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FAAP – FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO 1 APRESENTAÇÃO DO CURSO A importância da disciplina Língua Portuguesa no currículo acadêmico, em suas atividades multidisciplinares, e em todas as etapas da vida humana. Noções do programa e explicitação das atividades individuais e também em grupo, ressaltando a importância do espírito de equipe para o convívio interpessoal e o sucesso dessas atividades. Orientação para metodologia de estudo e de leitura, ressaltando a importância da criação do hábito de leitura como elemento imprescindível à percepção e à ampliação da visão de mundo, assim como da melhoria da qualidade de expressão e também da intelecção de textos. Discussão do elemento diferencial do programa quanto ao desenvolvimento do potencial criativo, como fator imprescindível à área de atuação escolhida. Informações sobre os sistemas de avaliação e da dinâmica geral do curso. Discussão da Bibliografia. Metodologia: Aula expositiva com a participação dos alunos. Objetivo: Oferecer um panorama do curso e suas metas.

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FAAP – FUNDAÇÃO ARMANDO ALVARES PENTEADO

1

APRESENTAÇÃO DO CURSO A importância da disciplina Língua Portuguesa no currículo acadêmico, em suas atividades multidisciplinares, e em todas as etapas da vida humana. Noções do programa e explicitação das atividades individuais e também em grupo, ressaltando a importância do espírito de equipe para o convívio interpessoal e o sucesso dessas atividades. Orientação para metodologia de estudo e de leitura, ressaltando a importância da criação do hábito de leitura como elemento imprescindível à percepção e à ampliação da visão de mundo, assim como da melhoria da qualidade de expressão e também da intelecção de textos. Discussão do elemento diferencial do programa quanto ao desenvolvimento do potencial criativo, como fator imprescindível à área de atuação escolhida. Informações sobre os sistemas de avaliação e da dinâmica geral do curso. Discussão da Bibliografia.

Metodologia: Aula expositiva com a participação dos alunos.

Objetivo: Oferecer um panorama do curso e suas metas.

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OS PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO DA LINGUAGEM:

PARADIGMA E SINTAGMA

Apresentação dos conceitos do lingüista suíço Ferdinand de Saussure, quanto à construção da linguagem. Demonstração das bases lingüísticas, observando-se que a estrutura verbal se encontra apoiada em dois pilares ou dois eixos: Paradigma e Sintagma.

Paradigma: também chamado por Saussure de relações associativas, porque suscita na mente do emissor de uma mensagem uma série de signos relacionados à mesma idéia, compreende o eixo da seleção dos elementos do código lingüístico. Entre todos os signos do repertório de um falante, um deles será colocado em processo, enquanto os demais se mantêm na reserva. Entre os sinônimos, eu escolho o que melhor se adapta àquela idéia, ou à sonoridade daquela frase.

Ex.: Menino/garoto

Ao escolher um deles, o outro ficará em ausência na frase.

Ex.: Fugir/escapar

Ao selecionar o verbo fugir, ao registrá-lo in praesentia, escapar ficará em ausência ou in absentia na minha mensagem, pois a relação associativa, segundo Saussurre, une termos in absentia numa série mnemônica virtual.

Sintagma: também chamado por Saussure de relações sintagmáticas, porque estabelece entre os termos da frase um encadeamento linear: um se alinha ao outro na cadeia da fala, buscando formar um todo lógico e perceptível ao receptor. Compreende a combinação dos elementos selecionados no eixo do paradigma.Ou seja, eu escolho signos no eixo do paradigma e os combino no eixo do sintagma.

Ex.: O menino fugiu / O garoto escapou Ex.: O garoto fugiu / O menino escapou

Diferente do eixo do paradigma, neste eixo, os termos estão in praesentia porque, em minha frase, todos os termos estão presentes em uma série efetiva. Todos se mantêm em interação na mensagem pelo sentido que produzem.

