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FABIO DIAS BAHIA ANÁLISE DE CRITÉRIOS E FATORES DE SUCESSO EM PROJETOS DE ENGENHARIA, SUPRIMENTOS E CONSTRUÇÃO (EPC) OFFSHORE Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Sistema de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Sistema de Gestão pela Qualidade Total. Orientador: Prof. JOSÉ RODRIGUES DE FARIAS FILHO, D.Sc. Niterói 2009

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FABIO DIAS BAHIA

ANÁLISE DE CRITÉRIOS E FATORES DE SUCESSO EM PROJETOS DE ENGENHARIA, SUPRIMENTOS E CONSTRUÇÃO (EPC) OFFSHORE

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em Sistema de Gestão da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Sistema de Gestão pela Qualidade Total.

Orientador: Prof. JOSÉ RODRIGUES DE FARIAS FILHO, D.Sc.

Niterói 2009

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Dedico esse trabalho

..... e tudo mais, a minha mulher Fernanda, minha filha Julia, meu pai Mayrseu, minha

mãe Sonia, minha irmã Cristiane e meu irmão Mauricio, pois eles são a essência.

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AGRADECIMENTOS Aos amigos Renato de Azevedo Ribeiro, Rogério Ierusalimschy e André B. Barcaui,

pelo incentivo de sempre.

Ao Prof. José Rodrigues de Farias Filho pelo apoio incondicional durante todo o

período do mestrado e por ter possibilitado minha participação no grupo de pesquisa do

Projeto 27.6, Centro de Excelência em Engenharia, Suprimentos e Construção (CE-

EPC), abrindo horizontes, facilitando a realização desse trabalho e proporcionando uma

oportunidade única para entendimento do ambiente de pesquisa científica e evolução na

carreira acadêmica.

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RESUMO Os projetos na indústria do petróleo (óleo, gás e derivados) se caracterizam por sua

complexidade técnica e gerencial. Esses projetos são planejados e executados por

equipes numerosas, distribuídas geograficamente e com conhecimentos

multidisciplinares, que buscam implantar soluções inovadoras que permitirão explorar e

produzir óleo e gás, localizados em campos em águas profundas e longe da costa

(Offshore). Diante desse cenário, fica evidente a importância de novos conhecimentos

que levem ao aumento da competência gerencial das organizações envolvidas nesses

projetos de Engenharia, Suprimentos e Construção, comumente chamados de projetos

EPC (do inglês, Engineering, Procurement and Acquisition). Baseado em uma revisão

de literatura relacionada à “Projetos EPC”, a “Projetos Offshore” e a “Sucesso em

Projetos” e a partir das respostas de 37 experientes profissionais, atuando em 24

diferentes organizações do setor, foi possível identificar os principais objetivos ou

critérios de sucesso (Custo, Tempo, Qualidade, Escopo, Satisfação do Cliente,

Segurança, Satisfação da Equipe e Satisfação dos Acionistas) bem como os

denominados Fatores Hipercríticos de Sucesso (Gerente de Projeto Competente,

Planejamento, Equipe de Projeto Qualificada e Orçamento Adequado e Realista),

dentre outros Fatores Críticos de Sucesso. O entendimento da importância relativa de

cada fator crítico para cada um dos objetivos de um projeto foi outro elemento

fundamental observado nesse estudo. Deve-se destacar que essa dissertação discute

sucesso em Projetos EPC Offshore, do ponto de vista das empresas contratadas ou,

como chamadas no Brasil, das empresas “EPCistas”.

Palavras-chave: Gerenciamento de Projetos, Desempenho, Sucesso, EPC, Engenharia,

Construção, Suprimentos, Offshore, Óleo, Gás.

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ABSTRACT

The projects in the petroleum industry (oil, gas and derivatives) are characterized by

their technical complexity and management. These projects are planned, designed, and

executed by large, distributed, multi-disciplinary teams that strive to implement

innovative solutions that will allow exploring and producing oil and gas from deep

water fields (Offshore). In this scenario, it is evident the importance of new knowledge

leading to increased management competence of the organizations that are involved in

Engineering, Procurement and Acquisition (EPC) projects. Based on a literature review

related to “EPC Projects”, “Offshore Projects” and “Project Success”, and a

questionnaire responded by 37 experienced professionals, working for 24 different

organizations of the sector, it was possible to identify the main objectives or success

criteria (Cost, Time, Quality, Scope, Customer Satisfaction, Security, Team Satisfaction

and Shareholder Satisfaction) as well as the named Hypercritical Success Factors

(Competent Project Manager, Planning, Qualified Project Team and Realistic Budget),

among other Critical Success Factors. The understanding of the relative importance of

the critical success factors to each performance objective is another key element in this

research. It is important to emphasize that this dissertation discuss EPC Offshore Project

success from the EPC contractors (named in Brazil as “EPCistas”) point of view.

Keywords: Project Management, Performance, Success, EPC, Engineering,

Construction, Procurement, Offshore, Oil, Gas.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Camadas Geológicas ................................................................................. 21 Quadro1: Principais atividades e insumos ao longo da cadeia produtiva .................. 22 Figura 2: Mapa do processo de exploração e produção ............................................. 23 Figura 3: Projetos de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras ............................ 24 Figura 4: Gerenciamento de Projeto e Coordenação do Projeto ................................ 25 Figura 5: Processo de Desenvolvimento do Projeto .................................................. 27 Figura 6: SAB - Padrão Analítico de Atividade ........................................................ 28 Quadro 2: Descrição das Atividades das Fases SAB ................................................ 28 Figura 7: Fases do Ciclo de Vida ............................................................................... 29 Quadro 3: Descrição das Fases do Ciclo de Vida ...................................................... 30 Figura 8: Ciclo de Vida do Produto ........................................................................... 31 Figura 9: Sucesso do Produto x Sucesso do Projeto .................................................. 32 Quadro 4: Consolidação dos Ciclos de Vida ............................................................. 33 Figura 10: Responsabilidades do Contratante e do Contratado ................................. 36 Quadro 5: Contrato de Implantação do Complexo Hidrelétrico Fundão Santa Clara. 39 Quadro 6: Dimensões de Complexidade .................................................................... 41 Quadro 7: Estrutura de Riscos e Atenuantes .............................................................. 42 Figura 11: Interação entre as nove Escolas de Pensamento de Gerenciamento de Projetos ..................................................................................................... 47 Figura 12: Sucesso do Produto x Sucesso do Projeto................................................ 50 Figura 13: Fases do Projeto ....................................................................................... 52 Figura 14: Sucesso do Projeto ................................................................................... 53 Quadro 8: Consolidação dos Fatores Críticos de Sucesso segundo a Literatura ....... 59 Quadro 9: Características Chave das Competências Centrais para EPC ................... 63 Quadro 10: Características de um Projeto EPC Offshore ......................................... 66 Figura 15: Metodologia de Pesquisa .......................................................................... 70 Quadro 11: Estratégias de Pesquisa ........................................................................ 72 Quadro 12: Principais Fontes Bibliográficas (Acesso CAPES) ................................ 73 Figura 16: Software ENDNOTE ................................................................................74 Quadro 13: Fontes Citadas na Bibliografia e Total de Fatores ..................................76 Quadro 14: Fatores de Sucesso ................................................................................. 76 Quadro 15 Critérios de Sucesso e Grau de Importância.............................................81 Figura 16: Banco de Dados ........................................................................................87 Gráfico 01: Importância Relativa dos Fatores Críticos ............................................113 Quadro 16: Conjunto dos Principais Fatores Críticos de Sucesso ...........................116 Figura 17: “Conjunto dos Principais Fatores Críticos de Sucesso” ..........................116 Quadro 17: Objetivos de Sucesso para Projetos EPC OffShore...............................119 Figura 18: Estrutura Analítica de Objetivos de Sucesso para Projetos EPC OffShore.................................................................................................. 126 Figura 19: Fatores Hipercríticos de Sucesso em Projetos EPC OffShore ................132 Figura 20: Fatores Críticos de Sucesso: Visão por Objetivo e Média ......................133 Figura 21: Objetivos x Fatores Críticos x Iniciativas ............................................... 134

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Formação Profissional.......................................................................... 89 Tabela 02: Tempo de Graduação ............................................................................ 89 Tabela 03: Experiência Relacionada à Projetos ..................................................... 90 Tabela 04: Fatores de Sucesso – Ranking segundo a Visão MÉDIA......................94 Tabela 05: Medidas de Posição – Visão MÉDIA .................................................. 95 Tabela 06: Fatores Críticos de Sucesso – Visão MÉDIA ...................................... 95 Tabela 07: Fatores Menos Importantes – Visão MÉDIA........................................96 Tabela 08: Fatores de Sucesso – Ranking segundo a Visão de CUSTO................. 98 Tabela 09: Medidas de Posição – Visão de CUSTO.............................................. 99 Tabela 10: Fatores Críticos de Sucesso – Visão de CUSTO...................................99 Tabela 11: Fatores Menos Importantes – Visão de CUSTO ................................100 Tabela 12: Fatores de Sucesso – Ranking segundo a Visão de TEMPO .............101 Tabela 13: Medidas de Posição – Visão de TEMPO ...........................................102 Tabela 14: Fatores Críticos de Sucesso – Visão de TEMPO ...............................103 Tabela 15: Fatores Menos Importantes – Visão de TEMPO................................104 Tabela 16: Fatores de Sucesso – Ranking segundo a Visão de QUALIDADE ...104 Tabela 17: Medidas de Posição – Visão de QUALIDADE .................................106 Tabela 18: Fatores Críticos de Sucesso – Visão de QUALIDADE......................106 Tabela 19: Fatores Menos Importantes – Visão de QUALIDADE .....................107 Tabela 20 Fatores de Sucesso – Ranking segundo a Visão de ESCOPO ............108 Tabela 21: Medidas de Posição – Visão de ESCOPO .........................................109 Tabela 22: Fatores Críticos de Sucesso – Visão de ESCOPO..............................111 Tabela 23: Fatores Menos Importantes – Visão de ESCOPO .............................110 Tabela 22: Lista Total de Fatores Críticos de Sucesso ........................................109 Tabela 23: Ranking dos Fatores Críticos de Sucesso ...........................................113 Tabela 24: “Objetivos (Critérios) Adicionais de Sucesso” ................................. 118 Tabela 25: Importância Relativa dos Fatores ...................................................... 120 Tabela 26: Correlação entre os Fatores Críticos de Sucesso ............................... 121

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LISTA DE SIGLAS

CE-EPC Centro de Excelência em Engenharia, Suprimentos e Construção CII Construction Industry Institute CV Coeficiente de Variação EPC Engineering, Procurement and Construction (ou Engenharia, Suprimentos e Construção) FCS Fator Crítico de Sucesso ou Fatores Críticos de Sucesso PROMINP Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural E&P Exploração e Produção FEED Front-End Engineering Design FEL Front-End Loading IPMA International Project Management Association IPA Independent Project Analysis ISO International Standard Organization OGC Office of Government Commerce PMBoK Project Management Body of knowledge PRINCE2 Projects in Controlled Environment 2 PRODEP Programa de Desenvolvimento e Execução de Projetos de Exploração e

Produção da Petrobras PMI Project Management Institute VIP Value Improving Practice

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ...................................................................................................... 2 AGRADECIMENTOS ............................................................................................ 3 RESUMO.................................................................................................................. 4 ABSTRACT.............................................................................................................. 5 LISTA DE ILUSTRAÇÕES................................................................................... 6 LISTA DE TABELAS .............................................................................................7 LISTA DE SIGLAS ................................................................................................ 8 SUMÁRIO ............................................................................................................... 9 1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 11 1.1 SITUAÇÃO PROBLEMA................................................................................. 11 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA............................................................................ 15 1.3 A JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO...................................... 13 1.4 A DELIMITAÇÃO DA PESQUISA.................................................................. 17 1.5 QUESTÕES DA PESQUISA ............................................................................ 17 1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ...................................................................... 18 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 20

2.1 PROJETOS OFFSHORE NO SEGMENTO DE ÓLEO E GÁS ...................... 20 2.2 PROJETOS DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO (EPC) ........................... 34 2.3 SUCESSO EM PROJETOS .............................................................................. 44 2.3.1 Projeto e Gerenciamento de Projetos ......................................................... 44 2.3.2 Critérios(Objetivos) e Fatores Crítico de Sucesso em Projetos ............... 46 2.3.2.1 Visão Geral de Sucesso em Projetos............................................................ 47 2.3.3.2 Critérios (Objetivos) de Sucesso em Projetos ............................................. 48 2.3.3.3 Fatores Críticos de Sucesso em Projetos ..................................................... 55 2.4 SÍNTESE DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................. 65 3 METODOLOGIA DE PESQUISA................................................................... 70 3.1 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................... 71 3.2 DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA DE PESQUISA .......................................... 71 3.3 ACESSO ÀS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................ 73 3.4 ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO........................................................... 74 3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO .......................................................................... 82

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS....................................................................... 85 4.1 PREPARAÇÃO DA AMOSTRA E DO BANCO DE DADOS........................85 4.2 ANÁLISE DO PERFIL DO RESPONDENTE................................................. 88 4.3 ANÁLISE DOS DADOS QUANTITATIVOS REFERENTES À SUCESSO..90 4.3.1 Estratégias de Análise e Critérios para Definição dos Fatores Críticos de Sucesso ...................................................................................................... 90 4.3.2 Fatores Críticos de Sucesso – VISÃO MÉDIA ......................................... 93 4.3.3 Fatores Críticos de Sucesso – Visão de CUSTO ........................................ 97 4.3.4 Fatores Críticos de Sucesso – Visão de TEMPO ...................................... 101 4.3.5 Fatores Críticos de Sucesso – Visão de QUALIDADE............................ 104 4.3.6 Fatores Críticos de Sucesso – Visão de ESCOPO ................................... 107 4.3.7 Importância Relativa dos Fatores Críticos de Sucesso e Ranking ......... 111 4.3.8 “Principal Fator Crítico de Sucesso” para Projetos EPC OffShore ...... 115 4.4 ANÁLISE DOS DADOS QUALITATIVOS REFERENTES À SUCESSO...117 4.5 OBJETIVOS MAIS IMPACTADOS PELOS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO IDENTIFICADOS......................................................................... 120 4.6 CORRELAÇÕES ENTRE OS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO ......... 120 5 CONCLUSÕES................................................................................................. 123 5.1 OBJETIVOS DE SUCESSO EM PROJETOS EPC OFFSHORE NO BRASIL

............................................................................................................................123 5.2 FATORES DE SUCESSO E OS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO EM

PROJETOS EPC OFFSHORE NO BRASIL ...................................................127 5.3 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS.............................................. 135 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................... 137

ANEXO: QUESTIONÁRIO DA PESQUISA ..................................................... 143

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1 INTRODUÇÃO

1.1 SITUAÇÃO PROBLEMA

Segundo a consultoria KPMG (2006), “projeções indicam que a atual capacidade da

indústria petrolífera brasileira representa apenas 3% do que será daqui a 25 anos, ou

seja, a cada cinco anos o setor deve dobrar de tamanho no país”.

Consolidando a perspectiva acima, em seu Relatório Anual - 2008, a PETROBRAS

(Petróleo Brasileiro SA) comunicou que estão programados para o período 2009-2013,

investimentos totalizando US$ 174 bilhões nas áreas de Exploração e Produção (E&P),

Refino, Transporte e Comercialização (RTC), dentre outras, sendo que desse total, US$

158,2 bilhões seriam investidos no Brasil. Da mesma forma, outras importantes

organizações do setor, como SHELL, CHEVRON ou REPSOL YFP, estão realizando

investimentos no País. Portanto, além dos projetos já em andamento, diversos novos

projetos serão implantados ao longo dos próximos anos no setor.

Por sua vez, os projetos na indústria do petróleo (óleo, gás e derivados) se caracterizam

por sua complexidade técnica e gerencial. O alto volume de investimentos, a longa

duração, a diversidade de organizações e recursos trabalhando em conjunto, as grandes

escalas, a logística de produção/distribuição, os elevados graus de incerteza e o imenso

fluxo de comunicação são algumas das características nesse caso. Não é surpresa,

portanto, a ocorrência de problemas de diversas origens durante a implantação desses

projetos.

Na Noruega, por exemplo, um relatório do Ministério de Petróleo e Energia, que

investigou as causas dos atrasos e do custo excessivo em Projetos Offshore nesse país,

apontou como principais problemas desses projetos a “insuficiente fundamentação para

tomada de decisões, o insuficiente entendimento dos riscos e seus impactos no

orçamento, o otimismo infundado, a falta de dados de experiências anteriores, os novos

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modelos de contrato como o EPC1, o ciclo de vida reduzido do projeto e as atividades

realizadas em paralelo”. Uma das conclusões mais significativas desse relatório é a de

que os principais problemas apontados são problemas de gerenciamento dos projetos.

Os problemas técnicos ou de engenharia, teriam menor relevância (DYRHAUG 2002).

No Brasil, os problemas de gerenciamento encontrados em projetos equivalentes no

Brasil não são diferentes. Diversos relatos, de problemas nesses projetos, estão

documentados. Na apresentação “EPC no Brasil – Principais Gargalos”, na Workshop

“Centro de Excelência em EPC” promovida pelo PROMINP em 2006, a PETROBRAS

(2006) indicou que algumas das principais dificuldades apresentadas em projetos de

Engenharia e Construção Offshore eram diretamente relacionadas ao gerenciamento de

projetos, por exemplo:

• Falta da cultura de planejamento e controle;

• Qualidade deficiente e prazos de execução do projeto de detalhamento muito

extensos;

• Deficiência de gerenciamento da contratada ocasionando atraso na entrega dos

equipamentos;

• Falta de mão de obra qualificada em nível de supervisão e gerenciamento;

• Sub-contratação de empresas inadequadas técnica e financeiramente;

• Baixa produtividade;

• Falta de critérios de medição que garantam fluxo de caixa neutro no contrato;

• Falta de diligenciamento e inspeção, de modo a se ter materiais e equipamentos no

prazo e qualidade requeridos.

Por sua vez, na 4ª Workshop Nacional do PROMINP, em São Paulo, 2006, a

CHEVRON (2006) em sua apresentação “Desafios das Operadoras no Relacionamento

com a Indústria Nacional”, também sinalizou a existência de dificuldades no

gerenciamento de projetos ao listar como um dos desafios das operadoras a necessidade

de “investimento em metodologias e processos de gestão de projetos”.

1 A sigla EPC resume as palavras em inglês “ Engineering, Procurement,and Construction”. É utilizada para se referir aos projetos e/ou contratos que tem como atividades ou processos elementares a Engenharia, as Aquisições (ou Suprimentos) e a Construção.

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Os problemas citados, de origem gerencial em sua maioria, indicam uma conjunção de

responsabilidades entre Operadoras (contratantes) e Empresas prestadoras (contratadas)

de serviços do tipo EPC, também chamadas de “Empresas EPCistas”. Por

simplificação a partir desse ponto, essas empresas serão chamadas simplesmente

de EPCistas.

Não foi sem razão, que na 3ª Workshop Nacional do PROMINP (Programa de

Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), em 2005, ABEMI

(Associação Brasileira de Engenheira Industrial) e ONIP (Organização Nacional da

Indústria do Petróleo) propuseram, e obtiveram aprovação, a criação de um Centro de

Excelência em Engenharia, Aquisições e Construção (CE-EPC), cuja missão é “Tornar

a indústria brasileira associada à cadeia produtiva de EPC do segmento de óleo, gás e

energia, competitiva e sustentável em termos mundiais”.

Diante desse cenário de problemas recorrentes, alta complexidade e de crescimento

acelerado do Setor de Óleo e Gás, fica evidente a necessidade de novos conhecimentos

que levem ao aumento da competência das organizações que gerenciam e executam

projetos EPC Offshore, sejam elas Operadoras ou EPCistas.

Macro-processos de gerenciamento de projetos como, o planejamento, a execução e o

controle, não podem mais ser conduzidos apenas através de métodos e mecanismos e

segundo níveis de exigência válidos para cenários anteriores, que não mais existem.

É necessário aportar elementos para aperfeiçoar os sistemas de gestão dos projetos EPC

Offshore. Como ponto de partida dessa iniciativa, as organizações precisam conhecer

profundamente as questões que se relacionam ou influenciam no alcance dos objetivos

desses projetos, ou seja, no alcance do sucesso.

Segundo BREDILLET (2008), a análise dos projetos através do entendimento de

“sucesso” pode ser vista como uma forma de estruturar o próprio conhecimento ou

entendimento sobre projetos. Segundo ele, os pesquisadores e praticantes envolvidos em

projetos que usam o conceito de sucesso, como base para discussão de projetos, formam

a escola teórica por ele denominada de “Escola do Sucesso (Success School)”.

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Portanto, essa dissertação, buscará gerar conhecimento específicos e típicos sobre

projetos de EPC Offshore através dos conceitos propostos por essa escola de

pensamento (“sucesso”).

A tipificação do conhecimento de projetos EPC Offshore através da visão de sucesso é

necessária e importante já que “estudos empíricos mostram que os projetos são

gerenciados de formas diferentes” (ANDERSEN, 2006). Essas diferentes formas de

gerenciar seriam influenciadas por características específicas como “tamanho,

complexidade, familiaridade, setor industrial, tipo de contrato, etc”.

SHENHAR (2001) estudou centenas de projetos e compartilha dessa visão. Segundo

ele, os projetos devem ser tratados de forma específica já que uma visão única, através

de conceitos gerais, não é adequada para todos os projetos. Para SHENHAR, “one size

does NOT fit all” (“um tamanho NÃO serve para todos”).

Nesse sentido, um elemento fundamental sobre esses projetos, e que deve ser

enfatizado, é que ao falarmos de projetos EPC estamos não apenas falando sobre a área

de aplicação ou de negócio que é a área de Engenharia e Construção. Estamos também

informando que a contratada terá a responsabilidade de construir e entregar ao

contratante o produto (objeto do contrato ou projeto) pronto para ser utilizado, ou seja,

entregar “a chave na mão (turnkey)” do contratante que, por sua vez, terá que pagar ao

contratado um montante já previamente definido (lump sum) por esse trabalho.

Ou seja, embora contratado e contratante tenham como objetivo final comum a

implantação com sucesso do projeto, as suas responsabilidades, rigorosamente definidas

em contrato, são muito distintas no dia-a-dia.

Dessa forma, para garantir ainda maior tipicidade e consequentemente, robustez nos

achados e conclusões, conforme enfatizado por SHENHAR (2001) e ANDERSEN

(2006) acima, esse estudo discutirá sucesso em projetos EPC Offshore do ponto de

vista das empresas contratadas (empresas EPCistas).

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Essas empresas podem ser consideradas como sendo os “pilares” de um projeto EPC,

conforme será discutido em maior detalhe a frente, já que são as responsáveis,

usualmente, pelo “ Projeto Detalhado, a Aquisição dos Materiais, a Construção e

Montagem e o Comissionamento” nesses projetos (HADDAD, 2007).

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

Esse estudo visa entender o que é sucesso em projetos EPC Offshore, no segmento de

óleo de gás no Brasil, e quais são os fatores que mais podem influenciar, de forma

positiva, a obtenção desse sucesso. É importante destacar que essa pesquisa considera a

visão desses projetos segundo os profissionais das Empresas EPCistas.

Nesse contexto, os objetivos específicos são:

� Identificar os critérios utilizados para se medir sucesso (critérios de sucesso), ou

seja, para se medir o resultado desses projetos.

� Identificar critérios típicos da realidade brasileira.

� Identificar os fatores que mais influenciam os critérios, ou seja, os chamados fatores

críticos de sucesso.

� Identificar fatores típicos da realidade brasileira.

� Analisar as relações entre os fatores de sucesso e os critérios de sucesso

identificados.

Para facilitar o entendimento dos objetivos propostos, apresentam-se as definições abaixo e que são discutidas em maior detalhe no Capítulo 2:

Critérios de Sucesso: São as medidas através dos quais julgamos o resultado do projeto. São os objetivos que desejamos atingir com o projeto.

Fatores Críticos de Sucesso: São os elementos de um projeto, que podem ser influenciados para se aumentar a probabilidade de sucesso (de atingir os objetivos).

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1.3 A Justificativa e Relevância do Estudo

Justifica-se essa pesquisa, ao se considerar o cenário descrito e ao se imaginar a

importância para executivos e gerentes de projeto, do conhecimento dos critérios de

sucesso e dos fatores críticos que mais influenciam esses objetivos.

Afinal, sem o entendimento dessas características, não há como propor de forma

estruturada, os meios e modos de melhorias visando sucesso (atingir objetivos/metas).

Espera-se que o conhecimento gerado a partir dessa pesquisa facilite a obtenção dos

seguintes benefícios (dentre outros), a área de Engenharia e Construção Offshore:

• Maior foco no gerenciamento do projeto.

• Melhor definição do escopo.

• Melhor planejamento.

• Melhor comunicação dos objetivos.

• Ampliação da visão geral quanto às áreas que demandam foco e otimização.

• Facilita a identificação de potenciais problemas e carências.

• Melhora a definição ou especificação das competências críticas dos recursos

humanos.

• Melhora a capacidade para definição de programas de treinamento.

• Melhora a capacidade para definição de planos de carreira.

• Maior visibilidade das necessidades de infra-estrutura.

• Maior qualidade na tomada de decisões.

• Melhora a previsibilidade e menos falhas;

• Maior visibilidade de riscos;

• Maior previsibilidade dos resultados;

• Menor custo e tempo.

Esta dissertação tem como destaque a verificação da importância relativa dos fatores

críticos de sucesso para aos principais critérios de sucesso identificados, verificação

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esta, que este autor desconhece a existência em estudos aplicados a projetos EPC

Offshore, no Brasil.

O enfoque dado às Empresas EPCistas também pode ser considerado como um

elemento relevante (pois o “lado” das Operadoras é o usualmente abordado nos estudos

disponíveis).

Potenciais benefícios, no desempenho de projetos de investimentos de capital da ordem

das centenas de milhões de dólares, são estimulantes.

1.4 A DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

Este estudo buscará gerar conhecimento a partir das percepções e experiências das

organizações e seus profissionais envolvidos no gerenciamento ou fazendo parte de

equipes implantando projetos EPC Offshore.

As conclusões alcançadas estão limitadas ao âmbito dos projetos EPC Offshore no

Brasil, segundo as responsabilidades das EPCistas, não podendo ser estendidas em seu

todo, a outros contextos.

No entanto, o questionário desenvolvido é genérico, no que se refere as grandes

construções e, portanto, poderia ser utilizado (ou servir de referência inicial) para

realização de pesquisa equivalente em outras classes ou tipos de projetos de grande

porte (Hidrelétricas, Grandes Shopping Centers, etc) ou realizar estudos do ponto de

vista das operadoras do setor de Óleo e Gás.

1.5 QUESTÕES DA PESQUISA

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Segundo o ponto de vista das Empresas EPCistas, atuando em projeto no Brasil, as

questões que buscam atender as expectativas desse estudo são:

� Quais são os “critérios de sucesso” ou objetivos que devem ser atingidos para se

obter sucesso em projetos de Engenharia, Suprimentos e Construção (EPC)?

� Há critérios ou objetivos para se medir sucesso, típicos do contexto brasileiro de

projetos de Engenharia, Suprimentos e Construção (EPC)?

� Qual são os fatores de sucesso mais importantes para que os critérios ou objetivos

de sucesso dos Projetos EPC Offshore sejam atingidos?

� Há fatores críticos de sucesso, típicos do contexto brasileiro de projetos de

Engenharia, Suprimentos e Construção (EPC)?

� Qual a importância relativa dos fatores críticos de sucesso para os critérios

(objetivos) de sucesso?

1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Busca-se cumprir com os objetivos desse trabalho, através da seguinte estruturação:

� Capítulo 1 – Introdução

É apresentada a Situação-Problema, os objetivos, a justificativa e a relevância do

estudo, as questões de pesquisa e suas delimitações.

� Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica

É apresentado o estado da arte do conhecimento em Projetos EPC, Projetos Offshore e

Sucesso em Projetos de forma a se obter fundamentação teórica sobre o tema

pesquisado. Essa revisão permite o levantamento de subsídios que suportem as

definições das variáveis do estudo, a realização da análise de dados e das conclusões.

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� Capítulo 3 – Metodologia de Pesquisa

Foram descritos e justificados os procedimentos aplicados na pesquisa com o objetivo

de esclarecer todas as etapas desenvolvidas durante o processo de pesquisa.

� Capítulo 4 – Análise de Resultados

Como parte da análise (baseada nas respostas do questionário) são discutidos assuntos

como: a preparação da amostra e do Banco de Dados, a análise do perfil do respondente,

as estratégias de análise e critérios para definição dos fatores críticos de sucesso, os

fatores críticos de sucesso segundo a visão média (geral) e segundo as visões de custo,

tempo, qualidade e escopo, a importância relativa dos fatores críticos de sucesso e

ranking, o principal fator crítico de sucesso, a análise dos dados qualitativos referentes a

sucesso, os objetivos mais impactados pelos fatores críticos de sucesso e as correlações

entre os fatores críticos de sucesso.

� Capítulo 5 – Conclusões

Serão apresentadas as principais conclusões e as impressões relevantes do pesquisador

pelo desenvolvimento da pesquisa.

� Capítulo 6 – Referências Bibliográficas

São listadas as referências consultadas e que serviram de base para este trabalho.

� ANEXO: Questionário de Pesquisa

É apresentado o questionário de pesquisa enviado para os potenciais entrevistados.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Esta revisão foi dividida em três partes principais: Projetos Offshore no Segmento de

Óleo e Gás, Projetos de Engenharia e Construção (EPC) e Sucesso em Projetos.

Espera-se discutir, através de outros estudos, os elementos necessários para se formar

uma visão que possa servir de base para responder as questões de pesquisa propostas.

