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CASSIANO CARDIAS BRUST FÁBIO GHELLER CAPEAMENTO PULPAR DIRETO COM COMPLEXO DE EXTRATO DE CALÊNDULA (CALENDULA OFFICINALLIS) E PASTA DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO EM MOLARES DE RATO: AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA DO POTENCIAL INDUTOR DA PONTE DENTINÁRIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof. Dr. David Rivero Tames Itajaí (SC), 2006

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CASSIANO CARDIAS BRUST

FÁBIO GHELLER

CAPEAMENTO PULPAR DIRETO COM COMPLEXO DE

EXTRATO DE CALÊNDULA (CALENDULA OFFICINALLIS) E

PASTA DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO EM MOLARES DE RATO:

AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA DO POTENCIAL INDUTOR DA

PONTE DENTINÁRIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientador: Prof. Dr. David Rivero Tames

Itajaí (SC), 2006

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CASSIANO CARDIAS BRUST

FÁBIO GHELLER

CAPEAMENTO PULPAR DIRETO COM COMPLEXO DE

EXTRATO DE CALÊNDULA (CALENDULA OFFICINALLIS) E

PASTA DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO EM MOLARES DE RATO:

AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA DO POTENCIAL INDUTOR DA

PONTE DENTINÁRIA

O presente trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, aos dezenove dias do mês de setembro do ano de dois mil e seis, é considerado aprovado.

1. Prof. Dr. David Rivero Tames____________________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

2. Prof. Ricardo Ferreira__________________________________________________

Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

3. Profa. Simony Davet Muller_____________________________________________

Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a DEUS, pela vida que nos concedeu, a qual nos deu a

oportunidade de iniciar este curso.

Aos nossos pais que ofereceram todas as condições para que

pudéssemos realizar esta pesquisa.

Ao professor e orientador David Rivero Tames, um amigo com quem

convivemos e participamos de lutas que nos trouxeram mais experiência e

amadurecimento, sem dúvida, um professor no sentido literal da palavra.

Nossos agradecimentos a esta universidade, professores e funcionários.

A todos os amigos que contribuíram ou participaram de alguma forma

para a realização deste trabalho.

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CAPEAMENTO PULPAR DIRETO COM COMPLEXO DE EXTRATO DE CALÊNDULA (CALENDULA OFFICINALLIS) E PASTA DE HIDRÓXIDO DE CÁLCIO EM MOLARES DE RATO: AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA DO POTENCIAL INDUTOR DA PONTE DENTINÁRIA

Acadêmicos: Cassiano Cardias BRUST e Fábio GHELLER Orientador: David Rivero Tames Data de defesa: setembro 2006

Resumo: Um dos tratamentos indicados quando um cirurgião-dentista expõe a polpa dental acidentalmente é o capeamento pulpar direto. Atualmente o material empregado para esta finalidade é a pasta de Hidróxido de Cálcio. Porém; o sucesso obtido é apenas parcial, indicando a necessidade de pesquisar novos materiais. Nesse contexto, nosso trabalho tem por objetivo estudar o potencial indutor de reparo pulpar do complexo de extrato de calêndula e pasta de hidróxido de cálcio. Para isso foram realizados capeamentos pulpares em 15 primeiros molares inferiores de 8 ratos, divididos em 3 grupos constituídos de 5 dentes para cada grupo: Grupo I (controle I)-capeados com extrato de calêndula, grupo II-(controle II) capeados com pasta de hidróxido de cálcio, e grupo III-(experimental) capeados com complexo de extrato de calêndula e hidróxido de cálcio associados em proporções de 1/1. Após 21 dias do capeamento pulpar os animais foram sacrificados, perfundidos com solução de paraformaldeído a 4% em tampão fosfato pH 7,4 e preparados para confecção de lâminas histológicas. As análises microscópicas revelaram que as polpas dos três grupos estudados apresentam capacidade reativa com formação de dentina terciária de reparo, calcificação difusa, áreas de necrose pulpar e de inflamação como resposta ao estímulo dos agentes capeadores. O complexo de extrato de calêndula e pasta de hidróxido de cálcio apresentou maior formação de dentina terciária e menos calcificação difusa; portanto os resultados mostraram que o complexo de extrato de calêndula e pasta de hidróxido de cálcio foi um agente capeador mais efetivo.

Palavras-chave: Calêndula officinalis, capeamento pulpar, dentina terciária.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 06

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 09 2.1 Capeamento pulpar ....................................................................... 09 2.2 Resultados de pesquisas com materiais capeadores................ 12 2.3 Extrato de Calendula officinalis.................................................... 17

3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................. 19

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................... 21

5 DISCUSSÃO....................................................................................... 28

6 CONCLUSÃO .................................................................................... 31

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1 INTRODUÇÃO

O objetivo principal do capeamento pulpar direto é restabelecer o limite

polpa-dentina normal, utilizando substâncias com potencialidade de induzir a

formação de dentina terciária, também conhecida como ponte dentinária.

