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Rua Campos Bicudo, 98 9ºandar CEP 04536-010 Itaim Bibi São Paulo/SP Tel.: (11) 3168-7969 [email protected] EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. ALEXANDRE DE MORAES, brasileiro, casado, Professor Universitário, portador da cédula de identidade RG nº 14.226.210-9, inscrito no CPF/MF sob o nº 112.092.608-40, domiciliado à Rua Tucumã, 99, apartamento 71, Jardim Europa, CEP 01455-010, São Paulo/ SP, por seu advogado que a esta subscreve (Doc. 01 - Procuração), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º, inciso X, da Constituição Federal, artigos 186 e 927 do Código Civil e art. 8, §2º, inciso I da Lei nº 12.965/2014, propor a presente AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em face de EUGÊNIO JOSÉ GUILHERME DE ARAGÃO, brasileiro, estado civil ignorado, Subprocurador-Geral da República, lotado na Procuradoria Geral da República, portador da cédula de identidade RG e inscrito no CPF/MF ignorados, com endereço profissional à SAF Sul Quadra 4 Conjunto C - Brasília / DF, CEP 70050-900 e PARTIDO DOS TRABALHADORES DIRETÓRIO NACIONAL, titular do domínio http://pt.org.br , CNPJ nº 00.676.262/0001-70, com sede no Setor Comercial Sul, Quadra 02, Bloco C, 256, Lote 36, Andar 1, 2 e 3, Edifício Toufic, Asa Sul, Brasília, DF, CEP 70302-000, pelos motivos de fato e de direito adiante aduzidos Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1019690-96.2017.8.26.0100 e código 2D59B68. Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por FELIPE GENARI, protocolado em 07/03/2017 às 18:21 , sob o número 10196909620178260100. fls. 1

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Rua Campos Bicudo, 98 – 9ºandar – CEP 04536-010 – Itaim Bibi – São Paulo/SP – Tel.: (11) 3168-7969 [email protected]

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEIS DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO

PAULO.

ALEXANDRE DE MORAES, brasileiro, casado, Professor Universitário, portador da

cédula de identidade RG nº 14.226.210-9, inscrito no CPF/MF sob o nº 112.092.608-40,

domiciliado à Rua Tucumã, 99, apartamento 71, Jardim Europa, CEP 01455-010, São Paulo/

SP, por seu advogado que a esta subscreve (Doc. 01 - Procuração), vem, respeitosamente à

presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º, inciso X, da Constituição Federal,

artigos 186 e 927 do Código Civil e art. 8, §2º, inciso I da Lei nº 12.965/2014, propor a

presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS

EFEITOS DA TUTELA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face de EUGÊNIO JOSÉ GUILHERME DE ARAGÃO, brasileiro, estado civil ignorado,

Subprocurador-Geral da República, lotado na Procuradoria Geral da República, portador da

cédula de identidade RG e inscrito no CPF/MF ignorados, com endereço profissional à SAF Sul

Quadra 4 Conjunto C - Brasília / DF, CEP 70050-900 e PARTIDO DOS TRABALHADORES –

DIRETÓRIO NACIONAL, titular do domínio http://pt.org.br, CNPJ nº 00.676.262/0001-70,

com sede no Setor Comercial Sul, Quadra 02, Bloco C, 256, Lote 36, Andar 1, 2 e 3, Edifício

Toufic, Asa Sul, Brasília, DF, CEP 70302-000, pelos motivos de fato e de direito adiante

aduzidos

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I – SÍNTESE DA DEMANDA

1. Inicialmente, resumindo a presente demanda, o Requerente visa, por meio de ordem

judicial liminar, INDISPONIBILIZAR CONTEÚDO DIGITAL INVERÍDICO E DIFAMATÓRIO,

AMPARADO POR FATO JÁ DECLARADO FALSO PELA JUSTIÇA DESTE ESTADO,

consubstanciado em entrevista cedida por Eugênio José Guilherme de Aragão em sítio

eletrônico de propriedade do Correquerido, Partido Dos Trabalhadores – Diretório Nacional -

http://pt.org.br. A referida entrevista teve como único intuito macular a honra, reputação

e credibilidade do Requerente perante a sociedade. 2. Além da indisponibilidade do conteúdo como medida de minimizar os prejuízos

decorrentes da propagação de informação inverídica e difamatória, cumulativamente, busca-

se obter ressarcimento pelos graves danos suportados em razão da declaração objeto dessa

demanda, cujo falso conteúdo vem causando sérios danos à honra e imagem de homem

público do Requerente.

II - DOS FATOS

3. Em 11.01.2017, o Correquerido Partido dos Trabalhadores – Diretório Nacional,

titular do domínio http://pt.org.br, publicou em seu site oficial matéria intitulada “Justiça é

muita areia para a caçambinha de Moraes, critica Aragão” (DOC. 02 – Notícia), em que

veiculou entrevista concedida pelo Requerido, Eugênio José Guilherme de Aragão, pela

qual afirmou TER O REQUERENTE, ENQUANTO TITULAR DA PASTA DE SEGURANÇA

PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, ASSOCIADO-SE À FACÇÃO CRIMINOSA CONHECIDA

NACIONALMENTE COMO PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL – PCC.

4. Tal fato é de mera constatação, bastando à leitura do trecho da referida matéria:

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5. Utilizando-se de forma oportunista dos lamentáveis episódios ocorridos nos Estados

de Amazonas e de Roraima na primeira semana do ano corrente, o Requerido, a pretexto de

tecer críticas acerca da atuação do Requerente a frente do Ministério da Justiça e Cidadania,

excedeu, em muito, o exercício regular de seu direito de livre manifestação ao afirmar que

Alexandre de Moraes, quando titular da Pasta da Segurança Pública do Estado de São Paulo,

procedeu a ajustes em “com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC”.

6. Nota-se que não foi outra a intenção deliberada do Requerido senão a de aviltar a

honra e o decorro do Requerente a partir de afirmação absolutamente falsa e desprovida de

qualquer indício de prova. Ou ainda, não há na afirmação do Requerido qualquer interesse

informativo, pois NÃO SE VEICULA POR MEIO DA MESMA SEQUER UM DADO CONCRETO

que se preste a embasar a absurda imputação feita pelo Requerido ou mesmo associar a ela

algum interesse público que justifique sua veiculação.

7. Tudo isso a demonstrar a única intenção da declaração irresponsável e mentirosa

feita pelo Requerido: MACULAR A REPUTAÇÃO DE ALEXANDRE DE MORAES, homem

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respeitado e admirado em diversos âmbitos, em especial nos campos jurídico, acadêmico e

político. À evidência, estar-se-á diante de deliberado comportamento injurioso e

difamatório perpetrado pelo Requerido COM O INTUITO ESPECÍFICO DE OFENDER A

HONRA DO REQUERENTE.

8. Se assim não fosse, por quais razões o Requerido associaria a pessoa do Requerente à

facção criminosa em comento? Não houve outro senão o propósito de desacreditar o

Requerente a partir de afirmação absolutamente falsa, conforme já reconheceu a 2ª Vara

Cível do Foro Central deste Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo1 no bojo da Ação

Cominatória proposta em face de sítios eletrônicos que pretenderam, tal como o Requerido,

associar a pessoa do Requerente à Facção Criminosa Primeiro Comando da Capital.