2.1 PROJETOS OFFSHORE NO SEGMENTO DE ÓLEO E GÁS

O petróleo e o gás natural são misturas de hidrocarbonetos resultantes de processos

físico-químicos sofridos pela matéria orgânica que se depositou juntamente com

fragmentos de rochas durante a formação de rochas sedimentares, milhões de anos atrás.

Devido a efeitos mecânicos, ocorre a migração do petróleo no subsolo, acumulando-se

em rochas porosas e permeáveis denominadas rochas reservatório (FIEMG-

SEBRAE/2005).

A indústria de petróleo e gás é a responsável pelo aproveitamento dessas riquezas,

acumuladas nas rochas reservatórios. Segundo TORRES (2004), no Brasil, “a

exploração de petróleo é tarefa muito complexa, não só pela extensão de nossa área

sedimentar, superior a seis milhões de quilômetros quadrados, como pela natureza das

bacias, que possuem um tipo de rocha de difícil exploração e com pouco petróleo”.

As profundidades envolvidas são outros desafios. Para se ter uma idéia, a reserva de

Tupi, localizada a 320 quilômetros da costa do Rio de na Bacia de Santos, estimada

entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo leve, será explorada em águas ultraprofundas,

abaixo de uma camada de sal de dois quilômetros de espessura (pré-sal). Nunca tal

profundidade foi explorada comercialmente (Relatório Anual, PETROBRAS, 2007), ver

Figura 1, “Camadas Geológicas".

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Figura 1: Camadas Geológicas Fonte: Relatório Anual, Petrobrás, 2007.

Os projetos de exploração e produção de petróleo no mar são conhecidos como

“Offshore”. Diversos processos e atividades são realizados ao longo do ciclo de vida

desses projetos.

Para GUERRA e TEIXEIRA (2003), a cadeia produtiva de óleo e gás envolve

atividades que podem ser divididas em upstream (prospecção, exploração, perfuração,

“completação” e produção) e downstream (transporte, refino e distribuição).

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O Quadro 1 (“Principais Atividades e Insumos da Cadeia Produtiva de óleo e Gás”)

relaciona as principais atividades e insumos ao longo da cadeia produtiva segundo eles:

Principais Atividades e Insumos da Cadeia Produtiva de óleo e Gás

Upstream Exploração e Produção

Na prospecção e exploração das jazidas, os principais materiais e equipamentos utilizados são sismógrafos, explosivos e computadores de grande porte, enquanto que nos serviços destacam-se o levantamento e processamento geofísico, a determinação do perfil dos poços e a avaliação de formações. Como as jazidas relevantes em produção e as bacias sedimentares mais promissoras encontram-se na plataforma continental brasileira, esses serviços são realizados por navios sonda. Nessas atividades, os avanços tecnológicos localizam-se, principalmente, nos métodos sísmicos de reflexão pelo uso intenso de ressonância magnética. Nas atividades de furar o poço (perfuração) e adequá-lo para que sejam instalados os equipamentos para a produção de petróleo e gás (completação), utilizam-se navios especiais para a perfuração e sistemas de extração com completação “seca” ou “molhada”. Os materiais e equipamentos mais importantes são os tubos de revestimento, as “árvores de natal”, as linhas flexíveis, as turbinas e os grandes geradores e compressores. Nos serviços, salientam-se a perfuração e cimentação de poços, o afretamento de embarcações de apoio e o lançamento de linhas submersas.

Downstream Transporte,

Refino e Distribuição.

No segmento de transporte e refino, o óleo cru e o gás são transportados para as unidades de produção de derivados, nas quais os grandes compressores e bombas, turbinas a vapor, fornos, torres, vasos de pressão e sistemas supervisores de controle são os materiais e equipamentos mais relevantes. A manutenção mecânica e a instalação e montagem de plantas industriais, de oleodutos e gasodutos e de sistemas de armazenamento são os principais serviços. Por último, o segmento de distribuição reúne as atividades de comercialização de derivados. Nesse segmento, não existem grandes desafios tecnológicos; as atividades de marketing são as principais.

Quadro 1: Principais atividades e insumos ao longo da cadeia produtiva

Fonte: GUERRA e TEIXEIRA, 2003

Em complemento, é apresentada na figura 2, a visão das atividades de um projeto de

Exploração e Produção Offshore, segundo GUERRA E TEIXEIRA (2003).

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Figura 2: Mapa do processo de exploração e produção Fonte: GUERRA e TEIXEIRA, 2003

Para NETO, COSTA e DALLA (2006), os objetos de pesquisa das companhias

Offshore são “as plataformas, o sistema de perfuração e o mecanismo de transmissão

do petróleo da profundeza para a plataforma”. Conforme já mencionado, com a

evolução dos investimentos no setor, o número de projetos Offshore é expressivo.

Como exemplos, são mostrados na figura 3 apenas os projetos de Exploração e

Produção (E&P) da Petrobras, conforme apresentado no Plano de Negócios (2008-

2012), dessa organização, segundo BARUSCO FILHO (2008).

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Figura 3: Projetos de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras

Fonte: BARUSCO FILHO, 2008

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Dessa forma, e com o objetivo de caracterizar e entender melhor os Projetos de

Engenharia Offshore, facilitando a discussão, decidiu-se utilizar os processos e

atividades ao longo das fases do seu ciclo de vida.

Segundo a International Standard Organization (ISO 15288, 2008) o ciclo de vida de

um sistema, produto ou projeto representaria a conceituação funcional das necessidades

do sistema, sua realização, utilização, evolução e descarte.

Cada estágio ou fase tem um propósito ou contribuição ao ciclo de vida como um todo e

representam os seus principais períodos. As fases descrevem os principais marcos de

progresso do sistema através do seu ciclo de vida e dão origem aos portais de decisão

que definem a continuidade (ou não) do sistema (produto/projeto). Um sistema

(produto/projeto) progride ao longo do seu ciclo de vida como resultado das ações

realizadas e gerenciadas por pessoas, nas organizações, usando processos para

execução dessas ações (ISO 15288, 2008).

Para HALMAN e BRAKS (1999), o desenvolvimento de uma reserva Offshore de

petróleo ou de gás é um processo que tem um longo ciclo de vida (eventualmente, até

30 anos). Incluída nesse período de tempo, a “etapa pré-operacional” (viabilidade,

planejamento e execução do projeto) de uma plataforma de petróleo, por exemplo, pode

durar em torno de 4 a 5 anos. Para eles, o ciclo de vida do tradicional de processo de

engenharia na Indústria Offshore pode ser caracterizado através de uma abordagem

seqüencial, conforme figura 4.

Figura 4: Gerenciamento de Projeto e Coordenação do Projeto

Fonte: HALMAN e BRAKS (1999)

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As fases do ciclo de vida, segundo HALMAN e BRAKS (1999), poderiam ser

explicadas da seguinte forma:

• Exploração: Para iniciar a construção de uma plataforma offshore, é necessário explorar o

campo de petróleo ou gás e investigar se este é comercialmente viável. A orientação quanto

às partes que devem ser envolvidas no processo é uma das atividades na fase de exploração

fase.

• Projeto (Design) e Engenharia: Por definição do operador (uma empresa de petróleo), o

desenho ou projeto para a plataforma é executado. A fase de projeto é constituída por duas

partes: a primeira é o chamado FEED (Front End Engineering Design), uma concepção

grosseira ou básica. Em seguida é realizado o projeto detalhado. O projeto da plataforma é

dividido em duas partes. Uma parte é a construção da estrutura da plataforma (body-

work). A outra parte é o desenho do processo.

• Fabricação: Na fase de Fabricação, partes pré-fabricadas da plataforma, tais como

jaquetas, topsides e manifolds, são fabricadas no estaleiro em terra.

• Transporte e Instalação: Após terem sido pré-fabricados, a fase de transporte e instalação

se inicia, ou seja, os componentes são carregados em barcos especiais (barges) e

rebocados para o local offshore, onde são montadas e construídas as plataformas. A

primeira operação de instalação envolve a colocação da estrutura (template). Esta é fixada

no fundo do mar em um local considerado como o mais favorável para alcançar os

depósitos de hidrocarbonetos. O próximo passo é o lançamento dos oleodutos e

posteriormente a fixação da jaqueta. Em seguido é instalado o topside. O peso do topside

pode variar de 200 toneladas (instalação não tripulados) até 35 000 toneladas. Para a

instalação guindastes pesados são utilizados.

• Hook-up e Comissionamento Offshore: A fase final, antes da plataforma estar

operacional, é a de hook-up e comissionamento. Todos os serviços e sistemas na plataforma

são ativados nesta etapa.

• Perfuração: Na fase de perfuração, atividades de pré-perfuração são executadas e o

primeiro gás ou óleo é encontrado. Depois que os tubos estão colocados, a produção na

plataforma pode começar.

• Produção: Na fase de produção, o petróleo ou o gás é pré-processado para ser

transportado para a terra. O petróleo e gás é adicionalmente processado no refinaria.

Assim que o poço é drenado a plataforma não é mais útil.

• Remoção: A plataforma é removida e desmontada em terra ou no mar.

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Pode-se verificar que para HALMAN e BRAKS (1999), as fases de “Projeto (Design) e

Engenharia”, “Fabricação”, “Transporte e Instalação”, “Hook-up e Comissionamento” e

“Perfuração”, constituem o ciclo de vida do projeto de engenharia offshore,

representado pelos “investimentos de capital” ou CAPEX (Capital Expenditure).

Uma outra visão do ciclo de vida de um projeto offshore ou do “Processo de

Desenvolvimento do Projeto” (DYRHAUG, 2002), conforme denominado pela

operadora de petróleo norueguesa Statoil (StatoilHydro), pode ser observado em

seguida, na Figura 5 “Processo de Desenvolvimento do Projeto”.

Segundo DYRHAUG (2002), embora os projetos da Statoil iniciem na fase de

“Viabilidade”, a equipe de projeto é formada apenas após o portão de decisão

BOK(DG1). O projeto terminaria ao “Inicio da Operação”, no Decision Gate 4 (DG4 –

Inicio Oper.).

Figura 5: Processo de Desenvolvimento do Projeto

Fonte: DYRHAUG, 2002

Ainda na Noruega, a Indústria de Petróleo definiu um padrão (NORSOK, 2002) que

contém as seguintes fases para os projetos de desenvolvimento de óleo e gás e que

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podem ser observados através da estrutura SAB (Standard Activity Breakdown) ou

“Padrão Analítico de Atividade”. A estrutura SAB e as descrições de cada fase estão nas

Figuras 6 e no Quadro 2, em seguida.

Figura 6: SAB - Padrão Analítico de Atividade

Fonte: NORSOK, 2002

Quadro 2: Descrição das Atividades das Fases SAB

Fonte: NORSOK, 2002

Exploração É definida a partir do momento em que uma área ou bloco é designado a uma empresa.

Planejamento É definida a partir do momento em que um campo de gás/óleo é declarado comercialmente viável.

Desenvolvimento É definida a partir do momento da aceitação do conceito desenvolvido.

Operação É definida a partir do momento em que se inicia a produção regular.

Desligamento e Decomissionamento

É definida a partir do momento que o operador apresenta um cronograma para desligamento do poço. F

AS

ES

- S

AB

/ N

OR

SO

K

Remoção É definida a partir do momento que o operador confirma a concepção para remoção das instalações de campo.

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No Brasil, um exemplo de ciclo de vida difundido na Indústria de Óleo e Gás nacional é

o definido pela sistemática do PRODEP (Programa de Desenvolvimento e Execução de

Projetos de Exploração e Produção da Petrobras) (PETROBRAS, 2007).

Como no caso da Statoil, a sistemática do PRODEP apresenta as diversas fases do ciclo

de vida desses projetos, separadas por portões de decisão conforme figura 7. Ao final de

cada uma das fases são tomadas decisões sobre o projeto (“Prosseguir”, Cancelar/Adiar”

ou “Reciclar as definições”).

Figura 7: Fases do Ciclo de Vida Fonte: Manual PRODEP, Petrobras, 2007. Os principais objetivos e atividades das fases, estão descritos na Quadro 3, que também informa a estratégias de pesquisa a serem utilizados para a realização de pesquisa nas diversas fases.

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Fase Principais Objetivos / Atividades

1 Identificação e Avaliação da Oportunidade

Determinar o valor potencial da oportunidade e o seu alinhamento com a estratégia de negócios corporativa

2A Seleção Identificar e selecionar a melhor alternativa para a oportunidade.

“2”

2 Projeto Conceitual Detalhamento da alternativa selecionada. Elaborar as bases do projeto. Realizar análise econômica.

3 Projeto Básico Desenvolver projeto detalhado. Desenvolver o plano de execução do projeto. Realizar análise econômica final.

Execução / Implantação

Implantar o projeto de acordo com o Plano. Realizar o suprimento, fabricação, construção, comissionamento, etc.

4

Execução / Implantação:

Operação (Ano 1)

Parte da Fase de Execução. Entrada de produção do projeto (inicio das Operações com hidrocarbonetos). Monitoramento do desempenho. Avaliação formal ao final do ano 1.

Quadro 3: Descrição das Fases do Ciclo de Vida Adaptado do Manual PRODEP, Petrobras, 2007

Sintetizando, percebe-se que além de diferenças em nomenclatura e atividades, os ciclos

de vida apresentados pelas diversas fontes se diferenciam também quanto a suas

abrangências. Ou seja, algumas das fontes apresentam ciclos de vida “do projeto”,

porém, outras expandem essa visão através da adição de fases relacionadas à operação

“do produto”, respectivamente, umas se preocupam com as fases e atividades desde a

concepção até o final da implantação ou execução do projeto e entrega do produto para

uso ou operação enquanto que outras estão preocupadas com o ciclo de vida do produto,

da concepção até a retirada de circulação do produto.

Deve ser comentados que como parte da estratégia de gerenciamento de projetos, os

gerentes de projetos e equipes costumam dividir os projetos em etapas ou fases. Cada

uma dessas fases contém um conjunto de entregas (ou sub-produtos), fortemente

relacionadas e que deve ser realizado integralmente para que a fase seja considerada

encerrada. Normalmente as fases são seqüenciais e o término da última fase sinaliza o

término do projeto. O “somatório” dessas fases explica o ciclo de vida do projeto.

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Segundo o PMBoK(2008), “o ciclo de vida do produto consiste em fases do produto,

geralmente sequenciais e não sobrepostas, determinadas pela necessidade de produção

e controle da organização. A última fase do ciclo de vida de um produto é geralmente a

retirada de circulação do produto. Por outro lado, o desenvolvimento de um novo

produto pode ser um projeto em si".

Em outras palavras, pode-se dizer que o ciclo de vida do projeto é composto pelas fases

necessárias para o desenvolvimento do produto (“criação e realização”), não estando

incluídas as fases de uso/operação e descarte do produto realizado. Dessa forma, o ciclo

de vida de um projeto abrange algumas das fases do ciclo de vida do produto, ou seja, o

ciclo de vida do produto engloba o ciclo de vida do projeto, estando em um nível

hierárquico superior. A figura 8, seguinte, apresenta essa visão.

Figura 8: Ciclo de Vida do Produto

Fonte: BACCARINI, 1999

Para BACCARINI (1999), o sucesso do gerenciamento do projeto está vinculado aos

resultados de custos, tempo e qualidade, obtidos durante o ciclo de vida do projeto. Por

sua vez o sucesso do produto será avaliado, durante o uso ou operação do mesmo, em

relação aos efeitos do produto final. Na figura 9, abaixo, são adicionados os conceitos

propostos por BACCARINI, aos anteriormente discutidos sobre ciclo de vida.

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Figura 9: Sucesso do Produto x Sucesso do Projeto

Fonte: BACCARINI, 1999

Com base na discussão acima, o Quadro 4, “Validação dos Ciclos de Vida”

(próxima página), consolida os diversos “ciclos de vida” discutidos, possibilita a

visualização e entendimento das diversas visões quanto ao ciclo de vida e objetivos

relacionados a um Projeto de Engenharia Offshore.

Uma característica marcante dos projetos Offshore, enfatizada nos ciclos de vida

discutidos, é a ênfase no trabalho de concepção/planejamento, ou seja, nas fases pré-

operacionais. Esse trabalho é, usualmente, chamado de FEL (Front-End Loading),

FEED (Front-End Engineering Design) ou Front-End Planning, conforme mencionado

anteriormente.

O quadro 4, juntamente com a Figura 9, serve ainda para ratificar a delimitação dessa

dissertação, ou seja, essa dissertação tem foco nos Critérios e Fatores Críticos de

Sucesso no gerenciamento de projetos Offshore não estando incluídas as fases

operacionais.

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Quadro 4: Consolidação dos Ciclos de Vida

Halman & Braks (1999)

FabricaçãoTransporte e

InstalaçãoHook-up e

ComissionamentoPerfuração

NORSOK (2002)

ExploraçãoDesligamento e

DecomissionamentoRemoção

Viablilidade Conceito Pré-EngenhariaEngenharia Detalhada

Operação Ano 1

Fonte

Planejamento do Projeto

RemoçãoExploração Projeto e Engenharia

Fases do Ciclo de Vida do Projeto (Gerenciamento do Projeto)

Produção

Execução do Projeto

Projeto Básico Execução

Fases do Ciclo de Vida do Produto

Planejamento

Construção Teste e Comissionamento

Desenvolvimento Operação

Statoil-Hydro (2002)

Planejamento ControlePRODEP

(2007)Execução: Operação

Ano 1

Identificação e Avaliação de Oportunidade

SeleçãoProjeto

Conceitual

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2.2 PROJETOS DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO (EPC)

Há um somatório de informações quando nos referimos a um projeto como sendo um

“projeto EPC”.

Como já falado, na prática, ao falarmos desses projetos estamos informando que a área de

aplicação ou de negócios é a área de Engenharia e Construção e que o contratado

(contractor) tem a responsabilidade de entregar ao contratante o produto (objeto do

contrato ou projeto) pronto para ser utilizado, ou seja, entregar “a chave na mão

(turnkey)” do contratante que, por sua vez, terá que pagar ao contratado um montante já

previamente definido (lump sum).

Segundo o PMI (2004, 2007) há quatro tipos principais de contratos:

� Preço fixo ou preço global (Lump Sum): o contratado realiza o trabalho por um

preço fixo de acordo com o pacote contratado.

� Taxa Unitária: o contratado realiza o trabalho para as unidades especificadas e

recebe por cada uma das unidades finalizadas ou entregues.

� Custo Reembolsável: o contratado realiza o trabalho, cujo custo é reembolsado pelo

contratante. Esse custo é acrescido de uma remuneração adicional que representa o

lucro do contratado.

� Tempo e Materiais (Time and Materials): o contratado é reembolsado pelo tempo e

recursos gastos no trabalho realizado. É um tipo de contrato híbrido, contendo

aspectos dos contratos de custo reembolsável e de preço fixo.

Adicionalmente, o PMI (2004, 2007) indica que o tipo de contrato pode variar ao longo

do ciclo de vida, na área de construção. Ao inicio do projeto (fases conceitual e de

design/projeto) são preferidos contratos de custo reembolsável e, para o trabalho de

construção, os contratos de preço fixo (lump sum). A escolha do tipo de contrato seria

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influenciada pelo nível de detalhe disponível, urgência da compra, nível de competição

desejada, nível de competição disponível e a tolerância da organização ao risco.

Segundo WADE (2005), para a FIDIC, a Fédération Internationale des Ingénieurs-

Conseils (Federação Internacional de Engenheiros Consultores) que define e publica

padrões para contratos da Indústria de Engenharia e Construção, os projetos regidos por

contratos EPC Turnkey têm as seguintes características principais:

- A responsabilidade pelo design fica somente com a Contratada;

- O contratante prove os requisitos segundo os quais a Contratada projeta;

- A contratada realiza todo EPC (engineering, procurement, construction) provendo as

instalações plenamente equipadas e prontas para operação (turnkey);

- O contrato é do tipo lump sum.

Para eles, o projeto de construção (contrato EPC) é apenas uma parte de um complicado

empreendimento comercial, onde a duração e o custo são elementos críticos para os

financiadores e, portanto, erros (financeiros, dentre outros riscos) podem impactar o

resultado esperado. Por outro lado, o contratado ao assumir a responsabilidade por uma

ampla gama de riscos demandará a contrapartida equivalente e que pode impactar a

própria viabilidade do projeto.

Segundo FONTOURA (2006), além da abrangência EPC “completa” definida pelo

FIDIC acima, a abrangência do objeto dos contratos na construção pesada pode variar.

Por exemplo, algumas das possibilidades:

- Apenas a parte de “Construção” é contratada: nesse caso o contrato contemplaria

simplesmente a parte de construção civil e montagem de componentes eletromecânicos.

Os serviços de elaboração do projeto básico e/ou executivo e serviços correlatos, tais

como sondagens, ensaios e testes de laboratório, assim como o fornecimento dos

componentes eletromecânicos, ficariam sob a responsabilidade da Contratante.

- As partes de “Engenharia” e “Construção” (também chamadas de “Design and Build -

DB”) são contratadas: nesse caso, além dos serviços de elaboração dos projetos básico

e executivo, da construção civil e da montagem eletromecânica, a parte contratada

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também seria responsável pelo anteprojeto de engenharia. O fornecimento dos

componentes ficaria sob a responsabilidade da parte Contratante.

Os projetos regidos por contratos do tipo EPC, na construção pesada e naturalmente na

área de construção Offshore, são muito comuns no Brasil. Como exemplo da importância

desse tipo de contratação, todos os sete (7) projetos típicos de plataformas da Petrobras

(três Semi-submersíveis, três FPSOs e uma Plataforma Fixa) analisados pelo “projeto

E&P 12” do PROMINP (projeto “Gerenciamento de Prazos em Contratos de UEPs”),

haviam sido autorizados com base em Contratos do tipo EPC – TurnKey.

Para HADDAD (2007), os contratos EPC na indústria brasileira correspondem às fases

de Projeto, aquisição de materiais e equipamentos, construção e montagem (ver Figura

10). Nesse caso o contratante se responsabiliza pelo projeto básico. Em seguida a

responsabilidade é passada para o contratado que realiza o Projeto Detalhado, a

Aquisição dos Materiais, a construção e Montagem e o Comissionamento. O contratante

re-assume total responsabilidade a partir da “Operação Assistida".

Figura 10: Responsabilidades do Contratante e do Contratado

Fonte: HADDAD (2007)

Segundo XAVIER (2004) no contexto dos projetos EPC, há empresas que atuam como a

“Contratada Principal” (Main Contractor), sendo comum a formação de um consórcio

para este fim. Por sua vez o Consórcio (contratada principal) sub-contrata materiais e

serviços de outras empresas.

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Há também casos, onde a construção foi modularizada (o caso da plataforma P-53 da

Petrobras), em que são contratadas empresas e consórcios, havendo um conjunto de

“main contractors”. Nesse projeto foram contratadas “às empresas Keppel Shipyard,

responsável pela conversão do casco e montagem do "turret"; SBM, que ficou

encarregada do projeto e suprimento do "turret"; Rolls-Royce, responsável pelo módulo

de geração de energia; DRVA, consórcio das empresas Dresser Rand e Vetco Aibel, que

construiu o módulo de compressão; e QUIP S.A., consórcio formado pelas empresas

Queiroz Galvão, Ultratec e IESA, responsável pelos módulos de separação de petróleo,

tratamento de gás e utilidades, além da integração de todos os módulos ao navio” (CE-

EPC, 2008).

Para BACCARINI (2006), os projetos de construção são tipicamente caracterizados pelo

engajamento de várias organizações separadas e diversas, tais como consultores e

contratadas, por um tempo finito. Isso leva a criação de uma estrutura

multiorganizacional temporária para gerenciar o projeto de construção.

Na mesma linha, GUERRA e TEIXEIRA (2003) citam que a indústria do petróleo, “se

caracteriza por um forte vínculo estrutural, de natureza técnica, produtiva e

organizacional, entre empresas que, tradicionalmente, são classificadas em vários

setores de atividades: metal-mecânica, eletrônica, química, serviços de engenharia, de

diversos tamanhos, e que possuem dinâmicas concorrenciais diferenciadas. Uma

plataforma de exploração ou de produção de petróleo, por exemplo, é um Sistema

Complexo de Produção, intensivo em engenharia, de alto custo e feito por encomenda”.

Por exemplo, no projeto da Plataforma P-51 da Petrobras, foram gerados em torno de

5.000 empregos diretos durante os quase 4 anos de projeto, o custo estimado de US$ 760

milhões (PETROBRAS, 2006). O consórcio FSTP (formado pela Fels Setal e Technip

Engenharia) ficou responsável pelas integrações do casco e da planta de processo e

utilidades da plataforma. No entanto os módulos de energia elétrica (construídos pela

Rolls Royce) e os módulos de compressão de gás (construídos pela Nuovo Pignonge)

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foram fornecidos pela própria contratante, a Petrobras (INFOENER-USP, 2009). Nesse

caso, vemos que maioria das entregas de EPC está sob a responsabilidade da contratada

(o consórcio FSTP). No entanto, uma parte do EPC é realizada pela contratante

(Petrobras) através de outras contratadas. Adicionalmente, o projeto de engenharia do

casco foi realizado pelo FSTP, no entanto a aquisição/construção do mesmo, sob

responsabilidade da Petrobras, ficou por conta da Nuclep (KEPEL FELS BRASIL, 2009).

Como elementos de complexidade adicional, há cerca de 150 categorias profissionais (de

níveis superior, médio e básico) envolvidas nas atividades de engenharia, construção e

montagem (PROMINP, 2005) e dezenas de milhares de tarefas no cronograma (QUIP,

2008).

Esse padrão também pode ser observado nos Projetos de Engenharia e Construção

Offshore na Noruega, que tem uma duração típica de 3 a 6 anos (do inicio do

planejamento ao inicio da operação) e pode ocupar milhares de profissionais, de

diferentes organizações e localidades geográficas, trabalhando no mesmo projeto

(DYRHAUG, 2002).

Segundo YEO e NING (2002), os Projetos EPC “enfrentam desafios como forte

interdependência entre atividades, sobreposição de fases, trabalho fragmentado,

estrutura organizacional complexa e incerteza na previsão acurada dos

resultados/entregas”.

A título de exemplo da complexidade do trabalho e do contexto dos contratos EPC

turnkey é apresentado no Quadro 5, parte da definição que consta no contrato de

implantação do Complexo Hidrelétrico Fundão Santa Clara, bem como os principais

atores (stakeholders) envolvidos e suas funções (ELEJOR 2002 apud FONTOURA,

2006):

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Conteúdo do Contrato de Implantação do Complexo Hidrelétrico Fundão Santa Clara

“O contratado obriga-se perante o contratante, em contrapartida ao recebimento de um preço global e único, à total execução do objeto contratado, à realização de cuidadosa verificação da natureza e localização da obra, da adequabilidade do local, interpretação das informações existentes nos documentos do processo de licitação da concessão do empreendimento e fazendo suas próprias investigações, em quantidade e modalidade que julgar necessárias, à investigação própria de geologia e geotécnica, fluviometria do rio, hidrologia da região, e aceitação como suficientes os resultados já existentes, para a elaboração dos Projetos Básico e Executivo, a construção das obras civis, incluindo o adequado sistema de monitoração das estruturas, o fornecimento dos sistemas eletromecânicos para produção, transporte e entrega de energia, os Sistemas de Comando, Proteção e Controle e de Telecomunicações, incluindo sem limitação, trabalhos, serviços, bens, materiais, mão de obra, testes, trabalhos e instalações temporárias, testes de aceitação na fábrica; montagem eletromecânica e supervisão de montagem, comissionamento e testes de desempenho dos equipamentos e instalações, incluindo a integração e compatibilização de todos os bens e serviços objeto do contrato às instalações do sistema interligado, conforme as normas, procedimentos e regras aplicáveis em vigor, fornecimento, inclusive transporte, de produtos e insumos, com a sua respectiva garantia de qualidade, fornecimento de todos os equipamentos, materiais elétricos, mecânicos e outros, peças sobressalentes, ferramentas especiais de montagem, ferramentas de manutenção, manuais de operação e manutenção, administração de compras, enfim, tudo o quanto for necessário ao adequado e pleno funcionamento do objeto contratado“.

ATOR FUNÇÃO

Proprietário Empreendedor, contratante do fornecimento dos bens e serviços.

Contratado Fornecedor dos bens e serviços.

Representante do proprietário ou engenheiro do proprietário

Pessoa física ou jurídica que exerce, para efeito do contrato, por delegação e por conta do proprietário, a auditagem para a verificação da conformidade dos fornecimentos de bens e serviços e dos respectivos processos realizados pelo contratado, com as estipulações do contrato.

Equipe de consultores

Equipe de consultores técnicos, de reconhecida reputação e experiência, contratada a critério do proprietário, para prestar apoio ao seu representante, podendo proceder a auditagens periódicas para avaliar a conformidade do fornecimento dos bens e serviços e dos respectivos processos realizados pelo contratado, com as estipulações do contrato.

Operadora Empresa contratada pelo proprietário para realizar a operação e manutenção das usinas após a sua aceitação.

Mediador

Profissional independente, sem qualquer relação profissional,com o proprietário ou com o contratado, de reputação ilibada e com notório saber e experiência em seu campo de atuação e escolhido de comum acordo para a solução de controvérsias contratuais.

Equipe de comissionamento

Grupo constituído pelos representantes do proprietário e da operadora com a função de testemunhar a realização dos testes e ensaios das instalações e equipamentos.

Financiadores Bancos, agências de fomento, mercados financeiros e demais entidades financiadoras.

Consultor dos financiadores

Pessoa física ou jurídica que, eventualmente, pode ser indicada pelos financiadores para atuar como consultor independente dos mesmos no acompanhamento de todos os aspectos da implantação do empreendimento.

Seguradoras Companhias de seguro com quem o proprietário e o contratado contratam a cobertura de riscos inerentes à implantação do empreendimento.

