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FACULDADE ANHANGUERA DE SANTA BÁRBARA CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CONSULTORIA CONTÁBIL: UMA NOVA PERSPECTIVA DA PROFISSÃO CONTÁBIL. ALEX SACILOTTO CACERE JULIANO DAMAS DA SILVA CARDOSO MARCO ANTONIO SILVEIRA NORONHA Santa Bárbara d’ Oeste - SP. 2008

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FACULDADE ANHANGUERA DE SANTA BÁRBARA CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CONSULTORIA CONTÁBIL: UMA NOVA PERSPECTIVA DA PROFISSÃO CONTÁBIL.

ALEX SACILOTTO CACERE

JULIANO DAMAS DA SILVA CARDOSO

MARCO ANTONIO SILVEIRA NORONHA

Santa Bárbara d’ Oeste - SP.

2008

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ALEX SACILOTTO CACERE

JULIANO DAMAS DA SILVA CARDOSO

MARCO ANTONIO SILVEIRA NORONHA

CONSULTORIA CONTÁBIL: UMA NOVA PERSPECTIVA DA PROFISSÃO CONTÁBIL.

Monografia apresentada em cumprimento às exigências curriculares do Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara. Orientador: Prof. André Evandro Pedro da Silva.

Santa Bárbara d’ Oeste, SP.

2008

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ALEX SACILOTTO CACERE

JULIANO DAMAS DA SILVA CARDOSO

MARCO ANTONIO SILVEIRA NORONHA

CONSULTORIA CONTÁBIL: UMA NOVA PERSPECTIVA DA PROFISSÃO CONTÁBIL.

Monografia julgada adequada para aprovação na disciplina Monografia II do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara.

_________________________________________________ Prof. André Evandro Pedro da Silva

Orientador

_________________________________________________ Prof. Ms. Hurgor Kitzberger

Coordenador do Curso

Santa Bárbara d’ Oeste, SP.

2008

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Dedicamos esta obra à todas as pessoas o qual sempre nos apoiaram.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao nosso orientador Prof. Esp. André Evandro Pedro da Silva, pela atenção dada no decorrer da elaboração do presente trabalho.

Aos meus amigos que nos apoiaram e auxiliaram direta ou indiretamente.

Aos empresários pela pronta colaboração no fornecimento de informações para que

a pesquisa fosse concluída.

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“Estar juntos é o começo, permanecer juntos é o progresso e

trabalhar juntos é o êxito.”

Henry Ford

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RESUMO

O trabalho tem por objetivo apresentar como o Contador pode ampliar suas atividades, não restringindo-se apenas a função operacional de lançamentos, elaboração e análises de balanços e apuração de impostos. É apresentada a atividade de consultor aplicada principalmente dentro do escritório contábil. O trabalho foi desenvolvido utilizando-se a metodologia de pesquisa descritiva quanto aos objetivos, bibliográfica quanto aos procedimentos e qualitativa quanto a abordagem do problema. O estudo mostra a aplicabilidade do serviço de consultoria dentro do escritório contábil facilitando e ajudando muito ao cliente que busca no escritório primeiramente os serviços de escrituração contábil e fiscal. Mas quando estes serviços estendem-se à atividade de consultoria só tem a agregar valor tanto ao cliente quanto ao escritório, que com isso passa a ter um diferencial em relação aos outros escritórios e a agregar valor à prestação de serviço realizada, sendo uma peça fundamental para a empresa, auxiliando em tomadas de decisões voltadas a investimentos e toda vida financeira da empresa.

Palavras – chave: Consultoria, Consultoria Contábil, Consultoria empresarial.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

1.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 9 1.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 9 1.3 Justificativa da pesquisa .................................................................................. 10 1.4 Metodologias da pesquisa ............................................................................... 10 1.5 Organização do trabalho .................................................................................. 11

2 CONTABILIDADE E CONSULTORIA ................................................................... 12

2.1 Conceitos e definições de contabilidade e consultoria .................................... 12

2.1.1 Definição da contabilidade ........................................................................ 12 2.1.2 Definição de consultoria ............................................................................ 14

2.2 Aplicações e usuários ...................................................................................... 14

2.2.1 Aplicações da contabilidade ...................................................................... 14 2.2.2 Aplicações da consultoria .......................................................................... 16 2.2.3 Usuários da contabilidade ......................................................................... 16 2.2.4 Usuários da consultoria ............................................................................. 18

2.3 A Contabilidade como Ciência ......................................................................... 19

2.4 A Consultoria como um “PLUS” na Contabilidade ........................................... 20

3 O PROFISSIONAL CONTÁBIL ............................................................................. 22

3.1 Legislação ........................................................................................................ 24 3.2 Áreas de atuação ............................................................................................. 24 3.3 Tarefas do contador ......................................................................................... 26

4 O CONSULTOR .................................................................................................... 27 5 CONSULTORIS NOS ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE ............................. 29

5.1 Vantagens e Desvantagens ............................................................................. 30 5.2 O Contador como Consultor ............................................................................ 31 5.3 O Serviço de Consultoria em Escritório de Contabilidade ............................... 31

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 36 ANEXOS ................................................................................................................... 39

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1 INTRODUÇÃO

A Contabilidade costuma ser chamada de linguagem da empresa.

Trata-se de um sistema de coletar, sintetizar, interpretar e divulgar, em termos

monetários, informações sobre uma organização. “Como qualquer outro sistema de

informação, a Contabilidade passa por contínua evolução na busca de

aperfeiçoamento de seus métodos e processos” (PIZZOLATO, 2000).

A Contabilidade é uma ciência social que possibilita, por meio de seu

sistema de informações, o controle permanente do patrimônio de uma entidade,

pessoa jurídica ou pessoa física.

A Contabilidade é uma ferramenta para tomada de decisões, mas

alguns empresários ignoram esse fato e tem como conceito que a contabilidade é

apenas um instrumento burocrático que não lhe traz nenhum tipo de beneficio.

O fato é que o empreendedor precisa deixar de lidar com a

burocracia e necessita de apoio e orientações consistentes para a correta tomada de

decisões.

As funções tradicionais do contador vêm passando por mudanças,

acompanhando o desenvolvimento da economia globalizada. É fundamental que o

empresário contábil e o próprio contador busquem novas funções para fazer frente

às ameaças a suas tarefas tradicionais e para aproveitar as novas oportunidades

que têm surgido.

O que se coloca, objetivamente, é a mudança do perfil do atual

profissional contábil da condição de mero despachante governamental (leia-se

darfista) para o apoio e ajuda definitiva em relação ao sucesso do empreendedor.

Nesse cenário, a consultoria apresenta-se como excelente alternativa, por ser

atraente e viável para os contadores.

A comunidade contábil no Brasil tem verificado a necessidade, cada

vez mais intensa, de movimentos em direção ao suporte de informações gerenciais

de qualidade na gestão das empresas clientes.

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A arte da consultoria é bastante fácil de ser entendida, é um

processo: de transferência de conhecimento, habilidades e atitudes que permite ao

cliente uma melhor interação com o mercado com o qual trabalha, e de condução do

cliente da consultoria à ação.

A Consultoria na área contábil é uma das mais complexas, pois a

contabilidade abrange todos os dados gerenciais e financeiros da empresa.

Nela estão concentrados os resultados, os registros dos documentos, os pontos

fortes e fracos da sociedade empresária.

O trabalho apresentado tenta ajudar, futuros contadores a pensar a

profissão em um contexto de mudanças.

Naturalmente, o contador se transforma em consultor, e esta atividade de consultoria

fica intrínseca à atividade contábil.

Nesse sentido, problematiza-se o tema com a seguinte indagação:

Como o contador pode ampliar suas atividades, de tal modo a tornar-se também

consultor, de modo a subsidiar seus clientes na otimização de seus negócios?

1.1 Objetivo geral

Este trabalho, tem por objetivo geral, desenvolver um estudo com a

finalidade de demonstrar, como o Contador pode ampliar suas atividades, de tal

modo a tornar-se também Consultor em áreas afins a seus serviços de modo a

subsidiar seus clientes na otimização de seus negócios.

1.2 Objetivos específicos

• Estabelecer uma base conceitual para o tema objeto de estudo;

• Identificar as vantagens para os escritórios de contabilidade, com a prestação

de serviços na área de consultoria contábil;

• Identificar os principais usuários das informações geradas pela consultoria

contábil;

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• Identificar as vantagens para os clientes com os serviços de consultoria

prestados pelos escritórios de contabilidade;

• Analisar a melhor forma de gerir os serviços de consultoria, sem que a

mesma prejudique as demais atividades do escritório contábil;

1.3 Justificativa da pesquisa

Para os gestores clientes, subsidiar o processo de gestão. Para os

escritórios, geração de fonte de renda. Para os autores, oportunidade do

desenvolvimento de um trabalho científico e maior aprofundamento na área de

consultoria em escritórios de contabilidade.

1.4 Metodologias da pesquisa

• Quanto aos objetivos

A metodologia de estudo da pesquisa a ser apresentada, quanto aos objetivos, será

a Descritiva, sobre o tema de Consultoria Contábil: Uma nova perspectiva da

profissão contábil.

• Quanto aos procedimentos

Quanto aos procedimentos será utilizado a metodologia de pesquisa bibliográfica.

• Quanto à abordagem do problema

Na realização desta etapa quanto à abordagem do problema, será utilizado o

método de pesquisa qualitativa, uma vez que o trabalho baseia-se na análise e

interpretação com fundamentação teórica, aliada à prática contábil.

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1.5 Organização do trabalho

Em resumo, este estudo foi organizado da seguinte maneira:

No Capitulo 1, Introdução, apresentando o objetivo geral, o objetivo específico, a

justificativa da pesquisa, a metodologia da pesquisa, quanto aos objetivos,

procedimentos e quanto a abordagem do problema e por último a organização do

trabalho sobre o tema; Consultoria nos Escritórios de Contabilidade.

No Capitulo 2, Abordagem teórica sobre Contabilidade e Consultoria, Conceitos e

Definições e Aplicações e Usuários da Contabilidade e Consultoria.

No Capítulo 3, Abordagem teórica sobre o Profissional Contábil, a Legislação, Áreas

de Atuação e as Tarefas do Contador.

No Capítulo 4, O que é o Consultor e Consultoria, O Papel e a Postura do

Profissional Consultor, os vários tipos de consultor e características da consultoria.

No Capitulo 5, A CONSULTORIA NOS ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE, suas

Vantagens e Desvantagens, o Contador como Consultor e o Serviço de Consultoria

em Escritórios de Contabilidade

No Capítulo 6, Conclusão do trabalho.

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2 CONTABILIDADE E CONSULTORIA

2.1 Conceitos e definições de contabilidade e consultoria

Um conceito bem abrangente de contabilidade é o de ser uma

ciência que estuda e controla o patrimônio de empresa mediante o registro de fatos,

com a finalidade de oferecer informações sobre sua posição em determinado

momento.

Segundo Gouveia (2001, p. 01) “Contabilidade é um sistema muito

bem idealizado que permite registrar as transações de uma entidade que possam

ser expressas em termos monetários, e informar os reflexos dessas transações na

situação econômico financeira dessa entidade em uma determinada data.”

Consultoria é um processo interativo de um agente de mudanças

interno e externo à empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os

executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de decisões, não tende,

entretanto, o controle direto da situação.

Rosa e Olinquevitch (2005 p. 13), “[...] A consultoria é a orientação

de um profissional a terceiros p/ tomada de decisão”.

2.1.1 Definição da contabilidade

Contabilidade pode ser definida como um grande aglomerado de

dados onde o controle, a orientação e o registro dos atos e fatos da administração

econômica têm a função de gerenciar as alterações do patrimônio da entidade. Seus

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usuários através destas informações podem tomar as decisões para o

melhoramento continuo da empresa.

Segundo Padoveze (2007, p. 29) “[...] podemos definir Contabilidade

como o sistema de informação que controla o patrimônio de uma entidade”.

Por outro lado, para Marion (2004, p. 26) “A contabilidade é o instrumento que

fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da

empresa.”.

Para Attie (1998, p. 24) “A contabilidade é o instrumento de medição

e avaliação do patrimônio e dos resultados auferidos pela gestão da Administração

da entidade.”.

Entretanto Fahl, Manhani e Silva (2008, p. 2) “Contabilidade é a

ciência social que estuda e controla o patrimônio das entidades mediante o registro

dos dados, com a finalidade de oferecer informações sobre sua composição e suas

variações”.

Segundo Rosa e Futida (2005 p.77), “A Contabilidade é uma ciência

que estuda e pratica as funções de controle e de registros relativos aos atos e fatos

da administração e da economia, segundo definição postulada no I Congresso

Brasileiro da Contabilidade”.

Ainda Futida (2005 apud H. FRANCO), considera Contabilidade a ciência que estuda e controla o patrimônio das empresas, mediante registro, a demonstração expositiva e a demonstração dos fatos nele ocorridos, com o fim de oferecer informações sobre sua composição e suas variações, como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. E continuando Futida (2005 apud MILTON A. WALTER), lembra que, em relação a qualquer atividade econômica, com ou sem fins lucrativos, a Contabilidade assume importância relevante no contexto da administração do patrimônio. Os postulados da Contabilidade, compreendendo os princípios, convenções, normas e procedimentos, geram instrumentos úteis para registro e analise das informações destinadas à avaliação do patrimônio e de suas mutações durante o período.

Contabilidade é uma ciência que estuda os fenômenos patrimoniais

atuais em relação à funcionalidade das empresas.

Desta forma a contabilidade, nada mais é do quê, uma fotografia da

empresa, tirada em determinado momento onde se pode observar a real situação da

mesma.

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2.1.2 Definição de consultoria

Pode-se definir Consultoria como um auxilio de um profissional

externo ou interno aos gestores na tomada decisões, dando-lhes o rumo adequado

no qual a empresa deve seguir, visando sempre à melhoria continua através da

aplicação de metodologia, técnicas adequadas e de qualidade.

Segundo Eltz & Veit (1999, p. 13):

“A consultoria é perceber e aceitar a força de um conhecimento e de

apoio especializado é, em síntese, transcender os aspectos meramente técnicos de

uma atividade e utilizar a melhor estratégia de que uma mudança necessita para dar

certo”.

Para Coca et al. (2006, p. 15):

“A consultoria, de uma forma ampla, é o fornecimento de

determinada prestação de serviço, em geral por um profissional muito qualificado e

conhecedor do tema promovido de remuneração por hora ou projeto, para um

determinado cliente”.

2.2 Aplicações e usuários

2.2.1 Aplicações da contabilidade

A contabilidade, ao contrário do que muitos pensam, é muito vasta o

seu campo de aplicação, conforme definição descrita por alguns escritores.

Segundo Marion (2004, p. 26)

“A contabilidade pode ser estudada de modo geral (para todas

as empresas) ou em particular (aplicada em certo ramo de atividade ou setor da

economia)”. Sendo aplicada:

• comerciais, denomina-se Contabilidade Comercial;

• industriais, denomina-se Contabilidade Industrial;

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• públicas, denomina-se Contabilidade Pública;

• bancárias, denomina-se Contabilidade Bancária;

• hospitalares, denomina-se Contabilidade Hospitalar;

• agropecuárias, denomina-se Contabilidade Agropecuária;

• de seguros, denomina-se Contabilidade Securitária etc.

Para Santos et al. (2003, p. 61):

A Contabilidade é uma ciência social factual que tem por objeto o estudo das variações, qualitativas e quantitativas ocorridas no patrimônio das entidades. e interpretar (analisar) os fenômenos contábeis originados da gestão patrimonial de pessoas físicas ou jurídicas.

Já, para Ribeiro (2005, p. 4):

“O campo de aplicação da contabilidade abrange todas as entidade

econômico-administrativas, as pessoas físicas e as pessoas jurídicas de direito

público, como a União, os Estados, os Municípios, as autarquias etc.”.

A Contabilidade pode ser aplicada para qualquer tipo de pessoa,

seja ela física ou jurídica, e em qualquer tipo de atividade.

A Contabilidade capta, registra e interpreta os fatos que afetam as

situações patrimoniais, financeiras e econômicas de quaisquer entidades, tais como

entidades sem fins lucrativos, culturais, de direito público (federal, estadual,

municipal) e as entidades privadas (indústrias, comércio, agropecuária, bancária,

cooperativa etc.). Além das empresas, as informações contábeis são utilizadas pelas

seguintes pessoas:

• Sócios, acionistas e proprietários de quotas de maneira geral;

• Administradores, diretores e executivos;

• Banqueiros, capitalistas e investidores;

• Economistas das áreas governamentais;

• Pessoas físicas (investidores no mercado de capitais).

As diversas funções contábeis somente podem ser exercidas pelos

profissionais da Contabilidade, ou seja, pelos técnicos em Contabilidade (nível

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médio) e pelo bacharel em Ciências Contábeis (nível superior), desde que

devidamente inscritos no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) de seu Estado.

(ROSA E FUTIDA, 2005 p. 75.)

2.2.2 Aplicações da consultoria

A consultoria também como a contabilidade pode ser aplicada

também para qualquer tipo de pessoa, seja ela física ou jurídica, e em qualquer tipo

de atividade.

Notoriamente é aplicada na empresa, com o intuito de orientar para

obtenção de seus objetivos estratégicos.

2.2.3 Usuários da contabilidade

São todas as pessoas que buscam informações sobre a situação

econômica de uma determinada entidade, investidores atuais e potenciais,

empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros credores comerciais,

clientes, governos e suas agências e o público.

Os usuários da informação contábil podem ser classificados em duas famílias: os internos e os externos. Usuários externos são considerados legítimos interessados na vida das empresas, pois estas devem estar subordinadas aos interesses e objetivos da sociedade em que se inserem. Em termos mais específicos, e dependendo da importância relativa de cada empresa, há uma variedade de pessoas e entidades interessadas em conhecer seu desempenho, tais como: clientes, banqueiros, fornecedores, credores em geral, analistas financeiros, acionistas, investidores, órgãos governamentais diversos, desde estatísticos e de planejamento até órgãos controladores de impostos etc. No plano interno de operações de uma empresa, as informações contábeis devem ser obtidas e registradas de forma meticulosa e sistemática, tendo em vista as múltiplas utilizações que podem oferecer. (PIZZOLATO, 2000 p. 03)

Segundo Marion (2004, p. 27) “Os usuários são as pessoas que se

utilizam da Contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e buscam na

Contabilidade suas respostas.”

