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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
TECNOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL
POR. SUZANA MUSSI SIMIC
ORIENTADOR: PROF. MARY SUE
RIO DE JANEIRO – 2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
TECNOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em. Tecnologia
Educacional.
Por:. Suzana Mussi Simic
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AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu marido Jorge que sempre me apoiou em todas as minhas decisões.
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DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia ao meu marido Jorge em agradecimento
pelo apoio sempre dado.
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RESUMO
O presente trabalho objetivou analisar as principais ações da informática no
contexto escolar, numa perspectiva do uso do computador nas escolas. Para
atingir-se este objetivo, desenvolveu-se uma fundamentação teórica relativa à
questão da formação do professor, a partir dos parâmetros curriculares
nacionais, as tecnologias de informação e comunicação aplicadas na educação
e a introdução do computador na educação. A partir das dificuldades
encontradas, tais como: capacitações fora do domicilio escolar do professor e
calendário escolar que não pode ser alterado, propõe-se ações para a melhoria
da eficiência da informática dentro das escolas, como a presença constante na
escola a disponibilização de um técnico em informática para apoio além de
uma carga horária, ao docente, que lhe permita preparar seus conteúdos com o
auxílio do computador. Conclui-se que para as capacitações atingirem um
número maior de professores, seria necessário a criação de ambientes virtuais
de aprendizagem e a resolução das deficiências verificadas.
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METODOLOGIA
Os métodos que levam ao problema proposto, como pesquisa na
Internet, leitura de livros, jornais, revistas, questionários e a resposta, após
coleta de dados, pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, observação do
objeto de estudo, as entrevistas, etc.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPITULO 1 – Tecnologia 09
CAPITULO II - A Informática Educativa 16
CAPITULO III – Educação 28
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
INDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 41
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INTRODUÇÃO
A mudança pode ser inevitável, mas nem toda mudança significa progresso.
Às vezes a mudança conduz somente a um modo diferente de fazer a mesma
coisa. Se a mudança no ensino não produz melhores resultados, à redução dos
custos por unidade ou a outros benefícios educacionais essenciais, talvez seja
o caso de retrabalhá-la ou abandoná-la. Não abandonemos, no entanto, uma
idéia promissora até que tenhamos verificado plenamente suas possibilidades.
Os resultados de qualquer programa devem ser avaliados à luz de medidas
adequadas e de identificação das causas do seu conteúdo, ou do seu êxito.
As novas tecnologias da informação e comunicação estão sendo um fator
chave para novos processos, já que as tecnologias ditam as nossas ações e
atividades cotidianas, alterando a cultura social, o modo de viver, de se
relacionar, de aprender e de ensinar. São os ambientes informatizados que
ampliam cada vez mais nossas capacidades intelectuais, e junto com a grande
rede nos colocam mais próximos de variados tipos de informação em acesso
direto. E os ambientes universitários e escolares naturalmente acompanham
estas mudanças.
Atualmente, é grande o número de escolas que trabalha a informática na
educação, inclusive com o uso de softwares educativos e a internet. No
entanto, muitas delas contratam professores exclusivos para as aulas de
informática educativa, criando às vezes um problema, pois nem sempre estes
professores estão preparados para realizar um trabalho que vise o
desenvolvimento e acabam realizando um trabalho isolado que não passa além
da porta do laboratório. Por outro lado, é fácil encontrarmos professores que
negam o uso da informática educativa na educação, pois sentem medo de
serem substituídos e até de não saber manusear a máquina.
Por ser a Tecnologia na Educação um assunto tão vasto, neste trabalho
será discutido especificamente as teorias de aprendizagem e o uso da
informática, através de seus softwares educativos, para contribuir na educação.
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CAPITULO I
TECNOLOGIA
O termo tecnologia é concebido, de maneira ampla, como qualquer
artefato, método ou técnica criado pelo homem para tornar seu labor facilitado,
sua locomoção e comunicação mais eficiente, ou apenas sua vivência mais
agradável e significativa.
Nem todas as tecnologias são relevantes para a educação. Mas, a
interatividade tecnológica na educação poderá ser imprescindível num futuro
próximo. Portanto as tecnologias que amplificam os poderes sensoriais do
homem, contudo, o são.
Assim sendo, é verdade para as tecnologias que estendem a sua
capacidade de comunicação e interação.
É, também, importante para a educação as tecnologias, disponíveis
hoje, que aumentem ou colaborem com os poderes intelectuais inato do homo
sapiens, ou seja: capacidade de adquirir, organizar, amarzenar, analisar,
relacionar, integrar, aplicar e transmitir informações.
E, assim, caracteriza-se como tal: fala humana, escrita, imprensa, livros,
revistas, currículos, programas, projetos, giz, quadro negro, fotografia, cinema,
teatro, jardins, árvores, quadras esportivas, material esportivo, obras de arte,
eventos, data show, retroprojetor, slide, dvd, computador, internet, e qualquer
outra ferramenta que venha a colaborar com o processo de aprendizagem.
É obvio, que quando a expressão tecnologia na educação é empregada
momentaneamente, tende a se pensar em computadores e internet. E,
dificilmente são lembrados os institutos tradicionais, giz, quadro-negro, e, muito
menos as entidades abstratas de currículos e programas, entre outras.
A tecnologia não cria mudanças na relação pedagógica entre docentes e
discentes, apenas amplia o poder de exercer e desenvolver a visão sobre os
comportamentos existentes.
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Enfim tecnologia da informação nunca será um entrave, ao contrário é
uma ferramenta altamente significativa que continuará a ampliar nossos
discernimento.
E, neste processo de ampliação, o computador em rede, e sobejamente
o computador em rede conectado na internet, disponibilizará rapidamente
informações e comunicações, agilizando assim a produção cada vez mais
relevante de conhecimento.
1.1 - TECNOLOGIA NA INFÂNCIA
Ainda embrulhadas em fraldas, sem saber ler nem escrever, muitas
crianças hoje dominam o mouse com a mesma destreza com que brincam de
chocalho. O contato com a tecnologia começa cada vez mais cedo – para
constrangimento geral dos pais, muitas vezes obrigados a tomar lições com
seus filhos para não fazer feio no escritório.
Nas escolas particulares, onde os PCs são mais comuns do que no ensino
público brasileiro, as aulas de computação atendem a uma galera no mínimo
precoce. Algumas delas vêm do maternal, com três ou quatro anos de idade.
Cedo demais para mexer no computador? Depende. Há especialistas que
garantem: quanto mais cedo uma criança dominar a tecnologia que lhe vai
servir no futuro, melhor. Outros são mais reticentes e acham fundamental
esperar até que a garotada viva outras experiências antes de dedicar-se à
informática. Na lista de atividades essenciais para uma infância sadia estão as
brincadeiras de roda, o contato com amigos e, claro, as raladas no joelho.
