excelentissimo senhor doutor juiz federal presidente do juizado especial federal previdenciÁrio de...

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  • CARVALHO E DUTRA ADVOG ADOS AS S OCI ADOS

    _________________________________________________________________________________________________

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 8. VARA CVEL FEDERAL DA

    SECO JUDICIRIA DE CAMPINAS SP.

    Autos do Processo n. 2006.61.05.011419-3

    Procedimento Ordinrio

  • JOS SEBASTIO DE SOUZA, devidamente qualificado nos autos do

    processo em epgrafe, por seu advogado, ao final firmado, vem, muito respeitosamente perante Vossa

    Excelncia, para interpor, dentro do prazo legal de 15 dias, o presente RECURSO DE APELAO,

    conforme razes anexas.

    Requer que depois de cumpridas as formalidades legais, seja o presente

    recurso endereado ao Egrgio Tribunal Regional Federal da Terceira. Regio.

    Nestes Termos,

    Pede Deferimento.

    So Paulo, 19 de fevereiro de 2008.

    Sinval Miranda Dutra Jnior

    OAB/SP n. 159.517

    RAZES DE APELAO

    Apelante: Jos Sebastio de Souza.

  • Apelado: Instituto Nacional do Seguro Social -

    INSS.

    Processo n.: 2006.61.05.011419-3

    Egrgio Tribunal Regional Federal da 3. Regio,

    Colenda Turma,

    Nobres e Cultos Julgadores,

    Ilustre Desembargador Federal Revisor,

    Nobre Desembargador Federal Relator,

    Douto Representante do Ministrio Pblico Federal:

    I - RESUMO:

    1- Trata-se de ao declaratria condenatria proposta pelo apelante em

    face do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ora apelado, objetivando em sntese:

    a) o reconhecimento e averbao do perodo de trabalho rural de01/12/70 a 31/12/75;

    b) o reconhecimento das atividades especiais desenvolvidas nosinterregnos de trabalho de 08/06/81 a 11/08/84 (CORRENTES INDUSTRIAIS IBAF S/A) e29/04/95 a 05/03/97 (TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA);

    c) a manuteno do reconhecimento administrativo das atividadesespeciais desenvolvidas nos perodos de trabalho de 01/04/77 a 31/10/80 (TRANSPORTADORASAFRA LTDA), 12/12/84 a 31/08/86 (TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA) e 01/09/86 a28/04/95 (TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA);

    d) a concesso do benefcio previdencirio de Aposentadoria porTempo de Contribuio identificado com o nmero (NB) 42/118.715.156-1, o qual foi requeridoadministrativamente em 05/09/2000 e indevidamente indeferido pela autarquia previdenciria pelomotivo: Falta de Tempo de Contribuio.

  • 2- Regularmente citado (fls.147/148), o INSS apresentou contestao s

    fls. 150/169. Rplica as fls. 173/184, na qual o recorrente requereu a produo de prova testemunhal paracomprovao do perodo rural. Pleito deferido as fls. 185. Termo de audincia e oitiva das testemunhasacostado as fls. 196/200.

    3- Alegaes finais do recorrente juntada as fls. 203/210. O institutorecorrido quedou-se silente.

    4- Sobreveio sentena (fls.212/222) julgando PARCIALMENTE

    PROCEDENTE o pedido do apelante nos seguintes termos:

    a) reconhecer o trabalho rural no perodo de 01/01/1975 a31/12/1975;

    b) DECLARAR, como tempo de servio especial, o perodo de01/04/1977 a 23/01/1979 (Transportadora Safra Ltda) e de 01/09/1986 a 05/03/1997(Transportadora Americana);

    c) DECLARAR o direito converso do tempo de servio especial emcomum, na forma e nos limites da fundamentao supra;

    d) Julgar IMPROCEDENTE o pedido de ratificao dos perodosreconhecidos administrativamente, como especiais, posto que se tornaram controvertidos nestes autos,

    e) JULGAR IMPROCEDENTE o pedido de concesso deaposentadoria integral ou proporcional, a partir da propositura do processo administrativo, ou seja,05/09/2000.

    5- Data maxima venia, Colenda Turma, em que pese deciso doilustre Juiz a quo, o presente recurso de apelao deve ser provido em favor do apelante para que seja

    reconhecido e averbado o perodo de trabalho rural de 01/12/70 a 31/12/74, bem como, seja mantido oreconhecimento administrativo das atividades especiais desenvolvidas nos perodos de trabalho de 01/04/77

    a 31/10/80, 12/12/84 a 31/08/86 e 01/09/86 a 28/04/95 o que importar na concesso do benefcioprevidencirio de Aposentadoria por Tempo de Contribuio, conforme razes que passa a expor.

  • II DO EXERCCIO DA ATIVIDADE RURAL:

    6- Notem ilustres Julgadores, que para comprovao da atividade rural

    desenvolvida no interregno de 01/12/70 a 31/12/74 o apelante colacionou aos autos do processo documentospblicos e contemporneos poca dos fatos, os quais representam o incio de prova material exigido pela

    legislao previdenciria, a saber:

    A) CPIA DA CARTEIRA DE TRABALHO do pai do apelante constando que o mesmo trabalhou na FAZENDA

    SO BENTO como parceiro agrcola, desde 1968 (fls.74/78);

    B) DECLARAO fornecida pelo Sr. Carlos Nogueira Ferraz, constando que o apelante durante o perodo de

    01/12/1970 31/12/1974 exerceu atividade como trabalhador rural na FAZENDA SO BENTO, inscritano INCRA sob o n. 624.020.005.207, localizada no municpio de Araras SP, cuja propriedade pertence ao

    prprio declarante (fls.62/63);

    C) DOCUMENTOS referentes propriedade denominada FAZENDA SO BENTO (fls. 65/73)

    D) CERTIFICADO DE DISPENSA DE INCORPORAO s foras militares, expedido em 09/01/1975, no

    qual consta que o apelante exercia a profisso de lavrador na FAZENDA SO BENTO Araras/SP (fls.61);

    E) TTULO ELEITORAL, expedido em 23/01/1975, no qual consta que o apelante exercia a profisso de

    lavrador na FAZENDA SO BENTO Araras/SP (fls.60);

    F) CERTIFICADO DE CONCLUSO DE CURSO , expedido em 03/12/1975, declarando que o apelante

    concluiu a 4. srie do Ensino Fundamental na ESCOLA MASCULINA ESTAO SO BENTO, localizada no

    municpio de Araras SP (fls.79);

    7- Ainda, para corroborar os documentos acima mencionados, orecorrente requereu as fls. 173/184 produo de prova testemunhal, a qual, aps ser deferida pelo nobre

    Magistrado sentenciante, foi produzida as fls. 196/200. Assim vejamos:

  • Testemunha: JUSCELINO ALVES FERREIRA (fls. 197/198)

    Em sntese, declarou que conheceu o recorrente por volta de 1966 ou 1967, na Fazenda So Bento, ondetrabalhava; que o apelante trabalhava tanto na rea cedida ao pai dele para diviso da colheita com o

    proprietrio, quanto na lavoura do dono da fazenda; que o apelante trabalhava em lavoura de cana, algodo emilho; que poca aqueles que trabalhavam na Fazenda So Bento no eram registrados, havia, apenas,

    fiscalizao com ponto no carto; que saiu da Fazendo So Bento no final de 1968, no entanto, durante 04anos, visitou a fazenda semanalmente porque sua namorada morava l; que nessas visitas sempre via o apelante

    trabalhando na fazenda; que seus pais permaneceram na fazenda at 1973, no entanto, mesmo com a sada deseus pais, at hoje ele freqenta a fazenda; que acha que a famlia do apelante permaneceu na fazenda at

    meados de 1975/1976; que estudou na escola So Bento que ficava prxima a fazenda, sendo que nestaescola s estudavam pessoas da zona rural prxima; que as famlias que recebiam rea para plantio e diviso

    com o proprietrio no tinhas empregados; que na terra s trabalhavam os membros da famlia; que a maioriadas pessoas saia da fazenda ao completar 18 anos.

    Testemunha: ORLANDO DA SILVA (fls. 199/200)

    Resumidamente, declarou que conheceu o apelante por volta de 1967, quando ele morava com os pais naFazenda So Bento; que em 1968 mudou-se para uma fazenda em Campinas, no entanto, continuou

    freqentando a Fazenda So Bento uma vez por ano, ou uma vez a cada dois anos; quando mudou-se daFazenda So Bento, o autor trabalhava naquele imvel ajudando seus pais no corte de cana, no plantio de

    arroz e em lavouras de algodo e caf; que acha que o autor permaneceu na Fazenda at meados de 1975;que todas as vezes que visitou a Fazenda So Bento, o apelante l trabalhava; que continua freqentando a

    fazenda at os dias atuais; que foi fiscal da Fazenda So Bento sendo que naquela poca era anotado no livroda fazenda, apenas o nome dos pais das famlias dos trabalhadores; que na poca que foi fiscal da fazenda, no

    havia registro dos trabalhadores em carteira de trabalho, no sabe se depois de sua sada passou a existir talregistro. Algumas famlias recebiam pequena rea de terra para plantar e dividiam a colheita com os donos da

    fazenda. Quando saiu da fazenda, o pais do apelante havia recebido uma rea para trabalhar e dividir oresultado com o proprietrio. Os trabalhadores que recebiam rea para sua prpria lavoura tambm prestavamservios como diaristas ao dono da fazenda quando no havia trabalho na rea recebida. Em algumas de suasvisitas fazenda chegou a ver o apelante e sua famlia trabalhando na rea cedida ao pai. Havia uma escola

    dentro da fazenda, chamada estao So Bento, que dava aula apenas aos habitantes da fazenda e dos stiosao redor dela. No vinha gente da cidade para estudar na escola. As famlias que recebiam terra tocavam alavoura nelas plantada apenas com seus membros, no contratavam empregados. Naquela poca e semprehouve sada da fazenda pelos jovens que completavam 18 anos porque procuravam uma vida melhor.

    8- Notem ilustres Julgadores, que muita embora as testemunhas no

    tenham, de fato, trabalhado com o recorrente no decorrer dos anos de 1970 a 1975, ambas declaram, sob aspenas da lei, que o apelante permaneceu trabalhando na lavoura at meados da dcada de 70, entre 1975 e1976, bem como, que quando visitavam a Fazenda So Bento, viam o recorrente trabalhando na lavoura juntocom sua famlia.

  • 9- Ainda, as testemunhas corroboram os documentos juntados aos autospara o fim de reconhecimento da atividade rural, estando em perfeita sintonia, j que declaram que a famlia do

    apelante passou a residir na Fazenda So Bento em meados de 1966/1967, fato que comprovado pelaanotao na CTPS do pai do autor no ano de 1968, sendo que anteriormente a esta data no havia registro emdocumento.

    10- Outro ponto importante, diz respeito escola freqentada peloapelante, j que esta era localizada na Fazenda So Bento, e s admitia estudantes que residissem no meiorural prximo.

    11- No entanto, ilustres Julgadores, apesar da prova testemunhal tercorroborado a prova material juntada aos autos do processo, j que no deixa dvidas de que o apelante,

    durante o interregno de 12/1970 a 12/1975, trabalhou na zona rural, no local denominado Fazenda So Bento,na qualidade de lavrador e diarista no cultivo e colheita das lavouras de caf, arroz, algodo, milho, canade acar e feijo, o nobre Magistrado sentenciante, reconheceu, to somente, o exerccio da atividade ruraldesenvolvida no perodo de 01/01/1975 a 31/12/1975, sob a justificativa de que somente para esse perodo o

    recorrente apresentou documento pblico e contemporneo (ttulo eleitoral e certificado de dispensa deincorporao) que caracteriza o incio de prova material.

    12- J para o perodo de 01/12/1970 a 31/12/1974, entendeu o nobre

    Juiz a quo que em decorrncia da extemporaneidade dos demais documentos juntados aos autos, no restoucaracterizado o incio de prova material exigido pela lei. Ainda pronunciou-se o Meirinho no sentido de que astestemunhas, pelo fato de terem sado da Fazenda em 1968, no freqentavam mais as lavouras, no dia a dia,para saber do efetivo trabalho do recorrente.