9. No âmbito da referida Ação Cominatória, esclareceu o Requerente que atuou em

Sociedade de Advogados desde o ano de 2010, prestando serviços jurídicos a pessoas físicas e

jurídicas. Em Janeiro de 2011, essa Sociedade de Advogados passou a representar legalmente

a cooperativa de transportes TRANSCOOPER COOPERATIVA DE TRANSPORTE DE PESSOAS E

CARGAS DA REGIÃO SUDESTE, CNPJ 02.183.779/1000-53, em diversas ações judiciais cíveis

que, em sua maioria, tratavam de ressarcimento em função de acidentes de trânsito.

10. Em meados de Outubro de 2014, surgiram notícias acerca de investigações levadas a

cabo pela Polícia Civil, em que supostamente teria sido encontrada ligação entre determinado

sócio da referida cooperativa de Transportes e participantes da organização criminosa

Primeiro Comando da Capital – PCC.

11. Apesar de ter havido repercussão na mídia naquele momento, não restou

comprovado nenhum envolvimento de qualquer pessoa ligada à COOPERATIVA

TRANSCOOPER e a referida facção criminosa. Além disso, repisa-se, o ora Requerente

integrava naquela oportunidade Sociedade de Advogados que representava judicialmente a

pessoa jurídica da cooperativa de transporte em causa cíveis (ações de responsabilidade civil

em acidentes de trânsito) e não possuía absolutamente nenhuma ligação ou contato pessoal

com qualquer dos então investigados.

12. Em 01 de Janeiro de 2015, atendendo ao convite do Governador do Estado de São

Paulo, o Requerente aceitou e foi nomeado para o cargo de Secretário de Segurança Pública,

afastando-se da advocacia desde então. Em função disso, alguns veículos de imprensa fizeram

1 Ação Cominatória nº 1008479-34.2015.8.26.0100. 2ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de São Paulo.

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remissão à questão ventilada em 2014 acerca da suposta relação entre determinado sócio da

referida Cooperativa de Transportes e membros da organização criminosa aludida.

13. Destacou-se, em razão de seu impacto, a matéria assinada pelo Jornalista Luís Nassif

no portal GGN2, intitulada “Secretário que deveria combater o PCC advogou para cooperativa de

vans”, que tratou do tema com a devida cautela, DIFERENCIANDO O EXERCÍCIO DE

ADVOCACIA LEGALMENTE PRESTADO PELO REQUERENTE das informações que tratavam

do suposto envolvimento entre membros da facção criminosa e um dos sócios da Cooperativa

Transcooper.

14. Ocorre que, de modo oportunista, no intuito de atribuir uma conotação diferente à

notícia assinada por Luis Nassif e alegar falsamente o envolvimento do então Secretário de

Segurança Pública de São Paulo com a facção criminosa, o portal de notícias denominado

Portal Metrópole, divulgou notícia trazendo o mesmo teor da matéria de Luis Nassif, porém

alterando deliberadamente o título e o subtítulo para: “O NOVO SECRETÁRIO DE SEGURANÇA

PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO FOI ADVOGADO DO PCC”.

15. A alteração no título, claramente, teve o intuito de alterar o teor da matéria

originalmente publicada, afirmando não que o Requerente havia sido advogado da

cooperativa, mas que teria prestado serviços para a própria facção criminosa, O QUE É

ABSOLUTAMENTE INVERÍDICO E DIFAMATÓRIO, conforme reconheceu a decisão da 2ª

Vara Cível do Foro Central desta Comarca ao deferir medida antecipatória de tutela que

indisponibilizou o referido conteúdo ofensivo, nos seguintes termos:

“Ora, o novo título traduz uma informação completamente distinta daquela tratada na matéria original, fazendo uma inferência que não é verdadeira, ao menos segundo os fatos que se apresentam no texto da reportagem. Vale dizer, a reportagem enseja juízo crítico à circunstância de que o autor advogou para uma cooperativa cujo sócio foi investigado por vinculação ao "PCC". Já o novo título, de cunho evidentemente sensacionalista, sustenta que o autor foi advogado do "PCC", situação absolutamente distinta e que não é corroborada pela matéria. NESSE PASSO, CONSIDERANDO A FUNÇÃO ATUALMENTE EXERCIDA PELO AUTOR, DIRETAMENTE RELACIONADA AO COMBATE AO CRIME ORGANIZADO, UMA INFORMAÇÃO DESSA NATUREZA, SEM RESPALDO EM DADOS CONCRETOS, CAUSA EVIDENTES PREJUÍZOS AO AUTOR E À PRÓPRIA SOCIEDADE, RECOMENDANDO A CONCESSÃO DA TUTELA PARA OBSTAR A VEICULAÇÃO

2 http://jornalggn.com.br/noticia/secretario-que-deveria-combater-o-pcc-advogou-para-cooperativa-de-vans

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PRETENDIDA. Presentes os requisitos legais, ao menos nesta fase de cognição sumaríssima, defiro a liminar pretendida e o faço para determinar que os réus retirem e obstem o acesso às páginas de internet relacionadas à notícia cujo título foi indevidamente alterado”. (DOC. 3 – Decisão Liminar Cominatória)

16. Como se vê, Excelência, a própria Justiça Bandeirante, diante de falsas notícias que

visavam associar a figura do ora Requerente à facção criminosa Primeiro Comando da Capital

- PCC, fez prevalecer seus direitos de personalidade, indisponibilizando o seu conteúdo como

medida de mitigação dos prejuízos advindos de sua veiculação.

17. Semelhante é a situação agora em exame, vez que, IGUALMENTE DE MODO

OPORTUNISTA, o Requerido, por meio do sítio eletrônico oficial do Partido dos

Trabalhadores, titularizado por seu Diretório Nacional, afirma ter o Requerente

“HISTÓRICO DE CONCHAVOS COM setores que são de alto nível para a sociedade, como A

FACÇÃO CRIMINOSA PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL, O PCC”, o que é absolutamente

inverídico e difamatório, justificando não somente a imediata indisponibilização desse

conteúdo a ser efetivada pelo Correquerido, mas também a reparação por danos morais

causados por Eugênio Aragão.

18. Por óbvio, Excelência, não se pretende com o ajuizamento da presente demanda

blindar o ora Requerente de críticas quanto a sua atuação a frente do Ministério da Justiça e

Cidadania, cuja maior suscetibilidade, em razão da enorme exposição, é inerente ao exercício

de função pública.

19. O próprio Requerido, Eugênio Aragão, em inúmeras outras oportunidades teceu

duras críticas contra a atuação do Requerente que o sucedeu no cargo de Ministro da Justiça.

Entretanto, na entrevista que é objeto da presente demanda, NOTA-SE UM CLARO

AFASTAMENTO DO ÂNIMO CRÍTICO E OPINATIVO, tendo o ora Requerido praticado

conduta em tudo injuriosa que visou exclusivamente afrontar a honra e o decoro do então

Ministro da Justiça e Cidadania, o que não poderá ser chancelado por este DD. Juízo.

20. A tutela que se espera obter deste DD. Juízo, nesse sentido, é o reconhecimento da

absoluta ausência sequer de indícios da realização de críticas prudentes ou narrativa de fatos

de interesse coletivo que pudessem enquadrar a declaração sob exame como exercício regular

do direito de informação, opinião e crítica, garantidos constitucionalmente a todos os

cidadãos.

