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FACULDADE DE TECNOLOGIA EM SAÚDE CIEPH – CENTRO INTEGRADO DE ESTUDOS E PESQUISAS DO HOMEM
CURSO ESPECIALISTA EM ACUPUNTURA
MARIA LÚCIA MACHADO
CEFALEIA CONFORME A MTC
FLORIANÓPOLIS DEZEMBRO 2013
MARIA LÚCIA MACHADO
CEFALEIA CONFORME A MTC
Trabalho d e C onclusão de C urso apresentado à C oordenadoria de Trabalho Monográficos da F aculdade de Tecnologia em Saúde Centro Integrado de E studos e P esquisas d o H omem (CIEPH), para obt enção do t ítulo de Especialista em Acupuntura.
Prof. Marcelo Fábian Oliva (CIEPH)
Florianópolis Dezembro 2013
Maria Lúcia Machado
Cefaléia conforme a MTC
Trabalho de C onclusão d e C urso apr esentado à C oordenadoria de Trabalhos Monográficos da Faculdade de Tecnologia em Saúde Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do H omem ( CIEPH), para ob tenção do t ítulo de E specialista e m Acupuntura, sendo submetido à Banca Examinadora e c onsiderado a provado e m __/__/____.
Florianópolis, de ..... 2013.
_____________________________________________ Prof. Marcelo Fábian Oliva (CIEPH)
Professor Orientador
___________________________________________________
Profa Thais Habkost Machado (CIEPH) Membro
________________________________________________
Profa. Ms.Luisa Regina Pericolo Erwig (CIEPH) Membro
AGRADECIMENTOS
A Deus por nunca t er m e d eixado n os momentos difíceis e por t er
permitido chegar até aqui.
Ao Curso de Acupuntura, da Faculdade de Tecnologia em Saúde Centro
Integrado d e E studos e Pesquisas do H omem ( CIEPH), aos professores, p ela
oportunidade de crescimento intelectual.
Ao meu or ientador P rof., Marcelo Fábian Oliva, pela dedicação, apoio e
disponibilidade dispensada para a efetivação deste trabalho.
Aos meus pais, Miguel, e m inha mãe Antônia “in memorian” saudades! E
aos meus irmãos Bernadete, José e Antônio. Sem vocês eu não seria nada!
A t odos os m eus c olegas d o curso, p ela amizade e m es pecial a N elis
Pallaoro, apoio, tanto nas horas boas como nas difíceis, muito obrigada.
A t odos os m eus c olegas de s erviço e da f aculdade, p ela a mizade e
apoio, tanto nas horas boas como nas difíceis, muito obrigada.
RESUMO
O presente trabalho de c onclusão d o c urso de pós-graduação e m ac upuntura
abordará de q ue m aneira esta ciência m édica na v isão d a M edicina Tradicional
Chinesa, poderá auxiliar nos t ratamentos das cefaleias. T em por objetivo definir a
dor e a causa das cefaleias nas diferentes classificações sindrômicas na concepção
da M TC, mostrando c omo e p orque a acupuntura é uma o pção v aliosa n o
tratamento. Este t rabalho t eve c omo metodologia o es tudo a través da r evisão
bibliográfica ut ilizando livros, artigos e base de d ados eletrônicos que abordam o
assunto do ponto de vista oriental. Pode-se concluir que a acupuntura é uma opção
de tratamento válido, demonstrando ser eficaz e importante para as cefaleias, pois
além de amenizar o dispêndio financeiro dos doentes, reduz ou limita drasticamente
os efeitos colaterais adversos das drogas administradas para aliviar o sofrimento.
Palavras-chave: Cefaleias; Dor; Acupuntura.
ABSTRACT
This work is to meet the requirements to earn a master’s degree in acupuncture and it i s an appr oach o n how medical s cience, in t he v iew of Traditional C hinese Medicine, may hel p i n t he t reatment o f he adaches. The purpose i s t o de fine the cause o f headache and t he di fferent r atings i n s yndromic c onception of M TC, showing ho w and w hy ac upuncture i s a v aluable opt ion for its t reatment. T he methodology em ployed was t he s tudy of t he r elated l iterature by r eviewing book s, articles and electronic data base which deal with this issue under the Eastern point of view. One might conclude that acupuncture is a valid option available, proving to be effective and i mportant to headache treatment, since besides cutting down the high costs for patients it severely decreases and set restrictions to the difficult side effects of the drugs used to relieve pain.
Keywords: Headache; Acupuncture.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 08 2 REVISÃO DA LITERATURA ........ ..................................................................... 11 2.1 Fundamentos da MTC .................................................................................. 11 2.1.1 Yin e Yang .................................................................................................. 11
2.2 A cefaléia na MTC ......................................................................................... 12 2.3 Etiologia ......................................................................................................... 13
2.4 Patogenia ...................................................................................................... 15 2.4.1 Excesso de Yang ........................................................................................ 16
2.4.2 Deficiência de Yang ..................................................................................... 17
2.4.3 Excesso de Yin .......................................................................................... 17
2.4.4 Deficiência de Yin ...................................................................................... 18
2.5 Etiologia ......................................................................................................... 19
2.5.1 Excesso de Yang ........................................................................................ 20
2.5.2 Deficiência de Yang ..................................................................................... 21
2.5.2.1 Cefaleia Tai Yang ...................................................................................... 21
2.5.2.2 Cefaleia Shao Yang ................................................................................... 22
2.5.2.3 Cefaleia Yang Ming .................................................................................. 22
2.5.2.4 Cefaleia Jue Yin ....................................................................................... 24
2.5.2.5 Cefaleias de vértice .................................................................................. 24
2.5.2.6 Cefaleias por vazio de Qi e de sangue ....................................................... 24
2.5.2.7 Cefaleia occipital ou nucalgia ................................................................... 25
2.5.2.8 Cefaleia Yin Wei e precordialgia ............................................................... 25
2.5.2.9 Cefaleia generalizada ou encefalalgia ...................................................... 25
2.5.3 Excesso de Yin .......................................................................................... 26
2.6 Diagnóstico .................................................................................................... 28
CONCLUSÃO ....................................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 38
8
1 INTRODUÇÃO
A ac upuntura é u ma ar te m ilenar da M edicina Tradicional C hinesa c om
aproximadamente quatro mil e q uinhentos anos de ex istência, ganhou credibilidade
no B rasil por par te da m edicina t radicional e r econhecida c omo es pecialidade
médica em 1995 pelo Conselho Federal de Medicina e por outros conselhos da área
médica. Hoje é indicada como t ratamento alternativo e c omplementar de i númeras
doenças, i nclusive c om g rande efetividade no t ratamento e c ura de c ondições
dolorosas c rônicas. A lém disso, é c ada v ez m aior o número d e i ndivíduos q ue
procuram a ac upuntura par a r eestabelecer o eq uilíbrio ener gético do organismo
como meio de prevenir o aparecimento de doenças.
A acupuntura é uma ciência médica, que visa a terapia e à cura das doenças
por meio da aplicação de agulhas e moxas, além de outras técnicas. Sua elaboração
foi baseada em princípios filosóficos e religiosos da China antiga. Em 1949, quando
a R epública Popular da C hina foi c riada, Mao Zedong encorajou a pr ática da
Medicina chinesa e, a partir de então, tem atingido novos níveis de conhecimento e
técnicas d e r econhecimento mundial, s aindo do c ampo d e c aráter em pírico, par a
habitar o a mbiente c ientífico. É um v asto c ampo a s er ex plorado em busca de
novas comprovações.
Nas últimas déc adas a ac upuntura t ornou-se i mportante al ternativa d e
tratamento complementar da medicina oc idental muito eficaz na cura das cefaleias
primárias, pois além de proporcionar ao pac iente um e feito analgésico importante,
não v isa ap enas á remoção da dor de f orma exclusiva, mas t rata a origem da
doença promovendo um alívio duradouro do sofrimento.
As c efaleias primárias es tão relacionadas ao desequilíbrio ener gético do
corpo e o t ratamento através da ac upuntura visa melhorar as dores e os sintomas,
assegurando ao doente um retorno mais rápido as suas atividades pessoais, sociais
e profissionais.
Grande parte da população já experimentou ou s erá acometida por cefaleia
em s eu c otidiano, i sto por que o es tresse em ocional c omo: r aiva, pr eocupação,
tristeza, aflição, medo, choque, excesso de pensamento, culpa e vergonha, além da
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sobrecarga de trabalho, atividade sexual excessiva, dieta irregular, traumas, partos e
fatores patogênicos externos c omo v ento e u midade, s omando a de ficiência
constitucional her dada dos pai s e o s edentarismo ou a pr ática i rregular ou pouc o
frequente d e ex ercícios, t rará c onsequências i ndesejadas p ara a s aúde podendo
representar um papel na etiologia das dores de cabeça. Como veremos no decorrer
deste trabalho, essa condição é uma das causas mais frequentes para o surgimento
das cefaleias pr imárias. M esmo com os g randes avanços na ár ea farmacológica,
muitos pa cientes durante as c rises dol orosas c ostumam i solar-se, pr ovocando
inúmeros t ranstornos familiares, s ociais e econômicos. F oi obs ervado em v árias
pesquisas que a cefaleia é um dos motivos mais frequentes de faltas ao trabalho.
