fábio machado pinto - capoeira

7/23/2019 Fbio Machado Pinto - Capoeira

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CAPOEIRA DA ILHA: PRESERVAO DO PATRIMNIO CULTURAL EEDUCAO POPULAR

rea Temtica:Cultura

Prof. Dr. Fbio Machado Pinto(Coordenador/a da Ao de Extenso)

Fbio Machado Pinto1Danuza Meneghello2

Fernanda sasse3

Michel Frana4

Luisa Garcia5Debora barbosa Torres6

Giovanni Regaso7Marcelo Bruniere8

Luiz Eduardo Batista9Edson Siof - Mestre polegar10

Valdemiro Pereira Filho - Mestre Pinquio11

Palavras-chave:Capoeira, Cultura Popular, Patrimnio Cultural, Extensouniversitria.

1Professor Doutor em Cincias da Educao, Centro de Educao/UFSC. [email protected];

2Professora do Colgio de Aplicao/UFSC;

3Bolsista PROEXT/MEC, Graduanda em Museologia, CFH/UFSC.4Bolsista PROEXT/MEC, Graduando em Cincias Sociais, CFH/UFSC.5Bolsista PROEX, Graduanda de LetrasLngua Portuguesa e Literaturas, CCE/UFSC.

6Bolsista PROEXT/MEC, Graduando em Letras, CCE/UFSC.

7Bolsista SECULT, Graduando em Geografia, CFH/UFSC.

8Bolsista SECULT, Graduando em Psicologia, CFH/UFSC.9Bolsita PIBID/CAPES - EDUCAO FSICA, graduando em educao fsica, CDS/UFSC.

10Mestre de Capoeira e Educador Popular do projeto de Extenso Capoeira da Ilha - (UFSC, MEC/SESu - PROEXT)

11Mestre de Capoeira e Educador Popular do projeto de Extenso Capoeira da Ilha - (UFSC, MEC/SESu - PROEXT)


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Resumo: O programa busca articular trs projetos de extenso de formainterdisciplinar, promovendo a inter-relao entre os saberes populares, as artes e oconhecimento cientfico. Em consonncia com as polticas pblicas atuais, visamos

a promoo e a preservao da capoeira com clara proposta de sua difuso atravsde seus mestres, suas oficinas, festivais e rodas. O programa visa uma aotransformadora sobre os problemas sociais atravs da ampliao e qualificao doensino da capoeira, que j conta com aproximadamente 300 alunos, entre eles:jovens, adultos, adolescentes e crianas em situao de risco, professores eacadmicos universitrios, estudantes da rede pblica de ensino e trabalhadores dosetor informal da economia municipal. Buscamos ampliar e estender o dilogo narelao bilateral com os outros setores da sociedade atravs da interao doconhecimento e da experincia, acumulados na academia, valorizando o saberpopular e a articulao com organizaes de outros setores da sociedade,promovendo assim a interdisciplinaridade. Buscamos tambm integrar universidades

e comunidades de periferia levando conhecimento e cultura a todos,prioritariamente aos excludos, aqueles que historicamente so colocados margemda sociedade. Fomentamos incentivar o retorno da educao formal e qualificar otrabalho destes educadores, formando multiplicadores, o que faz deste programauma formao de formadores.Na contramo dos grandes eventos esportivos, acapoeira continua como importante prtica de resistncia cultural e social. isso,que nosso programa, financiado pelo PROEXT/MEC Sesu, anuncia.

1. INTRODUO:Este texto resulta de uma anlise preliminar sobre a realizao do Programa

CAPOEIRA DA ILHA.12 O programa busca articular trs projetos de extenso deforma interdisciplinar, promovendo a inter-relao entre os saberes populares, asartes e o conhecimento cientfico.