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21. No ponto, é precisa a lição trazida pela Emérita Ministra Nancy Andrighi3 destacando

que “CONVÉM NÃO ESQUECER QUE PESSOAS PÚBLICAS E NOTÓRIAS NÃO DEIXAM, SÓ POR

ISSO, DE TER O RESGUARDO DE DIREITOS DA PERSONALIDADE (cfr. Cláudio Luiz Bueno de

Godoy, A Liberdade de Imprensa e os Direitos da Personalidade, 1.ª ed., São Paulo: Atlas, 2001, p.

80 e ss.).

22. Não se pode permitir, e é essa a atual orientação do Egrégio Tribunal de Justiça de São

Paulo e dos Tribunais Superiores, que, sob o pálio da livre exercício de opinião e crítica, o

Requerido viole gratuita e intencionalmente a honra e o decorro do Requerente, como o fez

por meio da declaração falaciosa e irresponsável ora sob exame.

23. Aliás, é de se lamentar que um membro do Ministério Público Federal, que ocupou,

ainda que por poucos meses, o cargo de Ministro da Justiça, experimentado como é Eugênio

Aragão, de quem se espera discernimento e responsabilidade em suas declarações públicas, se

ofereça a conceder entrevista absolutamente inverídica, completamente desamparada sequer

de indícios probatórios e completamente desprovida de interesse público, lançando mão de

ilações irresponsáveis com o objetivo de ferir a honra subjetiva do Requerente.

24. Dessa forma, não restam dúvidas que a declaração inclusa na entrevista objeto da

presente demanda, especialmente a que tenta associar a figura do Requerente à facção

criminosa Primeiro Comando da Capital – PCC, não se prestou ao exercício da livre

manifestação de pensamento ou crítica, mas tão somente a aviltar a reputação do Requerente.

25. A comprovação dos fatos narrados e do evidente prejuízo ao Requerente se faz com a

apresentação de cópia fiel da notícia extraída direitamente do site oficial Partido dos

Trabalhadores, ora Correquerido, que poderá ser livremente acessada pro meio do seguinte

link: http://www.pt.org.br/justica-e-muita-areia-pra-cacambinha-de-moraes-critica-aragao/

III – DO DANO MORAL SOFRIDO PELO REQUERENTE E DO DEVER DE INDENIZAR

26. A Constituição Federal estabelece em seu artigo 5º, inciso X, que são invioláveis a

intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito de

indenização pelo dano moral ou material decorrente de sua violação. Esse dispositivo

essencial do rol de direitos e garantias fundamentais deixa claro que qualquer prejuízo

3 (REsp 1328914/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 24/03/2014)

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causado a outrem em decorrência de ato ilícito, mesmo que atinja exclusivamente sua

esfera moral, a honra e a reputação, causando constrangimento e vexame, merece ser

reparado por meio da justa indenização.

27. Neste sentido, a proteção constitucional consagrada no inciso X do art. 5º refere-

se tanto a pessoas físicas quanto a pessoas jurídicas, abrangendo, inclusive, à necessária

proteção à própria imagem frente aos meios de comunicação em massa. Conferindo

maior profundidade aos preceitos constitucionais supracitados, o legislador

infraconstitucional facultou ao ofendido que, mediante requerimento, EXIJA QUE SE CESSE A

AMEAÇA OU A LESÃO AOS SEUS DIREITOS DA PERSONALIDADE, bem como a utilização da

sua imagem. É que dispõem os seguintes dispositivos normativos, todos do Código Civil

brasileiro:

Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.

28. Sobre a temática dos danos morais, é esclarecedor o ensinamento do Emérito

Professor Sílvio de Salvo Venosa (in Direito Civil: Responsabilidade Civil, Atlas, 2005, pág. 47):

“O dano moral abrange também e principalmente os direitos da personalidade em geral, direito à imagem, ao nome, à privacidade, etc. Por essas premissas, não há que se identificar o dano moral exclusivamente com a dor física ou psíquica. Será moral o dano que ocasiona um distúrbio anormal na vida do indivíduo; uma inconveniência de comportamento ou, como definimos, um desconforto comportamental a ser examinado em cada caso. Ao se analisar o dano moral, o juiz se volta para a sintomatologia do sofrimento, a qual, se não pode ser valorada por terceiro, deve, no caso, ser quantificada economicamente.”.

29. É incontroverso o dano moral sofrido pelo Requerente no presente caso, desde o

momento em que foi publicada a matéria questionada, ainda mais considerando a função

então exercida pelo Requerente, DIRETAMENTE RELACIONADA AO COMBATE AO CRIME

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ORGANIZADO. Desinformações como as contidas na declaração em apreço, sem respaldo em

dados concretos, causam evidentes prejuízos ao Requerente e à própria coletividade, em

razão da ampliação infundada da sensação de insegurança já tão presente na sociedade atual.

30. A divulgação da entrevista contendo fato absolutamente inverídico a seu respeito

vem lhe causando incalculáveis prejuízos, pois ocupava cargo público de importância na

estrutura do Governo Federal e deve zelar por sua reputação ilibada. Há evidente dano moral

em razão da ilícita exposição e da falsa acusação de envolvimento do Requerente com facção

criminosa, especialmente tendo em vista toda a repercussão com a replicação da matéria em

outros portais da internet, a exemplo do sítio eletrônico Brasil247, o qual igualmente será

demandado judicialmente.

31. Cumpre frisar que Alexandre de Moraes4 possui uma reputação de homem público,

professor e excelente profissional construída ao longo de décadas de trabalho, tendo ocupado

relevantes funções públicas e acadêmicas, que agora vem a ser maculada em razão da

pretensa notícia, com potencialidade, como visto acima, de ser replicada de forma

descontrolada nos meios digitais.

32. O Requerente foi membro do Ministério Público do Estado de São Paulo; Secretário da

Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo; Presidente da antiga Fundação do

Bem-Estar do Menor (FEBEM/SP), hoje Fundação CASA; membro do Conselho Nacional de

Justiça (biênio 2005-2007); Secretário Municipal de Transportes de São Paulo, acumulando as

presidências da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e SPTrans (São Paulo

Transportes – Companhia de Transportes Públicos da Capital); Secretário Municipal de

Serviços de São Paulo no período de fevereiro de 2009 a junho de 2010; Secretário de

Segurança Pública do estado de São Paulo no período de janeiro de 2015 a maio de 2016.

Exerceu o cargo de Ministro da Justiça e Cidadania de maio de 2016 a fevereiro de 2017,

quando se licenciou em razão da indicação e posterior nomeação para o cargo de Ministro do

Supremo tribunal Federal.

33. Ainda, o Requerente é Professor associado da Faculdade de Direito da Universidade

de São Paulo, Professor Titular da Universidade Presbiteriana Mackenzie e das Escolas

4 O Currículo Lattes do Requerente poderá ser acessado pelo link: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4771215A7

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Superior do Ministério Público de São Paulo e Paulista da Magistratura, além de Professor

convidado de diversas escolas da Magistratura, Ministério Público, Procuradorias e OAB.

34. A reputação consolidada, decorrente de tantos anos de trabalho, e conduta ilibada

restou fortemente lesada pela declaração contida na entrevista concedida pelo Requerido, que

imputou falsamente ao Requerente a prática de graves atos de violação de seus deveres

funcionais, o que não pode passar despercebido do Poder Judiciário.