Mexer no computador não é uma atividade danosa em si. Longe disso. Bem
utilizado, ele pode ser um tremendo aliado no ensino, ajudando nas lições de
casa e tornando mais suportáveis as tardes chuvosas dentro de casa. Há
programas específicos para que a criançada desenvolva a coordenação motora
fina, a percepção de cores, as formas e ainda estimule o raciocínio lógico.
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Assim como a televisão, porém, o computador exige limites rigorosos. Não
deve ser usado por longos períodos, sob o risco de amplificar a ansiedade
infantil. É preciso haver um equilíbrio entre as atividades do dia-a-dia e os
momentos de brincadeira online.
1.2 - TECNOLOGIA DA EDUCAÇÃO
O renascimento tecnológico vem sendo caracterizado como conjunto de
pesquisas, descobertas, inovações e aperfeiçoamentos das derradeiras
décadas deste milênio. A força fundamental que impulsiona esse renascimento
é a inteligência, traduzida pelo surgimento e uso de instrumentos científicos e
tecnológicos.
Em pouco mais de cinqüenta anos, a indústria de computação cresceu
no mundo inteiro e o uso desta nova tecnologia generalizou-se a praticamente
todos os tipos de atividades humanas, juntamente com desenvolvimentos
associadas, como a robótica, a realidade virtual, e a Internet.
Não há dúvidas de que a Internet constitui uma das mais notáveis
conquistas tecnológicas desta Renascença às vésperas do Terceiro Milênio.
No começo foi modesto e ocorreu em fins dos anos 60, com a Aparnet, tida
como a "mãe da Internet" e criada como uma experiência do governo dos EUA
em redes com comutação de pacotes.
No Brasil a Internet ganhou força nos contextos acadêmicos e de
pesquisas, a partir de 1990 – 1992, com a criação e a implantação da RNP
(Rede Nacional de Pesquisa), abrangendo as principais universidades e
organizações governamentais, não governamentais (ONGs) e de pesquisas.
A presença da Internet nas escolas vem se tornando cada vez mais
significativas, facilitando a aprendizagem. Os estudantes com acesso a Internet
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superam os colegas que não tem o acesso. Tendo maior compreensão de um
tópico e mais competência em manipular informações.
No mundo em que hoje vivemos se o acesso a informática for dificultado,
cortado ou se as informações forem acanhadas, distorcidas, trivialidades e
chavões as tomadas de decisão e a solução de problemas serão inevitável e
irreparavelmente atingidas.
A tecnologia educacional abrange três aspectos básicos: recursos
destinados à aprendizagem, funções de gestão educacional e funções de
desenvolvimento educacional. Cada um desses três componentes é
apresentado numa matriz bidimensional que, no plano horizontal indica o
propósito, o resultado e a atividade correspondente.
Hoje em dia a tecnologia da educação pode assumir a forma de
aprendizagem – ensino altamente individualizada ou, na modalidade de
educação à distância, alcançar centenas, milhares ou milhões de pessoas ao
mesmo tempo, graças à utilização de meios como rádio, as gravações sonoras
em discos e fitas, a televisão, os videoteipes, o telefone, os cursos por
correspondência, e, mais recentemente, o computador, o CD – Rom e o video.
Que isso ocorra no âmbito restrito do lar, de uma sala de aula ou num circuito
fechado de televisão capaz de alcançar numerosas salas de aula ao mesmo
tempo, que isso atinja toda uma região ou todo um país, trata-se de tecnologia
a serviço de objetivos de ensino - aprendizagem num sentido estrito ou, numa
compreensão mais ampla, a serviço de propósitos educativos ou formativos
mais gerais.
1.3 - AS NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO
As novas tecnologias marcam uma nova etapa na vida da sociedade,
conduzindo a novas formas de viver, de trabalhar e de pensar. Mas para
escolas e para muitos professores, a informática continua a ser um corpo
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estranho, que provoca sobretudo incomodidade. O receio de ficar para trás tem
levado a escola investir na compra de equipamentos, muitas vezes deixando
para segundo plano o ensino das novas tecnologias.
A grande razão é que a entrada na sociedade da informação implica em
uma nova missão para a escola. Sua missão fundamental já não é a de
preparar uma pequena elite para estudos superiores e proporcionar à grande
massa os requisitos mínimos para uma inserção rápida no mercado de
trabalho. Mas de proporcionar para a maioria dos estudantes um modo criativo,
crítico, e interveniente numa sociedade cada vez mais complexa.
O uso das capacidades de resolução de problemas apresentados pelos
computadores é uma forma de alargar as abordagens tradicionais de resolução
e implementar novas estratégias de interação e simulação. Os estudantes
devem ser encorajados a questionar, experimentar, estimar, explorar e sugerir
explicações. A resolução de problemas, que é essencialmente uma atividade
criativa, não pode ser construída a partir de atividades rotineiras, receitas ou
fórmulas.
Pretende-se atualmente que os alunos participem em numerosas e variadas
experiências que estimulem o gosto e o prazer da criação informação; que os
encorajem a desenvolver um raciocínio próprio, a explorar e a aprender com os
erros. O computador, pelas suas potencialidades é o instrumento mais
poderoso que atualmente dispõem os educadores para proporcionar este tipo
de experiências aos seus alunos.
1.4 - A ESCOLA NO COMPUTADOR
Os meios de comunicações atuais vêm sendo discutidos pela sociedade
contemporânea nos últimos anos, esses meios passaram a estar
indissociavelmente ligados a educação, favorecendo a aplicação de novas
abordagens de ensino e estratégias pedagógicas que influenciam um
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paradigma educacional atual, o qual exige do professor e da escola uma nova
postura.
São muitos e diferentes os meios de comunicação por isso os
professores têm esse acesso de modo diversificado, muito mais do que se
pensa, estas professoras em especial no espaço tempo do cotidiano urbano
sabem porque usam a televisão e computador, além de geladeira, telefone,
liquidificador, que estes objetivos (mesmo antes de serem meios) são
importante antes para seus, suas filhas, as e para si mesmas.
É importante ressaltar que a incorporam das inovações tecnológicas tem
sentido se contribuir para melhoria da qualidade se ensino, deve servir para
enriquecer o ambiente educacional, proporcionando a construção de
conhecimentos por meio de uma ativa, prática e criativa por parte do corpo
discente e docente.
Se entendermos a escola como um local de construção do
conhecimento e de socialização do saber; com um ambiente de discussão,
troca de experiência e de elaboração de uma nova sociedade, fundamental que
a utilização dos recursos tecnológicos seja amplamente discutida e elaborada
juntamente com a comunidade escolar, ou seja, que não fique restrita.