Com esta finalidade, tradicionalmente, é utilizado o hidróxido de cálcio,

entretanto, tem sido observado que o sucesso terapêutico ocorre principalmente

em incisivos centrais de indivíduos de uma faixa etária muito jovem (AUSCHILL

et al., 2003) e a qualidade da dentina de reparo induzida é diferente da dentina.

(SCARANO et al., 2003).

Não existem dados sobre a influência do forramento com cimento de

ionômero de vidro sobre agentes capeadores fitoterápicos como o extrato de

calêndula. Com o intuito de se obter um agente capeador pulpar mais efetivo, os

pesquisadores têm avaliado várias substâncias inorgânicas. A hidroxiapatita

mostrou ser semelhante ao hidróxido de cálcio, induzindo a formação da

osteodentina com semelhante qualidade. (HAYASHI et al., 1999). O agregado

de trióxido mineral (MTA) melhora a qualidade e quantidade da matriz dentinária

de resposta. (ANDERLIN et al., 2003). O fosfato octocálcico promove formação

de dentina com túbulos mais regulares. (SENA et al., 2004). A resina adesiva

induz osteodentina sob uma área de degeneração pulpar. (MOROHOSHI et al.,

1999). Vidro bioativo e o sulfato férrico acentuam a reação inflamatória e

necrose pulpar. (SALAKO, 2003).

Também alguns agentes biológicos como fatores de crescimento e

moléculas da matriz extracelular, têm sido utilizados como agentes capeadores

e promovem uma resposta melhor que o agente tradicional. (TZIAFAS, 2004). A

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proteína morfogenética óssea (BMP) induz formação de osteodentina que, por

sua vez, estimula a diferenciação de odontoblastos. (NAKASHIMA, 1990;

LIANJIA et al., 1993). A proteína osteogênica humana (hOP-1), a sialoproteína

óssea (BSP) e o BMP-7 induzem um reparo com tecido dentinário com poucas

inclusões pulpares e túbulos regulares (JEPSEN et al., 1997; DECUP et al.,

2000; GOLDBERG, 2001) e, provavelmente, estimulam a diferenciação de

odontoblastos e a secreção de matriz de maneira dose dependente. (SLOAN et

al., 2000).

Muito embora o hidróxido de cálcio seja o material mais usado como

agente capeador, a indução de ponte dentinária obtida com outros agentes

capeadores inorgânicos é, qualitativamente, semelhante. Por outro lado, a

utilização de moléculas da matriz e de fatores de crescimento, embora

promovam formação de dentina de reparo de melhor qualidade que o hidróxido

de cálcio, têm uma aplicabilidade clínica muito onerosa.

Portanto, a busca de materiais que respondam como agente capeador,

com qualidade e que apresentem baixo custo, tem sido intensificada,

atualmente. A pesquisa sobre a utilização de produtos alternativos de origem

vegetal, tais como extratos de plantas medicinais, na área odontológica, ainda é

restrita.

Muito embora na prática médica homeopática seja muito comum e

difundido o uso de medicamentos alternativos, que possuem a capacidade

específica de promover a cicatrização e a recuperação tecidual nos tratamentos

de lesões traumáticas, na prática odontológica este procedimento ainda é pouco

difundido.

Percebe-se, no entanto, que, atualmente, o cirurgião-dentista tem

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evoluído para uma clínica terapêutica, ensejando o conhecimento do organismo

em geral, analisando o paciente de um modo mais completo, valorizando a

busca do melhor medicamento. (BALDUCCI-ROSLINDO et al., 1999).

No que diz respeito à utilização de extratos de plantas medicinais com

reconhecida capacidade indutora de reparo tecidual, como agentes capeadores,

já existem dados preliminares que nos permitem prever uma potencialidade na

indução da dentinogênese de dentina terciária de reparo utilizando-se a

Calendula officinalis. (CABRER-DOMINGUEZ et al., 2004). Estas informações

ensejam a realização de novos estudos; assim, o objetivo desta investigação foi

avaliar histologicamente a ação do extrato de Calendula officinalis na formação

de ponte dentinária, em modelo animal.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Capeamento pulpar

Ocasionalmente, um profissional pode expor um tecido pulpar com um

instrumento rotatório no momento da preparação do dente; este mecanismo de

exposição pulpar poderá ter um bom prognóstico se tratado adequadamente.

(CHRISTENSEN, 1998)

Depois que a polpa é exposta, o clínico deve decidir quanto a colocar um

material de capeamento pulpar ou tentar empreender uma pulpotomia. A

maioria dos dentistas optará, imediatamente, por uma pulpotomia. (RANLY;

GARCIA-GODOY, 1991).

O fator mais importante neste processo de decisão é a probabilidade do

sucesso. Fatores que contribuem para a probabilidade de sucesso no

capeamento pulpar incluem um paciente jovem, dente com ápice aberto, um

paciente saudável, sem sintomas preexistentes, boa resposta pulpar a

estímulos, pequeno tamanho de exposição e mínima hemorragia pulpar

(CHRISTENSEN, 1998; GORECA et al., 2000).

