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CENTRO DE ESTUDOS GERAIS
INSTITUTO DE QUÍMICA
DOUTORADO EM GEOCIÊNCIAS – GEOQUÍMICA AMBIENTAL
MARCELO DOS SANTOS MACIEL
DISTRIBUIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA EM
SEDIMENTOS SUPERFICIAIS, BACIA DE CAMPOS-RJ: BIOMARCADOR
LIGNINA
NITERÓI
2013
MARCELO DOS SANTOS MACIEL
DISTRIBUIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA EM
SEDIMENTOS SUPERFICIAIS, BACIA DE CAMPOS-RJ: BIOMARCADOR
LIGNINA
Tese de Doutorado apresentada ao Curso de
Pós-Graduação em Geociências da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial para
a obtenção do Grau de Doutor. Área de
concentração: Geoquímica Ambiental.
NITERÓI
2013
M152 Maciel, Marcelo dos Santos.
Distribuição e caracterização da matéria orgânica em sedimentos superficiais, Bacia de Campos-RJ : biomarcador lignina / Marcelo dos Santos Maciel. – Niterói : UFF. Programa de Geoquímica, 2013.
163 f. : il. ; 30 cm.
Tese (Doutorado em Geociências - Geoquímica Ambiental) - Universidade Federal Fluminense, 2013. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Corrêa Bernardes. Co-orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo de Rezende.
1. Matéria orgânica. 2. Lignina. 3. Sedimento. 4. Rio Paraíba do
Sul. 5. Bacia de Campos. 6. Produção intelectual. I. Título.
CDD 551.46083
Aos meus pais, Anoeli de Souza
Maciel (In Memorian) e Izanilda
Batista dos Santos Maciel, meu
irmão, Thiago dos Santos Maciel, e
família, pela compreensão, dedicação
e amor.
AGRADECIMENTOS
Aos Laboratórios de Biogeoquímica da Matéria Orgânica do Departamento de Geoquímica da UFF, e de Ciências Ambientais da UENF pela estrutura e suporte.
Ao Projeto Habitats – Heterogeneidade Ambiental da Bacia de Campos coordenado pelo CENPES/PETROBRAS.
Ao suporte financeiro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Transferência de Materiais Continente-Oceano, CNPq.
A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro pelas análises de isótopos estáveis de 13C e 15N.
Ao meu amigo orientador Marcelo Corrêa Bernardes por abrir as portas da UFF ao meu ingresso no doutorado.
Ao meu amigo co-orientador Carlos Eduardo de Rezende pela confiança e dedicação, desde início na minha vida acadêmica.
De forma geral, aos professores da UFF pelo aprendizado durante o doutorado.
Aos amigos da UFF: Aline Freire, Ana Paula Cassiano, Fabio Monteiro, Fernanda Savergnini, Luis Clemens, Marina Alves, Nafissa Ansari, Oswaldo Mendes, Rafael Logato, Rafaela D’Angelo, Rodrigo Sobrinho, Tatiana Mello, Thaís Maranhão, Thiago Dias, Wellington Bandeira entre outros pelos vários momentos de alegria e amizade.
Aos amigos da UENF: Alcemir Bueno, Álvaro Ramon Ovalle, Ana Paula Pedrosa, Antônio Pessanha, Arizoli Gobo, Beatriz Araújo, Cristiano Maciel, Elaine Bernini, Frederico Brito, Ivanilton Ribeiro, Jomar Marques, Lígia Ribas, Marcos Salomão, Renato Gobo, Wendel, Seu Antônio, Saulo Levone, Wander, Roger, Thiago Benevides e Thiago Rangel entre outros pela união e amizade.
Em especial, ao amigo colaborador fundamental neste projeto Marcelo Gomes de Almeida.
A todos os membros da pré-banca e banca desta tese.
Em especial a minha família, principalmente aos meus pais Anoeli de Souza Maciel e Izanilda Batista dos Santos Maciel, a minha avó Adelaide Batista, as minhas tias Isanice Batista dos Santos e Izanir Batista dos Santos, ao meu irmão Thiago dos Santos Maciel, pelo carinho, amizade, cuidados e amor, apoiando e orientando em todas etapas da minha vida.
Ao meu amor, Mayara Soares, pela alegria, carinho, dedicação, paciência, companheirismo e cumplicidade em todos os momentos.
RESUMO
A bacia de Campos é a maior produtora nacional de petróleo, localizada na porção sudeste do Brasil (20-24º S; 39-42º W) é delimitada ao norte pela bacia do Espírito Santo e ao sul pelo arco de Cabo Frio. O ecossistema da bacia de Campos está sujeito aos diversos impactos naturais e culturais, incluindo o aporte fluvial do rio Paraíba do Sul, a lavagem da plataforma continental pela Corrente do Brasil (CB), a ressurgência da ACAS, e demais atividades antrópicas. Nesta concepção, o uso do biomarcador lignina objetiva avaliar o aporte continental, distribuição e preservação da matéria orgânica na bacia de Campos-RJ, através da compreensão de fontes, transporte e processos biogeoquímicos na interface continente-oceano. Para a macroavaliação da bacia, em escala regional, foram coletadas 59 amostras de sedimentos superficiais (0-2 cm) nos meses de maio e julho de 2008. Os pontos amostrados foram distribuídos crescentemente ao longo das características topográficas por cinco transectos (A, E, G, H, I) e dois cânions (Almirante Câmara e Grussaí), divididos operacionalmente em: plataforma (25 a 150 m), talude (400 a 1300 m), assoalho oceânico (1900 a 3000 m) e cânions (400 a 1300 m). Nos cânions e nas estações localizadas no talude e assoalho oceânico ocorreu a predominância da fração silte+argila, com contribuição superior a 80 %, cujas isóbatas entre 700 e 1300 m apresentaram áreas superficiais de 15 a 28 m2 g-1. Já na plataforma continental foi verificada uma maior heterogeneidade granulométrica, com predominância da fração areia (69 %) e áreas superficiais abaixo de 10 m2 g-1. As maiores concentrações e variações de COT e NT ocorreram no talude, com intervalos de 0,65 a 1,77 % e 0,11 a 0,33 %, respectivamente. Por outro lado, a plataforma foi responsável pela maior variação na razão (C:N)a (5,31 a 15,6) com mediana mais elevada para os cânions (8,58). As assinaturas isotópicas de C foram
similares variando de -23,0 a -21,0 ‰. Os maiores valores de 13C ocorreram para os cânions e as zonas rasas ao norte da bacia (plataforma). A razão isotópica de
15N demonstrou a seguinte distribuição decrescente, a partir dos valores medianos: assoalho (5,67 ‰) > talude (5,54 ‰) > cânions (4,98 ‰) > plataforma (4,39 ‰). A
maior variabilidade isotópica de 13C e 15N esteve presente na plataforma com amplitudes de -27,4 a -20,8 ‰, e 2,68 a 6,55 ‰, respectivamente. As maiores concentrações de lignina total (L8) foram observadas na plataforma, zonas rasas do extremo sul (1,2 mg 100mgCorg-1) e norte (1,0 mg 100mgCorg-1). Nos cânions e talude a distribuição de L8 foi homogênea com mediana de aproximadamente 0,2 mg 100mgCorg-1. A distribuição dos grupos fenólicos ao longo dos transectos e cânions foi a seguinte: vanilil (V) > siringil (S) > cinamil (C). A razão (Ac/Ad)v foi maior que 0,4 em 97 % das amostras, indicando a presença de fenóis degradados por processos diagenéticos na bacia. O estudo evidenciou a variabilidade na distribuição quali-quantitativa da matéria orgânica ao longo das diferentes feições topográficas (plataforma, talude, assoalho e cânions), predominantemente associado aos processos autóctones, produção primária fitoplanctônica e processos deposicionais de degradação microbiana da MO.
Palavras-chave: Sedimento. Matéria Orgânica. Lignina. Rio Paraíba do Sul. Bacia de Campos.
ABSTRACT
The Campos basin is the largest domestic oil producer, located in the southeastern portion of Brazil (20-24 ° S, 39-42 ° W) is bounded on the north by the Espirito Santo basin and south by the arc of Cabo Frio. The basin suffers intense pressure by environmental industrial-urban disordered growth, and fine transport of organic material in the continent-ocean interface seems to influence the region's ecosystem. In this design, to evaluate the influence of ocean currents and the the contribution of continental Paraíba do Sul river basin to Campos (RJ), lignins were used as geochemical tracers of allochthonous organic matter origin and reactivity. For a macroevaluation of the Campos basin, on a regional scale, 59 samples of surface sediments (0-2 cm) were collected from May to July 2008. The sampling points were distributed along the topographical features within five transects (A, E, G, H, I) and two canyons (Almirante Câmara and Grussaí), distributed on: shelf (25 to 150 m), slope (400 to 1300 m) ocean floor (1900 to 3000 m) and canyons (400-1300 m). In the canyons and at stations located on the slope and ocean floor there was the predominance of silt + clay, with a contribution of more than 80%, whose isobaths between 700 and 1300 m showed surface areas from 15.0 to 28.5 m2 g-1. In the continental shelf a greater heterogeneity in grain size was observed, with a predominance of the sand fraction (69 %) and surface areas below 10 m2 g-1. The highest concentrations of TOC and variations occurred and NT to the slope, ranging from 0.65 to 1.77 % and 0.11 to 0.33 %, respectively. Moreover, the shelf was responsible for greater variation in the ratio (C: N) (5.31 to 15.6), with a median higher for canyons (8.58). The isotopic signatures of C were similar -23.0 to -21.0 ‰. The highest values of 13C occurred to the canyons and shallow areas north of the basin (shelf). The isotope ratio of N showed the following distribution decreasing from the following median values: floor (5.67 ‰) > slope (5.54 ‰) > canyons (4.98 ‰) > shelf (4.39 ‰). The greater isotopic variability of C and N was present on the shelf with amplitudes of -27.4 to -20.8 ‰, and 2.68 to 6.55 ‰, respectively. The highest concentrations of total lignin (L8) were observed on the shelf, shallow areas of the south (1.2 mg 100mgCorg-1) and North (1.0 mg 100mgCorg-1). In canyons and slope distribution L8 was homogeneous with a median of approximately 0.2 mg 100mgCorg-1. The distribution of phenolic groups along transects and canyons was as follows: vanilil (V) > syringyl (S) > cinnamyl (C). The ratio (Ac/Ad)v was greater than 0.4 in 97% of samples, the indications phenols were strongly degraded by diagenetic processes in the basin. The study showed variability in the qualitative and quantitative distribution of organic matter along the different topographic features (shelf, slope, and canyon floor), predominantly associated to the autochthonous phytoplankton primary production and depositional processes of microbial degradation of MO.
Keywords: Sediment. Organic Matter. Lignin. Paraiba do Sul River. Campos Basin.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Produtos fenólicos derivados da oxidação alcalina da lignina..................33
Figura 2 - Relação das razões S/V versus C/V e dos principais grupos de plantas
vasculares (material lenhoso e foliar de angiospermas, e gimnospermas)................34
Figura 3 - Mapa com as principais feições geomorfológicas do fundo do mar da
bacia de Campos........................................................................................................37
Figura 4 - Amostradores utilizados nas coletas de sedimentos superficiais na bacia
de Campos.................................................................................................................42
Figura 5 - Fotos e esquema dos gabaritos metálicos inseridos nos amostradores
para sub-amostragem dos sedimentos da bacia de Campos....................................43
Figura 6 - Delineamento amostral dos transectos ao longo da bacia de Campos,
sem os cânions...........................................................................................................44
Figura 7 - Malha amostral para avaliação do habitat cânions do norte da bacia de
Campos, cânions Grussaí (CANG) e Almirante Câmara (CANAC), e no talude
adjacente (transectos G e H)......................................................................................45
Figura 8 - Distribuição granulométrica (%) ao longo dos transectos da bacia de
Campos, com as respectivas simbologias: silte em preto, argila em cinza escuro,
areia fina em branco, areia média em cinza claro e areia grossa em marrom...........55
Figura 9 - Distribuição granulométrica (%) ao longo dos cânions Almirante Câmara e
Grussaí, com as respectivas simbologias: silte em preto, argila em cinza escuro,
areia fina em branco, areia média em cinza claro e areia grossa em marrom...........58
Figura 10 - Distribuição granulométrica das frações silte+argila e areia (%) dos
cânions e todos os transectos agrupados espacialmente em plataforma, talude e
assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers e extremos..........59
Figura 11 - Área superficial (m2 g-1) dos cânions e todos os transectos agrupados
espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-
máximo, outliers e extremos.......................................................................................60
Figura 12 - Contribuição relativa de carbonato total (%) dos cânions e todos os
transectos agrupados espacialmente, plataforma, talude e assoalho oceânico, com
suas mediana, mínimo-máximo, outliers (círculo) e extremos...................................61
Figura 13 - Concentração de carbono orgânico e nitrogênio total (%) dos cânions e
todos os transectos agrupados espacialmente plataforma, talude e assoalho
oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers (círculo) e extremos...........62
Figura 14 - Razão (C:N)a dos cânions e todos os transectos agrupados
espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-
máximo, outliers (círculo) e extremos.........................................................................63
Figura 15 - Concentração de fósforo e enxofre (%) dos cânions e todos os
transectos agrupados espacialmente, plataforma, talude e assoalho oceânico, com
suas mediana, mínimo-máximo, outliers (círculo) e extremos...................................64
Figura 16 - Razão (N:P)a dos cânions e todos os transectos agrupados
espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-
máximo, outliers e extremos (asterisco).....................................................................65
Figura 17 - Composição isotópica de carbono (‰) dos cânions e todos os transectos
agrupados espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas
mediana, mínimo-máximo, outliers (círculo) e extremos............................................66
Figura 18 - Composição isotópica de nitrogênio (‰) dos cânions e todos os
transectos agrupados espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com
suas mediana, mínimo-máximo, outliers e extremos.................................................67
Figura 19 - Concentração de lignina total (mg 100mgCorg-1) dos cânions e todos os
transectos agrupados espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com
suas mediana, mínimo-máximo, outliers e extremos.................................................68
Figura 20 - Distribuição relativa (%) dos grupos fenólicos da lignina em barras e
concentração total de lignina normalizado pelo Corg em linha preta (mg 100mgCorg-
1) ao longo dos transectos A, E, G, H e I da bacia de Campos..................................69
Figura 21 - Distribuição relativa (%) dos grupos fenólicos da lignina em barras e
concentração total de lignina normalizado pelo Corg em linha preta (mg 100mgCorg-
1) ao longo dos cânions Almirante Câmara e Grussaí...............................................72
Figura 22 - Projeção espacial das diferentes feições topográficas da bacia de
Campos (parte superior) com a ordenação dos vetores dos parâmetros de suporte e
composição orgânica nas componentes principais (parte inferior)............................74
Figura 23 - Dendograma das diferentes feições topográficas da bacia de Campos
(posição superior), considerando os diferentes parâmetros ambientais estudados
(posição inferior).........................................................................................................77
Figura 24 - A área superficial (m2 g-1) dos sedimentos das difentes estações
amostradas, considerando-se os seus distanciamentos da costa.............................80
Figura 25 - Correlação entre silte+argila e área superficial dos sedimentos
superficiais das estações amostradas na bacia de Campos......................................81
Figura 26 - Correlação entre carbonato total (%) e área superficial (m2 g-1) na parte
superior, seguido abaixo pela correlação carbonato total e areia (%) dos sedimentos
superficiais das estações amostradas na bacia de Campos......................................82
Figura 27 - Correlação entre nitrogênio total e carbono orgânico total (%) dos
sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos, com
respectiva equação da reta e R2................................................................................84
Figura 28 - Correlação entre fósforo total e carbono orgânico total (%) dos
sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos, com
respectiva equação da reta e R2................................................................................85
Figura 29 - Correlação entre enxofre total e carbono orgânico total (%) dos
sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos, com
respectiva equação da reta e R2................................................................................86
Figura 30 - Correlação entre (N:C)a e 13C (‰) dos sedimentos superficiais das
estações amostradas na bacia de Campos, representada pela mediana e barra de
erro padrão.................................................................................................................88
Figura 31 - Correlação entre NT (%) e 15N (‰) dos sedimentos superficiais das
estações amostradas na bacia de Campos...............................................................89
Figura 32 - Correlação entre 13C e 15N (‰) dos sedimentos superficiais das
estações amostradas na bacia de Campos, representada pela mediana e barra de
erro padrão.................................................................................................................90
Figura 33 - Correlação entre L8 (mg 100mgCorg-1) e Silte+Argila (%) dos
sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos..................91
Figura 34 - Os teores de L8 (mg 100mgCorg-1) dos sedimentos das difentes
estações amostradas, considerando-se os distanciamentos da costa......................91
Figura 35 - Correlação entre L8 (mg 100mgCorg-1) e área superficial (m2 g-1) com
seus respectivos erros padrão dos sedimentos superficiais das estações amostradas
na bacia de Campos, com respectivas mediana e erro padrão.................................92
Figura 36 - Correlação entre L8 (mg 100mgCorg-1) e COT (%) dos sedimentos
superficiais das estações amostradas na bacia de Campos......................................94
Figura 37 - Correlação da L8 normalizada por peso seco (mg 10gPesoseco-1) e
carbono orgânico (mg 100mgCorg-1) na bacia de Campos.......................................95
Figura 38 - Correlação entre as razões S/V e C/V dos sedimentos superficiais das
estações amostradas na bacia de Campos, representada pela mediana e barra de
erro padrão.................................................................................................................96
Figura 39 - Correlação entre (Ac/Al)V e COT (%) dos sedimentos superficiais das
estações amostradas na bacia de Campos...............................................................97
Figura 40 - Os índices de degradação (Ac/Al)V dos sedimentos das difentes
estações amostradas, considerando-se os distanciamentos da costa......................99
Figura 41 - Correlação entre (Ac/Al)V e L8 (mg 100mgCorg-1) dos sedimentos
superficiais das estações amostradas na bacia de Campos....................................100
Figura 42 - Modelo Conceitual da bacia de Campos...............................................109
Figura 43 - Projeção espacial detalhada, onde as letras representam as diferentes
estações de coleta (cânions: CAG e CAC; e transectos: A, E, G, H, I), e cujos
números representam as diferentes isóbatas (25 a 3000 m) da bacia de
Campos....................................................................................................................162
Figura 44 - Dendograma detalhado, onde as letras representam as diferentes
estações de coleta (cânions: CAG e CAC; e transectos: A, E, G, H, I), e cujos
números representam as diferentes isóbatas (25 a 3000 m) da bacia de
Campos....................................................................................................................163
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Frações granulométricas segundo escalas do MIT (Massachusetts
Institute of Technology)..............................................................................................47
Tabela 2 - Compostos dos grupos fenólicos vanilil, siringil e cinamil com seus
respectivos percentuais de recuperação e limite de detecção em mg 100mgCorg-1.52
Tabela 3 - Grupos, amostras, parâmetros e componentes obtidos na ACP..............75
Tabela 4 - Dados médios e amplitude do LPVI........................................................101
Tabela 5 - Concentração de fenóis derivados da lignina e razão entre parâmetros
(média ± desvio padrão) em amostras de sedimentos da bacia de Campos ao longo
das diferentes feições topográficas. Valores de concentração expressos em mg 100
mgCorg-1...................................................................................................................102
Tabela 6 - Concentração de fenóis derivados da lignina e razão entre parâmetros
(média ± desvio padrão) em amostras de sedimentos da bacia de Campos ao longo
das diferentes feições topográficas. Valores de concentração expressos em mg
10gPesoseco-1..........................................................................................................104
Tabela 7 - Composição orgânica dos sedimentos superficiais de diferentes estudos
ao longo da interface continente-oceano.................................................................106
Tabela 8 - Modelo Conceitual da bacia de Campos................................................108
Tabela 9 - Coordenadas geográficas das estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) na plataforma continental, bacia de campos...........................142
Tabela 10 - Coordenadas geográficas das estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) no talude, bacia de Campos...................................................143
Tabela 11 - Coordenadas geográficas das estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) nos cânions Almirante Câmara e Grussaí, bacia de
Campos....................................................................................................................143
Tabela 12 - Coordenadas geográficas das estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) no assoalho Oceânico, bacia de Campos...............................144
Tabela 13 - Parâmetros de suporte nas estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) na plataforma continental, bacia de Campos..........................145
Tabela 14 - Parâmetros de suporte nas estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) no talude, bacia de Campos...................................................146
Tabela 15 - Parâmetros de suporte nas estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) nos cânions Almirante Câmara e Grussaí, bacia de
Campos....................................................................................................................147
Tabela 16 - Parâmetros de suporte nas estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) no assoalho Oceânico, bacia de Campos...............................148
Tabela 17 - Composição orgânica nas estações de coleta de sedimentos superficiais
(0-2 cm) na plataforma continental, bacia de Campos.............................................149
Tabela 18 - Composição orgânica nas estações de coleta de sedimentos superficiais
(0-2 cm) no talude, bacia de Campos......................................................................150
Tabela 19 - Composição orgânica nas estações de coleta de sedimentos superficiais
(0-2 cm) nos cânions Almirante Câmara e Grussaí, bacia de Campos...................151
Tabela 20 - Composição orgânica nas estações de coleta de sedimentos superficiais
(0-2 cm) no assoalho oceânico, bacia de Campos..................................................152
Tabela 21 - Lignina total e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) na plataforma continental, bacia de Campos..........................153
Tabela 22 - Lignina total e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) no talude, bacia de Campos...................................................154
Tabela 23 - Lignina total e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) nos cânions Almirante Câmara e Grussaí, bacia de
Campos....................................................................................................................155
Tabela 24 - Lignina total e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos
superficiais (0-2 cm) no assoalho oceânico, bacia de Campos...............................156
Tabela 25 - Lignina total por peso seco e grupos fenólicos nas estações de coleta de
sedimentos superficiais (0-2 cm) na plataforma continental, bacia de Campos......157
Tabela 26 - Lignina total por peso seco e grupos fenólicos nas estações de coleta de
sedimentos superficiais (0-2 cm) no talude, bacia de Campos................................158
Tabela 27 - Lignina total por peso seco e grupos fenólicos nas estações de coleta de
sedimentos superficiais (0-2 cm) nos cânions Almirante Câmara e Grussaí, bacia de
Campos....................................................................................................................159
Tabela 28 - Lignina total por peso seco e grupos fenólicos nas estações de coleta de
sedimentos superficiais (0-2 cm) no assoalho oceânico, bacia de Campos............160
Tabela 29 - Correlação Spearman, entre os parâmetros estudados nos sedimentos
superficiais da bacia de Campos. Valores em negrito indicam correlação significativa
(p<0,05)....................................................................................................................161
LISTA DE ABREVIATURAS
BC Bacia de Campos
BSTFA bis(trimethylsilyl)trifluoro-acetamida
Trans Transectos
Plat Plataforma
Tal Talude
Asso Assoalho
CANAC Cânion Almirante Câmara
CANG Cânion Grussaí
RPS Rio Paraíba do Sul
RD Rio Doce
CB Corrente do Brasil
CCI Corrente de Contorno Intermediária
ACAS Água Central do Atlântico Sul
ASAS Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul
MO Matéria orgânica
MPG Material particulado grosseiro
MPF Material particulado fino
MDU Material dissolvido ultrafiltrado
MIT Massachusetts Institute of Technology
Sil Silte
Arg Argila
AS Área superficial
Corg Carbono orgânico
COT Carbono orgânico total
NT Nitrogênio total
CarbT Carbonato total
PT Fósforo Total
ST Enxofre Total
L8 Lignina Total
C Cinamil
Sl Siringil
V Vanilil
LPVI Índice de Fenol de Lignina de Vegetação
rs Correlação de Spearman
13C Composição isotópica de carbono
15N Composição isotópica de nitrogênio
PCA Componente Principal
E&P Exploração e Produção
RJ Rio de Janeiro
ES Espírito Santo
HCl Ácido Clorídrico
NaOH Hidróxido de Sódio
HNO3 Ácido Nítrico
CuO Óxido Cúprico
LiP Enzimas Lignolíticas
MnP Manganês Peroxidase
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................18
1.1 OBJETIVOS GERAIS...........................................................................................21
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................21
1.3 HIPÓTESE...........................................................................................................21
2 BASE TEÓRICA.....................................................................................................22
2.1 PROCESSOS BIOGEOQUÍMICOS NO OCEANO..............................................22
2.2 DINÂMICA DA MATÉRIA ORGÂNICA EM AMBIENTES MARINHOS E
CÂNIONS...................................................................................................................23
2.3 PARÂMETROS DE SUPORTE E MARCADORES GEOQUÍMICOS...................26
2.3.1 Granulometria e Área Superficial...................................................................26
2.3.2 Carbonato Total...............................................................................................27
2.3.3 Composição Elementar: C, N, P e S..............................................................27
2.3.4 Composição Isotópica: Carbono e Nitrogênio.............................................30
2.3.5 Biomarcador Lignina.......................................................................................31
3 ÁREA DE ESTUDO................................................................................................35
3.1BACIA DE CAMPOS: CONFIGURAÇÃO ESPACIAL E GEOMORFOLOGIA......35
3.2 CÂNIONS GRUSSAÍ E ALMIRANTE CÂMARA...................................................38
3.3 RIO PARAÍBA DO SUL........................................................................................40
4 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................42
4.1 ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM......................................................................42
4.2 DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA.................................................................46
4.3 DETERMINAÇÃO DA ÁREA SUPERFICIAL.......................................................47
4.4 DETERMINAÇÃO DE CARBONATO TOTAL......................................................48
4.5 COMPOSIÇÃO ELEMENTAR: C, N, P , S...........................................................48
4.6 COMPOSIÇÃO ISOTÓPICA DA MATÉRIA ORGÂNICA.....................................50
4.7 DETERMINAÇÃO DOS COMPOSTOS FENÓLICOS DA LIGNINA....................51
4.8 TRATAMENTO ESTATÍSTICO............................................................................52
5 RESULTADOS........................................................................................................55
5.1 PARÂMETROS DE SUPORTE............................................................................55
5.1.1 Distribuição Granulométrica..........................................................................55
5.1.2 Área Superficial...............................................................................................60
5.1.3 Carbonato Total...............................................................................................61
5.2 COMPOSIÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA..........................................................62
5.2.1 Composição Elementar: C, N, P, S................................................................62
5.2.2 Composição Isotópica de C e N.....................................................................65
5.2.3 Lignina e Grupos Fenólicos...........................................................................67
5.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA: COMPONENTES PRINCIPAIS..................................73
6 DISCUSSÃO...........................................................................................................78
6.1 DINÂMICA SEDIMENTAR DA BACIA DE CAMPOS...........................................78
6.2 ORIGEM E DIAGÊNESE DA MATÉRIA ORGÂNICA NA BACIA DE
CAMPOS....................................................................................................................83
6.3 FONTES E PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA
SEDIMENTAR............................................................................................................87
6.4 COMPOSIÇÃO E DEGRADAÇÃO DOS FENÓIS DA LIGNINA EM
SEDIMENTOS MARINHOS.......................................................................................97
6.5 DINÂMICA DA MATÉRIA ORGÂNICA NA BACIA DE CAMPOS......................107
7 CONCLUSÃO.......................................................................................................112
8 REFERÊNCIAS.....................................................................................................114
9 APÊNDICES..........................................................................................................141
18
1 INTRODUÇÃO
A elucidação dos processos que determinam a produção, o transporte e o
acúmulo de matéria orgânica em sistemas aquáticos é primordial para a
interpretação dos ciclos biogeoquímicos globais. Ao mesmo tempo representa um
dos grandes desafios da geoquímica orgânica em decorrência da multiplicidade dos
fatores envolvidos que controlam a ciclagem biogeoquímica (BIANCHI; CANUEL,
2011).
