extração de oleo de buriti
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7/31/2019 Extrao de oleo de buriti
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS UEA
ESCOLA SUPERIOR DE CINCIA DA SADE
MESTRADO EM BIOTECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS - MBT
COMPARAO ENTRE MTODOS DE EXTRAO DO LEO DEMauritia flexuosaL.f. (ARECACEAE - buriti) PARA O USO
SUSTENTVEL NA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO TUP:
RENDIMENTO E ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
CECLIA OLIVEIRA DE CARVALHO
MANAUS-AM
2011
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CECLIA OLIVEIRA DE CARVALHO
COMPARAO ENTRE MTODOS DE EXTRAO DO LEO DE
Mauritia flexuosaL.f. (ARECACEAE - buriti) PARA O USO
SUSTENTVEL NA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO TUP:
RENDIMENTO E ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
Dissertao apresentada ao Programa de Ps
Graduao da Universidade do Estado doAmazonas, para obteno do grau de Mestre em
Biotecnologia e Recursos Naturais.
Orientadora: Prof Dra. Veridiana Vizoni Scudeller
Co-orientador: Prof Dr. zio Sargentini Jnior
MANAUS
2011
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CECLIA OLIVEIRA DE CARVALHO
COMPARAO ENTRE MTODOS DE EXTRAO DO LEO DE
Mauritia flexuosaL.f. (ARECACEAE - buriti) PARA O USO
SUSTENTVEL NA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO TUP:
RENDIMENTO E ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
Dissertao apresentada ao Programa de Ps
Graduao da Universidade do Estado do
Amazonas, para obteno do grau de Mestre em
Biotecnologia e Recursos Naturais.
Aprovado em 08 de fevereiro de 2011Banca Examinadora
_____________________________________________
Prof Dra. Veridiana Vizoni Scudeller
Universidade Federal do Amazonas UFAM
_____________________________________________Prof Dra. Helena Camaro Telles Ribeiro
Universidade do Estado do Amazonas UEA
______________________________________________
Prof. Dr. Jos Renato Pereira CavallazziUniversidade Federal do Amazonas UFAM
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DEDICATRIA
A minha me Izabel e a minha av Maria Izaura :
De voc recebi o dom mais precioso do universo: a vida.
Ensinaram-me a importncia de ser justo e de se fazer justia, de sempre percorrer o
caminho certo e ser honesta.
Da minha me aprendi o poder d F. O olhar doce que nunca cobrava, criticava,repreendia, mas, que sempre compreendia e amava. Um amor infinito sem medidas e
cobranas,o amor de me, intenso e abrasador. Uma mulher que sempre esteve ao meu
lado nos bons e maus momentos, que soube perdoar meus erros e falhas quanto filha e
pessoa, que em vez de repreenses s me amou e foi minha companheira. A voc minhame
dedico mais est conquista e vitria, pois sem voc ao meu lado tenho ser que tudo seria bem
mais difcil.
A minha av que partiu desta vida, mas me ensinou o dom do amor ao prximo, o
saber dividir o pouco que se tem. Mesmo com as marcas de uma vida dura e cheia de
dificuldades, soube mostra r o quanto ela bela e como Deus misericordioso. Hoje quando
escrevo estas palavras e constato que no est aqui para celebrar, lembro-me de uma das
frases que disse quando estavas no hospital nunca pensei que fosse to amadae acredite
minha av sempre te amamos e te amaremos pelo resto de nossas vidas. A senhora dedico
todas as minhas vitrias.
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AGRADECIMENTOS
A Deus:
Eu pedi Fora.
E Deus me deu Dificuldades para me fazer forte...
Eu pedi Sabedoria.
E Deus me deu Problemas para resolver...
Eu pedi Prosperidade.
E Deus me deu Crebro e Msculos para trabalhar...
Eu pedi Coragem.
E Deus me deu Perigo para eu superar...
Eu pedi Amor.
E Deus me deu pessoas com Problemas para eu ajudar...
Eu pedi favores.
E Deus me deu Oportunidades...
Eu no recebi nada do que pedi.
Mas eu recebi tudo que precisava...Obrigada meuDeus.
Rita Pando
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A minha me Izabel e meu pai Ccero:
Apesar da F que tens, sei que o quanto difcil e o quanto ficas aflita ao me ver
mais uma vez sendo colocada aprova. A mais um passo de realizar um sonho. Sei que neste
momento em vez de estais sentadas aqui me ouvindo defender minha dissertao, estais em
casa, por se sentir mais segura e mais fortalecida, fazendo o que sempre fazes quando
alguma de tuas filhas est precisando, reza. Rezas por mim e pede a Nossa Senhora que me
proteja sobre seu manto e que Jesus esteja a minha frente, ao meu lado e atrs de mim. No
estais presentes aqui neste momento mais posso sentir em meu corao que est comigo em
pensamento, em alma. Minha me amada, te entendo, te compreendo e te respeito. Muito
Obrigada.
Sei que no estars ao meu lado neste dia to importante, pois este teu jeito, mas,
sei que estais feliz por minha vitria e no fundo se orgulha da filha que apesar de no ter sido
amada e incentivada, soube transformar a dor em sucesso. O que para muitas pessoas seria
um motivo para desistir, para mim foi uma razo para demonstrar o quanto ainda sentirias
orgulho de mim. Sei que a vida, sobre o seu ponto de vista, no foi to generosa com o
senhor, entretanto do meu ponto de vista ela foi grandiosa, pois te deu uma famlia
maravilhosa. Meu pai te respeito e do meu jeito tambm aprendi a am-lo. Apesar de tantos
desencontros entre pai e filha o senhor me passou valores de honra, honestidade e garra,
pois o teu descrdito na minha pessoa foi o que me fez querer crescer e me tornar o que sou
hoje. Obrigada.
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Aos ausentes:
A minha avMaria Izaura Braga de Oliveira.
Hoje, neste momento especial, sinto falta do teu calor e da tua voz suave sempre firme
me incentivando. Do cheirinho gostoso de v, cheiro que nos remete a infncia e que nos faz
sentir amada. H minha av como sinto sua falta neste momento de felicidade, mas, sei que
est comigo de alguma forma, sei que estais comigo. No me permitirei neste momento ficar
triste por sentir tua falta, pois sei que desejaria que fizesse exatamente ao contrrio. Ento
celebrarei, comemorarei e serei feliz como fostes. Pois este o encanto da vida, SER FELIZ!
Sempre te AMAREI e estars comigo.
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Aos meus familiares
Em especial:
As minhas irmsIzaura, Cilene, Clia, Cludia ePaula.Aos meus padrinhosAntnio
e Tereza de Oliveira. As minhas tias-avs Antnia e Judith. Aos meus cunhados Joo
Everton, Joo Batista, Joaquim, Jos Luis e Gerson. Aos meus sobrinhos Camila, Joo
Felipe, Carolina, Juliana,Fernando eArthur Lus.
Seis irms, nossa que confuso! Que irms no brigam e se amam com a mesma
intensidade. Como sou feliz por t-las perto sempre torcendo por mim e como sou feliz por
v-las felizes. Apesar dos desencontros da vida como diria Carlos Drumond Andrade O
presente to grande no nos afastemos. No nos afastemos muito, estejamos sempre de
mos dadas. Amo vocs.
Ano de 2000, que etapa difcil e vocs meus padrinhos, no momento que mais precisei
me estenderam a mo. Obrigada pelo amor, incentivo, carinho e torcida. Todo
agradecimento do mundo ainda seria pouco. Amo vocs.
O segundo amor da minha vida, meus sobrinhos. Como fico feliz em t-los em minha
vida. Em v-los sorrindo, brincando, crescendo saudveis e com um futuro brilhante pela
frente. Amo, amo vocs.
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A minha orientadora Dra. Veridiana Vizoni Scudeller e ao meu co-orientador Dr. zio
Sargentini Jnior.
A arte de ensinar sublime
um conjunto de palavras, sentimentos e atitudes. Capaz de engrandecer o que
parece a princpio frgil e simples, em algo grandioso e belo, que o ato de ensinar,
sobretudo de ser MESTRE. Aquele que houve que aconselha, incentiva e mesmo sem conhec-
lo muito bem acredita em voc e aceita o desafio de te orientar. Poucas foram s escolhas
erradas em minha vida, e com muito orgulho vejo que mais uma vez acertei ao lhe convidar
para ser minha orientadora. Obrigada por ter aceitado e por ter sido to companheira e
paciente comigo. Certa vez lhe disse que admirava a sua pacincia. Hoje com a vivncia de
orientadora e orientada que dividimos ao longo desses dois anos, admiro tambm a sua
capacidade, inteligncia e fora. Obrigada por tudo MESTRA.
... em quanto descansa carrega pedras. Como ouvi esta frase de voc e pensava ...
ao descansar tenho que carregar pedras. Quanta responsabilidade. Como fazer para no
decepcion-lo? Trabalhar! Esse seria o segredo e a forma de retribuir a confiana e a
oportunidade. O senhor me mostrou a ser perseverante e confiante. Obrigada pela confiana,
respeito e amizade. Pelos inmeros conselhos. Pelo tempo disposto at mesmo em suas horas
de folga. Pela porta aberta de sua casa e pelos belos momentos compartilhados. Serei sempre
grata por tudo MESTRE. Obrigada!
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Aos Mestres:
Sandra Zanotto, Wilson Castro, Luis Antnio, Cludio Rui, Patrcia, Srgio, Aldo
Procpio, Helena Camaro, Prof. Alberto Marques, Prof. Luiz Lozano.
Em especial:
Prof. Dra. Ormezinda
Que na sua simplicidade mostrou o seu profissionalismo. Mesmo no tendo o tempo
ao nosso favor aceitou este desfio e o desempenhou com muita competncia. Hoje sei o
porqu as pessoas se dirigem a voc de uma forma carinhosa, onde tudo que ouvi ao seu
respeito a mais pura verdade. Voc realmente uma pessoa maravilhosa. Obrigada
meme pela grande colaborao nesta pesquisa e por tudo que fizeste por mim. Foi um
enorme prazer trabalhar com voc.
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Aos colaboradores:
Sr. Adonisio e Sr.Francisco.
Ao programa de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e
Tecnolgico- CNPQ.
Aos moradores do Tup, especialmente ao Sr. Adonisio e o Sr. Francisco, que muito
nos ajudaram na coleta do material botnico. Obrigada!
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico- CNPQ, por
proporcionar os meios para a realizao desta pesquisa. Obrigada!
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"Compartilhe seu conhecimento. uma
das maneiras de atingir a imortalidade."
(Dalai-Lama)
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SUMRIO
1 INTRODUO 24
2 OBJETIVOS 26
2.1GERAL 26
2.2ESPECFICOS 26
3 REVISO DA LITERATURA 27
3.1 BURITI 27
3.1.1 Classificao Botnica
3.1.2 Morfologia
3.1.3 Distribuio geogrfica
3.1.4 Composio centesimal da polpa do Buriti
3.1.5 Caractersticas Gerais deMauritia flexuosa L.
3.1.6 leo de Buriti
3.2 EXTRAO DE LEOS
3.2.1 Extrao artesanal
3.2.2 Extrao Mecnica
3.2.2.1 Prensas Hidrulicas
3.2.2.2 Prensas Contnuas
3.3.3 Extrao por Solvente
3.3 LEOS VEGETAIS
27
27
28
29
29
30
31
32
32
33
34
35
37
3.3.1 Componentes majoritrios dos leos vegetais
3.3.1.1 cidos graxos
3.3.1.2 Acilgliceris
39
38
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3.3.2 Componentes minoritrios dos leos vegetais
3.3.2.1 Tocoferis3.3.2.2 Carotenides
3.4 PROPRIEDADES FSICO-QUMICAS
3.4.1 ndice de Acidez
3.4.2 ndice Saponificao
3.4.3 ndice Perxido3.4.4 ndice de Refrao
41
41
42
44
45
45
45
46
3.5 MICRORGANISMOS E ANTIMICROBIANOS
3.5.1 Microrganismos
3.5.1.1 Bactrias
3.5.1.2 Fungos
3.5.2 Antimicrobiano
3.5.2.1 Mecanismo de Ao
3.5.2.1.1 Antibiticos
3.5.2.1.2 Antifngicos
3.6 MTODOS DE ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
3.6.1 Mtodo de Difuso em gar
3.6.2 Mtodo de Diluio em Caldo
3.7 FATORES QUE INTERFEREM NOS MTODOS
4METODOLOGIA
4.1 REA DE ESTUDO
46
47
47
51
53
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53
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57
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61
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4.2 COLETA DO MATERIAL BOTNICO
4.3 PROCESSO DE HIGIENIZAO4.4 PROCESSAMENTO DA POLPA DE BURITI
4.5 MTODOS DE EXTRAO DO LEO DEMauritia flexuosaL.f.
4.5.1 Extrao Artesanal
4.5.2 Extrao por Prensagem Hidrulica
61
6264
65
66
67
4.5.3 Extrao por Solvente
4.6 AVALIAO DOS CONSTITUINTES DA POLPA
4.7 CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DOS LEOS DE BURITI
4.7.1 ndice de acidez
4.7.2 ndice de refrao
4.7.3 ndice de perxido
4.7.4 ndice de saponificao
4.8 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DOS LEOS DE BURITI
4.8.1 Difuso em placas
4.8.2 Diluio em Caldo (Microdiluio)
5. RESULTADOS E DISCUSSES
5.1 COLETA E SEPARAO DOS FRUTOS DE BURITI
5.2 AVALIAO DOS CONSTITUINTES DA POLPA
5.3 EXTRAO E RENDIMENTO DOS LEOS DE BURITI
5.4 CARACTERIZAO FSICO-QUMICA DOS LEOS DE BURITI
68
71
71
72
72
73
73
74
75
77
80
80
81
82
84
5.5 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
6. CONCLUSO
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7. REFERENCIAL BIBLOGRFICO 96
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LISTA DE FIGURAS
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Figura 01- Figura do buriti 28
Figura 02- Estrutura qumica dos principais Triacilgliceris 37
Figura 03- Estrutura do -caroteno. 43Figura 04- Estrutura do retinol. 42
Figura 05- Mecanismo de ao dos antibiticos 54
Figura 06- Mecanismo de ao dos antifngicos de 1a gerao 57
Figura 07- Limites e localizao das comunidades existentes na RDS Tup e no
seu entorno 61
Figura 08- Etapas da coleta do buriti na Comunidade do Julio, localizada naReserva do Tup
62
Figura 09- Exsicata deMauritia flexuosa L.f. 63
Figura 10- Processo de extrao do leo da polpa mida do fruto de buriti pelo
mtodo artesanal (A) 67
Figura 11- Etapas do processo de extrao do leo da polpa seca do fruto de buriti
por prensagem hidrulica68
Figura 12- Processo de extrao do leo de buriti por solvente hexano utilizando o
aparelho extrator Soxhlet 69
Figura 13- Fluxograma da higienizao, despolpamento e extrao do leo da
polpa dos frutos do buriti
Figura 14- Desenho esquemtico da placa de Petry
70
76
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Figura 15- Esquema da tcnica de difuso em placa das amostras A, B e C, do leo
de buriti77
Figura 16- Etapas da atividade antimicrobiana da metodologia de microdiluio 79
Figura 17- Determinao do percentual, em massa, dos constituintes da polpa dos
frutos de buriti. 92
Figura 18-Teste de difuso em caldo por microdiluio 91
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LISTA DE TABELAS
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Tabela 01- Concentrao de carotenides encontrados no leo do fruto de buriti . 30
Tabela 02 - leos vegetais por classificao em termos dos principais cidos graxos 38
Tabela 03- Composio em cidos graxos de alguns leos vegetais 40
Tabela 04- Teor de carotenides do fruto de Buriti.
Tabela 05- Valores das mdias e desvio padro, em massa, dos frutos de buriti e suas
partes constituintes
44
80
Tabela 06- Mdias, desvio padro e percentual, em massa, das polpas secas, tortas e
leos obtidos durante as duas coletas. 83
Tabela 09- Atividade antimicrobiana (halos de inibio= mm) dos leos puros e
diludos da polpa do fruto de buriti 89
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LISTA DE QUADROS
Pg
Quadro 01- Composio centesimal obtida da polpa do fruto do buriti 29
Quadro 02- Perfil de cidos graxos de alguns frutos oleaginosos 31
Quadro 03- Anlises fsico-qumicas do leo da polpa de buriti 85
Quadro 04- Comparao das propriedades fsico-qumicas dos leos da polpa dos
frutos de buriti com os leos de canola, amendoim e oliva 87
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RESUMO
A valorizao econmica de alguns leos vegetais extrados de frutos passa pelo
melhoramento tecnolgico de uma cadeia produtiva que envolve: o cultivo, a extrao dos
leos e a caracterizao de suas propriedades que favoream aos interesses das indstrias que
trabalham com estes produtos. O buriti (Mauritia flexuosa L.f.) uma palmeira cujo fruto
uma fonte de alimento rico em vitamina A, B e C, ainda fornece clcio, ferro e protenas. O
leo extrado da fruta rico em caroteno e tem valor medicinal. Em razo de suaspropriedades e dos seus constituintes qumicos props-se nesse estudo extrair por trs
mtodos, artesanal, prensagem e solvente, o leo de buriti, caracterizando-os atravs das
propriedades fsico-qumicas e realizando testes antimicrobianos. A atividade antimicrobiana
dos leos foi avaliada atravs dos testes de difuso em placa e em caldo, frente s cepas de
referncia da coleo da Fiocruz Staphylococcus aureus CBAM 324, Pseudomonas
aeruginosa CBAM 232, Escherichia coli CBAM 02, Klebsiella pneumoniae CBAM 382 e
Cndida albicans CFAM 1285. Quanto eficincia da extrao do leo, a prensagemhidrulica, por no utilizar energia e solventes, ter um tempo de extrao menor, e por ser
mais econmica, foi bastante satisfatria apresentando um rendimento muito prximo ao
apresentado pelo mtodo por solvente e bem superior ao processo artesanal. Independente da
metodologia adotada observou-se que no houve alteraes nos parmetros fsico-qumicos
dos leos, legitimando a boa qualidade dos mesmos. A atividade antimicrobiana mostrou um
resultado positivo pelo mtodo de microdiluio para Staphylococcus aureus epor difuso em
placa com leos diludos para Pseudomonas aeruginosa. Desta forma o uso por prensagemhidrulica torna-se uma fonte de renda a mais, para os moradores das comunidades rurais que
fazem a extrao de leos, considerando-se a possibilidade da utilizao deste leo pela
indstria farmacutica e cosmtica em formulaes anti-spticas.
Palavras-chaves: buriti, extrao, leo, atividade antimicrobial, Tup.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vitaminahttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lciohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADnahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93leohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Carotenohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Carotenohttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93leohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADnahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lciohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vitamina -
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ABSTRACTS
The economical valorization of some extracted vegetable oils of fruits raisin for
the technological improvement of a productive chain that it involves: the cultivation,
the extraction of the oils and the characterization of their properties that favor to the
interests of the industries that work with these products. The buriti (Mauritia flexuosa
L.f.) it is a palm tree whose fruit is a source of rich food in vitamin THE, B and C, it
still supplies calcium, iron and proteins. The extracted oil of the fruit is rich in
carotene and he/she has medicinal value. In reason of their properties and of their
chemical representatives he/she intended in that study to extract for three methods,
craft, prensagem and solvent, the buriti oil, characterizing them through the
physiochemical properties and accomplishing tests antimicrobianos. The activity
antimicrobiana of the oils was evaluated through the diffusion tests in plate and in
broth, front to the stumps of reference of the collection of Fiocruz Staphylococcus
aureus CBAM 324, Pseudomonas aeruginosa CBAM 232, Escherichia coli CBAM
02, Klebsiella pneumoniae CBAM 382 and Cndida albicans CFAM 1285. As for the
efficiency of the extraction of the oil, the hydraulic prensagem, for not using energy
and solvents, to have a time of smaller extraction, and for being more economical, it
was quite satisfactory presenting a very close income to the presented by the method
by solvent and very superior to the craft process. Independent of the adopted
methodology it was observed that there were not alterations in the physiochemical
parameters of the oils, legitimating the good quality of the same ones. The activity
antimicrobiana showed a positive result for the microdiluio method for
Staphylococcus aureus and for diffusion in plate with oils diluted for Pseudomonas
aeruginosa. This way the use for hydraulic prensagem becomes a source of income
the plus, for the rural communities' residents that you/they make the extraction of oils,
being considered the possibility of the use of this oil for the pharmaceutical and
cosmetic industry in antiseptic formulations.
Word-key: buriti, extraction, oil, activity antimicrobial, Tup.
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1 INTRODUO
A valorizao econmica de alguns leos vegetais extrados de frutos passa pelo
melhoramento tecnolgico de uma cadeia produtiva que envolve: o cultivo, a extrao dos
leos e a caracterizao de suas propriedades que favoream aos interesses das indstrias que
trabalham com estes produtos (REMDIOS et al., 2006).
Os pases com maior produo do leo de palma so: a Malsia e a Indonsia, sendo o
primeiro responsvel por quase 54% da produo mundial. Na Amrica Latina o maior
produtor a Colmbia, seguida por Equador e pelo Brasil. A produo brasileira representa
apenas 5% da produo de leo, apesar de haver no Brasil uma grande rea geogrfica com
condies climticas favorveis ao cultivo (SUFRAMA, 2006; NUNES, 2005).
Uma alternativa promissora para o aumento na produo brasileira de leo vegetal
encontra-se no buritizeiro, que uma palmeira oleaginosa nativa, oriunda de Trinidad e
Tobago, Venezuela e Brasil, especialmente distribudo em maior proporo na regio
Amaznica (DURES et al., 2006).
O fruto do buriti rico em vitamina A, B, C, E, protenas e minerais como clcio e
ferro. Consumido tradicionalmente ao natural, o fruto tambm pode ser transformado em
doces, sucos, picols, licores, sobremesas de paladares peculiares e na alimentao de animais
(ALMEIDA et al., 1998; BARBOSA et al., 2010).
Alm disto, o leo extrado do fruto tem propriedades medicinais como vermfugo,
cicatrizante e energtico natural. Tambm utilizado para amaciar e envernizar couro, dar
cor, aroma e qualidade a diversos produtos de beleza, como cremes, xampus, filtro solar e
sabonetes (SILVA, 2002).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trinidad_e_Tobagohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Trinidad_e_Tobagohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Venezuelahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vitaminahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADnahttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lciohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Docehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sucohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Picol%C3%A9http://pt.wikipedia.org/wiki/Licorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sobremesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93leohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Verm%C3%ADfugohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cremehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Xampuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Filtrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Solarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sabonetehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sabonetehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Solarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Filtrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Xampuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cremehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Verm%C3%ADfugohttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93leohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sobremesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Licorhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Picol%C3%A9http://pt.wikipedia.org/wiki/Sucohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Docehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Ferrohttp://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lciohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADnahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vitaminahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Venezuelahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Trinidad_e_Tobagohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Trinidad_e_Tobago -
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No entanto, a obteno do leo vegetal bruto ainda feita por meio de mtodos fsicos
e qumicos usando-se um solvente como extrator ou prensagem hidrulica (GONALVES et
al., 2002).
A secagem da polpa uma prtica usual que facilita o processo no que diz respeito ao
contato entre o solvente e o soluto (leo) a ser extrado, resultando em maiores rendimentos
(TANGO et al., 2004). Neste processo, a temperatura um dos fatores mais importantes,
podendo afetar as propriedades fsico-qumicas do leo, levar rancificao de gorduras e
alterar pigmentos, tais como os carotenides, quando submetidos a altas temperaturas (BIAGI
et al., 1992; NOGUEIRA, 1992).
A avaliao destes leos vegetais nativos das diversas regies brasileiras, que
normalmente no so utilizados na alimentao humana, mostra-se to relevante quanto aos
estudos que vem sendo realizados para obteno de biodiesel (LUZ Jr. et al., 2010).
Desta forma o presente estudo se props a avaliar atravs de trs mtodos de extrao,
artesanal, prensagem hidrulica e solvente, o rendimento destas metodologias, caractersticas
fsico-qumicas e atividade antibacteriana do leo da polpa dos frutos de buriti a ser aplicado
na Reserva de Desenvolvimento Sustentvel (RDS) do Tup. Possibilitando o uso sustentvel
da utilizao de produtos florestais no-madeireiros e o aproveitamento alternativo desse
recurso natural mantendo a floresta viva, alm de promover a agregao de valor, a
conservao e reproduo de espcies florestais at ento no utilizadas ou aproveitadas de
forma predatria.
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2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Comparar trs mtodos de extrao do leo de buriti (Mauritia flexuosa L.f. -
Arecaceae) quanto ao rendimento e avaliar as propriedades fsico-qumicas e ao
antimicrobiana, para o uso sustentvel na Reserva de Desenvolvimento Sustentvel Tup.
2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS
Armazenar a polpa em
duas temperaturas diferentes a 2-8C e -20C; Extrair o leo da polpa do
fruto de buriti utilizando trs mtodos de extrao: artesanal, prensagem
hidrulica e solvente;
Avaliar o rendimento da
extrao do leo de buriti a partir dos trs mtodos;
Verificar as propriedades fsico-qumicas dos leos;
Avaliar a atividade antimicrobiana do leo deMauritia flexuosa L.f.
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3 REVISO DE LITERATURA
3.1 BURITI
3.1.1 Classificao Botnica
Classe: Equisetopsida C. Agardh
Subclasse: Magnoliidae Novk ex Takht
Ordem: Arecales Bromhead
Famlia: Arecaceae Bercht
Gnero:Mauritia L. f.
Mauritia flexuosa L. f. inSupplementum Plantarum 454. 1781[1782]. Reino: Plantae
Nomes comuns: buriti, buritti-do-brejo, buritizeiro, muriti, palmeira-dos-brejos,
carand-guau.
Sinnimos: M. vinifera Mart., M. minor Bur., M. sphaerocarpa Bur., M. setigera
Griseb.
3.1.2 Morfologia
Palmeira monocaule, pantas masculinas e femininas separadas (diica), com at 30 m
de altura, estipe (caule) liso medindo no mximo 50 cm de dimetro, coroa foliar com
presena de folhas verdes e senescentes, tipo costapalmadas, bainha aberta, tamanho da folha
at 6,0 m de comprimento e 250 segmentos (fololos). Inflorescncia diica interfoliar com
rquilas pendentes, frutos elipside-oblongos, epicarpo (casca) coberto por escamas crneas,
http://www.tropicos.org/Name/43000109http://www.tropicos.org/Name/43000013http://www.tropicos.org/Name/43000090http://www.tropicos.org/Name/42000339http://www.tropicos.org/Name/40015082http://www.tropicos.org/Name/40015082http://www.tropicos.org/Name/40015082http://www.tropicos.org/Name/40015082http://www.tropicos.org/Name/42000339http://www.tropicos.org/Name/43000090http://www.tropicos.org/Name/43000013http://www.tropicos.org/Name/43000109 -
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mesocarpo (polpa) carnoso, endocarpo (tegumento) fino, medindo 6,24 x 3,89 cm de
dimetro, de colorao marrom-avermelhada na maturidade. Cada fruto possui uma semente
com endosperma homogneo e duro. Plntulas com folhas palmadas (Figura 01). (MIRANDA
& RABELO, 2008)
Figura 01- a) Aspecto geral de uma palmeira do buriti; b) inflorescncia em plantas masculinas; c) floresmasculinas; d) folha jovem tipo costapalmada; e) fruto maduro inteiro e seccionado com suas partes (Epicarpo,Mesocarpo, Endocarpo e Endosperma).FONTE: Ceclia Carvalho
3.1.3 Distribuio geogrfica
No Brasil ocorre no Par, Amazonas, Tocantins, Maranho, Piau, Cear, Bahia, Gois
e So Paulo. Palmeira predominante em solos arenosos encharcados de florestas abertas
(savanas), florestas inundadas periodicamente de igaps, nos diversos igaraps no interior da
floresta de terra firme e alguns remanescentes da floresta natural nos centros urbanos
(MIRANDA & RABELO, 2008).
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muito comum tambm encontrarmos essa palmeira ao longo das margens de
rodovias espalhadas por toda a regio Amaznica. O buriti possui grande mecanismo de
disperso por meio principalmente da gua, ocasionando, nesses ecossistemas, extensas
populaes de buritizais (MIRANDA & RABELO, 2008).
3.1.4 Composio centesimal da polpa do buriti
Segundo Ribeiro (2008), a composio centesimal da polpa do fruto de buriti
descrita no Quadro 01, em termos percentuais, comparando vrias referncias (g/100 g de
polpa). tambm verificado um teor significativo de vitamina C (cido ascrbico), entre 19,8
e 26 mg, e de clcio, entre 113 e 156 mg por 100 g de polpa de buriti, alm do altssimo teor
de vitamina A derivado das concentraes presentes de -caroteno.
Quadro 01- Composio centesimal obtida da polpa do fruto do buriti, segundo Ribeiro, 2008.
FONTE: Ribeiro, 2008
3.1.5 Caractersticas Gerais deMauritia flexuosa L. f.
O buriti (Mauritia flexuosa L.) uma das palmeiras presentes em maior proporo na
regio Amaznica do Brasil, que fornece materiais para uma variedade de aplicaes, como
frutos para produzir licores, vinhos e at razes para uso medicinal (DURES et al., 2006).
ComponentesMariath etal(1989)
Tavares et al(2009)
Santos(2005)
Manhes(2007)
gua 64,2 67,2 49,77 62,93Protena 1,8 1,5 2,82 2,1Lipdios 8,1 3,8 19,8 13,85
Carboidratos 25,2 26,1 26,76 20,18
Cinzas 0,7 1,4 0,85 0,94
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Da polpa do fruto, obtm-se matria-prima para preparao de sorvetes, sucos
concentrados e doces; extrai-se tambm um leo com caractersticas organolpticas de sabor e
aroma agradveis com grande quantidade de -caroteno (SILVA, 2002).
Esse leo tem ainda um variado nmero de aplicaes nas indstrias de cosmticos e
de produtos alimentcios. Na medicina caseira, o leo da polpa do buriti utilizado contra
queimaduras, provocando alvio imediato e cicatrizao rpida (MIRANDA & RABELO,
2008).
3.1.6 leo de Buriti
O leo extrado da polpa do fruto de buriti de grande interesse, devido suas
propriedades fsicas e qumicas, revela uma alta concentrao de tocoferis e carotenides
(FRANA, et al., 1999). Dentre os carotenides, -caroteno o que se encontra em maior
quantidade (Tabela 01), sendo responsvel pela cor alaranjada do leo (DURES et al.,
2006).
Tabela 01- Concentrao de carotenides encontrados no leo do fruto de buriti.
Carotenide Concentrao (ppm)
Fitoflueno 150 8
-caroteno 61 7
13 cis--caroteno 359 27
trans--caroteno 672 10
9-cis--caroteno 150 18
- caroteno 39 3
-zeacaroteno 38 1
- caroteno 11 1
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FONTE: Dures, 2006
O leo do buriti possui ainda na sua composio qumica alta concentrao de cido
olico estando este na maioria das vezes sob a forma de triglicerdeos (DURES et al., 2006;
ALBUQUERQUE et al., 2005). Apresenta um alto teor de cidos graxos insaturados, muito
semelhantes ao azeite de oliva (Olea europaea) e leo de abacate (Persea americana)
(Quadro 02) (SILVA, 2002).
Quadro 02- Perfil de cidos graxos de alguns frutos oleaginosos.% cidos graxos Buriti Tucum Oliva Abacate Dend
12:0 Lurico ---------- ---------- ----------- --------- 0,1-1,0
14:0 Mirstico 0,1 --------- 0,67 0,02-0,13 0,9-1,5
16:0 Palmtico 17,3-19,3 13,86 10-11,7 19,8-22,7 41,8-46,8
18:0 Esterico 1,86-2,0 9,80 2,15 0,5-1,0 4,2-5,1
20:0 Araqudico ---------- 0,82 0,48 ---------- 0,2-0,7
16:1 Palmitoleico ---------- 0,17 1,45 3,9-5,6 0,1-0,3
18:1 Oleico 73,3-78,7 46,81 73,8-78 60-71 37,3-40,8
18:2 Linoleico 2,4-3,9 26,13 7-9,8 7,1-15,3 9,1-11
18:3 Linolnico 2,17-2,2 0,93 ---------- 0,37-1,03 0-0,6
Mutacromo 45 1
-10-apo-caroteno 70 3
Zeaxantina 13 1
Carotenides totais 98 4
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FONTE: Silva, 2002
3.2 EXTRAES DE LEOS
Muitas frutas e sementes contm componentes de alto valor compondo a estrutura de
suas clulas, por exemplo, coco, soja, semente de girassol, oliva, que produzem leos e
gorduras. A extrao de leos vegetais pode ser atravs de diferentes processos de extrao
como: artesanal (fervura), prensagem hidrulica mecnica (hidrulica e contnua), por
solvente e outros. Antes da extrao necessrio o preparo da amostra, que inclui
descascamento, limpeza, secagem, desintegrao, floculao e condicionamento ou
aquecimento. Estas operaes dependem do tipo e da qualidade da matria-prima
(BRENNAN et al., 1990; TANDY, 1991).
3.2.1 Extrao Artesanal
De uma forma geral na extrao artesanal a polpa do fruto submetida a um
cozimento intensivo com gua, separando o leo sobrenadante. Em seguida, o leo seco em
fogo baixo, utilizando um recipiente metlico (panela de alumnio) ou separado por
centrifugao at perda da opacidade devido umidade. O leo obtido filtrado em papel de
filtro de uso caseiro (DEUS, 2008).
3.2.2 Extrao Mecnica
A extrao mecnica a operao de separao de lquidos de slidos pela aplicao
de foras de compresso, e geralmente usada nas indstrias de alimentos e bebidas.
Normalmente so necessrios pr-tratamentos de despolpamento, reduo de tamanho e
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aquecimento antes da separao do lquido para aumentar o rendimento (BRENNAN et al.,
1990).
A principal finalidade desta operao a mxima separao de leo, o que significa
mnima matria graxa no resduo e perdas mnimas posteriores na purificao (RITTNER,
1996).
O lquido extrado o produto de maior valor, no entanto, em alguns casos, o resduo
slido da operao relevante para o uso em alimentao animal ou para a obteno de
protena, que pode ser utilizada como suplemento nutritivo na alimentao humana (ex.:
protena da soja). de extrema importncia que se evite a desnaturao das protenas e a
presena de solventes no resduo slido, sendo a prensagem hidrulica uma alternativa
adequada neste caso (ORDEZ et al., 2005).
Para isto so utilizados equipamentos desde os rudimentares at instalaes
industriais. Nestas so conhecidos (RITTNER, 1996):
a) prensas hidrulicas, mais utilizadas em instalaes menores que no justificam a
prensagem hidrulica contnua;
b) prensas contnuas tipo expeller, que possuem maior capacidade, requerem menor
investimento e menor mo-de-obra.
3.2.2.1 Prensas Hidrulicas
So equipamentos constitudo por um pisto, acionado hidraulicamente, que comprime
o material contido em um cesto provido de um orifcio de sada para o lquido prensado, em
ciclos de tempo e presses definidas Variam quanto operao (manual ou motorizada);
quanto ao movimento dos pistes (ascendente ou descendente); quanto ao dimetro e
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comprimento dos cestos; quanto proporo entre dimetro do cesto e curso do pisto; quanto
automatizao de ciclos de operao (RITTNER, 1996).
A eficincia das prensas manuais influenciada diretamente pelo pr-tratamento a que
a matria-prima submetida, j que nesse tipo de instalao a operao de esterilizao
(aquecimento) realizada a presso atmosfrica e a desintegrao mecnica, sem
aquecimento. As prensas automticas so muito mais eficientes e de maior capacidade
(RITTNER, 1995).
A prensagem hidrulica um mtodo que, por no utilizar solvente ou algum tipo de
gs, obtm-se um produto com suas propriedades naturais preservadas. No entanto,
normalmente realizada em combinao com a extrao por solvente, pela sua menor
eficincia na retirada de leo, a menos que seja aplicada alta presso, o que reduziria o
contedo de leo residual na torta a at 5%, dispensando o subseqente uso do solvente
(MORETTO & FETT, 1998).
3.2.2.2 Prensas contnuas
A prensa de parafusos, ou expeller um tipo de prensa contnua em que polpa do fruto
ou sementes alimenta um cilindro de paredes espessas contendo um parafuso rotativo polido
de tamanho decrescente (BRENNAN et al., 1990).
O material colocado entre o parafuso e o interior do cilindro passa atravs dele com
uma taxa de fluxo que reduz gradualmente, realizando uma fora compressora. As paredes do
cilindro contm finas perfuraes ou fendas cobertas por telas ajustveis, atravs das quais o
lquido drenado da torta. Esta sai da unidade por uma porta de descarga. O consumo de
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energia alto e dissipado na frico e pode aumentar consideravelmente a temperatura do
produto (BRENNAN et al., 1990).
O risco de degradao trmica em materiais termossensveis pode ser reduzido por
parafusos resfriados por gua. A intensidade da compresso pode ser regulada ajustando-se a
porta de descarga e variando a velocidade de rotao do parafuso. Consegue boa separao
com produo de at 8500 kg/h (200 t/dia), com a torta contendo de 4 a 5% de lquido
residual (BRENNAN et al., 1990).
Com certos frutos pode haver problemas com a passagem de partculas finas com o
lquido, sendo necessria a clarificao por centrifugao ou filtrao (BRENNAN et al.,
1990).
A prensagem um mtodo que, por no utilizar solvente ou algum tipo de gs, obtm-
se um produto com suas propriedades naturais preservadas. No entanto, normalmente
realizada em combinao com a extrao por solvente, pela sua menor eficincia na retirada
de leo, a menos que seja aplicada alta presso, o que reduziria o contedo de leo residual na
torta a at 5%, dispensando o subseqente uso do solvente (MORETTO ; FETT, 1998).
3.2.3 Extrao por Solvente
Uma das primeiras aplicaes da extrao por solvente foi a separao de misturas
orgnicas em grupos de compostos de caractersticas qumicas similares, como na remoo ou
produo de substncias aromticas. Posteriormente este mtodo foi aplicado tambm para a
produo de frmacos e em processos ambientais, constituindo uma etapa durante a qual uma
fase orgnica est em contato com uma fase aquosa ou outra fase orgnica imiscvel
(WENNERSTEN, 1992).
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A separao de compostos de produtos naturais pode ser conseguida pela transferncia
destes de uma fase para outra (slido-lquido, lquido-lquido) dentro de um processo
industrial. A extrao por solvente utiliza as diferenas em interaes intermoleculares na fase
lquida (WENNERSTEN, 1992).
No processamento industrial, muitos produtos so separados de sua estrutura natural
original por extrao slido-lquido, como por exemplo, na produo de leos vegetais,
utilizando solventes orgnicos, tais como hexano, acetona e ter. Na extrao por solvente,
duas fases esto em contato ntimo e o(s) soluto(s) pode(m) se difundir do slido para a fase
lquida, resultando na separao dos componentes contidos originalmente no slido
(GEANKOPLIS, 2003).
O material a ser submetido extrao previamente triturado e laminado a fim de
facilitar a penetrao do solvente, uma vez que, deste modo, alm de estar contido no interior
das clulas (sendo removido por difuso), tambm estar em forma de uma camada em volta
das partculas do material, sendo removido por simples dissoluo (MORETTO & FETT,
1998).
Isto significa que o processo constitui-se em duas etapas: uma primeira, rpida e fcil,
de dissoluo, e outra mais demorada, de difuso, e por isso, considerada a etapa limitante.
Como resultado, tem-se uma extrao com velocidade elevada no incio e em seguida,
decrescente, no se atingindo uma remoo completa, na prtica (MORETTO & FETT,
1998).
A extrao por solvente uma operao de transferncia de massa amplamente
utilizada na indstria de alimentos para retirar o leo de sementes/e ou polpas oleaginosas.
Aps terem seu tamanho reduzido, estas sementes so colocadas em contato com o solvente,
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de maneira que ocorra a transferncia do leo da fase slida para a fase lquida (PERRY &
CHILTON, 1986).
O sistema de extrao pode ser em leito fixo ou mvel, o ltimo sendo o mais
empregado para produo de leos vegetais de sementes oleaginosas, tais como algodo,
amendoim e soja. As sementes so submetidas pr-tratamentos, como descascamento, s
vezes cozimento, parcial desidratao e moagem. Por isto o extrato resultante, composto de
soluto e solvente, pode conter algumas partculas slidas finamente divididas, que podem ser
retiradas por filtrao ou centrifugao. Para a remoo do solvente necessria a operao
adicional de evaporao (GEANKOPLIS, 2003).
Na operao de prensagem hidrulica, mesmo que realizada em dois estgios, a torta
apresenta ainda cerca de 5-6% de leo residual. Pela extrao de leo desta torta por solvente
consegue-se reduzir esta quantidade para menos de 1%. Na extrao por solvente com pr-
prensagem hidrulica, portanto, a prensa operada para gerar uma torta com 15-18% de leo,
e o restante, extrado por solvente. As partculas tm seu tamanho novamente reduzido antes
de serem levadas ao extrator por solvente. O resduo modo e comercializado para
alimentao animal (TANDY, 1991).
3.3 LEOS VEGETAIS
Consistem principalmente de acilgliceris, isto , steres de glicerol e cidos graxos.
leos vegetais comestveis so compostos principalmente por triacilgliceris, formados por
uma molcula de glicerol com trs cidos graxos esterificados (Figura 02) (HUI, 1996).
Na maioria das vezes so lquidos temperatura ambiente, devido presena de
cidos graxos insaturados (WATKINS et al., 1996). Em geral, acilgliceris e fosfolipdios so
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os principais compostos lipdicos na natureza. Entretanto, os lipdeos normalmente contm
pequenas quantidades de vrios componentes minoritrios, muitos dos quais tm impacto
significativo sobre suas propriedades fsicas e qumicas (HUI, 1996).
Figura 02- Estrutura qumica dos principais Triacilgliceris.
FONTE: Hui, 1996
Por isso, os leos vegetais so classificados segundo a composio em termo dos
principais cidos graxos, como mostra a Tabela 02. Os trs principais cidos graxos presentes
no reino vegetal so o palmtico, o olico e o linolico, acompanhados algumas vezes do
cido esterico e linolnico (GUNSTONE, 2005)
Atualmente, a procura por leos mais ricos em cidos graxos insaturados tem
aumentado, em detrimento s gorduras saturadas. Embora seja conveniente classificar os
leos por sua composio em cidos graxos, importante lembrar que este no o nico
indicador de seu valor nutricional e estabilidade oxidativa, sendo importantes tambm os
componentes minoritrios do leo bruto e os compostos remanescentes aps o refino
(GUNSTONE, 2005).
Tabela 02- leos vegetais por classificao em termos dos principais cidos graxos
cidos leos Vegetais
Lurico coco e palmaPalmtico palma e algodo
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FONTE: Gunstone, 2005
Dentre os compostos nutricionais, destacam-se os cidos graxos essenciais e as
vitaminas lipossolveis, como A, D, E e K (KITTS, 1996). Inevitavelmente, a etapa de
extrao promove a formao e/ou remove da polpa/semente oleaginosas, compostos
indesejveis como cidos graxos livres, hidrocarbonetos, metais pesados, glicolipdios,
fragmentos de protenas, resinas e mucilagens. As etapas de refino tm o objetivo de remover
estes compostos, com o menor dano possvel aos triacilgliceris e menor perda dos compostos
nutricionais (DE GREYT & KELLENS, 2005).
leos e gorduras so misturas complexas de cidos graxos, steres de cidos graxos,
mono-, di- e triglicerdeos e componentes minoritrios, tais como vitaminas, esteris,
fosfolipdeos, pigmentos e hidrocarbonetos. Os componentes lipdicos minoritrios
constituem a frao insaponificvel, que determinada por mtodos baseados na extrao do
resduo de saponificao de leos e gorduras (GL-STNDAG & TEMELLI, 2004).
3.3.1 Componentes majoritrios dos leos vegetais
3.3.1.1 cidos graxos
Os cidos graxos so os blocos construtores de vrias classes de lipdeos, incluindo
acilgliceris, fosfogliceris, glicolipdios, esteris e algumas ceras. Todos os cidos graxos
Olico/Linolico girassol, gergelim, algodo, canola, soja
Alto teor de Olico oliva, girassol, canola, soja
Linolnico linhaa, canola, soja
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consistem em uma cadeia hidrocarbnica e um grupo terminal carboxlico. Eles variam no
comprimento da cadeia e no nmero, posio e configurao de suas duplas ligaes (HUI,
1996).
Os cidos graxos so cidos carboxlicos, geralmente monocarboxlicos, que podem
ser representados pela forma RCOOH. Na maioria das vezes, o grupamento R uma cadeia
carbnica longa, no ramificada, com nmero par de tomos de carbono, podendo ser
saturada ou conter uma ou mais insaturaes. O grupo carboxila constitui a regio polar e a
cadeia R, a regio apolar da molcula (GRAZIOLA et al.,2002).
Os cidos graxos mais freqentes possuem de 4 a 22 carbonos, sendo os mais comuns
aqueles com 16 e 18 carbonos, dentre eles os saturados palmtico (C16: 0) e esterico (C18:0),
e os insaturados olico (C18:1), linolico (C18:2) e linolnico (C18:3) (SCRIMGEOUR,
2005).
Para efeito de comparao, a Tabela 03 apresenta os teores de cidos graxos
monoinsaturados, poliinsaturados e saturados de alguns leos vegetais. Pode-se observar que
o leo de buriti apresenta teor de cidos graxos monoinsaturados ligeiramente superiores ao
azeite de oliva e ao leo de castanha do Par, reconhecidos pelo valor na preveno do
colesterol LDL (Low Density Lipoprotein) e de doenas cardiovasculares (CHRISTIE, 2003).
Tabela 03- Composio em cidos graxos de alguns leos vegetais
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FONTE: Christie, 2003
Por outro lado, o teor de cidos graxos saturados comparvel ao azeite de oliva, leo
de soja e castanha do Par. Seu reduzido teor de cidos graxos poliinsaturados confere a este
leo uma maior estabilidade oxidativa. Nos leos vegetais, a maior parcela dos cidos graxos
se encontra esterificada (triacilgliceris). A presena de grandes quantidades de cidos graxos
no-esterificados (cidos graxos livres) um indicativo de que algum dano permanente
ocorreu ao lipdeo (CHRISTIE, 2003).
3.3.1.2 Acilgliceris
Monoinsaturados (%) Poliinsaturados (%) Saturados (%)
Azeite de Oliva 72,3 11,5 16,2
Buriti 76,0 4,6 19,4
Canola 65,3 27,9 6,8
Castanha do Par 73,6 5,1 21,3
Girassol 18,7 68,7 12,6
Milho 27,6 57,9 14,5
leo de Palma 38,0 9,7 51,4
Soja 23,5 61,0 15,5
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Acil-steres de glicerol constituem os principais lipdeos de armazenamento em
plantas e na maioria dos animais. Aproximadamente 98% dessas gorduras so constitudas de
misturas de triacilgliceris, isto , molculas de glicerol, cada uma esterificada com trs
cidos graxos (HUI, 1996).
Os leos vegetais caracterizam-se por terem ponto de fuso menor que 20C, o que se
deve elevada proporo de cidos graxos insaturados formando seus triglicerdeos
constituintes, com pequenas excees, como o leo de palmiste e o de coco (leos tropicais),
que tm cadeias variando de curta a mdia, altamente saturadas, fazendo com que estas fontes
sejam slidas temperatura ambiente (WARTHESEN & MUEHLENKAMP, 1997).
Alm dos triglicerdeos, os leos vegetais tambm podem conter em menores
propores, mono-, di-glicerdeos e fosfatdeos (ex.: lecitina), ceras, pigmentos (ex.:
carotenides, clorofila), esteris, tambm chamados de matria insaponificvel (ex.:
tocoferis que podem agir como antioxidantes naturais protegendo esses leos ricos em
cidos graxos insaturados contra a oxidao) (MORETTO & FETT, 1998).
3.3.2 Componentes minoritrios dos leos vegetais
Os leos vegetais contm os seguintes componentes minoritrios hidrocarbonetos,
fosfolipdios, esteris, clorofilas, tocoferis e carotenides.
3.3.2.1 Tocoferis
So importantes constituintes minoritrios da maioria dos leos vegetais; em gorduras
animais esto em pequenas quantidades ou ausentes. Os tocoferis so antioxidantes,
auxiliando na preveno de rancidez oxidativa, e so tambm fontes de vitamina E. So
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parcialmente removidos pelo calor durante o processamento e podem ser adicionados depois,
para melhorar a estabilidade oxidativa dos leos (VACLAVIK & CHRISTIAN, 2003).
Importante fonte de tocoferis, o leo de buriti, em estudos realizados por
Albuquerque et al. (2005) apresentou 800 mg/kg de tocoferis em sua composio. Frana et
al. (1999), atravs da extrao supercrtica por CO2, encontraram 19300 mg/kg de tocoferis
no leo extrado.
3.3.2.2 Carotenides
Os carotenides esto entre os pigmentos naturais mais abundantes, uma vez que a
maioria das plantas pode sintetiz-los como proteo contra processos foto-oxidativos.
Tambm podem ser encontrados em animais e microrganismos, embora as principais fontes
sejam as frutas e hortalias (OLIVER & PALOU, 2000).
A estrutura dos carotenides confere inmeras propriedades, que caracterizam suas
diversas funes e aes nos organismos vivos. So essenciais para a fotossntese e para a
vida em uma atmosfera que necessita de oxignio. Os carotenides so hidrocarbonetos
polinicos, formados por at oito unidades de isoprenides (tetraterpenos), lipoflicos e que
possuem um esqueleto com 40 tomos de carbono, conferindo cor amarela, laranja ou
vermelha (BELITZ & GROSH, 1992).
Eles so, talvez, mais familiares para ns no dia-a-dia, como pigmentos
predominantes em muitas razes, frutas e flores. Cenoura, tomate e pimentas vermelhas e
ptalas de cravo so os exemplos mais comuns (BARTON et al., 1999).
Devido ao seu sistema conjugado de duplas ligaes, os carotenides so altamente
instveis, sensveis ao calor, luz, cidos, oxignio e enzimas como lipoxigenase, podendolevar a alteraes ou parcial destruio dos pigmentos e perda da atividade pr-vitamina A.
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Isto resultado da isomerizao da forma trans, mais estvel, cis, que pode ocorrer durante
o processamento e armazenamento do produto que contm estes carotenides (BELITZ &
GROSH, 1992).
Na natureza so conhecidos 600 carotenides, sendo apenas cerca de 40 regularmente
consumidos pelo homem, e poucos apresentam atividade pr-vitamina A na dieta. O -
caroteno (Figura 03) o que possui este maior potencial pr-vitamnico (1/6 da atividade do
retinol, enquanto os outros fornecem apenas 1/12 de atividade da vitamina A).
Figura 03- Estrutura do -caroteno.FONTE: Thane & Reddy, 1997
A deficincia de vitamina A se espalha em pases em desenvolvimento e leva a danos
no funcionamento celular, xeroftamia, retardo no crescimento, elevao na suscetibilidade
infeco e, s vezes, cegueira (THANE; REDDY, 1997).
Alm da caracterstica citada acima, os carotenides podem apresentar importante
funo antioxidante, auxiliando na preveno de doenas degenerativas (KAUR & KAPOOR,
2001).
Em material seco, os -carotenos so melhores extrados de sua matriz vegetal com
solventes imiscveis em gua, como ter dietlico ou ter de petrleo. A solubilidade do -
caroteno, varia com o solvente orgnico utilizado, sendo vinte vezes mais solvel em hexano
(600 mg/L) do que em etanol, e trs vezes mais que em acetona. Entretanto, solventes
aquosos, tais como etanol e acetona, quando utilizados em material mido, agem ao mesmo
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tempo como desidratantes e como solventes de extrao (GL-STNDAG &
TEMELLI, 2004).
O buriti uma fonte rica de pr-vitamina A, com valores mais altos que alimentos
muito consumidos pelos brasileiros, como goiaba, pitanga, mamo, maracuj e cenoura
(RODRIGUEZ-AMAYA, 1996). O -caroteno, carotenide com maior atividade de vitamina
A, representa mais de 90 % dos carotenides do buriti. A Tabela 04 apresenta alguns valores
de teor de carotenides encontrados na literatura. Observe que, por ser uma matria-prima de
origem vegetal, a sua composio pode variar com a safra, local e condies de crescimento
da palmeira (MARIATH et al., 1989).
Tabela 04- Teor de carotenides do fruto de Buriti.
FONTE: Mariath et al., 1989
3.4 PROPRIEDADES FSICO-QUMICAS
A qualidade de um leo vegetal ditada por uma srie de parmetros fsicos e
qumicos e depende tanto da espcie que lhe deu origem, como das condies climticas e de
cultivo (SHAHIDI, 2005). Somente a partir de um leo vegetal bruto de boa qualidade
possvel a obteno de um bom leo refinado.
Autor
Poro
Analisada
Teor
(mg/Kg)Unidade
ALBUQUERQUE et al.; 2005 leo 1707 Carotenides Totais
FRANA et al.; 1989 leo 1043 Carotenides Totais
MARIATH et al.; 1989 leo 3380 Carotenides Totais
RODRIGUEZ-AMAYA, 1996 Polpa 64,9 Retinol equivalente
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3.4.1 ndice de Acidez (I.Ac.)
A determinao da acidez pode fornecer um dado importante na avaliao do estado
de conservao do leo. Um processo de decomposio, seja por hidrlise, oxidao ou
fermentao, altera quase sempre a concentrao dos ons hidrognio. A decomposio dos
glicerdeos acelerada por aquecimento e pela luz, sendo a rancidez quase sempre
acompanhada pela formao de cidos graxos livres. Estes so frequentemente expressos em
termos de ndice de acidez, podendo ser tambm em mL de soluo normal por cento ou em g
do componente cido principal, geralmente o cido olico (LUTZ, 1985).
3.4.2 ndice Saponificao (I.S.)
O ndice de saponificao uma medida dos cidos graxos livres e combinados que
existem no leo e diretamente proporcional massa molar mdia (MMM). Quanto menor
esta MMM, maior ser o I.S. Vale ressaltar, que o ndice de saponificao pouco prtico, ou
seja, praticamente todos os leos lquidos possuem o mesmo ndice. (SCRIMGEOUR, 2005).
3.4.3ndice Perxido (I.P.)
O ndice de perxido uma medida do oxignio ligado aos leos em forma de
perxido. Este mtodo determina todas as substncias, em termos de miliequivalentes de
perxido por 1000 g de amostra, que oxidam o iodeto de potssio nas condies do teste.
Estas substncias so geralmente consideradas como perxidos ou outros produtos similares
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resultantes da oxidao da gordura. E aplicvel a todos os leos e gorduras normais, incluindo
margarina e creme vegetal, porm suscetvel e, portanto qualquer variao no procedimento
do teste pode alterar o resultado da anlise (LUTZ, 1985).
3.4.4 ndice de Refrao (I.R.)
O ndice de refrao caracterstico para cada tipo de leo, dentro de certos limites.
Est relacionado com o grau de saturao das ligaes, mas afetado por outros fatores tais
como: teor de cidos graxos livres, oxidao e tratamento trmico. Este mtodo aplicvel a
todos os leos normais e gorduras lquidas (LUTZ, 1985).
Tem grande utilidade no controle dos processos de hidrogenao, visto que os leos
possuem poderes de refringncia diferentes; assim, o ndice de refrao de um leo aumenta com
o comprimento da cadeia hidrocarbonada e com o grau de insaturao dos cidos graxos
constituintes dos triglicerdeos. Esse ndice muito usado como critrio de qualidade e identidade
desses leos (CECCHI, 2003).
3.5 MICRORGANISMOS E ANTIMICROBIANOS
Dentre os diferentes grupos de patgenos causadores de infeces hospitalares esto
fungos, vrus e bactrias. No entanto, o grupo que mais se destaca o das bactrias que
constituem a flora humana e que normalmente no trazem riscos a indivduos saudveis,
embora possam causar infeces em indivduos com estado clnico comprometidos.
3.5.1 Microrganismos
3.5.1.1 Bactrias
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As bactrias so seres procariticos relativamente simples, e a grande diversidade de
espcies desses microrganismos pode ser diferenciada por diversos fatores como morfologia,
composio qumica, as necessidades nutricionais, atividades bioqumicas e a fonte de
energia. A membrana citoplasmtica situada no interior da parede celular tem como funo
servir como uma barreira seletiva, produo de energia por transporte de eltrons, duplicao
do DNA e secreo de enzimas. (TRABULSI, et al., 2004).
Envolvendo a parede celular pode ocorrer uma terceira camada, a cpsula. No interior
da clula, alm do citoplasma, encontra-se uma regio correspondente ao ncleo, chamada
nucleide, e grnulos diversos. Frequentemente ocorrem prolongamentos filamentosos que
partem da superfcie bacteriana, so os flagelos e as fmbrias (JUNQUEIRA & CARNEIRO,
2005).
A parede celular uma estrutura complexa, semi-rgida responsvel pela morfologia
da clula (bacilo ou bastonetes, cocos e espiraladas). Tem como funo prevenir a ruptura da
clula bacteriana devido entrada de gua, alm de ser essencial para a diviso e o
crescimento celular (BLACK, 1996).
As bactrias podem ser divididas em Gram-positivas e Gram-negativas, de acordo com
a constituio da parede celular, e o que as diferencia so as propriedades de permeabilidade e
os componentes de superfcie (SCHAECHTER et al., 2002). Nas bactrias Gram-positivas, a
parede consiste de muitas camadas de peptideoglicana, formando uma estrutura espessa e
rgida, e contm cidos teicicos (formados a partir de glicerol e ribitol) (TORTORA et al.,
2005).
Em contrapartida, a parede de bactrias Gram-negativas mais complexa que a das
Gram-positivas, sendo formada de poucas camadas de peptidoglicanas e uma membrana
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externa, sendo esta formada por uma dupla camada lipdica: uma camada interna composta de
fosfolipdeos e uma externa contendo lipopolisacardeos e protenas (TORTORA et al., 2005).
A membrana externa das bactrias Gram-negativas hidroflica, mas componentes
lipdicos das molculas constituintes conferem propriedades hidrofbicas tambm. A
membrana externa forma uma barreira adicional entrada de algumas substncias, como
antibiticos (SILVA et al., 2007; TRABULSI et al.,2004). Para manter o metabolismo celular
a membrana externa permevel a algumas substncias hidroflicas como: acares,
aminocidos, e certos ons. Para isso, protenas de membrana denominadas purina formam
canais de entrada destas substncias (TORTORA et al., 2005; PELCZAR et al., 1996).
O que separa a membrana externa da plasmtica o espao periplasmtico composto
de camada de peptideoglicana e diversas protenas que participam do transporte de soluto para
dentro das clulas, alm de enzimas (proteases, lipases, nucleases) a qual a membrana
impermevel. Tambm apresentam enzimas como a - lactamases, responsvel pela
inativao de algumas drogas, que fazem com que microrganismos se tornem resistentes a
muitos antimicrobianos (SCHAECHTER et al., 2002).
Staphylococcus aureus (S. a.)
O gnero Staphylococcus apresenta-se na forma de cocos Gram-positivos, isolados ou
agrupados em cachos. So anaerbios facultativos, no formadores de esporos, imveis e
catalase positivos, so bactrias mesfilas, com temperatura de crescimento variando entre 7 a
47,8 C, com produo de enterotoxina entre 10 a 46 C (FRANCO & LANDGRAF, 1996).
Dentre as espcies desse gnero, S. aureus considerada a mais importante em funo
da sua maior patogenicidade ao homem (VON EIFF et al., 2001). Praticamente qualquer
sistema de rgos est propenso a infeco pelo S. aureus. As infeces mais importantes so
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a bacteremia, endocardites e infeces do trato respiratrio (KANAFANI & FOWLER,
2006). As bacteremias e endocardites so frequentemente associadas a srias complicaes e
alta taxa de morte (PETTI & FOWLER, 2003).
Na dcada de 30, o uso de sulfanilamidas parecia ter solucionado o problema de
contaminao e de doenas infecciosas por Staphylococcus aureus. Mas nas dcadas de 50 e
70, surtos epidmicos freqentes provocados por contgio por este microrganismo trouxeram
novamente a preocupao quanto a sua resistncia agora a penicilina e o surgimento de
linhagens multirresistentes (MRSA) (SILVA, 2007).
Escherichia coli (E. c.)
Pertence famlia Enterobacteriaceae, encontrado no trato intestinal de seres
humanos e animais, e faz parte da microbiota normal, embora esteja relacionada a diversas
infeces. Escherichia coli apresenta uma diversidade patognica por produzirem
enterotoxinas e so classificadas em cinco categorias: enteroxignica -ETEC, enteroinvasora -
EIEC, enteropatognica EPEC, ntero-hemorrgica EHEC e enteroagregativa - EaggEC,
de acordo com o grau de invasibilidade celular distintas por causarem enterites e gastrenterites
por mecanismos diferentes (KONEMAN et al., 2008; MIMS et al.,1999).
Alm ser considerada a causa mais comum de infeco no trato urinrio, meningite, e
outras infeces extra-intestinais e a infeces hospitalares (JAWETZ et al., 2007).
Klebsiella pneumoniae (K. p.)
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Klebsiella pneumoniae geralmente presente no intestino, est tambm relacionado a
infeces do aparelho urinrio, endocardites e vrios tipos de infeces ps-cirrgicas, alm
de causar pneumonia (TRABULSI et al., 2004).
Um dos maiores problemas relacionados contaminao por Klebsiella pneumoniae
ocorre em unidades peditricas com crianas imunodeprimidas. A incidncia de cepas de
Klebsiella pneumoniae produzindo enzimas betalactamases de espectro expandido (ESBLs),
nos Estados Unidos situa-se em torno de 5%. Na Europa, esta prevalncia pode situar em
torno de 14% a 16% (MENEZES et al., 2006).
As ESBLs so geralmente transmitidas atravs de plasmdios. Como os plasmdios so
facilmente transmitidos entre diferentes membros das enterobactrias, a acumulao de genes
de resistncia resulta em cepas que possuem plasmdios que codificam para multirresistncia.
As ESBLs produzidas por Klebsiella pneumoniae so a principal causa de aumento da
resistncia s cefalosporinas normalmente utilizadas para o tratamento de indivduos
(MENEZES et al., 2006).
Pseudomonas aeruginosa (Ps. a.)
Segundo Trabulsi (2004), Pseudomonas aeruginosa encontrado normalmente em
solo, plantas e em ambiente hospitalares (gua, equipamentos, utenslios, desinfetantes). Sua
ampla distribuio ambiental resultado de poucas exigncias para seu crescimento. um
microrganismo natural da microbiota do intestino e da pele, embora se comporte como
oportunista em pacientes imunocomprometidos (SOUZA et al., 2007).
Por apresentar diversos fatores estruturais e toxinas que estimulam sua virulncia um
microrganismo de grande importncia clnica, estando envolvido em vrias implicaes
clnicas em ambiente hospitalar. Indivduos imunocomprometidos com neutropenia, diabetes
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mellitus, queimaduras extensas, em indivduos com processo respiratrio comprometido, que
tenham passado por processos invasivos e que faam uso de ventilao mecnica, so muito
suscetveis a infeces por P. aeruginosa (TORTORA et al., 2005).