35. Além disso, a matéria inverídica vem causando constrangimento internamente às

Policias Federal e Rodoviária Federal, que arduamente e diariamente dedicam sua carreira à

proteção da sociedade e ao combate contra a violência e se encontram na situação absurda de

ver o então Ministro da Justiça e Cidadania, seu superior, sendo irresponsavelmente vinculado

à facção criminosa mencionada.

36. Essas graves ilações absolutamente desassociadas de dados concretos claramente

constituem grave ofensa à honra e à dignidade do Requerente. Disso decorre a necessidade

premente de se coibir tal comportamento, não com intuito de tolher o a livre manifestação de

pensamento, mas tão somente de refrear o abuso no exercício desse direito que encontra

limite nos direitos de personalidade de todo cidadão.

37. A declaração sob exame, afirmando falsamente que o Requerente tem envolvimento

com facção criminosa – “histórico de conchavos com setores que são de alto risco para a

sociedade, como a facção criminosa Primeiro Comando da Capital” –AFRONTA

CABALMENTE SUA HONRA, especialmente em se tomando por base sua condição pessoal e

social, notoriamente reconhecida e admirada, seja como Professor, Doutrinador ou como

homem público, motivos esses suficientes para lhe assegurar o direito de exigir a reparação

pelo dano moral sofrido.

38. Ainda, a veiculação da publicação sob exame no site oficial do Partido Correquerido,

vinculando falsamente o Requerente à organização criminosa também afronta a DIGNIDADE

DA PESSOA HUMANA, Princípio Fundamental consagrado pela nossa Constituição Federal,

que estabelece verdadeiro dever fundamental de tratamento igualitário dos próprios

semelhantes.

39. Esse dever se configura pela exigência de o indivíduo respeitar a dignidade de seu

semelhante tal qual a Constituição Federal – como a Declaração Universal dos Direitos

Humanos – exige que lhe respeite a própria. A concepção dessa noção de dever fundamental

resume-se a três princípios encontrados no Direito Romano, a saber: honestere vivere (viver

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honestamente), alterum non laedere (não prejudique ninguém), suum cuique tribuere (dê a

cada um o que lhe é devido).

40. O respeito ao semelhante implica o dever de não praticar qualquer ato que possa

causar dano a outrem, incluindo aí a responsabilidade pela veiculação de acusações

inverídicas que tenham potencial para causar dano à honra e à imagem, especialmente

quando em tal publicação não se apreenda qualquer fato concreto de interesse público ou

crítica prudente, servindo exclusivamente para aviltar a reputação de outrem como no caso

dos autos.

41. A esse propósito, leciona o I. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO do Superior Tribunal de

Justiça, comentando a posição dos tribunais pátrios sobre o assunto, que “a tendência da

jurisprudência é exigir a verdade objetiva, por isso a importância de serem obtidas fontes

confiáveis, com absoluta responsabilidade na apuração da notícia” (SALOMÃO, Luis Felipe.

Direito Privado. Teoria e Prática. 2ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2014, pág. 351).

42. A conduta irresponsável do Requerido assegura ao Requerente, nos termos do já

citado inciso X do artigo 5º da Carta Magna, o direito cumulativo de indenização por dano

moral e à imagem, permitindo ao ofendido a total reparabilidade, em virtude dos prejuízos

sofridos, nos termos da Súmula nº 37 do Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

43. Esse entendimento é compartilhado pela Ministra Nancy Andrighi5, do Superior

Tribunal de Justiça, pois:

"A amplitude de que se utilizou o legislador no art. 5º, inc. X da CF/88, deixou claro que a expressão ‘moral’, que qualifica o substantivo dano, não se restringe àquilo que é digno ou virtuoso de acordo com as regras da consciência social. É possível a concretização do dano moral independente da conotação média de moral, posto que a honra subjetiva tem termômetro próprio inerente a cada indivíduo. É o decoro, é o sentimento de auto-estima, de avaliação própria que possuam valoração individual, não se podendo negar esta dor de acordo com sentimentos alheios"

44. O dever de indenizar também é preconizado no art. 927 do Código Civil:

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.

5 (REsp 270.730/RJ, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/12/2000, DJ 07/05/2001, p. 139)

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45. O Requerente foi lesado moralmente, teve sua imagem, honra, dignidade e

credibilidade profundamente abaladas, pública e repetidamente, com grande repercussão na

mídia nacional, não lhe restando outra opção a não ser a propositura da presente ação

indenizatória.

46. Esses danos foram impingidos maliciosamente à sua carreira, reputação,

credibilidade e reflexamente à sua vida psicológica, à sua saúde e ao seu convívio familiar,

como será confirmado ao longo da presente ação, através de provas documentais e

testemunhais.

47. Conforme ensina o Superior Tribunal de Justiça:

“Sobrevindo, em razão de ato ilícito, perturbação nas relações psíquicas, na tranquilidade, nos sentimentos e nos afetos de uma pessoa, configura-se o dano moral, passível de indenização. (REsp n° 8.768/SP, Rel. Min. Barros de Monteiro; DANO MORAL PURO. RSTJ 34/284).”

48. Especificamente em relação ao bem jurídico honra, seu conceito é amplo, abrangendo

não só a lesão à estrutura subjetiva, considerada a autoestima, mas também a imagem pública

no que concerne ao respeito e consideração pelas demais pessoas em sociedade.

49. Em amparo a essa tese, leciona MARIA HELENA DINIZ, citando EUGENIO CUELLO

CALÓN (in Curso de Direito Civil Brasileiro. Responsabilidade Civil. Vol. 7. 25ª edição. São

Paulo. Saraiva. 2011, p. 163/165) que:

“(...) a honra é um bem jurídico que apresenta dois aspectos: a) um subjetivo, o qual designa o sentimento da própria dignidade moral, nascido da consciência de nossas virtudes ou de nosso valor moral, isto é, a honra em sentido estrito; b) um objetivo, representado pela estimação que outrem faz de nossas qualidades morais e de nosso valor social, indicando a boa reputação moral e profissional, que pode ser afetada pela injúria (ofensa à dignidade ou ao decoro RT, 786:286), calúnia (falsa imputação ou denúncia de fato definido como crime RT, 418:341, 778:373; RTJ, 65:583; RSTJ, 106:227; EJSTJ, 20:135) ou difamação (imputação de fato ofensivo à reputação de pessoa natural ou jurídica JSTJ, 12:281, 287, 295, 301 e 306; RT, 803:233 atingindo-a no conceito ou na consideração a quem tem direito).”

50. A conduta perpetrada pelo Requerido não só atingiu a estrutura íntima do

Requerente, causando-lhe incomensurável dor interior (dano à honra subjetiva), como

também incalculável constrangimento em face das demais pessoas, notadamente por ter se

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tornado um homem público com características marcantes de honestidade, ética e

credibilidade (dano à honra objetiva).

51. O ato ilícito praticado pelo Requerido com a publicação de conteúdo injurioso e

difamatório atingiu o Requerente como ser humano e como cidadão, merecendo ser

sancionada com a imposição de ressarcimento suficientemente para desestimular tal

prática. Nesse sentido a previsão expressa dos arts. 186 e 953 do CC:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar ou causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.