    13- Data maxima venia, nobres Julgadores, o entendimento do

    Magistrado sentenciante no merece prevalecer, a uma, porque o incio de prova material deve ser, ao menos,razovel e no determinante para comprovao dos fatos, a duas, porque o Colendo Superior Tribunal deJustia j firmou entendimento no sentido de ser desnecessrio que a prova material abranja todo o perodoque se pretenda ver reconhecido.

    14- Nessa esteira, a deciso prolatada pela Turma Nacional deUniformizao nos autos do processo 20057095014598, sendo relatora a Juza Federal Daniele MaranhoCosta, publicada no DJU em 21/05/2007, a seguir transcrito:

    Acordo Origem: JEFClasse: PEDIDO DE UNIFORMIZAO DE INTERPRETAO DE LEI FEDERALProcesso: 200570950145981 UF: null rgo Julgador: Turma Nacional de UniformizaoData da deciso: 26/04/2005 Documento:

    Fonte DJU 21/05/2007

  • Relator(a) JUZA FEDERAL DANIELE MARANHO COSTA

    Deciso ACRDO: Decide a Turma Nacional de Uniformizao de Jurisprudncia, unanimidade,conhecer do incidente de uniformizao e dar-lhe provimento.

    Braslia-DF, em 26 de maro de 2007.

    MINISTRO FERNANDO GONALVES

    Presidente da Turma

    DANIELE MARANHO

    Juza Relatora

    Ementa EMENTA PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO.TRABALHADOR RURAL AVULSO OU BIA FRIA. CERTIDO DE CASAMENTO ONDECONSTA EXPRESSAMENTE A PROFISSO DE LAVRADOR DO MARIDO DA AUTORA.SOLUO PRO MISERO NO RECONHECIMENTO DA PROVA MATERIAL.ENTENDIMENTO DO STJ. APLICAO DA QUESTO DE ORDEM N. 20 DA TNU.ANULAO DO ACRDO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAO CONHECIDO E PROVIDO.1 Considerando-se a condio desigual experimentada pelo trabalhador volante ou bia-frianas atividades rurais, o Superior Tribunal de Justia tem adotado a soluo pro misero noreconhecimento da prova material, entendendo vlida a prova testemunhal quanto atividadede bia fria quando apoiada em incio razovel de prova material, assim considerada acertido de casamento onde consta expressamente a profisso de lavrador do marido da autora.2 Aplicao da Questo de Ordem n. 20 desta TNU. 3 - Acordo anulado, determinando-se oretorno dos autos Turma Recursal do Paran para que nova deciso seja proferida, aps avalorao da referida prova. 4 - Incidente de uniformizao conhecido e provido.

    DataPublicao

    21/05/2007

    InteiroTeor

    RELATRIO Trata-se de Incidente de Uniformizao de Jurisprudncia interposto pela parteautora (fls. 126/135) em face de acrdo da TURMA RECURSAL DO PARAN (fls. 124/124V)que deu provimento ao recurso do INSS (fls.101/108), reformando a sentena (fls.95/99) queconcedera o benefcio de aposentadoria rural (bia-fria), a contar de 10/09/2003, data dorequerimento administrativo, ao fundamento de que as provas documentais carreadas aosautos resumem-se a documentos de 1974, 1976, 1991, 1995 e 2000, sendo por isso, insuficientes,no havendo documentos para a maior parte do perodo de carncia, ou seja, de 1989 a 1996.Sustenta a autora que o acrdo proferido pela Turma Recursal do Paran diverge deentendimento dominante do Colendo Superior Tribunal de Justia, o qual entende serdesnecessrio que a prova material abranja todo o perodo de carncia. Cita como paradigmasos acrdos proferidos no RESP n 605718/CE, 5 Turma, Relatora Ministra Laurita Vaz, DJ de07/06/2004 e AR 1086/MS, Relator Ministro Edson Vidigal, 3 Seo, DJ 04/12/2000, bem comoos Enunciados ns 06 e 14 da Turma Nacional de Uniformizao de Jurisprudncia. Requer sejao Incidente de Uniformizao conhecido e provido, julgando-se procedente o pedido. Semcontra-razes (fls. 135v). O pedido de uniformizao de jurisprudncia foi admitido s fls.136/137. o relatrio. Daniele Maranho Juza Relatora VOTO O presente Incidente deUniformizao de Jurisprudncia foi proposto em face de suposta divergncia entre o acrdoconfrontado e o entendimento dominante do Colendo Superior Tribunal de Justia, nos termosdo artigo 14, 2 da Lei n 10.259/2001 e artigo 2 da Resoluo n 390/CJF, de 17/09/2004. Oacrdo Turma Recursal do Paran (fls. 124/124v) julgou improcedente o pedido de concessode aposentadoria por tempo de servio rural pleiteado por trabalhadora bia fria, aofundamento de que os documentos juntados aos autos so insuficientes, por no havercomprovao para a maior parte do perodo de carncia, de 1989 a 1996. A autora demonstra adivergncia transcrevendo os acrdos proferidos no julgamento do RESP n 605718/CE, 5Turma, Relatora Ministra Laurita Vaz, e do AR 1086/MS, Relator Ministro Edson Vidigal, 3Seo, citando, tambm, os Enunciados ns 06 e 14 da Turma Nacional de Uniformizao deJurisprudncia. Com efeito, em casos como o presente, a Terceira Seo do Superior Tribunalde Justia, considerando a condio desigual experimentada pelo trabalhador volante ou bia-

  • fria nas atividades rurais, tem adotado a soluo pro misero no reconhecimento da provamaterial, decidindo pela validade da prova testemunhal quanto atividade de bia friaquando apoiada em incio razovel de prova material, assim considerada a certido decasamento, na qual consta expressamente a profisso de lavrador do marido da autora. Cito,dentre outros, os seguintes julgados, verbis: PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIRIO. AORESCISRIA. PRELIMINAR DE INPCIA DA INICIAL. INOCORRNCIA. RURCOLA.PROVA MATERIAL. DOCUMENTO NOVO PREEXISTENTE PROPOSITURA DA AOORIGINRIA. ART. 485, VII, DO CPC. ADOO DA SOLUO PRO MISERO. 1. Estconsolidado, no Superior Tribunal de Justia, o entendimento de que, considerada a condiodesigual experimentada pelo trabalhador volante ou bia-fria nas atividades rurais, de seadotar a soluo pro misero para reconhecer como razovel prova material o documento novo,ainda que preexistente propositura da ao originria. 2. Precedentes. 3. A certido decasamento da qual conste como profisso do marido da autora a de lavrador, preexistente aotempo da ao originria, documento novo e constitui razovel prova material da atividaderurcola. 4. Ao rescisria procedente. (AR 2515/SP, STJ, 3 Seo, Relator Ministro PauloGallotti, DJ de 18/04/2005, grifamos) AO RESCISRIA. DOCUMENTOS NOVOS - ART. 485,VII, DO CPC. RURCOLA. DIFICULDADE DE OBTENO NA POCA PRPRIA. SOLUOPRO MISERO. 1. Segundo entendimento pretoriano - REsp 15.007/RJ - documento novoreferido no inciso VII, do art. 485, do Cdigo de Processo Civil, , "em princpio, o j existentequando da deciso rescindenda, ignorado pelo interessado ou de impossvel obteno pocada utilizao no processo, apresentando-se bastante para alterar o resultado da causa". 2. Nocaso especfico do rurcola (bia-fria) em virtude de suas desiguais e at mesmo desumanascondies de vida e de cultura, autoriza-se inferir, dado os percalos encontrados na busca,no obstante a existncia dos documentos quando do ajuizamento da ao, cujo julgado ora serescinde, a ausncia de desdia ou negligncia. Pode-se - ainda - sem margem de erro, concluirque sua existncia era ignorada at mesmo em funo das adversas condies de cultura. 3.Matria previdenciria. Compreenso ampla. Soluo pro misero. 4. Rescisria procedente. (AR803/SP, STJ, 3 Seo, Relator Ministro Fernando Gonalves, DJ de 09/10/2000, grifamos)PROCESSO CIVIL. PREVIDENCIRIO. AO RESCISRIA. RURCOLA. PROVAMATERIAL. DOCUMENTO NOVO PREEXISTENTE PROPOSITURA DA AOORIGINRIA. ART. 485, VII, DO CPC. ADOO DA SOLUO PRO MISERO. 1. Estconsolidado, no Superior Tribunal de Justia, o entendimento de que, considerada a condiodesigual experimentada pelo trabalhador volante ou bia-fria nas atividades rurais, de seadotar a soluo pro misero para reconhecer como razovel prova material o documento novo,ainda que preexistente propositura da ao originria. Precedentes. Inteligncia do art. 485,VII, do CPC. 2. Ttulo eleitoral do qual conste como profisso do autor a de lavrador,preexistente ao tempo da ao originria, documento novo e constitui razovel prova materialda atividade rurcola. 3. Ao rescisria procedente. (AR 551/SP, STJ, 3 Seo, RelatorMinistro Paulo Gallotti, DJ de 18/04/2005, grifamos) Ademais, o enunciado da Smula n 6 daTurma Nacional de Uniformizao, ao estabelecer que a certido de casamento ou outrodocumento idneo que evidencie a condio de trabalhador rural do cnjuge constitui inciorazovel de prova material da atividade rurcola, no restringiu esse enunciado apenas aostrabalhadores rurais em regime de economia familiar. Entendimento da Turma Nacional deUniformizao de Jurisprudncia no julgamento do Processo n 2004.70.95.00.29460, RelatorWilson Zauhy Filho, DJ de 26/08/2005. Assim, com a devida vnia do entendimento da TurmaRecursal do Paran, entendo que a certido de casamento, onde consta expressamente aprofisso de lavrador do marido da autora, constitui incio razovel de prova material para finsde comprovao da atividade de trabalhadora avulsa ou bia-fria. Aplicao da Questo deOrdem n. 20 da Turma Nacional de Uniformizao de Jurisprudncia. Diante do exposto, votopelo conhecimento e pelo provimento do Incidente de Uniformizao para anular o acrdoproferido pela Turma Recursal do Paran, determinando quela Turma que, aps valorao dareferida prova, profira nova deciso, ficando vinculada ao entendimento desta Turma Nacionalde Uniformizao de Jurisprudncia sobre a matria. como voto. Daniele Maranho JuzaRelatora

    15- Ainda que no fosse esse o entendimento verifica-se que o nicodocumento que poderia ser considerado extemporneo a declarao juntada as fls. 62/63, enquanto que os

  • demais documentos so todos contemporneos a poca dos fatos, inclusive, o Certificado de Concluso deCurso, juntado aos fls. 79.

    16- Por outro lado, a extemporaneidade da declarao colacionada asfls. 62/63 deve ser observada com certa cautela, haja vista que as testemunhas deixaram claro que as pessoas

    que trabalhavam na Fazenda So Bento no perodo em questo no possuam qualquer registro (em rgopblico ou privado) que comprovasse o exerccio da atividade rural. Ademais, o documento, embora tenhasido elaborado e assinado em 1998, inclusive mediante a presena de duas testemunhas, declaraexpressamente que o apelante laborou na Fazenda So Bento, no interregno de 01/12/70 a 31/12/74.

    17- J o argumento de que a prova testemunhal para comprovao desse

    interregno foi fraca, pelo fato de que as testemunhas saram da Fazenda em 1968, deve ser destacado, maisuma vez, que ambas declararam, sob as penas da lei, que continuaram e continuam freqentando at os diasatuais referida fazenda, sendo certo que no perodo de 1970/1974 viam o apelante laborando na terra juntocom seus familiares.

    18- Destarte, considerando que os documentos juntados aos autoscaracterizam o razovel incio de prova material, bem como, que as testemunhas ratificaram o exerccio daatividade rural desenvolvida pelo recorrente, no existe qualquer bice ao reconhecimento do perodo rural de01/12/70 a 31/12/74.

