extincao da punibilidade

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EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE Após a prática do fato delituoso - Ocorrer causas que impeçam a aplicação uma execução da sanção respectiva. extinto o ius puniendi do Estado. Elimina a aplicação da pena o crime como ilícito penal não desaparece Exceção:abolitio criminis e anistia

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Seminário Direito Penal

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Page 1: Extincao Da Punibilidade

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

� Após a prática do fato delituoso -Ocorrer causas que impeçam a aplicação uma execução da sanção respectiva.

� extinto o ius puniendi do Estado.

�Elimina a aplicação da pena

� o crime como ilícito penal não desaparece Exceção:abolitio criminis e anistia

Page 2: Extincao Da Punibilidade

Efeitos� podem ocorrer antes do trânsito em julgado da sentença e, nessa hipótese, regra geral, atinge-se o próprio jus puniendi, não persistindo qualquer efeito do processo ou mesmo da sentença condenatória.

� podem ocorrer, também, depois do trânsito em julgado da sentença condenatória, e, nesse caso, extingue-se, regra geral, apenas o título penal executório ou apenas alguns de seus efeitos, como a pena.

Page 3: Extincao Da Punibilidade

Modalidades� I - pela morte do agente;

� II - pela anistia, graça ou indulto;

� III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso

� IV - pela prescrição, decadência ou perempção

� V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

� VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

� IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Page 4: Extincao Da Punibilidade

�� a) Morte do agente a) Morte do agente �� éé uma decorrência natural do princuma decorrência natural do princíípio da pio da

personalidade da pena, hoje preceito personalidade da pena, hoje preceito constitucional constitucional -- art. 5art. 5ºº, XLV, CF. , XLV, CF.

�� Nem mesmo a pena de multa pode ser Nem mesmo a pena de multa pode ser transmitida aos herdeiros. transmitida aos herdeiros.

�� Obviamente não tem aplicaObviamente não tem aplicaçção em relaão em relaçção ão ààs s conseqconseqüüências civis do crime. Assim, o espências civis do crime. Assim, o espóólio do lio do condenado responde pelos danos do crime, cuja condenado responde pelos danos do crime, cuja obrigaobrigaçção transmiteão transmite--se aos seus herdeiros, atse aos seus herdeiros, atéé os os limites da heranlimites da herançça. a.

�� A morte sA morte sóó pode ser provada por certidão (pode ser provada por certidão (artsarts. 62 . 62 e 155 do CPP). Sendo a certidão de e 155 do CPP). Sendo a certidão de óóbito falsa, se bito falsa, se a sentena sentençça que decretou a extina que decretou a extinçção da ão da punibilidade jpunibilidade jáá transitou em julgado, o processo transitou em julgado, o processo não pode ter andamento e contra o suposto morto não pode ter andamento e contra o suposto morto não pode ser intentada anão pode ser intentada açção penal pelo mesmo ão penal pelo mesmo objeto, restando a aobjeto, restando a açção penal contra o autor ou ão penal contra o autor ou autores apenas em relaautores apenas em relaçção ao crime de falsidade. ão ao crime de falsidade. Em sentido contrEm sentido contráário, o STF:rio, o STF:

Page 5: Extincao Da Punibilidade

�� b) Anistia b) Anistia

�� éé o esquecimento juro esquecimento juríídico do ildico do ilíícito e tem por objeto fatos cito e tem por objeto fatos definidos como crimes, de regra poldefinidos como crimes, de regra polííticos, militares ou ticos, militares ou eleitorais, excluindoeleitorais, excluindo--se, normalmente, os crimes comuns. se, normalmente, os crimes comuns.

�� pode ser concedida antes ou depois da condenapode ser concedida antes ou depois da condenaçção. ão. �� Extingue todos os efeitos penais, inclusive o pressupostoExtingue todos os efeitos penais, inclusive o pressuposto

da reincidência, permanecendo, contudo, a obrigada reincidência, permanecendo, contudo, a obrigaçção de ão de indenizar.indenizar.

�� A competência A competência éé exclusiva da União (CF, art. 21, XVII) e exclusiva da União (CF, art. 21, XVII) e privativa do Congresso Nacional (CF, art. 48, VIII), com a privativa do Congresso Nacional (CF, art. 48, VIII), com a sansançção do Presidente da Repão do Presidente da Repúública.blica.

� pode ser própria (quando concedida antes do trânsito em julgado) ou imprópria (após o trânsito em julgado);

� geral (quando não exclui pessoas) ou parcial (quando exclui pessoas);

� condicional (quando impõe condições) ou incondicional (quando não impõe condições); r

� estrita (quando exclui crimes conexos) e irrestrita (quando não os exclui).

Page 6: Extincao Da Punibilidade

� c) Graça

� tem por objeto crimes comuns e dirige-se a um indivíduo determinado.

