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DIREITO PENAL III Professor Ms. Urbano Félix Pugliese CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE

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Causas extintivas de punibilidade - Apresentação dos tópicos da aulas (4 horas/aula), no mínimo.

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Page 1: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

DIREITO PENAL IIIProfessor Ms. Urbano Félix Pugliese

CAUSAS EXTINTIVAS DE PUNIBILIDADE

Page 2: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Conceito: Incapacidade estatal de punir a pessoa

• Há causas elencadas no artigo 107 do CP e há causas fora do artigo 107 do CP (rol não taxativo)

• Exemplos: a) Morte da vítima na ação penal personalíssima; b) Ressarcimento do dano no crime de peculato culposo; c) Homologação da composição civil (JeCrim); d) Término de períodos de prova.

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Escusas absolutórias x Causas extintivas de punibilidade

• As escusas (desculpas absolutas) não deixam o Estado nem se movimentar em busca da punição.

• Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

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Autonomia das causas extintivas de punibilidade

• Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.

• Exemplos: a) Pressuposto: Receptação quanto ao furto; b) Constitutivo: lesão corporal quanto ao estupro; c) Agravante (qualificadoras): homicídio com tortura; e d) Crimes conexos: Matar para esconder um roubo.

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Escusas absolutórias x Causas extintivas de punibilidade

• Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

• Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho que participa do crime. III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

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Causas extintivas de punibilidade em espécie

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; A discussão da vida e morte ficará para a análise do artigo 121 do CP.

9.434/97 - Art. 3. A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.

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Normas contidas no CPP• O juiz extinguirá o processo:

• Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.

• Não basta atestado de óbito;

• Não há revisão pro societate. (mas, se a decisão for baseada em fato inexistente?)

• Pode ocorrer a qualquer momento da persecutio criminis; e

• Causa incomunicável aos demais agentes.

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Abolição do crime (abolitio criminis)

• O comportamento deixa de ser criminoso;

• Revogação (anulação do comportamento) = derrogação (parcial) e abrogação (total).

• Sedução (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)Art. 217 - Seduzir mulher virgem, menor de 18 (dezoito) anos e maior de 14 (catorze), e ter com ela conjunção carnal, aproveitando-se de sua inexperiência ou justificável confiança:(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)Pena - reclusão, de dois a quatro anos.(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

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Abolição do crime (abolitio criminis)• Adultério(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Art. 240 - Cometer adultério:(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)Pena - detenção, de quinze dias a seis meses.(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) § 1º - Incorre na mesma pena o co-réu.(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) § 2º - A ação penal somente pode ser intentada pelo cônjuge ofendido, e dentro de 1 (um) mês após o conhecimento do fato.(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) § 3º - A ação penal não pode ser intentada:(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)I - pelo cônjuge desquitado;(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)II - pelo cônjuge que consentiu no adultério ou o perdoou, expressa ou tacitamente.(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)§ 4º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)I - se havia cessado a vida em comum dos cônjuges;(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)II - se o querelante havia praticado qualquer dos atos previstos no art. 317 do Código Civil. (Vide Lei nº 3.071, de 1916) (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

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Cuidado: “Continuidade normativo típica”

• CAPÍTULO III DO RAPTO (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Rapto violento ou mediante fraude(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Art. 219 - Raptar mulher honesta, mediante violência, grave ameaça ou fraude, para fim libidinoso:(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Pena - reclusão, de dois a quatro anos.(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Rapto consensual(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)Art. 220 - Se a raptada é maior de catorze anos e menor de vinte e um, e o rapto se dá com seu consentimento:(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Pena - detenção, de um a três anos.(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Diminuição de pena(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)Art. 221 - É diminuída de um terço a pena, se o rapto é para fim de casamento, e de metade, se o agente, sem ter praticado com a vítima qualquer ato libidinoso, a restitue à liberdade ou a coloca em lugar seguro, à disposição da família.(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)Concurso de rapto e outro crime(Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)Art. 222 - Se o agente, ao efetuar o rapto, ou em seguida a este, pratica outro crime contra a raptada, aplicam-se cumulativamente a pena correspondente ao rapto e a cominada ao outro crime. (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

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Cuidado: “Continuidade normativo típica”

• Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de um a três anos. § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: I - se a vítima é ascendente, descendente ou cônjuge do agente;

• [...]

• IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)

• V - se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)

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Cuidado: “Continuidade normativo típica”

• Estupro

Art. 213 - Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça:Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos: (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)Pena - reclusão de quatro a dez anos. (Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) (Revogado pela Lei n.º 9.281, de 4.6.1996)Pena - reclusão, de três a oito anos. Pena - reclusão, de seis a dez anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

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Cuidado: “Continuidade normativo típica”

• Atentado violento ao pudor (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 214 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

• Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos: (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990) (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão de três a nove anos.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) (Revogado pela Lei n.º 9.281, de 4.6.1996

• Pena - reclusão de dois a sete anos. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de seis a dez anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

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Cuidado: “Continuidade normativo típica”

• Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

• § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

• § 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

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Anistia, graça e indulto• Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: II - pela anistia,

graça ou indulto;

• INDULGÊNCIA DO PRÍNCIPE• ANISTIA:

a) Ato LEGISLATIVO que apaga os fatos mas não revoga o comportamento como um crime em abstrato. Anistia – amnestia = amnésia = esquecimento. Anula as consequências jurídicas do fato realizado.

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Exemplo de lei de Anistia• 6.683/79 - Art. 1º É concedida anistia a todos

quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares.

Page 17: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Características da Anistia• Própria (antes da condenação) e imprópria

(após a condenação);• Plena (irrestrita – atinge todos

indistintamente) ou parcial (restrita – faz seleção de quem anistiar através da elencação dos fatos);• Condicionada e incondicionada; e• O sujeito anistiado não será reincidente.

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INDULTO E GRAÇA• Indulgências do príncipe também (clemência

soberana);• São oriundas do executivo;• Ocorrem após a condenação (o indulto ocorre

antes, na prática);• Os reflexos condenatórios (como a

reincidência) persistem;• As pessoas deixam de ser punidas da forma

originária; e• O indulto é coletivo; a graça é individual.

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INDULTO • Ninguém “pede” indulto. O Presidente

“concede”. A graça é pedida;• Art. 84 da CR: Compete privativamente ao

Presidente da República: XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; e• Comutar penas = transformar as penas.

Exemplo: prisão para prestação de serviços; prisão para multa.

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INDULTO • O indulto ocorre por situações pessoais;

• Escolhem-se as datas (podendo ser a qualquer momento); Há requisitos objetivos e subjetivos;

• O presidente poderá delegar a competência: Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Page 21: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Exemplo de Decreto de Indulto • DECRETO Nº 7.420, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010. Concede indulto natalino e

comutação de penas, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício da competência privativa que lhe confere o art. 84, inciso XII, da Constituição, tendo em vista a manifestação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, acolhida pelo Ministro de Estado da Justiça, e considerando a tradição, por ocasião das festividades comemorativas do Natal, de conceder indulto às pessoas condenadas ou submetidas à medida de segurança e comutar penas às pessoas condenadas, que cumpram os requisitos expressamente previstos neste Decreto,

• DECRETA: Art. 1o É concedido indulto às pessoas:

• I - condenadas à pena privativa de liberdade não superior a oito anos, não substituída por restritivas de direitos ou multa e não beneficiadas com a suspensão condicional da pena, que, até 25 de dezembro de 2010, tenham cumprido um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes;

• II - condenadas à pena privativa de liberdade superior a oito anos e não superior a doze anos, não substituída por restritivas de direitos ou multa e não beneficiadas com a suspensão condicional da pena, por crime praticado sem violência ou grave ameaça, que, até 25 de dezembro de 2010, tenham cumprido um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes;

Page 22: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Exemplo de Decreto de Indulto • III - condenadas à pena privativa de liberdade superior a oito anos que, até 25 de dezembro de