Para t anto, justifica-se o pr esente t rabalho q ue a borda a ac upuntura c omo
forma de tratamento.
Em v ista di sso, o trabalho v isa es tudar sob a ót ica da M edicina t radicional
Chinesa, quais os tipos de cefaleia e suas principais formas de tratamento. E, como
objetivos específicos, pesquisar por meio de revisão bibliográfica os principais tipos
de cefaleia segundo a visão da MTC; estudar a etiologia e diagnóstico das cefaleias;
e, apresentar os tipos de tratamento para cefaleia segundo sua origem, buscando a
acupuntura como alternativa não farmacológica.
Para es ta p esquisa s erá ut ilizado o m étodo ded utivo e revisão bi bliográfica
para os quais foram consultados livros da Medicina Tradicional Chinesa e bases de
dados el etrônicos: Google, S cholar. G oogle, B ireme e S cielo. C omo estratégia d e
busca, ut ilizei os t ermos: ac upuntura, hi stória da acupuntura, cefaleia, c efaleias
primárias, cefaleia crônica, cefaleia tensional, enxaqueca, acupuntura no tratamento
das cefaleias.
Para efeito de organização, o trabalho está dividido da seguinte forma:
No primeiro capítulo, será destacada a introdução, na qual serão abordados o
objeto, o tema, a delimitação do t ema, o pr oblema, a hipótese, os obj etivos geral e
específicos, a justificativa e a metodologia.
No s egundo c apítulo, abordar-se-á os f undamentos da MTC, c om o Yin e
Yang, al ém d a c efaleia na M TC, c om a etiologia, p atogenia, e xcesso de Y ang
(deficiência de Yang, excesso de Yin e deficiência de Yin) e o diagnóstico. (cefaleias
10
SHU e XI, cefaleias de acordo com o canal afetado e cefaleias de acordo com o tipo
de dor e de acordo com a melhora ou piora) e, por fim, o tratamento.
No terceiro capítulo, serão feitas as conclusões gerais do referida pesquisa.
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2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Fundamentos da MTC
2.1.1 Yin-Yang
A dor funciona como um mecanismo de defesa do nosso organismo, avisando
ao corpo que algum tecido está sofrendo lesão ou não está funcionando de maneira
adequada. É um dos tópicos mais discutidos pela acupuntura.
Observando-se a natureza, verifica-se que tudo o que nela existe é composto
por doi s as pectos es pecíficos e es sências q ue s e c omplementam e q ue m antém
entre si um equilíbrio dinâmico. Esses dois aspectos foram chamados pelos antigos
chineses de Yang e Yin.
O Yang e Y in são os princípios essências da existência de tudo o que existe
no universo. O Yang somente pode existir na presença do Yin, e vice-versa, e é esta
dualidade que determina a origem de tudo na Natureza, incluindo a Vida.
O Yang e o Y in têm concepção ao mesmo tempo simplória e complexa. Eles
são aspectos opostos ou se vistos por outro prisma, representam uma coisa única.
O c orpo humano c onstitui um t odo, i ntegral, f ormando, e nergeticamente de
duas partes opostas, o Yin e o Yang. Assim, o exterior é Yang e o i nterior é Yin; o
dorso é Yang e o abdome é Yin; a parte superior é Yang e a parte inferior é Yin; os
cinco Órgãos (Coração, Fígado, Baço/Pâncreas, Pulmão e R ins) são Yin e as seis
Vísceras (Vesícula B iliar, E stômago, Intestino G rosso, Intestino Delgado, Bexiga e
Triplo Aquecedor) são Yang e, cada Órgão podem ser dividir em Yin e Yang, assim,
tem-se o Yin do Coração e Yang do Coração Yin dos Rins e Yang dos Rins. Assim,
dentro do Y in es tá o Yang e dent ro Yang es tá Y in e de ntro do Yin e Y ang, es tão
também Yang e Yin. (WEMBU, 1993).
As duas partes Y in e Yang do c orpo devem es tar em um equilíbrio r elativo
para q ue s e m antenham normais as a tividades fisiológicas. A ssim, s e o eq uilíbrio
relativo é des truído por causa de certos fatores de a doecimento, pode acontecer a
predominância ou a de ficiência de u ma d as duas par tes, al terando, como
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consequência o es tado f isiológico q ue s e t ransforma e m pr ocesso pat ológico. A
desarmonia entre o Yin e o Yang pode ser por excesso de Yang ou por excesso de
Yin e, t ambém po de ocorrer por de ficiência de Y ang o por d eficiência d e Y in. A s
manifestações destes es tados s ão: por deficiência de Y in a presenta-se o Calor
interno, por deficiência de Y ang apresenta-se o F rio exterior; por excesso de Y ang,
manifesta-se o C alor externo e p or ex cesso de Y in a presenta-se o F rio i nterno.
(WEMBU, 1993).
Portanto, as alterações ener géticas e fisiopatológicas o bservadas dur ante o
processo d e ado ecimento i niciam-se s empre c om o desequilíbrio ener gético ent re
Yin e Yang. As desarmonias energéticas que afetam o ser humano podem ter como
causas f atores ex ternos ou i nternos q ue agem q uebrando o c iclo l igações e da
circulação energética entre as diferentes partes do corpo: Alto/Baixo, Exterior/Interior
e Direito/Esquerdo, levando a um estado de desequilíbrio energético. (YAMAMURA,
2001).
2.2. A cefaleia na MTC
As c ausas de base podem s er em q ualquer ór gão o u v íscera do c orpo,
refletindo em l ocais di stintos como: região occipital, frontal, temporal e d o topo da
cabeça, podendo ser tratada conforme a origem de cada caso. A experiência clínica
de diversos especialistas em acupuntura no mundo inteiro, mostra que é uma terapia
eficaz e ex iste i nteresse c rescente n a bu sca do ent endimento nos m ecanismos
neuroquímicos e fisiológicos.
São consideradas cefaleias as dores referidas na superfície da cabeça do tipo
latejante e ou e m pr essão, e m facada e o u pul sátil, e e m ap erto ou p ontada de
intensidade leve a moderada, geradas a partir das estruturas profundas, resultantes
de estímulos dol orosos intracranianos, m as que resultam de dor es originadas de
fora dele, ocasionadas por uma excitação direta ou reflexa de algum nervo sensitivo
da cabeça, associadas à fotofobia, fonofobia, náuseas e vômito (WANNMACHER e
FERREIRA,2005; ARAÚJO e ALMEIDA,2009).
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Araújo e Almeida (2009) relatam que existe uma estimativa de que a cefaleia
acometa m ais de 90% da p opulação dur ante algum período de s uas v idas, e,
aproximadamente 16 %, pr ocuram t ratamento e m pr ontos s ocorros, s endo q ue
destes, 9% a presentam episódios frequentes de c efaleia e 3% , epi sódios
incapacitantes. São responsáveis por mais de um milhão de faltas escolares ao ano
e mais de 150 milhões de dias de absentismo no t rabalho nos Estados Unidos da
América (EUA) com perda de produtividade anual cerca de 17,2 bilhões de dólares.
De acordo com Pinto et al (2007) estima-se que, no B rasil, cerca de 1% dos
casos d e c efaleia s ejam decorrentes de p atologias g raves, q ue nec essitam de
atendimento imediato.
A ac upuntura, n os úl timos anos, t em-se t ornado u m i mportante método n o
tratamento das cefaleias, em especial, cefaleia primária, sem causa conhecida, não
somente p elo s eu e feito an algésico, m as pel o pot encial de c ura, des de q ue o
diagnóstico e t ratamento es tejam c orretos. N os úl timos an os, s urgiram vários
estudos i nvestigando a e ficácia da ac upuntura no t ratamento d a cefaléia. (WEN,
2008).
De acordo com a M. T. C., as aplicações proporcionam o equilíbrio harmônico
de en ergia e s angue ent re os m eridianos e ór gãos c orrespondentes. S egundo as
explanações da Medicina Moderna, o estímulo feito pelas agulhas nos locais em que
existam t erminais ner vosos g era i mpulsos el étricos q ue at ivam a l iberação d e
substâncias neurotransmissoras do Sistema Nervoso Central, modulando as funções
físicas e psíquicas (LIN, HSING e PAI, 2010).
A ac upuntura p ode ser um a ferramenta v aliosa não farmacológica em
pacientes com dor de cabeça tensional, frequente, episódica ou crônica e d eve ser
considerada uma opção para os pacientes dispostos a esse t ratamento. (LINDE et
al, 2009)
2.3 Etiologia
Segundo M aciocia (2009), a s cefaleias apresentam os seguintes padrões:
Exterior por vento-frio, vento-calor e v ento-umidade. Interior por Excesso: Yang do
fígado, fogo do fígado, vento do fígado, estagnação de Qi do fígado, estagnação de
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frio no meridiano do f ígado, umidade, mucosidade t urva, r etenção d e alimentos,
estase de sangue, calor do estômago. Interior por Deficiência: de Qi, sangue ou rim.
