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Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia - PPGECT
II Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia
07 a 09 de outubro de 2010 ISSN: 2178-6135
Artigo número: 207
O uso de TIC na disciplina de Química: análise de um simulador para o ensino de
Petróleo
Rodrigo Pinto de Andrade
Monteiro Castilho Foggiatto Silveira
Elenise Sauer
Júlio Cesar Stiirmer
Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar o uso de um simulador para a
aprendizagem do tema Petróleo. Foi utilizada a simulação organizada pela Labvirt,
os alunos de uma turma de terceiro ano do ensino médio foram divididos em
grupo e utilizaram o simulador, após esta atividade, resolveram um teste que
abordava temas específicos do petróleo e do posicionamento dos discentes na
utilização do simulador como ferramenta didática. Observou-se que o rendimento
e atenção melhoraram e constatou-se por meio dos relatos que a utilização de
simuladores é válida no ensino da Química, pois os alunos sentem-se mais atraídos
e prestam mais atenção, pois estão participando da aula.
Palavras-chave: TIC´s , Química, Simulador
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07 a 09 de outubro de 2010 ISSN: 2178-6135
Artigo número: 207
Abstract
The use of ICT in Chemistry: Analysis of a simulator for the teaching of Oil
This paper aims to analyze the use of a simulator to learn the song Oil.
Was used to simulate LabVirt organized by the students in a class of third year of
high school were divided into groups and used the simulator, after this activity,
they decided to test that addressed specific issues of oil and placement of
students in using the simulator as a teaching tool. It was observed that the yield
and improved attention and it was found through the reports that the use of
simulators is valid in chemistry teaching because the students feel more engaged
and pay more attention because they are participating in the class.
Keywords: TIC´s, Chemistry, Simulator.
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1. Introdução
O desinteresse de alunos em sala de aula e as dificuldades que por vezes estes enfrentam
em relação à química ou em outras ciências têm sido frequentemente uma preocupação entre os
educadores e em vários congressos e artigos científicos vem sendo abordada esta problemática.
Nas diretrizes e parâmetros que organizam o ensino médio, a Biologia, a Física, a Química e
a Matemática integram uma mesma área do conhecimento. São ciências que têm em comum a
investigação da natureza e dos desenvolvimentos tecnológicos, compartilham linguagens para a
representação e sistematização do conhecimento de fenômenos ou processos naturais e
tecnológicos (BRASIL, 1999).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCN´s) relacionam as competências
a um número bem maior de habilidades, as quais são: o de comunicar e representar, o de
investigar e compreender, assim como o de contextualizar social ou historicamente os
conhecimentos. Pode-se, de forma geral, conceber cada competência como um feixe ou uma
articulação coerente de habilidades. E consequentemente esta forma de avaliação é adotada pelo
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), porém este aponta cinco competências gerais: de
dominar diferentes linguagens, desde idiomas até representações matemáticas e artísticas; a de
compreender processos, sejam eles sociais, naturais, culturais ou tecnológicos; a de diagnosticar e
enfrentar problemas reais; a de construir argumentações e a de elaborar proposições solidárias.
Assim, o desenvolvimento de competências nesse domínio da representação e
comunicação envolve todas as disciplinas da área, além da articulação com os temas da ciência e
Para que o ensino de química seja um processo mais rentável, ele deve ser contextualizado
e interdisciplinar, pois:
“Para se conduzir o ensino de forma compatível com uma promoção das
competências gerais, além da consciência de que, em cada aula de cada
ciência, se desenvolvem linguagens, se realizam investigações e se apresentam
contextos, é preciso que o professor tenha a percepção de linguagens comuns
entre a sua disciplina e as demais de sua área, para auxiliar o aluno a
estabelecer as sínteses necessárias a partir dos diferentes discursos e práticas,
de cada uma das disciplinas. Isso propicia a composição de uma idéia mais
ampla de Ciência, para além das diferentes ciências, de forma que os
instrumentos gerais de pensamento reforcem e ampliem os instrumentos
particulares.” (BRASIL, 1999)
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tecnologia (C&T). Portanto a utilização da tecnologia de informação e comunicação torna-se
necessária para os estudantes, pois diariamente novos meios de comunicação vêm sendo
utilizados por estes e se o professor se negar a utilizar estas ferramentas para o ensino de sua
disciplina, o docente se afastará da realidade do aluno e consequentemente da evolução da
aprendizagem de seu aluno. Assim a utilização de sites, blog, redes de relacionamento (Orkut,
twitter, myspace entre outros) e as wiki´s poderão ajudar o professor a difundir as matérias,
analisar e discutir com alunos e com isso difundir além dos muros da escola, o aprendizado em
química.
