cieph centro integrado de estudo e … dores de cabeça e a relação acupuntura e auriculoterapia...

49
CIEPH CENTRO INTEGRADO DE ESTUDO E PESQUISA DO HOMEM FÁBIO BOESCHE ESTUDO DE CASO SOBRE OS EFEITOS DA AURICULOTERAPIA EM UMA PACIENTE COM CEFALÉIA CERVICOGÊNICA Porto Alegre 2007

Upload: trinhhanh

Post on 21-Apr-2018

216 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

CIEPH

CENTRO INTEGRADO DE ESTUDO E PESQUISA DO HOMEM

FÁBIO BOESCHE

ESTUDO DE CASO SOBRE OS EFEITOS DA AURICULOTERAPIA EM UMA

PACIENTE COM CEFALÉIA CERVICOGÊNICA

Porto Alegre

2007

2

FÁBIO BOESCHE

ESTUDO DE CASO SOBRE OS EFEITOS DA AURICULOTERAPIA EM UMA

PACIENTE COM CEFALÉIA CERVICOGÊNICA

Trabalho de conclusão de curso

apresentado como requisito parcial para

obtenção do título de Especialista em

Acupuntura pelo Centro Integrado de

Estudo e Pesquisa do Homem

Orientador: Prof. Especialista Fabiano Giacomolli

Porto Alegre

2007

3

Autor

Fábio Boesche

Título

Estudo de Caso Sobre os Efeitos da Auriculoterapia em uma Paciente com Cefaléia

Cervicogênica

Aprovado em _______ de _______ de 200___, pela banca abaixo assinada:

Componentes da Banca Examinadora

Nome: ___________________________________Assinatura: _______________________

Instituição: _________________________________________________________________

Nome: ________________________________Assinatura: __________________________

Instituição: ________________________________________________________________

Nome: ________________________________Assinatura: __________________________

Instituição: ________________________________________________________________

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta pesquisa à minha avó Albina,

minha mãe Delci e minha filha Marinna.

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais pela educação e por mostrar os caminhos certos da vida.

Agradeço também, aos amigos e companheiros de curso Nayara e Jonas pelas dicas e

amizade dedicadas durante toda essa trajetória.

À minha maior riqueza desse mundo Marinna, minha filha, maior motivadora para

seguir sempre em frente conquistando novos caminhos.

À minha avó Albina, que não está mais entre nós, mas para mim olha e zela pelo meu

sucesso.

Muito Obrigado!

6

RESUMO

Este trabalho consistiu de um estudo de caso, com uma metodologia semi-

experimental de caráter qualitativo que mostra os efeitos da auriculoterapia em uma paciente

com cefaléia cervicogênica. Esta pesquisa teve como objetivos específicos relacionar os

efeitos metabólicos da paciente antes e após as sessões de auriculoterapia, analisar a

localização da dor e verificar a amplitude de movimento, dor muscular e cefaléia

cervicogênica antes e após o tratamento. Foi realizada uma avaliação no início e ao término

de dez sessões realizadas uma vez por semana. Ao final do estudo, pôde-se observar que a

auriculoterapia é eficaz para o tratamento da cefaléia cervicogênica, auxiliando também na

regulação metabólica da paciente. A dor localizou-se na região posterior (occipital) da cabeça,

relacionando-se ao meridiano da Bexiga. Outro fato que pôde ser observado foi que a

auriculoterapia diminui significativamente as dores musculares da região crânio-cervical.

Palavras-chaves:

Auriculoterapia – acupuntura – cefaléia cervicogênica – alterações metabólicas

– amplitude de movimento e dores do sistema crânio-cervical

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................................

1 EMBASAMENTO TEÓRICO.......................................................................................

1.1 Anatomia e Biomecânica do Sistema Crânio-Cervical...........................................

1.1.1 Crânio.............................................................................................................

1.1.1.1 Ossos do Crânio....................................................................................

1.1.1.2 Articulações do Crânio.........................................................................

1.1.1.3 Músculos do Crânio..............................................................................

1.1.1.4 Inervação do Crânio..............................................................................

1.1.2 Coluna Cervical.............................................................................................

1.1.2.1 Ossos da Coluna Cervical....................................................................

1.1.2.2 Articulações da Coluna Cervical..........................................................

1.1.2.3 Músculos da Coluna Cervical..............................................................

1.1.2.4 Inervação da Coluna Cervical.............................................................

1.2 Dor e Neurofisiologia da Analgesia por Acupuntura............................................

1.3 Dores de Cabeça e a Relação Acupuntura e Auriculoterapia.................................

1.4 Cefaléia Cervicogênica..........................................................................................

1.5 Tratamento da Paciente com Cefaléia Cervicogênica através da Auriculoterapia

1.5.1 Localização e Explicação dos Pontos Utilizados para o Tratamento...........

1.5.2 Método Terapêutico Utilizado para o Tratamento.......................................

2 METODOLOGIA...........................................................................................................

2.1 Descrição da Pesquisa...........................................................................................

2.2 População e Amostra.............................................................................................

2.3 Contato Inicial e Estudo Principal.........................................................................

3 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................

3.1 Descrição da Amostra...........................................................................................

3.2 Alterações Metabólicas..........................................................................................

3.3 Localização da Dor................................................................................................

3.4 Amplitude de Movimento e Dor Muscular da Região Crânio-Cervical................

3.5 Cefaléia Cervicogênica..........................................................................................

09

12

12

12

12

12

12

13

13

13

13

14

15

15

17

19

21

21

23

25

25

25

25

28

28

30

32

33

34

8

CONCLUSÃO....................................................................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................

APÊNDICES.....................................................................................................................

Apêndice 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido......................................

Apêndice 2 – Ficha de Avaliação.................................................................................

Apêndice 3 – Ficha Controle........................................................................................

ANEXO.............................................................................................................................

Anexo 1 – Escala Analógica da Dor.............................................................................

35

37

41

42

43

47

48

49

9

INTRODUÇÃO

A acupuntura tem recebido grande destaque na mídia nas últimas décadas

como uma modalidade terapêutica alternativa aos tratamentos convencionais. (LEVITT apud

CHRIST & HSING, 2005). De acordo com a Escola Superior de Medicina Tradicional

Chinesa de Lisboa (2005), graças às múltiplas indicações e à ausência de efeitos secundários,

a acupuntura tem hoje uma projeção planetária, sendo mesmo parcialmente recomendada por

parte da classe médica – muito claramente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – para

tratamento de variadas doenças.

A acupuntura é uma técnica de tratamento que consiste no estímulo de pontos

determinados na superfície da pele. Podem ser utilizados neste processo: agulhas, ventosas,

massagens e até calor proveniente da queima da moxa (moxabustão), preparada à partir da

erva Artemísia (FERREIRA, 1999). De grande eficácia e requerendo equipamento muito

simples, elas são muito populares na China e em outros lugares há milhares de anos. A China

foi o primeiro país a associar a Acupuntura à Medicina Convencional ou Ocidental. As

faculdades de Medicina Chinesa incluem e integram os conhecimentos das “duas medicinas”,

desde a época de 1960 (PAI, 2004). Dentro da acupuntura ainda temos os microsistemas,

dentre os mais usados, a auriculoterapia, que segundo Garcia (1999), já em textos antigos se

justificava a estreita relação do pavilhão auricular com os canais e colaterais, os Zang Fu e o

resto do organismo.

Este estudo começou devido a grande incidência de cefaléia, acompanhadas de

cervicalgia crônica, observada pelo autor principalmente em mulheres colegas de trabalho.

10

Como fisioterapeuta, formado pelo Centro Universitário Feevale em 2002, já mostrava

interesse aos males da coluna, seguindo como especialidade clínica a ortopedia e

traumatologia. O interesse pela acupuntura iniciou ao acompanhar a especialização de colegas

de clínica, onde teve um contato bem direto com as técnicas. Ao iniciar sua especialização

andou pelo mesmo caminho, seu interesse principalmente aos males da coluna, o levou a essa

monografia, buscando a eficácia da auriculoterapia nas cefaléias cervicogênicas. De acordo

com Kansaon (2001), a cefaléia cervicogênica acomete principalmente mulheres, que se

queixam de dores unilaterais da cabeça. A intensidade é moderada a intensa; o caráter pode

ser pulsátil. Freqüentemente, a dor se inicia na região occipital e cervical, irradiando-se

anteriormente no mesmo lado. Náuseas e vômitos, fono e fotofobia podem ocorrer.

Caracteristicamente, os ataques são provocados por movimentação do pescoço ou

digitopressão.

É na cabeça que todos os meridianos yang da mão e do pé se encontram, o

ataque de fatores endógenos ou exógenos podem provocar dor de cabeça, devido ao

desarranjo de qi e sangue na cabeça e retardo da circulação de qi nos meridianos que

atravessam a cabeça. (Escola de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing et al., 1995).

Podemos relatar também, que segundo Garcia (1999), a irritabilidade excessiva favorece a

estagnação do qi do fígado que se transforma em fogo, advindo a ascensão do yang do fígado.

Também a deficiência de yin do rim, que não consegue nutrir o yin do fígado, favorece o

aparecimento de ascensão do yang do fígado ou o movimento do vento interno do fígado.

Portanto, teve-se como objetivo geral do presente trabalho, verificar os efeitos

da auriculoterapia em uma paciente com cefaléia do tipo cervicogênica, buscando com isso o

engrandecimento e a cientificidade da acupuntura. Pai (2004) diz que a pesquisa em

acupuntura é importante não apenas para elucidar os fenômenos associados ao seu mecanismo

de ação, mas também, para encontrar novos caminhos na fisiologia humana ainda não

examinados de maneira sistemática.