Ainda s egundo M aciocia ( 2009), qualquer c ausa de doe nça nor malmente
considerada na Medicina Chinesa pode representar um papel na etiologia das dores
de cabeça, conforme a seguir:
a) Se a deficiência c onstitucional dos pai s for f raca o u es tiver f raca no
momento da c oncepção ou os pai s forem m uito i dosos p odem g erar dor es de
cabeça na c riança q ue c omeçam entre 7 a 10 anos de i dade, pr ovenientes de
deficiência do Rim, Fígado, Baço, Pulmão e Coração, dependendo da condição em
particular que é negativamente afetada na saúde dos pais.
b) Fatores emocionais são causas extremamente frequentes da cefaleia.
c) A raiva, frustração, ressentimentos e rancores reprimidos. Todas causam a
subida da Yang ou do Fogo do F ígado. Dentre as causas emocionais de cefaleias
dando origem a dores de cabeça situadas no canal da Vesícula Biliar, na têmpora ou
na lateral da cabeça, provenientes da subida do Yang do fígado ou hiperatividade do
Fogo do Fígado.
d) A preocupação pode levar à subida do Yang do Fígado.
e) A tristeza e aflição podem c ausar dor es de c abeça por deficiência d e
sangue.
f) O medo ex aure o Rim e causa dor es na c abeça t oda o u i ndiretamente
provoca a subida de Yang do Fígado. O choque “suspende” o Qi, produzindo efeito
no Qi do Coração, pulmão e Baço, provocando geralmente dores em toda a cabeça.
g) A culpa pode ocasionar estagnação de sangue e quando afeta o aquecedor
superior pelos canais do Coração e/ou Pulmão pode causar cefaleias.
h) A vergonha faz o Qi estagnar ou afundar, quando a pessoa sente vergonha
ela s e s ente “ suja” e a “ sujeira” é uma c aracterística da U midade q ue pode d ar
origem a dores de cabeça crônicas.
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i) A sobrecarga de t rabalho enfraquece do Qi do B aço, em úl tima análise, o
Yin do Rim que provocará dores em toda cabeça ou permitirá a subida do Yang do
Fígado.
j) Cefaleias, após at ividades sexuais intensas, é comum nos homens, sob a
perda t emporária de essência d o r im, é r apidamente r estabelecida não c ausando
assim a doença. Porém quando não há tempo para restabelecer a essência, resulta
em de ficiência do r im Y in ou Yang, depen dendo da c onstituição, s endo i ndicado
moderar a atividade s exual, a q uantidade é r elativa depe nde de cada pessoa, d a
constituição e da força da essência.
k) A dieta tem profunda influência na etiologia das cefaleias. Podendo afetar
diferentes ór gãos e localização da dor , a f alta d e al imentação po de c ausar
deficiência de Qi e sangue e a localização da dor geralmente é no topo da cabeça, o
excesso de alimentação obstrui o Qi do estômago, enfraquece o baço/pâncreas e a
localização é f rontal c om c aracterística ag uda, no c aso de ex cesso de al imentos
quentes podem causar fogo no fígado e/ou calor no estômago e a localização da dor
é temporal e f rontal respectivamente, com característica aguda. Ex.: pimenta, curry,
carne vermelha, álcool.
O excesso de al imentos que produzem u midade a feta o baç o/pâncreas e
provoca m ucosidade, a l ocalização da dor é frontal, c om s ensação de peso n a
cabeça. Ex.: leite e derivados, açúcar branco, alimentos frios, frituras. O excesso de
sal c ausará a d eficiência de r im, a l ocalização é e m t oda a c abeça ou r egião
occipital. Ex.: salsicha, bacon, sopas prontas, cereais, peixe defumado. O consumo
excessivo de alimentos ácidos afeta o fígado.
l) Os traumas podem causar estagnação de sangue numa determinada área
da cabeça, causa mais frequente de cefaleias crônicas.
m) Partos e abortos muito próximos, enfraquecem seriamente o Fígado, Rim
e Vaso da Concepção e provocarem dores de cabeça desse tipo.
n) Fatores patogênicos ex ternos c omo U midade e Vento t ambém pr ovocar
cefaleias.
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2.4 Patologia
Superficialmente, as cabeças contem apenas canais Yang, uma vez que os
canais Yang do braço terminam na cabeça e os canais do pé começam nesta parte
do corpo. Isso significa que a cabeça é uma área de concentração do Yang Qi; por
isso ant igamente foi c omparado a o C éu e foi t ambém muitas v ezes c hamada de
“Palácio do Yang”. (MACIOCIA, 2009).
A cabeça é a p arte mais alta do corpo, não apenas anatômica, mas também
energeticamente, de acordo com o fluxo do Qi nos doze canais. É, na v erdade, a
área do potencial máximo de energia na c irculação do Qi nos canais. O Qi circula
nos c anais porque h á um a di ferença de energia pot encial ent re t órax e c abeça
(MACIOCIA, 2009).
Como a cabeça é uma área de concentração de Yang do Qi, a patologia das
dores de c abeça pode ser reduzida a q uatro condições muito simples e bás icas de
excesso de Y ang, d eficiência de Y ang, excesso de Y in, deficiência d e Y in.
(MACIOCIA, 2009).
2.4.1 Excesso de Yang
“Excesso de Y ang” a presenta d ois s ignificados diferentes: po de i ndicar u m
excesso real de Yang Qi na c abeça (como no caso do Fogo do Fígado) ou s ubida
excessiva do Yang para a cabeça (como no caso da subida do Yang do Fígado). É
importante não confundir essas duas condições. (MACIOCIA, 2009)
Com o Fogo do Fígado, há um excesso real de Yang, isto é, Fogo (calor por
excesso). Esse quadro se manifesta com face vermelha, sensação de calor na face,
sede intensa, sabor amargo e irritabilidade. É uma condição de Calor por Excesso.
Fogo do Fígado é um tipo de Calor por Excesso e apresenta tendência de secar os
fluidos do corpo, podendo causar hemorragia e afetar fortemente a mente.
A subida do Yang do Fígado, pelo contrário, não é uma condição de Calor por
Excesso, m as s implesmente u m d esequilíbrio ent re Y in e Y ang c om s ubida
excessiva do yang Qi para cabeça.
As dor es d e c abeça pr ovenientes do excesso de Y ang s ão, e ntão,
decorrentes da estagnação Yang Qi na cabeça; o Qi não pode circular e isso causa
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dor de c abeça. A c efaleia p or ex cesso de Y ang é por de finição i ntensa e
normalmente pulsante.
2.4.2 Deficiência de Yang
Com a deficiência de Yang a situação oposta, isto é, Yang puro não suficiente
alcança a cabeça. Sob circunstâncias normais, o
Yang Qi puro flui até a cabeça, desobstruindo os orifícios dela (orelhas, nariz,
boca, olhos e mente). A subida do Yang puro para cabeça é muito importante para
remoção c onstante d e pot enciais f atores pa togênicos Y in da c abeça. (MACIOCIA,
2009)
A elevação f isiológica do Y ang pur o à c abeça é facilitada e m v irtude de ,
superficialmente, a cabeça manter apenas canais Yang. Os exemplos mais comuns
de Yang deficiente que não sobe à cabeça são Qi do Estômago ou o Yang do R im
não at ingindo a c abeça. A d eficiência do Qi do estômago c ausará d or d e c abeça
frontal, ao passo que a do Yang do Rim causará dor de cabeça occipital.
A dor de cabeça decorrente da deficiência é por definição surda e moderada.
2.4.3 Excesso de Yin
O Yin Q i al cance a c abeça de forma i ndireta p elos c anais d ivergentes,
superficialmente s ó há c anais Y ang na c abeça. I sso nã o é c oincidência, u ma vez
que o Y ang Qi puro precisa subir à c abeça para clarear os orifícios. O acúmulo de
Excesso de Y in na cabeça terá o efeito de impedir a s ubida do Yang puro e gerar,
então, obscurecimento dos orifícios (MACIOCIA, 2009).
“Obscurecimento dos orifícios” r esultará e m v isão t urva, t ontura, obs trução
nasal, sabor pegajoso, tinido e sensação de atordoamento (entorpecimento) e peso
na cabeça. Os dois fatores patogênicos mais comuns que produzem excesso de Yin
na cabeça são Umidade e Fleuma.
A dor de cabeça por excesso de Yin é surda, mas intensa.
18
2.4.4 Deficiência de Yin
Como a cabeça é uma área de confluência de canais Yang, necessariamente
ocorre a subida do Yang puro à cabeça; por essa razão, a deficiência de Yin não é
uma causa comum de dores de cabeça. Porém, como Sangue faz par te do Yin, a
deficiência de Sangue que é u ma causa relativamente comum de dores de cabeça
também é u m t ipo de deficiência de Yin. A deficiência do Sangue do F ígado ou do
Coração é uma causa comum de dores de cabeça.
Outros ex emplos d e deficiência de Y in pr ovocando dores de c abeça s ão
deficiência de Yin do Rim ou de Essência do Rim.
A dor de cabeça de deficiência de Yin é surda e moderada.
