experiência ead: mostrar ou incentivar uso?
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CONCEIÇÃO ROSA PEREIRA - EAD
MEUS TEXTOS SOBRE EDUCAÇÃO E EAD
Conceição Rosa Pereira
Encontrar a medida certa diante de
alunos que convivem com uma
explosão de informações na sua vida
fora da escola não é fácil, pois na faixa
etária que trabalho eles ainda não têm a
capacidade e a maturidade necessária
para filtrar e organizar as informações
que estão por toda parte.
Diante deste fato é muito importante o planejamento e o
conhecimento do professor diante deles, pois estão sempre testando
os professores em relação às mídias, principalmente no uso de
internet, então não adianta fazer de conta que este problema não
existe, na verdade não existe na nossa escola: não temos
computadores para os alunos, pois os que vieram faz tanto tempo que
devem ter se estragado devido às condições de armazenamento
imprópria, porque nem sala disponível temos e estava previsto há
pelo menos três anos o acessa escola no prédio, mas as reformas não
aconteceram. Então a solução por encontrada é incentivar o bom uso
do computador, em tarefas, pesquisas de palavras ou de imagens, de
textos informativos sobre os assuntos estudados ou para melhorar a
proficiência na linguagem escrita, pois em outro momento eles irão
ler para os colegas da classe.
Como não temos como melhorar as aulas com o uso das mídias é
necessário organizar e planejar outras formas de ajuda-los a
aproveitar melhor o uso do computador em suas casas,
conversando e mostrando mesmo a eles que estas máquinas não
servem apenas para joguinhos, mas para melhorar os estudos e
aparentemente têm dado certo, claro que os alunos que não tem
computador também realizam os deveres, mas utilizando outras
fontes, tais como revistas, jornais, folhetos, livros e dicionários, o
que for mais fácil para eles e se não tiver nenhum material, o que é
raro nesta turma, pode resolver os deveres de acordo com o seu
conhecimento (ou da família), mas procuro deixar claro que eles
não estudam para a professora, porque ela quer e sim para
melhorar suas habilidades nos estudos e conhecer mais assuntos,
então acaba que apenas quatro alunos não realizam estas
pesquisas, mas por outros problemas que infelizmente só a escola
e professor não poderão resolver.
Como não temos como melhorar as aulas com o uso das mídias é
necessário organizar e planejar outras formas de ajuda-los a
aproveitar melhor o uso do computador em suas casas, conversando
e mostrando mesmo a eles que estas máquinas não servem apenas
para joguinhos, mas para melhorar os estudos e aparentemente têm
dado certo, claro que os alunos que não tem computador também
realizam os deveres, mas utilizando outras fontes, tais como
revistas, jornais, folhetos, livros e dicionários, o que for mais fácil
para eles e se não tiver nenhum material, o que é raro nesta turma,
pode resolver os deveres de acordo com o seu conhecimento (ou da
família), mas procuro deixar claro que eles não estudam para a
professora, porque ela quer e sim para melhorar suas habilidades
nos estudos e conhecer mais assuntos, então acaba que apenas
quatro alunos não realizam estas pesquisas, mas por outros
problemas que infelizmente só a escola e professor não poderão
resolver.
Quando é percebido que determinado aluno já passou dois ou mais
anos diante das mesmas estratégias pedagógicas (do projeto do
governo) e mesmo assim não foi obtido o resultado esperado, que é
a leitura e escrita de forma convencional, acho que é a hora de
mostrar outros caminhos a este aluno, pois meu primeiro
compromisso não é exatamente com quem me paga e sim com
aquele aluno, ele é o foco da aprendizagem e por sinal este também
é o objetivo do governo: proficiência na leitura e escrita; então se
conheço outras metodologias e atividades diversificadas porque
não oferecer estas oportunidades ao aluno? Alguns seres humanos
aprendem observando e lendo junto com os pares, outros não,
precisam de auxílio, de demonstração, de repetições para
memorizar, de modelos até mesmo de uma mão amiga para “ler
junto” até que se sinta seguro para fazê-lo por si mesmo e é
exatamente isto que ofereço a eles.
Claro que os alunos precisam de obras e textos completos
para melhorar e aumentar sua capacidade leitora, mas sem
conhecer as palavras ele não têm ânimo para ficar com o
“dedinho no texto” e acompanhar a leitura dos outros,
então se ele gosta de cruzadas, caça-palavras, recortes, por
que não utilizar estes recursos? O atendimento
individualizado não acontece em todos os momentos, mas
quando é possível, temos que dar toda atenção, vezes
questionando “o como se escreve” e por outras vezes
“mostrando como se lê”, aprendi que não existe certo ou
errado em educação na graduação e acredito mesmo nisso,
nem sempre o único caminho é incentivar apenas, muitas
vezes devemos mostrar o caminho para encontrar a agulha
no palheiro.
Claro que é preciso estar sempre atento para descobrir o
momento em que não pode mais mostrar para que o
estudante aprenda a caminhar com suas próprias
possibilidades, senão corre-se o risco de torná-lo muito
inseguro ou dependente, mas como tudo em relação à
educação do ser humano, é preciso muita cautela e
observação por parte dos adultos que estão
momentaneamente no comando da situação. O
importante é não ter apenas um olhar cego diante das
dificuldades encontradas na aprendizagem e sim ter a
cabeça aberta para adquirir resultados envolvendo
mudanças na prática pedagógica, pois se nas escolas
privadas determinados procedimentos dão certo, porque
não utilizá-los também na escola pública?
Nossos alunos têm a mesma capacidade, apenas não tem os
mesmos recursos ou o respaldo dos familiares diante da educação
escolar, mas escolas que utilizam apostilas, metodologia
diversificada, silabário e outras fontes conseguem resultados,
então quando é necessário e pensando nos alunos, devemos
incorporar algumas atitudes e manter firmeza contra falácias e
imposições de profissionais comissionados e que são pagos
apenas para fazer cumprir ordens e uso dos materiais e apenas
deles. Na verdade todo material pode ser complementado, ainda
não conheço nenhum que seja perfeito, sempre precisa do
planejamento do professor com atividades complementares para
que os alunos compreendam os conteúdos estudados, pois
estamos sempre estudando, aprendendo através das reflexões
sobre a aprendizagem dos alunos.