fabulas duss

Upload: fabiana-sonale

Post on 21-Jul-2015

297 views

Category:

Documents


20 download

TRANSCRIPT

UNIFAE - Curso de Bacharel e Formao de Psiclogo Tcnicas do Exame Psicolgico - Prof. Dr. Lucas V. Dutra Teste das Fbulas, de Louisa Dss Apostila elaborada com fins didticos, para os alunos do 3o ano. Traduo brasileira com modificaes introduzidas OprimeirotrabalhosobrefbulasfoiapresentadoporLouisaDssem1940,a partirdeumreferencialtericoessencialmentefreudiano.Constituadeumasriede historietasincompletas,desenvolvidascomoummtododeinvestigaodeconflitos inconscientes.Oobjetivo daautora noeradesenvolver uminstrumento que permitisse classificarnosologicamentecasosemestudo,massimobterdiagnsticosdocomplexo. Assim,crioupequenasfbulascujoheri,animaloucriana,seencontraem determinadasituaoquerepresentaumafasedodesenvolvimentopsicossexual.So situaessuficientementeambguasesimblicasparafacilitaraprojeodacriana, permitindo identificar conflitos. Esteteste(DSS,1986)foiobjetodeinmerosestudosvisandosuaefetiva validao. Algumas vantagens das fbulas para a prtica do diagnstico e terapia: 1.Possibilitam um bom contacto; 2.Permitemterumaidiamaisclaradasituaodoscomplexosdoqueaquese obtm atravs de outros mtodos no mesmo perodo de tempo; 3.Frequentemente permitem estabelecer uma boa transferncia inicial; 4.Mediante analise cuidadosa, permitem rapidamente esclarecer questes a respeito dos mecanismos de resistncia e contratransferncia; 5.Identificaes e projees so facilmente identificveis; 6.Nasnarrativasdasfbulasfrequentementesoreconhecidosresduosinfantise atitudesbsicasdecunhomgicodapersonalidadeque,deoutraforma,so considerados como pseudo-racionalizaes; 7.Podemserreconhecidastentativasdedissimulaoatravsdasfabulasde controle, e 8.Numa bateria de testes de um psicodiagnstico, incluindo Rorsharch e Wartegg, o mtododasfbulaspodeserempregadocomoumexcelentetesteparao diagnstico da personalidade. Otestedas fbulasapresentaumaformaverbaleumaformapictrica. Averbal incluidez(10)pequenashistorietas incompletas, que o sujeito deve completar. A forma pictrica composta por doze (12) lminas, com ilustraes adequadas a cada uma das fbulas, que devem ser apresentadas concomitantemente forma verbal. Humalminaparacadafbula,comexceodaF4,emquedeveser selecionadaentre2lminasavariaoquesevaiutilizar,edaF8,emquehlminas diferentes, dependendo do sexo do sujeito. INDICAES-Adequadoparadetectarcrisessituacionaisededesenvol-vimento,conflitoneurtico,transtornoneurticoepsictico.muitotilcomorecurso 2para o entendimento psicodinmico da criana e para o acompanhamento da evoluo do caso, durante o processo psicoteraputico. Comoferramentadepsicodiagnstico (aqui sempre aplicadode modo individual), podeserempregadotambmcomadolescenteseadultos.Noentanto,nestesgrupos etrios as fbulas so apresentadas como um teste de imaginao. APLICAO - O tempo mdio de administrao de 15 minutos. fundamental oestabelecimentodeumbomrapportprviocomosujeito,docontrriohelevada probabilidadedeocorrerrespostasimaturas,ansiosasoumuitodefensivas.Poresta razodesaconselhadoutilizarestetestecomotcnicaintrodutria.SeoCATfor tambm ser empregado na bateria de testes projetada, aconselha-se sua aplicao aps otestedasfbulas,principalmentepelafacilitaodaaplicaodoCATqueotestedas fbulas propicia. Com crianas menores de 5 anos pode-se simplesmente propor brincar de contar histrias:Eucomeoa histriae voccontinua.Paracrianasde dezou mais anos, e tambmcomadolescenteseadultos,podeserapresentadaatarefa,comfoisugerido anteriormente, como `um teste de imaginao. Importante:ASHISTRIASNODEVEMSERLIDAS,emboradevamser apresentadassemmodificarsuaformulao.PORTANTO,DEVEMSERMEMORIZADAS pelo(a)examinador(a)demodoaqueseassegureapadronizaoemtodasas aplicaes.Desnecessrioreforaraidiadequeaverbalizaodeveparecernaturale espontnea,pormsemqualquertipodeentonao(oudramatizao)quepossa influenciar o examinando. Comcrianaemidadepr-escolar,asfbulassocontadaspeloexaminador,ao mesmo tempo em que vo sendo ilustradas com as lminas correspondentes. Anota-se o TEMPODEREAO(apsoexaminadorrelatarafbuladeveligarocronmetroes pararquandoarespostaefetivamentetiverligao-seacrianadisser'noseiou