52. O DEVER DE INDENIZAR por danos morais causados especificamente por meio da

divulgação de conteúdo ofensivo, injurioso e difamatório em portais da internet e redes

sociais também vem sendo RECONHECIDO PELO COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTIÇA como se constata no recente julgado:

“RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. PUBLICAÇÕES EM BLOG DE JORNALISTA. CONTEÚDO OFENSIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. LIBERDADE DE IMPRENSA. ABUSOS OU EXCESSOS. ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 186, 187 e 927 DO CÓDIGO CIVIL. 1. Ação de compensação por danos morais ajuizada em 09.10.2007. Recurso especial concluso ao Gabinete em 03.06.2013. 2. Discussão acerca da potencialidade ofensiva de publicações em blog de jornalista, que aponta envolvimento de ex-senador da República com atividades ilícitas, além de atribuir-lhe as qualificações de mentiroso, patife, corrupto, pervertido, depravado, velhaco, pusilânime, covarde. 3. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o Tribunal de origem pronuncia-se de forma clara e precisa sobre a questão posta nos autos. 4. EM SE TRATANDO DE QUESTÕES POLÍTICAS, E DE PESSOA PÚBLICA, COMO O É UM SENADOR DA REPÚBLICA, É NATURAL QUE HAJA EXPOSIÇÃO À OPINIÃO E CRÍTICA DOS CIDADÃOS, DA IMPRENSA. CONTUDO, NÃO HÁ COMO SE TOLERAR QUE ESSA CRÍTICA DESVIE PARA OFENSAS PESSOAIS. O EXERCÍCIO DA CRÍTICA, BEM COMO O DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO NÃO PODE SER USADO COMO PRETEXTO PARA ATOS IRRESPONSÁVEIS, COMO OS XINGAMENTOS, PORQUE ISSO PODE IMPLICAR MÁCULA DE DIFÍCIL REPARAÇÃO À IMAGEM DE OUTRAS PESSOAS - O QUE É AGRAVADO PARA AQUELAS QUE TÊM PRETENSÕES POLÍTICAS, QUE, PARA TEREM SUCESSO NAS URNAS, DEPENDEM DA BOA IMAGEM PÚBLICA PERANTE SEUS ELEITORES.

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5. Ao contrário do que entenderam o Juízo de primeiro grau e o Tribunal de origem, convém não esquecer que pessoas públicas e notórias não deixam, só por isso, de ter o resguardo de direitos da personalidade. 6. Caracterizada a ocorrência do ato ilícito, que se traduz no ato de atribuir a alguém qualificações pejorativas e xingamentos, dos danos morais e do nexo de causalidade, é de ser reformado o acórdão Requerido para julgar procedente o pedido de compensação por danos morais. 7. Recurso especial provido. (REsp 1328914/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 24/03/2014)”.

53. O encadeamento dos fatos alegados, amparado nas provas apresentadas – bem como

nas demais, a serem produzidas em ocasião oportuna – afasta qualquer dúvida de que o

Requerido teve a finalidade clara de PREJUDICAR A IMAGEM DO AUTOR, ACARRETANDO

GRAVES DANOS MORAIS QUE MERECEM JUSTA REPARAÇÃO .

54. Portanto, caracterizada a ocorrência do ATO ILÍCITO, que se traduz no caso em

comento ato de se atribuir falsamente a alguém o envolvimento com facção criminosa, dos

DANOS MORAIS e do NEXO DE CAUSALIDADE, há de se julgar procedente o presente pedido

de compensação por danos morais.

IV - DA INDENIZAÇÃO: DO VALOR A SER ARBITRADO E SEUS CONSECTÁRIOS LEGAIS.

55. Não restam dúvidas do dano moral sofrido pelo autor, cujo quantum indenizatório a

ser arbitrado a favor do ofendido após a sentença condenatória (STF, 1ª T, ARE 657338

AgR/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, DJe-64, 29/03/2012) deve seguir alguns critérios do caso

concreto, a exemplo (i) da gravidade das falsas imputações feita contra o Requerente,

considerando a posição que ocupava enquanto titular do Ministério da Justiça e Cidadania, (ii)

da repercussão negativa que a matéria assinada pelo Requerido e veiculada pela Correquerida

provocou ao ser replicada em portais da internet e (iii) dos prejuízos causados à reputação e à

honra do Requerente, decorrente de anos de trabalho no serviço público, na academia e na

advocacia.

56. Em relação ao quantum a ser arbitrado, ressalte-se que ele deve oferecer, de modo

equânime, proporcional e razoável, uma compensação ao lesado, para, ao menos, atenuar o

sofrimento havido, objetivando ainda imprimir sanção ao causador, a fim de que não volte a

praticar atos lesivos à honra e à imagem de terceiros.

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57. A propósito, confira-se o magistério de YUSSEF SAID CAHALI em obra especializada

(Dano Moral, 2ª ed., Ed. Revista dos Tribunais, São Paulo, 1999, pág.20):

“Parece mais razoável, assim, caracterizar o dano moral pelos seus próprios elementos; portanto, “como a privação ou diminuição daqueles bens que têm um valor precípuo na vida do homem e que são a paz, a tranquilidade de espírito, a liberdade individual, a integridade individual, a integridade física, a honra e os demais sagrados afetos”; classificando-se, desse modo, em dano que afeta a “parte social do patrimônio moral” (honra, reputação, etc.) e dano que molesta a “parte afetiva do patrimônio moral” (dor, tristeza, saudade, etc.); dano moral que provoca direta ou indiretamente dano patrimonial (cicatriz deformante etc.) e dano moral puro (dor, tristeza etc.)”.

58. Há de se ponderar a potencialidade das perdas pessoais, profissionais e psicológicas

sofridas pelo Requerente, levando-se em conta, ainda, os prejuízos efetivados à sua honra e

reputação, devido à repercussão midiática impulsionada pelo Correquerido. Assim, a

indenização há de ser estabelecida em importância que, dentro de um critério de prudência e

razoabilidade, considere sua natureza punitiva e compensatória.

59. A respeito dos critérios para fixação da indenização devida, deve ser observado o

grau de lesividade das ofensas perpetradas, suas consequências, a posição social ou política

do ofendido, o poderio econômico das partes e a prevenção da impunidade, como vêm

decidindo os Tribunais Pátrios:

EMENTA: INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL INCLUSÃO DO NOME E FOTO DA AUTORA NA PÁGINA CRIADA PELA EMPRESA CORRÉ “MURAL DAS CALOTEIRAS” DENÚNCIA EFETUADA JUNTO À ADMINISTRADORA DO SITE DE RELACIONAMENTO “ORKUT” QUE PERMANECEU INDIFERENTE, APESAR DO AVISO DO ABUSO E DA SOLICITAÇÃO DE RETIRADA DAS OFENSAS, O QUE SÓ OCORREU APÓS A CONCESSÃO DA LIMINAR - PERÍODO EM QUE INÚMERAS PESSOAS TIVERAM ACESSO ÀS INFORMAÇÕES OFENSIVAS OMISSÃO QUE CAUSOU INTENSA DOR MORAL INDENIZAÇÃO ARBITRADA COM CRITÉRIO EM R$ 10.000,00 PREQUESTIONAMENTO -DESNECESSIDADE DE CITAR EXPRESSAMENTE OS DISPOSITIVOS LEGAIS E CONSTITUCIONAIS PARA FINS DE PREQUESTIONAMENTO - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO. (TJSP, Apelação nº 0038803-87.2011.8.26.0577, 8ª Câmara de Direito Privado, Relator Des. Theodureto Camargo, j. e, 28/05/2014) Trecho do voto do Relator: “O arbitramento da indenização há que se operar ‘com moderação e razoabilidade, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso, de forma a não haver o