2010, tenham completado sessenta anos de idade e cumprido um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes;

• IV - condenadas à pena privativa de liberdade que, até 25 de dezembro de 2010, tenham completado setenta anos de idade e cumprido um quarto da pena, se não reincidentes, ou um terço, se reincidentes;

• V - condenadas à pena privativa de liberdade que, até 25 de dezembro de 2010, tenham cumprido, ininterruptamente, quinze anos da pena, se não reincidentes, ou vinte anos, se reincidentes;

• VI - condenadas à pena privativa de liberdade superior a oito anos que, até 25 de dezembro de 2010, tenham cumprido, em regime fechado ou semiaberto, um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes, e tenham filho ou filha menor de dezoito anos ou com deficiência mental, física, visual ou auditiva, cujos cuidados delas necessite;

• VII - condenadas à pena privativa de liberdade não superior a doze anos, desde que já tenham cumprido dois quintos da pena, se não reincidentes, ou três quintos, se reincidentes, encontrem-se cumprindo pena no regime semiaberto ou aberto e já tenham usufruído, até 25 de dezembro de 2010, no mínimo, de cinco saídas temporárias previstas no art. 122, combinado com art. 124, caput, da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, ou tenham prestado trabalho externo, no mínimo por doze meses nos três anos contados retroativamente àquela data;

Page 23: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Exemplo de Decreto de Indulto • VIII - condenadas à pena de multa, ainda que não quitada, independentemente da fase executória ou juízo

em que se encontre, aplicada cumulativamente com pena privativa de liberdade cumprida até 25 de dezembro de 2010;

• IX - condenadas:

• a) paraplégicas, tetraplégicas ou portadoras de cegueira total, desde que tais condições não sejam anteriores à pratica do delito e se comprovem por laudo médico oficial ou, na falta deste, por médico designado pelo juízo da execução;

• b) paraplégicas, tetraplégicas ou portadoras de cegueira total, ainda que tais condições sejam anteriores à prática do delito e se comprovem por laudo médico oficial ou, na falta deste, por médico designado pelo juízo da execução, caso resultem na incapacidade severa prevista na alínea “c” deste inciso;

• c) acometidas de doença grave e permanente que apresentem incapacidade severa, grave limitação de atividade e restrição de participação ou exijam cuidados contínuos que não possam ser prestados no estabelecimento penal, desde que comprovada a hipótese por laudo médico oficial ou, na falta deste, por médico designado pelo juízo da execução, constando o histórico da doença, caso não haja oposição da pessoa condenada, mantido o direito de assistência nos termos do art. 196 da Constituição;

• Art. 2o As pessoas condenadas à pena privativa de liberdade, não beneficiadas com a suspensão condicional da pena que, até 25 de dezembro de 2010, tenham cumprido um quarto da pena, se não reincidentes, ou um terço, se reincidentes, e não preencham os requisitos deste Decreto para receber indulto, terão comutada a pena remanescente de um quarto, se não reincidentes, e de um quinto, se reincidentes, aferida na data acima mencionada.

Page 24: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Normas da LEP• Da Anistia e do Indulto

• Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, por proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade.

• Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.

• Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.

Page 25: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Normas da LEP• Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do prontuário,

promoverá as diligências que entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.

• Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a petição será submetida a despacho do Presidente da República, a quem serão presentes os autos do processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar.

• Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.

• Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de acordo com o disposto no artigo anterior.

Page 26: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Normas impeditivas• Artigo 5º. XLIII da CR (1988) - a lei considerará

crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

• Art. 2º. 8072/90 - Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

• I - anistia, graça e indulto;

Page 27: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Normas impeditivas• Art. 1º da 9.455/97 - Constitui crime de

tortura: [...] § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

• Art. 44 da 11.343/06 - Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

Page 28: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Decadência, prescrição e perempção (conceitos)

• Decadência: Perda do prazo para o início da ação penal PRIVADA ou Pública condicionada à representação;

• Prescrição: Perda do direito de punir (só o Estado tem o direito de punir – tanto na ação penal pública quanto na ação penal privada); e

• Perempção: Perda do direito de continuar com o curso da ação penal privada por conta de desídia.

