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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE
MESTRADO EM SISTEMAS DE GESTÃO
FABRÍCIO ALVES NUNES
MODELO DE APOIO GERENCIAL PARA PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE MANUTENÇÃO DAS REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
COM PREVISIBILIDADE DO IMPACTO NOS INDICADORES DE CONTINUIDADE DEC E FEC: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE
DISTRIBUIÇÃO NO RIO DE JANEIRO
Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Gestão da Manutenção. Linha de Pesquisa: Sistema de Gestão pela Qualidade Total
Orientador: Prof. Dr. Fernando Oliveira de Araujo
Niterói, RJ 2016
Ficha Catalográfica
N 972 Nunes, Fabrício Alves.
Modelo de apoio gerencial para planejamento das ações de
manutenção das redes de distribuição de energia elétrica com
previsibilidade do impacto nos indicadores de continuidade DEC e FEC:
estudo de caso em uma empresa de distribuição no Rio de Janeiro /
Fabrício Alves Nunes. – Niterói, RJ, 2016.
91 f.: il. color.
Orientador: Fernando Oliveira de Araújo.
Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) – Universidade
Federal Fluminense. Escola de Engenharia, 2016.
Bibliografia: f. 65-66.
1. Energia elétrica - Distribuição. 2. Manutenção de rede de energia
elétrica. 3. Sistema de apoio à decisão. I. Título.
CDD 621.319
Niterói 2016
DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa à minha mãe (in memoriam) e ao meu pai, exemplos de determinação e importantes referências de vida, pelo amor incondicional, apoio, incentivo e ensinamentos que servirem de base para toda a minha existência. À minha esposa Angela, quem trouxe para o mundo minha vida chamada Anne Kaizi.
AGRADECIMENTOS
A todas pessoas que foram muito importantes para a realização desta pesquisa, as quais neste momento, declaro a minha eterna gratidão: Ao Prof. Fernando Oliveira de Araujo, Dr.Eng, exemplo de profissional, que aceitou o desafio da orientação nesta pesquisa, contribuindo sempre com sua visão crítica, rigor técnico e metodológico, demonstrando sempre muita generosidade, paciência e seriedade. À equipe da Secretaria do LATEC / UFF / MSG, em especial à Bianca pelo habitual empenho e dedicação nos temas tratados durante todo esse caminho que percorremos juntos. À Light pelo incentivo, oportunidade, apoio técnico e patrocínio dos estudos que foram muito importantes para a minha vida profissional e pessoal. Aos amigos e companheiros de vida profissional, que integram a Gerência de Planejamento da Manutenção e Operação em estudo, pelo apoio, pela troca de experiências envolvendo sempre reflexões muito valiosas. À minha esposa Angela, pelo habitual incentivo, apoio e compreensão.
RESUMO
A garantia da distribuição de energia é central para a sociedade moderna e uma atividade que impacta diretamente a gerência de planejamento da manutenção e operação de uma das maiores distribuidoras de energia do Rio de Janeiro, a Light. Dada a relevância da constância do fornecimento, a agência reguladora do setor elétrico (ANEEL) estabelece metas rígidas relacionadas aos indicadores de disponibilidade (DEC) e frequência (FEC) de interrupções, com aplicação de rígidas sanções às distribuidoras. O objetivo da pesquisa é analisar modelos quantitativos capazes de aprender com o histórico de interrupções do sistema de distribuição de energia e simular entradas (recursos financeiros necessários a serem investidos por tipo de ação de manutenção) para provisionar os indicadores de continuidade DEC e FEC (saídas), assegurando a proximidade entre o valor obtido experimentalmente e o valor verdadeiro na medição desses indicadores. Em termos metodológicos, foi realizada uma revisão da literatura para identificar possíveis modelos para apoio à decisão sendo capaz de fornecer insumos para a tomada de decisão gerencial. Como resultados, os provisionamentos calculados para o DEC e FEC Global foram obtidos com precisão de 84% e 90%, respectivamente, o que representa uma contribuição acadêmica e gerencial orientadas ao atendimento dos requisitos impostos pela ANEEL.
Palavras-Chave: Planejamento da Manutenção. Previsão de Indicadores e Recursos. Distribuidora de Energia Elétrica.
ABSTRACT
The guarantee of energy distribution is central to modern society and an activity that directly impacts the management planning of the maintenance and operation of one of the largest energy distributors in Rio de Janeiro, Light. Due to the importance of supply constancy, the regulatory agency of the electricity sector (ANEEL) establishes strict targets related to the availability (DEC) and frequency (FEC) indicators of interruptions, with strict sanctions applied to distributors. The objective of the research is to analyze quantitative models able to learn from the history of disruptions of the power distribution system and simulate inputs (financial resources needed to be invested by type of maintenance action) to provide the continuity indicators DEC and FEC (Outputs), ensuring the proximity between the value obtained experimentally and the true value in the measurement of these indicators. In methodological terms, a review of the literature was carried out to identify possible models for decision support being capable of providing inputs for managerial decision making. As a result, the provisions calculated for DEC and FEC Global were obtained with an accuracy of 84% and 90%, respectively, which represents an academic and managerial contribution geared to meeting the requirements imposed by ANEEL. Keywords: Maintenance Planning. Forecast Indicators and Resources. Electric Power Distributor
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Processo de fornecimento até o consumo da energia elétrica 15 Figura 02 DEC Brasil X Meta Regulatória (ANEEL) 16 Figura 03 FEC Brasil X Meta Regulatória (ANEEL) 16 Figura 04 Determinação do ponto ótimo entre os custos da manutenção
preventiva e os custos decorrentes das falhas (manutenção corretiva e compensações financeiras)
22
Figura 05 Estrutura metodológica do estudo 27 Figura 06 Figura 07
Estrutura institucional do setor elétrico brasileiro O processo de pesquisa
36 39
Figura 08 Figura 09 Figura 10
Mapa da área de concessão da Light Diagrama do modelo de apoio gerencial à tomada de decisão Etapas do processo de KDD
44 49 71
Figura 11 Resumo das Pesquisas nas bases SCOPUS, Web of Science e SciElo
83
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 Concessionárias BRASIL – ANUAL 19 Gráfico 02 Gráfico 03
Impacto das causas das interrupções Distribuição de Artigos por Ano de Publicação na busca com as palavras-chave na base Scopus
45 75
Gráfico 04 Distribuição de Artigos por Ano de Publicação na busca com as palavras-chave na base ISIWeb of Science
79
Gráfico 05 Distribuição de Artigos por Ano de Publicação com as palavras-chave na base SciELO
82
Gráfico 06 Distribuição de Artigos do “Núcleo de Partida” por Ano de Publicação
90
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 Principais agentes e suas funções do novo modelo do setor 33 Quadro 02 A evolução da estrutura institucional do setor elétrico brasileiro 35 Quadro 03 Entradas e saídas dos indicadores financeiros e de continuidade 49 Quadro 04 Estratificação do DEC por segmento de atuação da manutenção 51 Quadro 05 Estratificação do FEC por segmento de atuação da manutenção 52 Quadro 06 Entradas e Saídas do Sub Processo Impedimentos Programados
do Sistema Aéreo 54
Quadro 07 Entradas e Saídas do Sub Processo Preventivas do Sistema Subterrâneo
55
Quadro 08 Entradas e Saídas do Sub Processo Corretivas do Sistema Subterrâneo
55
Quadro 09 Entradas e Saídas do Sub Processo Podas de Árvores (Vegetação)
56
Quadro 10 Entradas e Saídas do Sub Processo Manutenção Preventiva de Rede, Estrutura e Equipamentos
56
Quadro 11 Entradas e Saídas do Sub Processo Manutenção Corretiva de Rede, Estrutura e Equipamentos
57
Quadro 12 Entradas e Saídas do Sub Processo Projetos de Aumento de Capacidade (AP)
57
Quadro 13 Entradas e Saídas do Sub Processo Projetos de Proteção da Distribuição
58
Quadro 14 Entradas e Saídas do Sub Processo Projetos de Blindagem das Redes
58
Quadro 15 Entradas e Saídas do Sub Processo Atendimentos de Emergência 59 Quadro 16 Saídas: retorno do cálculo com a provisão de DEC e FEC para os
anos de 2016 a 2026 59
Quadro 17 Resultados de DEC projetados e realizados 61 Quadro 18 Resultados de FEC projetados e realizados 62 Quadro 20 Periódicos dos artigos publicados na busca com as palavras-
chave na base Scopus 73
Quadro 21 Autores e nº de artigos publicados na busca com as palavras-chave na base Scopus
74
Quadro 22 Levantamento da cronologia na busca com as palavras-chave na base Scopus
74
Quadro 23 Busca por palavras-chave nas bases ISI Web of Science 76 Quadro 24 Periódicos dos artigos publicados na busca com as palavras-
chave na base ISI Web of Science 77
Quadro 25 Autores e nº de artigos publicados na busca com as palavras-chave na base ISI Web of Science
78
Quadro 26 Levantamento da cronologia e ciclo da produção com a combinação das palavras-chave na base ISI Web of Science
78
Quadro 27 Busca por palavras-chave nas bases Scielo 79 Quadro 28 Periódicos dos artigos publicados na busca com as palavras-
chave na base ISI Web of Science 80
Quadro 29 Autores e nº de artigos publicados na busca com as palavras-chave na base ISI Web of Science
81
Quadro 30 Levantamento da cronologia e ciclo da produção com a combinação das palavras-chave na base ISI Web of Science
81
Quadro 31 Lista de artigos selecionados para o núcleo de partida das bases SCOPUS e ISI Web of Science
85
Quadro 32 Lista de artigos selecionados para o núcleo de partida da base SciELO
86
Quadro 33 Lista de artigos selecionados para compor o “núcleo de partida” da pesquisa
87
Quadro 34 Identificação dos periódicos, o número de artigos e o critério Qualis para compor o “núcleo de partida” da pesquisa
89
Quadro 35 Levantamento da cronologia e ciclo da produção no “núcleo de partida”
90
Quadro 36 Quantidade de referências por tipo de fonte 91 Quadro 37 Número de referências por ano de publicação 91 Quadro 38 Quantidade de referências por tipo de fonte e instituição de
pesquisa 92
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRAMAN Associação Brasileira de Manutenção
ABRADEE Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica CAPES DEC
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora
DIC Duração de Interrupção por Unidade Consumidora
DICRI Duração da Interrupção Individual ocorrida em dia crítico por unidade consumidora
DMIC Duração Máxima de Interrupção Contínua por Unidade Consumidora
FEC Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora
FIC Frequência de Interrupção por Unidade Consumidora
FURNAS Furnas Centrais Elétricas S.A
GWh Giga Watt hora
Km2 Quilometro Quadrado
MAE Mercado Atacadista de Energia
MP Medida Provisória
MT Média Tensão
MW Mega Watt
NOS Operador Nacional do Sistema
PCM Planejamento e Controle da Manutenção
SEB Setor Elétrico Brasileiro
SESD Subestação de Subtransmissão da Distribuição
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 15 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 15 1.2 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA 17 1.3 OBJETIVOS 23 1.3.1 Objetivo Geral 23 1.3.2 Objetivos Específicos 24 1.4 QUESTÕES-PROBLEMA 24 1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO 25 1.6 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO 25 1.7 ESTRUTURA METODOLÓGICA 26 1.8 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO 28
2 REVISÃO DA LITERATURA 29 2.1 LEVANTAMENTO BIBLIOMÉTRICO 29 2.2 ENERGIA ELÉTRICA 29
3 METODOLOGIA DA PESQUISA 38 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 38 3.2 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DA PESQUISA 39 3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS 40 3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DE DADOS 41 3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO 42
4 ESTUDO DE CASO E PROPOSTA DE MODELO PARA APOIO GERENCIAL
44
4.1 MOTIVAÇÃO 45 4.2 PROPOSTA DE MODELO DE APOIO GERENCIAL PARA A
TOMADA DE DECISÃO 46
4.2.1 Elaboração do modelo 46 4.2.1.1 Definir o problema 47 4.2.1.2 Observar o processo atual e reunir as informações necessárias 47 4.2.1.3 Formular o modelo matemático capaz de simular as previsões de DEC e FEC
47
4.2.1.3.1.Grupos específicos de sub processos da manutenção preventiva e corretiva
48
4.2.1.4 Criar a ferramenta computacional 48 4.2.1.5 Apresentar a análise dos resultados 60
5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES DE ESTUDOS FUTUROS
63
5.1 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 63 5.2 SUGESTÕES DE FUTUROS TRABALHOS 64
REFERÊNCIAS
66
ANEXO
APENDICE A
68
70
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os processos de geração, distribuição e fornecimento de energia elétrica
são centrais para o desenvolvimento econômico e social da civilização moderna.
Em especial, o processo de fornecimento de energia elétrica ao
consumidor, alvo do presente estudo, é resultado de três etapas de
transformação: a geração, transmissão e distribuição. Dada a importância da
manutenção da prestação do serviço de energia elétrica para a sociedade e para
o desenvolvimento do país, no Brasil, o Estado assume o papel de promover a
organização do setor que passa por diversas transformações desde os mais de
cem anos da sua existência (ALMEIDA, 2008).
A Figura 01 ilustra as etapas da geração, transmissão e distribuição do
processo de fornecimento até o consumo da energia elétrica.
Figura 01 - Processo de fornecimento até o consumo da energia elétrica Fonte: ABRADEE (2015) http://www.abradee.com.br
A regulação do processo da distribuição de energia elétrica no Brasil é de
responsabilidade da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Os
incentivos fazem parte de uma vertente da regulação, onde a tarifa reflete custos
eficientes, que podem ser distintos dos custos verificados efetivamente pelas
distribuidoras. Este movimento incentiva a busca pela eficiência tanto nas tarefas
de operação e manutenção como também nas estratégias de investimentos.
Paralelamente, a regulação determina padrões mínimos de qualidade que
deverão ser respeitos pelos concessionários.
15
Nesse sentido, a ANEEL tem enfatizado a necessidade de maior esforço
gerencial e operacional das distribuidoras para o aprimoramento da qualidade
do serviço, uma vez que os indicadores de qualidade, em especial a duração
média da interrupção por consumidor (DEC), não têm apresentado melhora
significativa nos últimos anos. A Figura 02 ilustra o DEC e a Figura 03 o FEC
realizado no Brasil em relação às metas estabelecidas de 2006 a 2015. Em todos
os anos, os indicadores apurados no Brasil superaram a meta definida pelo
regulador.
Figura 02 – DEC Brasil X Meta Regulatória (ANEEL) Fonte: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica (2016)
Figura 03 – FEC Brasil X Meta Regulatória (ANEEL) Fonte: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica (2016)
A eficiência requerida pelos novos contratos de concessão na forma da
qualidade do serviço e da gestão econômico-financeira tenciona os agentes do
setor elétrico brasileiro a refletirem sobre os desafios e mecanismos capazes de
16
aprimorar a qualidade do seu atendimento, com custos eficientes e investimentos
prudentes.
1.2 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA
Conforme discutido previamente, constata-se que a regulação do setor
elétrico brasileiro, fortaleceu-se desde 1990 e passou por grandes
transformações desde o início com pequenos grupos de capital privado,
estatizações, privatizações, novo modelo setorial, racionamento em 2001,
revisão do modelo setorial, renovação das concessões, risco hidrológico e três
ciclos de revisão tarifária (2003 – 2008 – 2013).
Restringindo-se o foco do estudo à Light1, distribuidora de energia elétrica
objeto dessa pesquisa, a melhoria da qualidade do seu atendimento, implica na
entrega aos consumidores uma duração média e uma frequência média das
interrupções no fornecimento de energia dentro dos limites regulatórios (mensal,
trimestral e anual) estabelecidos pela ANEEL em 2013 durante o terceiro ciclo
de revisão tarifária.
O DEC – Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora,
é o indicador que sinaliza em horas a duração média das interrupções no
fornecimento de energia e o FEC – Frequência Equivalente de Interrupção por
Unidade Consumidora Equivalente por Unidade Consumidora, sinaliza em vezes
a frequência média das interrupções em determinados períodos.
Observada a qualidade do fornecimento da energia em 2015, o DEC -
duração média das interrupções do Brasil foi de 18,59 horas (acima do limite de
13,94 horas estabelecido pela Aneel) e o FEC - a frequência média das
interrupções é de 9,86 vezes (abaixo do limite de 11,03 vezes designado pela
supracitada Agência). O Brasil conta com mais de 77,18 milhões de unidades
consumidoras, destas, a grande maioria, cerca de 85%, é residencial (ANEEL,
2015).
1Light – Serviços de Eletricidade S.A: empresa de capital aberto que distribui energia elétrica desde 1905
no Estado do Rio de Janeiro, hoje possui 4 milhões de clientes (10 milhões de pessoas), em 31 municípios
do Estado. Sua área geográfica de concessão equivale a 30% do Estado do RJ e que possui 70% do PIB do
RJ. A empresa é a quarta maior distribuidora de energia do Brasil, em número de clientes, e a quinta maior
em quantidade de energia distribuída, segundo o Anuário Estatístico de Energia Elétrica de 2010, publicado
pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e
Energia.(Fonte:www.light.com.br).
17
Em 2015, a Light ultrapassou o limite regulatório definido pela Aneel para
a duração das interrupções (DEC). O DEC alcançou a média de 12,59 horas
(limite de 8,88 horas). O FEC ficou abaixo do limite regulatório e alcançou a
média de 6,41 vezes (limite de 6,64 vezes).
Por meio do controle das interrupções, do cálculo e da divulgação dos
indicadores de continuidade de serviço, as distribuidoras, os consumidores e a
ANEEL podem avaliar a qualidade do serviço prestado e o desempenho do
sistema elétrico.
Para alcançar ou manter o nível de qualidade estabelecido pela ANEEL,
as distribuidoras são responsáveis também por planejar os recursos financeiros
que suportem as despesas operacionais com operação e manutenção e os
investimentos na melhoria da qualidade do fornecimento (custos gerenciáveis).
Além do DEC e do FEC, a ANEEL estabelece limites para os indicadores
de continuidade individuais (DIC, FIC, DMIC e DICRI)2. Porém, quando há
transgressão dos limites dos indicadores de continuidade individuais, a
distribuidora deve compensar financeiramente o consumidor em relação ao
período de apuração (mensal, trimestral ou anual). A distribuidora deve calcular
a compensação ao consumidor que acessa o seu sistema e efetuar o crédito na
fatura em até dois meses após o período de apuração. O cálculo do valor da
compensação utiliza a fórmula constante da Equação 1:
(Equação 1)
Fonte: Light – Gerência de Operação - 2015
2 DIC = duração de interrupção individual por unidade consumidora ou por ponto de conexão, expressa
em horas e centésimos de hora;
FIC = frequência de interrupção individual por unidade consumidora ou ponto de conexão, expressa em
número de interrupções;
DMIC = duração máxima de interrupção contínua por unidade consumidora ou por ponto de conexão,
expressa em horas e centésimos de hora;
DICRI = duração da interrupção individual ocorrida em dia crítico por unidade consumidora ou ponto de
conexão, expressa em horas e centésimos de hora.
18
No Brasil em 2015, 126 milhões compensações foram pagas pelas 63
distribuidoras que ultrapassaram os limites regulatórios do DIC, FIC e DMIC ou
DICRI. Os consumidores afetados no período receberam R$ 657 milhões, a título
de compensação financeira3 por interrupção de energia. Em 2014, foram R$ 391
milhões por 110 milhões de compensações pagas. O Gráfico 01 ilustra o valor
dos pagamentos da compensação financeira desde 2010 estratificada pelos
indicadores de duração e frequência, mensal, trimestral e anual.
Gráfico 01 - Concessionárias BRASIL - ANUAL Fonte: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica (2016)
Na Light, nos anos de 2012 e 2013, foram pagos R$ 47 milhões e R$ 46
milhões a título de compensação financeira por interrupção de energia,
respectivamente. Em 2014, foram pagos R$ 30 milhões por 6,4 milhões de
compensações pagas. Em 2015, foram 6,5 milhões de compensações pagas
que somaram R$ 44 milhões, segundo publicação da ANEEL através do seu site.
O efeito do direcionamento regulatório é percebido a partir do aumento
das compensações aos consumidores e com a inserção da questão da qualidade
3 O pagamento de compensação financeira entrou em vigor em 1º de janeiro de 2010. O assunto foi
normatizado pela Resolução nº. 395/2009, que fez a revisão dos Procedimentos de Distribuição de Energia
Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST). O PRODIST normatiza o relacionamento entre as
distribuidoras e consumidores e geradores conectados aos sistemas de distribuição. Entre 2010 e 2014, já
foram compensados quase R$ 2bilhões, em mais de 500 milhões de faturas mensais – uma vez que uma
unidade consumidora pode receber a compensação mais de um mês por ano. Cabe destacar que o volume
de compensações financeiras pagas no Brasil pela violação dos limites regulatórios de interrupção do
fornecimento se aproxima de R$ 40 milhões ao ano.
19
no cálculo tarifário (componente Q) do Fator X4 (Equação 2), que é composto
por três componentes, conforme fórmula:
𝑭𝒂𝒕𝒐𝒓𝑿 = 𝑷𝒅 + 𝑸 + 𝑻 (Equação 2), onde:
𝑷𝒅: Ganhos de produtividade da atividade de distribuição;
𝑸: Qualidade técnica e comercial do serviço prestado ao consumidor; e
𝑻: Trajetória de custos operacionais.
O valor da componente Q é resultado da qualidade dos serviços técnicos
e comerciais prestados por cada distribuidora aos seus consumidores. Esse
componente está inserido no contexto do Mecanismo de Incentivo - MI, que
envolve outras ações da Agência. Seu cálculo leva em conta a variação de sete
indicadores e o atendimento aos padrões de qualidade estabelecidos pela
ANEEL.