O des equilíbrio ent re Y in e Y ang c onstitui a c ausa fundamental do
desenvolvimento de uma enfermidade, os princípios básicos do t ratamento também
devem ser regulados conforme a pr edominância ou de ficiência de Yin ou de Yang,
com a finalidade d e r ecuperar eq uilíbrio relativo per dido. A ssim par a t ratar a
predominância do C alor Yang, apl icam-se os meridianos de n atureza f ria e par a o
caso d e pr edominância do F rio Y in, usam-se os d e nat ureza q uente. N o c aso de
excesso de Y in dev ido à d eficiência de Yang q ue não c ontrola o Y in, dev e-se
fortalecer o Yang para diminuir o Yin. No caso da hiperativamente de Yang devido à
deficiência de Yin que não acalma o Yang, deve-se nutrir Yin para que este iniba o
Yang. E ste é o pr incípio de “ uma enfermidade Y ang t rata-se c om Y in e um a
enfermidade Y in t rata-se c om Y ang”. E m s uma, o pr incipio de nor malizar o
desequilíbrio entre Yin e Yang tem o significado de sedar o excesso e de t onificar a
deficiência com a finalidade de m udar o anormal e recuperar o estado de equilíbrio
Yang e Yin. (MACIOCIA, 2009).
2.5 Diagnóstico
Segundo W enbu (1993), os Métodos di agnósticos de Medicina T radicional
Chinesa foram desenvolvidos na prática clínica durante longo tempo. Esses métodos
de diagnóstico dão muita importância às manifestações fisiológicas e patológicas do
corpo humano e dos órgãos internos, e nesse longo tempo, acumularam-se muitos
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conhecimentos valiosos sobre as manifestações objetivas e as relações entre elas.
Por i sso, é nec essário her dar es sa r iqueza e es tudá-la com c onhecimento e
métodos científicos modernos parta elevá-los a um nível mais alto.
A di agnose n a M TC é um j ulgamento g eral s obre as e nfermidades e
síndromes assim como o estado de saúde do corpo humano pela coleta e analise de
materiais clínicos na base de seus métodos diagnósticos. (Analice). Na elaboração
do diagnóstico na M.T.C. é m uito importante identificar durante o ex ame clínico do
paciente a l ocalização e a nat ureza da des armonia. Para i sso é nec essário que o
profissional ut ilize os métodos di agnósticos q ue c onsistem na i ndagação, ex ame,
auscultação, olfação, percepção do pulso e palpação. Dessa forma serão coletadas
informações que nos permitirão realizar uma análise global dos dados obtendo-se a
diferenciação das síndromes.
O terapeuta pode observar, durante a visita do doente ao consultório, através
da indagação, os sintomas, sua historia pessoal e familiar incluindo aspectos de sua
infância, al imentação, hábitos, sono, v ida sexual e c ostumes. Durante o ex ame as
alterações par ciais ou do t odo c orporal da vitalidade, c ompleição, condição f ísica,
comportamento, observação dos olhos e a expressão das emoções desempenha um
papel ex tremamente importante n o di agnóstico. A obs ervação da l íngua é u m
método de diagnóstico único e importante, pois ela serve como espelho dos órgãos.
A energia es sencial dos Z ang F u s obe par a nu trir a l íngua, e a o m esmo t empo,
pode-se observar nesta as mudanças patológicas dos Zang fu. As alterações na voz
e odor do paciente obtêm-se quando o ouvimos e sentimos seu cheiro. Nos exames
do pulso pode ser observado, conforme sua localização, força ou rapidez, o estado
de força ou fraqueza, excesso ou i nsuficiência do sangue e da e nergia dos órgãos,
portanto, a l ocalização d a d oença e a c apacidade fundamental dos órgãos.
(AUTEROCHE, 1992). P ortanto, os r eflexos de u ma en fermidade p odem s er
sentidos at ravés da analise do pulso. A palpação também é muito importante para
detectarmos a ex istência de p ontos d oloridos l ocais e o u distais, se es ses p ontos
estão sobre os canais ou fora deles (pontos ashi), ainda é possível observar que, à
palpação, promove-se alívio ou piora da dor, demonstrando um quadro de vazio ou
plenitude de energia.
20
O diagnóstico deve ser bastante preciso em relação ao canal afetado e, para
tanto é necessário o conhecimento de todas as características que identificam cada
canal, a fim de s e c hegar ao c anal ac ometido c orretamente. ( MARQUES F ILHO,
2009).
Além d o mais, manifestações falsas de u ma d oença p odem t ambém s er
encontradas em alguns c asos. N essa c ircunstância, a i ntegração de t odos es ses
métodos torna-se mais importante.
2.5.1 Cefaléias Shi e Xu – acúmulo ou vazio
Segundo Perez (2007), a cefaléia tem du as or igens pos síveis: A s c efaleias
SHI por plenitude ou acúmulo associadas ao calor e ao frio e as cefaleias Xu por
vazio de Xue e de Qi.
As cefaleias SHI apresentam sintomas de cabeça pesada, plenitude cefálica e
com frequência a s ensação de l atejamento, p ode h aver al terações v isuais,
enrijecimento facial ou sensação de c alor al to associado, piora com a l uz, calor e
movimento e melhora com a pressão. (PEREZ, 2007).
Ainda c onforme P erez ( 2007), a s c efaleias dec orrentes de pl enitude por
calor, SHI RE, podem ser ocasionadas por:
- Calor de or igem externo, vento-calor ex ógeno per verso que p enetra do
exterior ao i nterior produzindo sintomatologia de calor no i nterior do organismo. Na
medicina oc idental e stá r elacionado c om as c efaleias de or igem t raumática,
insolação e as intercorrentes por infecções por agentes vivos como bactérias e vírus.
- Calor de or igem i nterno, por desajustes de três elementos da
pentacordenação, entre os quais: Aumento do Yang do Fígado, calor do Yang do E
e aumento do Yang do Coração.
- O aum ento do Y ang do Fígado por s tress, ans iedade, ir ritabilidade,
hipertensão, esforço i ntenso, es forço oc ular, pr oduz um a di minuição do Yin,
ocasionando uma perda d e t onos muscular nas p aredes dos v asos sanguíneos e
vasodilatação responsável pela cefaleia.
21
- A cefaleia por acumulo do Y ang do E stomago ocasiona f leumas por
umidade-calor e pode ser devido a transgressões dietéticas, álcool e medicamentos
que lesionam a mucosa gástrica, transtornos obsessivos compulsivos que bloqueiam
o BP e hipertensão arterial diastólica.
- As cefaleias por aumento do Y ang do C podem es tar as sociadas a
hipertensão ar terial sistólica, f atores em ocionais do Shen g eral como: d epressão,
angustia, transtornos vasculares não r elacionados c om a i rrigação s anguínea e
diminuição do Xue e excesso de atividade intelectual
Todas as cefaleias decorrentes de plenitude por frio, SHI HAN, são de origem
externa q ue s e d enominam vento f rio ex ógeno perverso, com or igem em alguns
vírus e bac térias, como p or ex emplo, o v írus da g ripe, o c lima f rio e declínio d a
pressão atmosférica devido a altura ou q uando ocorre ocorrem tormentas. Na fase
que prenuncia o apar ecimento da doença, s ó q uando há v ento frio s e pr oduzem
sinais de c alafrios e s ensação de p ele quente ou s ensibilidade na pele, pol iúria de
urina c lara, hi perestesia c utânea que ao e sfregar pode pr ovocar dor de c abeça.
Muitas dores articulares que são atribuídas à umidade, são síndromes de frio, pois a
dor é pr ovocada p or ex cesso de di minuição da pr essão at mosférica. O f rio é, n a
realidade, diminuição da pressão atmosférica, que gera umidade. (PEREZ, 2007).
2.5.2 Cefaléias de acordo com os canais afetados
As cefaléias, na concepção da M TC., podem ser c lassificadas segundo sua
origem dec orrentes d e ac ometimento dos canais de e nergia T endinomusculares,
Curiosos, di stintos e /ou dos c anais de E nergia pr incipais af etados. (YAMAMURA,
2001).
2.5.2.1 Cefaléias Tai Yang
Manifestada no topo da cabeça iniciada na região paranasal e irradiando para
nuca, tendo como causa o ac ometimento do meridiano da bexiga pelo vazio de Q i
dos rins e canal de energia curioso Du Mai. (YAMAMURA, 2001).
22
Dores ag udas nes ta r egião s ão at ribuídas a i nvasão do V ento
externo(geralmente Vento-Frio) e determinam uma característica típica de padrão do
Yang Maior na i dentificação de padrões de acordo com os seis Estágios. Esse tipo
de dor é ac ompanhado de g rande r igidez nas c ostas e no p escoço. E m al guns
casos, d ores n o oc cipital pod em s er as sociadas ao p adrão d a B exiga, t al c omo
Umidade-Calor na Bexiga, caso em que a dor será aguda. (MACIOCIA, 2009).
2.5.2.2 Cefaléia Shao Yang
Conhecida c omo e nxaqueca ou he micrania, manifesta-se por dores
localizadas na r egião correspondente ao trajeto da artéria temporal uni lateralmente
ou bi lateralmente, podendo v ariar de l ado c onforme as c rises dol orosas.
(YAMAMURA, 2001).