assemelhado,otempocontinuasendocontado)eaRESPOSTADOSUJEITO(devem seranotadasintegralmenteasverbalizaes,bemcomoaspausas,asmudanasde entonaodevozoucondutasno-verbais).Atenoparaasrespostas`sussurradas- podem indicar a presena de conflitos. Aseguirrealizadouminqurito(mesmoquesejadadaumarespostalgica, simplesou`popular,aparentementesemimportncia),quetemafinalidadetantode estimularafantasiadacriananodesenvolvimentodesuahistoriaquantoade aprofundaroentendimentopsicodinmico.Pormotivosbviosoinquritodeveser desenvolvidoatravsdeperguntasneutrasenosugestivas,empregando-se preferencialmenteostermos(ou aestrutura)que oanalisandoutilizouna sua resposta, na hora da formulao do inqurito. A questo "Como se sentiu?" pode ser empregada em cada inqurito, bem como "Por qu?" ou "O qu vai acontecer?", "E ento?", "E da?";"Edepois?".aconselhadosemprenasanotaesanteceder'P'auma perguntadoexaminadore'R'srespostasdoexaminando,paranoconfundir,em especialsearespostanofoiespontnea.IMPORTANTE-nosedeveperguntar"E voc?", visto que objetiva-se no desviar a fala do examinando sobre o heri. Esta verso usada preferencialmente com crianas em nvel pr-escolar, a partir de3anosdeidade,podendoserigualmenteusadacomescolaresat8ou9anos.A partir desta faixa etria, parece ser prefervel o uso apenas da verso verbal, A NO SER NO CASO DE SUJEITOS MUITO BLOQUEADOS EMOCIONALMENTE. Asfbulasseprestamtambmauma aplicaocoletiva,parapossibilitaravaliar umgrandenmerodecrianas,comobjetivodetriagemdeconflitosemocionais,ou seja,selecionarcasoscomprobabilidadedeteremproblemasque,posteriormente, poderosersubmetidosaretesteindividual,porexemplo,nasemanaseguinte. 3Consequentemente,aaplicaocoletivanosubstituiaindividual.indicadocom sujeitosemidadeescolarqueconsigamsecomunicarrazoavelmenteporescrito (geralmente a partir da 3 srie do primeiro grau). As crianas escrevem suas respostas, numerando-as em folha de papel em branco emquesetenhapreenchidopreviamenteosdadosbsicosdeidentificao.As instruessoiguaisdaadministraoindividual,comadiferenaqueaatividade proposta como um levantamento sobre a "maneira como os escolares imaginam, pensam ecriam,salientando-senohaverrespostascertasouerradas.Asfbulassoento narradaspeloexaminadorumaauma,dando-seotemponecessrioparaqueas respostas sejam escritas e observando-se que, na F8, h uma formulao diferente para cada sexo. Deveestarpresentejuntoaopsiclogoumexaminadorouauxiliarqueconhea individualmente os sujeitos, visto que essencial a anotao de qualquer comportamento quechameaatenoduranteaaplicao.Comsujeitosnoescolaresasinstrues podem ser substancialmente as mesmas. TEXTOS DAS FBULAS F1 - FBULA DO PASSARINHO - Um papai e uma mame pssaros e seu filhote passarinhoestodormindonumninho,nogalho.Derepentecomeaasoprar umventomuitofortequesacodeaarvoreeoninhocainocho.Ostrs passarinhosacordamnuminstanteeopassarinhopapaivoarapidamentepara umaarvore,enquantoamamepassarinhovoaparaoutraarvore.Oquevai fazer o filhote passarinho? Ele j sabe voar um pouco... F2-FBULADOANIVERSRIODECASAMENTO-festadeaniversriode casamentodopapaiedamame.Elesseamammuitoedoumabelafesta. Durante a festa, a criana se levanta e vai ficar sozinha no fundo do quintal. Por qu? F3 - FBULA DO CORDEIRINHO - "L no pasto esto uma mame ovelha e seu cordeirinho.Ocordeirinhopulatododiaaoladodamameetodasastardesa mamelhedumbomleitequentequeeleadora.Maselejcomecapim tambm.Umdiatrouxeramparaamameovelhaumpequenocordeirinhoque estava com fome para que a mame lhe desse leite. Mas a mame no tem leite bastante para os dois e diz para o seu primeiro cordeirinho: `Como eu no tenho leitebastanteparadaraosdois,ventocomercapimfresco.Oqueo cordeirinho vai fazer? F4 - FBULA DO ENTERRO - Um enterro est passando nas ruas da cidadezinha easpessoasperguntam:quemmorreu?Algumresponde:umapessoada famlia, que mora `naquela casa. Quem que morreu? Paraascrianasquenoconhecemosignificadodapalavramorte,a Autora sugere uma modificao - Algum da famlia pegou um avio para bem longe, longe, longe, e no vai voltar mais para casa. Quem ? F5 - FBULA DO MEDO - Uma criana diz baixinho: `i, que medo!De qu ela tem medo? 