2 O Ensino de Química e as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC´s)
Há muito tempo vem se notando a falta de interesse dos alunos pela química por pensarem
que se trata de conceitos complicados e que não tem utilidade alguma para eles. Conceitos
microscópicos e abstratos tornam a química uma “vilã” do Ensino Médio. Neste aspecto tem
grande importância, o desenvolvimento de estratégias modernas e simples, como exemplos têm-
se a utilização de laboratórios, laboratório de informática, sistemas de multimídia e outros
recursos didáticos diversos, os quais são recomendados para dinamizar o processo de
aprendizagem em Química.
“[...]no processo de ensino aprendizagem, o computador por oferecer diversos
benefícios para uma melhor aprendizagem. Entretanto, ainda são muitos os
estudantes que não tem acesso a essa tecnologia, principalmente os de baixa
renda. Seria então, interessante que as escolas oferecessem aos estudantes
essa tecnologia em prol do melhor aprendizado, mas essa também é uma
realidade distante de muitos centros de ensino.” (MEDEIROS, M. A 2008, p. 1)
O autor corrobora que a falta de acesso ao computador e ou à internet é uma situação
ainda muito presente no processo de ensino e aprendizagem, e este problema se agrava em se
tratando da disciplina de Química, pois os professores não possuem em sua formação uma
orientação de como trabalhar com seus alunos. Entretanto “com as novas Tecnologias de
Informações abrem-se novas possibilidades à educação, exigindo uma nova postura do educador”
(MERCADO, 1998, p. 13)
Sabe-se da importância da TIC´s no ensino em geral, a qual pode ser empregada em muitas
situações com que o professor se depara na disciplina, pois, muitos experimentos de química são
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inviáveis de ser realizados em um laboratório comum de escola pública ou até mesmo particular,
por ser muito oneroso ou até mesmo por trazer riscos para a saúde dos alunos, com isso, o
professor acaba se desestimulando em demonstrar ou encontrar outras maneiras de explicar esta
atividade ou fenômeno que, por muitas vezes, é vital para o desenvolvimento da aprendizagem
em Química, por isso uma forma de realizar esta atividade sem trazer perigo aos discentes é a
utilização de softwares ou da Internet.
Segundo Ponte e Serrazina (1998), estamos em uma Sociedade da Informação, sendo que
esta revolução iniciou-se com a televisão que tornou dinâmico o livre acesso a informações, hoje
temos o computador aliado com a internet, o qual agilizou o fluxo de informações.
Dentre os públicos infantil, juvenil, infanto-juvenil e adulto que se utilizam desta
ferramenta, os adolescentes são a maioria, estão em idade escolar e estes muitas vezes utilizam
deste meio de informação e comunicação por muito tempo para se relacionar e buscar
informações, somente para recreação, deixando de lado seus deveres escolares. Com isso, não
que esta tecnologia de informação e comunicação substituirá o professor, mas será uma
ferramenta muito útil para o processo de ensino aprendizagem, a qual servirá de suporte ao
docente.
“A relação professor-aluno pode ser profundamente alterada pelo uso das
novas tecnologias, em especial se estas são utilizadas intensamente. Na
realização de uma investigação ou na exploração de uma simulação complexa,
o professor tem de estudar profundamente o trabalho do aluno para poder
responder às suas dúvidas e questões. Tem de procurar compreender as suas
idéias. Tem, muitas vezes, de efetuar ele próprio uma pesquisa a propósito de
questões que não tinha considerado inicialmente. Professor e aluno passam a
ser parceiros de um mesmo processo de aprendizagem.” (PONTES e
SERRAZINA, 1998 p. 9)
Sendo assim, a utilização destas tecnologias presentes no cotidiano dos alunos poderá
aproximar o professor e aluno, para que seja efetuada com maior intensidade a aprendizagem.
Entretanto, é importante que o professor planeje muito bem, pois não deve ser utilizada apenas
para entretenimento ou para repassar um conteúdo, como se fosse um quadro negro, mas para
aprofundar e dinamizar o estudo.