A cefaléia Shao Yang é provocada pela estagnação de Qi e de Xue (Sangue)
no ponto do grupo King do canal de energia unitário Shao Yang, e essa região pode
apresentar alterações reativas como estase venosa , hiperestesia, pulsação arterial
mais forte d a ar téria t emporal, e m c onsequência da es tagnação de Q i e de X ue
(Sangue). A etiologia mais f requente q ue l eva a estagnação de Qi e de Xue
(Sangue) no canal d e ener gia P rincipal d o D an ( Vesícula B iliar), no ní vel das
têmporas é a pl enitude de Gan Y ang ( Fígado-Yang). Esse estado oc asiona o
aparecimento de vento interno, por isso, a c efaleia Shao Yang é c oncomitante em
pacientes p ortadores de s intomas do fogo do G an ( Fígado) c omo v ertigens,
dismenorréia, i rritação, ag ressividade, r aiva, m astodinia, g astrite, úl cera g ástrica,
insônia, etc. (YAMAMURA, 2001).
É di to na M edicina Chinesa que a dor no l ado esquerdo da c abeça é m ais
comumente resultante da de ficiência e, no lado direito, de excesso, mas isso não é
uma regra segura. (MACIOCIA, 2009).
2.5.2.3 Cefaleia Yang Ming
O ac ometimento do c anal d e e nergia t endinomuscular do Wei (Estômago)
pelas Energias Perversas pode provocar cefaleia da região frontal, que se irradia de
23
um l ado par a o outro at é a r egião frontoparietal. N esse c aso, s ão dolorosos à
palpação os s eguintes po ntos: o ponto de r eunião os c anais de en ergia
tendinomusculares Y ang do p é, I D18(Quanliao), o E -8(Touwei) e os p ontos
dolorosos l ocais (Ashi). (YAMAMURA, 2001). Dores de c abeça na r egião frontal
podem indicar deficiência do Estômago se a dor for surda; Calor no Estômago, se a
dor for aguda. (MACIOCIA, 2009).
A retenção da Umidade ou Fleuma na cabeça é uma causa muito f requente
de cefaleias frontais, impedindo o Y ang puro de s ubir para desobstruir os or ifícios
dos sentidos. Por essa razão esse tipo de dor é as sociado à s ensação de peso na
cabeça, at ordoamento (entorpecimento) a f alta de c oncentração. S e a Fleuma
estiver causando dor, a pessoa também irá sentir tontura e visão turva. Em alguns
casos as dor es de c abeça frontais p odem s er at ribuídas a um f ator patogênico
residual, tal como Vento externo que não foi expelido de i nvasão de V ento-Frio ou
Vento-calor exterior. (MACIOCIA, 2009).
2.5.2.4 Cefaléia Jue Yin
São cefaleias mais difusas, de instalação lenta, com características de serem
mais profundas e continuas. A dor localiza-se nas regiões frontal e orbicular, nessa
região a afecção é geralmente bilateral e se irradia para o g lobo ocular. A dor pode
permanecer nes sas r egiões ou i rradiar-se par a a r egião oc cipital e par a a r egião
maxilar, dando aspecto de dor em capacete. A cefaleia Jue Yin instala-se quando o
paciente desperta e, no decorrer do dia, geralmente desaparece ou se atenua. Pode
manifestar-se, t ambém, por c egueira r epentina d e c urta dur ação. (YAMAMURA,
2001).
As cefaléias Jue Y in, na c oncepção da M edicina Tradicional C hinesa, s ão
provocadas por alterações de Qi do canal de energia do Gan (Fígado) e do Gan Qi
(Fígado) (deficiência do Yin e f also-calor). Os dois, o c anal de en ergia principal do
Gan (Fígado) e o Zang Gan (Fígado) por ser acometidos por energias perversas, frio
e um idade, e nesses c asos, as c efaleias são ac ompanhadas d e m anifestações
clínicas como temperamento nervoso, personalidade histérica com choro e gemidos,
congestão pélvica com dismenorréia, náuseas, vômitos bi liosos, vertigens, insônia,
24
etc, pr ovocados p or es tas E nergias P erversas. A dom inância do G an Q i ( Fígado)
sobre o Pi Q i (Baço P âncreas) c ondiciona o a parecimento de um idade, e
posteriormente d e u midade-calor, q ue s ão as ener gia per versas que c ondicionam
estagnação de Qi e de Xue (Sangue). (YAMAMURA, 2001).
Cefaleia relacionada à m enstruação e a ovulação, tipo Jue Y in, ocorre pela
relação da matriz ( útero), s istema hor monal, c anal d e energia curioso D ai M ai e
fígado, exteriorizando na v esícula bi liar, a feta a r egião t emporoparietal.
(YAMAMURA, 2001).
2.5.2.5 Cefaléias de Vértice
É outra forma de c efaleia J ue Y in, d e or igem ps íquica e dec orrente d e
emoções reprimidas do t ipo raiva, cólera, s tress e pr eocupações que per turbam a
mente (Shen), essas emoções afetam o fígado, provocando aparecimento de vento
interno, que a partir do ponto F14 (Qimen) por meio de um vaso interno vai para o
diafragma, pes coço e c abeça, o nde s e une a o p onto VG20 ( Baihui) pod endo
associar à um quadro de perturbações emocionais, irritação preocupação excessiva,
ansiedade, alterações menstruais e ginecológicas. (YAMAMURA, 2001).
Cefaléia Yang Wei - Por calor no estômago aparece no curso de uma doença
febril pode s er ag uda ou c rônica, c om t ranspiração ab undante, s ede i ntensa, d or
epigástrica. P ode s er provocado p elo c onsumo d e al imentos muito q uentes c omo
carnes, c ondimentos, f rituras, ál cool ou e xcesso de al imentos. O pr incípio de
tratamento c onsiste em c larear o c alor no es tômago e c onter o Q i r ebelde.
(YAMAMURA, 2001).
2.5.2.6 Cefaléia por vazio de Qi e de sangue
Consequente da deficiência de Qi e de sangue, que pode ser ocasionada por
perdas s anguíneas, d oenças c rônicas, d eficiência al imentar c aracterizada por dor
contínua e profundo acompanhada de tontura, cansaço geral palpitações, desejo de
calor e t emor a o frio no q ual devemos fortalecer o Q i e o s angue, harmonizar a
circulação do Qi e do sangue. (YAMAMURA, 2001).
25
2.5.2.7 Cefaléia occipital ou nucalgia
Manifestada pela presença de dor na região entre a cabeça e o pescoço, na
inserção dos músculos trapézio e esternocleidomastóideo. Pode ser provocada pela
estagnação de Qi na bexiga, principalmente nas duas primeiras vértebras cervicais,
ocasionado por inflamação ou artrose, pode haver comprometimento nos canais de
energia da vesícula biliar. (YAMAMURA, 2001).
2.5.2.8 Cefaléias Yin Wei e Precordialgia
Cefaleias que a presentam per turbação g eral dos t rês Y in, c onsequente ao
desequilíbrio Y in Q i e Y ang Q i, pr ovocando “ dores no c oração”, q uando a feta o
baço/pâncreas apresenta perda de memória, sem localização fixa, associada à “dor
no es tômago”, r osto i nchado, e s ensação de q ue a e nergia s obe par a c abeça.
Quando a feta o fígado oc orre dor es t emporais c om dor es pr é e r etroauriculares.
Quando afeta o R im manifesta por c efaleia c om s ensação de cabeça pes ada e
dores localizadas. Nesse caso, as “dores de coração” são muito violentas. Quando
afeta o R en M ai caracteriza-se por c efaleia pr ecedida por dor es na nuca q ue s e
irradiam ao longo da coluna vertebral até a região renal. (YAMAMURA, 2001).
2.5.2.9 Cefaleia generalizada ou encefalalgia
Cefaleia com dor intensa no segmento cefálico, por deficiência da essência do
rim. (YAMAMURA, 2001).
2.5.3 Cefaléias de acordo com o tipo de dor, de acordo com a melhora ou piora.
Maciocia (2009) resume o di agnóstico da c efaleia de acordo com os Canais
de Energia, com o tipo de dor, de acordo com a melhora e a piora:
Diagnóstico de acordo com o tipo de dor:
26
Surda: deficiência - Sensação de peso: Umidade ou Fleuma.
Dor em distensão: Yang ou Fogo do fígado, mas também Vento-Calor
Rigidez: Vento-Frio exterior, caso seja crônica, subida do Yang do Fígado.
Puxão: Vento interno do Fígado.
Facada, perfurante: estagnação de Sangue.
Sensação de vazio: deficiência de Rim; (Yin ou Yang).
Vento-Frio: occipital grave, com rigidez pronunciada.
Vento-Calor: grave, com distensão e em toda a cabeça.
Vento-Umidade: sensação de peso, como se a cabeça estivesse embrulhada
em um pano.
Yang do Fígado, Fogo do Fígado: em distensão.
Vento do Fígado: puxão.
Estagnação de Sangue: facada, alucinante, perfurante.
Fleuma: s ensação de pes o, c omo s e a c abeça es tivesse em brulhada num
pano, tontura.
Umidade: sensação de peso, como se a c abeça es tivesse embrulhada num
pano.
Deficiência de Qi e Sangue: surda.
