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FACULDADE CENTRO MATO – GROSSENSE CURSO DE AGRONOMIA
A EFICIÊNCIA DA TECNOLOGIA INTACTA NO CONTROLE DA LAGARTA Helicoverpa spp, COMPARANDO COM USO DE INSETICIDAS NO TRATAMENTO DE SEMENTES DO SOJA.
ROBSON DIZIOBAK
SORRISO MT 2014
ROBSON DIZIOBAK
A EFICIÊNCIA DA TECNOLOGIA INTACTA NO CONTROLE DA LAGARTA Helicoverpa spp, COMPARANDO COM USO DE INSETICIDAS NO TRATAMENTO DE SEMENTES DO SOJA.
Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso ao Curso de Agronomia da Faculdade Centro Mato-grossense – FACEM, para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo, sob a orientação do Prof. Me Gilson Antonio Milde.
SORRISO MT 2014
RESUMO
A cultura da soja esta passando por varias mudanças no cenário de pragas e
doenças com isso devemos buscar alternativas de controle para continuar tendo alta
produtividade. No ano de 2013 surgiu a lagarta Helicoverpa Armigera, uma praga
polifaga e com alto poder destrutivo que causou grande prejuízos aos produtores de
soja, diante disso se busca alternativas de controle deste inseto, como tratamentos
de sementes com inseticidas que tenha eficiência no controle desta praga, e
também o surgimento de variedades com a tecnologia intacta™® que são
ferramentas para serem usadas de forma correta para controlar a lagarta
Helicoverpa Armigera. Este trabalho teve como objetivo testar a variedade
intacta™® e diferentes inseticidas usados no tratamento de semente para controle
da Helicoverpa spp. O delineamento estatístico foi feito a campo em blocos
casualizados com 6 tratamentos com 4 repetições, onde a variedades intacta e a
variedade RR™® receberam tratamentos com inseticidas fipronil e clorantraniliprole,
ambos avaliados com relação a testemunha. As avaliações foram feitas aos 5, 10 e
15 DAE, em todas as avaliações a variedade intacta™® obteve melhor rendimento e
melhor controle da lagarta Helicoverpa spp comparando com a variedade RR™®.
Palavras Chave: Controle lagarta, variedade intacta™®, inseticida, soja.
ABSTRACT
The soybean crop this through several changes in the scenario of pests and
diseases that we must seek alternatives to continue having high productivity. In the
year two thousand and thirteen came to caterpillar Helicoverpa armigera, a Prague
polifaga and with high destructive power that caused great damage to soybean
producers, Before that seeks alternatives to control this insect, as seed treatments
with insecticides have efficiency in pest control, and also the emergence of varieties
with the intact™® technology that are tools to be used in the correct manner to
control the caterpillar Helicoverpa armigera. This study was aimed at testing the
variety intact™® and different insecticides used in seed treatment for control of
Helicoverpa spp. The statistical design was done in the field in a randomized
complete block design with six treatments with four repetitions, where the varieties
intact and variety RR™® received treatments with insecticide fipronil and
clorantraniliprole, Where the varieties intact and variety RR™® received treatments
with insecticide fipronil and clorantraniliprole, both of which were evaluated with
respect to a witness, the variety intact obtained better performance and better control
of caterpillar Helicoverpa spp comparing with the variety RR™®. The assessments
were made to five, ten and fifteen days after the emergency, in all evaluations the
variety intact had better control over the range RR™®.