É evidente que recursos como livros, jornais e revistas fazem parte da
escola há muito tempo. Mas para a grande maioria das regiões brasileiras
recursos tecnológicos mais atualizados, como o computador, fase, retroprojetor
são novidades, ou seja, não fazem parte da realidade de determinada
entidades escolar, Como sabemos muitos fatores contribuem para isso, entre
as quais: a falta de investimento por parte do setor público, a falta de
conhecimento e domínio também são um dos grandes fatores que afetam a
educação no caso, quando a escola possui alguns recursos mas as
educadores não sabem
Portanto o uso das novas tecnologias deve ser usado para incentivar o
aluno e para mediar a elaboração dos seus trabalhos. O objetivo da utilização
das tecnologias de comunicação na educação deve ser o de facilitar o
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processo de ensino e aprendizagem, inserindo o aluno nesse processo e
conduzindo o processo de construção no qual o professor necessita mediar o
pensamento do aluno, favorecendo a sua aprendizagem. As tecnologias são
ferramentas que auxiliam essa mediação, ao mesmo tempo em que
possibilitam novas descobertas e novas habilidades.
1.5 - UTILIZAÇÃO DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
O computador tem provocado uma revolução na educação por causa de
sua capacidade de "ensinar". Existem várias possibilidades de implantação de
novas técnicas de ensino e contamos, hoje, com o custo financeiro
relativamente baixo para implantar e manter laboratórios de computadores,
cada vez mais exigido tanto por pais quanto por alunos.
Tudo isso causa insegurança nos professores, que num primeiro
momento temem sua substituição por máquinas e programas capazes de
cumprir o papel antes reservado para o ser humano. Mas o computador pode
realmente provocar uma mudança no paradigma pedagógico e pôr em risco a
sobrevivência profissional daqueles que concebem a educação como uma
simples operação de transferência de conhecimentos do mestre para o aluno.
A utilização da informática na área da educação é mais complexa do que
a utilização de outro recurso didático conhecido até o momento, sendo muito
diferente em função da diversidade dos recursos disponíveis. Com ela, é
possível se comunicar, pesquisar, criar desenhos, efetuar cálculos, simular
fenômenos, e muito outras ações. Nem outro recurso didático possui tantas
funções, além de ser o recurso tecnológico mais utilizado em todas as áreas do
mercado de trabalho.
No ambiente computacional que está sendo proposto, o computador
assume o papel de ferramenta e não de máquina de ensinar. É a ferramenta
que permite ao aluno realizar uma série de tarefas, das mais simples, como
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produzir uma carta, até as mais complexas, como a resolução de problemas
sofisticados em matemática e ciências. Nesse sentido, o computador passa a
ter uma função maior do que simplesmente passar informação. Ele é uma
ferramenta que o aluno usa para realizar uma tarefa. Nessa situação o aluno
descreve as suas idéias para a máquina (na forma de um programa), a
máquina executa "essa idéia" e o resultado pode ser analisado. Se o resultado
não é o esperado, certamente o aluno será instigado a refletir sobre o seu
trabalho. Do mesmo modo, o professor, através do trabalho do aluno, terá mais
recursos para entender o que o aluno sabe e o que não sabe sobre um
determinado assunto, conhecer o estilo de trabalho do aluno, bem como seus
interesses, frustrações.
Segundo Gatti (1993), a introdução dos microcomputadores na sala de
aula pode representar uma possibilidade mais eficaz de lidar com alguns
tópicos do ensino, e que o enriquecimento constante dessa tecnologia talvez
permita ampliar e flexibilizar sua utilização enquanto instrumento de ensino e
aprendizagem, podendo ainda o professor fazer modificações importantes e
interessantes e alterar o próprio processo de aprendizagem.
Seymour Papert 1994, faz uma comparação entre a escola e a medicina
do século anterior com as de hoje, em seu livro A máquina das crianças
Imagine um grupo de viajantes do tempo de um século anterior, entre
eles um grupo de cirurgiões e outro de professores primários, cada qual
ansioso para ver o quanto as coisas mudaram em sua profissão há cem anos
ou mais num futuro. Imagine o espanto dos cirurgiões entrando numa sala de
operações de um hospital moderno.
Embora pudessem entender que algum tipo de operação estava ocorrendo e
pudessem até mesmo ser capazes de adivinhar o órgão-alvo, na maioria dos
casos seriam incapazes de imaginar o que o cirurgião estava tentando fazer ou
qual a finalidade dos muitos aparelhos estranhos que ele e sua equipe cirúrgica
estavam utilizando. Os rituais de anti-sepsia e anestesia, os aparelhos
eletrônicos com seus sinais de alarme e orientação e até mesmo as intensas
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luzes, tão familiares às platéias de televisão, seriam completamente estranhos
para eles
Os professores viajantes do tempo responderiam de uma forma muito
diferente a uma sala de aula de primeiro grau moderna. Eles poderiam sentir-
se intrigados com relação a alguns poucos objetos estranhos. Poderiam
perceber que algumas técnicas-padrão mudaram – e provavelmente
discordariam entre si quanto às mudanças que observaram, foram para melhor
ou para pior -, mas perceberiam plenamente a finalidade da maior parte do que
se estava tentando fazer e poderiam, com bastante facilidade, assumir a
classe.
Alguns que já utilizam com maior freqüência a informática de algum
modo na sala de aula indicam idéias positivas referentes à troca de
experiências, tanto no uso do computador como quanto das atividades
realizados pelos alunos. Percebem que o computador utilizado de forma
contextualizada, pode ajudar nas situações problema, nas atividades e no
acesso de informações. No entanto, muitos professores ainda perdem a
oportunidade de trabalhar com esse recurso que pode tornar a sala de aula
mais dinâmica e o aluno mais interessado.
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CAPITULO II
A INFORMATICA EDUCATIVA
Hoje em dia, no Brasil, o uso da informática na Educação é uma realidade
que não pode ser deixada de lado. Cada vez mais deve-se aumentar o número
de escolas, tanto no ensino fundamental e ensino médio, da rede pública e
particular, que vêm incluindo em seus currículos atividades ligadas à
informática. Um dos pontos mais importantes dessa questão diz respeito aos
softwares educativos, uma alternativa da informática que vem sendo muito
utilizado pelas escolas como ferramenta de auxílio ao professor.
O computador usado como ferramenta educacional, não mais como um
instrumento que ensina o aluno, mas uma ferramenta de desenvolvimento onde
o aprendizado ocorre pelo fato de ser estar executando tarefas por intermédio
do computador. A grande quantidade de programas educacionais e as
diferentes modalidades de uso do computador mostram que a tecnologia pode
ser bastante útil no processo de ensino-aprendizagem.