A engenharia de tecidos pode ser capaz de regenerar tecidos pulpares

pela adição de novas células-tronco ou pelo transplante de novos tecidos vitais.

No entanto, até que esta alternativa esteja disponível, é importante usar

materiais de capeamento pulpar direto, através de técnicas que beneficiarão o

selamento pulpar e preservarão a vitalidade da polpa. (MURRAY et al., 2002)

Os tratamentos conservadores são: a proteção pulpar, o capeamento, a

curetagem e a pulpotomia. A proteção pulpar e o capeamento têm um enfoque

preventivo, visando a manter a polpa sem intervir nela; por essa razão, estão

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mais relacionados com os procedimentos restauradores. A curetagem e a

pulpotomia são tratamentos mais invasivos: há uma intervenção direta na polpa

e, por conseqüência, estão mais próximos dos procedimentos endodônticos.

(SOARES; GOLDBERG, 2001)

A proteção pulpar direta é indicada nas situações clínicas de exposição

pulpar acidental decorrente de preparo cavitário, quando o tecido pulpar

apresenta-se em condições de saúde, ou seja, de polpa sadia. (ESTRELA;

FIGUEIREDO, 1999) O capeamento pulpar direto é feito na tentativa de evitar o

custo da terapia endodôntica e a probabilidade de sucesso aumenta quando as

exposições pulpares são pequenas e não cariosas. (CHRISTENSEN, 1998)

As exposições mecânicas pulpares têm um prognóstico muito melhor do

que as decorrentes de cárie devido à ausência da inflamação prévia e da

infecção associada às exposições cariosas. (DE DEUS, 1992; COHEN; BURNS,

2000)

O tratamento consiste na cobertura da área da polpa, que se acha

exposta ao meio bucal, com um medicamento ou com um material não

medicamentoso, que possibilite nova formação dentinária, manutenção da

vitalidade pulpar e de suas funções normais. (DE DEUS, 1992)

A nova dentina que se forma, em decorrência do capeamento pulpar, é

um tipo de dentina terciária que possui uma estrutura irregular e é denominada

dentina terciária reparadora, que é formada por células diferenciadas da polpa

originando-se, na maioria das vezes, um tecido tipo osteóide. (DE DEUS, 1992)

A ponte de dentina, conforme Murray et al. (2002), é um tipo de dentina

terciária secretada por células odontoblásticas no local da exposição da polpa.

O reparo pulpar com formação de ponte dentinária pode ser influenciada pelo

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tipo do material utilizado no capeamento pulpar, pelo grau de dano mecânico e

pela criação de restos dentinários durante o procedimento operatório. Porém,

inflamação e infiltração bacteriana, também, influenciam negativamente na

formação de ponte de dentina (COX et al., 1987).

Produtos a base de hidróxido de cálcio têm sido extensivamente

utilizados, em odontologia, como agente de capeamento pulpar devido ao seu

poder bacteriostático e bactericida; entretanto, sua participação na formação de

dentina esclerosada e na estimulação da formação de ponte dentinária nunca

foi bem esclarecida, permanecendo objeto de controvérsia. (CHAIN et al.,1997)

O hidróxido de cálcio é o agente de capeamento pulpar mais comumente

usado (MURRAY et al., 2002;). Seu uso é largamente baseado em evidências

histológicas, inclusive na indução de cicatrização de lesões periradiculares,

promovendo o fechamento apical, em dentes incompletamente desenvolvidos, e

prevenindo reabsorção interna da raiz. (MJÖR et al., 2002).

O elevado pH do hidróxido de cálcio fornece atividade bactericida e

estimula o reparo do tecido promovendo a secreção da dentina terciária.

Entretanto, o hidróxido de cálcio possui propriedades físicas instáveis que

permitem que partículas de materiais migrem para o tecido pulpar, desta

maneira causando inflamação, a qual pode se tornar numa necrose. (MJÖR et

al., 2002).

O avanço tecnológico que levou à descoberta dos sistemas adesivos tem

proposto sua utilização como carregador de moléculas bioativas, para mediar o

reparo pulpar (Tziafas, 2004), de substâncias antibacterianas para neutralizar

infecções bacterianas, de dessensibilizantes para melhorar o selamento e

aumentar o limiar da dor e inclusive na prevenção de cáries ativas (Christensen,

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1998). Porém, deve ser salientado que estes materiais podem estimular a

inflamação durante seu mecanismo de polimerização (Kitasako et al., 1998),

incluindo sua contração e conseqüente promoção da infiltração marginal.