Deficiência do Rim: sensação de vazio.
Diagnóstico de acordo com a melhora e piora:
Hora do dia: Pior durante o dia: deficiência de Qi Yang ou Umidade, Pior ao
final da tarde ou à noite: deficiência de Sangue ou de Yin.
Atividade/descanso: Pior com atividade: deficiência de Qi ou Sangue, Melhor
com exercício leve: subida do Yang do F ígado ou Fleuma, Melhor com descanso e
ao se deitar: deficiência de Qi ou Sangue; Pior deitado: Umidade ou Fleuma.
27
Clima: Pior com o calor: subida do Yang ou Fogo do Fígado, Pior com o frio:
deficiência d e Y ang, Pior c om t empo úmido: U midade ou F leuma, Melhor c om
aplicação do frio: Yang ou Fogo do Fígado.
Emoções: Pior com a r aiva: Y ang ou F ogo do F ígado, Pior c om r epouso:
subida do Yang do Fígado, Pior com excitação repentina: subida do Yang do Fígado.
Atividade sexual: Pior após atividade sexual: deficiência do Rim, Melhor com
atividade sexual: Fogo do Fígado
Alimento: Piora após as refeições: Umidade, Fleuma, Retenção de Alimento
ou C alor no E stômago, Melhor c om i ngestão de alimento: d eficiência d e Q i ou
Sangue, Pior com consumo de alimentos ácidos: subida do Yang do Fígado
Postura: Melhor ao se deitar: deficiência, Pior ao deitar: excesso
Menstruação: Pior antes do período menstrual: subida do Yang do Fígado ou
estagnação do Qi do Fígado, Pior durante o período menstrual: Fogo do F ígado ou
estagnação de Sangue, Pior depois do período menstrual: deficiência de sangue
Pressão: Pior s ob p ressão: c ondição d e ex cesso, Melhor s ob pr essão:
condição de deficiência.
Portanto, o artigo t em c omo objetivo r evisar, ag rupar i nformações e
proporcionar um t ratamento ad equado e e ficiente a es sa p atologia. É um m étodo
que não visa à remoção de u ma d or de c abeça d e f orma exclusiva, m as em vez
disso, t rata a or igem da doe nça para que ela possa melhorar. As causas de bas e
podem s er e m q ualquer ór gão ou v íscera do c orpo, r efletindo em l ocais di stintos
como: região occipital, f rontal, temporal e do topo da cabeça, podendo ser t ratada
conforme a origem de cada caso. A experiência clínica de diversos especialistas em
acupuntura n o m undo i nteiro, mostra q ue é um a t erapia eficaz e ex iste i nteresse
crescente na busca do entendimento nos mecanismos neuroquímicos e fisiológicos.
2.6 Tratamento
Segundo Y amamura (1995) s ugere em s eu l ivro c omo t ratamento para
acupuntura sistemica os pontos: VG 16, VG23, VB 14, VB20, IG4, B10, P7, F2 e F3.
28
Já Wen ( 2006) s ugere c omo t ratamento o s pont os: Xuanlu ( VB5); H anyan
(VB4).
Rodrigues (2001) sugere em seu estudo alguns pontos de acupuntura: 14: GB
20 –Fengchí – Piscina do V ento – Ponto de c omunicação c om o Y angwei M ai.
Localiza-se abai xo da bor da occipital, n a depr essão da i nserção dos músculos
trapézio e esternocleidomastóideo, na al tura de F engfu ( G V 16) . F az-se o
agulhamento deste ponto transversal, oblíquo ou per pendicular, 0.5 a 1. 2 Tsuns de
profundidade. E vita-se o ag ulhamento oblíquo pr ofundo d evido à m edula. LI 4 –
Hégu – Encontro d os v ales – Ponto Y uan ( f onte)- Localiza-se no dorso da m ão,
entre os ossos do primeiro e segundo metacarpos, no ponto médio do lado radial do
segundo osso do metacarpo (ou na elevação do músculo interósseo, ao se aduzir o
polegar) – Agulhamento p erpendicular, 0. 5 a 1 .0 Tsun de pr ofundidade. LR 3 -
Taichong- Grande caminho- Ponto Shu (córrego) e ponto Yuan (fonte), pertence ao
elemento Terra- Localiza-se no dorso do pé, na depressão proximal entre o primeiro
e s egundo os sos do metatarso. A gulhamento per pendicular ou oblíquo, 0. 3 a 0. 8
tsun de pr ofundidade. GB14 – Yangbái – Brilho do Y ang – Ponto de c omunicação
com o Y angwei Mai. Localiza-se 1 T sun acima da s obrancelha, d iretamente ac ima
da pupila, faze-se o agulhamento transversal 0.3 a 0.8 Tsun de profundidade. GB 8
– Shuàigu – Vale do Comando – Ponto de comunicação com o meridiano da bexiga
– Localiza-se diretamente acima do ápice da orelha,1.5 tsuns de profundidade acima
da l inha d o c abelo, a cima do J iaosun ( TE 20). A gulhamento t ransversal 0. 3 a 0.8
Tsun de pr ofundidade. GB 21 - Jianjing- Poço do O mbro – Ponto de c omunicação
com os m eridianos d o Sanjiao e Yangqei Mai. Localiza-se no p onto m édio en tre
Dazhui ( G V 14) e o ac rômio do o mbro, di retamente ac ima na l inha do m amilo.
Agulhamento perpendicular, 0.5 a 0.8 tsun de profundidade, evitando o agulhamento
profundo devido ao ápice do pulmão. 15 BL 2 – Cuanzhu- Bambuzal – Localiza-se
na ex tremidade medial da s obrancelha. A gulhamento perpendicular ou t ransverso,
0.3 a 0 .8 Tsun de pr ofundidade. B L 10 – Tianzhú- Pilar do c éu – Localiza-se na
nuca,na de pressão da bor da l ateral do músculo t rapézio, 1. 3 t suns l ateral a l inha
média p osterior, 0.5 T sun ac ima da l inha p osterior d o c abelo. A gulhamento
perpendicular o u o blíquo, 0. 3 a 0 .5 t sun de pr ofundidade. BL 60 – Kunlún –
Montanhas K unlún- Ponto J ing , pertence a o el emento fogo. Loc aliza-se na
depressão e ntre o t endão do c alcâneo e o pon to m ais al to d o m aléolo l ateral d o
29
tornozelo- Agulhamento per pendicular, 0. 5 a 1. 0 Tsun d e pr ofundidade. LU 7 –
Liéque - Fora do al inhamento – Ponto Luo , de c omunicação com o R en M ai-
Localiza-se na fissura do processo estilóide do rádio, 1.5 Tsuns proximal à prega do
punho. Agulhamento obl íquo, 0.5 a 1. 0 T sun de profundidade. T E 5 – Wàiguan –
Ponto E xterno – Ponto Luo d e comunicação com o Y angwei Mai - Localiza-se na
face dorsal do antebraço, na l inha que liga o Tángchi (TE 4) à ponta do olecrano, 2
tsuns pr oximal à pr ega do pu nho, e ntre os os sos r adio e ulna. A gulhamento
perpendicular , 0.5 a 1.0 Tsun de profundidade. ST 8 - Toúwéi- Suporte da Cabeça –
Ponto de comunicação com os meridianos da Vesícula Biliar e Yangwei – Localiza-
se na en trada do c abelo, 0 .5 Tsun ac ima da l inha a nterior d o c abelo, 4. 5 Tsuns
lateral à l inha média c entral. A gulhamento ant eroposterior, 0. 5 a 1. 0 tsun de
profundidade. ST 36 - Zúsanli – Tres milhas a pé – Ponto Ho ( mar), pertencente ao
elemento Terra. Localiza-se na face antero-lateral da perna, 3 tsuns abaixo de Dúbi (
ST 35) e a l argura do de do médio l ateral à bor da a nterior da t íbia, c om o j oelho
fletido, perpendicular ao plano de fundo. Agulhamento perpendicular ou oblíquo 0. a
2.0 tsun de profundidade. ST 44 - Néiting - Vestibulo Interno – Ponto Ying (nascente)
– Localiza-se no dorso.
Garcia (2006) indica como tratamento os pontos para auriculoterapia: Ápice-
Sangria; Shenmen; Simpático; Subcortex; Estomago; Fronte; Vesícula Biliar; Ouvido
externo; Bexiga; Fígado; Vertex; Temporal; Occipital.
Vieira ( 2010) u tiliza em s eus t ratamentos o s eguinte pr otocolo: V G23;
Taiyang; E8; VB20; VG20; CS6; IG4 e P7.
Já S ouza ( 1991) i ndica o us o d a A urículoterapia j unto c om a Acupuntura
Sistêmica, d efendendo a t ese q ue u ma terapia c omplementa a outra. Os po ntos
indicados para o t ratamento d e c efaleia t ensional par a auriculoterapia s ão:
Shenmen- tonifica; Simpático- tonifica; Rim- tonifica; Subcortex- tonifica; Suprarenal-
seda; Encefalo- seda. Os pontos sistêmicos indicados para o tratamento são: TA 10,
23- E 8- VB 4, 5, 6, 8, 37.