Uma das caractersticas das Pseudomonas a capacidade de substituir o oxignio por
nitrato como o aceptor final dos eltrons. Este processo de respirao anaerbica fornece tanta
energia quanto a respirao aerbica, e causa perda significativa do nitrognio presente nos
fertilizantes e no solo. Sua habilidade de utilizar protenas e lipdeos contribui para
degradao de alimentos (TORTORA et al., 2005).
3.5.1.2 Fungos
Os fungos so microrganismos que constituem um grupo diversificado e abundante na
natureza. So caracterizados por estruturas unicelulares ou multicelulares e classificados de
acordo com sua morfologia em filamentosos, leveduras e dimrficos (PRADO, 2007). So
seres eucariticos, isto , apresentam uma membrana nuclear que envolve os cromossomos e
o nuclolo. So classificados como seres heterotrficos por no possurem pigmentos
fotossintticos. (SIDRIM & ROCHA, 2004).
Os fungos causam doenas em animais e vegetais, destroem a madeira e materiais
sintticos e compartilham com as bactrias um importante papel na decomposio de restos
orgnicos do solo (MENDES-GIANINNI & MELHEM, 1996).
As infeces causadas por fungos, denominadas micoses, parecem ser acidentais, ou
seja, sua grande maioria no contagiosa, mas adquirida por exposio do indivduo a uma
fonte natural de ocorrncia do fungo. Existem na natureza mais de 250 mil espcies fngicas
conhecidas atualmente. Dentre elas, apenas trezentas aproximadamente foram identificadas,
em processos patolgicos em seres humanos ou animais (SIDRIM & ROCHA, 2004).
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Candida albicans
O gnero Candida composto por fungos leveduriformes hialinos, que apresentam
duas formas de reproduo: assexuada ou anamorfa, atravs da formao de blastocondios,
pseudo-hifas e, ocasionalmente, hifas verdadeiras e sexuadas ou teleomorfa.
Taxonomicamente so enquadradas dentro do grupo dos ascomicetos, visto que, a reproduo
sexuada caracterizada pela produo de ascos (SIDRIM & ROCHA, 2004).
Para a identificao das espcies do gnero Candida muitos aspectos so levados em
considerao, como morfologia, capacidade de formar tubo germinativo, assimilao de
carboidratos, assimilao de nitrognio e fermentao de carboidratos (SIDRIM & ROCHA,
2004).
As leveduras do gnero Candida so microrganismos integrantes da microbiota bucal
do homem desde o nascimento (BIRMAN, 1998). Esta condio microbiolgica propicia
comumente uma relao de equilbrio entre parasita-hospedeiro, diante da manuteno da
integridade das barreiras teciduais, relao harmnica da microbiota e funcionamento
adequado do sistema imunolgico humano, havendo em contrapartida por parte do fungo
leveduriforme, permanncia equilibrada da capacidade de aderncia e da produo de enzimas
e toxinas (CALDERONE & FONZI, 2001).
3.5.2 Antimicrobiano
3.5.2.1 Mecanismo de Ao
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Mesmo com a ao diversificada dos antimicrobianos, a exposio excessiva aos
frmacos por longos perodos contriburam para o desenvolvimento de diversos mecanismos
de resistncias bacterianas (WRIGHT, 2005). Os agentes antimicrobianos so classificados de
acordo com a estrutura qumica, mecanismo de ao, espectro de ao, entre outros (RANG et
al., 2007). De acordo com o mecanismo de ao, os antimicrobianos podem ser classificados
em: antibacterianos e antifngicos.
3.5.2.1.1 Antibiticos
Os antibiticos so produtos de enorme importncia no apenas na rea de sade,
como tambm na economia. O crescente problema em relao ao surgimento de espcies
bacterianas resistentes aos diferentes antibiticos, talvez seja o principal desafio dos
pesquisadores, visto que a multirresistncia vem se tornando diariamente mais disseminada
nas populaes microbianas, sejam patognicas ou no. Vrios so os possveis alvos para os
agentes antimicrobianos. O conhecimento dos mecanismos de ao destes agentes (Figura 05)
permite entender sua natureza e o grau de toxicidade seletiva de cada droga (TORTORA et
al., 2005).
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Figura 05- Mecanismo de ao dos antibiticos.
FONTE: Adaptado de Madigan et al., Brock Biology of Microorganisms, 2004
Inibidores de Sntese de Parede celular:
Antibiticos de parede celular atuam produzindo uma parede celular bacteriana com
defeitos estruturais e atuam sobre o processo de replicao celular. Para a inibio de sntese
de parede celular so utilizados penicilinas, cefalosporinas, bacitracinas e vancomicina
(TORTORA et al., 2005).
Inibidores de Sntese de Protenas:
A sntese protica sofre interferncias durante os seguintes processos: na formao do
RNA-mensageiro, na fixao do RNA-mensageiro ao ribossoma, por alteraes no ribossoma
e na fixao do RNA-transportador ao ribossoma, ou seja, inibio da traduo e transcrio
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do material gentico. Entre os antibiticos que interferem a sntese protica esto o
cloranfenicol, a eritromicina, estreptomicina e as tetraciclinas (TORTORA et al., 2005).
Inibidores da Sntese de cidos Nucleicos:
Alguns antibiticos interferem nos processos de replicao e transcrio do DNA dos
microrganismos. Algumas drogas com esse modo de ao apresentam uso limitado devido
interao com o DNA e o RNA dos mamferos. Outras so mais utilizadas na quimioterapia
porque tm maior grau de toxicidade seletiva. Para a inibio da sntese de cidos nuclicos
so utilizadas na quimioterapia rifampicinas e quinolonas por apresentarem maior grau de
toxicidade seletiva (TORTORA et al., 2005).
Inibidores da Membrana Citoplasmtica:
Quando as molculas dos antibiticos se intercalam na membrana provocam sua
desorganizao alterando sua permeabilidade seletiva com a sada de elementos vitais da
clula como fosfatos, ons, purinas, e cido nuclicos ou a entrada de substncias nocivas ao
metabolismo bacteriano, resultando em morte celular (RANG et al., 2007; TRABULSI et al.,
2004). Os frmacos utilizados podem ser classificados em:
- Frmacos que desorganizam a membrana celular citoplasmtica: tirociclina, polimixinas.
- Frmacos que produzem poros na membrana citoplasmtica: gramicidina.
Inibidores do Metabolismo dos Folatos:
Alguns agentes que interferem no metabolismo de folato na clula bacteriana por
competitividade, bloqueando a biossntese de tetrahidrofolato, o qual atua como carregador de
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fragmentos do carbono-um e necessrio para o trmino da sntese do DNA, RNA, e
protenas da parede celular (TORTORA et al., 2005).
- Inibidor da sntese do cido pterico: sulfonamidas
- Inibidores da dihidrofolato redutase: trimetoprim
3.5.2.1.2 Antifngicos
Agentes antifngicos so frmacos empregados contra infeces causadas por fungos,
podendo ser classificados como fungistticos ou fungicidas. Agentes fungitxicos tm ampla
aplicao na clnica humana e veterinria, podendo ser utilizados no tratamento de plantas,
sementes, solos, pinturas, conservadores de produtos industriais e etc (NOGUEIRA et al.,
2009).
Com os triazlicos de segunda gerao surgem uma nova perspectiva para pacientes
portadores de infeces fngicas graves. As drogas mais antigas, muito txicas, verdadeiras
facas de dois gumes, como a anfotericina B, tendem a ser substitudas gradativamente por
novas substncias que apresentam menos reaes adversas e espectro antimictico expandido
(Figura 06). A grande vantagem dos triazlicos de 2 gerao a atuao no ergosterol, alvo
seletivo da membrana citoplasmtica da clula fngica, com menor interferncia em
componentes celulares humanos, como acontecia com as drogas mais antigas (NOGUEIRA et
al., 2009).
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Figura 06- Mecanismo de ao dos antifngicos de 1a gerao.FONTE: Adaptado de Madigan et al., Brock Biology of Microorganisms, 2003
Com o aumento de resistncia microbiana aos medicamentos normalmente indicados
para tratamento e controle de diversas infeces, medidas defensivas a serem tomadasincluem o controle do uso de antimicrobianos, pesquisas que ajudem a compreender os
mecanismos de resistncia microbiana (NASCIMENTO et al., 2000), e a busca por novas
drogas com ao antimicrobiana.
Produtos naturais de origem vegetal tm sido investigados por diversos pesquisadores
em todo mundo, como uma estratgia para obteno de novos compostos com propriedades
teraputicas, drogas sintticas ou naturais que possam auxiliar ou controlar a disseminao
desses microrganismos (SCHAECHTER et al., 2002).
3.6 MTODOS DE ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
Vrias pesquisas vm sendo desenvolvidas e direcionadas no descobrimento de novos
agentes antimicrobianos provenientes de extratos de plantas e outros produtos naturais, para
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serem aplicados em produtos farmacuticos e cosmticos. Existem vrios mtodos para
avaliar a atividade antibacteriana e antifngica dos extratos e leos vegetais. Os mais
conhecidos incluem mtodo de difuso em gar e mtodo de diluio em caldo: macrodiluio
e microdiluio (OSTROSKY et al., 2008).
3.6.1 Mtodo de Difuso em gar
O teste de difuso em gar, tambm chamado de difuso em placas, um mtodo
fsico, no qual um microrganismo desafiado contra uma substncia biologicamente ativa
em meio de cultura slido e relaciona o tamanho da zona de inibio de crescimento do
microrganismo desafiado com a concentrao da substncia ensaiada (PINTO et al., 2003).
A avaliao comparativa frente a um padro biolgico de referncia (controle
positivo) e a zona ou o halo de inibio de crescimento medida partindo-se da circunferncia
do disco ou poo, at a margem onde h crescimento de microrganismos. De acordo com a
dimenso do halo os microrganismos podem ser classificados como: (BARRY &
THORNSBERRY, 1991).
Sensveis: o dimetro da zona de inibio maior ou no mais do que trs mm menos que o
controle positivo;
Moderadamente sensveis: halo maior que dois mm, porm, menor que o controle positivo de
mais de trs mm;
Resistentes: dimetro igual ou menor que dois mm.
No controle positivo empregado um quimioterpico padro, e como controle
negativo o solvente utilizado para a dissoluo dos extratos e leos (KARAMAN et al.,
2003).
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As placas devero ser incubadas em temperaturas que variam de 35-37 C para
bactrias durante 24 a 48 horas e para fungos de 25 a 27 C por 48 a 72 horas (AYRES et al.,
2008).
As tcnicas de aplicao da substncia antimicrobiana no mtodo de difuso so por
meio de disco, cilindros de ao inoxidvel ou vidro e perfurao em gar (PINTO et al.,
2003).