Por fim, ainda há uma demanda para que a qualidade do serviço seja um
dos critérios, claro e objetivo, para renovações das concessões. O Tribunal de
Contas da União, através do Acórdão nº 2.253/2015, explicita que entre os
parâmetros de eficiência da prestação do serviço deve estar a qualidade do
serviço, cuja:
“[...] falta de consecução dos parâmetros estabelecidos [...] por 2 anos consecutivos ou períodos alternados no prazo de 5 anos caracterizará a inadimplência em relação à continuidade do fornecimento”.
De fato, em 24/09/2015 a ANEEL se posicionou reabrindo a Audiência
Pública nº 038/2015, onde propõe que:
“o descumprimento de limites anuais globais de indicadores de continuidade coletivos por três anos consecutivos acarretará (...) a extinção da concessão”.
Ainda cabe ressaltar que na área de concessão da Light, além das
barreias naturais da qualidade do fornecimento que ainda a impedem de
4 Fator X: tem por objetivo primordial a garantia de que o equilíbrio estabelecido na revisão tarifária entre
receitas e despesas eficientes seja mantido nos reposicionamentos tarifários subsequentes. Isto ocorre por
meio da transferência ao consumidor dos ganhos potenciais de produtividade do segmento de distribuição
de energia elétrica.
20
alcançar os limites regulatórios estabelecidos e por consequência implicam em
severas multas compensatórias, existe uma situação bem particular chamada de
perdas comerciais.
As perdas comerciais caracterizam-se por furto e fraude de energia, é o
que declara a ANEEL no texto Medição, faturamento e combate a perdas
comerciais e o que constata a Light. São 6.029 GWh por ano, o equivalente a
20% das perdas não técnicas do Brasil. A perda acumulada no mercado faturado
de baixa tensão da Light é de 45%.
O furto é o desvio direto de energia da rede elétrica da distribuidora para
o consumo ilegal, ou seja, a energia é utilizada, mas não contabilizada. A fraude
está associada às ligações irregulares, clandestinas e alterações das
características dos medidores instalados nas unidades consumidoras
registradas na distribuidora, ou seja, apesar de o consumo ser maior, a fraude
na rede elétrica faz com que o usuário pague, quando muito, apenas uma fração
do consumo devido.
As perdas comerciais são mensuradas através do cálculo do índice de
perdas comerciais, resultado da relação da energia não faturada pela energia
distribuída. Esse índice faz da Light uma das distribuidoras com maior perda
comercial do país, ficando atrás das distribuidoras como a Eletrobrás Alagoas,
Eletrobrás Piauí, Celpa (Pará) e Eletrobrás Amazonas. As perdas comerciais
refletem diretamente no aumento da tarifa, como forma de compensar as
distribuidoras o montante desviado pelos infratores.
De acordo com dados da ANEEL (2015), a região Norte lidera o índice de
perdas comerciais, com média de 22%. O Nordeste e Sudeste contabilizam 10%
de média de perdas cada. Já as regiões Centro-Oeste e Sul têm,
respectivamente, 5% e 3%.
As perdas comerciais impactam nas operações da Light e provocam
prejuízos bastante significativos na qualidade do seu atendimento e na saúde
financeira da companhia. De acordo com pronunciamento do presidente da
companhia, Paulo Roberto Pinto, em evento organizado pela FIRJAN e FIESP,
os 41% de perdas comerciais alcançados em 2014, somam cerca de R$ 2
bilhões, o equivalente aos números movimentados em consumo de energia no
mercado de todo o Estado do Espírito Santo.
21
A Light como prestadora de serviços públicos, no contexto da regulação
e da qualidade do fornecimento, como qualquer outra distribuidora, é também
responsável por aplicar e gerenciar os recursos financeiros para suportar a
técnica dos planos de operação, manutenção e de melhoria da qualidade do
sistema da sua área de concessão. O objetivo final dos seus planos de ação que
envolve o tema é alcançar e manter os níveis regulatórios de continuidade (DEC
e FEC), fortalecer os resultados da sua concessão através do equilíbrio da sua
base de ativos de remuneração reconhecida pela Aneel e os custos fixos ou não
que integram a sua operação.
A Figura 04ilustra o ponto de equilíbrio (ótimo) entre os custos da
manutenção preventiva e os custos decorrentes das falhas (manutenção
corretiva, penalidades, multas e compensações financeiras).
Figura 04 - Determinação do ponto ótimo entre os custos da manutenção preventiva e os custos decorrentes das falhas (manutenção corretiva e compensações financeiras)
Fonte: adaptação do autor de Mirshawa e Omedo (1993)
Diante das especificidades da área de concessão de cada distribuidora, o
momento de planejar os recursos financeiros que a suportam e permitem a
execução das ações preventivas e dos investimentos para melhoria da qualidade
do sistema é extremamente crítico para as distribuidoras.
As ações de manutenção preventiva devem resultar no alcance dos
limites regulatórios definidos para os indicadores de continuidade e mitigar as
multas compensatórias por transgressão dos limites estabelecidos.
22
A distribuidora deve ser precisa e exata na hora de planejar e aplicar os
recursos financeiros disponibilizados, cada vez mais finitos, regulados e
escassos.
O problema central da pesquisa deste estudo é evidenciar como
correlacionar o impacto das ações preventivas planejadas após a etapa de
diagnóstico do sistema elétrico de distribuição da Light e o resultado produzido
na forma dos indicadores de continuidade (DEC e FEC) e dos valores decorridos
das manutenções corretivas e das compensações financeiras.
Na prática, as distribuidoras, por sua vez, conhecem o custo que possuem
para o nível de qualidade no qual elas ofertam o serviço, mas nem sempre
conhecem a função completa de custo para se obter o nível de qualidade
desejado.
A ANEEL enfatiza sobre a dificuldade de estimar funções de custos
relacionadas à melhoria da confiabilidade do sistema de distribuição e
reconheceu, através do Termo de Referência n° 01, de Ago/13, que: “[...] funções
de custos relacionados à melhoria da confiabilidade do sistema de distribuição”
caracterizam-se por ter limitada “literatura sobre o assunto”.
Diante do exposto, essa pesquisa proporciona um salto no sentido de
conhecer o impacto dos custos e benefícios das ações de custo (OPEX) e
investimento (CAPEX), além do que se demonstra relevante no cenário de
instabilidade do setor elétrico nacional, onde a busca pela qualidade no
fornecimento de energia elétrica ganhou notória prioridade e é cada vez mais
potencializada pela escassez de recursos.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
O objetivo desta dissertação é propor e desenvolver um modelo de cálculo
que resulte na previsão dos níveis de continuidade de DEC e FEC (saída) da
Light, considerando as ações planejadas de manutenção preventiva e
suportadas pelos recursos financeiros (entrada).
23
1.3.2 Objetivos Específicos
Definir a melhor forma de cálculo do impacto de cada ação de manutenção
preventiva para redução da frequência de falhas (FEC) e da duração nos
tempos de interrupção (DEC).
Entendera influência de cada uma das ações de manutenção preventiva na
previsibilidade dos indicadores de DEC e FEC.
Utilizar o modelo de tomada de decisão como ferramenta no planejamento
da manutenção preventiva para compatibilizar o nível de qualidade do
fornecimento desejado (DEC e FEC) com o volume das ações preventivas e
os recursos financeiros necessários para a realização das ações no campo.
1.4. QUESTÕES-PROBLEMA
Qual a influência dos investimentos realizados na manutenção preventiva
para mitigar os efeitos das falhas nas redes de distribuição e multas
compensatórias?
Faz sentido incorporar variáveis ambientais, temporais e climatológicas como
pavimentação, violência, sazonalidades, pluviosidade, temperatura, vento, El
Niño e La Niña, características da área de concessão da Distribuidora na
estimativa dos ganhos das ações de manutenção?
É possível desenvolver um modelo matemático que contemple as variáveis
de custo e desempenho de modo a contribuir para provisão de resultados na
forma de indicadores de qualidade?
24
1.5. RELEVÂNCIA DO ESTUDO
O desenvolvimento da metodologia é relevante para o sistema de gestão
da manutenção preventiva no sentido de incrementar maior precisão no retorno
esperado de cada investimento realizado para cada tipo de ação de manutenção.
Isso significa, observa-se a possibilidade de ajustar Melhor a intensidade de cada
ação para combater a causa raiz identificada durante a fase do diagnóstico e
assim obter o resultado desejado.
Cada ação de manutenção está influenciada pelo impacto que seus
ofensores promovem sobre os indicadores de qualidade. Com isso tem-se a
expectativa de determinar o equilíbrio necessário entre a confiabilidade desejada
no fornecimento e os preços da energia elétrica, levando em consideração as
regras da Aneel e a satisfação do consumidor e de toda a população envolvida.
A metodologia de cálculo pode ser utilizada por qualquer outra
distribuidora que obtenha concessão dos serviços de distribuição no território
nacional, consequentemente regida pelas mesmas regras setoriais da categoria
qual pertence.
Outros setores produtivos que também tenham a manutenção preventiva
como determinante de vantagem competitiva, também podem utilizar essa
metodologia de cálculo, desde que a mesma seja parametrizada com as regras
lógicas para o seguimento de atuação.
O estudo apresenta como contribuição acadêmica a oportunidade de
desenvolvimento da metodologia de cálculo, a disponibilidade das informações
necessárias para sua realização e ainda oferece embasamento suficiente para
teorização de novos estudos para produção científica.
1.6 DELIMITAÇÕES DO ESTUDO
A Gerência de Planejamento da Manutenção e Operação da Distribuição
da Light é o meio que facilita a pesquisa e permite trocar conhecimento teórico
e empírico.
A estrutura metodológica está suportada por duas vertentes. A vertente
do conhecimento teórico promove a revisão literária e resulta um modelo de
25
planejamento do experimento. A vertente do conhecimento empírico analisa e
discute o modelo do experimento aplicado na Light e os resultados alcançados.
Não serão contemplados neste estudo aspectos mais aprofundados
acerca de:
- Critérios do diagnóstico para identificar os principais ofensores aos
indicadores de qualidade e financeiros;
- Avaliação sobre as regras do agente regulador, normas e procedimentos de
engenharia de manutenção ou do mercado financeiro;
- Parecer sobre a modicidade tarifária5, multa, penalidades e compensações
financeiras vigentes à Distribuidora em estudo;
- Questões relacionadas à certificação do processo.
Cabe ressaltar que embora a metodologia de cálculo esteja customizada
para uma distribuidora de energia elétrica, analogias a outros segmentos
produtivos podem ser feitos, ainda que esta comparação não tenha sido
realizada nesta pesquisa.
1.7 ESTRUTURA METODOLÓGICA DO ESTUDO
O modelo para organizar este estudo está baseado na estrutura
metodológica ilustrada na Figura 05.
O estudo possui duas vertentes, uma teórica e outra empírica, que mesmo
sendo distintas, se complementam.
5 O princípio da modicidade tarifária busca o estabelecimento de tarifa justa a ser cobrada dos clientes do
serviço monopolista de distribuição de energia elétrica. Para isso, o Regulador leva em consideração, dentre
outros, dois componentes fundamentais: os custos operacionais vinculados à operação e manutenção dos
ativos necessários para a prestação do serviço, gestão comercial dos clientes, direção e administração da
empresa; a remuneração dos ativos efetivamente necessários para a prestação do serviço, com níveis de
qualidade de modo a assegurar e sustentar adequadamente atividade econômica do negócio. De outro lado,
como estímulo a prestação qualificada do serviço concedido fica resguardada a apropriação de ganhos de
eficiência empresarial e da competitividade.
26
Figura 05 – Estrutura metodológica do estudo
Fonte: criado pelo autor
A vertente teórica propõe-se a pesquisar o papel da gestão no processo
de manutenção e de suas variáveis para apoiar na tomada de decisão. Assim
como também, identificar que ações deverão ser priorizadas de modo a
potencializar os resultados esperados de preferência no menor prazo possível.
Para dar embasamento teórico à pesquisa, serão estudados os seguintes
assuntos: Manutenção, Energia, Redes Neurais e Lógica Fuzzy.
A vertente empírica, por meio de um estudo de caso, propõe-se a
identificar e coletar dados referentes: ao planejamento da manutenção do setor
de distribuição elétrica tendo como via a Gerência de Planejamento da
Manutenção e Operação da Light Serviços de Eletricidade SA, as ações
desenvolvidas e a lógica utilizada para tomada de decisão e os resultados
alcançados por esses profissionais; como essas ações podem contribuir para
potencializar ganhos para o sistema Light; como os profissionais percebem o
impacto financeiro e da qualidade do fornecimento de energia elétrica derivado
de cada ação de manutenção; e vistas à melhoria do processo ensino-
aprendizagem. Esta vertente será abordada por meio da coleta de dados
documentais dos profissionais integrantes das equipes de planejamento da
Light.
Valida ou modifica
Estrutura Metodológicada Pesquisa
Vertente Teórica
Vertente Empírica
Revisãoda Literatura
Pesquisa Setorial: Manutenção das Redes de Distribuição de Energia Elétrica
Uso dos Métodos no apoio à Tomada de Decisão
Modelo Teórico / Planejamento do Experimento
Estudo de Caso
Levantamentode Dados
Análise, Simulação e Discussão de Resultados
Conclusões e Sugestões de Estudos Futuros
Ap
lica
em
...
27
1.8 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO
O estudo proposto está organizado em cinco capítulos, a saber:
O Capítulo 1 promove a contextualização do problema, os objetivos da
pesquisa fundamentada como estudo de caso, a estrutura metodológica da
pesquisa, além da relevância, delimitações e organização do estudo.
O Capítulo 2 fundamenta-se na a revisão da literatura, visando à identificação
dos principais conceitos e fundamentos relevantes ao embasamento
acadêmico da pesquisa.
No Capítulo 3 é apresentada a metodologia da pesquisa empregada para a
proposição do modelo experimental.
O Capítulo 4 apresenta o desenvolvimento da aplicação dos conceitos
teóricos que suportam o modelo experimental na realidade da Light.
O Capítulo 5 apresenta conclusões e considerações finais sobre os
resultados obtidos e as recomendações de pesquisas futuras.
28
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 LEVANTAMENTO BIBLIOMÉTRICO
Esta seção apresenta o referencial teórico que foi utilizado como aporte
para o desenvolvimento da pesquisa. Foram realizadas consultas em livros,
artigos, periódicos, dissertações e teses e disponíveis nas principais bases de
dados reconhecidas pela CAPES.
Visando dar maior fundamentação científica à pesquisa foi realizado um
estudo bibliométrico para identificar os principais autores que estão relacionados
de alguma forma ao tema da pesquisa. O levantamento bibliométrico está
detalhado no Apêndice A.
2.2 ENERGIA ELÉTRICA
Almeida (2008) destaca quatro períodos das transformações do modelo
brasileiro de distribuição da energia elétrica no Brasil. O primeiro entre os anos
de 1879 e 1933, transição entre o império e a república, é caracterizado pela
implantação do setor elétrico no país, das primeiras instalações de iluminação
pública e das primeiras usinas geradoras de eletricidade, além do surgimento
das primeiras empresas do setor6.
As concessões para a prestação dos serviços de energia elétrica foram
instituídas após a promulgação da segunda Constituição do Brasil, em 1891.
Ainda segundo o autor, surgiram como uma solução para o processo de
expansão econômica e social do país, uma vez que o Estado não conseguia
atender adequadamente as demandas da sociedade da época. Ainda nesse
período, começam a ser debatidos o futuro do setor e a participação da iniciativa
privada.
6O marco histórico inicial da utilização da eletricidade ocorreu em 1879 quando da inauguração, na Estação
da Corte da Estrada de Ferro D. Pedro II (Estrada de Ferro Central do Brasil), da primeira instalação de
iluminação elétrica permanente, que se constituía de seis lâmpadas de arco voltaico. Apenas quatro anos
depois era inaugurada a primeira hidrelétrica brasileira, a Usina Hidrelétrica (UHE) Ribeirão do Inferno,
com 12 kW de potência instalada e localizada na cidade de Diamantina – MG, (ALMEIDA, 2008).
29
No início da década de 1930 o setor elétrico estava dominado por
empresas privada7 que praticavam a liberdade tarifária com as tarifas
reajustadas pela taxa cambial. Os países europeus e os Estados Unidos
experimentavam reduções nas tarifas de energia elétrica, resultado da estratégia
adotada de concorrência entre o Estado e a iniciativa privada (ALMEIDA, 2008).
Para Almeida (2008), no segundo período (1934 a 1961) a promulgação
do Código de Águas em 1934, foi a primeira ação visando à regulamentação do
setor de energia elétrica no país. O Estado controlava autorizações e
concessões para a exploração do serviço de geração e distribuição de energia
elétrica.
Almeida (2008) destaca ainda que o período entre os anos de 1937 a 1945
foi marcado por maior intervenção do Estado na economia através da criação de
empresas estatais8, pelos altos investimentos em infraestrutura e a criação de
monopólios públicos de produtos.
Segundo Dontal (2012), a partir de meados dos anos 1950, devido à
necessidade de expansão do setor e prover infraestrutura para a
industrialização, iniciou-se um gradual processo de estatização, concluído por
volta de 1970.
Em 1953, o Estado instituiu o Fundo Federal de Eletrificação (FFE) e, ao
final da década, o Plano Nacional de Eletrificação (PNE9) como medida para
viabilizar os investimentos da União no setor. Como parte do PNE e com o
objetivo de garantir a estrutura institucional para os empreendimentos
encaminhados pelo governo federal no setor elétrico, foram criados em 1960 o
7 Início da década de 1930 o setor elétrico estaria dominado, praticamente, por dois grandes grupos
estrangeiros: o Grupo Light, atuando nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, e a American and Foreign
Power Company (AMFORP), atuando em diversas capitais brasileiras e no interior de São Paulo,
(ALMEIDA, 2008). 8 Data desse período a criação de algumas das grandes empresas públicas de economia mista, como a
Companhia Siderúrgica Nacional (1941), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), a Companhia Nacional
de Álcalis (1943) e a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (1945), (ALMEIDA, 2008). 9O PNE foi criado durante o governo de Getúlio Vargas. Com seu suicídio, o projeto foi deixado de lado,
sendo posteriormente retomado e aprovado durante o governo de Juscelino Kubitscheck (1956-1961).
Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), o setor elétrico foi considerado prioritário pelo
Plano de Metas do governo, juntamente com os setores de transportes, alimentação, educação e de
indústrias de base (AMARAL, 2012).
30
Ministério de Minas e Energia (MME), incorporando as funções do CNAEE10 e
da antiga Divisão de Águas e, em 1961, as Centrais Elétricas Brasileiras S.A.,
mais conhecida como Eletrobrás, Amaral (2012).
Amaral (2012) destaca que com o golpe de Estado em 1964, foi
empregada uma reforma político-institucional do Estado brasileiro visando a
restabelecer a estabilidade. No setor elétrico instituiu-se o Departamento
Nacional de Água e Energia Elétrica (DNAEE), que assumiu todas as funções
inerentes ao poder concedente, transformando-se em órgão normativo e
fiscalizador do sistema e a Eletrobrás, responsável pela coordenação e
planejamento da expansão e operação do sistema foi fortalecida.
Entre os anos de 1962 e 1979 (terceiro período), Almeida (2008) destaca
que foram criados pelo governo federal, órgãos governamentais e grandes
empresas estatais, consolidando o processo de estatização do setor elétrico no
Brasil.
A manutenção do programa de investimento do sistema elétrico, ao longo
de todo o período de 1950 a 1980 foi amplamente dependente de financiamentos
externos.
No quarto período entre os anos de 1980 e 2001, Almeida (2008) destaca
a estagnação do sistema, sendo caracterizado também pelo início e
desenvolvimento do processo de privatização do setor, além do surgimento da
crise de abastecimento de energia elétrica, que segundo Amaral (2012),
culminou no racionamento de 2001.
Almeida (2008) ressalta que no Brasil, o movimento pelas reformas do
Estado iniciou-se no governo Collor, a partir do início dos anos 1990, com a
adoção do PND11 – Programa Nacional de Desestatização.
Em 1992, a Light Serviços de Eletricidade S.A. (Light) e a Espírito Santo
Centrais Elétricas S.A. (Escelsa) foram incluídas no PND. Porém, o processo de
privatização do setor realmente tomou força a partir do primeiro governo de
Fernando Henrique Cardoso (1995-1998), quando foi criado o Conselho
Nacional de Desestatização (CND).
10 Em 1939, foi criado o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (CNAEE) com a função de atuar
em todas as questões relativas ao setor elétrico (AMARAL, 2012). 11O PND foi criado através da Medida Provisória 155, tendo sido transformado na Lei 8.301/90
(ALMEIDA, 2008).
Comentado [B1]: http://www.aneel.gov.br/documents/656835/14
876412/Dissertacao_Jose_Alvaro.pdf/5ee072cf-549e-48b2-9d23-
21a386f353f9
31
Ainda durante o primeiro mandato do Governo FHC, como parte da
reestruturação do setor elétrico, foi extinto o DNAEE e criados a ANEEL –
Agência Nacional de Energia Elétrica12, o MAE – Mercado Atacadista de Energia
Elétrica13 (MAE) e o ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico14 (ALMEIDA,
2008).
O governo reconheceu a existência da crise e lançou em abril de 2001 o
Plano de Racionalização de Energia. A ampliação do parque gerador durante as
décadas que antecederam 2001 não foram suficientes para evitar que o país
enfrentasse uma grave crise de abastecimento de energia elétrica, ressalta
Almeida (2008).