Para uma melhor compreensão do ciclo global do carbono é de fundamental
importância o conhecimento dos processos biogeoquímicos que acontecem na
interface continente-oceano, pois representa uma das principais etapas do mesmo.
A exportação do material orgânico continental para as áreas costeiras depende não
somente da quantidade, mas da biodisponibilidade, estabilidade química e a
intervenção de processos físicos, químicos e biológicos no ambiente aquático
(ZIMMERMAN; CANUEL, 2000).
As principais fontes de matéria orgânica (MO) de origem terrestre para os
oceanos concentram-se no aporte fluvial e transporte de material da zona entre
marés (litoral). Os rios representam uma importante via para o transporte de
materiais dissolvidos e particulados do continente para as regiões costeiras
e oceanos (DITTMAR et al., 2006). Entretanto, não se pode negligenciar a
contribuição autóctone da rede trófica nos ecossistemas marinhos, que é de suma
importância para biodiversidade regional (HEDGES; KEIL, 1995).
Geoquimicamente, os compostos orgânicos mais importantes
qualitativamente são os carboidratos, proteínas e lipídios. Os tecidos dos vegetais
superiores, típicos de ambientes terrestres, são formados de grandes quantidades
de celulose e lignina que contabilizam cerca de 75% do material orgânico, enquanto
o fitoplâncton não contém esses componentes estruturais (KILLOPS; KILLOPS,
2005). Diatomáceas e dinoflagelados contém aproximadamente 25 a 50 % de
proteínas, 5-25 % de lipídios e 40 % de carboidratos; enquanto as plantas terrestres
contêm aproximadamente 5 % de proteína, de 30 a 50 % de carboidratos
(principalmente celulose) e 15 a 25 % de lignina (KILLOPS; KILLOPS, 2005).
Em ecossistemas aquáticos os marcadores geoquímicos possibilitam
inferências sobre a origem e os processos de preservação da matéria orgânica.
Estes são compostos específicos produzidos por determinados grupos de
19
organismos, que permitem estabelecer a relação entre fonte e destino pela sua
constituição específica (ZIMMERMAN; CANUEL, 2000; CANUEL et al., 2001; JAFFÉ
et al., 2001; SALIOT, 2002).
Como exemplo, os marcadores geoquímicos podem caracterizar o material
transportado na interface continente oceano quanto a sua composição elementar
(carbono, nitrogênio, fósforo e enxofre), isotópica ( 13C e 15N) e molecular (lignina).
As razões elementares da MO (C:N)a e isotópicas (13C/12C e 15N/14N) permitem
especificar e discriminar fontes terrígenas e marinhas. A análise conjunta entre
composição elementar e isotópica permite fornecer informações sobre a origem e o
destino da matéria orgânica nos ambientes costeiros (MEYERS, 1994).
A contribuição biomolecular pode ocorrer através dos fenóis e os compostos
orgânicos oriundos da lignina têm sido amplamente utilizados como traçadores de
fontes vasculares de MO de origem continental em sedimentos de ecossistemas
estuarinos, costeiros e marinhos (PRAHL et al., 1994; GONI; HEDGES, 1995). As
ligninas, polímeros fenólicos de elevado peso molecular, são sintetizados por plantas
superiores como parte de seus sistemas vasculares. Gimnospermas e angiospermas
sintetizam tipos distintos de lignina, cujas mudanças ocorridas no passado na
vegetação da bacia de drenagem podem ser notadas através dos teores de lignina
nos sedimentos. Além do mais, a lignina possui significativa resistência aos
processos diagenéticos, o que faz com que seu registro sedimentar e mais
preservado que outras formas de matéria orgânica primária (HEDGES et al., 1988).
Entretanto, como fator adverso a compreensão da dinâmica da MO nas
regiões costeiras, além das fontes naturais, as mesmas têm recebido fontes extras
de material orgânico provenientes da cultura antrópica: lançamento de efluentes
domésticos e industriais, uso de combustíveis fósseis, mudanças no uso do solo e
utilização de defensivos agrícolas/fertilizantes, resultando em alterações
significativas nos fluxos de materiais, com efeitos significativos no ciclo do carbono
local (ZIMMERMAN; CANUEL, 2000).
Neste cenário, a bacia de Campos (20-24º S; 39-42º W) possui características
singulares para investigação da dinâmica da MO na interface continente-oceano,
sua porção norte é caracterizada pela influência da foz do rio Paraíba do Sul e sua
porção sul tem como principal característica oceanográfica o fenômeno da
ressurgência costeira. A bacia abrange uma área com cerca de 100.000 km2 até a
lâmina d’água de 3.000 m. Esta região é a maior produtora nacional de petróleo em
20
regiões marinhas, representando uma das mais importantes reservas petrolíferas
oceânicas do Brasil (MILANI et al., 2000). O vento predominante na região é do
quadrante NE, sendo a Bacia de Campos influenciada principalmente pela Corrente
do Brasil (CB), caracterizando a circulação superficial da costa SE brasileira. O
relevo da porção norte da bacia é estreito e íngreme, diferenciado da porção sul
onde o talude é largo e com menor declive (MELLO et al., 2006). A plataforma média
da bacia é dominada por areia rica em feldspato e por carbonatos biogênicos
(LEVENTHAL; TAYLOR, 1990).
Na bacia de Campos, localizada na margem continental sul-sudeste do Brasil,
a maior parte dos estudos desenvolvidos não contemplaram um delineamento
amostral com abrangência temporal e espacial que possibilitasse gerar informações
detalhadas quanto à dinâmica distribucional da matéria orgânica sedimentar: fontes,
processos e destino. Diante dos desafios e necessidades a cerca da compreensão
do ciclo da MO em ecossistemas marinhos, o presente estudo, de forma inédita,
pretende apresentar esse nível de abordagem, ao caracterizar a dinâmica da matéria
orgânica na interface continente-oceano sobre influência das correntes marinhas,
com base no potencial aporte orgânico continental, principalmente do rio Paraíba do
Sul, para os sedimentos superficiais das diferentes feições topográgicas da bacia de
Campos: plataforma, talude, cânions e assoalho.
Este estudo está inserido no escopo do Projeto Habitats – Heterogeneidade
Ambiental da Bacia de Campos, coordenado pelo CENPES/PETROBRAS. O
objetivo geral do Projeto é caracterizar física, química e biologicamente os diferentes
ambientes sobre a plataforma continental e o talude da bacia de Campos e construir
um modelo ecossistêmico para compreensão da dinâmica ecológica desta região,
visando melhorar a qualidade das decisões sobre o desenvolvimento das atividades
de E&P (Exploração e Produção) na região (PETROBRAS, 2008).
Para uma compreensão qualitativa dos processos biogeoquímicos e
diagenéticos atuantes na bacia foi necessária à integração entre parâmetros de
suporte (granulometria, área superficial e carbonato total) e marcadores geoquímicos
orgânicos: biomarcador lignina associado à composição elementar (C, N, P, S) e
isotópica de carbono e nitrogênio.
21
1.1 OBJETIVOS GERAIS
O presente estudo objetiva avaliar a distribuição, qualidade e
preservação da matéria orgânica na bacia de Campos-RJ, através da
compreensão de fontes, transporte e processos biogeoquímicos.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Para alcançar esse objetivo geral foram traçados os seguintes objetivos
específicos:
caracterizar os sedimentos superficiais (0-2 cm) nas isóbatas de 25 a
3000 m ao longo da bacia de Campos, no que diz respeito: a distribuição
granulométrica, área superficial, carbonato total, composição elementar
(C, N, P e S) e isotópica de C e N;
caracterizar os fenóis derivados da lignina em sedimentos superficiais da
bacia de Campos, investigando a distribuição espacial e degradação da
matéria orgânica continental;
caracterizar a fonte, transformação e destino da matéria orgânica nos
depósitos sedimentares, acoplando informações dos isótopos estáveis,
lignina e a distribuição da fração inorgânica nos sedimentos.
1.3 HIPÓTESE
Na bacia de Campos espera-se que a distribuição quali-quantitativa da
matéria orgânica seja influenciada predominantemente pelos processos
autóctones e de forma pontual pelos processos alóctones, onde os mesmos
atuam de forma diferenciada pelas diferentes províncias marinhas.
22
2 BASE TEÓRICA
2.1 PROCESSOS BIOGEOQUÍMICOS NO OCEANO
A distribuição química e mineral em sedimentos marinhos está
intimamente relacionada com a geologia e hidrografia das áreas continentais
adjacentes, bem como o clima regional. Como conseqüência, a geoquímica
e o estudo mineralógico dos sedimentos podem fornecer informações valiosas
sobre as hidrodinâmicas regionais, incluindo os padrões de transporte de
sedimentos e deposição (PREDA; MALCOLM, 2005).
Estudos anteriores explicitam sobre a distribuição espacial de material
em ambientes marinhos, no que diz respeito ao transporte e deposição na
interface continente-oceano, destacam-se as seguintes regiões, a saber: ~44 %
retidos em ambientes deltáicos; ~45 % retidos entre a plataforma e a margem
continental; ~6 % retidos em zonas de alta produtividade (ex. ressurgências);
~5 % nas regiões pelágicas de oceano profundo (HEDGES; KEIL, 1995).
Ao longo do transporte, os processos físicos, químicos e biológicos
modificam as formas originais e as assinaturas geoquímicas provenientes de
uma mistura de fontes (LEE et al., 2005; SOUZA et al., 2010). Nesta
concepção, o transporte horizontal ou lateral realizado por intermédio das
correntes é fundamental para distribuição quali-quantitativa de MO, com
formação de diferentes zonas costeiras: mistura de fontes e processos
deposicionais. O potencial de degradação é diretamente proporcional ao tempo
de residência do material particulado na coluna d’água, quanto maior o grau de
exposição mais intensa será a sua transformação. Além do mais, as
características do MPS (particulado grosseiro, fino, menos ou mais
processado) também irão influenciar sua resistência a degradação, como:
composição, tamanho, forma, massa e possível associação aos minerais
(MOLLENHAUER et al., 2004).
Em ecossistemas aquáticos, o MPS funciona como veículo de transporte
do material orgânico aos sedimentos, dessa forma, através do estudo do
mesmo, torna-se possível obter uma melhor interpretação sobre as fontes e
primeiros processos de degradação do material orgânico ainda na coluna
23
d’água e antes que ele seja lançado na plataforma continental ou depositado
nos sedimentos. Entretanto, essa matéria orgânica já sedimentada nem
sempre pode refletir o input original (XÚ; JAFFÉ, 2007).
A interface continente-oceano apresenta diversas alterações físico-
químicas, relacionadas à: fase e forma de espécies químicas dissolvidas, força
iônica, pH e potencial redox, em função de processos como oxidação/redução,
adsorção/desorção, precipitação/dissolução, floculação da matéria orgânica,
que são responsáveis pela precipitação da maior parte do material particulado
que entra no ambiente marinho através dos rios (SALOMONS; FÖRSTNER,
1984; LAURIER et al., 2003). Essa área de interface apresenta uma grande
capacidade de acumular material de origem continental e marinha
(PARAQUETTI et al., 2004).
2.2 DINÂMICA DA MATÉRIA ORGÂNICA EM AMBIENTES MARINHOS
A matéria orgânica em sedimentos costeiros tem origem em diversas
fontes (terrestres, aquáticas, atmosféricas e antropogênicas), no caso de áreas
urbanizadas – que apresentam grande variabilidade espacial e temporal nas
suas contribuições relativas (VOLKMAN et al., 2007). De acordo com sua
origem, a matéria orgânica apresenta reatividades bastante distintas frente aos
gradientes significativos nas propriedades físico-químicas, químicas e bióticas
dos sistemas aquáticos, particularmente em regiões estuarinas (HOBBIE,
2000).
Um aspecto a se considerar é o estado trófico dos ecossistemas
costeiros, que é determinante para a distribuição e estágio de degradação da
MO sedimentar. Em ambientes eutróficos estima-se que 30 % da MO,
proveniente da produção primária, é exportada para os sedimentos. Entretanto
em ambientes oligotróficos o processo de reciclagem é predominante, e
aproximadamente 10 % da produção atinge a matriz sedimentar (BIANCHI;
CANUEL, 2011).
A composição química da matéria orgânica de sedimentos marinhos tem
sua origem basicamente nas seguintes fontes: fitoplâncton, zooplâncton,
24
bactérias, fungos e plantas superiores, além de uma pequena contribuição
animal. As classes orgânicas principais dos compostos detectados são: ácidos
nucléicos, carboidratos, proteínas, lipídios e ligninas (HANSEL et al., 2008).
Os sedimentos que revestem os fundos marinhos mantêm contínua
interação com a água mais profunda. A composição desses sedimentos pode
variar com a proximidade da costa e a profundidade. Nas proximidades do
litoral, o material sedimentado resulta principalmente da erosão terrestre,
carreado pelos cursos d’água. Os sedimentos mais afastados do litoral,
localizados próximos ao limite exterior da plataforma continental, são
transportados pelas correntes e pela ação das ondas. Esses sedimentos
possuem composição variável: restos calcários de origem biogênica, de sais
precipitados da água, de outros minerais, detritos, incluindo materiais
terrígenos, quando nas proximidades das massas continentais (PESSOA
NETO, 2000).
A matéria orgânica preservada em sedimentos marinhos também
apresenta uma complexa contribuição de fontes provenientes da interface
continente-oceano. O carbono orgânico total presente nas margens
continentais possui uma ampla variabilidade nos aspectos qualitativos e
quantitativos (NIGGEMANN et al., 2007; WALINSKY et al., 2009).
Os sedimentos marinhos da margem continental desempenham um
papel fundamental no ciclo do carbono, acumulam aproximadamente 90% do
carbono orgânico global em seu substrato (HEDGES; KEIL, 1995; SCHMIDT et
al., 2010).
Estudos sobre a composição orgânica de sedimentos superficiais são de
grande importância não somente para a avaliação do aporte da qualidade da
matéria orgânica (MO) como também para o monitoramento ambiental. Em
geral, os sedimentos contêm teores de MO que podem variar de 1 a 8 %
(GOMES; AZEVEDO, 2003).
A investigação das alterações diagenéticas recentes da matéria orgânica
fornece informações para o entendimento dos processos biogeoquímicos que
ocorrem nestes ambientes naturais (PRASAD; RAMANATHAN, 2009). A
oxidação da matéria orgânica pode ser amplificada com a penetração de
oxigênio na coluna sedimentar através dos processos de bioturbação. Porém,
25
em sedimentos profundos as condições hipóxicas ou anóxicas imperam, e a
bioturbação é inibida, o que favorece a preservação da matéria orgânica,
permitindo a estratificação do sedimento, que refletem mudanças no fluxo de
material dentro da matriz sedimentar (CORDEIRO, 2011).
Os cânions possuem fundamental importância na biogeoquímica de
sedimentos marinhos profundos, pois representam a zona de conexão entre a
plataforma e o oceano interior, onde funcionam como corredores facilitadores
de transporte da matéria orgânica ao talude e assoalho (WEAVER et al., 2004).
A dinâmica inerente aos sistemas de cânions, agregada a variabilidade de
fontes (autóctones e/ou alóctones), processos de degradação e transporte
seletivo de matéria orgânica, dificultam as interpretações de fluxos de massa
nestas regiões (HEDGES et al., 1997).
Cânions submarinos são feições comuns das margens continentais
modernas e podem ter papel bastante relevante na dispersão de material
terrígeno (SHEPARD; DILL, 1966). Cânions do talude continental são feições
que podem ter a função de acumular temporariamente e de transportar
sedimento e matéria orgânica para o oceano profundo por mecanismos
dominantes como cascatas de água densa, correntes de maré e fluxos
gravimétricos (MULLENBACH et al., 2004; OLIVEIRA et al., 2007; STIGTER et
al., 2007). Pela disponibilidade e dinâmica da MO constituem hotspots de
biodiversidade, mas também concentradores de compostos químicos,
contaminantes ou não, que podem influenciar relevantemente esta
biodiversidade (STIGTER et al., 2007).
26
2.3 PARÂMETROS DE SUPORTE E MARCADORES GEOQUÍMICOS
2.3.1 Granulometria e Área Superficial
A composição granulométrica dos sedimentos permite caracterizar
fontes, padrões de transporte e compreender a formação dos ambientes
deposicionais (SUN et al., 2002). Além disso, ao longo dos oceanos a
distribuição granulométrica é fundamental para compreender o destino da
matéria orgânica sedimentar, pela associação do carbono orgânico com
superfícies minerais (WAKEHAM et al., 2009). Por exemplo, sedimentos finos
têm maior área de superfície e capacidade carreadora de matéria orgânica
comparado com frações mais grosseiras (HEDGES; KEIL, 1995). Em
plataformas continentais essa interação entre sedimentos e matéria orgânica é
influenciada pela extensão hidrodinâmica, triagem, tamanho, densidade e
retrabalhos das partículas sedimentares (GOÑI et al., 2000; WAKEHAM et al.,
2009; ZHU et al., 2011).
A área superficial (AS) específica de solos, sedimentos e material
particulado em suspensão é amplamente controlada pelas suas propriedades
físicas e químicas (SALOMONS; FÖRSTNER, 1984). Diferentes áreas
superficiais dessas matrizes geoquímicas podem ser correlacionadas com
variações de textura; tipo, quantidade e qualidade de argilo-minerais; conteúdo
de oxi-hidróxidos de Fe, Al e Mn e conteúdo de matéria orgânica (CANFIELD,
1997; KAISER; GUGGENBERGER, 2000).
A área superficial influencia na capacidade de acumulação de metais
traços e matéria orgânica. Contudo, a maioria dos processos de associação
envolve reações que ocorrem na superfície das partículas (MUDROCH et al.,
1995).
27
2.3.2 Carbonato Total
O conhecimento da relação entre produção de carbonato na superfície
do oceano e deposição do mesmo em sedimentos marinhos parte da
necessidade de compreensão dos processos que controlam a preservação e
dissolução de CaCO3 em sedimentos marinhos. Assim como, uma
interpretação sistêmica entre ciclo do carbonato marinho e do CO2 atmosférico
(JAHNKE et al., 1997).
A interação microbiana-mineral pode influenciar na distribuição de
carbonato em oceanos, por múltiplos fatores:
(1) ligação de cátions bivalentes, de forma a inibir a precipitação de
carbonato;
(2) formação microdomínios heterogêneos, que suporte diferentes tipos
de metabolismo microbiano, de maneira a facilitar a precipitação;
(3) servindo como fonte de energia e de carbono para bactérias
heterotróficas, falicitando assim a precipitação de carbonato (DUPRAZ et
al., 2004).
(4) e pelas algas marinhas carbonáticas.
Informações da resposta do oceano às mudanças climáticas, condições
do passado e avaliação da resposta do oceano as mudanças no futuro, podem
ser reveladas pelo conhecimento da variabilidade do sistema carbonato, na
qual a forma predominante é a de carbonato de cálcio (CaCO3) em sedimentos
marinhos (MARTIN; SAYLES, 1996).
2.3.3 Composição Elementar: C, N, P e S
Aproximadamente 50% da matéria orgânica é constituída de carbono,
influenciando significativamente o ciclo biogeoquímico de outros elementos
importantes, como o nitrogênio, oxigênio, enxofre, fósforo, ferro entre outros. O
nitrogênio, juntamente com o fósforo, é um dos elementos limitantes da
produção primária, tanto aquática como terrestre. A fixação de nitrogênio é um
28
processo de pertinente importância para a dinâmica de ecossistemas naturais,
pois é a única forma biológica de transferência do nitrogênio da atmosfera para
os sistemas aquáticos ou terrestres, ou macroalgas (MARTINELLI et al., 2005;
MARTINELLI et al., 2009).
O ciclo do carbono é um processo-chave para o planeta Terra,
envolvendo várias transformações biogeoquímicas sobre dois subciclos: o
geológico e o biológico. O elemento carbono contabiliza apenas 0,08 % da
litosfera, hidrosfera e atmosfera. As entradas e saídas do carbono nesses
estoques, globalmente estão em balanço, resultando no que pode ser
considerado um sistema de “steady state” (estado estático, sem alteração)
(KILLOPS; KILLOPS, 2005).
Nos oceanos grandes quantidades de CO2 são fixadas pela fotossíntese,
e consumidas, sendo que apenas pequenas quantidades de carbono são
acumuladas no fundo do mar após a morte dos organismos. Todavia, após um
longo período de tempo, este efeito representa uma significativa remoção de
carbono da atmosfera, formando nos oceanos o maior reservatório de carbono
na Terra (KILLOPS; KILLOPS, 2005).
O uso da razão (C:N)a tem sido amplamente empregada em amostras
ambientais na caracterização do aporte de matéria orgânica para o ambiente
aquático (MEYERS, 1997). Os vegetais superiores apresentam em sua
composição altos conteúdos de celulose (40 a 60%), e consequentemente,
altos teores de carbono, enquanto o fitoplâncton é rico em proteínas. Portanto,
uma razão C/N maior que 20 pode indicar que as plantas vasculares são as
principais fontes de material orgânico para o sistema, enquanto que valores
entre 4 e 10 são indicativos de fontes marinhas. Valores intermediários entre 10
e 20 podem caracterizar uma mistura de fontes marinhas e terrestres
(MEYERS, 1997).
O fósforo é um nutriente essencial para a manutenção da vida, e
presente nos seres vivos em diversas formas, como: ATP, ácidos nucléicos,
fosfolipídios. Este elemento funciona como nutriente limitante para a produção
primária das células fitoplanctônicas dos sistemas aquáticos costeiros e tem
sido considerado como principal responsável pela eutrofização artificial em
águas continentais (NIXON et al., 1996; MARINS et al., 2007).
29
As fontes naturais significativas de fósforo são o intemperismo das
rochas fosfáticas (apatita detrítica), as chuvas e a lixiviação dos solos pelas
águas das chuvas, sendo que a fluorapatita carbonática autigênica também
representa um importante depósito em sedimentos marinhos para o fósforo
reativo presente em águas oceânicas (NIXON et al., 1996).
Por outro lado, a fração orgânica de fósforo encontrada em sedimentos
costeiros é resultado da contribuição de diferentes fontes; sua variabilidade de
composição dificulta a identificação e quantificação de seus constituintes. Além
disto, o fósforo orgânico é constantemente modificado em sua essência pelos
processos de degradação em trânsito na interface água/sedimento (NIXON et
al., 1996).
O fósforo de origem antrópica encontra-se principalmente nas formas
inorgânicas, devido ao uso indiscriminado de fertilizantes químicos nos solos,
como o diidrogenofosfato de cálcio Ca(H2PO4)2, altamente solúvel em água, ou
pelas emissões de efluentes urbanos, que contêm polifosfatos dos produtos de
limpeza e ortofosfato e fosfatos inorgânicos condensados dos esgotamentos
sanitários não tratados (NIXON et al., 1996).
Ao serem carreados pelos rios, os materiais fosfatados podem
permanecer em meio aquoso ou serem depositados nos sedimentos, sob
diferentes formas, que irão descrever de forma integrada os processos
antrópicos que influenciam as bacias hidrográficas e, possivelmente, processos
naturais que caracterizam, por exemplo, a hidrogeoquímica local, que interfere
nos processos biogeoquímicos predominantes e na sedimentação de materiais.