Podemos conceituar software educativo como o programa criado com a
finalidade especificamente educativa.
Para que um software seja educativo é necessário que ele seja produzido
para atender a objetivos educacionais. Hoje, uma grande quantidade de
softwares educativos foi lançada, através de firmas de produção e
comercialização, produzidos com técnicas sofisticadas e alguns apresentados
por pedagogos, psicopedagogos ou professores regentes com experiência na
educação.
De uma forma geral, podemos classificar os softwares educativos em quatro
linhas:
a) Programas Tutoriais ou Demonstrativos Estes softwares são chamados
tutoriais porque o autor ou programador se transforma num docente-tutor, a
partir do momento em que o aluno usa seu programa nas tarefas de
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aprendizagem. O fato do computador poder apresentar o material com outras
características que não são permitidas no papel, como animação, som e a
manutenção do controle do desempenho do aluno é uma das vantagens para
sua aplicação. Além do fato de permitir a introdução do computador na escola
sem provocar muita mudança – é a versão computadorizada do que já
acontece em algumas salas de aula.
b) Programas de Reforço (Exercício-e-Prática) Os programas de exercício-e-
prática são usados tipicamente para revisar, dar velocidade e dar precisão às
respostas de conceitos que já foram apresentados e constam de baterias de
exercícios, que têm a oportunidade de criar técnicas automáticas, dispensando
o raciocínio na resolução dos problemas. Desta maneira têm por objetivo a
fixação de conceitos, enquadrando-se na linha de treinamento de Skinner,
exigindo do aluno uma aprendizagem passo a passo, dentro de seu ritmo e
suas possibilidades, permitindo a correção imediata dos erros e informando ao
professor o progresso dos alunos.
Um professor criativo pode fazer um bom uso desse tipo de software,
deixando de lado as tarefas repetitivas e monótonas, pois encontrará a mesma
variedade de exercícios que em um livro didático.
c) Programas de Simulação Os softwares de simulação envolvem a criação
de modelos dinâmicos e simplificados do mundo real permitindo a exploração
de processos reais ou fictícios e os conduzindo a uma situação real de
aprendizagem. O computador é transformado numa espécie de laboratório
artificial.
A grande vantagem das simulações é a possibilidade de mudar e
acrescentar dados e variáveis, manipulando assim os elementos que irão
intervir na experiência. A simulação motiva respostas, analisa os resultados e
refina conceitos. Ela deve ser vista como um complemento das apresentações
formais, leitura e discussões em sala de aula.
d) Utilitários ou Aplicativos usados como softwares educativos Aqui,
enquadramos os editores de texto, as planilhas de cálculo e os editores de
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desenho que são comumente usados em tarefas inseridas no processo ensino-
aprendizagem. Na maioria das vezes, o uso dos computadores no processo
educacional tem como justificativa capacitar o aluno para que enfrente o
mercado de trabalho na sociedade tecnológica em que vivemos hoje. Podemos
encontrar professores que conseguem fazer um ótimo trabalho com o auxílio
dos aplicativos utilizando muita criatividade.
2.1 - INTERNET E EDUCAÇÃO
O termo tecnologia é vasto, mas em se tratando em ambientes
educacionais certamente o que está em evidência é a Internet. Um ambiente
global, onde pode-se estar e ser em qualquer situação de aprendizagem
simultaneamente.
Como ferramenta de educação, a internet é um campo de
desenvolvimento novo e altamente promissor, com capacidades lastreadas
pelas simultaneidade de baixos custos, envolvendo diferentes localidades
geográficas.
No contexto do ensino presencial a internet destaca-se como ferramenta
de pesquisa, entretanto, é preciso uma tutoria docente para fitrar a
disseminação de propostas inadequadas e conteúdos impróprios.
Destaca-se também a descentralização do processo ensino-
aprendizagem, onde o docente pode aprender também com os discentes e,
também, todas as facilidades que o uso do computador e da internet podem
disponibilizar, visando uma melhor eficiência deste processo interativo
educativo. A respeito cita Paulo Freire "quem ensina aprende ao ensinar, quem
aprende ensina ao aprender".
Como ferramenta o uso da internet pode ser adaptado aos diferentes
estilos de aprendizagem, aos diferentes níveis de capacidade individual e
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interesse intelectual, as diferentes e várias situações de ensino e
aprendizagem, inclusive oportunizando à criação de novas abordagens. Aliás, o
uso da ferramenta computacional é a que provoca maiores e mais profundas
mudanças no processo de ensino vigente, tais como: a flexibilidade do
currículo, transferência de controle do processo de aprendência entre docente
e discente, bem como a relevância dos estilos de aprendizado ao invés da
nefasta centralização dos métodos de ensino. Praticada até então.
No ensino a distância a internet proporciona uma otimização significativa
em todos os seus aspectos, em busca da formação do ser holístico.
Mesmo o ensino sendo a distância, a internet possibilita a interação
entre os agentes no mesmo espaço e tempo (interatividade). Com a utilização
dos novos softwares interativos, que possibilitam o contato on line escrito,
falado e visual. Por exemplo: video-conferencia, chats, msn, skype, entre
outros. Permeando um caráter pessoal na relação de aprendizado.
Em relação as outras tecnologias que também possibilitam esta
interação, por exemplo: telefone, a grande vantagem da internet é o baixo
custo financeiro.
A internet potencializa o alcance do ensino a distância, permitindo que o
discente possa flexibilizar o seu horário e o seu tempo de estudo, assim como
seu contato com o docente. Aspectos estes que se mostram determinantes na
escolha por este método de ensino caracterizado por um maior número de
pessoas.
A internet aplicada no ensino a distância cria a possibilidade de acesso à
diferentes universidades e diversificados cursos, independentemente da
localização que esteja o aluno.
Observa-se ainda que assim o ensino pode ser personalizado, com
baixos custos e sem limitações de idade. Além das vantagens intrínsicas do
uso da internet para a agilidade na obtenção, troca e produção da informação e
do conhecimento.
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2.2 - TECNOLOGIA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
2.2.1 Uma visão geral sobre a educação e as teorias de aprendizagem
A formação de professores para o uso acrítico das tecnologias torna-se
função estratégica e prioritária de uma política de governo preocupada em
satisfazer os desejos do capitalismo internacional.
As teorias de aprendizagem fundamentam em uma visão de mundo, de
sociedade e de homem e algumas delas adquirem tal complexidade que seu
entendimento torna-se dificultado. Cada uma destas visões sobre o processo
de aprendizagem causa impactos no processo de desenvolvimento do software
educacional. As teorias contemporâneas se apóiam ou no subjetivismo e ou no
objetivismo.