Tolmasquim (2000) afirma que a crise energética foi consequência da
união de dois fatores: o abandono, por parte do governo federal, da gestão
plurianual dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a pequena expansão do
sistema elétrico. A crise não pode ser atribuída simplesmente a uma má
operação do sistema elétrico, e sim a uma política de governo que proibia as
empresas estatais de investirem na expansão do sistema elétrico como forma de
reduzir o déficit público, apesar das empresas possuírem condições para tal.
Além disso, os investimentos privados no setor não ocorreram como esperado
pelo governo.
O diagnóstico elaborado pela Comissão de Análise do Sistema
Hidrotérmico de Energia Elétrica, o “Relatório Kelman 20”, concluiu que a crise
esteve muito mais relacionada às mudanças estruturais implementadas no
âmbito do processo de reestruturação do setor, que inviabilizou novos
investimentos, do que por desequilíbrio conjuntural decorrente da estiagem
vivenciada no final de 2000 e início de 2001 (AMARAL, 2012).
12A ANEEL foi instituída pela Lei 9.427 de 26 de dezembro de 1996 para ser uma agência reguladora
independente, tendo como atividades fundamentais a regulação, o controle e a fiscalização dos serviços e
instalações de energia elétrica.
13O MAE foi criado pela Lei 9.648 de 27 de maio de 1998 para ser o ambiente onde se realizariam as
transações de compra e venda de energia elétrica no sistema elétrico interligado, cabendo à ANEEL a
definição das regras de participação no MAE e os mecanismos de proteção dos consumidores.
14 O ONS como órgão de direito privado e sem fins lucrativos tem a função de coordenar e controlar a
operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN)
32
Após a deflagração da crise energética de 2001, sucedeu-se uma grande
crise institucional no setor e em todo o governo. Com a troca do governo em
2003 do Presidente Fernando Henrique Cardoso para Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, iniciou-se uma série de mudanças que culminariam no que se
conhece como “O Novo modelo do Setor Elétrico” instituído pela Lei 10.848 de
2004, que teve os como princípios básicos, destaca Amaral (2012).
I. Prevalência do conceito de serviço público entendendo que produção de
energia deve ser realizada, prioritariamente, por concessionárias de
serviço público, principalmente quando destinada aos consumidores
cativos.
II. Manutenção da modicidade tarifária15 é fundamental com a introdução de
mecanismos que, preservados os benefícios da competição, permitam
que a renda decorrente da permanência em operação dos ativos
depreciados possa contribuir para a modicidade tarifária.
III. Mitigação dos riscos sistêmicos tanto para investidores como para
consumidores.
IV. Universalização do acesso e uso dos serviços de eletricidade só será
atendida através de políticas públicas específicas.
V. A incorporação de contestação pública nos distintos estágios do
planejamento, com o objetivo de garantir a máxima transparência das
ações do setor.
O “Novo modelo do Setor Elétrico” definiu os principais agentes do
novo modelo e suas funções de acordo com o Quadro 1.
Quadro 1 - Principais agentes e suas funções do novo modelo do setor.
AGENTES
FUNÇÕES
15O princípio da modicidade tarifária busca o estabelecimento de tarifa justa a ser cobrada dos clientes do
serviço monopolista de distribuição de energia elétrica. Para isso, o Regulador leva em consideração, dentre
outros, dois componentes fundamentais:
•. Os custos operacionais vinculados à operação e manutenção dos ativos necessários para a prestação do
serviço, gestão comercial dos clientes, direção e administração da empresa;
• A remuneração dos ativos efetivamente necessários para a prestação do serviço, com níveis de qualidade
de modo a assegurar e sustentar adequadamente atividade econômica do negócio.
Por outro lado, como estímulo a prestação qualificada do serviço concedido fica resguardada a apropriação
de ganhos de eficiência empresarial e da competitividade.
33
Conselho Nacional de Política Energética –CNPE
Homologação da política energética, em articulação com as demais políticas públicas.
Ministério de Minas e Energia – MME
Formulação de políticas para o setor energético; implementação dessas políticas energéticas; e exercício
do poder concedente.
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL
Mediação, regulação e fiscalização do funcionamento do sistema elétrico, envolvendo o cumprimento das normas do marco regulatório em geral e das obrigações dispostas nos atos de outorga (contratos de concessão, autorização ou
permissão) dos serviços de geração, transmissão e distribuição.
Empresa de Pesquisa Energética – EPE
Execução dos estudos de planejamento energético
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE
Contabilização e liquidação de diferenças contratuais no curto prazo; e administração dos contratos de compra de energia para atendimentos aos consumidores regulados.
Operador Nacional do Sistema –ONS
Operação integrada e centralizada do sistema elétrico interligado; e administração da contratação das
instalações de transmissão.
Operador dos Sistemas Elétricos Isolados – OSI
Coordenação da operação dos sistemas isolados
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE
Monitoramento das condições de atendimento, no horizonte de cinco anos, com o objetivo de assegurar a
implementação de providências com vistas a garantir a normalidade do suprimento de energia elétrica
(coordenação do MME, com apoio da EPE, CCEE, da ANEEL e doONS)
Eletrobrás
Financiamento, em caráter suplementar, da expansão do setor elétrico; exercício da função de holding das
empresas estatais federais; administração de encargos e fundos setoriais; comercialização da energia de Itaipu e de
fontes alternativas contempladas pelo PROINFA16; e Coordenação do OSI.
Fonte: BRASIL – Ministério de Minas e Energia (2003)
O Quadro 2 ilustra um breve resumo da evolução da estrutura institucional
do setor elétrico brasileiro, cuja trajetória está dividida em três fases.
16
O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), instituído pelo decreto
nº 5.025/2004, tem o objetivo de aumentar a participação da energia elétrica produzida por
empreendimentos concebidos com base em fontes eólicas, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH)
no Sistema Elétrico Interligado Nacional (SIN).
34
Quadro 2 - A evolução da estrutura institucional do setor elétrico brasileiro
Modelo Antigo (até1995) Modelo de Livre Mercado
(1995 a2003) Novo Modelo(2004)
Financiamento através de
recursos públicos
Financiamento através de
recursos públicos e privados
Financiamento através de
recursos públicos e privados
Empresas verticalizadas
Empresas divididas por
atividade: geração,
transmissão, distribuição e
comercialização
Empresas divididas por
atividade: geração,
transmissão, distribuição,
comercialização, importação
e exportação.
Empresas
Predominantemente
Estatais
Abertura e ênfase na
privatização das Empresas
Convivência entre Empresas
Estatais e Privadas
Monopólios - Competição
inexistente
Competição na geração e
comercialização
Competição na geração e
comercialização
Consumidores Cativos Consumidores Livres e Cativos
Consumidores Livres e Cativos
Tarifas reguladas em todos
os segmentos
Preços livremente
negociados na geração e
comercialização
No ambiente livre: Preços
livremente negociados na
geração e comercialização.
No ambiente regulado: leilão
e licitação pela menor tarifa
Mercado Regulado Mercado Livre Convivência entre
Mercados Livre e Regulado
Planejamento Determinativo -
Grupo Coordenador do
Planejamento dos Sistemas
Elétricos(GCPS)
Planejamento Indicativo
pelo Conselho Nacional de
Política Energética(CNPE)
Planejamento pela Empresa
de Pesquisa
Energética(EPE)
Contratação: 100% do
Mercado
Contratação: 85% do
mercado (até
agosto/2003) e 95%
mercado (até dez./2004)
Contratação: 100% do Mercado
+ reserva
Sobras/déficits do balanço
energético rateados entre
compradores
Sobras/déficits do balanço
energético liquidados no MAE
Sobras/déficits do balanço
energético liquidados na
CCEE. Mecanismo de
Compensação de Sobras e
Déficits (MCSD) para as
Distribuidoras.
Fonte: Câmara de Comercialização de Energia Elétrica -CCEE (2015)
A Figura 06 ilustra o diagrama da estrutura institucional do setor
elétrico brasileiro após a introdução do novo modelo em 2004.
35
Figura 06 – Estrutura institucional do setor elétrico brasileiro Fonte: ANEEL (2008) - Agência Nacional de Energia Elétrica – disponível em www.
aneel.gov.br
Segundo Almeida (2008), o novo modelo manteve o incentivo a
competição no segmento de geração e comercialização, porém, extinguiu o MAE
e em seu lugar foi criada a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE).
Brandão e Castro (2013) citam que os contratos das antigas concessões
de geração, transmissão e distribuição do setor elétrico, prorrogados em 1995,
vinham sendo discutidos desde 2008. Em 11 de setembro 2012, através da MP
- Medida Provisória 57917 foi anunciada a prorrogação de renovar as concessões
dos ativos de geração e transmissão. Posteriormente a MP 579 foi convertida na
Lei 12.78318.
A renovação dos contratos da distribuição não foi priorizada no mesmo
momento dos segmentos da geração e transmissão, pois um novo processo
licitatório não resultaria em nenhum efeito imediato em prol da modicidade
tarifária.
17Medida Provisória 579/2012 de 11/09/2012: dispõe sobre as concessões de geração, transmissão e
distribuição de energia elétrica, sobre a redução dos encargos setoriais, sobre a modicidade tarifária, e dá
outras providências.
18Lei 12.783/2013 de 11/01/2013: define os critérios e condições para a prorrogação das concessões de
geração hidrelétrica.
36
Próximo ao fim das concessões das distribuidoras que acontecem entre
2015 e 2017, a Aneel fixa regras para renovação de concessões de
distribuidoras, deliberando em 21 de outubro de 2015 o resultado da Audiência
Pública nº 38/2015. A recomendação ao Poder Concedente (Ministério de Minas
e Energia) é prorrogar 40 concessões de distribuição de energia elétrica, 37
delas com vencimento do contrato em julho de 2015. “É como se a concessão
continuasse como está, com alguns aspectos que aperfeiçoamos no contrato de
concessão”, explica o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino.
A renovação das concessões da distribuição promove assinatura de
novos contratos e oportunidade de incorporar cláusulas e instrumentos que
possibilitem melhorar a qualidade da regulação, dos serviços e reduzir custos,
ressaltam Brandão e Castro (2013).
A Aneel através do seu canal de notícias em outubro de 2015
(http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/noticias/Output_Noticias.cfm?Identidade=8
876&id_area=90), declara que os novos contratos de concessão impõem
condicionantes de eficiência às distribuidoras. A eficiência é tratada em duas
dimensões: qualidade do serviço e sustentabilidade da gestão econômico-
financeira. Os descumprimentos dos limites resultam em caducidade da
concessão ou, também, em limitações à distribuição de resultados financeiros
aos acionistas das empresas.
Em resumo, o modelo regulatório do setor elétrico brasileiro tem passado
por diversas transformações desde a sua primeira instalação elétrica de
iluminação em 1879, ao racionamento de energia em 2001, à implantação do
novo modelo institucional em 2004, revisões até a renovação das concessões
(20 anos) da geração e transmissão em 2012 e da distribuição em 2015.
37
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Neste capítulo é apresentada a metodologia da pesquisa adotada para
investigar se o método aplicado permite simular o comportamento do DEC e FEC
em resposta a aplicação de recursos financeiros focados em ações de
manutenção, projetos de melhoria das redes e de renovação de ativos da
distribuição e assim apoiar a Administração durante a tomada de decisão e na
movimentação dos recursos para cumprir estratégia da Gerência de
Planejamento da Manutenção.
O capítulo descreve os procedimentos adotados na metodologia que é
aplicada na pesquisa, o processo de análise, tratamento dos dados obtidos e
limitações do método.
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Em um contexto organizacional, Gray (2012) destaca que a pesquisa
pode se originar não de questões originadas por uma bibliografia, mas sim de
um problema real e vivo que o pesquisador deve resolver.
Esta pesquisa é organizacional com desenho experimental, no formato de
estudo de caso e de natureza aplicada, com propósito descritivo, cujo foco
principal do estudo é abordar métodos quantitativos e aplicações que são
adotadas por uma metodologia sistêmica capaz de aprender com seu histórico
de interrupções no sistema de distribuição de energia elétrica e simular novas
entradas (recursos financeiros) para provisionar os indicadores de continuidade
DEC e FEC (saídas), assegurando a proximidade entre o valor obtido
experimentalmente e o valor verdadeiro na medição desses indicadores.
Segundo Gray (2012), por ter um foco muito prático a pesquisa aplicada
com ênfase em atingir resultados mensuráveis e que sejam específicos de uma
determinada organização, a pesquisa costuma estar relacionada a como
(processo) resolver problemas reais (conteúdo). Ainda de acordo com o autor,
dentre os principais alvos da pesquisa é esperado melhorar o entendimento de
problemas organizacionais específicos, criar soluções para os problemas
organizacionais e desenvolver conclusões de relevância prática aos
stakeholders.
38
Para atingir os objetivos propostos, uma breve revisão bibliográfica foi
realizada com adoção de uma postura interdisciplinar, incorporando ideias e
abordagens de áreas temáticas sobre a manutenção de sistemas de distribuição
de energia, sua regulamentação e métodos de previsibilidade de indicadores por
tomada de decisão com multicritérios, lógicas fuzzy, redes neurais, estatística
descritiva e inferência estatística.
O modelo idealizado para a organização da pesquisa está referenciado
ao processo simplificado apresentado por Gray (2012) e está sistematizado na
Figura 07.
Figura 07 - O processo de pesquisa Fonte: adaptado de Gray (2012)
Resumidamente, as principais características desta pesquisa são a
interdisciplinaridade de métodos científicos e a simulação com modelos
matemáticos com a utilização de ferramenta computacional para apoiar a tomada
de decisão.
3.2 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DA PESQUISA
O processo de amostragem é não probabilístico, pois parte de um
universo restrito à Light Serviços de Eletricidade S.A. Não toma como base
39
procedimentos estatísticos e sim dados capazes de expressar e fornecer
informações relevantes e necessárias para se atingir os objetivos propostos
nesta pesquisa e assim obter as respostas para o problema investigado.
As informações de perspectivas operacionais e financeiras a serem
analisadas foram obtidas com base nos indicadores utilizados nas análises na
gerência de Planejamento da Manutenção da Light desde o ano 2011, que são
gerados a partir do histórico de interrupções do sistema elétrico (DEC e FEC) e
também dos valores aplicados na despesa de manutenção dos ativos (OPEX) e
no investimento dos projetos de melhoria da qualidade (CAPEX)durante o
mesmo período.
Através da manipulação das informações de entrada (recursos
financeiros) da ferramenta computacional, busca-se compreender a influência
das ações de combate às causas das interrupções ao investigar o porquê dos
resultados alcançados ao longo do período e assim identificar as limitações que
mais afetam nesta previsibilidade dos indicadores de DEC e FEC.
3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
De acordo com Gray (2012) existem seis fontes de evidências para
estudos de casos, cada qual com suas vantagens e desvantagens, sendo:
documentação registro de arquivos, entrevistas, observação direta, observação
participante e artefatos físicos. Segundo o autor essas fontes não são
excludentes e um bom estudo de caso tende a usar várias fontes de evidência.
Durante coleta de dados foram adotadas as seguintes fontes de
evidências para assim obter as informações necessárias que permitem refletir e
discutir sobre as questões problema da pesquisa:
Documentação
Registro de arquivos
Observação direta
Observação participante
A pesquisa documental e os registros de arquivos envolvem relatórios
gerenciais, arquivos eletrônicos ao longo dos anos de 2011 a 2016 com dados
que são precisos, puramente quantitativos e totalmente disponíveis no ambiente
40
interno do pesquisador, relatórios de investidores, site da Light e grande parte
também no site da Agência Reguladora - ANEEL.
A observação direta é realizada a partir de informações complementares
prestadas pelos coordenadores, engenheiros e técnicos inspetores de
manutenção para verificação das práticas de análises de resultados e execução
dos serviços em campo, considerando ainda as experiências e vivências
profissionais, sem risco dos eventos se desenvolverem de forma diferente por
estarem sendo observados.
A observação participante é realizada com base no conhecimento do
pesquisador acerca dos principais desafios enfrentados pelos profissionais de
manutenção. Gray (2012) destaca que esta fonte de evidência é muito rica em
relação aos aspectos culturais e nos termos das operações técnicas, sendo uma
desvantagem o risco de manipulação involuntária de eventos.
Os dados primários e secundários que dão suporte à pesquisa e que
podem confirmar e valorizar evidências, são:
Dados Primários:
Observação direta e participante: são aqueles que são recolhidos e
analisados com foco nos objetivos da pesquisa. São importantes fontes
de informações para o estudo de caso, por tratar da proximidade dos
resultados estimados frente aos, realmente, alcançados.
Dados Secundários:
Documentação e os registros de arquivos: relatórios e análises de
indicadores, diagramas de Pareto das causas das interrupções e seus
efeitos no DEC e FEC, documentos internos e externos à organização,
propostas, pareceres e projetos.
3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS
De acordo com Gray (2012), os testes estatísticos que são usados para
análise, dependerão do tipo de dado que está sendo coletado e o processo de
escolha de testes estatísticos deve acontecer na etapa de planejamento da
pesquisa, e não na implementação. Isso porque é fácil demais acabar tendo nas
mãos dados para os quais não existem tratamentos estatísticos.
41
Para manipular os dados coletados na pesquisa, utilizou-se os recursos
do aplicativo Microsoft Office Excel para construir uma ferramenta que,
associada aos conceitos de estatística seja na forma descritiva ou inferências,
possa viabilizar a manipulação de dados, e ser capaz de compreender e analisar
o fenômeno.
O modelo foi construído para correlacionar ações de manutenção e
projetos de melhoria da rede - OPEX e CAPEX, direcionados para prevenção ou
correção do sistema elétrico de distribuição da Light com cada grupo de causas
gerenciáveis consideradas pela manutenção e assim obter a provisionamento
dos indicadores de DEC e FEC ao longo do período considerado.
O modelo também considera o tempo de degradação do estado da rede
após a execução de determinada ação de manutenção, históricos financeiros
(OPEX, CAPEX, multas compensatórias, reajustes contratuais) com as devidas
correções monetárias a valor presente, o impacto real de cada ação nos
indicadores de DEC e FEC, a influência nos tempos de restabelecimento das
interrupções não programadas, a variação e o efeito dos recursos financeiros
aplicados nas ações preventivas e corretivas a cada ano de apuração, a
correlação entre duração (DEC) e frequência (FEC) das interrupções motivadas
por falhas de manutenção (causas gerenciáveis) e os limites regulatórios de DEC
e FEC definidos pela ANEEL.
Essa modelagem permite o mapear a influência das famílias de causas
(anexo I) mais ofensoras aos indicadores regulatórios (DEC e
FEC),estabelecendo a relação entre a aplicação de determinado recurso no
combate a determinada família de causas de interrupção no sistema de
distribuição da Light para, então, conhecer, propor diretrizes e simular a
aplicação de recursos nas ações ou projetos de melhoria da rede de modo
provisionar aumento ou redução dos níveis de qualidade dos indicadores de
DEC, FEC e também das multas compensatórias por violação dos limites
definidos pela ANEEL.
3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO
Durante a utilização do método proposto de investigação, foram
identificadas as seguintes dificuldades e limitações durante a pesquisa:
42
As variações climáticas não foram envolvidas no estudo;
Escassez de obras científicas e documentos relacionados, diretamente,
ao tema e aos objetivos da pesquisa; e também de produtos no setor
elétrico para implementação de cálculos de provisionamento do DEC e
FEC correlacionados aos recursos financeiros aplicados às ações e
projetos de manutenção e melhoria da rede;
Dificuldade em obter fontes documentais de referência no âmbito de
outras distribuidoras, uma vez que na maioria das vezes, as informações
sobre o tema que é escasso são tratadas internamente pela instituição
como diferencial competitivo;
Aspectos dos cálculos de revisão tarifária não são escopo principal da
pesquisa;
Viés por parte do pesquisador que apesar de demonstrar grande interesse
por integrar o corpo técnico da Light, fica propenso a interpretar os fatos
por conveniência, abstendo-se da neutralidade que o qualifica como bom
observador.
43
4 ESTUDO DE CASO E PROPOSTA DE MODELO PARA APOIO GERENCIAL
Este estudo de caso está restrito ao universo da Gerência de
Planejamento da Manutenção e Operação, integrante da estrutura
organizacional da distribuidora Light - Serviços de Eletricidade S.A., que distribui
energia elétrica para 31 municípios do estado do Rio de Janeiro, abrangendo
25% do território, com a cobertura de uma área de 10.970 Km². Segundo dados
internos da companhia datados de novembro de 2016, a Light presta serviços a
aproximadamente 4,3 milhões unidades consumidoras (10 milhões de pessoas).
O mercado de energia da Light corresponde a 72% de toda a energia
consumida no estado do Rio de Janeiro. A área de concessão da Light está
representada no mapa da Figura 08:
Figura 08 - Mapa da área de concessão da Light
Fonte: www.light.com.br
Como principais atribuições da Gerência de Planejamento da Manutenção
e Operação estão a definição da estratégia de manutenção do sistema elétrico
e a distribuição dos recursos financeiros que são disponibilizados para que as
áreas executoras realizem as ações planejadas de manutenção e melhoria da
rede. O desempenho dos indicadores de continuidade DEC e FEC, terá
influência de cada ação realizada, cada qual com seu impacto.
44
4.1 MOTIVAÇÃO
A Gerência de Planejamento da Manutenção e Operação após receber
uma demanda institucional para provisionar os indicadores anuais de
continuidade DEC e FEC para uma série de 05 anos, reunião a equipe de
Gerente (pesquisador), Coordenadores e Gestão para planejar a entrega da
demanda.
Diante do alto grau de risco e importância da informação e da falta de
ferramenta de apoio gerencial para a tomada de decisão (interna e mercado) e
que fosse suportada por fundamentação científica, foi proposto o modelo
apresentado nesta pesquisa.