As águas estuarinas da costa nordeste oriental brasileira possuem elevados
níveis de oxigênio, pH alcalino, bem como concentrações significativas de
carbonatos e oxi-hidróxidos de ferro que favorecem a manutenção do fósforo
na fase sólida (NIXON et al., 1996).
O enxofre (S) é um elemento essencial, encontrado principalmente em
aminoácidos e lipídios nos organismos vivos. Em ecossistemas aquáticos, o
S pode apresentar-se de várias formas: como íon sulfato (SO42-), íon sulfito
(SO32-), gás sulfídrico (H2S), dióxido de enxofre (SO2), ácido sulfúrico (H2SO4),
enxofre elementar (S), etc. As principais fontes de enxofre para ambientes
aquáticos são três: decomposição de rochas, chuvas e através das aplicações
30
de adubos e fertilizantes na agricultura (RAISWELL et al., 1988). O enxofre na
fração residual do sedimento distingue-se do enxofre pseudo total pelas formas
oclusas nos silicatos que não são totalmente extraídas (ALVAREZ et al., 2001;
JASÍNSKA et al., 2012).
2.3.4 Composição Isotópica: Carbono e Nitrogênio
A caracterização elementar e isotópica permite indicar possíveis sinais
de distúrbios humanos na matéria orgânica, monitorar processos
biogeoquímicos e mudanças nos ecossistemas e usos da terra (BOUILLON et
al., 2008). Este incremento produzido por atividades humanas pode alterar
quantitativamente e qualitativamente a MO presente nos sistemas aquáticos
(KRUSCHE et al., 2002; MACIEL, 2005).
. Em sistemas aquáticos as assinaturas elementares e isotópicas do
carbono e nitrogênio na matéria orgânica têm sido usadas para identificar os
efeitos da mudança da cobertura vegetal em suas bacias de drenagem
(CHANG et al., 2009).
Na interface continente-oceano existe uma sobreposição das
assinaturas isotópicas da matéria orgânica influenciada pela mistura das fontes
e pelas modificações em que a MO sofre neste ambiente. Com o uso da
composição elementar e isotópica é possível identificar o tipo de fonte como,
por exemplo, plantas do tipo C3 ou C4, sendo possível identificar o estado em
que se encontra a MO e inferir sobre sua origem (MCCALLISTER et al., 2006;
CHANG et al., 2009).
As plantas terrestres, de acordo com seu padrão de fracionamento
isotópico, podem ser divididas em 3 grupos fotossintéticos principais: C3, C4 e
CAM. Plantas com via fotossintética C3 (vegetações arbóreas e arbustivas)
discriminam o 13C e incorporam preferencialmente o 12C, resultando em valores
de 13C entre -38 a -24 ‰. Já as plantas C4 (gramíneas) não discriminam o 13C,
apresentando valores de 13C maiores, entre -15 e -11 ‰ (MARTINELLI et al.,
2009). A maioria das plantas do tipo CAM (plantas suculentas - cactáceas e
bromeliáceas) apresentam valores de 13C típicos de plantas C4. Contudo, sob
31
certas condições ambientais e em alguns estágios de desenvolvimento,
algumas espécies CAM facultativas podem trocar o modo fotossintético para
C3. Como o fitoplâncton marinho fixa o carbono do meio em que vivem (água
do mar, rica em bicarbonato), apresentam geralmente valores de 13C entre -24
a -18 ‰ (MARTINELLI et al., 2009).
Já a ferramenta 15N evidencia o estudo de processos, entretanto muitos
autores têm utilizado para inferir fontes de matéria orgânica. Em estudo
realizado pelo CENA em diversos tipos de vegetações brasileiras, encontraram
dois intervalos de valores para o 15N: -2 a 0 ‰ em plantas de savanas
brasileiras; e, 5 a 7 ‰ em florestas (MARTINELLI et al., 2009). Outros valores
reportados na literatura sugerem valores na faixa de 5,9 a 15,0 ‰ para
sedimentos e 8,6 ‰ para o fitoplâncton (MEYERS, 2003).
Os valores de 15N variam de acordo com as fontes, natural e
antropogênica (fertilizantes e efluentes domésticos), e/ou processos sofridos ao
longo da dispersão do meio aquático. Com isso, as assinaturas isotópicas de
15N encontradas em plantas e algas podem refletir a contribuição dessas
diferentes fontes (ELLIOTT; BRUSH, 2006). Esta razão isotópica é
apresentada em função da forma de assimilação do nitrogênio e dos processos
envolvidos. As plantas absorvem do solo, principalmente as formas inorgânicas
NH4 e NO3 e, portanto, sua composição isotópica será uma função da
composição isotópica dessas formas inorgânicas e também da disponibilidade
dessas fontes. Assim, uma mesma espécie de planta pode ter composições
isotópicas distintas em função da disponibilidade das formas inorgânicas de
nitrogênio e de sua composição isotópica (MARTINELLI et al., 2009).
2.3.5 Biomarcador Lignina
A investigação sobre o ciclo da matéria orgânica na zona costeira tem
estimulado o desenvolvimento de conceitos multidisciplinares, envolvendo a
integração de informações sobre a composição atômica (elementar e isotópica)
e molecular da matéria orgânica (DACHS et al., 1999). O conceito de marcador
molecular está associado à produção de compostos específicos por
32
organismos, cuja identificação em ambientes naturais permite inferências sobre
a origem e os processos de evolução da matéria orgânica (ZIMMERMAN;
CANUEL, 2000; SALIOT et al., 2002).
O biomarcador lignina é exclusivo de vegetais superiores, plantas
vasculares que habitam ecossistemas terrestres e aquáticos. Amplamente
utilizado para rastrear contribuição de fonte de matéria orgânica continental
(GORDON; GOÑI, 2003; GORDON; GOÑI, 2004). A lignina possui alto peso
molecular, com uma estrutura constituída por polifenóis tridimensionais
formados por monômeros de benzoisopropil, com grupos funcionais
metoxilados. Após a morte do vegetal as ligninas são submetidas à degradação
bioquímica, formando monômeros carboxilados, relativamente resistentes à
biodegradação em condições anaeróbicas. Por esta característica singular as
ligninas são consideradas um dos compostos vegetais mais bem preservados
em solos e sedimentos, diferentemente dos componentes celulósicos
(LOUCHOUARN et al., 2010; PEMPKOWIAK et al., 2006). Apesar da baixa
degradabilidade dos lignino-fenóis, sua oxidação pode ocorrer devido à ação
de bactérias e fungos, principalmente em ambientes aeróbicos (KILLOPS;
KILLOPS, 2005).
O grupo vanilil está presente em todas as plantas vasculares, enquanto
os grupos siringil e cinamil podem ser observados em tecidos lenhosos e não
lenhosos, respectivamente. Estes três grupos são encontrados exclusivamente
em plantas superiores, enquanto o p-hidroxifenill também pode ser verificado
em algas (Figura 1). Dependendo do tipo de vegetal, a composição e a relação
entre esses grupos se modificam, podendo indicar a prevalência de certos
táxons vegetais ao longo do tempo em um determinado ambiente (KILLOPS;
KILLOPS, 2005).
33
Figura 1 - Produtos fenólicos derivados da oxidação alcalina da lignina. Fonte: OREM et al., 1997.
O somatório dos grupos C, S e V pode ser utilizado como indicativo de
restos de plantas vasculares (HEDGES; MANN, 1979; HEDGES; ERTEL,
1982); de processos de transporte (FARELLA et al., 2001; BIANCHI et al.,
2007); de deposição e erosão (REZENDE et al., 2010). O gráfico das razões
S/V versus C/V fornece um índice de qualidade da matéria orgânica, onde
maiores valores de S/V estão relacionados ao material oriundo de tecido
lenhoso de angiospermas e maiores valores de C/V estão relacionados ao
material vegetal foliar de angiospermas. Valores de ambas as razões próximas
a zero indicam contribuição de gimnospermas (Figura 2).
Acetovanilona Vanilina Ác. Vanílico
Acetosiringona Siringladeído Ác. Siríngico
p-Hidroxiacetofenona
p-Hidroxibenzaldeído
p-Hidroxibenzóico
Ác. transp-Coumárico
Ác. transp-Felúrico
Vanilil
(Grupo V)
Siringil
(Grupo S)
Hidroxi
(Grupo P)
Cinamil
(Grupo C)
Acetovanilona Vanilina Ác. Vanílico
Acetosiringona Siringladeído Ác. Siríngico
p-Hidroxiacetofenona
p-Hidroxibenzaldeído
p-Hidroxibenzóico
Ác. transp-Coumárico
Ác. transp-Felúrico
Vanilil
(Grupo V)
Siringil
(Grupo S)
Hidroxi
(Grupo P)
Cinamil
(Grupo C)
34
Figura 2 - Relação das razões S/V versus C/V e dos principais grupos de plantas vasculares (material lenhoso e foliar de angiospermas, e gimnospermas). Fonte: Adaptado de HEDGES et al., 1988.
Estudos evidenciam o papel da lignina como traçador quali-quantitativo
da MO de origem vascular, e sua importância para a compreensão dos ciclos
biogeoquímicos (NAGAO et al., 2009; SCHMIDT et al., 2010). Associado à
composição elementar e isotópica de C e N fornece uma melhor interpretação
da relação entre mudança da cobertura vegetal, uso da terra e biogeoquímica
na interface continente-oceano (RANJAN et al., 2011). A utilização do
biomarcador lignina ainda é muito restrita aos ecossistemas aquáticos
continentais e aos ambientes de transição costeiros, diante da carência do
conhecimento do aporte continental para as diferentes feições topográficas do
oceano, principalmente em clima tropical, este estudo pretende gerar
inferências para compreensão dos processos biogeoquímicos nos
ecossistemas marinhos.
35
3 ÁREA DE ESTUDO
3.1 BACIA DE CAMPOS: CONFIGURAÇÃO ESPACIAL E GEOMORFOLOGIA
A bacia de Campos apresenta uma área de aproximadamente 100.000
km2, localizada na porção sudeste do Brasil em águas pertencentes ao Estado
do Rio de Janeiro. A bacia produz uma média de 1.693 Mbpd (milhões de
barris por dia) e possui ainda alto potencial produtivo, inclusive na camada pré-
sal (PETROBRAS, 2010). Em regiões marinhas é a maior produtora nacional
de petróleo, e uma das mais representativas reservas petrolíferas oceânicas do
Brasil. Geograficamente, ao norte é limitada pela bacia do Espírito Santo e ao
sul pelo Arco de Cabo Frio (MILANI et al., 2000).
A bacia de Campos tem clima quente, úmido e mesotérmico – do tipo
AW pela classificação climática de Köppen-Geiger – com temperatura máxima
média de 29,9 °C em fevereiro e mínima média de 25, 4 °C em julho. O regime
pluviométrico apresenta duas estações bem definidas: seca no inverno e
chuvoso no verão, apresentando precipitações médias anuais entre 1.000 e
2.000 mm/ano (DOMINGUES, 2009).
A bacia de Campos sofre influência principalmente de sistemas
semiestacionários como o Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e de
sistemas transientes, tais como as frentes frias, os ciclones e os sistemas de
meso-escala (PINHO, 2003; BERNARDES et al., 2012). A região da bacia de
Campos possui como características vento predominante do quadrante NE,
sendo a mesma influenciada principalmente pela Corrente do Brasil (CB),
caracterizando a circulação superficial da costa SE brasileira (CORDEIRO,
2011).
Vale ressaltar a ocorrência singular de uma Corrente de Contorno
Intermediária (CCI), que se origina na porção sul da bacia de Santos e se
apresenta como uma corrente de contorno plenamente desenvolvida ao
atravessar o Alto de Cabo de Frio, as ressurgências são intermitentes no
extremo sul da bacia de Campos (SILVEIRA et al., 2004).
A presença de vórtices e meandros da CB na região ao largo de Cabo
Frio, tanto ciclônicos como anticiclônicos, já foram verificados por estudos
36
anteriores, provavelmente favorecidos pelas feições topográficas da região e à
mudança de orientação da linha de costa e ao gradiente da topografia de
fundo, plataforma estreita e abrupta ao norte de Cabo Frio, mais larga e suave
na bacia de Santos (SIGNORINI, 1978; ROSSI-WONGTSCHOWSKI;
MADUREIRA, 2006; FALCÃO et al., 2011).
O relevo da porção norte da bacia de Campos é estreito e íngreme,
diferenciado da porção sul onde o talude é largo e com menor declive
(HABTEC ENGENHARIA AMBIENTAL/PETROBRAS, 2002). Além disso,
possui plataforma média predominantemente ocupada por areia rica em
feldspato e por carbonatos biogênicos (SCHREINER et al., 2007).
Sua plataforma continental possui largura média de 100 km, com
profundidade de quebra de 80 m na área norte a 130 m ao sul, com
profundidade média de 110 m. O talude da bacia estende-se sobre 40 km com
gradiente médio de 2,5º e apresenta vários canais submarinos e cânions
(ALMEIDA et al., 2011). A região do talude continental ao platô de São Paulo
da bacia de Campos pode ser dividida em porção norte, central e sul. As águas
ao norte são mais rasas do que ao sul, 1.500 m e 2.000 m de profundidade
média, respectivamente, devido ao desenvolvimento do cone submarino do rio
Paraíba do Sul, ligado ao cânion submarino Almirante Câmara (BREHME,
1984; VIANA et al., 1998).
No que diz respeito, a sedimentologia, na plataforma continental
(sedimentos litoclásticos) predominam três fácies sedimentares: areia, lama e
cascalho. No talude (sedimentos bioclásticos) com predominância de lama,
mas ocorre a presença de areia ao longo dos cânions e de depósitos
associados às correntes de turbidez (FIGUEIREDO JR. et al., 2011). Este perfil
sedimentar construído pelo aporte sedimentar, variação do nível do mar,
carreamento do sedimento até as cabeceiras dos cânions, transporte para
águas profundas pelas correntes de turbidez e ao longo do talude pelas
correntes de contorno, mais as ressurgências de borda de plataforma
(FIGUEIREDO JR. et al., 2011). Na figura 3 é descrita a localização da área de
estudo.
37
(A)
(B)
Figura 3 - Mapa com as principais feições geomorfológicas do fundo do mar da bacia de Campos. Fonte: (A) Google Earth; (B) MACHADO et al., 2004.
38
O local de estudo sofre uma pressão ambiental significativa,
proporcionado pelo crescimento populacional adensado, cujas atividades
urbanas e industriais ocorrem de forma desordenada. A região abrange a
principal zona petrolífera do Brasil (REZENDE et al., 2006). A plataforma
continental da bacia de Campos recebe a contribuição do fluxo de matéria
orgânica da foz do rio Paraíba do Sul, principal manancial de água doce do
estado do Rio de Janeiro e em menor proporção do rio Doce-ES.
3.2 CÂNIONS GRUSSAÍ E ALMIRANTE CÂMARA
O cânion Grussaí está na formação Emborê, situado na plataforma
continental externa, ortogonal à linha da costa. O prolongamento na direção
leste encontra com a cabeceira do cânion Almirante Câmara, sugerindo que
estes estivessem interligados em épocas de nível de mar baixo (PELLIZZON,
2005).
O cânion Grussaí possui uma formação imatura, formado por carbonato
e não têm sistemas turbiditícos associados (VIANA et al., 2003). O entalhe em
“U”, característico da fase juvenil, é causado pelo sucessivo colapso das
cabeceiras do cânion e resulta na formação de línguas de diamicton à jusante.
Enquanto o cânion Almirante Câmara possui maior extensão, com formação
madura e uma direta conexão com o sistema de desaguamento fluvial do rio
Paraíba do Sul (MACHADO et al., 2004).
O cânion Almirante Câmara possui 28 km de comprimento e 4 km de
largura, com um traçado característico em zigue-zague. Diferentemente da
maior parte dos cânions da bacia de Campos, que são imaturos, o Almirante
Câmara se conecta a formação Emboré na plataforma continental e, assim,
tem condição de transportar material para águas mais profundas, propiciando a
formação em sua desembocadura de um sistema turbidítico, que são depósitos
sedimentares decorrentes de fluxos submarinos (MACHADO, 2004).
Ao atingir a maturidade, o fluxo que advêm da desembocadura do rio
Paraíba do Sul, escavou ao fundo da calha cânion em formato de “U” um
entalhamento em V, por onde o material arenoso pode ser transportado. Este
39
sistema turbidítico formado ao longo do tempo geológico desenvolve-se até
profundidades maiores que as amostradas nesta campanha, entre 1800 a 3000
m, assentando-se sobre o Platô de São Paulo, adjacente ao talude da bacia de
Campos, atingindo a região de águas ultraprofundas (MACHADO, 2004).
Segundo Brehme (1984), os cânions Almirante Câmara e Grussaí só
foram significativamente ativos em condições de nível médio do mar baixo
como as que prevaleceram durante a última glaciação, quando o rio Paraíba do
Sul possivelmente lançava sua carga diretamente no talude continental (ALVES
et al., 1980; PELLIZZON, 2005).
Os sedimentos do Quaternário Superior foram predominantemente
depositados por processos de sedimentação pelágica e hemipelágica e por
correntes de turbidez, processos estes, que continuam dominando a
construção dos corpos sedimentares profundos atualmente, junto com os
movimentos de massa, e as correntes de contorno (LIMA, 2003).
O cânion Almirante Câmara é uma feição do Oligoceno Superior que
endenta a plataforma continental e pode ser acompanhado até
aproximadamente 1.500 m de profundidade. É um dos maiores cânions
submarinos da margem continental sudeste do Brasil e intensa escavação de
seu leito por um canal interior (ALMEIDA et al., 2011).
Tanto as bordas principais do cânion quanto as paredes de seu canal
interior sofreram intensa erosão e abatimento por escorregamentos (slumps) de
suas bordas (FIGUEIREDO JR. et al., 2011). Na plataforma externa, junto à
borda, este cânion encontra-se soterrado por cerca de 300 m de sedimentos.
Do talude superior até 1.800 m, o cânion é proeminente e apresenta
profundidade da ordem de 300 m a 350 m (ALVES et al., 1980; PELLIZZON,
2005). A largura média do cânion é de 4,5 km no talude superior e de 3,5 km
no talude inferior, onde se torna mais simétrico (BREHME, 1984; PELLIZZON,
2005). A declividade média nas margens do cânion é de aproximadamente 24º
na área próxima à cabeceira e 13º na parte inferior; e ao longo da linha de
talvegue é de aproximadamente 6° (ALMEIDA et al., 2011).
O canal submarino principal no interior do vale do cânion Almirante
Câmara se estende desde sua cabeceira até além de sua boca, com
aproximadamente 38 km de extensão e largura média de 820 m. Este grande
40
canal acompanha a sinuosidade da calha do cânion e se torna mais retilíneo
fora dele, a partir da lâmina d’água de 1.450 m, quando sofre inflexão para
sudeste em direção ao canal do cânion Tabajara, formando o complexo de
canais do sistema Almirante Câmara (ALMEIDA et al., 2011).
3.3 RIO PARAÍBA DO SUL
O rio Paraíba do Sul atravessa os estados de Minas Gerais, São Paulo e
Rio de Janeiro. O rio possui uma área de aproximadamente 55.400 km2 e
1.500 km de extensão (GONÇALVES; CARVALHO, 2006). Sua descarga fluvial
pode atingir até 4.000 m3 s-1 durante o período chuvoso (verão) e 115 m3 s-1 na
estação seca (inverno) (OVALLE et al., 2013). Como resultado, o rio Paraíba
do Sul é responsável pelo abastecimento público de aproximadamente 13
milhões de pessoas na cidade do Rio de Janeiro (TEIXEIRA et al., 2010).
A cobertura vegetal da bacia do Paraíba do Sul é composta de 70% de
áreas de pastagens, 27% de culturas e áreas de reflorestamento e apenas 3%
de mata nativa. A bacia do rio Paraíba do Sul possui cerca de 6000
propriedades rurais e 8500 indústrias. As maiores indústrias da bacia se
concentram no Alto Paraíba (São José dos Campos, Jacareí) Médio Paraíba
(entre Rezende e Volta Redonda) e nas sub-bacias dos rios Paraibuna e
Pomba, principalmente nos setores metalúrgico, químico, alimentício e papel.
Por outro lado, a agricultura extensiva tem o seu foco no Baixo Paraíba,
notadamente na Baixada Campista e áreas inundáveis dos rios Muriaé e
Pomba, com o cultivo irrigado de cana-de-açúcar, arroz, feijão e milho. Os
reservatórios e usinas hidrelétricas em toda bacia somam 47 unidades de
dimensões bem heterogêneas (MME-DNAEE, 1995). As barragens do rio, e
provavelmente, a elevação local do nível do mar, faz com que sua linha de
costa tem sofrido forte erosão, com mudanças em sua configuração original,
incluindo efeitos no funcionamento natural do rio e degradação de mangues
(BERNINI; REZENDE, 2004).
Balanços de massa de material particulado em suspensão do rio Paraíba
do Sul para a zona costeira foram realizados e verificaram que a carga de
41
sedimentos do mesmo para a zona costeira é em média 2,7 x 106 ton ano-1,
sendo altamente dependente da precipitação, e portanto da descarga fluvial
(MACIEL, 2005).
A bacia inferior do rio Paraíba do Sul possui uma zona estuarina dividida
em dois setores fisiograficamente diferenciados: o canal principal, que constitui
a via prioritária de ligação do ambiente fluvial com o marinho, onde o aporte de
água do mar é restrito a condições de descarga fluvial e a maré bem
específicas; e o canal secundário que apresenta fluxo fluvial minimizado,
permitindo o aporte mais freqüente da água do mar principalmente na estação
seca.
Suas planícies de maré são colonizadas por 8 km2 de manguezais, com
cobertura vegetal dominante constituída por Rhizophora mangle (mangue
vermelho), Avicennia germinans (mangue preto), Avicennia shaueriana
(mangue preto) e Laguncularia racemosa (mangue branco) (BERNINI;
REZENDE, 2004).
Segundo Bernini e Rezende (2004), o mangue do rio Paraíba do Sul
apresenta características diferenciadas em relação a outros do estado do Rio
de Janeiro, uma vez que sofre uma grande influência fluvial. A região do
estuário é bastante diversificada apresentando, além do manguezal, áreas de
restinga, brejos, lagunas, lagoas de água doce e alagadiços barrados por
cordões arenosos quaternários, além de áreas de pastagem, monoculturas (ex.
coco, goiaba, abacaxi, cana-de-açúcar, tomate, entre outras) e urbanizações
(ANA/CEIVAP, 2006; BERNINI, 2008). Desse modo, o entendimento da
qualidade e quantidade da matéria orgânica na interface continente-oceano é
um passo chave na interpretação da influência do rio Paraíba do Sul neste
ambiente (BERNINI; REZENDE, 2004).
42
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM
Os sedimentos superficiais (0 a 2 cm) foram coletados entre maio e julho
de 2008 na bacia de Campos. Para a coleta na plataforma continental foi
utilizado amostrador do tipo Van Veen adaptado para maiores profundidades
(230 L, 92x80x40 cm) (Figura 4 (a)) e para coleta no talude e nos cânions foi
utilizado amostrador do tipo Box Corer (50x50x50 cm) (Figura 4 (b)). Ambos os
amostradores tem como princípio de amostragem a manutenção da integridade
da superfície do sedimento, a retirada de amostras por janelas superiores e o
fechamento inferior de mandíbulas como os pegadores tipo Eckeman (Figura 4
e 5).
Figura 4 - Amostradores utilizados nas coletas de sedimentos superficiais na bacia de Campos: (a) Van Veen utilizado na plataforma continental e (b) Box Corer utilizado no talude e cânions. Fonte: FALCÃO et al., 2011.
43
Figura 5 - Fotos e esquema dos gabaritos metálicos inseridos nos amostradores para sub-amostragem dos sedimentos da bacia de Campos. Fonte: PETROBRAS (07/07/2010).
Os pontos amostrados foram distribuídos crescentemente ao longo das
características topográficas da bacia de Campos, operacionalmente foram
escolhidos, cinco transectos (A, E, G, H, I) e dois cânions (Almirante Câmara –
CANAC; e Grussaí - CANG) divididos em: plataforma (25 a 150 m), talude/
cânions (400 a 1300 m) e assoalho oceânico (1900 a 3000 m),
respectivamente, estações: 1 a 5 plataforma; 6 a 9 talude/cânions e 10 a 12
assoalho. Os transectos amostrados apresentam a seguinte configuração
espacial: o transecto I delimita ao norte a bacia de Campos, próximo a Vitória-
ES e com contribuição do rio Doce nesta região; o transecto H e G são
adjacentes aos cânions; o transecto E está em direção a foz do Paraíba do Sul;
e o transecto A delimita a bacia ao sul, próximo a Cabo Frio (Figura 6).
44
Figura 6 - Delineamento amostral dos transectos (elipse em vermelho) ao longo da bacia de Campos, sem os cânions. A estrela preta representa o RPS.
45
A amostragem de sedimento no cânion Grussaí ocorreu durante o
inverno no dia 28 de maio de 2008 em três diferentes isóbatas, denominadas:
CANG7 (700 m), CANG8 (1000 m) e CANG9 (1300 m). A estação CANG7 está
mais próxima da plataforma continental e a CANG9 mais distante da linha de
costa, para cada isóbata coletaram-se três amostras de sedimento, obtida uma
amostra composta homogênea com estas réplicas (Figura 7).