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Para Ribeiro (2005, p. 5):

Os usuários das informações contábeis são pessoas físicas e jurídicas que as utilizam para registrar e controlar a movimentação de seus patrimônios bem como aqueles que, direta ou indiretamente, tenham interesse nesse controle; na apuração de resultados; na avaliação da situação patrimonial, econômica e financeira; na análise do desempenho e do desenvolvimento da entidade, como titulares (empresas individuais), sócios, acionistas (empresas societárias), gerentes administradores, governo (Fisco), fornecedores, clientes, bancos etc.

De acordo com a RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.121/081 são Usuários e

suas necessidades de informação (grifo nosso)

[...]

(a) Investidores. Os provedores de capital de risco e seus analistas que se

preocupam com o risco inerente ao investimento e o retorno que ele

produz. Eles necessitam de informações para ajudá-los a decidir se

devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também

estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a

entidade tem capacidade de pagar dividendos.

(b) Empregados. Os empregados e seus representantes estão interessados

em informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus

empregadores. Também se interessam por informações que lhes

permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua

remuneração, seus benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de

emprego.

(c) Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações que

lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus

empréstimos e os correspondentes juros no vencimento.

(d) Fornecedores e outros credores comerciais. Os fornecedores e outros

credores estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se

as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos 1 RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.121/08. Aprova a NBC T 1 – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das

Demonstrações Contábeis.

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vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estão interessados

em uma entidade por um período menor do que os credores por

empréstimos, a não ser que dependam da continuidade da entidade como

um cliente importante.

(e) Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade

operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a

longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante.

(f) Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão

interessados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das

entidades. Necessitam também de informações a fim de regulamentar as

atividades das entidades, estabelecerem políticas fiscais e servir de base

para determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes.

(g) Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas

podem, por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de

vários modos, inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores

locais. As demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo

informações sobre a evolução do desempenho da entidade e os

desenvolvimentos recentes. (CFC, 2008)

Para Santos et al. (2003, p. 63)

“Considera-se usuário da informação contábil toda pessoa física ou

jurídica que tenha interesse na avaliação da situação e do progresso de determinada

entidade, seja ela empresa, com fins lucrativos ou não, ou mesmo patrimônio

familiar.”

2.2.4 Usuários da consultoria

Entre os mesmos usuários da contabilidade que inclue investidores

atuais e potenciais, empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros

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credores comerciais, clientes, governos e suas agências e o público, que usam da

consultoria para satisfazer algumas das suas diversas necessidades de informação

para gestão, Alguns grupos em especial se utilizam da consultoria:

• Empresas: Em geral as empresas clientes do escritório contábil

necessitam dos serviços de consultoria contábil para o auxílio nas áreas técnicas,

gerenciais e mercadológicas, em especial seus gestores;

• Empresas de consultoria: utilizam a consultoria contábil para

projetos específicos;

• Organização sem fins lucrativos: conhecidas também como

terceiro setor, estas são importantes na economia atual, buscam também esses

serviços em diversos setores onde estão profissionalizando suas estruturas

administrativas;

• Governo – tanto federal, estadual ou municipal utilizam em todos

os segmentos de suas estruturas administrativas;

• Pessoas físicas – prestando auxílio à administração de

patrimônio principalmente.

Define-se em linhas gerais, que toda entidade, pessoa jurídica ou

física, que necessite de um conselho através de uma consulta para tomada de

decisão é um usuário da consultoria.

2.3 A Contabilidade como Ciência

A contabilidade é uma ciência social.

• Estuda o comportamento das riquezas que integram o

patrimônio, em face das ações humanas.

• Não é uma ciência exata, ou matemática, apesar de utilizar

métodos quantitativos, a contabilidade ocupa-se de fatos humanos.

• Na contabilidade, as quantidades são simples medidas dos fatos

que ocorreram em razão da ação do homem. (MARION, 2008).

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Segundo Sá (2006 p. 40) “A contabilidade é uma ciência porque

preenche todos os requisitos que classificam um conhecimento como tal, assim

tendo sido reconhecida pelas mais eminentes Academias, intelectualidades notáveis

e grandes gênios da humanidade.

Como as outras ciências, a Contabilidade:

a. possui fontes de informação organizadas sistematicamente;

b. pode enunciar verdades sobre fatos verificáveis;

c. tem condições de descobrir novos fatos e de estabelecer modelos de

situações ainda não constatáveis;

d. por meio de sua doutrina e da experimentação, pode enunciar leis científicas,

válidas universalmente;

e. contribui para a evolução da humanidade por seus postulados de eficácia no

uso da riqueza, militando em favor do bem-estar material das células sociais,

de seus componentes e de toda a sociedade.”

Em Contabilidade valemo-nos de muitos conhecimentos

provenientes de outras ciências, como outros conhecimentos científicos também

apelam para o que existe na cultura contábil. (SÁ, 2005 p. 115).

2.4 A Consultoria como um “PLUS” na Contabilidade

De acordo com (LEME, 2008), os Contadores do Brasil tem

verificado cada vez mais a necessidade de dar um suporte maior em informações

gerenciais de qualidade na gestão empresarial de seus clientes.

Este novo comportamento se dá em busca da transformação de sua atividade de

Contador para o de Consultor ou de Consultoria Contábil.

Na prática, significa deixar de ser um profissional que organiza e

executa os serviços de registro e escrituração contábil, para orientar o cliente, face

às mudanças das leis, dos procedimentos para emissão de documentos fiscais, das

exigências bancárias e demais órgãos, de relatórios específicos e de sugestões

sobre decisões importantes da sua vida empresarial dentre outros aspectos.

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O consultor contábil que busca realização e reconhecimento de seu

trabalho deve estar consciente de que sua trajetória de atuação é diretamente

proporcional ao investimento que faz em buscar amplo aperfeiçoamento para

conquistar estabilidade financeira e profissional.

O conceito central desta visão é de que há a verdadeira

possibilidade de ampliação dos seus serviços profissionais, haja vista que neste

novo cenário existem razões que nos apontam diretamente para outra postura em

relação às oportunidades que surgem para sustentação da presença do contador.

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3 O PROFISSIONAL CONTÁBIL

“O profissional Contábil tem hoje uma posição bem definida na

economia global, um campo de trabalho bastante amplo e diversificado e objetivos

bem mais claros de onde ele quer chegar” (SÁ, 2005).

São excelentes as perspectivas para a profissão contábil,

considerando que a sociedade concentra sua atenção no novo recurso – a

informação, e a Contabilidade, por excelência, é a ciência da informação.

Para conhecer as prerrogativas desta profissão, é recomendável que

se conheça a Resolução CFC n º 560/832. Lembre-se sempre de que o bom

contabilista não se compra com a sonegação, antes a combate; não se mancomuna

com o erro, procura eliminá-lo; não avilta a profissão e os honorários a que faz jus,

pelo contrario, coloca a primeira em alto padrão de decadência e estimula o segundo

de forma a viver com dignidade.

Recomenda-se também que se leia a Resolução CFC nº 803/963,

Código de Ética Profissional do Contabilista, e que ele seja o múnus tutelar, o guia

esclarecido ou o livro-de-cabeceira de todo o contabilista.

O profissional da Contabilidade deverá dominar a técnica, os

princípios, as legislações que afetam o patrimônio e o resultado da empresa e os

mecanismos tributários que visem à economia de impostos e contribuições que

estão sujeitas, dentro do principio de elisão fiscal.

2 RESOLUÇÃO CFC 560 DE 28 DE OUTUBRO DE 1983 - REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE CONTADOR

3 RESOLUÇÃO CFC Nº 803 - Aprova o Código de Ética Profissional do Contabilista – CEPC.

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O bacharel em ciências contábeis, antes de tudo, é um profissional

eclético. Todo e qualquer patrimônio necessita de critérios de formatação e de

avaliação, fato do dia-a-dia do profissional em contabilidade.

A identificação, análise e, finalmente, determinação do impacto das

transações no patrimônio das entidades, exige do profissional um amplo e variado

leque de conhecimento. O mundo vem experimentando violentas transformações e

requer versatilidade e abrangência nas interpretações. Está treinado e habilitado, na

extensão do seu necessário envolvimento como requisito mínimo nos assuntos

econômicos, tributários, organizacionais e comportamentais, a direcionar as

conclusões da lógica contábil sempre respaldado por princípios e normas técnicas

dando espaço à propalada interpretação da condição, qualidade e valor do

patrimônio. Nenhuma decisão de negócio é tomada sem os dados contábeis e

somente o profissional contábil dispõe de preparo técnico para a formação das

peças contábeis que auxiliarão nas tomadas de decisões.

A realidade de mercado hoje exige um profissional pronto para

assumir novas responsabilidades. Mais do que apenas registrar os atos e fatos da

empresa, deve ser uma verdadeira “bússola” dos negócios e ajudar o administrador

a manter o negócio na rota prevista. Para desempenhar essas funções com a

máxima competência, sua formação hoje deve conter não só noções sólidas de

finanças, economia e gestão, mas, também, de ciências humanas, ética e

responsabilidade social. (CRC, 2008)

Segundo Rosa e Futida (2005, p. 79)

Ao obter seu registro profissional no CRC, o profissional é, perante as leis brasileiras, um contabilista com direito ao exercício da profissão. Caso ele associe esse direito assegurado por lei a um sólido conhecimento técnico, a disposição para o trabalho e para o estudo e, seguindo os princípios do Código de Ética do Contabilista, se conduzir com uma postura de dignidade, haverá um imenso mercado de trabalho aberto para suas atividades profissionais. São milhões de empresas, órgãos públicos, instituições das mais diversas ordens que necessitam de profissionais competentes e dedicados, capazes de colaborar par que elas se conduzam bem na consecução dos seus objetivos. O profissional poderá ser empregado ou prestar serviços a uma ou mais de uma dessas instituições, como pessoa física o por meio de uma empresa de serviços contábeis que a lei lhe faculta instalar.

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Já para Marion (2005, p. 27) “É um profissional que exerce as

funções contábeis, com formação superior do ensino Contábil (Bacharel em Ciências

Contábeis).”.

E continuando Fahl, Manhani e Silva (2008, p. 7):

“Contador: exerce a função de registrar e interpretar os dados e

fatos cronologicamente. Pode ser um empregado de entidade pública ou privada,

profissional liberal ou mesmo um empresário proprietário de escritório de

contabilidade.” (grifo nosso).

A função básica do contador é produzir informações úteis aos

usuários da contabilidade para a tomada de decisões.

3.1 Legislação

O bacharel em Ciências Contábeis tem sua profissão regulamentada

pelo Decreto-lei nº 9.295/464 e suas atribuições definidas pela Resolução nº 560/83,

do Conselho Federal de Contabilidade. (CRC, 2008)

3.2 Áreas de atuação

O bacharel em Ciências Contábeis está capacitado para pesquisar,

analisar e discernir a par de muito bom senso, todo o sistema de informações

econômico-financeiro e patrimonial das Entidades. Bastante amplo, o mercado de

trabalho oferece muitas oportunidades para uma carreira bem sucedida. Atualmente,

a profissão vive um momento áureo. Vale lembrar, onde houver uma empresa,

pequena, média ou grande, sempre existirá a figura do contador.

4 DECRETO-LEI Nº 9.295, DE 27 DE MAIO DE 1946 Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá outras providências - D.O.U. de 28.5.1946

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Profissional liberal, o Contador pode-se dizer um profissional de

múltiplas funções, podendo ser:

. Autônomo;

· Empresário de Contabilidade;

· Auditor Independente, Auditor Interno;

· Consultor Tributário; (grifo nosso)

· Controller;

· Auditor Fiscal;

· Perito Contábil;

· Membro de Conselho Fiscal e de Administração;

· Árbitro em câmaras especializadas;

· Atuar na Área Acadêmica;

· Membro de Comitês de Auditoria;

· Membro em Entidade de Classe;

· Executivo. (CRC, 2008)

A figura 1 demonstra algumas alternativas profissionais para o contador:

Figura 1 – Alternativas Profissionais para o Contador:

Fonte: http://www.marion.pro.br/portal/modules/wfdownloads/singlefile.php?cid=1&lid=437

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3.3 Tarefas do contador

Além disso, baseado na figura 1, pode ser, por exemplo, dentro de

uma empresa, planejador tributário e realizar um planejamento anual baseado em

sua movimentação do ano anterior, para verificar quais formas mais rentáveis de

tributação para o seu negócio. Analista financeiro, e verificar qual melhor forma de

investir o seu dinheiro a uma taxa bem menor no mercado ou gerir o seu caixa. Um

contador geral e realizar tarefas do tipo já citado por SANTOS. Em um cargo

administrativo ou mesmo um controller e gerenciar toda contabilidade de uma

grande empresa. Auditor Interno e preparar a empresa para receber a auditoria

independente. Dentro de uma indústria, ser um contador de custos e principalmente

formar o seu preço de venda. Contador Gerencial, assim como o controller e ter um

cargo administrativo e realizar tarefas pertinentes a função. Um Atuário cuidar da

contabilidade securitária. Um auditor independe e trabalhar em uma das “BIG

FIVES” e auditar outras empresas. Um consultor e dar suporte estratégicos as

empresas. Perito contador, e periciar litígios judiciais ou investigar fraudes contábeis.

No ensino como professor principalmente dos cursos de ciências contábeis.

Pesquisador ou cientista da área. Um escritor renomado. Palestrante, conferencista,

parecerista, ou mediador em cursos, seminários, palestras, encontros, convenções e

congressos. Em órgãos públicos, também como contador, fiscal de rendas ou nas

forças armadas como oficial contador.

Segundo Santos et al. (2003, p. 63):

As principais tarefas desenvolvidas pelo contador são:

• escriturar as operações;

• elaborar as demonstrações contábeis;

• elaborar o planejamento tributário da entidade;

• elaborar as declarações (obrigações acessórias da empresa).

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4 O Consultor

De acordo com (Rosa e Olinquevitch, 2005) O consultor é um

profissional que orientam outros a realizarem seu trabalho, tomarem suas decisões.

Sem estar vinculado permanentemente ao processo de trabalho especifico, é

convocado a estudar questões, analisar problemas, fazer avaliações, opinar, sugerir,

para que outros levem o trabalho adiante, atuando como executores ou como

líderes. O consultor não toma decisões no lugar do empresário, não assume papéis

executivos, embora muitas vezes o cliente queira que ele o faça.

Vejamos alguns exemplos que facilitam a compreensão sobre o

trabalho e o papel do consultor:

• Um especialista em administração escolar que, sobre

numeração do governo ou de organizações particulares, visita escolas, vê como

estão funcionando, conversa com diretores e professores, identifica erros e espaços

para melhoria e, depois disso, orienta a direção da escola para uma mudança que

tornará a instituição mais eficiente.

• Um técnico em informática que é chamado pelas empresas para

dizer quais computadores e software elas devem comprar, como deverão proceder

na implantação de programas. Depois ajuda a adaptar os programas às

necessidades das empresas e acompanha o trabalho de implantação.

• Um alto conhecedor de mercado mundial de aviões, que é

convocado a participar de uma reunião em uma empresa, em que estão sendo

tomadas decisões importantes de estratégias de comércio exterior. As opiniões

desse especialista podem ser de grande valia nesse momento e ele ganha bem para

dá-las.

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• Um chefe de cozinha de destaque que é chamado a fazer o

cardápio de um hotel e emprestar sua “assinatura” a ele.

• Alguém que se tornou especialista na orientação de telefonistas

e sistemas de atendimento telefônico das empresas. Vai á empresa, organiza o

sistema de telefonia, orienta as telefonistas, disciplina os processos todo e manda

conta.

• Um técnico que é solicitado a ler a tradução de um livro e opinar

sobre sua qualidade e adequação para publicação.

Pode-se dizer que o trabalho de um consultor é sofisticado? Não,

muitos consultores realizam tarefas muito mais simples do que se imagina, porém,

mesmo simples, tais tarefas geram benefícios para outros, que estarão dispostos a

pagar por elas.

Quase sempre quem presta serviços de consultoria é alguém “de

fora”. Um consultor empresarial, por exemplo, em geral, não este diretamente

envolvido com a gestão da empresa. Nos últimos tempos, porém, popularizou-se a

figura do consultor interno: aquele que fica dentro da uma organização, mas não tem

lá função regular executiva, intelectual ou técnica, mas sim fica à disposição para

orientação de outros, projetos especiais etc.

Para Fahl, Manhani e Silva (2008, pág. 6).

“Consultor: atua na área financeira e contábil, orientando as

empresas a realizar uma contabilidade e um melhor controle financeiro, tributário e

de custos das atividades empresariais” (grifo nosso).

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5 CONSULTORIA NOS ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE

A Consultoria é um mix de conhecimento, informação que a todo o

momento é atualizada, visão sistêmica, facilidade de encontrar caminhos e soluções,

propensão e arte para a ação, muito bom senso e muita facilidade de interação

pessoal. Enfim, é simples, mas não é fácil, mas pode ser utilizada também em

escritórios de contabilidade.

O contador poderá atuar em diversas frentes quando o assunto é

orientação decisorial.

Em épocas passadas, a figura o contador era vista dentro de um

escritório de contabilidade como um profissional que vivia sentado em sua cadeira

atrás de sua mesa, somente para administrar seu negocio, assinar balanços e

realizar lançamentos de débito e crédito.

Atualmente essa figura de contador é ultrapassada, onde o contador

passa a exercer diversas tarefas dentro de seu local de trabalho, onde, uma dessas

tarefas é se tornando e sendo visto pelos seus clientes com um consultor.

Dentro de seu próprio estabelecimento ou externamente (local do

cliente) e em poder de tomar as informações contábeis e financeiras de seus

clientes, ele pode sugerir, solicitar mudanças, melhoramentos e também fazer

apontamentos de possíveis problemas e indicar soluções para corrigi-los. Com isso

ele está ajudando as empresas de seus clientes a terem uma melhoria significante.

Esta é a atual figura de um contador, ou seja, ele é um

consultor. (grifo nosso)

Não venda consultoria, seja procurado e comprado!

Isso significa que o profissional deve criar e manter constantemente

uma imagem de credibilidade e competência, de tal forma que o mercado é que o

procure e não seja ele que precise estar se vendendo todo o tempo.

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5.1 Vantagens e Desvantagens

Nesse cenário, os escritórios de contabilidade poderão vender

serviços de consultoria, principalmente para as micro, pequenas e médias empresas

e também as recém constituídas, podendo ser em: finanças, custos, “transfer price”,

plano de negócios, “TI”, planejamento tributário, orçamento, controles, ativos

imobilizado, etc. Essas fontes de renda serão geradas, sempre em conjunto com os

serviços já ofertados.