Os objetivos específicos da pesquisa foram:

Relacionar a cefaléia cervicogênica com as alterações do metabolismo

antes e após o tratamento da auriculoterapia, com dados relatados pela colaboradora;

Analisar a localização da dor;

11

Verificar os efeitos da acupuntura em relação à amplitude de

movimento, dor muscular da região crânio-cervical da cefaléia cervicogênica no início e ao

término das dez sessões.

Segundo Maigne (1996), a cefaléia cervicogênica constitui a terceira causa de

cefaléia, correspondendo a 15,1% do total da população, sendo que a relação mulher/homem é

de 7:1.

O fisioterapeuta, em sua rotina clínica se depara muitas vezes com queixas de

cefaléia. Bigal (2001) afirma que a cefaléia é um dos sintomas mais freqüentes referidos na

prática médica, acarretando impacto na qualidade de vida e custos significativos. Quanto mais

técnicas eficazes contra esse mal o profissional da saúde dispuser, mais rápido o tratamento

chegará ao sucesso. A acupuntura já se mostra como uma das técnicas mais utilizadas para o

tratamento da cefaléia.

Esta pesquisa tem como intuito divulgar o conhecimento da cefaléia

cervicongênica como um dos principais agentes causadores de cefaléia crônica. Também

fomentar a eficácia de técnicas de acupuntura, neste caso, a auriculoterpia.

12

1 EMBASAMENTO TEÓRICO

1.1 Anatomia e Biomecânica do Sistema Crânio-Cervical

É de domínio do profissional da área da saúde o conhecimento da anatomia e

biomecânica do corpo humano, portanto não descreverei detalhadamente toda a anatomia do

sistema crânio-cervical, apenas o que julgo ser mais importante para o esclarecimento

necessário a esta pesquisa.

1.1.1 Crânio

1.1.1.1 Ossos do Crânio

Segundo Castro (1985, p. 20), o crânio é constituído por oito ossos, dos quais

quatro são ímpares e dois são pares. Os pares são o parietal e temporal e os ímpares são o

frontal, occipital, esfenóide e etmóide.

1.1.1.2 Articulações do Crânio

As suturas do crânio são exemplos de articulações fibrosas. Esses ossos estão

muito próximos, ou se entrelaçam ao longo de uma linha ondulada ou se sobrepõem. Uma

articulação fibrosa do tipo sindesmose une os ossos por meio de uma lâmina de tecido fibroso,

um ligamento ou uma membrana fibrosa. Conseqüentemente este tipo de articulação é

parcialmente móvel. A quantidade de movimento que ocorre em uma articulação fibrosa

depende, na maioria dos casos, do comprimento das fibras que unem os ossos articulares.

(MOORE, 2001, p. 20)

Williams (1995, p. 314) afirma que, numa vista superior, o crânio apresenta

três suturas: sutura coronal, sagital e lambdóide.

1.1.1.3 Músculos do Crânio

O crânio consiste no músculo epicrânio que é formado pelos músculos

occipito-frontal e temporoparietal e uma aponeurose superficial no couro cabeludo

denominada gálea aponeurótica. (WILLIAMS, 1995, p. 530)

O músculo occipito-frontal cobre a abóbada craniana das linhas nucais

supremas até os supercílios. É considerado um músculo superficial, pois são inserções em

13

estruturas ósseas e sua ação é retrair o couro cabeludo. O ventre frontal eleva os supercílios e

a pele do nariz.

A parte temporoparietal é uma lâmina muscular variavelmente desenvolvida

entre a parte frontal e os músculos auriculares anterior e superior.

1.1.1.4 Inervação do Crânio

A parte occipital do músculo occipito-frontal é suprida pelo ramo auricular

posterior; a parte frontal, pelos ramos temporais do nervo facial (VII par craniano).

(WILLIAMS, 1995, p. 530)

1.1.2 Coluna Cervical

1.1.2.1 Ossos da Coluna Cervical

“As vértebras cervicais formam o esqueleto ósseo do pescoço e estão

localizadas entre o crânio e o tórax. A característica mais evidente de cada vértebra

cervical é o forame do processo transverso. Numa vista lateral da região cervical,

observamos uma curvatura em forma de “C” com a convexidade anterior

denominada lordose cervical” (MOORE, 2001, p. 385)

Na coluna cervical o canal raquidiano protege o bulbo (que sai do crânio pelo

forame magno) e a medula espinhal cervical, sendo assim, o bulbo e a medula cervical

realizam estreitas relações com elementos bastante móveis da coluna cervical, especialmente

em nível da coluna suboccipital (KAPANDJI, 2000).

A região cervical pode ser dividida em superior: occipital (C0), atlas (C1) e

porção superior de áxis (C2); e inferior: porção inferior de C2 até C7 (BIENFAIT, 1989).

1.1.2.2 Articulações da Coluna Cervical

De acordo com Hoppenfeld (1997), todas as vértebras, da segunda até a

primeira sacral, articulam-se por meio de articulações cartilagíneas entre seus corpos,

articulações sinoviais entre seus processos articulares e articulações fibrosas entre suas

lâminas, processos transversos e espinhosos. (WILLIAMS, 1995, p. 452)

14

Os corpos vertebrais são unidos por ligamentos longitudinais, anterior e

posterior, e por discos intervertebrais fibrocartilagíneos entre lâminas de cartilagem hialina.

(WILLIAMS, 1995, p. 452)

As faces articulares das vértebras são conectadas pelos discos intervertebrais,

que se localizam entre os corpos vertebrais. Os discos atuam como absorventes de choque. O

disco é formado por um anel fibroso (uma parte fibrosa externa) composto de lamelas

concêntricas de fibrocartilagem e uma massa central gelatinosa denominada núcleo pulposo.

Entre uma vértebra e outra, bilateralmente, encontramos o forame de conjugação ou

intervertebral, por onde passam os nervos do canal vertebral (sistema nervoso central) para a

periferia (sistema nervoso periférico).

As lâminas dos arcos vertebrais são unidas pelo ligamento amarelo, que se

estendem verticalmente a partir da lâmina superior até a lâmina inferior de cada vértebra. Os

ligamentos amarelos são longos, finos e amplos na região cervical.

1.1.2.3 Músculos da Coluna Cervical

“A amplitude do movimento da coluna vertebral varia de acordo com a

região e o indivíduo. A mobilidade da coluna vertebral resulta principalmente da

compressibilidade e elasticidade dos discos intervertebrais. Os seguintes

movimentos da coluna vertebral são possíveis: flexão, extensão, inclinação (flexão)

lateral e rotação.” (MOORE, 2001, p. 406)

Williams (1995) descreve os músculos da coluna cervical como descrito na

tabela 1.

REGIÃO ANTERIOR

MÚSCULOS

AÇÃO

Esternocleidomastóideo Inclina a cabeça ipsilateralmente e roda a face para o lado oposto,

flexão cervical e ação inspiratória

Escaleno Anterior Flexão da cervical e inclinação ipsilateral e rotação contra-lateral

da cabeça e ação inspiratória (eleva a primeira costela)

Escaleno Médio

Inclina a cervical ipsilateralmente e ação inspiratória (eleva a

primeira costela)

Pré-vertebrais Flexão da cabeça e do pescoço

Suprahióideos

Elevam o osso hióide e baixa a mandíbula (abertura da boca)

Infrahióideos Baixam o osso hióide

15

REGIÃO POSTERIOR

MÚSCULOS AÇÃO

Trapézio Eleva a escápula, retrai a escápula

Elevador da escápula Eleva a escápula e inclina a cabeça ipsilateralmente

Esplênio da cabeça Retrai a cabeça, inclinação e rotação ipsilateral

Triângulo

suboccipital

Reto posterior maior da

cabeça

Extensão e rotação ipsilateral da cabeça

Reto posterior menor da

cabeça

Extensão da cabeça

Oblíquo superior da cabeça Flexão póstero-lateral da cabeça

Oblíquo inferior da cabeça Rotação ipsilateral da cabeça Tabela 1: Músculos da região cervical

1.1.2.4 Inervação da Coluna Cervical

Segundo estudos de Williams (1995, p. 1062), o plexo cervical é formado pelos

ramos ventrais dos quatro nervos cervicais superiores. No plexo cervical, serão citamos

apenas dois nervos: nervo occipital maior e occipital menor. Moore (2001, p. 421) descreve

estes nervos da seguinte forma:

Nervo Origem Trajeto Distribuição

Occipital maior

Ramo posterior do

nervo C2

Emerge inferior ao M.

oblíquo inferior e sobe

para trás do escalpo

Pele sobre o pescoço e

o occipital

Occipital menor Ramos anteriores dos

nervos C2 e C3

Passa diretamente para

pele

Pele do pescoço e

escalpo Tabela 2: Nervos do plexo cervical

1.2 Dor e a Neurofisiologia da Analgesia por Acupuntura

Segundo Ezzo apud Christ & Hsing (2005), a dor é a principal queixa dos

pacientes e estima-se que nos Estados Unidos são gastos anualmente cerca de um milhão de

dólares somente com a acupuntura. A dor é parte integrante da vida, presente ao longo de todo

o ciclo desenvolvimental desde o nascimento até a morte. Aparece associada a doenças,

processos inflamatórios, acidentes e procedimentos médicos ou cirúrgicos e, embora tão

desagradável e estressante, é essencial para a sobrevivência porque exerce uma função

protetora para o organismo. Pai (2004), afirma que a dor é um mecanismo de defesa

importante porque alerta o indivíduo de que alguma lesão está ocorrendo. Portanto, a

intensidade e a freqüência da dor podem exceder suas funções indicadoras e comprometer

seriamente a qualidade de vida da pessoa em sofrimento ou inabilitá-lo para diferentes

atividades da vida diária. (CARVALHO, 1999).