2.2 Resultados de pesquisas com materiais capeadores

Gonzales-Vono et al. (1984) avaliaram histologicamente a reação da

polpa de dentes pré-molares humanos frente ao uso de materiais a base de

hidróxido de cálcio, como o MPC e HYPO-CAL. Foram usados 45 pré-molares,

de pacientes com idade entre 9 e 13 anos, com indicação ortodôntica para

extração. Avaliaram o potencial capeador da pasta de hidróxido de cálcio puro +

soro fisiológico (MPC), controle, e Hypo-Cal, experimental. Sobre o material

capeador foi colocado cimento de fosfato de zinco. Os dentes foram restaurados

com amálgama de prata e extraídos aos 10, 21, 40, 60 e 90 dias do pós-

operatório. Com o MPC não foi notada a ocorrência de barreira com aspecto de

mineralização homogênea e com o HYPO-CAL, notou-se barreira

aparentemente com mineralização homogênea.

Cordeiro et al. (1985) estudaram a ação de três materiais a base de

hidróxido de cálcio sobre polpas expostas de molares de rato. Noventa

primeiros molares superiores de 45 ratos foram distribuídos em três grupos de

15 ratos. Cada grupo foi dividido em cinco períodos (48 horas, 72 horas, 7 dias,

15 dias e 30 dias), com três animais em cada período. Os materiais utilizados

foram: hidróxido de cálcio puro + água destilada, Calvital e Life. Foi observada

histologicamente, nos três grupos, entre os tempos iniciais de 48 e 72 horas

uma máxima reação inflamatória chegando à formação de microabcessos

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intrapulpares e superficiais. No período de sete dias, massas basófilas

mineralizadas foram encontradas tendendo à formação da barreira. No período

de 15 dias, notaram-se grupamentos celulares e fragmentos de dentina

esporadicamente. No período de 30 dias, o hidróxido de cálcio puro promoveu

com maior freqüência, formações mais completas e regulares de dentina. O

melhor comportamento ocorreu no grupo da pasta de hidróxido de cálcio puro e

água. Com o Calvital houve predominância de reações de baixa agressividade à

polpa, nos períodos finais. Já, com o uso de Life, a reação foi mais severa,

chegando a provocar reação de microabscesso nos períodos finais.

Perillo (1998) para avaliar histologicamente a polpa dental de humanos,

submetidos ao capeamento com 03 materiais, utilizou 24 pré-molares humanos

hígidos divididos em três grupos de oito dentes cada. O período experimental foi

de 40 dias. Os resultados demonstraram que o grupo utilizando hidróxido de

cálcio + soro fisiológico (grupo 1), obteve 100% de formação de barreira

dentinária, enquanto que no grupo da hidroxiapatita + soro fisiológico (grupo 2),

somente 1 dos 8 dentes apresentou o mesmo resultado. O grupo de

hidroxiapatita com glicina (grupo 3) não apresentou, em nenhum dos espécimes

testados, a formação de barreira dentinária. No exame radiográfico, foi

verificado que o material capeador que obteve maior formação de barreira

dentinária foi o hidróxido de cálcio com soro fisiológico (grupo1). Quanto aos

resultados da hidroxiapatita, foi observada grande difusão desse material no

tecido pulpar.

Murray et al. (2002) relataram sobre uma comparação entre capeamento

pulpar com resina composta e capeamento pulpar com hidróxido de cálcio,

demonstrando que o capeamento com resina composta teve um sucesso menor

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(19,7%) em relação ao hidróxido de cálcio (47%).

Silva e Silva (2003) avaliaram a capacidade indutora de formação de

dentina terciária de reparo em molares de rato, utilizando o capeamento pulpar

direto com carbonato de cálcio obtido de otólito de peixe. Quinze animais foram

divididos igualmente em três grupos: controle positivo (capeados com hidróxido

de cálcio), grupo experimental (capeados com carbonato de cálcio) e controle

negativo (ausência de material capeador). Os resultados indicam a presença de

áreas de formação de dentina terciária em 80% das amostras do grupo

hidróxido de cálcio, em 70% no grupo de carbonato de cálcio e em 35% na

ausência de material capeador.

Faraco Junior e Holland (2004) estudaram a reação do tecido pulpar ao

capeamento com agregado de trióxido mineral branco (MTA). Para isto, foram

utilizados 15 dentes de cães, onde após o preparo de cavidades na região

cervical da face vestibular e exposição pulpar, estas foram capeadas com MTA

branco. Os animais foram sacrificados após 60 dias do término dos

procedimentos clínicos e os dentes processados em laboratório para obtenção

de cortes histológicos. Foi observada formação de ponte de tecido duro em

todas as polpas. Em alguns casos, não havia dentina tubular mas somente uma

estrutura de aspecto morfológico peculiar, selando a cavidade de exposição

pulpar. Apenas dois casos apresentaram inflamação pulpar. Conclui-se que o

MTA branco possui as características necessárias de um material para

capeamento pulpar.

A fitoterapia tem sugerido a capacidade indutora de algumas plantas

medicinais, assim por exemplo:

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Balducci-Roslindo et al. (1999) verificaram o efeito de dois complexos de

origem vegetal no reparo, em feridas de extração dentária, em camundongos.