    III DAS ATIVIDADES ESPECIAIS NO RECONHECIDAS NA R. SENTENA:

    A) DO ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE ESPECIAL PELACATEGORIA PROFISSIONAL

    TRANSPORTADORA SAFRA LTDA (01/04/77 a 31/10/80) e

  • TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA (12/12/84 a 31/08/86)

    19- Como se v da exordial e documentos juntados aos autos do

    processo, nos perodos de 01/04/77 a 31/10/80 e 12/12/84 a 31/08/86, o apelante exerceu atividadeprofissional de ajudante de caminho, a qual pode ser considerada especial pelo enquadramento nacategoria profissional, cd. 2.4.4, anexo III, do Decreto 53.831/64, a seguir transcrito:

    CDIGOCA MPO DE

    A PLICA O

    SERVIOS EA T IVIDA DES

    PROFISSIONA ISCLA SSIFICA O

    T EMPO DET RA BA LHO

    MNIMOOBSERVA ES

    2.4.4TRA NSPO RTESRO DO V I RIO

    Motorneiros e condutoresde bondes.

    Motoristas e cobradoresde nibus.

    Motoristas e ajudantesde caminho.

    Penoso 25 anos Jornada normal.

    20- Verifica-se, ainda, que no ato do requerimento administrativo dobenefcio, o instituto recorrido no reconheceu a especialidade desse labor, computando os perodos acima

    indicados como atividade comum, vide fls. 89/91.

    21- Sem embargos, aps recurso administrativo interposto pelo apelante,a JRPS reconheceu o exerccio dessas atividades especiais e, por conseguinte, procedeu a converso de tempoespecial para comum, conforme contagem anexada as fls. 102/104.

    22- Apesar da deciso da JRPS, o ilustre Magistrado a quo manteve,to somente, o reconhecimento da atividade especial desenvolvida durante o interregno de trabalho de01/04/77 a 23/01/79, julgando IMPROCEDENTE o pedido de manuteno do reconhecimento das atividades

    especiais desenvolvidas nos perodos de 24/01/79 a 31/10/80 e 12/12/84 a 31/08/86, sob o fundamento deque a atividade profissional de ajudante de caminho deixou de ser enquadrada como especial no a partirda publicao do Decreto 83.080/79 de 23 de janeiro de 1979.

    23- Nesta esteira, data mxima vnia, em que pese o entendimento dojuzo meirinho, deve ser destacado que inicialmente a matria concernente aposentadoria especial foi tratadapela lei 3807/60, que em seu artigo 31 determinava:

  • Art 31. A aposentadoria especial ser concedida ao segurado que, contando no mnimo 50 (cinqenta) anos de

    idade e 15 (quinze) anos de contribuies tenha trabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco)anos pelo menos, conforme a atividade profissional, em servios, que, para esse efeito, forem consideradospenosos, insalubres ou perigosos, por Decreto do Poder Executivo.

    24- Posteriormente o decreto 53831/64 em seu quadro anexo passou adescrever quais as categorias profissionais eram consideradas penosas, insalubres e perigosas, sendo o mesmorevogado pelo Decreto 63230/68.

    25- Apesar de o decreto 83080/79 criar novo quadro anexo deatividades que eram tidas como atividade especial, o decreto 53831/64 e seu quadro anexo foi repristinadopela lei 5527/68 que em seu artigo 1 determinou:

    Art. 1 As categorias profissionais que at 22 de maio de 1968 faziam jus aposentadoria de que trata

    do artigo 31 da Lei n 3.807, de 26 de agosto de 1960, em sua primitiva redao e na forma do Decreton 53.831, de 24 de maro de 1964, mas que foram excludas do benefcio por fora da nova

    regulamentao aprovada pelo decreto n 63.230, de 10 de setembro de 1968, conservaro direito a essebenefcio nas condies de tempo de servio e de idade vigentes naquela data.

    26- Por fora do disposto acima foi alterada a redao do artigo 64 dodecreto 83080/79:

    Art. 64. Na forma do disposto no artigo 1 da Lei n 5.527, de 8 de novembro de 1968, as categorias

    profissionais que at 22 de maio de 1968 faziam jus aposentadoria de que trata o artigo 31 da Lei n 3.807,

    de 26 de agosto de 1960, na sua redao primitiva e na forma do Decreto n 53.831, de 25 de maro de1964, mas que foram excludas do benefcio por fora da nova regulamentao aprovada pelo Decreto n

    63.230, de 10 de setembro de 1968, conservam o direito a esse benefcio nas condies de tempo de servio

    e idade vigente em 22 de maio de 1968.

    27- Portanto o decreto 53831/64 ganhou status de lei ordinria, nopodendo ser revogado por outro decreto, conforme julgado abaixo transcrito:

    PODER JUDICIRIO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL Seo Judiciria de So Paulo Processo n.: 2002.61.84.003640-0Relatora: Juza Federal Maria Cristina Barongeno Cukierkorn Recorrente: Instituto Nacional do Seguro Social INSSRecorrido: JOS ANTNIO DE ALENCAR I - RELATRIO A parte autora pleiteou a converso de tempo de atividade

  • especial em comum e respectiva averbao com a conseqente concesso de aposentadoria por tempo de servio. Em primeirainstncia o pedido foi julgado procedente. Recorreu tempestivamente o INSS, pleiteando a reforma da sentena. Em suasrazes recursais, aduziu ser indevida a converso de tempo especial em comum em face da legislao vigente, notadamentenos perodos trabalhados nas empresas QUAKER BRASIL LTDA e PAVILONIS METAIS E PLSTICOS LTDA. o relatrio.II - VOTO No que concerne ao objeto da demanda, no assiste razo ao recorrente. Qualquer que seja a data do requerimentode benefcio previdencirio, as atividades devero ser qualificadas ou no como especiais de acordo com a legislao vigente poca em que foram exercidas. Trata-se da aplicao dos princpios tempus regit actum, indispensvel proteo dasegurana jurdica. Se o trabalhador esteve exposto a agentes nocivos e a empresa preencheu corretamente a documentaosegundo a lei ento vigente, no pode o INSS negar-lhe a concesso do benefcio, fazendo retroagir exigncias inexistentes poca da prestao de servios. Em todo o perodo em que o recorrido pretende reconhecer como especial, o enquadramentodava-se de acordo com a atividade profissional do segurado. O Poder Executivo expedia um Anexo ao Regulamento deBenefcios da Previdncia Social, no qual constava a lista das atividades profissionais e os agentes nocivos consideradosespeciais. A classificao das atividades consideradas especiais para efeitos previdencirios foi feita, primeiramente, peloDecreto n 53.831/64, o qual foi revogado pelo Decreto n 62.755/68. Em seguida, o Decreto n 83.080/79 estabeleceu a lista deatividades profissionais, agentes fsicos, qumicos e biolgicos que, por presuno legal, so nocivos sade e, portanto,consideradas especiais. No entanto, o Decreto n 53.831/64 foi revigorado pela Lei n 5.527/68, possuindo, portanto, status delei ordinria. Por conseguinte, o conflito entre as disposies entre o disposto no Decreto n 53.831/64 e no Decreto n83.080/79 resolve-se pelo critrio hierrquico em favor do primeiro, por ter sido revigorado por uma lei ordinria. Portanto, deveser reconhecido como especial o perodo em que o recorrido esteve exposto a rudos de 80 decibis, conforme estabelecidopelo Decreto n 53.831/64. A jurisprudncia dos tribunais superiores tambm clara neste sentido: PREVIDENCIRIO.PROCESSUAL CIVIL. CARNCIA DA AO. EXPOSIO A RUDO ACIMA DE 80 DB, PORM ABAIXO DE 90 DB.IDADE LIMITE. CORREO MONETRIA. (...) No s o perodo de exposio permanente a rudo acima de 90 db (Anexo I,Cdigo 1.1.5, Decreto n 83.080/79) de se considerar atividade insalubre, como tambm o acima de 80 db, consoante Anexo53.831/64, conforme Decreto n 611/92, art. 292. (...) (TRF 1 Regio, AC n 96.01.21046-6/MG, Rel. Juiz Jirair AramMegueriam, j. 06.06.97) Alm disso, quanto referncia aos Equipamentos de Proteo Individual - EPI, cujo uso poderiaafastar a presena do agente nocivo, h que se ressaltar que essa interpretao s est autorizada a partir da edio da Lei n9.732, de 14.12.98. Nesse sentido, a Turma Nacional de Uniformizao firmou entendimento de que o seu uso no elide oreconhecimento do tempo especial, editando, inclusive, a smula n 9, in verbis: O uso de Equipamento de ProteoIndividual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposio a rudo, no descaracteriza o tempo de servioespecial prestado. No caso, o autor comprovou ter trabalhado com exposio ao agente rudo, no impugnada pelo INSS nomomento oportuno. Ante o exposto nego provimento ao recurso do INSS, mantendo a sentena recorrida em todos os seustermos. Fixo honorrios no valor de 10% da condenao em atrasados.

    28- Posteriormente, como bem disse o meirinho a matria foi tratada

    pelos decretos 357/91 e 611/92 que em seu artigo 292 determinava a vigncia simultnea dos anexos I, II e III

    dos decretos 53831/64 e 83080/79. Vejamos:

    Art. 292. Para efeito de concesso das aposentadorias especiais sero considerados os Anexos I e IIdo Regulamento dos Benefcios da Previdncia Social, aprovado pelo Decreto n 83.080, de 24 de

    janeiro de 1979, e o Anexo do Decreto n 53.831, de 25 de maro de 1964, at que seja promulgada alei que dispor sobre as atividades prejudiciais sade e integridade fsica.

    29- Destaca-se que referida regulamentao somente adveio com o

    decreto 2172/97 (que no lei) que trouxe o anexo IV. Assim at 05/03/97 vale o anexo I, II e III eposteriormente a esta data o anexo IV.

  • 30- Tanto que a redao original do artigo 70 do decreto 3048/99trazia exatamente as datas de vigncias de cada anexo para fins de reconhecimento de atividade especial,

    inclusive, dando vigncia simultnea aos decretos 53831/64 e 83080/79, vejamos:

    Art. 70. vedada a converso de tempo de atividade sob condies especiais em tempo de atividadecomum.

    Pargrafo nico. O tempo de trabalho exercido at 5 de maro de 1997, com efetiva exposio do

    segurado aos agentes nocivos qumicos, fsicos, biolgicos ou associao de agentes constantes doQuadro Anexo ao Decreto n 53.831, de 25 de maro de 1964, e do Anexo I do Decreto n 83.080, de 24

    de janeiro de 1979, e at 28 de maio de 1998, constantes do Anexo IV do Regulamento dos Benefcios daPrevidncia Social, aprovado pelo Decreto n 2.172, de 5 de maro de 1997, ser somado, aps a

    respectiva converso, ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, desde que o segurado tenha

    completado, at as referidas datas, pelo menos vinte por cento do tempo necessrio para a obteno darespectiva aposentadoria, observada a seguinte tabela:

    31- Alis, se no fosse este o esprito das leis e decretos retro citados,que permitiu as vigncias simultneas dos anexos I, II do decreto 83080/79 e III do decreto 53831/64,

    certamente o procedimento atual da Autarquia Previdenciria no mbito administrativo seria da forma

    preconizada pelo juzo. Entretanto, o critrio adotado pela Autarquia para o reconhecimento de atividadeespecial na esfera administrativa segue a tabela prevista no artigo 168 da instruo normativa 118/2005:

    Art. 168. Qualquer que seja a data do requerimento dos benefcios previstos no Regime Geral da Previdncia

    Social-RGPS, as atividades exercidas devero ser analisadas, considerando no mnimo os elementosobrigatrios do artigo 161, conforme quadro abaixo:

    Perodo Trabalhado Enquadramento

    At 28/4/1995 Quadro Anexo ao Decreto n 53.831, de 1964. Anexos I e II do RBPS,aprovado pelo Decreto n 83.080, de 1979.

    Formulrio; CP/CTPS; LTCAT, obrigatoriamente para o agente fsicorudo

    De 29/4/1995 a 13/10/1996 Cdigo 1.0.0 do Quadro Anexo ao Decreto n 53.831, de 1964. Anexo I doRBPS, aprovado pelo Decreto n 83.080, de 1979.

    Formulrio; LTCAT ou demais Demonstraes Ambientais,obrigatoriamente para o agente fsico rudo.

    De 14/10/1996 a 5/3/1997 Cdigo 1.0.0 do Quadro Anexo ao Decreto n 53.831, de 1964. Anexo I doRBPS, aprovado pelo Decreto n 83.080, de 1979.

    Formulrio; LTCAT ou demais Demonstraes Ambientais, para todosos agentes nocivos.