Quadro 5 : Contrato de Implantação do Complexo Hidrelétrico Fundão Santa Clara

Fonte: ELEJOR, 2002, apud FONTOURA 2006

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Ao observarmos os atores acima percebemos que outra questão crucial nos projetos EPC,

se refere ao financiamento dos mesmos, usualmente realizado através de “Project

Finance”.

Segundo FINNERT (1996 apud MONTEIRO e CASTRO, 2000) o Project Finance “é a

captação de recursos para financiar um projeto de investimento economicamente

separável (isto é, cujos ativos possam passar a pertencer a uma empresa criada com o

propósito específico de implantar o projeto), no qual os provedores de recursos vêem o

fluxo de caixa do projeto como uma fonte primária de recursos para atender ao serviço

de seus empréstimos e obter o retorno sobre seu capital investido no empreendimento”.

Para PEREIRA (2003) o Project Finance pode ser visto como uma “engenharia

financeira para estruturação de um projeto e uma forma de controle administrativo. A

finalidade dessa estrutura é a de segregar o risco, preservar a capacidade de

endividamento de seus empreendedores ou patrocinadores, dividir o risco entre vários

interessados, economizar no pagamento de tributos, controlar sua administração, levar

adiante um projeto grande demais para um só patrocinador ou evitar a necessidade de

garantias reais, utilizando apenas a garantia de recebíveis do próprio projeto”.

No financiamento do tipo “Project Finance,” o fluxo de caixa de um projeto especifico é

o elemento foco dos financiadores, ao contrário do “Corporate Finance”, cujo foco está

na empresa financiada e não nos os projetos escolhidas por esta para aplicação do

financiamento. Em muitos casos é criada uma Empresa de Propósito Específica (SPE),

com tempo de encerramento definido (apenas durante o projeto), para recebimento do

“Project Finance”.

Segundo MONTEIRO e CASTRO (2000), “a atenuação de riscos, típica de um project

finance, depende em cada projeto, das negociações levadas a cabo entre os participantes

do empreendimento. Nesse sentido, sua estruturação é mais demorada do que no tipo

corporate finance. É freqüente firmarem-se um protocolo de intenção, um acordo de

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desenvolvimento conjunto e um acordo de confidencialidade, antes de estar decidida a

estrutura definitiva do projeto. Nas negociações são definidos os riscos que cada

participante do projeto aceita assumir. Para os riscos não assumidos por nenhuma das

partes são montados mecanismos de engenharia financeira para diluí-los”.

O Quadro 7, “Estrutura de Riscos e Atenuantes”, na próxima página, mostra exemplos de

fatores de riscos e atenuantes de um project finance.

Definitivamente, um projeto EPC Offshore é uma empreitada complexa.

No Quadro 6, “Dimensões de Complexidade”, montada a partir de BACCARINI (1996),

são apresentados os fatores que influenciam o grau de complexidade. Percebe-se que os

projetos EPC Offshore se enquadram facilmente no rol dos projetos complexos.

Organizacional Tecnológica

Diferenciação

Profundidade da estrutura hierárquica organizacional, isto é, número de níveis.

O número de unidades organizacionais formais, isto é, departamentos, grupos, etc.

A divisão e estruturação do trabalho e das tarefas que devem ser realizadas.

O número de diferentes especializações profissionais utilizadas para realizar o trabalho. Isso envolve ainda o número de áreas de conhecimento suportadas através da educação e treinamento e o uso de ferramentas e técnicas especiais.

Relacionada a variedade ou diversidade de algum aspecto de uma tarefa:

- Número e diversidade de entradas e/ou saídas.

- Número de ações ou tarefas diferentes e separadas para produzir o produto final de um projeto.

- Número de especialidades (exemplos, subcontratadas ou contratos).

InterdependênciaGrau de interdependências e interação entre os elementos da organização projeto.

Nível de Interdependêncies:- entre tarefas;- dentro de uma rede de tarefasw;- entre equipes;- entre diferentes tecnologias;- entre entradas.

OperacionalizaçãoDimensões de Complexidade do Projeto

Fonte

David Baccarini,The concept of

project complexitya review,

International Journal of Project Management Vol. 14, No. 4, pp. 201-

204, 1996

Quadro 6: Dimensões de Complexidade

Baseado em BACCARINI, 1996

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Quadro 7: Estrutura de Riscos e Atenuantes

Fonte: MONTEIRO e CASTRO, 2000

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WILLIAMS (1999) adiciona mais um elemento de complexidade aos propostos por

BACCARINI (1996), a “incerteza” ou instabilidade dos objetivos e das premissas nas

quais as tarefas são baseadas. Esse é mais um elemento que se aplica aos projetos EPC.

Dessa forma, os Projetos de Construção EPC são projetos complexos que tem como

principais características os seguintes itens:

� A alta tecnologia envolvida (Offshore).

� Fundamenta-se no trabalho conjunto de fornecedores de bens e serviços.

� O trabalho total e a responsabilidade por sua realização são decompostos em partes.

� A interdependência é um elemento base: espera-se que o trabalho contratado seja

entregue pronto para uso (“chave na mão” ou turnkey).

� A equipe do projeto, formada pela junção das diversas organizações e seus

profissionais, é numerosa (superando usualmente a ordem do milhar). Parte dessa

equipe está remotamente localizada (em diferentes estados do Brasil e outros países) e

é multinacional. Há necessidade de competência profissional em disciplinas e

tecnologias variadas.

� Há um grande número (milhares) de atividades diferentes e interdependentes. Há

sobreposição de fases.

� O arranjo financeiro é de difícil composição.

� Há diversos grupos e organizações poderosas e influentes interessadas (stakeholders)

no projeto.

� Incerteza/instabilidade e risco: além do citado acima, os projetos têm longa duração

(vários anos de esforço), envolvem cifras da ordem de dezenas ou centenas de

milhões de dólares e lidam com produtos que demanda cuidados com a segurança das

pessoas e do meio-ambiente.

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2.3 SUCESSO EM PROJETOS

Esse item discute os conceitos fundamentais de projetos e de gerenciamento de projetos.

Além disso, busca-se caracterizar o que é sucesso e que fatores poderiam influenciar a

obtenção de sucesso em projetos, em especial, da área de construção.

2.3.1 Projeto e Gerenciamento de Projetos

Há quase sete décadas, SCHUMPETER (1942, apud PORTER, 1993), ressaltava que a

melhoria e a inovação num setor industrial são processos que não terminam nunca. As

vantagens de hoje são logo superadas ou anuladas. Segundo ele, a natureza da

competição econômica não é o equilíbrio, mas o perpétuo estado de mudança.

Hoje em dia, a grande facilidade e velocidade do acesso ao “mercado global” (de

consumidores, recursos, etc), principalmente devido à massificação e expansão da

capacidade de comunicação através dos sistemas de computação e comunicações

(acelerado após o advento da internet e da comunicação móvel), criaram um contexto que

praticamente exige a entrada das corporações, que pretendem liderar (ou sobreviver), em

uma “guerra” comercial de proporções globais.

É a competição onipresente ou economia quântica, como imagina GROSSO (2003 Apud

PÉREZ LINDO 2005). Esse estado perpétuo de mudanças nos cenários de negócios,

acelerado na era da “economia quântica”, evidencia a necessidade de um correspondente

estado perpétuo de mudanças de objetivos e estratégias.

Na visão de KAPLAN e NORTON (1996), as organizações operacionalizam sua missão

e sua visão quando definem uma estratégia. Por sua vez, as estratégias organizacionais

são transformadas em realidade pelas organizações através da implantação de iniciativas,

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ou melhor, através de “projetos”. Além dos projetos estratégicos, também os projetos

operacionais, “aqueles projetos que não impactam dramaticamente as estratégias e

objetivos de longo prazo das organizações, mas que fazem parte da rotina, demandam

eficácia e eficiência em seu processo de implantação” segundo LORANGE (apud

PINTO, 1986).

Segundo ORLIKOWSKI E YATES (2002) as expectativas pela disponibilidade e rapidez

de produtos e serviços ocasionou o ressurgimento do interesse no fator tempo. A

obsessão pelo tempo no gerenciamento das organizações é antiga e pode ser observado,

de forma evidente, desde os estudos de tempo e movimento realizados por Frederick

Taylor no início do século passado. O contexto corrente colocou novamente o tempo no

foco dos estudos organizacionais e, consequentemente, nos projetos e seu gerenciamento.

Segundo, o Project Management Institute (PMBoK, 2004), um projeto é “um

empreendimento temporário, com objetivo de criar um produto, serviço ou resultado

único”.

Por sua vez a International Standards Organization (ISO 10006) define um projeto como

sendo “um processo único, consistindo de um grupo de atividades coordenadas e

controladas com datas para início e término, empreendido para alcance de um objetivo

conforme requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos”.

Para a International Project Management Association (IPMA, 2006) e para a Associação

Brasileira de Gerenciamento de Projetos (ABGP), um projeto é “uma operação, restrita

por custo e tempo, para realizar um conjunto de entregas definidas (o escopo para

atender os objetivos do projeto) conforme padrões de qualidade e requerimentos”.

Para o Office of Government Commerce (OGC, 2005), pode-se definir um projeto de duas

formas:

1- Um ambiente gerencial que é criado com o propósito de entregar um ou mais

produtos de acordo com um Plano de Negócios específico.

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2- Uma organização temporária que é necessária para produzir uma saída ou resultado

único e pré-definido em um tempo pré-especificado usando recursos pré-determinados.

Para CLEGG e COURPASSON (2004) “as organizações de projeto têm sido parte de um

prodigioso movimento no sentido da sofisticação da ciência administrativa e de

procedimentos desde o início do século: através desse aparatus administrativo, líderes

empresariais conseguem as coisas mais rapidamente, ao menor custo, com mais ordem e

coerência”.

Segundo KERZNER (1994, Apud SHENHAR, 2001) projetos, de uma forma geral, são

processos organizacionais de planejamento, organização, direção e controle de recursos,

utilizados para se obter resultados e objetivos específicos, dentro de um tempo definido e,

relativamente, curto. Esses processos (projetos) podem englobar não somente o

desenvolvimento de produtos, mas também a construção de habitações ou a realização de

um relatório de impacto ambiental.

Para LUNDIN e SODERHOLM (1995), “os projetos representam uma parte importante e

comum da vida econômica e social de hoje”. Segundo eles, os esforços para renovação e

para mudança nas operações existentes são usualmente organizados como projetos.

Grupos especiais ou comissões são formados para lidar com a necessidade de ação,

abordando necessidades ou problemas específicos, a fim de "fazer acontecer", dentro de

uma organização ou entre organizações.

Naturalmente, o domínio dos processos e ferramentas que auxiliem a implantação de

projetos passa a ser fundamental. Segundo JUGDEV e MILLER (2005), “na corrida

(race) para criar valor nos negócios, as empresas estão utilizando gerenciamento de

projetos para ajudá-las a sair das posições de desvantagem ou paridade competitiva”.

2.3.2 Critérios (Objetivos) e Fatores Críticos de Sucesso em Projetos

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2.3.2.1 Visão Geral de Sucesso em Projetos

O entendimento e a busca da definição de sucesso em projetos tem sido alvo da academia

e das organizações de gerenciamento de projeto há bastante tempo. Segundo DYRHAUG

(2002), já em 1986 o PMI (Project Management Institute) realizou seminário, em

Montreal, Canadá, para discussão desse tema.

Segundo BREDILLET (2007/2008) embora seja usual assumir que o gerenciamento de

projetos pode ser gerenciado através de um conjunto padrão de processos e mecanismos

(técnicas, ferramentas, etc), há uma número crescente de visões sobre como deve ser

gerenciado um projeto. Em seu estudo, BREDILLET foi capaz de identificar nove visões

diferentes e/ou complementares de gerenciamento de projetos. Cada uma dessas visões

foi denominada de “Escola de Pensamento”. A Figura 11 abaixo apresenta as escolas

identificadas e a interação simplificada entre elas.

Figura 11: Interação entre as nove Escolas de Pensamento de Gerenciamento de Projetos

Fonte: BREDILLET, 2008

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Naturalmente, essa dissertação se enquadra como um estudo da “Escola de Sucesso em

Gerenciamento de Projetos”.

A “Escola de Sucesso” tem como foco principal as questões relativas ao sucesso e ao

fracasso de projetos. Para BREDILLET essa escola é sustentada por dois pilares

fundamentais:

� Critérios de Sucesso em Projetos. São as medidas/indicadores através dos quais

julgamos o resultado do projeto. São as variáveis dependentes que medem o sucesso do projeto. São os objetivos que desejamos atingir com o projeto.

� Fatores de Sucesso em Projetos. São os elementos de um projeto, que podem ser influenciados para se aumentar a probabilidade de sucesso. São as variáveis independentes que tornam o sucesso mais provável.

Os critérios de sucesso são os elementos ou referências utilizadas para se medir ou avaliar

o desempenho do projeto. Por exemplo, um dos critérios de sucesso clássicos em projetos

é o critério “tempo”, ou seja, a avaliação do grau de desvio de “tempo” do projeto

indicará se o mesmo teve sucesso em relação a esse critério. No entanto, para que seja

possível alcançar sucesso nesse critério, sabe-se que o apoio dos principais executivos ao

gerente do projeto é fundamental ou crítico. Em outras palavras, o “apoio executivo ao

gerente do projeto” (variável independente) é um fator crítico de sucesso, pois esse

“apoio” é extremamente importante para que a meta definida no critério de “tempo”

(variável dependente) seja atingida.

Dessa forma, os critérios (objetivos) de sucesso estão em um nível hierárquico acima dos

fatores (críticos) de sucesso.

2.3.3.2 Critérios (Objetivos) de Sucesso em Projetos

Segundo JUGDEV e MILLER (2005), no passado, a visão inicial de sucesso em projetos

estava fortemente vinculada ao atendimento das expectativas de escopo, tempo e custo.

“Estudos focavam na medição dos indicadores de desempenho, no entendimento das

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razões dos atrasos em cronogramas e desvios de custo”. Ou seja, um projeto com sucesso

era aquele que ao seu término, atendia aos requerimentos de escopo

(especificações/qualidade), tempo e custo.

JUGDEV e MILLER (2005) chamam essa abordagem de sucesso em projetos de

“abordagem mecanicista”, visto que enfatiza aspectos técnicos. Esta seria uma visão de

sucesso superada (e restrita) pois não considera as expectativas dos diversos interessados

(stakeholders) em um projeto.

DE WIT (1986) (apud DYRHAUG, 2002) já havia estudado sucesso em projetos de

construção e observado que outros critérios de sucesso deveriam ser considerados, além

dos tradicionais. Segundo ele, os seis critérios de sucesso mais frequentemente utilizados,

quando se consideram apenas as fases de engenharia e construção, são:

1. Desempenho do orçamento.

2. Desempenho do cronograma.

3. Funcionalidade.

4. Satisfação do cliente.

5. Satisfação da empresa contratada.

6. Satisfação do gerente do projeto e equipe.

Para DE WIT (1988), “o grau de realização dos objetivos é que determina o sucesso de

um projeto”. Segundo ele, “é importante que se tenha em mente que o bom

gerenciamento do projeto pode contribuir para o sucesso do projeto, mas que os critérios

para se definir sucesso em um projeto devem estar vinculados aos objetivos do projeto”.

Ele sugere que ao se medir sucesso em projetos, sejam considerados os objetivos dos

diversos stakeholders ao longo do ciclo de vida do mesmo. Segundo ele, é uma ilusão

acreditar que com tal variedade de objetivos, se possa objetivamente medir sucesso em

projetos e que o uso apenas dos critérios de custo, tempo e qualidade/desempenho, para o

entendimento de sucesso, seria uma restrição.

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MUNNS e BJEIRMI (1996), sustentam a visão de DE WIT. Segundo eles, “tem sido

mostrado que o sucesso em projetos e o sucesso em gerenciamento de projetos não são

necessariamente relacionados. Os objetivos de projetos e de gerenciamento de projetos

seriam diferentes e os controles de tempo, custo e progressos, que são frequentemente

objetivos de gerenciamento de projetos, não deveriam ser confundidos com a medição de

sucesso em projetos”.

Ainda segundo MUNNS e BJEIRMI (1996), “a experiência tem mostrado diversos

exemplos de projetos onde foi possível obter sucesso relativo mesmo quando os objetivos

de gerenciamento de projetos não foram plenamente atingidos e vice versa”. Isto é, um

projeto pode ser visto como “de sucesso”, por exemplo, ao obter alta lucratividade,

embora entregue com atraso.

Sustentando a visão acima e conforme já discutido, para BACCARINI (1999), o sucesso

do gerenciamento do projeto está vinculado aos resultados de custos, tempo e qualidade,

obtidos durante o ciclo de vida do projeto. Por sua vez o sucesso do produto será

avaliado, durante o uso ou operação do mesmo, em relação aos efeitos do produto final.

A figura 12 abaixo (que também é a Figura 9), representa a visão de BACCARINI

(1999), e merece ser novamente apresentada.

Figura 12: Sucesso do Produto x Sucesso do Projeto

Fonte: BACCARINI, 1999

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Também para LIPOVETSKY et al (1997), além da tradicional visão de sucesso em

projetos, medido através de resultados internos tais como a realização dos objetivos

técnico-operacionais, de tempo e de custo, tem sido reconhecidas várias outras medidas

para definir sucesso. Essas medidas adicionais incluiriam a visão externa do projeto, por

exemplo, o resultado ou reflexo do mesmo para o cliente e para o desenvolvimento da

própria organização.

Para JHA e LYER (2007), que buscaram identificar fatores críticos de sucesso e fracasso

de projetos e avaliar o impacto relativo desses fatores no sucesso de projetos na indústria

da construção, “a definição de sucesso em projetos é vaga e não há critério universal para

sua medição”. Para eles os critérios de sucesso propostos por diversos pesquisadores

seriam os abaixo, e que podem ser separados em duas categorias:

- Critérios Tangíveis: qualidade, custo, tempo, segurança e disputas (conflitos).

- Critérios Intangíveis: seriam vários, por exemplo, satisfação do cliente, do contratante

ou da equipe do projeto.

Por sua vez, LIM e MOHAMED (1999) estudaram o caso da construção de um Shopping

Center de um milhão de metros quadrados e verificaram que sucesso em projeto depende

da perspectiva, em outras palavras, do horizonte do estudo ou da análise.

Para endereçar essa questão, eles propõem que deveríamos avaliar “o sucesso” através de

duas diferentes visões: “macro” e “micro”. A Figura 13, a seguir, indica que a “visão

macro” busca a medição do sucesso comparando o resultado obtido durante a fase de

operação, em relação ao conceito original (fase conceitual). Ela tem relação com os

resultados obtidos pelo produto do projeto, ou seja, qual o grau de aderência entre a idéia

original e o uso e operação efetiva do produto entregue. Já a visão “micro” de sucesso,

pode ser sintetizada através do sucesso medido ao final da fase de “Construção” e relativo

a “tempo, custo, desempenho, qualidade e segurança”.

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Figura 13: Fases do Projeto

Fonte: LIM e MOHAMED, 1999

Dessa forma, no mesmo projeto podemos ter perspectivas de sucesso parcial para um

grupo de stakeholders e perspectivas de fracasso para outros. Isso se deve aos diferentes

dimensões e perspectivas de interesses existentes quando consideramos o proprietário, o

desenvolvedor, o contratado, o usuário, o público em geral, etc.

DYRHAUG, ANDERSEN e ROLSTADAS (2002) afirmam que ”não há consenso na

literatura sobre como definir sucesso em projetos”. Segundo eles, os critérios abaixo têm

“mais consenso do que os outros”:

� Atingir objetivos de custo e tempo, especialmente se o projeto está na fase de

execução.

� Atingir a especificações técnicas iniciais.

� Atingir os objetivos do projeto ou contribuir para objetivos estratégicos, táticos e

operacionais financeiramente e tecnicamente.

� Satisfação do cliente ou proprietário.

CHAN, SCOTT e LAN (2002) fizeram uma revisão bibliográfica considerando vinte e

três artigos, publicados entre 1990 e 2000, relacionados a setor da construção, para

identificar os critérios de sucesso.

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Com base nesses critérios e nas fases dos projetos DB (Design/Build), eles propuseram o

framework apresentado na figura 14 abaixo:

Figura 14: Sucesso do Projeto

Fonte: CHAN, SCOTT e LAN, 2002

Considerando que essa pesquisa tem foco nas fases pré-operacionais de um projeto de

construção, podem ser consolidados abaixo os critérios para essas fases:

� Critérios Objetivos: Tempo, Custo, Saúde e Segurança.

� Critérios Subjetivos: Qualidade, Desempenho Técnico, Produtividade, Satisfação dos

Participantes Chave do Projeto e Gerência de Conflitos/Disputas.

O framework proposto por CHAN, SCOTT e LAN (2002) facilita a medição e avaliação

do desempenho de projetos nos seus diferentes momentos além de direcionar a visão do

gerente do projeto e equipe nos aspectos técnicos e gerenciar mais importantes do ponto

de vista dos interessados.

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Por sua vez, o Construction Industry Institute (CII – 2009), baseado na Universidade do

Texas, Austin, EUA, que é um Consórcio composto por mais de 100 empresas líderes na

área de construção, dentre elas as brasileiras “Petrobras” e “Vale” (do Rio Doce),

considera seis critérios para medição desempenho de projetos, em sua avaliação de

“benchmanking” de projetos de capital de grande porte. Os critérios são:

• Custo

• Cronograma

• Mudanças

• Retrabalho

• Horas trabalhadas e acidentes

• Impactos no projeto.

Em resumo, parece não ser possível obter um consenso pleno quanto aos critérios de

sucesso em projetos de uma forma geral e, inclusive, em projetos de construção.

Para DVIR et al (2002) “diferentes fatores influenciam o sucesso dos diferentes tipos de

projetos e que futura investigação em gerenciamento de projetos devem ter uma

abordagem mais específica para identificar as causas exatas de sucesso e fracasso em

projetos”. Segundo eles, “a busca por uma teoria universalística pode ser inapropriada”.

Após análise das diferenças em variáveis gerenciais em 127 projetos, eles indicaram a

necessidade do desenvolvimento de teorias de base tipologia em gerenciamento de

projetos.

Segundo BELASSI e TUKEL (1996) “ainda não está claro como medir sucesso em

projetos porque as partes que estão envolvidas em projetos percebem sucesso ou

fracasso de formas diferentes”. Um segundo problema colocado por eles se refere aos

vários estudos sobre o assunto na literatura que definem ou citam fatores de sucesso

diferentes. Dessa forma, as definições de sucesso propostas ou os fatores de sucesso

citados não se aplicariam a todos os projetos e, portanto, não poderiam explicar sucesso

em projetos de uma forma geral, mas apenas em alguns casos particulares.

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CHUA, KOG e LOH (1999) buscaram identificar os fatores críticos de sucesso em

projetos de construção e resumem em poucas palavras a questão dos critérios de sucesso.

Para eles “é geralmente aceito que os principais objetivos de um projeto de construção

são orçamento, cronograma e qualidade, embora existam outros objetivos mais

específicos, tais como considerações sobre segurança e entrada no mercado, dependendo

da natureza do projeto e da empresa”.

Dessa forma pode-se chegar as seguintes conclusões:

- Os critérios “tradicionais” (tempo, custo, escopo e qualidade), que poderiam ser

chamados de “fundamentais”, são comuns aos diversos ambientes de projeto de

construção. No entanto, esses critérios “tradicionais” não são suficientes para se definir

sucesso em projetos.

- Por outro lado, não há consenso de quais seriam os critérios adicionais (aos

“fundamentais”) para medição de sucesso (de fato, uma teoria universalista seria

inapropriada). Uma investigação relacionada a sucesso em gerenciamento de projetos

deve ter uma abordagem específica.

- O tipo de projeto e os interessados (stakeholders) influenciam diretamente os critérios

de sucesso, o que justifica o foco das discussões desse trabalho ser exclusivo em projetos

EPC Offshore.

2.3.3.3 Fatores Críticos de Sucesso em Projetos

A aplicação do conceito de fator crítico de sucesso não é nova. Na realidade, segundo

ROCKART e FOSTER (1989),

“o conceito de Fator Crítico de Sucesso está presente há décadas, se não, há séculos.

Aristóteles escrevendo há dois mil anos, expressou a idéia de que os líderes deveriam

criar alguns poucos e simples objetivos para suas organizações e citou que as

organizações que o fizeram, desempenharam bem melhor do que as que não. Há quase

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duzentos anos, o Barão Von Clausewitz, escrevendo para o Comando Germânico sobre

os princípios da guerra, definiu nove grandes princípios. Um deles era a "concentração

de forças". Von Clausewitz enfatizou que o “mau” general espalhava suas forças pelo

campo de batalha enquanto que o “bom general concentrava suas forças em algumas

poucas e críticas batalhas que ele tinha que ganhar, para assegurar a vitória....”.

Do próprio ROCKART (1979 apud BULLEN e ROCKART, 1981), vem a definição de

FCS dominante na literatura: “...é o número limitado de áreas cujos resultados, se

satisfatórios, vão assegurar o sucesso no desempenho competitivo da organização. Elas

são as poucas áreas “chave” onde as coisas precisam dar certo para o negócio

florescer. Se os resultados nessas áreas não são adequados, os esforços da organização

no período serão a menos do que o necessário”. Ele ainda acrescenta que os FCS são

“áreas da atividade que deveriam receber atenção gerencial constante e cuidadosa”.

Segundo o próprio ROCKART (1989), o trabalho apresentado por ele em 1979 ("Chief

Executives define their own data needs", Harvard Business Review, Vol. 57 pp.81-93.)

foi resultado de uma pesquisa sobre acesso a informação. A idéia era criar uma

abordagem ou método que permitisse aos executivos definirem de modo eficiente suas

necessidades de informação. Essa abordagem foi chamada de Critical Success Factor

Approach.

O trabalho de ROCKART e o método de identificação de fatores críticos de sucesso

utilizado acabaram por difundir de forma significativa esse conceito e influenciou o

entendimento e a visão de sucesso em projetos, ou seja, o gerenciamento com visão

focada nos objetivos.

Desde então, um número significativo de pesquisas sobre FCS tem sido realizado em

praticamente todas as áreas de negócios/especialização, sendo que, segundo

RAMAPRASAD e WILLIAMS (Apud AMBERG, 2005), o uso de FCS é relevante na

área de Gerenciamento de Projetos.

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Seguindo essa linha, PINTO (com outros autores) publicou, além de sua tese de

Doutorado (1986), uma série de artigos entre 1987 e 1990 sobre FCS, podendo ser

considerado como um precursor na aplicação desse conceito na área de projetos.

Em seu clássico artigo de 1987 (PINTO e SLEVIN, “Critical factors in successful project

implementation”, IEEE Trans. Eng. Manag., vol. EM-34, pp., (PINTO e MANTEL,

1990)) são identificados dez fatores, chamados de gerais, para o sucesso da

implementação de um projeto. Segundo eles, esses FCS poderiam ser aplicados a uma

ampla variedade de tipos de projeto e organizações. Os fatores, com uma breve definição,

são listados abaixo:

1 ) Missão do Projeto – Definição clara dos objetivos e direções gerais.

2) Apoio da Alta Gerência – A disposição da alta gerência para fornecer os recursos

e autoridade / poder necessários ao sucesso do projeto.

3) Plano/Cronograma do Projeto – Especificação detalhada dos passos e ações para

a implantação do projeto.

4) Envolvimento do Cliente – Comunicação, envolvimento e participação de todas as

partes impactadas.

5) Pessoal – Recrutamento, seleção e treinamento do pessoal necessário para compor

a equipe.

6) Tarefas Técnicas – Disponibilidade da tecnologia e conhecimentos necessários

para completar tarefas técnicas específicas.

7) Aceite do Cliente – O ato de “vender” o projeto final para o seu usuário final.

8) Acompanhamento e Feedback – Fornecimento periódico de informações completas

de controle em cada estágio do processo de implantação.

9) Comunicação – A disponibilidade da estrutura e dados necessários a todos os

principais envolvidos na implantação do projeto.

10) Solução de Problemas – Habilidade de lidar com crises inesperadas e com

desvios do plano.

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PINTO (1986), em sua tese de doutorado, ainda enfatizou a instabilidade dos fatores de

sucesso, que mostraram ter grau de importância variável de acordo com a fase do ciclo de

vida do projeto.

Para FORTUNE e WHITE (2006) a abordagem com base em fator crítico de sucesso “é

possivelmente a abordagem mais conhecida para se lidar com os aspectos organizacionais

e humanos em Projetos”. Elas fizeram um significativo levantamento bibliográfico ao

considerar sessenta e três artigos relacionados a sucesso em projetos. Embora a maioria

dos artigos estudados por elas seja da área de sistemas de informação, por sua amplitude

e qualidade do tratamento das informações, será excepcionalmente utilizado como

referência, sendo, aliás, o único artigo que não é da área de construção dentre os

discutidos sobre o tema. Entende-se que esta decisão não afetará a qualidade dos

resultados dessa dissertação e, sim, dará maior robustez à discussão sobre os fatores que

influenciam os critérios/objetivos.

Um dos resultados o trabalho de FORTUNE e WHITE (2006) é a consolidação dos

diversos fatores críticos de sucesso identificados na literatura. O Quadro 8,

“Consolidação dos Fatores Críticos de Sucesso segundo a Literatura”, abaixo, cita esses

fatores:

Consolidação dos Fatores Críticos de Sucesso segundo a Literatura

Objetivos realistas e claros.

Plano de negócios sólido / base adequada para o projeto.

Controle/Monitoração efetiva.

Fechamento planejado / revisão / aceitação de possíveis falhas.

Suporte da gerência sênior.

Gerente de projeto competente.

Plano robusto/detalhado mantido atualizado.