Key words: Caterpillar control, Variety intact ™®, Insecticide, Soy.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Médias de produtividade de cada tratamento. .......................................... 20
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Numero de lagartas coletadas aos 5, 10 e 15 dias após emergência da cultura. ...................................................................................................................... 19 Figura 2 - Médias de produtividade de cada tratamento. ......................................... 20
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 10
1.1 SOJA INTACTA RR2™® ................................................................................... 10
1.2 LAGARTA HELICOVERPA ................................................................................ 10
1.3 TRATAMENTO DE SEMENTE DE SOJA .......................................................... 11
1.3.1 Tratamentos de semente com fungicida ...................................................... 13
1.3.2 Tratamentos de Sementes com Inseticidas ................................................. 14
1.3.2.1 Tratamento de Sementes com Inseticida Thiametoxan................................. 16
1.3.2.2 Tratamentos de Sementes com Carboxina Thiram ....................................... 17
1.3.2.3 Tratamentos de Sementes com Fipronil e Piraclostrobina. ........................... 17
2 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 18
3 RESULTADO E DISCUSSÃO ............................................................................... 19
CONCLUSÕES ......................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 23
8
INTRODUÇÃO
A cultura da soja teve seus primeiros registros no Brasil no ano de 1914 no
município de Santa Rosa, Rio Grande do Sul, mas foi tratada economicamente
apenas em 1941 quando teve seu registro no Anuário Agrícola do RS, numa área
cultivada de 650 hectares, e produção de 45 toneladas com rendimento de 700
quilos por hectare. Nesse mesmo ano instalou-se a primeira indústria processadora
de soja do país em Santa Rosa e apenas em 1949 o Brasil figurou pela primeira vez
como produtora de soja nas estatísticas nacionais (EMBRAPA 2007).
A soja está como uma das principais commodities dentro agricultura
brasileira, sendo esta o carro chefe da economia do estado de Mato Grosso
ganhando destaque em seu potencial produtivo de suas lavouras devido a busca de
tecnologias para cada vez mais se ter ganhos de produtividades. O ponto de partida
para a obtenção de alta produtividade na lavoura de soja é a utilização de uma
semente de boa qualidade, onde se trabalhando com a semente que é a parte
fundamental da plantação desde a sua semeadura no solo já garante ganhos de
produção. Uma semente bem cuidada que expresse boa germinação e qualidade,
vem atrelada com o uso de tratamento de semente a base de fungicidas e
inseticidas, onde tem se tornado uma pratica indispensável nas lavouras.
A realização do tratamento de sementes com fungicidas é de vital
importância, por proporcionar uma garantia de germinação e diminuir
consideravelmente algumas doenças que venham a se desenvolver durante o
período de emergência e durante a fase de plântula, pois a semente de soja
necessita absorver no mínimo 50% do seu peso em água para que ocorra o
processo de germinação, e dependendo da umidade, temperatura do solo,
posicionamento no solo, e profundidade de semeadura, este período pode ser
prolongado, aumentando os riscos desta semente ser atacada por fungos
patogênicos, o mesmo ocorre com o uso de inseticidas aonde a proteção da planta
contra ataques de pragas vem desde a semeadura evitando assim uma aplicação
logo após a emergência da planta, (EMBRAPA,2004).
Com o desenvolvimento da agricultura faz-se necessário a busca de
desenvolvimento de tecnologias que auxiliem no controle de pragas e patógenos
que desde o inicio da semeadura causam danos as plantações. O trabalho vem
9
demonstrando os ganhos que o produtor consegue ter ao tratar sua semente e a
prevenção que feita em sua lavoura.
10
1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
1.1 SOJA INTACTA RR2
Com a necessidade de reduzir os riscos ambientais e um menor custo na
aplicação do uso de defensivos agrícolas, surgiu no mercado uma variedade de
soja, com tolerância ao glifosato e resistência a lagartas. Há uma importância
econômica de se utilizar esse material tecnológico para um aumento na
produtividade, diminuindo aplicações de inseticidas havendo uma redução nos
custos de produção (MB AGRO, 2013).
Tecnologia intacta®™ RR2 PROTM é uma tecnologia desenvolvida pela
Monsanto e suas Afiliadas, a qual confere à soja tolerância ao glifosato, pelo evento
transgênico MON 89788 e resistência a insetos pelo evento transgênico MON
87701. Tecnologia intacta®™ RR2 PROTM é protegida por direitos de propriedade
intelectual de diversos tipos, incluindo patente e pedido de patente, segredos de
negócios e comerciais, informações e aprovações regulatórias, bem como melhorias
contínuas, entre outros, (ANÁLISE JURÍDICA, 2013).