No primeiro projeto de extenso, CAPOEIRA DA ILHA, buscamos oportunizara iniciao capoeira atravs de oficinas dirigidas, prioritariamente, aos jovens ecrianas em situao de extrema pobreza, risco e vulnerabilidade social. O segundoprojeto, III FESTIVAL DE CAPOEIRA ANGOLA DA ILHA DE SANTA CATARINA,ser a oportunidade de integrar os capoeiras de Santa Catarina com mestres e seusdiscpulos, vindos de outros estados do pas e at do exterior. O objetivo do evento organizar, incentivar, resgatar e preservar o carter cultural e artstico da capoeira

em Santa Catarina, ressaltando seu valor histrico. Trata-se de um trabalho efetivode difuso da cultura em nossa cidade. O terceiro projeto a ELABORAO EDISTRIBUIO DO I CADERNO DE FORMAO - CAPOEIRA DA ILHA. Atravsdele, buscamos sistematizar as atividades realizadas nos trs ltimos anos epublicar um primeiro texto capaz de subsidiar a formao de educadores popularesde capoeira, bem como servir de material didtico para o ensino de escolares ou dosalunos do CAPOEIRA DA ILHA nas comunidades. Na contramo dos grandeseventos esportivos, a capoeira continua como importante prtica de resistnciacultural e social. isso, que nosso programa, financiado pelo PROEXT/MEC Sesu,anuncia e promove.

2. CAPOEIRA, EDUCAO E PATRIMNIO CULTURAL:

12Este programa conta com financiamento do PROEXT- MEC/SESU 2012/2013.


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Segundo o IPHAN (Instituto do Patrimnio Histrico e artstico Nacional -MINC), os principais aspectos que constituem a capoeira como prtica culturaldesenvolvida no Brasil so o saber transmitido pelos mestres formados na tradioda capoeira e como tal reconhecidos por seus pares; e a roda onde a capoeira rene

todos os seus elementos e se realiza de modo pleno. Este reconhecimento, queincluiu o ofcio dos mestres no Livro dos Saberes e as Rodas de Capoeira no Livrodas Formas de Expresso, foi concedido no dia 15 de julho de 2008.

A Constituio Federal de 1988, nos artigos 215 e 216, estabeleceu que opatrimnio cultural brasileiro composto de bens de natureza material e imaterial,includos a os modos de criar, fazer e viver dos grupos formadores da sociedadebrasileira, como por exemplo os capoeiras e suas rodas. Estes bens estorelacionados com a vida social e se manifestam pelos ofcios, saberes, modos defazer, celebraes, msicas etc, alm de locais que acolhem prticas culturaiscoletivas. A capoeira conquistou em Florianpolis a Lei 7870 de 26 de maio de 2009,nela no somente capoeiras, mas artistas populares tem seu direito de produzir

cultura e arte nos largos, praas e mercados, assegurado. A Unesco tambm lanoumo de uma conveno para a Salvaguarda do Patrimnio Cultural Imaterial,ratificada pelo Brasil em 1 de maro de 2006, que define como patrimnio imaterial'as prticas, representaes, expresses, conhecimentos e tcnicas - junto com osinstrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes so associados - que ascomunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivduos reconhecem como parteintegrante de seu patrimnio cultural'.

Nosso projeto busca promover a capoeira como uma manifestao culturalpopular, afrobrasileira, mediada e consagrada pelos seus mestres e discpulos emrodas e treinos. Trata-se de uma manifestao enraizada nas culturas locais,sobretudo em comunidades de baixa renda, de vulnerabilidade e risco socialpermanente. Trata-se de um saber ligado sobrevivncia, patrimnio imaterial,transmitido de gerao em gerao e constantemente recriado e apropriado porindivduos e grupos sociais distintos. O que torna o Brasil um lugar de mltiplascapoeiras.

Nossos esforos visam tambm o ensino da capoeira na Educao Bsicaconforme preconiza a lei 10639/2003, que tornou obrigatrio o ensino de Historia eCultura Afro Brasileira em todas as escolas do pas e, conforme escrito em seuprimeiro artigo o contedo programtico a que se refere o caput deste artigo incluiro estudo da Histria da frica e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a culturanegra brasileira e o negro na formao da sociedade nacional, resgatando a

contribuio do povo negro nas reas social, econmica e poltica pertinentes Histria do Brasil. Trata-se da promoo, educao e informao para o PatrimnioCultural, atravs da produo de documentao sobre o patrimnio cultural dapopulao brasileira, garantindo seu acesso publico.