4F6-FBULADOELEFANTE-Umacrianatemumelefantinhodoqualgosta muitoequelindo,comsuatrombabemcomprida.Umdia,voltandodo passeio, a criana entra em seu quarto e acha seu elefantinho muito diferente. O que ele tem de diferente?Por qu est diferente? F7-FBULADOOBJETOFABRICADO-Umacrianaconseguiufabricarum objeto de argila, uma bonita torre, que ela acha lindo, lindo, lindo. O que ela vai fazer com ele? Sua me pede o objeto de presente e a criana livre para dar ou no.O que esta criana vai fazer?" F8 - FBULA DO PASSEIO COM A ME (OU COM O PAI) - Um menino (ou uma menina)fezumlindopasseionoparque,sozinhocomsuamame(comseu papai).Elessedivertirammuitojuntos.Voltandoparacasa,omenino(a menina) acha que seu papai (sua mame) est bravo(a).Por qu? F9-FBULADANOTCIA-Umacrianavoltadaescolaesuamelhediz:`No comece j a brincar, pois tenho uma coisa para lhe contar. O que a mame vai lhe contar? F10 - FBULA DO SONHO MAU - Uma criana acorda de manh, muito cansada e diz: `i, que sonho mau que eu tive!Com o qu ela sonhou? APURAO e MANEJO DOS DADOS (registrar cada passo adiante adequadamente) Otestedasfbulasprovumariquezaenormedeinformaessobreo examinando, que pode ser obtida mediante uma anlise cuidadosa e sistemtica. Apesar desernecessriocertotrabalhonestaetapa,notvelcomoumtestedeaplicao relativamentesimplespossafornecertantaspistassobreaestruturapsicodinmicado examinando, alicerando sobremaneira projetos de investigao e de interveno. Procedimentos: 1.Aotrminodaadministraodasfbulas,deve-seanotarquaisquerobservaes quetenhamsidofeitassobreacondutadosujeitoequenotenhamsidoregistradas junto com as anotaes das falas, das verbalizaes do examinando. 2. Somar os tempos de reao de cada fbula individualmente, dividindo pelo nmero totaldefbulasefetivas(ouseja,excluirdasomaaquelasondenohouveuma verbalizaopropriamentedita;emoutraspalavras,excluirasfbulasemquese verificou fracasso em responder). 3.Identificarasfbulas`fracassadas;comtempoprolongado;temporpidocom resposta inesperada,ou por outros sinais de choque. 4.Verificarsealgumoualgunsdosfenmenosacimaocorremdeformaanlogaem quaisquer duas fbulas subseqentes. 55.Analisarasfalas,identificandotemascentrais(elementosessenciais)etemas subsidirios (elementos secundrios) do contedo das mesmas. 6.Verificarrepetiesdetemascentraisetemassecundriospelasfbulas subseqentes, como se fossem transpostos ou deslocados de uma para outra fbula; em outras palavras, identificar possveis contaminaes e perseveraes. 7.Verificarsehrespostassimblicas,diferenciando-asdasrespostasno adaptadas ao contedo das fbulas. 8.Nocasoderespostasnoadaptadas,examinarsenoforamcausadaspor interfernciaseventuaisdeestmulosinternosouexternos(p.ex.interrupo,rudode celular,etc.)ousesetratadeverbalizaesoriundasdedistrbiosperceptuais (omisses, adies, distores de estmulos verbais e/ou pictricos). 9.VerificarseosujeitousouopronomeEU,emtermosquecaracterizamauto-referncia (ou outras palavras que possam assim funcionar). 10.Combasenosdadosacimalevantados,analisaraseqnciadasrespostas, anotando as impresses. 11.Combasenocaptulo4-OdesenvolvimentodeumSistemadeCategorizaodas respostas-deCUNHA&NUNES(1993,p.49a65),realizaraclassificaodas respostas, de modo a organizar as informaes. 12.Apartirdocaptulo2-Referencialtericoeadinmicadasfbulas,deCUNHA& NUNES (1993, p. 33 a 37) fazer a anlise os dados classificados de cada fbula at agora levantados,tentando umentendimentodasignificaodasrespostas.Em seguida, REGISTRAR AS HIPTESES CABVEIS sobre as significaes. 13.Nesteponto,apartirdosresumosouanotaesde"1.e"10.acima,tentar integrarcomosdadosanteriores(de"12.)eescreverasHIPTESES INTERPRETATIVAS que se pode levantar sobre o caso. 14.Procurarconfirmartaishiptesescom(a)osdadosdahistriaclnica,(b)com observaessobreocaso,e(c)comosdadosdeoutrastcnicasdabateriadetestes selecionada, em funo dos objetivos do psicodiagnstico. 15. Rever cada passo realizado acima e, aps isso, registrar as Concluses Finais. REFERNCIAS CUNHA,J.A.&NUNES,M.L.T.TestedasFbulas-Formaverbale pictrica.SoPaulo:CETEPP-CentroEditordeTestesePesquisasem Psicologia, 1993. DSS, L.Fbulas de Dss: o mtodo das fbulas em psicanlise infantil.So Paulo: Casa do Psiclogo, 1986.