O plano de manutenção tem influência direta em, aproximadamente, 85%
nos indicadores de DEC e FEC se somadas as interrupções cujas as causas são
das famílias próprias do sistema e meio ambiente, como ilustra o Gráfico 02.
Gráfico 02 – Impacto das causas das interrupções. Fonte: elaborado pelo próprio autor
O resultado esperado pela distribuidora após a execução do plano de
manutenção e da renovação de ativos das redes de distribuição, é o aumento da
disponibilidade do sistema elétrico, consequentemente, o aumento da receita
pela energia distribuída e faturada, além da redução das multas compensatórias
por não violar os limites de duração (DEC) e ou frequência (FEC) das
interrupções da sua área de concessão.
45
4.2 PROPOSTA DE MODELO DE APOIO GERENCIAL PARA A TOMADA DE
DECISÃO
Durante a fase inicial da pesquisa o primeiro método de previsibilidade
verificado foi o PROMETHEE (Preference Ranking Method for Enrichment
Evaluation – Método de Classificação de Preferências para Avaliação de
Enriquecimento) de decisão por multicritérios, que apesar de não se tratar de
uma teoria fundamentada em axiomas, segundo Almeida e Cavalcante (2005),
não foi escolhido para esta pesquisa devido à incompatibilidade de suas
características ao problema, já que não envolve subjetividade no julgamento de
valor pessoal na vida real que possa assegurar a proximidade entre o valor
obtido experimentalmente e o valor verdadeiro na medição do indicador.
O método de redes neurais artificiais (RNA) também foi verificado como
método alternativo, porém descartado pela falta da quantidade necessária de
dados para que se pudesse modelar uma rede capaz de aprendizagem.
4.2.1 Elaboração do modelo
Após a verificação de incompatibilidade dos métodos intitulados como
mais aderentes ao problema na fase inicial da pesquisa, foi necessário criar um
modelo para calcular a previsibilidade dos indicadores de DEC e FEC em função
da distribuição de recursos dos orçamentos de OPEX e CAPEX para a realização
das ações de manutenção e melhoria da rede.
Para a concepção do modelo foi necessário:
A. Definir o problema
B. Observar o processo atual e reunir as informações necessárias
C. Formular o modelo matemático capaz de simular as previsões de DEC e
FEC
D. Criar a ferramenta computacional
E. Apresentar a análise dos resultados
46
4.2.1.1. Definir o problema
O problema é definido pela dificuldade de provisionar os indicadores de
DEC e FEC da Light S.E.S.A., em função das incertezas dos resultados a serem
obtidos pela aplicação dos volumes de recursos, considerando cada tipo de
manutenção ou melhoria realizada na rede de distribuição.
4.2.1.2. Observar o processo atual e reunir as informações necessárias
A série histórica das informações disponíveis permitem prever a tendência
dos resultados dos indicadores de DEC e FEC com a utilização da estatística
descritiva, considerando que estão contidas nos resultados alcançados ao longo
dos períodos, a influência da intensidade dos recursos financeiros aplicados e
os impactos das ações de manutenção realizadas na rede (variáveis
gerenciáveis) e dos efeitos das condições climáticas (variáveis não gerenciáveis)
sobre o sistema elétrico de distribuição.
4.2.1.3. Formular o modelo matemático capaz de simular as previsões de DEC
e FEC
O modelo foi desenvolvido para uma previsão de curto, médio e longo
prazo, isto é, de 1, 5 a 10 anos à frente, fazendo com que a Light possa planejar
os recursos financeiros necessários para executar os serviços de manutenção
preventiva e de melhoria da rede, minimizando a às interrupções motivadas por
falhas de manutenção e aumentando o grau de acerto na precisão nas previsões
dos indicadores de DEC e FEC.
A série histórica dos recursos financeiros por ação de manutenção e os
resultados alcançados de DEC e FEC inicia em 2011 e estão disponíveis,
registrados em documentos e arquivos internos da empresa.
Através das experiências e vivências profissionais do pesquisador e dos
colaboradores da Gerência de Planejamento da Manutenção e Operação, foi
possível definir grupos específicos de subprocessos da manutenção preventiva
e corretiva e, relevantes para a avaliação quantitativa dos dados coletados.
47
4.2.1.3.1 Grupos específicos de sub processos da manutenção preventiva e
corretiva
Esta seção apresenta os sub processos de manutenção que foram
considerados pelo pesquisador como variáveis relevantes em decorrência do
impacto de cada uma no cálculo da previsibilidade dos indicadores de DEC e
FEC. São eles:
A. Impedimentos Programados do Sistema Aéreo
B. Preventivas do Sistema Subterrâneo
C. Corretivas do Sistema Subterrâneo
D. Podas de Árvores
E. Manutenção Preventiva de Rede, Estrutura e Equipamentos
F. Manutenção Corretiva de Rede, Estrutura e Equipamentos
G. Projetos de Aumento de Capacidade (MEMO T e AP)
H. Projetos de Proteção da Distribuição
I. Projetos de Blindagem das Redes
J. Atendimentos de Emergência
4.2.1.4. Criar a ferramenta computacional
O modelo foi desenvolvido com a utilização do aplicativo Microsoft Office
Excel para manipular os dados de entrada e correlacionar ações de manutenção
e projetos de melhoria da rede - OPEX e CAPEX, direcionados para prevenção
ou correção do sistema elétrico de distribuição da Light com cada grupo de
causas gerenciáveis consideradas pela manutenção e assim obter o
provisionamento dos indicadores de DEC e FEC ao longo do período de até 10
anos.
A Figura 12ilustra em diagrama de blocos das principais etapas da
ferramenta computacional elaborada para apoio gerencial com base no método
de cálculo proposto pela pesquisa para cada subprocesso de manutenção.
Principais Etapas:
I - Inserir dados históricos para diagnóstico (2011 a 2015)
II - Definir Entradas: Recursos Financeiros por Ação de Manutenção
III - Processamento e aprendizagem
48
IV - Saídas: previsão de DEC e FEC
Figura 09 - Diagrama do modelo de apoio gerencial à tomada de decisão
Fonte: elaborado pelo autor
I - Dados históricos: Indicadores de Continuidade DEC e FEC e Financeiros
Nesta etapa as informações do histórico de 2011 a 2015 dos limites
regulatórios de DEC e FEC, dos resultados de DEC e FEC alcançados no
período e dos orçamentos de OPEX e CAPEX de cada ação de manutenção ou
melhoria de rede são inseridas na planilha de cálculo. O Quadro 03 contempla
as entradas dos indicadores financeiros e de continuidade.
49
Quadro 03 – Entradas e saídas dos indicadores financeiros e de continuidade
A cada atualização diária das interrupções ocorridas no sistema elétrico
de distribuição, a planilha estratifica o DEC por segmento de atuação da
manutenção.
O Quadro 04 contempla o diagnóstico com a atualização de 11/12/2016.
2011 2012 2013 2014 2015 2016
OPEX TotalLaboratório Móvel 153.150 139.460 154.632 171.287 350.830 350.976
Inspeção de Camaras 1.851.999 1.479.719 1.547.640 994.919 1.411.096 1.531.001
Construção Civil 3.783.104 4.586.817 4.056.863 4.544.747 5.760.208 4.778.576
Reparo Elérico 6.434.323 2.167.052 3.374.383 2.678.340 3.150.264 2.840.768
Equip-Manut Rep 283.322 379.052 222.158
Mat. Estoque 3.208.800 4.318.199 3.496.832 4.544.747 3.958.573 3.451.335
OPEX Subterrâneo 15.431.376 12.691.246 12.630.350 13.217.361 15.010.022 13.174.814
Poda 18.100.183 9.679.017 13.511.233 17.242.308 16.381.735 17.279.114
Linha Viva 9.819.073 9.273.810 12.138.556 10.841.793 7.627.398 6.012.163
Manut. Preventiva 1.801.227 2.334.387 2.184.612 3.576.114 2.595.320 697.629
Manut. Corretiva 1.894.412 2.624.271 2.776.443 2.494.879 1.758.527 2.687.400
Atendimento Emergência 30.008.545 34.523.360 42.203.960 34.440.041 36.271.336 35.829.557
Mat. Estoque 8.262.828 5.950.304 8.041.401 8.772.437 10.615.773 6.467.869
Medição de Carga 1.267.469 1.267.470 1.267.471 1.267.472 1.338.582 1.270.981
OPEX Operação 71.153.735 65.652.618 82.123.675 78.635.044 76.588.672 70.244.712
CAPEX Manutenção - Preventivo 37.983.310 27.237.518 35.875.802 40.432.653 37.220.226 30.456.774
CAPEX Manutenção - Corretivo 31.902.957 37.147.630 44.980.402 36.934.920 38.029.863 38.516.957
Total OPEX 86.585.111 78.343.864 94.754.025 91.852.405 91.598.694 83.419.526
CAPEX Base CAPEX Total
2011 2012 2013 2014 2015 2016
(PP04) Melhoria de Qualidade 35.321.312 37.033.783 12.442.644 28.447.617 3.097.761 9.646.268
(PP11) Diversos 1.573.283 685.758 1.275.176 7.119.469 441.573
(PP16) Manut. Cor. 16.102.255 12.591.526 38.754.953 35.890.849 34.002.420 20.549.038
(PP17) Manut. Preventiva 22.477.783 6.838.027 820.359 11.291 2.629.856
CAPEX Subterrâneo 52.996.850 50.311.067 52.472.774 71.457.935 37.100.180 30.636.878
(PP 02) Aum. Capac (Total) 78.159.212 46.250.956 24.393.678 27.809.468 12.369.337 5.214.500
AP Engenharia 44.375.168 23.711.262 5.116.005 7.593.595 4.140.000 809.000
(PP02) Memo T 33.784.044 22.539.694 19.277.673 20.215.873 8.229.337 4.405.500
(PP 04) Otm. Estrut 6.881.110 7.357.396 3.804.498 6.952.495 3.477.000 5.207.000
Instalação de Religador 6.881.110 7.357.396 3.804.498 6.952.495 5.207.000
Blindagem MT
Blindagem BT
VTF 3.477.000
(PP16) Manut. Cor. 29.648.796 26.101.887 28.519.530 37.933.067 41.516.695 52.343.792
(PP17) Manut. Prev 26.370.004 39.060.149 36.872.382 36.676.666 12.725.717 13.847.500
CAPEX Operação 96.683.954 95.059.126 88.474.083 101.778.101 65.948.749 75.803.792
CAPEX Manutenção - Preventivo 111.410.326 92.668.500 65.070.559 71.438.630 28.572.054 24.269.000
CAPEX Manutenção - Corretivo 29.648.796 26.101.887 28.519.530 37.933.067 41.516.695 52.343.792
Total CAPEX 149.680.804 145.370.193 140.946.857 173.236.036 103.048.929 106.440.671
ANEEL 2011 2012 2013 2014 2015 2016
DEC (h)
Limite 9,63 9,37 9,07 8,96 8,83 8,66
Global x 18,16 18,53 12,35 12,59 11,99
FEC
Meta 7,71 7,52 7,01 6,84 6,59 6,36
Global 7,71 8,40 8,38 6,60 6,41 6,14
50
Quadro 04 – Estratificação do DEC por segmento de atuação da manutenção
No Quadro 04 observa-se em destaque as causas de manutenção que
mais impactam no DEC Global (70%) ao longo da série histórica. Elas são os
principais alvos do planejamento das ações de operação para mitigá-las, não só
por serem as maiores ofensoras do DEC Global, mais também por apresentarem
alto custo financeiro no combate.
Da mesma forma, no Quadro 05 é realizada estratificação do FEC e o
diagnóstico por segmento de atuação da manutenção.
Atualização Tend.
11/12/2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Global 16,74 18,16 18,53 12,35 12,59 11,47
AT 0,49 0,51 0,45 0,32 0,42 0,25
Distribuição 16,24 17,64 18,08 12,03 12,18 11,21
Programado 2,01 1,78 1,37 1,11 0,90 0,82
Distribuição NP 14,24 15,86 16,71 10,92 11,27 10,40
% Global 85% 87% 90% 88% 90% 91%
Manutenção 12,00 12,81 14,19 8,89 9,39 8,74
% Global 72% 71% 77% 72% 75% 76%
SESD 0,00 0,05 0,08 0,06 0,07 0,05
% Global 0% 0% 0% 1% 1% 0%
Subterrâneo 0,34 0,34 0,55 0,56 0,58 0,38
% Global 2% 2% 3% 4% 5% 3%
Manutenção Aéreo 11,66 12,42 13,56 8,27 8,73 8,31
% Global 70% 68% 73% 67% 69% 72%
Vegetação + Ind + Fen. Nat. 4,20 4,27 5,73 3,18 3,39 3,35
% Global 25% 24% 31% 26% 27% 29%
Rede e Estrut. + Eq. + Cabo 6,97 7,75 7,49 4,89 5,13 4,79
% Global 42% 43% 40% 40% 41% 42%
Pipa 0,49 0,40 0,34 0,20 0,20 0,17
Outras 2,23 3,05 2,52 2,04 1,89 1,66
Ligação/Medição 0,55 0,51 0,73 0,74 0,68 0,69
% Global 3% 3% 4% 6% 5% 6%
Sobrecarga 0,32 0,71 0,66 0,37 0,22 0,11
% Global 2% 4% 4% 3% 2% 1%
Atuação Indireta 1,36 1,83 1,12 0,93 0,99 0,86
% Global 8% 10% 6% 7% 8% 8%
Ações Preventivas MT/BT 12,00 12,81 14,19 8,89 9,39 8,74
AT + Programada + Outros 4,73 5,35 4,34 3,47 3,21 2,73
DEC
51
Quadro 05 – Estratificação do FEC por segmento de atuação da manutenção
No Quadro 05 observa-se em destaque as causas de manutenção que
mais impactam no FEC Global (70%) ao longo da série histórica. Elas são os
principais alvos do planejamento das ações de manutenção para mitigá-las, não
só por serem as maiores ofensoras do FEC Global, mais também por
apresentarem alto custo financeiro de combate e de tempo de execução em
campo.
II - Definir Entradas: Recursos Financeiros por Ação de Manutenção
Nesta etapa são definidas e calibradas as variáveis de entrada que
servirão de base para o cálculo da previsão de DEC e FEC, sendo:
Atualização Tend.
11/12/2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Global 7,71 8,40 8,38 6,60 6,41 6,14
AT 0,69 0,83 0,64 0,47 0,50 0,40
Distribuição 7,03 7,57 7,74 6,13 5,91 5,74
Programado 0,55 0,55 0,45 0,37 0,27 0,27
Distribuição NP 6,48 7,02 7,29 5,76 5,64 5,47
% Global 84% 84% 87% 87% 88% 89%
Manutenção 5,29 5,17 5,91 4,70 4,68 4,60
% Global 69% 62% 71% 71% 73% 75%
SESD 0,00 0,02 0,05 0,04 0,05 0,03
% Global 0% 0% 1% 1% 1% 1%
Subterrâneo 0,19 0,18 0,25 0,30 0,33 0,26
% Global 2% 2% 3% 5% 5% 4%
Manutenção Aéreo 5,10 4,97 5,61 4,35 4,31 4,31
% Global 66% 59% 67% 66% 67% 70%
Vegetação + Ind + Fen. Nat. 2,20 2,18 2,74 2,13 2,15 2,19
% Global 28% 26% 33% 32% 34% 36%
Rede e Estrut. + Eq. + Cabo 2,57 2,54 2,67 2,10 2,02 2,00
% Global 33% 30% 32% 32% 32% 33%
Pipa 0,34 0,25 0,20 0,13 0,14 0,12
Outras 1,18 1,85 1,38 1,07 0,95 0,87
Ligação/Medição 0,06 0,06 0,15 0,16 0,12 0,13
% Global 1% 1% 2% 2% 2% 2%
Sobrecarga 0,25 0,53 0,53 0,33 0,22 0,11
% Global 3% 6% 6% 5% 3% 2%
Atuação Indireta 0,87 1,26 0,70 0,58 0,61 0,63
% Global 11% 15% 8% 9% 10% 10%
Ações Preventivas MT/BT 5,29 5,17 5,91 4,70 4,68 4,60
AT + Programada + Outros 2,42 3,23 2,47 1,90 1,72 1,54
FEC
52
A. Tempo de degradação do estado da rede: é o percentual que será
considerado no cálculo que reflete a evolução ao longo do tempo da
degradação do efeito benefício da ação realizada;
B. Definição dos recursos de OPEX e CAPEX: os recursos disponíveis
serão alocados em cada tipo de ação de manutenção ou melhoria da rede.
Esta entrada permite realizar a simulação dos efeitos que os recursos
aplicados provocam sobre a previsibilidade dos indicadores de saída
(DEC e FEC);
C. Reajustes contratuais: são considerados ao longo do período para que
a planilha de cálculo leve em consideração a provável redução de físicos
quando a prestação de serviço é reajustada. Quanto maior o aumento,
menor é a execução e menor é a expectativa do benefício da ação de
manutenção ou melhoria;
D. Correções monetárias a valor presente: esta variável traz a valor
presente do histórico de recursos de OPEX e CAPEX para mesma base
do período considerado no cálculo da provisão de DEC e FEC, ou seja, é
o ajuste dos físicos realizados no passado e os provisionados para o
futuro e assim determinar a variação dos recursos entre os períodos,
verificar o efeito dessa variação (realizar mais ou menos) sobre o
resultado alcançado no histórico e projetar o resultado futuro (provisão de
DEC e FEC).
III - Processamento e aprendizagem
A execução desta etapa tem por objetivo identificar todas as relações
entre variáveis, controláveis ou não e como produtos o mapeamento das
influências das famílias de causas (anexo I) mais ofensoras aos indicadores de
DEC e FEC e conhecimento preciso da relação entre a aplicação de determinado
recurso no combate a determinada família de causas de interrupção no sistema
de distribuição da Light para, então, conhecer e aprender com o histórico para
propor novas diretrizes e simular a aplicação de recursos nas outras ações ou
projetos de melhoria da rede de modo provisionar aumento ou redução dos
níveis de qualidade dos indicadores de DEC, FEC e também das multas
compensatórias.
53
As entradas e saídas do processamento e aprendizagem da planilha de
cálculo foram apresentadas nos Quadros 26 a 35 para a simulação realizada
com a atualização de 11/12/2016.
O histórico das informações de OPEX e CAPEX são inseridos nas células
correspondente a cada ano (2011 a 2015) e ajustadas para os anos seguintes
de acordo com o planejamento (2016 a 2020).
Da mesma forma, o histórico das informações de DEC e FEC são
inseridos nas células correspondente a cada ano (2011 a 2015).
A planilha calcula a taxa de variação do histórico entre o recurso aplicado
e resultado de DEC e FEC obtido e assim projeta para os anos seguintes os
valores pretendidos.
Para cada subprocesso da manutenção ou melhoria de rede, a planilha
leva em consideração no cálculo a calibração das variáveis de entrada: tempo
de degradação do estado da rede, recursos de OPEX e CAPEX, reajustes
contratuais e correções monetárias a valor presente.
A. O Quadro 06 ilustra as entradas e saídas do subprocesso Impedimentos
Programados do Sistema Aéreo, responsável pela apuração e provisão
do impacto provocado pelas interrupções programadas de trechos das
redes de distribuição para viabilizar a execução de serviços de
manutenção em componentes ou equipamentos. As entradas são os
recursos financeiros (OPEX e CAPEX) e as saídas os valores de DEC e
FEC previstos.
Quadro 06 – Entradas e Saídas do Sub Processo Impedimentos Programados do Sistema
Aéreo
ANO 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
AÉREO - PROGRAMADO
OPEX LM Prev. 1.801.227 2.334.387 2.184.612 3.576.114 2.595.320 697.629 4.767.391 4.844.130 4.928.544 1.021.398
CAPEX (PP 02) Aum. Capac 33.784.044 22.539.694 19.277.673 20.215.873 8.229.337 4.405.500 15.030.476 15.913.759 16.922.232 11.383.078
CAPEX Real. (PP 17) (%LM) 10% 2.637.000 3.906.015 3.687.238 3.667.667 1.272.572 1.384.750 3.121.422 3.421.591 3.654.479 2.974.919
OPEX+CAPEX (VP) 49.688.953 35.687.319 29.676.438 30.754.812 12.823.062 6.271.616 20.825.994 20.568.678 20.217.165 11.298.728
Valor Equivalente 8% 35.186.412 29.766.302 29.260.500 12.277.108 7.484.481 20.804.551 20.539.385 19.473.962 11.303.021
Δ Valor Equivalente -505.802 -16.983.392 -4.792.628 13.320.070 -265.166 -1.065.423 -8.170.941
DEC Programado (% Manut) 30% 1,78 1,37 1,11 0,90 0,86 1,21 1,25 1,21 1,07
FEC Programado (% Manut) 30% 0,55 0,45 0,37 0,27 0,27 0,37 0,39 0,38 0,33
TR 3,2 3,1 3,0 3,3 3,2 3,2 3,2 3,2 3,2
Tx Variação FEC Manut. / Valor 0,00000000 0,00000000 0,00000000 0,00000000 0,00000001 0,00000001 0,00000001 0,00000001 0,00000001 0,00000001
Δ FEC -0,07 -0,02 0,09 0,00 -0,01 -0,05
Δ DEC
FEC Previsto 0,34 0,26 0,37 0,39 0,38 0,33
DEC Previsto 1,02 0,83 1,21 1,25 1,21 1,07
54
B. O Quadro 07 ilustra as entradas e saídas do subprocesso Preventivas do
Sistema Subterrâneo, responsável pela apuração e provisão do impacto
provocado pelas ações de manutenção preventiva ou melhoria de
componentes ou equipamentos das redes de distribuição subterrânea
para viabilizar a execução e prevenir de forma antecipada a falha ou
defeito. As entradas são os recursos financeiros (OPEX e CAPEX) e as
saídas os valores de DEC e FEC previstos.