16

De acordo com a Portaria GM/MS n° 1.318 de 23 de julho de 2002, a dor pode

ser classificada de acordo com seu mecanismo fisiopatológico em: dor nociceptiva e

neuropática. Nesta pesquisa foi abordada apenas a dor nociceptiva, pois a paciente do estudo

de caso proposto apresentou tal tipo de dor. A dor nociceptiva compreende a dor somática e

visceral e ocorre diretamente por estimulação química ou física de terminações nervosas

normais localizadas na pele ou tecidos mais profundos e é usualmente localizada. Segundo

Gomes et al. (2005), os receptores sensoriais, preferencialmente sensíveis a estímulos nocivos

encontram-se na pele, músculos, tecidos conjuntivos e vísceras torácicas e abdominais.

Caracterizam-se pelos seus padrões de reações a estímulos cutâneos, mecânicos, térmicos e

químicos. Uma vez ativados, os nociceptores conduzem impulsos via fibras aferentes

mielínicas finas A delta ou fibras amielínicas C. A mensagem de dor é transportada destes

receptores de dor (nociceptores), nos tecidos periféricos até a medula espinhal e estruturas

corticais e sub-corticais.

Os estímulos nociceptivos ativam pequenas fibras nervosas, incluindo fibras C

amielínicas e fibras A delta mielínicas. A estimulação das fibras C primitivas produz dor com

uma qualidade profunda (dor crônica) e um forte efeito emocional. Ela pode ser inibida pela

ação de fibras mielínicas maiores, incluindo os grupos A delta e A beta.

De acordo com Lewith et al. apud Christ & Hsing (2005) e Ernst & White

(2001), na medula, em especial nas laminas I, II, III e V do corno posterior, são liberadas

substâncias analgésicas como a substância P, somatostatina e encefalina e no tálamo são

liberadas substâncias, através de mecanismos neurohumorais, como a endorfina, encefalina e

neurotransmissores, além do efeito analgésico, consegue-se grande relaxamento muscular

através de reflexo víscero – somáticos e interseguimentares.

Para entender como a acupuntura pode interferir nos mecanismos da dor,

precisa-se conhecer a maneira como o corpo normalmente modula a dor. Várias teorias foram

elaboradas com o intuito de explicar os efeitos analgésicos da acupuntura, como por exemplo

a teoria das comportas (MELZACK e WALL, 1965). Um estímulo não é considerado

essencialmente “doloroso”. Em vez disso, indica trauma e, portanto, é designado

“nociceptivo”. As fibras nervosas nociceptoras individuais podem responder a um simples

estímulo, como uma forte pressão mecânica ou o calor e o frio, ou podem ser polimodais, isto

17

é, respondem a muitos estímulos. O estímulo nociceptivo é processado ou “modulado” em sua

passagem através do SNC (Sistema Nervoso Central) e pode ou não resultar na experiência

desagradável que reconhecemos como dor.

A acupuntura atua aumentando a ação do Sistema Supressor de Dor. No

encéfalo e no hipotálamo, existem complexos nervosos reguladores das sensações de dor, os

quais, uma vez estimulados por agulhas, ou outras técnicas (auriculotarapia, ventosas, moxas,

etc.) nos terminais nervosos (pontos), geram um impulso que aumenta a liberação de

neurotransmissores no complexo supressor de dor, ou seja, é produzido o efeito analgésico em

nível cerebral. Além disso, atuam na liberação dos neurotransmissores encefalina e dinorfina,

que bloqueiam a transmissão de dor da medula espinhal para o cérebro e, nas células brancas

do local inflamado, a acupuntura provoca maior concentração de endorfina, e esta atua como

analgésico local. (PAI, 2004)

1.3 Dores de Cabeça e a Relação Acupuntura e Auriculoterapia

Como já citado acima, a cefaléia cervicogênica causa uma dor unilateral de

origem na coluna cervical. De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, a cefaléia

cervicogênica pode ser de dois tipos: shi e xu. A dor tipo shi é causada principalmente por

hiperatividade do yang do fígado. Já a dor do tipo xu pode ser causada por deficiência de qi e

sangue. (Escola de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing et al., 1995).

A irritabilidade excessiva favorece a estagnação do qi do fígado que se

transforma em fogo, advindo a ascensão do yang do fígado. Também a deficiência de yin do

rim, que não consegue nutrir o yin do fígado, favorece o aparecimento de ascensão do yang do

fígado ou o movimento do vento interno do fígado (GARCIA, 1999).

A dor tipo shi é maçante e violenta, pode ser acompanhada de tontura,

irritabilidade, gosto amargo na boca, náusea, sensação de sufocamento no peito, dor

hipocondríaca, revestimento da língua viscoso e pulso de arame (Escola de Medicina

Tradicional Chinesa de Beijing et al., 1995).

18

Já que a paciente em estudo apresentou cefaléia cervicogênica tipo shi, não nos

deteremos na do tipo xu.

Segundo Garcia (1999) as cefaléias podem ainda serem classificadas devido

sua localização, onde neste caso estudado é chamada Tai Yang localizada na região occipital.

A dor que é agravada por pressão é relacionada ao tipo shi (excesso) e é

resultante principalmente da invasão de fatores patogênicos exógenos, da obstrução de

meridianos e colaterais, da estagnação de qi e sangue. A maioria das dores migratórias é

causada por invasão do vento patogênico nos colaterais; a dor fixa é causada por obstrução

dos colaterais por frio-umidade (Escola de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing et al.,

1995).

Segundo Auteroche e Navailh (1992), a cabeça é a reunião de todos os yang, o

cérebro é “o mar da medula”. Os doze meridianos e os oito meridianos extraordinários estão

em ligação com a cabeça. As cinco energias perversas de origem externa, Vento, Frio,

Canícula, Umidade, Fogo, assim, como as mucosidades impuras, os agregados de sangue

obstruem e perturbam o yang puro, provocando cefaléias Plenitude.

A diminuição de qi, sangue e líquidos orgânicos fazem com que a cabeça não

possa ser alimentada e provoca cefaléias que correspondem a um sintoma Vazio. A

localização da dor no trajeto de um meridiano ou de um ramo colateral, graças à distribuição

topográfica, determinará o meridiano em causa (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992).

De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa, as aplicações proporcionam o

equilíbrio harmônico de energia e sangue entre os meridianos e órgãos correspondentes.

Segundo as explanações da Medicina Moderna, o estímulo feito pelas agulhas nos locais em

que existam terminais nervosos gera impulsos elétricos que ativam a liberação de substâncias

neurotransmissoras do Sistema Nervoso Central, modulando as funções físicas e psíquicas

(PAI, 2004).

Os estímulos dos pontos do pavilhão auricular provocam a sensação de

chegada de energia (qi), que é produzida provavelmente pela excitação de receptores que

19

enviam o impulso até o núcleo do trato medular do nervo trigêmeo, onde posteriormente é

enviado à estrutura reticular do tronco cerebral. Essa estrutura reticular, devido suas células

conformadas por neurônios de associação do tronco cerebral, elabora um sistema especial de

síntese de sinais que nos permite considerar à mesma como um viabilizador da ação da

auriculoterapia no sistema nervoso, não só no tratamento da dor, como também, na

regularização da atividade dos órgãos internos (GARCIA, 1999).

1.4 Cefaléia Cervicogênica

O termo “Cefaléia Cervicogênica” foi introduzido pela primeira vez por

Sjaastad et al. (1983) para descrever uma dor de cabeça unilateral, que tinha origem no

pescoço. Em 1997, a North American Cervicogenic Headache Society de Ontário (Canadá),

caracterizou a cefaléia cervicogênica como uma dor de cabeça causada por uma fonte

nociceptiva preliminar nos tecidos musculoesqueléticos inervados pelos nervos cervicais

(O’CONNOR, 2002).

Conforme a Liga de Cefaléias de Marília (1998), a cefaléia cervicogênica é a

que tem origem na região cervical e pode se irradiar para toda a cabeça. Ela está associada a

anormalidades dos movimentos em segmentos intervertebrais cervicais. A alteração pode

estar localizada nas articulações ou ligamentos da coluna. O movimento anormal se manifesta

durante o exame passivo ou ativo. Predomina no sexo feminino e, muitas vezes, é

acompanhada por trauma cervical leve. Assim como nas migrâneas, nas cefaléias

cervicogênicas pode haver queixas de náusea, vômito, irritabilidade, fono e fotofobia.

Kansaon (2001) afirma que a cefaléia cervicogênica acomete principalmente mulheres, que se

queixam de dores que permanecem em um único lado da cabeça. A intensidade é moderada a

intensa; o caráter pode ser pulsátil. Caracteristicamente, os ataques são provocados por

movimentação do pescoço ou digitopressão.

Vincent (1991) afirma que a dor geralmente se inicia na região cervical

irradiando-se para as áreas órbito-fronto-temporal e/ou frontal. De acordo com O’Connor

(2002), as dores podem ser originadas do nervo occipital maior e menor (C2), causando assim

uma neuralgia occipital, que ocorre na parte posterior da cabeça sendo geralmente menos

intensa, porém mais duradoura. Este tipo de neuralgia pode ocorrer por compressão muscular

de ramos ou do próprio nervo occipital maior (o nervo occipital menor também pode ser

20

comprometido) de um lado da cabeça. Essa dor, quando se manifesta de forma mais típica, e

aparece também na região anterior, associada a diminuição da capacidade de movimentar a

cabeça, recebe a denominação de cefaléia cervicogênica. Vernon apud Boake (1989), refere

que a cefaléia cervicogênica tem duração crônica, com dor em região fronto-orbital, com dor

na região cervical associada a rigidez do pescoço, triggers e espasmos sobre as facetas de C2 e

C3. Representa 70% das cefaléias vistas por doutores. Porém a Cervical Headache Society

não concorda com este tipo de afirmação, assim fazendo um diagnóstico mais difícil.