Buscando atender esses serviços contábeis, haverá a necessidade

de buscar ferramentas de gestão empresarial que esteja ligado a contabilidade com

conhecimento em diversas áreas tais como: administração, gestão de pessoas,

marketing, idiomas, etc., ou seja, mais um serviço a parte, o qual o escritório pode

ofertar.

Essa ferramenta de gestão deve ser especializada por meio de

cursos e treinamento técnicos para aprimoramento, melhorando assim os seus

processos.

Não menos importante, mas com uma desvantagem onde se deve

também fazer uma reformulação estrutural das empresas de serviços contábeis para

melhor atender a grande procura desses serviços pretendida pelos

empreendedores.

Cabe aos contabilistas a tarefa de conhecer também as rotinas da

gestão empresarial.

O contador/consultor precisa apresentar ao seu cliente sugestões

principalmente na área que ele mais atua, como exemplo um forte conhecimento na

área jurídica com especialização em ICMS. Com dados que o contador tem através

de livros, balaços e registros contábeis, ele pode apresentar-se como consultor a

este mesmo cliente e assessorar a empresa dele em como reduzir o recolhimento do

ICMS, por exemplo, embasado é claro nas leis e direitos que se enquadra a

atividade desta empresa.

O contador que quer agregar função de consultor a uma empresa

deve cuidar-se para apresentar ao seu cliente que são atividades diferentes com

remuneração diferentes, os serviços contábil e de consultoria. Isto com certeza não

será fácil, pois muitos clientes de escritório contábil tem em mente que o seu

contador tem a obrigação de fazer uma forma de redução de impostos a recolher

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que isto esta dentro das atividades do contador, ai é que o contador tem que deixar

claro que a atividade dele é fazer os lançamentos das Notas Fiscais de entradas e

saídas, realizar a apuração e realizar o recolhimento. O lado estratégico de analisar

onde se pode reduzir, onde se pode isentar ou onde se pode creditar é um outro

serviço a ser realizado, essa é uma função do consultor.

5.2 O Contador como Consultor

As empresas em geral, no sentido de adequação de custos frente à

alta competitividade do mercado, em certas ocasiões, reduzem drasticamente o seu

quadro funcional sem fazê-lo, no entanto, em relação aos trabalhos internos. Nesta

fase de reestruturação dos departamentos muitos empresários tenderão a convocar

CONSULTORES externos para a orientação apropriados a cerca da nova maneira

de trabalhar sem comprometer a qualidade e as exigências necessárias. Desta

forma surge condição favorável ao trabalho do CONTADOR que acompanha o seu

cliente e que tem a possibilidade de auxiliá-lo nesta fase já que em geral entende a

valia com intensidade o impacto dessas mudanças de acordo com seus

conhecimentos práticos, muitas vezes até antecipando e orientado algumas atitudes.

É a figura do contador como consultor aos ingressantes nesse mercado.

5.3 O Serviço de Consultoria em Escritório de Contabilidade

Então, para aqueles que desejam e sonham com esse objetivo,

seguem abaixo algumas dicas muito importantes:

1) Faça um estágio numa empresa de serviços contábeis, para conhecer as

principais áreas de atuação (Contabilidade, Pessoal e Fiscal). Esse estágio

visa ao profissional, adquirir conhecimento prático das rotinas de cada área e

ao mesmo tempo assimilar os conhecimentos obtidos no curso de graduação.

2) Faça contatos com possíveis clientes (Parentes, amigos, etc.), mesmo

aqueles que não tenham empresas, e comece a fazer a “propaganda” de seu

futuro negócio. Tenha certeza, muitas pessoas o ajudarão indicando você a

amigos.

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3) Conheça o funcionamento e visite os órgãos públicos que você terá contato,

tais como: Receita Federa, Estadual, Junta comercia, Prefeitura, etc. Voce

precisa se familiarizar com os trâmites burocráticos para abertura, alteração,

baixa de empresas, obtenção de certidões negativas e demais serviços que

seus clientes precisarão.

4) Não descarte a possibilidade de admitir um ou mais sócios em sua empresa.

A divisão das responsabilidades, outra visão de negócio, maior capital inicial,

são alguns dos pontos positivos.

5) Procure fazer parcerias com outros profissionais e empresas que, de uma

forma ou outra podem fazer indicações de sua empresa, como por exemplo:

advogados, empresas de informática, despachantes, etc.

6) Procure o Sindicato das empresas contábeis de sua região e informe-se sobre

os valores praticados para a execução dos serviços. Lembre-se, você pode

cobrar o preço que quiser, desde que consiga fazer todos os serviços

acordados em contrato. Então, para você ter um parâmetro, não custa nada

verificar com anda a média do mercado.

7) Assine revistas especializadas e contrate uma boa consultoria em legislação

(Contabilidades, Trabalho, Previdência Social, Imposto de Renda e demais

tributos federais, legislação estadual e tributos). O custo mensal é pequeno se

comparado aos benefícios que você terá.

8) Existem varias empresas que oferecem ótimos sistemas desenvolvidos

especificamente para empresas de serviços contábeis. Então, antes de

adquirir um software para sua empresa, faça uma avaliação criteriosa sobre o

suporte oferecido, integração e segurança das informações armazenadas.

Peça uma lista com algumas empresas que já utilizam o sistema e, se

possível, converse diretamente com os usuários.

9) Finalmente, faça um bom planejamento financeiro. Certifique-se de que tenha

recursos financeiros para cobrir suas despesas por um período mínimo de 12

meses. Voce pode até conseguir gerar receitas suficientes para cobrir suas

despesas antes desse prazo, mas, se não conseguir, colocará em risco a

continuidade de seu negócio.

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Enfim, planejar é preciso, mas que vai fazer a diferença na

realização de seus objetivos é a sua determinação em alcançá-los.

Como exemplo, as análises e os diagnósticos cuja ligação com os

serviços contábeis pode estar na obtenção do nível de rentabilidade da empresa, o

retorno sobre o investimento, as questões relativas à capacidade produtiva, a

adequabilidade dos custos e despesas face ao faturamento, o nível de

endividamento e decisões como comprar ou locar equipamentos, a verificação da

produtividade administrativa, a adequabilidade do sistema de arquivos em relação a

sua eficiência, a administração financeira em geral, a análise do quadro de pessoal

sob a ótica dos encargos e exigências correlacionadas, as estratégias fiscais na

redução de impostos, necessidades de capital de giro, projeções de caixa,

estruturação de contas a pagar e receber, acompanhamento na implantação de

sistemas informatizados (padronização), etc.

O contador poderá atuar em diversas frentes quando o assunto é

orientação decisorial.

Nesse sentido, para dar resposta às novas solicitações e atender,

assim, aos novos requisitos impostos como necessários para atuar nesse cenário

em que predomina a necessidade de flexibilidade, seria necessário ao profissional

da Contabilidade desenvolver habilidades e adquirir conhecimentos que lhe

permitissem interagir tanto com as novas tecnologias, quanto com os colegas de

trabalho, dentro dos novos modelos de organização da produção que estavam

sendo implementados pelas empresas.

Nesse âmbito, ganha destaque o discurso que privilegiava as

competências do profissional. (DEITOS, 2008).

Como produto da consultoria contábil, é tudo aquilo que resulta do

processo ou da atividade do consultor, opinião ou juízo de valor, e fica escrito a sua

avaliação em seu parecer.

Nesse sentido como segmento os seguintes produtos:

- Consultoria em tributos;

- Consultoria em custos;

- Consultoria financeira;

- Consultoria societária;

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Consultoria em tributo, considerado por muitos de que os tributos e

contribuições ou encargos trabalhistas representam a maior parcela do passivo e um

alto grau de complexidade da legislação brasileira.

Segundo Hoog (2008 p. 113), A importância da consultoria tributária,

milionário nicho de mercado, pode ser observada pela magnífica quantidade de

impostos, (...), e pela grande lista de obrigações acessórias ou derivadas da

legislação, (...).

Consultoria em custos, “custos” aqui entendida como um sacrifício

financeiro para se obter um bem ou serviço destinado a venda.

Ainda para Hoog (2008, p. 115), A consultoria em custos busca uma visão contemporânea para formação de preço de venda, ou decisão sobre as opções de fabricar partes e peças ou terceirizar estes itens, além de mensurar o ponto de equilíbrio econômico contábil e financeiro de um produto ou serviço para fins de estratégia comercial, inclusive a sua manutenção ou não na linha de produtos ou serviços ofertados ao mercado.

Consultoria Financeira compreende como sendo assessoria para

administração do fluxo de caixa ou uma análise da situação da empresa entendida

como a posição do capital sob a ótica de capacidade de liquidez, geração de caixa,

giro de capital, atividades, funcionamentos e pagamentos de curto prazo ou

financiamento das dívidas.

Consultoria Societária, Orientação sobre os tipos possíveis de

composição de uma sociedade do gênero simples ou empresária, as vantagens e

desvantagens de cada uma, além da orientação da composição do contrato social.

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6 CONCLUSÃO

A Consultoria Contábil é uma nova perspectiva da profissão contábil

a ser pensado.

Vale à pena rever toda gestão de processos dentro de um escritório

de contabilidade e repensar toda forma de atuação dentro desse mercado de

intensas mudanças.

Concluí-se que o novo milênio requisita profissionais cada vez mais

gabaritados para competir no meio profissional, constatando a riqueza da teoria

sobre as organizações de aprendizagem, num momento de mudanças. Por mais que

não queiram ver as pessoas e o mercado de trabalho está mudando, e isso exige

uma nova postura profissional. No caso particular do profissional contábil, este

deverá agregar ao seu currículo valores como: possuir espírito investigativo,

consciência crítica e sensibilidade ética, investir em educação continuada, ter

responsabilidade no contexto social e ambiental, conhecer a cultura de outros

países, possuírem imaginação, criatividade, iniciativa de liderança, ser conhecedor

profundo da sua arte, a contabilidade, resultado de debates e estudos constantes, se

comunicar em mais de um idioma, ter habilidades na tecnologia da informação e

domínio total da informática, possuir habilidades interpessoais para colaboração e

trabalho em equipe, enfim construtor do século XXI.

No capítulo V foram atendidos os principais objetivos do trabalho,

onde se identificam os principais usuários da consultoria contábil, as vantagens e

também as desvantagens para os escritórios de contabilidade e seus clientes dos

serviços de contabilidade em se trabalhar também com consultoria contábil e qual a

melhor forma de gerir esses serviços, sem os mesmos prejudiquem os outros

serviços.

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VIEIRA, Maria das Graças. A ética na profissão contábil. São Paulo: IOB – Thomson, 2006. ______.www.cfc.org.br – acesso em 25/04/2008 ______.www.crcsp.org.br – acesso em 25/04/2008 ______.www.portaldecontabilidade.com.br – acesso em 25/04/2008 ______.www.marion.pro.br – acesso em 25/04/2008

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ANEXOS

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ANEXO A - DECRETO-LEI Nº 9.295, DE 27 DE MAIO DE 1946

D.O.U. de 28.5.1946

Cria o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do

Guarda-livros, e dá outras providências

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 180 da

Constituição,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE E DOS CONSELHOS

REGIONAIS

Art. 1º Ficam criados o Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos

Regionais de Contabilidade, de acordo com o que preceitua o presente Decreto-lei.

Art. 2º A fiscalização do exercício da profissão, de contabilista, assim atendendo-se

os profissionais habilitados como contadores e guarda-livros, de acordo com as

disposições constantes do Decreto nº 20.158, de 30 de Junho de 1931, Decreto nº

21.033, de 8 de Fevereiro de 1932, Decreto-lei número 6.141, de 28 de Dezembro

de 1943 e Decreto-lei nº 7.988, de 22 de Setembro de 1945, será exercida pelo

Conselho Federal de Contabilidade e pelos Conselhos Regionais de Contabilidade a

que se refere o artigo anterior.

Art. 3º Terá sua sede no Distrito Federal o Conselho Federal de Contabilidade, ao

qual ficam subordinado os Conselhos Regionais.

Art. 4º O Conselho Federal de Contabilidade será constituído de nove (9) membros

brasileiros, com habilitação profissional legalmente adquirida, e obedecerá à

seguinte composição:

a) um dos membros designado pelo Governo Federal e que será o presidente do

Conselho;

b) os demais serão escolhidos em Assembléia que se realizará no Distrito Federal,

na qual tomará, parte uma representação de cada associação profissional ou

sindicato de classe composta de três membros, sendo dois contadores e um guarda-

livros.

Parágrafo único. A Constituição do Conselho Federal de Contabilidade obedecerá,

em relação aos membros enumerados e na alínea b deste artigo a seguinte

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proporção: dois terços de contadores e um terço de guarda-livros. (Redação dada

pela Lei nº 570, de 22.12.1964)

Art. 5º O mandato dos membros do Conselho Federal de Contabilidade durará três

anos, salvo o do representante do Governo Federal. (Redação dada pelo Decreto

Lei nº 9.710, de 3.9.1946)

Parágrafo único. Um terço dos membros do Conselho Federal será renovado para o

seguinte triênio

Art. 6º São atribuições do Conselho Federal de Contabilidade:

a) organizar o seu Regimento Interno;

b) aprovar os Regimentos Interno organizados pelos Conselhos Regionais

modificando o que se tornar necessário, a fim de manter a respectiva unidade de

ação;

c) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas nos Conselhos Regionais e

dirimi-las;

d) decidir, em última instância, recursos de penalidade imposta pelos Conselhos

Regionais;

e) publicar o relatório anual de seus trabalhos, em que deverá figurar a relação de

todos os profissionais registrados.

Art. 7º – Ao Presidente compete, além da direção do Conselho suspensão de

qualquer decisão que mesmo tome e lhe pareça inconveniente.

Parágrafo único – O ato da suspensão vigorará até novo julgamento do caso, para o

qual o Presidente convocará segunda reunião no prazo de quinze dias, a contar de

seu ato, e se segundo julgamento o Conselho mantiver, por dois terços de seus

membros, a decisão suspensa, esta entrará em vigor imediatamente.

Art. 8º – Constitui renda do Conselho Federal de Contabilidade:

a) 1/5 da renda bruta de cada Conselho Regional nela não se compreendendo

doações, legados e subvenções;

b) doações e legados;

c) subvenções dos Governos.

Art. 9º – Os Conselhos Regionais de Contabilidade serão organizados nos moldes

do Conselho Federal, cabendo a êste fixar-lhes o número de componentes,

determinando a forma da eleição local para sua composição, inclusive do respectivo

Presidente.

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Parágrafo único – O Conselho promoverá a instalação, nos Estados, nos Territórios

e nos Municípios dos Órgãos julgados necessários, podendo estender-se a mais de

um Estado a ação de qualquer deles.

Art. 10 – São atribuições dos Conselhos Regionais:

a) expedir e registrar a carteira profissional prevista no artigo 17. (Redação dada

pelo Decreto Lei nº 9.710, de 3.9.1946)

b) examinar reclamações a representações escritas acerca dos serviços de registro

e das infrações dos dispositivos legais vigentes, relativos ao exercício da profissão

de contabilista, decidindo a respeito;

c) fiscalizar o exercício das profissões de contador e guarda-livros, impedindo e

punindo as infrações, e bem assim, enviando às autoridades competentes

minuciosos e documentados relatórios sobre fatos que apurarem, e cuja solução ou

repressão não seja de sua alçada;

d) publicar relatório anual de seus trabalhos e a relação dos profissionais

registrados;

e) elaborar a proposta de seu regimento interno, submetendo-o à aprovação do

Conselho Federal de Contabilidade;

f) representar ao Conselho Federal Contabilidade acerca de novas medidas

necessárias, para regularidade do serviço e para fiscalização do exercício das

profissões previstas na alínea "b", deste artigo;

g) admitir a colaboração das entidades de classe nos casos relativos à matéria das

alíneas anteriores

Art. 11 – A renda dos Conselhos Regionais será constituída do seguinte:

a) 4/5 da taxa de expedição das carteiras profissionais estabelecidas no art. 17 e

seu parágrafo único;

b) 4/5 das multas aplicadas conforme alínea "b," do artigo anterior,

c) 4/5 da arrecadação da anuidade prevista no art. 21 e seus parágrafos.

d) doações e legados;

e) subvenções dos Governos.

CAPÍTULO II

DO REGISTRO DA CARTEIRA PROFISSIONAL

Art. 12. – Os profissionais a que se refere este Decreto-lei, somente poderão exercer

a profissão depois de regularmente registrados no órgão competente do Ministério

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da Educação e Saúde e ao Conselho Regional de Contabilidade a que estiverem

sujeitos.

Parágrafo único – O exercício da profissão, sem o registro a que alude este artigo,

será considerado como infração do presente Decreto-lei.

Art. 13 – Os profissionais punidos por inobservância do artigo anterior, e seu

parágrafo único, não poderão obter o registro sem provar o pagamento das multas

em que houverem incorrido.

Art. 14 – Se o profissional, registrado em qualquer dos Conselhos Regionais de

Contabilidade mudar de domicílio, fará visar, no Conselho Regional a que o novo

local dos seus trabalhos estiver sujeito, a carteira profissional de que trata o art. 17

Considera-se que há mudança, desde que o profissional exerça qualquer das

profissões, no novo domicílio, por prazo maior de noventa dias.

Art. 15 – Os indivíduos, firmas, sociedades, associações, companhias e empresas

em geral, e suas filiais que exerçam ou explorem, sob qualquer forma, serviços

técnicos contábeis, ou a seu cargo tiverem alguma seção que a tal se destine,

somente poderão executar os respectivos serviços, depois de provarem, perante os

Conselhos de Contabilidade que os encarregados da parte técnica são

exclusivamente profissionais habilitados e registrados na forma da lei.

Parágrafo único – As substituições dos profissionais obrigam a nova, prova, por

parte das entidades a que se refere êste artigo.

Art. 16 – O Conselho Federal organizará, anualmente, com as alterações havidas e

em ordem alfabética, a relação completa dos registros, classificados conforme os

títulos de habilitação e a fará publicar no Diário Oficial.

Art. 17. A todo profissional registrado de acordo com este Decreto-lei, será entregue

uma carteira profissional, numerada, registrada e visada no Conselho Regional

respectivo, a qual conterá: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 9.710, de 3.9.1946)

a) seu nome por extenso;

b) sua filiação;

c) sua nacionalidade e naturalidade;

d) a data do seu nascimento;

e) denominação da escola em que se formou ou declaração de sua categoria de

provisionado;

f) a data em que foi diplomado ou provisionado, bem como, indicação do número do

registro no órgão competente do Departamento Nacional de Educação;

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g) a natureza do título ou dos títulos de sua habilitação;

h) o número do registro do Conselho Regional respectivo;

i) sua fotografia de frente e impressão dactiloscópica do polegar;

j) sua assinatura.