(A)
(B)
Figura 7 - (A) Malha amostral para avaliação do habitat cânions do norte da bacia de Campos, cânions Grussaí (CANG) e Almirante Câmara (CANAC), e no talude adjacente (transectos G e H). Fonte: Cordeiro (2011). (B) Seções transversais dos cânions. Fonte: MACHADO et al., 2004.
46
A amostragem de sedimento no cânion Almirante Câmara ocorreu na
campanha inverno entre os dias 26 e 28 de junho de 2008, em quatro
diferentes isóbatas, denominadas: CANAC6 (400 m), CANAC7 (700 m),
CANAC8 (1000 m) e CANAC9 (1300 m). A estação CANAC6 está localizada ao
final da formação Emboré, mais próxima a plataforma continental, e a
CANAC9, está no início da formação Carapebus e mais distante da linha de
costa (Figura 7).
O preparo das amostras de sedimentos para as determinações de
carbonato total e composição da matéria orgânica contou com o peneiramento
via úmida, peneira inox de 2 mm, no qual o material < 2 mm foi liofilizado (-40
ºC / 72 horas) e destorroado com bastão de vidro.
4.2 DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA
A determinação granulométrica foi realizada na amostra bruta sem a
remoção de carbonatos e matéria orgânica. Cabe ressaltar que este
procedimento foi adotado de forma que a distribuição dos grãos representasse
a realidade de campo para os organismos que estão em contato com os
sedimentos.
As frações acima de 2 mm foram separadas por peneiração em
intervalos sucessivos, enquanto as frações menores do que 2 mm foram
determinadas através do analisador de partícula por difração a laser (Shimadzu
modelo SALD-3101), frações conforme escalas do MIT (Massachusetts
Institute of Technology).
O amostrador do SALD-3101 possui uma bomba radial de tipo vertical
que possui aproximadamente 5.000 cm3 min-1 de taxa de fluxo, sendo capaz de
circular as partículas de alta densidade e desiguais desde várias centenas de
micro metro até vários milímetros, cobrindo uma faixa de 0,05 a 3000 µm. No
equipamento, uma alíquota de amostra úmida é colocada sob agitação em
banho com ultrasssom por 10 minutos para desagregação das partículas. Após
essa etapa, é realizada a determinação da distribuição granulométrica por
47
difração a laser, causada por interação do feixe de laser com as
partículas (BLOTT et al., 2004; MCCAVE et al., 1986).
Para controle analítico de precisão foi medido a variação analitica entre
triplicatas análiticas a cada 20 amostras com resultados de coeficiente de
variação aceitáveis inferior a 10 %. A exatidão foi determinada através de três
amostras certificadas fornecidas pelo fabricante do equipamento com faixa de
tamanho de partículas diferenciadas. O limite de detecção do método foi de 0,1
%. Com os resultados obtidos foram calculadas as porcentagens
correspondentes a cada fração granulométrica (Tabela 1).
Tabela 2 - Frações granulométricas segundo escalas do MIT (Massachusetts Institute of Technology).
4.3 DETERMINAÇÃO DA ÁREA SUPERFICIAL
A etapa de preparação de amostra para determinação de sua área
superficial mineral envolve a liofilização do mesmo e posterior remoção de
matéria orgânica com aquecimento a 350 ºC por um período de 12 h em uma
mufla. As amostras devem ser então armazenadas em dessecadores até a
análise.
A área superficial de fração mineral do sedimento (d < 2 m) foi
determinada pelo analisador de área superficial (NOVA QUANTACROME 1200
A), utilizando como gás adsorbato o nitrogênio. O algoritmo usado foi baseado
no “Multipoint Bet Method” (BRUNAUER et al., 1938).
No equipamento NOVA QUANTACROME 1200A, aproximadamente 1,5
g da amostra foi levado a estação de gaseificação, à 200 ºC por no mínimo 1
CLASSIFICAÇÃO DIÂMETRO
Pedregulho d>2mm
Areia grossa 0,6<d<2mm
Areia média 0,2<d<0,6mm
Areia fina 0,06<d<0,2mm
Silte 0,06<d<0,004mm
Argila d<0,004mm
48
hora com o objetivo de se remover a água e os gases que poderiam estar
adsorvidos à superfície do material. (SERWIEKA, 2000; KAISER;
GUGGENBERGER, 2000). Após a etapa de degaseificação, a amostra foi
transferida para a estação de análise onde a determinação da área superficial
foi concluída. A área superficial específica é definida como a área superficial
(m2) por unidade de massa do material (g) e é expressa em m2 g-1. O
coeficiente de variação entre as triplicatas geralmente são menores que 5 %
indicando uma boa precisão para o método.
4.4 DETERMINAÇÃO DE CARBONATO TOTAL
O carbonato total (CarbT) foi determinado em amostra de sedimento
tratada com HCl (1,0 N); (1 g : 20 mL) à temperatura ambiente. Em geral este
procedimento é repetido por três vezes, principalmente nas amostras ricas em
carbonato como no caso das amostras da bacia de Campos. O conteúdo de
carbonato foi calculado pela diferença entre o peso inicial e final da amostra
após o tratamento descrito acima (LEVENTHAL; TAYLOR, 1990). A balança
analítica utilizada tem precisão de ± 0,0001 g. Os valores finais foram
expressos em percentual (%) e a precisão obtida com três repetições,
realizadas a cada 20 amostras. O nível de tolerância da variação analítica foi
menor que 10 % e em geral nossas amostras estiveram abaixo deste valor e o
limite de detecção igual a 0,1 %.
4.5 COMPOSIÇÃO ELEMENTAR: C, N, P, S
A composição elementar da matéria orgânica foi determinada na
amostra bruta (C total, N total) e na amostra descarbonatada (C orgânico). A
massa de material utilizada para as determinações analíticas foi
aproximadamente 10 mg. Para C orgânico, efetuou-se a descarbonatação,
através da adição de HCl 1,0 N diretamente nas amostras dentro dos frascos
de análises. Este procedimento foi repetido por duas vezes sendo as amostras
49
secas em estufa a 60 oC por 12 h. A determinação dos teores de carbono e
nitrogênio nos sedimentos foi realizada no Analisador Elementar CHNS/O
Perkin Elmer (2.400 Series II). Os valores foram expressos em percentual (%),
sendo a precisão obtida com três repetições, realizadas a cada 20
amostras. Nosso nível de reprodutibilidade analítica dentro da mesma amostra
foi a partir de 90 %. Os testes de exatidão para C total e C orgânico realizados
com padrão certificado marinho NIST 2702 foram realizados e revelaram
recuperações acima de 95 %. O limite de detecção para C e N foram 0,05 %,
0,04 %, respectivamente. Para algumas amostras foi detectada a contribuição
do nitrogênio inorgânico no nitrogênio total (NT), proveniente da fração mineral
dos sedimentos. Desta forma, para cálculo da razão (C:N)a foi descontado
aproximadamente 0,04 do NT (%), com base no valor da equação da reta (COT
x NT).
A determinação de ST (181,972 nm) e PT (214,914 nm) foi realizada no
sedimento homogeneizado (< 2,0 mm). Cerca de 0,5 g de sedimento seco foi
colocado em bomba de teflon em forno microondas com tubo fechado (CEM
modelo X-PRESS) e adicionados 9 mL de HNO3, 4 mL de HF e 2 mL de HCl as
quais foram aquecidos a 180 ºC com tempo de rampa de 10 minutos e depois
mantidos por 20 minutos nessa temperatura. Após o que, foi adicionado 25 mL
de solução de ácido bórico 4 % (m/v) com o objetivo de complexação do
possível resíduo de HF. Em seguida, o extrato final também foi reaquecido a
180 ºC com tempo de rampa de 10 minutos e depois mantido por 20 minutos
nessa temperatura. Após resfriamento, os extratos foram filtrados e analisados
por ICP-OES Varian modelo 720 ES (Baseado na U. S. EPA (1996) método
3052). Os testes sobre a exatidão utilizando-se o padrão certificado marinho
NIST 2702 apresentaram os seguintes resultados: S (95 %) e P (90 %).
As precisões para todos os elementos serão obtidas com três
repetições, realizadas a cada 20 amostras. O nível de reprodutibilidade
analítica dentro da mesma amostra foi de 90 %. Todos os reagentes utilizados
tem grau analítico P.A.
50
4.6 COMPOSIÇÃO ISOTÓPICA DA MATÉRIA ORGÂNICA
Para a determinação dos isótopos estáveis de C e N (razão
isotópica 13C/12C e 15N/14N), realizados na Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro (PUC), foram pesados cerca de 5 mg de sedimento seco em
cápsulas de prata pré-descontaminadas por combustão a 450 oC por 4 horas.
Para remoção do carbono inorgânico, o sedimento foi acidulado com HCl 1 M
por uma noite (KENNEDY et al., 2005). Para medida da razão isotópica de
nitrogênio, quando sua concentração é muito baixa a acidificação não é
aconselhada visto o risco de elevação dos valores e a análise de ambos os
isótopos em uma só corrida não pode ser realizada. As razões isotópicas foram
determinadas em espectrômetro de massa isotópica ThermoFinnigan Delta
Plus acoplado a analisador elementar onde é feita a combustão. Os compostos
orgânicos, oxidados na presença de oxigênio ultrapuro e de catalisador, são
transformados em CO2, N2 e H2O. Estes gases são separados em linha por
cromatografia no detector do espectrômetro de massa.
Devido às pequenas variações naturais entre os isótopos, a composição
isotópica de uma amostra é reportada utilizando-se a notação, expressa na
forma de partes por mil (‰), que relaciona a razão isotópica da amostra com a
de um padrão:
No caso dos isótopos estáveis do carbono, foi utilizado o padrão de
rocha calcárea da formação Pee Dee, localizada nos Estados Unidos e
formada a partir de carapaças fósseis de belemnitas (Pee Dee Belemnite;
PDB). Nesse padrão a razão para o carbono é de 98,9% de 12C para 1,1% de
13C. Os valores negativos de 13C observados indicam que há um
empobrecimento de 13C na amostra em relação ao padrão. Para a razão
isotópica do N, foi utilizado o ar atmosférico ( 15N = 0 ‰) como padrão
(MAZUREC, 2003). A precisão da análise é de 0,1 ‰.
51
4.7 DETERMINAÇÃO DOS COMPOSTOS FENÓLICOS DA LIGNINA
A metodologia adotada para caracterização dos fenóis oriundo da
oxidação da lignina foi o da degradação oxidativa com CuO sob condições
alcalinas segundo Hedges e Ertel (1982). A análise dos produtos da oxidação
alcalina com CuO foi baseada na metodologia publicada por Hedges e Erthel
(1982); e Goñi; Hedges (1995).
Em mini-bombas de aço inoxidável, pesa-se uma massa de amostra,
tecido vegetal ou sedimento, que contenha aproximadamente 4,5 mg de
carbono orgânico (CO). À amostra adiciona-se CuO, sulfato ferroso amoniacal
(Fe(NH4)2(SO4)2·6H2O) e uma solução de hidróxido de sódio (NaOH) 8% em
atmosfera inerte. As mini-bombas são fechadas e levadas ao forno para
oxidação a 155 °C por 3 horas. Após esse período, as mini-bombas são
imediatamente resfriadas e as amostras são transferidas para tubos de ensaio.
Em seguida, adicionam-se os padrões internos etilvanilina (eVl) e ácido trans-
cinâmico (Cnd). As amostras são acidificadas com ácido clorídrico (HCl) 37 % a
pH 1. A essa solução ácida é adicionado acetato de etila (3 x 2 mL) para
extração dos fenóis de interesse. Após este procedimento, as amostras são
tratadas com sulfato de sódio (Na2SO4) para retirar água remanescente do
processo e são evaporadas sob fluxo de N2.
Para injeção em cromatografia gasosa com detector de ionização de
chama (CG-DIC), as amostras foram redissolvidas em 200 µL de piridina. O
processo de derivatização foi efetuado através da adição de 50 µL de BSTFA
(N, O– bistrimetilsililtrifluoracetamida) na proporção de 1:1 a 60 °C por 10
minutos. Vale ressaltar, o uso do ácido 3,4 dimetoxibenzóico nesta etapa como
padrão substituto (surrogate). A injeção foi feita no modo com divisão (1:10) e o
gás carreador foi o hidrogênio com fluxo constante. A coluna usada foi a DB-5
(J&W Scientific).
Através da análise dos produtos da oxidação alcalina com o CuO
podemos identificar os seguintes compostos: grupo vanilil (V) - acetovanilona
(Vn), ácido vanílico (Vd) e vanilina (Vl); grupo siringil (S) - acetosiringona (Sn),
ácido siríngico (Sd) e siringaldeído (Sl); grupo cinamil (C) - ácido trans p-
cumárico (Cd) e ácido ferúlico (Fd). Os grupos de fenóis cinamil (C), siringil (S)
52
e vanilil (V) identificados foram utilizados para distinguir fontes de plantas
vasculares lenhosas e não lenhosas assim como índices de degradação. Os
compostos do grupo V, S e C são encontrados exclusivamente em plantas
terrestres (HEDGES; ERTEL, 1982). Os testes de exatidão para lignina foram
realizados com padrão de referência interna (solos de cana de açúcar da
UENF) e revelaram recuperações médias de aproximadamente 80 % (Tabela
2).
Tabela 2 - Compostos dos grupos fenólicos vanilil, siringil e cinamil com seus respectivos percentuais de recuperação e limite de detecção em mg 100mgCorg
-1.
4.8 TRATAMENTO ESTATÍSTICO
As análises estatísticas foram realizadas através do programa
STATISTICA 10 (Copyright© 1984-2011, StatSoft, Inc.). A normalidade dos
parâmetros foi testada através do teste Shapiro-Wilk (p < 0,05), apresentando
distribuição não normal para a grande maioria dos parâmetros analisados neste
estudo. Desta forma, o tratamento estatístico adotado foi o não paramétrico,
por meio da análise estatística descritiva e correlação de Spearman com nível
de significância de 95 % (p < 0,05).
A análise integrada dos parâmetros determinados foi executada com a
matriz transformada pelo método “ranging” (x - xmin / xmáx - xmin) que,
Bacia de Campos Recuperação Limite de Detecção
Grupos Fenólicos (%) mg 100mgCorg-1
Grupo V (n=59)
Vanilina 82 ± 4.0 0.0005
Acetovanilona 77 ± 2.0 0.0005
Ácido Vanílico 84 ± 9.0 0.0005
Grupo S (n=59)
Siringaldeído 80 ± 6.0 0.0005
Acetosiringona 75 ± 2.0 0.0005
Ácido Siríngico 86 ± 7.0 0.0005
Grupo C (n=59)
Ácido trans-p-cumárico 89 ± 5.0 0.0005
Ácido trans-ferúlico 88 ± 4.0 0.0005
53
segundo Cooper e Milligan (1988) é superior a transformação “z-score” (x-
médiax/desvio padrãox). A análise de cluster (dendogramas apresentados nos
anexos) foi realizada mediante método de agrupamento Ward, com distância
euclidiana entre os parâmetros e as estações de coleta.
A análise de componentes principais também foi realizada tanto para os
casos como para as variáveis. Este teste é uma técnica de transformação de
variáveis, onde cada variável medida pode ser considerada como um eixo de
variabilidade estando usualmente correlacionada com outras variáveis.
Podendo ser descrita como a rotação de pontos existentes num espaço
multidimensional originando eixos, ou componentes principais, que dispostos
num espaço a duas dimensões representem variabilidade suficiente para
indicar um padrão a ser interpretado (BERNARDI et al., 2001).
A análise dos componentes principais (PCA - Principal Component
Analysis) é um método estatístico de análise multivariada que produz um
conjunto de variáveis de saída descorrelacionadas, ditas componentes
principais (PCs), a partir da combinação linear de um conjunto de variáveis de
entrada com correlação não nula. O conjunto de saída tem a mesma dimensão
do conjunto de entrada, ou seja, haverá inicialmente tantas PCs quanto
variáveis de entrada (JOLLIFE, 2002).
As PCs são dispostas em ordem decrescente de variância. Tipicamente,
as primeiras PCs concentram boa parte da variância total, sendo, portanto
possível descartar as PCs subseqüentes sem perda significativa de
informação. Quanto maior a correlação do conjunto de variáveis de entrada,
maior a concentração da variância nas primeiras PCs, e consequentemente
menor o número de PCs necessário para explicar o conjunto de entrada
(BERNARDI et al., 2001).
A produção de um conjunto de saída com variáveis descorrelacionadas,
e a possibilidade de reduzir a dimensão do conjunto de dados, após descartar
parte das PCs, torna a utilização do PCA bastante útil na preparação dos
dados antes da clusterização (BOYER et al., 1997; BOYER, 2006). Em resumo,
o tratamento prévio dos dados com o PCA melhorará a precisão do algoritmo
de agrupamento ou classificação selecionado, além de reduzir o tempo de
processamento, devido à redução de dimensionalidade (LEE; LIN, 2007).
54
Duas são as características das componentes principais que as tornam
mais efetivas que as variáveis originais para a análise do conjunto das
amostras (PRADO et al., 2002):
(1) as variáveis podem guardar entre si correlações que são suprimidas
nas componentes principais, ou seja, as componentes principais são ortogonais
entre si e deste modo, cada componente principal traz uma informação
estatística diferente das outras e;
(2) o processo matemático-estatístico de geração de cada componente
maximiza a informação estatística para cada uma das coordenadas que estão
sendo criadas.
As variáveis originais têm a mesma importância estatística, enquanto
que as componentes principais têm importância estatística decrescente, ou
seja, as primeiras componentes principais são tão mais importantes que
podemos até desprezar as demais. Destas características podemos
compreender como ocorre a análise de componentes principais:
a) podem ser analisadas separadamente devido à ortogonalidade, servindo
para interpretar o peso das variáveis originais na combinação das
componentes principais mais importantes;
b) podem servir para visualizar o conjunto das amostras apenas pelo gráfico
das duas primeiras componentes principais, que detêm maior parte da
informação estatística.
Para a análise de componentes principais (ACP), a matriz de parâmetros
dos sedimentos superficiais foi transformada para alcançar a normalização dos
dados, para isso ocorreu a conversão do valor para a base de log10. Desta
forma, a identificação de fontes e processos na bacia de Campos foi projetada
espacialmente, através da ordenação dos vetores dos parâmetros de suporte e
orgânicos ao longo das diferentes feições topogáficas: plataforma, talude,
assoalho e cânions.
55
5 RESULTADOS
A descrição dos resultados da macroavaliação da bacia de Campos, em
escala regional, foi relativa as 59 amostras de sedimentos superficiais (0-2 cm),
cuja amostragem foi distribuída por doze isóbatas (25 a 3.000 m de
profundidade), contemplando cinco transectos (A, E, G, H e I) e dois cânions:
Almirante Câmara e Grussaí.
5.1 PARÂMETROS DE SUPORTE
5.1.1 Distribuição Granulométrica
A distribuição granulométrica dos sedimentos superficiais foi dividida em
cinco classes: argila (Ɵ < 0,004 mm), silte (0,06 mm < Ɵ < 0,004 mm), areia
fina (0,06 mm < Ɵ < 0,2 mm), areia média (0,2 mm < Ɵ < 0,6 mm) e areia
grossa (0,6 mm < Ɵ < 2 mm) (Figura 8 e 9).
Figura 8 - Distribuição granulométrica (%) ao longo dos transectos da bacia de Campos, com as respectivas simbologias: silte em preto, argila em cinza escuro, areia fina em branco, areia média em cinza claro e areia grossa em marrom.
56
Continuação Figura 8 - Distribuição granulométrica (%) ao longo dos transectos da bacia de Campos, com as respectivas simbologias: silte em preto, argila em cinza escuro, areia fina em branco, areia média em cinza claro e areia grossa em marrom. Obs: Não ocorreram coletas nas estações E6, E7, E12, G6 e G7.
57
Continuação Figura 8 - Distribuição granulométrica (%) ao longo dos transectos da bacia de Campos, com as respectivas simbologias: silte em preto, argila em cinza escuro, areia fina em branco, areia média em cinza claro e areia grossa em marrom. Obs: Não ocorreram coletas nas estações H12 e I12.
58
Figura 9 - Distribuição granulométrica (%) ao longo dos cânions Almirante Câmara e Grussaí, com as respectivas simbologias: silte em preto, argila em cinza escuro, areia fina em branco, areia média em cinza claro e areia grossa em marrom. Obs: Não ocorreu coleta na estação CANG6.
Na plataforma ocorreu uma maior participação das frações areia média e
grossa, com destaque significativo para os transectos E, G e H. A estação I1
demonstrou uma maior contribuição de areia grossa, com aproximadamente 82
%. Para a fração areia fina o mais alto teor foi identificado na estação A2 (88
%) e na fração areia média estação G2 (70 %).
As frações silte e argila dos sedimentos superficiais apresentaram um
perfil de distribuição semelhante em função de seu distanciamento da costa,
principalmente a partir da isóbata de 400 m, ocorrendo com predominância de
finos. A exceção verificada foi para a estação G12 com contribuição de 49 %
para a fração silte+argila (Figura 10). Os cânions Almirante Câmara e Grussaí
apresentaram um padrão de distruibuição granulométrica homogêneo, com
predominância de finos.
59
Figura 10 - Distribuição granulométrica das frações silte+argila e areia (%) dos cânions e todos os transectos agrupados espacialmente em plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers e extremos (asterisco).
De forma geral, as estações localizadas na plataforma continental, mais
próximas da costa, indicaram uma heterogeneidade e enriquecimento de
material mais grosseiro, com contribuição média de areia de aproximadamente
Plat Tal Ass Canyon0
20
40
60
80
100S
ilte+
Arg
ila (
%)
Plataforma Talude Assoalho Cânions
Plat Tal Ass Canyon
0
20
40
60
80
100
Are
ia (%
)
Plataforma Talude Assoalho Cânions
60
69 %. Nos cânions e ao longo de todos os transectos da bacia de Campos
foram observados a predominância da fração silte+argila nas estações
localizadas no talude e assoalho oceânico, com contribuição relativa superior a
80 % em sua maioria, com destaque para as estações A11 e E11 com 100 %
de contribuição.
5.1.2 Área Superficial
Para as amostras do talude observou-se uma maior variabilidade na
distribuição da área superficial com amplitude de 2,44 m2 g-1 (estação I9) a 28,5
m2 g-1 (estação A8) (Figura 11).
Figura 11 - Área superficial (m2
g-1
) dos cânions e todos os transectos agrupados espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers e extremos.
B
Plat Tal Ass Canyon0
5
10
15
20
25
30
Áre
a S
uperf
icia
l (m
2 g
-1)
Plataforma Talude Assoalho Cânions
61
5.1.3 Carbonato Total
Uma significativa variabilidade foi observada na plataforma continental
com intervalo de 2,29 a 81,8 % de carbonato, com as menores concentrações
observadas nos pontos amostrados mais próximos à costa (Figura 12).
Figura 12 - Contribuição relativa do carbonato total (%) dos cânions e todos os transectos agrupados espacialmente, plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers (círculo) e extremos.
O perfil de distribuição do teor de carbonato em função do
distanciamento da costa mostrou que as maiores concentrações estão
localizadas no limite de transição plataforma-talude e talude-assoalho. Na
interface plataforma-talude os valores alcançaram aproximadamente 75 % de
carbonato, a exceção foi estação I5 com 48 %.
Plat Tal Ass Canyon0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Carb
T (
%)
Plataforma Talude Assoalho Cânions
62
5.2 COMPOSIÇÃO ELEMENTAR
5.2.1 C, N, P, S
As maiores concentrações de COT e NT foram detectadas para as
estações no talude e cânions, entretanto as maiores razões (C:N)a foram da
plataforma, principalmente nas isóbatas de 25 e 50 m (Figura 13 e 14).
Figura 13 - Concentração de carbono orgânico e nitrogênio total (%) dos cânions e todos os transectos agrupados espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers (círculo) e extremos.
Plat Tal Ass Canyon0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
NT
(%)
Plataforma Talude Assoalho Cânions
Plat Tal Ass Canyon0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
CO
T (%
)
Plataforma Talude Assoalho Cânions
63
A maior variação de COT e NT ocorreu para o talude, respectivamente,
intervalos de 0,65 a 1,77 % e 0,11 a 0,33 %. Assim como os valores medianos
de COT e NT do talude foram os mais elevados, respectivamente, 1,16 e 0,22
%. A plataforma foi responsável pela maior variação na razão (C:N)a foi 5,31 a
11,5 e a mediana mais elevada para este parâmetro ocorreu nos cânions 8,58
(Figura 14).
Figura 14 - Razão (C:N)a dos cânions e todos os transectos agrupados espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers (círculo) e extremos.
Novamente, a maior variabilidade nos teores de fósforo e enxofre total
foi atribuída à plataforma continental, respectivamente, com amplitude de 0,01
a 0,09 % e 0,01 a 0,22 % (Figura 15).
As concentrações de fósforo e enxofre totais não apresentaram um perfil
de distribuição espacial definido, e de forma geral as concentrações foram
próximas. Os maiores teores de PT e ST ocorreram no transecto E, I e cânions,
com destaque para a estação I3 com 0,09 % de PT e 0,22 % de ST em E11. Já
o assoalho foi responsável pela maior variabilidade na razão (N:P)a foi 3,50 a
Plat Tal Ass Canyon0
2
4
6
8
10
12
14
16
(C:N
)a
Plataforma Talude Assoalho Cânions
64
12,5 e a mediana mais elevada para este parâmetro ocorreu no talude 7,74
(Figura 16).