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Essa construção, contudo, poderia ser diferente se utilizássemos signos outros, em uma seleção distinta da primeira e manteria a mesma idéia, o mesmo sentido, ainda que alterássemos a sintaxe. Ou seja:

Fugiu o garoto / Fugiu o menino

Escapou o menino / Escapou o garoto

Segundo Saussure:

“A relação sintagmática existe in praesentia; repousa em dois termos igualmente presentes numa série efetiva. Ao contrário, a relação associativa une dois termos in absentia numa série mnemônica virtual.

Desse duplo ponto de vista, uma unidade linguística é comparável

a uma parte determinada de um edifício, uma coluna, por exemplo; a coluna se acha, de um lado, numa certa relação com a arquitrave que a sustém; essa disposição de duas unidades igualmente presentes no espaço faz pensar na relação sintagmática; de outro lado, se a coluna é de ordem dórica, ela evoca a comparação mental com outras ordens (jônica, coríntia etc.), que são elementos não presentes no espaço: a relação é associativa.”

Metodologia: Aula teórico/expositiva, buscando despertar a percepção para a produção textual, expondo o processo que leva à construção das mensagens; o percurso da ideia à escrita.

Objetivo: Conscientização do processo da construção do texto.

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Revisão Gramatical (Nova Ortografia/acentuação/crase, e outros)

Revisão de questões gramaticais básicas da Língua Portuguesa, como, por exemplo, o emprego das regras de acentuação e crase, o conhecimento das normas de concordância verbal e nominal e o domínio da ortografia, visando não só aferir o grau de assimilação das regras da norma culta, pelos alunos, mas também levá-los a uma conscientização da sua competência linguística e da necessidade de desenvolver cada vez mais sua capacidade expressiva, seja na forma oral, seja na forma escrita.

Rubrica ou Rúbrica? O assunto refere-se a política Ou O assunto refere-se à política?

EXCESSÃO ou EXCEÇÃO ? DIA A DIA ou DIA- A- DIA?

AUTO-RETRATO ou AUTORRETRATO?

EPOPÉIA ou EPOPEIA?

Metodologia: a metodologia para este exercício será a correção imediata, na própria sala de aula, com o recurso do retroprojetor, o que dá dinamicidade à aula e favorece a apreensão das formas corretas porque existe um clima propício para satisfazer a curiosidade despertada pelo desafio proposto.

Objetivo: Rever as normas ortográficas, de acentuação e crase, e o atendimento a outras normas da gramática quanto ao seu emprego, fortalecendo a assimilação das regras conforme o Novo Acordo Ortográfico.

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SIGNO PARA SAUSSURE

Metodologia: Aula expositiva com auxílio de power point

Objetivo: Apreensão dos conceitos saussureanos sobre o signo linguístico.

Linguística — Saussure Verbal DEFINIÇÃO: Signo é uma entidade abstrata que representa o real. O signo não é o real, o existente, ele apenas representa esse existente, ou seja, os objetos do mundo. Ex.: Flor

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A palavra Flor é um signo. Toda palavra é signo, porque toda palavra significa alguém, algum lugar, ou alguma coisa. O desenho ou uma foto de uma Flor também são signos, porque nem um nem outro são reais, ambos apenas representam o objeto Flor. CONSTITUIÇÃO: O signo, na Linguística, é constituído de duas partes: Significante e Significado. Ao Significante corresponde a parte física do objeto; ao Significado, o conceito. RELAÇÕES: Diádicas / Lineares / Arbitrárias Saussure determinou, em seus estudos linguísticos, que as relações entre os elementos são Diádicas, dicotômicas, ou seja, compreendem sempre dois elementos. No caso do signo, compreende Significante e Significado. As relações são também Arbitrárias porque em um signo nada justifica logicamente a associação entre o significante e o significado. Por exemplo, a palavra ou o signo Mar, em que apenas três letras representam uma imensidão de águas. A relação entre eles é, portanto, arbitrária. As relações são Lineares porque Saussure limitou seus estudos ao signo verbal e, portanto, aos sons da língua. Assim, um som só pode ser pronunciado isoladamente, um de cada vez, um após o outro na cadeia da fala.