“Um novo paradigma está surgindo na educação e o papel do professor, frente
a novas tecnologias, será diferente. Com as novas tecnologias pode-se
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desenvolver um conjunto de atividades com interesse didático – pedagógico
como: intercambio de dados científicos e culturais de diversas natureza,
produção de texto em língua estrangeira, elaboração de jornais inter-escolas,
permitindo o desenvolvimento de ambientes de aprendizagem centrados na
atividade dos alunos, na importância na interação social e desenvolvimento de
um espírito de colaboração e de autonomia nos alunos.” (MERCADO, 2002 p.
12)
Neste contexto, o educador tem que orientar seus alunos de como realizar as atividades
por intermédio da Tecnologia de Informação, para que estas sejam realmente válidas e
produtivas. Sabendo que a utilização das TIC´s podem trazer vantagens como flexibilidade de
informações e acesso rápido, potencial de trabalho em grupo, economia de tempo, incentivo de
produção pessoal dos alunos, tornando-se uma ferramenta importante na prática pedagógica.
2.1. Simulador
As TIC´s oferecem diversos recursos que podem ser utilizados no ensino, um deles é o
simulador que é um conjunto de som, imagem e movimentos e possui um enredo dependendo do
que o professor necessita para sua aula, é um software como o nome já diz, que simula uma
situação.
A experimentação é uma ferramenta indispensável no ensino, pois com ela os alunos
conseguem atrelar os conteúdos com o cotidiano, e sua verdadeira aplicação, então o simulador
permite que os estudantes interajam com o tema que está sendo estudado tornando a aula mais
participativa.
Para Bornatto:
“Devem-se elaborar atividades que explorem as possibilidades de simulações
(através da experimentação e da visualização) utilizando-se o computador, no
intuito de se fazer superar a noção de grande parte dos docentes de que o
computador é apenas um lápis mais rápido e de se fazer compreender suas
potencialidades.” (p. 69, 2002)
Neste sentido mostrar por meio da simulação que o computador, não é apenas uma
máquina para digitar textos, mas também uma forma de experimentação, que o aluno participa
diretamente.
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3. Química orgânica
A Química Orgânica é um conteúdo estruturante que normalmente é visto no terceiro ano
do ensino médio, tem grande importância na síntese de novos produtos e materiais, está
diretamente ligada ao desenvolvimento da indústria farmacêutica, alimentícia e em indústria em
geral. Como relatam a Diretrizes Curriculares da Rede Estadual do Paraná (DCE´s), Paraná (2006,
p. 32).
“[...] tem papel importante a cumprir, pois, com a síntese de novos materiais e
o aperfeiçoamento dos que já foram sintetizados, alarga horizontes em todas
as atividades humanas. Além disso, o sucesso econômico de um país não se
restringe à fabricação de produtos novos, mas, sim, à capacidade de
aperfeiçoar, desenvolver materiais e transformá-los.”
Pode-se perceber que o estudo deste conteúdo está diretamente relacionado ao dia a dia
dos alunos, entretanto, pelas dificuldades de alguns professores e até mesmo dos livros didáticos
em relacionar temas com o cotidiano do aluno, acaba-se privilegiando apenas o estudo de
nomenclatura e classificação dos compostos orgânicos.
Uma alternativa de ensino de Química Orgânica é relacionar os temas que estejam
próximos dos alunos, como os processos de metabolismos relacionados à alimentação, aos tipos
de alimentos e principais funções, às principais vantagens e problemas do uso de agrotóxicos e a
relação combustível – energia – poluição, entre outros. Desta forma, o conteúdo ficará mais
atraente, pois atrela conhecimentos científicos com temas de grande discussão.
4. Abordagem metodológica
Este trabalho foi realizado no primeiro bimestre do ano letivo de 2010, em um Colégio
Estadual do município de Ponta Grossa, Paraná. A turma na qual foi realizada a pesquisa é de
terceiro ano do ensino médio, com um total de trinta e sete (37) alunos registrados em chamada,
porém apenas trinta e três (33) realizaram completamente a atividade, pois os outros quatro (4)
faltaram à aula. O Colégio possui vinte (20) computadores com acesso a Internet, entretanto a
direção do colégio autorizou a utilização de apenas sete (7). Dividiu-se a turma em três equipes, e
cada uma destas teve no máximo vinte (20) minutos para realizar a atividade.
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A abordagem metodológica foi a pesquisa qualitativa de natureza interpretativa, com
observação participante. Para a coleta dos dados utilizou-se de anotações em diário de campo e
de questionário com perguntas abertas
Ao entrar no ambiente, organizaram-se em duplas, enquanto os demais ficaram em sala
resolvendo uma lista de exercícios. Primeiramente foi exposto o objetivo da aula, e em seguida
apresentado oralmente o procedimento para acessar o sítio.