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enriquecimento indevido do ofendido, bem como que sirva para desestimular o ofensor a repetir o ato ilícito’ (STJ, AgRg no Ag 850273/BA, rel. Min. Honildo Amaral de Mello Castro, j. 03.08.2010). Deve-se, portanto, levar em conta as funções ressarcitória e punitiva da indenização. Na função ressarcitória, olha-se para a vítima, para a gravidade objetiva do dano que ela padeceu. Na função punitiva, ou de desestímulo do dano moral, olha-se para o lesante, de tal modo que a indenização represente advertência, sinal de que a sociedade não aceita seu comportamento. Da congruência entre as duas funções é que se extrai o valor da reparação.” RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. PLANO DE SAÚDE. LEGITIMIDADE PASSIVA. MAJORAÇÃO DO QUANTUM FIXADO A TÍTULO DE DANOS MORAIS. POSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 20, CAPUT E § 3º DO CPC. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO 282 DE SÚMULA DO STF. 1."Quem se compromete a prestar assistência médica por meio de profissionais que indica, é responsável pelos serviços que estes prestam. Recurso especial não conhecido."Precedente REsp 138.059/MG, Rel. Min. Ari Pargendler, DJ de 11.06.01); 2. O critério que vem sendo adotado por essa Corte Superior na fixação do valor da indenização por danos morais, considera as condições pessoais e econômicas das partes, devendo, contudo, o arbitramento operar-se com moderação e razoabilidade, atento à realidade da vida e às peculiaridades e aos fatos de cada caso, de forma a não haver o enriquecimento indevido do ofendido, bem como que sirva para desestimular o ofensor a repetir o ato ilícito. 3. A majoração do "quantum" indenizatório a título de dano moral é medida excepcional e sujeita a casos específicos, tal como verificado no caso em exame. 4. In casu, tendo em vista o valor fixado no acórdão Requerido a título de indenização por dano moral em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), em razão das particularidades do caso e à luz da gravidade dos fatos descritos no acórdão Requerido, impõe-se o ajuste da indenização aos parâmetros adotados por este Tribunal no valor de R$ 120.000,00, de modo a garantir à lesada a justa reparação, afastando-se, contudo, a possibilidade de enriquecimento indevido, corrigido monetariamente a partir desta decisão e dos juros moratórios nos termos da Súmula 54 desta Corte. 5. A ausência de prequestionamento inviabiliza o conhecimento da questão federal suscitada. 6. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, provido. (REsp 1133386/RS, Rel. Ministro HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/AP), QUARTA TURMA, julgado em 17/06/2010, DJe 30/06/2010)

60. Amparado nos critérios acima destacados, bem como em diversos precedentes do

Superior Tribunal de Justiça em demandas que visavam justamente o ressarcimento

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decorrente de publicação de notícias inverídicas considerada ofensiva à honra e à dignidade

de pessoas, o Requerente entende razoável a fixação da indenização por danos morais no

valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) quantia essa que representará a um só tempo justa

reparação e fator de desestímulo à reincidência da prática da conduta ilícita por parte dos

Requeridos, afastando-se a possibilidade de alegação de enriquecimento sem causa.

61. No que concerne aos juros moratórios, e considerando que a presente demanda tem

base numa típica hipótese de responsabilização extracontratual, sua incidência se dá a partir

do evento danoso, conforme se denota da Súmula nº 54/STJ (Os juros moratórios fluem a

partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual), que na hipótese é a

data da efetiva veiculação da entrevista em questão (11 de janeiro de 2017), adotando-se

como taxa referencial para o seu cálculo a SELIC.

62. Tal é o entendimento pacificado do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: “A partir da

vigência do Código Civil (Lei nº 10.406/2001) os juros moratórios deverão observar a taxa que

estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional (artigo

406). Taxa esta que, como cediço, é a SELIC, nos expressos termos da Lei nº 9.250/95.” (REsp

944.884/RS, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA

TURMA, julgado em 18/10/2007, DJe 17/04/2008). Já em relação à correção monetária

(índices), cuja incidência também é de rigor, deve incidir sobre o valor devido desde a data do

arbitramento, nos termos da Súmula nº 362/STJ.

V – DA IMPRESCINDÍVEL NECESSIDADE DE INDISPONIBILIZAÇÃO DA MATÉRIA OFENSIVA

63. Restando demonstrada a ilicitude da conduta perpetrada pelo Requerido e o dano daí

decorrente, faz-se necessário, por se tratar de dano à honra e à reputação, além da

condenação em danos morais, IMPOR AO CORREQUERIDO, TITULAR DO DOMÍNIO DO

SÍTIO ELETRÔNICO EM QUE FOI VEICULADA A ENTREVISTA EM COMENTO, A

OBRIGAÇÃO DE FAZER CONSUBSTANCIADA NA DETERMINAÇÃO DE

INDISPONIBILIZAÇÃO DO REFERIDO CONTEÚDO, de modo que se mitiguem os prejuízos

suportados pelo Requerente.

64. É premente, justamente pelas razões expostas acima, a necessidade de retirada do

referido conteúdo nocivo do site de titularidade do Correquerido, pois, como se demonstrou

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nos tópicos anteriores, a conduta ora combatida desborda de todos os limites resguardados

pelo livre exercício das liberdades de expressão e de crítica, haja vista não ser assegurado a

ninguém o direito de, sob o pálio da livre manifestação, VEICULAR AFIRMAÇÕES FALSAS,

DEGRADANTES E DIFAMATÓRIAS, ESPECIALMENTE QUANDO HÁ PREJUÍZOS DIRETOS A

TERCEIROS.

65. A garantia constitucional dessas liberdades não permite que possa ser divulgado todo

tipo de mentira e absurdo, sem qualquer preocupação com a comprovação mínima de

verossimilhança dos supostos fatos alegados, afetando a esfera subjetiva de terceiros que

também está protegida pela garantia constitucional da inviolabilidade da honra e da imagem

(Art. 5º, inciso X, CF/88).

66. No caso em comento, nada justifica a manutenção desse conteúdo, na medida em que,

repisa-se, não há sequer indícios de fatos concretos de interesse público ou críticas prudentes,

mas sim, um plexo de imputações falsas ao Requerente com o único objetivo de abalar sua

reputação como cidadão e homem público. Desse modo, o referido conteúdo deve ser

indisponibilizado imediatamente em respeito ao preceituado pela Lei nº 12.965/2014 (Marco

Civil da Internet), que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da

Internet no Brasil, assim dispondo em seu artigo 8º, §2º:

“Artigo 8º, §2º: Na hipótese de discriminação ou degradação do tráfego prevista no §1o, o responsável mencionado no caput deve: I - abster-se de causar dano aos usuários, na forma do art. 927 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.”