Quadro 07 – Entradas e Saídas do Sub Processo Preventivas do Sistema Subterrâneo
C. O Quadro 08 ilustra as entradas e saídas do subprocesso Corretivas do
Sistema Subterrâneo, responsável pela apuração e provisão do impacto
provocado pelas ações de manutenção corretivas de componentes ou
equipamentos das redes de distribuição subterrânea para viabilizar a
execução de serviços, após uma falha ou acidente. As entradas são os
recursos financeiros (OPEX e CAPEX) e as saídas os valores de DEC e
FEC previstos.
Quadro 08 – Entradas e Saídas do Sub Processo Corretivas do Sistema Subterrâneo
ANO 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
SUBTERRÂNEO - PREVENTIVO ok
OPEX - % Prev. (Civil+Elét.) 3.765.254 2.593.195 2.803.779 2.755.318 3.406.675 2.905.699 3.196.269 3.515.896 3.867.486 4.254.234
OPEX Lab. Móvel 153.150 139.460 154.632 171.287 350.830 350.976 386.074 424.681 467.149 513.864
OPEX Insp. Camaras 1.851.999 1.479.719 1.547.640 994.919 1.411.096 1.531.001 1.684.101 1.852.511 2.037.762 2.241.538
CAPEX (PP04) Otim. Estrut. 35.321.312 37.033.783 12.442.644 28.447.617 3.097.761 9.646.268 5.416.609 5.623.587 5.898.171 6.147.034
CAPEX (PP17) Manut. Prev 22.477.783 6.838.027 820.359 11.291 - 2.629.856 2.866.543 3.124.532 3.405.739 3.712.256
OPEX+CAPEX Preventivo (VP) 82.640.348 59.624.388 20.967.484 36.266.083 8.762.344 16.495.006 12.312.065 12.369.720 12.426.086 12.393.038
Valor Equivalente 30% 75.735.560 48.027.317 25.557.064 28.014.962 11.082.143 15.240.124 12.329.362 12.386.630 12.416.172
Δ Valor Equivalente 2.457.898 -16.932.819 4.157.981 -2.910.762 57.268 29.542
DEC Sub 96% 0,34 0,55 0,56 0,58 0,40 0,21 0,24 0,18 0,18
FEC Sub 98,5% 0,18 0,25 0,30 0,33 0,26 0,18 0,21 0,19 0,17
TR 1,9 2,2 1,8 1,8 1,6 1,2 1,1 1,0 1,0
Tx Variação FEC / Valor 0,00000001 0,00000000 0,00000001 0,00000001 0,00000001 0,00000002 0,00000001 0,00000002 0,00000002 0,00000001
DEC Prev. 4,5% 0,57 1,02 0,23 0,24 0,18 0,17
FEC Prev. 4,3% 0,28 0,52 0,18 0,21 0,19 0,17
Δ DEC
Δ FEC
% ano DEC
% ano FEC
ANO 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
SUBTERRÂNEO - CORRETIVO ok
OPEX Cons-Civil 60% 3.783.104 4.586.817 4.056.863 4.544.747 5.760.208 4.778.576 5.256.433 5.782.077 6.360.285 6.996.313
OPEX Pr-Elérico 65% 6.434.323 2.167.052 3.374.383 2.678.340 3.150.264 2.840.768 3.124.845 3.437.330 3.781.063 4.159.169
OPEX % Corret. Civil+Elét. 6.452.172 4.160.674 4.627.467 4.467.769 5.503.796 4.713.645 5.185.009 5.703.510 6.273.861 6.901.248
CAPEX (PP11) Diversos 1.573.283 685.758 1.275.176 7.119.469 - 441.573 481.314 524.632 571.849 623.316
CAPEX (PP16) Manut. Cor. 16.102.255 12.591.526 38.754.953 35.890.849 34.002.420 20.549.038 34.492.964 35.811.003 37.559.550 39.144.313
OPEX Realizado (VP) 31.366.023 21.623.068 52.695.964 53.175.457 41.876.589 24.847.447 36.491.406 35.761.300 35.198.570 34.286.068
Valor Equivalente 8% 24.212.476 52.735.922 52.233.885 40.457.494 25.817.777 36.430.563 35.714.406 35.122.528 34.301.238
Δ OPEX Equivalente -11.776.391 -14.639.717 10.612.787 -716.158 -591.878 -821.290
TR Sub 1,83 2,11 1,79 1,74 1,51 1,14 1,11 0,93 1,00
TME Sub 15% 0,28 0,32 0,27 0,26 0,23 0,17 0,17 0,14 0,15
Tx Variação TMP / CAPEX 0,00000001 0,00000001 0,00000001 0,00000001 0,00000001 0,00000001 0,00000000 0,00000000 0,00000000 0,00000000
Δ DEC 0,02 0,04 -0,01 0,00 0,00 0,00
55
D. O Quadro 09 ilustra as entradas e saídas do subprocesso Podas de
Árvores, responsável pela apuração e provisão do impacto provocado
pelas ações de manutenção preventiva para viabilizar a execução de
podas de árvores e prevenir de forma antecipada a falha ou defeito. As
entradas são os recursos financeiros (OPEX) e as saídas os valores de
DEC e FEC previstos.
Quadro 09 – Entradas e Saídas do Sub Processo Podas de Árvores (Vegetação)
E. O Quadro 10 ilustra as entradas e saídas do subprocesso Manutenção
Preventiva de Rede, Estrutura e Equipamentos, responsável pela
apuração e provisão do impacto provocado pelas ações de manutenção
preventiva ou melhoria para viabilizar a execução de serviços de
componentes ou equipamentos das redes aérea de distribuição. As
entradas são os recursos financeiros (OPEX e CAPEX) e as saídas os
valores de DEC e FEC previstos.
Quadro 10 – Entradas e Saídas do Sub Processo Manutenção Preventiva de Rede, Estrutura e Equipamentos
ANO 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
VEGETAÇÃO ok
OPEX Poda 18.100.183 9.679.017 13.511.233 17.242.308 16.381.735 17.279.114 29.007.025 34.907.728 38.998.501 25.298.351
OPEX (VP) 23.530.238 12.001.981 15.943.255 19.311.385 17.364.639 16.703.143 26.357.717 29.694.840 30.912.811 18.585.855
OPEX Equivalente 55% 17.189.697 14.169.682 17.795.727 18.240.675 17.000.816 22.013.159 28.193.135 30.364.724 24.132.985
Δ OPEX Equivalente -3.020.015 3.626.045 444.948 -1.239.858 5.012.342 6.179.976 2.171.590 -6.231.739
DEC Vegetação 4,27 5,73 3,18 3,39 3,50 1,95 0,99 0,64 0,74
FEC Vegetação 2,18 2,74 2,13 2,15 2,19 1,50 0,80 0,61 0,69
TR 2,0 2,1 1,5 1,6 1,6 1,3 1,2 1,1 1,1
Tx Variação FEC / OPEX 0,0000001 0,0000001 0,0000002 0,0000001 0,0000001 0,0000001 0,0000001 0,0000000 0,0000000 0,0000000
DEC Prev. 3,55 3,55 1,95 0,99 0,64 0,74
FEC Prev. 2,01 2,24 1,50 0,80 0,61 0,69
ANO 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
REDE E ESTRUTURA, EQUIPAMENTO - PREVENTIVOok
OPEX LV 9.819.073 9.273.810 12.138.556 10.841.793 7.627.398 6.012.163 18.613.379 19.274.717 20.002.188 8.802.407
OPEX LM Prev. 1.801.227 2.334.387 2.184.612 3.576.114 2.595.320 697.629 4.767.391 4.844.130 4.928.544 1.021.398
CAPEX (PP17) Manut. Prev. 100% 26.370.004 39.060.149 36.872.382 36.676.666 12.725.717 13.847.500 31.214.219 34.215.912 36.544.786 29.749.186
OPEX+CAPEX Corretivo (VP) 49.387.394 62.828.749 60.410.750 57.225.922 24.325.341 19.872.048 49.608.647 49.623.436 48.729.594 29.072.958
Valor Equivalente 5% 22.896.395 23.716.390 24.597.611 23.990.573 22.659.629 20.209.005 17.857.419 15.723.118 17.371.146
Δ Valor Equivalente 819.995 881.221 -607.038 -1.330.944 -2.450.624 -2.351.587 -2.134.301 1.648.028
DEC Rede Eq e %Fug 4,03 4,87 3,17 3,07 2,96 2,17 1,69 0,75 0,69
FEC Rede Eq e %Fug 2,00 2,30 1,83 1,74 1,73 1,80 1,76 1,64 1,36
TR 2,0 2,1 1,73 1,77 1,7 1,2 1,0 0,5 0,5
Tx Variação FEC (-%F. Trafo) / Valor 0,00000006 0,00000008 0,00000006 0,00000006 0,00000006 0,00000007 0,00000007 0,00000007 0,00000005
DEC Prev. 5,63 5,44 4,67 4,88 5,04 4,75
FEC Prev. 2,19 2,16 2,14 2,19 2,22 1,91
56
F. O Quadro 11 ilustra as entradas e saídas do subprocesso Manutenção
Corretiva de Rede, Estrutura e Equipamentos, responsável pela apuração
e provisão do impacto provocado pelas ações de manutenção corretiva
para viabilizar a execução de serviços em componentes ou equipamentos
das redes aérea de distribuição. As entradas são os recursos financeiros
(OPEX e CAPEX) e as saídas os valores de DEC e FEC previstos.
Quadro 11 – Entradas e Saídas do Sub Processo Manutenção Corretiva de Rede, Estrutura e Equipamentos
G. O Quadro 12 ilustra as entradas e saídas do subprocesso Projetos de
Aumento de Capacidade, responsável pela apuração e provisão do
impacto provocado pelas ações de melhoria para viabilizar adequação de
componentes ou equipamentos das redes aérea de distribuição. As
entradas são os recursos financeiros (CAPEX) e as saídas os valores de
DEC e FEC previstos.
Quadro 12 – Entradas e Saídas do Sub Processo Projetos de Aumento de Capacidade (AP)
H. O Quadro 13 ilustra as entradas e saídas do subprocesso Projetos de
Proteção da Distribuição, responsável pela apuração e provisão do
ANO 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
REDE E ESTRUTURA, EQUIPAMENTO - CORRETIVO ok
OPEX LM Cor. 1.894.412 2.624.271 2.776.443 2.494.879 1.758.527 2.687.400 5.956.140 6.251.754 6.576.929 3.934.622
CAPEX (PP16) Manut. Cor. 29.648.796 26.101.887 28.519.530 37.933.067 41.516.695 52.343.792 47.383.597 50.117.787 52.418.412 51.503.540
OPEX + CAPEX (VP) 41.006.170 35.620.436 36.929.247 45.279.299 45.871.735 53.196.819 48.468.041 47.951.690 46.763.640 40.728.569
OPEX Equivalente 8% 40.557.359 35.729.504 37.625.085 45.328.668 46.482.159 52.802.754 48.425.011 47.852.685 46.260.717 40.744.186
Δ OPEX Equivalente -4.827.856 1.895.581 7.703.584 1.153.490 6.320.595 -4.377.743 -572.326 -1.591.968 -5.516.532
TR Rede Eq e %Fug (-Falh traf) 0,2 1,2 0,9 1,8 1,6 1,2 1,0 0,5 0,5
TME Rede Eq e %Fug 18% 0,04 0,21 0,17 0,33 0,30 0,22 0,17 0,08 0,09
Tx Variação TMP / CAPEX 0,00000000 0,00000000 0,00000001 0,00000000 0,00000001 0,00000001 0,00000000 0,00000000 0,00000000 0,00000000
Δ DEC -0,01 -0,07 0,06 0,01 0,01 0,03
ANO 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
PP 02 - AUMENTO DE CAPACIDADE - AP ENGENHARIAok
CAPEX (PP 02) Aumento de Capacidade 44.375.168 23.711.262 5.116.005 7.593.595 4.140.000 809.000 6.881.810 6.961.173 8.047.678 1.141.970
CAPEX (VP) 57.687.719 29.401.965 6.036.886 8.504.826 4.388.400 782.033 6.253.271 5.921.638 6.379.126 838.967
CAPEX Equivalente 30% 49.201.992 34.272.458 13.319.490 6.233.363 5.035.389 3.938.079 3.855.861 6.198.170 4.524.933
Δ OPEX Equivalente 30% -14.929.535 -20.952.968 -7.086.127 -1.197.974 -1.097.310 -82.217 2.342.309 -1.673.237
DEC Sobrecarga 0,71 0,66 0,37 0,22 0,11 0,09 0,08 0,05 0,05
FEC Sobrecarga 0,53 0,53 0,33 0,22 0,11 0,12 0,11 0,08 0,08
TR 1,3 1,2 1,1 1,0 1,0 0,7 0,7 0,6 0,7
Tx Variação FEC / OPEX 0,0000000 0,0000000 0,0000001 0,0000000 0,0000000 0,0000000 0,0000000 0,0000000 0,0000000 0,0000000
DEC Prev. 0,47 0,25 0,10 0,08 0,05 0,05
FEC Prev. 0,41 0,23 0,12 0,11 0,08 0,08
57
impacto provocado pelas ações de instalação de equipamentos de
proteção para melhorar a seletividade das redes de distribuição aérea. As
entradas são os recursos financeiros (CAPEX) e as saídas os valores de
DEC e FEC previstos.
Quadro 13 – Entradas e Saídas do Sub Processo Projetos de Proteção da Distribuição
I. O Quadro 14 ilustra as entradas e saídas do subprocesso Projetos de
Blindagem das Redes, responsável pela apuração e provisão do impacto
provocado pelas ações de recondutoração das redes de distribuição para
blindar e melhorar o desempenho das redes de distribuição aérea. As
entradas são os recursos financeiros (CAPEX) e as saídas os valores de
DEC e FEC previstos.
Quadro 14 – Entradas e Saídas do Sub Processo Projetos de Blindagem das Redes
J. O Quadro 15 ilustra as entradas e saídas do subprocesso Atendimentos
de Emergência responsável pela apuração e provisão do impacto
provocado pelos atendimentos realizados pelas equipes de emergência
para corrigir falhas e defeitos no fornecimento de energia elétrica. As
ANO 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
PP 04 - OTIMIZAÇÃO DE ESTRUTURA - PROTEÇÃO ok
CAPEX (PP 04) Otm. Estrut 6.881.110 7.357.396 3.804.498 6.952.495 - 5.207.000 18.561.680 25.812.413 28.145.044 7.446.517
CAPEX (VP) 8.945.443 9.123.171 4.489.307 7.786.795 - 5.033.433 16.866.380 21.957.760 22.309.638 5.470.708
CAPEX Equivalente 40% 6.869.628 7.226.971 6.920.430 3.880.680 3.882.204 8.558.588 16.063.025 20.876.580 15.489.615
DEC MT 63% 11,31 12,92 8,00 8,15 7,36 6,67 5,79 5,32 5,04
FEC MT 83% 6,36 6,75 5,30 5,20 5,06 4,42 3,83 3,56 3,35
%/Glo 76% 81% 80% 81% 74% 79% 78% 77% 78%
TR MT 1,78 1,91 1,51 1,57 1,46 1,51 1,51 1,49 1,50
Estudos Proteção 2014 (Linhas <> 100% sub) 1632 335
Tx %FEC/ R$ (50% efic)(40% FSS Tronco) 0,0000006% 0,0000482
Estudos Proteção 2014 Telecomando 1632 102
Tx %TR/ R$ (50% efic) (55% FSS <>CF) (82% TR) 0,0000002% 0,0000147
Δ TR 0% 1% 3% 4% 5% 1%
Δ DEC 98% 97% 92% 86% 84% 90%
Δ FEC 98% 98% 95% 91% 88% 91%
ANO 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
PP 04 - OTIMIZAÇÃO DE ESTRUTURA - BLINDAGEMok
CAPEX (PP 04) Otm. Estrut - Blindagem MT - - - - - - 2.000.000 4.000.000 3.000.000 -
CAPEX (VP) - - - - - - 1.817.333 3.402.667 2.378.000 -
CAPEX Equivalente 30% 0 0 0 0 0 181.733 1.975.867 3.300.200 2.140.200
CAPEX (PP 04) Otm. Estrut - Blindagem BT - - - - - - - - - -
CAPEX (VP) - - - - - - - - - -
CAPEX Equivalente 50% 0 0 0 0 0 0 0 0 0
DEC Manut. Aéreo. 63% 12,42 13,56 8,27 8,73 8,69 6,77 6,00 5,79 5,59
FEC Manut. Aéreo. 83% 4,97 5,61 4,35 4,31 4,31 3,75 3,10 2,93 2,70
% FEC MT (69%) 1,09 25% 25% 25% 29% 35% 37%
% DEC MT (69%) 1,69 20% 19% 19% 25% 28% 29%
Tx Custo Blingagem MT / FEC MT 1.344.720.680 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,1% 0,0%
Tx Custo Blingagem MT / DEC MT 1.344.720.680 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,1% 0,0%
% FEC BT (69%) 0,09 25% 25% 25% 29% 35% 37%
% DEC BT (69%) 0,59 20% 19% 19% 25% 28% 29%
Tx Custo Blingagem BT / FEC BT 15.441.550 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Tx Custo Blingagem BT / DEC BT 15.441.550 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Δ DEC 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 99,9% 100,0%
Δ FEC 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 99,9% 100,0%
58
entradas são os recursos financeiros (OPEX) e as saídas os valores de
DEC e FEC previstos.
Quadro 15 – Entradas e Saídas do Sub Processo Atendimentos de Emergência
IV - Saídas: previsão de DEC e FEC
O produto desta etapa é o resultado dos cálculos de previsibilidade dos
indicadores de DEC e FEC ao longo período considerado (saída). Os resultados
podem ser verificados nas linhas do DEC e FEC Global. Quando a célula da
planilha está com fundo verde significa que o resultado calculado está abaixo do
limite regulatório. No caso contrário estará com fundo laranja. O Quadro 16
demonstra os resultados calculados pela modelo de apoio gerencial.
Quadro 16 – Saídas: retorno do cálculo com a provisão de DEC e FEC para os anos de 2016 a
2026
O Quadro 16 representa o produto final da ferramenta, ou seja, a entrega dos
indicadores de DEC e FEC Globais, sendo a confirmação da tendência para o
ano de 2016 e o provisionamento para os anos de 2017 a 2026, considerando
as premissas do planejamento adotado para os recursos financeiros.
ANO 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA ok
OPEX Emerg Realiza 30.008.545 34.523.360 42.203.960 34.440.041 36.271.336 35.829.557 43.412.513 47.353.764 51.689.141 52.458.055
OPEX Realizado (VP) 39.011.109 42.808.966 49.800.672 38.572.846 38.447.617 34.635.239 39.447.503 40.282.269 40.972.259 38.539.184
OPEX Equivalente 8% 39.327.597 43.391.608 48.865.020 38.562.410 38.129.918 35.036.261 39.517.067 40.339.768 40.769.502 38.581.442
Δ OPEX Equivalente 4.064.012 5.473.412 -10.302.610 -432.492 -3.093.658 4.480.806 822.701 429.735 -2.188.061
DEC Dist. NP 89% 15,86 16,71 10,92 11,27 10,87 8,40 7,46 6,91 6,67
FEC Dist. NP 89% 7,02 7,29 5,76 5,64 5,47 4,79 4,11 3,83 3,56
TR Dist. NP 2,26 2,29 1,90 2,00 1,99 1,75 1,81 1,80 1,88
TME Dist. NP (100% TR IS)-2% (92% TR ZN)-7% (83% TR MT)-91%84% 1,90 1,92 1,59 1,68 1,67 1,47 1,52 1,51 1,58
Tx TR/ R$ 0,00000004 0,00000004 0,00000004 0,00000004 0,00000004 0,00000005 0,00000004 0,00000004 0,00000004 0,00000004
Δ DEC 0,10 0,74 -1,12 -0,17 -0,07 0,31
Δ DEC % 101% 107% 90% 98% 99% 105%
ANEEL 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
DEC (h)
Limite 9,63 9,37 9,07 8,96 8,83 8,66 8,45 8,38 8,26 8,12 8,00 7,88 7,76 7,64 7,53 7,42
Limite - Formal 8,55 8,43 8,27 8,09 8,03 7,90 7,76
Limite - Risco 10,61 10,45 10,22 9,90 9,78 9,57 9,35
Global 18,16 18,53 12,35 12,59 11,99 10,02 8,81 8,05 8,18 5,86 6,26 6,48 7,09 7,14 7,29
Área Formal 16,39 10,94 11,08 10,55 8,18 6,91 6,01 6,27 3,53 4,01 4,25 4,96 5,02 5,22
Área de Risco 28,22 17,91 18,53 17,65 17,30 16,30 16,06 15,69 15,01 15,12 15,26 15,49 15,45 15,45
FEC
Meta 7,71 7,52 7,01 6,84 6,59 6,36 5,99 5,85 5,76 5,68 5,59 5,51 5,42 5,34 5,26 5,18
Global 7,71 8,40 8,38 6,60 6,41 6,14 5,64 4,94 4,70 4,46 3,93 4,01 4,10 4,26 4,23 4,23
Área Formal 8,11 6,21 6,09 5,75 5,18 4,40 4,14 3,87 3,29 3,38 3,47 3,64 3,61 3,62
Área de Risco 10,75 7,84 7,81 7,69 7,43 7,07 6,93 6,79 6,46 6,52 6,57 6,67 6,66 6,66
59
4.2.1.5. Apresentar a análise dos resultados
Os quadros 17 e 18 evidenciam a acurácia na proximidade entre o valor
obtido experimentalmente e o valor verdadeiro na medição do indicador. Durante
os meses do ano de 2016, foi obtida uma precisão no DEC Global de 84% e para
o FEC Global de 90%, considerando a variação entre os valores alcançados e
provisionados nos indicadores de DEC e FEC.