Parágrafo único. A expedição da carteira fica sujeita à taxa de Cr$ 30,00 (trinta

cruzeiros) .

Art. 18. A carteira profissional substituirá, o diploma ou o título de provisionamento

para os efeitos legais; servirá de carteira de identidade e terá fé pública.

Art. 19. As autoridades federais, estaduais e municipais, só receberão impostos

relativos ao exercício da profissão de contabilista, mediante exibição da carteira a

que se refere o art. 18.

Art. 20. Todo aquele que, mediante anúncios, placas, cartões comerciais, ou outros

meios. se propuser ao exercício da profissão de contabilista, em qualquer de seus

ramos, fica sujeito às penalidades aplicáveis ao exercício ilegal da profissão, se não

estiver devidamente registrado.

Parágrafo único. Para fins de fiscalização, ficam os profissionais obrigados a

declarar, em todo e qualquer trabalho realizado e nos elementos previstos neste

artigo, a sua categoria profissional de contador ou guarda-livros, bem como o

número de seu registro no Conselho Regional.

CAPÍTULO III

DA ANUIDADE DEVIDA AOS CONSELHOS REGIONAIS

Art. 21. Os profissionais, diplomados ou não, registrados de acordo com o que

preceitua o presente Decreto-lei ficam obrigados ao pagamento uma anuidade de

vinte cruzeiros (Cr$ 20,00) ao Conselho Regional de jurisdição.

§ 1º O pagamento da, anuidade será efetuado até 31 de Março de cada ano,

devendo, no primeiro ano de exercício da profissão, realizar-se por ocasião de ser

expedida a carteira profissional.

§ 2º O pagamento da anuidade fora do prazo estabelecido pelo parágrafo primeiro

far-se-á no dobro da importância estabelecida neste artigo.

Art. 22. As firmas, sociedades, empresas, companhias, ou quaisquer organizações

que explorem qualquer ramo dos serviços contábeis ficam obrigadas a pagar uma

anuidade de cem cruzeiros (Cr$ 100,00) ao Conselho Regional a cuja jurisdição

pertencerem.

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§ 1º O pagamento desta anuidade deverá ser feito dentro do prazo estabelecido no

parágrafo 1º do artigo 21, observando, para os casos de pagamento fora do prazo, o

que estabelece o parágrafo 2º do mesmo artigo.

§ 2º O pagamento da primeira anuidade deverá ser feito por ocasião da inscrição

inicial no Conselho Regional.

Art. 23. Quando um profissional ou uma organização que explore qualquer dos

ramos dos serviços contábeis tiver exercício em mais de uma região deverá, pagar a

anuidade ao Conselho Regional, em cuja jurisdição tiver sede, devendo, porém,

registrar-se em todos os demais Conselhos interessados e comunicar por escrito a

esses Conselhos, até 31 de Março de cada ano, a continuação de sua atividade,

ficando o profissional, além disso, obrigado, quando requerer o registro em

determinado Conselho, a submeter sua carteira profissional ao visto do respectivo

Presidente.

Art. 24. Somente poderão ser admitidos à execução de serviços públicos

contabilidade, inclusive à organização dos mesmos, por contrato particular, sob

qualquer modalidade. o profissional ou pessoas jurídicas que provem quitação de

suas anuidades de outras contribuições a que estejam sujeitos.

CAPÍTULO IV

DAS ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS

Art. 25. São considerados trabalhos técnicos de contabilidade:

a) organização e execução de serviços de contabilidade em geral;

b) escrituração dos livros de contabilidade obrigatórios, bem como de todos os

necessários no conjunto da organização contábil e levantamento dos respectivos

balanços e demonstrações;

c) perícias judiciais ou extra-judiciais, revisão de balanços e de contas em geral,

verificação de haveres revisão permanente ou periódica de escritas, regulações

judiciais ou extra-judiciais de avarias grossas ou comuns, assistência aos Conselhos

Fiscais das sociedades anônimas e quaisquer outras atribuições de natureza técnica

conferidas por lei aos profissionais de contabilidade.

Art. 26. Salvo direitos adquiridos ex-vi do disposto no art. 2º do Decreto nº 21.033,

de 8 de Fevereiro de 1932, as atribuições definidas na alínea c do artigo anterior são

privativas dos contadores diplomados.

CAPÍTULO V

DAS PENALIDADES

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Art. 27. As penalidades aplicáveis por infração do exercício legal da profissão serão

as seguintes:

a) multa de Cr$ 500,00 a Cr$..... 1.000,00 aos infratores dos artigo 12 e 26 deste

Decreto-lei;

b) multas de Cr$ 500,00 a Cr$.... 1.000,00 aos profissionais e de Cr$ 1.000,00 a Cr$

5.000,00 às firmas, sociedades, associações, companhias e empresas, quando se

tratar de infração dos arts. 15 e 20 e respectivos parágrafos;

c) multa de Cr$ 200,00 a Cr$ 500,00 aos infratores de dispositivos não mencionados

nas alíneas precedentes ou para os quais não haja indicação de penalidade

especial;

d) suspensão do exercício da profissão aos profissionais que, dentro do âmbito de

sua atuação e no que se referia à parte técnica, forem responsáveis por qualquer

falsidade de documentos que assinarem e pelas irregularidades de escrituração

praticadas no sentido de fraudar as rendas publicas (Decreto-lei nº 5.844, de 23-9-

1943, artigo 39, parágrafo primeiro);

e) suspensão do exercício da profissão, pelo prazo de seis meses a um ano, ao

profissional que demonstrar incapacidade técnica no desempenho de suas funções,

a critério do Conselho Regional de Contabilidade a que estiver sujeito, facultada,

porém, ao interessado a mais ampla defesa por si ou pelo Sindicato a que pertencer.

Art. 28. São considerados como exercendo ilegalmente a profissão e sujeitos à pena

estabelecida na alínea a do artigo anterior:

a) os profissionais que desempenharem quaisquer das funções especificadas na

alínea c, do artigo 25 sem possuírem, devidamente legalizado, o título a que se

refere o artigo 26 deste Decreto-lei;

b) os profissionais que, embora legalmente habilitados, não fizerem, ou com

referência a eles não for feita a comunicação exigida no artigo 15 e seu parágrafo

único.

Art. 29. O profissional suspenso do exercício da profissão fica obrigado a depositar a

carteira profissional ao Conselho Regional de Contabilidade que tiver aplicado a

penalidade, até a expiração do prazo de suspensão, sob pena de apreensão desse

documento.

Art. 30. A falta de pagamento de multa devidamente confirmada, importará,

decorridos trinta (30) dias da notificação, em suspensão, por noventa dias, do

profissional ou da organização que nela, tiver incorrido.

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Art. 31. As penalidades estabelecidas neste Capítulo não isentam de outras, em que

os infratores hajam incorrido, por violação de outras leis.

Art. 32. Das multas impostas pelos Conselhos Regionais poderá, dentro do prazo de

sessenta dias, contados da notificação, ser interposto recurso, sem efeito

suspensivo, para o Conselho Federal de Contabilidade.

§ 1º Não se efetuando amigàvelmente o pagamento das multas, serão estas

cobradas pelo executivo fiscal, na forma da legislação vigente.

§ 2º Os autos de infração, depois de Julgados definitivamente, contra o infrator,

constituem títulos de dívida líquida e certa para efeito de cobrança a que se refere o

parágrafo anterior.

§ 3º São solidàriamente responsáveis pelo pagamento das multas os infratores e os

indivíduos, firmas, sociedades, companhias, associações ou empresas a cujos

serviços se achem.

Art. 33. As penas de suspensão do exercício serão impostas aos profissionais pelos

Conselhos Regionais, recurso para o Conselho Federal Contabilidade.

Art. 34. As multas serão aplicadas no grau máximo quando os infratores já tiverem

sido condenados, por sentença passada em julgado, em virtude da violação de

dispositivos legais.

Art. 35. No caso de reincidência mesma infração, praticada dentro prazo de dois

anos, a penalidade se elevada ao dobro da anterior.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 36. Aos Conselhos Regionais de Contabilidade fica cometido o cargo de dirimir

quaisquer dúvidas suscitadas acerca das atribuições de que trata o capítulo IV, com

recurso suspensivo para o Conselho Federal Contabilidade, a quem compete decidir

em última instância sobre a matéria.

Art. 37. A exigência da carteira profissional de que trata o Capítulo II somente será

efetiva a partir 180 dias, contados da instalação respectivo Conselho Regional.

Art. 38. Enquanto não houver associações profissionais ou sindicatos em alguma

das regiões econômica que se refere a letra b, do art. 4º a designação dos

respectivos representantes caberá ao Delegado Regional do Trabalho, ou ao Diretor

do Departamento Nacional do Trabalho, conforme a jurisdição onde ocorrer a falta.

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Art. 39. A renovação de um terço dos membros do Conselho Federal, a que alude o

parágrafo único do art. 5º, far-se-á no primeiro Conselho mediante sorteio para os

dois triênios subseqüentes. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 9.710, de 3.9.1946)

Art. 40. O presente Decreto-lei entrará em vigor trinta (30) dias após sua publicação

no Diário Oficial.

Art. 41. Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 27 de Maio de 1946, 125º da Independência e 58º da República.

EURICO G. DUTRA.

Octacílio Negrão de Lima.

Carlos Coimbra da Luz.

Gastão Vidigal.

Ernesto de Souza Campos

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ANEXO B - RESOLUÇÃO CFC 560 DE 28 DE OUTUBRO DE 1983

REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE CONTADOR

Dispõe sobre as PRERROGATIVAS PROFISSIONAIS de que trata o artigo 25 do

Decreto-Lei nº 9.295,de 27 de maio de 1946.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições

legais e regimentais,

CONSIDERANDO os termos do Decreto-Lei nº 9.295-46, que em seu artigo 25

estabelece as atribuições dos profissionais da Contabilidade, e que no 36 declara-o

o órgão ao qual compete decidir, em última instância , as dúvidas suscitadas na

interpretação dessas atribuições;

CONSIDERANDO a necessidade de uma revisão das Resoluções nºs 107-58, 115-

59 e 404-75, visando a sua adequação às necessidades de um mercado de trabalho

dinâmico, e ao saneamento de problemas que se vêm apresentando na aplicação

dessas Resoluções;

CONSIDERANDO que a Contabilidade , fundamentando-se em princípios, normas e

regras estabelecidas a partir do conhecimento abstrato e do saber empírico, e não a

partir de leis naturais, classifica-se entre as ciências humanas e, até mais

especificamente, entre as aplicadas, e que a sua condição científica não pode ser

negada, já que é irrelevante a discussão existente em ralação a todas as ciências

ditas "humanas", sobre elas são "ciências" no sentido clássico, "disciplinas

cientificas" ou similares;

CONSIDERANDO ser o patrimônio o objeto fundamental da Contabilidade,

afirmação que encontra apoio generalizado entre os autores, chegando alguns a

designá-la, simplesmente, por "ciência do patrimônio, cabe observar que o

substantivo "patrimônio" deve ser entendido em sua acepção mais ampla que

abrange todo os aspectos quantitativos e qualitativos e suas variações, em todos os

tipos de entidades, em todos os tipos de pessoas, físicas ou jurídicas, e que adotado

tal posicionamento a Contabilidade apresentar-se á, nos seus alicerces, como teoria

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de valor, e que até mesmo algumas denominações que parecem estranhas para a

maioria, como a contabilidade ecológica, encontrarão guarida automática no

conceito adotado;

CONSIDERANDO ter a Contabilidade formas próprias de expressão e se exprime

através da apreensão, quantificação, registro , relato análise e revisão de fatos e

informações sobre o patrimônio das pessoas e entidades, tanto em termos físicos

quanto monetários;

CONSIDERANDO não estar cingida ao passado a Contabilidade, concordando a

maioria dos autores com a existência da contabilidade orçamentária ou, mais

amplamente, prospectiva, conclusão importantíssima, por conferir um caráter

extraordinariamente dinâmico a essa ciência;

CONSIDERANDO que a contabilidade visa à guarda de informações e ao

fornecimento de subsídios para a tomada de decisões, além daquele objetivo

clássico da guarda de informações com respeito a determinadas formalidades,

RESOLVE:

RESOLUÇÃO CFC Nº 560 de 28 de outubro de 1983

Capitulo I - DAS ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS DOS CONTABILISTAS

Art. l º O exercício das atividades compreendidas na Contabilidade, considerada esta

na sua plena amplitude e condição de ciência Aplicada, constitui prerrogativa, sem

exceção, dos contadores e dos técnicos em contabilidade legalmente habilitados,

ressalvas as atribuições privativas dos contadores.

Art. 2º O Contabilista pode exercer as suas atividades na condição de profissional

liberal ou autônomo, de empregado regido pela CLT, de servidor público, de militar,

de sócio de qualquer tipo de sociedade, de diretor ou de Conselheiro de quaisquer

entidades, ou em qualquer outra situação jurídica pela legislação, exercendo

qualquer tipo de função

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Essas funções poderão ser as de:

analista, assessor, assistente, auditor ,interno ou externo, conselheiro, consultor,

controlador de arrecadação, "controller", educador, escritor ou articulista técnico,

escriturador contábil ou fiscal, executador subordinado, fiscal de tributos, legislador,

organizador, perito, pesquisador, planejador, professor ou conferencista, redator,

revisor,

Essas funções poderão ser exercidas em cargos como os de:

chefe, subchefe, diretor, responsável, encarregado, supervisor, superintendente,

gerente, subgerente, de todas as unidades administrativas onde se processem

serviços contábeis.

Quanto à titulação, poderá ser de:

contador, contador de custos, contador departamental, contador de filial, contador

fazendário, contador fiscal, contador geral, contador industrial, contador patrimonial,

contador público, contador revisor, contador seccional ou setorial, contadoria,

técnico em contabilidade, departamento, setor, ou outras semelhantes, expressando

o seu trabalho através de:

aulas, balancetes, balanços, cálculos e suas memórias, certificados, conferências,

demonstrações, laudos periciais, judiciais, e extrajudiciais, levantamentos, livros ou

teses científicas, livros ou folhas ou fichas escriturados, mapas ou planilhas

preenchidas, papéis de trabalho, pareceres, planos de organização ou

reorganização, com texto, organogramas, fluxogramas, cronogramas, e outros

recursos técnicos semelhantes, prestação de conta, projetos, relatórios, e todas as

demais formas de expressão, de acordo com as circunstâncias.

Art.3º São atribuições privativas dos profissionais da contabilidade:

1) - avaliação de acervos patrimoniais e verificação de haveres e obrigações, para

quaisquer finalidades, inclusive de natureza fiscal.

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2) - avaliação dos fundos do comércio

3) - apuração do valor patrimonial de participações, quotas ou ações;

4) - reavaliações e medição dos efeitos das variações do poder aquisitivo da moeda

sobre o patrimônio e o resultado periódico de quaisquer entidades;

5) - apuração de haveres e avaliação de direitos e obrigações, do acervo patrimonial

de quaisquer entidades, em vista de liquidação, fusão, cisão, expropriação no

interesse público ,transformação ou incorporação dessas entidades, bem como em

razão de entrada, retirada, exclusão ou falecimentos de sócios quotistas ou

acionistas;

6) - concepção dos planos de determinação das taxas de depreciação e exaustão

dos bens materiais e dos de amortização dos valores imateriais inclusive de valores

diferidos;

7) - implantação e aplicação dos planos de depreciação, amortização e diferimento,

bem como de correções monetárias e reavaliações;

8) - regulações judiciais ou extrajudiciais;

9) - escrituração regular, oficial ou não, de todos os fatos relativos aos patrimônios e

às variações patrimoniais das entidades, por quaisquer métodos, técnicos ou

processo;

10) - classificação dos fatos para registro contábeis, por qualquer processo, inclusive

computação eletrônica, e respectiva validação dos registros e demonstrações;

11) - abertura e encerramento de escritas contábeis;

12) - execução dos serviços de escrituração em todas as modalidades específicas,

conhecidas por denominações que informam sobre o ramo de atividade, como

contabilidade bancária, contabilidade comercial, contabilidade de condomínio,

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contabilidade industrial, contabilidade imobiliária, contabilidade macroeconômica,

contabilidade seguros, contabilidade de serviços contabilidade pública, contabilidade

agrícola, contabilidade pastoril, contabilidade das entidades de fins ideais,

contabilidade de transportes , e outras;

13) - controle de formalização, guarda , manutenção ou destruição de livros e outros

meios de registro contábeis, bem como dos documentos relativos à vida patrimonial;

14) - elaboração de balancetes e de demonstrações do movimento por contas ou

grupos de contas, de forma analítica ou sintética;

15) - levantamento de balanços de qualquer tipo ou natureza e para quaisquer

finalidades, como balanços patrimoniais, balanços de resultados, balanços

acumulados ,balanços de origens de recursos, balanços de fundos, balanços

financeiros, balanços de capitais, e outros;

16) - tradução, em moeda nacional, das demonstrações contábeis originalmente em

moeda estrangeira e vice-versa;

17) - integração de balanços, inclusive consolidações, também de subsidiárias do

exterior;

18) - apuração, cálculo e registro de custos, em qualquer sistema ou concepção:

custeio por absorção ou global, total ou parcial; custeio direto, marginal ou variável ;

custeio por centro de responsabilidade com valores reais, normalizados ou

padronizados, históricos ou projetados, com registros em partidas dobrados ou

simples , fichas, mapas, planilhas, folhas simples ou formulários contínuos ,com

manual, mecânico, computadorizado ou outro qualquer, para todas as finalidades,

desde a avaliação de estoques até a tomada de decisão sobre a forma mais

econômica sobre como, onde, quando e o que produzir e vender;

19) - análise de custos e despesas, em qualquer modalidade, em relação a

quaisquer funções como a produção, administração, distribuição, transportes,

comercialização, exportação, publicidade, e outras, bem como análise com vistas à

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racionalização das operações e do uso de equipamentos e materiais, e ainda a

otimização do resultado diante do grau de ocupação ou volume de operações;

20) - controle, avaliação e estudo da gestão econômica, financeira e patrimonial das

empresa e demais entidades;

21) - análise de custos com vistas ao estabelecimento dos preços de venda de

mercadorias, produtos ou serviços, bem como de tarifas nos serviços públicos, e a

comprovação dos reflexos dos aumentos de custos nos preços de venda, diante de

órgãos governamentais;

22) - análise de balanços;

23) - análise do comportamento das receitas;

24) - avaliação do desempenho das entidades e exame das causas de insolvência

ou incapacidade de geração de resultado;

25) - estudo sobre a destinação do resultado e cálculo do lucro por ação ou outra

unidade de capital investido;

26) - determinação de capacidade econômica-financeira das entidades, inclusive nos

conflitos trabalhistas e de tarifa;

27) - elaboração de orçamentos de qualquer tipo, tais como econômicos, financeiros,

patrimoniais e de investimentos;

28) - programação orçamentária e financeira, e acompanhamento da execução de

orçamentos-programa, tanto na parte física quanto na monetária;

29) - análise das variações orçamentárias;

30) - conciliações de conta;

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31) - organização dos processos de prestação de contas das entidades e órgãos da

administração pública federal, estadual, municipal, dos territórios federais, das

autarquias, sociedade de economia mista, empresas públicas e fundações de direito

público, a serem julgados pelos tribunais, conselhos de contas ou órgãos similares;

32) - revisões de balanços, contas ou quaisquer demonstrações ou registro

contábeis;

33) - auditoria interna operacional;

34) - auditoria externa independente;

35) - perícias contábeis, judiciais e extrajudiciais;

36) - fiscalização tributária que requeira exame ou interpretação de peças contábeis

de qualquer natureza;

37) - organização dos serviços contábeis quanto à concepção, planejamento e

estrutura material, bem como o estabelecimento de fluxogramas de processamento,

cronogramas, organogramas, modelos de formulários e similares;

38) - planificação das contas, com a descrição das suas funções e do funcionamento

dos serviços contábeis;

39) - organização e operação dos sistemas de controle interno;

40) - organização e operação dos sistemas de controle patrimonial, inclusive quanto

à existência e localização física dos bens;

41) - organização e operação dos sistemas de controle de materiais, matérias-

primas, mercadorias e produtos semifabricados e prontos, bem como dos serviços

em andamento;

42) - assistência aos conselhos fiscais das entidades, notadamente das sociedades

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por ações;

43) - assistência aos comissários nas concordatas, aos síndicos nas falências, e aos

liquidantes de qualquer massa ou acervo patrimonial;

44) - magistério das disciplinas compreendidas na Contabilidade, em qualquer nível

de ensino no de pós-graduação;

45) - participação em bancas de exame e em comissões julgadoras de concursos,

onde sejam aferidos conhecimentos relativos à Contabilidade;

46) - estabelecimento dos princípios e normas técnicas de Contabilidade;

47) - declaração de Imposto de Renda, pessoa jurídica;

48) - demais atividades inerentes às Ciências Contábeis e suas aplicações.