SIGNO MOTIVADO E SIGNO IMOTIVADO

Arbitrário Absoluto e Arbitrário Relativo A partir dos conceitos de Saussure, quanto à arbitrariedade do signo, podemos observar que alguns signos apresentam uma arbitrariedade total, enquanto outros são apenas parcialmente arbitrários, porque em sua origem eles já contêm “marcas” de outros signos. Ou seja: - Há signos que são motivados por outros, são eles os Signos Motivados. Estes apresentam em sua constituição uma arbitrariedade, mas ela é relativa. Ex.: livraria - Há signos que não são motivados por nenhum outro signo, portanto a sua arbitrariedade é total, absoluta. São os Signos Imotivados. Ex.: livro Signos Imotivados: Nove Dez Pedra Flor Signos Motivados: Noventa Dezena Pedrisco Floreira

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Metodologia: Explicitação dos conceitos e exercícios para a sua fixação. Objetivo: Reconhecimento da estrutura dos signos verbais no processo de

representação simbólica.

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SIGNO PARA PEIRCE

Objetivo: Transmitir aos alunos as teorias consideradas da maior importância, hoje, no campo da linguagem.

Metodologia: Apresentação dos conceitos peirceanos, compreendendo definição, relações e categorias, e comparando esses conceitos com a teoria sígnica de Saussure.

Semiótica – Peirce Verbal e Não Verbal Triádico / Arbitrariedade Simultaneidade Signo, Objeto e Interpretante Ícone, Índice e Símbolo

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DEFINIÇÃO: Signo, para Charles Sanders Peirce, é também uma entidade abstrata e, como para Saussure, o signo representa o real, não é o real.

Contudo, para Peirce, observamos algumas especificidades, pois essa

representação em geral difere de um indivíduo para outro. Ou seja, o signo Flor, para uns pode representar amor, carinho, trazer recordações de bons momentos. Para outros, pode estar ligado à ideia de morte, de momentos de dor e sofrimento.

Por essa teoria, ainda, o signo se mostra mutante porque ele poderá sofrer

alterações no tempo e no espaço. A representação de um objeto, hoje, está ligada a determinado contexto, à determinada visão; mudando o contexto, ou mudando a visão de mundo do indivíduo, esse mesmo signo poderá representar outra coisa.

CONSTITUIÇÃO: Pela Semiótica, o signo se constitui de três elementos: Signo,

Objeto e Interpretante.

RELAÇÕES: As relações são Triádicas, Arbitrárias e Simultâneas.

Como visto acima, as relações são Triádicas porque compreendem três elementos: Signo, Objeto e Interpretante.

Para Peirce as relações são Arbitrárias, como em Saussure, pelas mesmas razões

estudadas pela Linguística.

As relações são ainda Simultâneas pelo fato de que no mesmo instante em que um signo está representando alguma coisa para nós, projetando uma imagem em nossa mente, um outro signo poderá também projetar uma outra imagem e mais outra e outra mais porque, pela Semiótica, sabemos que há uma autogeração de signos que independe da nossa vontade.

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INTELECCÃO DE TEXTO

Texto de Apoio: "Uai, Eu?". Guimarães Rosa. In: Tutameia.

Aferição da leitura de texto que apresenta um nível mais elevado de complexidade quanto à seleção lexical e à sintaxe, resultando em um exercício de apreensão do sentido da mensagem.

Metodologia: Leitura prévia e discussão em classe, primeiro entre os grupos, depois com a participação geral, mediada pelo professor, analisando a organização de linguagem, na busca da interligação dos elementos de sentido dispersos no texto.

Objetivo: Aquisição de metodologia de leitura para apreensão das mensagens nos planos superficial e profundo.

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. DESCRIÇÃO

OBJETIVA: Linguagem Denotativa/Referencial ( Manuais de Procedimentos)

SUBJETIVA: Linguagem Conotativa /Poética (Linguagem Literária). Percepções sensoriais (visão, audição, olfato, paladar e tato)

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O ato de descrever exige, do emissor, uma atenção centrada nos detalhes para transformar em signos verbais as imagens que ele tem diante dos olhos ou na sua imaginação. O receptor, por sua vez, tem de estar atento à construção verbal do emissor para fazer o caminho inverso, ou seja, reconstruir em sua mente o objeto descrito pelo emissor.