Figura 15 - Concentração de fósforo e enxofre total (%) dos cânions e todos os transectos agrupados espacialmente, plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers (círculo) e extremos.
Plat Tal Ass Canyon0.00
0.02
0.04
0.06
0.08
0.10
0.12
0.14
0.16
0.18
0.20
0.22
0.24
ST
(%
)
Plataforma Talude Assoalho Cânions
Plat Tal Ass Canyon0.00
0.02
0.04
0.06
0.08
0.10
0.12
PT
(%)
Plataforma Talude Assoalho Cânions
65
Figura 16 - Razão (N:P)a dos cânions e todos os transectos agrupados espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers e extremos (asterisco).
5.2.2 Composição Isotópica de Carbono e Nitrogênio
De forma geral, as razões isotópicas de C foram sem diferenciação
espacial e com valores similares na faixa de -23,0 a -21,0 ‰, destas as
maiores contribuições ocorreram para os cânions e as estações I3 e I4. A
exceção para este perfil de distribuição foi observado para a plataforma
continental, responsável por uma maior variação com amplitude de -27,4 ‰ a -
20,8 ‰ (Figura 17).
Plat Tal Ass Canyon0
2
4
6
8
10
12
14
16
18(N
:P)a
Plataforma Talude Assoalho Cânions
66
Figura 17 - Composição isotópica de carbono (‰) dos cânions e todos os transectos agrupados espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers (círculo) e extremos.
A razão isotópica de N demonstrou a seguinte distribuição decrescente,
com base em seus valores medianos: assoalho (5,67 ‰) > talude (5,54 ‰) >
cânions (4,98 ‰) > plataforma (4,39 ‰). A maior variabilidade esteve presente
na plataforma com intervalos de nd a 6,55 ‰, onde muitas de suas amostras
apresentaram valores menores que os limites detecção (Figura 18).
Plataforma Talude Assoalho Cânions
67
Figura 18 - Composição isotópica de nitrogênio (‰) dos cânions e todos os transectos agrupados espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers e extremos.
5.2.3 Lignina Total (L8) e Grupos Fenólicos
Os fenóis da lignina são descritos de duas maneiras: (1) a partir das
concentrações individuais dos grupos vanilil (V), siringil (S), cinamil (C) e p-
Hidroxi (P) e o somatório dos grupos V + S + C identificados pela letra L,
ambos expressos em unidades de mg 100mg-1 de carbono orgânico (CO) e (2)
das razões entre as concentrações de fenóis da lignina. Cada grupo individual
dos fenóis consiste em dois ou três compostos, sendo V, S e P apresentando
formas cetônica, aldeídica, e ácida. Ressaltamos que o grupo P não está
incluído em λ pelo fato de dois de seus três fenóis estarem presentes tanto em
tecidos lignificados como também em organismos planctônicos (HEDGES,
1975).
Plat Tal Ass Canyon0
1
2
3
4
5
6
7
8
15 N
(‰
)
Plataforma Talude Assoalho Cânions
68
A maior variação de lignina total (L8) foi observada para a plataforma
continental 0,101 a 1,218 mg 100mgCorg-1, cujas maiores concentrações de
lignina foram observadas para o transecto A e I, 1,218 mg 100mgCorg-1 (A3) e
1,020 mg 100mgCorg-1 (I3 e I4), respectivamente. Nos cânions a distribuição de
L8 foi homogênea com mediana de 0,210 mg 100mgCorg-1 (Figura 19).
Figura 19 - Concentração de lignina total (mg 100mgCorg-1
) dos cânions e todos os transectos agrupados espacialmente plataforma, talude e assoalho oceânico, com suas mediana, mínimo-máximo, outliers e extremos.
A distribuição relativa média, desvio padrão e intervalo dos grupos V, S,
C, respectivamente, foram: transecto A (grupo V 48,3 % ± 6,39, amplitude de
34,7 a 59,1 %; S 31,5 % ± 7,38, amplitude de 14,2 a 42,3 %; C 20,2 % ± 9,45
amplitude de 7,36 a 39,3 %); transecto E (grupo V 46,8 % ± 7,51, variando de
39,0 a 62,4 %; S 35,1 % ± 4,90, variando de 28,3 a 41,9 %; C 18,1 % ± 7,08,
variando de 7,57 a 32,7 %); transecto G (grupo V 50,1 % ± 4,16, variando de
45,0 a 57,3 %; S 38,3 % ± 2,89, variando de 34,5 a 43,1 %; C 11,7 % ± 2,02,
variando de 8,12 a 15,2 %); transecto H (grupo V 53,5 % ± 4,89, variando de
Plat Tal Ass Canyon0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
L8 (
mg 1
00m
gC
org
-1)
Plataforma Talude Assoalho Cânions Plataforma Talude Assoalho Cânions
69
45,1 a 62,7 %; S 36,6 % ± 2,90, variando de 28,9 a 39,1 %; C 9,91 % ± 2,85,
variando de 5,89 a 16,6 %); transecto I (grupo V 50,0 % ± 7,49, intervalo de
42,0 a 68,5 %; S 36,0 % ± 8,19, intervalo de 23,7 a 44,8 %; C 14,0 % ± 6,59,
intervalo de 6,08 a 27,4 %) (Figura 20).
Figura 20 - Distribuição relativa (%) dos grupos fenólicos da lignina em barras (C - cinza, S - preto, V - branco) e concentração total de lignina normalizado pelo Corg em linha preta (mg 100mgCorg
-1) ao longo dos transectos A, E, G, H e I da bacia de Campos.
70
Continuação da Figura 20 - Distribuição relativa (%) dos grupos fenólicos da lignina em barras (C - cinza, S - preto, V - branco) e concentração total de lignina normalizado pelo Corg em linha preta (mg 100mgCorg
-1) ao longo dos transectos A, E, G, H e I da bacia de Campos.
71
Continuação da Figura 20 - Distribuição relativa (%) dos grupos fenólicos da lignina em barras (C - cinza, S - preto, V - branco) e concentração total de lignina normalizado pelo Corg em linha preta (mg 100mgCorg
-1) ao longo dos transectos A, E, G, H e I da bacia de Campos.
72
A distribuição relativa média, desvio padrão e intervalo dos grupos V, S,
C, respectivamente, para os cânions foram: CANAC (grupo V 55,0 % ± 5,71,
intervalo de 34,7 a 59,1 %; S 31,5 % ± 7,38, intervalo de 14,2 a 42,3 %; C 20,2
% ± 9,45 intervalo de 7,36 a 39,3 %); CANG (grupo V 46,8 % ± 7,51, oscilando
de 39,0 a 62,4 %; S 35,1 % ± 4,90, oscilando de 28,3 a 41,9 %; C 18,1 % ±
7,08, oscilando de 7,57 a 32,7 %) (Figura 21).
Figura 21 - Distribuição relativa (%) dos grupos fenólicos da lignina em barras (C - cinza, S - preto, V - branco) e concentração total de lignina normalizado pelo Corg em linha preta (mg 100mgCorg
-1) ao longo dos cânions Almirante Câmara e Grussaí.
73
5.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA: COMPONENTES PRINCIPAIS
O resultado da ACP demonstrou as principais forçantes que controlam a
variabilidade dos parâmetros que determinam os processos e as fontes de
materiais para a bacia de Campos. A componente 1 explica 26,0 % da
variabilidade dos dados e a componente 2, 16,4 %, totalizando 42,4 % dos
dados explicados por essas duas componentes. Os 58 % restantes foram
distribuídos entre 10 outras componentes, aonde não foram destacadas
explicabilidades discordantes das duas primeiras.
A projeção polar das cargas das variáveis associadas às duas primeiras
componentes mostra a ordenação dos vetores das variáveis no espaço,
destacando grupamentos distintos por quadrante (Figura 22).
74
Figura 22 - Projeção espacial das feições topográficas da bacia de Campos (parte superior, onde: P- plataforma, T- talude, C- cânions, A- assoalho) com a ordenação dos vetores dos parâmetros de suporte e composição orgânica nas componentes principais (parte inferior, onde: A- areia, S+A- silte e argila, Carbt- carbonato total, CN- razão (C:N)a, NP- razão (N:P)a, SV- razão S/V, CV- razão C/V, AcAl- razão (Ac/Al)v, 13C e 15N- razão isotópica C e N).
S+A
A
AS
CarbT
CN NP
13C
15N
CV
SV
AcAl
L8
-1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0
Fator 1 : 26.00%
-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0
Fato
r 2 :
16.3
5%
S+A
A
AS
CarbT
CN NP
13C
15N
CV
SV
AcAl
L8
75
A projeção dos escores das duas componentes principais mostra a
ordenação dos pontos de amostragens, indicando nitidamente a formação de
três grupos ordenados, sendo um primeiro localizado à esquerda do eixo 2,
para as amostras dos cânions e estações na região do talude e assoalho. O
segundo, localizado à direita do eixo 2, para as amostras situadas na zona rasa
da plataforma continental (isóbatas de 25 a 50 m). Já o terceiro grupo, no
quadrante acima do eixo 1, foram agrupados os pontos amostrados na zona de
transição, na plataforma mais profunda e próxima ao talude (Tabela 3).
Tabela 3 - Grupos, amostras, parâmetros e componentes obtidos na ACP.
Grupo Amostras Parâmetros Componente
1 Talude/ Cânions
/Assoalho
15N, Área Superficial, (N:P)a, CarbT Esquerda, eixo 2
2 Plataforma Rasa Silte+Argila, Areia, 13C,
(Ac/Al)V, (C:N)a Direita, eixo 2
3 Plataforma Profunda L8, C/V, S/V Acima, eixo 1
Para as variáveis ambientais caracterizadas nos sedimentos das
diferentes estações destacamos a projeção dos escores também em três
grupos, que foram relacionados ao grupamento das amostras. No primeiro
grupo, estão presentes as amostras de granulometria mais fina, com os
maiores teores de MO de origem autóctone e menores valores de lignina total.
No segundo e terceiro grupos, na plataforma continental, ocorreu maior
presença de MO terrígeno. Onde, foram registrados os maiores teores de
lignina em sedimentos mais arenosos, possivelmente pelo maior recebimento
do aporte continental, principalmente do rio Paraíba do Sul. Ainda no terceiro
grupo, encontramos na zona de transição plataforma-talude uma região de
mistura de fontes continente-oceano, evidenciando a continuidade do tranporte
da MO das regiões rasas para as mais profundas (associado aos grupos
fenólicos da lignina).
Os resultados da PCA para todas as amostras foram tratados
estatisticamente visando melhorar a definição da distribuição espacial da MO
76
ao longo das diferentes feições topográficas da bacia de Campos. Com esse
intuito, os resultados foram considerados numa análise de agrupamento
(método de Ward, distância Euclidiana – que intensifica artificialmente a
distinção dos grupos). Nos dendogramas foram identificados dois grupos
similares de estações por feições topográficas e dois grupos por variáveis
ambientais (Figura 23).
No que diz respeito às feições topográficas ocorreram dois
agrupamentos por características similares, um associando amostras da
plataforma rasa/costeira de alta hidrodinâmica, principalmente na região sobre
influência do Paraíba do Sul, e um representando a zona profunda, através dos
cânions, talude e assoalho.
Já em relação às variáveis ambientais as similaridades ocorreram da
seguinte forma: primeiro grupo para os parâmetros da lignina indicando uma
maior contribuição do material terrígeno, principalmente na zona rasa da
plataforma (Ac/Al, S/V e L8); e o segundo grupo correlacionando indicativos da
contribuição orgânica de origem autóctone (Figura 23).
77
Figura 23 - Dendograma das diferentes feições topográficas da bacia de Campos (P-plataforma, T-talude, A- assoalho, C- cânions) (posição superior), considerando os diferentes parâmetros ambientais estudados (posição inferior).
Alóctone Autóctone
78
6 DISCUSSÃO
6.1 DINÂMICA SEDIMENTAR DA BACIA DE CAMPOS
A distribuição da MO sedimentar ao longo da Bacia de Campos (20-24º
S; 39-42º W), margem continental sul-sudeste do Brasil, decorre do complexo
sistema hidrodinâmico existente na região, dominada pelo fluxo da Corrente do
Brasil, que transporta do norte ao sul águas quentes e oligotróficas e
caracteriza baixos níveis de produção primária fitoplanctônica marinha na
coluna d’água na altura do talude continental. Os componentes desse sistema
são representados pelos seguintes fatores, segundo estudos anteriores
(CALADO et al., 2010; MAHIQUES et al., 2004; MARONE et al., 2010; ROSSI-
WONGTSCHOWSKI; MADUREIRA, 2006; SILVEIRA et al., 2008;
BERNARDES et al., 2012):
ocorrência de vórtices e meandros na Corrente do Brasil e os efeitos
associados ao transporte de materiais e de massas d’água na margem
continental;
quebra de plataforma da ACAS (Água Central do Atlântico Sul) e
ressurgência costeira, próximo a Cabo Frio e do Cabo de São Tomé;
intrusão da ACAS na base da zona fótica em escala regional.
No que diz respeito à ressurgência na região, seus eventos são mais
freqüentes na primavera e verão, com maior intensidade registrada na altura de
Cabo Frio (23º S), ocorrentes tanto próximo à costa como na quebra de
plataforma, da Água Central do Atlântico Sul, caracterizada por baixas
temperaturas e altas concentrações de nutrientes. Sua influência se estende
por centenas de quilômetros na plataforma (LORENZZETTI, GAETA, 1996;
CAMPOS et al., 2000; SILVEIRA et al., 2000; BERNARDES et al., 2012), com
efeito significativo sobre a produção pelágica e bentônica em escalas espacial
e temporal (SUMIDA et al., 2005; DE LEO; PIRES-VANIN, 2006; GUENTHER
et al., 2008; MCMANUS et al., 2007; YOSHINAGA et al., 2008; CORDEIRO,
2011; GIANI et al., 2012).
79
A grande variabilidade hidrodinâmica na região ocorre em função do
regime de ventos e das condições climáticas, como a passagem de sistemas
frontais nestes locais.
Outro importante fator a ser considerado nos processos de formação e
dinâmica sedimentar da bacia de Campos são as alterações no nível do mar ao
longo dos 12.000 e 14.000 anos. A maior parte dos sedimentos da bacia, na
região do talude, assoalho e cânions (isóbatas de 400 a 3000 m), são de
formação antiga e pouco trabalhado pelas correntes, seus sedimentos são
relictos. Já a plataforma continental (isobátas de 25 a 150 m) é caracterizada
por sedimentos modernos derivados do aporte fluvial e estão em constante
retrabalhamento, na margem continental são aprisionadas as partículas
sedimentares de granulometria mais grosseira, em detrimento aos finos que
são transportados ao longo do oceano aberto (MACHADO et al., 2004).
Estudos anteriores realizados no nordeste do Brasil indicam uma dinâmica da
origem sedimentar similar a encontrada na bacia de Campos (KNOPPERS et
al., 2006).
De forma geral, estudos indicam que a MO sedimentar da Bacia de
Campos é predominantemente de origem autóctone, com pouca influência de
aportes continentais, uma vez que apenas rios de pequeno ou médio porte
deságuam nesta região (EKAU; KNOPPERS, 1999).
Entretanto, segundo Souza et al. 2010, através do uso de traçadores
radioativos, a distância que a pluma de sedimentos do RPS pode alcançar
offshore e sua capacidade de influência corresponde à 32 km da costa, na
direção leste, durante a estação chuvosa. Estes estudos determinaram
coeficientes de difusão de aproximadamente 30 km2 d-1 durante a estação seca
(agosto de 2007) e 67 km2 d-1 para a estação chuvosa (março de 2008). Em
relação ao seu alcance, a pluma do rio pode chegar a 16 km em 10 dias
durante o período seco, enquanto que, durante a estação chuvosa atinge
mesma distância em 6 dias, a uma velocidade que varia de 1,6 a 2,6 km d-1.
Outros estudos na mesma região da bacia de Campos, com o uso de
sensoriamento remoto, também corroboram com este perfil de distribuição da
pluma do RPS (OLIVEIRA et al., 2012).
80
As amostras coletadas na zona rasa da plataforma, entre as isóbatas de
25 a 50 m, apresentaram as menores áreas superficiais. A plataforma
continental é marcada por uma maior heterogeneidade granulométrica e a
predominância da participação de grosseiros (areia média e grossa),
corroborando com trabalhos anteriores que classificam esta região como
tipicamente arenosa (REZENDE et al., 2011).
De forma geral, as maiores áreas superficiais ocorreram na região do
talude, principalmente ao norte da bacia de Campos (Figura 24).
Figura 24 - A área superficial (m2 g
-1) dos sedimentos das diferentes estações amostradas,
considerando-se os distanciamentos da costa.
As estações amostradas foram marcadas por uma correlação positiva
significativa entre área superficial e enriquecimento de finos (silte (n = 59; rs =
0,70; p < 0,05), argila (n = 59; rs = 0,71; p < 0,05), principalmente no talude, a
maior área superficial favorece o potencial de adsorção e preservação da MO
nestes sedimentos (Figura 25).
81
Figura 25 - Correlação entre silte+argila e área superficial dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos.
As estações amostradas nas zonas rasas da plataforma continental,
isóbatas de 25 m a 50 m, com sedimentos predominantemente arenosos foram
consideradas litoclásticas (CaCO3 < 30 %), principalmente nas estações E e I
que apresentam ocorrência de bancos de cascalho (CORDEIRO, 2011). Na
faixa de transição para o talude, a partir da isóbata de 75 m aumenta-se
consideravelmente o teor de carbonato, sendo classificados como sedimentos
bioclásticos (CaCO3 > 30 %). A região do talude, cânions e todo transecto A
apresentaram fundo lamoso, com afloramentos rochosos e falhas geológicas
nas regiões mais profundas dos transectos do norte da bacia (transetos G, H e
I). Os sedimentos do talude e cânions, isóbatas de 400 m a 1.300 m, foram
caracterizados como litobioclásticos (30 % < CaCO3 < 50 %) e o assoalho,
isóbatas de 1.900 m a 3.000 m como biolitoclásticos (50 % < CaCO3 < 70 %),
corroborando com estudos anteriores (CORDEIRO, 2011; FIGUEIREDO JR. et
al., 2011).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 5 10 15 20 25 30
Silt
e+
Arg
ila (
%)
Área Superficial (m2 g-1)
Plataforma Talude Assoalho Cânions
82
A distribuição de CarbT no talude e cânions, que é predominantemente
lamoso, independe dos valores de área superficial (Figura 26).
Figura 26 - Correlação entre carbonato total (%) e área superficial (m2 g
-1) na parte superior,
seguido abaixo pela correlação carbonato e areia (%) dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 5 10 15 20 25 30
Carb
T
(%)
Área Superficial (m2 g-1)
Plataforma Talude Assoalho CanyonCânions
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Carb
T (
%)
Areia (%)
Plataforma Talude Assoalho CanyonCânions
83
6.2 ORIGEM E DIAGÊNESE DA MATÉRIA ORGÂNICA NA BACIA DE
CAMPOS
A composição elementar sofre alterações ao longo dos processos de
transporte e pós-deposicionais (processos diagenéticos recentes), o que
compromete sua aplicação na determinação das fontes de MO. Informações
mais consistentes sobre a origem e o destino da matéria orgânica sedimentada
em ambientes costeiros são obtidas apenas quando a composição elementar
de carbono, nitrogênio e fósforo (C, N e P) é avaliada de forma integrada com
as razões 13C e 15N (MEYERS, 1994; RUTTEMBERG; GOÑI, 1997).
A razão entre o nitrogênio e a disponibilidade de fósforo, pode influenciar
significativamente a produção primária e o metabolismo microbiano, permitindo
uma maior compreensão dos processos biogeoquímicos no ecossistema
marinho (SOLIDOURO et al., 2009; LIPIZER et al., 2011).
Os valores encontrados para a razão (N/P)a e 13C indicam que a
plataforma continental, em geral, é caracterizada por águas oligotróficas, de
baixa produtividade primária, com baixa disponibilidade de MO lábil pela alta
hidrodinâmica, corroborando com a pouca presença de lipídios nesta região,
segundo Cordeiro (2011). A razão N/P ressalta o alto grau de dependência do
aporte de nutrientes continental na plataforma, uma região que sofre forte
influência da variabilidade espaço-temporal (MOZETIC et al., 2010; LIPIZER et
al., 2011). Entretanto, a MO distribuída na bacia de Campos é de origem
predominantemente autóctone, associada à comunidade fitoplanctônica
(CORDEIRO, 2011).
O NT apresentou correlação positiva significativa com COT (n = 59; rs =
0,98; p < 0,05), apresentando indícios de fontes de MO ao longo da deposição
(GONI et al., 2000). Como previamente dito na metodologia foram
descontados, casos ocasionais, a participação do nitrogênio inorgânico do NT,
pois a adsorção do mesmo a partículas finas mascaram a relação C e N
(HEDGES, 1986). Na figura 27 a maior parte das estações amostradas, no
sentido do talude ao assoalho oceânico, a correlação entre COT e NT com
finos foi significativamente positiva (CORDEIRO, 2011).
84
Figura 27 - Correlação entre nitrogênio total e carbono orgânico total (%) dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos, com respectiva equação da reta e R
2.
Ao longo dos transectos trabalhados as maiores concentrações de COT
foram detectadas no transecto A, fato evidenciado em estudos anteriores que
consolidam a porção sul da bacia de Campos como uma das regiões da
margem continental brasileira mais enriquecida em MO (JENNERJAHN et al.,
2010). Com contribuição possivelmente associada à influência do afunilamento
do transporte de material costeiro oriundo das correntes marinhas em direção
ao sul, e principalmente, pela presença de nutrientes provenientes da
ressurgência nesta região, que incrementa a produtividade primária nas
proximidades de Cabo Frio (ROSSI-WONGTSCHOWSKI; MADUREIRA, 2006).
De forma geral, as menores concentrações de COT da plataforma
continental foram similares aos resultados observados no nordeste do oceano
Atlântico NE e em outras áreas oceânicas tipicamente arenosas (SANTOS et
al., 1994; SCHEFUB et al., 2004; GOGOU; STEPHANOU, 2004).
As maiores concentrações de NT e PT nas estações amostradas no
talude e cânions comprovam o aporte de nutrientes proveniente de zonas
relativamente mais rasas para estas áreas, predominância da contribuição
orgânica autóctone, pela comunidade fitoplanctônica (Figura 28). O PT
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00
NT
(%
)
COT (%)
Plataforma Talude Assoalho CanyonCânions
85
apresentou uma correlação positiva significativa com COT (n = 59; rs = 0,65; p
< 0,05).
Figura 28 - Correlação entre fósforo total e carbono orgânico total (%) dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos, com respectiva equação da reta e R
2.
A plataforma continental da bacia de Campos foi caracterizada pela
presença de uma produção primária fitoplanctônica marinha significativa,
corroborando com os dados de clorofila-a (TENENBAUM et al., 2011) e lipídios
(CORDEIRO, 2011) de estudos na Bacia de Campos. Estudos em regiões
costeiras demonstram que regiões dominadas por fluxo de algas, apresentam
maior quantidade de MO fresco, maior concentração de aminoácidos que por
sua labilidade são degradados preferencialmente (JENNERJAHN et al., 1997;
LEE et al., 2004; TESI et al., 2007).
O Porg não é a forma dominante do fósforo em sedimentos marinhos.
Existe uma leve correlação entre PT e finos, possivelmente justificada por dois
processos que podem está ocorrendo ao longo de todo gradiente costeiro
como a oxidação do ferro, bem como a precipitação de minerais autigênicos
(LOUCHOUARNET al., 1997). Estudos ressaltam a concorrência de adsorção
de fosfato e fósforo orgânico em sítios ativos da superfície de sedimentos
marinhos, além da alta afinidade de adsorção do fósforo aos minerais,
0.00
0.02
0.04
0.06
0.08
0.10
0.12
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00
PT
(%
)
COT (%)
Plataforma Talude Assoalho CanyonCânions
86
carbonato de cálcio e ao óxido de ferro em menor proporção (LEIPE et al.,
1999; ZHANG; HUANG, 2007; HUANG; ZHANG, 2011).
Segundo estudos realizados por Rezende et al. (2011) durante o Projeto
Habitats pela equipe da UENF, os parâmetros de suporte que influenciam os
parâmetros orgânicos apresentaram distribuição espacial distinta ao longo do
gradiente batimétrico. Os autores observaram três regiões distintas: uma com
forte influência continental (isóbata de 25 m); outra (isóbatas de 50 m a 150 m)
onde os sinais continentais e tipicamente marinhos se misturaram; e outra
tipicamente marcada pelos sinais marinhos no talude (isóbatas de 400 m a
1.300 m) e assoalho (isóbatas de 1900 m a 3000 m).
A correlação entre ST e COT foi positivamente significativa (n = 59; rs =
0,64; p < 0,05), entretanto indica que o enxofre total é essencialmente
orgânico, pois as linhas de tendência das estações amostradas cruzam o eixo
das ordenadas indicando essa contribuição inorgânica (Figura 29).
Figura 29 - Correlação entre enxofre total e carbono orgânico total (%) dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos, com respectiva equação da reta e R
2.