As cefaléias segundo Maigne (1996), podem ser:

Occípito-supra-orbitária ou supra-orbitária: de intensidade e freqüência

variável acomete apenas um lado da cabeça e está associada à tensão dos músculos

suboccipitais. A causa desse tipo de cefaléia pode ser traumatismo cervical ou microtraumas

cervicais gerados por posições inadequadas no trabalho ou posição de dormir em decúbito

ventral.

Occipital: causada pela irritação do ramo posterior de C2 associada à

alteração biomecânica entre C2 e C3. Raramente é bilateral.

Occípito-têmporo-mandibular: presença de sensibilidade no ângulo maxilar

do lado acometido associado à sensibilidade articular de C2-C3 ou C3-C4 do mesmo lado. É

por irritação do ramo anterior de C2 ou de C3.

Para o diagnóstico, são utilizados os seguintes critérios da classificação da Sociedade

Internacional de Cefaléia (IHS) (2003):

a. dor usualmente unilateral;

b. dor episódica;

c. intensidade variável;

d. dor com origem na parte posterior do pescoço e que pode se irradiar

para toda a cabeça;

e. resistência ou limitação à movimentação passiva do pescoço;

f. alterações da musculatura do pescoço no relevo, textura, tônus ou nas

respostas ao estiramento e contração ativos e passivos;

g. dolorimento anormal da musculatura cervical;

h. o bloqueio anestésico de C2 ou nervo occipital maior suprime a dor;

i. os pacientes geralmente têm história de trauma cervical;

21

j. sinais e sintomas associados menos freqüentes: fono e fotofobia,

náuseas e vômito.

Segundo Maigne (1996), a crise de cefaléia cervical pode ser desencadeada

por:

má posição da cabeça (travesseiro, dormir de bruços), sendo então

freqüentemente matinal;

más posições constantes do pescoço no trabalho;

um fator psíquico, ou por um estado de fadiga ou uma espasmofilia

descompensada que baixa também a tolerância do paciente.

1.5 Tratamento da Paciente com Cefaléia Cervicogênica através da Auriculoterapia

1.5.1 Localização e Explicação dos Pontos Utilizados para Tratamento

Os pontos selecionados para o tratamento da paciente basearam-se nas

alterações no exame físico e nas metabólicas encontradas na avaliação.

Pontos tratamento: - Região cervical

- Shen Men

- Rim

- Endócrino

- Nervo occipital menor

- Fígado

- Occipital

- Bexiga.

Ponto Localização Aplicação Clínica

Região

Cervical

Esta zona abrange o primeiro

quinto da parte inferior do anti-

hélix.

É o ponto da zona correspondente, através do

qual, se ativa a circulação do sangue e da

energia, favorecendo a desobstrução dos

canais e colaterais, fato que melhora a

nutrição dos tecidos moles e a detenção do

processo degenerativo.

22

Shen Men Encontra-se traçando uma linha

entre o ponto hipotensor e o ponto

pelve no primeiro terço da mesma.

Tem função analgésica e antiinflamatória.

Rim e

Endócrino

Rim: este ponto se localiza na

pequena cavidade que se forma por

baixo da cruz inferior do anti-hélix,

ao mesmo nível do ponto pelve.

Endócrino: encontra-se na parte

mais baixa da incisura do

intertrago, a 0,5 mm para dentro.

Como é sabido, na MTC se declara a

importância do rim para controlar a qualidade

dos ossos. A atividade da filtragem do rim e a

vitamina D guardam estreita relação no

organismo. Quando se produz uma disfunção

a nível endócrino, a função do rim não se

completa, isso provoca uma disfunção no

metabolismo do cálcio e do fósforo

produzindo-se um desequilíbrio no meio

interno, quando no sangue, o nível de fósforo

aumenta, o do cálcio diminui. Este fato

produz uma quebra no processo de

descalcificação, levando a osteoporose e a

outros processos degenerativos, a nível ósseo.

Nervo

Occipital

Menor

Encontra-se no nível do ponto yang

do fígado, no tubérculo auricular,

mas por seu bordo interno.

Tem função de desobstruir os canais e os

colaterais, aquecendo os canais, ativando a

circulação do sangue e acalmando a dor. No

tratamento de cervicalgia tipo radicular é

fundamental e pode ajudar em todos os

sintomas que se produzam na região cervical,

occipital e ombro.

Fígado Este ponto se localiza no bordo

póstero-inferior da concha cimba.

O fígado controla os ligamentos e os tendões e

o rim a qualidade dos ossos, o fígado

armazena o sangue e o rim a essência. O

sangue e a essência se promovem

mutuamente, a razão pela qual se assegura que

o fígado e o rim têm a mesma origem. Por

isso, o ponto rim fortalece os ossos e o fígado

os tecidos moles.

Occipital Encontra-se no lado externo do

antítrago, no extremo póstero-

superior da linha traçada em forma

de arco.

Este ponto é usado para acalmar a dor e o

espírito; é principal no tramento da cefaléia

occipital.

23

Bexiga O ponto localiza-se traçando uma

linha desde o ponto próstata até o

ponto rim, no primeiro terço da

mesma, ao nível do ponto

constipação.

O canal da bexiga começa em Jing Ming e em

sua ascensão pala fronte alcança o vértex,

lugar onde emite um colateral ao interior do

cérebro e se relaciona, por sua vez, com

outros canais, em seu trajeto descende através

da região interescapular, em ambos os lados

da linha média até a região sacrolombar, para

descer pelos glúteos e alcançar a prega

poplítea, a partir daí, segue seu trajeto até

alcançar o ponto Zhi Yin. Este canal possui

uma ampla relação com muitas regiões do

nosso corpo, dada a extensão do seu trajeto,

por essa razão é empregado no tratamento de

cefaléia occipital, da neurastenia e da insônia,

etc.

Tabela 3: Explicação dos pontos utilizados na auriculoterapia (GARCIA, 1999).

1.5.2 Método Terapêutico Utilizado para Tratamento

Os resultados terapêuticos e preventivos da acupuntura são obtidos através da

promoção da circulação livre de qi e do sangue estimulando os pontos e meridianos. (Escola

de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing et al., 1995). A acupuntura trata o paciente

através de seu equilíbrio energético, propiciando o retorno da normalidade em todo

organismo, não apenas energeticamente, mas também químico-biológico, pois esta energia do

corpo que manipulamos, através dos estímulos de pontos específicos, comanda toda a

fisiologia do nosso organismo. (AGOSTINHO, 2004)

Para esta pesquisa foram utilizadas sementes de cosa na técnica com

esparadrapo do tipo impermeável cortado em quadrados de 1 mm x 1 mm, uma semente por

quadrado. Ao tratamento da cefaléia cervicongênica a localização dos pontos reativos é muito

importante, dentro da região cervical. Em geral, quando os transtornos cervicais se produzem

no nível de C3-C4, pode-se observar este ponto reativo sobre o anti-hélix, na proximidade de

seu bordo inferior, próximos dos pontos occipital e tronco cerebral; se a afecção se produz no

nível de C6-C7, é possível encontrar os pontos reativos no segmento superior da região

cervical, próximo da região das vértebras torácicas. Devem sempre combinar os pontos

reativos da parte dorsal do pavilhão auricular, com os da parte ventral (GARCIA, 1999).

As manipulações usadas para o tratamento devem ser fortes. Ao usar o método

de colocação de sementes, com um forte estímulo, o paciente sente uma intensa sensação de

24

calor no pavilhão auricular, o que produz alívio e relaxamento imediato, na região cervical

(GARCIA, 1999). Quanto à esterilização dos equipamentos (sementes, esparadrapo, bandeja e

pinça), foram mantidos todos os cuidados descritos no Manual de Biosegurança em

Acupuntura (NOGUEIRA & MAKI, 2003).

De acordo com Mao et. al. (1990), no tratamento específico das dores obtém-se

melhores resultados através de estimulação intensa dos pontos, do que com estimulação

menos intensa, devido maior estímulo e com isso, maior a liberação de serotonina. A

acupuntura estimula várias outras substâncias que já foram citadas no embasamento teórico

nas páginas 15,16 e 17.

25

2 METODOLOGIA

2.1 Descrição da Pesquisa

Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, com uma metodologia

semi-experimental de caráter qualitativo. A colaboradora participante foi uma mulher com

diagnóstico clínico de cefaléia cervicogênica. Para coleta de dados foram utilizados os

seguintes instrumentos: uma avaliação de Acupuntura (Apêndice 2), escala analógica da dor

(Anexo 1), uma Ficha de Controle (Apêndice 3) e goniometria. As sessões foram realizadas

na residência da paciente nos meses de outubro a dezembro de 2006.

2.2 População e Amostra

A paciente foi eleita por apresentar os critérios de inclusão: diagnóstico clínico

de cefaléia cervicogênica, ser do sexo feminino e assinar o termo de consentimento livre e

esclarecido, elaborado pelo pesquisador. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Apêndice 1) teve duas (2) vias, sendo que uma permaneceu com o pesquisador e a outra com

a colaboradora da pesquisa. A pesquisa teve como critério de exclusão o não comparecimento

da colaboradora, a fim de garantir dados confiáveis e satisfatórios para a pesquisa.

2.3 Contato Inicial e Estudo Principal

O primeiro contato com a paciente foi feito no meio de trabalho, já que é

colega do pesquisador. Foi convidada para que o termo de consentimento livre e esclarecido

(Apêndice 1) fosse explicado e assinado conforme considerações éticas da resolução 196/96

do Conselho Regional de Saúde. Depois de explicado, esclarecido e assinado o termo de

consentimento, iniciou-se o estudo principal.

Para a pesquisa foram estabelecidas dez (10) sessões de trinta (30) minutos

cada, sendo estas divididas uma vez por semana sempre as segundas feiras.

A participante da amostra foi submetida a uma avaliação de acupuntura

elaborada pelo CIEPH (Apêndice 2) no início e ao final do tratamento. Na reavaliação, após o

tratamento de auriculoterapia, foram reavaliados os mesmos itens da avaliação inicial.