3. PROGRAMA CAPOEIRA DA ILHA:Este programa, em consonncia com as polticas pblicas j citadas, visa a

promoo e a preservao desta cultura, pois apresenta uma proposta de difuso daprtica da capoeira atravs de seus mestres, suas oficinas, festivais e rodas. NaUFSC, enquanto projeto de extenso, nossas atividades existem desde 1987. Aolongo desses anos, foram realizados mais de vinte eventos culturais de mdio porte,iniciados mais de mil integrantes e hoje conta com pelo menos 20 educadores

populares atuando nas comunidades da grande Florianpolis.Trata-se de formao de crianas e jovens de comunidades empobrecidas,em situao de extrema pobreza, risco e vulnerabilidade social. Aborda tambm a


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promoo da prtica cultural de adultos, educadores populares vinculados associaes de capoeira sem fins lucrativos, que desenvolvem atividades culturais eeducacionais, inclusive dentro de escolas pblicas, como acontece no mbito doprograma Mais educao, por exemplo. Reunimos projetos que visam a formao

integral, voltada para a cidadania e para o reconhecimento de direitos comoeducao, sade, lazer, cultura erespeito diversidade e pluralidade cultural, queforam a base da identidade cultural brasileira.

Este programa atende ao critrio da indissociabilidade do ensino, pesquisa eextenso, atravs do trabalho articulado entre Ncleos de estudos da UFSC (tendo oNcleo de Estudos e Pesquisas Educao e Sociedade Contempornea comoarticulador) e a Central Catarinense de Capoeira Angola,no intuito de promover oensino da capoeira, a formao de educadores populares e a pesquisa sobre oensino da capoeira. Por isso, promovemos a interao entre estudantes eprofessores universitrios das reas de Educao fsica, Pedagogia, CinciasSociais e Aplicadas, Letras, Design, Jornalismo e outros, no contato direto e

semanal como os educadores populares e as crianas e jovens dos ncleos deensino.

Buscamos produzir conhecimentos socialmente relevantes para a academia epara os movimentos sociais que sirvam para se repensar polticas pblicas emeducao e cultura, assim como para a integrao de povos e suas culturas. Nossoprograma coloca-se como objeto para estudos e pesquisas de TCCs, dissertaesde mestrado e teses de doutorado realizadas na UFSC e em outras universidadesdo Brasil e da frica. Estas atividades so desenvolvidas e orientadas pelosprofessores, pesquisadores, bolsistas e educadores, desenvolvendo atividades junto entidades cientficas, em especial ANPED, ANPOCS, SBPC, CBCE e ABA. Osimpactos se colocam em diferentes planos: publicaes; atuaes em programas deps-graduao, pesquisas tericas e empricas, muitas vezes combinadas;formaes iniciais e continuadas; organizaes de seminrios; desenvolvimentos demetodologias de ensino; investigaes sobre as potencialidades da cultura popularnas Humanidades, em especial no campo Educacional. Trata-se da articulao dostrabalhos de extenso com o ensino atravs de atividades e estudos conjuntospromovendo o intercmbio das seguintes disciplinas: Capoeira (DEF 5850) comEstgio Supervisionado em Educao Fsica Escolar I e II (MEN 5321 e 5322). Almda articulao com outros projetos culturais atravs de visitas de estudo outrasorganizaes de fomento culturaou ainda realizao de convites para agentessociais a participarem de nossas atividades. Nosso programa busca socializar

suas experincias e os resultados dos diferentes projetos em encontros acadmicose capoeirsticos.Nossa principal ao dirige-se valorizao do trabalho dos mestres e