  • De 6/3/1997 a 31/12/1998 Anexo IV do RBPS, aprovado pelo Decreto n 2.172, de 1997.

    Formulrio; LTCAT ou demais Demonstraes Ambientais, para todosos agentes nocivos.

    De 1/1/1999 a 6/5/1999 Anexo IV do RBPS, aprovado pelo Decreto n 2.172, de 1997.

    Formulrio; LTCAT ou demais Demonstraes Ambientais, para todosos agentes nocivos, que devero ser confrontados com as informaesrelativas ao CNIS para homologao da contagem do tempo de servioespecial, nos termos do art. 19 e 2 do art. 68 do RPS, com redao dadapelo Decreto n 4.079, de 2002.

    De 7/5/1999 a 31/12/2003 Anexo IV do RPS, aprovado pelo Decreto n 3.048, de 1999.

    Formulrio; LTCAT ou demais Demonstraes Ambientais, para todosos agentes nocivos, que devero ser confrontados com as informaesrelativas ao CNIS para homologao da contagem do tempo de servioespecial, nos termos do art. 19 e 2 do art. 68 do RPS, com redao dadapelo Decreto n 4.079, de 2002.

    A partir de 1/1/2004 Anexo IV do RPS, aprovado pelo Decreto n 3.048, de 1999.

    Formulrio, que dever ser confrontado com as informaes relativas aoCNIS para homologao da contagem do tempo de servio especial, nostermos do art. 19 e 2 do art. 68 do RPS, com redao dada pelo Decreton 4.079, de 2002.

    32- Data mxima vnia, Nobres Julgadores, a deciso do Meirinho no

    merece prosperar, posto que conforme registrado na prpria sentena (fls.215), o artigo 292 do Decreto 611,

    de 21/06/1992, ao regulamentar a Lei 8.213/91 repristinou a eficcia jurdica dos Decretos 53.831/64 e83.080/79, determinando, de forma expressa a vigncia simultnea dos anexos I, II e III de referidos

    Decretos.

    33- Portanto e diante da anlise dos dispositivos supramencionadosverifica-se que o Decreto 83.080/79 no teve o condo de revogar o Decreto 53.831/64, razo pela qual,

    considerando que o apelante apresentou os Informativos de Atividade Especial fornecidos pelas empresas

    TRANSPORTADORA SAFRA LTDA (fls. 50) e TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA (fls. 27),os perodos de trabalho de 24/01/79 a 31/10/80 e 12/12/84 a 31/08/86, merecem ser considerados especiais

    passveis de converso em tempo comum pelo enquadramento no cdigo 2.4.4, anexo III, do Decreto53.831/64, como bem decidiu a JRPS.

    34- Nesse sentido, a deciso:

  • PREVIDENCIRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO. PROPORCIONAL. CONCESSO. LABOR RURAL.SEGURADO ESPECIAL. PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL. ATIVIDADE ESPECIAL. LEGISLAO APLICVEL.AJUDANTE DE CAMINHO. CATEGORIA PROFISSIONAL. RECONHECIMENTO. CONVERSO DO TEMPO ESPECIALEM COMUM. REQUISITOS. PREENCHIMENTO. REGRAS DE TRANSIO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 20/98 E DALEI DO FATOR PREVIDENCIRIO. CORREO MONETRIA. HONORRIOS ADVOCATCIOS. 1. O incio razovel deprova material prescrito pela Lei 8.213/91 como condio para o reconhecimento da atividade rural, corroborado por qualqueroutro meio de prova idneo, dentre eles o testemunhal, suficiente comprovao da condio de segurado especial. 2. Umavez exercida atividade enquadrvel como especial, sob a gide da legislao que a ampara, o segurado adquire o direito aoreconhecimento como tal e ao acrscimo decorrente da sua converso em comum. 3. A atividade de ajudante de caminho temenquadramento por categoria profissional extraordinria at 28-4-1995, data imediatamente anterior vigncia da Lei9.032/95, que extinguiu definitivamente tal possibilidade. 4. A converso do tempo de servio especial em comum devidapara o labor exercido to-somente at 28-5-1998, a teor do artigo 28 da Lei 9.711/98. 5. Preenchendo o segurado os requisitos jubilao proporcional (tempo de servio, carncia, idade mnima e pedgio) aps a vigncia da Emenda Constitucional 20/98 eda Lei do Fator Previdencirio (Lei 9.876/99), aplicveis esses regramentos para fins concessrios. 6. O ndice de atualizaomonetria aplicvel s competncias ulteriores a maio de 1996, nos termos da Lei 9.711/98, o IGP-DI. 7. A base de clculo daverba honorria abrange apenas as parcelas devidas at a sentena de procedncia ou o acrdo que reforme a sentena deimprocedncia. (Acrdo proferido pela Sexta Turma do Egrgio Tribunal Regional da Quarta Regio nos autos da apelaocvel, processo n. 200370000467951-PR, sendo relator o Desembargador Federal Victor Luiz dos Santos Laus, publicado noD.E em 06/09/2007). (grifo nosso).

    35- Diante do exposto, requer desde j, a manuteno doreconhecimento administrativo da especialidade do labor desenvolvido pelo apelante nos interregnos de

    trabalho de 24/01/79 a 31/10/80 e 12/12/84 a 31/08/86.

    B) DO ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE ESPECIAL PELAEXPOSIO AO AGENTE NOCIVO RUDO ACIMA DE 90 DECIBIS

    IBAF S/A (08/06/81 a 11/08/84)

    36- Como se v da r. sentena, muito embora o ilustre Magistrado tenha

    se pronunciado no sentido de que pela anlise do conjunto probatrio acostado aos autos, possvel inferir

    que o apelante laborou durante o perodo de 08/06/81 a 11/08/84 exposto ao nvel de rudo de 91decibis, deixou de reconhecer a especialidade desse perodo em decorrncia da utilizao de Equipamentos

    de Proteo Individual EPIs, nos seguintes termos:

    Entretanto, a concluso do laudo de fls. 39/49 diz que o agentenocivo era atenuado pelo uso de EPIs. Atesta que taisequipamentos no s eram fornecidos, como era exigida e fiscalizada

  • sua utilizao, nos termos da legislao, bem como, desta forma, erapreservada a sade e a integridade fsica dos trabalhadores. Assim,h prova contrria alegao do autor nesta atividade.

    Desta forma, no encontra abrigo legal o pleito do autor deconverso do perodo compreendido entre 08/06/1981 a11/08/1984 de especial em comum. (grifo nosso - vide fls. 218)

    37- Data vnia, nobres Julgadores, a deciso do Meirinho no merece

    prosperar, primeiramente, porque o prprio instituto apelado, por intermdio do pargrafo nico do artigo 180da Instruo Normativa 20/2007 firmou posicionamento no sentido de que a utilizao de EPIs s ser

    considerada para fins de descaracterizao da atividade especial, a partir de 11/12/1998, assim vejamos:

    Pargrafo nico. A utilizao de EPI ser apenas considerada paraos perodos laborados a partir de 11 de dezembro de 1998, nodescaracterizando a especialidade nos perodos anteriores a taldata. (grifo nosso).

    38- Assim, considerando o posicionamento adotado pela autarquiaprevidenciria, atrelado ao perodo de trabalho que o apelante pretende ver reconhecido como atividade

    especial, sobre o assunto, no existe sequer o contraditrio. Ainda, cai por terra o argumento utilizado peloMeirinho no sentido de que no encontra abrigo legal o pleito do autor de converso do perodocompreendido entre 08/06/1981 a 11/08/1984 de especial em comum.

    39- Ainda que no fosse assim, cumpre salientar que a simples

    informao da existncia de EPI, por si s, no descaracteriza o enquadramento da atividade especial,

    devendo neste caso, ser analisada a efetiva utilizao do EPI durante toda a jornada de trabalho, bem como, ascondies de conservao, higienizao peridica e substituies regulares desses equipamentos, todas a cargo

    do empregador.

    40- Destarte, a eliminao ou neutralizao da insalubridade, s restardescaracterizada por intermdio de avaliao pericial que comprove de forma inequvoca a inexistncia de risco

    sade do trabalhador. Nesse sentido, inclusive, a deciso da 5. Turma do Tribunal Regional Federal da 3.

    Regio:

    PREVIDENCIRIO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIO ESPECIAL. INSALUBRIDADE DEMONSTRADA.DESPESAS PROCESSUAIS. 1. Estando demonstrado que o autor exerceu atividades laborativas em condies prejudiciais sua sade e integridade fsica, atravs de prova documental robusta expressa nas informaes fornecidas pelas empregadoras(impressos "modelo SB-40) e laudos tcnicos emitidos por mdico ou engenheiro de Segurana do Trabalho, de se ter comocomprovada a insalubridade dos trabalhos realizados e determinada a sua devida converso para fins previdencirios, mximequando as atividades desempenhadas encontram-se elencadas entre aquelas previstas no regulamento prprio da PrevidnciaSocial, vigente na poca dos fatos. 2. O fato do segurado utilizar equipamentos de proteo individual (E.P.I.), no tem o

  • condo de descaracterizar o enquadramento da atividade exercida como especial, pois seria necessrio para tanto quehouvesse prova pericial insofismvel assegurando que a nocividade dos agentes agressivos citados acima foi totalmenteneutralizada ou reduzida a limites legais de tolerncia, o que no ocorreu no caso vertente. Alm disso, mesmo nessahiptese, no se pode garantir que no venham a acontecer falhas ou acidentes no uso adequado dos equipamentos deproteo pelo trabalhador, colocando, desse modo, em risco sua sade e integridade fsica. 3. A condenao da autarquiaprevidenciria em despesas processuais decorrente do disposto nos artigos 11 da Lei n 1060/50 e 27 do Cdigo de ProcessoCivil. Entretanto, nada h a ser reembolsado pelo Instituto-ru, tendo em vista ser o autor, no caso presente, beneficirio dajustia gratuita. 4. Recurso do INSS a que se nega provimento e remessa oficial a que se d parcial provimento. (Acrdoproferido pela 5. Turma do Tribunal Regional Federal da 3. Regio, na apelao cvel n. 200103990599518SP, sendo Relatoraa Juza Suzana Camargo, publicado no Dirio da Justia da Unio na data de 26 de novembro de 2002, p. 300). (grifo nosso).

    41- No mesmo sentido, menciona a Smula 09, da Turma Nacional de

    Uniformizao:

    O uso de Equipamento de proteo Individual (EPI), ainda queelimine a insalubridade, no caso de exposio a rudo, nodescaracteriza o tempo de servio especial. (grifo nosso).

    42- Desta forma, resta demonstrado que o uso de EPI no tem o condo

    de neutralizar o agente nocivo, mas, to somente de atenuar seus efeitos, razo pela qual no descaracteriza oreconhecimento de tempo especial, seja para efeitos de concesso da aposentadoria especial ou para efeito de

    converso de tempo especial para comum.

    43- Por fim, cabe destacar que a descaracterizao de atividade especial

    pelo uso de epi somente pode ser aplicada para perodos de trabalho posteriores a vigncia da lei 9732/98 sob

    pena de ferir o principio da irretroatividade das leis.

    44- Por todo o exposto, conclui-se que o perodo de trabalho de

    08/06/81 a 11/08/84 no qual o apelante laborou de modo habitual e permanente no ocasional nem

    intermitente exposto ao agente nocivo rudo superior a 90 decibis, deve ser considerado especial passvelde converso em tempo comum, independentemente da utilizao de Equipamentos de Proteo

    Individual (EPIs), pelo enquadramento no cdigo 1.1.5, anexo I do Decreto 83.080/79, a seguir transcrito:

    CDIGO CA MPO DEA PLICA O

    A T IVIDA DE PROFISSIONA L (T RA BA LHA DORESOCUPA DOS EM CA R T ER PERMA NENT E)

    T EMPOMNIMO DET RA BA LHO

    1.1.5 RUDO C alderaria (ativ idades discriminadas no cdigo 2.5.2 do A nexo II).

    Trabalhos em usinas geradoras de eletricidade (sala de turbinas egeradores).

    25 anos

  • T rabalhos com exposio permanente a rudo acima de90 db.

    O perao com mquinas pneumticas (ativ idades discriminadasentre as do cdigo 2.5.3 do A nexo II).