26

Na avaliação acupuntural, a paciente foi questionada quanto a várias alterações

metabólicas que poderiam estar sendo acometidas em associação à cefaléia cervicogênica.

Estes dados foram analisados e foram selecionados pontos de auriculoterapia para o

restabelecimento do equilíbrio energético global dessa paciente, conforme estudos feitos pelo

pesquisador.

Para analisar a localização da dor, foi utilizada a palpação manual do terapeuta,

onde a paciente apontou os pontos relacionavam-se com a dor (irradiação) que sentia.

Quanto ao sistema crânio-cervical, foi avaliado:

sistema articular;

sistema miofascial;

dor da cefaléia cervicogênica.

Na avaliação do sistema articular da coluna cervical, foram realizados testes

com movimentos ativos. A amplitude de movimento foi mensurada através da goniometria e

controlada através de uma Ficha de Controle da Amplitude de Movimento (Apêndice 3). Os

movimentos mensurados foram os seguintes:

Flexão

Extensão

Rotação direita e esquerda

Inclinação direita e esquerda

A avaliação da tensão muscular foi realizada através de palpação da

musculatura cervical e craniana. Os músculos avaliados foram: trapézio superior, esplênio da

cabeça, músculos suboccipitais (reto posterior maior e menor da cabeça, oblíquo superior e

inferior da cabeça), escalenos (anterior e médio), esternocleidomastóide, supra e infra-

hióideos, pré-vertebrais, masseter, temporal, elevador da escápula e occipito-frontal.

De acordo com Faro (2004), os resultados da MTC são hoje em dia verificáveis

pelas próprias metodologias ocidentais de experimentação e controle estatístico. Nesta

pesquisa, a dor foi mensurada através da escala analógica de dor (Anexo 1) na primeira e na

última sessão. A utilização desta escala está conforme aos dogmas da avaliação: o julgamento

27

não é feito por quem executou o tratamento, já que a subjetividade do paciente é inevitável,

exprimindo o que sente. O terapeuta deve apresentar ao paciente uma linha de dez centímetros

de comprimento (horizontal), traçada sobre um papel, com um item em cada extremidade,

mas sem nenhuma outra referência. O paciente deve indicar, por uma marca, o ponto onde

situa a dor no instante presente. Ele nunca deve rever o que fez anteriormente: a cada vez

apresenta-se a ele uma escala em branco. Sem que o paciente perceba, o terapeuta atribui um

valor entre 0 e 10 à marca feita (0 = dor ausente, 10 = dor insuportável). Os valores podem ser

comparados como antes e depois. (VIEL, 2001)

Os pontos selecionados e o tipo de método terapêutico utilizados na pesquisa

estão descritos no embasamento teórico nas páginas 21, 22, 23 e 24.

28

3 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

3.1 Descrição da Amostra

A paciente C. H., 22 anos, sexo feminino, estudante, solteira e com diagnóstico

de cefaléia cervicogênica, foi avaliada no dia 22 de novembro na sua residência. Teve como

queixa principal a dor de cabeça e pescoço. Referiu que já sente dores há vários anos e que

apresentou maiores crises após inicio do trabalho de conclusão do curso de Fisioterapia, a dor

geralmente é episódica e se localiza no occipital, predominando no lado direito da cabeça.

Refere alívio quando faz uso de Dorflex (Composição Química conforme figura 1). Já

realizou tratamento fisioterapêutico e quiroprático apresentando ótimos resultados com ambas

as terapias. Nunca se submeteu a qualquer procedimento cirúrgico e realiza atividade física,

musculação em academia orientada por educador físico três vezes semanais.

Figura 1: Composição Química do Dorflex (ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2003).

Conforme bula do medicamento.

29

Na avaliação inicial, foram coletados vários dados em relação ao metabolismo

da paciente. A avaliação acupuntural utilizada para pesquisa foi elaborada pelo CIEPH e

aplicada pelo pesquisador no dia 22 de novembro de 2006.

As alterações encontradas na avaliação acupuntural estão descritas na tabela

abaixo com as suas devidas explicações segundo a Medicina Tradicional Chinesa:

AVALIAÇÃO

ANÁLISE

Nutrição

Normal, com preferência em

alimentos salgados. Se alimenta de

fibras, saladas, carne e massa.

Geralmente alimenta-se de 3 em 3

horas.

Hidratação

Normal, geralmente bebe água (mais

ou menos 2,5 litros por dia). De

preferência gelada.

De modo geral, desejo de bebidas frescas, significa

que o Calor está em excesso e que há diminuição dos

líquidos.

Oxigenação Normal

Eliminações

Constipação com fezes secas e duras. Pode se referir a uma diminuição de líquidos

orgânicos ou então a uma diminuição do qi ou a uma

fraqueza do qi e dos líquidos orgânicos, que

acarretam uma secura demasiada forte no Intestino

Grosso e embaraçam o trânsito intestinal.

Menstruação Fluxo normal

Urinária Normal

Transpiração Normal

Sono e repouso Dorme bem, pequena insônia quando

apresenta cefaléia

Fonação Verborreica Fala muito = def. yin do coração

Humor

Preocupação excessiva A preocupação cria nódulo no qi, em particular no qi

do pulmão e coração. Esta é freqüentemente uma

causa indireta de cefaléia, uma vez que a deficiência

de qi do pulmão pode permitir a ascensão do yang do

fígado.

Sexualidade Normal

Lazer

Normal

Tabela 4: Avaliação das alterações metabólicas e análise através da Medicina Tradicional Chinesa.

(AUTEROCHE e NAVAILH, 1992; RODRIGUES, 2001; NOLETO, 2003)

Exame Físico

Cabeça Algia occipital Algia occipital: Estagnação do qi e do sangue ao redor das

junções do eixo crânio-atlas.

Tronco Posterior Algia cervical

Tronco Anterior Gastrite A dor epigástrica é encontrada como: (1) Frio perverso

agredindo o estômago; (2) Qi do Fígado agredindo o

estômago; (3) Estagnação de alimento no estômago (calor,

fogo)

Membros Superiores e

30

Inferiores

Visão Olhos avermelhados A visão é o sentido de percepção ligada ao órgão Fígado.

Olhos vermelhos podem ser devidos a um Vento Calor ou,

se houver lacrimejamento, a um Calor úmido.

Audição, tato, paladar e

olfato

Normal

Tabela 5: Exame Físico e análise através da Medicina Tradicional Chinesa. (AUTEROCHE e NAVAILH, 1992;

RODRIGUES, 2001; NOLETO, 2003; ROOS, 2003)

A face e a língua foram avaliadas apenas antes do tratamento para a melhor

seleção dos pontos de acupuntura.

Face: opaca e pálida.

Segundo Auteroche e Navailh (1992) a cor branca (pálido) é a

manifestação de um enfraquecimento ou da má circulação de qi e do sangue ou de perda de qi

do sangue. Rosto branco e opaco significa perda brutal de yang qi. A face pálida também

pode estar relacionada a deficiência de qi de Coração Frio. (NOLETO, 2003)

Língua: com áreas avermelhadas por toda a sua extensão. Denteada com

saburra branca.

Segundo Auteroche e Navailh (1992) e a avaliação elaborada pelo CIEPH

(2003), a língua vermelha corresponde a um sinal de calor e deficiência de yin qi e as áreas

avermelhadas (sobre a língua e bordas = estagnação de sangue) indicam que o Fígado e a

Vesícula biliar acumulam calor. Também pode estar associada a Síndromes de Calor do tipo

shi, causadas por invasão de calor patógeno e várias síndromes de calor xu, resultantes do

consumo de fluido yin. O revestimento branco corresponde ao estado normal, apenas com um

pouco de umidade. A língua denteada corresponde à umidade por deficiência de qi de

Baço/Pâncreas.

DIAGNÓSTICO ACUPUNTURAL ESTABELECIDO

Pela avaliação realizada, a paciente apresentava hiperatividade de yang do

fígado e ascensão do fogo do coração.

3.2 Alterações Metabólicas

Segue, na tabela 6 os dados metabólicos após o tratamento:

31

DEPOIS

Nutrição

Sem alterações

Hidratação

Sem alterações

Oxigenação Sem alterações

Eliminações

Melhor, eliminações todos os dias bem perto do normal.

Menstruação Sem alterações

Urinária Sem alterações

Transpiração Sem alterações

Sono e repouso Normal

Fonação Sem alterações

Humor Alegria

Sexualidade Sem alterações

Lazer

Sem alterações

Cabeça Pequena algia occipital, apenas quando muito tempo ao

computador.

Tronco Posterior Pequena algia cervical, também, apenas quando muito tempo

ao computador.

Tronco Anterior Normal

Membros Superiores e Inferiores Sem alterações

Visão Sem alterações

Audição, tato, paladar e olfato Sem alterações

Tabela 6: Dados metabólicos após o tratamento.

Como já descrito no capítulo 1.5.1, os pontos utilizados para o tratamento

foram: região cervical, Shen Men, rim, endócrino, nervo occipital menor, fígado, occipital e

bexiga.

Durante o tratamento houve uma boa melhora nas eliminações, já que a

paciente sofria com a constipação passando até três dias sem “ir aos pés”. Agora está bem

perto do normal (três vezes ao dia), eliminações todos os dias uma a duas vezes ao dia. Pode

se atribuir esta melhora a regularização da circulação do qi, diminuindo a secura dos

intestinos. Em relação à insônia, a paciente não referiu mais cefaléia antes ou durante o sono,

consegue dormir com maior facilidade. O humor mudou totalmente, a preocupação excessiva

com fatos rotineiros foi substituída por um estado de alegria, o que se atribui à diminuição da

ascensão do yang do fígado e a normalização do fogo no coração deixando fluir a

característica Fogo da paciente. A paciente referiu uma melhora significativa da gastrite que

apresentava no inicio do tratamento, devido à diminuição do calor e umidade, diminuindo

32

assim os sintomas da gastrite, que significa calor e pode ser proveniente do qi do fígado

agredindo o estômago.