Figura 1 - Laboratório de informática Figura 2 - Laboratório de
informática
A proposta desta pesquisa fundamentou-se nas observações da dificuldade dos alunos em
relacionar os conteúdos referentes à Química Orgânica com o seu cotidiano, devido sempre ter
sido apenas trabalhadas por meio de nomenclatura e classificação de compostos orgânicos.
Como o objetivo geral deste trabalho foi analisar a aplicação de uma simulação na
aprendizagem de Química Orgânica com o tema petróleo, cunhou-se duas hipóteses.
1ª. Os alunos que se utilizam de simulações na aprendizagem de conteúdos químicos
específicos tem um rendimento melhor na disciplina de Química.
2ª A utilização de simulações atraem mais o interesse dos alunos no conteúdo abordado.
A pesquisa por estar voltada ao ambiente escolar se adéqua melhor à análise qualitativa,
pois trata-se de indivíduos, os quais devemos observar o desenvolvimento passo a passo.
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4.1 Teste
Para obter os dados para a análise e discussões das vantagens, do uso de simulação na
disciplina de Química Orgânica, foi aplicado um teste, após a utilização do simulador, além das
observações realizadas durante a aplicação do trabalho para os alunos.
O teste foi aplicado para os alunos na forma de um questionário com questões abertas. Ele
serviu para analisar as concepções relativas sobre conceitos que foram abordados na simulação e
da opinião dos mesmos sobre a aplicação de simuladores como ferramenta didática.
Conseqüentemente o uso desta estratégia de ensino tem que estar aliado ao trabalho que está
sendo realizado com a turma, e ser relevante para a matéria que está sendo trabalhada. O tema
mais apropriado foi o Petróleo, devido ser um tema que normalmente é aplicado no início do
ensino de Química Orgânica. Só que é um tema que normalmente é trabalhado em forma de
pesquisas ou apresentação em equipes, e não de forma que demonstrem suas importantes
aplicações no cotidiano do aluno.
Questões do teste:
1- O que é petróleo? Cite características
2- De onde vem e como é formado o petróleo?
3- Cite alguns produtos do petróleo?
4- O petróleo pode acabar? Explique
5- A abordagem do tema petróleo através da simulação tornou a aula mais atrativa e
interessante? Justifique
6- Se as aulas de química utilizassem mais vezes a Internet ou alguma outra tecnologia
de informação e comunicação, você acha que seu rendimento e aproveitamento
seriam melhores? Explique.
5. Resultados e Discussões
Ao iniciar a pesquisa observaram-se algumas restrições quanto ao uso do laboratório de
informática. O primeiro empecilho foi que a direção do colégio liberou apenas sete (7) dos vinte
(20) computadores, alegando que o uso se restringia apenas a professores e não a alunos, não
permitindo futuras utilizações. Outra limitação encontrada foi o local, que é usado juntamente
com a biblioteca, sendo que em vários momentos pessoas entravam e ficavam observando e
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algumas vezes interrompendo o trabalho que estava sendo desenvolvido, mas nada que afetasse
o resultado. Outra barreira encontrada foi o de espaço, sendo que é limitado, tendo várias mesas
e caixas, sendo difícil a locomoção na sala, e até mesmo para o uso, devido ficarem muitos
próximos uns dos outros. Algumas das dificuldades encontradas podem ser observadas na figura
3.
Figura 3 – Caixas armazenadas no laboratório
5.1 Delimitando o tema e utilização do Simulador
O simulador utilizado faz parte do Laboratório Didático Virtual o qual é uma iniciativa da
Universidade de São Paulo - USP, atualmente coordenado pela Faculdade de Educação. Pode-se
encontrar simulações feitas pela equipe do LabVirt a partir de roteiros de alunos de ensino médio
das escolas da rede pública; links para simulações e sites interessantes encontrados na Internet;
exemplos de projetos na seção "projetos educacionais" e respostas de especialistas para questões
enviadas através do site. Entretanto, o objeto de estudo se limitará com à simulação com o tema
petróleo encontrado no link
http://www.labvirtq.fe.usp.br/applet.asp?time=16:53:01&lom=10814, com o nome de Petróleo
em Alto Mar, o qual trata de três garotos que estão passeando na praia quando percebem
manchas escuras na areia e sobre a água do mar, e vão descobrindo várias informações.