2.2.2 Comportamentalismo e Neo-Comportamentalismo
O comportamentalismo e o neo-comportamentalismo vêm de uma visão
objetivista de mundo, de sociedade, de homem. Por este motivo, a ênfase
nestas teorias é com tudo que é visível e mensurável. As teorias de fundo
construtivista têm uma visão subjetivista e isto se reflete em seus pressupostos
de aprendizagem - aprender é uma gradativa e continua transformação das
estruturas do pensamento, não necessariamente visíveis e mensuráveis.
Para o comportamentalismo - tem como origem a psicologia
experimental de Watson (inicio deste século) e vê o homem como uma "tabula
rasa" que vai adquirindo um repertório de respostas para atender as
contingências do meio externo. O processo de aprendizagem é função de
situações de ensino, onde os indivíduos têm constantes reforços positivos para
respostas corretas. Deve-se evitar respostas erradas para que não haja reforço
de comportamentos errados. As situações de ensino são apresentadas em
pequenas unidades de ensino em grau de complexidade crescente. Há sempre
ao final de cada unidade perguntas e feedback (visto como recompensa para
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acertos). A instrução programada tão em voga nas décadas de 60 e 70 é
baseada nesta visão de aprendizagem. Os primeiros softwares educacionais
também se basearam no comportamentalismo. Ainda hoje, observando mais
atentamente softwares educacionais verifica-se que muitos deles ainda adotam
este formato.
O neo-comportamentalismo vem das mesmas origens objetivistas do
construtivismo, mas no arcabouço da teoria está inserido a visão do processo
de aprendizagem também como um evento interno, fruto de complexos
processos mentais. A situação de aprendizagem envolve quatro elementos: um
aprendiz, uma situação em que a aprendizagem possa ocorrer, alguma forma
de comportamento explícito por parte do aprendiz e uma mudança interna. A
aprendizagem de habilidades intelectuais obedece a uma ordem hierárquica
que se inicia com conexões estímulo-resposta, passando por cadeias,
conceitos e regras, até chegar à solução de problemas. Qualquer habilidade
intelectual pode ser analisada em termos de habilidades mais simples que
necessitem ser combinadas para produzir sua aprendizagem. As habilidades
mais simples podem ser compostas de habilidades ainda mais simples, que
lhes são pré-requisitos, resultando em uma estruturação de habilidades -
"hierarquia de aprendizagem".
Nossas escolas, das classes elementares aos cursos de graduação,
incorporam uma visão objetivista em seu cotidiano. Estamos vendo agora com
o "boom" dos sistemas de autoria para cursos à distância a reprodução das
piores características das aulas presenciais tradicionais.
Ambas as teorias tem uma sólida teoria de ensino, o que de certa forma
facilitaria o desenvolvimento de eventos instrucionais. Os software educacional
do tipo exercício e prática e os tutorias são baseados, mesmo que
implicitamente, em Skinner. Vemos que uma família de jogos educacionais por
computador usa a repetição e memorização - pilares do exercício e prática -
para que sejam vencidas determinadas etapas que levam à conclusão do jogo.
Como a situação educacional proposta nos exercícios e prática mobiliza
estruturas cognitivas simples, o que torna estes programas atraentes, em
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especial para o publico infantil, são os recursos de som, imagens, animações,
utilizados como componentes de interface.
2.2.3 Construtivismo
Nas teorias de fundo construtivista, temos duas visões - o construtivismo
de Piaget (chamado de epistemologia genética) e o construtivismo de Bruner.
Piaget desenvolveu uma teoria bastante complexa na busca de explicação
sobre a gênese do conhecimento. Note-se que por conhecimento entende-se
uma explicação não empírica e não sensorial da realidade objetiva e uma
progressiva e refinada adaptação e alteração do meio que envolve o sujeito.
Para Piaget, todos os indivíduos independentemente da cultura, da
estratificação social experimentam o mesmo processo de desenvolvimento,
que ocorre em 4 estágios: sensório motor, pré-operatório, operacional concreto
e das operações formais - que seria o estágio final - razão dos estágios
anteriores e de todo processo de desenvolvimento, que nos capacita e
entender e explicar o mundo. A psicologia da aprendizagem faz uso de pontos
chave da teoria piagetiana para estruturar situações de aprendizagem:
Os estágios de desenvolvimento cognitivo fornecem indicadores para a
definição da complexidade da situação, ou seja, se deve propor situações de
aprendizagem compatíveis com o estágio atual de desenvolvimento cognitivo
do aluno;
Para Piaget aprender é atuar sobre o objeto da aprendizagem para
compreendê-lo e modificá-lo. Daí surge o outro conceito chave - a
aprendizagem ativa;
Como aprender é uma continua adaptação ao meio externo, aprende-se
quando se entra em conflito cognitivo - ou seja - quando somos defrontados
com uma situação que não sabemos resolver. O organismo se desequilibra
frente ao novo, mas como todo organismo vivo procuramos o equilíbrio. Para
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encontrar o equilíbrio, lançamos mão de um complexo processo de adaptação.
Adaptação é o processo pelo qual o sujeito adquire um equilíbrio entre
assimilação e acomodação. A assimilação refere-se à introjeção de
conhecimentos sobre o meio e a incorporação ao conjunto de conhecimentos já
existentes. Através da incorporação, a estrutura de conhecimento existente se
modifica de modo a acomodar-se a novos elementos - tal modificação é
denominada acomodação. Equilíbrio é o processo de organização das
estruturas cognitivas num sistema coerente, interdependente, que possibilita ao
indivíduo a adaptação à realidade. É a partir deste entendimento que as
situações de aprendizagem baseiam-se em jogos e desafios, nos quais o
sujeito é defrontado com um problema novo para resolver.
A teoria de desenvolvimento cognitivo e uma teoria de aprendizagem.
Sua teoria de desenvolvimento cognitivo assemelha-se, grosso modo, a teoria
de Piaget. Sua teoria de aprendizagem contempla a aprendizagem por
descoberta. Seu enfoque é a exploração de alternativas e o currículo em
espiral. O conceito de exploração de alternativas pressupõe que o ambiente ou
conteúdo de ensino deve proporcionar alternativas para que o aluno possa
inferir relações e estabelecer similaridades entre as idéias apresentadas,
favorecendo a descoberta de princípios ou relações. Por sua vez o currículo em
espiral permite que o aluno veja o mesmo tópico em diferentes níveis de
profundidade e modos de representação.
Da mesma forma que Piaget influenciou e ainda influencia uma corrente
de cientista da computação (a linguagem LOGO é a influencia mais visível),
Bruner exerce influência nos pesquisadores em educação apoiada em
computadores que vêem o computador como ferramenta cognitiva.