Os complexos de Symphytum officinalle e de Calendula officinallis, nas

potências de 6CH e 3CH, respectivamente; foram ministrados por via oral

durante 5 dias, antes e após a extração do incisivo superior direito, ao grupo

tratado e de 5ml de álcool etílico a 70% diluídos em 30ml de soro fisiológico ao

grupo controle. A análise histológica mostrou que, tanto no grupo controle como

no tratado, o alvéolo dentário estava preenchido por tecido de granulação e

tecido ósseo neoformado, com graus variáveis de maturação e rico em

osteócitos. Nos animais tratados, o processo de reparo mostrou neoformação

óssea mais avançada quando comparado ao grupo controle, em tempos

equivalentes, enfatizando as propriedades biológicas do complexo Symphytum

officinalle e Calendula officinallis e sua possível utilização como recurso

terapêutico na Odontologia.

Cabrer-Dominguez et al. (2004) estudaram a capacidade do extrato da

Calendula officinalis na obtenção de um reparo de dentes depois de

capeamento direto da polpa. Para tanto, em dez primeiros molares inferiores

pertencentes a 5 ratos, foram confeccionadas cavidades com exposição da

polpa dental. Em um dos dentes, a cavidade foi capeada com o extrato de

Calendula officinalis e, no outro, com hidróxido de cálcio. Os animais foram

sacrificados 10 dias após, quando foram obtidos cortes histológicos. Nas polpas

tratadas com Calendula officinalis foi identificada necrose em dois ratos,

inflamação em todos e em dois foram encontrados sinais de dentina terciária.

Nos animais tratados com hidróxido de cálcio, necrose e inflamação foram

detectadas em todos os ratos; em três animais, foram observados sinais de

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dentina terciária e em dois ocorreu formação de ponte dentinária. Sugeriram

que a Calendula officinalis parece ter certa capacidade para produzir reparo.

Giovanella e Pinto (2005) avaliaram a influência da Passiflora alata na

formação de ponte dentinária em dentes de ratos, chegando à conclusão de que

a Passiflora alata, além de ser biologicamente compatível com o tecido pulpar,

apresentava qualidade de dentina terciária de reparo superior àquela do

hidróxido de cálcio.

Sabir et al. (2005) avaliaram a resposta da polpa dental de ratos através

do capeamento pulpar com própolis. Materiais flavonóides e não flavonóides

foram purificados de um extrato de etanol de própolis de South Sulawesi,

Indonésia. Vinte e sete animais foram divididos em 3 grupos: Grupo I (controle,

N=9) submeteu-se ao capeamento pulpar direto com óxido de zinco (filler)

(Dentorit®, Dentoria, França). O uso de óxido de zinco como controle foi

baseado no fato de que a inflamação da polpa dental não é alterada por este

material. As polpas dentais nos grupos II (N=9) e III (N=9) foram diretamente

capeadas com flavonóides e não-flavonóides, respectivamente, derivados de

própolis. Três ratos, de cada grupo, foram sacrificados na 1ª, 2ª e 4ª semana,

respectivamente. As observações microscópicas mostraram no grupo I,

inflamação leve no canal da raiz na primeira semana com aumento na semana

2 e 4. Não houve formação de ponte dentinária. Nos animais tratados com

flavonóides-própolis, na 1ª semana, nenhuma inflamação foi observada; porém,

na 2ª e 4ª semana, uma inflamação leve e moderada foi visto na câmara pulpar

de 2 animais; houve uma formação parcial de ponte dentinária detectada abaixo

do material capeador. Os derivados não flavonóicos (grupo III) induziram uma

inflamação leve na 1ª semana e inflamação moderada em 2 de cada 3 animais

na semana 2 e 4. Nenhuma evidencia de tecido pulpar necrótico foi visto em

qualquer dos grupos estudados.

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2.3 Extrato de Calendula officinalis

A Calendula officinallis é uma planta da família das Compostas,

conhecida popularmente como Maravilhas, possui flores alaranjadas das quais

se extrai óleo por maceração que apresenta ação externa e interna sobre todas

as feridas traumáticas, produzindo rápida cicatrização e impedindo a supuração.

(BALDUCCI-ROSLINDO et al.,1999; BERTI et al., 2003; PDR..., 2000)

A sua composição química é bastante variada, compreendendo um

complexo formado por caroteno e manganês, um saponosídeo, um glicosídeo,

diversos esteróides, polifenóis, álcoois triterpênicos e triterpenos pentacíclicos.

(BALDUCCI-ROSLINDO et al.,1999; PDR..., 2000)

Os principais efeitos produzidos pela calêndula se devem a sua ação

reepitelizante e cicatrizante, aparentemente, devido a compostos químicos

como: flavonóides, carotenos e triterpenos. Estes últimos têm reconhecida

atividade antiinflamatória. (BALDUCCI-ROSLINDO et al., 1999; BERTI et al.,

2003).

Segundo estudos clínicos, a aplicação tópica de calêndula tem

demonstrado aumento da granulação e epitelização da pele danificada. O

extrato de calêndula, também, induz à formação de novos vasos sangüíneos.