É fato que as previsões dos indicadores globais estão sendo influenciadas
também pelas famílias de causas não gerenciáveis.
Quando isoladas as famílias de causas mais ofensoras (85%) ao DEC
Global, verifica-se que a precisão nos sub processos da manutenção de poda de
árvores e rede, estrutura e equipamento, a precisão apurada é de 94% e 88%,
respectivamente.
As causas não gerenciáveis que influenciam diretamente na duração do
indicador do DEC tem impacto diferente do FEC. Como exemplo pode-se citar a
dificuldade de deslocamento no transito e a disponibilidade de equipes para
atuação imediata.
No FEC, o fator duração não existe. O FEC é a frequência, é fato, já
aconteceu e está intimamente relacionada aos processos de manutenção e
percebemos uma precisão maior. Quando se isolam as famílias de causas mais
ofensoras (86%) ao FEC Global, pode-se verificar que a precisão nos
subprocessos da manutenção de poda de árvores e rede, estrutura e
equipamento, a precisão apurada é de 98% e 93%, respectivamente.
60
Quadro 17 – Resultados de DEC projetados e realizados
O Quadro 17 ilustra a contribuição de cada segmento da composição do DEC
Global, seja em valor ou percentual para o histórico de 2011 a 2015, a tendência
de 2016 e o provisionamento para os anos de 2017 a 2026, o que representa
uma contribuição gerencial orientada para a mitigação dos efeitos do não
cumprimento dos requisitos definidos pela ANEEL.
Atualização Tend. 94%
11/12/2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2016 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Global 16,74 18,16 18,53 12,35 12,59 11,47 11,99 13,59 9,94 9,00 8,42 8,04 5,86 6,26 6,48 7,09 7,14 7,29
-16% 18% -27% -9% -6% -5% -27% 7% 4% 9% 1% 2%
AT 0,49 0,51 0,45 0,32 0,42 0,25 0,27 0,45 0,34 0,28 0,31 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30
Distribuição 16,24 17,64 18,08 12,03 12,18 11,21 11,72 13,13 9,60 8,72 8,12 7,74 5,56 5,96 6,18 6,79 6,83 6,99
Programado 2,01 1,78 1,37 1,11 0,90 0,82 0,86 0,83 1,21 1,25 1,21 1,07 1,06 1,07 1,06 1,05 1,04 1,03
Distribuição NP 14,24 15,86 16,71 10,92 11,27 10,40 10,87 12,30 8,40 7,46 6,91 6,67 4,49 4,90 5,12 5,74 5,79 5,97
% Global 85% 87% 90% 88% 90% 91% 91% 84% 83% 82% 83% 77% 78% 79% 81% 81% 82%
Δ % / 2015 9% -26% -34% -39% -41% -60% -57% -55% -49% -49% -47%
Manutenção 12,00 12,81 14,19 8,89 9,39 8,74 9,13 10,35 7,03 6,27 5,99 5,79 3,71 4,12 4,40 5,04 5,12 5,31
% Global 72% 71% 77% 72% 75% 76% 76% 71% 70% 71% 72% 63% 66% 68% 71% 72% 73%
Δ % / 2015 10% -25% -33% -36% -38% -61% -56% -53% -46% -45% -43%
SESD 0,00 0,05 0,08 0,06 0,07 0,05 0,05 0,07 0,05 0,04 0,03 0,03 0,03 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
% Global 0% 0% 0% 1% 1% 0% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Subterrâneo 0,34 0,34 0,55 0,56 0,58 0,38 0,40 1,08 0,21 0,24 0,18 0,18 0,15 0,15 0,14 0,14 0,14 0,15
% Global 2% 2% 3% 4% 5% 3% 8% 2% 3% 2% 2% 3% 2% 2% 2% 2% 2%
Manutenção Aéreo 11,66 12,42 13,56 8,27 8,73 8,31 8,69 9,19 6,77 6,00 5,79 5,59 3,53 3,95 4,23 4,87 4,95 5,13
% Global 70% 68% 73% 67% 69% 72% 68% 68% 67% 69% 70% 60% 63% 65% 69% 69% 70%
Δ % / 2015 5% -22% -31% -34% -36% -60% -55% -52% -44% -43% -41%
Vegetação + Ind + Fen. Nat.4,20 4,27 5,73 3,18 3,39 3,35 3,50 3,55 1,95 0,99 0,64 0,74 0,76 0,73 0,68 0,65 0,64 0,64
% Global 25% 24% 31% 26% 27% 29% -6% 26% 20% 11% 8% 9% 13% 12% 10% 9% 9% 9%
Rede e Estrut. + Eq. + Cabo6,97 7,75 7,49 4,89 5,13 4,79 5,00 5,44 4,67 4,88 5,04 4,75 2,68 3,13 3,47 4,14 4,24 4,42
% Global 42% 43% 40% 40% 41% 42% -12% 40% 47% 54% 60% 59% 46% 50% 54% 58% 59% 61%
Pipa 0,49 0,40 0,34 0,20 0,20 0,17 0,18 0,20 0,15 0,12 0,10 0,10 0,09 0,08 0,08 0,08 0,07 0,07
Outras 2,23 3,05 2,52 2,04 1,89 1,66 1,73 1,96 1,37 1,19 0,91 0,88 0,78 0,77 0,73 0,70 0,68 0,66
Ligação/Medição 0,55 0,51 0,73 0,74 0,68 0,69 0,72 0,72 0,55 0,48 0,37 0,35 0,31 0,30 0,28 0,27 0,26 0,25
% Global 3% 3% 4% 6% 5% 6% 5% 5% 5% 4% 4% 5% 5% 4% 4% 4% 3%
Sobrecarga 0,32 0,71 0,66 0,37 0,22 0,11 0,11 0,27 0,09 0,08 0,05 0,05 0,05 0,06 0,06 0,05 0,05 0,05
% Global 2% 4% 4% 3% 2% 1% 2% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%
Atuação Indireta 1,36 1,83 1,12 0,93 0,99 0,86 0,90 0,96 0,74 0,63 0,50 0,48 0,42 0,42 0,39 0,38 0,36 0,35
% Global 8% 10% 6% 7% 8% 8% 7% 7% 7% 6% 6% 7% 7% 6% 5% 5% 5%
DEC
61
Quadro 18 – Resultados de FEC projetados e realizados
O Quadro 18 ilustra a contribuição de cada segmento da composição do FEC
Global, seja em valor ou percentual para o histórico de 2011 a 2015, a tendência
de 2016 e o provisionamento para os anos de 2017 a 2026, o que representa
uma contribuição gerencial orientada para a mitigação dos efeitos do não
cumprimento dos requisitos definidos pela ANEEL.
As principais características do modelo de apoio gerencial no
planejamento da manutenção são a interdisciplinaridade, a manipulação de
modelos matemáticos para apoiar a tomada de decisão e a utilizar de
processamento computacional. Depreende-se a relevância empírica do modelo,
e a identificação de oportunidades em desenvolvimentos futuros do modelo para
aumentar a precisão nos valores projetados.
Atualização Tend. 94%
11/12/2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2016 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026
Global 7,71 8,40 8,38 6,60 6,41 6,14 6,14 6,80 5,61 4,91 4,63 4,30 3,93 4,01 4,10 4,26 4,23 4,23
-10% 11% -17% -13% -6% -7% -9% 2% 2% 4% -1% 0%
AT 0,69 0,83 0,64 0,47 0,50 0,40 0,40 0,48 0,45 0,40 0,42 0,41 0,42 0,41 0,42 0,42 0,42 0,42
Distribuição 7,03 7,57 7,74 6,13 5,91 5,74 5,74 6,31 5,17 4,51 4,20 3,89 3,52 3,60 3,68 3,84 3,81 3,82
Programado 0,55 0,55 0,45 0,37 0,27 0,27 0,27 0,26 0,37 0,39 0,38 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,32 0,32
Distribuição NP 6,48 7,02 7,29 5,76 5,64 5,47 5,47 6,05 4,79 4,11 3,83 3,56 3,18 3,27 3,35 3,51 3,49 3,50
% Global 84% 84% 87% 87% 88% 89% 89% 85% 84% 83% 83% 81% 81% 82% 83% 82% 83%
Δ % / 2015 -5% -7% -10% -10% 0% -21% -32% -37% -41% -47% -46%
Manutenção 5,29 5,17 5,91 4,70 4,68 4,60 4,60 5,10 3,97 3,34 3,15 2,90 2,54 2,62 2,72 2,89 2,88 2,90
% Global 69% 62% 71% 71% 73% 75% 75% 71% 68% 68% 67% 65% 65% 66% 68% 68% 68%
Δ % / 2015 9% -15% -29% -33% -38% -46% -44% -42% -38% -38% -38%
SESD 0,00 0,02 0,05 0,04 0,05 0,03 0,03 0,04 0,04 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03
% Global 0% 0% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1%
Subterrâneo 0,19 0,18 0,25 0,30 0,33 0,26 0,26 0,52 0,18 0,21 0,19 0,17 0,17 0,16 0,16 0,16 0,16 0,17
% Global 2% 2% 3% 5% 5% 4% 8% 3% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4%
Manutenção Aéreo 5,10 4,97 5,61 4,35 4,31 4,31 4,31 4,54 3,75 3,10 2,93 2,70 2,35 2,43 2,53 2,70 2,69 2,70
% Global 66% 59% 67% 66% 67% 70% 67% 67% 63% 63% 63% 60% 61% 62% 64% 64% 64%
Δ % / 2015 5% -13% -28% -32% -37% -46% -44% -41% -37% -38% -37%
Vegetação + Ind + Fen. Nat.2,20 2,18 2,74 2,13 2,15 2,19 2,19 2,24 1,50 0,80 0,61 0,69 0,78 0,75 0,72 0,71 0,70 0,70
% Global 28% 26% 33% 32% 34% 36% -2% 33% 27% 16% 13% 16% 20% 19% 18% 17% 17% 17%
Rede e Estrut. + Eq. + Cabo2,57 2,54 2,67 2,10 2,02 2,00 2,00 2,16 2,14 2,19 2,22 1,91 1,48 1,59 1,72 1,91 1,91 1,92
% Global 33% 30% 32% 32% 32% 33% -7% 32% 38% 45% 48% 44% 38% 40% 42% 45% 45% 45%
Pipa 0,34 0,25 0,20 0,13 0,14 0,12 0,12 0,13 0,12 0,11 0,10 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,08 0,08
Outras 1,18 1,85 1,38 1,07 0,95 0,87 0,87 0,95 0,82 0,77 0,68 0,66 0,64 0,65 0,63 0,62 0,61 0,60
Ligação/Medição 0,06 0,06 0,15 0,16 0,12 0,13 0,13 0,14 0,12 0,11 0,10 0,10 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,08
% Global 1% 1% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Sobrecarga 0,25 0,53 0,53 0,33 0,22 0,11 0,11 0,23 0,12 0,11 0,08 0,08 0,09 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10
% Global 3% 6% 6% 5% 3% 2% 3% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2% 2%
Atuação Indireta 0,87 1,26 0,70 0,58 0,61 0,63 0,63 0,58 0,59 0,55 0,50 0,48 0,46 0,46 0,44 0,44 0,43 0,42
% Global 11% 15% 8% 9% 10% 10% 9% 11% 11% 11% 11% 12% 11% 11% 10% 10% 10%
FEC
62
5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES DE ESTUDOS
FUTUROS
5.1 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos anos mais recentes às distribuidoras de energia elétrica vem
enfrentando uma grave crise econômico-financeira, decorrente de fatores
alheios a sua capacidade de gestão, como a crise energética e o aumento
expressivo das tarifas na Parcela A em função do custo da energia.
O plano de manutenção dos ativos tem influência direta na remuneração
do capital investido, seja pelo impacto no Fator X da qualidade que pela
eficiência do DEC e FEC pode melhorar a remuneração na tarifa da distribuidora,
reduzir as multas compensatórias por não violar a duração (DEC) e ou frequência
(FEC) das interrupções da sua área de concessão e também aumentar a receita
da distribuidora considerando o aumento da disponibilidade e distribuição de
energia faturada.
As variações dos custos de cada ação do plano de manutenção e dos
valores aplicados na renovação de ativos, somado as mudanças climáticas e
variações econômicas no país que impactam na demanda de energia, dificulta a
previsibilidade do volume necessário de recursos financeiros para gerara
eficiência requerida pela ANEEL por parte da distribuidora no contrato de
concessão.
O modelo permite averiguar e manipular o comportamento do DEC e FEC
em diversas circunstâncias e assim apoiar a tomada de decisão. Este modelo
utilizou dados históricos importantes como os volumes financeiros para serem
aplicados nas ações de combate às causas das interrupções no fornecimento de
energia elétrica. Os efeitos dos reajustes contratuais, a variação dos volumes
físicos dos serviços, o impacto de cada ação ou melhoria que gera resultado
estão associados aos valores equivalentes do DEC e FEC.
A aplicação do modelo aumenta a acurácia na previsão dos indicadores
de qualidade e melhora o planejamento da manutenção da distribuidora. O
histórico da aplicação de recursos financeiros e os resultados dos indicadores
alcançados em cada período considerado de uso do modelo, permite aperfeiçoar
o uso desses recursos e minimizar os riscos associados a tais atividades e assim
63
assegurar a proximidade entre o valor obtido experimentalmente e o valor
verdadeiro na medição do indicador.
Como trabalho constatou-se que as relações são diferenciadas entre os
volumes de recursos aplicados e resultados obtidos para cada tipo de ação de
manutenção ou melhoria de rede. Isso foi observado durante a manipulação das
entradas do modelo, pois o impacto produzido pelo aumento ou redução de
recursos durante as simulações é refletido na resposta esperada, ou seja, a
previsibilidade de DEC e FEC para cada ação planejada dentro do período
considerado.
O modelo aplicado na pesquisa demonstrou que é possível desenvolver
um modelo matemático que contemple as variáveis de custo e desempenho de
modo a contribuir para provisão de resultados na forma de indicadores de
qualidade e priorizar quais são os esforços operacionais e os níveis de
investimentos adequados para a manutenção mitigar os efeitos das falhas nas
redes de distribuição e multas compensatória. É desejável e faz sentido
incorporar características da área de concessão da distribuidora como variáveis
não gerenciáveis como por exemplo a temperatura, velocidade do vento,
pluviosidade, pavimentação, áreas de risco devido a violência e de perdas
comerciais.
O uso do modelo permitiu melhorar consideravelmente a previsão dos
indicadores de DEC e FEC da Light S.E.S.A., utilizando a capacidade de
aprendizagem e os agrupamentos das ações manutenção e investimento na
rede de distribuição. Os resultados obtidos contribuíram para aperfeiçoar o
Planejamento Estratégico da Distribuidora de forma a minimizar os riscos nas
questões relacionadas à manutenção do sistema de distribuição de energia
elétrica.
5.2 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS
Com a entrada dos novos contratos de concessão e as regras mais
rigorosas, as distribuidoras têm travado uma disputa acirrada para conseguir
ferramentas de planejamento que melhorem a eficiência das distribuidoras na
componente qualidade operacional, melhorando a remuneração do capital
investido.
64
De modo a aumentar a abrangência e a acurácia da metodologia
estudada, fazendo com que ela, não só atenda ao provisionamento dos
indicadores de DEC e FEC a partir da aplicação de recursos em manutenção e
melhoria da rede, nesse item são apresentadas duas propostas de trabalhos
futuros:
Introduzir a influência das variáveis climáticas de temperatura, velocidade
dos ventos, pluviosidade, pavimentação, áreas de risco devido a violência
e de perdas comerciais ao modelo de cálculo para melhorar a precisão no
provisionamento dos indicadores de DEC e FEC, consequentemente
melhorar e antecipar os programas de manutenção e investimento do
sistema de distribuição, reduzindo o risco de interrupções e multas
compensatórias por violação de indicadores definidas pelo Agente
Regulador – ANEEL e aumentando a remuneração do capital aportado
pelos investidores;
Identificar metodologias de previsibilidade mais robustas que possam
agregar com respaldo científico o aumento da precisão do modelo
utilizado, uma vez que as estudadas durante a fase inicial do trabalho não
apresentaram resultados satisfatórios nas etapas de manipulação das
informações e simulações de resultados.
65
REFERÊNCIAS
ABRADEE – Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica. Visão Geral do Setor. Disponível em:<http://www.abradee.com.br/setor-eletrico/visao-geral-do-setor>. Acesso em: 14 de outubro de 2015. ALMEIDA, Adiel Teixeira de Modelagem multicritério para seleção de intervalos de manutenção preventiva baseada na teoria da utilidade multiatributo. Pesquisa Operacional, Abr 2005, Volume 25 Nº 1 Páginas 69 - 81 DOI: 10.1590/S0101-74382005000100005 ALMEIDA, Adiel Teixeira De; CAVALCANTE, Cristiano Alexandre Virgínio, Modelo multicritério de apoio a decisão para o planejamento de manutenção preventiva utilizando PROMETHEE II em situações de incerteza. Pesquisa Operacional, v.25, n.2, p.279-296, UFPE, Maio/Agosto de 2005. ALMEIDA, A.T., FERREIRA, R.J.P., CAVALCANTE, C.A.V. A review of the use of multicriteria and multi-objective models in maintenance and reliability. IMA Journal of Management Mathematics, 2015. AMARAL, Guilherme Soares Gurgel Do.A pesquisa e desenvolvimento no setor elétrico brasileiro: uma investigação da política tecnológica para o setor com base na teoria evolucionária da mudança técnica, Dissertação de Mestrado em Engenharia, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – 2012. ALMEIDA, José Álvaro Jardim De. P&D no setor elétrico brasileiro: um estudo de caso na companhia hidroelétrica do São Francisco. Dissertação de Mestrado em Economia, Universidade Federal de Pernambuco – 2008.
ANEEL- Agência Nacional de Energia Elétrica. Atlas de Energia Elétrica do Brasil – 3ª edição, Brasília/ DF, 2008. ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. Medição, faturamento e combate a perdas comerciais, 2015. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/visualizar_texto.cfm?idtxt=1623>. Acesso em: 17 de outubro de 2015. ANEEL- Agência Nacional de Energia Elétrica. Projeto de Assistência Técnica dos Setores de Energia e Mineral, Avaliação dos Custos Relacionados às Interrupções de Energia Elétrica e suas Implicações na Regulação, 2013. BRASIL – Ministério de Minas e Energia (2003), Modelo Institucional do Setor Elétrico. Brasília - 2003. Disponível em: <http://portal3.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2063034.PDF>. Acesso em: 17 de outubro de 2015. CARNERO, M.C. Multicriteria model for maintenance benchmarking . Journal of Manufacturing Systems, 2014.
66
CASTRO, N. J.; BRANDÃO. Questões sobre a Renovação das Concessões de Distribuição. Rio de Janeiro. GESEL-UFRJ, 2013. (TDSE nº 54 Texto de Discussão do Setor Elétrico) CASTRO, N. J. ; BRANDÃO, R.; DANTAS, G.; ROSENTAL, R. O Processo de reestruturação do setor elétrico brasileiro e os impactos da MP 579. Rio de Janeiro. GESEL-UFRJ, 2013. (TDSE nº 51 Texto de Discussão do Setor Elétrico). CAVALCANTE, C.A.V., ALENCAR, M.H. Multicriteria decision model to support building maintenance planning 2012 11TH INTERNATIONAL PROBABILISTIC SAFETY ASSESSMENT AND MANAGEMENT CONFERENCE AND THE ANNUAL EUROPEAN SAFETY AND RELIABILITY CONFERENCE, PSAM11 ESREL, 2012. CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Mudanças no setor elétrico brasileiro. Disponível em: <http://www.ccee.org.br/portal/faces/pages_publico/onde-atuamos/setor_eletrico?_adf.ctrl-state=lh9bf0ul4_158&_afrLoop=436166815311634#%40%3F_afrLoop%3D436166815311634%26_adf.ctrl-state%3Dv58r8e2dq_4>. Acesso em: 15 de outubro de 2015. DONTAL, Patrícia Trindade. Definição de mercado relevante no setor elétrico e articulação entre a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e os órgãos do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. Dissertação de Mestrado em Economia do Setor Público, Universidade de Brasília – 2012. FERREIRA, R.J.P., De ALMEIDA, A.T., CAVALCANTE, C.A.V. Selection of inspection intervals based on multi-attribute utility theory 2013 Lecture Notes in Computer Science (including subseries Lecture Notes in Artificial Intelligence and Lecture Notes in Bioinformatics). GARCEZ, T.V., De ALMEIDA, A.T. Multidimensional risk assessment of underground electricity distribution systems based on MAUT 2014 SAFETY, RELIABILITY AND RISK ANALYSIS: BEYOND THE HORIZON - PROCEEDINGS OF THE EUROPEAN SAFETY AND RELIABILITY CONFERENCE, ESREL 2013. GRAY, David E. Pesquisa no mundo real. Tradução: Roberto Cataldo Costa; revisão técnica: Dirceu da Silva. – 2.ed.- Porto Alegre: Penso, 2012 TOLMASQUIM, M. As origens da crise energética brasileira. Ambiente &Sociedade, Campinas, Ano III, v. 2, n. 6/7, p. 179-183, jan./jun. 2000.