Para P erez ( 2007), o tratamento s intomático das c efaleias c ompreende a
punção d os s eguintes pont os: 4 IG, 8 E, 2 0VB, 20 DM transfixado par a trás, n as
cefaleias por plenitude, bloqueando a subida do Yang para a cabeça. Nas cefaleias
por v azio r ealizar m oxa em l ugar da punção; Y intang, 3 H em d ireção a 2H, p ara
30
dispersar, bl oquear o f ogo do f ígado e út il em c efaleias por au mento d e y ang do
Fígado. S egundo o a utor, n ão d evemos u tilizar t odos os pon tos do t ratamento
sintomático em uma sessão, a m enos q ue nã o s eja di agnosticada a c ausa da
cefaleia e não utilizarmos outros tratamentos.
Cefaléias SHI:
-Por Vento C alor E xógeno P erverso ( plenitude de C alor E xterno) - O
tratamento c onsiste e m: afastar-se d o c alor, beb er l íquidos e m abundância, não
expor-se ao sol, f icar em lugar f resco, di minuir a temperatura c orporal, pr ocurar
esfriar o organismo. (PEREZ, 2007).
Devemos liberar o v ento p unturando os po ntos a s eguir q ue s e mostrarem
dolorosos: 16D M, 1 2V, 12V B, 2 0VB, 17TR. Purificar o c alor e m s índromes febris:
4IG, 11IG, 14DM. Se a febre tiver sua origem em infecção respiratória sangramos o
11P. (PEREZ, 2007).
- Vento Calor Endógeno Perverso. (Plenitude de calor interno):
Calor do Fígado (H) : Tonificar o H: 8H, dar água ao H: 8H, tirar o fogo do H:
sedar 2H, - sedar o Shu de dorso do H: 18V, tonificar o MU do H: 14H, utilizar o
Yuan do H: 3H. (PEREZ, 2007).
Calor do Estômago (E): - tonificar o E: 41E, dar água ao E: 44E, tirar o fogo
do E: 41E, sedar o Shu de dorso do E: 21V, tonificar o MU do E: 12RM, utilizar o
Yuan do E: 42E, arrastar calor: 45E. (PEREZ, 2007).
Calor do Coração (C): tonificar o C: 9C, dar água ao C: 3C, sedar o Shu de
dorso do C e MC: 15V e 14V, tonificar o MU do C e MC: 14RM e 17RM, sangrar o
9C e o 9MC, utilizar o Yuan do E: 42E, arrastar calor: 45E. (PEREZ, 2007).
Os pont os a c olocar d ependem da or igem do c alor do C : Crises de
hipertensão e angina do peito: 9C, 9MC. Se há c omponente psíquico: 3C e SHU e
MU do C e M C. Quando a dor d e c abeça pos sui u m c omponente e mocional
marcado, deixamos de lado o calor do C e utilizamos a formula de regulação geral
do psiquismo: 6MC, 7C, 7MC, 20DM, 20VB, 3PC, 17RM, 8BP e 3H. (PEREZ, 2007).
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Cefaléias por frio
Moxar o R im Y ang par a pr oporcionar c alor ao or ganismo, c omeçando pel o
ponto 4DM, 23V, seguindo no pé 2R e t erminando do abdômen no 6R M. (PEREZ,
2007).
Cefaléias XU
-Cefaléias por vazio de X UE: Se o vazio de X ue é l ocal fazer t ratamento na
coluna cervical. Se o vazio é geral temos que tonificar o Xue: 6PB, 10BP, 4RM, 9P,
17V, Rim Yin: 3R, 7R, 10R, 25VB, 46PC. (PEREZ, 2007).
-Cefaléia por vazio de Qi: Estimular o Qi geral: 12RM, 17RM, 36E, Rim yang:
4DM, 6RM, 52V. Podemos também tonificar as unidades energéticas deficitárias que
originam a dor de cabeça por vazio de Qi: Tonificar o Qi do BP: 2BP; Yin do Rim:
3R, 7R, 10R, 25VB E 46PC; Rim Yang: moxar 2R, 4DM, 6RM,23V,46PC; tonificar P:
9P + SHU-UM: 13V-1P. (PEREZ, 2007).
Enxaquecas migranosas
Utilizamos a Técnica de P lanos S hao Y ang: 6T R, 44VB, 2V B, 9P C, 8E ,
20DM, 23TR e 3PC. Ao terminar de punturar, retirar o ponto fogo 6TR e colocar o
ponto ág ua 2TR at é o final d a s essão. A estes p ontos p ode-se a dicionar pon tos
sintomáticos gerais ou locais. (PEREZ, 2007).
Cefaléia de Tai Yang - -Pontos de acupuntura locais: VG-19 (Houding), VG-20
(Baihui), V G-21 ( Qianding), B -2 Zanzhu), B -7 ( Tongtian), B -10 ( Tianzhu), VB-20
(Fengchi). Pontos de acupuntura a distância: B-60 (Kunlun), F-3 (Taichong), TA-3
(Zhongzhu). Circular o Qi do canal de Energia Unitário Tai Yang: ID-2 (Qiangu), ID-
3 (Houxi), B-66 (Tonggu). - Fortalecer o Shen Qi ( Rins): R-7 (Fuli), R-3 ( Taixi), VC-4
(Guanyuan). (YAMAMURA, 2001).
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Cefaléia Shao Y ang - Circular o Q i do S hao Y ang, fortalecer o f ígado e
dissipar o v ento. P ontos i ndicados: T aiyang, V B20 ( Fengchí), T A17 ( Yifen), V G20
(Baihuí), pontos distantes F3 (Taichong), IG4(Hegu), TA5 (Waiguan), VG16 (Fengfu)
B10 (Tianzu), VB34 (Yanglingquan) e P7(Lieque). Se a dor for severa unir o Taiyang
ao V B8 ( Shuaigu), s e houv er s intomas Y ang no f ígado ut ilizar o B18 ( Ganshu) e
VB40 ( Qiuxu), par a m anifestações g ástricas E 43 ( Xiangu), E 8 ( Touwei), ao r eferir
cansaço R3 (Taixi) e B23 (Shenshu). (MACIOCIA, 1996; YAMAMURA, 2004).
Cefaléia Yang Ming Cefaleia Tendinomuscular do Wei ( Estômago) - Puntuar
o E-45 (Lidui), dispersar o I D-18 (Quanliao). D ispersar o E -8 (Touwei), inserindo a
agulha em direção a esse ponto contralateral. Dispersar pontos Ashi, -Tonificar E-41
(Jiexi). (YAMAMURA, 2001).
Nevralgia Supra-orbitária - Dispersar ou aplicar técnica de analgesia no ponto
B-2 ( Zanzhu). P uncionar o V B-14 ( Yangbai), or ientando a po nta da agulha d e
acupuntura para o ponto B-2 (Zanzhu) ou aplicar técnica de anal gesia entre esses
dois pontos. (YAMAMURA, 2001).
Cefaléia Jue Yi n -Pontos de ac upuntura l ocais: V G-23 ( Shangling), V B-20 (
Fengchi), M -CP-9 ( Taiyang),VB-14 ( Yangbai). N as dor es r ebeldes, uni r o V B-14
(Yangbai) ao B -2 (Zanghui). Pontos de ac upuntura a di stância: IG-4 (Hegu), E-36 (
Zusanil), B -10 ( Tianzhu), V G-16 ( Fenghu), P -7 ( Lieque), T A-5 ( Waiguan), B -60
(Kunlun), -Circular o Q i do c anal de E nergia Unitário Jue Yin: F-2 (Xingjian), F-3 (
Taichong), C S-7 ( Daling), CS -8 ( Laogong). Quando h ouver enx aqueca as sociada,
fazer os pont os d e acupuntura c itados n o t ratamento de enxaqueca. Quando
associada a dismenorréia: VB-26 ( Daimai), VB-24 (Wushui), VB-28 (Weidao), VC-3
(Zhongji), B-32 ( Ciliao), BP-6 (Sanyinjiao). Se associada a náusea e vômitos: E-25 (
Tianshu), VC-12 (Zhongwan), E-36 ( Zusanli), Dissipar a U midade e a M ucosidade:
E-36 ( Zusanli), VC-12 ( Zhongwai), E-40 (Fenglong). Fortalecer o Gan Qi (Fígado):
F-3 (Taichong), B-18 (Ganshu). (YAMAMURA, 2001).
Cefaléia do v értex - Pontos d e ac upuntura l ocais: V G-20 ( Baihui), M -CP-6
(Yintang). Pontos de acupuntura a di stância: I G-4 (Hegu), E -36 ( Zusanli), V C-17
(Danzhong), C-7 (Shenmen), CS-6 ( Neiguan), F-3 (Taichong). Aplicar moxabustão
no B-18 (Ganshu). (YAMAMURA, 2001).
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Cefaléia Yang Wei - O princípio de tratamento consiste em clarear o calor no
estômago e c onter o Q i r ebelde. P ontos Indicados: E 44 ( Neiting), I G4 ( Hegu),
Yintang, E8 (Touwei), E34 (Liangqiu), VG23 (Shangxing). (MACIOCIA, 1996).
Cefaléia por V azio de Q i e de X ue ( Sangue) - Fortalecer o Q i e o X ue
(Sangue), harmonizar a circulação do Qi e do Xue (Sangue):BP-10 (Xuehai). Aplicar
moxabustão nos seguintes pontos: B-17 (Geshu), B-18 (Ganshu), B-20 (Pishu), B-23
(Shenshu), B-52 (Zhishi). Acupuntura em VG-23 (Shangxing), BP-6 (Sanyinjiao), E-
36 (Zusanli), F-14 (Qimen), F-13 (Zhangmen), VB-25 (Jingmen), VC-6 (Qihai), VC-4
(Guanyuan). Fluir o Xue (Sangue) para a cabeça: VG-20 (Baihui), M-CP-3 (Yintang),
M-CP-9 ( Taiyang). (YAMAMURA, 2001).
Cefaléia occipital ou nuc algia - -Indicação de pon tos: B10 (Tianzhu), VB2 0
(Fengchi), e V G15 ( Yamen). P ontos distantes: R 3 ( taixi), I D3 ( Houxi), B 40
(Weizhong), VB34 (Yanglingquan). (MACIOCIA, 1996; YAMAMURA, 2001).
Cefaléia Generalizada ou Encefalgia - Tonificar o Shen (Rins): Aplicação do
de moxabustão nos pontos B-23 (Shenshu) B-52 (Zhishi), VG-4 (Mingmen), VG-22
( Sanjiaoshu), VC-4 (Guanyuan), VC-6 (Qihai), VC-7 (Yinjiao). Puntuar R-3 (Taixi), R-
7 ( Fuliu), I G-4 9H egu), E-36 ( Zusanli). Pontos d e ac upuntura l ocais: VG-20
(Baihui), M-CP-3 ( Yintang), M-CP-9 (Taiyang). (YAMAMURA, 2001).
Cefaléia do c anal de E nergia C urioso Y in Wei - O ac ometimento de t odo
Canal de Energia Curioso Yin Wei associa-se à presença de precordialgia e cefaleia.
Os distúrbios energéticos de todos os segmentos do Yin Wei significam perturbação
geral dos t rês Y in Q u c onsequência ao desequilíbrio ent re o Y in Q i e o Y ang Q i,
provocando “dores no coração”.
Essas d ores i rradiam-se par a o dor so e estão s empre ac ompanhadas de
outras algías torácicas anteriores ou posteriores, bem como dor nos flancos, com a
sensação de aperto na parte superior do corpo ou falta de energia.
As “dores do c oração” são sempre acompanhadas de c efaleia, que se inicia
na nuca e se irradia para a região renal.
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Essas precordialgias e cefaleias, provocadas pelo equilíbrio completo entre o
Yin Q i (Ren M ai) e o Y ang Q i ( Du M ai), apr esentam-se s ob v ários as pectos.
(YAMAMURA, 2001).
CONCLUSÃO
Na Medicina Chinesa, qualquer causa de doença pode representar um papel
na et iologia das do res de c abeça, c omo: deficiência c onstitucional, f atores
emocionais, medo, pr eocupação, tristeza, c hoque, ex cesso de at ividade sexual,
sobrecarga de trabalho, dieta, traumas, parto e abortos entre outros.
Superficialmente, a c abeça c ontem ap enas c anais Y ang, é a ár ea do
potencial m áximo de energia na c irculação do Q i nos c anais, i sso s ignifica q ue a
cabeça é uma ár ea d e c oncentração do Y ang Q i. S endo as sim, a pa tologia d as
dores de c abeça pode ser reduzida a q uatro condições muito simples e bás icas de
excesso de Yang, deficiência de Yang, excesso de Yin, deficiência de Yin.
O excesso de Yang pode ser por excesso real do Yang Qi, isto é, Fogo, Calor
por E xcesso e apr esenta t endência d e s ecar os fluidos do c orpo ou t ambém p or
subida do Y ang do F ígado q ue é um desequilíbrio ent re Y in e Yang c om s ubida
excessiva do yang Qi para cabeça. Com a estagnação Yang Qi na cabeça, o Qi não
pode circular e isso causa dor intensa e pulsante.
Com a deficiência de Yang a s ituação é oposta. A subida do Yang puro para
cabeça é m uito i mportante p ara r emoção c onstante de p otenciais f atores
patogênicos Y in d a c abeça. Q uando o Y ang Q i do E stômago nã o s obe a c abeça
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causa dor frontal ou quando o Yang do Rim não sobe ocorre dor occipital e em geral
são dores surdas e moderadas
O ex cesso de Y in na c abeça nor malmente é pr ovocado p elo ac úmulo de
umidade e fleuma que alcançam a cabeça pelos canais divergentes e terão o efeito
de i mpedir a s ubida do Y ang pur o e g erar, ent ão, o bscurecimento d os or ifícios,
gerando uma dor surda e intensa.
A deficiência de Y in não é u ma causa comum de dores de cabeça. Porém a
deficiência do Sangue (yin) do Fígado ou do Coração é uma causa comum de dores
de cabeça, que normalmente é surda e moderada.
O principio de normalizar o desequilíbrio entre Yin e Yang tem o significado de
sedar o excesso e de tonificar a deficiência com a finalidade de mudar o anormal e
recuperar o estado de equilíbrio Yang e Yin.
Para el aboração de um di agnóstico na MTC é i mportante i dentificar a
localização e nat ureza da d esarmonia a través da i ndagação, exame, aus cultação,
olfação, percepção do pulso e palpação do doente.
O diagnóstico deve ser bastante preciso em relação ao canal afetado e, para
tanto é necessário o conhecimento de todas as características que identificam cada
canal, a fim de se chegar ao canal acometido corretamente.
A c efaleia t em du as or igens pos síveis: A s c efaleias S HI por pl enitude ou
acúmulo associadas ao calor e ao frio e as cefaleias Xu por vazio de Xue e de Qi.
As cefaleias Shi podem ocorrer por calor de origem interno como: aumento do
Yang do Fígado ou do Coração ou acúmulo de Yang do Estômago ou por plenitude
por frio de origem externa como vento frio exógeno perverso.
As cefaleias Xu por vazio de X ue generalizado podem ocorrer por um vazio
conjunto de B P e R , hem orragias, ane mia e g ravidez. O vazio de X ue pode s er
localizado quando uma alteração na coluna cervical pode s er refletir imediatamente
no fluxo de sangue para o cérebro provocando dores occipitais, mas também podem
ocorrer cefaleias oculares, cefaleias Shao Yang ou cefaleia tensional.
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As ce faleias por v azio de QI tem e tiologia m últipla e c oincide em m uitos
aspectos c om a descrita par a o c ansaço oc idental c omo anemia, t ranstornos
metabólicos e hormonais, hepatite aguda, esgotamento físico e /ou ps íquico, f ome,
hipotireoidismo, insuficiência cardiorrespiratória, entre outros.
Podem, também, s er c lassificadas de ac ordo c om os c anais de e nergia
afetados, s eja T endinomusculares, C uriosos, di stintos e/ ou c anais de E nergia
principais.
De acordo com essa classificação podem ocorrer cefaleias Tai Yang cuja dor
manifesta-se no topo da cabeça irradiando-se para a nuca, acompanhada de rigidez
nas costas e p escoço, cefaleias Shao Yang ou h emicraniana, com dores no trajeto
da artéria temporal, cefaleias Yang Ming provocam dores na região frontal, cefaleia
Jue Y in q ue s ão di fusas, de i nstalação l enta, pr ofundas e c ontínuas, dor e m
capacete, cefaleia de Vértice outra forma de Jue Yin, de origem psíquica, decorrente
de em oções reprimidas que per turbam o S hen, cefaleia Yang W ei ou calor n o
estômago, ap arece n o c urso de um a do ença f ebril ag uda ou c rônica e po de s er
provocada por alimentos de natureza quente. Cefaleias por vazio de Qi e de sangue,
pode s er ocasionada p or per das s anguíneas, doenças c rônicas, deficiência
alimentar. Cefaleia occipital ou nucalgia, pode ser provocada pela estagnação de Qi
na bex iga ou c anais de ener gia da V B. C efaleias Y in Wei e P recordialgia,
apresentam perturbação geral dos três Yin, provocando dores no coração. Cefaleia
generalizada ou encefalalgia por deficiência da essência do rim.
O d iagnóstico pode ser f eito, também pelo t ipo de dor ou de acordo com a
melhora ou piora d o doe nte d urante o dia, em atividade o u descanso, c lima,
emoções, atividade sexual, alimento, menstruação, pressão sanguínea entre outros.
O t ratamento é pr escrito de ac ordo c om o s s intomas, r egião da c abeça,
distúrbio ou conforme o diagnóstico apresentado. Um ponto utilizado para todos os
tipos de cefaleias é o IG4 ("vale da junção"), já que alivia a dor em geral, além de ser
um ponto específico para as doenças que afetam a c abeça. Os outros pontos são
selecionados de acordo com o local das dores.
Em essência, a MTC como um s istema médico muito antigo, se baseia em
teorias filosofias, colocando-se a favor de uma abordagem holística, considera a vida
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como um t odo e pr eocupa-se es pecialmente c om o eq uilíbrio das emoções, d a
atividade física e mental e da alimentação.
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