Como principais benefícios do uso da soja intacta têm-se a redução no uso de
inseticidas, aumento na produtividade, rentabilidade do produtor, aumento nas
exportações e incremente comercial na balança comercial do país, redução no
impacto ambiental devido menor utilização de área e redução na quantidade de
defensivos, aumentos na arrecadação dos tributos federais entre outros.(MB AGRO
2013).
Segundo a MONSANTO( 2012), a soja intacta®™ RR2 tem eficiência no
controle das lagartas Anticarsia gemmatalis, Pseudo plusia includens, Rachi plusia
nu, Elasmo palpus lignosellus, Crocidosema aporema e Heliothis virescens.
1.2 LAGARTA HELICOVERPA
Observa-se a campo a existência de várias espécies da lagarta Helicoverpa
e para se obter sucesso no manejo adotado é necessário identificar corretamente.
Dentre as que mais causam prejuízos temos a Helicoverpa zea e
Helicoverpa armigera, (MONSANTO, 2012).
11
Lagartas do gênero Helicoverpa pertencem à Família Noctuidae e Subfamília
Heliothinae, que atacam diversas culturas, como milho, feijão, soja, algodão tomate,
entre outras mais de 100 culturas (EMBRAPA, 2013).
Como menciona Fernandes (2010), a lagarta Helicoverpa zea (BODDIE,
1850) constitui importante agente praga. O inseto adulto é uma mariposa com cerca
de 40 mm de envergadura, com as asas anteriores de coloração amarelo-parda,
com uma faixa transversal mais escura, apresentando também manchas escuras
dispersas sobre as asas. Asas as posteriores são mais claras, com uma faixa nas
bordas externas. A fêmea fecundada põe os ovos em qualquer parte da planta. Os
ovos são geralmente depositados individualmente, podendo chegar até 15 por
espiga e medem cerca de 1 mm de diâmetro.Cada fêmea oviposita em média 1.000
ovos durante sua vida.
A espécie Helicoverpa armigera tem ampla distribuição geográfica e é
altamente polífaga cuja larvas foram identificadas em mais de 60 espécies de
plantas cultivadas e silvestres, podendo causar diversos danos em diferentes
culturas como leguminosas, sorgo, milho, tomate etc. (CZEPAK et al., 2013).
A distinção entre a H. armigera e a H. zea é difícil, sendo há presença de
algumas estruturas escurecidas nas cerdas, em um formato de cela no quarto
segmento na H. armigera. Outra característica marcante é a grande quantidade de
cerdas brancas sobre o corpo, com aspecto coriáceo (CZEPAK et al., 2013).
O procedimento mais adequado a se fazer para identificar qual é a espécie,
é a análise das estruturas reprodutivas dos adultos, com base na genitália masculina
ou análise molecular através de marcadores.
1.3 TRATAMENTO DE SEMENTE DE SOJA
O tratamento de sementes é um dos principais componentes do manejo
integrado de pragas e doenças. Apresenta custo relativamente baixo e impacto
ambiental reduzido visto que a área que recebe produto é pequena, se comparada à
aplicação de agroquímicos em parte aérea.
De acordo com Toledo (1977), cerca de 80 patógenos podem ser transmitidos
pelas sementes de soja, sendo os fungos os principais organismos patogênicos O
uso de inseticidas no tratamento de sementes também tem sido uma prática
bastante interessante para proteger a cultura do ataque de pragas iniciais, momento
12
de maior vulnerabilidade, além de garantir stand adequado de plantas. (TOLEDO,
1977).
