangueira, Oliveira et al. (2009) verificaram

que os meses de temperaturas mais amenas ocorreram aumentos dos índices de

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captura das moscas-das-frutas e nos meses mais quentes do ano não foi houve

captura desses tefritídeos.

Figura 09. Correlação entre abundância de moscas das frutas do gênero

Anastrepha (Diptera: Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12 meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai, e a variação de Temperatura (r -0,52) no período de permanência das armadilhas em campo. Novembro de 2016 a Outubro de 2017.

Entretanto, resultados que diferem desse padrão foram obtidos por

Aguiar-Menezes e Menezes (1996), que, ao estudarem a flutuação populacional de

moscas-das-frutas associada à disponibilidade de hospedeiros no Estado do Rio de

Janeiro, verificaram a predominância de moscas do gênero Anastrepha durante os

meses do ano de maior temperatura, infestando principalmente frutas nativas.

4.2.2.1.2 Abundância x UR

Em análise dos fatores ambientais, considerando-se a Umidade Relativa do

Ar, associada à abundância de espécimes de Anastrepha, verificou-se índice de

correlação de -0,21, o que indica que não houve correlação, ou que esta é muito

pequena, conforme ilustrado na Figura 10.

Entretanto, PEREIRA (2008), apresenta que a alta umidade relativa pode

interferir na captura de indivíduos, pois com a umidade elevada, o ar torna-se

saturado, consequentemente mais denso, dificultando o voo das moscas até a fonte

de odor (atrativo alimentar).

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Figura 10. Correlação entre abundância de moscas das frutas do gênero

Anastrepha (Diptera: Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12 meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai, e a variação de Umidade Relativa do Ar (-0,21) no período de permanência das armadilhas em campo. Novembro de 2016 a Outubro de 2017.

4.2.2.1.3 Abundância x Precipitação

Em análise dos fatores ambientais, considerando-se a Precipitação,

associada à abundância de espécimes de Anastrepha, verificou-se índice de

correlação de -0,35, o que indica que houve uma correlação fraca, conforme

ilustrado na Figura 11.

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Figura 11. Correlação entre abundância de moscas das frutas do gênero

Anastrepha (Diptera: Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12 meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai, e a variação de Precipitação (-0,35)no período de permanência das armadilhas em campo. Novembro de 2016 a Outubro de 2017.

Os fatores abióticos mais importantes na mortalidade da dinâmica

populacional das moscas-das-frutas são a água e a temperatura. O excesso ou a

deficiência de água causa a morte dos adultos e das larvas (FRANÇA, 2016).

Pesquisas realizadas por Feitosa et al. (2008) relataram que os maiores

índices de captura desses insetos foram registrados na época de baixa precipitação

pluviométrica.

Araujo et al. (2008), verificaram, através de estudo realizado no Ceará, que a

chuva, como fator isolado, apresentou baixa interferência na flutuação populacional

das moscas; já a umidade relativa do ar, como fator isolado, foi possível observar a

ocorrência dos picos populacionais no período em que a umidade relativa foi mais

alta, não havendo captura de mosca no período com cerca de 60% de umidade

relativa.

Embora as pesquisas relatem que os maiores índices de captura de insetos

voadores, como as moscas, foram registrados na época de baixa precipitação

pluviométrica (FEITOSA et al., 2008), o fato das áreas de maior abundância desses

tefritídeos predominarem cobertura vegetal de grande porte, pode ter contribuído

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para esses resultados. Isso porque a copa das árvores pode ter atuado como uma

barreira contra a chuva no interior dos pontos pesquisados.

A precipitação pluviométrica e a umidade relativa podem influenciar no

desenvolvimento das moscas-das-frutas, uma vez que a fase de pupa ocorre no solo

e há a necessidade de umidade para propiciar a emergência dos adultos (FRANÇA,

2016).

4.2.2.1.4 Abundância x Velocidade do vento

Em análise dos fatores ambientais, considerando-se a Velocidade do vento,

associada à abundância de espécimes de Anastrepha, verificou-se índice de

correlação de -0,04, o que indica que não houve correlação, ou que esta é muito

pequena, conforme ilustrado na Figura 12.

Figura 12. Correlação entre abundância de moscas das frutas do gênero

Anastrepha (Diptera: Tephritidae) capturadas ao longo do período de 12 meses de coleta no Parque Nacional Cerro Corá-Paraguai, e a variação de Velocidade do Vento (-0,04) no período de permanência das armadilhas em campo. Novembro de 2016 a Outubro de 2017.

De acordo com os resultados obtidos, foi possível verificar que o vento não

interferiu nos picos populacionais de moscas-das-frutas.

Esse fato pode ter sido decorrente da presença de vegetais de grande porte,

que funcionariam como uma barreira de contenção do vento. Ainda, em decorrência

da localização do parque que encontra-se rodeado de colinas isoladas e íngremes,

algumas das quais com altitude superior a 450 metros acima do nível do

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mar,(SEAM, 2016), o vento pode ter sido impedido de chegar até a área de estudo

ou menos ter sua velocidade amenizada.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi obtido um total de 694 espécimes do gênero Anastrepha, resultado que

indica uma alta abundância quando se considera um ambiente natural. Resultados

dessa natureza são obtidos apenas para regiões de cultivo de espécies frutíferas.

Os Pontos de coleta pesquisados revelaram abundância nas áreas referentes

à presença de hospedeiros potenciais, como frutíferas de guavira, hospedeiro de

espécies de Anastrepha.

Os períodos de coleta de maior abundância de moscas-das-frutas coincide

com o período de frutificação.

Os fatores ambientais investigados não apresentaram ou apresentaram

correlação fraca com a abundância de Anastrepha.

Os resultados obtidos na presente pesquisa remetem à necessidade de mais

estudos da fauna de tefritídeos local, para que se possa estabelecer aspectos

importantes da flutuação populacional de espécies de Anastrepha, para que se

possa desenvolver estratégias de manejo e controle dessas espécies.

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