Os resultados de ST foram semelhantes aos apresentados na
plataforma continental em Cabo Frio, onde a pirita é predominantemente
encontrada sob a forma de frambóides, principalmente associada à fração
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80 1.00 1.20 1.40 1.60 1.80 2.00
ST
(%
)
COT (%)
Plataforma Talude Assoalho CanyonCânions
87
argila (DIAZ et al., 2012). Nesta região os sedimentos foram depositados sob
condições subóxicas e dinâmica nas camadas superficiais sob águas do fundo.
O retrabalho do enxofre parece ser um efeito de rede da hidrodinâmica regional
e bioturbação que intensificam seu ciclo redox, que juntos, contribuem para
determinar o grau de produção de pirita e processos de re-oxidação.
6.3 FONTES E PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO DA MATÉRIA
ORGÂNICA SEDIMENTAR
A opção de usar a razão N/C ao invés da razão C/N na relação com o
13C, é feita para que o denominador comum em ambos os casos seja o
carbono. Assim o resultado obtido será em função do carbono orgânico de
origem terrestre e não do nitrogênio total (PERDUE; KOPRIVNJAK, 2007). De
forma geral, a correlação da composição elementar com a assinatura isotópica
de C das estações amostradas indicou uma mistura de fontes de MO com
predominância da participação autóctone na bacia de Campos (Figura 30),
provavelmente com maior contribuição do fitoplâncton, de acordo com aumento
do sinal isotópico, evidenciando ambientes com baixo aporte de água doce e
maior influência marinha (HEDGES et al., 1997; HALE et al., 2012).
88
Figura 30 - Correlação entre (N:C)a e 13
C (‰) dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos, representada pela mediana e barra de erro padrão.
Neste estudo foi verificado que quanto maior é a disponibilidade de NT
para ciclagem, mais vezes é retrabalhado este elemento, sendo refletido na
maior presença do isótopo mais pesado na estação amostrada, com exceção
de algumas amostras da plataforma (Figura 31). Fato evidenciado em estudos
anteriores (MARTINELLI et al., 1999; MELLO, 2011). O NT apresentou
correlação positiva significativa com 15N (n = 59; rs = 0,40; p < 0,05).
Cânions
89
Figura 31 - Correlação entre NT (%) e 15
N (‰) dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos.
A integração da composição isotópica do carbono e nitrogênio é
amplamente utilizada na identificação de fontes de MO em ecossistemas
aquáticos (BOUILLON et al., 2003; GORDON; GONI, 2003). De forma geral, as
estações amostradas apresentaram uma assinatura isotópica de C mais
positiva, indicando maior influência marinha (MEYERS, 2003).
A bacia de Campos apresentou uma maior variação na assinatura
isotópica do 15N do que 13C. As amostras do talude e assoalho apresentaram
os maiores valores de 15N. Nesta região o sedimento parece ter uma alta
contribuição de MO degradada oriunda da plataforma continental (Figura 32).
Entretanto, as razões isotópicas podem sofrer alterações diagenéticas com a
degradação, comprometendo a interpretação sobre as fontes de MO
(MEYERS, 1994).
No ambiente de transição da interface continente-oceano, plataforma,
geralmente ocorre mistura de duas fontes de MO: uma proveniente da MO
fluvial composta por inúmeras fontes da bacia de drenagem, tais como MO
mais degradada do solo, produção autóctone fluvial e MO derivada de
efluentes domésticos e industriais (MARÍN-GUIRAO et al., 2008); e outra seria
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0 8.0
NT
(%
)
15N (‰)
Plataforma Talude Assoalho CanyonCânions
90
a marinha, composta principalmente de MO autóctone lábil de origem
fitoplanctônica (SIGLEO; MACKO, 2002).
Figura 32 - Correlação entre 13
C e 15
N (‰) dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos, representada pela mediana e barra de erro padrão.
Desta forma, torna-se necessário o uso de marcadores moleculares que
auxiliem a compreensão da biogeoquímica da MO. Os produtos da oxidação
alcalina com CuO são usados para identificar fontes de MO terrestre em
ecossistemas aquáticos, mudanças no uso da terra da bacia de drenagem e
processos de degradação (HEDGES; ERTEL, 1982; THEVENOT et al., 2010;
DITTMAR; LARA, 2001).
Na maior presença de finos nas estações amostradas no talude e
cânions foram apresentados os menores teores de L8 (Figura 33). Todovia, a
lignina não é a forma mais representativa da matéria orgânica nestes
ambientes, dominados pela contribuição autóctone fitoplanctônica,
corroborando com estudos anteriores (TENENBAUM et al., 2011; CORDEIRO,
2011; HALE et al., 2012).
Cânions
91
Figura 33 - Correlação entre L8 (mg 100mgCorg-1
) e Silte+Argila (%) dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos.
Como verificado na figura 34 os maiores teores de L8 ocorreram em
sedimentos mais arenosos na plataforma continental.
Figura 34 - Os teores de L8 (mg 100mgCorg-1
) dos sedimentos das difentes estações amostradas, considerando-se os distanciamentos da costa.
Nesta região a lignina assume maior parcela de relevância em relação à
matéria orgânica total, possivelmente pela maior hidrodinâmica presente que
0.0
0.3
0.5
0.8
1.0
1.3
1.5
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
L8 (m
g 1
00m
gC
org
-1)
Silte+Argila (%)
Plataforma Talude Assoalho CanyonCânions
92
não favorece a disponibilidade do material orgânico de característica lábil,
evidenciando o aporte continental seletivo para este ambiente (BIANCHI et al.,
2007; KEIL et al., 1998; REZENDE et al., 2010; THOMAZELLI, 2010).
A correlação entre L8 e área superficial foi inversamente proporcional,
quanto menor área superficial maior é a concentração de lignina, fato verificado
em sedimentos predominantemente arenosos na plataforma continental da
bacia de Campos (Figura 35), cuja característica pode ser justificada pela
hidrodinâmica que remove a matéria orgânica mais lábil e leve, deixando o
material lenhoso e pesado depositado na matriz sedimentar de granulometria
mais grosseira (TESI et al., 2008). A presença de finos favorece a preservação
e o maior tempo de residência da MO. Estudos anteriores no campo Marlim
Leste da bacia de Campos ressaltam que a taxa de sedimentação é
relativamente baixa na bacia de Campos, com aproximadamente 1,10 cm Ka-1
(centímetros por cada mil anos), com o talude apresentando intervalo de 1,04 a
1,81 cm Ka-1. Desta forma, a dinâmica sedimentar na bacia de Campos ocorre
em um tempo de resposta lento em relação à exposição da MO aos processos
biogeoquímicos na região (OLIVEIRA et al., 2011).
Figura 35 - Correlação entre L8 (mg 100mgCorg-1
) e área superficial (m2 g
-1) com seus
respectivos erros padrão dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos, com respectivas mediana e erro padrão.
Cânions
93
Pela bacia de Campos ser marcada pela predominância da produção
autóctone, principalmente de origem fitoplânctônica, a correlação entre L8 e
COT foi diferente de ambientes de maior contribuição de fonte de MO
tipicamente continental, sendo negativamente significativa (n = 59; rs = -0,26; p
< 0,05). A razão média carbono orgânico por área superficial neste estudo foi
extremamente baixa de aproximadamente 0,97 mg m2, variando de 0.09 em
regiões mais profundas a 5.80 áreas mais rasas (25 - 75 m).
A correlação entre L8 e COT ressaltou a formação de dois diferentes
grupos: as estações amostradas na plataforma continental, com maior teor de
lignina em menor concentração de COT, ressaltando o aporte continental e a
intensa hidrodinâmica na região; e as estações amostradas no talude, cânions
e assoalho possuem maiores concentrações de COT e menores teores de
lignina, onde a corrente não é suficiente para transportar o material de plantas
vasculares de característica mais lenhosa e pesada para as isóbatas mais
profundas, sendo assim este material é depositado na plataforma continental
(Figura 36). Na zona de transição entre plataforma e talude verifica-se que a
mudança na matriz mineral pode ser o fator preponderante para a dinâmica
distribucional da MO na bacia de Campos. O comportamento apresentado
pelos teores lignina em função da quantidade de MO disponível nos
sedimentos foi verificado em estudos anteriores, que ressaltam que o
transporte da lignina na interface continente-oceano é seletivo (SÁNCHEZ-
GARCÍA et al., 2009; HALE et al., 2012).
94
Figura 36 - Correlação entre L8 (mg 100mgCorg-1
) e COT (%) dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos.
Com o intuito de indicar a influência da matriz mineral na distribuição da
MO, foi verificada a concentração de lignina normalizada por carbono orgânico
e peso seco (Figura 37). Nos momentos em que suas concentrações são
inversamente proporcionais, sugerem que pode está ocorrendo mudança na
matriz mineral do sedimento, e este ser o fator preponderante para a
distribuição da MO ser diferenciada em determinada região (GONI et al., 2003).
A lignina normalizada pelo corg e peso seco, em algumas amostras, não
apresentaram o mesmo perfil de distribuição ao longo das diferentes isóbatas,
acompanhando a heterogeneidade granulométrica (mudança da matriz
mineral), principalmente na interface da plataforma continental-talude,
corroborando com Tesi et al. (2007). Entretanto, a correlação apresentada foi
positivamente significativa (n = 59; rs = 0,43; p < 0,05), comportamento similar
aos encontrados em estudos anteriores (COWIE et al., 1992; HEDGES et al.,
1988; PRAHL et al., 1994).
0.0
0.3
0.6
0.9
1.2
1.5
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
L8 (m
g 1
00m
gC
org
-1)
COT (%)
Plataforma Talude Assoalho CanyonCânions
95
Figura 37 - Correlação da L8 normalizada por peso seco (mg 10gPesoseco-1
) e carbono orgânico (mg 100mgCorg
-1) na bacia de Campos, com a respectiva equação da reta e R
2.
Na figura 38 a correlação entre as razões S/V com C/V ambos com
valores referenciais de estudos anteriores (GONI et al., 2003), indicam que a
mistura dos tecidos lenhosos e foliares das angiospermas possuem grande
importância na contribuição da MO de origem continental nos sedimentos
amostrados na bacia de Campos, principalmente na região da plataforma
continental, com suas altas razões S/V para baixas razões C/V, pelos valores
típicos destas plantas (HEDGES; MANN, 1979; LALLIER-VERGES et al., 2008;
PRASAD; RAMANATHAN, 2009; SMITH et al., 2010).
y = 0.1221x + 0.18R² = 0.1146
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4
L8 (10g
Peso
Seco
-1)
L8 (mg 100mgCorg-1)
96
Figura 38 - Correlação entre as razões S/V e C/V dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos, com respectivas mediana e barra de erro padrão. Valores de referência de angiosperma, segundo Gõni et al. (2003).
A razão S/V apresentou correlação positiva significativa com a razão C/V
(n = 59; rs = 0,28; p < 0,05). Comportamento semelhante foi observado para
sedimentos do estuário do RPS em estudo realizado por Ribas 2012, com a
maior contribuição orgânica de tecido lenhoso de angiospermas.
As amostras localizadas nos cânions apresentaram os menores valores
para ambas as razões, pois as concentrações dos grupos C (0,031) e S (0,067)
estiveram proporcionalmente mais baixas em comparação ao grupo V (0,112).
Cânions
97
6.4 COMPOSIÇÃO E DEGRADAÇÃO DOS FENÓIS DA LIGNINA EM
SEDIMENTOS MARINHOS
Os produtos da oxidação da lignina auxiliam na identificação do
predomínio de plantas vasculares na origem da MO sedimentar (HEDGES;
PARKER, 1976), (GONI et al., 2003).
Para avaliar o grau de degradação da MO na área de estudo, foi
utilizado o índice diagenético (Ac/Ad)v. A razão entre a forma ácida e aldeídica
do fenol vanilil, que no processo oxidativo de degradação da lignina transforma
principalmente sua forma aldeídica em ácida (HEDGES et al., 1988; HEDGES;
PRAHL, 1993). A razão demonstrou que os fenóis de lignina estão degradados
na bacia de Campos, aproximadamente 97 % das estações, a razão (Ac/Ad)v
foi maior que 0,4, o que caracteriza a degradação diagenética (GOÑI et al.,
1995; GORDON; GOÑI, 2004). De forma geral, quanto menor a concentração
de COT o valor desse índice aumenta (Figura 39).
Figura 39 - Correlação entre (Ac/Al)V e COT (%) dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos.
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
(Ac/A
l)V
COT (%)
Plataforma Talude Assoalho CanyonCânions
98
A biodegradação da lignina ocorre por enzimas extracelulares, como a
lignina peroxidase (LiP) e manganês peroxidase (MnP), resultando na
diminuição da concentração da mesma através da mineralização e/ou
transformações (alteração de sua estrutura inicial) em produtos não
característicos da lignina (THEVENOT et al., 2010). A etapa inicial de
mineralização da molécula da lignina consiste na quebra do anel aromático
(TUOR et al., 1995). Devido a clivagem da ligação Cα-Cβ das unidades
fenilpropanóide e a oxidação de compostos degradados, unidades de ácido
carboxílico aumentam comparadas as unidades de aldeído, os quais levam ao
aumento da razão Ac/Al dos grupos V e S (DITTMAR; LARA, 2001).
A lignina não pode ser quebrada por enzimas hidrolíticas, por conta do
tipo de ligação química e a sua complexidade, diferente de outros polimeros
naturais (proteinas, celulose) (HOFRITCHER, 2002; YÜCEL et al., 2013). No
decorrer da evolução, somente alguns organismos são capazes de degradar a
lignina, como algumas espécies de bactérias como Streptomyces sp. ou
Nocordia sp. e fungos, especialmente os basidiomicetos “white-rot”, “brown-rot”
e “soft-rot”. A maior parte destes organismos alteram a estrutura da lignina,
mas o basidiomiceto “white-rot” tem preferência na mineralização da molécula
de lignina de angiospermas, enquanto que os fungos “brown-rot” apresentam
preferência por plantas de climas temperado (gimnospermas) (TUOR et al.,
1995; THEVENOT et al., 2010).
Segundo estudos anteriores, a maior parte da MO depositada em
regiões costeiras provenientes do transporte da interação continente-oceano é
caracterizada como material "envelhecido", provavelmente associado à
degradação preferencial da fração lábil marinha em detrimento ao material
terrígeno refratário e ao processo de desnudação continental, que pode
introduzir carbono orgânico antigo nestas regiões (BLAIR et al., 2003;
GORDON; GOÑI, 2004; ALLER; BLAIR, 2004; YÜCEL et al., 2013).
Estudos realizados no baixo Paraíba do Sul no estado do Rio de Janeiro,
com a técnica da ultrafiltração tangencial, revelaram que a MO na forma de
material particulado fino (0,1 µm < MPF < 63 µm) foi a forma de maior
relevância para o transporte, ciclagem e dinâmica da MO no sistema hídrico do
RPS e sua interface com o oceano. O MPF apresentou 90% de contribuição
99
relativa em base volumétrica, em detrimento as formas grosseiras MPG > 63
µm, e ultradissolvidas entre 0,001 µm < MDU < 0,1 µm). Dentre as formas de
MO particulada, o MPF explica sua fonte associada às partículas transportadas
e de origem terrígena dos processos de erosão e escoamento superficial dos
solos de sua bacia de drenagem, com intensificação nos momentos de alta
vazão do RPS. Entrentanto, a mudança do uso da terra, com o aumento
significativo das áreas de pastagens, ainda é incorporado de forma lenta e
gradativa no sinal da composição elementar e isotópica do MPS (BERNARDES
et al., 2004; MACIEL, 2005). Ainda no que diz respeito, a mudança do uso da
terra e seu efeitos diretos no ecossistema aquático, estudos realizados com
black carbon evidenciaram que a contribuição dos solos do bioma Mata
Atlântica para a plataforma continental é cada vez mais significativo,
favorecidos pela intensificação dos processos de erosão e escoamento
superficial nos períodos chuvosos (DITTMAR et al., 2012).
Os transectos mais próximos ao rio Paraíba do Sul (E, G, H)
apresentaram o maior índice de degradação, devido provavelmente ao
retrabalhamento da matéria orgânica no processo de transporte, confrontada
com os menores teores de lignina (Figura 40).
Figura 40 - Os índices de degradação (Ac/Al)V dos sedimentos das difentes estações amostradas, considerando-se os distanciamentos da costa.
0.000
0.200
0.400
0.600
0.800
1.000
1.200
1.400
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250
(Ac/
Al)
V
Distância da Costa (km)
Plat A Tal A Asso A Plat E Tal E Asso E Plat G Tal G Asso G
Plat H Tal H Asso H Plat I Tal I Asso I CANAC CANG
100
Vale evidenciar, que ao longo das feições topográficas o indíce de
degradação se mantém alto, apontando possivelmente evidências do aporte de
MO de zonas rasas em direção as zonas mais profundas (Figura 41). A razão
(Ac/Al)V apresentou correlação negativamente significativa com COT (n = 59; rs
= -0,27; p < 0,05).
Figura 41 - Correlação entre (Ac/Al)V e L8 (mg 100mgCorg-1
) dos sedimentos superficiais das estações amostradas na bacia de Campos.
Dessa forma, Tareq et al. (2004) desenvolveram uma equação para
definir um novo índice (LPVI – Índice de Fenol de Lignina da Vegetação)
usando a composição dos fenóis de lignina para identificar as mudanças na
vegetação. Para calcular este índice, os grupos S, V e C são expressos em
porcentagem (%) em relação ao total de lignina (λ8). A tabela 4 mostra a média
e a variação do LPVI segundo Tareq et al. (2004). A equação para o calculo do
LPVI é mostrada abaixo:
LPVI=[{S(S+1)/(V+1)+1}×{C(C+1)/(V+1)+1}]
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
0.0 0.3 0.6 0.9 1.2 1.5
(Ac/A
l)V
L8 (mg 100mgCorg-1)
Plataforma Talude Assoalho CanyonCânions
101
Tabela 4 - Dados médios e amplitude do LPVI, segundo Tareq et al. (2004).
Apesar da lignina representar apenas uma pequena fração do total da
carga orgânica transportada e processada ao longo da bacia de Campos foram
calculados os valores do índice LPVI (Índice de Fenol de Lignina da
Vegetação) para as diferentes feições topográficas (Tabela 5).
De forma geral, seus valores foram próximos às fontes orgânicas
proveninentes de tecido lenhoso (LPVI = 181 a 415) e foliar de angiospermas
(LPVI > 415), plantas C3, provenientes da zona de mata Atlântica, somado ao
material do manguezal presente no estuário do RPS (LPVI = 190 a 414). De
acordo com estudo de Ribas (2012), que ressalta que a bacia de drenagem do
RPS passa por constante mudança no uso da terra, o sinal isotópico (C e N),
os grupos fenólicos da lignina (C, S, V) e o índice LPVI presente nos
sedimentos do estuário ainda não acusaram a incorporação da matéria
orgânica das culturas de pastagem e cana de açúcar, com conservação da
assinatura biogeoquímica da vegetação original. Este comportamento foi
compartilhado também no presente estudo na bacia de Campos. Os resultados
de LPVI da bacia de Campos também foram semelhantes aos encontrados na
Baia de Sepetiba (REZENDE et al., 2010) e diferentes estudos em regiões
costeiras (BIANCHI; ALLISON, 2009; GOMEZ et al., 2007; INAGAKI et al.,
2009; SÁNCHEZ-GARCÍA et al., 2009; SMITH et al., 2012), que descrevem
que biomarcadores preservados em sedimentos marinhos, possibilitam um
registro de longo prazo dos ecossistemas terrestres. O desmatamento e as
mudanças do uso da terra ocorrem em escalas de tempo decadal, cuja
assinatura deposicional pode ocorrer lentamente ao longo de décadas.
102
Tabela 5 - Concentração de fenóis derivados da lignina e razão entre parâmetros (média ± desvio padrão) em amostras de sedimentos da bacia de Campos ao longo das diferentes feições topográficas. Valores de concentração em mg 100 mgCorg
-1.
Bacia de Campos
Parâmetros Plataforma Talude Assoalho Cânions
L8 (mg 100mgCorg-1) n=25 n=15 n=12 n=7
Vanilina 0.11 ± 0.06 0.07 ± 0.06 0.07 ± 0.05 0.05 ± 0.01
Acetovanilona 0.08 ± 0.06 0.05 ± 0.02 0.06 ± 0.04 0.02 ± 0.01
Ácido Vanílico 0.08 ± 0.04 0.04 ± 0.02 0.06 ± 0.04 0.04 ± 0.01
V 0.27 ± 0.15 0.16 ± 0.09 0.18 ± 0.12 0.11 ± 0.03
Siringaldeído 0.08 ± 0.06 0.06 ± 0.05 0.06 ± 0.06 0.03 ± 0.01
Acetosiringona 0.07 ± 0.07 0.04 ± 0.02 0.04 ± 0.03 0.02 ± 0.01
Ácido Siríngico 0.06 ± 0.04 0.03 ± 0.01 0.04 ± 0.04 0.02 ± 0.01
S 0.21 ± 0.15 0.12 ± 0.08 0.14 ± 0.12 0.07 ± 0.03
Ácido trans-p-cumárico 0.04 ± 0.03 0.02 ± 0.01 0.04 ± 0.08 0.01 ± 0.01
Ácido trans-ferúlico 0.05 ± 0.04 0.02 ± 0.01 0.04 ± 0.04 0.02 ± 0.01
C 0.08 ± 0.06 0.04 ± 0.01 0.07 ± 0.08 0.03 ± 0.02
L8 0.56 ± 0.35 0.32 ± 0.17 0.40 ± 0.31 0.21 ± 0.07
C/V 0.33 ± 0.19 0.26 ± 0.14 0.34 ± 0.23 0.28 ± 0.15
S/V 0.73 ± 0.19 0.73 ± 0.12 0.71 ± 0.19 0.60 ± 0.16
(Ac/Al)v 0.75 ± 0.14 0.64 ± 0.18 0.79 ± 0.13 0.81 ± 0.18
LPVI* 183 ± 134 135 ± 92 226 ± 270 141 ± 140
Segundo estudos desenvolvidos em ambientes costeiros, ocorre
predominância dos grupos fenólicos V, seguidos por S e C. Dentre estes suas
formas ácidas apresentam-se em maiores concentrações nestes ambientes,
por conta da maior degradação que ocorre com a MO ao longo do seu
transporte pela interface continente-oceano, onde as formas lábeis são
preferencialmente alocadas na cadeia alimentar, possibilitando um
retrabalhamento intenso da MO orgânica transportada (HERNES et al., 2007).
De acordo com Tareq et al. (2004) a relação entre razões dos fenóis de
lignina (S/V x C/V) não fornecem um espectro de resolução clara das
mudanças na vegetação de ecossistemas tropicais, devido a grande
heterogeneidade de vegetação, assim como, as diferentes reatividades
diagenéticas dos grupos cinamil, siringil e vanilil (C>S>V) durante o transporte
ao longo do ambiente antes da deposição do sedimento.
O estudo de Ribas (2012) ressalta que os resultados de composição
isotópica, fenóis de lignina e LPVI permitiram avaliar que o sinal da nova
vegetação (vegetação C4) é claramente detectado nos solos da bacia de
103
drenagem do rio Paraiba do Sul, apesar destes solos ainda possuírem
predominância da assinatura geoquímica da vegetação anterior (LPVI = 157,
vegetação C3). A diagênese avançada da matéria orgânica de origem foliar da
vegetação C4 proporcionou inferência sobre as mudanças da matéria orgânica
destes solos e sedimentos. Isto sugere que mesmo após a retirada da
vegetação a bacia de drenagem continua a exportar a “assinatura” da cobertura
original (MARTINELLI et al., 1999; KRUSCHE et al., 2002; BERNARDES et al.,
2004; BLAIR et al., 2004; TAREQ et al., 2004; RIBAS, 2012).
Os grupos fenólicos da lignina ainda indicam que a baixa proporção das
razões C/V e S/V pode indicar a presença de lignina remanescente da
vegetação de mata que apresenta reduzida concentração das unidades cinamil
(HEIM et al., 2010). Alguns autores têm avaliado que os fenóis dos grupos S e
C são mais reativos que aqueles do grupo V, sendo perdidos numa taxa maior
durante a diagênese recente de tecidos vegetais (DITTMAR; LARA, 2001).
Estudos corroboram com a decomposição preferencial ao longo dos grupos
fenólicos da matéria orgânica, unidades cinamil são degradadas
prioritariamente, seguidas pelas unidades siringil e vanilil, respectivamente
(BENNER et al., 1990; OPSAHL; BENNER, 1995; HEIM et al., 2010).
A tabela 6 apresenta de forma comparativa os teores dos compostos
fenólicos normalizados por sedimento seco dos transectos e cânions dispostos
de norte a sul da bacia de Campos.
A distribuição decrescente da MO terrígena representada pela lignina
total (mg 10gPesoseco-1) foi: trans I > trans A > cânions > trans E > trans G >
trans H. Os extremos norte (na região do talude) e sul (nas isóbatas de 75-150
m no banco de lamas próximo a região da ressurgência) da bacia de Campos
se destacam com as maiores concentrações, o primeiro justificado pelo aporte
continental do rio Doce e fluxos dos demais rios ao norte ao longo da costa, já
o segundo associado a contribuição do aporte fluvial do RPS que direciona sua
pluma em direção ao sul, os cânions apresentaram concentrações similares a
região do talude dos transectos E e adjacentes G e H.