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Figura 4 - Simulador: Petróleo em alto mar
(Fonte: Labvirt)
Primeiramente foi necessário auxiliar os alunos para acessarem a internet no sistema
operacional Linux, visto que eles não estão habituados com esse sistema operacional. Em seguida
os alunos seguiram as seguintes orientações:
• Escrever o link do sítio na barra de endereços (http://www.labvirt.fe.usp.br/);
• Clicar nos links: área química - lista completa de simulações - simulação O Petróleo em
Alto Mar.
Observou-se que todos os grupos ficaram atentos e bastante estimulados, pois foi a
primeira vez que tiveram contato com esse tipo de simulação em uma aula de química.
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Figura 5 – Primeiro grupo realizando a
simulação
Figura 6 – Segundo grupo realizando a
simulação
Figura 7 – Terceiro grupo realizando a
simulação
Figura 8 – Quarto grupo realizando a
simulação
Como estavam trabalhando em duplas, observou-se que ambos discutiam o tema abordado
e ensinavam um ao outro, além de trazer informações que não continham na simulação, podendo
assim ver que conseguiram atrelar os conhecimentos adquiridos com o seu cotidiano, como
mostra a fala da aluna:
A1. [...] o petróleo do pré sal, é um tipo de petróleo que fica embaixo de uma camada de
sal. Esta fala foi observada, no momento que a simulação mostra a formação do petróleo,
mostrado na figura 9.
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Figura 9– Formação do petróleo
(Fonte: Labvirt)
Além de os alunos observarem através dos balões de diálogo a conversas dos
personagens e algumas informações, os mesmos poderiam testar seus conhecimentos através do
jogo que o próprio simulador trás, o qual ajuda a fixação dos conhecimentos desenvolvidos na
simulação, como mostra a figura 10.
Figura 10– Atividade realizada no simulador.
(Fonte: Labvirt)
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5.2 Analisando as questões do testes
Após a realização da simulação, os alunos dirigiram-se à sala de aula, onde resolveram
seis (6) questões, que se referiam aos conteúdos específicos e pessoais sobre a utilização das
tecnologias de informações como ferramenta pedagógica.
Em relação às questões as quais abordavam o tema de petróleo e suas características
observou-se que todos os alunos conseguiram responder de acordo com a simulação. Como pode
ser citado no relato da aluna A2.
“O petróleo é um líquido viscoso e de cor escura, formado por componentes orgânicos
enterrados que com o tempo se transformaram em grande parte em hidrocarboneto. Ou seja, o
petróleo é uma mistura de vários hidrocarbonetos.”
Demonstrando assim que a utilização de um Simulador pode ser muito válido como
ferramenta pedagógica, pois todos os alunos conseguiram responder as questões, a qual
privilegiava o conteúdo petróleo.
Observou-se que os alunos se sentiram atraídos pela simulação, pois agruparam desenhos,
movimentos em um contexto, além de um conteúdo específico da matéria de Química, sendo
válida como forma alternativa de aprendizagem, pois os alunos se envolveram na história
conseguindo aprender através de uma simulação. Como exposto nas respostas dos alunos abaixo
sobre a abordagem do tema petróleo através de uma simulação.
A3 [...] com a aula no laboratório de informática deixou a turma, em um modo geral, mais
atenta e interessada...
A4 Podemos entender melhor, e todos prestaram atenção, foi bem melhor do que uma
explicação, foi um modo fácil de aprender.
A5 Sim, pois com muitos meios de tecnologia não ficamos só na sala e quadro negro, e
sim viajamos num mundo interessante de informações.
A6 Obviamente que sim. Eu achei a abordagem interessante. O primeiro professor a
abordar uma aula interessante e produtiva.
A7 Sim, pois muitas coisas ficam claras através das imagens e diálogos dos personagens.
Alguns alunos citaram que quando são eles que produzem seu conhecimento, participam
do processo de uma forma mais atuante, a aula fica menos monótona e mais interessante, como
podemos observar nas respostas dos alunos A8, A9 e A10.
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A8 Sim, pois foge da maneira monótona que é explicado em sala de aula e vai para um
modo interativo e interessante de aprender.
A9 Sim, pois saímos da sala e fomos para o computador e isso é bem mais interessante
que ficar copiando do quadro.
A10 [... ]Sim porque não ficou aquela coisa chata de só o professor ficar falando.
Demonstra-se assim que aulas mais participativas e não apenas dialogadas, permitem que o
aluno não perca o foco e aprenda mais, pois eles também são responsáveis pela aprendizagem.