preservao dos saberes oriundos de sua prtica. Em 2013, estamos realizandoampla mobilizao internacional para o reconhecimento de Notrio Saber de MestreN em Florianpolis/SC e na UFSC. Atualmente, o programa tem impacto social,como a ao transformadora sobre os problemas sociais atravs da ampliao equalificao do ensino da capoeira, que atualmente conta com aproximadamente300 alunos entre adultos, jovens, adolescentes e crianas em situao de risco,professores e acadmicos universitrios, estudantes pertencentes rede pblica deensino e trabalhadores localizados, na sua maioria, no setor informal da economia

municipal.Temos tambm, em 2013, dois eventos importantes registrados como projetosde Extenso. No ms de maio, o II Dona Isabel que histria essa?, que contou


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com a presena de mestre Ananias (88 anos de vida dedicados capoeira) e umaprogramao extensa de mesas redondas, oficinas, fala mestre, rodas de rua,entre outros. Em novembro, o III Festival de Capoeira Angola da Ilha de SantaCatarina, que contar com a presena de mais de 15 mestres de capoeira do Brasil

e do exterior.So atividades socioculturais com o objetivo de integrao, socializao eorganizao de grupos de trabalho, bem como de difuso da capoeira. Nossoprograma busca ampliar e entender o dilogo na relao bilateral com os outrossetores da sociedade, atravs da interao do conhecimento e da experinciaacumulados na academia, valorizando o saber popular e a articulao comorganizaes de outros setores da sociedade, promovendo assim ainterdisciplinaridade. Buscamos tambm integrar universidades e comunidades deperiferia levando conhecimento e cultura a todos, prioritariamente aos excludos,aqueles que historicamente so colocados margem da sociedade. Fomentamosincentivar o retorno da educao formale qualificar o trabalho destes educadores,

formando multiplicadores, o que faz deste programa uma formao de formadores.4. CONSIDERAES FINAIS: CAPOEIRA, HISTRIA E CULTURAO programa se inscreve como potencial instrumento de incluso social nas

suas mais diversas dimenses, visando aprofundar aes polticas que venhamfortalecer a institucionalizao da extenso no mbito das Instituies Federais deEnsino Superior. Assim, temos contribudo sistematicamente para implantao depoltica pblicas no mbito da educao e da cultura. Ou ainda, temos orientadotrabalhos que visam estimular o desenvolvimento social e o esprito crtico dosestudantes, bem como a atuao profissional pautada na cidadania e na funosocial da educao superior. Sem deixar de contribuir para a melhoria da qualidadeda educao por meio do contato dos estudantes com realidades concretas e datroca de saberes acadmicos e populares. Temos sempre presente que a extenso um processo interdisciplinar, educativo, cultural, cientfico e poltico que promove ainterao transformadora entre a universidade e outros setores da sociedade,orientado pelo princpio constitucional da indissociabilidade com o Ensino e aPesquisa. Por isso, nossas atividades de ensino nos cursos de licenciatura, nosprogramas de ps-graduao, esto sempre articulados aos projetos de extensoque coordenamos, como este programa que agrega diversos projetos e quedenominamos de Capoeira da Ilha. Na contramo dos grandes eventos esportivos, acapoeira continua como importante prtica de resistncia cultural e social. isso,que nosso programa, financiado pelo PROEXT/MEC Sesu, anuncia promove nas

suas rodas, cursos e eventos.A capoeira patrimnio cultural do povo brasileiro. Trata-se de umamanifestao cultural afrobrasileira que se mantm viva em seus gestos, msicas erituais, toda a memria de opresso e resistncia das populaes escravizadasdesde o Brasil colnia, (RIBEIRO, 1995). Uma prtica corporal to complexa emenraizada na historia do povo brasileiro no pode ser estudada seno numaperspectiva aberta e interdisciplinar, onde se cruzam a arte, a luta, o esporte, amsica, a sade, a poltica, a educao, a histria e a cultura. A capoeira estemtoda a parte ou tudo que a boca come como dizia o Mestre Pastinha. Sosaberes e tcnicas corporais assimilados lentamente de forma tradicional e eficaz.MAUSS (2003, p. 407). Esta tradio circula e se transmite de boca em boca, nas

rodas abertas e de rua, no fundo do quintal ou dentro das academias. Se quisermosentender a capoeira temos que pens-la, como um saber-fazer de seus mestres quelutam uma vida inteira e por isso, so imprescindveis. So velhos mestresaqueles