Cronograma realista.

Boa liderança.

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Quadro 8: Consolidação dos Fatores Críticos de Sucesso segundo a Literatura

Fonte: FORTUNE e WHITE, 2006

Por sua vez, JHA e LYER (2007) testaram fatores de sucesso em relação aos quatro

critérios base, “cronograma”, “custo”, “qualidade” e “disputas”, anteriormente

apresentados, e chegaram a conclusões interessantes. Dos fatores de sucesso testados,

nenhum mostrou ter influência significativa em todos os quatro critérios.

Em projetos cujo foco está no cronograma, três fatores foram considerados os mais

críticos: comprometimento dos participantes do projeto, competência do contratante

(“owner”) e gestão dos conflitos entre os participantes. Para custos, os fatores

considerados como os mais críticos foram: coordenação entre os participantes, condição

Escolha correta e experiência prévia em métodos e ferramentas de gerenciamento de

projetos.

Time de projeto suficiente/adequado/capacitado.

Boa comunicação e feedback.

Estabilidade política.

Influências ambientais.

Aprendizado de lições passadas.

Adaptação/cultura/estrutura organizacional.

Tamanho do projeto / nível de complexidade / número de pessoas envolvidas / duração.

Orçamento adequado.

Recursos suficientes / bem alocados.

Prover treinamento.

Tecnologia familiar e testada.

Bom desempenho de consultores, contratadas e fornecedores.

Risco endereçado, avaliado e gerenciado.

Envolvimento do cliente/usuário.

Apreciação de diferentes pontos de vista.

Patrocinador.

Gerência de mudança efetiva.

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de trabalho favorável e gestão dos conflitos entre os participantes. No que se refere à

qualidade, os fatores considerados como os mais críticos foram: competência do gerente

do projeto, suporte da alta gerência e interação entre os participantes. No que se refere à

ausência de disputas, os fatores considerados como os mais críticos foram: suporte da alta

gerência, condição de trabalho favorável e competência do contratante (“owner”).

O entendimento de que os fatores críticos de sucesso têm influência variável dependendo

do critério ou objetivo de sucesso (tempo, custo, qualidade, etc), indica que certos fatores

devem ter foco prioritário da gerência do projeto dependendo da situação em que se

encontra o projeto.

Em resumo, os principais fatores críticos de sucesso segundo JHA e LYER são doze (12):

- comprometimento dos participantes do projeto, competência do contratante (“owner”),

gestão dos conflitos entre os participantes, coordenação entre os participantes, condição

de trabalho favorável, gestão dos conflitos entre os participantes, competência do gerente

do projeto, suporte da alta gerência, interação entre os participantes, suporte da alta

gerência, condição de trabalho favorável e competência do contratante (“owner”).

O Construction Industry Institute (CII, 2009) também considera doze (12) práticas que

“se executadas de forma efetiva, levam à melhoria do desempenho do projeto”, para

avaliação de “benchmanking” de grandes projetos de capital. Essas práticas, que podem

ser vistas como fatores de sucesso, e suas definições são:

• Planejamento Antecipado (Front-End Planning) - Realizar planejamento robusto ao

inicio do projeto, de modo a garantir e manter a vinculação entre as necessidades de

negócio, estratégia do projeto, escopo, custo, teste e verificações, qualidade e

cronograma, durante todo o ciclo de vida do projeto.

• Alinhamento durante o Planejamento Antecipado (Front-End Alignment During

Front-End Planning) - Estabelecer objetivos realizáveis, mensuráveis e bem

definidos, ao inicio do planejamento. Comunicar e integrar os objetivos dos

participantes.

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• Parcerias (Partnering) - Realização de parcerias com fabricantes nacionais e

estrangeiros para fornecimento de pacotes de materiais e equipamentos.

• Formação da Equipe (Team Building) - Possibilitar o desenvolvimento dos

participantes do projeto como uma equipe efetiva.

• Projeto de Entrega e Estratégia de Gestão do Contrato (Project Delivery and Contract

Strategy) - Ter a capacidade de desenvolver um plano adequado de entregas parciais

do projeto e estruturar uma estratégia de gestão do contrato que facilite a boa

convivência entre contratado e contratante.

• “Construtabilidade” (Constructability) - Análise feita para se reduzir os custos e os

prazos durante a etapa de construção e montagem.

• Avaliação de Riscos do Projeto (Project Risk Assessment) - O processo quantifica a

probabilidade de ocorrência e o impacto do risco nos objetivos do negócio/projeto,

provendo um plano para sua mitigação

• Gerenciamento de Mudanças (Change Management) - Definição e implantação de

metodologia de gerenciamento de mudanças (de escopo, etc.) no projeto.

• Técnicas de Acidente Zero (Zero Accidents Techniques) / Segurança do Trabalho,

Meio Ambiente e Saúde – Garantir que o projeto será executado com o cuidado e a

segurança apropriada, de modo a evitar acidentes que possam causar prejuízos à

saúde e a integridade das pessoas, ao meio ambiente, além de danos à propriedade

privada.

• Benchmarking – Comparar os vários processos e práticas utilizadas nos projetos da

organização, em relação as melhores práticas aplicadas pelas organizações líderes

(“best of class”), em busca de melhoria continua.

• Planejamento da Partida (Planning For Start Up) – É o planejamento necessário para

a transição adequada entre o término da construção e o início (partida) da operação

comercial. Inclui todas as atividades que ligam essas duas fases, tais como, “turnover”

dos sistemas, verificação dos sistemas, comissionamento, testes de performance, etc.

• Tecnologia de Automação / Integração (Technology Automation / Integration) – Uso

de tecnologia da informação como ferramenta para aumento da eficiência e a eficácia

dos processos de gerenciamento e a integração das equipes de projeto.

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Por sua vez, o Independent Project Analisys (IPA), cujas práticas são consideradas por

grandes organizações (como a Petrobras) na área de óleo e gás, para cumprir sua missão

de “conduzir pesquisas relativas ao funcionamento de projetos de capital e sistemas de

projeto e aplicar os resultados de tais pesquisas no apoio aos clientes na criação e

utilização mais eficiente de ativos de capital” (NAKANO, 2006), suporta o uso de

práticas de valor ou VIPS (Value Improving Practices) para aumento de desempenho em

projetos. A lista de VIPs propostos pela IPA tem um foco significativo no produto. Pode-

se considerar que dos dezesseis (16) VIPs propostos, e que estão divididos em grupos

denominados de “Ativos”, “Facilidades de Produção” e “Subsuperfície”, dois (2), tem

caráter eminentemente gerencial:

• Análise de “Construtabilidade” (Constructability);

• Análise de Riscos e Incertezas (Risk and Uncertainty Analysis).

TOOR e OGUNLANA (2008) estudaram o relacionamento entre fatores de sucesso em

projetos de construção de grande porte. Segundo eles, os seguintes fatores melhor

representam o conjunto de fatores críticos para esses projetos:

� Requerer o uso de fatos e dados para suportar as ações em todos os níveis de tomada

de decisão.

� Conhecer o que o cliente realmente quer.

� Aceitação dos planos pelo cliente.

� Priorização clara dos objetivos do projeto pelo cliente.

� Membros do time competentes.

� Gerente de Projeto competente

� Fechar contratos com os fornecedores e projetistas (designers) certos.

� Planejamento e controle efetivo do projeto.

� Objetivos e prioridades de todos os interessados (stakeholders), claramente definidas.

� Consulta regular ao cliente.

� Capacidade de resposta/retorno do cliente.

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Por sua vez, LAMPEL (2001) procurou definir as competências “críticas” para empresas

envolvidas em projetos EPC. Em seu estudo, ele descobriu que para essas empresas

serem competitivas, é necessário ter algumas competências fundamentais cujas

características chave são apresentadas no Quadro 9, “Características Chave das

Competências Centrais para EPC”.

Características Chave das Competências Centrais para EPC

Competências Empreendedoras Baseado na mistura de experiências de marketing e entendimento intuitivo das necessidades dos clientes proporciona às empresas EPC a habilidade de: � Detectar e desenvolver oportunidades � Acessar situações complexas e pouco fluidas � Vender idéias de projetos para clientes

Competências Técnicas Baseado em análises, mas reforçadas por tácitos conhecimentos técnicos, proporcionam às empresas EPC a habilidade de: � Usar artefatos tecnológicos e “know-how” � Mover conhecimento rapidamente de uma tarefa para a outras � Absorver conhecimento de fontes externas

Competências de Avaliação Baseado na interação do julgamento humano e sistemas de informação, proporcionam às empresas EPC a habilidade de: � Estimar custos e retorno dos projetos � Estimar cronogramas � Estimar parceiros e subcontratadas de risco.

Competências Relacionais Baseado em habilidade sociais, psicológicas e multiculturais, proporcionam às empresas EPC a habilidade de: � Gerenciar relacionamentos com cliente, fornecedores e parceiros. � Evitar e resolver disputas � Ajustar a dinâmica do time em face de contingências imprevistas.

Quadro 9: Características Chave das Competências Centrais para EPC

Baseado em LAMPEL, 2001

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CHUA, KOG e LOH (1999) afirmam que os fatores críticos “possibilitam a alocação

adequada dos limitados recursos de um projeto de construção”. Em seu estudo eles

identificaram os fatores que influenciam o desempenho do projeto de uma forma geral e

também dos critérios de sucesso (orçamento, cronograma e qualidade). O estudo também

agrupou os sessenta e sete fatores analisados segundo quarto aspectos: “características do

projeto”, “arranjos contratuais”, “participantes do projeto” e “processos interativos”. Para

simplificar são apresentados abaixo os fatores que influenciam os projetos de uma forma

geral:

� Adequação de planos e especificações

� Construtabilidade

� Inspeções dos Locais de Trabalho

� Comprometimento e envolvimento do Gerente de Projeto

� Obrigações realistas / objetivos claros

� Competência do Gerente de Projetos

� Reuniões de controle da construção

� Comunicação formal da construção

� Incentivos e motivação contratual

� Riscos econômicos.

Embora não citado explicitamente na literatura de “sucesso em projetos”, questões

relacionadas a complexidade do financiamento dos projetos EPC Offshore foram citadas

exaustivamente na literatura sobre projetos EPC, conforme discutido nos capítulos

anteriores dessa dissertação. O próprio Project Management Institute (PMI), em seu

Project Management Body of Knowledge – Construction Extension (PMI, 2007), define

uma área de conhecimento chamada de “Gerenciamento Financeiro”.

Dessa forma, pode-se considerar que um fator crítico de sucesso nesses projetos é a

capacidade de gerenciamento financeiro dos mesmos, por exemplo, ter a capacidade

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para evitar ou reduzir o impacto do custo elevado e das dificuldades na obtenção de

capital de giro.

Resumindo e fazendo uma analogia com base no discutido a respeito dos “Critérios de

Sucesso” e considerando-se que os “Fatores de Sucesso” estão em um nível hierárquico

abaixo, conforme explicado anteriormente, não se pode dizer que haja um conjunto único

de Fatores Críticos de Sucesso, visto serem os mesmo dependentes do tipo de projeto e

interessados (stakeholders).

De fato, há muito, BULLEN e ROCKART (1981) reportaram que os Fatores Críticos de

Sucesso se caracterizam como sendo fatores contextuais (embora alguns possam ter

aplicação geral). Ou seja, os FCS são dependentes do contexto no qual a organização está

atuando.

Fica mais uma vez evidente, a necessidade de gerarmos conhecimentos específicos a

respeito dos Projetos EPC Offshore.

2.4 SÍNTESE DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A revisão realizada ratifica a necessidade de se gerenciar projetos de forma eficaz e

eficiente, especialmente se considerarmos o cenário de alta competitividade observado

em praticamente todos os segmentos.

Naturalmente, o segmento de Óleo e Gás não foge a essa regra, que acaba sendo

ratificada e intensificada no Brasil, à medida que ocorre forte expansão através do

aumento dos investimentos em novos projetos em nosso país.

Pode-se também observar que os Projetos EPC Offshore são empreendimentos muito

complexos e, portanto com necessidades prementes de conhecimentos que possam ser

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agregados de forma a se aumentar a probabilidade de obtenção dos resultados esperados

e/ou contratados pelos diversos interessados (stakeholders).

As características desse tipo de projeto são apresentadas no Quadro 10, “Características

de um Projeto EPC Offshore”, conforme já discutido em item anterior.

Características de um Projeto EPC Offshore

1. A alta tecnologia envolvida. 2. Há necessidade de competência profissional

em disciplinas e tecnologias variadas.

3. Fundamenta-se no trabalho conjunto de

fornecedores de bens e serviços.

4. Há um grande número (milhares) de

atividades diferentes e relacionadas. Há

sobreposição de fases.

5. O trabalho total e a responsabilidade por

sua realização são decompostos em

partes.

6. O arranjo financeiro é de difícil composição.

7. A interdependência é um elemento base:

espera-se que o trabalho contratado seja

entregue pronto para uso (“chave na mão”

ou turnkey).

8. Há diversos grupos e organizações poderosas

e influentes interessadas (stakeholders) no

projeto.

9. A equipe do projeto, formada pela junção

das diversas organizações e seus

profissionais, é numerosa (superando

usualmente a ordem do milhar). Parte

dessa equipe está remotamente localizada

(em diferentes estados do Brasil e outros

países) e é multinacional.

10. Incerteza/instabilidade e risco: além do citado,

os projetos têm longa duração (alguns anos de

esforço), envolvem cifras da ordem de dezenas

ou centenas de milhões de dólares e lidam

com produtos que demandam cuidados com a

segurança das pessoas e do meio-ambiente.

Quadro 10: Características de um Projeto EPC Offshore

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Pelas características apresentadas percebe-se a necessidade de conhecimento relacionado

aos processos, competências e mecanismos necessários para o gerenciamento desses

projetos, até porque, várias delas se enquadram dentre os elementos de complexidade

propostos por BACCARINI (1996) e WILLIAMS (1999).

Nesse sentido, sabe-se que há diversas escolas de pensamento em busca da melhor forma

de se gerenciar projetos. De fato, cada uma delas representa um olhar sobre o fenômeno

“gerenciamento de projetos” e buscam estruturar ou modelar formas de se conduzir

adequadamente esses empreendimentos até o seu final.

A “Escola de Sucesso” representa uma das principais escolas de pensamento em

gerenciamento de projetos e está ancorada em dois conceitos fundamentais, conforme já

apresentado:

� Critérios de Sucesso em Projetos: são as medidas/indicadores através dos quais

julgamos o resultado do projeto. São as variáveis dependentes que medem o sucesso

do projeto. São os objetivos que desejamos atingir com o projeto.

� Fatores de Sucesso em Projetos: são os elementos de um projeto, que podem ser

influenciados para se aumentar a probabilidade de sucesso. São as variáveis

independentes que tornam o sucesso mais provável.

De fato, a idéia central do pensamento em torno de sucesso tem relação direta com a

necessidade de se gerenciar por objetivos, afinal, sucesso tem relação direta com o grau

de obtenção dos objetivos. Dessa forma, o conhecimento desses elementos fundamentais

possibilita a criação de um sistema de gerenciamento de projetos com foco nos objetivos

(“critérios de sucesso”) e nos elementos que pode influenciar esses objetivos (“os fatores

críticos de sucesso”).

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Por outro lado, pôde-se verificar através da bibliografia sobre critérios e fatores de

sucesso com foco na área de construção, que:

Quanto a Critérios (objetivos) de Sucesso:

• Estão em um nível hierárquico acima dos fatores críticos de sucesso. Ou seja, são

influenciados por esses fatores.

• Não há pleno consenso na literatura sobre como definir ou medir sucesso em projetos.

• Apenas os critérios relacionados a escopo, qualidade, tempo e custo, estão

presentes, apesar de eventual diferença de terminologia, nas diversas visões

apresentadas. Esses critérios poderiam ser chamados de “fundamentais”. Um

“segundo grupo” de critérios poderia eventualmente ser resumido pelos critérios

“segurança” e “disputas”.

• Os critérios “fundamentais”, apenas, não são suficientes para medir sucesso e

consequentemente direcionar o gerenciamento com foco em sucesso.

• Há diversos outros critérios propostos, que em linhas gerais, dependem das

características do projeto e seu contexto. No entanto, não há consenso de quais seriam

os critérios adicionais (aos “fundamentais”) para medição de sucesso. Uma

investigação relacionada a sucesso em gerenciamento de projetos deve ter uma

abordagem específica.

• Esses critérios (objetivos) de sucesso adicionais variam de acordo com a fase do ciclo

de vida do projeto, podendo até mesmo não existir em uma dada fase.

Quanto a Fatores Críticos de Sucesso:

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• Estão em um nível hierárquico abaixo dos critérios de sucesso. Nesse caso,

influenciam os critérios de sucesso.

• Não há consenso na literatura sobre quais seriam os fatores críticos de sucesso, nem

mesmo quanto a fatores “fundamentais”.

• Há diversos fatores diferentes propostos, que em linhas gerais, dependem das

características do projeto e seu contexto. Uma investigação quanto a FCS deve ter

uma abordagem específica.

• Um fator pode ser crítico para mais do que um critério de sucesso, mas não

necessariamente, um fator é crítico para todos os critérios de sucesso.

• Tem nível de influência (“criticidade”) variável dependendo do critério de sucesso

(tempo, custo, qualidade, etc).

• Têm nível de influência (“criticidade”) variável, de acordo com a fase do ciclo de

vida do projeto, podendo até mesmo não existir em uma dada fase.

Os achados acima validam a importância dessa dissertação, no sentido em que a mesma

busca identificar para o contexto nacional os objetivos de desempenho (ou sucesso) em

gerenciamento de projetos e os fatores que podem influenciar esse desempenho de forma

crítica, ou seja, os critérios de sucesso e os fatores críticos de sucesso.

Adicionalmente, essa dissertação aprofunda essa contextualização na medida em que

busca também entender, a influência relativa dos fatores em cada um dos critérios de

sucesso, segundo a visão EPCistas.

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3 METODOLOGIA DE PESQUISA

De forma sumarizada, a metodologia utilizada para elaboração deste estudo seguiu as

etapas mostradas na figura 15 e serão apresentadas nos itens seguintes.

Este capítulo será finalizado com considerações sobre as limitações dos métodos

utilizados.

Figura 15: Metodologia de Pesquisa

Definição dos Objetivos de Pesquisa

Definição da EstratégiaDe Pesquisa

Elaboração deQuestionário

RevisãoBibliográfica

Coleta de Dados

Análise de Dados

Conclusões

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3.1 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DA PESQUISA

De uma forma geral, pode-se afirmar que os objetivos foram definidos com base na

própria experiência profissional do pesquisador, principalmente como auditor de

gerenciamento de projetos EPC Offshore e nos diversos relatos sobre as dificuldades e

problemas encontrados nesses projetos.

A necessidade de um entendimento estruturado das questões que influenciam no sucesso

desses projetos, em especial no que se refere ao seu gerenciamento, passou a ser um

elemento motivador desde então.

3.2 DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Segundo VERGARA (1997), a pesquisa científica pode ser vista como tendo dois

enfoques principais quanto a sua taxonomia: quanto aos fins e quanto aos meios.

Dessa forma, no que se refere aos fins, esta pesquisa pode ser dita como sendo de

natureza exploratória e descritiva.

É exploratória porque buscou identificar características específicas referentes a sucesso e

a fatores críticos de sucesso em projetos de construção, em um segmento não muito

explorado nesse sentido. Na verdade buscou-se desde o inicio do trabalho seguir esse

foco específico de forma a se levantar conhecimento relevante para uma melhor

discussão no que se refere aos projetos de construção no segmento de óleo e gás, em

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especial, os projetos EPC. Procurou-se respeitar essa visão desde a escolha dos artigos

considerados na revisão bibliográfica até a seleção dos respondentes do questionário.

A pesquisa também foi descritiva porque além de identificar os critérios de sucesso e os

fatores críticos, procura definir o grau de correlação entre esses critérios e fatores de

sucesso.

No que se refere aos meios, esta pesquisa é bibliográfica e de campo. É bibliográfica,

tendo como foco principal artigos científicos que formaram a base para o entendimento

dos conceitos fundamentais, dos benefícios e dificuldades relacionadas ao tema proposto.

A revisão bibliográfica também foi elemento fundamental na definição dos critérios e

fatores de sucesso escolhidos como base para realização da pesquisa de campo.

Essa pesquisa é também de campo, em vista da necessidade de consultar os profissionais

atuantes no segmento, através de questionários, para se atender aos objetivos e responder

as questões da pesquisa.

O Quadro 11 sumariza as estratégias de pesquisa discutidas, de acordo com a taxonomia.

Quadro 11: Estratégias de Pesquisa

Ação / Pesquisa

Exploratória

Busca identificar características típicas dos projetos EPC Offshore e características referentes a sucesso e a fatores críticos de sucesso nesses projetos.

Descritiva Além de identificar os critérios de sucesso e os fatores críticos, procura definir a importância relativa entre esses critérios e fatores de sucesso.

Bibliográfica

Artigos científicos formaram a base para o refinamento dos conceitos fundamentais, da definição dos critérios e fatores de sucesso para o questionário, além dos benefícios e dificuldades relacionadas ao tema proposto.

De campo

Necessidade de consultar os profissionais atuantes no segmento, através de questionários, para se atender aos objetivos, respondendo as questões da pesquisa

Taxonomia

Fins

Meios

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3.3 ACESSO ÀS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Foi realizada ampla pesquisa bibliográfica, principalmente através das bases de dados

abaixo, via do Portal da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior) no Brasil (http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/index.jsp).

O quadro 11, em seguida, apresenta os principais motores de busca de artigos e teses.

DESTAQUES

Quadro 12: Principais Fontes Bibliográficas (Acesso CAPES)

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Adicionalmente, foi utilizado o software EndNote como base de dados principal e

ferramenta de consulta das referências, conforme pode ser visto na Figura 16 abaixo:

Figura 16: Software ENDNOTE

3.4 ELABORAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Com base na nos objetivos de pesquisa, foram considerados os seguintes direcionamentos

gerais, para a construção do questionário:

- Devem ser elaboradas questões que possibilitem verificar a experiência profissional em

Projetos EPC Offshore e a formação educacional do respondente.

- Devem ser elaboradas questões que possibilitem a análise de critérios e fatores de

sucesso no contexto dos Projetos EPC Offshore no Brasil.

Com base nesses dois direcionamentos e considerando-se o discutido na Revisão

Bibliográfica (item 2) desse trabalho, decidiu-se que:

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1. Seriam feitas perguntas para se levantar dados pessoais como, a identificação do

respondente, sua formação educacional, experiência e empresa onde trabalha.

2. Os denominados critérios “fundamentais” (tempo, custo, escopo e qualidade) seriam

utilizados como elementos referenciais para discussão sobre sucesso em projetos.

3. Com base na literatura, seriam selecionados fatores de sucesso para verificação de sua

influência sobre esses critérios “fundamentais” de sucesso.

4. Visando identificar critérios (objetivos) de sucesso adicionais, aplicados no contexto

de projetos EPC Offshore no Brasil, seria feita pergunta aberta específica.

5. Visando identificar fatores de sucesso adicionais importantes para o contexto de

projetos EPC Offshore no Brasil, seria feita pergunta aberta específica.

Por não haver consenso na literatura, nem mesmo quanto a possíveis fatores de sucesso

“fundamentais”, a seleção dos fatores de sucesso demandou um esforço maior que no

caso dos critérios de sucesso, tendo sido selecionados 32 (trinta e dois fatores).

Esse conjunto de fatores foi selecionado com base nos fatores definidos por organizações

relevantes no setor (IPA, CII e PMI). Utilizou-se ainda o trabalho seminal de PINTO

(1981) como fonte, além do trabalho extremamente elaborado e recente de FORTUNE e

WHITE (2006). O número de fatores definido supera o caso extremo superior (28 fatores)

mostrado no Quadro 13, “Fontes Citadas na Revisão Bibliográfica e Total de Fatores”,

em uma margem aproximadamente de 15% .

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Esse número de fatores (32) foi definido de modo a ser suficiente para superar em

número qualquer das proposições apresentadas na literatura considerada e que o total de

questões pudesse ser respondido em um tempo aproximado de 1 hora.

Dessa forma, os trinta e dois (32) fatores de sucesso (veja o Quadro 14), dos diversos

citados na bibliografia, foram usados para verificação do grau de sua criticidade

(importância) para os objetivos ou critérios de sucesso “fundamentais”.

FonteTotal de Fatores Críticosde Sucesso Propostos

PINTO e SLEVIN (1987) 10CHUA, KOG e LOH (1999) 10LAMPEL (2001) 12FORTUNE e WHITE (2006) 28JHA e LYER (2007) 12TOOR e OGUNLANA (2008) 11INDEPENDENT PROJECT ANALYSIS (2008) 16CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE (2009) 12

Quadro 13: Fontes Citadas na Revisão Bibliográfica e Total de Fatores

No Quadro 14, são apresentados os 32 fatores selecionados, a definição dos mesmos e a

respectiva fonte.

FATORES DE SUCESSO FONTE BASE

I. O Apoio da Alta Gerência: O comprometimento da alta gerência em fornecer os recursos, autoridade e poder necessários ao gerente e equipe do projeto.

PINTO e SLEVIN (1987)

II. O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.): A especificação detalhada das entregas, passos e ações para a implantação e a execução do projeto.

PINTO e SLEVIN (1987)

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FATORES DE SUCESSO FONTE BASE

III. A Proximidade com o Cliente – O envolvimento e a comunicação ativa com o cliente.

PINTO e SLEVIN (1987)

IV. A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas – A disponibilidade de tecnologia e expertise.

PINTO e SLEVIN (1987)

V. O Encerramento e o aceite – A competência para preparação do aceite do cliente.

PINTO e SLEVIN (1987)

VI. Comunicação – Gestão ativa da comunicação com os stakeholders (partes interessadas) do projeto. Adequação da comunicação com os stakeholders.

PINTO e SLEVIN (1987)

VII. Solução de Problemas – Habilidade e capacidade do gerente de projetos e equipe em lidar com crises inesperadas e com desvios do plano.

PINTO e SLEVIN (1987)

VIII. Análise de Construtabilidade – Análise feita para se reduzir os custos e os prazos durante a etapa de construção e montagem.

INDEPENDENT PROJECT

ANALYSIS (2008)

IX. Análise de Riscos e Incertezas – O processo quantifica a probabilidade de ocorrência e o impacto do risco nos objetivos do negócio/projeto, provendo um plano para sua mitigação.

INDEPENDENT PROJECT

ANALYSIS (2008)

X. Gerenciamento de Mudanças - Definição e implantação de metodologia de gerenciamento de mudanças (de escopo, etc.) no projeto.

CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE

(2009)

XI. Parcerias - Realização de parcerias com fabricantes nacionais e estrangeiros para fornecimento de pacotes de materiais e equipamentos.

CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE

(2009)

XII. Capacidade de Financiamento – Ter capacidade para evitar ou reduzir o impacto do custo elevado e das dificuldades na obtenção de capital de giro.

PMBOK/PMI - CONSTRUCTION

EXTENSION (2007)

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FATORES DE SUCESSO FONTE BASE

XIII. Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori) – Realizar planejamento robusto ao inicio do projeto, de modo a garantir e manter a vinculação entre as necessidades de negócio, estratégia do projeto, escopo, custo, teste e verificações, qualidade e cronograma, durante todo o ciclo de vida do projeto.

CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE

(2009)

XIV. Alinhamento durante o Planejamento do Front-End – Estabelecer objetivos realizáveis, mensuráveis e bem definidos, ao inicio do planejamento.

CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE

(2009)

XV. Equipe do Projeto devidamente qualificados – Pessoal alocado ao projeto deve ter a experiência, a capacidade e o perfil profissional compatíveis com suas funções (time de projeto suficiente/adequado/capacitado).

FORTUNE e WHITE (2006)

XVI. Projeto de Entrega e Estratégia de Gestão do Contrato – Ter a capacidade de desenvolver um plano adequado de entregas parciais do projeto e estruturar uma estratégia de gestão do contrato que facilite a boa convivência entre contratado e contratante.

CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE

(2009)

XVII. Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde – Garantir que o projeto será executado com o cuidado e a segurança apropriada, de modo a evitar acidentes que possam causar prejuízos à saúde e a integridade das pessoas, ao meio ambiente, além de danos à propriedade privada.

CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE

(2009)

XVIII. Benchmarking – Comparar os vários processos e práticas utilizadas nos projetos da organização, em relação as melhores práticas aplicadas pelas organizações líderes (“best of class”), em busca de melhoria continua.

CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE

(2009)

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FATORES DE SUCESSO FONTE BASE

XIX. Planejamento da Partida (“Start-up”) – É o planejamento necessário para a transição adequada entre o término da construção e o início (partida) da operação comercial. Inclui todas as atividades que ligam essas duas fases, tais como, “turnover” dos sistemas, verificação dos sistemas, comissionamento, testes de performance, etc.

CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE

(2009)

XX. Tecnologia de Automação / Integração – Uso de tecnologia da informação como ferramenta para aumento da eficiência e a eficácia dos processos de gerenciamento e a integração das equipes de projeto.

CONSTRUCTION INDUSTRY INSTITUTE

(2009)

XXI. Gerente do Projeto Competente – O Gerente responsável pelo projeto deve ter capacitação gerencial, experiência e conhecimento na área do projeto, compatíveis à complexidade do mesmo.

FORTUNE e WHITE (2006)

XXII. Um bom Plano de Negócio / base sólida para o projeto – Definir claramente os objetivos do empreendimento, as razões pelas quais se acredita em seu sucesso e os planos para se atingir esses objetivos e as metas correspondentes.

FORTUNE e WHITE (2006)

XXIII. Capacidade de Alocação de Recursos - Capacidade de alocar os recursos de forma adequada e suficiente, de acordo com as necessidades e a urgência do projeto.