3.6.2 Mtodo de Diluio em Caldo
O mtodo de diluio em caldo considera a relao entre a proporo de crescimento
do microrganismo desafiado no meio lquido e a concentrao da substncia ensaiada. A
avaliao comparada frente a um padro biolgico de referncia. Entende-se por proporo
a densidade da turbidez provocada pelo crescimento microbiano (PINTO et al., 2003).
O mtodo fornece resultados quantitativos e no influenciado pela velocidade de
crescimento dos microrganismos. Sua desvantagem a dificuldade na deteco de
contaminao no caso de teste de materiais clnicos. Como controle positivo, utiliza-se o
caldo com o quimioterpico padro com a suspenso padronizada de microrganismo em teste,
e como controle negativo o meio de cultura com o solvente usado para dissoluo da amostra
e a suspenso microbiana. Duas metodologias podem ser empregadas: macro e microdiluio.
(SAHM & WASHINGTON II, 1991).
Macrodiluio
A macrodiluio envolve testes em tubos de ensaio, com volume de meio de culturavariando de 1 e 10 mL. Por ser laborioso, consumir muito tempo, requerer muito espao no
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laboratrio e gerar grande quantidade de resduos usado pequeno nmero de rplicas
(SAHM & WASHINGTON II, 1991; ZGODA & PORTER, 2001).
Microdiluio
A microdiluio utiliza micro placas com 96 poos, com volume de meio de cultura
entre 0,1 e 0,2 mL. O mtodo de micro placas barato, tem reprodutibilidade, 30 vezes mais
sensvel que outros mtodos usados na literatura, requerem pequena quantidade de amostra,
pode ser usado para um grande nmero das mesmas, deixa um registro permanente
(OSTROSKY et al., 2008).
3.7 FATORES QUE INTERFEREM NOS MTODOS
De acordo Ostrosky et al. (2008), diversos so os fatores que afetam a suscetibilidade
do mtodo de difuso e de diluio, sendo necessrio ter um conhecimento das condies
experimentais e padronizao rigorosa na execuo do teste. Os fatores importantes a serem
considerados so: Meio de cultura, pH, disponibilidade de oxignio, inoculo e condies de
incubao.
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4METODOLOGIA
4.1 REA DE ESTUDO
A Reserva de Desenvolvimento Sustentvel do Tup (RDS Tup) foi criada em 2005, atravs
do decreto n 8044, est localizada a margem esquerda do rio Negro aproximadamente 25 km
de Manaus, possuindo uma rea de 11.973 ha (SCUDELLER, et al., 2005). Na RDS Tup
esto inseridas seis comunidades, das quais o Projeto Biotup atua em duas: So Joo do Tupe Julio. Este projeto teve como objetivo o estudo do meio fsico, da diversidade biolgica e
sociocultural da RDS Tup-AM. (SCUDELLER, et al., 2005) (Figura 07).
Figura 07- ( ) Trilha; ( )) Permetro; ( ) Comunidades. Limites e localizao das comunidades existentesna RDS Tup (1. Agrovila, 4. Julio, 6. Livramento, 7. So Joo do Tup, 8. Central, 9. Tatulndia) e no seuentorno (2. So Sebastio, 3. Ebenezr, 5. Ftima, 10. Arara, 11. Bela Vista). A comunidade do Julio (4)
foidefinida como local de amostragem.FONTE: Scudeller, 2005
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4.2 COLETA DO MATERIAL BOTNICO
Os frutos deMauritia flexuosa L.f. foram adquiridos na RDS do Tup, na Comunidade
do Julio, (03 0153 S e 60 2054W), nos meses de setembro e outubro de 2010. Em cada
coleta foi retirado um cacho inteiro de buriti e a pesagem realizada em campo. Na Figura 08
possvel visualizar algumas etapas da coleta.
Figura 08- Etapas da coleta do buriti na Comunidade do Julio, localizada na RDS do Tup. 1- A caminho dareserva do Tup; 2- Escolha da palmeira e retirada do cacho de buriti; 3-Transferncia do cacho para o bote; 4-Transporte do cacho para o local de pesagem e embalagem.FONTE: Ceclia Carvalho
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Atravs do mtodo de comparao a exsicata do material botnico foi identificada pela
MSc. Ieda Leo do Amaral, botnica do Instituto de Pesquisas da Amaznia INPA, e o
material testemunho encontra-se depositado na coleo de referncia do Biotup, no
laboratrio de Botnica/UFAM (Figura 09).
Figura 09- Exsicata de Mauritia flexuosa L.f., proveniente da coleta feita na RDS Tup, depositada noLaboratrio de Botnica/UFAM. a) folha jovem tipo costapalmada; b) flores masculinas; c) inflorescncia emplantas masculinas; d) desenho do fruto inteiro do buriti.FONTE: Ceclia Carvalho
Os frutos de buriti foram transportados em sacos de polietileno preto at o Laboratrio
de Qumica Analtica - CPPN INPA para a execuo da parte experimental.
4.3 PROCESSO DE HIGIENIZAO
A metodologia de higienizao dos frutos usada para separao da polpa e extrao do
leo de buriti foi modificada com base em estudos realizados por Yuyama et al. (2008). Os
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frutos selecionados e pesados foram submetidos a um processo de higienizao com gua e
detergente, em seguida colocados em uma soluo de gua e hipoclorito a uma concentrao
de 400 ppm/L por 30 minutos, em seguida foram lavados e colocados em baldes com gua
destilada at o total amolecimento por aproximadamente 24 horas.
4.4 PROCESSAMENTO DA POLPA DE BURITI
Aps a etapa de higienizao dos frutos de buriti, atravs de processo manual com
uma faca de ao inoxidvel, a polpa foi separada das cascas e sementes e todas as fraes
pesadas. A polpa da primeira coleta (3399 g) foi acondicionada em recipiente plstico e
colocada em refrigerao de 2 a 8C. A polpa da segunda coleta (3357 g) foi acondicionada
em sacos de polietileno preto protegida da luz e oxignio atmosfrico, que depois de
hermeticamente fechados foram estocados em freezer comerciala uma temperatura de -20C.
A polpa obtida na primeira coleta foi dividida em trs partes com pesos iguais (1133
g) cada. Duas partes foram colocadas em estufa de ventilao em temperatura de 50 C por um
perodo determinado de 48 horas, tanto para as polpas a serem extradas por prensagem
hidrulica, como as por solvente. A outra parte foi mantida mida para o processo artesanal.
Com material da segunda coleta, antes do processo de extrao pelos trs mtodos, os
sacos de polpa congelados foram retirados com antecedncia para o degelo e
homogeneizao. Em seguida a mesma foi dividida em trs partes (1119 g) cada. Duas partes
foram colocadas em estufa de ventilao a uma temperatura 40C, sendo o tempo de secagem
determinado somente quando a polpa obteve o peso constante, o que representou cerca de 20
horas na estufa. Para o resultado das mdias dos frutos e das partes constituintes do buriti
utilizou-se o seguinte clculo:
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Mdia: (x+y)/2
Onde:x= dados da primeira coleta
y= dados da segunda coleta
4.5 MTODOS DE EXTRAO DO LEO DEMauritia flexuosaL.f.
Os leos da polpa e sementes de frutos oleaginosos podem ser extrados de diversas
formas. Em todos os casos, busca-se maximizar a produo e obter leo bruto de boa
qualidade. As extraes dos leos de buriti foram feitas atravs de trs mtodos diferentes:
extrao artesanal, extrao por prensagem hidrulica e extrao por solvente. Para o
resultado de comparao dos rendimentos entre os mtodos de extrao do leo do buriti,
primeiramente calculou-se as mdias da polpa seca, torta e leos obtidas nas duas coletas
atravs da frmula:
Mdia= (a+b)/2
Onde:
a= dados da primeira coleta
b= dados da segunda coleta
Com o resultado das mdias avaliou-se o rendimento de cada extrao, expressos em
gramas e porcentagem, usando os seguintes clculos. Os mesmos no foram expressos em mL
em razo das perdas (cilindro, frasco, vidraria) que ocorrem durante o processo de extrao.
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Clculo do rendimento:
m2-m3= rendimento de leo em gramas (g)
(m2-m3)/m1 = rendimento em porcentagem (%)
Onde:
m1= polpa mida
m2= polpa seca
m3= torta
4.5.1 Extrao Artesanal
A metodologia usada para extrao do leo de buriti pelo mtodo artesanal foi
modificada com base em estudos realizados por Vale (2008), na comunidade So Joo do
Jaburu, Gurup no Par. Adicionou-se a um becker de 1000 mL a polpa mida (1126 g) e 1L
de gua destilada, levou-se a uma chapa aquecedora em temperaturas que variaram de 50 a
900C. O leo sobrenadante foi extrado durante aproximadamente 24 horas intercaladas
(Figura 10).
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Figura 10- Processo de extrao do leo da polpa mida do fruto de buriti pelo mtodo artesanal.FONTE: Ceclia Carvalho
A quantidade de gua foi sendo acrescentada durante o processo de extrao. Em
seguida o leo extrado foi centrifugado em 16500 rpm,durante 15 minutos para a separao
das fases lquida (gua e leo) e slida (torta). Com ajuda de uma pipeta automtica de
1000l o leo foi separado, acondicionado em frasco mbar hermeticamente fechado, pesado
e armazenando sob refrigerao (2 a 8C) em geladeira comercial. A torta foi pesada e
armazenada em temperatura ambiente.
4.5.2 Extrao por Prensagem Hidrulica
Atravs do mtodo de extrao mecnica por prensagem hidrulica descontnua a
polpa desidratada foi pesada e colocada em um cilindro de ao inox e levado a prensa sob uma
presso de 10 toneladas, durante aproximadamente 02 horas (SARTORI, 2007). O leo bruto
retirado foi pesado e armazenado em frasco mbar hermeticamente fechado, sob refrigerao
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(2 a 8C), em geladeira comercial. A torta resultante da extrao foi pesada e armazenada em
temperatura ambiente (Figura 11).
Figura 11- Extrao do leo da polpa seca do fruto de buriti por prensagem hidrulica. 1- peas de inox docilindro de extrao; 2- Extrao do leo com a polpa colocada no cilindro sob presso de 10 toneladas; 3 - leode buriti sendo extrado em frasco volumtrico ao abrigo da luz e do ar; 4- leo de buriti armazenado em frascombar hermeticamente fechado. 5- torta resultante da polpa de buriti prensada.FONTE: Ceclia Carvalho
4.5.3 Extrao por Solvente
A extrao do leo com solvente foi feita atravs da metodologia modificada com base
em estudos feito por Silveira et al. (2005) utilizando como solvente o Hexano P.A. A polpa
desidratada foi colocada em cartuchos papel de filtro e levada ao extrator Soxhlet acoplado a
uma manta aquecedora (Figura 12).
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Figura 12-