Um fator a ser considerado, e que já se pode avaliar com certa segurança é a
presença de fungos na semente através de análise laboratorial, mas com custo
elevado, pode-se também fazer uma avaliação aproximada da qualidade da
semente no ano seguinte em função de alguns padrões de lavoura do cultivo
anterior, como a intensidade de ataque de doenças de final de ciclo, que quando não
controlada geralmente são transmitidas das folhas para as vagens e destas para as
sementes. Entre estas doenças podemos citar: mancha púrpura, mancha parda,
mancha olho-de-rã, antracnose, entre outras (SILVA, 1998).
Outro fator que se tem a salientar, é que com o tratamento de sementes não
há aumento na germinação, mas sim mantém-se o já existente e protege-se a
semente do ataque destes fungos maléficos. O tratamento deve ser efetuado com
máquina adequada para este fim e utilizar no máximo 600 ml de volume total de
calda para 100 Kg de semente (SILVA, 1998).
Pode-se adicionar ao tratamento de sementes, produtos à base de Cobalto e
Molibdênio, e aminoácidos, com a função principal de estimular o enraizamento, e
principalmente estimular a nodulação e conseqüentemente aumentar o
aproveitamento e absorção do nitrogênio ao longo do ciclo da cultura.
O número de pragas que atacam sementes e plantas em seus primeiros
estágios em diversas culturas também tem aumentado significativamente gerando
perdas no stand inicial. Pragas de solo e parte aérea têm gerado perdas
significativas justificando o tratamento preventivo com inseticidas. Alguns dos
inseticidas utilizados apresentam ação sistêmica promovendo controle na fase inicial
de desenvolvimento evitando muitas vezes as pulverizações aéreas nos primeiros
20 dias (JULIATTI, 2010).
Apesar do reconhecido beneficio que o tratamento de sementes agrega ao
controle doenças e pragas, na ausência ou em baixos níveis de organismos nocivos
à cultura, o tratamento de sementes tem melhorado o estabelecimento da mesma,
com aumento de vigor de plantas, repercutindo de maneira positiva no rendimento
de grãos (HENNING et. al. 1981).
O tratamento de sementes com inseticidas que possuem atuação fisiológica
nas plantas vêm aumentando, com tendência delas estabelecerem crescimento
vigoroso e com melhor aproveitamento do seu potencial produtivo. Esse crescimento
13
é conhecido como efeito fitotônico, que é caracterizado pelas vantagens positivas no
crescimento e no desenvolvimento das plantas, proporcionadas pela aplicação de
algum ingrediente ativo. (DOURADO NETO et al., 2004)
Para os fungicidas, as pesquisas ainda são incipientes, havendo a
necessidade de estudos com o intuito de avaliar seus efeitos sobre a fisiologia das
culturas. Até recentemente, o uso de fungicidas tinha como único foco o controle de
doenças. Com o lançamento das estrobilurinas, no entanto, essa perspectiva foi
alterada e o manejo de doenças adquiriu um novo conceito devido aos benefícios
fisiológicos propiciados por tais fungicidas (BARROS, 2005).
1.3.1 Tratamentos de semente com fungicida
O tratamento de sementes de soja com fungicidas no Brasil vem crescendo
a cada safra, partindo de apenas 5% da área de soja semeada com sementes
tratadas na safra de 1991/92, até atingir expressivos 100% na safra 2006/07
(EMBRAPA, 2007).
Levando-se em conta todos os gastos necessários para a produção da
lavoura, o tratamento de sementes com fungicidas é a prática de menor custo,
quando comparada com as demais. No caso da soja, o tratamento representa
aproximadamente 0,6% do custo total de produção (EMBRAPA, 2007).
Um dos grandes problemas de fitopatogenos é o uso de monocultura e plantio
de sucessão sendo os principais patogenos: Phomopsis sojae, P. phaseoli f.sp.
Meridionalis, Cercospora kikuchii, Colletotrichum truncatum, Fusarium semitectum,
Sclerotinia sclerotiorum e Peronospora manshurica. O uso de plantio direto
incrementa um grande ganho para a agricultura, por realizar a rotação de culturas,
para que se tenha uma melhor sanidade das plantas (EMBRAPA, 2007).
A eficiência do tratamento de sementes pode ser comprometida pela
qualidade da cobertura da semente tratada. A qualidade da cobertura depende do
veículo usado para a diluição do fungicida e do equipamento que dosa, distribui e
homogeniza a mistura fungicida + veículo na superfície da semente.
O pesquisador Augusto César Pereira Goulart da Embrapa Agropecuária
Oeste (Dourados/MS, 2007), explica que nem sempre a semeadura é realizada em
condições ideais, o que resulta em sérios problemas de emergência caso o
tratamento de sementes com fungicidas não seja realizado, havendo, muitas vezes,
14
a necessidade da ressemeadura, o que acarreta enormes prejuízos ao produtor. No
caso da soja, a ressemeadura no sistema convencional poderá representar 11,43%
a mais no custo de produção. No sistema plantio direto, em que a ressemeadura
requer o uso de herbicidas, este prejuízo é maior, representando 17,93% a mais de
gastos.
Para a escolha correta de um fungicida, o primeiro aspecto que deve ser
considerado é o organismo alvo do tratamento. “Sabe-se que os fungicidas são
diferentes quanto à abrangência de ação ou especificidade. Assim, a ação
combinada de fungicidas sistêmicos com protetores tem sido estratégia das mais
eficazes no controle de fungos das sementes e do solo, uma vez que a ação da
mistura é ampliada pela associação de dois ou mais produtos (COSTA, 1981).
Atualmente, os fungicidas utilizados pertencem a vários grupos químicos
desde o das carboximidas até nos grupos químicos mais recentes como as
estrobirulinas e triazóis. Novas doenças ou a sua rápida disseminação no território
nacional como a ferrugem asiática causada pela (Phakopsora pachyrhizii) e o mofo
branco causado por (Sclerotinia sclerotiorum) tem exigido que os fungicidas
utilizados em sementes possam gerar um efeito preventivo residual inicial, evitando
ou dificultando o estabelecimento da doença, assim como o tratamento da semente
visando o controle do inóculo inicial transmitido através da própria semente
infectada. (JULIATTI, 2010)
O efeito principal do tratamento de sementes de soja com fungicidas é
observado na fase inicial do desenvolvimento da cultura (no máximo até sete dias
após a emergência). Nesse período, ocorre uma eficiente proteção da soja,
proporcionando a obtenção de populações adequadas de plantas em função da
uniformidade na germinação e emergência.
1.3.2 Tratamentos de sementes com inseticidas
Para evitar possíveis perdas decorrentes das ações de pragas do solo e da
parte aérea, que danificam as sementes e as plantas jovens, tem-se como
alternativa, o uso preventivo de inseticidas no tratamento de sementes com ação
sistêmica (SILVA, 1998).
No Brasil, praticamente 100% das sementes de soja são tratadas com
fungicidas, 30% com inseticidas, 50% com micronutrientes, atuando também como
15
uma proteção às sementes contra o complexo de fungos e insetos do solo,
aumentando a emergência das plântulas e seu desempenho a campo, quer no
estabelecimento inicial ou durante seu ciclo vegetativo (BAUDET & PESKE, 2006).
Recentemente pesquisas realizadas observam que o uso do inseticida
formulado à base do ingrediente ativo thiametoxam, tem seu uso indicado para o
tratamento de sementes, como também sua ação comprovada que apontam
resultados positivos comprovando a interferência do mesmo sobre expressão de
vigor, germinação, emergência, e aumento de produtividade, em relação às
sementes não tratadas (NUNES, 2006).