Ferramentas são dispositivos que amplificam, estendem e facilitam as
capacidades do homem na realização de tarefas. As ferramentas cognitivas
são produtos de software que usam a potencialidade do computador em
amplificar, estender e enriquecer a cognição. Elas visariam facilitar a
aprendizagem, não veiculando necessariamente conteúdos curriculares,
podendo apoiar o desenvolvimento de meta-habilidades cognitivas, como
26
resolução de problemas, tomada de decisão, estratégias de desenvolvimento
de projetos.
2.2.4 Sócio-Interacionismo
Hoje está em voga, a teoria sócio-interacionista de Vygostsky. Os pontos
chave em teoria que impactam o desenvolvimento de situações de
aprendizagem são:
• Aprender é fortemente condicionado pela cultura e pela interação social.
• Desenvolvimento cognitivo é limitado a um determinado potencial para
cada intervalo de idade (Zona Proximal de Desenvolvimento).
• Desenvolvimento cognitivo completo requer interação social. Há uma
zona de desenvolvimento proximal.
Os ambientes computacionais de aprendizagem cooperativa podem ser
vistos como formas de aplicação dos princípios de Vygotsky - zona de
desenvolvimento proximal, cooperação entre pares, o par mais capaz. Os
enfoques de aprendizagem baseada em problemas, cognição distribuída e a
cognição situada (ou aprendizagem contextual ou significativa) não chegam a
construir um construto teórico refinado como os acima apresentados.
Aprendizagem baseada em problemas utiliza o referencial piagetiano. Os
outros dois enfoques - cognição distribuída e a cognição situada - respaldam-
se em Vygotsky.
Note-se que as teorias apresentadas são construtos teóricos muito bem
fundamentados e descritos. Aqui apresentamos uma visão muito singela.
Skinner, por exemplo, concordemos ou não com sua posição teórica, foi um
dos grandes psicólogos de aprendizagem deste século. Piaget é considerado
um dos cientistas mais importantes de nosso tempo. Vygotsky redefiniu as
formas de aprendizagem cooperativa apoiadas ou não por computadores. A
27
discussão sobre redes de computadores, educação e cooperação passa
necessariamente por Vygotsky.
28
CAPITULO – III
EDUCAÇÃO
A educação no Brasil melhorou significativamente nos últimos cinco anos,
em larga medida. Pela primeira vez na história da educação brasileira, o
Ministério da Educação definiu parâmetros nacionais para a educação infantil e
para os ensinos fundamental e médio, incluindo a educação indígena.
A tecnologia também está presente nas reformas educacionais. A TV
Escola é um programa voltado para a educação à distância, e beneficia cerca
de um milhão de professores e 28 milhões de alunos. As escolas ganham
televisão, videocassete, fitas educacionais, antena parabólica e, conectadas a
um canal exclusivo via satélite, recebem uma programação de alta qualidade.
O Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO) capacita
professores de escolas públicas, que aprendem a usar o computador como
instrumento de ensino em sala de aula. O Governo Federal, em parceria com
estados e municípios, já montou a infra-estrutura de capacitação em 223
Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) em todas as unidades da
Federação. Assim, beneficiou 2.276 escolas do ensino básico em 989
municípios, com mais de 30 mil micros e outros equipamentos de informática.
A implementação do Projeto Pedagógico de Informática Educacional no
Ensino Fundamental e Médio é uma tarefa árdua e complexa, porém inadiável,
face à realidade do mercado mundial.
3.1 - PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO DE MATERIAIS E
SISTEMA DE ENSINO
29
Tanto nas áreas de materiais impressos como nas da televisão, rádio e
informática educativa, ocorreu um refinamento inegável nos procedimentos de
produção de materiais para fins de ensino, que gerou nova linguagem, novos
esquemas de trabalho, novas concepções, novas técnicas e novos
instrumentos de avaliação.
É importante reconhecer, nesse contexto, que em nosso meio fala-se
muito mais do que se faz. Tem-se a impressão de que a cada ano surge
apenas um tecnólogo de educação realmente versado e envolvido em
problemas concretos de produção de materiais de ensino para cada dúzia ou
mais de tecnólogos de gabinetes e poltrona, que desconhecem as agruras da
criação efetiva de materiais didáticos, embora estejam sempre dispostos a
pontificar sobre o assunto, a criticar, avaliar, deturpar de denegrir todo e
qualquer esforço sincero, honesto e bem fundamentado de produção no âmbito
da mídia educativa.
3.2 - A BIBLIOTECA COMO CENTRO DE APRENDIZAGEM
Além dos livros, revistas e outras publicações que, presentemente,
demandam recursos incomparavelmente mais generosos nas dotações
orçamentárias das escolas, em virtude de sua contínua expansão, as
bibliotecas, nas modernas escolas de numerosos países, também abrigam hoje
micro formas, cassetes, filmes, discos, disquetes, videodiscos e outros
materiais, assim como equipamentos destinados à reprodução e ao uso da
mídia educativa.
As modernas bibliotecas universitárias estão capacitadas para proporcionar
qualquer tipo de serviço de informação em qualquer uma das formas
disponíveis numa sociedade tecnológica.
Os extraordinários progressos recentes em matéria de produção, registro e
distribuição de informação por meios tecnológicos não – convencionais não
30
dispensam a contínua expansão dos acervos de materiais impressos e
audiovisuais nas bibliotecas das instituições de ensino.
3.3 - OS NOVOS DESAFIOS EDUCACIONAIS
Inúmeros recursos e procedimentos inovadores que direta ou indiretamente
interessam o ensino e à aprendizagem vêm sendo desenvolvidos na atualidade
ou começam a participar da mídia educativa à disposição de estudantes e
professores, no mundo inteiro.
A preocupação individual existente entre os estudantes se reflete em
recentes empenhos bem sucedidos de proporcionar ensino individualizado ou
personalizado, no qual uma vasta gama de meios e materiais de ensino –
aprendizagem se mescla com concepções mais abertas e avançadas de
currículos e programas, de novos tipos de experiência para aprender e
desenvolver habilidades intelectuais (pensar de modo crítico, resolver
problemas, tomar decisões, ser criativo e outras) e novas concepções a
respeito de avaliação do aluno e do ensino.
O processo de aquisição do conhecimento, em nossos dias, vem adquirindo
uma dinâmica progressivamente acelerada. Por isso, os processos
pedagógicos, nos ambientes escolares e acadêmicos, tornam-se cada vez
menos ensino e mais aprendizagem: educadores e alunos vêm aprendendo a
lidar com informações, em mútua complementação. Dessa constatação,
resultam conseqüências para a evolução dos processos educativos no futuro:
• A tendência para individualização do conhecimento;
• A resultante motivação para o auto-aprendizado;
• A possibilidade de cooperação na busca do conhecimento novo;
• A importância do suporte tecnológico para o acesso à informação.