Na questão que questionava sobre o fato de nas aulas de Química se utilizar mais vezes a
Internet ou alguma outra tecnologia de informação e comunicação, o rendimento e
aproveitamento seriam melhores, constatou-se que todos os alunos acreditam que é mais fácil de
compreender as aulas, caso seja utilizada uma tecnologia, assim se sentiriam mais motivados a
aprender, pois é uma abordagem mais interativa, em que eles participam diretamente da aula, e
não ficam apenas ouvindo o professor explanar um determinado assunto. Como mostram os
relatos a seguir:
A11 Seria sempre mais interessante. Coisas novas ajudam muito no aprendizado e dá mais
vontade no aluno de aprender.
A12 Sim, pois só com a aula, sem outros meios de aprendizagem, muitas vezes não tira a
duvida que o aluno tem. E com outro mecanismo os alunos conseguem melhor aprender e
interagir.
A13 Sim, porque assim a aula fica mais legal e melhor explicada porque temos que estar
bem ligados as inovações de hoje, porque muitas vezes os livros são desatualizados.
Dentre as várias respostas positivas, uma aluna consegue ressaltar que para ter um bom
trabalho a turma tem que estar preparada, para que não ocorra desordem e acabe interferindo
no resultado esperado, que é um bom aprendizado. Então cabe ao professor planejar a sua aula e
informar os alunos antecipadamente do processo que será realizado de forma que não ocorra
nenhum problema.
A14 Sim e não. Não, pois muitas vezes alguns não sabem como se comportar. E sim, pois é
um modo diferenciado que interessa mais e nos envolve mais, e nos tira da rotina de ficar apenas
na sala copiando matéria.
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6. Considerações Finais
Fica clara por meio das observações realizadas durante as aulas a dificuldade dos alunos
em estudar Química, pois não entendem o significado das várias representações utilizadas pela
disciplina de Química. E muita vezes os professores acabam não utilizando as várias alternativas
que a tecnologia nos fornece para esclarecer alguma dúvida que permeia os alunos.
A utilização das TIC´s torna o ensino de Química mais efetivo e atraente para os alunos. A
utilização de Simuladores, por exemplo, por ser um conjunto de mídias, acaba atraindo a atenção
dos alunos que estão esgotados dos métodos tradicionais de ensino.
Com o desenvolvimento do trabalho pode-se constatar que o Simulador, desenvolvido pela
Labvirt, a qual é uma iniciativa da USP, é uma ferramenta válida para o aprendizado, pois com ela
observar-se que o rendimento dos alunos no tema Petróleo foi excelente. Outra vantagem da
utilização deste é que os alunos têm papel principal na aprendizagem, ou seja, eles que conduzem
o desenvolvimento da aula, que acaba sendo mais bem produtiva, pois eles ficam mais atentos e
participativos.
7. Referências
BORNATTO, R. Modelagem – Simulação – Informática e a Matemática. Rev. PEC, Curitiba, v.2,
n.1, p.67-71, jul. 2001-jul. 2002
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros
curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 4v, 1999.
MEDEIROS, M. de A. A informática no ensino de química: análise de um software para o ensino de
Tabela Periódica. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química, Curitiba, 2008
MERCADO, L. P. L (org.) Novas tecnologias na educação: reflexões sobre a prática. Maceió
EDUFAL, p. 12 - 13, 2002. Disponível em:
http://books.google.com.br/books?hl=ptBR&lr=&id=bi7OpaxCJT8C&oi=fnd&pg=PA5&dq=
tecnologias+na+educa%C3%A7%C3%A3o&ots=uyp_bdieg9&sig=RrjszTJLhHGzQ5VJGN65Hu9Rs0#v
=onepage&q=tecnologias%20na%20educa%C3%A7%C3%A3o&f=false
PARANÁ. Secretária de Estado da Educação – SEED. Diretrizes Curriculares de Química para
Educação Básica. Curitiba. p. 28 – 32, 2006
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PONTE, J. P. da e SERRAZINA, L. As novas tecnologias na formação inicial de professores. Lisboa p.
9 – 10, 1998
Rodrigo Pinto de Andrade. Mestrando do curso Ensino de Ciência e Tecnologia da UTFPR e
professor da rede pública do Estado do Paraná. [email protected]
Monteiro Castilho Foggiatto Silveira. Pesquisadora e professora da UTFPR. [email protected]
Elenise Sauer. Pesquisadora e professora da UTFPR. [email protected]
Júlio Cesar Stiirmer. Pesquisador e professor da UTFPR. [email protected]