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que adquiriram o ttulo atravs do reconhecimento da comunidade e no num eventoque transmitem com propriedade os fundamentos da capoeira, j que possuem asabedoria que resulta da experincia de viver intensamente numa sociedade que seconstruiu sobre a gide do autoritarismo e da falsidade.

Esta iluso de que somos o paraso tropical da convivncia democrtica dasraaspor muito tempo fomentada por literaturas e mesmo por intelectuais que aopretenderem compreender a situao social brasileira acabam omitindo contradiessociais que deitam razes num passado colonial recente e nas sequelas produzidase ainda, por serem superadas, (RIBEIRO, 1995).

Dos quinhentos anos de presena negra no Brasil, quatrocentos foram nacondio de escravo, fugitivo, aquilombado. Servindo aos senhores ou lutandocontra estes, o negro integrou-se ao territrio brasileiro misturando-se com o branco,ndio e outros. Desta alquimia cultural surgiram muitas obras e, em que pesem todaa histria de sofrimento, constituiu-se um legado artstico e cultural admirado nomundo todo. A capoeira, as religies, as msicas, as danas, a poesia, a literatura e

outras manifestaes culturais com origem popular, so um produto do que Chaudenominou de Cultura Popular: prtica local e temporalmente determinada, comoatividade dispersa no interior da cultura dominante, como mescla de conformismo eresistncia, CHAU (1996, p. 43). A capoeira uma arte de protesto tanto quanto aimprensa negra, o teatro experimental negro e os movimentos sociais e culturais.Sua contribuio, mesmo sob o regime repressor, soube denunciar oemparedamento negro que depois 124 anos de abolida a escravido aindaparticipa do bolso de excluso da riqueza, cultura e poder.

As manifestaes culturais so formas com que o trabalhador, dentre este apopulao negra, tem proporcionado a manuteno da histria viva de opresso ede todas as formas de resistncia. O corpo escravo foi educado na chibata, noscastigos e na escassez, assim como o corpo trabalhador controlado, vigiado,higienizado e domesticado. 'Os negros so testemunhas vivas de um colonialismodestrutivo, disfarado com habilidade e soterrado por uma opresso inacreditvel'(FERNANDES, 1989, p. 08). Hoje pouco se percebe, nas ruas, o corpo comidentidade cultural que caminha macio, sem fazer barulho, que olha para baixoenquanto espera o lato e que fica disfarado em meio multido tentando sediluir massa, herana de velhas prticas de sobrevivncia. Este corpo querecebeu uma determinada educao, campo de possibilidades do qual ele mesmobusca sadas, encontrou na capoeira uma forma de ensinar e aprender o mundo nasua historicidade e concretude.

Referncias:CHAU, M. Conformismo e Resistncia, aspectos da cultura popular no Brasil.SoPaulo: Editora Brasiliense, 6a ed., 1996.FERNANDES, F. Significado do protesto negro.So Paulo: Cortez, 1989.FRIGERIO, A. Capoeira: de arte negra a esporte branco. In: Revista Brasileira deCincias Sociais. N010. Vol. 4. Junho de 1989.MAUSS, M. As Tcnicas do Corpo. In: Sociologia e Antropologia.Trad. Paulo Neves.So Paulo: Cosac Naify, 2003. (p. 399-422.)RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formao e o sentido do Brasil. So Paulo:

Companhia das Letras, 1995.


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VIEIRA, L. R. & ASSUNO, M. R. Mitos, controvrsias e fatos: construindo ahistria da capoeira. In: Revista de Estudos Afro-asiticos. Universidade CndidoMendes, n0 34, 1999.

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