67
ANEXO
Descrição PRODIST - ANEEL
SISTEMA INTERLIGADO - SISTEMA INTERLIGADO PROGRAMADO Programada
SISTEMA INTERLIGADO - SISTEMA INTERLIGADO NÃO PROGRAMADO Sistema Interligado
OPERACIONAIS - DESEQUILIBRIO ENTRE FASES Próprias do sistema
OPERACIONAIS - ERAC ERAC
OPERACIONAIS - SOBRECARGA Próprias do Sistema
OPERACIONAIS - COORDENAÇÃO DA PROTEÇÃO Falha Operacional
OPERACIONAIS - RELIGAMENTO AUTOMÁTICO Próprias do sistema
OPERACIONAIS - MEDIDA DE SEGURANÇA Próprias do sistema
OPERACIONAIS - ALÍVIO DE CARGA Próprias do Sistema
OPERACIONAIS - DESLIGAMENTO POR EMERGÊNCIA Próprias do sistema
OPERACIONAIS - FALHA NA ELABORAÇÃO DA MANOBRA Falha Operacional
INDETERMINADAS - APÓS INSPEÇÃO DA REDE Próprias do sistema
INDETERMINADAS - SEM INSPEÇÃO DA REDE Próprias do sistema
INDETERMINADAS - NÃO INFORMADA Próprias do sistema
CLIENTE - CORTE INDEVIDO Falha Operacional
CLIENTE - FRAUDE PADRAO / MEDIÇÃO Terceiros
CLIENTE - DEFEITO REDE INTERNA CLIENTE Terceiros
CLIENTE - MEDIÇÃO NO POSTE (CPREDE) ABALROADA Terceiros
CLIENTE - MEDIÇÃO NO POSTE (CPREDE) COM FALTA DE FASE Próprias do sistema
CLIENTE - MEDIÇÃO NO POSTE (CPREDE) QUEIMADA Próprias do sistema
CLIENTE - MAU CONTATO NO MEDIDOR Próprias do sistema
CLIENTE - MAU CONTATO / DEFEITO EM DISJUNTOR Terceiros
GERAÇÃO - PROGRAMADO Programada
GERAÇÃO - NÃO PROGRAMADO Próprias do sistema
TRANSMISSÃO - LINHAS PROGRAMADAS Programada
TRANSMISSÃO - LINHAS NÃO PROGRAMADAS Próprias do sistema
TRANSMISSÃO - SUBESTAÇÃO PROGRAMADA Programada
TRANSMISSÃO - SUBESTAÇÃO NÃO PROGRAMADA Próprias do sistema
PROGRAMADA - EXPANSÃO/CONSTRUÇÃO Programada
PROGRAMADA - OBRA CIVIL Programada
PROGRAMADA - CORTE INADIMPLÊNCIA CLIENTE Programada
PROGRAMADA - MANUTENÇÃO PREVENTIVA Programada
PROGRAMADA - SOLICITAÇÃO DO CLIENTE Programada
PROGRAMADA - LIGAÇÃO DE NOVOS CONSUMIDORES Programada
PROGRAMADA - MANUTENÇÃO CORRETIVA Programada
PROGRAMADA - OPERAÇÃO Programada
PROGRAMADA - PODA DE ÁRVORE Programada
PROGRAMADA - ENTREGA DE OBRAS Programada
PROGRAMADA - LUZ PARA TODOS Programada
PROGRAMADA - OUTRAS DISTRIBUIDORAS Programada
PROGRAMADA - RACIONAMENTO Programada
FENÔMENOS NATURAIS - VENDAVAL Meio Ambiente
FENÔMENOS NATURAIS - DESCARGA ATMOSFÉRICA Meio Ambiente
FENÔMENOS NATURAIS - INUNDAÇÃO Meio Ambiente
FENÔMENOS NATURAIS - TEMPORAL Meio Ambiente
MEIO AMBIENTE - ANIMAL Meio Ambiente
MEIO AMBIENTE - ÁRVORE Meio Ambiente
MEIO AMBIENTE - EROSÃO Meio Ambiente
MEIO AMBIENTE - INCÊNDIO Meio Ambiente
MEIO AMBIENTE - QUEDA DE GALHO Meio Ambiente
MEIO AMBIENTE - POLUIÇÃO Meio Ambiente
68
MEIO AMBIENTE - QUEIMADA Meio Ambiente
FALHAS HUMANAS - EQUIPE PRÓPRIA Falha Operacional
FALHAS HUMANAS - EQUIPE EMPREITEIRA Falha Operacional
AÇÃO DE TERCEIRO - ABALROAMENTO Terceiros
AÇÃO DE TERCEIRO - VANDALISMO Terceiros
AÇÃO DE TERCEIRO - OBRA CIVIL Terceiros
AÇÃO DE TERCEIRO - PIPA NA REDE Terceiros
AÇÃO DE TERCEIRO - ACIDENTE COM A REDE Terceiros
AÇÃO DE TERCEIRO - OBJETOS NA REDE Terceiros
AÇÃO DE TERCEIRO - EMPRESAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS OU SUAS CONTRATADAS Terceiros
AÇÃO DE TERCEIRO - LIGAÇÃO CLANDESTINA Terceiros
AÇÃO DE TERCEIRO - INTERFERÊNCIA POR TERCEIROS Terceiros
AÇÃO DE TERCEIRO - PODA ÁRVORE POR TERCEIROS Terceiros
AÇÃO DE TERCEIRO - PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO Terceiros
AÇÃO DE TERCEIRO - FURTO DE REDE E/0U EQUIPAMENTOS Terceiros
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - BANCO DE CAPACITOR Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - TERMINAL / MUFLA Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - PARA-RAIOS Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - POSTE DA REDE Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - RELIGADOR Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - SECCIONALIZADOR Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - TRANSFORMADOR Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - CAIXA DIST FUSÍVEL/DISJUNTOR Terceiros
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - CAIXA DISTRIBUIÇÃO MAU CONTATO Terceiros
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - CAIXA MD DANIFICADA Terceiros
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - CHAVE REPETIDORA Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - CHAVE FUSÍVEL Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - INTERRUPTOR Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - MEDIDOR DE ENERGIA Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - POSTE CLIENTE OU SUP ROLDANA QUEBRADO Terceiros
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - RAMAL SUBTERRÂNEO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - RAMAL AÉREO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - REGULADOR DE TENSÃO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - SESD Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - SISTEMA TELEMEDIÇÃO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - TRANSFORMADOR AUTOPROTEGIDO Próprias do Sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - VAZAMENTO OLEO EQUIPTOS Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - CHAVE SECCIONADORA Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - BLOCO FUSÍVEL / BTG DEFEITUOSO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - FUSÍVEL QUEIMADO BTG Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - FUSÍVEL QUEIMADO ZONA Próprias do Sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - GARRA VIVA GLV Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - LEAD PARTIDO 0U MAU ESTADO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - REDE DE BT PARTIDA 0U MAU ESTADO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - REDE DE MT PARTIDA 0U MAU ESTADO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - REDE DE BT DESNIVELADA Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - REDE DE BT SUBTERRÂNEA QUEIMADA Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - ACESSÓRIO SUBTERRÂNEO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - CONECTORES Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - AUTOTRANSFORMADOR Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - CABO CONCÊNTRICO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - CABO PRÉ-REUNIDO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - CABO SUBTERRÂNEO Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - RELÉ Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - CRUZETAS Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - DISJUNTOR Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - EMENDA Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - ESTAI Próprias do sistema
FALHAS EM EQUIPAMENTOS - ISOLADORES Próprias do sistema
69
APÊNDICE A – ESTUDO BIBLIOMÉTRICO
O levantamento bibliométrico foi desenvolvido em pesquisas nas bases
de periódicos Scopus, ISI Web of Science e SciELO, por se tratarem de fontes
conceituadas academicamente e que abrangem todas as áreas do
conhecimento.
As bases foram acessadas no período de 12 de dezembro de 2015 a
março de 2016, através do Portal de Periódicos da CAPES.
A pesquisa contemplou todos os anos que estavam disponíveis na base.
A apresentação desta revisão foi estruturada em duas etapas:
Descrição do levantamento do material pesquisado;
Análise do material pesquisado.
O modelo de pesquisa para formar o arcabouço de artigos científicos para
a pesquisa bibliográfica e definir o núcleo de partida, está fundamentado nas
seguintes etapas:
1. Definição da amostra da pesquisa;
2. Pesquisa na amostra, com as palavras-chave;
3. Identificação dos periódicos com maior número de artigos publicados
sobre o tema;
4. Identificação dos autores com maior número de publicações;
5. Levantamento da cronologia da produção, identificando “ciclos de
maior produção”;
6. Seleção dos artigos para a composição do “núcleo de partida” para a
pesquisa bibliográfica. O núcleo de partida deve contemplar:
a. Os artigos mais relevantes;
b. Identificação dos primeiros autores a escreverem sobre o tema;
c. Identificação dos últimos autores a escreverem sobre o tema;
d. Identificação dos textos mais relevantes em cada “ciclo de maior
produção”.
70
A análise destes dados seria tarefa árida sem o auxílio de ferramentas
apropriadas e a área denominada KDD – Knowledge Discovery in Databases
(Descoberta de Conhecimento em Bases de Dados), vem despertando grande
interesse junto às comunidades científica e industrial. O processo de KDD é
entendido como um método fundamental para promoção do conhecimento
gerado a partir de bases de dados. O KDD é conhecido como um processo
composto por três etapas operacionais:
1. Pré-processamento que compreende as funções que se relacionam a
captação, à organização e ao tratamento de dados, cujo objetivo é
preparar os dados para os algoritmos da etapa seguinte;
2. Data Mining (Mineração de Dados) que realiza a busca efetiva de
conhecimentos úteis no contexto proposto
3. Pós-processamento que abrange o tratamento do conhecimento
obtido na etapa anterior.
A Figura 10 ilustra as etapas operacionais e subatividades do processo de KDD.
Figura 10 - Etapas do processo de KDD Fonte: adaptado de Steiner et al. (2006)
Ao utilizar-se do processo de KDD, constata-se que o método facilita e
aprimora a busca de dados e informações de valor que visam gerar novos
conhecimentos. Para selecionar os artigos, enriquecer e compor um núcleo de
partida, atual e relevante para a pesquisa, este levantamento bibliométrico, toma
71
como apoio esse processo de mineração de fontes bibliográficas nas bases
qualificadas de periódicos, disponíveis online, através do portal de periódicos da
CAPES.
As palavras-chave que deram origem a busca foram definidas baseando-
se nos objetivos e nas questões da pesquisa.
Assim, os principais conceitos abordados pela pesquisa partem de dois
temas centrais: Manutenção e Decisão Multicritério. Enquanto o primeiro tem a
finalidade de localizar artigos mais abrangentes sobre o tema da pesquisa,
Manutenção, o segundo visa a encontrar artigos peculiares sobre a Decisão
Multicritério.
Não ocorreu limitação temporal na busca dos temas centrais durante as
pesquisas.
Segue o detalhamento da pesquisa nas três bases.
Pesquisa nas Bases Scopus, ISI Web of Science e SciELO
Para o desenvolvimento deste levantamento, com o objetivo de encontrar
resultados mais consistentes para a pesquisa e focar nas suas questões
objetivas, a busca foi restrita a artigos e utilizada à combinação das seguintes
palavras-chave e conectivos: “maintenance” OR “manutenção”, AND
“multicriteria” OR “multicritério”, AND “energy” OR “energia”.
O Quadro 19 ilustra o filtro utilizado para realizar a pesquisa nas três
bases: SCOPUS, ISI Web of Science e SciELO e o número de artigos
encontrados na pesquisa e considerando as respostas simultâneas das bases.
Quadro 19 – Filtro utilizado na busca por palavras-chave nas bases SCOPUS, ISI Web of Science e SciELO e nº de artigos encontrados
Conectors KeyWords/
Abstract/ Title
Número de
documentos
encontrados
SCOPUS
Número de
documentos
encontrados ISI
Web of Science
Número de
documentos
encontrados
SCIELO
“maintenance”
OR “manutenção”
AND “multicriteria”
OR “multicriterio”
AND “energy”
OR “energia”
14
13 14
72
Pesquisa com as palavras-chave na base SCOPUS
Os dados apresentados a seguir são referentes à busca realizada com a
combinação das referidas palavras-chave na base Scopus, onde foram
encontrados 13 artigos.
O Quadro 20 ilustra a identificação dos periódicos com o número de
artigos publicados e o critério CAPES Qualis de Engenharias I, II, III e IV,
Interdisciplinar e Matemática Probabilidade e Estatística: 13
Quadro 20 - Periódicos dos artigos publicados na busca com as palavras-chave na base Scopus
O Quadro 21 ilustra os autores, o número de artigos publicados, o ano de
publicação desses artigos e o país de origem dos autores na busca com as
palavras-chave na base Scopus.
Título do periódico Nº de
documentos
Qualis
Engenharias
I
Qualis
Engenharias
II
Qualis
Engenharias
III
Qualis
Engenharias
VI
Qualis
Interdisciplinar
Qualis
Matemática
Probabilidade
e Estatística
11th International Probabilistic Safety Assessment
and Management Conference and the Annual
European Safety and Reliability Conference 2012,
PSAM11 ESREL 2012
1 - - - - - -
Advances in Energy Research 1 - - - - - -
Energy 1 A2 A2 A1 B1 A1 -
IMA Journal of Management Mathematics 1 - - - - B1 -
Journal of Manufacturing Systems 1 - - B5 - - -
Lecture Notes in Computer Science (including
subseries Lecture Notes in Artificial Intelligence
and Lecture Notes in Bioinformatics)
2 B3 - C C B1 C
Mathematical Problems in Engineering 2 A2 - B1 B2 B1 B5
PSAM 2014 - Probabilistic Safety Assessment and
Management1 - - - - - -
Reliability, Risk and Safety: Back to the Future 2 - - - - - -
Safety, Reliability and Risk Analysis: Beyond the
Horizon - Proceedings of the European Safety and
Reliability Conference, ESREL 2013
1 - - - - - -
TOTAL 13
73
Quadro 21 – Autores e nº de artigos publicados na busca com as palavras-chave na base Scopus
O Quadro 22 ilustra o levantamento da cronologia da produção científica
com as palavras-chave na base Scopus. Percebe-se nessa busca que não houve
ciclo de maior produção.
Quadro 22 – Levantamento da cronologia na busca com as palavras-chave na base Scopus
Autores Número de
documentos
Ano
Publicação do
artigo
País de origem
dos autores
Ferreira, R.J.P., Cavalcante, C.A.V., Almeida, A.T. 1 2010 BRASIL
Alencar, M.H., De Almeida, A.T. 1 2010 BRASIL
Alencar, M.H., Almeida, A.T. 1 2011 BRASIL
Cavalcante, C.A.V., Alencar, M.H. 1 2012 BRASIL
Ferreira, R.J.P., De Almeida, A.T., Cavalcante,
C.A.V.1 2013 BRASIL
Carnero, M.C. 1 2013 BRASIL
Cavalcante, C.A.V., Lopes, R.S. 1 2014 BRASIL
Carnero, M.C. 1 2014 BRASIL
Marsaro, M.F., Alencar, M.H., De Almeida, A.T.,
Cavalcante, C.A.V.1 2014 BRASIL
Garcez, T.V., De Almeida, A.T. 1 2014 BRASIL
Almeida, A.T., Ferreira, R.J.P., Cavalcante, C.A.V. 1 2015 BRASIL
Alencar, M.H., De Almeida, A.T. 1 2015 BRASIL
Cavalcante, C.A.V., Lopes, R.S. 1 2015 BRASIL
TOTAL 13
AnoNúmero de
documentos
% do total de
documentos
2010 2 15%
2011 1 8%
2012 1 8%
2013 2 15%
2014 4 31%
2015 3 23%
TOTAL 13 100%
74
O Gráfico 03 ilustra os dados relativos à distribuição de registros de artigos
por ano de publicação. Dessa forma, é possível analisar se a produção científica
no tema estudado tem evoluído em uma escala cronológica. Considerando os
dados encontrados, por meio do filtro utilizado para refinar a pesquisa, o artigo
mais antigo publicado na base Scopus faz referência ao ano de 2010. Não
ocorreu limitação temporal na busca dos temas centrais durante as pesquisas,
mas percebe-se, que nessa busca, com os temas “manutenção”, “multicritério” e
“energia”, o ciclo de produção vem aumentando a partir de 2013, sendo que o
ano de 2014 foi mais marcante, pois foram publicados 4 artigos sobre o referido
assunto.
Gráfico 03 – Distribuição de Artigos por Ano de Publicação na busca com as palavras-chave na base Scopus
Pesquisa com as palavras-chave na base ISI Web of Science
Dando prosseguimento a busca foi utilizado o mesmo filtro, conectores e
combinação de palavras-chaves da base SCOPUS: “maintenance” OR
“manutenção”, AND “multicriteria” OR “multicritério”, AND “energy” OR “energia”.
O Quadro 23 ilustra o número de artigos encontrados na pesquisa com a
combinação das palavras-chave: 14.
75
Quadro 23 – Busca por palavras-chave nas bases ISI Web of Science
O Quadro 24 ilustra a identificação dos periódicos com maior número de
artigos publicados e o critério CAPES Qualis de Engenharias I, II, III e IV,
Interdisciplinar e Matemática Probabilidade e Estatística.
Conectors KeyWords/
Abstract/ Title
Número de
documentos
encontrados ISI
Web of Science
“maintenance”
OR “manutenção”
AND “multicriteria”
OR “multicriterio”
AND “energy”
OR “energia”
14
76
Quadro 24 – Número de artigos publicados por periódicos na base ISI Web of Science
O Quadro 25 ilustra a identificação dos autores com o maior número de
artigos publicados, por ano de publicação do último artigo e o país de origem do
autor.
Título do periódico Nº de
documentos
Qualis
Engenharias
I
Qualis
Engenharias
II
Qualis
Engenharias
III
Qualis
Engenharias
VI
Qualis
Interdisciplinar
Qualis
Matemática
Probabilidade
e Estatística
SUSTAINABILITY 1 B1 - B1 - - B5
IET GENERATION TRANSMISSION & DISTRIBUTION 1 - - - - - -
RENEWABLE ENERGY 1 A1 A2 A2 A1
EXPERT SYSTEMS WITH APPLICATIONS 1 B1 A2 A1 A1
JOURNAL OF INFRASTRUCTURE SYSTEMS 1
JOURNAL OF MANAGEMENT IN ENGINEERING 1
SCIENTIFIC WORLD JOURNAL 1 B1 B1 B1
IEEE TRANSACTIONS ON POWER DELIVERY 1 A2 A1 A2
5th International Conference on Industrial
Engineering and Systems Management (IEEE
IESM)
1
INTERNATIONAL JOURNAL OF UNCERTAINTY
FUZZINESS AND KNOWLEDGE-BASED
SYSTEMS 2012
1
JOURNAL OF ENVIRONMENTAL MANAGEMENT 1
International Conference and Exposition on
Electrical and Power Engineering (EPE)1
INTERNATIONAL JOURNAL OF HYDROGEN ENERGY 1 A2 A1 B1 B1 A1
8th International Conference on Modern Building
Materials, Structures and Techniques1
TOTAL 14
77
Quadro 25 – Número de artigos publicados por autor na base ISI Web of Science
O Quadro 26 ilustra o levantamento da cronologia e identifica o ciclo da
evolução da produção científica sobre decisão multicritério na manutenção dos
sistemas de energia. Os dados apresentados sinalizam que a partir de 2012
houve um maior número de produção científica nesse tema.
Quadro 26 – Levantamento da cronologia e ciclo da produção com a combinação das palavras-chave na base ISI Web of Science
Autores Número de
documentos
Ano
Publicação do
artigo
País de origem
dos autores
Zavadskas, EK; Kaklauskas, A; Raslanas, S 1 2004 Lituânia
Pilavachi, Petros A.; Chatzipanagi, Anatoli I.;
Spyropoulou, Antonia I.1 2009 Macedônia
Kaya, Ihsan; Oztaysi, Basar; Kahraman, Cengiz 1 2012 Turquia
De Lange, W. J.; Stafford, W. H. L.; Forsyth, G. G.; et
al.1 2012 EUA
Fleckenstein, Marco; Balzer, Gerd 1 2012 Alemanha
Hsueh, Sung-Lin; Yan, Min-Ren 1 2013 China
Jin, Tongdan; Tian, Yu; Zhang, Cai Wen; et al. 1 2013 China
Morad, Mahmoudi; Abdellah, El Barkany; Ahmed,
El Khalfi1 2013 Marrocos
Eckelman, Matthew J.; Altonji, Matthew; Clark,
Anthony; et al.1 2014 EUA
Thekdi, Shital A.; Lambert, James H. 1 2014 EUA
Zavadskas, Edmundas Kazimieras; Bausys,
Romualdas; Lazauskas, Marius1 2015 Lituânia
Barnacle, Malcolm; Galloway, Stuart; Elders, Ian; et
al.1 2015 Inglaterra
Sengul, Umran; Eren, Mirac; Shiraz, Seyedhadi
Eslamian; et al.1 2015 Turquia
Shafiee, Mahmood 1 2015 Iran
TOTAL 14
AnoNúmero de
documentos
% do total de
documentos
2004 1 7%
2009 1 7%
2012 3 21%
2013 3 21%
2014 2 14%
2015 4 29%
TOTAL 14 100%
78
O Gráfico 04 ilustra os dados referentes à distribuição de registros de
artigos por ano de publicação. Considerando os dados analisados, o artigo mais
antigo publicado na base ISI Web of Science nessa pesquisa, faz referência ao
ano de 2004. Percebe-se que houve um ciclo de produção mais significativo no
período de 20127 a 2015, pois, 12 artigos foram publicados nesse período, o que
representa 85% de toda publicação entre 2004 e 2015.
Gráfico 04 – Distribuição de Artigos por Ano de Publicação na busca com as palavras-chave na base ISIWeb of Science
Pesquisa com as palavras-chave na base SciELO
No levantamento da base SciELO foi utilizado o seguinte filtro, conectores
e combinação de palavras-chaves das bases Scopus e ISI Web of Science:
“maintenance” OR “manutenção”, AND “multicriteria” OR “multicritério”.