Externamente, a calêndula tem sido utilizada para tratamento da inflamação da

mucosa oral e faringeana. (PDR…, 2000)

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Foram utilizados 8 ratos machos da espécie Norvegicus albinus, com

sessenta dias de idade, mantidos a base de ração Nuvilab e água ad libitum

fornecidos pelo biotério da UNIVALI.

Os 15 primeiros molares inferiores, direito e esquerdo, destes animais

foram divididos em três grupos, de cinco molares cada. No grupo I (controle 1),

os dentes foram capeados com extrato de calêndula. O grupo II (controle 2) teve

os molares capeados com pasta de hidróxido de cálcio. No grupo III

(experimental), o capeamento foi realizado com complexo de extrato de

calêndula e hidróxido de cálcio, associados em proporções iguais.

Flores secas (500 g) foram moídas e padronizadas pela passagem em

um sistema composto por três tamises com aberturas de 1400 µm, 850 µm e

250 µm respectivamente (Simões et al 2001). Na seqüência utilizando a

metodologia adaptada da Farmacopéia Helvética VII (1987), 40% do material

vegetal que passou através do tamis com abertura 250 µm, foi misturado ao pó

que passou pelas aberturas anteriores. A droga foi umedecida com o líquido

extrator (álcool de cereais 97 °GL: duas partes de álcool para uma parte de

água destilada, obtendo-se teor alcoólico de 64,7%), passada através do tamis

com abertura 1400 µm e deixada em repouso por duas horas.

Utilizando um funil de separação, o material vegetal foi empacotado,

colocando previamente um pequeno pedaço de algodão no funil com objetivo de

uma pré-filtração e o solvente foi distribuído uniformemente sobre a planta

moída e padronizada deixando um excesso de dois centímetros acima do nível

da droga. Durante 12 horas o solvente ficou em contato com o material vegetal.

Após, iniciou-se a percolação coletando-se 1 mL de extrato por minuto.

O procedimento cirúrgico foi relizado em animais anestesiados com

injeção intramuscular de cloridrato de Ketamina (80mg/kg) e Cloridrato de

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Xilazina (10mg/kg) e acomodados em mesa cirúrgica. A abertura bucal foi

mantida por meio de elásticos e ganchos auxiliares.

O isolamento relativo foi feito com bolinhas de algodão estéreis auxiliado

por sugador cirúrgico. A fossa mesial dos primeiros molares inferiores serviu de

referência para a abertura da cavidade com uma broca multilaminada esférica ¼

montada em contra - ângulo e micromotor de baixa rotação sob constante

irrigação com água destilada.

Com o auxílio de microscópio cirúrgico, foi removida a maior parte da

dentina e a seguir, com uma agulha hipodérmica 25 x 7, as polpas foram

expostas, tomando-se o cuidado de parar ao primeiro sinal de sangramento.

A região exposta foi irrigada abundantemente com soro fisiológico com a

finalidade de limpar os resíduos (farpas) da cavidade preparada e promover a

hemostasia pulpar, depois, secas com cones de papel absorvente número 10.

As polpas do grupo I (controle I) foram cobertas com extrato Calendula

officinallis, removido do ependorf e inserido na cavidade, com ajuda de uma

sonda exploradora número 5. No grupo II (controle II), sobre a polpa exposta, foi

inserido hidróxido de cálcio na forma de pasta (hidróxido de cálcio com água

destilada). No grupo III (experimental) foi colocado, sobre a polpa exposta,

complexo de extrato de Calendula officinallis e pasta de hidróxido de cálcio na

proporcão 1/1.

Em todos os grupos foi realizada uma proteção com cimento de ionômero

de vidro (Vitremer3M) e condicionamento com ácido fosfórico a 37% (em

esmalte e dentina), por 30 segundos.

A cavidade foi lavada durante 20 segundos com spray ar/água e seca

com bolinhas de algodão de forma a manter a dentina levemente umedecida.

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O adesivo dentinário (One Coat Bond Coltène) foi aplicado conforme

instruções do fabricante e fotopolimerizado por 30 segundos. Os dentes foram

restaurados com resina composta (3WD) e fotopolimerizada por 30 segundos.

Vinte e um dias após, todos os animais foram anestesiados e perfundidos

com paraformaldeído a 4%, em tampão fosfato pH 7,4. As mandíbulas foram

removidas e imersas na mesma solução de perfusão, durante 24 horas em

geladeira. A seguir, foram desmineralizadas com ácido fórmico a 5% em tampão

fosfato pH 7,4. Depois, foram incluídas em parafina para a realização dos cortes

com 7µm de espessura, os quais foram corados com Hematoxilina e Eosina

(HE) para observação em microscopia óptica.

Com ajuda de microscópio de luz transmitida, foi analisada a qualidade

da dentina terciária de reparo observando a presença de inclusões celulares.

Na polpa, foram analisados os seguintes itens: presença de inflamação,

necrose, calcificação difusa e dentina terciária.