67. No mesmo sentido, visando proteger as vítimas de abusos em função de conteúdos

divulgados por terceiros, preconiza o artigo 19 do mesmo Diploma:

“Art. 19. Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura, O PROVEDOR DE APLICAÇÕES DE INTERNET somente PODERÁ SER RESPONSABILIZADO CIVILMENTE POR DANOS DECORRENTES DE CONTEÚDO GERADO POR TERCEIROS SE, APÓS ORDEM JUDICIAL ESPECÍFICA, NÃO TOMAR AS PROVIDÊNCIAS PARA, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, TORNAR INDISPONÍVEL O CONTEÚDO APONTADO COMO INFRINGENTE, ressalvadas as disposições legais em contrário.”

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68. O Código Civil, também aplicável à hipótese, conforme se destacou acima, igualmente

garante a possibilidade de se exigir a cessação de ato violador dos direitos da personalidade,

por exemplo através da determinação de indisponibilização de conteúdo difamatório de

páginas da internet, como se lê em seu artigo 12:

“Art. 12, CC. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.”

69. A jurisprudência do E. Tribunal de Justiça de São Paulo vem reconhecendo a

possibilidade de determinação direcionada a provedores de internet ou mesmo pessoas

físicas responsáveis por determinado conteúdo para que retirem do ar o material abusivo e

prejudicial a terceiras pessoas, podendo ainda ser cumulada a obrigação de indenizar pelos

danos causados:

AÇÃO DE CONDENAÇÃO EM OBRIGAÇÃO DE FAZER. Direito de marca. Perfil falso da autora criado por terceiros e disponível em rede social administrada pelo réu. OBRIGAÇÃO DO RÉU DE RETIRAR A PÁGINA DO AR E FORNECER A IDENTIFICAÇÃO DIGITAL DOS RESPONSÁVEIS PELA FRAUDE. Sentença de procedência mantida (art. 252, RITJSP). Apelação desprovida (TJSP, Apelação nº 104307-20.2013.8.26.0100, 10ª Câmara de Direito Privado, Relator Cesar Ciampolini, j. em 16/12/2014) “Como se sabe, o aceso à rede mundial de computadores é meio rápido e eficaz a propalar qualquer tipo de informação, inclusive, aquelas de cunho ofensivo, como é o caso, em que o responsável dela se utiliza visando sua impunidade, o que não se pode prestigiar. Nesse rumo, e com o escopo de evitar essa situação, necessária a identificação daqueles que mal utilizam esse meio de comunicação. Assim, ainda que seja impossível que a fanpage vigie as divulgações realizadas, porquanto incontáveis, deve como forma de resguardar o princípio da inviolabilidade da imagem e honra de terceiro, fornecer os dados do infrator para sua devida responsabilização.”

INDENIZAÇÃO. Preliminares afastadas. Nulidade da sentença. Decisão que apenas estabeleceu medida necessária à efetivação da tutela específica. Inteligência do art. 461, § 5º, do CPC. Cerceamento de defesa inocorrente. Designação de audiência apenas para a colheita de depoimento pessoal das partes. Desnecessidade. Sentença devidamente motivada. Inexistência de prejulgamento. TEXTO VEICULADO EM "BLOG" MANTIDO PELO CORRÉU COM CONTEÚDO OFENSIVO À HONRA OBJETIVA E SUBJETIVA DO AUTOR, DIRETOR DE UNIDADES DA FUNDAÇÃO CASA. IMPUTAÇÃO DE CRIMES E DE VIOLAÇÃO DE DEVERES

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FUNCIONAIS. AUSÊNCIA DE RESPALDO PROBATÓRIO ACERCA DA VERACIDADE DAS INFORMAÇÕES. CARTA DIVULGADA QUE EXTRAPOLOU OS LIMITES DO DIREITO DE INFORMAÇÃO E DA GARANTIA À LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Danos morais caracterizados. Indenização fixada com acerto em R$10.000,00. Plausibilidade da alegação de que o provedor de Internet não tem condições técnicas para realizar controle prévio do conteúdo disponibilizado pelos usuários, podendo configurar verdadeira censura. Reforma da sentença neste ponto para determinar que a Google somente retire do ar as páginas da carta ofensiva à honra do autor quando for cientificada da divulgação. Manutenção dos honorários advocatícios em 20% do valor atualizado da condenação. Recurso da ré Google parcialmente provido, desprovido o do réu Givanildo. (TJ-SP - APL: 00017350520108260136 SP 0001735-05.2010.8.26.0136, Relator: Milton Carvalho, Data de Julgamento: 30/01/2014, 4ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 04/02/2014)

70. O E. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA também reconhece a necessidade de que

provedores de internet retirem do ar em prazo exíguo qualquer conteúdo denunciado como

ofensivo, sob pena de corresponsabilidade com os autores das ofensas:

RESPONSABILIDADE CIVIL. INTERNET. REDES SOCIAIS. MENSAGEM OFENSIVA. CIÊNCIA PELO PROVEDOR. REMOÇÃO. PRAZO. 1. A VELOCIDADE COM QUE AS INFORMAÇÕES CIRCULAM NO MEIO VIRTUAL TORNA INDISPENSÁVEL QUE MEDIDAS TENDENTES A COIBIR A DIVULGAÇÃO DE CONTEÚDOS DEPRECIATIVOS E AVILTANTES SEJAM ADOTADAS CÉLERE E ENFATICAMENTE, DE SORTE A POTENCIALMENTE REDUZIR A DISSEMINAÇÃO DO INSULTO, MINIMIZANDO OS NEFASTOS EFEITOS INERENTES A DADOS DESSA NATUREZA. 2. Uma vez notificado de que determinado texto ou imagem possui conteúdo ilícito, o provedor deve retirar o material do ar no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de responder solidariamente com o autor direto do dano, em virtude da omissão praticada. 3. Nesse prazo de 24 horas, não está o provedor obrigado a analisar o teor da denúncia recebida, devendo apenas promover a suspensão preventiva das respectivas páginas, até que tenha tempo hábil para apreciar a veracidade das alegações, de modo a que, confirmando-as, exclua definitivamente o perfil ou, tendo-as por infundadas, restabeleça o seu livre acesso. 4. O diferimento da análise do teor das denúncias não significa que o provedor poderá postergá-la por tempo indeterminado, deixando sem satisfação o usuário cujo perfil venha a ser provisoriamente suspenso. Cabe ao provedor, o mais breve possível, dar uma solução final para o conflito, confirmando a remoção definitiva da página de conteúdo ofensivo ou, ausente indício de ilegalidade, recolocando-a no ar, adotando, nessa última hipótese, as providências legais cabíveis contra os que abusarem da prerrogativa de denunciar. 5. Recurso especial a que se nega provimento.

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(REsp 1323754/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/06/2012, DJe 28/08/2012)

71. Sendo assim, com amparo na Lei e na Jurisprudência, visando à garantia da

inviolabilidade da honra e da imagem, do decoro, da reputação, como preconizado pela

Constituição Federal (art. 5º, inciso X), e mitigar os danos já suportados pelo Requerente é

imprescindível que seja determinado ao Correquerido que indisponibilize a entrevista sob

exame, que vincula falsa e ilicitamente o Requerente a facção criminosa Primeiro

Comando da Capital - PCC, como medida assecuratória dos seus direitos de personalidade.