§ 1º São atribuições privativas dos contadores, observado o disposto no § 2º, as

enunciadas neste artigo, sob os números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25,

26, 29, 30, 32, 33, 34, 35, 36, 42, 43, além dos 44 e 45, quando se referirem a nível

superior. (redação alterada pela Resolução CFC 898/2001)

§ 2º Os serviços mencionados neste artigo sob os números 5, 6, 22, 25, 30, somente

poderão ser executados pelos Técnicos em Contabilidade da qual sejam titulares.

Art. 4º O contabilista deverá apor sua assinatura, categoria profissional e número de

registro no CRC respectivo, em todo e qualquer trabalho realizado.

Capítulo II - DAS ATIVIDADES COMPARTILHADAS

Art. 5º Consideram-se atividades compartilhadas, aquelas cujo exercício é

prerrogativa também de outras profissões, entre as quais:

1) - elaboração de planos técnicos de financiamento e amortização de empréstimos,

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incluídos no campo da matemática financeira;

2) - elaboração de projetos e estudos sobre operações financeiras de qualquer

natureza, inclusive de debêntures, "leasing" e "lease-beck";

3) - execução de tarefas no setor financeiro, tanto na área pública quanto privada;

4) - elaboração e implantação de planos de organização ou reorganização;

5) - organização de escritórios e almoxarifados;

6) - organização de quadros administrativos

7) - estudos sobre a natureza e os meios de compra e venda de mercadorias e

produtos, bem como o exercício das atividades compreendidas sob os títulos de

"mercadologia" e "técnicas comerciais" ou "merceologia";

8) - concepção, redação e encaminhamento, ao Registro Público, de contratos,

alterações contratuais, atas, estatutos e outros atos da sociedade civis e comerciais;

9) - assessoria fiscal;

10) - planejamento tributária;

11) - elaboração de cálculos, análises e interpretação de amostragens aleatórias ou

probabilísticas;

12) - elaboração e análise de projetos, inclusive quanto à viabilidade econômica;

13) - análise de circulação de órgãos de imprensa e aferição das pesquisas de

opinião pública;

14) - pesquisas operacionais;

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15) - processamento de dados;

16) - análise de sistemas de seguros e fundos de benefícios;

17) - assistência aos órgãos administrativos das entidades;

18) - exercício de quaisquer funções administrativas; e

19) - elaboração de orçamentos macroeconômicos.

Art.6º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as

Resoluções 107-58, 115-59, e 404-75.

Rio de Janeiro, 28 de outubro de 1.983

Contador João Verner Juenemann – Presidente

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ANEXO C - RESOLUÇÃO CFC Nº 803

Aprova o Código de Ética Profissional do Contabilista – CEPC.

O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais

e regimentais,

CONSIDERANDO que o Código de Ética Profissional do Contabilista aprovado em

1970 representou o alcance de uma meta que se tornou marcante no campo do

exercício profissional;

CONSIDERANDO que decorridos 26 (vinte e seis) anos de vigência do Código de

Ética Profissional do Contabilista, a intensificação do relacionamento do profissional

da Contabilidade com a so-ciedade e com o próprio grupo profissional exige uma

atualização dos conceitos éticos na área da atividade contábil;

CONSIDERANDO que nos últimos 5 (cinco) anos o Conselho Federal de

Contabilidade vem colhendo sugestões dos diversos segmentos da comunidade

contábil a fim de aprimorar os princípios do Código de Ética Profissional do

Contabilista – CEPC;

CONSIDERANDO que os integrantes da Câmara de Ética do Conselho Federal de

Contabilidade após um profundo estudo de todas as sugestões remetidas ao órgão

federal, apresentou uma redação final,

RESOLVE:

Art. 1º Fica aprovado o anexo Código de Ética Profissional do Contabilista.

Art. 2º Fica revogada a Resolução CFC nº 290-70.

Art. 3º A presente Resolução entra em vigor na data de sua aprovação.

Brasília, 10 de outubro de 1996.

José Maria Martins Mendes – Presidente

Capítulo I

DO OBJETIVO

Art. 1º Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual se

devem conduzir os Contabilistas, quando no exercício profissional.

Capítulo II

DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES

Art. 2º São deveres do contabilista:

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I - exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a

legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou

empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais;

II - guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito,

inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou

quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais

de Contabilidade;

III - zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a

seu cargo;

IV - comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento

reservado, eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que

lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e

executores;

V - inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre

qualquer caso;

VI - renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança

por parte do cliente ou empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de

antecedência, zelando, contudo, para que os interesses dos mesmos não sejam

prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos da renúncia;

VII - se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos que

devam chegar ao conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho

das funções a serem exercidas;

VIII - manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o

exercício da profissão;

IX - ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja

propugnando por remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalho

compatíveis com o exercício ético-profissional da Contabilidade e seu

aprimoramento técnico.

Art. 3º No desempenho de suas funções é vedado ao Contabilista:

I - anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo

que resulte na diminuição do colega, da Organização Contábil ou da classe, sendo

sempre admitida a indicação de títulos, especializações, serviços oferecidos,

trabalhos realizados e relação de clientes;

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II - assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com

prejuízo moral ou desprestígio para a classe;

III - auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não

decorra exclusivamente de sua prática lícita;

IV - assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio à

sua orientação, supervisão e fiscalização;

V - exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o

seu exercício aos não habilitados ou impedidos;

VI - manter Organização Contábil sob forma não autorizada pela legislação

pertinente;

VII - valer-se de agenciador de serviços, mediante participação desse nos

honorários a receber;

VIII - concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinado a

fraudá-la ou praticar, no exercício da profissão, ato definido como crime ou

contravenção;

IX - solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem que

saiba para aplicação ilícita;

X - prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua

responsabilidade profissional;

XI - recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem,

comprovadamente, confiadas;

XII - reter abusivamente livros, papéis ou documentos, comprovadamente

confiados à sua guarda;

XIII - aconselhar o cliente ou o empregador contra disposições expressas em

lei ou contra os Princípios Fundamentais e as Normas Brasileiras de Contabilidade

editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;

XIV - exercer atividade ou ligar o seu nome a empreendimentos com

finalidades ilícitas;

XV - revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador para

acordo ou transação que, comprovadamente, tenha tido conhecimento;

XVI - emitir referência que identifique o cliente ou empregador, com quebra de

sigilo profissional, em publicação em que haja menção a trabalho que tenha

realizado ou orientado, salvo quando autorizado por eles;

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XVII - iludir ou tentar iludir a boa fé de cliente, empregador ou de terceiros,

alterando ou deturpando o exato teor de documentos, bem como fornecendo falsas

informações ou elaborando peças contábeis inidôneas;

XVIII - não cumprir, no prazo estabelecido, determinação dos Conselhos

Regionais de Contabilidade, depois de regularmente notificado;

XIX - intitular-se com categoria profissional que não possua, na profissão

contábil;

XX - elaborar demonstrações contábeis sem observância dos Princípios

Fundamentais e das Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho

Federal de Contabilidade;

XXI - renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquer restrições

ou imposições que possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho;

XXII - publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico do

qual não tenha participado.

Art. 4º O Contabilista poderá publicar relatório, parecer ou trabalho técnico-

profissional, assinado e sob sua responsabilidade.

Art. 5º O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá:

I - recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face

da especialização requerida;

II - abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui

objeto de perícia, mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração

do respectivo laudo;

III - abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção

pessoal sobre os direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da

causa em que estiver servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos

quesitos propostos;

IV - considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo

submetido a sua apreciação;

V - mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de

exercer efeito sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto

no inciso II do art. 2º;

VI - abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente

informado e munido de documentos;

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VII - assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à

aplicação dos Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade

editadas pelo CFC;

VIII - considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre

peças contábeis observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de

Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade;

IX - atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e

Conselho Federal de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses,

sempre que solicitado, papéis de trabalho, relatórios e outros documentos que

deram origem e orientaram a execução do seu trabalho.

Capítulo III

DO VALOR DOS SERVIÇOS PROFISSIONAIS

Art. 6º O Contabilista deve fixar previamente o valor dos serviços, por contrato

escrito, considerados os elementos seguintes:

I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço a executar;

II - o tempo que será consumido para a realização do trabalho;

III - a possibilidade de ficar impedido da realização de outros serviços;

IV - o resultado lícito favorável que para o contratante advirá com o serviço

prestado;

V - a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente;

VI - o local em que o serviço será prestado.

Art. 7º O Contabilista poderá transferir o contrato de serviços a seu cargo a outro

Contabilista, com a anuência do cliente, sempre por escrito.

Parágrafo único. O Contabilista poderá transferir parcialmente a execução dos

serviços a seu cargo a outro Contabilista, mantendo sempre como sua a

responsabilidade técnica.

Art. 8º É vedado ao Contabilista oferecer ou disputar serviços profissionais mediante

aviltamento de honorários ou em concorrência desleal.

Capítulo IV

DOS DEVERES EM RELAÇÃO AOS COLEGAS E À CLASSE

Art. 9º A conduta do Contabilista com relação aos colegas deve ser pautada nos

princípios de consideração, respeito, apreço e solidariedade, em consonância com

os postulados de harmonia da classe.

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Parágrafo único. O espírito de solidariedade, mesmo na condição de

empregado, não induz nem justifica a participação ou conivência com o erro ou com

os atos infringentes de normas éticas ou legais que regem o exercício da profissão.

Art. 10. O Contabilista deve, em relação aos colegas, observar as seguintes normas

de conduta:

I - abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo

desabonadoras;

II - abster-se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega

que dele tenha desistido para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou

da classe, desde que permaneçam as mesmas condições que ditaram o referido

procedimento;

III - jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas

por colegas, que deles não tenha participado, apresentando-os como próprios;

IV - evitar desentendimentos com o colega a que vier a substituir no exercício

profissional.

Art. 11. O Contabilista deve, com relação à classe, observar as seguintes normas de

conduta:

I - prestar seu concurso moral, intelectual e material, salvo circunstâncias

especiais que justifiquem a sua recusa;

II - zelar pelo prestígio da classe, pela dignidade profissional e pelo

aperfeiçoamento de suas instituições;

III - aceitar o desempenho de cargo de dirigente nas entidades de classe,

admitindo-se a justa recusa;

IV - acatar as resoluções votadas pela classe contábil, inclusive quanto a

honorários profissionais;

V - zelar pelo cumprimento deste Código;

VI - não formular juízos depreciativos sobre a classe contábil;

VII - representar perante os órgãos competentes sobre irregularidades

comprovadamente ocorridas na administração de entidade da classe contábil;

VIII - jamais utilizar-se de posição ocupada na direção de entidades de classe

em benefício próprio ou para proveito pessoal.

Capítulo V

DAS PENALIDADES

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Art. 12. A transgressão de preceito deste Código constitui infração ética, sancionada,

segundo a gravidade, com a aplicação de uma das seguintes penalidades:

I - advertência reservada;

II - censura reservada;

III - censura pública.

Parágrafo único. Na aplicação das sanções éticas são consideradas como

atenuantes:

I - falta cometida em defesa de prerrogativa profissional;

II - ausência de punição ética anterior;

III - prestação de relevantes serviços à Contabilidade.

Art. 13. O julgamento das questões relacionadas à transgressão de preceitos do

Código de Ética incumbe, originariamente, aos Conselhos Regionais de

Contabilidade, que funcionarão como Tribunais Regionais de Ética, facultado

recurso dotado de efeito suspensivo, interposto no prazo de quinze dias, para o

Conselho Federal de Contabilidade em sua condição de Tribunal Superior de Ética e

Disciplina.

§ 1º O recurso voluntário somente será encaminhado ao Tribunal Superior de

Ética e Disciplina se o Tribunal Regional de Ética e Disciplina respectivo mantiver ou

reformar parcialmente a decisão.

§ 2º Na hipótese do inciso III do art. 12, o Tribunal Regional de Ética e

Disciplina deverá recorrer ex officio de sua própria decisão (aplicação de censura

pública).

§ 3º Quando se tratar de denúncia, o Conselho Regional de Contabilidade

comunicará ao denunciante a instauração do processo até trinta dias após esgotado

o prazo de defesa.

Art. 14. O Contabilista poderá requerer desagravo público ao Conselho Regional de

Contabilidade, quando atingido, pública e injustamente, no exercício de sua

profissão.

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ANEXO D - RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.121/08

RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.121/08

Aprova a NBC T 1 – Estrutura

Conceitual para a Elaboração e

Apresentação das Demonstrações

Contábeis.

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício

de suas atribuições legais e regimentais,

CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Contabilidade, em

conjunto com outras entidades, é membro do Comitê de Pronunciamentos Contábeis

(CPC), criado pela Resolução CFC nº. 1.055/05;

CONSIDERANDO que o CPC tem por objetivo estudar, preparar

e emitir Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de contabilidade e divulgar

informações dessa natureza, visando permitir a emissão de normas uniformes pelas

entidades-membro, levando sempre em consideração o processo de convergência

às normas internacionais;

CONSIDERANDO que o Comitê de Pronunciamentos

Contábeis, a partir do Framework for the Preparation and Presentation of Financial

Statements do IASB, aprovou o Pronunciamento Conceitual Básico – Estrutura

Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis;

RESOLVE:

Art. 1º Aprovar a NBC T 1 – Estrutura Conceitual para a

Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis.

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Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data da sua

publicação, revogando a Resolução CFC nº. 785, de 28 de julho de 1995, publicada

no Diário Oficial da União, Seção 1, de 1º/08/1995, página 11.554.

Brasília, 28 de março de 2008.

Contadora Maria Clara Cavalcante Bugarim

Presidente

Ata CFC nº. 910

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 1 – ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E

APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Considerações iniciais

As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos

em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas.

Governos, órgãos reguladores ou autoridades fiscais, por exemplo, podem

especificamente determinar exigências para atender a seus próprios fins. Essas

exigências, no entanto, não devem afetar as demonstrações contábeis preparadas

segundo esta Estrutura Conceitual.

Demonstrações contábeis preparadas sob a égide desta Estrutura Conceitual

objetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões e avaliações

por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou

necessidade específica de determinados grupos de usuários.

As demonstrações contábeis preparadas com tal finalidade satisfazem as

necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles

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utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas,

tais como:

(a) decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações;

(b) avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido

conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de contas;

(c) avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e

proporcionar-lhes outros benefícios;

(d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros

emprestados à entidade;

(e) determinar políticas tributárias;

(f) determinar a distribuição de lucros e dividendos;

(g) preparar e usar estatísticas da renda nacional; ou

(h) regulamentar as atividades das entidades.

As demonstrações contábeis são mais comumente preparadas segundo modelo

contábil baseado no custo histórico recuperável e no conceito da manutenção do

capital financeiro nominal.

Outros modelos e conceitos podem ser considerados mais apropriados para atingir o

objetivo de proporcionar informações que sejam úteis para tomada de decisões

econômicas, embora não haja presentemente consenso nesse sentido.

Esta Estrutura Conceitual foi desenvolvida de forma a ser aplicável a uma gama de

modelos contábeis e conceitos de capital e sua manutenção.

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Outras normas podem ser editadas em função das necessidades que surgirem de

adoção de novos conceitos ou mesmo de alteração dos já adotados.

Finalidade

1. Esta Estrutura Conceitual estabelece os conceitos que fundamentam a

preparação e a apresentação de demonstrações contábeis destinadas a

usuários externos. A finalidade desta Estrutura Conceitual é:

(a) dar suporte ao desenvolvimento de novas normas e à revisão das

existentes quando necessário;

(b) dar suporte aos responsáveis pela elaboração das demonstrações

contábeis na aplicação das normas e no tratamento de assuntos que

ainda não tiverem sido objeto de normas;

(c) auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a

conformidade das demonstrações contábeis com as normas;

(d) apoiar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de

informações nelas contidas, preparadas em conformidade com as

normas; e

(e) proporcionar, àqueles interessados, informações sobre o enfoque adotado

na formulação das normas.