FORTUNE e WHITE (2006)

XXIV. Um bom Sistema de Liderança – Definição clara e formal dos limites de atuação, poder e responsabilidades do gerente do projeto, dos gerentes funcionais das áreas participantes do projeto e demais executivos relacionados ao projeto. Definição do esquema de escalada.

FORTUNE e WHITE (2006)

XXV. Um Sistema de Monitoramento e Controle eficaz – Ter a capacidade de verificar e relatar o progresso de projeto de forma a possibilitar a tomada de decisão e o planejamento de ações de correção de rumo e ajustes, quando necessário.

FORTUNE e WHITE (2006)

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FATORES DE SUCESSO FONTE BASE

XXVI. Orçamento Adequado e Realista – Estimativa dos custos dos recursos necessários para a realização das atividades individuais ou pacotes de trabalho do projeto, para se estabelecer uma linha de base que represente a realidade dos custos do projeto.

FORTUNE e WHITE (2006)

XXVII. Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional – Considerar os impactos ambientais, culturais, sociais, internacionais, políticos, geográficos e quanto à estrutura organizacional, na execução do projeto.

FORTUNE e WHITE (2006)

XXVIII. Bom Desempenho dos Fornecedores / Empreiteiros / Consultores – A qualidade do desempenho técnico e a estabilidade comercial/econômico das organizações contratadas, no curto e longo prazo.

FORTUNE e WHITE (2006)

XXIX. Treinamento e Qualificação – Disponibilidade de programa de treinamento e qualificação profissional técnica e/ou gerencial para os recursos envolvidos no projeto.

FORTUNE e WHITE (2006)

XXX. Estabilidade Política – Capacidade de evitar que os diversos interesses conflitantes quando da implantação do projeto, possam exercer influência negativa sobre os objetivos e os resultados do mesmo.

FORTUNE e WHITE (2006)

XXXI. Escolha correta em função de experiências anteriores de metodologias / ferramentas de Gerenciamento de Projetos – Ter a capacidade de escolher as melhores metodologias e ferramentas para serem utilizadas pela equipe do projeto em função de experiências anteriores.

FORTUNE e WHITE (2006)

XXXII. Diferentes pontos de vista – Ter a capacidade de trabalhar com várias pessoas que têm experiências profissionais distintas integrando-as no mesmo objetivo central do projeto.

FORTUNE e WHITE (2006)

Quadro 14: Fatores de Sucesso

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� Estrutura do Questionário

Para facilitar o entendimento do respondente sobre as questões e, consequentemente,

obter as respostas adequadas, decidiu-se substituir o termo “critério” por “objetivo”, no

questionário.

O Quadro 12 apresenta a estrutura padrão usada no questionário para cada uma das

perguntas quantitativas fechadas e relativas a sucesso.

Objetivo Selecione a Importância

Custo 0-10

Prazo 0-10

Qualidade 0-10

Escopo 0-10

Outros Objetivos 0-10

Quadro 15: Critérios de Sucesso e Grau de Importância

Foi solicitado ao respondente indicar o grau de importância de cada um dos 32 fatores de

sucesso para cada um dos objetivos, através de uma escala de razão de 0 e 10 (com

opções de valores inteiros de importância). Na escala proposta, 0 (zero) representaria

nenhuma importância, 5 (cinco) representaria importância média e 10 (dez) representaria

importância extrema ou máxima.

Como já mencionado, há duas perguntas abertas, visando identificar critérios (objetivos)

de sucesso e fatores de sucesso adicionais para o contexto de projetos EPC Offshore no

Brasil.

O questionário (apenas as perguntas pertinente a essa pesquisa) é apresentado no

ANEXO, juntamente com sua carta de apresentação.

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É importante enfatizar que esta dissertação está alinhada com os trabalhos deste

mestrando como pesquisador da Escola de Engenharia da Universidade Federal

Fluminense junto ao Projeto de Pesquisa CE-EPC 27.6, sendo conduzido pelo Núcleo de

Competitividade, Estratégia e Organizações (LABCEO). O projeto CE-EPC 27.6 faz

parte dos projetos do Centro de Excelência em Engenharia, Suprimentos e Construção

(CE-EPC) e sua execução na Escola de Engenharia está amparada por um Termo de

Cooperação entre a Universidade Federal Fluminense e a Petrobras.

Essa dissertação pode-se ser vista, informalmente, como um subconjunto da pesquisa

sendo conduzida através do projeto CE-EPC 27.6. Dessa forma, o contato e conseqüente

acesso aos respondentes serão facilitados pelo relacionamento hoje existente entre

Universidade Federal Fluminense (UFF), e o setor de Engenharia e Construção, não

apenas com as Empresas Operadoras (como Petrobras ou Shell), mas principalmente com

as Empresas “EPCista”. O Coordenador do LABCEO e do Projeto CE-EPC 27.6 é o

Professor José Rodrigues de Farias Filho, também orientador dessa dissertação.

Naturalmente, e de acordo com a abrangência dessa dissertação, o universo amostral a ser

considerado deve ser formado por respondentes que se enquadrem exatamente nos

objetivos típicos da pesquisa, ou seja, devem estar diretamente vinculados a Empresas

“EPCistas” e ter experiência em projetos EPC Offshore, o que os capacita a responder a

respeito desses projetos.

O questionário foi enviado para 215 profissionais envolvidos com projetos de Engenharia

e Construção. Esses profissionais foram alcançados através dos contatos do LABCEO-

UFF e do Centro de Excelência em Projetos EPC.

3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO

O método de pesquisa escolhido sugere potenciais limitações.

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A primeira delas diz respeito à localização geográfica dos projetos. A grande maioria dos

respondentes está envolvida em projetos sendo desenvolvidos no Estado do Rio de

Janeiro o que poderia levantar dúvidas quanta a abrangência proposta por esse estudo, ou

seja, projetos EPC Offshore no Brasil.

No entanto, entende-se que esse desvio possa ser apenas aparente, ou seja, causado pelo

próprio desenho ou pelas circunstâncias que regem o segmento de óleo e gás no Brasil.

Na verdade, esses projetos, devido ao seu tamanho e complexidade, têm como

característica fundamental a integração de diversas empresas para sua execução, algumas

dessas localizadas até em outros países. Além do mais, a maioria desses projetos são

conduzidos a partir do Estado do Rio de Janeiro, local sede da principal contratante do

setor (Petrobras) e principal pólo de Indústria Offshore no Brasil.

Outro aspecto se refere ao uso majoritário de bibliografia internacional que foi necessário

devido ao número restrito de artigos e outros documentos Nacionais, com base científica

sólida, na área de gerenciamento de projetos nesse segmento. Portanto, algumas

discussões poderiam ter tido um caráter mais local (nacional) caso esse balanceamento

(literatura estrangeira versus nacional) fosse mais equilibrado.

Outra questão se refere à dificuldade de acessar um número mais expressivo de

respondentes, o que impossibilitou a geração de uma amostra maior. Essa situação

impossibilitou a realização de análises multivariadas, como por exemplo, a análise

fatorial, o que poderia ter proporcionado descobertas adicionais relevantes.

Deve ser lembrado ainda que os resultados desse trabalho foram baseados nas

percepções de cada um dos respondentes quanto à importância dos diversos fatores de

sucesso para os objetivos ou critérios de sucesso e, também, nas percepções de quais

seriam os principais critérios (objetivos) de sucesso para os projetos EPC no Brasil.

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Esses respondentes não decidiram por um dado grau de importância de um fator ou

critério de sucesso forma estrutura ou com base em um sistema de apoio a tomada de

decisão.

Segundo PAVESI (2001), fatores hereditários, congênitos ou biológicos, culturais,

educacionais, o sistema social e as experiências acumuladas ao longo da vida de um

indivíduo influenciam às tomadas de decisões. Para ele, “o sistema de preferência nem

sempre é coerente e nem estável: contradições, vacilações, dúvidas, a chamada

racionalidade limitada, são expressões das dificuldades que encontram os programas do

decisor para elaborar claramente um sistema de preferências”.

Espera-se que a significativa experiência e a homogeneidade da formação educacional

dos respondentes do questionário dessa pesquisa, em projetos EPC Offshore, reduzam as

possíveis distorções nos resultados.

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4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo é apresentada a análise dos dados coletados através do questionário.

As observações (respostas) coletadas foram filtradas para se preparar a amostra conforme

os objetivos de pesquisa. Para essa amostra foi criado um banco de dados que serviu

como base para realização das análises estatísticas comentadas a seguir. O tamanho da

amostra direcionou uma análise estatística baseada nas análises univariada e bivariada.

Como parte da análise são discutidos assuntos como: a preparação da amostra e do Banco

de Dados, a análise do perfil do respondente, as estratégias de análise e critérios para

definição dos fatores críticos de sucesso, os fatores críticos de sucesso segundo a visão

média (geral) e segundo as visões de custo, tempo, qualidade e escopo, a importância

relativa dos fatores críticos de sucesso e ranking, o principal fator crítico de sucesso, a

análise dos dados qualitativos referentes a sucesso, os objetivos mais impactados pelos

fatores críticos de sucesso e as correlações entre os fatores críticos de sucesso.

4.1 PREPARAÇÃO DA AMOSTRA E DO BANCO DE DADOS

Como já comentado, o Questionário foi enviado para 215 profissionais envolvidos com

projetos de Engenharia e Construção. Desses, 102 responderam o questionário, ou seja,

47% do total inicial.

Os 102 questionários foram então “filtrados”, para se adequar a amostra aos objetivos da

pesquisa. A “filtragem” se baseou nos seguintes requisitos, exigidos dos profissionais

respondentes para formação da amostra final:

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1- O respondente deveria ter experiência em projetos EPC Offshore.

2- O respondente deveria ser colaborador de uma Empresa ou Organização EPCista.

Dos 102 respondentes, os que não se enquadraram às exigências acima foram

descartados.

Como conseqüência da aplicação do “filtro”, o número final de respondentes

(observações) adequados a essa pesquisa ficou em trinta e sete (37), ou seja, 36% do total

de respondentes original.

Sendo a amostra de tamanho 37, as técnicas de análise estatística utilizadas nesse estudo

têm como base as análises univariada e bivariada. Técnicas de análise estatística

multivariada, como a análise fatorial, ficam inviabilizadas, pois demandam amostras de

no mínimo 50 observações, dentre outros requisitos (FAVERO, 2009).

O questionário, em suas partes iniciais (I - Aspectos Pessoais e II – Experiência

Profissional) visa levantar dados pessoais como, por exemplo, a identificação do

respondente, sua formação educacional, experiência profissional, tipos de projetos e

organização onde trabalha.

A parte seguinte do questionário (III – Processos, Métodos e Técnicas de Planejamento e

Controle) já apresenta foco na discussão principal desse estudo (Critérios/Objetivos e

Fatores de Sucesso). A Figura 16 ilustra a estrutura de dados montada a partir das

respostas quantitativas enviadas e relativas a essa parte.

Para cada uma das 37 observações há 128 variáveis respondidas, relativas aos 4 critérios

de sucesso (custo, tempo, qualidade e escopo), que foram analisados do ponto de vista

dos 32 Fatores de Sucesso já citados no item 3.4.

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Figura 16: Banco de Dados

Deve-se comentar ainda que as respostas obtidas a partir da variável “Outros” (veja

Figura 16) foram descartadas, pois se entendeu que as mesmas não proporcionaram

informação suficiente para a realização de análises objetivas. Dessa forma, para a

realização das análises relativas à “Outros” objetivos ou critérios de sucesso são

utilizadas exclusivamente as respostas disponibilizadas para a questão qualitativa aberta

existente e específica sobre o assunto. A propósito, há também uma questão aberta

específica que busca identificar “Outros” fatores críticos de sucesso.

Ou seja, além das 128 variáveis contidas no banco de dados apresentado, há ainda duas

variáveis qualitativas abertas sobre “sucesso”, totalizando 130 variáveis ou respostas

disponíveis por respondente.

Naturalmente, essas duas questões abertas qualitativas são de extrema importância para

essa pesquisa, pois visam descobrir critérios (objetivos) ou fatores de sucesso específicos

para o contexto de projetos EPC Offshore no Brasil. Essas questões são as questões 16 e

17 do questionário (veja no ANEXO), reproduzidas abaixo:

Custo Tempo Qualidade Escopo Outros

a 10 10 10 10 10

b 7 10 10 8 0

c 10 10 10 10 0

NomeFCS - I. O Apoio da Alta Gerência

37 Observações 128 Variáveis Quantitativas (32 Fatores x 4 Critérios)

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16) Além dos Fatores e/ou Práticas citados acima, quais seriam os outros Fatores e/ou Práticas Gerenciais Críticos para o sucesso nos projetos conduzidos por você ou por sua Organização? Por exemplo: “Experiência do Gerente de Projetos”, “Disponibilidade de Sistemas de Informação para Gerenciamento de Projetos de forma integrada”, etc.

17) Para sua organização, o que é um projeto de sucesso, ou seja, que critérios são usados para se julgar se um projeto obteve sucesso ou não?

As análises das respostas (quantitativas e qualitativas) enviadas pelos 37 respondentes

são discutidas nos itens a seguir.

4.2 ANÁLISE DO PERFIL DO RESPONDENTE

Em relação aos 37 respondentes, pode-se dizer que são, na grande maioria, profissionais

experientes e graduados na área de “engenharia”.

Dos 37 profissionais, 34 são graduados em Engenharia, 01 é graduado em Arquitetura e

Urbanismo e os outros 02 são Tecnólogos. Dos Engenheiros temos: 04 Químicos, 02 de

Produção, 03 Navais, 01 Metalúrgico, 08 Mecânicos, 02 Eletrônicos, 06 Eletricistas e 09

Civis. A Tabela 01 resume as formações citadas.

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Formação Profissional Número de

Respondentes Percentual

Engenharias 34 91,9%

Arquitetura 1 2,7%

Tecnólogo 2 5,4%

Tabela 01: Formação Profissional

A maioria se graduou há mais de 10 anos. Dos 37 respondentes, 51,4% tem 20 ou mais

anos de formados, 24,3% entre 10 e 19 anos de formados, 10,8% entre 5 e 9 anos e o

13,5% até 4 anos de formado. Ou seja, 75,7% dos respondentes têm mais de 10 anos de

formado. A Tabela 02 resume as formações citadas.

Tempo de Graduação Percentual

< 5 anos 13,5%

5-9 anos 10,8%

10-19 anos 24,3%

20 ou mais anos 51,4%

Tabela 02: Tempo de Graduação

Em relação à pós-graduação, 26 profissionais indicaram terem realizado algum tipo de

curso. Desses, 07 concluíram o Mestrado e 01 o Doutorado. Em relação à certificação

profissional na área de gerenciamento de projetos, 02 profissionais informaram serem

certificados Project Management Professional (PMP) pelo PMI.

A experiência desses profissionais na área de projetos também é significativa conforme

observado na Tabela 03 abaixo. Mais de 75% dos respondentes tem mais que 5 anos de

experiência em alguma disciplina de gerenciamento de projetos (planejamento, etc).

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Experiência em Funções Relativas ao Gerenciamento de Projetos

(Planejamento, etc)

Número de Respondentes

Percentual

< 5 anos 9 24,3%

5-9 anos 5 13,5%

10-19 anos 9 24,3%

20 ou mais anos 14 37,8%

Tabela 03: Experiência Relacionada à Projetos

Os 37 profissionais exercem sua profissão em 24 diferentes empresas EPCistas atuando

em projetos Offshore no Brasil.

O conjunto de profissionais respondente apresenta formação profissional e experiência

adequada para essa pesquisa.

4.3 ANÁLISE DOS DADOS QUANTITATIVOS REFERENTES À SUCESSO

4.3.1 Estratégias de Análise e Critérios para Definição dos Fatores Críticos de

Sucesso

Como já apresentado, no questionário de pesquisa há questões que buscam identificar o

grau de importância (podendo a resposta variar de 0 a 10) dos 32 fatores de sucesso em

relação a cada um dos 4 objetivos de sucesso: custo, tempo, qualidade e escopo. Dessa

forma, temos um total de 128 variáveis quantitativas que foram respondidas por 37

profissionais.

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91

Ao multiplicarmos as 128 variáveis observadas por 37 profissionais temos um total de

4.736 respostas na base de dados, relacionados à “sucesso”. Esse conjunto de dados é a

base principal para a análise quantitativa.

Para dar prosseguimento à análise e identificar os fatores de sucesso mais importantes em

projetos EPC Offshore no Brasil, decidiu-se pelas seguintes estratégias:

1- Para responder as questões de pesquisa que visam entender quais são os fatores de

sucesso mais importantes, para os critérios ou objetivos de sucesso, no Brasil,

segundo o ponto de vista das Empresas EPCistas, faz-se necessário:

- Analisar a importância, individual/específica, dos fatores para cada um dos

objetivos ou critérios de sucesso (escopo, custo, tempo e qualidade);

- Analisar a importância, média geral/consolidada, dos fatores para o conjunto dos

objetivos de sucesso acima.

2- Resumir a série de dados através do uso da Média Aritmética como medida

representativa das 37 observações, para cada uma das 128 variáveis (fatores de

sucesso) além da Variância, do Desvio Padrão e do Coeficiente de Variação (CV)

para medição de dispersão, além da Margem de Erro (considerando 95% de

confiança).

3- Definir regras ou critérios, através dos quais se possa selecionar, do conjunto de 32

fatores, o subconjunto de mais alta importância em relação ao restante. Para fins

desse estudo, os fatores incluídos nesse subconjunto serão denominados de Fatores

Críticos de Sucesso.

De forma a atender a estratégia 3 acima, são definidos os critérios para seleção

(identificação) dos fatores de sucesso considerados como os mais importantes (“críticos”)

pelos respondentes.

Os critérios são os seguintes:

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CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE FATOR CRÍTICO DE SUCESSO:

• CRITÉRIO A: De uma forma geral (média) e também para cada um dos objetivos de escopo,

custo, tempo e qualidade, serão denominados como CRÍTICOS os fatores que estão

posicionados no 3º Quartil e acima, a partir de uma lista ordenada por média aritmética.

• CRITÉRIO B: O Coeficiente de Variação (CV) de um fator selecionado através do

CRITÉRIO A deve ser menor ou igual a 30%.

É importante comentar os critérios acima.

Os fatores selecionados a partir do 3º Quartil são os fatores de maior média aritmética do

conjunto, ou melhor, representam do conjunto total de fatores, os 25% mais importantes.

Quanto ao Coeficiente de Variação (CV): dadas às características desse estudo, que busca

identificar os elementos ou fatores mais importantes, denominados de “críticos”, o CV é

uma medida estatística de grande utilidade, pois indica a homogeneidade dos dados em

relação à média. Percentuais abaixo de 30% (FAVERO, 2009) indicam a provável

inexistência de ouliers, ou seja, de que a visão dos respondentes sobre um dado fator é

homogênea.

Isto é, entende-se que um elemento ou fator avaliado por um conjunto de observadores,

como possuindo a característica “extremamente importante” ou “crítico”, tem como

característica intrínseca, a objetividade (homogeneidade) relativa à percepção dos

observadores quanto a esta qualidade.

Dessa forma esse medidor será usado como o elemento para avaliação ou validação dos

fatores selecionados como críticos através do CRITÉRIO A.

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Em resumo: a homogeneidade das opiniões acerca de um fator é uma característica

necessária para que este seja considerado crítico, ou seja, se X é um fator extremamente

importante ou vital, deve ser visto como tal pelo conjunto dos observadores (“com

variação das opiniões dentre de certos limites”).

A análise dos fatores de sucesso em relação aos critérios ou objetivos de sucesso (“custo,

tempo, escopo e qualidade”) será desenvolvida nos capítulos seguintes com base nas

estratégias propostas.

4.3.2 Fatores Críticos de Sucesso – VISÃO MÉDIA

A importância MÉDIA dos fatores de sucesso, ou seja, dos fatores de sucesso para os

objetivos de sucesso (CUSTO, TEMPO, QUALIDADE e ESCOPO) vistos de uma

forma conjunta, será discutida a partir do agrupamento das respostas dadas para os

fatores de sucesso em relação a cada um desses 04 objetivos.

Para se calcular à importância MÉDIA de um dado fator de sucesso, primeiramente

determinou-se (para cada respondente) a média das respostas dadas para esse fator no que

se refere aos 04 objetivos (CUSTO, TEMPO, QUALIDADE e ESCOPO). Em seguida, a

partir dessa referência, foram calculadas as médias finais com base na importância

percebida pelo conjunto dos 37 respondentes.

Na Tabela 04 são apresentados todos os 32 fatores de sucesso propostos, ordenados pela

“Importância” e acompanhados pelos respectivos Desvios Padrão, Coeficientes de

Variação e Margens de Erro (para 95% de confiança). Dessa forma, a Tabela consolida a

MÉDIA das percepções dos respondentes quanto à importância dos fatores propostos,

utilizando como base as percepções de importância para CUSTO, TEMPO,

QUALIDADE e ESCOPO.

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Ordem Geral

Fatores por Ordem de Importância Visão MÉDIA

Importância (Média)

Desvio Padrão

Coeficiente de Variação

(%)

Margem de Erro

(Alfa = 0,05)

1 Gerente do Projeto Competente 9,16 1,45 15,84 0,47

2 O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.)

8,94 1,29 14,45 0,42

3 Solução de Problemas 8,76 1,38 15,79 0,45

4 O Apoio da Alta Gerência 8,71 1,68 19,26 0,54

5 Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori)

8,59 1,51 17,52 0,49

6 Equipe do Projeto devidamente qualificada 8,45 1,90 22,52 0,61

7 A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas

8,39 1,41 16,83 0,46

8 Alinhamento durante o Planejamento do Front-End

8,38 1,69 20,15 0,54

9 Bom Desempenho dos Fornecedores / Empreiteiros / Consultores

8,28 2,06 24,88 0,66

10 Um Sistema de Monitoramento e Controle eficaz

8,24 1,81 22,00 0,58

11 Comunicação 8,19 1,82 22,18 0,59

12 Capacidade de Alocação de Recursos 8,18 1,81 22,08 0,58

13 Gerenciamento de Mudanças 8,14 1,78 21,90 0,57

14 A Proximidade com o Cliente 8,11 1,69 20,81 0,54

14 Orçamento Adequado e Realista 8,11 1,81 22,31 0,58

16 Um bom Plano de Negócio / base sólida para o projeto

8,07 1,94 24,09 0,63

17 Análise de Riscos e Incertezas 8,04 1,58 19,64 0,51

18 O Encerramento e o aceite 8,03 2,08 25,88 0,67

19 Projeto de Entrega e Estratégia de Gestão do Contrato

7,97 2,19 27,44 0,71

20 Análise de Construtabilidade 7,72 2,37 30,70 0,76

21 Tecnologia de Automação / Integração 7,66 2,13 27,84 0,69

21 Escolha correta em função de experiências anteriores de metodologias / ferramentas de Gerenciamento de Projetos

7,66 2,02 26,33 0,65

23 Parcerias 7,56 2,69 35,55 0,87

24 Benchmarking 7,53 2,06 27,37 0,66

24 Treinamento e Qualificação 7,53 2,11 28,04 0,68

26 Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde

7,42 2,63 35,42 0,85

27 Um bom Sistema de Liderança 7,41 2,24 30,30 0,72

28 Planejamento da Partida (“Start-up”) 7,27 2,89 39,69 0,93

29 Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional

7,20 2,42 33,64 0,78

30 Diferentes pontos de vista 7,18 2,08 29,00 0,67

31 Estabilidade Política 6,98 2,69 38,53 0,87

32 Capacidade de Financiamento 6,80 2,68 39,50 0,87

Tabela 04: Fatores de Sucesso – Ranking segundo a Visão MÉDIA

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A partir das medidas de posição pode-se extrair ao menos dois conjuntos relevantes: os

fatores menos importantes ou extremos inferiores com base no valor de 1º Quartil e os

fatores mais importantes ou extremos superiores com base no valor de 3º Quartil. A

Tabela 05 apresenta as medidas que irão facilitar a análise dos fatores.

Medidas de Posição dos Fatores de Sucesso - MÉDIA

3º Quartil 8,30

1º Quartil 7,53

Tabela 05: Medidas de Posição – Visão MÉDIA

Dessa forma a Tabela 06 apresenta os fatores mais importantes ou extremos superiores

com base no 3º Quartil. Observa-se que os oito fatores selecionados apresentam

Coeficiente de Variação abaixo de 30%.

Os elementos da Tabela 06 atendem aos CRITÉRIOS A e B, definidos no item 4.3.1 e,

portanto, para fins desse estudo, podem ser considerados como os Fatores Críticos de

Sucesso segundo a Visão MÉDIA de sucesso.

Ordem Geral

Fator Críticos de Sucesso Visão MÉDIA

Importância (Média)

Coeficiente de Variação

(%)

1 Gerente do Projeto Competente 9,16 15,84

2 O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.)

8,94 14,45

3 Solução de Problemas 8,76 15,79

4 O Apoio da Alta Gerência 8,71 19,26

5 Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori)

8,59 17,52

6 Equipe do Projeto devidamente qualificada 8,45 22,52

7 A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas

8,39 16,83

8 Alinhamento durante o Planejamento do Front-End

8,38 20,15

Tabela 06: Fatores Críticos de Sucesso – Visão MÉDIA

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No topo da Tabela 06, aparecem os fatores “Gerente de Projeto Competente”, “O

Planejamento” e a “Solução de Problemas”, que são vistos como os três mais importantes

fatores pelos respondentes.

Por outro lado, a Tabela 07, baseada no 1º Quartil, apresenta o conjunto dos fatores

considerados menos importantes. Nas posições inferiores, aparecem os fatores:

“Capacidade de Financiamento”, “Estabilidade Política” e “Diferentes Pontos de Vista”.

Como esperado, os Coeficientes de Variação desses fatores indicam menor

homogeneidade comparativa com os “Fatores Críticos” na Tabela 07, apresentando

percentuais próximos e, em sua maioria, acima de 30% .

Ordem Geral

Fatores Menos Importantes Visão média

Importância (Média)

Coeficiente de Variação

(%)

24 Benchmarking 7,53 27,37

24 Treinamento e Qualificação 7,53 28,04

26 Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde 7,42 35,42

27 Um bom Sistema de Liderança 7,41 30,30

28 Planejamento da Partida (“Start-up”) 7,27 39,69

29 Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional 7,20 33,64

30 Diferentes pontos de vista 7,18 29,00

31 Estabilidade Política 6,98 38,53

32 Capacidade de Financiamento 6,80 39,50

Tabela 07: Fatores Menos Importantes – Visão MÉDIA

É importante lembrar que a VISÃO MÉDIA (ou geral) da importância dos fatores de

sucesso foi determinada de maneira indireta já que foi baseada na média aritmética das

respostas relativas a cada um dos objetivos (custo, tempo, qualidade e escopo). Os

benefícios de uma visão MÉDIA (geral) sobre qualquer elemento ou objeto analisado são

indiscutíveis, porém representam uma visão aproximada.

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Dessa forma, para se investigar os fatores de sucesso de forma mais completa e precisa, é

necessário discutir o tema segundo as visões das partes componentes do todo, ou seja, em

relação a cada um dos objetivos de sucesso, o que será feito em seguida.

Afinal, deve ser lembrado que “o grau de realização dos objetivos é que determina o

sucesso de um projeto” (DE WIT, 1988). Ou seja, a busca de sucesso dever ser pautada a

partir de seus objetivos.

4.3.3 Fatores Críticos de Sucesso – Visão de CUSTO

A análise da importância, de forma separada ou individual, dos fatores para cada um dos

objetivos ou critérios de sucesso será iniciada pelo objetivo de sucesso “CUSTO”.

A Tabela 08 sumariza a percepção dos respondentes quanto à importância dos fatores

propostos no que se refere ao sucesso do objetivo CUSTO.

Nela são apresentados todos os 32 fatores de sucesso propostos, ordenados por

“Importância” e acompanhados pelos respectivos Desvios Padrão, Coeficientes de

Variação e Margens de Erro (para 95% de confiança).

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Ordem Fatores por Ordem de Importância

Visão de CUSTO Importância

(Média) Desvio Padrão

Coeficiente de Variação (%)

Margem de Erro (Alfa = 0,05)

1 Orçamento Adequado e Realista - Custo 9,24 1,80 19,49 0,58

2 Gerente do Projeto Competente - Custo 9,22 1,92 20,80 0,62

3 O Apoio da Alta Gerência - Custo 9,00 1,97 21,91 0,64

4 O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.) - Custo

8,97 2,10 23,42 0,68

5 Solução de Problemas - Custo 8,95 1,94 21,72 0,63

6 Capacidade de Alocação de Recursos - Custo 8,65 1,93 22,34 0,62

7 Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori) - Custo

8,62 2,02 23,41 0,65

8 Análise de Riscos e Incertezas - Custo 8,57 2,19 25,59 0,71

8 Um Sistema de Monitoramento e Controle eficaz - Custo

8,57 1,98 23,11 0,64

10 Análise de Construtabilidade - Custo 8,49 2,86 33,75 0,92

11 Gerenciamento de Mudanças - Custo 8,38 2,27 27,03 0,73

12 Equipe do Projeto devidamente qualificada - Custo

8,35 2,04 24,48 0,66

13 A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas - Custo

8,32 1,73 20,82 0,56

13 Capacidade de Financiamento - Custo 8,32 2,83 33,98 0,91

13 Alinhamento durante o Planejamento do Front-End - Custo

8,32 2,12 25,49 0,68

16 Bom Desempenho dos Fornecedores / Empreiteiros / Consultores - Custo

8,27 2,35 28,45 0,76

17 Um bom Plano de Negócio / base sólida para o projeto - Custo

8,08 2,15 26,63 0,69

18 Comunicação - Custo 8,00 2,16 27,00 0,70

19 Parcerias - Custo 7,81 3,02 38,63 0,97

20 Escolha correta em função de experiências anteriores de metodologias / ferramentas de Gerenciamento de Projetos - Custo

7,81 2,37 30,30 0,76

21 Projeto de Entrega e Estratégia de Gestão do Contrato - Custo

7,70 2,59 33,64 0,83

21 Tecnologia de Automação / Integração - Custo 7,70 2,31 29,96 0,74

23 Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde - Custo

7,57 2,93 38,72 0,94

24 Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional - Custo

7,46 2,46 32,93 0,79

25 Um bom Sistema de Liderança - Custo 7,41 2,44 32,99 0,79

26 Estabilidade Política - Custo 7,35 2,81 38,24 0,91

27 Benchmarking - Custo 7,32 2,42 32,98 0,78

28 O Encerramento e o aceite - Custo 7,30 2,71 37,09 0,87

29 Treinamento e Qualificação - Custo 7,27 2,43 33,48 0,78

30 A Proximidade com o Cliente - Custo 7,24 2,56 35,41 0,83

31 Planejamento da Partida (“Start-up”) - Custo 7,00 3,24 46,29 1,04

32 Diferentes pontos de vista - Custo 6,84 2,36 34,56 0,76

Tabela 08: Fatores de Sucesso – Ranking segundo a Visão de CUSTO

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A partir das medidas de posição pode-se extrair ao menos dois conjuntos relevantes: os

fatores menos importantes ou extremos inferiores com base no valor de 1º Quartil e os

fatores mais importantes ou extremos superiores com base no valor de 3º Quartil.

