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Responsabilidade Civil http://professorhoffmann.wordpress.com | 6 ENCONTRO 04 1.4. Imputabilidade - A responsabilidade decorre apenas da conduta? - A reprovabilidade depende da capacidade psíquica de entendimento do agente? (Sim. - Que significa imputar? - Há como responsabilizar alguém que desconhece o caráter reprovável de sua conduta? - Quais são os meios para se aferir se alguém é capaz de reconhecer a reprovabilidade de sua conduta? 1.4.1 Menoridade - Absolutamente incapaz > CC/02, art. 3º, inc. I > Falta-lhes maturidade em vista da parca idade! - Relativamente incapaz > responde por sua conduta? 1.4.2 Insanidade - CC/02, art. 3º, inc. II: irresponsáveis por sua natureza! - Responsabilidade: CC/02, art. 932, inc. II 1.5. Responsabilidade dos incapazes - Incapaz responde por seus atos? - Trata-se de uma responsabilidade integral? - Requisitos que devem ser verificados: Imputabilidade Maturidade Desenvolimento mental Critério temporal Sanidade mental Higidez Critério psicológico Ocorrência de ato ilícito Que este ato tenha causado dano à alguém Que o ato seja considerado reprovável, inclusive se cometido por imputável Existência de nexo causal Que a reparação do dano não possa ser proporcionado pelos vigilantes do inimputável Que a equidade justifique a responsabilidade total ou parcial do autor, em face das circunstâncias concretas do caso

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Responsabilidade Civil

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ENCONTRO 04 1.4. Imputabilidade - A responsabilidade decorre apenas da conduta? - A reprovabilidade depende da capacidade psíquica de entendimento do agente? (Sim. - Que significa imputar? - Há como responsabilizar alguém que desconhece o caráter reprovável de sua conduta? - Quais são os meios para se aferir se alguém é capaz de reconhecer a reprovabilidade de sua conduta?

1.4.1 Menoridade - Absolutamente incapaz > CC/02, art. 3º, inc. I > Falta-lhes maturidade em vista da parca idade! - Relativamente incapaz > responde por sua conduta? 1.4.2 Insanidade - CC/02, art. 3º, inc. II: irresponsáveis por sua natureza! - Responsabilidade: CC/02, art. 932, inc. II 1.5. Responsabilidade dos incapazes - Incapaz responde por seus atos? - Trata-se de uma responsabilidade integral? - Requisitos que devem ser verificados:

Imputabilidade

MaturidadeDesenvolimento

mental Critério

temporal

Sanidade mental

Higidez Critério

psicológico

Ocorrência de ato ilícito

Que este ato tenha causado dano à alguém

Que o ato seja considerado reprovável, inclusive se cometido por imputável

Existência de nexo causal

Que a reparação do dano não possa ser proporcionado pelos vigilantes do inimputável

Que a equidade justifique a responsabilidade total ou parcial do autor, em face das circunstâncias concretas do caso

Responsabilidade Civil

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- Enunciado nº 39 da Jornada de Direito Civil: que diz? - Há contradição entre o disposto no art. 928 e o parágrafo único do art. 942, ambos do CC/02? - E o caso do menor emancipado: seus pais respondem? 2. A culpa lato sensu - Basta à imputabilidade do agente para seja ele responsabilizado? - Mas, o que é culpa? - O que são os atos reflexos? Há vontade em tais atos? > Coação irresistível: há vontade do agente? - A culpa influencia o cível? Trata-se da mesma culpa existente no penal? - Mas de algum modo, pode a culpa ser levada em consideração para fins indenitários? > Aplica-se aos casos de dolo também? 2.1. Dolo e culpa: Distinção - Dolo: conduta já nasce ilícita - Culpa: conduta nasce licita, mas torna-se ilícita na medida em que se desvia dos padrões

2.2. Dolo: Conceito - Que é o dolo?

CULPA

Dolo

Direto Eventual

Culpa

(em sentido estrito)

Consciente Inconsciente

Elementos do dolo

Representação do resultado Consciência da ilicitude

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2.2 Culpa stricto sensu: Conceito

- Culpa: violação de dever objetivo de cuidado podia conhecer e observar! - Mas em que consiste esse dever de cuidado? - Quando ocorre a sua violação? 2.2.1. O dever de cuidado - Viver em sociedade é:

> não causar dano a outrem > agir com cautela

•Sujeito visa a certo e determinado resultado.