31
Com a nova Lei de Diretrizes e Base (LDB), Lei 9394/96, "o ensino
fundamental", tem por objetivo a formação básica do cidadão e o Ensino Médio
passou a integrar a etapa do processo educacional que a nação considera
básica para o exercício da cidadania e o acesso às atividades produtivas".
O artigo 35 da LDB, conforme Brasil, coloca que o ensino médio como
etapa final da educação básica com duração mínima de três anos, tem como
finalidades:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo capaz de se adaptar com flexibilidade a novas
condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento
crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos científicos - tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), conforme Brasil (1999),
publicados pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) de 1999, no que se
refere ao Ensino Médio buscam dar significado ao conhecimento escolar,
mediante a contextualização, evitando a compartimentalização, mediante a
interdisciplinaridade.
A formação do aluno deve visar o desenvolvimento de conhecimentos
básicos, à preparação científica e à capacidade para usar as diferentes
tecnologias relativas às áreas de atuação. A mais nova das linguagens, a
informática, faz parte do mercado de trabalho.
O momento histórico, a atuação docente não terá boa qualidade se o
educador não estiver afinado com o seu tempo, assim se entende que os
32
educadores em geral têm quase como obrigação de conhecer e de se apropriar
das novas tecnologias de informação e comunicação. Sabe-se que estas não
mudam a relação pedagógica, por isso devem ser usadas como ferramentas
facilitadoras do trabalho, pois o profissional da educação poderá criar usos que
foram pensados ou não pelos idealizadores de tais tecnologias.
O sistema educacional, de forma geral, tem a responsabilidade de
formar cidadãos que saibam trabalhar com as novas tecnologias de
informação, bem como dar condições para que eles saibam trabalhar com as
novas tecnologias em especial o computador.
O uso do computador na educação tem provocado um questionamento
dos métodos de ensino e da prática educacional regente. Há uma insegurança
em alguns professores, menos informados, que condenam e desaprovam o uso
do computador em sala de aula com medo de serem substituídos. Esses
professores desinformados, desconhecem que o uso do computador poderá
ajudá-lo em sua prática profissional.
Os conteúdos curriculares incluem inúmeros temas que possibilitariam
uma aproximação entre alunos e a Informática de uma maneira viva e
interessante.
O uso do computador na escola só faz sentido na medida em que o
professor o considerar como uma ferramenta de auxílio e motivadora à sua
prática pedagógica, um instrumento renovador do processo ensino-
aprendizagem que lhe forneça meios para o planejamento de situações e
atividades simples e criativas e que, conseqüentemente, lhe proporcione
resultados positivos na avaliação de seus alunos e de seu trabalho.
Cada vez mais as empresas e organizações exigem um profissional
preparado para enfrentar situações inesperadas, imprevisíveis, um profissional
que responda de modo criativo na resolução de adversos. Cabe a escola o
compromisso no desenvolvimento de habilidades e competências para o futuro
mercado de trabalho.
33
3.4 - SALA DE AULA DO FUTURO PARA ENSINO
FUNDAMENTAL
No mundo atual, a informática já faz parte do cotidiano de nossos
alunos. Com efeito, a tecnologia está presente nos brinquedos, nas agências
bancárias, na TV, no cinema e nos computadores domésticos, levando lazer,
serviços, entretenimento e educação. Assim, enquanto usam o computador em
seu dia-a-dia, as crianças têm a chance de entrar no mundo da fantasia,
superando de forma lúdica as dificuldades de aprendizado dos conceitos de
ciências, matemática, física, história etc. Por outro lado, o uso das novas
tecnologias permite aos educadores adotarem atitudes não diretivas,
aumentando a capacidade criativa dos alunos, tendo em vista que estes
passam a caminhar de acordo com sua capacidade de assimilação,
escolhendo situações de aprendizagem não delimitadas pelo educador.
A Escola do Futuro propõe a Sala de Aula do Futuro para o Ensino
Fundamental. Nesta, os alunos podem circular livremente, escolhendo
situações de aprendizagem onde bancadas de computadores, vídeo e
eletrodomésticos se encontram à disposição de todos. Desta forma, através de
"workshops" e seminários, os educadores têm a oportunidade de explorar
metodologias para o uso adequado das possibilidades da Sala de Aula do
Futuro para o Ensino Fundamental.
Informatização, sim, mas sem deixar de lado o professor.
Informatizar não significa apenas colocar computadores nas escolas. É
preciso que haja programas adequados ao ensino e, sobretudo, que os
professores sejam capazes de usar a tecnologia em favor do aprendizado. É o
que defende o secretário-adjunto da Secretaria Estadual da Educação de São
Paulo, Hubert Alquéres. Nesta entrevista, ele fala sobre os programas de
informática das escolas públicas de São Paulo, um dos primeiros estados a
adotar políticas desse tipo no país.
Quando pisou na Secretaria da Educação, em 1995, o professor Hubert
Alquéres teve a confirmação do que já desconfiava: não havia sequer projetos
34
de informatização para as escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio.
"Não existia a convicção política de que isso era importante." Segundo Ao
contrário do que se possa pensar, porém, a primeira medida da secretaria, ao
começar a informatização da rede pública, não foi colocar computadores nas
escolas, mas sim capacitar os professores para lidar com as novas tecnologias.
"O professor é fundamental em todo o processo", avalia Alquéres. Depois,
escolheram os programas (softwares) que iriam ser usados e só então
iniciaram a compra dos equipamentos.
"A informática tem de ser usada a favor do aprendizado", afirma. "O
professor não vai ensinar a usar o Word ou o Excel, mas sim explorar o
computador como um recurso a mais em suas aulas." A mesma discussão
ocorre hoje, quando o governo avalia a utilização da Internet na rede pública.
O problema é que, durante anos, muitos professores não podiam sequer ouvir
falar em informatização do ensino. "Mas hoje isso está mudado e há poucos
focos de resistência", diz Alquéres. "O professor tem de se conscientizar de
que precisa se atualizar ou vai perder espaço para aqueles que já dominam as
novas tecnologias." Afinal, "o processo de informatização está consolidado e
não vai voltar atrás". Mas, segundo ele, para garantir sua continuidade, é
preciso investir mais, "sobretudo nos professores", defende.
3.5 - QUESTÃO DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR
A chegada do computador, exige do professor um novo estilo de
comportamento em sala de aula.Assumir o ensino como mediação, a
transmissão de informações, a acumulação de conhecimentos, são deixados
para trás, onde dar-se lugar para a aprendizagem ativa do aluno com ajuda
pedagógica do professor. O aluno passa a ser o foco central, onde o professor
é apenas um mediador e há uma relação ativa do aluno com a matéria.