Segundo Menten et al., (1991) foi observado efeito favorável com a
aplicação do thiametoxan, com aumento da área foliar e radicular de plantas de soja
tratadas com esse inseticida. O efeito do thiametoxan, na soja, é indireto, atuando
na expressão dos genes responsáveis pela síntese e pela ativação de enzimas
metabólicas, relacionadas ao crescimento da planta, alterando a produção de
aminoácidos precursores de hormônios vegetais. Com a maior produção de
hormônios, a planta apresenta maior vigor, germinação e desenvolvimento de
raízes. Esse ingrediente ativo também melhora a nutrição mineral da soja, e estimula
a expressão gênica das proteínas de membranas que aumentam o transporte iônico
e a absorção de minerais.
Dentre as pragas que atacam a soja, destacam-se as larvas subterrâneas
rizófagas de besouros melolontídeos, também denominados de coros, bicho-bolo ou
pão-de-galinha, os quais, embora possam ocorrer durante todo o ciclo da cultura,
causam danos mais severos durante os estádios iniciais de desenvolvimento das
plantas (MENTEN, 1991). Os danos causados pelos corós à soja são indiretos, pois
esses insetos ao consumirem as raízes, prejudicam a capacidade das plantas de
absorverem água e nutrientes, o que afeta, consequentemente, o seu potencial
produtivo. O coró-da-soja, Phyllophaga cuyabana, espécie que tradicionalmente
ocorre em lavouras do Paraná (OLIVEIRA et al., 1992, SANTOS, 1992), tem sido
também constatado nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso (MENTEN,
1991).
Alguns inseticidas podem conferir, além do efeito protetor, certos efeitos
fisiológicos que auxiliam tanto no crescimento inicial quanto no desenvolvimento das
plantas. Segundo Menten (1991), ao avaliar o efeito da aplicação dos inseticidas
imidacloprid e o thiamethoxan no tratamento de sementes de soja, constataram que
16
esses inseticidas proporcionaram melhoria nas características agronômicas da
cultura, resultando em aumento de produtividade.
1.3.2.1 Tratamento de sementes com inseticida Thiametoxan
Constata-se que atualmente, em virtude da constante utilização das áreas e
da instabilidade climática, as culturas ficam prejudicadas e conseqüentemente
compromete a produtividade, ficando ainda, suscetível à maior ocorrência de pragas,
principalmente no período inicial e de desenvolvimento das plantas. Porém, tal
situação, pode ser contornada através do tratamento industrial de sementes, com
adequadas técnicas e métodos de controle de pragas e insetos, proporcionando
dessa forma, menor falha e maior uniformidade nas plantas. Gerando assim, maior
número de plantas por área e maior produtividade.
De acordo com trabalhos realizados por pesquisadores das universidades
ESALQ-USP, UNIPINHAL, UNESP, FUNDACEP, EMBRAPA, Universidade de
Passo Fundo e CEFET-PR, o thiametoxan, atua na expressão de genes
responsáveis pela ativação de enzimas metabólicas relacionadas ao crescimento da
planta, alterando a produção de aminoácidos precursores de hormônios vegetais. A
maior produção desse hormônio possibilita um maior crescimento do sistema
radicular, favorecendo uma maior absorção de água e nutrientes. Além disso, o
thiametoxan estimula a expressão gênica das proteínas das membranas celulares,
aumentando o transporte iônico e a absorção de minerais pelas plantas. (PIONEER
SEMENTES, 2006/2007).
Manutenção da qualidade das sementes com relação ao vigor e germinação.
Isto é conseguido pelo uso de equipamentos e produtos.
Praticidade ao adquirir as sementes já tratadas, minimizando os potenciais
riscos de intoxicação pela menor exposição aos produtos em comparação com
quando o tratamento é realizado na propriedade.Menor impacto ambiental devido a
menor quantidade de ingrediente ativo por área quando comparado com aplicações
foliares.(PIONEER SEMENTES, 2006/2007).