2. Esta Estrutura Conceitual não define normas ou procedimentos para qualquer

questão particular sobre aspectos de mensuração ou divulgação.

3. Não deve haver conflito entre o estabelecido nesta Estrutura Conceitual e

qualquer norma.

4. Esta Estrutura Conceitual será revisada de tempos em tempos com base na

experiência decorrente de sua utilização.

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Alcance

5. Esta Estrutura Conceitual aborda:

(a) o objetivo das demonstrações contábeis;

(b) as características qualitativas que determinam a utilidade das informações

contidas nas demonstrações contábeis;

(c) a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos que

compõem as demonstrações contábeis; e

(d) os conceitos de capital e de manutenção do capital.

6. Esta Estrutura Conceitual trata das demonstrações contábeis para fins gerais

(daqui por diante designadas como "demonstrações contábeis"), inclusive das

demonstrações contábeis consolidadas. Tais demonstrações contábeis são

preparadas e apresentadas pelo menos anualmente e visam atender às

necessidades comuns de informações de um grande número de usuários.

Alguns desses usuários talvez necessitem de informações, e tenham o poder

de obtê-las, além daquelas contidas nas demonstrações contábeis. Muitos

usuários, todavia, têm de confiar nas demonstrações contábeis como a

principal fonte de informações financeiras. Tais demonstrações, portanto,

devem ser preparadas e apresentadas tendo em vista essas necessidades.

Estão fora do alcance desta Estrutura Conceitual informações financeiras

elaboradas para fins especiais, como, por exemplo, aquelas incluídas em

prospectos para lançamentos de ações no mercado e ou elaboradas

exclusivamente para fins fiscais. Não obstante, esta Estrutura Conceitual pode

ser aplicada na preparação dessas demonstrações para fins especiais, quando

as exigências de tais demonstrações o permitirem.

7. As demonstrações contábeis são parte integrante das informações financeiras

divulgadas por uma entidade. O conjunto completo de demonstrações

contábeis inclui, normalmente, o balanço patrimonial, a demonstração do

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resultado, a demonstração das mutações na posição financeira (demonstração

dos fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos ou alternativa

reconhecida e aceitável), a demonstração das mutações do patrimônio líquido,

notas explicativas e outras demonstrações e material explicativo que são parte

integrante dessas demonstrações contábeis. Podem também incluir quadros e

informações suplementares baseados ou originados de demonstrações

contábeis que se espera sejam lidos em conjunto com tais demonstrações.

Tais quadros e informações suplementares podem conter, por exemplo,

informações financeiras sobre segmentos ou divisões industriais ou divisões

situadas em diferentes locais e divulgações sobre os efeitos das mudanças de

preços. As demonstrações contábeis não incluem, entretanto, itens como

relatórios da administração, relatórios do presidente da entidade, comentários

e análises gerenciais e itens semelhantes que possam ser incluídos em um

relatório anual ou financeiro.

8. Esta Estrutura Conceitual se aplica às demonstrações contábeis de todas as

entidades comerciais, industriais e outras de negócios que reportam, sejam no

setor público ou no setor privado. Entidade que reporta é aquela para a qual

existem usuários que se apóiam em suas demonstrações contábeis como

fonte principal de informações patrimoniais e financeiras sobre a entidade.

Usuários e suas necessidades de informação

9. Entre os usuários das demonstrações contábeis incluem-se investidores atuais

e potenciais, empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros

credores comerciais, clientes, governos e suas agências e o público. Eles

usam as demonstrações contábeis para satisfazer algumas das suas diversas

necessidades de informação. Essas necessidades incluem:

(h) Investidores. Os provedores de capital de risco e seus analistas que se

preocupam com o risco inerente ao investimento e o retorno que ele

produz. Eles necessitam de informações para ajudá-los a decidir se

devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também

estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a

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entidade tem capacidade de pagar dividendos.

(i) Empregados. Os empregados e seus representantes estão interessados

em informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus

empregadores. Também se interessam por informações que lhes

permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua

remuneração, seus benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de

emprego.

(j) Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações que

lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus

empréstimos e os correspondentes juros no vencimento.

(k) Fornecedores e outros credores comerciais. Os fornecedores e outros

credores estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se

as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos

vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estão interessados

em uma entidade por um período menor do que os credores por

empréstimos, a não ser que dependam da continuidade da entidade como

um cliente importante.

(l) Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade

operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a

longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante.

(m)Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão

interessados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das

entidades. Necessitam também de informações a fim de regulamentar as

atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base

para determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes.

(n) Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas

podem, por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de

vários modos, inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores

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locais. As demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo

informações sobre a evolução do desempenho da entidade e os

desenvolvimentos recentes.

10. Embora nem todas as necessidades de informações desses usuários possam

ser satisfeitas pelas demonstrações contábeis, há necessidades que são

comuns a todos os usuários. Como os investidores contribuem com o capital

de risco para a entidade, o fornecimento de demonstrações contábeis que

atendam às suas necessidades também atenderá à maior parte das

necessidades de informação de outros usuários.

11. A Administração da entidade tem a responsabilidade primária pela preparação

e apresentação das suas demonstrações contábeis. A Administração também

está interessada nas informações contidas nas demonstrações contábeis,

embora tenha acesso a informações adicionais que contribuem para o

desempenho das suas responsabilidades de planejamento, tomada de

decisões e controle. A Administração tem o poder de estabelecer a forma e o

conteúdo de tais informações adicionais a fim de atender às suas próprias

necessidades. A forma de divulgação de tais informações, entretanto, está fora

do alcance desta Estrutura Conceitual. Não obstante, as demonstrações

contábeis divulgadas são baseadas em informações utilizadas pela

Administração sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as

mutações na posição financeira da entidade.

Objetivo das Demonstrações Contábeis

12. O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a

posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição

financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em

suas avaliações e tomadas de decisão econômica.

13. Demonstrações contábeis preparadas de acordo com o item 12 atendem às

necessidades comuns da maioria dos usuários. Entretanto, as demonstrações

contábeis não fornecem todas as informações que os usuários possam

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necessitar, uma vez que elas retratam os efeitos financeiros de

acontecimentos passados e não incluem, necessariamente, informações não-

financeiras.

14. Demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da

atuação da Administração na gestão da entidade e sua capacitação na

prestação de contas quanto aos recursos que lhe foram confiados. Aqueles

usuários que desejam avaliar a atuação ou prestação de contas da

Administração fazem-no com a finalidade de estar em condições de tomar

decisões econômicas que podem incluir, por exemplo, manter ou vender seus

investimentos na entidade ou reeleger ou substituir a Administração.

Posição Patrimonial e Financeira, Desempenho e Mutações na Posição Financeira

15. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários das demonstrações

contábeis requerem uma avaliação da capacidade que a entidade tem para

gerar caixa e equivalentes de caixa, e da época e grau de certeza dessa

geração. Em última análise, essa capacidade determina, por exemplo, se a

entidade poderá pagar seus empregados e fornecedores, os juros e

amortizações dos seus empréstimos e fazer distribuições de lucros aos seus

acionistas. Os usuários podem melhor avaliar essa capacidade de gerar caixa

e equivalentes de caixa se lhes forem fornecidas informações que focalizem a

posição patrimonial e financeira, o resultado e as mutações na posição

financeira da entidade.

16. A posição patrimonial e financeira da entidade é afetada pelos recursos

econômicos que ela controla, sua estrutura financeira, sua liquidez e solvência,

e sua capacidade de adaptação às mudanças no ambiente em que opera. As

informações sobre os recursos econômicos controlados pela entidade e a sua

capacidade, no passado, de modificar esses recursos são úteis para prever a

capacidade que a entidade tem de gerar caixa e equivalentes de caixa no

futuro. Informações sobre a estrutura financeira são úteis para prever as

futuras necessidades de financiamento e como os lucros futuros e os fluxos de

caixa serão distribuídos entre aqueles que têm participação na entidade; são

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também úteis para ajudar a avaliar a probabilidade de que a entidade seja

bem-sucedida no levantamento de financiamentos adicionais. As informações

sobre liquidez e solvência são úteis para prever a capacidade que a entidade

tem de cumprir com seus compromissos financeiros nos respectivos

vencimentos. Liquidez se refere à disponibilidade de caixa no futuro próximo,

após considerar os compromissos financeiros do respectivo período. Solvência

se refere à disponibilidade de caixa no longo prazo para cumprir os

compromissos financeiros nos respectivos vencimentos.

17. As informações referentes ao desempenho da entidade, especialmente a sua

rentabilidade, são requeridas com a finalidade de avaliar possíveis mudanças

necessárias na composição dos recursos econômicos que provavelmente

serão controlados pela entidade. As informações sobre as variações nos

resultados são importantes nesse sentido. As informações sobre os resultados

são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de gerar fluxos de

caixa a partir dos recursos atualmente controlados por ela. Também é útil para

a avaliação da eficácia com que a entidade poderia usar recursos adicionais.

18. As informações referentes às mutações na posição financeira da entidade são

úteis para avaliar as suas atividades de investimento, de financiamento e

operacionais durante o período abrangido pelas demonstrações contábeis.

Essas informações são úteis para fornecer ao usuário uma base para avaliar a

capacidade que a entidade tem de gerar caixa e equivalentes de caixa e as

suas necessidades de utilização desses recursos. Na elaboração de uma

demonstração das mutações na posição financeira, os fundos podem ser

definidos de várias maneiras, tais como recursos financeiros totais, capital

circulante líquido, ativos líquidos ou caixa. Nesta Estrutura Conceitual não foi

feita nenhuma tentativa de especificar uma definição de fundos.

19. As informações sobre a posição patrimonial e financeira são principalmente

fornecidas pelo balanço patrimonial. As informações sobre o desempenho são

basicamente fornecidas na demonstração do resultado. As informações sobre

as mutações na posição financeira são fornecidas nas demonstrações

contábeis por meio de uma demonstração em separado, tal como a de fluxos

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de caixa, de origens e aplicações de recursos etc.

20. As partes componentes das demonstrações contábeis se inter-relacionam

porque refletem diferentes aspectos das mesmas transações ou outros

eventos. Embora cada demonstração apresente informações que são

diferentes das outras, nenhuma provavelmente se presta a um único propósito,

nem fornece todas as informações necessárias para necessidades específicas

dos usuários. Por exemplo, uma demonstração do resultado fornece um retrato

incompleto do desempenho da entidade, a não ser que seja usada em

conjunto com o balanço patrimonial e a demonstração das mutações na

posição financeira.

Notas Explicativas e Demonstrações Suplementares

21. As demonstrações contábeis também englobam notas explicativas, quadros

suplementares e outras informações. Por exemplo, podem conter informações

adicionais que sejam relevantes às necessidades dos usuários sobre itens

constantes do balanço patrimonial e da demonstração do resultado. Podem

incluir divulgações sobre os riscos e incertezas que afetem a entidade e

quaisquer recursos e/ou obrigações para os quais não exista obrigatoriedade

de serem reconhecidos no balanço patrimonial (tais como reservas minerais).

Informações sobre segmentos industriais ou geográficos e o efeito de

mudanças de preços sobre a entidade podem também ser fornecidos sob a

forma de informações suplementares.

Pressupostos Básicos

Regime de Competência

22. A fim de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são preparadas

conforme o regime contábil de competência. Segundo esse regime, os efeitos

das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não

quando caixa ou outros recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são

lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis

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dos períodos a que se referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo

regime de competência informam aos usuários não somente sobre transações

passadas envolvendo o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos

financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre

recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações

sobre transações passadas e outros eventos que sejam as mais úteis aos

usuários na tomada de decisões econômicas. O regime de competência

pressupõe a confrontação entre receitas e despesas que é destacada nos

itens 95 e 96.

Continuidade

23. As demonstrações contábeis são normalmente preparadas no pressuposto de

que a entidade continuará em operação no futuro previsível. Dessa forma,

presume-se que a entidade não tem a intenção nem a necessidade de entrar

em liquidação, nem reduzir materialmente a escala das suas operações; se tal

intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis têm que ser

preparadas numa base diferente e, nesse caso, tal base deverá ser divulgada.

Características Qualitativas das Demonstrações Contábeis

24. As características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações

contábeis úteis para os usuários. As quatro principais características

qualitativas são: compreensibilidade, relevância, confiabilidade e

comparabilidade.

Compreensibilidade

25. Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações

contábeis é que elas sejam prontamente entendidas pelos usuários. Para esse

fim, presume-se que os usuários tenham um conhecimento razoável dos

negócios, atividades econômicas e contabilidade e a disposição de estudar as

informações com razoável diligência. Todavia, informações sobre assuntos

complexos que devam ser incluídas nas demonstrações contábeis por causa

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da sua relevância para as necessidades de tomada de decisão pelos usuários

não devem ser excluídas em nenhuma hipótese, inclusive sob o pretexto de

que seria difícil para certos usuários as entenderem.

Relevância

26. Para serem úteis, as informações devem ser relevantes às necessidades dos

usuários na tomada de decisões. As informações são relevantes quando

podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar

o impacto de eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando ou

corrigindo as suas avaliações anteriores.

27. As funções de previsão e confirmação das informações são inter-relacionadas.

Por exemplo, informações sobre o nível atual e a estrutura dos ativos têm valor

para os usuários na tentativa de prever a capacidade que a entidade tenha de

aproveitar oportunidades e a sua capacidade de reagir a situações adversas.

As mesmas informações têm o papel de confirmar as previsões passadas

sobre, por exemplo, a forma na qual a entidade seria estruturada ou o

resultado de operações planejadas.

28. Informações sobre a posição patrimonial e financeira e o desempenho

passado são freqüentemente utilizadas como base para projetar a posição e o

desempenho futuros, assim como outros assuntos nos quais os usuários

estejam diretamente interessados, tais como pagamento de dividendos e

salários, alterações no preço das ações e a capacidade que a entidade tenha

de atender seus compromissos à medida que se tornem devidos. Para terem

valor como previsão, as informações não precisam estar em forma de projeção

explícita. A capacidade de fazer previsões com base nas demonstrações

contábeis pode ser ampliada, entretanto, pela forma como as informações

sobre transações e eventos anteriores são apresentadas. Por exemplo, o valor

da demonstração do resultado como elemento de previsão é ampliado quando

itens incomuns, anormais e esporádicos de receita ou despesa são divulgados

separadamente.

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Materialidade

29. A relevância das informações é afetada pela sua natureza e materialidade. Em

alguns casos, a natureza das informações, por si só, é suficiente para

determinar a sua relevância. Por exemplo, reportar um novo segmento em que

a entidade tenha passado a operar pode afetar a avaliação dos riscos e

oportunidades com que a entidade se depara, independentemente da

materialidade dos resultados atingidos pelo novo segmento no período

abrangido pelas demonstrações contábeis. Em outros casos, tanto a natureza

quanto a materialidade são importantes; por exemplo: os valores dos estoques

existentes em cada uma das suas principais classes, conforme a classificação

apropriada ao negócio.

30. Uma informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar as

decisões econômicas dos usuários, tomadas com base nas demonstrações

contábeis. A materialidade depende do tamanho do item ou do erro, julgado

nas circunstâncias específicas de sua omissão ou distorção. Assim,

materialidade proporciona um patamar ou ponto de corte ao invés de ser uma

característica qualitativa primária que a informação necessita ter para ser útil.

Confiabilidade

31. Para ser útil, a informação deve ser confiável, ou seja, deve estar livre de erros

ou vieses relevantes e representar adequadamente aquilo que se propõe a

representar.

32. Uma informação pode ser relevante, mas a tal ponto não confiável em sua

natureza ou divulgação que o seu reconhecimento pode potencialmente

distorcer as demonstrações contábeis. Por exemplo, se a validade legal e o

valor de uma reclamação por danos em uma ação judicial movida contra a

entidade são questionados, pode ser inadequado reconhecer o valor total da

reclamação no balanço patrimonial, embora possa ser apropriado divulgar o

valor e as circunstâncias da reclamação.

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Representação Adequada

33. Para ser confiável, a informação deve representar adequadamente as

transações e outros eventos que ela diz representar. Assim, por exemplo, o

balanço patrimonial numa determinada data deve representar adequadamente

as transações e outros eventos que resultam em ativos, passivos e patrimônio

líquido da entidade e que atendam aos critérios de reconhecimento.

34. A maioria das informações contábeis está sujeita a algum risco de não ser uma

representação fiel daquilo que se propõe a retratar. Isso pode decorrer de

dificuldades inerentes à identificação das transações ou outros eventos a

serem avaliados ou à identificação e aplicação de técnicas de mensuração e

apresentação que possam transmitir, adequadamente, informações que

correspondam a tais transações e eventos. Em certos casos, a mensuração

dos efeitos financeiros dos itens pode ser tão incerta que não é apropriado o

seu reconhecimento nas demonstrações contábeis; por exemplo, embora

muitas entidades gerem, internamente, ágio decorrente de expectativa de

rentabilidade futura ao longo do tempo (goodwill), é usualmente difícil

identificar ou mensurar esse ágio com confiabilidade. Em outros casos,

entretanto, pode ser relevante reconhecer itens e divulgar o risco de erro

envolvendo o seu reconhecimento e mensuração.

Primazia da Essência sobre a Forma

35. Para que a informação represente adequadamente as transações e outros

eventos que ela se propõe a representar, é necessário que essas transações e

eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância

e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A essência das

transações ou outros eventos nem sempre é consistente com o que aparenta

ser com base na sua forma legal ou artificialmente produzida. Por exemplo,

uma entidade pode vender um ativo a um terceiro de tal maneira que a

documentação indique a transferência legal da propriedade a esse terceiro;

entretanto, poderão existir acordos que assegurem que a entidade continuará

a usufruir os futuros benefícios econômicos gerados pelo ativo e o recomprará

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depois de um certo tempo por um montante que se aproxima do valor original

de venda acrescido de juros de mercado durante esse período. Em tais

circunstâncias, reportar a venda não representaria adequadamente a

transação formalizada.

Neutralidade

36. Para ser confiável, a informação contida nas demonstrações contábeis deve

ser neutra, isto é, imparcial. As demonstrações contábeis não são neutras se,

pela escolha ou apresentação da informação, elas induzirem a tomada de

decisão ou julgamento, visando atingir um resultado ou desfecho

predeterminado.