.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Grupo I (Capeados com extrato hidroalcoólico de calêndula)

Este grupo apresentou necrose e inflamação quatro dos cinco elementos

dentais analisados (figuras 1, 2 e 3).

A formação de calcificação difusa foi classificada como pouca, sendo

que, em um dos cinco elementos dentais analisados não apresentou

calcificação (figura 3), e apenas um elemento dental teve grande quantidade.

(figuras 1 e 2).

A dentina terciária foi encontrada em quatro dos cinco elementos

analisados; em um dos elementos dentais foi detectada grande quantidade de

dentina terciária (figuras 1 e 2).

Figura 1- Polpa dental capeada com extrato de calêndula. Coloração H.E.; Aumento aproximado 33 x no original. Observar:área de necrose (N), área de inflamação (I) dentina terciária (D) com inclusões celulares (IC), calcificaçâo difusa (C).

C

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Figura 2- Polpa dental capeada com extrato de calêndula. Coloração H.E.; Aumento aproximado 66x no original. Observar:área de inflamação (I), dentina terciária (D) com inclusões celulares (IC), necrose pulpar (N), calcificação difusa (C).

Figura 3- Polpa dental capeada com extrato de calêndula. Coloração H.E. Aumento aproximado 33x no original. Observar: área de necrose pulpar (N), inflamação na região radicular (I), polpa normal (PN).

C

N

I

PN

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Grupo II (Capeados com pasta de hidróxido de cálcio)

O grupo capeado apresentou necrose em todas as lâminas analisadas, a

inflamação foi detectada em quatro dos cinco elementos dentais analisados

(figuras 4, 5 e 6).

A formação de calcificação difusa foi classificada como pouca, sendo que

um dos cinco elementos dentais analisados não apresentou calcificação e

apenas um elemento dental foi detectada grande quantidade de calcificação

difusa (figuras 4 e 5).

A dentina terciária foi encontrada em todos os elementos dentais

analisados, sendo que em dois dos elementos analisados foi detectada grande

quantidade de dentina terciária. (figuras 4, 5 e 6).

Figura 4- Polpa dental capeada com hidróxido de cálcio. Coloração H.E. Aumento aproximado 33x no original. Observar: faixa de necrose pulpar (N), área inflamada (I), calcificação difusa (C), inclusões celulares (IC) dentina terciária de reparo (D)

D

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Figura 5- Polpa dental capeada com hidróxido de cálcio. Coloração H.E. Aumento aproximado 66x no original. Observar: faixa de necrose pulpar (N), área inflamada (I), calcificação difusa (C), presença de inclusões celulares (IC) na dentina terciária de reparo (D), fragmentos pulpares (FP).

Figura 6- Polpa dental capeada com hidróxido de cálcio. Coloração H.E., Aumento aproximado 66x no original. Observar: área inflamada (I), dentina terciária de reparo (D), inclusões celulares (IC), nos fragmentos pulpares (FP), necrose pulpar (N), calcificação difusa (C).

D

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Grupo III (Capeados com complexo de hidróxido de cálcio + extrato de

calêndula)

Este grupo apresentou necrose em todas as lâminas analisadas; a

inflamação foi detectada em três dos cinco elementos dentais analisados

(figuras 7, 8 e 9).

A formação de calcificação difusa foi classificada como pouca, sendo que

em três não foi observado; um elemento dental apresentou grande quantidade e

um elemento teve pouca quantidade.

A dentina terciária foi encontrada em todos os cinco elementos

analisados (figuras 7 e 8).

Figura 7- Polpa dental capeada com complexo de extrato de calêndula e pasta de hidróxido de cálcio. Coloração H.E. Aumento aproximado 33x no original. Observar: área inflamada (I), dentina terciária (D) com inclusões celulares (IC) e necrose pulpar (N).

N

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Figura 8- Polpa dental capeada com complexo de extrato de calêndula e pasta de hidróxido de cálcio. Coloração H.E. Aumento aproximado 66x no original Observar:Dentina terciária (D) com inclusão celulares (IC) e área inflamada (I).

Figura 9- Polpa dental capeada com complexo de extrato de calêndula e pasta de hidróxido de cálcio. Coloração H.E. Aumento aproximado 66x no original. Observar:área de inflamação (I), e necrose pulpar (N).

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Os resultados mostram:

Gráfico 1: Média geral dos valores atribuídos ao item calcificação difusa, segundo os grupos testados.

Gráfico 2: Média geral dos valores atribuídos ao item dentina terciária, segundo os grupos testados.

CALCIFICAÇÃO DIFUSA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

EXTRATO DE CALÊNDULA

HIDRÓXIDO DE CÁLCIO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO + EXTRATO DE CALÊNDULA

CALCIFICAÇÃO DIFUSA

DENTINA TERCIÁRIA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

EXTRATO DECALÊNDULA

HIDRÓXIDO DE CÁLCIO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO+ EXTRATO DECALÊNDULA

DENTINA TERCIÁRIA

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5 DISCUSSÃO

Assim como Gonzales-Vono et al. (1984) nossa pesquisa encontrou no

grupo II (controle)-hidróxido de cálcio puro a presença de dentina terciária de

reparo visível em todos os cortes observados, porém sem a completa formação

de ponte dentinária.