    Trabalhos em cabinas de prov a de motores de av io.

    IV FATOR DE CONVERSO DE TEMPO ESPECIAL EM TEMPO COMUM

    45- Data mxima vnia, o Nobre Juiz a quo aduz que para o uso do fator

    de converso deve ser observado o tempo de contribuio, se igual a 35 anos ou mais, o fator de conversodeve ser de 1,40, se inferior, o fator de converso deve ser de 1,20.

    46- Esta exegese no correta. Primeiro que a legislao previdenciria

    deve ser interpretada de forma sistemtica. Segundo porque a poca em que os fatores de converso de 1.20existiam o tempo mnimo de contribuio para aposentao era de 30 anos de servio. Logo at mesmo por

    critrios matemticos no havia com ser o coeficiente de converso superior a 1,20.

    47- No entanto, como dito a legislao previdenciria deve ser

    interpretada de forma sistemtica e conforme a Constituio Federal.

    48- Logo se a nova norma vigente determina que o fator de converso

    deve ser de 1,40 para as atividades cujo agentes nocivos permitem a aposentao aos 25 anos para oapelante, trazendo expressamente em seu bojo a permisso para retroagir no tempo e no espao, deve ser

    aplicada a todos os pedidos de aposentadoria que ainda no foram concedidos. Tal entendimento coadunaperfeitamente com os princpios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da proteo social.

    49- Ainda que alguns insistam no principio da segurana jurdica, no se

    pode olvidar que a legislao previdencirio mais benfica ao segurado deve ser imediatamente aplicada atodos que ainda no tiveram concedidos seus benefcios.

    50- No obstante, como dito anteriormente o Decreto n 3.048/99pacificou a questo ao estabelecer a possibilidade de converso, em qualquer perodo, de tempo especial em

    comum.

  • 51- Alias, se o Nobre Julgador a quo tivesse atentado para a nova

    redao do artigo 70 do decreto 3048/99, verificaria que o raciocnio por ele apresentado no tocante ao fator

    de converso de 1,40 esta em dissonncia com os argumentos anteriormente apresentados, face ao prejuzocausado ao obreiro. Vejamos:

    "Art.70.A converso de tempo de atividade sob condies especiais em tempo de atividade comum dar-se- deacordo com a seguinte tabela:

    TEMPO A

    CONVERTERMULTIPLICADORES

    MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35)

    DE 15 ANOS 2,00 2,33

    DE 20 ANOS 1,50 1,75

    DE 25 ANOS 1,20 1,40

    52- Portanto, e, em qualquer poca pode o segurado utilizar os fatores

    de converso de atividade especial em comum, descritos na tabela acima, sendo que neste caso seria de 1,40,

    j que a atividade exercida para aposentadoria especial era de 25 anos, e por ser o apelante do sexo masculino

    V DO TEMPO DE CONTRIBUIO:

    53- Portanto, se for reconhecido o perodo rural de 01/12/70 a

    31/12/74, mantido o reconhecimento da atividade especial desenvolvida nos perodos de 24/01/79 a 31/10/80e 12/12/84 a 31/08/86, bem como, reconhecida a especialidade do labor desenvolvido no perodo de

    08/06/81 a 11/08/84, somando todos aos demais perodos de trabalho comum e especial reconhecidos na

    seara administrativa e judicial, verificar-se- que na data da publicao da Emenda Constitucional 20/98, orecorrente contava com o tempo de 33 anos, 08 meses e 12 dias de contribuio, enquanto que na data do

    requerimento administrativo do benefcio, possua o tempo de 35 anos, 05 meses e 01 dia de contribuio,

    conforme contagem abaixo:

    Empresa Perodo Tempo Comum Tempo Especial

  • Anos Meses - Dias Anos Meses Dias

    Tempo Rural 01/12/70 a 31/12/75 05 01 01

    Elza B. Mendes 01/03/76 a 15/02/77 00 11 15

    Correntes Ind. IBAF 15/03/77 a 21/03/77 00 00 07

    Transportadora Safra 01/04/77 a 31/10/80 03 07 01

    Correntes Ind. IBAF 08/06/81 a 11/08/84 03 02 04

    Transportadora Americana 12/12/84 a 28/04/95 10 04 17

    Transportadora Americana 29/04/95 a 16/12/98 03 07 18

    Emenda Constitucional 20 33 anos, 08 meses e 12 dias.

    Transportadora Americana 17/12/98 a 05/09/00 01 08 19

    Tempo de servio comummais tempo especial

    35 anos, 05 meses e 01 dia.

    54- Assim e de acordo com a tabela supra, demonstra o apelante

    que anteriormente s mudanas introduzidas no ordenamento jurdico pela Emenda Constitucional20/98 j reunia todos os requisitos necessrios concesso do benefcio previdencirio de

    Aposentadoria por Tempo de Contribuio.

    VI DA TUTELA ANTECIPADA:

    55- Considerando o conjunto probatrio acostado aos autos do

    processo, a natureza alimentar dos benefcios previdencirios, bem como, a difcil situao financeira do

    recorrente, requer, caso seja provido o presente recurso, seja reapreciado o pedido de tutela antecipadaformulado as fls. 210, com a conseqente implantao dessa medida cautelar.

  • VII DOS HONORARIOS DE SUCUMBENCIA:

    56- Requer em caso de procedncia da presente apelao sejam

    arbitrados honorrios de sucumbncia no importe de 15% sobre o valor da condenao at a data da prolaodo acrdo, a teor da Smula 111 do Egrgio Superior Tribunal de Justia.

    VIII - PREQUESTIONAMENTO:

    57- Requer seja toda a matria constante nos autos enfrentada,

    principalmente no que tange a vigncia de lei federal no tocante a descaracterizao de atividade especial pelouso de EPI, aplicando de forma retroativa os efeitos da lei 9732/98 e constitucional, pois houve flagrante

    violao ao direito lquido e certo do apelante bem como ocorreu violao ao dispositivo constitucionalprevisto no artigo 201 da Magna Carta.

    IX- DO PEDIDO:

    58- Ex positis, requer a esta Colenda Turma que se digne a:

    A - Conceder tutela antecipada determinando ao instituto apelado que

    proceda a imediata concesso do beneficio previdencirio identificado com o nmero (NB) 42/118.715.156-1,pelos fundamentos j apresentados.

    B - Reconhecer e averbar a atividade rural desenvolvida no perodo de

    01/12/1970 a 31/12/1974, independentemente de recolhimentos previdencirios, conforme razes acimaexplanadas;

    C - Manter o reconhecimento administrativo da especialidade do labor

    desenvolvido nos perodos de 24/01/79 a 31/10/80 (TRANSPORTADORA SAFRA LTDA) e 12/12/84 a31/08/86 (TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA), conforme exposio supra;

  • D Reconhecer como atividade especial passvel de converso em

    tempo comum, independentemente da utilizao de EPIs, o perodo de trabalho de 08/06/81 a 11/08/84(CORRENTES INDUSTRIAIS IBAF S/A), conforme exposio supra;

    E- Converter todos os perodos de trabalho com fator de converso de1,40, consoante artigo 70 do decreto 3048/99;

    F - Aps reconhecimento dos pedidos anteriores, sejam somados todosos perodos de trabalho comum e especial do apelante concedendo, por conseguinte, o beneficio

    previdencirio pleiteado e realizando o pagamento mensal a titulo de Aposentadoria por Tempo de

    Contribuio, j que preenchidos os requisitos mnimos;

    G - Considerando a difcil situao financeira do recorrente, no podendoarcar com toda e qualquer custa processual sem prejuzo do sustento prprio e de sua famlia, requer a

    manuteno da gratuidade processual, conforme fls. 142 dos autos do processo.

    H - Em caso de procedncia da presente apelao sejam arbitrados

    honorrios de sucumbncia no importe de 15% sobre o valor da condenao a teor da Smula 111 do Egrgio

    Superior Tribunal de Justia, tendo como data limite o dia da prolao do acrdo.

    I- Por fim, requer seja julgado totalmente procedente o presente recurso

    de apelao em favor do recorrente, j qualificado nos autos, como medida da mais ldima e cristalina

    JUSTIA!!!

    Nestes Termos,

    Pede Deferimento.

    So Paulo, 19 de fevereiro de 2008.

  • Sinval Miranda Dutra Junior

    OAB-SP 159.517

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 8. VARA CVEL FEDERAL DA

    SECO JUDICIRIA DE CAMPINAS SP.

  • Autos do Processo n. 2006.61.05.011419-3

    Procedimento Ordinrio

    JOS SEBASTIO DE SOUZA, devidamente qualificado nos autos do

    processo em epgrafe, por seu advogado, ao final firmado, vem, muito respeitosamente perante VossaExcelncia para apresentar, dentro do prazo legal de 15 dias, CONTRA-RAZES DE APELAO, empetio anexa, sendo que depois de cumpridas as formalidades legais dever ser endereada ao Egrgio

    Tribunal Regional Federal da 3. Regio.

  • Nestes Termos,

    Pede Deferimento.

    So Paulo, 19 de maro de 2008.

    Sinval Miranda Dutra Jnior

    OAB/SP n. 159.517

    CONTRA RAZES DE APELAO

    Apelante: Instituto Nacional do Seguro Social -INSS.

    Apelado: Jos Sebastio de Souza.

    Processo n.: 2006.61.05.011419-3

    Egrgio Tribunal Regional Federal da 3. Regio,

    Colenda Turma,

    Nobres e Cultos Julgadores,

    Ilustre Desembargador Federal Revisor,

    Nobre Desembargador Federal Relator,

    Douto Representante do Ministrio Pblico Federal:

    I - RESUMO:

  • 1- Trata-se de ao declaratria condenatria proposta pelo apelado emface do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ora apelante, objetivando em sntese:

    a) o reconhecimento e averbao do perodo de trabalho rural de01/12/70 a 31/12/75;

    b) o reconhecimento das atividades especiais desenvolvidas nosinterregnos de trabalho de 08/06/81 a 11/08/84 (CORRENTES INDUSTRIAIS IBAF S/A) e29/04/95 a 05/03/97 (TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA);

    c) a manuteno do reconhecimento administrativo das atividadesespeciais desenvolvidas nos perodos de trabalho de 01/04/77 a 31/10/80 (TRANSPORTADORASAFRA LTDA), 12/12/84 a 31/08/86 (TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA) e 01/09/86 a28/04/95 (TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA);

    d) a concesso do benefcio previdencirio de Aposentadoria porTempo de Contribuio identificado com o nmero (NB) 42/118.715.156-1, o qual foi requeridoadministrativamente em 05/09/2000 e indevidamente indeferido pela autarquia previdenciria pelomotivo: Falta de Tempo de Contribuio.

    2- Regularmente citado (fls.147/148), o INSS apresentou contestao s

    fls. 150/169. Rplica as fls. 173/184, na qual o recorrido requereu a produo de prova testemunhal paracomprovao do perodo rural. Pleito deferido as fls. 185. Termo de audincia e oitiva das testemunhasacostado as fls. 196/200.

    3- Alegaes finais do apelado juntada as fls. 203/210. O institutorecorrente quedou-se silente.

    4- Sobreveio sentena (fls.212/222) julgando PARCIALMENTE

    PROCEDENTE o pedido do apelante nos seguintes termos:

    a) reconhecer o trabalho rural no perodo de 01/01/1975 a31/12/1975;

    b) DECLARAR, como tempo de servio especial, o perodo de01/04/1977 a 23/01/1979 (Transportadora Safra Ltda) e de 01/09/1986 a 05/03/1997

  • (Transportadora Americana);

    c) DECLARAR o direito converso do tempo de servio especial emcomum, na forma e nos limites da fundamentao supra;

    d) Julgar IMPROCEDENTE o pedido de ratificao dos perodosreconhecidos administrativamente, como especiais, posto que se tornaram controvertidos nestes autos,

    e) JULGAR IMPROCEDENTE o pedido de concesso deaposentadoria integral ou proporcional, a partir da propositura do processo administrativo, ou seja,05/09/2000.