� CF não mais consagra a graça como instituto autônomo.

� Na prática, a graça tem sido tratada como indulto individual.

� A iniciativa do pedido de graça pode ser do próprio condenado, do Ministério Público, do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa (art. 188, da LEP).

� É de competência privativa do Presidente da República (CF, art. 84, XII), que pode delegá-lo aos ministros de Estado, ao Procurador-geral da República ou ao Advogado-geral da União (§ único do art. 84). Sóatinge os efeitos penais da condenação, subsistindo todos os efeitos secundários penais e extrapenais.

Page 7: Extincao Da Punibilidade

� d) Indulto

� destina-se a um grupo indeterminado de condenados e é delimitado pela natureza do crime e pela quantidade da pena aplicada.

� Pressupõe o trânsito em julgado de sentença condenatória.

� Alguns doutrinadores chamam indulto parcial a comutação de pena, que não extingue a punibilidade, diminuindo tão-somente a quantidade de pena a cumprir. É espontâneo.

� indulto individual (graça) e o indulto coletivo são prerrogativas do Chefe do Executivo, que poderádelegar para os Ministros - (art. 84, XII, da CF). Sóatinge os efeitos penais da condenação, subsistindo

todos os efeitos secundários penais e extrapenais.

Page 8: Extincao Da Punibilidade

Diferenças entre anistia e indulto

II) anistia pode ser concedida antes da sentença final ou depois da condenação irrecorrível;

a graça e o indulto pressupõem o trânsito em julgado da sentença condenatória.

I) a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue totalmente a punibilidade;

a graça e o indulto apenas extinguem a punibilidade, podendo ser parciais;

Page 9: Extincao Da Punibilidade

� e) Abolitio criminis� a lei nova que descriminalizar o fato praticado pelo

agente extingue o próprio crime. � A anistia se distingue da abolitio criminis, pois o último

extingue o tipo penal incriminador e com a primeira apaga-se o fato cometido, subsistindo a norma incriminadora.

� A lei penal retroage, atingindo fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor, sempre que beneficiar o agente de qualquer modo (CF, art. 5º, XL).

� Não se deve confundir a simples revogação formal de uma lei penal com a abolitio criminis.

� A revogação da lei anterior é necessária para o processo da abolitio criminis, porém, não suficiente. Além da revogação formal - verificar se o conteúdo normativo revogado não foi (ao mesmo tempo) preservado em (ou deslocado para) outro dispositivo legal

Page 10: Extincao Da Punibilidade

�Referem ao direito de ação e ao procedimento criminal:

� renúncia,

� decadência,

� perempção e

� perdão do ofendido.

�São causas que ocorrem sempre antes do trânsito em julgado da sentença e, com exceção da decadência, comunicáveis a todos os autores, co-autores ou partícipes do crime.

Page 11: Extincao Da Punibilidade

� f) decadência � é a perda do direito de ação privada ou do direito de representação, em razão de não ter sido exercido dentro do prazo legalmente previsto (seis meses a partir do conhecimento do autor ou do fim do prazo para o oferecimento da denúncia).

� Atinge o direito de iniciar a ação (de punir). � Exceção: crimes contra a propriedade imaterial, são 30 dias da homologação do laudo pericial e vigem ainda os seis meses a contar da data do fato.

� Conta-se como prazo penal (art. 10, CP). (dia início)

� É fatal e improrrogável – não se interrompe� decretada de ofício pelo juiz, artigo 61 do CPP

Page 12: Extincao Da Punibilidade

decadência

� cabe tanto na ação privada exclusiva, como na ação privada subsidiária.

� os artigos 38 do CPP e 103 do CP, termo inicial do prazo decadencial o "dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia". (discussão subsidiária)

� Súmula 594do STF: “Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal”, discutindo-se, hoje, a abrangência do enunciado frente à alteração promovida pelo Código Civil no que tange àcapacidade plena aos dezoito anos.

Page 13: Extincao Da Punibilidade

� g) perempção - é a perda do direito de prosseguir no exercício da ação penal privada.

� É uma sanção jurídica aplicada ao querelante pela sua inércia.

� O querelante que já iniciou a ação de exclusiva iniciativa privada deixa de realizar atos necessários(30 dias) ao seu prosseguimento, deixando de movimentar o processo, levando à presunção de desistência -art. 60, do CPP.

� somente ocorre se já se tiver realizado a competente intimação

Page 14: Extincao Da Punibilidade

� Exemplos:

� a retenção dos autos em poder do procurador do querelante,

� a falta de depósito de custas para atos do processo,

� a não constituição de novo patrono diante da renúncia do anterior,

� apesar de devidamente intimado, o não fornecimento de numerário ao oficial de justiça para cumprimento de mandato de intimação do querelado, a não apresentação de alegações finais em 30 dias etc.