Cordeiro et al. (1985) verificaram que no período de 30 dias, o hidróxido

de cálcio puro promoveu com maior freqüência, formações de dentina mais

completas e regulares, fortalecendo nossos resultados obtidos no grupo

controle de hidróxido de cálcio. Cabe salientar , no entanto, nesta dentina

encontramos muitas inclusões celulares e inclusive fragmentos pulpares.

Perillo (1998) demostrou em seu estudo que o grupo utilizando hidróxido

de cálcio + soro fisiológico (grupo 1), obteve 100% de formação de barreira

dentinária, diferenciando dos resultados encontrados em nosso estudo, no qual

não foi verificada a presença de ponte dentinária completa. Esta diferença de

resultado pode ser explicada pelo tempo de pós-operatório, até serem feitos o

sacrifícios dos animais.

Silva e Silva (2003) indicaram em sua pesquisa a presença de áreas de

formação de dentina terciária em 80% das amostras do grupo hidróxido de

cálcio, confirmando o resultado encontrado em nossa pesquisa, pois,

encontramos dentina terciária na maioria das amostras analisadas.

Cabrer-Dominguez et al. (2004) obtiveram em todos os animais tratados

com hidróxido de cálcio durante 10 dias, necrose e inflamação. Em três animais,

foram observados sinais de dentina terciária e em dois ocorreu formação de

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ponte dentinária. Nossos resultados confirmam a presença de inflamação e

necrose em todos os elementos analisados, bem como obtivemos grande

quantidade de dentina terciária, porém, sem a formação de barreira dentinária,

fato este que difere dos resultados de Cabrer-Dominguez, pois 21 dias após

capeamento, não encontramos ponte completa.

Os achados de Cabrer-Domiguez et al. (2004) demonstraram a presença

de necrose e inflamação em todos os animais tratados com Calendula

officinallis. Estes mesmos resultados foram encontrados em nosso estudo no

grupo capeado com extrato de calêndula, excluindo apenas um elemento

dental, no qual não foi encontrada inflamação.

Segundo PDR... (2000), uma das principais propriedades do extrato de

Calendula officinallis é a redução da inflamação; porém, em nossos resultados

encontramos ausência de inflamação em apenas um dos cinco elementos

analisados, contrariando os achados de PDR...(2000).

No grupo experimental, capeado com complexo de extrato de Calendula

officinallis e hidróxido de cálcio , a inflamação foi detectada em apenas três dos

cinco elementos analisados, comprovando, ainda mais, que o extrato de

Calendula officinallis possui um efeito antiinflamatório, segundo PDR...(2000) e

contrariando os resutados obtidos por Cabrer-Domiguez et al. (2004), onde

encontraram inflamação em todos os animais analisados.

Analisando concomitantemente os resultados das pesquisas realizadas

com a pasta de hidroxido de cálcio e extrato de Calendula officinallis, nossos

resultados foram diferentes dos encontrados por Cabrer-Dominguez et al.

(2004), que analisaram o extrato de Calendula officinallis e encontraram

inflamação em todos os animais analisados. Já Perillo (1998) que analisou o

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hidróxido de cálcio como agente capeador pulpar, encontrou 100% de formação

de barreira dentinária, diferenciando dos resultados obtidos em nossa pesquisa

analisando complexo de extrato de Calêndula officinallis e pasta de Hidróxido de

Cálcio, onde não encontramos a formação de barreira dentinária, tendo como

possível explicação o tempo de pós-operatório adotado por Perillo (1998) e a

associação de extrato de Calendula officinallis.

A quantidade de dentina terciária encontrada no grupo controle de

hidróxido de cálcio foi menor à encontrada no grupo experimental, sendo assim

não podemos afirmar que o extrato de Calendula officinallis inibe a formação de

dentina terciária.

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6 CONCLUSÃO

A análise dos resultados, mostraram que as polpas dos três grupos

estudados tem capacidade reativa com formação de dentina terciária de reparo,

calcificação difusa, áreas de necrose pulpar e de inflamação como resposta ao

estímulo dos agentes capeadores.

A qualidade da resposta pulpar é diferente uma vez que o complexo

extrato de calêndula e pasta de hidróxido de cálcio estimula a formação de

dentina terciária de reparo em maior quantidade e com poucas inclusões

celulares, bem como formação de poucas calcificações difusas e menor grau de

inflamação, o que indica menor agressão pulpar.

As polpas capeadas com hidróxido de cálcio e calêndula reagiram

formando menor quantidade de dentina terciária de reparo com inúmeras

inclusões celulares associada á formação de maior quantidade de calcificações

difusas, indicando uma agressão pulpar maior.

Desta forma, complexo extrato de calêndula e pasta de hidróxido de

cálcio mostrou ser um agente capeador mais efetivo.

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