Prudência

37. Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que

inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a

possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a

vida útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações

cobertas por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas

pela divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na

preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de

um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às

estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos ou

receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam

subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite, por exemplo,

a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação

deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou

despesas, pois as demonstrações contábeis deixariam de ser neutras e,

portanto, não seriam confiáveis.

Integridade

38. Para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis deve

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ser completa, dentro dos limites de materialidade e custo. Uma omissão pode

tornar a informação falsa ou distorcida e, portanto, não-confiável e deficiente

em termos de sua relevância.

Comparabilidade

39. Os usuários devem poder comparar as demonstrações contábeis de uma

entidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendências na sua posição

patrimonial e financeira e no seu desempenho. Os usuários devem também

ser capazes de comparar as demonstrações contábeis de diferentes entidades

a fim de avaliar, em termos relativos, a sua posição patrimonial e financeira, o

desempenho e as mutações na posição financeira. Conseqüentemente, a

mensuração e apresentação dos efeitos financeiros de transações

semelhantes e outros eventos devem ser feitas de modo consistente pela

entidade, ao longo dos diversos períodos, e também por entidades diferentes.

40. Uma importante implicação da característica qualitativa da comparabilidade é

que os usuários devem ser informados das práticas contábeis seguidas na

elaboração das demonstrações contábeis, de quaisquer mudanças nessas

práticas e também o efeito de tais mudanças. Os usuários precisam ter

informações suficientes que lhes permitam identificar diferenças entre as

práticas contábeis aplicadas a transações e eventos semelhantes, usadas pela

mesma entidade de um período a outro e por diferentes entidades. A

observância das normas, inclusive a divulgação das práticas contábeis

utilizadas pela entidade, ajudam a atingir a comparabilidade.

41. A necessidade de comparabilidade não deve ser confundida com mera

uniformidade e não se deve permitir que se torne um impedimento à

introdução de normas contábeis aperfeiçoadas. Não é apropriado que uma

entidade continue contabilizando da mesma maneira uma transação ou evento

se a prática contábil adotada não está em conformidade com as características

qualitativas de relevância e confiabilidade. Também é inapropriado manter

práticas contábeis quando existem alternativas mais relevantes e confiáveis.

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42. Tendo em vista que os usuários desejam comparar a posição patrimonial e

financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira ao longo do

tempo, é importante que as demonstrações contábeis apresentem as

correspondentes informações de períodos anteriores.

Limitações na Relevância e na Confiabilidade das Informações

Tempestividade

43. Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que

ela perca a relevância. A Administração da entidade necessita ponderar os

méritos relativos entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da

informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode

ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou

evento sejam conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro

lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os

aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável,

porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de

tomar decisões nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a

relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a

melhor forma para satisfazer as necessidades do processo de decisão

econômica dos usuários.

Equilíbrio entre Custo e Benefício

44. O equilíbrio entre o custo e o benefício é uma limitação de ordem prática, ao

invés de uma característica qualitativa. Os benefícios decorrentes da

informação devem exceder o custo de produzi-la. A avaliação dos custos e

benefícios é, entretanto, em essência, um exercício de julgamento. Além disso,

os custos não recaem, necessariamente, sobre aqueles usuários que

usufruem os benefícios. Os benefícios podem também ser aproveitados por

outros usuários, além daqueles para os quais as informações foram

preparadas; por exemplo, o fornecimento de maiores informações aos

credores por empréstimos pode reduzir os custos financeiros da entidade. Por

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essas razões, é difícil aplicar o teste de custo-benefício em qualquer caso

específico. Não obstante, os órgãos normativos em especial, assim como os

elaboradores e usuários das demonstrações contábeis, devem estar

conscientes dessa limitação.

Equilíbrio entre Características Qualitativas

45. Na prática, é freqüentemente necessário um balanceamento entre as

características qualitativas. Geralmente, o objetivo é atingir um equilíbrio

apropriado entre as características, a fim de satisfazer aos objetivos das

demonstrações contábeis. A importância relativa das características em

diferentes casos é uma questão de julgamento profissional.

Visão Verdadeira e Apropriada

46. Demonstrações contábeis são freqüentemente descritas como apresentando

uma visão verdadeira e apropriada (true and fair view) da posição patrimonial e

financeira, do desempenho e das mutações na posição financeira de uma

entidade. Embora esta Estrutura Conceitual não trate diretamente de tais

conceitos, a aplicação das principais características qualitativas e de normas e

práticas de contabilidade apropriadas normalmente resultam em

demonstrações contábeis que refletem aquilo que geralmente se entende

como apresentação verdadeira e apropriada das referidas informações.

Elementos das Demonstrações Contábeis

47. Demonstrações contábeis retratam os efeitos patrimoniais e financeiros das

transações e outros eventos, agrupando-os em classes de acordo com as suas

características econômicas. Essas classes são chamadas de elementos das

demonstrações contábeis. Os elementos diretamente relacionados à

mensuração da posição patrimonial e financeira no balanço são os ativos, os

passivos e o patrimônio líquido. Os elementos diretamente relacionados com a

mensuração do desempenho na demonstração do resultado são as receitas e

as despesas. A demonstração das mutações na posição financeira usualmente

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reflete os elementos da demonstração do resultado e as mutações nos

elementos do balanço patrimonial; assim sendo, esta Estrutura Conceitual não

identifica nenhum elemento que seja exclusivo dessa demonstração.

48. A apresentação desses elementos no balanço patrimonial e na demonstração

do resultado envolve um processo de subclassificação. Por exemplo, ativos e

passivos podem ser classificados por sua natureza ou função nos negócios da

entidade, a fim de mostrar as informações da maneira mais útil aos usuários

para fins de tomada de decisões econômicas.

Posição Patrimonial e Financeira

49. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição

patrimonial e financeira são ativos, passivos e patrimônio líquido. Estes são

definidos como segue:

(a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos

passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios

econômicos para a entidade;

(b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já

ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos

capazes de gerar benefícios econômicos;

(c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de

deduzidos todos os seus passivos.

50. As definições de ativo e passivo identificam os seus aspectos essenciais, mas

não tentam especificar os critérios que precisam ser atendidos para que

possam ser reconhecidos no balanço patrimonial. Assim, as definições

abrangem itens que não são reconhecidos como ativos ou passivos no

balanço porque não satisfazem aos critérios de reconhecimento discutidos nos

itens 82 a 98. Especificamente, a expectativa de que futuros benefícios

econômicos fluam para a entidade ou deixem a entidade deve ser

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suficientemente certa para que seja atendido o critério de probabilidade do

item 83, antes que um ativo ou um passivo seja reconhecido.

51. Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, passivo ou patrimônio

líquido, deve-se atentar para a sua essência e realidade econômica e não

apenas sua forma legal. Assim, por exemplo, no caso do arrendamento

financeiro, a essência e a realidade econômica são que o arrendatário adquire

os benefícios econômicos do uso do ativo arrendado pela maior parte da sua

vida útil, como contraprestação de aceitar a obrigação de pagar por esse

direito um valor próximo do valor justo do ativo e o respectivo encargo

financeiro. Dessa forma, o arrendamento financeiro dá origem a itens que

satisfazem a definição de um ativo e um passivo e, portanto, são reconhecidos

como tais no balanço patrimonial do arrendatário.

52. Balanços patrimoniais elaborados de acordo com as normas devem incluir

como ativo ou passivo itens que satisfaçam a essas definições.

Ativos

53. O benefício econômico futuro embutido em um ativo é o seu potencial em

contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de

caixa para a entidade. Tal potencial pode ser produtivo, quando o recurso for

parte integrante das atividades operacionais da entidade. Pode também ter a

forma de conversibilidade em caixa ou equivalentes de caixa ou pode ainda

ser capaz de reduzir as saídas de caixa, como no caso de um processo

industrial alternativo que reduza os custos de produção.

54. A entidade geralmente usa os seus ativos na produção de mercadorias ou

prestação de serviços capazes de satisfazer os desejos e necessidades dos

clientes. Tendo em vista que essas mercadorias ou serviços podem atender

aos seus desejos ou necessidades, os clientes se dispõem a pagar por eles e

contribuir assim para o fluxo de caixa da entidade.

55. Os benefícios econômicos futuros de um ativo podem fluir para a entidade de

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diversas maneiras. Por exemplo, um ativo pode ser:

(a) usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de

mercadorias e serviços a serem vendidos pela entidade;

(b) trocado por outros ativos;

(c) usado para liquidar um passivo; ou

(d) distribuído aos proprietários da entidade.

56. Muitos ativos, por exemplo, máquinas e equipamentos industriais, têm uma

substância física. Entretanto, substância física não é essencial à existência de

um ativo; dessa forma, as patentes e direitos autorais, por exemplo, são ativos,

desde que deles sejam esperados benefícios econômicos futuros para a

entidade e que eles sejam por ela controlados.

57. Muitos ativos, por exemplo, contas a receber e imóveis, estão ligados a direitos

legais, inclusive a direito de propriedade. Ao determinar a existência de um

ativo, o direito de propriedade não é essencial; assim, por exemplo, um imóvel

objeto de arrendamento é um ativo, desde que a entidade controle os

benefícios econômicos provenientes da propriedade. Embora a capacidade de

uma entidade controlar os benefícios econômicos normalmente seja

proveniente da existência de direitos legais, um item pode satisfazer a

definição de um ativo mesmo quando não há controle legal. Por exemplo, o

know-how obtido por meio de uma atividade de desenvolvimento de produto

pode satisfazer a definição de ativo quando, mantendo o know-how em

segredo, a entidade controla os benefícios econômicos provenientes desse

ativo.

58. Os ativos de uma entidade resultam de transações passadas ou outros

eventos passados. As entidades normalmente obtêm ativos comprando-os ou

produzindo-os, mas outras transações ou eventos podem gerar ativos; por

exemplo: um imóvel recebido do governo como parte de um programa para

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fomentar o crescimento econômico da região onde se localiza a entidade ou a

descoberta de jazidas minerais. Transações ou eventos previstos para ocorrer

no futuro não podem resultar, por si mesmos, no reconhecimento de ativos;

por isso, por exemplo, a intenção de adquirir estoques não atende, por si só, à

definição de um ativo.

59. Há uma forte associação entre incorrer em gastos e gerar ativos, mas ambas

as atividades não necessariamente coincidem entre si. Assim, o fato de uma

entidade ter incorrido num gasto pode fornecer evidência da sua busca por

futuros benefícios econômicos, mas não é prova conclusiva de que a definição

de ativo tenha sido obtida. Da mesma forma, a ausência de um gasto não

impede que um item satisfaça a definição de ativo e se qualifique para

reconhecimento no balanço patrimonial; por exemplo, itens que foram doados

à entidade podem satisfazer a definição de ativo.

Passivos

60. Uma característica essencial para a existência de um passivo é que a entidade

tenha uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou

responsabilidade de agir ou fazer de uma certa maneira. As obrigações podem

ser legalmente exigíveis em conseqüência de um contrato ou de requisitos

estatutários. Esse é normalmente o caso, por exemplo, das contas a pagar por

mercadorias e serviços recebidos. Obrigações surgem também de práticas

usuais de negócios, usos e costumes e o desejo de manter boas relações

comerciais ou agir de maneira eqüitativa. Se, por exemplo, uma entidade

decide, por uma questão de política mercadológica ou de imagem, retificar

defeitos em seus produtos, mesmo quando tais defeitos tenham se tornado

conhecidos depois que expirou o período da garantia, as importâncias que

espera gastar com os produtos já vendidos constituem-se passivos.

61. Deve-se fazer uma distinção entre uma obrigação presente e um compromisso

futuro. A decisão da Administração de uma entidade de adquirir ativos no

futuro não constitui, por si só, uma obrigação presente. A obrigação

normalmente surge somente quando o ativo é recebido ou a entidade assina

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um acordo irrevogável de aquisição do ativo. Neste último caso, a natureza

irrevogável do acordo significa que as conseqüências econômicas de deixar de

cumprir a obrigação, por exemplo, por causa da existência de uma penalidade

significativa, deixem a entidade com pouca ou nenhuma alternativa para evitar

o desembolso de recursos em favor da outra parte.

62. A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização, pela

entidade, de recursos capazes de gerar benefícios econômicos a fim de

satisfazer o direito da outra parte. A extinção de uma obrigação presente pode

ocorrer de diversas maneiras, por exemplo, por meio de:

(a) pagamento em dinheiro;

(b) transferência de outros ativos;

(c) prestação de serviços;

(d) substituição da obrigação por outra; ou

(e) conversão da obrigação em capital.

Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como pela

renúncia do credor ou pela perda dos seus direitos creditícios.

63. Passivos resultam de transações ou outros eventos passados. Assim, por

exemplo, a aquisição de mercadorias e o uso de serviços resultam em contas

a pagar (a não ser que pagos adiantadamente ou na entrega) e o recebimento

de um empréstimo resulta na obrigação de liquidá-lo. Ou uma entidade pode

ter a necessidade de reconhecer como passivo futuros abatimentos baseados

no volume das compras anuais dos clientes; nesse caso, a venda das

mercadorias no passado é a transação da qual deriva o passivo.

64. Alguns passivos somente podem ser mensurados com o emprego de um

elevado grau de estimativa. No Brasil esses passivos são descritos como

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provisões. A definição de passivo, constante do item 49, tem um enfoque

amplo e assim, se a provisão envolve uma obrigação presente e satisfaz os

demais critérios da definição, ela é um passivo, ainda que seu valor tenha que

ser estimado. Exemplos incluem provisões por pagamentos a serem feitos

para satisfazer acordos com garantias em vigor e provisões para fazer face a

obrigações de aposentadoria.

Patrimônio Líquido

65. Embora o patrimônio líquido seja definido no item 49 como um valor residual,

ele pode ter subclassificações no balanço patrimonial. Por exemplo, recursos

aportados pelos sócios, reservas resultantes de apropriações de lucros e

reservas para manutenção do capital podem ser demonstrados

separadamente. Tais classificações podem ser importantes para a tomada de

decisão dos usuários das demonstrações contábeis quando indicarem

restrições legais ou de outra natureza sobre a capacidade que a entidade tem

de distribuir ou aplicar de outra forma os seus recursos patrimoniais. Podem

também refletir o fato de que acionistas de uma entidade tenham direitos

diferentes em relação ao recebimento de dividendos ou reembolso de capital.

66. A constituição de reservas é, às vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para dar

à entidade e seus credores uma margem maior de proteção contra os efeitos

de prejuízos. Outras reservas podem ser constituídas em atendimento a leis

que concedam isenções ou reduções nos impostos a pagar quando são feitas

transferências para tais reservas. A existência e o valor de tais reservas legais,

estatutárias e fiscais representam informações que podem ser importantes

para a tomada de decisão dos usuários. As transferências para tais reservas

são apropriações de lucros acumulados, portanto, não constituem despesas.

67. O valor pelo qual o patrimônio líquido é apresentado no balanço patrimonial

depende da mensuração dos ativos e passivos. Normalmente, o valor do

patrimônio líquido somente por coincidência é igual ao valor de mercado das

ações da entidade ou da soma que poderia ser obtida pela venda dos seus

ativos e liquidação de seus passivos numa base de item-por-item, ou da

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entidade como um todo, numa base de continuidade operacional.

68. Atividades comerciais e industriais, bem como outros negócios são

freqüentemente exercidos por meio de firmas individuais, sociedades limitadas,

entidades estatais e outras organizações cuja estrutura legal e regulamentar

pode ser diferente daquela aplicável às sociedades por ações. Por exemplo,

pode haver poucas restrições, ou nenhuma, sobre a distribuição aos

proprietários ou outros beneficiários de importâncias incluídas no patrimônio

líquido. Independentemente desses fatos, a definição de patrimônio líquido e

os outros aspectos desta Estrutura Conceitual que tratam do patrimônio líquido

são igualmente aplicáveis a tais entidades.

Desempenho

69. O resultado é freqüentemente usado como medida de desempenho ou como

base para outras avaliações, tais como o retorno do investimento ou resultado

por ação. Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do

resultado são as receitas e as despesas. O reconhecimento e mensuração das

receitas e despesas e, conseqüentemente, do resultado, dependem em parte

dos conceitos de capital e de manutenção do capital usados pela entidade na

preparação de suas demonstrações contábeis. Esses conceitos são discutidos

nos itens 102 a 110.

70. Receitas e despesas são definidas como segue:

(a) Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período

contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou

diminuição de passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido e

que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade; e

(b) Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período

contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou

incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio

líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da

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entidade.

71. As definições de receitas e despesas identificam os seus aspectos essenciais,

mas não especificam os critérios que precisam ser satisfeitos para que sejam

reconhecidas na demonstração do resultado. Os critérios para o

reconhecimento das receitas e despesas são comentados nos itens 82 a 98.

72. As receitas e despesas podem ser apresentadas na demonstração do

resultado de diferentes maneiras, de modo que prestem informações

relevantes para a tomada de decisões. Por exemplo, é prática comum

distinguir entre receitas e despesas que surgem no curso das atividades

usuais da entidade e as demais. Essa distinção é feita porque a fonte de uma

receita é relevante na avaliação da capacidade que a entidade tenha de gerar

caixa ou equivalentes de caixa no futuro; por exemplo, receitas oriundas de

atividades eventuais como a venda de um investimento de longo prazo

normalmente não se repetem numa base regular. Nessa distinção, deve-se

levar em conta a natureza da entidade e suas operações. Itens que resultam

das atividades ordinárias de uma entidade podem ser incomuns em outras

entidades.

73. A distinção entre itens de receitas e de despesas e a sua combinação de

diferentes maneiras também permitem demonstrar várias formas de medir o

desempenho da entidade, com maior ou menor abrangência de itens. Por

exemplo, a demonstração do resultado pode apresentar a margem bruta, o

lucro ou prejuízo das atividades ordinárias antes dos tributos sobre o resultado,

o lucro ou o prejuízo das atividades ordinárias depois desses tributos e o lucro

ou prejuízo líquido.

Receitas

74. A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas como ganhos.

A receita surge no curso das atividades ordinárias de uma entidade e é

designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros,

dividendos, royalties e aluguéis.

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75. Ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e

podem ou não surgir no curso das atividades ordinárias da entidade,

representando aumentos nos benefícios econômicos e, como tal, não diferem,

em natureza, das receitas. Conseqüentemente, não são considerados como

um elemento separado nesta Estrutura Conceitual.