VI – DA TUTELA DE URGÊNCIA

72. Nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil, a tutela de urgência será

concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de

dano ou o risco ao resultado útil do processo, desde que não haja perigo de irreversibilidade

dos efeitos da decisão.

73. Douto Julgador, conforme amplamente demonstrado, está presente a verossimilhança

das alegações do Requerente, bastando o acesso ao link citado no iten 3 acima para se

constatar que houve absurdo abuso de direito por parte do Requerido ao FAZER FALSA

DECLARAÇÃO CARREGADA DE CONTEÚDO INJURIOSO E ABSOLUTAMENTE DESCOLADO

DE QUALQUER EMBASAMENTO PROBATÓRIO. A sensacionalista e oportunista declaração

do Requerido carece de teor informativo ou de fatos de interesse coletivo e SE PRESTOU

APENAS PARA IMPUTAR AO REQUERENTE CONDUTAS ODIOSAS E COMPLETAMENTE

INVERÍDICAS, o que intencionalmente objetivaram macular a honra, a reputação e a

credibilidade de Alexandre de Moraes perante a sociedade.

74. O Requente, em mais de 20 (vinte) anos de carreira pública, jamais praticou conduta

que o desabonasse, tendo, ao revés, exercido seus deveres funcionais balizado pelo absoluto

respeito à legalidade e à ética, o que resultou na construção de uma reputação louvável que

veio a ser manchada pelo ato ilícito e irresponsável perpetrado pelo Requerido.

75. A declaração contida na entrevista concedida pelo requerido e sua replicação em

portais da internet expõe de maneira ilegal o Requerente ao escárnio quando questiona de

maneira tão desrespeitosa e agressiva a sua probidade e retidão, sem que se apresente um só

dado que ampare tais ilações difamatórias. Há, portanto, evidente probabilidade de direito no

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presente demanda, na medida em que os direitos da personalidade estão salvaguardados não

só constitucionalmente (art. 5, X, da CFRB), mas também no âmbito infraconstitucional (arts.

186 e 927 do Código Civil).

76. Resta mais evidente ainda o RISCO IMINENTE DO AGRAVAMENTO DOS DANOS JÁ

SUPORTADOS PELO REQUERENTE, haja vista a potencialidade da reprodução da inverídica

publicação em comento de maneira exponencial por outras mídias, digitais ou impressas,

conforme exemplificado no item 30 supra, O QUE CONFIRMA A POTENCIALIDADE DANOSA

DA MANUTENÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE PUBLICAÇÃO CUJO CONTEÚDO É FALSO E

INTENCIONALMENTE DIVULGADO COM O FITO DE DESPRESTIGIAR O REQUERENTE

PERANTE A COLETIVIDADE.

77. Assim, é premente que se determine, sem que se ouça a parte contrária, a

indisponibilização do referido conteúdo difamatório, visto que o ônus do tempo processual

agravará os danos suportados pelo Requente, bem como, no caso em apreço, não se vislumbra

hipótese de irreversibilidade da medida, o que justifica, de plano, a antecipação da tutela

pretendida.

78. Cabe enfatizar, por fim, que a concessão de liminar, antecipando os efeitos da tutela,

configura verdadeiro direito subjetivo processual, tendo a parte o direito de exigi-la, sempre

que presentes os pressupostos previstos pela lei. Ou seja, sempre que presente a

probabilidade de ocorrência do evento que puder prejudicar o exercício do direito de quem

pede a antecipação de tutela que, em tese, viria apenas ao final, mediante a análise dos

elementos trazidos e correspondente conclusão de que esses elementos superam a

probabilidade de que o alegado não venha a ocorrer, a tutela é devida.

79. Presentes, portanto, todos os requisitos para a concessão da tutela de urgência, sem

necessidade de oitiva dos Requeridos, surge a imperiosa necessidade de o PODER JUDICIÁRIO

garantir as providências adequadas, necessária e eficazes a evitar dano irreparável, pois como

ensinam NELSON NERY e ROSA MARIA DE ANDRADE NERY (Código de Processo Civil

Comentado):

“a liminar pode ser concedida com ou sem a ouvida da parte contrária. Quando a urgência indicar a necessidade de concessão imediata da tutela, o juiz poderá fazê-lo inaudita altera pars, que não constitui ofensa, mas sim limitação imanente ao contraditório, que fica diferido para momento posterior do procedimento.”

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80. Sendo assim, nos termos do art. 300. § 2º, primeira parte, do Código de Processo Civil,

requer-se a concessão de Tutela de Urgência, para que Vossa Excelência determine ao

Correquerido Partido dos Trabalhadores – Diretório Nacional, titular do domínio

http://pt.org.br”, que proceda na indisponibilização da matéria intitulada “Justiça é muita

areia para a caçambinha de Moraes, critica Aragão”, publicada em 11.01.2017, sob pena de

multa cominatória diária no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

VII – DOS PEDIDOS

81. Diante de todo o exposto, o Requerente requer:

(i) A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR, em antecipação de tutela, inaudita altera

pars, na forma do art. 300, § 2º, primeira parte do Código de Processo Civil e do art.

19 da Lei nº 12.965/2014, para que seja determinado ao Correquerido Partido dos

Trabalhadores – Diretório Nacional, por meio de ofício a ser encaminhado pelo

Requerente, que no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de multa no valor de 5.000,00

(cinco mil reais) por dia em caso de descumprimento, que INDISPONIBILIZE A

MATÉRIA intitulada “Justiça é muita areia para a caçambinha de Moraes, critica

Aragão”, publicada em seu site oficial http://pt.org.br em 11.01.2017;

(ii) o recebimento e a autuação da presente petição, juntamente com os documentos

que a instruem e, após se decidir a antecipação da tutela, sejam citados os Requeridos,

por carta com A.R., para, se o desejarem, responderem a presente ação, sob pena de

suportarem os efeitos da revelia;

(iii) a PROCEDÊNCIA TOTAL dos pedidos iniciais, tornando definitivos os efeitos da

tutela antecipada, com a condenação do Correquerido Partido dos Trabalhadores –

Diretório Nacional - na obrigação de fazer consistente em INDISPONIBILIZAR A

MATÉRIA intitulada “Justiça é muita areia para a caçambinha de Moraes, critica

Aragão”, publicada em seu site oficial http://pt.org.br em 11.01.2017, bem como ao

pagamento, pelos Requeridos, de INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS no montante

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de R$ 100.000,00 (cem mil reais), acrescida de juros moratórios a partir do evento

danoso e correção monetária desde a data do arbitramento, além dos honorários

advocatícios a serem fixados em 20% do valor da causa e reembolso das despesas

processuais, custas e emolumentos.

82. Requer-se, ainda, o exercício do pleno direito à prova, protestando-se pela produção

de todas as provas admitidas em Direito, inclusive depoimento pessoal do Requerido, oitiva

de testemunhas, juntada de documentos e perícias se necessário for.

83. Requer-se, por derradeiro, que todas as publicações e intimações sejam realizadas em

nome do advogado Felipe Genari (OAB/SP 356.167), sob pena de nulidade, bem como seja

complementada a qualificação do Requerido Eugênio José Guilherme de Aragão, eis que

indisponível pelas vias ordinárias de investigação.

84. Atribui-se à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para efeitos fiscais.

Termos em que, pede deferimento.

São Paulo, 07 de março de 2016.

Felipe Genari OAB/SP 356.167

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