35
Conhecer estratégias do ensinar a pensar, ensinar a aprender a
aprender. O processo de ensinar a pensar requer dos professores habilidades
de pensamento para prover os meios da auto-sócioconstrução do
conhecimento dos alunos.
- Deve-se persistir no empenho de auxiliar os alunos a buscarem uma
perspectiva crítica dos conteúdos a se habituarem a incorporar e apreender as
realidades enfocadas nos conteúdos escolares de forma crítico-reflexiva. Os
conteúdos precisam ser contextualizados de maneira que haja uma inter-
relação com a prática humana.
- O trabalho de sala de aula, deve ser entendido como um processo
comunicacional e deve-se desenvolver a capacidade comunicativa. O professor
precisa se aprofundar nas técnicas de comunicação, entre eles o domínio da
linguagem informacional.
- Reconhecer o impacto das tecnologias da comunicação e informação na sala
de aula (televisão, vídeo, games, computador, Internet, CDROM, etc.). O
professor e o livro didático hoje não são as únicas fontes de conhecimento, as
tecnologias da informação estarão cada vez mais presentes na educação e na
vida cotidiana.
- Deve-se ter o cuidado de atender à diversidade cultural e respeitar as
diferenças no contexto da escola e da sala de aula. Promover, efetivamente, a
igualdade de condições e oportunidades de escolarização a todos, significa
atuar com todos os alunos da mesma maneira.
- Investir na atualização científica, técnica e cultural, como ingredientes do
processo de formação permanente. O professor precisa colocar sua auto-
formação, como requisito principal, para usar as novas tecnologias que virão.
- No exercício da docência a dimensão afetiva deve estar integrada. O
professor precisa situar-se no contexto físico, social e cultural do aluno.
?Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em valores e
atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas, e a si próprio.
O professor ajuda os alunos nos problemas morais, de justiça, de luta pela
36
vida, a solidariedade, a democracia, a conviver com diferenças, a ter direito a
felicidade e auto-realização.
O processo de formação do professor e ao final ele precisa incorporar na
sua metodologia:
• valorizar a prática pedagógica docente como fonte de reflexões, de
pesquisa e de conhecimento;
• desenvolver conhecimentos, usando e valorizando os recursos
tecnológicos nas atividades educacionais;
• realizar formação continuada em serviço, na escola, abrindo espaços
para que professores troquem experiências, desenvolvam atividades em
equipe, valorizando o intercâmbio, aprendizagem como todos os
membros do grupo;
• desenvolver a reflexão crítica e elaboração de pensamento autônomo,
através da troca de experiências com seus pares, permitindo a produção
de conhecimentos novos e a partilha desses saberes com todo o grupo;
• apropriar-se das novas tecnologias como ferramenta e não como algo
imposto externamente, enfatizando-se atitudes pedagógicas de inovação
e interação nas equipes interdisciplinares.
Algumas características da concepção usual e da concepção mais
adequada à realidade contemporânea sobre o conceito de ensinar, o conceito
do papel do professor, o conceito de aprender e o conceito de avaliar:
• Comparativo entre a concepção usual e concepção mais adequada.
• Conceito Concepção usual concepção mais adequada para lidar com a
realidade contemporânea.
• Ensinar e Transmitir informações, dados e regras e procedimentos.
• Processo interativo (professor/aluno) que desenvolve habilidades e
capacidades para relacionar-se com a realidade produzindo resultados
relevantes.
• Papel do professor repassador de informações, por meio de aulas e
discurso, organizador de atividades programador de "situações
37
(condições) de ensino" que possibilitem o desenvolvimento habilidades
(relações com o meio) relevantes aprender.
Ouvir, "assistir aulas", "cumprir" tarefas (passivo). Construir, desenvolver
habilidades e condutas a fim de produzir resultados relevantes ao lidar com seu
ambiente de atuação (ativo) avaliar Classificar, julgar, categorizar identificar e
localizar, a partir do desempenho do aluno, suas dificuldades, orientando-o e
reprogramando as condições de ensino de forma a superar as dificuldades
identificadas.
38
CONCLUSÃO
A tecnologia da informação está tendo um crescimento muito acelerado.
Em conseqüência, a quantidade de produtos ligados a educação, como os
softwares educativos, também tem aumentado em grandes proporções. Sendo
assim, há necessidade de linhas mestras para garantir a qualidade destes
produtos e de programas de gestão de qualidade. Neste aspecto, uma das
grandes dificuldades que os educadores podem enfrentar é a seleção, entre as
diferentes opções disponíveis no mercado, daqueles materiais que serão mais
adequadas para os objetivos educacionais e seus interesses.
Sabemos que os computadores estão propiciando uma verdadeira
revolução no processo ensino-aprendizado. Podemos ver diferentes tipos de
abordagens de ensino que podem ser realizados através do computador,
auxiliando o processo de ensino-aprendizagem. Usando-o como ferramenta ele
pode ser adaptado aos diferentes situações de aprendizado, aos diferentes
níveis de capacidade e interesse intelectual, às diferentes situações de ensino-
aprendizado.
Entretanto, a maior contribuição do computador como meio educacional
advém do fato do seu uso ter provocado o questionamento dos métodos e
processos de ensino utilizados. Esperamos isso que venha provocar maiores e
mais profundas mudanças no processo de ensino vigente.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
http://www.google.com.br
http://www.futuro.usp.br
http://www.educacional.com.br
http://www.terra.com.br/istoe/digital/educacao
40
INDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPITULO I
TECNOLOGIA 09
1.1 Tecnologia na infância 10
1.2 – Tecnologia da educação 11
1.3 – As novas tecnologias da educação 12
1.4 – A escola no computador 13
1.5 – Utilização da informática na educação 15
CAPITULO II
A INFORMÁTICA EDUCATIVA 18
2.1 – Internet e educação 20
2.2 – Tecnologia da informática na educação 22
2.2.1 Uma visão geral sobre a ed. e as teorias de aprendizagem 22
2.2.2 Comportamentalismo e Neo-Comportamentalismo 24
2.2.3 Construtivismo 24
2.2.4 Sócio-Interacionismo 26
CAPITULO III
EDUCAÇÃO 28
3.1 – Planejamento e produção de material no sistema de ensino 28
3.2 - A biblioteca como centro de aprendizagem 29
3.3 – Os novos desafios educacionais 30
3.4 – Sala de aula do futuro para o ensino fundamental 33
41
3.5 – Questão de formação do professor 35
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
INDICE 40
42
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: