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EXERCÍCIOS SOBRE ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO E PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA TESTE DE ATENÇÃO Perguntas 1. Por que os ingleses queriam que a escravidão fosse proibida no Brasil? 2. O que dizia a lei Bill Aberdeen? 3. Qual a diferença entre a Lei Eusébio de Queiroz e a lei anterior que proibia a entrada de escravos no Brasil? 4. Como os cafeicultores escravistas conseguiram mão-de-obra para suas fazendas depois da Lei Eusébio de Queiroz? 5. Por que a Lei do Ventre Livre não foi tão eficiente quanto se esperava? 6. Quais são as críticas contra a Lei dos Sexagenários? Respostas possíveis A. A primeira punia os infratores, a segunda não. B. Compravam da região nordeste ou contratavam estrangeiros. C. Faziam tudo às escondidas. D. Porque as crianças continuavam dependendo do dono de suas mães. E. Porque não havia esgoto encanado. F. Poucos sobreviviam até os 60 anos e se sobrevivessem e fossem mandados embora teriam dificuldades de sobreviver. G. Porque a escravidão vai contra os princípios dos ingleses. H. Que os navios militares ingleses tinham a obrigação de afundar os navios que transportassem escravos. I. Porque no sistema assalariado o consumo de produtos industrializados seria maior. J. Que os países que tivessem escravos teriam que pagar uma taxa mais alta sobre seus produtos. K. Uma era contra e outra era a favor da escravidão. L. Não havia nenhuma desvantagem. M. Para que a escravidão voltasse. Perguntas 7. Quais são as críticas contra a Lei Áurea por parte dos fazendeiros? 8. Quais são as críticas contra a Lei Áurea por parte dos abolicionistas? 9. Qual era o objetivo das pessoas reunidas na Convenção de Itú? 10. Explique o que foi a Questão Religiosa. 11. Por que o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República? 12. Qual foi o novo nome do Império do Brasil? 13. O que a abolição da escravidão tem haver com a República? Respostas possíveis A. O Imperador queria que todas as ordens do Papa fossem primeiro aprovadas por ele. B. O Imperador queria que seu casamento fosse anulado. C. Porque esse era um sonho muito antigo dele. D. Porque não era suficiente libertar os escravos mulatos, ainda havia muitos escravos negros. E. República Federativa do Brasil. F. Fazendeiros que estavam descontentes com a monarquia queriam ter mais poder em suas mãos. G. Estados Unidos do Brasil. H. Porque disseram a ele que o Ministro do Império iria prende-lo e condená-lo a trabalhos forçados pelo resto da vida por conspirar contra o Imperador. I. Eles não receberam nenhuma reposição dos gastos que tiveram com a compra dos seus escravos. J. Fundar um partido para depois implantar uma república no Brasil. K. Eles perderam suas fazendas para os seus ex-escravos. L. Construir uma ferrovia para transportar a carga de forma mais rápida e barata e assim ter mais lucro. M. Os escravos foram soltos no mundo sem profissão, preparo para o mercado de trabalho ou terra para plantar. PRÉ-DESAFIO

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EXERCÍCIOS SOBRE ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO E PROCLAMAÇÃO DA

REPÚBLICA

TESTE DE ATENÇÃO

Perguntas

1. Por que os ingleses queriam que a escravidão fosse proibida no Brasil?

2. O que dizia a lei Bill Aberdeen?

3. Qual a diferença entre a Lei Eusébio de Queiroz e a lei anterior que proibia a entrada de escravos no

Brasil?

4. Como os cafeicultores escravistas conseguiram mão-de-obra para suas fazendas depois da Lei Eusébio

de Queiroz?

5. Por que a Lei do Ventre Livre não foi tão eficiente quanto se esperava?

6. Quais são as críticas contra a Lei dos Sexagenários?

Respostas possíveis

A. A primeira punia os infratores, a segunda não.

B. Compravam da região nordeste ou contratavam estrangeiros.

C. Faziam tudo às escondidas.

D. Porque as crianças continuavam dependendo do dono de suas mães.

E. Porque não havia esgoto encanado.

F. Poucos sobreviviam até os 60 anos e se sobrevivessem e fossem mandados embora teriam dificuldades

de sobreviver.

G. Porque a escravidão vai contra os princípios dos ingleses.

H. Que os navios militares ingleses tinham a obrigação de afundar os navios que transportassem escravos.

I. Porque no sistema assalariado o consumo de produtos industrializados seria maior.

J. Que os países que tivessem escravos teriam que pagar uma taxa mais alta sobre seus produtos.

K. Uma era contra e outra era a favor da escravidão.

L. Não havia nenhuma desvantagem.

M. Para que a escravidão voltasse.

Perguntas

7. Quais são as críticas contra a Lei Áurea por parte dos fazendeiros?

8. Quais são as críticas contra a Lei Áurea por parte dos abolicionistas?

9. Qual era o objetivo das pessoas reunidas na Convenção de Itú?

10. Explique o que foi a Questão Religiosa.

11. Por que o Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República?

12. Qual foi o novo nome do Império do Brasil?

13. O que a abolição da escravidão tem haver com a República?

Respostas possíveis

A. O Imperador queria que todas as ordens do Papa fossem primeiro aprovadas por ele.

B. O Imperador queria que seu casamento fosse anulado.

C. Porque esse era um sonho muito antigo dele.

D. Porque não era suficiente libertar os escravos mulatos, ainda havia muitos escravos negros.

E. República Federativa do Brasil.

F. Fazendeiros que estavam descontentes com a monarquia queriam ter mais poder em suas mãos.

G. Estados Unidos do Brasil.

H. Porque disseram a ele que o Ministro do Império iria prende-lo e condená-lo a trabalhos forçados pelo

resto da vida por conspirar contra o Imperador.

I. Eles não receberam nenhuma reposição dos gastos que tiveram com a compra dos seus escravos.

J. Fundar um partido para depois implantar uma república no Brasil.

K. Eles perderam suas fazendas para os seus ex-escravos.

L. Construir uma ferrovia para transportar a carga de forma mais rápida e barata e assim ter mais lucro.

M. Os escravos foram soltos no mundo sem profissão, preparo para o mercado de trabalho ou terra para

plantar.

PRÉ-DESAFIO

1. A luta pela abolição da escravidão foi um processo de longa duração. Assinale a alternativa que

comenta erroneamente essa jornada.

A) A extinção do tráfico intercontinental resultou da convergência das fortes pressões do governo inglês

com interesses do governo imperial e de parcelas das elites agrárias brasileiras.

B) A crise foi permeada pelo debate entre escravistas e anti-escravistas, no qual os primeiros utilizam

argumentos econômicos, jurídicos e morais – “necessidade para a produção”, “a inviolabilidade da

propriedade”, o “caráter civilizatório da escravidão” – contra as proposições ético-morais-religiosas dos

últimos – “direitos naturais dos homens”, alicerçados pela palavra divina.

C) A Lei do Ventre Livre, de 1871, garantiu que os filhos de escravos que nascessem a partir daquele ano

jamais seriam escravizados.

D) Os abolicionistas, no intuito de defenderem a “raça negra”, formaram diversas associações na década

de 1880.

Leia o texto a seguir para responder à questão.

Em 1873 foi fundado o Partido Republicano Paulista (PRP) para lutar politicamente pela

democratização do Brasil. Sem conseguir grandes sucessos nas urnas convenceram ao Marechal Deodoro

da Fonseca a aderir à causa. No dia 14 de novembro de 1889 disseram ao Marechal que o primeiro-

ministro do Brasil havia mandado prendê-lo. Antes que isso acontecesse Deodoro organizou-se uma tropa

e foi prender o ministro. O ministro vendo o ocorrido pediu ao Marechal Floriano Peixoto que reunisse

seus soldados e enfrentasse Deodoro. Floriano ao em vez de obedecer deu ordem de prisão ao ministro. O

imperador estava em Petrópolis quando ficou sabendo do que estava acontecendo e voltou ao Rio de

Janeiro com o objetivo de nomear outro primeiro-ministro que agradasse aos republicanos mas o PRP não

lhe deu essa chance, o imperador e sua família foram expulsos do Brasil. Deodoro se tornou o primeiro

presidente do Brasil e Floriano Peixoto o primeiro vice-presidente.

2. Assinale a alternativa correta.

A) Parte do exército tentou impedir a revolução de Deodoro, mas após uma batalha sangrenta Deodoro foi

vencedor.

B) O povo brasileiro lutou ao lado do PRP e de Deodoro pela República e por isso como recompensa

todos tiveram direito ao voto.

C) O PRP não conseguia sozinho estabelecer a República no Brasil, precisou da ajuda do exército.

D) Deodoro da Fonseca sempre defendeu o fim da monarquia e derrubar o rei e proclamar a República foi

para ele a realização de um objetivo há muito tempo esperado.

Leia a lei abaixo e o artigo jornalístico para responder à próxima pergunta.

Art. 1.º: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.

Art. 2.º: Revogam-se as disposições em contrário. Fonte: Wickpedia, verbete “Lei Áurea”. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_%C3%81urea Acesso em

12/10/2010.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou nessa

segunda-feira, que o salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.092,36 em junho.

(...) Um cálculo realizado pelo órgão acerca do valor do salário mínimo para garantir as despesas de uma

família operária com alimentação, moradia, saúde, transporte, educação, vestuário, higiene, lazer e

previdência constatou que o salário mínimo deveria ser 4,10 vezes superior ao piso atual de R$ 510. Fonte: Causa Operária On line – 5 de julho de 2010. Disponível em:

http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=22267 Acesso em 12/10/2010

3. Qual é a conclusão correta que podemos tirar dessas leituras?

A) O fim da escravidão foi suficiente para fazer a pobreza no Brasil diminuir cada vez mais.

B) A Lei Áurea libertou os escravos, mas não deu condições de trabalho digno aos brasileiros.

C) O governo, em atos de caridade, tenta melhorar a vida dos trabalhadores mais humildes.

D) A condição dos brasileiros já melhorou muito e devemos isso exclusivamente a ação de políticos e

empresários que são generosos com o povo.

(SIADE 2009) Leia e responda à questão.

A escravidão foi banida no Brasil em 1888 e, ainda hoje, surgem denúncias de que o trabalho escravo

persiste em algumas regiões do país. (...) A maioria desta mão de obra, fugindo da seca e da falta de

trabalho em suas comunidades de origem, se aventura, ou melhor, sem nenhuma outra opção, acaba

migrando em busca da sobrevivência para várias regiões brasileiras, alguns até para o exterior. Fonte: ROMANO, S. Trabalho escravo no Brasil ainda é uma realidade. Disponível em: <http://ultima

instancia.uol.com.br/artigos/ler_noticia.php?idNoticia=47246> . Acesso em: 9 de abr. 2009.

4. Segundo o texto, mais de cento e vinte anos após a Lei Áurea, de 1888, a escravidão no Brasil

A) acabou definitivamente e todo trabalho é assalariado.

B) persistiu, legalmente, apenas no meio rural.

C) existe ainda no Brasil e deriva de problemas sociais.

D) pode ser utilizada se a empresa e o trabalhador quiserem.

(SIADE 2009) As denúncias de trabalho degradante se direcionam às madeireiras, fazendas de pecuária e

extração florestais, situadas em várias localidades (...) Dos 97 trabalhadores escravos descobertos, quase

todos, 84, foram resgatados pelos fiscais porque as condições em que viviam eram extremamente

precárias. Nos casos em que houve resgate, os trabalhadores eram mantidos em condições subumanas:

tinham moradia inadequada, não recebiam salário ou então o pagamento era atrasado, bebiam a mesma

água do gado e tinham más condições de alimentação. Numa das fazendas fiscalizadas, os trabalhadores

só comiam carne quando morria um boi. Fonte: DELEGACIA no Pará fiscalizou 5,5 mil empresas... Disponível em:

www.mte.gov.br/delegacias/pa/pa_prog_trabescraco.asp. Acesso em: 9 de abr. 2009.

5. A partir do texto acima, podemos afirmar que o trabalho escravo

A) existe no Brasil atual e a fiscalização e a punição são formas de reduzi-lo ou eliminá-lo.

B) foi abolido no final do século XIX e todos os trabalhadores passaram a viver em condições dignas.

C) existe no Brasil atual e não há maneira de impedir que os trabalhadores sejam maltratados.

D) foi abolido no final do século XIX, mas continuou a ser aceito pela legislação brasileira.

(SIADE 2010)

Leia com atenção o texto de Joaquim Nabuco, extraído do livro O Abolicionismo (1883).

Quando mesmo a emancipação [abolição] total fosse decretada amanhã, a liquidação desse regime

só daria lugar a uma série infinita de questões, que só poderiam ser resolvidas de acordo com os interesses

vitais do país pelo mesmo espírito de justiça e humanidade que dá vida ao abolicionismo. Depois que os

últimos escravos houverem sido arrancados ao poder sinistro que representa para a raça negra a maldição

da cor, será ainda preciso desbastar, por meio de uma educação viril e séria, a lenta estratificação de

trezentos anos de cativeiro, isto é, de despotismo, superstição e ignorância. O processo natural pelo qual a

escravidão fossilizou nos seus moldes a exuberante vitalidade do nosso povo durante todo o período de

crescimento, e enquanto nação exuberante vitalidade do nosso povo durante todo o período de

crescimento, e enquanto a nação não tiver consciência de que lhe é indispensável adaptar à liberdade cada

um dos aparelhos do seu organismo de que a escravidão se apropriou, a obra desta irá por diante, mesmo

quando não haja mais escravos.

6. Com base no texto, é correto afirmar que:

A) Com a Abolição se realizaria automaticamente a integração dos escravos à sociedade brasileira, uma

vez que a escravidão no Brasil foi branda, moderada e de pequeno porte.

B) A integração dos escravos à sociedade brasileira não é conseqüência direta da Abolição, depende

também da superação do preconceito de cor, de um processo de educação e da reforma das instituições do

Brasil sob o critério de liberdade.

C) Como a escravidão fossilizou a população de escravos e os deixou ignorantes e abandonados, a

contribuição da raça negra à cultura brasileira foi mínima.

D) Para recuperar a vitalidade cultural dos escravos, é preciso ampliar e intensificar as políticas

educacionais de modo a eliminar os traços primitivos oriundos da África e a degeneração moral cultivada

sob o regime da escravidão.

(SIADE 2010)

“Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e

consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração,

sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra

natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.” Fonte: Declaração Universal dos Direitos Humanos. In:< http://www.onu-brasil.org.br/documentos_direitos

humanos.php >, acessado em 5/4/2010.

7. Este texto foi uma conquista para toda humanidade. Segundo suas intenções, podemos afirmar que:

A) é necessário destacar as diferenças como defeitos, pois, assim, as pessoas poderão melhorar seus

problemas.

B) é necessário valorizar e respeitar as diferenças que caracterizam as pessoas e os grupos sociais.

C) é necessário acabar com a diferença, pois o ideal é que todas as pessoas sejam iguais.

D) Existem pessoas que não têm condição para exercer seus direitos e, por isso, devem ser tuteladas.

(1ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2009)

Na Revista Illustrada de 06 de Novembro de 1880 o artista Ângelo Agostini retratou, por meio dessa

ilustração e da legenda “Uma nuvem que cresce cada vez mais”, a abolição da escravidão.

8. Assinale a opção incorreta sobre o autor e seu desenho.

A) Utiliza texto e imagem para criticar a escravidão do período.

B) Mostra o senhor que tenta defender-se da “tempestade do abolicionismo” e ao mesmo tempo impedir

que seu escravo, que continua a trabalhar, veja-a.

C) Representa o movimento abolicionista como uma tempestade que se aproxima.

D) Mostra que Agostini era a favor da escravidão ao representar as dificuldades enfrentadas pelos

senhores de escravos em manter os cativos sob seu domínio.

(1ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2009)

9. A imagem abaixo, sobre o fim da Guerra do Paraguai, foi publicada na revista Semana Illustrada de

27 março 1870. A partir da observação da imagem e de sua legenda podemos dizer que a alternativa

errada é a:

Chico Diabo atravessando com uma lança o monstro mais bárbaro e hediondo,que tem visto o mundo – o

execrando Francisco Solano Lopez, destruidor de sua própria pátria!

A) A morte de Solano Lopez foi descrita como um grande feito brasileiro.

B) O autor via como diabólica a participação brasileira na guerra.

C) Para o autor a guerra do Paraguai foi uma batalha contra a tirania de um governante cruel.

D) A descrição do líder paraguaio como um monstro ajudou a construir a imagem do Brasil como o de

libertador daquela nação.

(1ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2009)

Maldita Guerra

“[No Brasil], nas décadas de 1960 e 1970, o revisionismo sobre a Guerra do Paraguai [explicava-a]

(…) como o confronto entre duas estratégias de crescimento: a paraguaia, sem dependência dos centros

capitalistas, e a da Argentina e do Brasil, dependente do ingresso de recursos financeiros e tecnológicos

estrangeiros. Para o revisionismo, estes dois países teriam sido manipulados por interesses da Grã-

Bretanha, maior potência capitalista à época, para aniquilar o desenvolvimento autônomo paraguaio,

abrindo um novo mercado consumidor para os produtos britânicos e fornecedor de algodão para as

indústrias inglesas, matéria-prima cujo fornecimento fora prejudicado pela Guerra Civil norte-americana.

(…)

Esses argumentos não se sustentam factualmente. Os pressupostos e conclusões desse revisionismo

sofreram forte influência no contexto em que foram escritos. As décadas de 1960 e 1970 caracterizaram-

se, na América do Sul, por governos militares. Uma forma de se lutar contra o autoritarismo era minando

suas bases ideológicas. Daí, em grande parte, a acolhida acrítica e o sucesso em meios intelectuais do

revisionismo sobre a Guerra do Paraguai. (…)”

10. A conclusão errada do texto acima sobre a Guerra do Paraguai é:

A) As interpretações sobre os processos históricos sofrem as influências do tempo em que vivem os

historiadores, mesmo que distante do episódio narrado.

B) Brasil e Argentina, a serviço da Grã-Bretanha, são os responsáveis pelo atraso econômico do Paraguai.

C) As explicações históricas são marcadas pelo contexto em que são escritas, e também constantemente

reelaboradas.

D) As explicações sobre a Guerra do Paraguai nos anos 1960 e 1970 comportam aspectos políticos,

econômicos e diplomáticos.

(2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil - 2010)

Em 18 de junho de 1888, Edmund Sturge, secretário da British and Foreign Anti-Slavery Society

[sociedade britânica e estrangeira de anti-escravidão] enviou ao abolicionista brasileiro Joaquim Nabuco

(1849-1910) a seguinte carta:

Caro Sr. Nabuco:

Devo agradecer-lhe muito pela sua carta do dia 8 que, confirmando os telegramas publicados nos

nossos jornais, foi seguida por sua carta da semana passada ao Sr. Allen. Seguramente houve uma

consumação repentina e gloriosa do seu trabalho, ao qual você dedicou com perseverança muito tempo.

Num ponto, ela supera a emancipação dos escravos das Índias Ocidentais Britânicas ao ignorar

completamente a questão da indenização, como também ocorreu com Cuba, em 1883. Lembro-me de que

a indenização sofreu forte oposição de um amplo setor do partido antiescravista, e o seu efeito logo

mostrou que, neste ponto, houve

um erro desastroso da medida. O dinheiro foi recebido por comerciantes em Londres, que detinham sob

hipoteca a maioria das propriedades açucareiras; e, tendo recebido o total da quantia que lhes cabia,

referente aos seus débitos, se recusaram a investir no cultivo da colheita seguinte. A conseqüência foi a

interrupção geral do cultivo do açúcar, e, acompanhando-a, houve uma ampla desmoralização do hábito

industrial do negro pela absoluta falta de emprego. Desde então, a estrutura industrial da Jamaica e das

outras Ilhas das Índias Ocidentais não foi restaurada. Daqui a algum tempo, você não poderia escrever

uma história do abolicionismo no Brasil? Ele é um exemplo para o mundo e não deve ser perdido. Agora

temos que agradecer pela extinção tanto do comércio de escravos quanto da escravidão em todo o mundo

ocidental (…). É gratificante saber pela sua carta que a princesa imperial adquiriu um interesse notável

pela questão, pois, quando fizemos uma entrevista com seu pai, muitos anos atrás, o assunto da

emancipação parecia não lhe agradar.

Respeitosamente,

Edmund Sturge

11. Após a leitura da carta acima, identifique a alternativa que a comenta erroneamente.

A) A indenização mencionada no texto procurava compensar os escravos por seus anos de cativeiro.

B) O texto expressa a opinião de grupos monarquistas absolutistas.

C) O autor da carta compara a abolição no Brasil a outros movimentos no mundo.

D) O movimento abolicionista teve participação de ativistas de diferentes setores sociais organizados em

associações antiescravistas e contou com intercâmbio de idéias e ações internacionais.

(2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil - 2010)

Ângelo Agostini retrata Martinho de Campos, líder do Partido Liberal. Na base da estátua está escrito

“Escravidão ou morte!”. E na legenda: Projecto de uma estatua eqüestre para o illustre chefe do partido

liberal. Esta estatua deve fazer par com a de Pedro I e será collocada no dia 7 de Setembro de 1881. A

iniciativa das illustres fazendeiros de Cebolas é que devemos mais esse monumento das nossas glorias. Disponível em: http://www.auletedigital.com.br/

12. Assinale a alternativa que interpreta de forma errada a charge acima.

A) Ângelo Agostini critica não apenas a postura do líder do Partido Liberal, como também os fazendeiros

por ele representados.

B) A frase “escravidão ou morte” demonstra como a sociedade brasileira do século XIX não poderia

sobreviver sem o trabalho dos escravos.

C) Ao comparar o “projecto de uma estátua equestre para o illustre chefe do partido liberal” àquela de

Pedro I, o autor atrela a ideia de independência à de abolição.

D) Retrata a luta dos senhores de escravos para a manutenção da escravidão representando-os como

cruéis.

(2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil - 2010)

Leia a seguir o Manifesto Republicano para responder à próxima questão.

As reformas a que aspiramos [nós os republicanos] são complexas e abrangem todo o nosso

mecanismo social. Negá-las absolutamente, fora uma obra ímpia, porque se provocaria a resistência.

Aprazá-las indefinidamente, fora um artifício grosseiro e perigoso. Fortalecidos, pois, pelo nosso direito e

pela nossa consciência, apresentamo-nos perante os nossos concidadãos, arvorando resolutamente a

bandeira do partido republicano federativo. Somos da América e queremos ser americanos. A nossa

forma de governo é, em sua essência e em sua prática, antinômica e hostil ao direito e aos interesses dos

Estados americanos. A permanência dessa forma tem de ser forçosamente, além da origem de opressão no

interior, a fonte perpétua da hostilidade e das guerras com os povos que nos rodeiam. Perante a Europa

passamos por ser uma democracia monárquica que não inspira simpatia nem provoca adesão. Perante a

América passamos por ser uma democracia monarquizada, aonde o instinto e a força do povo não podem

preponderar ante o arbítrio e a onipotência do soberano. Em tais condições pode o Brasil considerar-se

um país isolado, não só no seio da América, mas no seio do mundo. O nosso esforço dirige-se a suprimir

este estado de coisas, pondo-nos em contato fraternal com todos os povos, e em solidariedade

democrática com o continente de que fazemos parte.

13. Assinale a alternativa errada.

A) O documento demonstra um profundo desejo por reformas políticas e sociais, de modo a alinhar o país

à tendência republicana existente na América.

B) A América a que o Manifesto Republicano faz referência era composta por repúblicas consolidadas e

outras em processo de formação.

C) Por meio do Manifesto Republicano de 1870, os autores buscavam reformar o Império por vias

pacíficas e diplomáticas.

D) O Manifesto Republicano de 1870 foi escrito no único país naquele momento, nas Américas, a possuir

sistema monárquico.

(3ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2011)

14. Observando a imagem e de acordo com seus conhecimentos, assinale a alternativa errônea.

A) Intelectuais republicanos apresentaram inúmeros projetos de estandartes brasileiros, com desenhos,

cores, símbolos e signos variados, mas a bandeira oficial de 1889 manteve o verde e amarelo da Casa dos

Bragança.

B) Esta bandeira do Brasil é análoga à dos Estados Unidos, o que mostra que foi inspirada nos ideais de

liberdade estadunidenses, que em 1776 livraram-se de sua condição de colônia para tornarem-se uma

república.

C) Trata-se da primeira bandeira do Brasil republicano, criada em 1889, sendo, contudo, um estandarte

provisório.

D) A analogia com a bandeira dos Estados Unidos é um anacronismo, pois os ideais de liberdade

estadunidenses provêm do século XVIII, enquanto que o momento brasileiro em questão é o advento da

República em 1889.

(3ª Olimpíada Nacional em História do Brasil - 2011)

15. Assinale a conclusão errada da imagem anterior.

A) A imagem faz referência direta à crise política nos últimos meses do Império.

B) Ao colocar a imagem da “Republica” acima e afastando-se dos símbolos do Império aponta-se para a

superação de um sistema de governo ultrapassado para o país.

C) Trata-se de uma crítica ao movimento republicano que ao crescer traz destruição à ordem vigente.

D) A imagem nos permite estabelecer “O Mequetrefe” como um jornal marcado pela defesa da república

e contra o Estado Monárquico.

(4ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2012)

16. Leia o samba-enredo da G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense, do carnaval de 1989, e escolha a

alternativa errônea.

Liberdade, Liberdade! Abra as asas sobre nós

Seja sempre a nossa voz, mas eu digo que vem

Vem, vem reviver comigo amor

O centenário em poesia

Nesta pátria mãe querida

O império decadente, muito rico incoerente

Era fidalguia e por isso que surgem

Surgem os tamborins, vem emoção

A bateria vem, no pique da canção

E a nobreza enfeita o luxo do salão, vem viver

Vem viver o sonho que sonhei

Ao longe faz-se ouvir

Tem verde e branco por aí

Brilhando na Sapucaí e da guerra

Da guerra nunca mais

Esqueceremos do patrono, o duque imortal

A imigração floriu, de cultura o Brasil

A música encanta, e o povo canta assim e da princesa

Pra Isabel a heroína, que assinou a lei divina

Negro dançou, comemorou, o fim da sina

Na noite quinze e reluzente

Com a bravura, finalmente

O Marechal que proclamou foi presidente

Liberdade!, Liberdade!

Abre as asas sobre nós

E que a voz da igualdade

Seja sempre a nossa voz,

Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós

E que a voz da igualdade

Seja sempre a nossa voz.

Samba enredo vencedor do carnaval carioca de 1989

A) A letra do samba-enredo é de contestação ao regime político no contexto da comemoração do

centenário da Proclamação da República.

B) A letra do samba-enredo faz alusão ao processo político que culminou na passagem do regime

monárquico para o republicano, com a proclamação da República em 15 de novembro de 1889 e ascensão

do Marechal Deodoro da Fonseca à presidência.

C) O samba-enredo apropria-se de uma narrativa histórica tradicional, apoiada em datas e fatos, numa

perspectiva glorificante.

D) A ideia de liberdade e a igualdade do povo associadas ao regime republicano é recuperada pelo samba-

enredo a partir do Hino da República.

17. A partir da leitura de quatro pontos de Jongo, assinale a alternativa errada:

Ponto de Jongo 01

“Eu tava dormindo, cangoma me chamou

Levanta povo que o cativeiro já acabou.”

Ponto de Jongo 02

“Eu pisei na pedra a pedra balanceou

Mundo tava torto, rainha endireitou,

Eu pisei na pedra a pedra balanceou

Mundo tava torto, rainha endireitou.”

Ponto de Jongo 03

“Treze de maio a corrente arrebentou,

No dia treze de maio a corrente arrebentou.”

Ponto de Jongo 04

“No tempo do cativeiro

Aturava muito desaforo

Levantava de manhã cedo

Com cara limpa levo o couro, ai

Agora quero ver o cidadão

Que grita no alto do morro

Vai-se Cristo, seu moço

Seu negro agora tá forro”

Glossário

Cangoma: (n.b angoma, o tambor maior, de tronco escavado e de um couro só, usado no

jongo/caxambu). Silvia Hunold Lara; Gustavo Pacheco (orgs). Memórias do Jongo. As gravações históricas de Stanley J. Stein,

Vassouras, 1949. Rio de Janeiro: Folha Seca; Campinas, SP: CECULT, 2007.

A) O desaparecimento do jongo e a inexistência de jongueiros nos dias atuais implicou uma grande perda

para a pesquisa histórica e para a cultura nacional.

B) Os pontos de jongo apresentados fazem referência, respectivamente, ao momento em que os escravos

recebem a notícia do fim da escravidão; à atuação da princesa Isabel; ao fim do cativeiro; e à nova

condição de homens livres.

C) Embora os jongos sejam frequentemente improvisados em função das circunstâncias do momento, o

acervo de expressões e outros recursos estilísticos baseiam-se em uma tradição coletiva.

D) O uso de metáforas, palavras e expressões de origem africana dificultava a compreensão dos pontos

pelos não-escravos e permitia que o jongo fosse usado como uma crônica da vida no cativeiro.

(4ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2012)

O direito de ser africano livre

“A categoria legal de ‘africanos livres’ não foi uma criação da lei de 1831. Ela teve origem nos

tratados bilaterais assinados por Portugal com a Grã-Bretanha para a abolição do tráfico de escravos.

Entre os procedimentos para a repressão do tráfico, estava a criação de comissões mistas dos dois lados

do Atlântico, que julgariam os navios apreendidos. Na convenção adicional de 1817, estabeleceu-se que

os africanos encontrados a bordo dos navios condenados por tráfico ilegal seriam emancipados e ficariam

sob tutela do governo do país onde o navio havia sido julgado. A exemplo da legislação aplicada nos

domínios britânicos desde 1808, o alvará português de 26 de janeiro de 1818 determinou que, durante o

período de 14 anos, os africanos emancipados seriam preparados para o ‘trabalho livre’. Os ‘africanos

livres’ no Brasil possuíam status jurídico semelhante ao de pessoas livres sob tutela e submetidas a

trabalho compulsório e partilhavam essa condição com grupos emancipados nos domínios coloniais

britânicos, espanhóis e holandeses. Com base nos acordos bilaterais de 1817 e 1826, na lei de 1831 e na

Lei Eusébio de Queirós, de 1850, foram emancipados aproximadamente 11 mil africanos no Brasil. Ao

contrário do que determinava a lei de 1831, os africanos não foram enviados de volta à África. Esses

homens, mulheres e crianças cumpriram o período de serviço obrigatório distribuídos entre

concessionários particulares e instituições públicas no Rio de Janeiro e nas províncias do Império. Foram

sempre tratados pelo governo imperial como compondo uma categoria especial, distinta dos escravos e

libertos.

A lei de 1831, geralmente rotulada como sendo ‘para inglês ver’, merece atenção mais detalhada.

Sabemos, pelas investigações mais recentes, que ela serviu à repressão do tráfico ilegal, especialmente

nos primeiros anos de sua vigência. Depois disso, nos anos conturbados da consolidação do Estado

Imperial, o governo brasileiro deixou para os britânicos a função de repressão ao tráfico de escravos e

abriu mão de aplicá-la, facilitando o crescimento vertiginoso do contrabando. A repressão efetiva só foi

retomada em 1850, apoiada na Lei Eusébio de Queirós. Ainda assim, a lei de 7 de novembro de 1831, no

seu primeiro artigo, decretava livres todos os africanos introduzidos no território nacional a partir daquela

data (…)”

18. Escolha a alternativa incorreta.

A) A lei de 1831 só passou a ser efetivamente exercida quando os proprietários dos navios negreiros

apresados começaram a ser indenizados pelo governo britânico, por suas perdas financeiras.

B) O rótulo “lei para inglês ver” atribuído à lei de 1831 acabou por construir uma leitura simplista da

efetiva importância dessa lei para o processo de emancipação dos escravos no Brasil.

C) A proibição do tráfico atlântico de escravos inscrita nas leis de 1831 e de 1850 é fruto de uma série de

acordos iniciados, desde a segunda década do século XIX, entre Brasil e Grã-Bretanha.

D) O rótulo “lei para inglês ver” atribuído à lei de 1831 se deve a pouca atuação efetiva do governo

brasileiro - mais preocupado com a consolidação política do Império - em reprimir o tráfico de escravos.

(4ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2012)

19. Ainda sobre o texto de Beatriz Gallotti Mamigonian, assinale a alternativa incorreta.

A) Os “africanos livres” ao contrário do que determinava a lei de 1831 não retornavam à África, sendo

distribuídos no Rio de Janeiro e nas províncias do Império para a prestação do tempo de serviço

determinado.

B) A lei de 1831 garantiu a um grande número de indivíduos o direito de ser “africano livre”, direito que

seria acionado constantemente nos tribunais na segunda metade do século XIX, por defensores dos

escravos como Luiz Gama.

C) Ser “africano livre” colocava os indivíduos encontrados em navios negreiros apresados em uma nova

categoria jurídica: não eram escravos nem libertos, uma vez que estavam sujeitos à tutela e ao trabalho

compulsório.

D) Após 1831, os africanos trazidos ilegalmente para o Brasil ficaram conhecidos como meia-caras,

formando um grupo diferente dos chamados “africanos livres”.