17
1.3.2.2 Tratamentos de sementes com Carboxina Thiram
O que favorece a utilização de sementes com tratamento é o fato de
proporcionar maior uniformidade e cobertura na utilização. Desta forma, se obtém a
dose exata e necessária, evitando maior ou menor quantidade por semente, gerando
com isso menor risco de provocar dano na semente e menor custo na produção e
também, desfavorece o aparecimento de pragas.
O fungicida para tratamento de semente composto por 2 ingredientes ativos
distintos: um fungicida sistêmico (carboxina) e um fungicida de contato (tiram)
(DUPONT,2007).
Sua formulação Suspensão Concentrada (SC), age na semente contra os
patógenos presentes no solo e na própria semente, principalmente quando exposta
a condições desfavoráveis ao seu desenvolvimento e também durante o
armazenamento. Protege a plântula durante seus estágios mais susceptíveis de
desenvolvimento, e pode proporcionar um aumento da porcentagem de germinação,
velocidade de emergência e maior sanidade das plântulas controlando um maior
número de doenças, com 02 modos de ação diferenciados: menor risco de
resistência a doenças. (DUPONT 2007).
1.3.2.3 Tratamentos de sementes com Fipronil e Piraclostrobina.
É uma mistura pronta contendo o inseticida Fipronil do grupo pirazol, e os
fungicidas Piraclostrobina do grupo das estrubirulinas e Metil Tiofanato do grupo dos
benzimidazois, seletivo para a cultura da soja, que quando utilizado em tratamento
de sementes protege as plântulas contra o ataque de pragas e fungos de sementes
no período inicial de desenvolvimento da cultura. (PIONEER SEMENTES,
2006/2007).
O tratamento de sementes de soja proporciona controle rápido e eficiente
das principais pragas que atacam esta cultura, como: Lagarta-elasmo, Coró,
Torrãozinho, Tamanduá-da-Soja, Vaquinha-Verde-Amarela e Piolho-de-Cobra; e
também doenças das fases iniciais, como: Fusariose, Antracnose e Cancro da
Haste, (PIONEER SEMENTES, 2006/2007).
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2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Fazenda Primavera de propriedade de Hilario
Piccini localizada em Sorriso Mato Grosso. O experimento constou com 6
tratamentos e 4 repetições. Cada parcela continha 5 linhas da cultura, com 5 metros
de comprimento cada, foi semeado no dia 20 de outubro de 2013 e colhido dia 25 de
janeiro de 2013, semeadas com uma semeadeira Case de 10 linhas com
espaçamento de 0,5 metros entre linhas, a cultivar com tecnologia intacta e a
mesma cultivar sem tecnologia. Os tratamentos foram soja intacta tratada com
fungicida piraclostrobina mais o inseticida fipronil na dose de 200ml para cada 100
kg de semente (T 1 ), soja da mesma variedade sem a tecnologia intacta recebeu os
mesmos tratamentos, fipronil 200ml/100 kg de sementes (T 2), testemunha (T 3),
clorantraniliprole 150 ml/ 100 kg de semente (T 4),soja intacta tratada com fungicida
carboxina thiram 300 ml para 100 kg de semente ( T 5), soja intacta tratada com
inseticida thiametoxan na dose de 300 ml para cada 100 kg de semente, mais o
fungicida carboxina thiram com 300ml para cada 100 kg de semente mais inseticida
clorantraniliprole na dosagem de 150 ml para cada 100 kg de semente (T 6).
O trabalho foi realizado através de delineamento experimental em blocos
casualizados, as medias obtidas foram comparadas usando o Teste de Tukey a 5%
de probabilidade, através do pacote estatístico SAS. As avaliações de eficiência dos
tratamentos foram realizadas 5, 10 e 15 dias após a semeadura, onde foi feito a
contagem de lagartas por metro linear, no final foi feita a colheita das 3 linhas
centrais de cada parcela para verificar a diferença de produtividade.
19
3 RESULTADO E DISCUSSÃO
Na figura 1 está relatado o número de lagartas coletadas após emergência da
cultura nos dias de avaliação.