76. Ganhos incluem, por exemplo, aqueles que resultam da venda de ativos não-

correntes. A definição de receita também inclui ganhos não realizados; por

exemplo, os que resultam da reavaliação de títulos negociáveis e os que

resultam de aumentos no valor de ativos a longo prazo. Quando esses ganhos

são reconhecidos na demonstração do resultado, eles são usualmente

apresentados separadamente, porque sua divulgação é útil para fins de

tomada de decisões econômicas. Esses ganhos são, na maioria das vezes,

mostrados líquidos das respectivas despesas.

77. Vários tipos de ativos podem ser recebidos ou aumentados por meio da

receita; exemplos incluem caixa, contas a receber, mercadorias e serviços

recebidos em troca de mercadorias e serviços fornecidos. A receita também

pode resultar da liquidação de passivos. Por exemplo, a entidade pode

fornecer mercadorias e serviços a um credor em liquidação da obrigação de

pagar um empréstimo.

Despesas

78. A definição de despesas abrange perdas assim como as despesas que

surgem no curso das atividades ordinárias da entidade. As despesas que

surgem no curso das atividades ordinárias da entidade incluem, por exemplo, o

custo das vendas, salários e depreciação. Geralmente, tomam a forma de um

desembolso ou redução de ativos como caixa e equivalentes de caixa,

estoques e ativo imobilizado.

79. Perdas representam outros itens que se enquadram na definição de despesas

e podem ou não surgir no curso das atividades ordinárias da entidade,

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representando decréscimos nos benefícios econômicos e, como tal, não são

de natureza diferente das demais despesas. Assim, não são consideradas

como um elemento à parte nesta Estrutura Conceitual.

80. Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e

inundações, assim como as que decorrem da venda de ativos não-correntes. A

definição de despesas também inclui as perdas não realizadas, por exemplo,

as que surgem dos efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de uma moeda

estrangeira com relação aos empréstimos a pagar em tal moeda. Quando as

perdas são reconhecidas na demonstração do resultado, elas são geralmente

demonstradas separadamente, pois sua divulgação é útil para fins de tomada

de decisões econômicas. As perdas são geralmente demonstradas líquidas

das respectivas receitas.

Ajustes para Manutenção do Capital

81. A reavaliação ou a atualização de ativos e passivos dão margem a aumentos

ou diminuições do patrimônio líquido. Embora tais aumentos ou diminuições se

enquadrem na definição de receitas e de despesas, sob certos conceitos de

manutenção do capital, eles não são incluídos na demonstração do resultado.

Em vez disso, tais itens são incluídos no patrimônio líquido como ajustes para

manutenção do capital ou reservas de reavaliação. Esses conceitos de

manutenção do capital são comentados nos itens 102 a 110 desta Estrutura

Conceitual.

Reconhecimento dos Elementos das Demonstrações Contábeis

82. Reconhecimento é o processo que consiste em incorporar ao balanço

patrimonial ou à demonstração do resultado um item que se enquadre na

definição de um elemento e que satisfaça os critérios de reconhecimento

mencionados no item 83. Envolve a descrição do item, a atribuição do seu

valor e a sua inclusão no balanço patrimonial ou na demonstração do

resultado. Os itens que satisfazem os critérios de reconhecimento devem ser

registrados no balanço ou na demonstração do resultado. A falta de

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reconhecimento de tais itens não é corrigida pela divulgação das práticas

contábeis adotadas nem pelas notas ou material explicativo.

83. Um item que se enquadre na definição de ativo ou passivo deve ser

reconhecido nas demonstrações contábeis se:

(a) for provável que algum benefício econômico futuro referente ao item

venha a ser recebido ou entregue pela entidade; e

(b) ele tiver um custo ou valor que possa ser medido em bases confiáveis.

84. Ao avaliar se um item se enquadra nesses critérios e, portanto, se qualifica

para fins de reconhecimento nas demonstrações contábeis, é necessário

considerar as observações sobre materialidade comentadas nos itens 29 e 30.

O inter-relacionamento entre os elementos significa que um item que se

enquadra na definição e nos critérios de reconhecimento de determinado

elemento, por exemplo, um ativo, requer automaticamente o reconhecimento

de outro elemento, por exemplo, uma receita ou um passivo.

Probabilidade de Realização de Benefício Econômico Futuro

85. O conceito de probabilidade é usado nos critérios de reconhecimento para

determinar o grau de incerteza com que os benefícios econômicos futuros

referentes ao item venham a ser recebidos ou entregues pela entidade. O

conceito está em conformidade com a incerteza que caracteriza o ambiente

em que a entidade opera. As avaliações do grau de incerteza ligado ao fluxo

de futuros benefícios econômicos são feitas com base na evidência disponível

quando as demonstrações contábeis são preparadas. Por exemplo, quando é

provável que uma conta a receber devida à entidade seja paga, é então

justificável, na ausência de qualquer evidência em contrário, reconhecer a

conta a receber como um ativo. Para uma grande quantidade de contas a

receber, entretanto, algum grau de inadimplência é normalmente considerado

provável; dessa forma, reconhece-se como despesa a esperada redução nos

benefícios econômicos.

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Confiabilidade da Mensuração

86. O segundo critério para reconhecimento de um item é que ele possua um

custo ou valor que possa ser determinado em bases confiáveis, conforme

comentado nos itens 31 a 38 desta Estrutura Conceitual. Em muitos casos, o

custo ou valor precisa ser estimado; o uso de estimativas razoáveis é uma

parte essencial da preparação das demonstrações contábeis e não prejudica a

sua confiabilidade. Quando, entretanto, não puder ser feita uma estimativa

razoável, o item não deve ser reconhecido no balanço patrimonial ou na

demonstração do resultado. Por exemplo, o valor que se espera receber de

uma ação judicial pode enquadrar-se nas definições tanto de um ativo como de

uma receita, assim como nos critérios exigidos para reconhecimento; todavia,

se não é possível determinar, em bases confiáveis, o valor que será recebido,

ele não deve ser reconhecido como um ativo ou uma receita; a existência da

reclamação deve ser, entretanto, divulgada nas notas explicativas ou

demonstrações suplementares.

87. Um item que, em determinado momento, deixe de se enquadrar nos critérios

de reconhecimento constantes do item 83, poderá qualificar-se para

reconhecimento em data posterior como resultado de circunstâncias ou

eventos subseqüentes.

88. Um item que possui as características de ativo, passivo, receita ou despesa,

mas não atende aos critérios para reconhecimento, pode, entretanto, requerer

divulgação nas notas e material explicativos ou em demonstrações

suplementares. Isso é apropriado quando a divulgação do item for considerada

relevante para a avaliação da posição patrimonial e financeira, do desempenho

e das mutações na posição financeira da entidade por parte dos usuários das

demonstrações contábeis.

Reconhecimento de Ativos

89. Um ativo é reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que

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benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade e seu

custo ou valor puder ser determinado em bases confiáveis.

90. Um ativo não é reconhecido no balanço patrimonial quando desembolsos

tiverem sido incorridos ou comprometidos, dos quais seja improvável a

geração de benefícios econômicos para a entidade após o período contábil

corrente. Ao invés, tal transação é reconhecida como despesa na

demonstração do resultado. Esse tratamento não implica dizer que a intenção

da Administração ao incorrer na despesa não tenha sido a de gerar benefícios

econômicos futuros para a entidade ou que a Administração tenha sido mal

conduzida. A única implicação é que o grau de certeza quanto à geração de

benefícios econômicos para a entidade, após o período contábil corrente, é

insuficiente para justificar o reconhecimento de um ativo.

Reconhecimento de Passivos

91. Um passivo é reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que

uma saída de recursos envolvendo benefícios econômicos seja exigida em

liquidação de uma obrigação presente e o valor pelo qual essa liquidação se

dará possa ser determinado em bases confiáveis. Na prática, as obrigações

contratuais ainda não integralmente cumpridas de forma proporcional (por

exemplo, obrigações decorrentes de pedidos de compra de produtos e

mercadorias, mas ainda não recebidos) não são geralmente reconhecidas

como passivos nas demonstrações contábeis. Contudo, tais obrigações podem

enquadrar-se na definição de passivos e, desde que sejam atendidos os

critérios de reconhecimento nas circunstâncias específicas, podem qualificar-

se para reconhecimento. Nesses casos, o reconhecimento do passivo exige o

reconhecimento dos correspondentes ativo ou despesa.

Reconhecimento de Receitas

92. A receita é reconhecida na demonstração do resultado quando resulta em um

aumento, que possa ser determinado em bases confiáveis, nos benefícios

econômicos futuros provenientes do aumento de um ativo ou da diminuição de

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um passivo. Isso significa, de fato, que o reconhecimento da receita ocorre

simultaneamente com o reconhecimento de aumento de ativo ou de diminuição

de passivo. Mas isso não significa que todo aumento de ativo ou redução de

passivo corresponda a uma receita.

93. Os procedimentos normalmente adotados na prática para reconhecimento da

receita, como por exemplo o requisito de que a receita deve ter sido ganha,

são aplicações dos critérios de reconhecimento definidos nesta Estrutura

Conceitual. Tais procedimentos são geralmente orientados para restringir o

reconhecimento como receita àqueles itens que possam ser determinados em

bases confiáveis e tenham um grau suficiente de certeza.

Reconhecimento de Despesas

94. As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado quando surge

um decréscimo, que possa ser determinado em bases confiáveis, nos futuros

benefícios econômicos provenientes da diminuição de um ativo ou do aumento

de um passivo. Isso significa, de fato, que o reconhecimento de despesa

ocorre simultaneamente com o reconhecimento do aumento do passivo ou da

diminuição do ativo (por exemplo, a provisão para obrigações trabalhistas ou a

depreciação de um equipamento).

95. As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado com base na

associação direta entre elas e os correspondentes itens de receita. Esse

processo, usualmente chamado de confrontação entre despesas e receitas

(Regime de Competência), envolve o reconhecimento simultâneo ou

combinado das receitas e despesas que resultem diretamente das mesmas

transações ou outros eventos; por exemplo, os vários componentes de

despesas que integram o custo das mercadorias vendidas devem ser

reconhecidos na mesma data em que a receita derivada da venda das

mercadorias é reconhecida. Entretanto, a aplicação do conceito de

confrontação da receita e despesa de acordo com esta Estrutura Conceitual

não autoriza o reconhecimento de itens no balanço patrimonial que não

satisfaçam à definição de ativos ou passivos.

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96. Quando se espera que os benefícios econômicos sejam gerados ao longo de

vários períodos contábeis, e a confrontação com a correspondente receita

somente possa ser feita de modo geral e indireto, as despesas são

reconhecidas na demonstração do resultado com base em procedimentos de

alocação sistemática e racional. Muitas vezes isso é necessário ao reconhecer

despesas associadas com o uso ou desgaste de ativos, tais como imobilizado,

ágio, marcas e patentes; em tais casos, a despesa é designada como

depreciação ou amortização. Esses procedimentos de alocação destinam-se a

reconhecer despesas nos períodos contábeis em que os benefícios

econômicos associados a tais itens sejam consumidos ou expirem.

97. Uma despesa é reconhecida imediatamente na demonstração do resultado

quando um gasto não produz benefícios econômicos futuros ou quando e na

extensão em que os benefícios econômicos futuros não se qualificam, ou

deixam de se qualificar, para reconhecimento no balanço patrimonial como um

ativo.

98. Uma despesa é também reconhecida na demonstração do resultado quando

um passivo é incorrido sem o correspondente reconhecimento de um ativo,

como no caso de um passivo decorrente de garantia de produto.

Mensuração dos Elementos das Demonstrações Contábeis

99. Mensuração é o processo que consiste em determinar os valores pelos quais

os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e

apresentados no balanço patrimonial e na demonstração do resultado. Esse

processo envolve a seleção de uma base específica de mensuração.

100. Diversas bases de mensuração são empregadas em diferentes graus e em

variadas combinações nas demonstrações contábeis. Essas bases incluem o

seguinte:

(a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem

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pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos

que são entregues para adquiri-los na data da aquisição, podendo ou não

ser atualizados pela variação na capacidade geral de compra da moeda.

Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram

recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (por

exemplo, imposto de renda), pelos valores em caixa ou equivalentes de

caixa que serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das

operações, podendo também, em certas circunstâncias, ser atualizados

monetariamente.

(b) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou

equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos

equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são

reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não

descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data

do balanço.

(c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são

mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam

ser obtidos pela venda numa forma ordenada. Os passivos são mantidos

pelos seus valores de liquidação, isto é, pelos valores em caixa e

equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos

para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das

operações da entidade.

(d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado

do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo

item no curso normal das operações da entidade. Os passivos são

mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida

de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso

normal das operações da entidade.

101. A base de mensuração mais comumente adotada pelas entidades na

preparação de suas demonstrações contábeis é o custo histórico. Ele é

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normalmente combinado com outras bases de avaliação. Por exemplo, os

estoques são geralmente mantidos pelo menor valor entre o custo e o valor

líquido de realização, os títulos e ações negociáveis podem, em determinadas

circunstâncias, ser mantidos a valor de mercado e os passivos decorrentes de

pensões são mantidos pelo valor presente de tais benefícios no futuro. Além

disso, em algumas circunstâncias, entidades usam a base de custo corrente

como resposta à incapacidade do modelo contábil de custo histórico enfrentar

os efeitos das mudanças de preços dos ativos não-monetários.

Conceitos de Capital e de Manutenção de Capital

Conceitos de Capital

102. O conceito financeiro de capital é adotado pela maioria das entidades na

preparação de suas demonstrações contábeis. De acordo com o conceito

financeiro de capital, tal como o dinheiro investido ou o seu poder de compra

investido, o capital é sinônimo de ativo líquido ou patrimônio líquido da

entidade. Por outro lado, segundo o conceito físico de capital, o capital é

considerado como a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo,

nas unidades de produção diária.

103. A seleção do conceito de capital apropriado para a entidade deve ser baseada

nas necessidades dos usuários das demonstrações contábeis. Assim, o

conceito financeiro de capital deve ser adotado se os usuários das

demonstrações contábeis estão principalmente interessados na manutenção

do capital nominal investido ou no poder de compra do capital investido. Se,

entretanto, a principal preocupação dos usuários é com a capacidade

operacional da entidade, o conceito físico de capital deve ser usado. O

conceito escolhido indica a meta a ser atingida na determinação do lucro,

embora possa haver dificuldades de mensuração em se tornar operacional

esse conceito.

Conceitos de Manutenção do Capital e Determinação do Lucro

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102

104. Os conceitos de capital mencionados no item 102 dão origem aos seguintes

conceitos de manutenção de capital:

(a) Manutenção do capital financeiro. De acordo com esse conceito, o lucro é

auferido somente se o montante financeiro (ou dinheiro) dos ativos

líquidos no fim do período excede o seu montante financeiro (ou dinheiro)

no começo do período, depois de excluídas quaisquer distribuições aos

proprietários e seus aportes de capital durante o período. A manutenção

do capital financeiro pode ser medida em qualquer unidade monetária

nominal ou em unidades de poder aquisitivo constante.

(b) Manutenção do capital físico. De acordo com esse conceito, o lucro é

auferido somente se a capacidade física produtiva (ou capacidade

operacional) da entidade (ou os recursos ou fundos necessários para

atingir essa capacidade) no fim do período excede a capacidade física

produtiva no início do período, depois de excluídas quaisquer

distribuições aos proprietários e seus aportes de capital durante o

período.

105. O conceito de manutenção do capital está relacionado à forma como a

entidade define o capital que ela procura manter. Ele representa um elo entre

os conceitos de capital e os conceitos de lucro, pois fornece um ponto de

referência para medição do lucro; é uma condição essencial para distinguir

entre o retorno sobre o capital da entidade e a recuperação do capital;

somente os ingressos de ativos que excedem os valores necessários para

manutenção do capital podem ser considerados como lucro e, portanto, como

retorno sobre o capital. Portanto, o lucro é o valor remanescente depois que as

despesas (inclusive os ajustes de manutenção do capital, quando for

apropriado) tiverem sido deduzidas do resultado. Se as despesas excederem a

receita, o saldo será um prejuízo.

106. O conceito físico de manutenção de capital requer a adoção do custo corrente

como base de avaliação. O conceito financeiro de manutenção do capital,

entretanto, não requer o uso de base específica de mensuração. A escolha da

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base conforme este conceito depende do tipo de capital financeiro que a

entidade está procurando manter.

107. A principal diferença entre os dois conceitos de manutenção do capital está no

tratamento dos efeitos das mudanças nos preços dos ativos e passivos da

entidade. Em termos gerais, uma entidade terá mantido seu capital se ela tiver

tanto capital no fim do período como tinha no início, computados os efeitos das

distribuições aos proprietários e seus aportes para o capital durante esse

período. Qualquer valor além daquele necessário para manter o capital do

início do período é lucro.

108. De acordo com o conceito financeiro de manutenção do capital, no qual o

capital é definido em termos de unidades monetárias nominais, o lucro

representa o aumento do capital monetário nominal no período. Assim, os

aumentos nos preços de ativos mantidos no período, convencionalmente

designados como ganhos de estocagem, são, conceitualmente, lucros.

Entretanto, eles não podem ser reconhecidos como tais até que os ativos

sejam vendidos mediante transação com terceiros. Quando o conceito

financeiro de manutenção de capital é definido em termos de unidades de

poder aquisitivo constante, o lucro representa o aumento do poder aquisitivo,

no período, do capital investido. Assim, somente a parcela do aumento nos

preços dos ativos que exceder o aumento no nível geral de preços é

considerada como lucro. O restante do aumento é tratado como ajuste para

manutenção do capital e, conseqüentemente, como parte integrante do

patrimônio líquido.

109. De acordo com o conceito físico de manutenção do capital, quando o capital é

definido em termos de capacidade física produtiva, o lucro representa o

aumento desse capital no período. Todas as mudanças de preços afetando

ativos e passivos da entidade são vistas, nesse conceito, como mudanças na

mensuração da capacidade física produtiva da entidade; dessa forma, devem

ser tratadas como ajustes para manutenção do capital, que são parte do

patrimônio líquido, e não como lucro.

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110. A seleção das bases de mensuração e o conceito de manutenção do capital

determinam o modelo contábil usado na preparação das demonstrações

contábeis. Diferentes modelos contábeis apresentam diferentes graus de

relevância e confiabilidade e, como em outras áreas, a Administração deve

procurar um equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, considerando

também o consenso entre os agentes econômicos. Esta Estrutura Conceitual é

aplicável a um elenco de modelos contábeis e orienta na preparação e

apresentação das demonstrações contábeis elaboradas conforme o modelo

escolhido.