104
Bac
ia d
e C
amp
os
Tra
nse
cto
s
Par
âmet
ros
A
E
G
H
I C
anyo
ns
L8
(m
g 1
0gP
eso
seco
-1)
n=
12
n=
8 n
=10
n
=11
n
=11
n
=7
Van
ilina
0.
06 ±
0.0
6 0.
05 ±
0.0
7 0.
05 ±
0.0
2 0.
05 ±
0.0
2 0.
09 ±
0.1
2 0.
06 ±
0.0
2
Ace
tova
nilo
na
0.04
± 0
.02
0.03
± 0
.03
0.04
± 0
.01
0.03
± 0
.02
0.06
± 0
.05
0.03
± 0
.01
Áci
do V
aníli
co
0.03
± 0
.02
0.03
± 0
.02
0.04
± 0
.01
0.04
± 0
.01
0.04
± 0
.04
0.05
± 0
.02
V
0.13
± 0
.10
0.12
± 0
.11
0.12
± 0
.04
0.12
± 0
.05
0.19
± 0
.20
0.15
± 0
.05
Siri
ngal
deíd
o 0.
05 ±
0.0
5 0.
05 ±
0.0
6 0.
04 ±
0.0
1 0.
03 ±
0.0
1 0.
08 ±
0.1
0 0.
04 ±
0.0
2
Ace
tosi
ringo
na
0.03
± 0
.03
0.03
± 0
.03
0.02
± 0
.01
0.02
± 0
.01
0.05
± 0
.05
0.03
± 0
.02
Áci
do S
iríng
ico
0.02
± 0
.02
0.02
± 0
.02
0.03
± 0
.01
0.02
± 0
.01
0.03
± 0
.03
0.02
± 0
.01
S
0.10
± 0
.10
0.10
± 0
.10
0.09
± 0
.03
0.08
± 0
.03
0.16
± 0
.17
0.09
± 0
.05
Áci
do tr
ans-
p-cu
már
ico
0.03
± 0
.04
0.03
± 0
.05
0.01
± 0
.00
0.01
± 0
.00
0.02
± 0
.01
0.02
± 0
.01
Áci
do tr
ans-
ferú
lico
0.02
± 0
.02
0.02
± 0
.02
0.02
± 0
.00
0.01
± 0
.01
0.02
± 0
.01
0.04
± 0
.03
C
0.05
± 0
.05
0.05
± 0
.05
0.03
± 0
.01
0.02
± 0
.01
0.04
± 0
.02
0.06
± 0
.02
L8
0.29
± 0
.22
0.25
± 0
.23
0.24
± 0
.07
0.22
± 0
.09
0.38
± 0
.40
0.28
± 0
.12
C
ân
ion
s
105
Com base na tabela 7, a Bacia de Campos apresenta similariedades
com diferentes áreas que estudam o transporte da MO no oceano, mantendo
sua composição elementar e isotópica de carbono e nitrogênio constante ao
longo das isóbatas, evidenciando a mistura de fontes da MO, com valores de
lignina altos apenas nas zonas rasas mais próximas a costa, isóbatas de 25 -
50 m (GOÑI et al., 2000; MILTNER; EMEIS; 2001; WATERSON; CANUEL,
2008; TESI et al., 2007; TESI et al., 2008; SCHIMIDT et al., 2010).
Vale ressaltar, que foi verificado ainda que nas demais feições
topográficas do oceano o predomínio absoluto da MO é de origem
fitoplanctônica autóctone (CORDEIRO, 2011). No que diz respeito a MO
oriunda da contribuição continental ocorreu predominância da participação de
tecido lenhoso de angiospermas, verificados nas maiores razões S/V e
menores razões C/V. Em relação aos processos de degradação da MO, a
bacia de Campos apresentou índices medianos de (Ac/Al)V ao longo das
isóbatas de 25 a 3000 m com valores semelhantes aos obtidos no Golfo de
Lions por Tesi et al. (2007) e na Nova Zelândia por Smith et al. (2010).
106
Tabela 7 - Composição orgânica dos sedimentos superficiais de diferentes estudos ao longo da interface continente-oceano.
Local Isóbata (C:N)a 13
C 15
N L8 C/V S/V (Ac/Al)V Referência
(m) (‰)
Bacia de Campos (Plataforma) 81 7.55 -23.2 4.51 0.56 0.33 0.73 0.75 Este Estudo
Bacia de Campos (Talude) 899 6.63 -22.4 5.54 0.32 0.26 0.73 0.64 Este Estudo
Bacia de Campos (Assoalho) 2333 6.30 -23.3 5.71 0.40 0.34 0.71 0.79 Este Estudo
Bacia de Campos (Cânion) 822 8.70 -21.6 5.01 0.21 0.28 0.60 0.81 Este Estudo
Margem Liberiana (Banco de Lama) 105 10.4 -23.7 * 0.90 0.18 0.58 0.39
Schmidt et al. (2010)
Margem Liberiana (Plataforma) 106 8.15 -22.7 * 0.38 0.31 0.71 1.75
Schmidt et al. (2010)
Margem Liberiana (Talude) 1150 9.22 -22.7 * 0.19 0.43 1.07 1.09
Schmidt et al. (2010)
Golfo do México (Plataforma) 54 10.0 -22.0 11.0 * * * *
Waterson & Canuel (2008)
Golfo do México (Talude) 79 10.0 -22.0 10.0 * * * *
Waterson & Canuel (2008)
Golfo do México (Cânion) 540 10.0 -22.0 5.00 * * * *
Waterson & Canuel (2008)
Mar Adriático (Plataforma) 81 * -23.1 * 0.81 0.14 0.82 0.52 Tesi et al. (2008)
Mar Adriático (Talude) 600 * -22.6 * 0.38 0.49 1.37 0.90 Tesi et al. (2008) Golfo de Lions (Plataforma) 74 5.94 -23.5 * 0.53 0.20 0.72 * Tesi et al. (2007)
Mar Belt 20 * * * 0.44 0.32 0.74 0.39 Miltner & Emeis
(2001)
Mar Arkona 40 * * * 0.38 0.27 0.58 0.35 Miltner & Emeis
(2001)
Mar Bornholm 70 * * * 0.21 0.52 0.36 0.55 Miltner & Emeis
(2001)
Baía Gdansk 100 * * * 0.39 0.28 0.35 0.41 Miltner & Emeis
(2001)
Mar Gotland 120 * * * 0.28 0.53 0.21 0.47 Miltner & Emeis
(2001)
Golfo da Finlândia 80 * * * 0.48 0.25 0.29 0.33 Miltner & Emeis
(2001)
Golfo da Bothnia 147 * * * 0.39 0.23 0.12 0.60 Miltner & Emeis
(2001)
Plataforma Beaufort 90 11.5 -25.3 * 0.46 0.32 1.04 0.71 Goni et al.
(2000)
107
6.5 DINÂMICA DA MATÉRIA ORGÂNICA NA BACIA DE CAMPOS
A tabela 8 demonstra o comportamento e a distribuição espacial da MO
ao longo das feições topográficas da bacia de Campos. A plataforma é uma
área de hidrodinâmica ativa, caracterizada, principalmente, pela corrente do
Atlântico Sul, presença de vórtices ao norte e ao sul da bacia e aporte fluvial
significativo do RPS e menores rios ao longo da costa (rios Doce, Benevente,
Itapemirim, Itabapoana, Macaé, São João, Rio das Ostras, além do Canal das
Flexas). Os rios funcionam como fontes pontuais de MO para a bacia de
Campos e são fundamentais para a distribuição e dinâmica da MO neste
ecossistema.
Estudos anteriores na região do baixo Paraíba do Sul (MACIEL, 2005;
MARQUES, 2010) utilizando como ferramenta o fracionamento físico e
molecular da MO com a técnica da ultrafiltração, ressaltaram que este rio passa
por variações interanuais e sazonais manifestadas pela alta amplitude de suas
vazões que possivelmente alteram a dinâmica da MO na interface continente-
oceano. Estudos realizados na região de Baía de Sepetiba apresentaram
variação interanual na redução dos teores de lignina ao longo do tempo, por
conta da alteração da dinâmica deposicional da MO, associado a mudança do
uso da terra em sua bacia drenagem, impactando na diminuição do seus fluxos
fluviais (REZENDE et al., 2010; THOMAZELLI et al., 2012). A mudança do uso
da terra somada as alterações das condições climáticas impactam
significativamente no transporte quali-quantitativo da MO para o oceano.
Segundo Rezende et al. (2010) a bacia de drenagem da Baía de Sepetiba era
inicialmente formada por floresta da Mata Atlântica e área de manguezal, as
quais nos dias atuais estão altamente fragmentadas. Atualmente, a bacia de
drenagem é dominada por pastagem e plantações e as sub-bacias de
drenagem são dominadas pela agricultura, pastagem e urbanização.
108
Tabela 8 - Modelo descritivo multiparamétrico da bacia de Campos.
Bacia de Campos Região Parâmetro Med ± DP Fonte Características
Plataforma Hidrodinâmica
Ativa AS 7.30±4.76 Contribuição da MO
fluvial: RPS e RD Arenoso
COT 0.54±0.34
NT 0.07±0.08
Menor tempo Disponibilidade MO
(C:N)a 7.29±2.83
Presenças Vórtices ao Norte e Sul
13C -22.9±1.59
Menor teor de MO
15N 4.39±1.19
com maior contribuição de
Lignina
(Ac/Al)V 0.79±0.15
L8 0.47±0.35
Talude Zona de
Transição AS 21.4±6.85 Mistura de fontes
de MO Predominância de
Silte+Argila
COT 1.16±0.32
Predomínio Autóctone
NT 0.21±0.06
Menor Degradação da MO
(C:N)a 6.36±1.12
Ricos em MO
13C -22.4±0.67
15N 5.54±0.79
(Ac/Al)V 0.71±0.18
L8 0.28±0.17
Assoalho Área de
Deposição AS 14.2±4.58
Receptora da Contribuição
Orgânica Predominância de
Silte+Argila
COT 0.64±0.33
de Cânions e Talude
NT 0.13±0.07
MO menos trabalhada
(C:N)a 5.80±1.47
13C -23.0±1.05
15N 5.67±1.08
(Ac/Al)V 0.79±0.13
L8 0.27±0.31
Cânions Zona de Acúmulo AS 14.0±1.52
Incorporação da MO das Zonas de
Transição Predominância de
Silte+Argila
MO COT 1.24±0.16
NT 0.17±0.02
MO mais refratária e degradada
(C:N)a 8.58±0.51
Ricos em MO
13C -21.6±0.28
15N 4.98±0.32
(Ac/Al)V 0.83±0.18
L8 0.21±0.07
109
A figura 42 ilustra os principais processos que ocorrem nas diferentes
feições topográficas da bacia de Campos.
Figura 42 - Modelo Conceitual da bacia de Campos.
Na plataforma continental da bacia de Campos, por exemplo, apesar da
menor disponibilidade de MO, associada ao menor tempo de residência da MO
mais leve e lábil, os maiores teores de lignina foram encontrados nesta região.
Comportamento semelhante foi encontrado em estudos anteriores
desenvolvidos em plataformas continentais (KUZYK et al., 2008; SCHIMIDT et
al., 2010; PASQUAL et al., 2010).
O talude da bacia de Campos foi a região onde ocorre os maiores teores
de orgânicos, contrastando com a menor degradação da MO, possivelmente
associado ao menor tempo de residência devido ao acentuado desnível
topográfico, caracterizando esta região como zona de mistura, onde ocorre a
integração da MO proveninente de fontes orgânicas difusas.
Os cânions Almirante Câmara e Grussaí atuam como zona de
transformação e acúmulo da MO mais degradada proveniente do transporte
lateral da zona de transição (plataforma-talude), principalmente oriundo dos
110
transectos adjacentes (G e H). Estudos anteriores evidenciaram o potencial de
variabilidade na quantidade e qualidade da MO nas regiões de cânions,
ressaltando a sua importância na dinâmica da MO em regiões profundas (TESI
et al., 2010; PASQUAL et al., 2011; HALE et al., 2012). Uma vez que a MO
apresenta uma mistura heterogênea de compostos diferentes, a degradação
microbiana pode transformar significativamente a deposição e a eficiência da
preservação da MO sedimentar, devido a preferencialmente degradar as
frações mais lábeis (SMITH et al., 2012).
Os cânions Grussaí e Almirante Câmara, independente do seu processo
de origem e formação, não apresentaram diferenciação quanto a distribuição
da MO (MOLINA, 2011), foram caracterizados como regiões de acúmulo de
MO, corroborando com resultados de lipídios da mesma região (CARREIRA et
al., 2010; CORDEIRO, 2011). Cordeiro (2011) relacionou os maiores teores de
lipídios nos cânions com a maior disponibilidade da MO com valor nutritivo para
comunidades bentônicas do talude e assoalho, principalmente nos transectos
adjacentes (G, H).
Vários estudos realizados ressaltam a fundamental importância dos
cânions nos mecanismos de controle dos processos de transformação da MO
ao longo do percurso plataforma-talude para zonas profundas (PUIG et al.,
2003; MULLENBACH et al., 2004; PALANQUES et al., 2005, 2006;
TRINCARDI et al., 2007; HALE et al., 2012).
O assoalho oceânico apresentou um comportamento característico de
ambiente deposicional, funcionando como receptora de MO e degradada ao
longo de seu transporte, oriundo das zonas rasas, de transição e cânions,
como verificado em Cordeiro (2011).
Na Bacia de Campos foi identificada uma significativa variabilidade na
distribuição quali-quantitativa da MO ao longo dos diferentes transectos
amostrados (A, E, G, H e I) e cânions, Almirante Câmara e Grussaí,
corroborando com estudos de Cordeiro (2011), que ressaltam que a
composição orgânica recentemente depositada nos sedimentos da região, em
escala regional, são definidas fundamentalmente pela produção primária
fitoplanctônica marinha na coluna d’água e pelos processos pré- e pós-
deposicionais de degradação/alteração microbiana da MO, que, por sua vez,
111
são definidos pelo padrão de circulação e estratificação da coluna d’água e
pelas características geológicas (relevo e granulometria) da bacia.
112
7 CONCLUSÃO
A utilização de parâmetros de suporte e marcadores biogeoquímicos
possibilitaram, em base regional, as seguintes inferências sobre a dinâmica da
MO na bacia de Campos:
A bacia de Campos não apresenta um gradiente definido na
distribuição espacial da MO, mas sítios de retrabalhamento
(plataforma), acumulação/transporte (talude/ cânions) e deposição da
mesma (assoalho);
A caracterização sedimentar indicou predominância de contribuição
orgânica de origem autóctone em toda bacia de Campos, derivada da
participação de produtores primários, representada pela comunidade
fitoplanctônica;
Na plataforma continental com hidrodinâmica intensa e sedimento
arenoso indicaram menor tempo de residência da MO sedimentar
mais lábil e uma predominância maior de material refratário, lignina.
Principalmente, para as estações próximas as áreas de ressurgência
em Cabo Frio e vórtice de Vitória, ao sul e norte da bacia;
No talude a predominância de silte+argila favoreceram uma maior
conservação da MO, e suas assinaturas isotópicas de C e N
indicaram uma zona de mistura de fontes nesta área, com
recebimento de material proveniente da zona rasa da plataforma;
Os cânions Almirante Câmara e Grussaí não apresentaram
diferenciação na sua composição biogeoquímica e possuem
características semelhantes ao talude adjacentes (dos transectos G e
H), entretanto com menor potencial de transporte da MO para as
isóbatas mais profundas, por se apresentarem em estado inativo;
O assoalho oceânico demonstrou-se um ambiente mais deposicional
com menor influência dos processos diagenéticos;
Os altos índices diagenéticos ao longo do oceano indicaram que o
material orgânico terrígeno já chega degradado neste sistema,
113
mantendo se neste estado, possivelmente em condição de
estabilidade química;
O aporte de MO de origem continental para a bacia possivelmente é
resultante das fontes pontuais fluviais ao longo da costa: rios Paraíba
do Sul, Doce, Benevente, Itapemirim, Itabapoana, Macaé, São João,
Rio das Ostras, além do Canal das Flexas. Com o destaque para os
fluxos dos rios de médio porte: rio Doce na porção norte da bacia de
Campos, e o rio Paraíba do Sul na porção média e principalmente sul
da bacia de Campos;
O LPVI e o grupo siringil da lignina indicaram o transporte de MO
originado da mistura de tecidos lenhosos e foliares de angiospermas,
provavelmente associados aos remanescentes da Mata Atlântica da
bacia de drenagem do RPS e RD, além da potencial contribuição do
material lenhoso proveniente dos manguezais do estuário do RPS;
O alcance do material orgânico terrígeno transportado ao longo do
oceano foi de até 250 km da costa, detectados na isóbata de 3000 m;
O estudo evidenciou a variabilidade na distribuição da matéria
orgânica dos cinco transectos amostrados na bacia de Campos (A, E,
G, H e I) ao longo das diferentes feições topográficas (plataforma,
talude, assoalho e cânions), possivelmente associado ao aporte
orgânico diferenciado que a hidrodinâmica do rio Paraíba do Sul, e a
corrente do Brasil combinada com a corrente de contorno
intermediária (CCI), conferem a região da bacia de Campos.
114
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141
9 APÊNDICES
142
Tabela 9 - Coordenadas geográficas das estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) na plataforma continental, bacia de Campos.
Estação Costa Profundidade Isóbata Latitude Longitude
Plataforma km m WGS84 WGS84
A1 8.44 29 25 -22,92 -42,01
E1 24.5 28 25 -22,03 -40,75
G1 26.2 28 25 -21,83 -40,74
H1 50.1 24 25 -21,72 -40,53
I1 39.1 26 25 -21,18 -40,47
A2 11.5 49 50 -22,93 -41,90
E2 37.0 53 50 -22,12 -40,65
G2 57.5 52 50 -21,98 -40,42
H2 74.1 50 50 -21,74 -40,29
I2 61.8 53 50 -21,38 -40,33
A3 8.84 80 75 -23,03 -41,98
E3 56.5 65 75 -22,14 -40,46
G3 82.6 76 75 -22,06 -40,17
H3 84.3 71 75 -21,72 -40,19
I3 68.7 88 75 -21,39 -40,26
A4 16.2 110 100 -23,11 -41,92
E4 64.3 103 100 -22,30 -40,45
G4 89.3 89 100 -22,06 -40,12
H4 86.6 97 100 -21,72 -40,17
I4 52.9 130 100 -21,15 -40,27
A5 95.1 145 150 -23,60 -41,36
E5 79.3 149 150 -22,39 -40,35
G5 96.5 149 150 -22,10 -40,05
H5 88.7 147 150 -21,71 -40,15
I5 69.0 140 150 -21,38 -40,25
143
Tabela 10 - Coordenadas geográficas das estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) no talude, bacia de Campos.
Tabela 11 - Coordenadas geográficas das estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) nos cânions Almirante Câmara e Grussaí, bacia de Campos.
Estação Costa Profundidade Isóbata Latitude Longitude
Talude km m WGS84 WGS84
A6 99.6 389 400 -23,63 -41,33
H6 94.2 400 400 -21,70 -40,10
I6 58.2 400 400 -21,18 -40,24
A7 103 700 700 -23,66 -41,31
H7 101 700 700 -21,69 -40,04
I7 57.7 700 700 -21,18 -40,21
A8 108 1000 1000 -23,69 -41,27
E8 106 1000 1000 -22,56 -40,15
G8 115 1000 1000 -22,12 -39,87
H8 108 1000 1000 -21,67 -39,97
I8 96.0 1000 1000 -21,19 -40,15
A9 118 1300 1300 -23,75 -41,20
G9 121 1300 1300 -22,12 -39,82
H9 115 1300 1300 -21,66 -39,90
I9 69.6 1300 1300 -21,19 -40,05
Estação Costa Profundidade Isóbata Latitude Longitude
Cânions km m WGS84 WGS84
CANAC6 90.8 481 400 -21,83 -40,10
CANAC7 98.8 758 700 -21,79 -40,04
CANG7 105 705 700 -21,94 -39,96
CANAC8 103 1023 1000 -21,77 -39,99
CANG8 110 100 1000 -21,92 -39,91
CANAC9 111 1379 1300 -21,73 -39,92
CANG9 117 1311 1300 -21,91 -39,84
144
Tabela 12 - Coordenadas geográficas das estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) no assoalho oceânico, bacia de Campos.
Estação Costa Profundidade Isóbata Latitude Longitude
Assoalho km m WGS84 WGS84
A10 136 1900 1900 -23,87 -41,08
E10 127 1900 1900 -22,69 -40,00
G10 129 1900 1900 -22,12 -39,74
H10 136 1900 1900 -21,62 -39,60
I10 97.5 1900 1900 -21,18 -39,66
A11 161 2500 2500 -24,02 -40,90
E11 140 2500 2500 -22,79 -39,92
G11 191 2500 2500 -22,17 -39,14
H11 177 2500 2500 -21,62 -39,05
I11 149 2500 2500 -21,19 -39,08
A12 234 3000 3000 -24,49 -40,39
G12 247 3000 3000 -22,21 -38,60
145
Tabela 13 - Parâmetros de suporte nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) na plataforma continental, bacia de Campos.
Estação Argila Silte A.
Fina A.
Média A.
Grossa Área
Superficial CarbT
Plataforma (%) m2 g-1 (%)
A1 1 4 32 49 14 1.30 37.0
E1 18 37 44 1 0 10.3 29.5
G1 1 1 46 46 6 1.05 5.90
H1 0 2 8 45 45 0.44 2.29
I1 0 0 1 17 82 13.9 2.92
A2 0 2 88 4 6 10.9 5.24
E2 0 0 6 38 56 1.03 4.70
G2 0 0 3 70 27 2.02 5.86
H2 2 6 13 33 46 12.1 77.5
I2 20 49 31 0 0 4.46 77.4
A3 26 51 23 0 0 12.4 22.5
E3 3 10 52 31 4 1.56 14.7
G3 4 13 28 12 43 5.64 53.5
H3 10 19 22 5 44 9.02 66.4
I3 28 50 22 0 0 0.14 49.5
A4 20 50 30 0 0 17.5 23.7
E4 4 11 79 6 0 4.77 29.9
G4 6 18 23 9 44 7.30 66.2
H4 2 6 5 15 72 7.94 74.5
I4 15 35 26 20 4 6.27 71.7
A5 10 53 34 3 0 9.14 78.2
E5 27 40 33 1 0 7.13 73.7
G5 10 16 15 15 44 7.34 81.8
H5 12 21 14 18 35 10.4 71.1
I5 15 50 34 0 0 11.6 48.3
Média 9 22 28 18 23 7.02 43.0
Mediana 6 16 26 12 6 7.30 48.3
DP 9 20 21 19 26 4.76 29.5
CV 100 92 75 111 113 68 69
Intervalo 0-28 0-53 1-88 0-70 0-82 0.14-17.5 2.29-81.8
146
Tabela 14 - Parâmetros de suporte nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) no talude, bacia de Campos.
Estação Argila Silte A.
Fina A.
Média A.
Grossa Área
Superficial CarbT
Talude (%) m2 g-1 (%)
A6 21 41 38 0 0 10.4 39.2
H6 20 53 27 0 0 12.1 45.0
I6 31 62 7 0 0 21.4 46.0
A7 33 63 4 0 0 26.5 34.8
H7 31 57 12 0 0 20.4 36.7
I7 30 63 7 0 0 21.7 48.2
A8 30 64 6 0 0 28.5 38.7
E8 31 64 5 0 0 22.1 37.6
G8 26 53 21 0 0 18.6 30.9
H8 34 57 9 0 0 21.9 33.0
I8 34 60 6 0 0 25.5 39.0
A9 30 52 18 0 0 20.2 36.1
G9 26 52 22 0 0 15.1 34.7
H9 33 56 11 0 0 24.2 32.4
I9 34 54 12 0 0 2.44 40.6
Média 30 57 14 * * 19.4 38.2
Mediana 31 57 11 * * 21.4 37.6
DP 4 6 10 * * 6.85 5.07
CV 15 11 71 * * 35 13
Intervalo 20-34 41-64 4-38 * * 2.44-28.5 30.9-48.2
147
Tabela 15 - Parâmetros de suporte nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) nos cânions Almirante Câmara e Grussaí, bacia de Campos.
Estação Argila Silte A.
Fina A.
Média A.
Grossa Área
Superficial CarbT
Cânions (%) m2 g-1 (%)
CANAC6 29 59 12 0 0 13.9 47.1
CANAC7 25 63 12 0 0 13.7 39.2
CANG7 25 58 17 0 0 13.4 35.0
CANAC8 29 64 7 0 0 14.0 38.3
CANG8 28 64 8 0 0 17.4 35.6
CANAC9 30 60 10 0 0 16.0 35.9
CANG9 28 63 9 0 0 15.8 34.4
Média 28 62 11 * * 14.9 37.9
Mediana 28 63 10 * * 14.0 35.9
DP 2 3 3 * * 1.52 4.39
CV 7 4 31 * * 10 12
Intervalo 25-30 58-64 7-17 * * 13.4-17.4 34.4-47.1
148
Tabela 16 - Parâmetros de suporte nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) no assoalho oceânico, bacia de Campos.
Estação Argila Silte A.
Fina A.
Média A.