Não foi utilizada a combinação de palavras-chaves AND “energy” OR
“energia”, pois o resultado da pesquisa torna-se nulo.
Não ocorreu limitação temporal na busca dos temas centrais durante as
pesquisas.
Sendo o Quadro 27 ilustra o número de artigos encontrados na pesquisa
com a combinação das palavras-chave: 14
Quadro 27 - Busca por palavras-chave nas bases Scielo
Conectors KeyWords/
Abstract/ Title
Número de
documentos
encontrados
SCIELO
“maintenance”
OR “manutenção”
AND “multicriteria”
OR “multicriterio”
AND “energy”
OR “energia”
14
79
O Quadro 28 ilustra a identificação dos periódicos com maior número de
artigos publicados e o critério CAPES Qualis de Engenharias I, II, III e IV,
Interdisciplinar e Matemática Probabilidade e Estatística.
Quadro 28 – Número de artigos publicados por periódicos na base SciELO
O Quadro 29 ilustra a identificação dos autores com o maior número de
artigos publicados, o ano de publicação do último artigo e o país de origem do
autor.
Título do periódico Nº de
documentos
Qualis
Engenharias
I
Qualis
Engenharias
II
Qualis
Engenharias
III
Qualis
Engenharias
VI
Qualis
Interdisciplinar
Qualis
Matemática
Probabilidade
e Estatística
Production 1
Nova scientia 1
Información tecnológica 2 B3 B3 B4 B3
Pesquisa Operacional 6 B2 B5 B4 B3 B1 B3
Revista chilena de historia natural 1
Ambiente Construído 1 B2 B1
Computación y Sistemas 1 B3
Revista de Economía Institucional 1
TOTAL 14
80
Quadro 29 – Autores com o maior número de artigos publicados na pesquisa na base Scielo
O Quadro 30 ilustra o levantamento da cronologia e identifica o ciclo da
evolução da produção científica sobre decisão multicritério na manutenção dos
sistemas de energia, com o filtro utilizado na base SciELO.
Quadro 30 – Levantamento da cronologia e ciclo da produção com a combinação das palavras-chave na base SciELO
Autores Número de
documentos
Ano
Publicação do
artigo
País de origem
dos autores
Adiel Teixeira de, Almeida. 1 2005 BRASIL
Cristiano Alexandre Virgínio, Cavalcante; Adiel
Teixeira de, Almeida.1 2005 BRASIL
Sergio, Torres Valdivieso; Rafael Guillermo, García
Cáceres; John, Jairo Quintero.1 2005 Colômbia
Danielle Costa, Morais; Adiel Teixeira de, Almeida. 1 2006 BRASIL
Edgar, Sevilla Juárez; Carlos Enrique, Escobar
Toledo.1 2008 México
Danielle Costa, Morais; Cristiano A. Virgínio,
Cavalcante; Adiel Teixeira de, Almeida.1 2010 BRASIL
Fernando Silva, Albuquerque; Washinton Peres,
Núñez.1 2010 BRASIL
FRANCISCO, DE LA BARRERA; SONIA, REYES-
PAECKE; LUIS, MEZA.1 2011 Chile
Flavio, Trojan; Danielle Costa, Morais. 1 2012 BRASIL
Fernando F, Espinosa; Gonzalo E, Salinas. 1 2013 Chile
Marcele Elisa, Fontana; Danielle Costa, Morais. 1 2014 BRASIL
Fernando F, Espinosa; Gonzalo E, Salinas. 1 2015 Chile
José Luis, Zanazzi; Luiz Flávio Autran Monteiro,
Gomes; Magdalena, Dimitroff.1 2015 Argentina
Y., Flores-Monter; F., Aceves-Quesada; A., García-
Romero; E.M., Peters-Recagno.1 2015 Mexico
TOTAL 14
AnoNúmero de
documentos
% do total de
documentos
2005 3 21%
2006 1 7%
2008 1 7%
2010 2 14%
2011 1 7%
2012 1 7%
2013 1 7%
2014 1 7%
2015 3 21%
TOTAL 14 100%
81
O Gráfico 05 ilustra os dados referentes à distribuição de registros de
artigos por ano de publicação. Os dados apresentados mostram que no ano 2015
o número de produção científica volta ao maior patamar de publicação nesse
tema (2005).
Gráfico 05 - Distribuição de Artigos por Ano de Publicação com as palavras-chave na base SciELO
Estatísticas da Pesquisa – Composição do “Núcleo de Partida
A Figura 11 ilustra o resumo da pesquisa nas bases Scopus, ISI Web of
Science e SciELO.
82
Figura 11 - Resumo das Pesquisas nas bases SCOPUS, Web of Science e SciElo
Fonte: adaptado de Matieli e Araujo (2014)
Após a realização das buscas nas bases SCOPUS e Web of Science não
foram encontrados artigos em duplicidade, sendo assim, permanecendo um total
de 27 artigos das duas bases a serem analisados. A análise realizada
considerando uma leitura exploratória para verificar em que medida cada artigo
interessava a pesquisa; em seguida foi feita uma leitura seletiva, com base nos
objetivos da pesquisa, para selecionar o material desejado.
83
A partir da análise dos títulos e resumos dos 27 registros, foram
selecionados 14 artigos, considerados relevantes e aderentes ao estudo em
questão.
Nessa etapa foi realizada uma leitura analítica e interpretativa que tem a
finalidade de ordenar e resumir as informações, de forma que estas possam
alcançar respostas ao problema de pesquisa e relacionar o que o autor da obra
analisada afirma com relação ao problema para o qual se propõe uma solução.
Os demais artigos foram desconsiderados em função da falta de aderência ao
estudo.
O Quadro 31 ilustra a relação e dados dos 14 artigos que foram
selecionados das bases Scopus e ISI Web of Science tendo em vista o problema
de pesquisa e os objetivos específicos deste estudo.
84
Quadro 31 – Lista de artigos selecionados para o núcleo de partida das bases SCOPUS e ISI Web of Science
Autores Ano de
publicação Periódico
1Multicriteria approaches for maintenance policies
selection
Ferreira, R.J.P.,
Cavalcante, C.A.V.,
Almeida, A.T.
2010Reliability, Risk and Safety: Back to the
Future
2
Multicriteria analysis of the consequences
established by the RCM (Reliability Centered
Maintenance) methodology: A case study.
Alencar, M.H., De
Almeida, A.T.2010
Reliability, Risk and Safety: Back to the
Future
3
Applying a multicriteria decision model so as to
analyse the consequences of failures observed in
RCM methodology
Alencar, M.H., Almeida,
A.T.2011
Lecture Notes in Computer Science
(including subseries Lecture Notes in
Artificial Intelligence and Lecture
Notes in Bioinformatics)
4Multicriteria decision model to support building
maintenance planning
Cavalcante, C.A.V.,
Alencar, M.H.2012
11th International Probabilistic Safety
Assessment and Management
Conference and the Annual European
Safety and Reliability Conference 2012
5
Multicriteria Maintenance Planning for
Disconnectors in Extra High Voltage Transmission
Systems
Fleckenstein, Marco;
Balzer, Gerd2012
Conferência: International Conference
and Exposition on Electrical and Power
Engineering (EPE)
6Multicriteria Planning for Distributed Wind
Generation Under Strategic Maintenance
Jin, Tongdan; Tian, Yu;
Zhang, Cai Wen; et al.2013
IEEE TRANSACTIONS ON POWER
DELIVERY
7Selection of inspection intervals based on multi-
attribute utility theory
Ferreira, R.J.P., De
Almeida, A.T.,
Cavalcante, C.A.V.
2013
Lecture Notes in Computer Science
(including subseries Lecture Notes in
Artificial Intelligence and Lecture
Notes in Bioinformatics)
8
Quantification of Scenarios and Stakeholders
Influencing Priorities for Risk Mitigation in
Infrastructure Systems
Thekdi, Shital A.;
Lambert, James H.2014
JOURNAL OF MANAGEMENT IN
ENGINEERING
9 Multicriteria model for maintenance benchmarking Carnero, M.C. 2014 Journal of Manufacturing Systems
10Multidimensional risk assessment of underground
electricity distribution systems based on MAUT
Garcez, T.V., De
Almeida, A.T.2014
Safety, Reliability and Risk Analysis:
Beyond the Horizon - Proceedings of
the European Safety and Reliability
Conference
11A fuzzy analytic network process model to mitigate
the risks associated with offshore wind farmsShafiee, Mahmood 2015 EXPERT SYSTEMS WITH APPLICATIONS
12
Multi-objective transmission reinforcement
planning approach for analysing
future energyscenarios in the Great Britain
network
Barnacle, Malcolm;
Galloway, Stuart; Elders,
Ian; et al.
2015IET GENERATION TRANSMISSION &
DISTRIBUTION
13A review of the use of multicriteria and multi-
objective models in maintenance and reliability
Almeida, A.T., Ferreira,
R.J.P., Cavalcante, C.A.V.2015
IMA Journal of Management
Mathematics
14Fuzzy TOPSIS method for ranking
renewable energy supply systems in Turkey
Sengul, Umran; Eren,
Mirac; Shiraz, Seyedhadi
Eslamian; et al.
2015 RENEWABLE ENERGY
Artigos da base Scopus e ISI Web of Science
85
Após a seleção dos artigos nas bases Scopus e ISI Web of Science foi
realizada a análise na base SciELO onde não foram encontrados artigos em
duplicidade. A análise também tomou como base os quatro tipos de leitura: a
leitura exploratória, seletiva, analítica e interpretativa.
A partir da apreciação dos títulos e resumos dos 14 artigos, foram
selecionados 5 artigos, considerados relevantes e aderentes ao estudo em
questão. Assim como na análise das bases Scopus e Web of Science, os demais
artigos foram desconsiderados em função da falta de aderência à pesquisa.
O Quadro 32 ilustra a relação e dados dos 5 artigos que foram
selecionados tendo em vista as questões problemas e os objetivos específicos
da pesquisa.
Quadro 32 – Lista de artigos selecionados para o núcleo de partida da base SciELO
Após a busca nas bases escolhidas utilizando as palavras-chave obteve-
se um levantamento quantitativo e qualitativo por meio da análise e seleção dos
artigos aderentes ao tema pesquisado para compor o “núcleo de partida”.
A seleção para o “núcleo de partida” contempla os artigos mais relevantes,
a identificação dos primeiros e últimos autores a escreverem sobre o tema e a
identificação dos textos mais relevantes em cada “ciclo de maior produção”.
Seguem os dados referentes ao “núcleo de partida”.
O Quadro 33 ilustra o total de 19 artigos selecionados para compor o
“núcleo de partida” da pesquisa, 14 registros das bases Scopus e ISI Web of
Autores Ano de
publicação Periódico
1
Definición de los Requerimientos de Información y
Funciones para la Gestión de Mantenimiento
Mediante un Proceso de Análisis Constructivo
Fernando F,
Espinosa; Gonzalo E,
Salinas.
2005 Información tecnológica
2
Modelo multicritério de apoio a decisão para o
planejamento de manutenção preventiva
utilizando PROMETHEE II em situações de incerteza
Cristiano Alexandre
Virgínio,
Cavalcante; Adiel
Teixeira de, Almeida.
2005 Pesquisa Operacional
3
Modelagem multicritério para seleção de
intervalos de manutenção preventiva baseada na
teoria da utilidade multiatributo
Adiel Teixeira de,
Almeida.2005 Pesquisa Operacional
4The Efficiency of Preventive Maintenance Planning
and the Multicriteria Methods: A Case Study
Edgar, Sevilla
Juárez; Carlos Enrique,
Escobar Toledo.
2008 Computación y Sistemas
5Group decision making applied to preventive
maintenance systems
José Luis, Zanazzi; Luiz
Flávio Autran Monteiro,
Gomes; Magdalena,
Dimitroff.
2014 Pesquisa Operacional
Artigos da base Scielo
86
Science e 5 da base SciELO, assim como, os autores, o ano de publicação, do
mais antigo para o mais recente, e os periódicos em que foram publicados.
Quadro 33 – Lista de artigos selecionados para compor o “núcleo de partida” da pesquisa
Autores Ano de
publicação Periódico
1
Definición de los Requerimientos de
Información y Funciones para la Gestión de
Mantenimiento Mediante un Proceso de
Fernando F, Espinosa; Gonzalo E,
Salinas.2005 Información tecnológica
2
Modelagem multicritério para seleção de
intervalos de manutenção preventiva
baseada na teoria da utilidade multiatributo
Adiel Teixeira de, Almeida. 2005 Pesquisa Operacional
3
Modelo multicritério de apoio a decisão para
o planejamento de manutenção preventiva
utilizando PROMETHEE II em situações de
incerteza
Cristiano Alexandre Virgínio,
Cavalcante; Adiel Teixeira de,
Almeida.
2005 Pesquisa Operacional
4
The Efficiency of Preventive Maintenance
Planning and the Multicriteria Methods: A
Case Study
Edgar, Sevilla Juárez; Carlos
Enrique, Escobar Toledo.2008 Computación y Sistemas
5
Multicriteria analysis of the consequences
established by the RCM (Reliability Centered
Maintenance) methodology: A case study.
Alencar, M.H., De Almeida, A.T. 2010Reliability, Risk and Safety: Back to the
Future
6Multicriteria approaches for maintenance
policies selection
Ferreira, R.J.P., Cavalcante,
C.A.V., Almeida, A.T.2010
Reliability, Risk and Safety: Back to the
Future
7
Applying a multicriteria decision model so as
to analyse the consequences of failures
observed in RCM methodology
Alencar, M.H., Almeida, A.T. 2011
Lecture Notes in Computer Science
(including subseries Lecture Notes in
Artificial Intelligence and Lecture
Notes in Bioinformatics)
8Multicriteria decision model to support
building maintenance planningCavalcante, C.A.V., Alencar, M.H. 2012
11th International Probabilistic Safety
Assessment and Management
Conference and the Annual European
Safety and Reliability Conference 2012
9
Multicriteria Maintenance Planning for
Disconnectors in Extra High Voltage
Transmission Systems
Fleckenstein, Marco; Balzer, Gerd 2012
International Conference and
Exposition on Electrical and Power
Engineering (EPE)
10Multicriteria Planning for Distributed Wind
Generation Under Strategic Maintenance
Jin, Tongdan; Tian, Yu; Zhang, Cai
Wen; et al.2013
IEEE TRANSACTIONS ON POWER
DELIVERY
Artigos selecionados para o núcleo de partida
87
O Quadro 34 ilustra a identificação dos periódicos, o número de artigos
selecionados por periódicos para o “núcleo de partida” e o critério CAPES Qualis
de Engenharias I, II, III e IV, Interdisciplinar e Matemática Probabilidade e
Estatística.
Autores Ano de
publicação Periódico
11Selection of inspection intervals based on
multi-attribute utility theory
Ferreira, R.J.P., De Almeida, A.T.,
Cavalcante, C.A.V.2013
Lecture Notes in Computer Science
(including subseries Lecture Notes in
Artificial Intelligence and Lecture
Notes in Bioinformatics)
12Group decision making applied to preventive
maintenance systems
José Luis, Zanazzi; Luiz Flávio
Autran Monteiro,
Gomes; Magdalena, Dimitroff.
2014 Pesquisa Operacional
13Multicriteria model for maintenance
benchmarkingCarnero, M.C. 2014 Journal of Manufacturing Systems
14
Multidimensional risk assessment of
underground electricity distribution systems
based on MAUT
Garcez, T.V., De Almeida, A.T. 2014
Safety, Reliability and Risk Analysis:
Beyond the Horizon - Proceedings of
the European Safety and Reliability
Conference
15
Quantification of Scenarios and Stakeholders
Influencing Priorities for Risk Mitigation in
Infrastructure Systems
Thekdi, Shital A.; Lambert, James
H.2014
JOURNAL OF MANAGEMENT IN
ENGINEERING
16A review of the use of multicriteria and multi-
objective models in maintenance and
Almeida, A.T., Ferreira, R.J.P.,
Cavalcante, C.A.V.2015
IMA Journal of Management
Mathematics
17
Multi-objective transmission reinforcement
planning approach for analysing
future energyscenarios in the Great Britain
Barnacle, Malcolm; Galloway,
Stuart; Elders, Ian; et al.2015
IET GENERATION TRANSMISSION &
DISTRIBUTION
18Fuzzy TOPSIS method for ranking
renewable energy supply systems in Turkey
Sengul, Umran; Eren, Mirac;
Shiraz, Seyedhadi Eslamian; et al.2015 RENEWABLE ENERGY
19
A fuzzy analytic network process model to
mitigate the risks associated with offshore
wind farms
Shafiee, Mahmood 2015 EXPERT SYSTEMS WITH APPLICATIONS
Artigos selecionados para o núcleo de partida
88
Quadro 34 – Identificação dos periódicos, o número de artigos e o critério Qualis para compor o “núcleo de partida” da pesquisa
O Quadro 35 ilustra o levantamento da cronologia e identifica o ciclo da
evolução da produção científica sobre manutenção, multicritério e energia no
“núcleo de partida”.
Os dados revelam que a partir de 2012 houve um maior número de
produção científica nesses temas. Foram publicados 63 % dos artigos do “núcleo
PeriódicoNº de
documentos
Qualis
Engenharias
I
Qualis
Engenharias
II
Qualis
Engenharias
III
Qualis
Engenharias
VI
Qualis
Interdisciplinar
Qualis
Matemática
Probabilidade e
Estatística
Información tecnológica 1 B3 B3 B4 B3
Pesquisa Operacional 3 B2 B5 B4 B3 B1 B3
Computación y Sistemas 1 B3
Reliability, Risk and Safety: Back to the
Future2
Lecture Notes in Computer Science
(including subseries Lecture Notes in
Artificial Intelligence and Lecture
Notes in Bioinformatics)
1
11th International Probabilistic Safety
Assessment and Management
Conference and the Annual European
Safety and Reliability Conference 2012
1
International Conference and
Exposition on Electrical and Power
Engineering (EPE)
1
IEEE TRANSACTIONS ON POWER
DELIVERY1
Lecture Notes in Computer Science
(including subseries Lecture Notes in
Artificial Intelligence and Lecture
Notes in Bioinformatics)
1 C C B1 C
Journal of Manufacturing Systems 1 B5
Safety, Reliability and Risk Analysis:
Beyond the Horizon - Proceedings of
the European Safety and Reliability
Conference
1
JOURNAL OF MANAGEMENT IN
ENGINEERING1
IMA Journal of Management
Mathematics1 B1
IET GENERATION TRANSMISSION &
DISTRIBUTION1
RENEWABLE ENERGY 1 A1 A2 A2 A1
EXPERT SYSTEMS WITH APPLICATIONS 1 B1 A2 A1 A1
TOTAL 19 3 4 6 5 5 2
89
de partida” no período de 2012 a 2015, o que caracteriza a atualidade do assunto
em questão, considerando que a presente pesquisa se realiza entre os anos de
2015 e 2016.
Quadro 35 – Levantamento da cronologia e ciclo da produção no “núcleo de partida”
O Gráfico 06 ilustra os dados referentes à distribuição de registros de
artigos por ano de publicação. Analisando os dados, o artigo mais antigo
selecionado para o “núcleo de partida” da pesquisa, foi publicado no ano de 2005
e o mais atual foi em 2015. Percebe-se que houve um pico de produção mais
expressivo em 2014 e 2015, e que a partir de 2012 as publicações tornaram-se
mais constantes.
Gráfico 06 - Distribuição de Artigos do “Núcleo de Partida” por Ano de Publicação
Após a composição do “núcleo de partida” foram realizadas também
consultas a bancos de teses, de dissertações e bibliotecas. Dessa forma, foram
acrescentados aos artigos, alguns livros, teses, dissertações, documentos
Ano de
publicação
Número de
documentos
2005 3 16%
2008 1 5%
2010 2 11%
2011 1 5%
2012 2 11%
2013 2 11%
2014 4 21%
2015 4 21%
TOTAL 19 100% 100%
63%
37%
% do total de
documentos
90
eletrônicos, artigos de encontros científicos, além de outros artigos relevantes ao
tema da pesquisa.
A distribuição das referências por tipo de fonte (quantidade e instituição)
e por ano de publicação pode ser observada nos quadros 36, 37 e 38
respectivamente:
Quadro 36 - Quantidade de referências por tipo de fonte
Quadro 37 - Quantidade de referências por tipo de fonte e instituição de pesquisa
Tipo de fonte Nº de referências % em relação ao total
Artigos científicos 41 75%
Artigos de encontros científicos 3 5%
Documentos eletrônicos 2 4%
Livros 2 4%
Teses e dissertações 7 13%
Total 55 100%
Tipo de fonte IEEE UNICAMP USP UFF UFRJNº de
referências
% relação
ao total
Artigos científicos 17 22 3 2 44 80%
Artigos de encontros científicos 3 3 5%
Documentos eletrônicos 2 2 4%
Livros 2 2 4%
Teses e dissertações 2 1 1 4 7%
Total 17 31 3 3 1 55 100%
91
Quadro 38 – Número de referências por ano de publicação
Ano de
publicaçãoIEEE UNICAMP USP UFF UFRJ
Nº de
referências
1993 1 1 2%
1999 1 1 2%
2003 1 3 4 7%
2004 1 1 2 4%
2005 1 1 2%
2007 3 3 1 7 13%
2008 1 4 5 9%
2009 1 1 2 4%
2010 1 2 1 4 7%
2011 1 1 1 3 5%
2012 2 6 1 9 16%
2013 3 3 6 11%
2014 2 3 1 6 11%
2015 1 3 4 7%
Total 17 31 3 1 3 55 100% 100%
33%
51%
13%
4%
% em relação ao total