Page 15: Extincao Da Punibilidade

perempção� A sanção - não é automática, mas decorre do

procedimento do querelante. � Não ocorre a perempção se o querelante devia ser

intimado para atuar e não se o fez. � Também não acarreta a perempção se a paralisação ou

demora havida no andamento do processo não se deve à culpa ou negligência do querelante, mas a motivo de força maior.

� Não há perempção se o atraso é justificado, como na hipótese de a realização dos atos processuais ser sistematicamente frustrada pela defesa.

� Ocorre também a perempção quando, falecendo o querelante ou sobrevindo sua incapacidade, não comparece em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo (art. 60, inciso II).

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� h) Renúncia� - é a manifestação de desinteresse de exercer o direito de queixa, que só pode ocorrer em ação de exclusiva iniciativa privada, e somente antes de iniciá-la.

� Pode ser expressa ou tácita (prática de ato incompatível com a vontade de o ofendido ou seu representante legal iniciar a ação penal privada – ex: comparecer a aniversário do querelado).

� A exclusão de um dos querelados implica renúncia de todos (art. 49, do CPP), pois o querelado não pode escolher a quem processar.

Page 17: Extincao Da Punibilidade

� Renúncia

� é ato unilateral, não dependendo de aceitação da outra parte. (arts. 107, inciso V, e 106, inciso II, do CP, e 51, 2ª parte, do CPP).

� Podem aceitar o perdão o próprio querelado ou seu representante legal se maior de 18 anos e menor de 21, mas a aceitação de um e a recusa de outro impede a extinção de punibilidade (arts. 52 e 54 do CPP).

� Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz lhe nomear (art. 53 do CPP). Pode aceitá-lo o procurador com poderes especiais (art. 55, do CPP); não pode fazê-lo, portanto, o defensor dativo.

� Receber indenização pelos danos causados não implica em renúncia, em regra (art. 104, parágrafo único, 2ª parte, CP), embora na Lei 9.099/95 possa implicar (art. 74, parágrafo único).

Page 18: Extincao Da Punibilidade

� i) Perdão do ofendido � consiste na desistência do querelante de prosseguir na ação penal de exclusiva iniciativa privada.

� O perdão é ato bilateral e só se completa com sua aceitação pelo querelado, pois ele pode querer provar a sua inocência.

� Tanto a renúncia quanto o perdão podem ser expressos ou tácitos.

� O perdão pode ser judicial ou extrajudicial, podendo ser concedido e aceito até o trânsito em julgado da decisão condenatória.

Page 19: Extincao Da Punibilidade

� perdão deve ser concedido pelo ofendido ou pelo seu representante legal quando menor de 21 anos (art. 52, do CPP, 1ª parte).

� Entretanto, é o representante legal do maior de 18 anos substituto processual e exercido o direito de agir por um deles, ao outro não assiste o direito de impedir o prosseguimento da ação penal.

� Assim sendo, somente ao querelante que substituiu o ofendido no oferecimento da queixa cabe oferecer o perdão.

� O perdão pode ser concedido pelo procurador com poderes especiais (arts. 50 e 56 do CPP). Não pode concedê-lo, portanto, o advogado dativo

Page 20: Extincao Da Punibilidade

� Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado é intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação (art. 58, do CPP).

� Aceito o perdão, deve o juiz declarar extinta a punibilidade (art. 58, parágrafo único, do CPP).

� Em caso de repetição da prática do crime, o perdão referente ao primeiro não afeta a possibilidade de nova ação pela prática dos subseqüentes.

Page 21: Extincao Da Punibilidade

� j) Retração do agente � é o ato pelo qual o agente reconhece o erro que

cometeu e o denuncia à autoridade, retirando o que anteriormente havia dito.

� Exime o réu de pena nos casos de calúnia, difamação, falso testemunho e falsa perícia.

� A retratação deve ser completa e ocorrer antes da publicação da sentença no processo em que ocorreu a falsidade.

� A retratação de um dos querelados não importa na extensão da extinção da punibilidade a eventuais outros co-autores do crime.

� Apenas tem valor quando ingressa nos autos, não dependendo de aceitação da parte contrária.

Page 22: Extincao Da Punibilidade

� k) Perdão judicial � é a clemência do Estado para determinadas situações

expressamente previstas em lei, quando não se aplica a pena prevista para determinados crimes, ao serem preenchidos certos requisitos objetivos e subjetivos que envolvem a infração penal.

� É concebido, por alguns, como mero benefício ou favor do juiz e, por outros, como direito público subjetivo de liberdade do indivíduo.

� Aplicável somente aos tipos penais expressamente indicados pelo legislador.

� Distingue-se do perdão do ofendido, pois este não depende da aceitação do réu, enquanto o primeiro éem ação penal privada e depende de aceitação. Para alguns doutrinadores estende-se em caso de concurso de crimes.