Grossa Área
Superficial CarbT
Assoalho (%) m2 g-1 (%)
A10 38 57 5 0 0 20.1 45.0
E10 32 62 6 0 0 24.9 48.1
G10 37 57 6 0 0 20.6 50.0
H10 38 56 6 0 0 17.9 54.1
I10 30 63 7 0 0 14.8 57.5
A11 35 65 0 0 0 12.6 62.0
E11 35 65 0 0 0 13.3 68.7
G11 32 57 11 0 0 12.8 68.6
H11 25 55 20 0 0 13.6 72.5
I11 17 60 22 1 0 8.08 80.5
A12 44 50 6 0 0 16.3 74.1
G12 10 39 24 17 10 12.7 40.6
Média 31 57 9 1 1 15.6 60.2
Mediana 34 57 6 0.00 0 14.2 59.8
DP 10 7 8 5 3 4.58 12.8
CV 31 13 87 334 346 29 21
Intervalo 10-44 39-65 0-24 0-17 0-10 8.08-24.9 40.6-80.5
149
Tabela 17 - Composição orgânica nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) na plataforma continental, bacia de Campos.
Estação COT NT PT ST (C:N)a (N:P)a 13C 15N
Plataforma (%) Razão (‰)
A1 0.19 0.04 0.04 0.06 5.54 2.32 -24.5 1.40
E1 0.62 0.07 0.04 0.11 10.3 3.75 -21.7 1.40
G1 0.22 0.03 0.01 0.02 7.39 5.82 -24.8 1.40
H1 0.12 0.03 0.01 0.01 7.39 16.6 -27.4 1.40
I1 0.12 0.03 0.01 0.01 7.39 2.55 -23.6 1.40
A2 0.59 0.06 0.02 0.03 11.5 5.48 -24.2 4.18
E2 0.40 0.03 0.02 0.02 7.39 4.13 -26.1 1.40
G2 0.54 0.06 0.01 0.01 10.5 10.8 -25.0 4.96
H2 0.39 0.08 0.04 0.09 5.69 4.24 -22.9 1.40
I2 0.73 0.12 0.05 0.16 7.10 4.91 -24.1 4.54
A3 0.41 0.09 0.06 0.11 5.31 3.54 -22.7 6.24
E3 0.25 0.04 0.02 0.05 7.29 5.01 -23.7 1.40
G3 0.62 0.10 0.03 0.07 7.23 7.57 -22.6 4.23
H3 0.75 0.11 0.03 0.07 7.95 8.41 -21.8 2.68
I3 1.28 0.25 0.09 0.20 5.97 6.50 -21.1 3.50
A4 1.60 0.23 0.06 0.11 8.12 8.06 -22.9 6.08
E4 0.43 0.06 0.03 0.07 8.36 4.37 -23.7 1.40
G4 0.61 0.12 0.04 0.09 5.93 7.08 -23.5 4.69
H4 0.72 0.11 0.04 0.07 7.64 6.00 -21.9 2.93
I4 0.57 0.10 0.06 0.11 6.65 3.60 -20.8 1.40
A5 0.56 0.06 0.06 0.12 10.9 2.36 -22.0 6.55
E5 0.60 0.08 0.05 0.11 8.75 3.27 -22.8 1.40
G5 0.41 0.09 0.05 0.09 5.31 3.65 -22.5 5.02
H5 0.29 0.05 0.05 0.07 6.77 2.02 -21.8 3.52
I5 0.25 0.05 0.06 0.10 5.83 1.91 -21.1 4.05
Média 0.53 0.08 0.04 0.08 7.53 5.36 -23.2 3.14
Mediana 0.54 0.07 0.04 0.07 7.39 4.37 -22.9 2.93
DP 0.34 0.06 0.02 0.05 1.74 3.25 1.59 1.80
CV 63 66 54 60 23 61 7 57
Mínimo 0.12 0.03 0.00 0.01 5.31 1.91 -27.4 1.40
Máximo 1.60 0.25 0.09 0.20 15.6 16.6 -20.8 6.55
150
Tabela 18 - Composição orgânica nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) no talude, bacia de Campos.
Estação COT NT PT ST (C:N)a (N:P)a 13C 15N
Talude (%) Razão (‰)
A6 0.78 0.11 0.05 0.09 8.27 4.94 -23.0 5.14
H6 1.27 0.21 0.05 0.08 7.06 8.76 -23.3 4.79
I6 1.77 0.33 0.10 0.20 6.26 7.52 -21.4 4.25
A7 1.27 0.21 0.08 0.15 7.06 5.71 -22.1 5.25
H7 1.16 0.22 0.05 0.10 6.15 9.21 -22.9 5.54
I7 1.66 0.31 0.09 0.18 6.25 7.66 -21.3 4.27
A8 1.46 0.24 0.07 0.14 7.10 7.90 -21.6 5.91
E8 1.01 0.13 0.07 0.11 9.06 4.35 -22.4 6.07
G8 0.92 0.14 0.05 0.08 7.67 6.15 -22.4 6.18
H8 1.20 0.22 0.05 0.11 6.36 9.59 -22.4 6.10
I8 1.28 0.26 0.07 0.18 5.74 7.74 -21.4 4.76
A9 0.65 0.15 0.06 0.12 5.06 5.74 -22.9 6.94
G9 0.74 0.16 0.05 0.07 5.40 7.87 -23.1 6.45
H9 1.10 0.19 0.04 0.08 6.75 9.48 -23.0 5.93
I9 1.08 0.24 0.06 0.15 5.25 8.65 -22.3 5.45
Média 1.16 0.21 0.06 0.12 6.63 7.42 -22.4 5.54
Mediana 1.16 0.21 0.06 0.11 6.36 7.74 -22.4 5.54
DP 0.32 0.06 0.02 0.04 1.12 1.67 0.67 0.79
CV 28 31 26 33 17 23 3 14
Mínimo 0.65 0.11 0.04 0.07 5.06 4.35 -23.3 4.25
Máximo 1.77 0.33 0.10 0.20 9.06 9.59 -21.3 6.94
151
Tabela 19 - Composição orgânica nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) nos cânions Almirante Câmara e Grussaí, bacia de Campos.
Estação COT NT PT ST (C:N)a (N:P)a 13C 15N
Cânions (%) Razão (‰)
CANAC6 1.38 0.20 0.07 0.18 8.05 6.56 -21.6 4.68
CANAC7 1.22 0.17 0.06 0.14 8.37 6.59 -21.7 4.65
CANG7 1.09 0.15 0.05 0.12 8.48 6.27 -22.1 5.28
CANAC8 1.47 0.20 0.06 0.15 8.58 7.30 -21.3 4.88
CANG8 1.53 0.20 0.06 0.14 8.93 7.03 -21.5 5.09
CANAC9 1.24 0.15 0.06 0.15 9.64 6.03 -21.3 5.54
CANG9 1.21 0.16 0.05 0.13 8.82 6.60 -21.7 4.98
Média 1.31 0.18 0.06 0.14 8.70 6.63 -21.6 5.01
Mediana 1.24 0.17 0.06 0.14 8.58 6.59 -21.6 4.98
DP 0.16 0.02 0.01 0.02 0.51 0.43 0.28 0.32
CV 12 13 9 14 6 6 1 6
Mínimo 1.09 0.15 0.05 0.12 8.05 6.03 -22.1 4.65
Máximo 1.53 0.20 0.07 0.18 9.64 7.30 -21.3 5.54
152
Tabela 20 - Composição orgânica nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) no assoalho oceânico, bacia de Campos.
Estação COT NT PT ST (C:N)a (N:P)a 13C 15N
Assoalho (%) Razão (‰)
A10 0.60 0.14 0.06 0.11 5.00 4.99 -23.0 7.28
E10 0.94 0.17 0.06 0.17 6.45 6.58 -22.7 5.76
G10 0.94 0.19 0.05 0.09 5.77 9.19 -22.7 6.11
H10 1.16 0.15 0.04 0.08 9.02 8.82 -23.7 6.15
I10 1.31 0.27 0.05 0.10 5.66 11.1 -22.3 4.54
A11 0.68 0.12 0.05 0.10 6.61 5.24 -23.5 7.57
E11 0.51 0.10 0.05 0.22 5.95 4.85 -22.9 4.73
G11 1.01 0.22 0.04 0.08 5.36 12.5 -23.0 4.89
H11 0.46 0.10 0.04 0.08 5.37 5.94 -23.4 5.58
I11 0.48 0.11 0.03 0.12 5.09 7.13 -22.3 4.16
A12 0.57 0.07 0.04 0.09 9.50 3.50 -23.8 6.66
G12 0.20 0.04 0.02 0.04 5.83 4.33 -26.2 5.13
Média 0.74 0.14 0.04 0.11 6.30 7.01 -23.3 5.71
Mediana 0.64 0.13 0.05 0.10 5.80 6.26 -23.0 5.67
DP 0.33 0.06 0.01 0.05 1.47 2.82 1.05 1.08
CV 45 46 26 44 23 40 5 19
Mínimo 0.20 0.04 0.02 0.04 5.00 3.50 -26.2 4.16
Máximo 1.31 0.27 0.06 0.22 9.50 12.5 -22.3 7.57
153
Tabela 21 - Lignina total e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) na plataforma continental, bacia de Campos.
Estação C S V L8 C/V S/V (Ac/Al)V
Plat mg 100mgCorg-1
Razão
A1 0.092 0.128 0.251 0.471 0.366 0.512 0.685
E1 0.008 0.030 0.063 0.101 0.121 0.482 0.925
G1 0.097 0.253 0.287 0.637 0.339 0.883 0.937
H1 0.062 0.294 0.428 0.785 0.145 0.690 0.702
I1 0.015 0.054 0.150 0.219 0.100 0.360 0.836
A2 0.044 0.016 0.052 0.111 0.845 0.305 0.481
E2 0.043 0.037 0.052 0.132 0.837 0.725 0.825
G2 0.058 0.166 0.185 0.409 0.312 0.898 0.907
H2 0.029 0.099 0.215 0.344 0.134 0.462 0.790
I2 0.106 0.449 0.534 1.089 0.198 0.840 0.791
A3 0.279 0.426 0.514 1.218 0.542 0.829 0.702
E3 0.036 0.063 0.095 0.194 0.379 0.664 0.888
G3 0.045 0.145 0.188 0.378 0.238 0.772 0.858
H3 0.037 0.145 0.187 0.369 0.200 0.772 0.826
I3 0.132 0.483 0.515 1.130 0.257 0.939 0.683
A4 0.049 0.212 0.240 0.500 0.202 0.883 0.321
E4 0.049 0.093 0.105 0.247 0.463 0.884 0.707
G4 0.050 0.188 0.243 0.480 0.204 0.773 0.554
H4 0.047 0.150 0.191 0.387 0.245 0.784 0.807
I4 0.165 0.448 0.518 1.130 0.318 0.866 0.695
A5 0.106 0.114 0.223 0.443 0.475 0.512 0.579
E5 0.102 0.225 0.359 0.686 0.284 0.628 0.859
G5 0.080 0.323 0.347 0.750 0.230 0.931 0.808
H5 0.114 0.262 0.309 0.685 0.369 0.848 0.766
I5 0.197 0.453 0.470 1.120 0.420 0.963 0.769
Média 0.082 0.210 0.269 0.561 0.329 0.728 0.748
Mediana 0.058 0.166 0.240 0.471 0.284 0.773 0.790
DP 0.062 0.147 0.155 0.350 0.192 0.189 0.145
CV 76 70 58 62 58 26 19
Intervalo 0.008-0.279 0.016-0.483 0.052-0.534 0.101-1.218 0.10-0.85 0.31-0.96
0.32-0.94
154
Tabela 22 - Lignina total e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) no talude, bacia de Campos.
Estação C S V L8 C/V S/V (Ac/Al)V
Tal mg 100mgCorg-1
Razão
A6 0.021 0.116 0.153 0.290 0.139 0.755 0.476
H6 0.020 0.093 0.132 0.244 0.149 0.705 0.815
I6 0.051 0.351 0.444 0.846 0.116 0.790 0.306
A7 0.048 0.126 0.163 0.337 0.296 0.771 0.407
H7 0.025 0.101 0.154 0.280 0.162 0.656 0.803
I7 0.048 0.249 0.259 0.556 0.185 0.963 0.459
A8 0.027 0.051 0.092 0.170 0.299 0.554 0.573
E8 0.054 0.104 0.120 0.277 0.450 0.867 0.782
G8 0.029 0.097 0.155 0.281 0.188 0.629 0.786
H8 0.020 0.082 0.124 0.226 0.159 0.661 0.714
I8 0.039 0.134 0.146 0.319 0.264 0.914 0.507
A9 0.047 0.077 0.112 0.237 0.421 0.687 0.601
G9 0.036 0.108 0.164 0.307 0.217 0.659 0.828
H9 0.024 0.080 0.111 0.215 0.219 0.724 0.784
I9 0.049 0.049 0.081 0.180 0.607 0.608 0.781
Média 0.036 0.121 0.161 0.318 0.258 0.729 0.642
Mediana 0.036 0.101 0.146 0.280 0.217 0.705 0.714
DP 0.013 0.079 0.089 0.172 0.138 0.115 0.175
CV 36 65 55 54 54 16 27
Intervalo 0.020-0.054 0.049-0.351 0.081-0.444 0.170-0.846 0.12-0.61 0.55-0.96 0.31-0.83
155
Tabela 23 - Lignina total e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) nos cânions Almirante Câmara e Grussaí, bacia de Campos.
Estação C S V L8 C/V S/V (Ac/Al)V
Cânions mg 100mgCorg-1
Razão
CANAC6 0.035 0.060 0.084 0.180 0.421 0.710 0.635
CANAC7 0.032 0.082 0.148 0.262 0.214 0.556 0.634
CANG7 0.020 0.048 0.069 0.138 0.291 0.689 0.886
CANAC8 0.025 0.072 0.125 0.222 0.204 0.574 0.713
CANG8 0.074 0.116 0.137 0.327 0.536 0.842 1.137
CANAC9 0.021 0.062 0.127 0.210 0.166 0.489 0.826
CANG9 0.010 0.031 0.092 0.134 0.113 0.340 0.827
Média 0.031 0.067 0.112 0.210 0.278 0.600 0.808
Mediana 0.025 0.062 0.125 0.210 0.214 0.574 0.826
DP 0.020 0.027 0.030 0.069 0.151 0.164 0.175
CV 66 40 27 33 54 27 22
Intervalo 0.010-0.074 0.031-0.116 0.069-0.148 0.134-0.327 0.11-0.54 0.34-0.84 0.63-1.12
156
Tabela 24 - Lignina total e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) no assoalho oceânico, bacia de Campos.
Estação C S V L8 C/V S/V (Ac/Al)V
Asso mg 100mgCorg-1
Razão
A10 0.027 0.080 0.155 0.263 0.176 0.518 0.550
E10 0.048 0.114 0.121 0.283 0.396 0.941 0.970
G10 0.037 0.107 0.144 0.287 0.255 0.741 0.819
H10 0.012 0.068 0.120 0.200 0.098 0.569 0.740
I10 0.021 0.028 0.052 0.102 0.407 0.540 0.770
A11 0.035 0.037 0.054 0.126 0.635 0.679 0.638
E11 0.126 0.359 0.373 0.858 0.338 0.964 0.945
G11 0.032 0.135 0.224 0.391 0.142 0.602 0.804
H11 0.027 0.094 0.126 0.247 0.218 0.748 0.741
I11 0.041 0.051 0.124 0.216 0.328 0.411 0.869
A12 0.318 0.348 0.354 1.020 0.898 0.984 0.933
G12 0.088 0.305 0.361 0.754 0.244 0.844 0.742
Média 0.068 0.144 0.184 0.395 0.345 0.712 0.793
Mediana 0.036 0.100 0.135 0.273 0.291 0.710 0.787
DP 0.085 0.121 0.116 0.305 0.226 0.191 0.125
CV 126 84 63 77 66 27 16
Intervalo 0.012-0.318 0.028-0.359 0.052-0.373 0.102-1.020 0.10-0.90 0.41-0.98 0.55-0.97
157
Tabela 25 - Lignina total por peso seco e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) na plataforma continental, bacia de Campos.
Estação C S V L8
Plataforma mg 10gPesoseco-1
A1 0.017 0.023 0.045 0.085
E1 0.005 0.019 0.039 0.063
G1 0.020 0.053 0.060 0.134
H1 0.006 0.029 0.043 0.078
I1 0.007 0.027 0.075 0.109
A2 0.061 0.022 0.073 0.156
E2 0.026 0.022 0.031 0.079
G2 0.031 0.090 0.100 0.221
H2 0.011 0.039 0.084 0.134
I2 0.032 0.135 0.160 0.327
A3 0.089 0.136 0.164 0.390
E3 0.018 0.031 0.047 0.097
G3 0.028 0.090 0.117 0.234
H3 0.028 0.108 0.140 0.277
I3 0.033 0.121 0.129 0.282
A4 0.079 0.345 0.391 0.815
E4 0.024 0.046 0.053 0.123
G4 0.029 0.111 0.143 0.283
H4 0.034 0.108 0.137 0.279
I4 0.033 0.090 0.104 0.226
A5 0.039 0.042 0.082 0.164
E5 0.031 0.068 0.108 0.206
G5 0.032 0.129 0.139 0.300
H5 0.029 0.066 0.077 0.171
I5 0.043 0.100 0.103 0.246
Média 0.031 0.082 0.106 0.219
Mediana 0.029 0.068 0.100 0.206
DP 0.020 0.068 0.072 0.153
CV 64 83 68 70
Intervalo 0.005-0.089 0.019-0.345 0.031-0.391 0.063-0.815
158
Tabela 26 - Lignina total por peso seco e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) no talude, bacia de Campos.
Estação C S V L8
Talude mg 10gPesoseco-1
A6 0.017 0.090 0.119 0.226
H6 0.025 0.118 0.167 0.310
I6 0.082 0.561 0.710 1.353
A7 0.061 0.160 0.207 0.428
H7 0.029 0.117 0.178 0.324
I7 0.080 0.414 0.430 0.923
A8 0.039 0.073 0.132 0.245
E8 0.054 0.105 0.121 0.280
G8 0.027 0.090 0.142 0.259
H8 0.024 0.101 0.153 0.278
I8 0.049 0.171 0.187 0.408
A9 0.030 0.049 0.071 0.149
G9 0.026 0.080 0.121 0.227
H9 0.027 0.088 0.122 0.237
I9 0.041 0.042 0.068 0.151
Média 0.041 0.150 0.195 0.387
Mediana 0.030 0.101 0.142 0.278
DP 0.021 0.144 0.166 0.325
CV 50 96 85 84
Intervalo 0.017-0.082 0.042-0.561 0.068-0.710 0.149-1.353
159
Tabela 27 - Lignina total por peso seco e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) nos cânions Almirante Câmara e Grussaí, bacia de
Campos.
Estação C S V L8
Cânions mg 10gPesoseco-1
CANAC6 0.049 0.083 0.116 0.248
CANAC7 0.039 0.100 0.180 0.319
CANG7 0.037 0.105 0.183 0.326
CANAC8 0.026 0.077 0.158 0.261
CANG8 0.022 0.052 0.076 0.150
CANAC9 0.113 0.177 0.210 0.500
CANG9 0.013 0.038 0.112 0.162
Média 0.043 0.090 0.148 0.281
Mediana 0.037 0.083 0.158 0.261
DP 0.033 0.045 0.048 0.118
CV 78 50 32 42
Intervalo 0.010-0.074 0.031-0.116 0.069-0.148 0.134-0.327
160
Tabela 28 - Lignina total por peso seco e grupos fenólicos nas estações de coleta de sedimentos superficiais (0-2 cm) no assoalho oceânico, bacia de Campos.
Estação C S V L8
Assoalho mg 10gPesoseco-1
A10 0.015 0.045 0.087 0.147
E10 0.045 0.107 0.114 0.266
G10 0.034 0.100 0.135 0.270
H10 0.014 0.079 0.139 0.232
I10 0.020 0.027 0.049 0.096
A11 0.024 0.026 0.038 0.088
E11 0.050 0.144 0.149 0.343
G11 0.030 0.129 0.215 0.375
H11 0.012 0.041 0.055 0.109
I11 0.020 0.025 0.061 0.106
A12 0.181 0.199 0.202 0.581
G12 0.016 0.055 0.065 0.136
Média 0.039 0.081 0.109 0.229
Mediana 0.022 0.067 0.100 0.190
DP 0.047 0.055 0.060 0.149
CV 121 68 55 65
Intervalo 0.012-0.318 0.028-0.359 0.052-0.373 0.102-1.020
161
Tabela 29 - Correlação de Spearman entre os parâmetros estudados nos sedimentos superficiais da bacia de Campos. Valores em negrito indicam correlação significativa
(p<0,05).
Valor R Sil Arg A AS CarbT PT ST COT NT (C:N)a (N:P)a 13C 15N C Sl V C/V S/V (Ac/Al)V L8
Silte
Arg 0.80
Areia -0.92 -0.95
ASup 0.71 0.71 -0.77
CarbT 0.16 0.19 -0.19 -0.09
PT 0.63 0.55 -0.61 0.49 0.17
ST 0.73 0.60 -0.67 0.43 0.24 0.83
COT 0.70 0.60 -0.65 0.60 -0.01 0.65 0.64
NT 0.72 0.69 -0.70 0.62 0.09 0.67 0.66 0.93
(C:N)a -0.18 -0.29 0.22 -0.10 -0.37 -0.21 -0.18 0.05 -0.29
(N:P)a 0.32 0.31 -0.29 0.30 -0.15 0.00 0.08 0.60 0.66 -0.1513C -0.51 -0.29 0.38 -0.31 -0.24 -0.72 -0.69 -0.56 -0.51 0.06 -0.0615N 0.53 0.65 -0.63 0.63 0.01 0.32 0.26 0.35 0.41 -0.19 0.22 0.01
C -0.26 -0.20 0.20 -0.39 0.24 0.14 0.05 -0.37 -0.33 -0.12 -0.42 0.04 -0.18
Sl -0.24 -0.12 0.16 -0.22 0.32 0.13 0.02 -0.21 -0.15 -0.21 -0.20 -0.02 -0.15 0.77
V -0.29 -0.18 0.22 -0.26 0.35 0.08 -0.01 -0.28 -0.21 -0.23 -0.26 -0.01 -0.19 0.68 0.94
C/V 0.00 -0.02 -0.01 -0.19 0.01 0.09 0.02 -0.23 -0.22 0.02 -0.34 0.05 0.06 0.54 -0.01 -0.17
S/V -0.07 0.04 -0.04 -0.05 0.15 0.19 0.10 -0.03 -0.01 -0.08 -0.10 -0.03 -0.02 0.64 0.73 0.49 0.28
(Ac/Al)V -0.15 -0.13 0.15 -0.21 0.00 -0.45 -0.22 -0.27 -0.31 0.24 -0.03 0.16 -0.17 -0.04 -0.05 -0.08 0.05 0.03
L8 -0.27 -0.15 0.19 -0.25 0.34 0.12 0.01 -0.27 -0.20 -0.23 -0.26 -0.01 -0.15 0.79 0.99 0.97 -0.01 0.64 -0.07
162
Figura 43 - Projeção espacial detalhada, onde as letras representam as diferentes estações de coleta (cânions: CAG e CAC; e transectos: A, E, G, H, I), e cujos números representam as diferentes isóbatas (25 a 3000 m) da bacia de Campos.
.
A25
A50
A75
A100
A150
A400
A700
A1000
A1300
A1900A2500
A3000
E25
E50
E75
E100
E150
E1000
E1900
E2500
I25
I50
I75
I100I150
I400I700
I1000I1300
I1900
I2500
G25G50
G75G100
G150
G1000
G1300G1900G2500
G3000
H25
H50
H75H100
H150
H400
H700H1000H1300
H1900
H2500
CAC400
CAC700CAC1000
CAC1300
CAG700
CAG1000
CAG1300
-3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6
Fator 1: 26.00%
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
Fato
r 2:
16.3
5%
A25
A50
A75
A100
A150
A400
A700
A1000
A1300
A1900A2500
A3000
E25
E50
E75
E100
E150
E1000
E1900
E2500
I25
I50
I75
I100I150
I400I700
I1000I1300
I1900
I2500
G25G50
G75G100
G150
G1000
G1300G1900G2500
G3000
H25
H50
H75H100
H150
H400
H700H1000H1300
H1900
H2500
CAC400
CAC700CAC1000
CAC1300
CAG700
CAG1000
CAG1300
163
Figura 44 - Dendograma detalhado, onde as letras representam as diferentes estações de coleta (cânions: CAG e CAC; e transectos: A, E, G, H, I), e cujos números representam as diferentes isóbatas (25 a 3000 m) da bacia de Campos.
I75
E2
50
0A
25
00
I25
A5
0A
10
00
A7
00
E2
5A
15
0E
50
A3
00
0I1
30
0H
25
G5
0G
25
I10
0E
15
0E
10
0E
75
I50
H5
0G
30
00
H1
50
H1
00
H7
5G
15
0G
10
0G
75
I15
0I2
50
0H
19
00
H2
50
0C
AG
10
00
I19
00
I40
0G
25
00
G1
90
0I1
00
0I7
00
CA
G7
00
CA
C4
00
CA
G1
30
0C
AC
13
00
CA
C1
00
0C
AC
70
0H
13
00
H1
00
0H
70
0H
40
0G
13
00
G1
00
0A
19
00
E1
90
0E
10
00
A1
30
0A
40
0A
10
0A
75
A2
5
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6D
istâ
ncia
Eu
clid
ian
a