    5- Inconformado com a r. sentena, o INSS interps recurso de

    apelao (fls. 227/241), impugnando o reconhecimento da atividade rural desenvolvida durante o perodo de01/01/75 a 31/12/75, bem como, o reconhecimento da especialidade do labor desenvolvido nos interregnos de01/04/77 a 23/01/79 e 01/09/86 a 05/03/97, requerendo o provimento do recurso, para o fim de ser julgada

    totalmente improcedente a ao.

    6- Data maxima venia, Colenda Turma, o presente recurso de apelaodeve ser desprovido para que seja mantido o reconhecimento da atividade rural e especial, acima declinadas,pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:

    II DO EXERCCIO DA ATIVIDADE RURAL:

    7- Insurge a autarquia apelante no sentido de que o apelado no logrouproduzir prova idnea para o reconhecimento do perodo rural de 01/01/75 a 31/12/75.

    8- Com todo respeito ao entendimento do douto Procurador Federal, o

    reconhecimento do perodo rural deve ser mantido, a uma, porque o rol de documentos previsto no artigo106 da Lei 8.213/91 meramente exemplificativo, a duas, porque o recorrido instruiu os autos doprocesso com documentos pblicos e contemporneos a poca da prestao dos servios, os quais

    constituem o razovel incio de prova material exigido pela lei. So eles:

  • A) CPIA DA CARTEIRA DE TRABALHO do pai do apelante constando que o mesmo trabalhou na FAZENDA

    SO BENTO como parceiro agrcola, desde 1968 (fls.74/78);

    B) DECLARAO fornecida pelo Sr. Carlos Nogueira Ferraz, constando que o apelante durante o perodo de

    01/12/1970 31/12/1974 exerceu atividade como trabalhador rural na FAZENDA SO BENTO, inscritano INCRA sob o n. 624.020.005.207, localizada no municpio de Araras SP, cuja propriedade pertence ao

    prprio declarante (fls.62/63);

    C) DOCUMENTOS referentes propriedade denominada FAZENDA SO BENTO (fls. 65/73)

    E) TTULO ELEITORAL, expedido em 23/01/1975, no qual consta que o apelante exercia a profisso de

    lavrador na FAZENDA SO BENTO Araras/SP (fls.60);

    D) CERTIFICADO DE DISPENSA DE INCORPORAO s foras militares, expedido em 09/01/1975, no

    qual consta que o apelante exercia a profisso de lavrador na FAZENDA SO BENTO Araras/SP (fls.61);

    F) CERTIFICADO DE CONCLUSO DE CURSO, expedido em 03/12/1975, declarando que o apelante

    concluiu a 4. srie do Ensino Fundamental na ESCOLA MASCULINA ESTAO SO BENTO, localizada no

    municpio de Araras SP (fls.79);

    9- Notem ilustres Julgadores, que o Magistrado a quo reconheceu o

    exerccio da atividade rural desenvolvida pelo recorrido durante o perodo 01/01/75 a 31/12/75, justamente,em decorrncia da apresentao do Ttulo Eleitoral (fls. 60) e do Certificado de Dispensa de Incorporao(fls.61).

    10- Assim, ao contrrio do que aduz o instituto recorrente, o apeladoapresentou documentos idneos ao reconhecimento da atividade rural no perodo declinado.

    11- Ressalte-se, por fim, que muita embora as testemunhas no tenham,

    de fato, trabalhado com o recorrido no decorrer dos anos de 1970 a 1975, ambas declaram, sob as penas dalei, que o apelado permaneceu trabalhando na lavoura at meados da dcada de 70, entre 1975 e 1976, bem

  • como, que quando visitavam a Fazenda So Bento, viam o recorrido trabalhando na lavoura junto com sua

    famlia.

    12- Nesse sentido, as decises do Egrgio Tribunal Federal, in verbis:

    PREVIDENCIRIO - APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO - CARNCIA DE AO POR AUSNCIA DEREQUERIMENTO ADMINISTRATIVO - PRELIMINAR REJEITADA - CMPUTO DE TEMPO DE SERVIO RURAL - INCIORAZOVEL DE PROVA MATERIAL CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL - VALIDADE DOS DOCUMENTOSAPRESENTADOS ADMISSIBILIDADE DO CMPUTO DO TEMPO RURAL EXERCIDO, PARA FINS DEAPOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO, INDEPENDENTEMENTE DE CONTRIBUIES, EXCETO PARA FINS DECARNCIA. ART. 55, PARGRAFO 2, DA LEI DE BENEFCIOS - RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIO ESPECIAL- APRESENTAO DE FORMULRIOS SB-40 COMPROVAO DE EXERCCIO, EM CARTER HABITUAL EPERMANENTE, EM ATIVIDADES DE CONSTRUO CIVIL - PAVIMENTAO URBANA. CONTATO COM CIMENTO.ITEM 1.1.1 DO DECRETO 53.831/64. EXPOSIO A CALOR SUPERIOR A 28C. ITEM 1.2.10 DO DECRETO 53.731/64 -CONSTRUO E REPAROS DE GALERIAS DE REDE DE ESGOTO. CONTATO COM AGENTES BIOLGICOS - ITEM 3.0.1,LETRA "E", DO ANEXO IV AO DECRETO 2.172/97 - INEXIGNCIA DE LAUDO PERICIAL PARA COMPROVAO DECONDIES INSALUBRES OU PENOSAS PARA O TEMPO DE SERVIO ANTERIOR LEI 9.032/95 - CONVERSO DOTEMPO DE SERVIO ESPECIAL EM COMUM. FATOR DE CONVERSO 1.4 - JUROS DE MORA DE 1% AO MS, APARTIR DA CITAO. CORREO MONETRIA DOS PAGAMENTOS EM ATRASO A PARTIR DO VENCIMENTO DECADA PARCELA - APELAO DESPROVIDA - REMESSA OFICIAL PARCIALMENTE PROVIDA PARA ADEQUAR SMULA 111/STJ A CONDENAO EM HONORRIOS ADVOCATCIOS. INICIDNCIA SOBRE O VALOR DASPARCELAS PRETRITAS AT A DATA DA SENTENA, SEM ATINGIR AS PARCELAS VINCENDAS. 1 - A jurisprudnciadeste Tribunal sedimentou entendimento no sentido da prescindibilidade de prvia postulao administrativa, em questesprevidencirias. Precedentes: AC 2006.01.99.028297-1/MG, Rel. Des. Federal Antnio Svio De Oliveira Chaves, Rel. Conv. JuizFederal Miguel ngelo Alvarenga Lopes, DJ 12/03/2007, p.88; EIAC 1999.01.00.090074-6/MG, Relator Des. Fed. AmlcarMachado, DJ 24.11.2003. 2 - O rol dos documentos hbeis comprovao do exerccio de atividade rural (Lei 8.213/91, art.106) meramente exemplificativo, sendo admissveis outros documentos alm dos expressamente previstos, haja vista asdificuldades enfrentadas pelos trabalhadores rurais para constituir prova material. Precedentes do STJ: REsp 616828,Processo n 20030221974-1/CE, Rel.: Min. Jorge Scartezzini, DJU de 02.08.2004, p. 550; EREsp 448813, Processo n20040019069-0/CE, Rel.: Min. Jos Arnaldo da Fonseca, DJU de 02.03.2005, p. 185. 3 - Os documentos apresentados peloApelado - declaraes do Sindicato de Trabalhadores rurais e do ex-empregador; certides de casamento e de nascimento dosfilhos; ttulo de eleitor e Certificado de Dispensa da Incorporao, constando, nos dois ltimos, referncia expressa profisso de lavrador. A prova documental foi corroborada pelos depoimentos das testemunhas, restando devidamentecomprovado o trabalho rural. 4 - A admissibilidade do cmputo do tempo rural exercido, para fins de aposentadoria por tempode servio, reconhecida independentemente de contribuies, exceto para fins de carncia, a teor do 2 do art. 55 da Lei deBenefcios. 5 - At o advento da Lei 9.032/95, em 29.04.95, era possvel o reconhecimento do tempo de servio especial, combase na categoria profissional do trabalhador. A referida lei no determinou a apresentao de laudo pericial paracomprovao das atividades desenvolvidas pelo trabalhador, o que somente foi exigido a partir da MP 1.523/96, republicadana MP 1.596/97 e convertida na Lei 9.528/97. Assim, at 14.10.96, a comprovao da efetiva exposio a agentes nocivoscontinuou a ser feita por intermdio dos formulrios SB-40 e DSS-8030, preenchidos pela empresa, com base em laudo tcnicode condies ambientais do trabalho, expedido por mdico do trabalho ou engenheiro de segurana do trabalho. Talmodificao legal somente veio a ser regulamentada pelo Decreto 2.172, de 05.03.97, a partir de quando passou a sernecessariamente comprovada por laudo pericial a especificidade do trabalho. Precedente: STJ, AGRESP 493458/RS, Ag. Reg.em Rec. Esp. n. 2003/0006259-4, Rel. Min. Gilson Dipp, DJ 23.06.2003, p, 425. 6 O Autor/Apelado comprovou, medianteformulrios SB-40, emitidos pela empresa empregadora, o exerccio, em carter habitual e permanente, de atividades deconstruo civil, em obras de pavimentao urbana (contato com cimento - item 1.1.1 e calor excessivo - item 1.2.10, ambos doQuadro Anexo ao Decreto 53.831/64), bem como em construo e reparos de galerias de rede de esgoto, exposto a agentesbiolgicos (item 3.0.1, letra "e", do Anexo IV ao Decreto 2.172/97). 7 - Considerados nocivos sade os agentes fsico,qumico e biolgico a que esteve sujeito o Autor, permite-se a converso qualificada do tempo de servio, utilizando o fator1.4, para fins de adio aos demais perodos de atividade rural e comum. Precedentes: AC 2002.01.99.031150-1/GO, Rel.Desembargador Federal Luiz Gonzaga Barbosa Moreira, DJ 07/03/2005, p.37; AMS 2000.38.00.023202-5/MG; DesembargadorFederal Antonio Savio de Oliveira Chaves, DJ 25/10/2004, p.13. 8 - Os juros de mora devem ser de 1% ao ms, a partir dacitao, considerada a natureza alimentar da dvida, na linha de orientao do STJ (RESP 314181/AL, Quinta Turma, Rel. Min.Felix Fischer, in DJ de 05/11/2001, pg. 133, unnime; AGRESP 289543/RS, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge Scartezzini, in DJ19/11/2001, pg. 307, unnime). 9 - A jurisprudncia desta Corte orientou-se no sentido de que a correo monetria do dbito

  • relativo a benefcio previdencirio, vencido e cobrado em Juzo aps a vigncia da Lei n. 6.899/81, deve incidir a partir dovencimento de cada parcela, na forma do art. 1 do referido diploma (Smulas 43 e 148 do STJ) e segundo os ndices legaisvigentes nos perodos respectivos (ORTN/OTN/BTN/INPC/IRSM/URV/IPC-r/INPC/IGP-DI ou substituto legal), deconformidade com a Lei n. 6.899/81 e o Decreto n. 86.649/81(AC 93.01.23382-7/MG, Rel. Desembargadora Federal AssuseteMagalhes, DJU 10/06/96, p. 38.846). 10 - Devem ser observadas as disposies contidas na Smula n. 111 do Eg. SuperiorTribunal de Justia sobre os honorrios de advogado: "os honorrios advocatcios, nas aes previdencirias, no incidemsobre prestaes vincendas". 11 - Apelao desprovida. Remessa Oficial parcialmente provida, para adequar a condenao emhonorrios advocatcios smula 111 do STJ. (Acrdo proferido pela Primeira Turma do Egrgio Tribunal Regional Federalda Primeira Regio, nos autos da apelao cvel, processo n. 199938000033415-MG, sendo relator o Desembargador FederalLuiz Gonzaga Barbosa Moreira, publicado no DJ em 04/06/2007, p. 09). (grifo nosso).