A Tabela 09 apresenta as medidas que irão facilitar a análise dos fatores.

Medidas de Posição dos Fatores de Sucesso - Custo

3º Quartil 8,57

1º Quartil 7,45

Tabela 09: Medidas de Posição – Visão de CUSTO

Dessa forma, a Tabela 10 apresenta os fatores mais importantes ou extremos superiores

com base no 3º Quartil. Nesse caso, 9 fatores foram selecionados. Todos os fatores

observados nessa tabela apresentam CV abaixo de 30%, atendendo aos CRITÉRIOS A e B

definidos no item 4.3.1 e, portanto, para fins desse estudo, podem ser denominados de

Fatores Críticos de Sucesso segundo a Visão de CUSTO.

Ordem Fator Críticos de Sucesso

Visão de CUSTO

Importância (Média)

Coeficiente de Variação

(%)

1 Orçamento Adequado e Realista - Custo 9,24 19,49

2 Gerente do Projeto Competente - Custo 9,22 20,80

3 O Apoio da Alta Gerência - Custo 9,00 21,91

4 O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.) - Custo

8,97 23,42

5 Solução de Problemas - Custo 8,95 21,72

6 Capacidade de Alocação de Recursos - Custo 8,65 22,34

7 Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori) - Custo

8,62 23,41

8 Análise de Riscos e Incertezas - Custo 8,57 25,59

8 Um Sistema de Monitoramento e Controle eficaz - Custo

8,57 23,11

Tabela 10: Fatores Críticos de Sucesso – Visão de CUSTO

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No topo da Tabela 10 aparecem os fatores “Orçamento Adequado e Realista”, “Gerente

de Projeto Competente” e “O Apoio da Alta Gerência”, vistos como os três mais

importantes fatores para o desempenho dos projeto do ponto de vista de CUSTO.

Por outro lado, a Tabela 11 baseada no 1º Quartil, apresenta o conjunto dos fatores

considerados menos importantes. Nas posições inferiores, aparecem os fatores

considerados de menor importância: “Diferentes Pontos de Vista”, “Planejamento de

Partida” e “A Proximidade com o Cliente”.

Como esperado, os Coeficientes de Variação (CV) desses fatores indicam menor

homogeneidade comparativa com os “Fatores Críticos” (Tabela 10), apresentando CV

com percentuais acima de 30% .

Ordem Fatores Menos Importantes

Visão de CUSTO

Importância Média

Coeficiente de Variação

(%)

25 Um bom Sistema de Liderança - Custo 7,41 32,99

26 Estabilidade Política - Custo 7,35 38,24

27 Benchmarking - Custo 7,32 32,98

28 O Encerramento e o aceite - Custo 7,30 37,09

29 Treinamento e Qualificação - Custo 7,27 33,48

30 A Proximidade com o Cliente - Custo 7,24 35,41

31 Planejamento da Partida (“Start-up”) - Custo 7,00 46,29

32 Diferentes pontos de vista - Custo 6,84 34,56

Tabela 11: Fatores Menos Importantes – Visão de CUSTO

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101

4.3.4 Fatores Críticos de Sucesso – Visão de TEMPO

Na Tabela 12 são apresentados todos os 32 fatores de sucesso propostos, ordenados por

“Importância Média” e acompanhados pelos respectivos Desvios Padrão, Coeficientes de

Variação, e Margens de Erro (para 95% de confiança). Essa Tabela sumariza a percepção

dos respondentes quanto à importância dos fatores propostos no que se refere ao sucesso

do objetivo TEMPO.

Ordem Fatores por Ordem de Importância

Visão de TEMPO

Importância (Média)

Desvio Padrão

Coeficiente de Variação (%)

Margem de Erro (Alfa =

0,05)

1 O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.) - Tempo

9,65 0,75 7,81 0,24

2 Gerente do Projeto Competente - Tempo 9,62 0,64 6,64 0,21

3 Solução de Problemas - Tempo 9,57 0,65 6,76 0,21

4 O Apoio da Alta Gerência - Tempo 9,22 1,47 16,00 0,48

4 Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori) - Tempo

9,22 1,18 12,82 0,38

6 Um Sistema de Monitoramento e Controle eficaz - Tempo

9,19 1,10 11,99 0,35

7 Capacidade de Alocação de Recursos - Tempo 8,97 1,28 14,26 0,41

8 Alinhamento durante o Planejamento do Front-End - Tempo

8,92 1,57 17,61 0,51

9 Bom Desempenho dos Fornecedores / Empreiteiros / Consultores - Tempo

8,89 1,78 19,97 0,57

10 Análise de Riscos e Incertezas - Tempo 8,84 1,62 18,38 0,52

11 Gerenciamento de Mudanças - Tempo 8,78 1,67 19,00 0,54

12 A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas - Tempo

8,73 1,66 19,02 0,54

13 Comunicação - Tempo 8,65 1,44 16,63 0,46

14 Equipe do Projeto devidamente qualificada - Tempo

8,62 1,86 21,59 0,60

15 A Proximidade com o Cliente - Tempo 8,51 1,54 18,07 0,50

16 Análise de Construtabilidade - Tempo 8,49 2,46 28,95 0,79

17 Projeto de Entrega e Estratégia de Gestão do Contrato - Tempo

8,43 2,54 30,18 0,82

18 Orçamento Adequado e Realista - Tempo 8,38 1,93 23,09 0,62

19 Parcerias - Tempo 8,35 2,74 32,82 0,88

20 Escolha correta em função de experiências anteriores de metodologias / ferramentas de Gerenciamento de Projetos - Tempo

8,27 1,63 19,67 0,52

21 O Encerramento e o aceite - Tempo 8,05 2,72 33,74 0,88

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102

Ordem Fatores por Ordem de Importância

Visão de TEMPO

Importância (Média)

Desvio Padrão

Coeficiente de Variação (%)

Margem de Erro (Alfa =

0,05)

22 Um bom Plano de Negócio / base sólida para o projeto - Tempo

7,97 2,02 25,34 0,65

23 Tecnologia de Automação / Integração - Tempo

7,92 2,33 29,37 0,75

24 Planejamento da Partida (“Start-up”) - Tempo 7,86 3,13 39,78 1,01

25 Benchmarking - Tempo 7,84 2,02 25,78 0,65

26 Um bom Sistema de Liderança - Tempo 7,70 2,49 32,36 0,80

27 Estabilidade Política - Tempo 7,51 2,72 36,26 0,88

28 Diferentes pontos de vista - Tempo 7,46 2,04 27,29 0,66

29 Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional - Tempo

7,43 2,58 34,67 0,83

29 Treinamento e Qualificação - Tempo 7,43 2,50 33,64 0,81

31 Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde - Tempo

7,41 3,00 40,57 0,97

32 Capacidade de Financiamento - Tempo 7,14 2,99 41,94 0,96

Tabela 12: Fatores de Sucesso – Ranking segundo a Visão de TEMPO

A partir das medidas de posição pode-se extrair ao menos dois conjuntos relevantes: os

fatores menos importantes ou extremos inferiores com base no valor de 1º Quartil e os

fatores mais importantes ou extremos superiores com base no valor de 3º Quartil.

A Tabela 13 apresenta as medidas que irão facilitar a análise dos fatores.

Medidas de Posição dos Fatores de Sucesso - Tempo

3o. Quartil 8,90

1o. Quartil 7,86

Tabela 13: Medidas de Posição – Visão de TEMPO

Dessa forma a Tabela 14 apresenta os fatores mais importantes ou extremos superiores

com base no 3º Quartil. Nesse caso, 08 fatores foram selecionados. Todos os fatores

observados nessa Tabela apresentam CV abaixo de 30%.

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103

Os elementos da Tabela 14 atendem aos CRITÉRIOS A e B, definidos no item 4.3.1 e,

portanto, para fins desse estudo, podem ser definidos como os Fatores Críticos de

Sucesso segundo a Visão de TEMPO.

Ordem Fatores Críticos de Sucesso

Visão de TEMPO

Importância (Média)

Coeficiente de Variação (%)

1 O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.) - Tempo

9,65 7,81

2 Gerente do Projeto Competente - Tempo 9,62 6,64

3 Solução de Problemas - Tempo 9,57 6,76

4 O Apoio da Alta Gerência - Tempo 9,22 16,00

4 Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori) - Tempo

9,22 12,82

6 Um Sistema de Monitoramento e Controle eficaz - Tempo

9,19 11,99

7 Capacidade de Alocação de Recursos - Tempo 8,97 14,26

8 Alinhamento durante o Planejamento do Front-End - Tempo

8,92 17,61

Tabela 14: Fatores Críticos de Sucesso – Visão de TEMPO

No topo da Tabela 14 aparecem os fatores “O Planejamento (Escopo, Cronograma,

Riscos, etc)”, “Gerente de Projeto Competente” e “Solução de Problemas”, vistos como

os três mais importantes fatores para TEMPO.

Por outro lado, a Tabela 15, baseada no 1º Quartil, apresenta o conjunto dos fatores

considerados menos importantes. Nas posições inferiores, aparecem “Segurança do

Trabalho, Meio Ambiente e Saúde”, “Treinamento e Qualificação” e “Adaptação /

Cultura / Estrutura Organizacional”.

Como esperado, os Coeficientes de Variação (CV) desses fatores indicam menor

homogeneidade comparativa com os “Fatores Críticos” na Tabela 14, apresentando CVs

percentuais próximos ou, na maioria, acima de 30% .

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104

Ordem Fatores Menos Importantes

Visão de TEMPO

Importância (Média)

Coeficiente de Variação

(%)

24 Planejamento da Partida (“Start-up”) - Tempo 7,86 39,78

25 Benchmarking - Tempo 7,84 25,78

26 Um bom Sistema de Liderança - Tempo 7,70 32,36

27 Estabilidade Política - Tempo 7,51 36,26

28 Diferentes pontos de vista - Tempo 7,46 27,29

29 Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional - Tempo

7,43 34,67

29 Treinamento e Qualificação - Tempo 7,43 33,64

31 Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde - Tempo

7,41 40,57

Tabela 15: Fatores Menos Importantes – Visão de TEMPO

4.3.5 Fatores Críticos de Sucesso – Visão de QUALIDADE

Na Tabela 16 são apresentados todos os 32 fatores de sucesso propostos, ordenados por

“Importância” e acompanhados pelos respectivos Desvios Padrão, Coeficientes de

Variação e Margens de Erro (para 95% de confiança).

Essa Tabela sumariza a percepção dos respondentes quanto à importância dos fatores

propostos no que se refere ao sucesso do objetivo QUALIDADE.

Ordem Fatores por Ordem de Importância

Visão de QUALIDADE

Importância (Média)

Desvio Padrão

Coeficiente de Variação (%)

Margem de Erro (Alfa =

0,05)

1 Equipe do Projeto devidamente qualificada - Qualidade

9,03 1,74 19,27 0,56

2 A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas - Qualidade

8,76 1,91 21,77 0,61

2 Gerente do Projeto Competente - Qualidade 8,76 2,05 23,37 0,66

4 Treinamento e Qualificação - Qualidade 8,54 1,95 22,86 0,63

5 Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde - Qualidade

8,43 2,44 28,99 0,79

5 Bom Desempenho dos Fornecedores / Empreiteiros / Consultores - Qualidade

8,43 2,34 27,75 0,75

7 O Apoio da Alta Gerência - Qualidade 8,38 2,71 32,36 0,87

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105

Ordem Fatores por Ordem de Importância

Visão de QUALIDADE

Importância (Média)

Desvio Padrão

Coeficiente de Variação (%)

Margem de Erro (Alfa =

0,05)

8 O Encerramento e o aceite - Qualidade 8,35 2,03 24,31 0,65

9 Solução de Problemas - Qualidade 8,05 2,33 28,96 0,75

10 O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.) - Qualidade

8,00 2,24 27,95 0,72

11 Comunicação - Qualidade 7,86 2,36 29,99 0,76

12 Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori) - Qualidade

7,86 2,08 26,50 0,67

13 Tecnologia de Automação / Integração - Qualidade

7,84 2,25 28,77 0,73

14 A Proximidade com o Cliente - Qualidade 7,81 2,38 30,45 0,77

15 Benchmarking - Qualidade 7,81 2,45 31,34 0,79

16 Um bom Plano de Negócio / base sólida para o projeto - Qualidade

7,78 2,19 28,10 0,70

17 Capacidade de Alocação de Recursos - Qualidade

7,73 2,33 30,13 0,75

18 Diferentes pontos de vista - Qualidade 7,65 2,10 27,43 0,68

19 Escolha correta em função de experiências anteriores de metodologias / ferramentas de Gerenciamento de Projetos - Qualidade

7,57 2,67 35,31 0,86

20 Projeto de Entrega e Estratégia de Gestão do Contrato - Qualidade

7,54 2,77 36,80 0,89

21 Alinhamento durante o Planejamento do Front-End - Qualidade

7,51 2,46 32,69 0,79

22 Planejamento da Partida (“Start-up”) - Qualidade

7,51 3,00 39,88 0,97

23 Parcerias - Qualidade 7,43 3,01 40,56 0,97

24 Um Sistema de Monitoramento e Controle eficaz - Qualidade

7,38 2,46 33,41 0,79

25 Orçamento Adequado e Realista - Qualidade 7,30 2,90 39,80 0,94

26 Um bom Sistema de Liderança - Qualidade 7,19 2,64 36,78 0,85

27 Análise de Construtabilidade - Qualidade 7,14 3,22 45,07 1,04

28 Análise de Riscos e Incertezas - Qualidade 7,14 2,37 33,23 0,76

29 Gerenciamento de Mudanças - Qualidade 6,97 2,55 36,64 0,82

30 Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional - Qualidade

6,95 2,77 39,86 0,89

31 Estabilidade Política - Qualidade 6,16 3,23 52,38 1,04

32 Capacidade de Financiamento - Qualidade 5,70 3,26 57,25 1,05

Tabela 16: Fatores de Sucesso – Ranking segundo a Visão de QUALIDADE

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106

A partir das medidas de posição pode-se extrair ao menos dois conjuntos relevantes: os

fatores menos importantes ou extremos inferiores com base no valor de 1º Quartil e os

fatores mais importantes ou extremos superiores com base no valor de 3º Quartil.

A Tabela 17 apresenta as medidas que irão facilitar a análise dos fatores.

Medidas de Posição dos Fatores de Sucesso - Qualidade

3º Quartil 8,13

1º Quartil 7,36

Tabela 17: Medidas de Posição – Visão de QUALIDADE

No caso de QUALIDADE, um dos fatores críticos selecionados a partir do 3º Quartil (“O

Apoio da Alta Gerência”) apresenta CV = 32,36% (acima de 30%) e, portanto, como não

atende ao CRITÉRIO B, item 4.3.1, será desconsiderado.

A Tabela 18 apresenta os fatores mais importantes ou extremos, com base no 3º Quartil,

já eliminado o fator citado acima. Nesse caso, apenas 07 (sete) fatores foram

selecionados. Os elementos da Tabela 18 podem ser denominados como os Fatores

Críticos de Sucesso segundo a Visão de QUALIDADE.

Ordem Fator Críticos de Sucesso

Visão de QUALIDADE

Importância (Média)

Coeficiente de Variação (%)

1 Equipe do Projeto devidamente qualificada - Qualidade

9,03 19,27

2 A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas - Qualidade

8,76 21,77

2 Gerente do Projeto Competente - Qualidade 8,76 23,37

4 Treinamento e Qualificação - Qualidade 8,54 22,86

5 Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde - Qualidade

8,43 28,99

5 Bom Desempenho dos Fornecedores / Empreiteiros / Consultores - Qualidade

8,43 27,75

7 O Encerramento e o aceite - Qualidade 8,35 24,31

Tabela 18: Fatores Críticos de Sucesso – Visão de QUALIDADE

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107

No topo da Tabela 18 aparecem os fatores “Equipe do Projeto devidamente qualificada”,

“A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas” e “Gerente do Projeto

Competente”, vistos como os três mais importantes fatores para QUALIDADE.

Por outro lado, a Tabela 19, baseada no 1º Quartil, apresenta o conjunto dos fatores

considerados menos importantes. Nas posições inferiores, aparecem os fatores

considerados de menor importância geral: “Capacidade de Financiamento”, “Estabilidade

Política” e “Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional”.

Como esperado, os Coeficientes de Variação (CV) desses fatores indicam menor

homogeneidade comparativa com os “Fatores Críticos” na Tabela 18, e apresentam CV

percentuais acima de 30% .

Ordem Fatores Menos Importantes

Visão de QUALIDADE

Importância (Média)

Coeficiente de Variação

(%)

25 Orçamento Adequado e Realista - Qualidade 7,30 39,80

26 Um bom Sistema de Liderança - Qualidade 7,19 36,78

27 Análise de Construtabilidade - Qualidade 7,14 45,07

28 Análise de Riscos e Incertezas - Qualidade 7,14 33,23

29 Gerenciamento de Mudanças - Qualidade 6,97 36,64

30 Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional - Qualidade

6,95 39,86

31 Estabilidade Política - Qualidade 6,16 52,38

32 Capacidade de Financiamento - Qualidade 5,70 57,25

Tabela 19: Fatores Menos Importantes – Visão de QUALIDADE

4.3.6 Fatores Críticos de Sucesso – Visão de ESCOPO

Na Tabela 20 são apresentados todos os 32 fatores de sucesso propostos, ordenados por

“Importância” e acompanhados pelos respectivos Desvios Padrão, Coeficientes de

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108

Variação e Margens de Erro (para 95% de confiança). Essa Tabela sumariza a percepção

dos respondentes quanto à importância dos fatores propostos no que se refere ao sucesso

do objetivo ESCOPO.

Ordem Fatores por Ordem de Importância

Visão de ESCOPO

Importância (Média)

Desvio Padrão

Coeficiente de Variação (%)

Margem de Erro (Alfa =

0,05)

1 O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.) - Escopo

9,14 2,14 23,39 0,69

2 Gerente do Projeto Competente - Escopo 9,05 1,91 21,14 0,62

3 A Proximidade com o Cliente - Escopo 8,89 1,81 20,32 0,58

4 Alinhamento durante o Planejamento do Front-End - Escopo

8,76 1,88 21,43 0,60

5 Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori) - Escopo

8,68 1,83 21,05 0,59

6 Solução de Problemas - Escopo 8,46 1,98 23,41 0,64

7 O Encerramento e o aceite - Escopo 8,43 2,74 32,54 0,88

7 Gerenciamento de Mudanças - Escopo 8,43 2,60 30,82 0,84

7 Um bom Plano de Negócio / base sólida para o projeto - Escopo

8,43 2,02 23,97 0,65

10 O Apoio da Alta Gerência - Escopo 8,24 2,64 32,02 0,85

11 Comunicação - Escopo 8,24 2,49 30,18 0,80

12 Projeto de Entrega e Estratégia de Gestão do Contrato - Escopo

8,22 2,42 29,41 0,78

13 Um Sistema de Monitoramento e Controle eficaz -Escopo

7,84 2,82 36,03 0,91

14 Equipe do Projeto devidamente qualificada - Escopo

7,81 2,81 35,94 0,90

15 A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas - Escopo

7,76 2,79 36,01 0,90

16 Análise de Riscos e Incertezas - Escopo 7,62 2,28 29,88 0,73

17 Orçamento Adequado e Realista - Escopo 7,54 2,50 33,17 0,81

18 Bom Desempenho dos Fornecedores / Empreiteiros / Consultores - Escopo

7,51 2,72 36,26 0,88

19 Capacidade de Alocação de Recursos - Escopo 7,38 3,01 40,83 0,97

20 Um bom Sistema de Liderança - Escopo 7,32 2,66 36,27 0,86

21 Bechmarking - Escopo 7,16 2,95 41,17 0,95

22 Tecnologia de Automação / Integração - Escopo

7,16 2,87 40,11 0,93

23 Escolha correta em função de experiências anteriores de metodologias / ferramentas de Gerenciamento de Projetos - Escopo

6,97 2,87 41,19 0,93

24 Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional - Escopo

6,95 2,83 40,71 0,91

25 Treinamento e Qualificação - Escopo 6,89 2,98 43,23 0,96

25 Estabilidade Política - Escopo 6,89 2,92 42,41 0,94

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109

Ordem Fatores por Ordem de Importância

Visão de ESCOPO

Importância (Média)

Desvio Padrão

Coeficiente de Variação (%)

Margem de Erro (Alfa =

0,05)

27 Análise de Construtabilidade - Escopo 6,78 3,35 49,40 1,08

27 Diferentes pontos de vista - Escopo 6,78 2,96 43,69 0,96

29 Planejamento da Partida (“Start-up”) - Escopo 6,70 3,40 50,70 1,09

30 Parcerias - Escopo 6,65 3,41 51,28 1,10

31 Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde - Escopo

6,27 3,59 57,21 1,16

32 Capacidade de Financiamento - Escopo 6,03 3,33 55,24 1,07

Tabela 20 Fatores de Sucesso – Ranking segundo a Visão de ESCOPO

A partir das medidas de posição pode-se extrair ao menos dois conjuntos relevantes: os

fatores menos importantes ou extremos inferiores com base no valor de 1º Quartil e os

fatores mais importantes ou extremos superiores com base no valor de 3º Quartil.

A Tabela 21 apresenta as medidas que irão facilitar a análise dos fatores.

Medidas de Posição dos Fatores de Sucesso - Escopo

3º Quartil 8,43

1º Quartil 6,93

Tabela 21: Medidas de Posição – Visão de ESCOPO

No caso de ESCOPO, dois dos fatores selecionados a partir do 3º Quartil apresentam CV

acima de 30%. Os fatores “O Encerramento e o aceite” (CV = 32,54%) e “Gerenciamento

de Mudanças” (CV = 30,82%), portanto, não atendem ao CRITÉRIO B, item 4.3.1, e

foram desconsiderados.

A Tabela 22 apresenta os fatores mais importantes ou extremos superiores com base no

3º. Quartil, já eliminados os dois fatores citados acima. Nesse caso, apenas 07 (sete)

fatores foram selecionados.

Os elementos da Tabela 22 podem ser definidos como os Fatores Críticos de Sucesso

segundo a Visão de ESCOPO.

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Ordem Fator Críticos de Sucesso

Visão de ESCOPO

Importância (Média)

Coeficiente de Variação

(%)

1 O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.) - Escopo

9,14 23,39

2 Gerente do Projeto Competente - Escopo 9,05 21,14

3 A Proximidade com o Cliente - Escopo 8,89 20,32

4 Alinhamento durante o Planejamento do Front-End - Escopo

8,76 21,43

5 Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori) - Escopo

8,68 21,05

6 Solução de Problemas - Escopo 8,46 23,41

7 Um bom Plano de Negócio / base sólida para o projeto - Escopo

8,43 23,97

Tabela 22: Fatores Críticos de Sucesso – Visão de ESCOPO

No topo da Tabela 22 aparecem os fatores “O Planejamento (Escopo, Cronograma,

Riscos, etc.)”, “Gerente de Projeto Competente” e “A Proximidade com o Cliente”, vistos

como os três mais importantes fatores para ESCOPO.

Por outro lado, a Tabela 23, baseada no 1º Quartil, apresenta o conjunto dos fatores

considerados menos importantes. Nas posições inferiores, aparecem os fatores

considerados de menor importância geral: “Capacidade de Financiamento”, “Segurança

do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde” e “Parcerias”. Como esperado, os Coeficientes de

Variação (CV) desses fatores indicam menor homogeneidade comparativa com os

“Fatores Críticos” na Tabela 22, apresentando CVs percentuais acima de 30% .

Ordem Fatores Menos Importantes

Visão de ESCOPO

Importância Média

Coeficiente de Variação

(%)

25 Treinamento e Qualificação - Escopo 6,89 43,23

25 Estabilidade Política - Escopo 6,89 42,41

27 Análise de Construtabilidade - Escopo 6,78 49,40

27 Diferentes pontos de vista - Escopo 6,78 43,69

29 Planejamento da Partida (“Start-up”) - Escopo 6,70 50,70

30 Parcerias - Escopo 6,65 51,28

31 Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde - Escopo

6,27 57,21

32 Capacidade de Financiamento - Escopo 6,03 55,24

Tabela 23: Fatores Menos Importantes – Visão de ESCOPO

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111

4.3.7 Importância Relativa dos Fatores Críticos de Sucesso e Ranking

A partir dos 5 conjuntos de fatores CRÍTICOS de sucesso formatados nos itens

anteriores, segundo a visão MÉDIA e segundo cada uma das visões de CUSTO, TEMPO,

ESCOPO e QUALIDADE, foi criada a Tabela 22.

Tabela 22: Lista Total de Fatores Críticos de Sucesso

ORIGEM DA SELEÇÃO DO FATOR

Número LISTA TOTAL DOS

FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO Visão MÉDIA

Visão de

CUSTO

Visão de

TEMPO

Visão de

QUALIDADE

Visão de

ESCOPO

1 Gerente do Projeto Competente X X X X X

2 O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.)

X X X — X

3 Solução de Problemas X X X — X

4 O Apoio da Alta Gerência X X X — —

5 Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori) X X X — X

6 Equipe do Projeto devidamente qualificada X — — X —

7 A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas X — — X —

8 Alinhamento durante o Planejamento do Front-End

X — X — X

9 Capacidade de Alocação de Recursos — X X — —

10 Um Sistema de Monitoramento e Controle eficaz — X X — —

11 Orçamento Adequado e Realista — X — — —

12 A Proximidade com o Cliente — — — — X

13 Treinamento e Qualificação — — — X —

14 Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde — — — X —

15 Bom Desempenho dos Fornecedores / Empreiteiros / Consultores

— — — X —

16 O Encerramento e o aceite — — — X —

17 Um bom Plano de Negócio / base sólida para o projeto

— — — — X

18 Análise de Riscos e Incertezas — X — — —

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A Tabela 22 mostra todos os fatores críticos selecionados e a visão que originou a

seleção. Nota-se que dos 32 fatores originais, 18 foram considerados críticos segundo a

visão MÉDIA e/ou para ao menos um dos objetivos de CUSTO, TEMPO, QUALIDADE

e ESCOPO. Pode-se perceber que alguns dos fatores críticos, foram considerados críticos

a partir de mais de uma visão.

Nota-se ainda que metade dos fatores críticos (9 em 18) foi selecionada exclusivamente a

partir das análises específicas, ou seja, das análises individuais de CUSTO, TEMPO,

QUALIDADE e ESCOPO.

Esse resultado mostra a importância de analisarmos cada objetivo também de forma

individual, dado cada um deles ter características próprias. A partir dessa visão mais

“focada” podem ser definidas ações ou estratégias mais precisas, na busca do

atendimento a esses objetivos.

Para aprofundar a análise, decidiu-se criar a Tabela 23, com base na Tabela 22. A Tabela

23 apresenta a ordem de importância ou ranking dos fatores críticos selecionados

segundo as diversas visões ou objetivos de sucesso incluída a visão média. A visão

através do ranking facilita o entendimento da importância de cada fator e sinaliza de

forma mais concreta como certos fatores podem ter importância específica alta por

objetivo, sem, no entanto, ter o mesmo destaque segundo a visão média e vice-versa.

Pode também ser crítico para um objetivo e menos importante pouco para outro.

Embora exista uma interdependência entre esses objetivos de sucesso, por exemplo, sabe-

se que a duração de um projeto depende do tamanho e da complexidade de seu escopo,

está claro que a maioria dos fatores influencia de forma diferente cada um dos objetivos.

Por exemplo, o fator “Equipe de Projeto devidamente Qualificada” é visto como o mais

importante (crítico) para se atingir o objetivo QUALIDADE. No entanto foi considerado

apenas o 6º fator em importância do ponto de vista da MÉDIA e não foi considerado

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entre os mais críticos para o objetivo CUSTO (foi o 12º mais importante). As posições do

ranking, colocadas entre parênteses, foram adicionados à Tabela para referência apenas.