Metodologia: Explicitação teórica e apresentação de imagens e textos descritivos pertinentes às representações imagéticas.

Objetivo: Distinguir as diferentes formas da estrutura descritiva.

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DESCRIÇÃO ESTÁTICA E DINÂMICA

Análise dos elementos descritivos, a partir de um poema.

Casas entre bananeiras Mulheres entre laranjeiras Pomar amor cantar Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar...as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus!

(Carlos Drummond de Andrade)

Metodologia: Leitura e análise do poema, observando-se a sua estrutura.

Objetivo: Visualizar, através de índices na estrutura verbal, a movimentação ou a inércia existente no texto.

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PRODUÇÃO TEXTUAL DESCRITIVA

Descrição subjetiva de um objeto determinado, exercitando as percepções sensoriais e apresentando elementos de estaticidade e dinamicidade, a partir de um ponto escolhido, e tendo como ângulo de visão 180º.

Metodologia: Trabalho em grupo, partindo da escolha de um local externo à sala de aula onde haverá discussão do grupo quanto às formas, cores, texturas, entre outros elementos do objeto a ser descrito.

Objetivo: Desenvolver a percepção do olhar, a sensibilidade estética e a criatividade verbal do aluno.

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COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS COESÃO:

Conexão entre os enunciados/ Noção de Conjunto/Unidade a partir de conectivos nas frases e nos períodos.

Estabelecimento de Relações de Sentido, a partir dos seguintes elementos: Preposições: a, de, para, com, por... Conjunções: e, que, para que Pronomes: ele, ela, seu, este, aquele... Advérbios: aqui, ali, assim...

COERÊNCIA:

Entrelaçamento e complementaridade de fatos, imagens ou argumentos na busca da unidade de um conjunto harmônico. Presença da lógica

Narrativa/Figurativa/Argumentativa

NÍVEIS DE COERÊNCIA

1 – Narrativa (ações similares ao real/verossimilhança)

“Um garoto muito magro andava pelas ruas e mal conseguia carregar a sacola de alguns pães e roupa velha que recebera como esmola. Nisso, um carro em alta velocidade passou por ele e capotou logo na esquina. Surpreso, correu até lá e retirou o corpulento motorista preso entre as ferragens. Carregou-o até a calçada e ajudou na sua remoção para o hospital.”

2 – Figurativa (articulação harmônica das imagens)

Para uma Imagem de Descontração:

– Expressões possíveis: “pessoas de bermudas”, “à beira da piscina”, “lia tranqüilamente”

– Expressões inadequadas: “homem de terno”, “mesa abarrotada de relatórios”, “caminhava apressadamente”.

3 – Argumentativa (afirmações não-antagônicas)

Manutenção do Ponto de Vista Inicial / Tópico Frasal: Ex.: A importância da união entre os homens

Idéia antagônica: defender a violência e a pena de morte.

A Coesão e a Coerência devem estar presentes em todas as estruturas redacionais, sejam elas descritivas, narrativas ou dissertativas. Ver o exemplo, a seguir, em que esses elementos valorizam a qualidade da crônica sobre a seca do Nordeste brasileiro, redigida pelo jornalista e escritor José Nêumane.

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CRÍTICA DA FOME ANUNCIADA

Dom Pedro II chorou e prometeu vender até o último diamante de sua coroa para não deixar um cearense morrer de fome. A miséria produzida pela seca no sertão nordestino provoca impactos emocionais tão fortes que brotou um rio de lágrimas dos frios olhos azuis do general Médici, comandante omisso de um regime que torturava e matava dissidentes nos porões. Hoje, os diamantes da coroa imperial são peças de museu e, no aprendizado da cidadania, este País já começa a esquecer as longas trevas do regime militar. Mas a fome dos camponeses nordestinos continua produzindo versos e sons comoventes, nenhum dos quais, contudo, suficientemente forte para mitigá-la.