    PREVIDENCIRIO E PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO COM A CONTAGEM DOTEMPO DE SERVIO RURAL. PROVA MATERIAL CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL. TEMPO DE SERVIOESPECIAL. DIREITO ADQUIRIDO FORMA DE CONTAGEM. DECRETOS N 53.831/64 E 2.172/97. Lei n 9.032/95 1. Ajurisprudncia desta e. Corte entende que para comprovao de tempo de atividade rural so suficientes incio de provamaterial e depoimentos testemunhais, de acordo com o disposto no 3 do art. 55 da Lei 8.213/91. 2. Tendo o autor juntadocpia do ttulo de eleitor (fl. 25), e do certificado de dispensa de incorporao do Ministrio do Exrcito, nos quais constamsua profisso de "lavrador", no h falar em insuficincia de prova material no perodo de 1971 e 1972. Alm disso, osdepoimentos das testemunhas comprovam a atividade de rurcola do autor, conforme determina o 3 do art. 55 da Lei n8.213/91. 3. "O segurado que presta servio em condies especiais, nos termos da legislao ento vigente, e que teriadireito por isso aposentadoria especial, faz jus ao cmputo do tempo nos moldes previstos poca em que realizada aatividade. Isso se verifica na medida em que se trabalha. Assim, eventual alterao no regime ocorrida posteriormente, mesmoque no mais reconhea aquela atividade como especial, no retira do trabalhador o direito contagem do tempo de servio naforma anterior, porque j inserida em seu patrimnio jurdico" (STJ; RESP 425660/SC; DJ 05/08/2002 PG: 407; Rel. Min. FelixFischer). 4. O reconhecimento do tempo de servio especial pelo exerccio de atividade profissional elencada nos decretosprevidencirios regulamentares possvel at o advento da Lei n 9.032/95 (28.04.95), independentemente da comprovao deefetiva exposio aos agentes insalubres. Precedentes do STJ. 5. Constatado que as atividades descritas tm enquadramentonos Decretos ns 53.831/64 e 2.172/97, ho de ser reconhecidos os perodos de 01.01.71 a 30.09.72 como tempo de servioespecial, com possibilidade de converso para tempo comum. 6. O INSS est isento do pagamento de custas processuais, nostermos do art. 8 , 1, da Lei n 8.620, de 05.01.93. 7. Os juros moratrios, em se tratando de aes previdencirias, so devidosno percentual de 1% (um por cento) ao ms, consoante precedentes do e. STJ e da 1 Turma deste Tribunal, e devem sercontados a partir da citao os referentes a parcelas vencidas antes dela e a partir de cada ms de referncia os incidentessobre as parcelas vencidas aps a data da citao, conforme entendimento da Segunda Turma deste Tribunal. 8. Honorriosadvocatcios fixados em 10% (dez por cento) sobre as prestaes vencidas at a data do julgamento da apelao, na forma daSmula 111 do STJ, bem como da jurisprudencial orientao desta Corte sobre ser aplicvel espcie, no tocante verbahonorria, a norma do art. 20, 4, do CPC. 9. Remessa oficial e apelao parcialmente providas. (Acrdo proferido pelaSegunda Turma do Egrgio Tribunal Regional Federal da Primeira Regio, nos autos da apelao cvel, processo n.200138030006833-MG, sendo relator o Desembargador Federal Jirair Aram Meguerian, publicado no DJ em 30/03/2006, p. 22).(grifo nosso).

    13- Diante do exposto, requer desde j a essa Colenda Turma que sedigne a manter o reconhecimento da atividade rural exercida pelo apelado durante o perodo de 01/01/75 a31/12/75, nos exatos termos da r. sentena a quo, estendendo este posicionamento para os demais perodosde trabalho requeridos na inicial.

  • III DA ATIVIDADE ESPECIAL:

    A) DA POSSIBILIDADE DE CONVERSO DE TEMPOESPECIAL EM COMUM PARA PERODOS ANTERIORES A LEI 6.887/80

    14- Aduz a autarquia apelante ser impossvel proceder a converso detempo especial em comum para perodos anteriores ao adento da lei 6.887/80, em virtude da ausncia depreviso legal.

    15- Data vnia, ilustres Julgadores, pacfico o entendimento de que anova redao do artigo 70 do Decreto 3.048/99 dada pelo Decreto 4.827/2003, permite a converso deatividade especial em comum em qualquer perodo de trabalho, caindo por terra o argumento de que

    para os perodos anteriores a Lei 6887/80 no pode haver converso de atividade especial em comum. Assimvejamos:

    Art.70. A converso de tempo de atividade sob condies especiais em tempo de atividade comum dar-se- de acordo com a seguinte tabela:

    TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES

    MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35)

    DE 15 ANOS 2,00 2,33

    DE 20 ANOS 1,50 1,75

    DE 25 ANOS 1,20 1,40

    1 A caracterizao e a comprovao do tempo de atividade sob condies especiais obedecer aodisposto na legislao em vigor na poca da prestao do servio.

    2 As regras de converso de tempo de atividade sob condies especiais em tempo de atividadecomum constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer perodo. (NR) (grifo nosso).

    16- Deste modo, teve o dispositivo retro citado, expressa previso de

    retroao no tempo e no espao, devendo as regras de converso de atividade especial em comum, com osfatores acima especificados, ser aproveitadas a todos os segurados que ainda no tiveram concedido benefciosprevidencirios, quando tenham laborado sobre tais condies.

  • B) DO FATOR DE CONVERSO:

    17- Insurge a defesa no sentido de que o fator de converso para osperodos anteriores entrada em vigor da Lei 8.213/91 1,20 e no 1,40. Dessa forma, imperioso, descrever,ainda que de forma resumida, a evoluo das normas no tocante ao fator de converso.

    18- Inicialmente essa matria tinha previso no Decreto 83.080/79, que

    em seu artigo 60, 2, dispunha que:

    2 - Quando o segurado tiver trabalhado em duas ou mais atividades penosas, insalubres ouperigosas, sem completar em qualquer delas o prazo mnimo que lhe corresponda para fazer jus aposentadoria especial, ou quando tiver exercido alternadamente essas atividades e atividades comuns,os respectivos perodos sero somados, aplicada a Tabela de Converso seguinte:

    ATIVIDADES A CONVERTER MULTIPLICADORES

    PARA 15 PARA 20 PARA 25 PARA 30

    DE 15 ANOS 1 1,33 1,67 2

    DE 20 ANOS 0,75 1 1,25 1,5

    DE 25 ANOS 0,6 0,8 1 1,2

    DE 30 ANOS 0,5 0,67 0,83 1

    19- Conforme se verifica do quadro sinptico acima, a converso deatividade especial consistia num calculo aritmtico onde o fator de converso de tempo de trabalho especial emcomum era multiplicado pelo percentual correspondente ao tempo mximo de servio, no caso 30 anos. At ai

    no havia diferenciao de fator de converso de aposentao para homem e mulher, haja vista que o prpriodecreto exigia o tempo de 30 anos de servio para aposentao, ou seja, o fator de converso somentepoderia ser, por critrios matemticos, de 1,20, j que o tempo de servio exigido era de 30 anos.

    20- Assim se o segurado tivesse laborado em condies onde aaposentadoria especial se dava aos 15 anos, teria o tempo de trabalho multiplicado pelo fator 2,0 que daria oequivalente a 30 anos de contribuio. Exemplificando: se tivesse exercido 10 anos nesta atividade e passasse a

    exercer atividade comum, teria multiplicado o tempo pelo fator 2,0 e computado como 20 anos de tempo deservio. Assim, bastaria mais 10 anos de labor em atividade comum para dar ensejo concesso deaposentadoria por tempo de servio.

    21- Da mesma forma, mas com fatores de converso diferentes, poderiaser a atividade comum convertida em aposentadoria especial e, ensejar a concesso de aposentadoria especial.

  • 22- Posteriormente com a alterao trazida pela Lei 8.213/91, o artigo

    52 passou a ter a seguinte redao:

    Art. 52. A aposentadoria por tempo de servio ser devida, cumprida a carncia exigida nesta Lei, aosegurado que completar 25 (vinte e cinco) anos de servio, se do sexo feminino, ou 30 (trinta) anos, sedo sexo masculino.

    23- Neste diapaso, percebe-se nitidamente que a lei buscou diferenciar,por critrios biolgicos, o tempo de servio do sexo feminino, com o do sexo masculino, sendo este de nomnimo 30 anos e quele de no mnimo 25 anos.

    24- Em virtude desta diferenciao, os critrios de converso tiveram que

    ser modificados, para coadunar com a nova disposio. Assim, no Decreto 357/91 ficou estabelecido que:

    Art. 64. O tempo de servio exercido alternadamente em atividade comum e atividade profissional sobcondies especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais sade ou a integridade fsicaser somado, aps a respectiva converso, aplicada a Tabela de Converso seguinte, para efeito deconcesso de qualquer benefcio:

    ATIVIDADE MULTIPLICADORESA CONVERTER

    PARA 15 PARA 20 PARA 25 PARA 30 PARA 35

    (MULHER) (HOMEM)

    A)DE 15 ANOS 1,00 1,33 1,67 2,00 2,33

    B)DE 20 ANOS 0,75 1,00 1,25 1,50 1,75

    C)DE 25 ANOS 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40

    D)DE 30 ANOS 0,50 0,67 0,83 1,00 1,17(MULHER)

    E)DE 35 ANOS 0,43 0,57 0,71 0,86 1,00(HOMEM)

    25- A partir da aplicava-se coeficientes de converso diversos parahomem e mulher, tanto para converso de atividade especial para comum e vice-versa.

    Art. 53.

  • 26- Assim a interpretao dos coeficientes de converso de atividadeespecial e vice-versa passou a ser feita sobre o crivo da diferenciao prevista no artigo 52 da Lei 8.213/91 e

    principalmente no artigo 53 do mesmo dispositivo, haja vista que foi permitida a chamada aposentadoriaproporcional. Para melhor entendimento, vide a redao original dos dois dispositivos, in verbis:

    Art. 52. A aposentadoria por tempo de servio ser devida, cumprida a carncia exigida nesta Lei, aosegurado que completar 25 (vinte e cinco) anos de servio, se do sexo feminino, ou 30 (trinta) anos, sedo sexo masculino

    Art. 53. A aposentadoria por tempo de servio, observado o disposto na seo III deste Captulo,especialmente no art. 33, consistir numa renda mensal de:

    I - para a mulher: 70% (setenta por cento) do salrio-de-benefcio aos 25 (vinte e cinco) anos de servio,mais 6% (seis por cento) deste, para cada novo ano completo de atividade, at o mximo de 100% (cempor cento) do salrio-de-benefcio aos 30 (trinta) anos de servio;

    II - para o homem: 70% (setenta por cento) do salrio-de-benefcio aos 30 (trinta) anos de servio, mais6% (seis por cento) deste, para cada novo ano completo de atividade, at o mximo de 100% (cem porcento) do salrio-de-benefcio aos 35 (trinta e cinco) anos de servio.

    27- Portanto, a partir deste critrio legal, o denominador da renda mensal

    inicial era a quantidade de anos laborados aps completar o segurado o tempo de servio mnimo (25 se dosexo feminino ou 30 anos se do sexo masculino). J o denominador da concesso, era o preenchimento dosseus requisitos mnimos. Dessa forma ao atingir o tempo mnimo para aposentar poderia o segurado requer-la,

    tendo como contraprestao uma aposentao de valor menor.

    28- Feito estas consideraes nos parece obvio, que a partir da Lei8213/91 no o tempo de contribuio que determina o fator de converso de atividade especial em comum,

    mas o sexo do segurado, ou seja, se a aposentadoria especial era devida aos 25 anos de labor nesta condio,e se tivesse o segurado do sexo feminino laborado 10 anos, teria acrescido a este tempo de servio, o temporesultante de sua multiplicao pelo fator de 1,20. Entretanto se do sexo masculino este perodo de tempo

    de servio seria multiplicado pelo fator de 1,40.

    29- Dessa forma, qualquer segurado da previdncia social poderia fazeruso da converso de tempo especial em comum, com o fator correspondente, de acordo com seu sexo, e

    atingindo o tempo mnimo poderia requerer aposentadoria proporcional, sendo que o mesmo seria calculadonos moldes da Lei 8213/91 e suas posteriores alteraes.

  • 30- Ao pensar como o instituto apelante, simplesmente inexistiria direito converso de tempo especial em comum e vice - versa, pois para chegar em trinta e cinco anos de servio,teria que ter 25 anos de tempo especial e notadamente no seria vivel transformar aposentadoria especial em

    aposentadoria por tempo de contribuio. E principalmente nos dias de hoje, j que na aposentadoria portempo de contribuio h incidncia da aplicao do fator previdencirio, ao passo que na aposentadoriaespecial no.