Os dados metabólicos que não foram citados apresentaram-se dentro dos

padrões normais ou não sofreram modificações com o tratamento.

3.3 Localização da Dor

Quando questionada em relação à localização da dor, a paciente referiu que

sente a região occipital da cabeça, principalmente aos movimentos de extensão e rotação à

direita crânio-cervical.

As dores musculares se localizaram: no escaleno anterior esquerdo, já que, a

paciente refere dor à rotação a direita e este músculo é responsável pela rotação contra-lateral;

e no triângulo suboccipital, sabendo que, os músculos que o compõem reto posterior maior e

reto posterior menor da cabeça, são responsáveis pela rotação e extensão crânio-cervical

(WILIAMS, 1995).

Também em relação ao local da dor devido se encontrar na região posterior da

coluna cervical e do crânio, pode se dizer que há uma deficiência do Meridiano da Bexiga,

Taiyang do Pé. (Escola de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing et al., 1995). Cefaléias

crônicas na região occipital são geralmente atribuídas à deficiência do Rim manifestando-se

no Meridiano da Bexiga. Dores agudas nesta região são atribuídas à invasão do vento externo

(geralmente vento frio) e determinam um padrão de ascensão de yang do fígado.

(MACIOCIA, 1996)

33

3.4 Amplitude de Movimento e Dor Muscular da Região Crânio-Cervical

Os valores da amplitude de movimento podem ser vistos no gráfico 1.

Gráfico 1: Relação Antes e Depois da Amplitude de Movimento.

De uma forma geral a paciente apresentou uma melhora da amplitude de

movimento. Mostrando uma melhora considerável da função muscular.

Quanto à dor muscular, os resultados obtidos após o tratamento estão descritos

na tabela 7.

MÚSCULO

ANTES DEPOIS

D E D E ESCALENO ANTERIOR X

SUBOCCIPITAIS X X Tabela 7: Relação da tensão muscular antes e após o tratamento com acupuntura.

Os músculos não descritos, não apresentavam dores ou não apresentar

nenhuma mudança significativa.

Como se observou, houve uma melhora significativa quanto a dores

musculares da região crânio-cervical. Antes do tratamento a paciente apresentou dores em

músculos cujas ações relacionavam exatamente suas limitações, após o tratamento as dores

foram sanadas com sucesso. Segundo Pai (2004), a acupuntura causa relaxamento muscular e

por isso é indicada para o tratamento de dor músculo-esquelética com espasmo muscular.

Amplitude de Movimento

52

66 68

43 45

53

62

7571

44 4653

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Flexão Extensão Rotação D Rotação E Inclinação D Inclinação E

Movimento

Go

nio

met

ria

(v

alo

r)

Antes Depois

34

3.5 Cefaléia Cervicogênica

A dor da cefaléia cervicogênica foi analisada através da Escala Analógica da

Dor (VIEL, 2001). Os resultados obtidos podem ser vistos no gráfico 2.

Gráfico 2: Relação Antes-Depois da Escala Analógica da Dor.

O gráfico mostra que antes do tratamento, a paciente apresentava uma dor de

7,2cm dentro da escala de zero (00) a dez (10) centímetros (cm). Após o tratamento, essa dor

baixou para 2,6cm, mostrando a eficácia da auriculoterapia para este tipo de patologia.

Segundo Pai (2004), a acupuntura é um recurso terapêutico eficaz,

principalmente pelo seu efeito analgésico. O que a acupuntura faz é estimular o nosso sistema

nervoso central para liberar substâncias que tem função supressora da dor. Pesquisas mostram

que o melhor estímulo para a liberação de encefalina é a estimulação dolorosa bem

discriminada e de baixa freqüência, similar à que é gerada durante a acupuntura. Num

levantamento feito entre 46 pacientes tratados pela acupuntura, no ambulatório de Acupuntura

do Centro de Dor do HC – FMUSP, os quais já foram submetidos a outras terapias (remédios,

psicoterapia e fisioterapia, mas sem sucesso), constataram-se, em média, 70% de melhora da

dor. No ocidente, a acupuntura ganhou credibilidade principalmente por seu efeito no alívio

da dor, seja ela de várias origens. Esta é uma das razões para a ênfase atual da pesquisa no

estudo dos mecanismos analgésicos da acupuntura.

Escala Analógica da Dor

7.2

2.6

0

2

4

6

8

Antes Depois

35

CONCLUSÃO

É fato que a acupuntura em si, e suas técnicas específicas como a

auriculoterapia, estão em evidência, e cada vez mais se busca estudar e comprovar sua

eficácia. Já são muitas as Escolas, no mundo todo, onde a acupuntura mostra seu grande valor

à saúde como forma de tratamento das mais variadas patologias, por tratar os transtornos do

corpo e da mente como um todo. Nesta pesquisa tratamos uma paciente com diagnóstico de

cefaléia cervicogênica através da auriculoterapia. O tratamento consistiu de sete pontos no

pavilhão auricular que foram estimulados por sementes de cosa afixadas em esparadrapo.

Após o tratamento pôde-se perceber uma melhora significativa de todo o condicionamento

músculo-esquelético do sistema crânio-cervical.

Quanto às alterações metabólicas pode-se concluir que, de modo geral, obteve-

se melhora significativa dos sistemas orgânicos. As principais alterações foram observadas no

sistema gastrintestinal. A dor da paciente em estudo que se localizava na região occipital da

cabeça, principalmente ao movimentar o pescoço em extensão e rotação à direita, após o

tratamento notou-se considerável melhora. A amplitude dos movimentos ativos relacionados à

dor, que foi mensurada na avaliação e na última sessão através da goniometria, foi melhorada

através da técnica de auriculoterapia. Portanto, houve uma melhora significativa, também,

quanto a dores musculares da região crânio-cervical.

A dor da cefaléia cervicogênica, que foi mensurada através da Escala

Analógica da Dor, foi diminuída após o tratamento com a auriculoterapia. Sendo assim,

sabendo-se que a dor gera um comprometimento não só na qualidade de vida das pessoas,

mas também, na convivência social, técnicas como a acupuntura, eficazes como visto nesta

pesquisa, justificam seu ascendente na mídia mundial. Hoje, a partir dos conhecimentos até

36

aqui desenvolvidos pelas equipes que pesquisam a dor e com a evolução científica da

acupuntura em todo mundo, sabemos que podemos tratá-la.

A busca da desmistificação da acupuntura e suas técnicas, como a

auriculoterapia, movem os estudos científicos ao conhecimento de novos termos, onde a

medicina oriental chinesa pode ser aceita e bem vista nas comunidades médicas ocidentais.

Devido os males da sociedade moderna, se deve dar grande importância a todas as técnicas

que venham a beneficiar o paciente.

Nesta pesquisa, observamos a fundamentação teórica sobre a acupuntura e seus

efeitos no metabolismo do ser humano. É importante salientar que as pesquisas em termos

ocidentais, tratando da acupuntura, ainda são recentes e merecem maior dedicação e

evidências, para que a acupuntura atue cada vez mais na nossa saúde. Assim, a integração

entre a medicina tradicional chinesa e a medicina ocidental deve se expandir trazendo

benefícios cada vez melhores para a qualidade de vida da população em geral.

37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGOSTINHO, Gilberto. Acupuntura para Enxaqueca e Cefaléia. São Paulo, 2004.

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério da Saúde. Disponível em:

http://e-bulas.bvs.br/cp.php. Acesso: 18 jul. 2003.

AUTEROCHE, B.; NAVAILH, P. O Diagnóstico na Medicina Chinesa. 2ed. São Paulo:

Oficinas Gráficas da Organização Andrei Editora Ltda, 1992.

BIENFAIT, M. Fisiologia da Terapia Manual. São Paulo: Summus, 1989.

BIGAL, Marcelo Eduardo; BORDINI, Carlos Alberto; SPECIALI, José Geraldo. Crises de

migrânea e cefaléia do tipo tensional. RBM ver. Bras. Med. Nov. 2001. p. 821-826.

Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/#77>. Acesso: 28 mai

2004.

BODNAR, P. N. On the eosinopenic reaction to acupuncture in patients with bronchial

asthma. Vrach. Delo, 9, 147. 1965.

BONICA, J. J. The management of Pain. 2ed. Lea & Febiger. v.1. 1990.

CARNEIRO, Norton Moritz. Acupuntura e dores de cabeça. Revista Brasileira de

Acupuntura. SMBA – Sociedade Brasileira de Acupuntura. v.3, n.4. I Congresso da FLASMA

– Federação Latino Americana de Sociedades Médicas de Acupuntura. Florianópolis, out.

1996.

CARVALHO, Maria Margarida M. J. de. Dor – Um estudo multidisciplinar. São Paulo:

Summus, 1999.

CASTRO, Sebastião Vicente de. Anatomia Fundamental. 2ed. São Paulo: Makron Books,

1985.

CIEPH. Avaliação de Acupuntura. Centro Integrado de Estudos e Pesquisas do Homem.

Santo Amaro da Imperatriz, 2003.

38

DING, Li. Acupuntura, teoria do meridiano e pontos de acupuntura. São Paulo: Roca,

1996.

DUNG, H. C. An immediate atopic erythroid reaction induced by acupuncture needles

on the posterior thoracic wall. Altern. Med., 2, 209-214. 1987.

ERNST, Edzard; WHITE, Adrian. Acupuntura: uma avaliação científica. 1ed. São Paulo:

Manole, 2001.

ESCOLA de Medicina Tradicional Chinesa de Beijing; Escola de Medicina Tradicional

Chinesa de Shanghai; Escola de Medicina Tradicional Chinesa de Nanjing; Instituto de

Acupuntura da Academia de Medicina Tradicional Chinesa. Fundamentos Essenciais da

Acupuntura Chinesa. São Paulo: Ícone, 1995.