•Exemplo é o do agente que desfere golpes de faca na vítimacom a intenção de matá-la.

•O dolo se projeto de forma direta no resultado morte.Direto

•Ocorre quando o sujeito assume o risco de produzir oresultado, isto é, admite e aceita o risco de produzi-lo.

•Ele não quer o resultado, pois se assim fosse haveria dolodireto. Ele antevê o resultado e age.

•A vontade não se dirige ao resultado - o agente não quer oevento -, mas sim à conduta, prevendo que esta podeproduzir aquele.

•Ex.: O agente pretende atirar na vítima, que se encontraconversando com outra pessoa. Percebe que atirando navítima, pode também atingir a outra pessoa. Não obstanteessa possibilidade, prevendo que pode matar o terceiro é-lhe indiferente que este último resultado se produza. Eletolera a morte do terceiro. Para ele tanto faz que o terceiroseja atingido ou não, embora não queira o evento. Matandoambos, responde por dois crimes de homicídio: o primeiro,por dolo direto; o segundo, a título de dolo eventual.

Eventual

•Nesta, o resultado embora previsível, não chega a serprevisto pelo agente;

•São os casos usuais de negligência, imperícia e imprudência.

•Para sua caracterização, deve ficar comprovado que nãohouve a previsão do resultado por mera desatenção oudesinteresse do agente.

Culpa inconsciente

•O agente é capaz de prever o resultado, porém acreditasinceramente que o mesmo não ocorrerá.

•Confia o médico que sua ação conduzirá tão somente aoresultado originalmente pensado, o que, porém, não ocorredevido a um erro na execução do procedimento.

•Principal elemento é a confiança que o agente possuiquanto à inocorrência do resultado inesperado e ilícito.

Culpa consciente

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> Ditame de Ulpiano - Homem médio >sensato, avisado, razoável e capaz

> abstenção da prática de atos que não possua capacidade - Culpa se evidencia por uma conduta deficiente! - A culpa é um erro de conduta: conduta mal dirigida a um fim lícito! - É uma violação de uma norma de conduta por falta de cuidado >geral, quando contida na lei;

>particular, quando consignada no contrato. - A este respeito, qual a expressão do art. 186 do CC/02 infirma a questão da culpa? - Culpa é, portanto? 2.2.2. Elementos da culpa - Conduta voluntária com resultado involuntário - Previsão ou previsibilidade - Falta de cuidado, cautela, diligência ou atenção.

- Cabe explicar que na culpa: a conduta é voluntária; involuntário é o resultado.

Imprudência

• Falta de cautela ou cuidado porconduta comissiva, positiva, por ação

Negligência

• É a mesma falta de cuidado porconduta omissiva

Imperícia

• Decorre da falta de habilidade noexercício de atividade técnica

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2.3. Espécies de culpa 2.3.1. Culpa grave, leve e levíssima

- A indenização se mede pelo grau da culpa ou pela extensão do dano? 2.4.2. Culpa concorrente - Existência de conduta culposa da vítima - Resultado é uma soma das condutas dos envolvidos - Qual a conseqüência do reconhecimento da culpa concorrente? - Exemplo, corriqueiro é o caso do Pingente: STJ - REsp 226.348/SP

• com grosseira falta de cautela

• culpa com previsão do resultado, também chamada de culpa consciente

• se avizinha do dolo eventual do Direito Penal.

Grave

• poderia ser evitada com atenção ordinária

• cuidado do homem comum Leve

• falta de atenção extraordinária

• ausência de habilidade especial Levíssima