    31- Ressalte-se que ao interprete e operador do direito no licitoigualar situaes onde a lei fez questo de diferenciar, sob pena de violar o direito a igualdade entre homens emulheres, previstos constitucionalmente.

    32- Alias, se atentarmos para a nova redao do artigo 70 do decreto

    3048/99, verificaria que o raciocnio por ele apresentado no tocante ao fator de converso de 1,40 esta emdissonncia com os argumentos anteriormente apresentados, face ao prejuzo causado ao obreiro. Vejamos:

    Art.70. A converso de tempo de atividade sob condies especiais em tempo de atividade comum dar-se- de acordo com a seguinte tabela:

    TEMPO ACONVERTER

    MULTIPLICADORES

    MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35)

    DE 15 ANOS 2,00 2,33

    DE 20 ANOS 1,50 1,75

    DE 25 ANOS 1,20 1,40

    1 A caracterizao e a comprovao do tempo de atividade sob condies especiais obedecer aodisposto na legislao em vigor na poca da prestao do servio.

    2 As regras de converso de tempo de atividade sob condies especiais em tempo de atividadecomum constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer perodo.(grifos

  • nossos).

    33- Como se v, nobres Julgadores, o dispositivo acima mencionado,

    prev expressamente a retroao da norma no tempo e no espao, devendo a regra de converso de atividadeespecial em comum, com os fatores acima especificados, ser aproveitada em favor de todos os segurados que,laborando sujeitos a condies especiais, ainda no tiveram concedido benefcios previdencirios

    34- Portanto, pode-se concluir que no caso sub judice, aocontrrio do que argumenta a autarquia apelante, deve ser aplicado o fator de converso de 1,40, jque a atividade exercida para aposentadoria especial era de 25 anos, e por ser o autor do sexo

    masculino.

    C) DO RECONHECIMENTO DA ATIVIDADE ESPECIAL:

    TRANSPORTADORA SAFRA LTDA (01/04/77 a 23/01/79)

    35- Primeiramente cumpre esclarecer que, ao contrrio do que aduz odouto Procurador Federal, a r. sentena reconheceu como atividade especial passvel de converso em tempocomum, to somente, o perodo de 01/04/77 a 23/01/79, deixando de considerar como especial o perodo de24/01/79 a 31/10/80, conforme razes expostas no r. decisum.

    36- Sem embargos, aduz o instituto apelado no sentido de que o perodo

    de 01/04/77 a 31/10/80 no deve ser considerado especial em decorrncia da impossibilidade de conversode tempo especial em comum para perodos anteriores ao advento da Lei 6.887/80. Tal entendimento,conforme exposio supra, no merece prosperar. Ademais, a atividade profissional de ajudante de

    caminho, encontra expressa previso no cdigo 2.4.4, anexo III, do Decreto 53.831/64, a seguir transcrito:

    CDIGOCA MPO DE

    A PLICA O

    SERVIOS EA T IVIDA DES

    PROFISSIONA ISCLA SSIFICA O

    T EMPO DET RA BA LHO

    MNIMOOBSERVA ES

  • 2.4.4TRA NSPO RTESRO DO V I RIO

    Motorneiros e condutoresde bondes.

    Motoristas e cobradoresde nibus.

    Motoristas e ajudantesde caminho.

    Penoso 25 anos Jornada normal.

    37- Destarte no existe qualquer bice ao reconhecimento da atividade

    especial desenvolvida pelo apelado no interregno de trabalho de 01/04/77 a 23/01/79, razo pela qual a r.sentena deve ser mantida.

    TRANSPORTADORA AMERICANA LTDA (29/04/95 a 05/03/97)

    38- Insurge o apelado no sentido de que a partir da vigncia da Lei9.032/95 foi cessada a possibilidade de enquadramento das atividades especiais pela categoria profissional.

    39- Data mxima vnia, nobres Julgadores, tal posicionamento afrontao entendimento do Egrgio Superior Tribunal de Justia, conforme deciso abaixo:

    RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIRIO. TEMPO DE SERVIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSO.POSSIBILIDADE. EXIGNCIA DE COMPROVAO. LEI N. 9.032/95 E DECRETO N. 2.172/97. DESNECESSIDADE EMRELAO AO SERVIO PRESTADO NO REGIME ANTERIOR. 1. "1. O direito contagem, converso e averbao detempo de servio de natureza subjetiva, enquanto relativo realizao de fato continuado, constitutivo de requisito aquisio de direito subjetivo outro, estatutrio ou previdencirio, no havendo razo legal ou doutrinria para identificar-lhea norma legal de regncia com aquela que esteja a viger somente ao tempo da produo do direito aposentadoria de que instrumental. 2. O tempo de servio regido sempre pela lei vigente ao tempo da sua prestao. Dessa forma, em respeito aodireito adquirido, se o trabalhador laborou em condies adversas e a lei da poca permitia a contagem de forma maisvantajosa, o tempo de servio assim deve ser contado. 3. At o incio da vigncia do Decreto n 2.172/97, que regulamentou aLei n 9.032/95, a cada dia trabalhado em atividades enquadradas como especiais (Decretos n 53.831/64 e 83.080/79),realizava-se o suporte ftico da norma que autorizava a contagem desse tempo de servio de forma diferenciada, de modo queo tempo de servio convertido restou imediatamente incorporado ao patrimnio jurdico do segurado, tal como previsto na leide regncia. 4. A exigncia da comprovao tcnica da efetiva exposio do trabalhador aos agentes nocivos (Lei n 9.032/95),para fins de contagem diferenciada do tempo de servio, s teve lugar a partir da vigncia do Decreto n 2.172/97. (...)" (REsp498.325/PR, da minha Relatoria, in DJ 15/12/2003). 2. Recurso improvido. (Acrdo proferido pela Sexta Turma do SuperiorTribunal de Justia, nos autos do Recurso Especial 440298, processo n. 200200728797-RN, sendo Relator o DesembargadorHamilton Carvalhido, publicado no DJ em 28/06/2004, p. 425). (grifo nosso).

  • 40- De fato, com exceo das atividades sujeitas ao agente nocivo rudo,para o qual a lei sempre exigiu o laudo tcnico, por muito tempo o reconhecimento do tempo de servioespecial foi possvel em face apenas do enquadramento da categoria profissional do trabalhador na relao

    das atividades consideradas prejudiciais sade ou integridade fsica, conforme rol exemplificativoestabelecido pelos Decretos 53.831/64 e 83.080/79. Como resultado do enquadramento, presumia-se deforma absoluta a exposio a agentes nocivos, com a conseqente considerao do tempo de servio especial.

    41- No entanto, a grande modificao nos critrios de concesso dobenefcio previdencirio de Aposentadoria Especial ocorreu com o advento da Lei n. 9.032 de 28/04/95 quealterou substancialmente a redao do artigo 57 da Lei 8.213/91 passando a constar:

    Art. 57. A aposentadoria especial ser devida, uma vez cumprida a carncia exigida nesta Lei, aosegurado que tiver trabalhado sujeito a condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridadefsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.

    3 A concesso da aposentadoria especial depender de comprovao pelo segurado, perante oInstituto Nacional do Seguro Social (INSS), do tempo de trabalho permanente, no ocasionalintermitente, em condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica, durante operodo mnimo fixado. (grifo nosso).

    42- O novo dispositivo imps, portanto, a obrigao de comprovao,

    pelo segurado, da efetiva exposio aos agentes nocivos sade, para fins de concesso da aposentadoriaespecial, bem como para converso de tempo especial em tempo de servio comum.

    43- Entretanto, tal exigncia somente tornou-se exeqvel a partir

    da publicao do Decreto 2.172, de 05 de maro de 1997, que veio regulamentar as novasdisposies legais trazidas pela Lei 9.032/95, j que foi apenas neste momento que os mencionadoscomandos legais foram operacionalizados.

    44- Do exposto pode-se concluir que para perodos anteriores a05/03/97, a comprovao das atividades exercidas sob condies especiais deve ser realizada pela simplesapresentao de informaes sobre atividades com exposio a agentes agressivos, que indica a categoria

    profissional e os agentes agressivos a que fica exposto o trabalhador, salvo no caso do agente nocivo rudo,para o qual a lei sempre exigiu laudo pericial.

  • 45- Destarte, considerando que a parte autora apresentou as fls. 28documento informando que durante o perodo de 01/09/86 a 05/03/97 laborou na empresaTRANSPORTADORA AMERICANA LTDA exercendo atividade profissional de motorista de caminho,

    faz jus a converso de tempo especial para comum com enquadramento no cdigo 2.4.2, anexo II, do Decreto83.080/79, a seguir transcrito:

    CDIGO A T IVIDA DE PROFISSIONA L T EMPO MNIMODE T RA BA LHO

    2.4.2 TRA NSPO RTE URBA NO E RO DO V I RIO

    Motorista de nibus e de caminhes de cargas (ocupados em carter permanente).

    25 anos

    IV PREQUESTIONAMENTO:

    46- Em nome do princpio da eventualidade, requer seja toda a matriaconstante nos autos enfrentada, principalmente no que tange a vigncia de lei federal e constitucional, pois oprovimento do r. recurso ensejar na violao ao direito lquido e certo do apelado bem como ao dispositivo

    constitucional previsto no artigo 201 da Magna Carta.

    V DO PEDIDO:

    47- Ex positis, requer-se a essa Colenda Turma, se digne a julgartotalmente improcedente o presente recurso de apelao, para que seja mantida, em favor do apelado: a) oreconhecimento da atividade rural exercida no perodo de 01/01/75 a 31/12/75; b) a possibilidade deconverso de tempo especial em comum para perodos anteriores ao advento da Lei 6.887/80; c) o fator de

    converso de tempo especial para comum de 1,40; d) o reconhecimento da especialidade do labordesenvolvido nos interregnos de 01/04/77 a 23/01/79 e de 01/09/86 a 05/03/97, tudo conforme a r. sentena,fazendo-se, assim, a necessria JUSTIA!!!

    Nestes Termos,

    Pede Deferimento.

  • So Paulo, 19 de fevereiro de 2008.

    Sinval Miranda Dutra Junior

    OAB-SP 159.517

    EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 8. VARA CVEL FEDERAL DASECO JUDICIRIA DE CAMPINAS SP.

  • Processo n.: 2006.61.05.011419-3

    Jos Sebastio de Souza, devidamente qualificado nos autos do

    processo em epigrafe, por seu advogado, ao final firmado, vem muito respeitosamente perante VossaExcelncia para apresentar, dentro do decndio legal, MANIFESTAO CONTESTAO com pedidode PRODUO de PROVAS, o que faz nos seguintes termos de direito:

    DA CONTESTAO

    1- Em sntese analise da contestao ofertada pelo ru, verifica-seque a mesma afirma que o autor no preencheu os requisitos necessrios concesso do benefcioprevidencirio de aposentadoria por tempo de contribuio. Com relao ao perodo rural, aduz que o autorno apresentou documentos pblicos e contemporneos a poca dos fatos, no bastando prova testemunhal.

    Acerca do exerccio de atividades especiais insurge no sentido de que impossvel a converso de tempoespecial em comum anteriormente a Lei n. 6.887/80, que o fator de converso de 1,20, que as atividadesexercidas pelo autor no encontram enquadramento pela categoria profissional. Aduz, ainda, que a utilizao de

    EPIs descaracteriza a exposio ao agente nocivo rudo, elidindo o direito a converso de tempo especial emcomum. Ao final, requer a improcedncia da ao, com as condenaes de praxe.

  • 2- Data vnia, ilustre Juiz, os argumentos apresentados pela

    defesa constituem afronta as prprias instrues normativas, circulares e portarias vigentes e que vigeram emdeterminado momento durante a prestao do servio.

    DO DIREITO A APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIO

    3- Estabelece a redao do artigo 52 da lei 8.213 de 24 de julhode 1991, in verbis:

    A aposentadoria por tempo de servio ser devida, cumprida a carncia exigidanesta Lei, ao segurado que completar 25 (vinte e cinco) anos de servio, se do sexofeminino, ou 30 (trinta) anos, se do sexo masculino. (grifos nossos)

    4- Aps a reforma do regime da Previdncia Social originada pela