Figura 1 - Numero de lagartas coletadas aos 5, 10 e 15 dias após emergência da cultura.
Fonte: Dados coletados pelo autor
Observou-se nas avaliações da variedade com tecnologia intacta realizadas
aos 5, 10 e 15 DAE que não houve diferença significativa entre os tratamentos com
inseticidas fipronil e clorantraniliprole com relação a testemunha, destacando
tratamento com clorantraniliprole que obteve melhor índice de controle aos 15 DAE,
20
já a testemunha obteve melhor controle de lagartas aos 5 e 10 DAE, o tratamento
com inseticida fipronil teve melhor controle aos 5 DAE. Segundo
Pionner sementes, (2006/2007), o inseticida fipronil possui melhor controle
sobre insetos mastigadores de 5 a 10 DAE da planta.
Na variedade RR sem a tecnologia intacta houve diferença entre os
tratamentos e a testemunha, porem ambos não obtiveram controle satisfatório,
destaque para o tratamento com inseticida clorantraniliprole que obteve melhor
controle que o tratamento com fipronil.
Tabela 1 Médias de produtividade de cada tratamento.
TRATAMENTOS MÉDIAS
Variedade intacta com tratamento clorantraniliproli
2,689 a
Testemunha intacta 2,572 a
Variedade rr com tratamento clorantraniliproli 1,736 b
Variedade intacta com tratamento fipronil 1,6585 bc
Variedade rr com tratamento fipronil 1,5475 b
Testemunha rr 1,285 c Fonte: Dados coletados pelo autor
Figura 2 - Médias de produtividade de cada tratamento. Fonte: Dados coletados pelo autor
A variedade intacta®™ obteve a melhor produtividade com tratamento
6(clorantraniliprole), já o T 1 ( fipronil), teve menor produtividade que o T 5
(testemunha), segundo ( MENTEN, 1991), o inseticida fiprnonil pode causar danos a
semente quando ficam armazenadas por mais de uma semana após serem tratadas
21
com o inseticida fipronil. Isso explica o tratamento com fipronil produzir menos que a
testemunha, pois a semente tratada com fipronil ficou armazenada por varios dias
antes da semeadura.
Na variedade RR®™ os dois tratamentos fipronil e clorantraniliprole
produziram mais que a testemunha, destacando o tratamento com clorantraniliprole
que teve uma produtividade maior que o tratamento fipronil, já comparando as duas
variedades a intacta teve maior produção que a variedade RR®™ . Na comparação
do incremento de produtividade dos tratamentos em cada variedade, a variedade
RR®™ respondeu melhor ao tratamento com incremento de 26.1% no tratamento
clorantraniliprole com relação a testemunha, o quanto que na variedade intacta
houve aumento de apenas 4.2% de produtividade do tratamento clorantraniliprole
em relação a testemunha.
Na analise estatistica os tratamentos foram significativos ao nivel de 1 e 5%
de probabilidade.O fator controlado por blocos não interfere nos tratamentos.
22
CONCLUSÕES
Conclui-se que o T 6 (variedade intacta®™ com clorantraniliprole), obteve
maior produtividade.
O T 4 (variedade RR com clorantraniliprole), foi abaixo dos T 6 e 5, porem
superior aos T 1 (variedade intacta com fipronil), 2 (variedade RR®™ com fipronil) e
3 (variedade RR®™ testemunha).
O tratamento com fipronil na variedade intacta obteve menor media que a
testemunha, devido ter ficando longo tempo armazenada, após ter sido tratada com
fipronil.
Os tratamentos tiveram maior incremento de produtividade na variedade
RR®™ , já a variedade intacta obteve bom índice de controle de lagartas com os
tratamentos e também com a testemunha. A tecnologia intacta®™ obteve um
controle superior a tecnologia RR®™ e demonstrou que não obteve nenhum
acréscimo significativo de produtividade com o uso de clorantraniliprole no
tratamento de semente.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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