Page 29: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

DECADÊNCIA• Prazo geral: Artigo 103 do CP - Salvo disposição

expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º. do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia; e

• Prazo penal (apesar de ser um instituto híbrido (CP e CPP)

Page 30: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

DECADÊNCIA• O prazo não se interrompe nem se suspende;

• Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.

• Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal (tacitamente revogado). Súmula 594 do STF: Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal.

Page 31: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

DECADÊNCIA

• Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.

Page 32: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

PEREMPÇÃO• Instituto da ação penal privada;

• Só funciona após o início da ação penal privada;

• Uma única vez é o bastante (não confundir com civil);

• Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:

• I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;

• II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;

Page 33: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

PEREMPÇÃO• Art. 60. Nos casos em que somente se procede

mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:

• III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;

• IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

Page 34: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Renúncia e retratação (conceitos)• Renúncia: Ato unilateral pelo qual o dominus litis

desiste de iniciar (ofertar) a ação penal (recebimento da petição inicial). Artigo 107, V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;; e

• Retratação: Ato pelo qual o autor do delito, por uma permissão legal, desdiz o afirmado, com força de anular os efeitos da conduta criminosa. Artigo 107, VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite.

Page 35: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Renúncia• Art. 49. A renúncia ao exercício do direito

de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. (princípio da indivisibilidade da ação penal)

• No entanto, quando houver duas vítimas, cada uma tem o direito de acionar de forma independente (ou seja, a renúncia de uma não atinge o direito da outra)

Page 36: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Renúncia• Pode ser expressa (por escrito ou oralmente) ou tácita

(atos incompatíveis);

• Art. 50 do CPP - A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.

• Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro. (Parágrafo revogado tacitamente)

Page 37: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

Renúncia• Regra do artigo 104 do CP: Art. 104 - O direito de

queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou tacitamente. Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime.

• Exemplo: Casamento com o autor e aceitação para batizar o filho

Page 38: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

A renúncia nos Juizados Especiais Criminais

• Segundo o artigo 74 da lei n. 9.099/95: Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

• Quem fizer o acordo será agraciado, podendo um “autor do fato” não fazê-lo e dar continuidade à ação penal. Agora, há renúncia em ação penal privada e pública condicionada à representação.

Page 39: Direito penal III - UNEB - Causas extintivas de punibilidade

A Retratação no Código Penal• Art. 143 do CP - O querelado que, antes da sentença, se

retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.

• Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

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Perdão do ofendido e Perdão judicial (conceitos)

• Perdão do ofendido: Ato bilateral (precisa de aceitação) no qual o querelante deixa de prosseguir com a ação penal por que desculpa o ofensor; Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; e

• Perdão judicial: Ato unilateral do Magistrado em não aplicar a pena, por conta de uma causa importante. Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

•  

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Perdão do ofendido• Ato bilateral;

• Processual ou extra-processual;

• Tácito ou expresso;

• Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.

• Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.

• Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.

• Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.

• Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.

• Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.

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Perdão do ofendido• Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se

procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação.

• Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:

• I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;

• II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;

• III - se o querelado o recusa, não produz efeito.

• § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação.

• § 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.

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Perdão judicial• Ato unilateral, processual e expresso - Art. 120 -

A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência. Só acontece quando a lei determina que pode acontecer.

• Natureza jurídica (nem de condenação nem de absolvição) = Declaratória de extinção de punibilidade. Súmula 18 do STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.

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Perdão judicial• Homicídio Culposo: 121, § 5º - Na hipótese

de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

• Lesão corporal culposa: 129, § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.

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Perdão judicial• Receptação culposa: 180, § 5º - Na hipótese do § 3º, se o

criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.

• Parto suposto: Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos. Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.

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Perdão judicial geral e condicionado

• Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:

• I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa;

• II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada;

• III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.

• Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.