ESCOLA Superior de Medicina Tradicional Chinesa de Lisboa. Acupuntura e Moxabustão.

2005. Disponível em: http://www.esmtc.pt. Acesso: 16 jun 2005.

EZZO, J.; BERMAN, B.; HADHAZY, V.A.; JADAD, A.R.; LAO, L.; SINGH, B.B. Is

acupunture effective for the treatment of chronic pain? Inn: CHRIST, Carlos Daniel;

HSING, Wu Tu. Acupuntura e Dor Crônica. Disponível em:

http://www.saudetotal.com/mtc/monografias/001.htm. Acesso: 16 jun 2005.

FARO, José. Medicina Tradicional Chinesa (MTC): Uma Medicina Científica Humana

para o Futuro. 2004. Disponível em : http://www.esmtc.pt/index.php. Acesso: 25 jun 2005.

__________. Acupuntura e Moxabustão. 2005. Disponível em :

http://www.esmtc.pt/index.php. Acesso: 25 jun 2005.

FERREIRA, Marcos Vinícius. Acupuntura.org. Rio de Janeiro, 1999. Disponível em:

http:///www.acupuntura.org. Acesso: 16 jun 2005.

FOCKS, Claudia. Atlas de Acupuntura. Tradução de Maria Renata de Seixas Brito. São

Paulo: Manole, 2005.

GOMES, Daniela; BORGES, Denise; DRUSUS, Perez; SOUDA, Edson de; ANTONIO,

Felipe; CHIERICI, Fernanda. Dor – Fisiopatologia da dor por nocicepção. UFMG –

Departamento de Fisiologia e Biofísica – Instituto de Ciências Biológicas. Minas Gerais,

2005.

HOPPENFILD, Stanley. Propedêutica Ortopédica – Coluna e Extremidades. São Paulo:

Atheneu, 1997.

INTERNATIONAL HEADACHE SOCIETY (IHS). Classificação Internacional das

Cefaléias. 2ed. 2003. Disponível em: <http:www.sbce.med.br/classcef.pdf>. Acesso: 4 jun.

2004.

LEVITT, E. E.; WALKER, F. D. Evaluation of acupunture in the treatment of chronic

pain. Inn: CHRIST, Carlos Daniel; HSING, Wu Tu. Acupuntura e Dor Crônica. Disponível

em: http://www.saudetotal.com/mtc/monografias/001.htm. Acesso: 16 jun 2005.

39

LEWITH, G.T.; KENYON, J.N. Physiological and psychological explanation for the

mechanism of acupunture as a treatment for chronic pain. Inn: CHRIST, Carlos Daniel;

HSING, Wu Tu. Acupuntura e Dor Crônica. Disponível em:

http://www.saudetotal.com/mtc/monografias/001.htm. Acesso: 16 jun 2005.

KANSAON, Milhem. Cefaléia. Disponível em:

<http://www.infomed.hpg.ig.com.br/cefaleia.html>. Acesso: 12 ago. 2003.

KAPANDJI, I. A. Fisiologia Articular: Esquemas Comentados de Mecânica Humana. 5.

ed. São Paulo: Manole, 2000.

LIGA DE CEFALÉIAS DE MARÍLIA. Classificação das Cefaléias. 1ed. 1998. Disponível

em: <http://www.famema.br/ligas/cefaleia/unilado.htm>. Acesso: 12 ago 2003.

MACIEL, Roberto N. Oclusão e ATM – Procedimentos Clínicos. 1ed. São Paulo: Santos,

1998.

MACIOCIA, G. The practice of chinese medicine: The treatment of diseases with

acupunture and chinese nerbs. 1996, 02; (01-55)

MAIGNE, Robert. Manipulações Vertebrais – Princípio, Indicações, Contra-Indicações e

Técnicas. Rio de Janeiro: Revinter, 1996.

MAO, W.; GHIA, J.N.; SCOTT, D.S.; DUNCAN, G.H.; GREGG, J.M. High versus low

intensity acupunture analgesia for treatment of chronic pain: effects on platelet

serotonin. Pain; 8 (3): 331-342, jun 1990.

MELO, Sebastião Eurico de. Tratamento das doenças Neurológicas. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2000.

MELZACK, R.; WALL, P. Pain mechanisms: a new theory. Inn: ERNST, Edzard; WHITE,

Adrian. Acupuntura: uma avaliação científica. 1ed. São Paulo: Manole, 2001.

MONGINI, Franco. ATM e Músculos Craniocervicomandibulares. Fisiopatologia e

Tratamento. 1ed. São Paulo: Santos, 1998.

MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F. Anatomia orientada para a clínica. 4ed. Rio de

Janeiro, Guanabara Koogan, 2001.

NOGUEIRA, Ieda Azevedo; MAKI, Ricardo. Manual de Biosegurança em Acupuntura.

Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2003.

NOLETO, Paulo. Caderno de Estudos – Ponto Acupunturais. Curso de Especialista em

Acupuntura. IMAM e CIEPH. 2003.

NORKIN, Cynthia C.; WHITE, D. Joyce. Medida do Movimento Articular: Manual de

Goniometria. 2ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

O’CONNOR, Amanda J. Is there such a thing as cervicogenic headache?. 2002. Disponível

em: <http://www.osteopathonline.com/cervicogenic/index.htm>. Acesso: 4 jun. 2004.

40

PAI, Hong Jin. Clínica Hong. São Paulo, 2004. Disponível em:

http://www.clinicahong.com.br. Acesso: 11 dez 2004.

PINHO, Cleto Emiliano. Caderno de Estudos de Acupuntura. Porto Alegre: CIEPH, 2004.

PORTARIA GM/MS n° 1318. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Uso de

opiáceos no alívio da dor crônica. Gabinete do Ministro. Anexo X. Consulta Pública N° 1 de

23 de julho de 2002. Disponível em: http:www.sbn.org.br/portarias/portaria39X.htm. Acesso:

22 jun 2005.

ROCABADO, Mariano S. Exercícios para Tratamentos das Desordens

Craniomandibulares e Vertebrais. São Paulo: Clássica, 1998.

RODRIGUES, Izair Jefthé. Cefaléia Tipo Tensional – Terapia com Acupuntura.

Departamento de Ortopedia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de Medicina de São Paulo. Curso de Acupuntura. 2001.

SJAASTAD, O.; SAUNTE, C.; HOVDAHL, H.; BREIVIK, H.; GRONBAEK, E.

“Cervicogenic headache”: An hypothesis. Cephalgia. 1983.

TANII, T.; KONO, T.; KATOH, J. et al. A case of prurido pigmentosa considered to be

contact allergy to chromium in an acupuncture needle. Acta Derm. Venereol, 71, 66-67.

1991.

UMLAUF, R. Analysis of the main results of the activity of the acupuncture department

of faculty hospital. Brno-Bohunice, 1988.

VERNON, H. T. Manipulation and Headache. Journal of Manipulative and Physiological

Therapeutics. n.12. Dec. 1989.

VIEL, Eric. O Diagnóstico Cinesioterapêutico. São Paulo: Manole, 2001.

VINCENT, Maurice B.; BOVIM, Gunnar. Cefaléia Cervicogênica: relato de um caso. Arq.

Neuropsiquiatr. Mar. 1991. p. 95-101. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi-

bin/wxislind.exe/iah/online#2>. Acesso: 31 mai. 2004.

WILLIAMS, Peter L. Gray Anatomia. 37ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.

41

APÊNDICES

42

APÊNDICE 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Ao assinar este documento estou consentindo formalmente em participar da pesquisa

a ser realizada pelo Fisioterapeuta e pós-graduando do curso de Acupuntura do Centro

Integrado de Estudos e Pesquisa do Homem (CIEPH), Fábio Boesche, orientando do

professor Especialista Fabiano Giacomolli.

Existem diversas linhas de atuação no tratamento de pacientes com dores de cabeça

de origem na coluna cervical, e a proposta deste estudo é verificar os efeitos da

auriculoterapia (estimulação dos pontos de acupuntura no pavilhão auricular) em uma

paciente com cefaléia do tipo cervicogênica. As informações coletadas no programa,serão

utilizadas para proporcionar conhecimentos teóricos-práticos aos profissionais e estudantes da

Medicina Tradicional Chinesa (MTC), contribuindo para a atuação destes profissionais nas

áreas de Ortopedia e Traumatologia.

Recebi do pesquisador as seguintes orientações:

1- Minha participação na pesquisa iniciará após a leitura e esclarecimento de

dúvidas e do meu consentimento.

2- Serei esclarecido sobre os procedimentos metodológicos e informações relativas

ao meu quadro clínico.

3- Os procedimentos realizados comigo durante a pesquisa não acarretarão riscos

para minha saúde.

4- Minha participação na pesquisa envolverá as seguintes fases: inicialmente será

realizada uma avaliação, após será aplicado o tratamento proposto pelo pesquisador e seu

orientador e no final será realizada uma reavaliação.

5- Minha participação na pesquisa será voluntária. Terei liberdade para concordar

ou não em participar da pesquisa, não obtendo com isso nenhum prejuízo e nenhuma

vantagem no atendimento.

6- Poderei interromper o tratamento a qualquer momento, sendo solicitado contato

prévio com o pesquisador.

7- Terei garantido o direito à minha privacidade e confidencialidade.

8- Minha participação em todos os procedimentos da pesquisa não implicará no

pagamento de qualquer taxa.

9- Necessitando de quaisquer esclarecimentos sobre minha participação na

pesquisa, entrarei em contato pessoal com o pesquisador pelo telefone (51) 3561 1945 ou (51)

91167460.