(José Nêumane, O Estado de S. Paulo, 29/04/98)

Metodologia: Aula expositiva, seguida de exemplos de textos com problemas de coesão e coerência, fazendo, com a participação dos alunos, as alterações necessárias para que o texto adquira clareza e lógica, ou seja, se torne coeso e coerente.

Objetivo: Levar o aluno a perceber a importância da expressão correta, na estrutura linguística frasal, para se obter clareza e lógica no processo de comunicação.

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LINGUAGEM/ LÍNGUA/ FALA

LINGUAGEM: Sistema de signos. É parte integrante da vida social. Constitui-se em uma capacidade inata do homem, mas só se manifesta se houver condições adequadas. E o exemplo que comprova essa teoria é a figura de Kaspar Hauser. O jovem que surgiu aos dezoito anos em Nuremberg e, por não ter sido inserido no mundo sígnico, não sabia o nome das coisas.

LÍNGUA: É um sistema. Compreende um código coletivo. É uma instituição social. Ao mesmo tempo que é de todos, a língua não pertence a ninguém, pois nenhum de seus integrantes sozinho pode modificá-la. Compreende todos os vocábulos e as normas gramaticais e sintáticas para o seu uso.

FALA: Constitui-se num processo. É o discurso individual do falante. É a forma como cada um se utiliza dos elementos do código ao se expressar.

“Se pudermos revelar que na imagem poética arde um excesso de vida, um excesso de palavras, teremos, detalhe por detalhe, provado que há sentido em falar de uma linguagem quente, grande lareira de palavras indisciplinadas onde se consome o ser, numa ambição quase louca de promover um mais ser, um mais que ser.”

(Gaston Bachelard)

A pedra é transparente/ o silêncio se vê/ em sua densidade.

(Orides Fontela)

“Se você descrever o mundo do jeito como ele é, em suas palavras haverá muitas mentiras e nenhuma verdade.”

(Leon Tolstoi)

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“Os espaços vazios têm de ser completados com construções da imaginação”

(Rubem Alves)

“Vão rir da minha aflição, mas ninguém nunca vai entender por que eu me afligia!”

(Fiódor Dostoiévski)

“O texto é um objeto fetiche e esse fetiche me deseja.”

(Roland Barthes)

“Procuro alcançar-te / com palavras / com palavras / conhecer-te”

(Ana Martins Marques)

LÍNGUA E FALA: Integram um processo dialético. São complementares e não-excludentes.

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PALAVRA FALADA E PALAVRA ESCRITA

Palavra = Signo: Representa os Objetos

PALAVRA FALADA Predomínio do sentido da Audição Maior envolvimento dos sentidos Maior liberdade de expressão (gestual / sonora) Maior influência dos meios de comunicação

PALAVRA ESCRITA Predomínio do Sentido da Visão Tecnologia que possibilita o surgimento do “homem civilizado” Norma culta (sinais gráficos, exclamações, reticências...) Alfabeto Fonético – (Letras e Sons) – Origem: Sumerianos (séc. XIV

AC) Mito de Cadmo – Séc. XVI AC (Fenício, fundador e rei de Tebas, que

introduziu o alfabeto fonético na Grécia)

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DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

DENOTAÇÃO

Produto de um aprendizado cultural Sentido nocional Hemisfério racional do cérebro

CONOTAÇÃO

Produto de associações insólitas da linguagem Sentido Emocional Hemisfério sensível do cérebro

PLANO DE EXPRESSÃO (Significante)

PLANO DE CONTEÚDO (Significado)

DENOTAÇÃO

SIGNIFICANTE SIGNIFICADO

CONOTAÇÃO

SIGNIFICANTE SIGNIFICADO

SIGNIFICANTE SIGNIFICADO

Metodologia: Aula expositiva, com o auxílio de exemplos, como o poema “Tecendo a Manhã”, de João Cabral de Melo Neto.

Objetivo: Capacitar o aluno a entender e produzir textos não só com sentido

preciso, mas também ambíguo.

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