Tabela 23: Ranking dos Fatores Críticos de Sucesso – 5 Visões

Ranking Ranking dos Fatores por

OBJETIVO

Número Fator Crítico de Sucesso VISÃO MÉDIA

CUSTO TEMPO QUALIDADE ESCOPO

Total de Visões

Criticamente impactadas

Por cada Fator

1 Gerente do Projeto Competente 1º 2º 2º 2º 2º 5

2 O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.)

2º 4º 1º (10º) 1º 4

3 Solução de Problemas 3º 5º 3º (9º) 6º 4

4 O Apoio da Alta Gerência 4º 3º 4º (7º) (10º) 3

5 Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori)

5º 7º 4º (12º) 5º 4

6 Equipe do Projeto devidamente qualificada 6º (12º) (14º) 1º (14º) 2

7 A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas

7º (13º) (12º) 2º (15º) 2

8 Alinhamento durante o Planejamento do Front-End

8º (13º) 8º (21º) 4º 3

9 Capacidade de Alocação de Recursos (12º) 6º 7º (17º) (19º) 2

10 Um Sistema de Monitoramento e Controle eficaz

(10º) 8º 6º (24º) (13º) 2

11 Orçamento Adequado e Realista (14º) 1º (18º) (25º) (17º) 1

12 A Proximidade com o Cliente (14º) (30º) (15º) (14º) 3º 1

13 Treinamento e Qualificação (24º) (29º) (29º) 4º (25º) 1

14 Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde (26º) (28º) (31º) 5º (31º) 1

15 Bom Desempenho dos Fornecedores / Empreiteiros / Consultores

(9º) (16º) (9º) 5º (18º) 1

16 O Encerramento e o aceite (18º) (28º) (21º) 7º (7º) 1

17 Um bom Plano de Negócio / base sólida para o projeto

(16º) (17º) (22º) (16º) 7º 1

18 Análise de Riscos e Incertezas (17º) 8º (10º) (28º) (16º) 1

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Dessa forma, dado que a influência dos fatores sobre os objetivos é relativa, não é de se

estranhar que apenas 1 dos 18 fatores críticos, o fator “Gerente de Projeto Competente”,

tenha sido considerado como crítico para todas as 5 visões/objetivos.

É importante notar ainda, que apesar do resultado expressivo do fator “Gerente de Projeto

Competente”, para nenhum dos objetivos de sucesso esse fator foi classificado como o

fator número 1 (mais importante), no respectivo ranking.

O Gráfico 01 a seguir ilustra essa situação, indicando o total de visões/objetivos

impactadas por fatores. Essa situação indica o quão relativa é a importância dos fatores,

ou seja, depende do objetivo.

Importância Relativa dos Fatores Críticos

1

3

2

4

8

5

4

3

2

1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Número de Fatores

Total de Visões de AnáliseImpactadas

Gráfico 01: Importância Relativa dos Fatores Críticos

Como já dito, apenas 1 fator (“Gerente de Projeto Competente”) apareceu como crítico

segundo as 5 visões ou objetivos, 3 fatores foram críticos para quatro visões, 2 fatores

para três visões, 4 fatores para duas visões e, por fim, 8 fatores foram críticos apenas

segundo uma única visão de análise ou objetivo de sucesso.

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4.3.8 “Principal Fator Crítico de Sucesso” para Projetos EPC OffShore

Não há uma resposta única à pergunta, “Qual é o principal fator crítico de sucesso para

projetos EPC Offshore, no Brasil?”.

Essa afirmação é justificada pelo fato de que há vários objetivos de sucesso para um

projeto EPC Offshore e que os fatores críticos variam em sua importância de acordo com

esses objetivos. Como observado através dos itens anteriores, eleger como principal fator

crítico, o mais importante segundo, por exemplo, a VISÃO MÉDIA, não responderá da

melhor maneira a questão.

É necessário dar maior precisão a essa discussão, o que pode ser obtido a partir da

definição de um “conjunto de principais fatores críticos de sucesso”. Esse conjunto

seria selecionado considerando-se as respostas advindas das diversas visões e objetivos

de sucesso de um projeto.

Dessa forma, procurando ampliar a perspectiva de análise dessa questão, o Quadro 16

mostra os principais fatores críticos de acordo com diversos critérios de análise.

Além de apresentar o principal fator segundo a visão MÉDIA e segundo as visões dos 4

objetivos, mais duas visões alternativas foram colocadas (“Pelo somatório de objetivos ou

visões criticamente Impactadas e “Pelo número de Primeiras Colocações nos Rankings de

Importância por Objetivos”). Essa visões adicionais, no entanto, não alteraram o

resultado.

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Critério de Análise Principal Fator Crítico de Sucesso

Importância MÉDIA � Gerente do Projeto Competente

Importância para o objetivo CUSTO

� Orçamento Adequado e Realista

Importância para o objetivo TEMPO

� O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.)

Importância para o objetivo QUALIDADE

� Equipe do Projeto devidamente qualificada

Importância para o objetivo ESCOPO

� O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.)

Pelo somatório de objetivos ou visões criticamente Impactadas

� Gerente do Projeto Competente

Pelo número de Primeiras Colocações nos Rankings de Importância por Objetivos

� O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.)

Quadro 16: Conjunto dos Principais Fatores Críticos de Sucesso

A figura 17 compila o resultado, mostrando que há, de fato, quatro (4) principais fatores

críticos de sucesso para projetos EPC Offshore no Brasil.

Figura 17: “Conjunto dos Principais Fatores Críticos de Sucesso”

O Planejamento (O Planejamento ( EscopoEscopo ,,Tempo, Tempo, RiscoRisco , Etc), Etc)

Gerente de ProjetoGerente de ProjetoCompetenteCompetente

OrOrççamentoamentoAdequadoAdequadoe Realista.e Realista.

Equipe de ProjetoEquipe de ProjetoDevidamenteDevidamenteQualificadaQualificada

Principais Principais Fatores Fatores

CrCrííticos de ticos de SucessoSucesso

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Dessa forma, ratifica-se a idéia do conjunto de fatores críticos de sucesso principais para

um projeto EPC Offshore, que contem os fatores mais importantes segundo as diversas

visões ou objetivos de sucesso.

Não custa nada repetir que “o grau de realização dos objetivos é que determina o sucesso

de um projeto” (DE WIT, 1988). Ou seja, a busca de sucesso dever ser pautada a partir de

seus objetivos específicos.

4.4 ANÁLISE DOS DADOS QUALITATIVOS REFERENTES À SUCESSO

Conforme reproduzido no item 4.1, e repetido abaixo, as questões 16 e 17 do questionário

são qualitativas:

16) Além dos Fatores e/ou Práticas citados acima, quais seriam os outros Fatores e/ou Práticas Gerenciais Críticos para o sucesso nos projetos conduzidos por você ou por sua Organização? Por exemplo: “Experiência do Gerente de Projetos”, “Disponibilidade de Sistemas de Informação para Gerenciamento de Projetos de forma integrada”, etc. 17) Para sua organização, o que é um projeto de sucesso, ou seja, que critérios são usados para se julgar se um projeto obteve sucesso ou não?

Em relação à Questão 16, acima, as respostas recebidas não acrescentaram, de forma

objetiva, fatores de sucesso diferentes dos 32 já listados e considerados nesse estudo.

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Dessa forma não foi possível fazer proposições, com base nos dados existentes, ou

concluir quanto à existência de “outros Fatores e/ou Práticas Gerenciais Críticos” para o

sucesso dos projetos EPC Offshore.

Por outro lado, em relação à Questão 17, como resultado das respostas dadas, pode-se

montar a Tabela 24 abaixo. Nota-se que os respondentes indicaram, de forma espontânea,

9 (nove) critérios ou objetivos de sucesso adicionais, aos tradicionais Custo, Tempo,

Qualidade e Escopo.

Objetivos (Critérios) de Sucesso Adicionais

Respondentes Percentual Citação do Objetivo

na Literatura

1. Satisfação do Cliente 16 43,2%

DE WIT (1986), JHA e LYER (2007), DYRHAUG,

ANDERSEN e ROLSTADAS (2002), CHAN, SCOTT e

LAN (2002)

2. Lucro 13 35,1% DYRHAUG, ANDERSEN e

ROLSTADAS (2002), CHAN, SCOTT e LAN (2002)

3. Segurança 5 13,5% JHA e LYER (2007), LIM e MOHAMED (1999), CHAN,

SCOTT e LAN (2002)

4. Satisfação da Equipe 4 10,8% DE WIT (1986), JHA e LYER

(2007), CHAN, SCOTT e LAN (2002)

5. Atender a Estratégia Organizacional / Satisfação dos Acionistas

4 10,8% DYRHAUG, ANDERSEN e

ROLSTADAS (2002)

6. Controle de Riscos 2 5,4% --

7. Absorção de competências pela equipe

2 5,4% --

8. Respeito à Sociedade 2 5,4% --

9. Absorção de competências pela empresa

1 2,7% --

Tabela 24: “Objetivos (Critérios) Adicionais de Sucesso”

Percebe-se que os critérios ou objetivos “Satisfação do Cliente” e “Lucro” tiveram

destaque especial, devendo-se lembrar que a citação desses objetivos adicionais foi

espontânea.

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Adicionalmente, comparados os objetivos de sucesso adicionais citados pelos

respondentes, com os objetivos citados na literatura referenciada nesse estudo,

observaram-se diversas coincidências relacionadas aos cinco primeiros objetivos

adicionais.

Dessa forma, para fins desse estudo, os cinco primeiros elementos da Tabela 24 serão

propostos como objetivos de sucesso adicionais em projetos EPC Offshore no Brasil, não

apenas pela relevância das citações espontâneas mas também pela aderência com

objetivos de sucesso identificados em outros estudos realizados a respeito de projetos na

área de construção.

O Quadro 17, sumariza esses objetivos adicionais, chamados a partir de agora de

“contextuais” que se somariam aos “fundamentais” Custo, Tempo, Qualidade e Escopo,

totalizando 9 objetivos de sucesso.

Objetivos de Sucesso “Fundamentais”

Objetivos de Sucesso “Contextuais”

Custo Satisfação do Cliente

Tempo Lucro

Qualidade Segurança

Escopo Satisfação da Equipe

---- Atender a Estratégia Organizacional /

Satisfação dos Acionistas

Quadro 17: Objetivos de Sucesso para Projetos EPC Offshore.

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4.5 Objetivos Mais Impactados pelos Fatores Críticos de Sucesso Identificados

A Tabela 25 que mostra o somatório das médias de importância dadas pelos 37

respondentes através dos 32 fatores de sucesso.

Objetivo de Sucesso Somatório das

Médias Importância Relativa dos Fatores para os Objetivos

Tempo 269,03 26,41%

Custo 258,11 25,34%

Qualidade 246,57 24,20%

Escopo 245,00 24,05%

Tabela 25: Importância Relativa dos Fatores

De uma forma geral, pode-se dizer que o objetivo “Tempo” seria o mais impactado pelo

conjunto de fatores de sucesso considerado nessa pesquisa e o “Escopo” o menos

impactado.

No entanto, percebe-se que o conjunto de fatores de sucesso influencia os objetivos de

forma equilibrada. A maior diferença foi de 2,36%, observada entre os critérios/objetivos

Tempo e Escopo.

Portanto, apesar dos diferentes graus de “importância” individual de cada dos fatores para

os 4 objetivos, conforme já discutido em itens anteriores, nota-se que os objetivos sofrem

influencia global equivalente.

4.6 CORRELAÇÕES ENTRE OS FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO

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Para fins de simplificação dos dados disponíveis e de modo a possibilitar a comparação

das correlações entre os 18 fatores críticos de sucesso, decidiu-se considerar a média da

importância segundo as visões de cada uma dos fatores para os objetivos de Custo,

Tempo, Qualidade e Escopo.

Tabela 26: Correlação entre os Fatores Críticos de Sucesso

Correlações entre

Fatores Críticos1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18.

1. Gerente do Projeto

Competente1

2. O Planejamento (Escopo,

Cronograma, Riscos, etc.)0,722 1

3. Solução de Problemas 0,656 0,738 1

4. O Apoio da Alta Gerência 0,603 0,714 0,474 1

5. Planejamento Antecipado

(Front-End ou a priori)0,806 0,796 0,636 0,638 1

6. Equipe do Projeto

devidamente qualificada0,706 0,706 0,833 0,583 0,619 1

7. A Capacidade para

Realização de Tarefas

Técnicas

0,499 0,573 0,684 0,374 0,386 0,673 1

8. Alinhamento durante o

Planejamento do Front-End0,764 0,728 0,676 0,657 0,841 0,635 0,434 1

9. Capacidade de Alocação de

Recursos0,679 0,623 0,797 0,567 0,514 0,762 0,601 0,602 1

10. Um Sistema de

Monitoramento e Controle

eficaz

0,581 0,489 0,688 0,447 0,539 0,634 0,473 0,654 0,844 1

11. Orçamento Adequado e

Realista0,565 0,532 0,605 0,476 0,514 0,635 0,644 0,614 0,664 0,672 1

12. A Proximidade com o

Cliente0,567 0,716 0,623 0,532 0,602 0,689 0,497 0,641 0,560 0,557 0,607 1

13. Treinamento e

Qualificação0,539 0,408 0,471 0,511 0,373 0,591 0,515 0,551 0,650 0,574 0,829 0,536 1

14. Segurança do Trabalho,

Meio Ambiente e Saúde0,483 0,656 0,667 0,471 0,551 0,615 0,593 0,725 0,585 0,578 0,703 0,630 0,608 1

15. Bom Desempenho dos

Fornecedores / Empreiteiros

/ Consultores

0,470 0,405 0,599 0,358 0,461 0,652 0,417 0,509 0,421 0,372 0,402 0,457 0,361 0,273 1

16. O Encerramento e o

aceite0,738 0,698 0,662 0,625 0,768 0,610 0,455 0,718 0,706 0,755 0,579 0,595 0,408 0,511 0,443 1

17. Um bom Plano de

Negócio / base sólida para o

projeto

0,686 0,594 0,586 0,476 0,694 0,561 0,328 0,678 0,595 0,584 0,694 0,558 0,614 0,585 0,357 0,701 1

18. Análise de Riscos e

Incertezas0,612 0,650 0,611 0,489 0,708 0,584 0,400 0,693 0,470 0,468 0,470 0,532 0,403 0,601 0,497 0,532 0,418 1

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Dessa forma foram correlacionadas, entre si, as médias das respostas dadas pelo conjunto

de respondentes para cada um dos fatores. A Tabela 26 mostra o resultado dessas

correlações.

Percebe-se que a maior correlação (0,844) foi determinada entre os fatores “Capacidade

de Alocação de Recursos” e “Um Sistema de Monitoramente e Controle Eficaz”. Ou

seja, esses dois fatores influenciam ou impactam, na média, o conjunto de objetivos de

custo, tempo, qualidade e escopo de forma muito relacionada. Por sua vez a menor

correlação (0,273) foi entre os fatores “Bom Desempenho dos Fornecedores /

Empreiteiros / Consultores” e “Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde”.

Assinaladas em azul, na Tabela 26, estão as 15 principais correlações (entre 0,725 e

0,844). Por sua vez, as 15 correlações menos expressivas estão assinaladas em vermelho

claro (entre 0,408 e 0,273).

De uma forma geral, as intercorrelações são altas (média = 0,585). Segundo

KLEINBAUN e KUPPER (Apud PINTO, 1986), altas intercorrelações entre variáveis

independentes “podem sinalizar a possibilidade de efeitos de multicolinearidade que

poderiam confundir os testes das relações entre o critério e as variáveis preditivas”.

Segundo PINTO (1986), altas intercorrelações podem indicar que análises, considerando

possíveis subdimensionalidades, através de técnicas como análise de clusters ou análise

fatorial podem ser apropriadas.

No entanto, como já comentado no item 4.1, essas análise não são adequadas para

amostras de tamanho menores que 50. Como já discutido, no caso desse estudo, apenas

37 das 102 observações coletadas foram consideradas adequadas aos seus objetivos e

fazem parte da amostra.

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5 CONCLUSÕES

Este capítulo sintetiza os principais resultados obtidos por essa pesquisa.

Nesse sentido, e com base nas questões de pesquisa, os itens a seguir discutem sobre:

� Critérios ou objetivos utilizados para se medir sucesso em Projetos EPC incluindo

objetivos típicos da realidade brasileira.

� Fatores de sucesso e fatores críticos de sucesso em Projetos EPC.

� A importância relativa dos fatores de sucesso para os diferentes critérios ou objetivos

de sucesso.

� Fatores de sucesso típicos da realidade brasileira.

Ao final são apresentadas sugestões para futuras pesquisas.

5.1 OBJETIVOS DE SUCESSO EM PROJETOS EPC OFFSHORE NO BRASIL

Conforme já comentado, há diversas escolas de pensamento em busca da melhor forma

de se gerenciar projetos. A “Escola de Sucesso”, uma das principais escolas de

pensamento em gerenciamento de projetos, é utilizada como base para esse estudo.

Essa Escola está ancorada em dois conceitos fundamentais, conforme já apresentado:

� Critérios (ou Objetivos) de Sucesso em Projetos: são as medidas/indicadores através

dos quais julgamos o resultado do projeto. São as variáveis dependentes que medem o

sucesso do projeto. São os objetivos que desejamos atingir com o projeto.

� Fatores de Sucesso em Projetos: são os elementos de um projeto, que podem ser

influenciados para se aumentar a probabilidade de sucesso. São as variáveis

independentes que tornam o sucesso mais provável.

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De fato, a idéia central do pensamento em torno de sucesso tem relação direta com a

necessidade de se gerenciar por objetivos, afinal, sucesso tem relação direta com o grau

de obtenção dos objetivos. Dessa forma, o conhecimento desses elementos fundamentais

possibilita a criação de um sistema de gerenciamento de projetos com foco nos objetivos

(“critérios de sucesso”) e nos elementos que podem influenciar esses objetivos (“os

fatores críticos de sucesso”).

A idéia de gerenciamento de projetos a partir da “visão de sucesso” está estabelecida e é

respeitada pela comunidade acadêmica, ratificando como pertinente a idéia de buscar

excelência e conhecimento adicional em projetos EPC Offshore a partir desse conceito.

Dessa forma, os objetivos dessa pesquisa, os conceitos advindos da revisão bibliográfica

e os dados coletados formam uma base sólida para a realização de discussões e

proposições a respeito dos elementos que podem influenciar no sucesso dos projetos EPC

Offshore.

No entanto, a partir da revisão bibliográfica, sabe-se que não há pleno consenso sobre

como definir ou medir sucesso em projetos, incluindo os projetos EPC. Apenas os

critérios relacionados a escopo, qualidade, tempo e custo, estão presentes, apesar de

eventual diferença de terminologia, nas diversas visões apresentadas. Ou seja, entregar o

serviço ou produto (escopo) contratado com a qualidade esperada, dentro do tempo e

custos previstos são objetivos ou critérios de sucesso que podem ser ditos como

“fundamentais”.

Esses critérios “fundamentais”, segundo a bibliografia internacional, foram assumidos

como sendo também fundamentais para o contexto brasileiro. Entende-se que não há

razão para que existam divergências nesse fundamento visto estarmos falando de projetos

equivalentes e principalmente, inseridos dentro de um modelo econômico globalizado,

com base na livre iniciativa e na concorrência. Na verdade pode ser dito que esses

critérios espelham os objetivos fundamentais dos empreendimentos (projetos), de uma

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125

forma geral, realizados através de iniciativa privada e não apenas aos relacionados à área

EPC Offshore, de Óleo e Gás.

No entanto, além dos objetivos “fundamentais” pôde-se obter relevante informação por

parte dos respondentes, possibilitando a ampliação de visão para uma visão contextual

nacional, conforme objetivo dessa pesquisa e conforme citado na literatura como

necessário. Relembrando o enfatizado por JUGDEV e MILLER (2005), uma abordagem

de sucesso baseada apenas nos critérios ou objetivos fundamentais seria uma visão de

sucesso superada (e restrita), pois não considera as expectativas dos diversos

interessados (stakeholders) em um projeto.

Dessa forma, os objetivos contextuais nacionais seriam: Satisfação do Cliente, Lucro,

Segurança, Satisfação da Equipe e Atender a Estratégia Organizacional / Satisfação

dos Acionistas.

A Figura 18 organiza de forma analítico-hierárquica todos os objetivos de sucesso dos

projetos EPC Offshore, na área de Óleo e Gás, no Brasil. Os critérios ou objetivos

apresentados respondem a seguinte questão de pesquisa: Quais são os “critérios de

sucesso” ou objetivos que devem ser atingidos para se obter sucesso em projetos de

Engenharia, Suprimentos e Construção (EPC)?

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126

Figura 18: Estrutura Analítica de Objetivos de Sucesso para Projetos EPC Offshore.

A visão apresentada amplia a visão fundamental, proporcionando maior foco nos recursos

humanos envolvidos e numa visão externa ao projeto, por exemplo, buscando a satisfação

do cliente e o desenvolvimento da organização como um todo.

Dessa forma, para os profissionais respondentes do questionário, o sucesso de um projeto

EPC Offshore no Brasil depende do nível de sucesso obtido nesses 9 objetivos.

Esses 9 objetivos ou critérios de sucesso deveriam ser vistos como os objetivos

prioritários e, a partir dos quais, as devidas estratégias, planos, controles e demais

iniciativas, relacionadas aos projetos EPC Offshore no Brasil, seriam desenvolvidas.

Deve-se lembrar ainda que, para garantir o foco necessário a esses objetivos, devem estar

associados aos mesmos os devidos critérios de medição específicos, ao longo do ciclo de

vida do projeto.

Uma outra questão, se refere a semelhança entre alguns dos principais objetivos definidos

no exterior com os definidos do Brasil. Pode-se dizer que não foi verificado no ambiente

brasileiro de projetos EPC Offshore, algum critério de sucesso ou objetivo que se

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diferenciasse de forma expressiva dos objetivos observados internacionalmente e que

pudesse ser chamado de “típico”.

O que responde negativamente a questão de pesquisa: Há critérios ou objetivos para

se medir sucesso, típicos do contexto brasileiro de projetos de Engenharia, Suprimentos

e Construção (EPC)?

Uma outra questão relevante a se observar é a semelhança existente entre os

critérios ou objetivos de sucesso (desempenho) em projetos com os objetivos de

desempenho da operação. A respeito das estratégias operacionais, SLACK e LEWIS

(2003) afirmam que embora as necessidades ou expectativas dos clientes não sejam

usualmente dinâmicas e possam variar de acordo com as circunstâncias, o

posicionamento de marketing/competitivo do ponto de vista operacional pode ser

definido a partir de cinco objetivos de desempenho (Qualidade, Velocidade,

“Dependabilidade”, Flexibilidade e Custo). Segundo eles, outros objetivos menos

importantes podem ser adicionados a esse conjunto, na medida em que sejam

significativos para certas atividades operacionais.

Dessa forma, a semelhança entre os objetivos de desempenho em projetos e os objetivos

de desempenho em operações é evidente não apenas no que se referem aos próprios

objetivos mencionados em si, mas também na formato em que se apresentam, ou seja, há

um conjunto de objetivos “fundamentais” que podem ser associados a objetivos

adicionais quando conveniente. A grande diferença está no fato dos projetos serem

empreendimentos temporários, ou seja, tem um fim pré-definido (“ao iniciar, tem data

para acabar”) o que não é o caso das operações.

5.2 FATORES DE SUCESSO E FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO EM PROJETOS

EPC OFFSHORE NO BRASIL

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A estratégia utilizada para análise dos fatores (e critérios/objetivos) de sucesso, que

utilizou como bases a média aritmética para definir a intensidade ou importância do fator,

o conceito de Quartil para extrair o conjunto de fatores mais importantes (críticos), o

Coeficiente de Variação (CV) para verificar a homogeneidade das amostras e a aplicação

dessas ferramentas estatística segundo os diversos objetivos (custo, tempo, qualidade e

escopo), gerou um conjunto de informações que facilitou a visualização do

comportamento e da relação existente entre os fatores e os critérios (objetivos) de

sucesso.

Como resultado, esse estudo pode contribuir para a prática de gerenciamento de projetos

EPC Offshore no Brasil.

Uma das contribuições é o entendimento de que há necessidade de analisarmos a

importância dos fatores de sucesso em relação a cada objetivo de forma individual.

Apenas a partir dessa visão “focada”, podem ser definidos os fatores mais decisivos para

se atingir um dado objetivo e dessa forma possibilitar a montagem de ações ou estratégias

precisas e eficazes para o sucesso do projeto.

Como também observado, entende-se que a visão da importância MÉDIA (média da

visão para cada um dos objetivos) dos fatores de sucesso deve ser uma “ferramenta

auxiliar” para tomadas de decisão e definições de iniciativas e não deve ser utilizada

como elemento único para definições de iniciativas em projetos, em vista do potencial de

causar distorções quanto a importância de um dado fator, devido a sua própria natureza

(“média”).

O exemplo explica as colocações anteriores:

- O fator “Equipe do Projeto devidamente qualificada” é o mais importante (1º do

ranking) segundo a visão de Qualidade. Porém é o 6º segundo a visão Média, o 12º para

Custo e 14º para Escopo.

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Dessa forma, dado que a influência dos fatores sobre os objetivos é relativa, não é de se

estranhar que apenas 1 dos 18 fatores críticos, o fator “Gerente de Projeto Competente”,

tenha sido considerado como crítico para todas as 5 visões/objetivos. No entanto, apesar

do resultado expressivo do fator “Gerente de Projeto Competente”, para nenhum dos

objetivos de sucesso esse fator foi classificado como o fator número 1 (mais importante),

no respectivo ranking.

Em conseqüência, as estratégias ou iniciativas em projetos serão definidas de formas

mais adequadas a partir do conhecimento da importância dos fatores de sucesso para cada

um dos objetivos (de sucesso).

Dessa forma, as questões de pesquisa “Qual a importância relativa dos fatores críticos de

sucesso para os critérios (objetivos) de sucesso?” e “Qual são os fatores de sucesso mais

importantes para que os critérios ou objetivos de sucesso dos Projetos EPC Offshore

sejam atingidos?” tem suas respostas apresentadas e discutidas através das tabelas

apresentadas no subitem 4.3 do Capítulo 4.

Outra contribuição desse trabalho é a “quebra de paradigmas” criados em torno de certos

fatores considerados críticos segundo o “senso comum”. Nesse sentido pôde-se verificar

que alguns fatores usualmente ditos como críticos, não o são, de fato, de acordo com a

percepção dos respondentes “EPCistas”.

Por exemplo: o fator “Capacidade de Financiamento” foi verificado como sendo de

menor importância segundo a visão Média e as visões para Tempo, Qualidade e Escopo.

De fato, esse fator foi o último classificado de um total de 32 fatores segundo essas três

visões e também segundo a visão Média. E, para Custo, foi o fator classificado na posição

17ª, ratificando a menor importância desse fator para os Projetos EPC Offshore no Brasil.

Diversos outros fatores críticos de sucesso advindos da literatura de fonte importantes,

não podem ser considerados como fatores críticos no Brasil por terem sido classificados,

segundo a maioria das visões, no 1º Quartil e abaixo. Alguns exemplos: “Estabilidade

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Política”, “Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional”, “Planejamento da Partida

(“Start-up”)”, “Um bom Sistema de Liderança”, “Diferentes pontos de vista” e, até

mesmo, “Treinamento e Qualificação”, “Benchmarking” e “Análise de

Construtabilidade”, cuja melhor classificação no ranking foi o 16º lugar (segundo a visão

de Tempo).

Alguns desses fatores “eliminados” merecem consideração adicional, especialmente por

estarem entre as boas práticas propostas por organizações referência na área de

Engenharia e Construção como o Construction Industry Institute (CII) ou a Independence

Project Analisys (IPA):

• Análise de Construtabilidade – Análise feita para se reduzir os custos e os prazos

durante a etapa de construção e montagem.

• Gerenciamento de Mudanças - Definição e implantação de metodologia de

gerenciamento de mudanças (de escopo, etc.) no projeto.

• Parcerias - Realização de parcerias com fabricantes nacionais e estrangeiros para

fornecimento de pacotes de materiais e equipamentos.

• Projeto de Entrega e Estratégia de Gestão do Contrato – Ter a capacidade de

desenvolver um plano adequado de entregas parciais do projeto e estruturar uma

estratégia de gestão do contrato que facilite a boa convivência entre contratado e

contratante.

• Benchmarking – Comparar os vários processos e práticas utilizadas nos projetos da

organização, em relação as melhores práticas aplicadas pelas organizações líderes

(“best of class”), em busca de melhoria continua.

• Planejamento da Partida (“Start-up”) – É o planejamento necessário para a transição

adequada entre o término da construção e o início (partida) da operação comercial.

Inclui todas as atividades que ligam essas duas fases, tais como, “turnover” dos

sistemas, verificação dos sistemas, comissionamento, testes de performance, etc.

• Tecnologia de Automação / Integração – Uso de tecnologia da informação como

ferramenta para aumento da eficiência e a eficácia dos processos de gerenciamento e

a integração das equipes de projeto.

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A “eliminação”, ou melhor, a baixa importância relativa dada a esses fatores de sucesso

parece indicar uma defasagem entre as práticas correntes das EPCistas no Brasil e as

melhores práticas mundiais. Para enfatizar, no caso do fator “Análise de

Construtabilidade”, sua melhor classificação no ranking foi o 16º lugar (segundo a visão

de Tempo). Esta situação parece sinalizar oportunidades de melhoria para as Empresas

Nacionais.

Outro comentário é sobre o fator “Treinamento e Qualificação”. O baixo resultado

verificado (24º lugar segundo a visão Média e considerado criticamente importante

apenas para Qualidade) parece indicar a necessidade de mudança cultural e/ou estratégica

nas EPCistas, nesse particular pois, especialmente no momento corrente, onde há forte

demanda de pessoal, e que deve perdurar por mais alguns anos conforme discutido no

texto desse estudo, a necessidade de políticas de seleção, capacitação e retenção de

recursos humanos passa a ser um requisito essencial para o sucesso em projetos. É pouco

provável que as EPCistas sejam capazes de encontrar e contratar pessoal disponível no

mercado, já “devidamente qualificado”, para formar suas equipes, a um custo razoável.