Data:___/___/___

Nome do Colaborador:___________________________________________

Assinatura do Colaborador:_______________________________________

Pesquisador Responsável:________________________________________

Assinatura do Pesquisador:_______________________________________

43

APÊNDICE 2

FICHA DE AVALIAÇÃO

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

DATA AVALIAÇÃO: ____/____/____.

NOME: ____________________________________________________________.

IDADE: ________. SEXO: M F TELEFONE: (___)________________.

ESTADO CIVIL:_______________. PROFISSÃO:____________________________.

ENDEREÇO: ________________________________________________________.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO:______________________________________________.

QP:________________________________________________________________.

HDA:______________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

____________________________________________.

HPP:______________________________________________________________________

_____________________________________________________________.

CIRURGIAS FEITAS:__________________________________________________

___________________________________________________________________.

MEDICAMENTOS:_________________________________________________________

______________________________________________________________.

FUMO ( ) BEBIDA ( ) DROGAS ( )

ATIV. FÍSICA ( ) NÃO ( ) SIM:________________________________________.

44

AVALIAÇÃO DO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO:

TIPO DE DOR: ( ) Episódica ( ) Constante ( ) Unilateral ( ) Bilateral

LOCAL DA DOR:

( ) Região Posterior ( ) Região Anterior ( ) Região Lateral ( ) Toda a Cabeça

DOR NA MOVIMENTAÇÃO DO PESCOÇO: ( ) Sim ( ) Não

QUAL MOVIMENTO:

( ) Flexão ( ) Inclinação D ( ) Rotação D

( ) Extensão ( ) Inclinação E ( ) Rotação E

MOBILIDADE DA COLUNA CERVICAL

AMPLITUDE DE MOVIMENTO (Goniometria)

Flexão (41,9 – 59,9)*

Extensão (60,4 – 78,6)*

Inclinação (35,4 – 52,0)* Rotação (65,5 – 76,1)*

D E D E

* Valores normais segundo Academia Americana de Cirurgiões Ortopedistas e Associação Médica Americana

apud Norkin e White (1997).

SISTEMA MIOFASCIAL

MÚSCULO DOR

MÚSCULO DOR

D E D E

TRAPÉZIO SUPEIOR ELEVADOR DA ESCÁPULA

ESCALENO ANTERIOR OCCIPITO-FRONTAL

ESCALENO MÉDIO PRÉ-VERTEBRAIS

ESTERNOCLEIDOMASTÓIDE ESPLÊNIO DA CABEÇA

TEMPORAL SUBOCCIPITAIS

VALOR DA ESCALA ANALÓGICA DA DOR NA AVALIAÇÃO:________________.

EXAMES COMPLEMENTARES:_____________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________.

45

AVALIAÇÃO DE ACUPUNTURA

Nutrição:

Normal

Polifagia (calor E)

Inapetência (def.BP, calor E, ret. alim.E)

Anorexia (vazio de Qi BP e E)

Halitose (exc. CS/retenção alimentos E)

Eructações (exc. BP)

Preferência: salgado doce amargo picante azedo

Sabor específico na boca:........................................................

Tipos de alimentos ingeridos:..................................................

...................................................................................................

...................................................................................................

...................................................................................................

...................................................................................................

Hidratação

Normal

Sem Sede (sind. frio/umid.)

Muita sede (polidpsia)-(calor)

Pouca sede (def. de yang Qi – frio E)

Pouca sede (def. de yang Qi – frio E)

Tipo de líquidos ingeridos:...........................................

Temperatura

quente frio gelado t. ambiente morno

Eliminações

Intestinal: normal

Constipação: exc. IG, E, BP, R; def. IG

Diarréia – alívio (def. yang R)

Diarréia – alim. não digeridos (def. Qi BP)

Fezes fétidas (exc. yin R)

Melena (invasão de calor no IG)

Fezes com muco (invasão de umid. / frio no IG)

Fezes seca (calor interno/def. yin IG)

Fezes fina como água (um. / frio BP E)

Hemorróidas (def. BP)

Borborigmo (exc. IG, def. BP ID)

Menstruação:

Fluxo Normal (Oligomenorréia)

Metrorragia (estagn. Sg, calor no Sg, def

Qi BP hiper. Yang F)

Amenorréia (def. Qi, def. Sg, def. Sg do

F)

Disminorréia (estgn. do Sg, calor no Sg)

Ciclo Irregular (estgn. do Qi do F)

TPM

Menopausa

Urinária: normal

Turva (def. R Be)

Poliúria (def. yang R / umid. Calor Be)

Oligúria (sind. de calor)

Espumante (calor na B)

Incontinência (def. Qi R, afund. do Qi BP)

Enurese (Nictúria) (não consol. do Qi R disf. Be)

Hematúria

Transpiração:

Sudorese Intensa (calor)

Não sua (frio patógeno – def. Sg - yang Qi)

Sudorese fria (def. yang Qi)

Sudorese noturna (def. de yin Qi – calor interno)

Sudorese nas extremidades (deb. dos R)

Sudorese cabeça (def. ying Qi – calor E)

Oxigenação

Normal

Dispnéia (def. Qi P)

Ofegante (Flegma um. P)

suspiro (estase do Qi F)

Resp. fraca – curta (def de Qi P)

Resp. “entrecortado” (estase exop. P)

Complementos Fonação

Rouquidão, Afonia gradual (def. yin P R)

Afonia Súbta (estase de exop. P obstrução Qi P)

Fala alto (sind. exc. /calor)

Fala baixo (sind. def./frio)

Fala muito (def. yin C)

Fala pouco (def. frio ou lesão interna )

Sono e Repouso

Dorme bem

Dorme pouco

Insônia (calor no C/def. yin C)

Letargia – sonolência (def. yang C R)

Humor

Irritabilidade / Agressão (F)

Preocupação / Reflexivo(E)

Tristeza / Angústia (P)

Ansiedade / Alegria (C)

Medo (R)

46

Sexualidade

Lazer

Exame Físico

Cabeça

Algia Frontal (retenção alimentos

E)

Algia orbital (def. Sg F)

Algia Temporal (hiper. yang F –

calor umid. F VB)

Algia Occipital (distúrbios da BX,

ID e VB)

Tronco

Dorsal - Coluna

Algia

cervical

Algia

torácica

Algia

lombar

Algia sacral

Algia

Coxígea

Ventral – Torácica

Algia torácica anterior (alterações

patológicas C P)

Opressão torácica (frio umidade)

Abdominal

epigástrio (disf. do E)

hipocôndrio / tipo pontada (estase Qi

F)

Gastrite / Queimação / azia (calor,

fogo)

Membros superiores e

inferiores:

Edema (yin – yang)

Dormência (def, Qi

Xue)

Câimbras (def. Sg F)

Mialgias

Artralgias

Dores Migratórias (disf.

Vb)

Dores Joelhos (def. yin Qi

R)

Hipiremia e Edema (artral.

calor / umid. / vento)

Varizes (def. BP)

Frio (vazio de yang)

Calor (Vazio de yin)

Hipodinamia (Frio patógeno)

Astenia (def. Qi BP, def. Sg, yin

Be, R)

Tendinite (estagn. Qi do F)

Tensão muscular (def. Sg F)

Órgãos dos Sentidos

Visão

Fraca (estagn. Qi F, def.

yin B R)

Turva (def. Sg F)

Olhos vermelhos (fogo F)

Olhos ressecados (def. R)

Audição

Fraca (def. yin R B, def. Qi R)

Surdez (def. yang Qi, def Sg C, def. yin

B R)

Zumbido (def. yin B R, def Qi R, vento)

Otodinia – dor (calor pat. Umid. F Vb)

Surdez súbita (fogo no fígado)

Tato

Fraco (def. Qi C)

Paladar

Fraco (def. Qi

BP)

Olfato

Fraco (def. Qi P,

v frio)

Anosmia (debil.

IG)

Compleição

Face opaca (def. Qi)

Pálida (def. Qi E Sg , def. Qi C frio)

Amarelada (def. E Bp)

Face avermelhada (ascen. Fogo F C)

Face esverdeada ou azulada (F)

Face escurecida (R)

Pele seca (def. Qi)

Pele úmida (def. yin Qi)

Língua

Pálida e seca (def. de Sg)

Pálida e úmida (def. yang Qi)

Vermelha (calor, def. yin Qi)

Vermelha com áreas avermelhadas

(estagn. Sg)

Ulcerada e vermelha (ascensão do fogo

C)

com rachaduras (consumo de Jin Ye/calor

int)

com saburra (umidade)

com saburra amarela (calor interno)

sem saburra (insuficiência Qi E)

Denteada (umid. def. Qi BP)

Púrpura ou violácea (estase Sg)

grande (tendência ao calor)

curta (tendência a frio)

Tomada de Pulso

Freq. Rápido Lento

Ritmo Regular Irregular

Força Forte Fraco

Largura Fino Largo (vasto)

Consistência Duro Mole

Amplitude Ampla Baixa

Comprimento Longo Curto

P. Esquerdo P. Direito

CUN C ID P IG

GUAN F VB BP E

CHI Yang R B Yin R TA

prof. sup. prof. sup.

APÊNDICE 3

FICHA CONTROLE

TABELA DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO

ANTES

DEPOIS

FLEXÃO

EXTENSÃO

INCLINAÇÃO DIREITA

INCLINAÇÃO

ESQUERDA

ROTAÇÃO DIREITA

ROTAÇÃO ESQUERDA

TABELA DA ESCALA ANALÓGICA DA DOR

AVALIAÇÃO

ÚLTIMA SESSÃO

VALOR DA

ESCALA

ANALÓGICA

DA DOR

48

ANEXO

49

ANEXO 1

ESCALA ANALÓGICA DA DOR

Paciente:________________________________ Data:___/___/___

___________________________________________________________________________

VIEL, Eric. O Diagnóstico Cinesioterapêutico. São Paulo: Manole, 2001.

0

DOR AUSENTE

10

DOR INSUPORTÁVEL