Há necessidade de se ter uma visão dos recursos humanos de projetos com foco no

médio/longo prazo.

Um comentário adicional sobre esses mesmos dados: parece não haver um entendimento

claro quanto a interdependência entre as funções ou processos a serem executados em um

projeto. Como já apresentado, entendeu-se como crucial para a Qualidade do

projeto/produto ter uma equipe qualificada. No entanto, uma equipe qualificada não é

vista com grau similar de importância, para se atingir os objetivos de Custos ou para se

realizar o Escopo conforme previsto e a Tempo. Essa é uma questão aparentemente

contraditória pois especificações equivocadas do produto ou fraco conhecimento de como

lidar com as folgas ou o caminho crítico de um cronograma, podem se refletir

pesadamente no custo e/ou em atrasos, por exemplo.

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Também foi possível verificar que não há sentido prático efetivo em uma discussão em

torno do fator crítico de sucesso mais importante para projetos EPC Offshore no Brasil.

De fato, o mais efetivo é se falar em um “conjunto de principais fatores críticos de

sucesso”.

Esse conjunto de fatores, representado pelos fatores na posição de número 1 nos rankings

discutidos é re-apresentado abaixo (Figura 19) e, dessa feita, esse fatores foram

“rebatizados” como Fatores Hipercríticos de Sucesso. Ou seja, um Fator Hipercrítico de

Sucesso é o fator mais importante para se atingir um dado objetivo. É o fator que

deve ter maior foco gerencial. Não foi encontrada definição na literatura, dessa forma,

essa definição se faz necessária.

Figura 19: Fatores Hipercríticos de Sucesso em Projetos EPC Offshore

Naturalmente, os fatores hipercríticos representam a essência das competências

necessárias a toda e qualquer organização implantando projetos EPC Offshore no

Brasil.

O Planejamento (O Planejamento ( EscopoEscopo ,,Tempo, Tempo, RiscoRisco , Etc), Etc)

Gerente de ProjetoGerente de ProjetoCompetenteCompetente

OrOrççamentoamentoAdequadoAdequadoe Realista.e Realista.

Equipe de ProjetoEquipe de ProjetoDevidamenteDevidamenteQualificadaQualificada

Principais Principais Fatores Fatores

CrCrííticos de ticos de SucessoSucesso

Fatores Hipercríticos de Sucesso

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Dessa forma, os resultados desse trabalho possibilitam à organização de projetos priorizar

e focar seus recursos escassos nas ações mais importantes de forma a garantir que os

objetivos serão tratados através dos fatores mais adequados.

A estrutura analítica abaixo apresenta os Fatores Críticos de Sucesso, em ordem de

importância, de acordo com objetivos fundamentais (Custo, Tempo, Qualidade e Escopo)

e com a importância Média tomando como base esses 04 objetivos.

Figura 20: Fatores Críticos de Sucesso: Visão por Objetivo e Média

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O conhecimento dos objetivos e dos fatores de sucesso que mais impactam esses

objetivos ainda proporciona uma base que pode ser utilizada para a definição das que

devem ser tomadas por uma organização gerenciando projetos EPC, no sentido de atingir

esses objetivos.

A Figura 21 apresenta um exemplo de como poderia ser aplicado, na prática, o

conhecimento adquirido através desse estudo. Através de uma visão hierárquica, para

cada um dos objetivos, pode-se definir um conjunto de iniciativas relacionadas a cada um

dos Fatores de Sucesso.

Objetivos(Critério de Sucesso)

Fator Críticode Sucesso

Iniciativas

Custo

Alinhamento durante oPlanejamento do Front-End

Capacidade de Alocação deRecursos

Um Sistema de MonitoramentoE Controle eficaz

Planejamento Antecipado(Front-End ou a priori)

O Apoio da Alta Gerência

Solução de Problemas

Gerente do Projeto Competente

O Planejamento (Escopo,Cronograma, Riscos, etc.)

Alinhamento durante oPlanejamento do Front-End

Capacidade de Alocação deRecursos

Um Sistema de MonitoramentoE Controle eficaz

Planejamento Antecipado(Front-End ou a priori)

O Apoio da Alta Gerência

Solução de Problemas

Gerente do Projeto Competente

O Planejamento (Escopo,Cronograma, Riscos, etc.)

Tempo

Qualidade

Outros Objetivos

Segurança

Realização de Plano paraGerenciamento do Projetocontendo a Declaração de Escopo, EAP, Cronograma, Orçamento, Plano de Riscos, Plano de Comunicações, Plano de RH, Plano de SMS, Plano de Suprimentos e Procedimento de Mudanças.

Padronização dos processos e tecnologias de Planejamento e Controle de projetos (Gerênciado Projeto).

Realização de Treinamento dos profissionais de planejamento e controle nos padrões e tecnologias de Gerência de Projetos.

Outras Iniciativas

O que? Como? Como?

Figura 21: Objetivos x Fatores Críticos x Iniciativas

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Ou seja, cada um dos objetivos que devemos atingir para que o projeto seja visto como

um sucesso é transformado em realidade através (“Como?” ) da implantação dos fatores

críticos de sucesso. Por sua vez, cada um dos fatores também demanda (“Como?” )

iniciativas específicas para sua realização. Na Figura 21, tendo como foco apenas o

objetivo “Tempo”, são mostrados alguns exemplos de iniciativas eventualmente

necessárias, para que o fator crítico de sucesso “O Planejamento” seja realizado e, dessa

forma, o objetivo “Tempo” tenha maior probabilidade de ser atingido (obtido sucesso).

Por fim, respondendo a pergunta de pesquisa específica, deve-se novamente

destacar a impossibilidade de identificação de “Fatores Críticos de Sucessos” típicos

do contexto Nacional. Os fatores citados pelos respondentes basicamente repetiram

os já incluídos entre os 32 utilizados nesta análise.

Dessa forma, esse estudo analisa e discute questões importantes, conforme era seu

objetivo inicial, sobre os critérios (objetivos) e fatores de sucesso em Projetos EPC

Offshore, segundo a realidade brasileira e do ponto de vista das EPCistas, além de

proporcionar uma base que facilita a definição estruturada de iniciativas/ações

necessárias ao melhor gerenciamento desses projetos.

5.3 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS

Os seguintes estudos são sugeridos de forma a complementar ou estender esta pesquisa:

- As altas intercorrelações verificadas entre as variáveis independentes, sugerem que a

identificação de clusters ou subdimensões de fatores pode ser apropriada e ser uma

contribuição relevante para o maior entendimento das relações entre fatores. Nesse caso

há demanda de um tamanho de amostra “substancial”.

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- Com a identificação de 5 objetivos de sucesso “contextuais”, novo estudo poderia

identificar a importância relativa dos fatores de sucesso para cada um desses 5 objetivos.

- Buscando refinar ou detalhar o entendimento dos fatores hipercríticos de sucesso,

poderia ser realizado estudo buscando entender quais seriam os fatores críticos para a

esses fatores. Os seja, quais seriam os fatores críticos para realizarmos o “Planejamento”,

termos a “Competência do Gerente de Projeto”, prepararmos um “Orçamento Adequado”

e termos “Equipes Qualificadas” em projetos EPC Offshore.

- Estudo adicional poderia buscar os mesmos objetivos desse, porém com foco exclusivo

na visão das Operadoras (Petrobras, Shell, etc). Os resultados dos estudos poderiam ser

comparados.

- Proposição de um conjunto de indicadores para controle/mensuração dos Fatores

Críticos de Sucesso e suas iniciativas.

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SHENHAR, A. J., Contingent management in temporary, dynamic organizations: The comparative analysis of projects, Journal of High Technology Management Research 12, 239–271, 2001. TOOR, S.R. e OGUNLANA, S.O.. Critical COMs of success in large-scale construction projects: Evidence from Thailand construction industry. International Journal of Project Management 26, 420–430, 2008. TORRES, Ronaldo Chaves. O Licenciamento Ambiental no Segmento de Exploração e Produção Offshore de Petróleo no Brasil (Conceitos, Definições, Competências e Diagnóstico dos Processos Licenciatórios), 185f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão), Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente (LATEC). Universidade Federal Fluminense. Niterói. 2004. VERGARA, Sylvia. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo, Editora Atlas, 1997. WILLIAMS, T. M., The need for new paradigms for complex projects, International Journal of Project Management, Vol. 17, No. 5, pp. 269-273, 1999. YEO, K.T. e NING, J.H. Integrating supply chain and critical chain concepts in engineer-procure-constructure (EPC) projects, International Journal of Project Management 20, 253–262, 2002. XAVIER, Sayonara Mariluza Tapparo. Contratos EPC para Empreendimentos Hidrelétricos e seus Stakeholders. 93f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. WADE, Christopher. An Overview of FIDIC Contracts, In: International Construction Contracts and Dispute Resolution - ICC-FIDIC - Conference, Cairo, Egito, 2005.

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ANEXO

Questionário de Pesquisa

Prezado amigo,

Gostaria de apresentar-lhe o primeiro questionário de pesquisa do Projeto E&P 27.6. Ele faz parte do esforço do grupo de pesquisa em desenvolver um programa de melhoria no planejamento e no controle de empreendimentos complexos que tenham contratos de execução na modalidade EPC.

A pesquisa do projeto E&P 27.6 tem como objetivo principal realizar um amplo diagnóstico sobre os processos de planejamento e controle adotados pelas principais EPCistas atuantes no Brasil. Visa também ter uma noção clara do “status” de maturidade administrativa das mesmas (EPCistas), no tocante às questões vinculadas ao Planejamento e aos respectivos controles e ações advindas, cotejando com suas congêneres internacionais. Por fim, visa propor uma metodologia que possa se adaptar às especificidades das EPCistas e que tenha como foco melhorar a eficiência e a eficácia dos processos de planejamento e controle.

Este primeiro questionário tem por finalidade conhecer um pouco mais sobre o Planejador e as suas características básicas dentro de um ambiente de gerenciamento de projetos complexos. O questionário possui quatro áreas que objetivam mostrar detalhes do perfil profissional, além de compreensão e entendimento de elementos conceituais e aplicados sobre o gerenciamento de projetos complexos. As áreas foram assim definidas: Aspectos pessoais do respondente; Experiência profissional do respondente; O conhecimento sobre processos, métodos e técnicas de planejamento e controle; e os Procedimentos metodológicos do seu trabalho cotidiano.

Suas respostas serão totalmente confidenciais. Todas as informações recolhidas no âmbito deste questionário serão tratadas na mais estrita confidencialidade e serão mantidas sob condições de segurança na Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense. Para todos que participarem (indivíduos e organizações) os resultados parciais e globais da pesquisa serão entregues com o intuito de realizar um feedback e propiciar caminhos para a melhoria e autodesenvolvimento. Todas as informações que possibilitem a identificação de indivíduos específicos, postos de trabalho e características específicas das organizações não serão apresentadas nos resultados, a fim de garantir o caráter confidencial.

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O questionário é composto por questões fechadas e abertas.Toda vez que aparecer uma área do texto . Nas questões fechadas você deverá fazer uma escolha dentre várias possibilidades, porém, essas escolhas não são mutuamente exclusivas; ou seja, você pode escolher tantas quantas identificar como corretas ou que sejam pertinentes. As questões abertas são discursivas e nelas você deverá se colocar na condição de gestor de um projeto, suscitando que você avalie de forma textual considerações sobre o seu entendimento e/ou quais as implicações positivas e/ou negativas que sejam merecedoras de uma nota explicativa. O objetivo central é que você seja fiel às suas convicções e procure colocar tudo que entender que deva ser colocado, sem nenhuma restrição.

Por fim, por favor, complete o questionário e envie sua resposta por correio eletrônico para José Rodrigues [email protected]. Alternativamente, você pode enviar por correspondência para o endereço que segue abaixo ou por fax, para o número (21) 2629-5566, ambos em atenção a José Rodrigues. Caso você tenha alguma dúvida sobre o questionário, por favor, entre em contato com José Rodrigues diretamente por correio eletrônico ([email protected]) ou via telefone: (21) 2629-5567. Agradeço fortemente a sua participação. Atenciosamente,

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Primeiro Questionário Exploratório

I - Aspectos Pessoais

Prezado amigo,

Solicitamos que faça uma breve avaliação da sua história de vida no âmbito pessoal e nos informe sobre alguns detalhes que para nós são muito importantes no intuito de conhecer um pouco mais sobre o perfil pessoal de quem está gerenciando projetos, sejam eles pequenos ou complexos.

Lembramos que todas as informações são consideradas por nós como confidenciais e que teremos todo o cuidado para que nenhuma possibilidade de identificação sua ou de sua empresa possa vir a acontecer.

Contamos com a sua colaboração, já que essas informações, uma vez coletadas, poderão nos auxiliar a fazer várias e importantes reflexões sobre a pessoa que está por trás dos planejadores de projetos.

As questões a seguir são fechadas e abertas. Nas questões fechadas, você deverá marcar alguns detalhes de sua formação técnico-profissional. As questões abertas são complementos fundamentais para compor o perfil por nós desejado.

Muito obrigado pela ajuda e um bom trabalho!

1) Nome Completo: 2) Contatos Pessoais: a) Telefone: b) Correio Eletrônico:

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3) Formação Básica (clique em sua formação):Nenhuma

Caso tenha escolhido Engenharia ou Outra, especifique: Ano de conclusão:

4) Educação Continuada (favor informar):

a) Especialização: (Sim/Não): Não Caso sim, favor informe quais são as Especializações: Ano de conclusão: b) Mestrado: (Sim/Não): Não Caso sim, favor informe quais são as Especializações: Ano de conclusão: c) Doutorado: (Sim/Não): Não Caso sim, favor informe quais são as Especializações: Ano de conclusão:

5) Certificação Profissional (favor informar): a) Software (por exemplo: MS Project, Primavera, etc): (Sim/Não): Não Caso sim, favor informe quais são os softwares certificados: b) Associação (por exemplo: PMI, IPMA, etc): (Sim/Não): Não Caso sim, favor informe quais são as associações certificados: c) Caso possua outro tipo de certificação, favor informe quais são essas certificações: 6) Caso queira, faça algum comentário complementar sobre sua experiência profissional em atividades de planejamento e controle.

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II – Experiência Profissional

Prezado amigo,

Solicitamos que faça uma breve avaliação da sua história de vida no âmbito profissional e nos informe sobre alguns detalhes que para nós são muito importantes no intuito de conhecer um pouco mais sobre o perfil do profissional de quem está gerenciando projetos, sejam eles pequenos ou complexos.

Lembramos que todas as informações são consideradas por nós como confidenciais e que teremos todo o cuidado para que nenhuma possibilidade de identificação sua ou de sua empresa possa vir a acontecer.

Contamos com a sua colaboração, já que essas informações, uma vez coletadas, poderão nos auxiliar a fazer várias e importantes reflexões sobre a sua experiência profissional, conhecendo mais sobre os tipos de empreendimentos em que esteve envolvido, dentro do contexto do planejamento e do controle.

As questões a seguir são fechadas e abertas. Nas questões fechadas, você deverá marcar alguns detalhes de sua formação profissional. Para marcar esses detalhes, você deve refletir profundamente sobre as suas implicações e como cada decisão dessas foi importante para transformar você no profissional que é. As questões abertas são divididas em dois grupos. No primeiro, você deverá informar alguns detalhes importantes sobre a sua carreira profissional e/ou sobre projetos em que já trabalhou. No segundo grupo, são pedidas algumas informações que visam complementar as respostas fechadas, permitindo que você amplie as possibilidades de resposta e componha de forma mais adequada o perfil profissional por nós desejado.

Muito obrigado pela ajuda e um bom trabalho!

7) Favor responda as seguintes questões: a) Quantos anos de Experiência você tem em Planejamento de Empreendimentos: ; b) Quantos anos de Experiência você tem como membro ou líder de equipes de planejamento de empreendimentos:

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; c) Nos últimos 12 meses, qual a percentagem do esforço do seu trabalho em gerenciar (planeja e controlar) projetos: %; d) Nos últimos 12 meses, quantos projetos você ativamente participou? projetos. e) Qual foi à duração do seu último trabalho relacionado com o gerenciamento de projetos: (meses). 8) Por favor, informe de quantos Empreendimentos você já participou como membro ou líder da equipe de planejamento de empreendimentos: i) com porte até U$ 500.000.000,00 (Dólares Americanos); Nenhum ii) com porte de U$ 500.000.000,00 até U$ 1.000.000.000,00 (Dólares Americanos);Nenhum iii) com porte acima de U$ 1.000.000.000,00 (Dólares Americanos); Nenhum 9) Por favor, informe aproximadamente a quantidade de projetos com as quantidades de atividades programadas dos quais você tenha participado na atividade de planejamento: Projetos Atividades

Até 3 De 4 a 10 Mais do que 10

menor ou igual a 1000 atividades; Nenhum maior do que 1000 atividades e menor ou igual a 5000 atividades;

Nenhum

maior do que 5000 atividades e menor ou igual a 15000 atividades;

Nenhum

maior do que 15000 atividades. Nenhum

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10) Por favor, marque quais os tipos de empreendimentos que você já trabalhou?

Tipo de Empreendimentos Clique abaixo na quantidade de Participações

Construção e Montagem de uma Jaqueta; Nenhum Construção de Casco de Navio; Nenhum Construção de Módulo; Nenhum Construção de Topsides; Nenhum Instalação de Equipamentos; Nenhum Construção e Montagem de FPSO; Nenhum Construção e Montagem de Plataformas; Nenhum Construção e Montagem de refinarias; Nenhum Construção de Obras de Arte; Nenhum Construção de Edifícios Multifamiliares; Nenhum Construção de Barragens; Nenhum Construção de Estradas; Nenhum

Desenvolvimento de Projetos de Engenharia; Qual (is) o (s) Tipo (s): ; Nenhum

Desenvolvimento de Projetos de Viabilidade Técnica e Econômica; Qual (is) o (s) Tipo (s): ;

Nenhum

Outros tipos (favor informar) ; Nenhum 11) Caso queira, faça algum comentário complementar sobre os tipos de

empreendimentos que você já trabalhou.

12) Por favor, marque em que fase (es) do ciclo de vida dos empreendimentos acima informados em que você atuou como profissional.

Planejamento do Negócio; Qual a sua participação: ;

Fase da Engenharia Conceitual; Qual a sua participação: ;

Fase da Engenharia Básica; Qual a sua participação: ;

Execução – Mobilização do Canteiro; Qual a sua participação: ;

Execução – Engenharia de Detalhamento; Qual a sua participação: ;

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Execução – Suprimento; Qual a sua participação: ;

Execução – Construção e Montagem; Qual a sua participação: ;

Execução – Comissionamento; Qual a sua participação: ;

Execução – Pré-Operação e Partida; Qual a sua participação: ;

Execução – Desmobilização do Canteiro; Qual a sua participação: ;

Operação; Qual a sua participação: ;

outras fases (favor informar)

Caso queira, faça algum comentário complementar sobre as fases do ciclo de vida dos empreendimentos em que você participou. 13) Por favor, informe a sua experiência profissional em projetos, assinalando os itens pertinentes. a) Atuando em função gerencial (Coordenador, Supervisor, Gerente, Executivo,

etc), sendo responsável pelo gerenciamento das seguintes funções ou processos: Mobilização do Canteiro de Obra;

Planejamento e Controle;

Orçamento de Custo;

Controle de Qualidade;

Escopo/Detalhamento de Especificações;

Tempo;

Controle de Custos;

Finanças;

Riscos;

Inspeções, Testes, Ensaios e Diligenciamento;

SMS (Saúde, Meio Ambiente e Segurança

Engenharia Básica;

Engenharia de Detalhamento;

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Suprimentos;

Construção e Fabricação;

Instalação e Montagem;

Integração e Comissionamento;

Desmobilização do Canteiro de Obra;

Outra:

� Tempo total de experiência gerencial:

b) Atuando como especialista (Engenheiro Naval, Engenheiro Mecânico, Administrador, Geólogo, Economista, etc), estando envolvido diretamente com:

Mobilização do Canteiro de Obra;

Planejamento e Controle;

Orçamento de Custo;

Controle de Qualidade;

Escopo/Detalhamento de Especificações;

Tempo;

Controle de Custos;

Finanças;

Riscos;

Inspeções, Testes, Ensaios e Diligenciamento;

SMS (Saúde, Meio Ambiente e Segurança

Engenharia Básica;

Engenharia de Detalhamento;

Suprimentos;

Construção e Fabricação;

Instalação e Montagem;

Integração e Comissionamento;

Desmobilização do Canteiro de Obra;

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Outra:

� Tempo total de experiência como especialista:

c) Caso queira, faça algum comentário complementar sobre os tipos de trabalhos já realizados por você. 14) Caso queira, faça algum comentário complementar sobre a sua experiência profissional.

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III – Processos, Métodos e Técnicas de Planejamento e Controle

Prezado amigo,

Em função de estarmos no meio da nossa pesquisa de âmbito mais teórico, precisamos cotejar com você alguns detalhes teóricos e aplicados que serão utilizados para compor a nossa proposta técnica do modelo de planejamento e controle para empreendimentos complexos.

Lembramos que todas as informações são consideradas por nós como confidenciais e que teremos todo o cuidado para que nenhuma possibilidade de identificação sua ou de sua empresa possa vir a acontecer.

Contamos com a sua colaboração, já que essas informações, uma vez coletadas, poderão nos auxiliar a consolidar quais os principais métodos, técnicas e ferramentas de planejamento e controle que podem ser utilizados para compor o modelo de guia sugerido na proposta básica do projeto de pesquisa do E&P 27.6 com o intuito de planejar e controlar os empreendimentos complexos.

As questões a seguir são fechadas e abertas. Nas questões fechadas, você deverá marcar alguns detalhes sobre o seu conhecimento e a sua efetiva aplicação profissional sobre os métodos, as técnicas e as ferramentas para o planejamento e o controle de empreendimentos complexos. Para marcar esses detalhes solicitados nas questões, você deve refletir profundamente sobre a sua qualificação e sua experiência profissional no contexto de usos e costumes. As questões abertas são divididas em dois grupos. No primeiro, você deverá informar alguns detalhes importantes sobre o seu conhecimento técnico e o domínio do uso desses métodos, técnicas e ferramentas de planejamento e controle na condução de empreendimentos complexos. No segundo grupo, são pedidas algumas informações que visam complementar as respostas fechadas, permitindo que você amplie as possibilidades de resposta e que possamos compor de forma mais adequada o seu conhecimento e uso desses ditos métodos, técnicas e ferramentas.

Muito obrigado pela ajuda e um bom trabalho!

15) Abaixo, há uma lista contendo trinta e dois (32) fatores e/ou práticas gerenciais citados da literatura internacional como críticos para o sucesso no gerenciamento de projetos Segundo sua visão, marque qual seria a sua importância que você atribui a esses fatores e/ou práticas gerenciais para o sucesso dos projetos conduzidos

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atualmente (ou recentemente) por você ou por sua Organização da seguinte forma: Dê uma nota entre 0 e 10, indicando o grau de importância do fator, onde 0 representa nenhuma importância, 5 representa importância média e 10 representa importância extrema. I. O Apoio da Alta Gerência: O comprometimento da alta gerência em fornecer

os recursos, autoridade e poder necessários ao gerente e equipe do projeto.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

II. O Planejamento (Escopo, Cronograma, Riscos, etc.): A especificação detalhada das entregas, passos e ações para a implantação e a execução do projeto.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

III. A Proximidade com o Cliente – O envolvimento e a comunicação ativa com o

cliente.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

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IV. A Capacidade para Realização de Tarefas Técnicas – A disponibilidade de tecnologia e expertise.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

V. O Encerramento e o aceite – A competência para preparação do aceite do

cliente.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

VI. Comunicação – Gestão ativa da comunicação com os stakeholders (partes

interessadas) do projeto. Adequação da comunicação com os stakeholders.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

VII. Solução de Problemas – Habilidade e capacidade do gerente de projetos e

equipe em lidar com crises inesperadas e com desvios do plano.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0

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Objetivos Selecione a Importância Escopo 0 Outros

Objetivos 0

VIII. Análise de Construtabilidade – Análise feita para se reduzir os custos e os

prazos durante a etapa de construção e montagem.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

IX. Análise de Riscos e Incertezas – O processo quantifica a probabilidade de

ocorrência e o impacto do risco nos objetivos do negócio/projeto, provendo um plano para sua mitigação.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

X. Gerenciamento de Mudanças - Definição e implantação de metodologia de

gerenciamento de mudanças (de escopo, etc.) no projeto.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XI. Parcerias - Realização de parcerias com fabricantes nacionais e estrangeiros

para fornecimento de pacotes de materiais e equipamentos.

Objetivos Selecione a Importância

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Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XII. Capacidade de Financiamento – Ter capacidade para evitar ou reduzir o

impacto do custo elevado e das dificuldades na obtenção de capital de giro.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XIII. Planejamento Antecipado (Front-End ou a priori) – Realizar planejamento

robusto ao inicio do projeto, de modo a garantir e manter a vinculação entre as necessidades de negócio, estratégia do projeto, escopo, custo, teste e verificações, qualidade e cronograma, durante todo o ciclo de vida do projeto.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XIV. Alinhamento durante o Planejamento do Front-End – Estabelecer objetivos

realizáveis, mensuráveis e bem definidos, ao inicio do planejamento.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

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XV. Equipe do Projeto devidamente qualificados – Pessoal alocado ao projeto deve ter a experiência, a capacidade e o perfil profissional compatíveis com suas funções.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XVI. Projeto de Entrega e Estratégia de Gestão do Contrato – Ter a capacidade de

desenvolver um plano adequado de entregas parciais do projeto e estruturar uma estratégia de gestão do contrato que facilite a boa convivência entre contratado e contratante.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XVII. Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Saúde – Garantir que o projeto será

executado com o cuidado e a segurança apropriada, de modo a evitar acidentes que possam causar prejuízos à saúde e a integridade das pessoas, ao meio ambiente, além de danos à propriedade privada.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

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XVIII. Benchmarking – Comparar os vários processos e práticas utilizadas nos projetos da organização, em relação as melhores práticas aplicadas pelas organizações líderes (“best of class”), em busca de melhoria continua.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XIX. Planejamento da Partida (“Start-up”) – É o planejamento necessário para a

transição adequada entre o término da construção e o início (partida) da operação comercial. Inclui todas as atividades que ligam essas duas fases, tais como, “turnover” dos sistemas, verificação dos sistemas, comissionamento, testes de performance, etc.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XX. Tecnologia de Automação / Integração – Uso de tecnologia da informação

como ferramenta para aumento da eficiência e a eficácia dos processos de gerenciamento e a integração das equipes de projeto.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

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XXI. Gerente do Projeto Competente – O Gerente responsável pelo projeto deve ter capacitação gerencial, experiência e conhecimento na área do projeto, compatíveis à complexidade do mesmo.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XXII. Um bom Plano de Negócio / base sólida para o projeto – Definir claramente os

objetivos do empreendimento, as razões pelas quais se acredita em seu sucesso e os planos para se atingir esses objetivos e as metas correspondentes.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XXIII. Capacidade de Alocação de Recursos - Capacidade de alocar os recursos de

forma adequada e suficiente, de acordo com as necessidades e a urgência do projeto.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XXIV. Um bom Sistema de Liderança – Definição clara e formal dos limites de atuação, poder e responsabilidades do gerente do projeto, dos gerentes funcionais das áreas participantes do projeto e demais executivos relacionados ao projeto. Definição do esquema de escalada.

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Objetivos Selecione a Importância Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XXV. Um Sistema de Monitoramento e Controle eficaz – Ter a capacidade de

verificar e relatar o progresso de projeto de forma a possibilitar a tomada de decisão e o planejamento de ações de correção de rumo e ajustes, quando necessário.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XXVI. Orçamento Adequado e Realista – Estimativa dos custos dos recursos

necessários para a realização das atividades individuais ou pacotes de trabalho do projeto, para se estabelecer uma linha de base que represente a realidade dos custos do projeto.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XXVII. Adaptação / Cultura / Estrutura Organizacional – Considerar os impactos

ambientais, culturais, sociais, internacionais, políticos, geográficos e quanto a estrutura organizacional, na execução do projeto.

Objetivos Selecione a Importância Custo 0

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Objetivos Selecione a Importância Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XXVIII. Bom Desempenho dos Fornecedores / Empreiteiros / Consultores – A

qualidade do desempenho técnico e a estabilidade comercial/econômico das organizações contratadas, no curto e longo prazo.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XXIX. Treinamento e Qualificação – Disponibilidade de programa de treinamento e

qualificação profissional técnica e/ou gerencial para os recursos envolvidos no projeto.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XXX. Estabilidade Política – Capacidade de evitar que os diversos interesses

conflitantes quando da implantação do projeto, possam exercer influência negativa sobre os objetivos e os resultados do mesmo.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

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XXXI. Escolha correta em função de experiências anteriores de metodologias / ferramentas de Gerenciamento de Projetos – Ter a capacidade de escolher as melhores metodologias e ferramentas para serem utilizadas pela equipe do projeto em função de experiências anteriores.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

XXXII. Diferentes pontos de vista – Ter a capacidade de trabalhar com várias pessoas

que têm experiências profissionais distintas integrando-as no mesmo objetivo central do projeto.

Objetivos Selecione a Importância

Custo 0 Prazo 0

Qualidade 0 Escopo 0 Outros

Objetivos 0

16) Além dos Fatores e/ou Práticas citados acima, quais seriam os outros Fatores e/ou Práticas Gerenciais Críticos para o sucesso nos projetos conduzidos por você ou por sua Organização? Por exemplo: “Experiência do Gerente de Projetos”, “Disponibilidade de Sistemas de Informação para Gerenciamento de Projetos de forma integrada”, etc. 17) Para sua organização, o que é um projeto de sucesso, ou seja, que critérios são usados para se julgar se um projeto obteve sucesso ou não?

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